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1/30Prof. MSc. David Roza José[email protected]
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Autovalores e Autovetores
Objetivos:
– Compreender a definição matemática de autovalores e autovetores;
– Compreender a interpretação física de autovalores e autovetores entro do
contexto de sistemas de engenharia que vibram ou oscilam;
– Saber implementar o método polinomial;
– Saber implementar o método da potência para avaliar o maior e menor
autovalor e seu respectivo autovetor;
– Saber utilizar a função eig do MATLAB.
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Contexto
Na aula 09 – Sistemas Lineares, utilizamos um balanço de forças para prever a posição
de equilíbrio dos três saltadores. Tomou-se como hipótese que as cordas se
comportavam como molas ideais, e a solução do estado permanente reduziu-se a um
sistema linear de equações algébricas.
Ao observar o problema do ponto de vista da dinâmica, deve-se analisar a posição de
cada saltador como uma função do tempo. Para isso as condições iniciais (posição e
velocidade) devem ser prescritas.
Caso se resolvesse o sistema de equações diferenciais ordinárias para determinar a
resposta no domínio do tempo da posição dos saltadores poderíamos obter uma
resposta do tipo:
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Contexto
A resposta oscila bastante. Talvez as respostas no domínio do tempo tenham algum
padrão, mas é de difícil visualização.
Nesta aula veremos maneiras de extrair algo fundamental de um comportamento
aparentemente caótico; autovalores.
Os autovalores, ou valores caraterísticos do sistema, envolvem formular e resolver
sistemas de equações algébricas de uma maneira distinta das efetuadas até agora.
Para tal, veremos a interpretação matemática de autovalores.
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Embasamento Matemágico
Vimos, até o momento, métodos que lidavam com conjuntos de equações algébricas da
forma:
Estes sistemas são chamados de não-homogêneos devido à presença do vetor {b} do
lado direito da igualdade. Se as equações que compõem tal sistema são linearmente
independentes (possuem determinante diferente de zero), o sistema possuirá uma
solução única.
De maneira contrária, um sistema homogêneo possui o lado direito da igualdade como
sendo zero:
Num primeiro momento o ímpeto é de afirmar que a única solução possível é a trivial,
na qual todos os elementos x valem zero.
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Embasamento Matemágico
Apesar de tal impressão ser verdadeira, problemas de autovalores possuem,
tipicamente, a forma geral:
tal que o parâmetro lambda é o autovalor. Assim, ao invés de definir o vetor {x} como
sendo zero, podemos determinar o valor de lambda que torna o lado esquerdo da
igualdade zero.
Uma das maneiras de se obter este resultado é tornando o determinante do sistema
como sendo zero.
Supondo que possuímos o caso de duas equações e duas incógnitas, obteremos o
seguinte sistema:
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Embasamento Matemágico
Ao se expandir a matriz de coeficientes obtemos:
Que é o quê se convenciona chamar de polinômio característico. Pode-se então
resolver para os dois autovalores:
Este método é chamado de método polinomial.
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Exemplo: Método Polinomial
Utilizar o método polinomial para determinar os autovalores do seguinte sistema
homogêneo:
Antes de resolver o sistema, veremos o quê aconteceria caso possuíssemos um
autovalor incorreto. Suponhamos que lambda tenha o valor de 3.
Ao se plotar o sistema, obtém-se duas linhas retas que se cortam na origem. Assim, a
única solução é o caso trivial onde x1=x2=0.
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Exemplo: Método Polinomial
Para determinar os autovalores corretos, expande-se o determinante para se obter o
polinômio característico.
Que pode então ser resolvido:
Para lambda=15, o sistema obtido e o gráfico são:
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Exemplo: Método Polinomial
Para lambda=5 obtém-se:
Cujo gráfico é mostrado a seguir.
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Função do MATLAB
O MATLAB possui uma função intrínseca para facilitar o método polinomial. A função
poly pode ser utilizada para gerar o polinômio característico através de:
A = [10 -5; -5 10]
p = poly(A)
p = 1 -20 75
Então a função roots pode ser utilizada para se calcular os autovalores:
d = roots(p)
d = 15
5
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Embasamento Matemágico
A solução de um sistema de n equações homogêneas resulta num conjunto de n
autovalores e seus autovetores associados.
Não só isso, mas os autovetores fornecem a razão das variáveis representando as
soluções.
