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Ano XIII | 225 | Março 2014
ISSN
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Empreender é a saída
Presidente da Faeg lança livro usando histórias pessoais e casos de sucesso
Setor canavieiroDemissões em usinas goianas assustam funcionários e produtores reclamam do impacto econômico
Defensivos agrícolasGoiás ocupa 4a posição em devolução de embalagens
PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
COnSelhO eDitOriAl
Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto
e Eurípedes Bassamurfo.
editora: Catherine Moraes (0002885/GO)
reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto e
Michelle Rabelo
Fotografia: Larissa Melo, Mendel Cortizo e
Fredox Carvalho
revisão: Catherine Moraes
Diagramação: Rowan Marketing
impressão: Gráfica Amazonas tiragem: 12.500
Comercial: (62) 3096-2123
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Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro, Antônio Flávio Camilo
de Lima.
Vice-presidentes institucionais: Bartolomeu Braz Pereira,
Wanderley Rodrigues de Siqueira.
Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da
Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.
Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo,
Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da
Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.
Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira
dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos
Santos, José Carlos de Oliveira.
Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da
Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta
Filho, Henrique Marques de Almeida.
Delegados representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio
Maróstica.
Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar
Rodrigues da Rocha.
COnSelhO ADMiniStrAtiVO SenAr
Presidente: José Mário Schreiner
titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo
Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago
de Castro Raynaud de Faria.
Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e
Sandra Maria Pereira do Carmo.
Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio
do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.
Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander,
Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,
José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.
Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia
Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do
Nascimento e Marcelo Borges Amorim.
Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa
FAeG - SenAr
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Há algum tempo, alguns amigos de mais longa data vinham insis-tindo para que registrasse as experiências que vivi, por onde a vida me permitiu. E brincavam também com aquele dito popular que diz “toda pessoa que passar pela vida deveria plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. E brincando, mas já pensando na possibilidade decidi – como os dois primeiros eu já havia realizado, enfim, chegou o momento de realizar a façanha do livro. Posso dizer que foi uma experiência incrível.
E, como sempre em minha vida, contei muito com a ajuda de ami-gos. Mas não sentia-me muito à vontade falando exclusivamente de mim como uma autobiografia. Pensei então em compartilhar com to-dos aqueles que pudessem entrar em contato com o livro, algumas passagens marcantes de minha trajetória, tanto de dificuldades, quanto de êxito, mas sempre momentos decisivos com desafios expressivos e decisões importantes a tomar. Foi aí que surgiu a ideia de estruturar o conteúdo em função desta característica que sempre me impulsionou. De forma meio intuitiva, instintiva, natural, não sei.
Acho que um traço de minha personalidade, mesmo, que é a moti-vação de realizar os sonhos e os projetos de vida. Às vezes com muito poucas condições e, em outras, sem nenhuma. Então, o empreendedo-rismo foi a ideia que me acolheu. Logicamente minha trajetória de tra-balho, de empreendedor rural e de classista receberam maior ênfase, sempre dentro da premissa que não construímos nada sozinhos. Tudo é uma somatória de esforços e de sonhos. Por isso sempre faço ques-tão de dizer da minha gratidão com todos aqueles que convivi e con-vivo, por onde passei e onde estou hoje, em especial à minha família.
Experiências na iniciativa privada, no governo e, nas organizações de classe, em especial a honra e a satisfação que é poder presidir a Fe-deração da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), e o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) e, poder implementar tantos projetos e programas de natureza social, econômica, institucional, política, ambiental, enfim. Poder atuar junto aos desafios do setor rural e ajudar pessoas que estão buscando seus espaços para tocarem a vida com dignidade e felicidade. Espero, de coração, que este livro possa ser útil, princi-palmente aos jovens e aos meus queridos pro-dutores. Trata-se simplesmente de mais uma experiência pessoal em meio a inúmeros que poderiam estar fazendo o mesmo. E lembro sempre: “Empreender é a saída” (risos).
não construímos nada sozinhos
José Mário SchreinerPresidente do Sistema
FAEG/SENAR
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PAINEL CENTRAL
Zoneamento da banana Produtores do Vale do São Patrício pedem auxílio para receber liberação de crédito custeio junto às entidades financeiras
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Aftosa
Demissões em massa
Aprosoja Goiás ganha espaço em cenário nacional
Federação discute possíveis consequências de fim da vacina
Dispensa de funcionários em usinas canavieiras assusta produtores de cana-de-açúcar
Capacitação Agrinho Quase 400 professores de todo o Estado passaram por treinamentos em Goiânia
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Prosa Rural
Presidente da associação, Bartolomeu Braz fala sobre a importância de representar o setor em parceria com outras entidades
8Capacitação no presídio
Reeducandos do município de Piranhas passam por treinamentos do Senar Goiás
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Presidente da Faeg, José Mário Schreiner lança livro sobre empreendedorismo.Foto: Fredox Carvalho
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 33
Campo Aberto 38
Treinamentos e cursos do Senar 36
Presidente da Faeg, José Mário Schreiner lança livro sobre empreendedorismo. Primeiro evento foi em Mineiros
Empreender é a saída 22N
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Defensivos agrícolasGoiás ocupa 4º lugar do país em devolução de embalagens
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AGENDA RURAL
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Visita técnica – Zoneamento da Banana em Goiás
Hora: 10h30
Local: Municípios de Itaquari, Itaguaru e Uruana
Informações: (62) 3096-2200
2º Congresso do Setor Sucroenergético do
Brasil Central – CanaCentro
Hora: 19h a 12h
Local: Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo
Informações: (67) 3301-8915
Data: 22 de março de 2014Hora: 8h às 12h
Local: Rua Santana, Nº 425 - Setor Sul - Piranhas - GoiásInformações: (62) 3096-2200
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FIQUE SABENDO
José Mário prestigia modelo integração lavoura Pecuária Floresta de produção
RegistRo
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, participou, no último dia 22 do Dia de Campo – Fazenda de Precisão, realizado no município de Cristalina. Na Fazenda Maringá, onde foi realizado o evento, foi instaurado o sistema de produção Integração La-voura Pecuária Floresta (ILPF).
O modelo permite a produção de carne, leite, grãos, fibras e agroener-gia, por meio da madeira. Enquanto a média estadual é de uma cabeça de gado por hectare, na propriedade, são criadas 15 cabeças no mesmo espaço.
“É uma excelente tecnologia que faz com que o produtor produza mais em um menor espaço de terra, e que pre-cisa ser difundida nos quatro cantos de Goiás”, pontou José Mário.
Durante o encontro, produtores da região puderam trocar experiências e aprender, por meio de palestras, como pode funcionar o sistema ILPF. O evento foi realizado pelo Brava Co-mércio e Representação de Produtos Agrícolas em parceria com pesquisa-dores, produtores e o Sindicato Rural de Cristalina.
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aRmazém
Desenvolvido pelo Governo Federal, o caderno do Plano Agrí-cola e Pecuário 2013/2014 apre-senta as diretrizes para o desen-volvimento do produtor rural e de agronegócio brasileiro. Na revista, são encontradas informações so-bre crédito rural, apoio à comer-cialização, gestão de risco rural e agricultura orgânica, além da des-crição de entidades setoriais que defendem interesses do produtor, como as câmaras setoriais.
Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014
Pesquisa
Uva Moscato Branco: exclusividade brasileira
Pesquisa realizada pela Embrapa Uva e Vinho divulgada no mês de feve-reiro indica que a uva Moscato Branco, produzida da Serra Gaúcha, é exclusiva da região. Os estudos apontaram que a espécie da fruta difere das encon-tradas na Europa e em outros estados brasileiros.
Em janeiro deste ano, as uvas Mos-taco Branco foram avaliadas por fran-cês Jean-Michel Boursiquot, ampelá-grafo (especialista em identificação e classificação de cultivares de videira) da Universidade SupAgro, de Mon-
tpellier, na França. O pesquisador, ao lado de estudiosos brasileiros, com-parou a espécie a coleções do banco genético de uvas moscato do Brasil e da França.
A espécie é utilizada na fabricação de vinhos secos finos moscatéis e do moscatel espumante. As pes-quisas irão investigar agora a origem da uva, presen-te especialmente na região da Farrou-puilha (RS) desde 1930. O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apoiou financeira-mente o estudo.
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PROSA RURAL
Vice-presidente institucional
da Faeg e nomeado,
em novembro de 2013,
presidente da recém-lançada
Aprosoja Goiás, Bartolomeu Braz
fala da representatividade da
instituição e da importância de tê-la
para auxiliar nas conquistas do setor.
Aprosoja Goiás soma forças com entidade do setor
revista Campo: O que é a Aprosoja Goiás?
