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Atlas de Cuidados Paliativos na America Latina

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Atlas de Cuidados Paliativos

na America Latina

 

 

                     

ATLASDECUIDADOSPALIATIVOSNAAMERICALATINA

Primeira edição 2012    Copyright © 2012 IAHPC Press International Association for Hospice and Palliative Care 5535 Memorial Drive, Suite F‐PMB 509 Houston, TX 77007, USA   ISBN 978-0-9834597-2-9   Diagramação e edição: Gina Pastrana   Todos os Direitos Reservados   Nenhuma parte deste livro pode ser copiada, reproduzida ou transmitida com fins comerciais. A ALCP permite o uso de da informação apresentada nos textos com fins científicos e educativos. Deve ser citado da seguinte maneira:  Pastrana T, De Lima L, Wenk R, Eisenchlas J, Monti C, Rocafort J, Centeno C (2012). Atlas de Cuidados Paliativos de Latinoamérica ALCP. 1a edición. Houston: IAHPC Press. 

 

ii 

AUTORES

Tania Pastrana Investigadora Principal RWTH Aachen University, Alemanha  

Liliana De Lima Diretora do Projeto International Association for Hospice and Palliative Care (IAHPC)  

Roberto Wenk Fundação FEMEBA (PAMP‐FF), Argentina  International Association for Hospice and Palliative Care (IAHPC) 

 Jorge Eisenchlas Associação Latino ‐americana de Cuidados Paliativos (ALCP)  

Carolina Monti  Associação Latino‐americana de Cuidados Paliativos (ALCP)  

Javier Rocafort Sociedade Espanhola de Cuidados Paliativos (SECPAL)  

Carlos Centeno European Association of Palliative Care (EAPC)  Universidade de Navarra, Pamplona, Espanha  Em nome da Associação Latino‐americana de Cuidados Paliativos (ALCP). 

iii 

INSTITUIÇÕESPARTICIPANTES

O  Atlas  da  América  latina  é  liderado  pela  Associação  Latino‐americana  de  Cuidados Paliativos  (ALCP)  em  conjunto  com  a  International  Association  for Hospice  and  Palliative Care  (IAHPC). Este projeto conta com o apoio técnico e científico da European Association for  Palliative  Care  (EAPC),  da  Sociedade  Espanhola  de  Cuidados  Paliativos  (SECPAL)  e  da  Universidade de Navarra (Espanha).  

COLABORADORES

As  seguintes  pessoas  responderam  os  questionários  e  contribuíram  com  a  realização  do Atlas1: 

 

Argentina Mariela Bertolino Gustavo De Simone Graciela Jacob 

Costa Rica Carlos Acuña Marco Ferrandino Lisbeth Quesada 

Honduras Miriam Chávez  Wilfredo Cruz Tulio Velásquez 

Peru María Berenguel Elizabeth Díaz  Lilian Hidalgo 

Bolivia Elizabeth Justiniano Marco Antonio Narváez Martin Vargas  

Cuba Margarita Chacón Jorge Grau Abalo Ma. Cristina Reyes Teresa Romero

México Silvia Allende Beatriz Montes de Oca Yuriko Nakashima 

República Dominicana Gloria Castillo Diane Dykeman‐Sabado Rosa Paredes  

Brasil Roberto Bettega Ana Georgia Cavalcanti Maria Goretti Sales  

Guatemala Linda Bustamante Eva Duarte Silvia Rivas 

Nicarágua: Javier Bravo Henry Manuel Rivera Nubia Olivares  

Uruguai Eduardo García Edgardo González Sarah Levi Gabriela Piriz 

Chile Marisol Ahumada Marcela González Maritza Velasco 

Equador Ma. Cristina Cervantes Lucía Maldonado Ximena Pozo 

Panamá Rosa Buitrago  Gaspar Da Costa Mario Garibaldo Díaz 

Venezuela Patricia Bonilla Tulio González Ángela Montañez 

Colômbia Claudia Agámez Martha Ximena León John Jairo Vargas 

El Salvador Rolando Larin Gerardo Orellana Carlos Rivas 

Paraguai Elena de Mestral Roberto Reichert Leticia Viana 

 