Em suma: o cálculo de autovalores e autovetores reflete informação do conteúdo da
matriz de coeficientes para um escalar. Isto pode não parecer significativo para um
sistema 2x2, mas é bastante importante ao se considerar que o tamanho de uma matriz
de coeficientes pode ser potencialmente muito maior.
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Embasamento Físico
Vamos supor que o sistema da figura não possua nenhuma força dissipativa agindo
sobre ele, e que as molas possuam o mesmo tamanho não perturbado e a mesma
constante elástica k; além de considerar que o deslocamento de cada mola é mensurado
em relação ao seu próprio sistema de coordenadas local.
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Embasamento Físico
Assim, as equações que regem o balanço de força de cada massa é dado por:
Da teoria de vibrações, as soluções podem tomar a seguinte forma:
tal que Xi é a amplitude da oscilação da massa i e omega é a frequência angular de
vibração, sendo dada pela fórmula onde Tp é o período.
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Embasamento Físico
A solução da posição é derivada duas vezes e substituída nas equações do balanço de
força, resultando em:
Neste ponto, a solução foi reduzida a um problema de autovalor. Neste caso, o autovalor
é o quadrado da frequência. Para um sistema com dois graus de liberdade, existirão dois
valores associado a seus autovetores.
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Exemplo – Embasamento Físico
Suponhamos que as massas sejam m1=m2=40kg e que k=200N/m. A equação torna-se
idêntica à do problema anterior:
Assim já sabemos, de antemão, que os dois autovalores são w2=15 e 5 s-2 ; sendo os
autovalores correspondentes a X1=X2 e X1=-X2.
Estes resultados nos dão duas informações importantes. A primeira delas é em relação
aos modos de vibração, com frequências angulares de w=3.873 e w=2.36 rad/s.
Não temos como saber as amplitudes de antemão (elas dependem do estado inicial do
sistema). Entretanto, suas razões estão relacionadas pelos autovetores.
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Método da Potência
O método da potência é um procedimento iterativo para determinar o maior autovalor,
também conhecido como dominante. Com uma pequena modificação, também pode
ser utilizado para determinar o menor autovalor. Como vantagem adicional, o autovetor
correspondente é encontrado como um subproduto do método. Seja o sistema
analisado expressado da seguinte forma:
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Exemplo – Método da Potência
Da mesma maneira que obtemos as equações para um sistema de duas massas e três
molas, podemos obter as equações para um sistema de três massas e quatro molas
entre duas paredes fixas:
Sejam todas as massas iguais a m=1kg e todas as constantes de mola iguais a k=20N/m,
o sistema pode então ser expresso na forma matricial.
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Exemplo – Método da Potência
Onde o autovalor lambda é o quadrado da frequência angular. Reescreve-se o sistema
da seguinte forma:
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Exemplo – Método da Potência
Como primeiro passo estimamos um valor inicial para os X’s do lado esquerdo da
igualdade. Uma primeira estimativa comum é supor que eles sejam todos 1. Utilizamos
estes valores para calcular o resultado do lado direito da igualdade.
Devemos então normalizar o lado direito para tornar o maior elemento do vetor como
sendo igual a um:
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Exemplo – Método da Potência
Assim, o fator de normalização é nossa primeira estimativa para o autovalor e o
autovetor correspondente é {1 0 1}T. Essa iteração pode ser expressa de forma matricial
como:
A próxima iteração consiste em multiplicar a matriz pelo autovetor da última iteração,
ou seja, por {1 0 1}T
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Exemplo – Método da Potência
O processo então é repetido:
E podemos, então, perceber que o processo passa a convergir. O autovalor estabiliza em
68.28427 e o autovetor em {-0.707107 1 -0.707107}T.
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Método da Potência
Em algumas situações, o Método da Potência irá convergir no segundo maior autovalor
ao invés do primeiro.
Além disso, ao se trabalhar com [A]-1 ao invés de [A], o método convergirá no menor
autovalor.
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Função do MATLAB: eig
A função eig retorna um vetor de autovalores da matriz fornecida.
e = eig(A)
retornará um vetor e contendo os autovalores da matriz quadrada A. De maneira
alternativa, o comando pode ser invocado como
[V,D] = eig(A)
tal que D é uma matriz diagonal contendo os autovalores e V é uma matriz cheia cujas
colunas são os autovetores correspondentes.
ANALISAR A MATRIZ DO EXEMPLO ANTERIOR