Quando foi fundada e qual a missão central da
entidade?
Bartolomeu Braz: A Associação dos Produtores
de Soja de Goiás (Aprosoja Goiás) é uma entidade
representativa de classe sem fins lucrativos, cons-
tituída por produtores rurais ligados às culturas de
soja, milho e outros grãos de Goiás. Ela foi fundada
no dia 29 de novembro de 2013, em Assembleia Ge-
ral realizada na Federação da Agricultura e Pecuária
de Goiás (Faeg), está sediada na Associação Goia-
na dos Produtores de Algodão (Agopa). Sua mis-
são central é unir a classe, valorizando-a, e sendo
instrumento representativo do produtor de grãos
do estado frente a entidades políticas, governo,
empresas de insumos, e todos os demais entes da
cadeia. A Aprosoja representa os direitos, interesses
e deveres dos produtores rurais, e com este fim, de-
senvolve ações e projetos que visam o crescimento
sustentável da cadeia produtiva no estado de Goiás.
revista Campo: A Aprosoja é uma entidade
Catherine Moraes | [email protected]
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BArtoloMEu BrAz é presidente da Aprosoja Goiás e vice-
presidente institucional da Faeg
com representação a nível nacional.
Como está o desenvolvimento da as-
sociação no país, e quais os outros
estados participantes?
Bartolomeu Braz: Hoje a entidade
está com forte representatividade a
nível nacional, com canal direto com
as principais lideranças políticas e de
entidades públicas ligadas ao setor ru-
ral. A Aprosoja Brasil está sediada em
Brasília/DF, junto à Frente Parlamentar
do Agronegócio, o que ajuda no es-
treitamento da entidade com o poder
público, objetivo este que é de vital
importância para a associação. Além
de Goiás que iniciou sua atuação com
forte representação nacional ocupan-
do dois cargos na nova diretoria: vice-
-presidente e membro do conselho fis-
cal, a associação hoje está em 10 dos
principais estados produtores de soja
do país, sendo eles Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Bahia, Piauí, Rio Gran-
de do Sul, Paraná, Rondônia, Pará,
Tocantins e Maranhão. Goiás por ser
um dos maiores produtores de soja a
nível nacional, com uma área plantada
superior a de 3 milhões de hectares,
de soja, conta com participação ativa.
revista Campo: Quais os objetivos
estratégicos da Aprosoja Goiás?
Bartolomeu Braz: A entidade visa
fortalecer os produtores de grãos do
estado, fomentando a excelência na
gestão, governança e independência
financeira de seus associados, fortale-
cendo também a imagem da produção
e do produtor rural como agentes fun-
damentais do desenvolvimento social,
econômico e ambiental. Busca também
articular a criação, o aperfeiçoamento e
a aplicação de políticas públicas com
o objetivo de reduzir custos logísticos,
de modo a garantir a competitividade
do escoamento da produção agroin-
dustrial do estado, melhorias no crédi-
to, comercialização, tributação e renda
do produtor. No campo mais técnico,
a Aprosoja Goiás propiciará projetos
de pesquisa agronômica, insumos de
produção, melhorias na gestão rural e
capacitação de mão-de-obra em parce-
ria com a Agopa, Fialgo, Faeg, Senar e
Sebrae. Também atuará no aperfeiçoa-
mento de políticas públicas nas áreas
trabalhistas, ambiental e fundiária, ga-
rantindo assim os direitos dos produ-
tores e empresários do setor rural.
revista Campo: Qual a estrutura
organizacional da entidade atual-
mente e como os interessados podem
associar-se?
Bartolomeu Braz: Por ser uma en-
tidade nova, em Assembleia Geral foi
definida uma Diretoria Provisória, que
tem por objetivo a estruturação da as-
sociação e angariamento de membros.
O objetivo é que esta diretoria condu-
za a associação até que seja viável a
realização de eleições para definição
da primeira diretoria da entidade, pre-
vista para o final de 2014. A Aprosoja
Goiás já tem registro junto aos órgãos
competentes e já foi legitimada junto
a Aprosoja Brasil. Os interessados de-
vem entrar em contato com os atuais
diretores e fazer o preenchimento de
um cadastro, podendo assim, partici-
par das reuniões e assembleias.
revista Campo: Na visão do senhor,
qual a importância da união de asso-
ciações específicas de alguns produtos
agrícolas, como a cadeia de soja e mi-
lho, se unirem à Federação da Agricul-
tura e Pecuária e os sindicatos rurais na
busca de representatividade do setor
rural?
Bartolomeu Braz: Acredito que aqui
cabe colocar a interação das lideranças
de diferentes associações frente a um
objetivo comum, que é a melhoria do
Agronegócio Goiano (surge com obje-
tivo de somar, e não dividir). Eu como
Diretor Vice-Presidente Institucional da
Faeg, acho importante frisar que o setor
de grãos tem um aspecto diferenciado
em relação a outras culturas, pelo seu
porte e influência direta na economia do
Estado, necessitando de representação
direta, mas em congruência com as de-
mais entidades.
revista Campo: Revista Campo: Qual
a importância da Aprosoja Goiás no ce-
nário político estadual e nacional?
Bartolomeu Braz: Acreditamos que
vamos agregar muito ao produto soja,
milho e sorgo, uma vez que esses pro-
dutos é que sustenta a economia goiana,
uma das principais pautas será: o enga-
jamento e a politização dos produtores
mostrando ao setor a importância de
eles terem políticos ligados à classe tan-
to a nível estadual e federal, buscando
uma politica agrícola que venha atender
a sustentabilidade do produtor rural.
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MERCADO E PRODUTO
Comparando 2003 com 2013, as exportações brasileiras de carne bo-
vina cresceram 255% em valo-res e 46% em quantidade. Na mesma trajetória, Goiás vendeu 56 mil contra 206 mil tonela-das de carne, respectivamen-te, num comparativo entre os mesmos anos. Já em valores, evoluiu de US$ 100 milhões para US$ 900 milhões no mes-mo período. Isso graças ao en-volvimento de todos os agen-tes do segmento da pecuária.
Entre os fatores que con-tribuem com o desempenho favorável das exportações es-tiveram a melhoria contínua no Sistema de Defesa Sanitá-ria, as atuações dos brasileiros junto aos mercados compra-dores, os investimentos das agroindústrias adequando suas plantas e processos, o crescimento da demanda, o aumento da renda, a expansão populacional e a urbanização.
O setor produtivo rural, garantindo a qualidade da sua produção e participando das negociações através de suas entidades representativas, é corresponsável pelo sucesso das negociações internacio-nais, juntamente com o setor industrial e o governo.
Um exemplo disso é o fi-nanciamento por parte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para o desenvolvimento da Plata-
forma de Gestão Agropecu-ária (PGA) – que é um banco de dados único, para facilitar e melhorar a gestão dos serviços exercidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Essa plataforma informatizada, situada junto ao Mapa e ligadas às agências de defesas nos es-tados, concentra todos os siste-mas de controle e fiscalização. Os estoques e movimentações dos rebanhos, as inspeções de alimentos, bem como infor-mações sobre os registros de produtos veterinários e outros insumos são algumas das fer-ramentas disponíveis.
Uma inovação tecnológi-ca que dá mais confiança aos parceiros comerciais é a parte da plataforma que controla o rebanho bovino, já em funcio-namento. Nela o produtor ca-dastrado pode acessar e emitir as Guias de Trânsito Animal (GTAs) eletronicamente, de qualquer local.
Outra ação da CNA foi a estruturação de escritórios em importantes países consumi-dores como China e Bélgica, o que demonstra o potencial e a qualidade dos produtos agropecuários brasileiros, res-peitando exigências como ras-treabilidade, aspectos sociais e ambientais além de estreita-mento das relações.
Além disso, recentemente, lideranças e empresários do agronegócio participaram de
uma reunião de cúpula na Bél-gica, mostrando o interesse em estabelecer acordos comerciais entre o Mercosul e a Europa.
Outros fatos vêm colabo-rando para que as exportações brasileiras se ampliem. Os Es-tados Unidos avaliam a pos-sibilidade de importar carne bovina in natura de 14 estados do Brasil, pelo fato do produ-to estar livre de febre aftosa e de o país ter estruturas efi-cientes de controle. Argumen-tos contrários de produtores americanos serão colocados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), que deve levar esclarecimentos sobre a nossa produção e os nossos mecanis-mos de controle.
A vinda da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para avaliar as condições de defesa sanitária brasileira e as participações em feiras, também favorece o cenário de crescimento das exportações.
Portanto, em conjunto, to-dos os setores seguem inten-sificando a participação no comércio internacional, pro-movendo acesso a novos mer-cados e fazendo melhor gestão dos negócios que lhes compe-tem. Tudo, visando atender o perfil do cliente externo e, in-clusive, o de mercado interno, que é responsável pelo consu-mo de 80% da produção de carne bovina brasileira.