 

                                                            1  Em ordem alfabética por países e por sobrenomes. 

 

iv 

RECONHECIMENTOS

Agradecemos também aos demais colaboradores que participaram no projeto: 

Gina Pastrana (Colômbia) 

Isabel Torres‐Vigil, DrPH (USA) 

Os participantes no estudo piloto:  

Paola Díaz (México) 

Eduardo García (Uruguay) 

Marcela González (Chile)  

Marta Ximena León (Colômbia) 

Luis Fernando Rodrigues (Brasil)  

Liliana Haydee Rodríguez (Argentina) 

 

Este projeto foi possível graças a uma doação da Open Society Foundations. 

Além disso, este projeto tem o apoio das seguintes organizações / instituições:  

FEMEBA (Argentina) 

Fundación de Lima Bohmer (Colômbia) 

RWTH Aachen University (Alemanha) 

Hospital Laguna (Espanha) 

CONTEÚDO

INTRODUÇÃO...............................................................................  1 

ANALISE REGIONAL.........................................................................   4 

ANALISE POR PAÍS 

Argentina...........................................................................................   13 

Bolívia................................................................................................   37 

Brasil..................................................................................................   51 

Chile...................................................................................................  70 

Colômbia.............................................................................................  88 

Costa Rica...........................................................................................   105 

Cuba...................................................................................................   124 

Equador..............................................................................................   142 

El Salvador..........................................................................................  159 

Guatemala..........................................................................................  175 

Honduras.............................................................................................  191 

México................................................................................................   207 

Nicarágua............................................................................................   231 

Panamá........................................................... ...................................   245 

Paraguai.............................................................................................   262 

Peru.....................................................................................................   277 

República Dominicana........................................................................   292 

Uruguai...............................................................................................   307 

Venezuela............................................................................................  325 

ANEXO.........................................................................................................  341 

 

| 1 

INTRODUÇÃO

Este Atlas apresenta uma visão global da situação dos Cuidados Paliativos1 na América Latina2. Este é o primeiro estudo sistematizado que tenta recolher informação em países latino‐americanos  e  dar  visibilidade  a  situação  atual  dos  Cuidados  Paliativos.  Neste estudo aplicamos a definição de Cuidados Paliativos da Organização Mundial da Saúde entendida como: 

“Um enfoque que busca melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias ao afrontar os problemas associados com uma enfermidade com potencial mortal, graças a prevenção e o alívio do sofrimento por meio da identificação antecipada, a avaliação e o tratamento impecável da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais” 3.  

O estudo da situação dos Cuidados Paliativos servirá de motor no desenvolvimento da especialidade  na  região,  além  de  fomentar  uma  rede  que  permitirá  o  intercâmbio  de experiências.  

 

OBJETIVOS

O objetivo principal do Atlas é avaliar o grau de desenvolvimento dos Cuidados Paliativos na América Latina.   Os objetivos secundários são: 

Conhecer  e  difundir  a  situação  atual  dos  Cuidados  Paliativos  na  região considerando as políticas sociais e sanitárias. 

Proporcionar  dados  específicos  para  ajudar  aos  responsáveis  políticos, planejadores  as  associações  profissionais  na  tomada  de  decisões  e estabelecimento de políticas relacionadas aos Cuidados Paliativos. 

Facilitar o aceso à informação e comunicação entre as instituições e associações dedicadas aos Cuidados Paliativos na região. 

Identificar  pessoas  “chave”  envolvidas  no  desenvolvimento  dos  Cuidados Paliativos em cada país. 

Promover o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos. 

 

                                                            1   Neste estudo o termo “Cuidados Paliativos” incluí Medicina Paliativa. 2   Com o termo “América Latina” nos referimos aos 19 países que possuem a língua oficial o espanhol ou português e que 

foram incluídos no estudo. 3  

World Health Organization (WHO). Programas nacionales de control del cáncer: Políticas y pautas para la gestión. 

Organización Mundial de la Salud/OMS, 2a ed., OMS: Ginebra; 2004. Tradução da OPS. 