Atuação das lideranças brasileiras é positiva às exportações de carne bovinaChristiane rossi | [email protected]
Christiane rossi é zootecnista e assessora técnica da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para a área de pecuária de corte.
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ANUNCIO COOPERAFI
AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
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Estudantes da rede municipal de ensino da cidade de Arenópolis receberam os certificados de participação do Programa Agrinho pelos trabalhos inscritos no concurso realizado de 2013. A cerimônia contou com a presença de pais e alunos do Colégio Municipal Manoel Amâncio e da Escola Municipal Cirandinha. Também participaram do evento o prefeito da cidade, Osvaldo Pinheiro Dantas, o presidente do sindicato, Flávio Júnior Vilela, o supervisor regional do Senar Goiás Koite Komura, a secretária municipal de Educação, Maria Aparecida Dantas e o tesoureiro do sindicato, Antônio Carlos Duarte.
No dia 21 de fevereiro, o Sindicato dos Produtores Rurais de Alexânia promoveu a primeira edição da Sexta Rural, evento que integra discussões técnicas e atividades de lazer. O evento, que teve início às 19h, foi marcado por discussões sobre agricultura orgânica e atividades de música, teatro e dança. A Sexta Rural será realizada a cada 15 dias e tem como objetivo manter os produtores bem informados e integrar suas famílias às atividades do sindicato.
Representantes do Sindicato Rural de Ipameri participaram do 8º Dia de Campo Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, realizado na Fazenda Santa Brígida, na zona rural do município. A propriedade é referência em implantação do sistema que associa produção de grãos, carne, leite, fibra e bioenergia para otimização dos resultados. O evento apresentou a estudantes, produtores e pesquisadores inovações no campo referentes à produção que reduz impactos ao meio ambiente.
Certificação Agrinho
Sexta rural
Dia de Campo
LuziÂNia
O Sindicato Rural de Luziânia realizou a entrega de certificados a cerca de 100 participantes de cursos de Formação Profissional Rural e promoção social do município de Cidade Ocidental. Produtores do município foram capacitados em treinamentos como Administração Rural, Olericultura Básica e Orgânica e Artesanato. Participaram da cerimônia de diplomação a prefeita do município, Gisele Araújo, o presidente do sindicato, Marcos Epaminondas Roriz de Morais, entre outras autoridades locais.
Certificação em Cidade Ocidental
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Cacildo Alves da Silva foi reeleito presidente do Sindicato Rural de Quirinópolis, vencendo a chapa opositora, liderada por Joaquim Sardinha, por 83 votos a 56. O mandato de Cacildo se encerraria no dia 18 de abril de 2014. Agora, sua administração deve se estender até o ano de 2017. O assessor jurídico da Faeg Augusto Cesar de Andrade acompanhou a votação e apuração dos votos.
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Onze produtores participaram do Curso de Processamento de Peixes realizado pelo Sindicato Rural de Indiara em parceria com o Senar Goiás. O treinamento foi ministrado na Fazenda Água Branca, onde os participantes puderam aprender sobre noções de higiene e qualidade da carne, cortes especiais, valores nutricionais e produção de derivados, entre outros assuntos.
Buscando incentivar professores da rede municipal a se dedicarem ao concurso, o Sindicato Rural de Rio Verde realizou a Aula Inaugural do Programa Agrinho 2014. O evento foi realizado no salão do sindicato e contou com a presença do presidente da entidade, Walter Baylão Júnior, do assessor técnico Alexandre Câmara e da professora bi-campeã do Agrinho, Maria do Disterro, do município de Britânia. Em Rio Verde, Programa Agrinho é realizado há seis anos.
Dez pessoas participaram do treinamento de Produção Caseira de Alimentos/Vegetais (Doces) realizado pelo Sindicato Rural de Cristalina. Entre os ensinamentos, estiveram as técnicas de produção de doces em calda e cristalizados, que, de acordo com a mobilizadora Malva Lúcia Caixeta, são os mais pedidos. Os participantes aprenderam ainda sobre higiene, processamento de geleias e doces em pasta, entre outros assuntos. (Colaborou Malva Lúcia)
Processamento de peixes
Aula inaugural do Programa Agrinho 2014
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Março / 2014 CAMPO | 13www.senargo.org.br
ZONEAMENTO DA BANANA
Depois que estado foi zoneado, produtores enfrentam dificuldades para conseguir crédito custeio
Michelle rabelo | [email protected]
Cultivo de banana-maçã sequeiro divide opiniões no Vale do São Patrício
Banana-maçã de sequeiro é a base econômica da cidade de Itaguaru, interior do Estado
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“Yes, nós temos banana, banana pra dar e ven-der”. A marchinha carna-
valesca de Alberto Ribeiro se encaixa como uma luva na realidade de Goi-ás. Atualmente, o Estado está entre os maiores produtores da fruta tipo maçã no Brasil, mas quem planta a variedade de sequeiro no Vale do São Patrício enfrenta, desde 2011, proble-mas para consolidar o cultivo da fruta, o que pode atrofiar o desenvolvimen-to econômico da região, causando um resultado desastroso nas cifras e no sustento de quase 15 mil famílias.
Uma portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (Mapa) definiu o zoneamento de Goiás limitando a produção da banana sequeiro, em somente 23 municípios – Goiás tem 246 cidades – e deixando os produtores de cabelo em pé. De um lado, técnicos defendem que o mo-lhamento periódico é essencial para o desenvolvimento da fruta. Do outro, produtores alegam que a variedade é menos exigente quanto à falta de água e que, a utilização de técnicas de ma-nejo, minimiza o impacto negativo da não irrigação.
Sendo assim, os chamados bana-neiros enfrentam dificuldades para conseguirem liberação de crédito custeio junto às entidades financeiras e ao Programa Nacional de Fortaleci-mento da Agricultura Familiar (Pro-naf). A justificativa é a mesma: como a portaria do Mapa limita o cultivo, não se pode liberar verba para cus-teio, somente para investimento.
Na tentativa de resolver o impasse, uma equipe técnica formada por re-presentantes do setor, como a Federa-ção de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), visitou no início do mês quatro propriedades rurais nos municípios goianos de Itaquari e Itaguaru, ambos situados na região do Vale do São Pa-trício. Há quem diga que ficou surpreso com o que viu, mas outros continuam se amparando na portaria do Mapa, até pelo fato de a banana cultivada com ir-
Março / 2014 CAMPO | 15www.senargo.org.br
Produção (ton) Município Predomínio
34.500 Itaguaru Maçã
18.400 Pirenópolis Prata, Pacovan e Nanicão
16.940 Anápolis Nanica
13.600 Uruana Maçã
rigação ser economicamente mais van-tajosa para o produtor.
A comitiva foi formada por re-presentantes do Mapa, da Agên-cia Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Secretária de Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás (Seagro) e da Em-presa de Assistência Técnica e Exten-são Rural de Goiás (Emater), além da presidente do Sindicato Rural de Ita-guaru, Valéria de Oliveira Veloso que representou os produtores da região.
De acordo com os pesquisadores da Emater, Wagner Alves, Lino Sá e Wilma Bacelar, o grande entrave está no fato de não haver nenhuma pesqui-sa que comprove como a banana-maçã sobrevive sem a irrigação. Ainda não se sabe, cientificamente falando, se ela é realmente mais resistente ou se exis-te outro fator que justifique o cultivo, sem irrigação, da variedade há mais de
dez na região, mesmo com um déficit hídrico médio de cinco meses.
Muda sem registroNa reunião também foi debatida
a questão da origem das mudas que são plantadas na região do Vale do São Patrício. Elas não possuem Re-gistro Nacional de Cultivar (RNC), um dos pré-requisitos para que a va-riedade possa ser plantada e circular pelo Estado. O registro também é indispensável para que a lavoura seja certificada visando a exportação do produto para fora de Goiás.
A muda é a menina dos olhos dos produtores e chegou até a região pelas mãos de viajantes mineiros, ficando conhecida como banana-capixaba, mas ninguém sabe ao certo quem descobriu a variedade. Senso assim, a Agrodefesa fica sem meios de fiscali-zar de onde a muda sai e para onde ela está indo. Diante do problema, ficou
Diferença crédito investimento e crédito custeio
Fonte: Seagro
Crédito investimento
Crédito custeio
Investimento é tudo aquilo que geralmente não é
consumível e perdura para os próximos ciclos.
O custeio é o financiamento de tudo aquilo que não é
durável ou que se consome durante a atividade.