Introdução 

 

| 2 

METODOLOGIA

O  Atlas  de  Cuidados  Paliativos  na  América  latina  é  um  estudo  descritivo  da  análise comparativa de dados e/ou estimações sobre o desenvolvimento de serviços e iniciativas de Cuidados Paliativos na América Latina4.  

O  desenvolvimento  e modelo  do  Atlas  de  Cuidados  Paliativos  na  América  Latina  foi baseado no Atlas de Cuidados Paliativos da Associação Europeia de Cuidados Paliativos (EAPC) 5. 

A informação foi obtida por meio de uma pesquisa semi‐estruturada aos profissionais de Cuidados  Paliativos  em  cada  país.  Este  instrumento  foi  elaborado  por  Tania  Pastrana, Carlos Centeno, Liliana De Lima e foi assessorado por Isabel Torres. 

O  instrumento  foi  testado  em  um  estudo  piloto  com  6  pessoas  e  de  acordo  com  os resultados foram feitas as mudanças necessárias. 

Os passos seguidos para este estudo foram os seguintes (ver figura 1): 

1. Identificação de informantes (screening): 

Foram  listadas  pessoas  vinculadas  aos  Cuidados  Paliativos  de  acordo  com  o  país respeitando os seguintes critérios:  

Pessoas  que  previamente  publicaram  estudos  sobre  a  situação  de  Cuidados Paliativos em seu respectivo país, e/ou. 

Que  tenham  sido  referidas como paliativistas pelo Comitê Diretivo da ALCP ou por membros do grupo de trabalho.   

2. Convite de Participação 

Foram selecionadas  três pessoas em cada país, sendo uma delas ele/ela presidente da associação  nacional,  quando  houve.  Estas  pessoas  foram  convidadas  por  correio eletrônico a participar e o questionário foi enviado em formato PDF y Word. 

3. Pesquisa 

No período de  4 meses  (janeiro  a  abril de  2012) obtivemos uma  taxa de  resposta de 103%  (59 participantes), dado que em dois países participaram 3 pessoas por  iniciativa própria. Quatro pessoas selecionadas abandonaram o projeto e  foram substituídos por outros especialistas de seu país seguindo os mesmos critérios ou por bola de neve. 

4. Consenso 

Os dados obtidos através da pesquisa  foram digitados e  introduzidos em um banco de dados  (Microsoft  Excel  Versão  14.0).  Foi  realizado  um  relatório  preliminar  por  país ressaltando inconsistências, informação pouco clara ou incompleta. 

                                                            4  Clark D, Centeno C. Palliative care in Europe: an emerging approach to comparative analysis. Clinical Medicine. 

2006;6(2):197‐201 5  Centeno C, Clark D, Lynch T, Rocafort J, Greenwood A, Flores L, De Lima L, Giordano A, Brasch S, Praill D. EAPC Atlas of 

Palliative Care in Europe. Houston: IAHPC Press; 2007. 

Introdução 

 

| 3 

Este relatório preliminar foi enviado durante o mês de Agosto de 2012 aos colaboradores para revisão, complemento de informação e esclarecimento de diferenças.  

5. Relatório final 

Para  a  elaboração  do  relatório  final  foram  realizadas  discussões  adicionais  por  email, telefone  e  Skype  para  resolver  dúvidas  e  as  correções  necessárias.  Através  de  um processo de  revisão  aberta  (novembro de  2012)  foram  coletadas  críticas,  sugestões  e dados que foram confirmados pelos colaboradores principais. 

Nesta primeira versão do Atlas Latino americano de Cuidados Paliativos  foi  incluído 19 países latino‐americanos, possuindo como língua oficial o espanhol ou português.  

O relatório para cada país está separado em 5 sessões: 

Serviços de Cuidados Paliativos  Formação em Cuidados Paliativos  Atividade Profissional  Política Sanitária  Desenvolvimento de Cuidados Paliativos 

 

 Figura 1: Esquema das etapas do processo de investigação 

 

LIMITAÇÕESDOATLAS

O Atlas de Cuidados Paliativos possuí algumas limitações:  Em muitos países não existe  informação confiável e os dados  são produtos de 

estimações pessoais que nem sempre coincidem com as de outros  informantes do mesmo país. 