O pesquisador da Embrapa, Maurício Coelho, é da Bahia e quer entender o cultivo da banana-maçã em Goiás
Banana-maçã de sequeiro é a base econômica da cidade de Itaguaru, interior do Estado
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16 | CAMPO Março / 2014 www.sistemafaeg.com.br
decidido que Embrapa e a Emater irão trabalhar juntas na caracterização do cultivar da região. Além disso, os dois órgãos irão produzir novas mudas de laboratório.
A ideia é que os dois órgãos cons-
truam um projeto de instalação de uma unidade demonstrativa e de uma es-tação experimental, mudando assim o sistema produtivo atual e favorecendo a liberação do crédito custeio. A unidade demonstrativa será instalada em uma
das fazendas da região, onde pesqui-sadores poderão cultivar a banana--maçã e outras variedades utilizando as técnicas sequeiro e irrigando, além de fazer uso de várias tecnologias e ti-pos de manejo.
Como se não bastasse o problema com o zoneamento e com a falta de registro da muda, os produtores ain-da enfrentam outro problema: a ca-rência de conhecimento e de assistên-cia técnica para, por exemplo, indicar um modo correto de efetuar o manejo da irrigação e do combate das pragas.
Para o pesquisador e represen-tante da Embrapa – Cruz das Almas/BA, Maurício Coelho, é muito impor-tante realizar um trabalho voltado para o estudo da muda. “Temos que estudar a resistência do cultivar e en-tender a bananicultura já consolida-da na região, o que inclui a maneira como o produtor leva o bananal”, diz ele, alertando para a importância do manejo adequado.
Os produtores alegam que, mes-mo sem orientação técnica tomaram algumas providências para auxiliar no desenvolvimento da fruta. Entre as medidas estão: curvas de nível,
correção do solo com a adição de fósforo, sulfato e cálcio e manuten-ção de pseudocaules das plantas já colhidas, criando uma espécie de ar-mazenador de água.
Muitos deles fazem o uso incorreto de defensivos agrícolas pela falta de orientação e podem colocar em risco o título goiano de área livre de Sigatoka--negra, uma praga bastante severa que destrói o bananal. Também preocupam as pragas como Nematóide, Sigatoka-
-amarela, Cordana, mal-do-Panamá e Broca do Rizoma. Há quem alegue que esta última, também conhecida como “moleque-da-bananeira”, é uma das mais sérias pragas da variedade na região. Ela perfura a banana faci-litando a entrada do mal-do-Panamá, além de construir galerias no caule da planta, danificar o sistema radicular, limitar seu desenvolvimento e dimi-nuir sua produtividade, resultando no tombamento da bananeira.
Falta de conhecimento contribui para aparecimento e multiplicação de pragas
O pesquisador da Emater, Wagner Alves, defende estudo mais aprofundado da muda da banana-maçã
A Broca do Rizoma também é conhecida como “moleque-da-bananeira”
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Março / 2014 CAMPO | 17www.senargo.org.br
PREjUíZO EM GRANDE ESCALA
Produtores rurais reclamam do impacto na venda da cana
Demissões em massa assustam funcionários de usinas canavieiras em Goiás
Michelle rabelo | [email protected]
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Luciano Jacob arrenda terras para o plantio de cana e conta que as demissões assustam produtores
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Distribuição de Áreas Cana-de-açúcar Goiás - 2014 Área Plantada (ha)
Área Total de Cana Goiás (ha) 968.090
Área Total das Usinas (ha) 848.090
Área Total Fornecedores (ha) 120.000
Área Total Própria Usinas (ha) 288.351
Área de Arrendantes (ha) 559.739
Participação de Fornecedores (%) 12,4%
Participação Área Própria Usinas (%) 29,8%
Participação de Arrendantes (%) 57,8%
Font
e: A
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b / F
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A promessa de altos rendimentos que animava os produtores de cana--de-açúcar parece estar em queda livre. Quase no início da safra as usinas estão endividadas e sem pers-pectivas de expansão. O resultado? Muitas delas estão fechando as por-tas. Do outro lado, empregados so-frem com as demissões e produtores, arrendantes ou fornecedores, já sen-tem o impacto da crise, assistindo a produção, juntamente com o traba-lho, escorrer pelo ralo, ou esperando sem esperança o pagamento do alu-guel da terra.
Em âmbito nacional pelo menos 40 grupos estão em processo de recuperação judicial, 44 usinas fe-charam as portas nas últimas cinco safras e pelo menos 12 podem não processar na safra 14/15. O cenário goiano não é diferente: duas usinas foram desativadas (Canadá em Acre-úna e Vale Verde em Itapuranga) e outras usinas estão em processo de paralização (Usina Goianésia em São Simão e Serra do Caiapó em Monti-vidiu). Seguem com problemas de inadimplência as usinas Anicuns, Ita-paci CentroAlcool de Inhumas, Santa Helena e São Paulo Energia e Etanol Ltda.
Goiás tem um parque industrial com 40 usinas, e a expectativa é de
que 35 devem aquecer os motores e moer cana-de-açúcar nesta próxima safra. As outras são personagens principais da crise que assusta. De um lado o momento é complicado devido a problemas climáticos rela-cionados a carência de chuva - o vo-lume foi 27% menor em dezembro de 2012 e 50% menor em janeiro de 2014 em boa parte da região Centro-Sul -, a ausência de políticas públicas para o setor por parte do Governo Federal, a falta de competitividade e a proble-mas relacionados a gestão do negó-cio. De outro o há sinais positivistas com o aumento da demanda mundial por combustíveis limpos, o aumento da frota flex no país e o aumento ex-pressivo dos preços dos combustíveis fósseis como a gasolina e o diesel.
Na contramão da conjuntura, uma nova usina deve entrar em operação. Com capacidade prevista de 3,6 mi-lhões toneladas de cana-de-açúcar, a Usina Rio Claro de Goiás está insta-lada no município de Montes Claros de Goiás.
Mesmo com previsões baixistas na safra 14/15 para a região Centro--Sul, Goiás deve manter a produção da safra anterior ou mesmo ter um leve incremento no total de cana mo-ída caso as condições de clima cola-borem no período de safra.
São SimãoComo um efeito cascata, cerca de
800 trabalhadores – de um total apro-ximado de 1.300 - ficaram desempre-gados da noite para o dia no município de São Simão, região sul de Goiás. To-dos foram demitidos da usina perten-cente ao grupo Andrade, que até agora não pagou os aluguéis das terras arren-dadas e a cana-de-açúcar adquirida. No município também está instalada a usina Goianésia que demitiu cerca de 500 funcionários mas já firmou acor-dos trabalhistas com todos e se com-prometeu a pagar os produtores.
A onda de demissões em mas-sa também atingiu os municípios de Montevideo, Caçu, Paranaiguara, Santa Helena, Paraúna e Anicuns, im-pactando trabalhadores, produtores e a economia goiana como um todo. Sem os trabalhadores as usinas fun-cionam em um ritmo mais lento, não recebem a quantidade de cana-de-
-açúcar especificada nos contratos e os produtores não conseguem cum-prir com seus compromissos. Além disso, há uma queda no repasse dos tributos estaduais. É a consumação do prenuncio de uma crise no setor que vive um de seus piores momentos com quebradeira de usinas e retração dos investidores.
Acordos descumpridosEntre produtores e usinas podem
ser firmados dois tipos de contratos: os de arrendamento e os de forneci-mento. No primeiro, o produtor aluga a terra e a usina fica responsável por todo o processo, que envolve plantio, colheita e moagem. Já no segundo, é o produtor quem planta e colhe a cana, entregando para usina que só faz a mo-agem da variedade.
Segundo Luciano Jacob, vice-pre-sidente do Sindicato Rural de Para-naiguara - cujo São Simão é extensão
de base - 90% dos contratos em São Simão são de arrendamento e outros 10% de fornecimento. Para ele, a situa-ção do produtor é delicada e terá con-sequências maiores, como o aumento da inadimplência junto às instituições de financiamento rural. “O produtor já tinha feito compromissos e agora não estão conseguindo cumprir com eles. Existem produtores que não possuem outra fonte de renda”.
São eles, os produtores, o alvo principal da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que tem acompanhado de perto todo proces-so, buscando soluções pacíficas para os problemas através da Comissão de Cana-de-açúcar e Bioenergia.
A Faeg se colocou à disposição para analisar casa a caso. O entendimento é de que alguns firmaram contratos com as usinas, enquanto outros não pos-suem documentação que comprove a relação comercial.