A  situação  na  América  latina muda  rapidamente.  Dos  dados  obtidos  desde  a revisão (4 meses) foram aprovadas leis, foram iniciados cursos, abriram‐se novos serviços e outros foram fechados. 

Os  serviços de  saúde e  consequentemente os de Cuidados Paliativos, não  são iguais nos diferentes países, o que causa dificuldades quando  tentamos utilizar um esquema para todos os países. 

O  relatório  feito  em  alguns  países  inclui  informação  de  serviços  de  Cuidados Paliativos mesclados com clínica de dor assim como com programas de câncer e enfermidades crônicas que dificulta especificar a informação. 

Estas  dificuldades  foram  manejadas  através  de  uma  intensa  comunicação  com  os informantes. 

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ANALISEREGIONALDECUIDADOSPALIATIVOS

Este  capítulo descreve a  situação geral dos Cuidados Paliativos na América‐latina. Não  se pretende  fazer una análise profunda nem planejar estratégias de desenvolvimento para a região. 

A América Latina é caracterizada por sua grande heterogeneidade (ver tabela 1). Entre seus 19 países de língua espanhola e portuguesa, encontramos países do tamanho do Brasil com uma área de 8514876.6 km2

 (41% de a superfície  latino‐americana) que é 405 vezes maior 

que  de  El  Salvador  (21 040 km2,  0.1%  da  América  latina).  A  população  varia  de  igual 

maneira: o Brasil possui 192 376 496 habitantes (34%), enquanto no Uruguai habitam 3 286 

314  pessoas  (0.6%  de  a  população  total  da  América  latina).  El  Salvador  possui  uma densidade populacional de 295 habitantes/km2, em  contraste  com a Bolívia que possui 9 habitantes/km2

A quantidade de médicos por habitante  varia de 67.3/10 000 habitantes em Cuba  a 1.5/ 10 000 na Colômbia. 

Segundo  o  Banco  Mundial,  os  países  latino‐americanos  possuem  renda  média  alta  (13 países) e média baixa (6 países) e um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre médio (7 países), alto (10 países) e muito alto (Chile e Argentina). 

A porcentagem de pessoas que vivem com menos de 1.25 PPA/dia variam de 0% (Uruguai) a 16%  (Colômbia). Os gastos em saúde ocupam entre 10.9%  (Costa Rica) a 4.8%  (Bolívia) do produto interno bruto em PPA.   

SERVIÇOSDECUIDADOSPALIATIVOS

Na  America‐Latina  há  um  total  de  922  serviços  em  toda  a  região,  o  que  significa  1.63 serviços/unidades/equipes de Cuidados Paliativos por 1 000 000 habitantes (mil. de hab.). O intervalo  é  de  16.06  (Costa  Rica)  a  0.24  serviços/mil.  de  hab.  (Honduras).  Chile  possui  a maior quantidade de serviços em números absolutos  (277 serviços) e porcentual  (30% de serviços por  região), embora nem  todos os  serviços  reportados possuam especialistas de Cuidados Paliativos. 46% (Argentina y Chile) dos serviços de Cuidados Paliativos existente na região assistem um 10% da população (ver tabela 2). 

O  tipo  de  serviços  mais  frequentes  identificados  são  as  equipes  de  atenção  domiciliar (0.4/mil. de hab.). Chile, México e Cuba  apresentam  a maior quantidade destes  serviços. Seguido em  frequência encontramos os serviços/equipes de apoio hospitalar  (0.34/mil. de hab.)  ‐ presentes especialmente na Argentina  (1.99/mil. de hab.) e no Chile  (4.29/mil. de hab.) – e as equipes multi‐nível (0.33/mil de hab.), mais frequentes na Costa Rica (10/mil. de hab.) y Chile (3.30/mil. de hab.). 