Usina do grupo Andrade, de portas fechadas
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Efeito do zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas
Parâmetros de saúde da glândula mamária
Fontes de zinco, cobre e selênio P**
Orgânico InorgânicoNovos casos de infecção - Mastite subclínica 1 8 0,01
Vacas com mais de 200.000 células/ml 1 3 0,01
Casos clínicos 2 4 -
CCS* média (x1000)/ml 55,58 237,7 0,056
CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado.
Fonte: Cortinhas (2009).
Qualidade do leiteO uso de minerais orgânicos é uma ferramenta para controle da contagem de cé-lulas somáticas. A literatura cientí� ca relata efeito de minerais como o selênio na redução da contagem de células somáticas. Nesse sentido, foi realizado na USP – Pirassununga um trabalho para demonstrar os benefícios dos minerais orgânicos.
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E o resultado é o maior lucro para a sua produção.
EMPREENDER É A SAíDA
José Mário Schreiner lança livro “empreender é a Saída”, onde incentiva produtores a buscarem o progresso
Determinação é o que faz o sonho real
De menino que saiu de casa aos seis anos de idade a vice-presidente de finanças
da Confederação da Agricultura e Pe-cuária do Brasil e presidente da Federa-ção da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Da vida simples na zona rural da cidade de Porto União, em Santa Catarina, a negociações internacionais em defesa dos produtores rurais bra-sileiros e goianos. Nesse meio tempo e no correr de todos esses espaços, José Mário Schreiner construiu sua história, que em 2014, reuniu em formato de li-vro. Uma história que, como relata, foi forjada em determinação e força de vontade aliado a um princípio funda-
mental: dedicação ao empreender. Na obra “Empreender é a saída: in-
clusive para quem não tem nem o di-nheiro da entrada”, José Mário relata 50 histórias, que puderam ser lidas em primeira mão pelo público da cidade de Mineiros. O autor elegeu a cidade para o lançamento do livro por uma razão particular: “Escolhi Mineiros por um
motivo simples: gratidão. Nessa cidade encontrei as minhas primeiras oportu-nidades profissionais que, somados à hospitalidade desse povo, me deram a oportunidade de progredir”, justifica.
Para o lançamento, cerca de 300 pessoas, entre estudantes, autoridades locais, comunidade e amigos de José Mário, se reuniram no Centro Univer-sitário de Mineiros (Unifimes) para ouvir parte das histórias que misturam relatos do menino que nasceu na roça, do empresário – e também dos progra-mas e serviços oferecidos pela Faeg e pela Administração Regional de Goiás do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entidade da qual é pre-
Gilmara roberto | [email protected]
“José Mário é um grande líder rural com
trabalho prestado à toda sociedade”
ricardo Yano, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA)
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sidente do Conselho Administrativo. Entre os assuntos tratados estiveram a importância da capacitação, do enfren-tamento às dificuldades e da neces-sidade de somar vocação a esforços, para obter resultados positivos.
O livro“Empreender é a saída” é destinado
a pessoas de qualquer idade, relaciona-das ou não às atividades da agropecuá-ria. “Por falar do tema empreendedoris-mo, os exemplos se aplicam a qualquer pessoa que tenha o desejo de ir além e chegar ao topo”, indica José Mário.
Carolina César de Azevedo, estu-dante do terceiro período de Direito do Unifimes, considerou que, mesmo
sem ter vivido na zona rural ou ter escolhido alguma profissão das áreas agrícolas, relatos como os do livro de José Mário complementam sua forma-ção. “É um assunto que não é abordado no meu curso, mas que levamos para a vida, porque empreendedorismo é algo que podemos aplicar na carreira que quisermos”, considera.
O livro oferece ao leitor ainda co-nhecimento sobre os diversos progra-mas e cursos desenvolvidos em parce-ria entre Faeg, Senar Goiás, Sindicato Rural e outras entidades, tais como o Pronatec, o Balde Cheio e o Proar-te. Nos 50 capítulos, de duas páginas cada, José Mário apresenta o desafio que recebeu, o que ele fez para enfren-tar e os resultados que alcançou.
Kombi branca“Sei que a minha história se con-
funde com a de muitas outras pesso-
as. Minha esperança é que as pessoas possam tirar dessas páginas algo posi-tivo para as suas vidas”, declara José Mário. O presidente contou que na épo-ca em que nasceu, na roça, as pessoas tinham três oportunidades: se aprimo-rar na lida da terra, ser seminarista ou procurar um rumo na cidade. Aos seis anos, ele optou pela terceira alterna-tiva e se mudou para a cidade, onde conseguiu seu primeiro emprego como lavador de pratos. Depois, foi semina-rista – embora só por uma semana –, e aos 13 anos, começou a empreender. Morando de volta na fazenda, pedalava 10 quilômetros para chegar ao colégio. Seu pai, Erich Ludwig, o arranjou uma Kombi branca para se locomover. “Ela tinha placa PW 1539. Nela, comecei a transportar alunos e iniciei minha car-reira como empreendedor”.
Para o presidente, o relato de suas experiências quer mostrar, principal-mente aos jovens, que promover a transformação e construir um estado mais justo é possível. “Com humilda-de, quero dizer para essa juventude que às vezes pensa ‘não tem jeito’, que tem jeito sim”, afiança.
O livro “Empreender é a saída” deve ser lançado ainda em diversos municípios de Goiás, reunindo produ-tores rurais, jovens e comunidade.
“José Mário sempre defendeu a causa da agropecuária
com entusiasmo e competência. É um
conhecedor profundo das questões do agronegócio
e um dos grandes lutadores em pro da
categoria”Antônio Chavaglia, presidente da Comigo
“José Mário Schreiner é dos líderes mais
influentes, competentes e respeitados do
agronegócio do goiano e brasileiro. Sua
determinação para o trabalho fez dele não
apenas um empresário muito bem sucedido
em sua área, mas uma referência para o setor em que ele atua. Goiás
é grato e orgulhoso por tê-lo à frente da
Faeg e na alta direção da CnA, participando
diretamente das decisões do
agronegócio, que tem alavancado o PiB de nosso estado e do
Brasil” Marconi Perillo, governador do
Estado de Goiás
José Mário autografa livro durante lançamento em Mineiros
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“Nasci na roça, perto do distrito de Santa Cruz do Timbó, município de Porto União, em Santa Catarina, divi-sa com o Paraná. Éramos sete filhos (dois homens, cinco mulheres). Nossos pais, Erich Ludwig e Maria Angélica, tiravam a sobrevivência num sítio que dividiam com nossos tios e avós. De seus rostos marcados pelo sol se espa-lhou a fé no trabalho que professo aos quatro cantos. Entoo louvores a essa herança, o patrimônio do trabalho que garante o sustento, numa atividade que sustenta o mundo.
Estudava numa escola rural a 2km e meio lá de casa. Eram 5 km andan-do, todos os dias, no meio do mato. Quando não tinha poeira, tinha lama. Por mais que se reclame, a Educação melhorou muito. A infantil se univer-salizou. Criança começa aos 4 anos – na minha época era aos 7. Não tem creche para todos, mas tem para mui-tos – no meu tempo o bebê era olhado pelo irmão imediatamente mais velho (um “coroa” de uns 4 anos). O que es-tressa não é o trânsito, não é a distân-cia, não é o estacionamento – o que cansa é a preguiça.
Abandonou a escola, volte. Tran-cou o curso, se rematricule-se. Supere os impasses e não perca tempo. Quem desiste, o mercado exclui. Os proble-mas durante os anos de estudo são um treino para o profissional. Superá--los faz parte do aprendizado. A busca pelo conhecimento contínuo é funda-mental para o desenvolvimento pesso-al e profissional. Ensino técnico é um grande passo; faculdade, melhor ain-da. Fez a graduação, vá além” – Trecho do livro Empreender é a saída.
Uma das 50 lições...
“Considero brilhante a escolha do tema
empreendedorismo por parte de José Mário
Schreiner para o seu livro. O autor reúne experiência e competência para falar
sobre o assunto, sem dúvida, de fundamental
importância para o desenvolvimento do
nosso estado e do nosso País. Somente a partir da iniciativa empreendedora conseguiremos traçar um caminho sólido para um futuro próspero e justo para o povo brasileiro”
José evaristo dos Santos, presidente da Fecomércio-GO
“Schreiner é um grande líder e legítimo defensor
dos produtores goianos. reconheço e valorizo seu excelente
trabalho à frente da Faeg, assim como sua trajetória em prol do desenvolvimento da
agropecuária nacional”
haroldo Max de Sousa, presidente do Sistema OCB/SESCOOP-GO
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Presidente discursa durante evento
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Filho de produtores rurais, José Mário seguiu passos da família
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representantes consideram medida perigosa
Michelle rabelo | [email protected]
Fim da vacinação contra febre aftosa no Estado é tema de reunião na Faeg
Diante da proposta de acabar com a vacina contra febre aftosa em terras goianas, re-
presentantes da Federação da Agricul-tura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do se-tor se reuniram para discutir os pontos negativos e positivos que podem atin-gir os criadores de gado de corte, leite e suínos, caso a medida seja aprovada.
A sugestão é da Secretaria de Agri-cultura, Pecuária e Irrigação (Seagro) e tem o apoio da Agência Goiana de De-fesa Agropecuária (Agrodefesa), mas
os representantes consideram como precipitado e perigoso o fato de elimi-nar a vacinação. A ideia do grupo que se reuniu é sugerir ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) um estudo para criar um novo calendário de vacinação: uma vez ao ano, em todos os animais.
Atualmente, Goiás é zona livre da aftosa com vacinação e a ideia é mudar esse status para sem vacinação, o que, segundo o Governo Estadual, poderia alavancar o preço da arroba do animal
e diminuir o custo de produção. Porém, segundo os representantes do setor, os prejuízos, com o fim da vacinação são maiores. Os animais provenientes de regiões com status inferior ao goiano ficariam impedidos de entrar em Goiás (a liberação é apenas para embriões e sê-mem), o couro só circularia no Estado se estivesse processado e o rifle sanitário sem indenização se tornaria realidade.
No dia 14 de abril um novo encon-tro acontece na Seagro para a votação da medida.
• O que é a febre aftosa?É uma doença altamente contagio-
sa e se espalha rapidamente. Os ani-mais têm febre, aftas na boca, nas tetas e entre as unhas, se isolam dos outros, babam, mancam, arrepiam o pelo e pa-ram de comer e beber.
• Quais os animais que podem ser afe-tados pela febre aftosa?
Bovinos, búfalos, caprinos, ovinos, suínos e animais silvestres que pos-suem casco fendido (duas unhas).
• Como a febre aftosa é transmitida?O vírus está presente na saliva, no
líquido das aftas, no leite e nas fezes dos animais doentes. Qualquer objeto ou pessoa que tenha contato com essas fontes de infecção se torna um meio de transmissão para outros rebanhos. A transmissão para humanos é raríssima.
PECUÁRIA DE CORTE
Para o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, Goiás ainda não tem estrutura para acabar com a vacina
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Instituições �nanceiras Emissora O�cial
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anuncio_globo_rural.pdf 1 24/01/14 08:59
DEFENSIVOS AGRíCOLAS
Goiás é o 4º mais atuante em logística reversa de embalagens, que reduz riscos de contaminação do Meio Ambiente
Destino certo e sustentável
Gilmara roberto | [email protected]
Se a nuvem de gafanhotos este-ve entre as dez pragas do Egi-to responsáveis por liberar o
povo judeu do domínio do faraó, foram os ataques do mesmo inseto que impul-sionaram um outro tipo de milagre à agricultura do Brasil: o desenvolvimen-to das tecnologias de defensivos agrí-colas. Na década de 1940, o gafanhoto migratório devastou lavouras do Rio Grande do Sul. E o ataque estimulou o
avanço das pesquisas que desenvolve-ram produtos que hoje são responsáveis pelo controle de pragas e aumentos da produtividade das terras brasileiras.
Se numa mão esses produtos ofe-recem aos agricultores a oportunidade de aumentar a produtividade e preve-nir as ameaças à produção, na outra mão, oferece riscos à saúde humana e ao Meio Ambiente, quando utilizados de forma indevida. Riscos que os pro-
dutores goianos tem minimizado com a devolução massiva de embalagens de agrotóxicos, que já rendem ao Estado a posição de 4º colocado no ranking de devolução de embalagens. Em todo o país, os números são ainda mais po-sitivos: o Brasil está em 1º lugar entre os que mais recolhe embalagens utili-zadas, à frente de países como Estados Unidos (33%), Japão (50%) e França (77%). (Confira o gráfico)
Brasil é país que mais devolve embalagens no mundo e Goiás o 4º colocado no país
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De acordo com o Instituto Nacio-nal de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), em 2013, produtores de Goiás devolveram 4,5 mil toneladas de embalagens de defensivos vazias para reciclagem ou inutilização. Nos pri-meiros meses de 2014, produtores de Goiás já devolveram material suficiente para colocar o Estado com a segunda maior carga de embalagens entregues. Nos anos de 2012 a 2013, houve um crescimento de 12,3% no total de de-voluções somente no estado, enquanto a média nacional de crescimento foi de 8,1%. Ao lado de Mato Grosso, Para-ná, São Paulo e Rio Grande do Sul, os estados realizam, juntos, a devolução de cerca de 70% de todos as embala-gens vazias utilizadas o país.
Jordana Sara, assessora técnica da Administração Regional Goiás do Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) para a área de Meio Am-biente, considera que os altos índices são decorrentes da participação de indústria e revendedores de produtos do Estado. “Desde a Lei Federal 9.974 e do decreto 3.550, ambos do ano 2000, empresas privadas e indústrias tem se envolvido de forma intensiva no processo de devo-lução de embalagens”, informou.
LegislaçãoA Lei Federal 9.974 determinou que
a devolução de embalagens de defensi-vos é de responsabilidade não apenas do produtor, consumidor final dos de-
fensivos, mas de toda a cadeia produ-tiva. A legislação estabeleceu, assim, a chamada logística reversa. Nesse sis-tema, é responsabilidade do produtor limpar e devolver as embalagens ao lo-cal de compra. O logista é responsável por devolver os materiais à indústria que, por sua vez, promoverá a recicla-gem ou inutilização das embalagens.
Além da devolução massiva de material, outros fatores têm contribu-ído para a redução da intoxicação por defensivos. De acordo com dados da Associação Nacional da Defesa Vegetal (Andef), a inovação da indústria tem permitido significativa redução das doses no uso de produtos. Nas últi-mas décadas, o volume de inseticidas aplicados foi reduzido em 93,6%. Fun-gicidas e herbicidas reduziram 87% e 88,4%, respectivamente. O uso ade-quado de equipamentos mais seguros na aplicação e manejo dos produtos, bem como a aplicação de técnicas de Plantio Direto e Agricultura de Preci-são, também são considerados deter-minantes para o uso racional de defen-sivos.
Campo Limpo
No Brasil, a logística reversa é re-alizada por meio do Sistema Campo Limpo, gerenciado pelo inpEV. Base-ado no conceito de responsabilidade compartilhada, a entidade gere os pos-tos de recebimento de embalagens, que reencaminham os produtos para a in-
dústria. Desde que o sistema entrou em vigor, em 2002, o volume de material recolhido em todo o Brasil já ultrapas-sou 200 mil toneladas, o que corres-ponde, anualmente, ao recolhimento de 94% do que é utilizado no campo.
DevoluçãoAntes de devolver as embalagens
ao comerciante, é necessário que o produtor limpe, inutilize e armazene as embalagens de defensivos de for-ma específica. As embalagens flexí-veis, tais como sacos plásticos devem ser esvaziadas imediatamente após o uso e armazenadas em embalagens es-pecíficas. Embalagens rígidas devem ser submetidas à tríplice lavagem ou lavagem sob pressão, perfuradas e ar-mazenadas em ambientes adequados. Já as caixas de papelão ou sacos que não mantenham contato direto com os produtos, chamadas de embala-gens secundárias, podem armazenar embalagens rígidas para a devolução. Saiba mais sobre o tratamento de em-balagens no site do inpEV: http://www.inpev.org.br/logistica-reversa/manejo--das-embalagens-vazias-no-campo.