Quinhentos e vinte e três (523) serviços/equipes (0.93/mil. de hab.) atuam no primeiro nível de atenção sócio‐ sanitária. No segundo e  terceiro nível de atenção sócio‐ sanitária  foram identificados  586  equipes  (1.04  serviços/equipes/mil.  de  hab.).  Estes  serviços/equipes 

Análise Regional 

 

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encontram‐se  localizados com maior  frequência nos hospitais de nível  terciário dentro da atenção sócio‐ sanitária. 

Em  toda  América  Latina  existem  0.08  centros  de  dia  e  0.2  equipes  de  voluntários/mil. de hab. Costa Rica  relatou possuir a maior quantidade de centros de dia  (1.63 centros de dia/mil.  de  hab.)  e  o  maior  número  de  equipes  de  voluntários  (10.23  equipes  de voluntário/mil. de hab.).  

FORMAÇÃOEMCUIDADOSPALIATIVOS

Em  quatro  países  latino‐americanos  os  Cuidados  Paliativos  possuem  acreditação  oficial como especialidade e/ou subespecialidade médica e em 6 países como cursos  . A primeira acreditação  foi  obtida  na  Colômbia  em  1998.  Excetuando  Chile,  todos  os  países  com acreditação  possuem  curso  de  pós‐graduação  ativo.  O  Paraguai  oferece  curso  de  pós‐graduação, mas não possui acreditação.  

Existe  uma  estimativa  de  quase  600 médicos  paliativistas  acreditados  na  região  (média= 31.5, mediana=2). A maioria (70%) desses profissionais está localizada no México, Argentina e Chile. 

Em Cuba e Uruguai todas as faculdades de medicina oferecem Cuidados Paliativos, quer seja como disciplina independente ou como algumas horas em seus currículos. Em contraste, as faculdades de medicina da Bolívia, El Salvador, Honduras e Nicarágua não mencionam os Cuidados Paliativos nos seus currículos. Existe uma média de 14 docentes por país, porém esta cifra vara de zero (Bolívia e Honduras) a 45 no México. A quantidade de docentes de faculdades não médicas é muito mais baixa (1.5 em média) (ver tabela 3). 

 

ATIVIDADEDEPROFISSIONAIS

Onze  (11)  países  latino‐americanos  possuem  (ao  menos)  uma  associação  de  Cuidados Paliativos.  O  Brasil  e  a  Costa  Rica  possuem  duas  associações.  O  México  possuí  três associações, embora uma não esteja ativa.  

Grupos de Investigação ativos são encontrados no Chile (10), Argentina (5), México (5), Cuba (4), Colômbia (4), Peru (3), Panamá (2) e República Dominicana (1). 

Foram mencionadas  64  cooperações  internacionais  em  toda  região.  Argentina  e México relataram o maior número de cooperações internacionais com 11 e 10 cooperações formais, respectivamente.  Estas  colaborações  são  realizadas  com  instituições/organizações  dos Estados Unidos, Espanha, Grã Bretanha e Canadá. Estas parcerias são firmadas geralmente com fins de formação e investigação. 

Existem colaborações regionais com a Associação Latino‐americana de Cuidados Paliativos (ALCP), a Federação Centro‐americana e do Caribe de Dor e Cuidados Paliativos (FEDOPACC) ,a Federação Latino‐americana de Dor e Cuidados Paliativos (FEDELAT) e entre países latino americanos  como  Cuba‐México,  Cuba‐Brasil,  Costa  Rica‐  Honduras  e  Bolívia‐El  Salvador‐Venezuela‐Honduras. 

Análise Regional 

 

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Dez (10) países possuem ao menos uma guia ou normas de Cuidados Paliativos publicados e 5  países  possuem  um  diretório  de  serviços.  O  Brasil  possuí  uma  revista  de  Cuidados Paliativos, único na América latina, que está sendo indexada.  

Brasil  e Argentina  são  os países  com  o maior  número  de membros  ativos  na Associação Latino‐americana de Cuidados Paliativos (ALPC). Nos últimos dois congressos da ALCP foram os mais representados tanto em quantidade de assistentes como na participação científica (os congressos foram realizados nesses dois países) (ver tabela 4). 