inpEV - Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
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Antes de serem devolvidas, embalagens precisam ser lavadas e armazenadas em recipientes específicos
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Município LocalGoianésia Associação dos Revendedores de Agrotóxicos de Goianésia - Rodovia GO 80, Km 46, Aterro Sani-
tário
Goiânia Associação Goiana dos Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários - Rod. GO 020, Km 8, saída para Bela Vista
Jataí Associação Jataiense dos Distribuidores de Defensivos Agrícolas - Rod. BR 060 Km 465, Pq. Indus-trial, 2Km a esquerda, sentido Jataí
Luziânia Associação das Empresas de Agronegócio - Rod. GO 010, Km 210, Entrada da Fazenda Onça + 400 metros
Mineiros Associação dos Revendedores de Mineiros - Rod. BR 364, Km 314
Morrinhos Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas de Goiás - Rod. GO 476, Km 13
Quirinópolis Associação de Revendas de Insumos e Agrotóxicos do Sudoeste Goiano - Rodovia GO 164 Km 4,5
Rio Verde Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde - Rod. BR 452, Km 11,5 (sentido Rio Verde Itumbiara) Aterro Sanitário
Acreúna Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde - Rod. Go 164, Km 04, Sentido
Anápolis Associação dos Revendedores de Insumos Agrícolas da Região de Anápolis - Rod. Anápolis, Joaná-polis, Km 8 à direita
Bom Jesus de Goiás Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas de Goiás - Fazenda Santa Barbara, Aterro sa-nitário
Catalão Associação Regional dos Revendedores de Produtos Agrícolas - Rod. GO 230, Km 12
Ceres Associação dos Revendedores de Insumos Agricolas da Região de Ceres - Av. 02, Qd. C, Lt. 16, Qd. C, S/Nº Setor Industrial
Chapadão do Céu Associação das Revendas de Defensivos Agrícolas dos Chapadões - Rua Ariranha esquina com a Rua Saturno s/nº, Aterro Sanitário
Cristalina Associação dos Revendedores de Insumos de Cristalina - Fazenda Nossa Senhora de Fátima, Rod. BR 050, Km108
Iporá Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde - Rod. GO 320, Km 3,5, s/nº, à direita Aterro Sanitário
Itaberai Associação dos Revendedores de Agrotóxicos de Itaberaí - Rod. GO 156 – Km 3, sentido Americano do Brasil
Itumbiara Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas de Goiás - BR 452, Km 6 Estrada Vicinal, Ponte Funda 800m (ao lado da entrada do Aterro Sanitário)
Piracanjuba Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas de Goiás - ROD. GO 147, KM 3,5, Sentido Piracanjuba a Morrinhos
Santa Helena de Goiás Associação dos distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde - Rod Go 210, Km 02, s/n, Aterro Sanitário
Vianópolis Associação dos Revendedores de Defensivos Agrícolas - Fazenda Santa Rita, Lote 01, Loteamento do Aterro Sanitário
Vicentinópolis Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas de Goiás - Rod. Go 320, Km. 05, Sentido Vi-centinópolis à Edéia.
locais de devolução de embalagens vazias
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CAPACITAÇÃO AGRINHO 2014
Jogos cooperativos, musicais e discussões sobre saúde física e psicológica marcaram preparação para concurso
Gilmara roberto | [email protected]
Parece só brincadeira, mas é trabalho sério
Professores participam de capacitação na sede da FaegFr
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“A escola sozinha não muda as condições de injustiças sociais. Resta perguntar:
Está fazendo tudo que pode?”, provo-cou Paulo Freire, pedagogo e filósofo brasileiro. O professor, que inspira e orienta educadores do mundo todo, chama a atenção para a responsabili-dade das unidades de ensino em fazer o mundo melhor a partir da educação. E se para um mundo sem injustiças as escolas são fundamentais, para escolas transformadoras, o professor é elemen-tar. A condição desse professor, sua saúde e seu bem-estar social estiveram entre os principais assuntos das Capa-citação do Programa Agrinho 2014, que
este ano tem como tema “Saber e atuar para melhorar o mundo – Esporte, La-zer, Cidadania e Meio Ambiente”.
Cerca de 390 professores de todo o Estado compareceram às aulas da capacitação, que tiveram início em 18 de fevereiro. Em meio a palestras, brincadeiras, dinâmicas e por meio da música e do movimento, educadores discutiram como sua própria saúde e seu bem-estar físico e psicológico in-terferem na construção de um sistema educacional de qualidade.
De acordo com Omar Hennemann, consultor do Senar Central, que mi-nistrou palestra aos professores, du-rante a capacitação, é preciso que
eles esqueçam os ideais de perfeição para conseguir oferecer o melhor de si e extrair o melhor de seus alunos. “Ninguém é perfeito e para chegarmos mais perto da felicidade, precisamos nos aceitar como somos. Pessoas in-ternamente bem resolvidas estão pre-paradas para a felicidade”, indicou.
“A temática do Agrinho deste ano é fundamental para despertar os pro-fessores sobre a importância de cui-dar do próprio corpo, porque é através dele que vivemos”, lembra o professor de Educação Física, Orley Olavo Fi-lemon, um dos formadores da capa-citação. De acordo com o educador, entre muitos professores permanece a
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mentalidade do ‘faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço’ e a capa-citação é importante para despertar a consciência.
Magna Carvalho Silva Macedo, pro-fessora da Escola Municipal Jovino Se-abra, de Minaçu, justificou: “Pensamos muito no trabalho e nos esquecemos do lazer e de fazer uma atividade física. Já até estou pensando em retomar as minhas caminhadas”, comentou.
Para o presidente do Conselho Ad-ministrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, a saúde do professor está in-timamente relacionada à qualidade de ensino e à equiparação das oportunida-des para todos as crianças e jovens do Estado. “Trouxemos essa discussão da saúde porque temos a convicção de que se não zelarmos pelos professores, que são quem cuida da educação, nunca alcançaremos os resultados que espe-ramos. Quero visitar Goiás de ponta a ponta e ver que em todos os municípios os jovens tem oportunidades iguais e isso depende de educação”, defende.
Oficinas e minicursosEntre as oficinas da Capacitação
Agrinho 2014 que mais chamaram a atenção dos professores esteve a de Brinquedos Cantados. Nessa ativida-de, o formador Alex Rocha Sales falou sobre a responsabilidade dos profes-sores em realizar brincadeiras com música e movimento para a perpetua-ção da cultura regional. “O Brasil tem uma cultura rica e autossuficiente, e é papel do professor não deixar isso morrer”, considerou.
O professor Marcos de Souza, de Planaltina de Goiás, já visualizou as melhorias que as atividades levarão para a sala de aula. “Com as brincadei-ras, os alunos vão interagir mais com o conteúdo. Vou levar tudo o que vi aqui para minha cidade”, projetou.
Os professores participaram ainda das oficinas Aprender a Escrever Es-crevendo, Jogos e Brincadeiras como Prática Pedagógica, Aprendizagem por Projetos e Educar pela Pesquisa.
Há sete anos, o Senar Goiás realiza o Programa Agrinho envolvendo crianças da educação infantil e do ensino fundamental da Rede Pública em atividades pedagógicas relacionadas a temas como cidadania, meio ambien-te e responsabilidade social. Por meio de um projeto de promoção social, o Agrinho premia trabalhos de alunos e professores referentes aos diferentes temas, que são definidos a cada ano.
Programa Agrinho
“Pessoas internamente bem resolvidas estão preparadas para a felicidade”, destacou Omar Hennemann
José Mário Schreiner lembrou a importância do trabalho do professor na construção de um mundo igualitário
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• Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200. • Receita elaborada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar, Cristiano Ferreira da Silveira.
INGReDIeNTeS:1 frango grande1 kg de linguiça de frango1 kg de farinha de mandioca1 copo de castanha de baru torrada e quebrada1 copo de uva passa preta1 copo de pequi em lascas2 cebolas grandes picadas20 dentes de alho picados5 pimentas de cheiro picadas5 pimentas bode picadas5 laranjas3 colheres de sopa de manteiga de leiteSal a gosto
MODO De PRePARO:
1º PASSO: Amasse 10 dentes de alho com um pouco de sal e misture ao suco das laranjas. Com uma faca fina, dê pequenos furos dentro do frango, (cuidado para não furar a pele). Fei-to isso, passe o tempero por dentro do frango e deixe 10 minutos para pegar o sabor.
2º PASSO: Tire a linguiça da tripa e frite no seu próprio óleo. Em outra panela refogue bem o alho restante, as cebolas, as pimentas e as lascas de pequi cortadas. Entre com a carne da linguiça e misture bem. Desligue o fogo e misture a castanha de baru e a uva passa.
3º PASSO: Recheie o frango com a farofa e cos-ture o fundo para não vazar na hora de as-sar. Deixe um pouco da farofa para enfeitar o prato.
5º PASSO: Asse em forno pré-aquecido a 180ºC até dourar. Mais ou menos 2 horas.
DICA: Pegue 5 cebolas ou batatas e corte em rodelas grossas e coloque no fundo da assa-deira para o frango não grudar a pele. Assim, poderá tirá-lo sem estragar.
Frango Recheado Com Farofa Caipira
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DELíCIAS DO CAMPO
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CASOS DE SUCESSO
reeducandos já fizeram dois cursos e dizem que a qualificação não pode parar por aí
Michelle rabelo | [email protected]
Capacitação do Senar Goiás atravessa celas e chega até o presídio
Quem compra cestas, bolsas e selas na cidade de Pira-nhas, interior do Estado,
nem imagina que o material saiu das mãos de homens que passam os dias em uma cela. Escolhidos por bom com-portamento, alguns detentos da Uni-dade Prisional de Piranhas (UPP) se revezam na produção das peças depois que o grupo realizou cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar) Goiás. No total, en-tre os 43 detentos que vivem no local, seis reeducandos fizeram o curso, tipo Formação Profissional Rural (FPR), de selaria – feitas em couro curtido - e ou-
tros seis, passaram pela capacitação, tipo Promoção Social (PS), na área de artesanato aprendendo a fabricar bol-sas e cestas com palhas de milho.
Observados de perto por agentes penitenciários – como determina a Lei de Execução Penal (LEP)-, as mãos se movimentam com uma habilidade nun-ca imaginada. Os cursos são do Senar Goiás e, no município, contaram com a parceria do Sindicato Rural (SR) de Pi-ranhas, além do empenho do diretor da Unidade Prisional de Piranhas (UPP), Waldivino Ribeiro. Mas entre as duas partes houve a participação incansável da professora e membro da Pastoral
Carcerária, Deuseli Batista. Foi dela a ideia de unir detentos e qualificação, em busca da tão sonhada ressocialização.
Desde 2010 ela trabalha com os de-tentos do presídio de Piranhas buscan-do melhorar a qualidade da educação e resgatar a dignidade da população car-cerária. Deuseli conta que vem buscan-do parcerias e que já conseguiu junto ao SR outros cursos para a população de Piranhas. No caso da UPP, ela, jun-tamente com o presidente do SR, Der-mison Ferreira, procurou o diretor da UPP falando sobre os cursos e Waldi-vino solicitou que as aulas fossem mi-nistradas fora do presídio para que os
A professora e membro da Pastoral Carcerária, Deuseli Batista, com os alunos que receberam certificados do Senar Goiás
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detentos pudessem se relacionar com a comunidade.
O grupo de presos era levado até o Espaço Tatersal da cidade de Pira-nhas, onde trabalhavam com mate-riais de todos os tipos e com pessoas da comunidade que, em um primeiro momento, se mantinham longe dos reeducandos. Com o tempo o espaço entre eles diminuiu e os participantes dos cursos passaram a ser, realmente, um grupo.
Dia a diaO curso de Selaria teve carga ho-
rária de 40 horas. Já o curso de Arte-sanato teve 32 horas de duração e os participantes fizeram a elaboração dos moldes, a confecção de peças variadas como bolsas e cestas, além dos acaba-
mentos das mesmas. Para isso, o grupo utilizou lixa para ferro, prego e martelo. Marcos Mendes conta que nunca havia treinado sua habilidade com artesanato antes de ter que entrelaçar palhas de milho. “O melhor é o final. Ver tudo pronto e saber que foi você quem fez aquilo”, diz emocionado, emendando que tem interesse em fazer outros cur-sos para aprender a confeccionar capa de garrafa e chaveiro.
Santa de casa, que faz milagreMesmo não passando pelos cursos
do Senar Goiás, outros detentos tro-cam experiências entre si, o que resulta em diferentes tipos de confecções: são tapetes de barbante, tarrafas de pesca, peças feitas em madeira e palitos de picolé, entre outros.
Todos os materiais feitos por eles são entregues às famílias, que ficam responsáveis pela venda e embolsa a renda. Segundo o presidente do SR, Dermison Ferreira, a ideia é usar a capacitação como instrumento de transformação da realidade social dos presos e da situação econômica das famílias.
Mas o incentivo não para por aí: alguns detentos enxergam na capacita-ção um caminho para o futuro, quando deixarem para trás as celas do presídio. É o caso de Wilton Viana que quer con-tinuar a produzir selas e fazer disso o sustento de sua família. Assim como ele, Wilson, Vanderlan, Valteci, Clei-ber, e tantos outros, mesmo presos, sonham com um futuro mais digno para mães, filhos e esposas.
Wilton Viana que quer continuar a produzir selas
Marcos Mendes conta que tem interesse em fazer outros cursos
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Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br
Tida como uma das possíveis razões das viagens que cul-minaram na descoberta do
Novo Mundo, a pimenta já era utili-zada pelos nativos antes da chegada dos espanhóis e portugueses. Mais de 500 anos depois, o comércio de especiarias picantes foi dominado pe-las pimentas tanto em países de clima temperado quanto de tropical. Tailan-deses e coreanos-do-sul, por exem-plo, comem de 5 a 8 gramas por pes-soa/dia e são considerados os maiores consumidores do mundo.
No Brasil a procura também e acentuada e a área cultivada chega a dois mil há. Os principais estados
produtores são Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Ceará e Rio Grande do Sul com produtividade variando entre 10 e 30 toneladas por hectares, segundo dados da Embrapa Hortaliças. Parte da produção do país também é expor-tada como páprica, pasta, desidratada e conservas ornamentais.
Pensando nesta crescente deman-da, o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar Goiás) ministra, em todo o Estado, o treinamento em cultivo de pimenta. A duração é de 24 horas, com mínimo de oito inscritos. Entre os objetivos do curso estão: produção de mudas, produção de se-mentes, solos e adubação.
eM JAneirO, O SenAr GOiÁS PrOMOVeU
481 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 85 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
5.248 PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
46 197 9 12 17 162 1 37 38 1 1 7 38 0
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área
de
pecuária
Na área de
extrativismo
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
CURSOS E TREINAMENTOS
Delícia do novo Mundo
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Catherine Moraes | [email protected]
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eM JAneirO, O SenAr GOiÁS PrOMOVeU
481 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 85 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
5.248 PRODUTORES E
TRABALHADORES
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Artesanato Educação para
consumo
*Cursos promovidos entre os dias 26 de janeiro a 25 de fevereiro
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CAMPO ABERTO
A produção de tilápias em tanque rede é uma das formas intensivas de cria-ção praticadas atualmente no Estado
de Goiás, que está se popularizando devido ao fácil manejo e rápido retorno do investi-mento aliados à alta produtividade. Além dis-so, é uma alternativa excelente para o apro-veitamento racional de corpos d’água menos adequados para a prática de piscicultura con-vencional. Com isso, o número de proprietá-rios rurais interessados em produzir peixes em tanque rede tem aumentado no Estado.
A produção intensiva traz novos desafios. O produtor deverá se preocupar com as ques-tões de ordem sanitária que serão determi-nantes no sucesso produtivo e econômico dos empreendimentos, sendo as enfermidades de origem bacterianas, as de maior impacto eco-nômico. Destacam-se neste cenário as bac-térias Flavobacterium columnare, Aeromonas móveis e o Streptococcus agalactiae.
A Estreptococose é considerada por diver-sos pesquisadores como a de maior impacto econômico junto a tilapicultura mundial. Isso porque a doença acomete principalmente peixes adultos acima de 300 gramas de peso médio associada à queda de crescimento de animais subclínicos e positivos para a doen-ça. Como o investimento pelo produtor até a fase de engorda é altamente significativo, qualquer mortalidade ou queda de desempe-nho nesta fase reflete em altíssimos prejuízos econômicos, impactando diretamente a pro-
dutividade final e a conversão alimentar.No Brasil, a partir de 2000, foram reali-
zados diversos registros de ocorrência de in-fecção por Streptococcus em tilápias criadas em tanques rede. O deslocamento constante de animais tem contribuído para o apareci-mento de surtos de estreptococose em todos Estados brasileiros produtores de tilápia. Os principais fatores associados ao aparecimen-to agudo desta enfermidade são as altas tem-peraturas da água, observadas nas épocas mais quentes do ano, associadas à altas taxas de alimentação. Outros fatores também estão relacionados com a propagação da infecção, tais como a transmissão horizontal (de peixe para peixe), quando a bactéria é liberada do peixe morto ou moribundo para a água; o uso de peixes ou resíduos de processamento de peixes contaminados no preparo de rações; canibalismo durante o cultivo; e infecção por parasitos vetores e hospedeiro da bactéria, como o Gyrodactylus niloticus.
A vacinação de tilápias é a forma mais eficaz de prevenção das infecções por Strep-tococcus. Desse modo, os programas de va-cinação são responsáveis por minimizar os impactos diretos decorrentes das mortalida-des, reduzindo a pressão da enfermidade no ambiente aquático. Com o aumento dos em-preendimentos nos atuais e futuros parques aquícolas, a adoção do programa de vacina-ção irá contribuir para o sucesso e a sustenta-bilidade do setor.
Bruno Mazini é
zootecnista e consultor
técnico da empresa
Aquatropic Aquacultura
e Meio Ambiente.
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Bruno Mazini | [email protected]
Desafios sanitários na produção de tilápias em tanque rede
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O Bayer Contra Lagartas é uma iniciativa que irá suportar o manejo
sustentável de pragas da sua lavoura. O programa contempla uma série de medidas que vão
desde o monitoramento adequado até a recomendação das melhores
soluções ao produtor, para que a agricultura brasileira seja cada vez
mais competitiva.
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