 

POLÍTICASANITÁRIA

Três  (3)  países  possuem  uma  lei  nacional  de  Cuidados  Paliativos.  Existem  programas nacionais  de  Cuidados  Paliativos  em  8  países.  Cinco  (5)  deles  com  um  sistema  de monitorização  e  avaliação.  A  maioria  dos  programas  existentes  está  vinculada  aos programas de câncer/dor. No Uruguai e Equador o programa está em desenvolvimento.  

Dezesseis  (16)  países  apresentam  programas  nacionais  de  câncer,  13  deles  incluem Cuidados Paliativos. Existem programas de Atenção Primaria em todos os países e 8 deles incluem os Cuidados Paliativos. Todos os países possuem programas nacionais de HIV/SIDA, 7 incluem os Cuidados Paliativos.  

Em  5  países  existem  recursos  governamentais  para  o  desenvolvimento  dos  Cuidados Paliativos e em 4 existem recursos disponíveis para investigação.  

A colaboração entre prescritores e reguladores de opióides é em média regular (3 em uma escala de 1 a 5). Variando de muito ruim na Bolívia a ótima na Costa Rica (ver tabla 5).  

   

DESENVOLVIMENTODOSCUIDADOSPALIATIVOS

Os Cuidados Paliativos começaram em princípios dos anos oitenta com a criação da Clínica de  Dor  e  Cuidados  Paliativos  pelo  Dr.  Tiberio  Álvarez  em  Medellín,  Colômbia. Concomitantemente  foi oferecido Cuidados paliativos domiciliares pelo Dr. Roberto Wenk em San Nicolás, Argentina. Na década de noventa surgiram os outros serviços,  iniciando o novo  século  com  84%  de  países  com  Cuidados  Paliativos.  Nos  primeiros  anos  de  2000 Honduras, Bolívia e Nicarágua iniciaram sua atividade em Cuidados Paliativos (ver figura 1).  

 

O desenvolvimento dos Cuidados Paliativos na América‐ latina foi errático e sem um padrão definido.  Nestes  países  os  Cuidados  Paliativos  estão  em  distintas  etapas  de desenvolvimento. Onze  (11) países  são  catalogados,  segundo a  classificação de Wright et al.1, na etapa 3a  (prestação  isolada de serviços), 6 na etapa de  integração preliminar com serviços de saúde normatizados (4a). Colômbia e Costa Rica estão  inseridos em uma etapa de  integração  avançada  com  serviços  de  saúdes  padronizados  (4b).  Cada  país  enfrenta muitas  adversidades  e  apesar  dos  grandes  esforços  de  paliativistas  e  algumas  vezes  dos governos, a maioria da população segue sem cobertura desses Cuidados. 

 

                                                            1   Wright M, Wood J, Lynch T & Clark D. (2008). Mapping levels of palliative care development: a global view. Journal of pain 

and symptom management, 35(5), 469‐485. 

Análise Regional 

 

| 7 

Tabela 1: Características gerais  

País  População  (%)  Área  (%) Densidade (hab./km2) 

Médicos/10000 hab. 

Classificação Banco Mundial 

PIB  (2011) 

HDI  

Pobreza 

Gastos em saúde (% do PIB) 

Gastos per 

capita totais em 

saúde (2010) 

Gastos  per capita  do governo  em saúde  

(%)  

Argentina  40117096  (7.1)  3745997  (17.9)  10.7  31.5  upper middle  15559.35  0.797 Muito alto 

0.9%  8.1  1287  703  (54.6) 

Bolívia  10426154  (1.8)  1098581  (5.2)  9.5  12.2  low middle  4736.82  0.663  Médio  14.0%  4.8  233  147  (63.1) 

Brasil  192376496  (34.1)  8514876.6  (40.7)  22.6  17.6  upper middle  11585.41  0.718  Alto  3.8%  9  1028  483  (47.0) 

Chile  17248450  (3.1)  756626  (3.6)  22.8  10.3  upper middle  15874.10  0.805 Muito alto 

0.8%  8  1199  578  (48.2) 

Colômbia  46044601  (8.2)  1141748  (5.5)  40.3  1.5  upper middle  9479.61  0.710  Alto  16.0%  7.6  713  518  (72.7) 

Costa Rica  4301712  (0.8)  51100  (0.2)  84.2  13.2  upper middle  11134.49  0.774  Alto  0.7%  10.9  1242  845  (68.0) 

Cuba  11241161  (2.0)  109884  (0.5)  102.3  67.3  upper middle  9900.00  0.776  Alto Sem dados 

10.6  431  394  (91.4) 

Equador  14483499  (2.6)  272045  (1.3)  53.2  16.9  upper middle  8206.43  0.720  Alto  5.1%  8.1  653  243  (37.2) 

El Salvador  6216143  (1.1)  21040  (0.1)  295.4  15.9  low middle  7683.01  0.679  Médio  5.1%  6.9  450  278  (61.8) 

Guatemala  14713763  (2.6)  108899  (0.5)  135.1  9.0  low middle  4998.46  0.574  Médio  13.1%  6.9  325  116  (35.7) 

Honduras  8215313  (1.5)  112492  (0.5)  73.0  5.7  low middle  4231.71  0.625  Médio  23.3%  6.8  263  171  (65.0) 

México  112322757  (19.9)  1964375  (9.4)  57.0  19.6  upper middle  14849.46  0.770  Alto  3.4%  6.3  959  469  (48.9) 

Nicarágua  6071045  (1.1)  130000  (0.6)  46.7  3.7  low middle  2685.32  0.589  Médio  15.8%  9.1  253  135  (53.4) 

Panamá  3405813  (0.6)  75517  (0.4)  45.1  15.0  upper middle  12965.19  0.768  Alto  9.5%  8.1  1123  844  (75.2) 

Paraguai  6561785  (1.2)  406752  (1.9)  16.1  11.1  low middle  4919.55  0.665  Médio  5.1%  5.9  302  110  (36.4) 

Peru  28664989  (5.1)  1285215.6  (6.1)  70.5  9.2  upper middle  9641.92  0.725  Alto  5.9%  5.1  481  260  (54.1) 

República Dominicana  10010590  (1.8)  48442  (0.2)  206.6  18.8  upper middle  9688.45  0.689  Médio  4.3%  6.2  578  250  (43.3) 

Uruguai  3286314  (0.6)  176215  (0.8)  18.6  37.4  upper middle  14667.18  0.741  Alto  0.0%  8.4  1188  797  (67 1) 

Venezuela  28946101  (5.1)  916445  (4.4)  31.6  19.4  upper middle  11705.84  0.735  Alto  3.5%  4.9  589  206  (35.0) 

Total  564653782  100%  20936250,2 100%  70.5*  17.6*    9711,17*  0,711*  alto           

* Media aritmética

Análise Regional 

 

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 Tabela 2: Serviços de Cuidados Paliativos  

País 

Residência tipo hospice (por 100 000 habitantes) 

Atenção domiciliar (por 100 000 habitantes) 

Centro comunitário (por 100 000 habitantes) 

Serviços/ Unidades 

hospitais de 2do nível (por 100 000 habitantes) 

Serviços/ Unidades 

hospitais de 3 nível 

(por 100 000 habitantes) 

Serviços/ Equipes  

multi‐nivel (por 100 000 habitantes) 

Serviços/ Equipes de 

apoio hospitalar (por 100 000 habitantes) 

Serviços totais  

(por 100 000 habitantes) 

Centros de dia 

(por 100 000 habitantes) 

Voluntários tipo hospice (por 100 000 habitantes) 

Argentina  11  (0.27)  21  (0.52)  0  (0.00)  2  (0.05)  21  (0.52)  16  (0.40)  80  (1.99)  151 (3.76)  9  (0.22)  2  (0.05) 

Bolívia  1  (0.10)  1  (0.10)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  3  (0.29)  1  (0.10)  6  (0.58)  1  (0.10)  10  (0.96) 

Brasil  6  (0.03)  24  (0.12)  0  (0.00)  0  (0.00)  16  (0.08)  26  (0.14)  21  (0.11)  93  (0.48)  13  (0.07)  12  (0.06) 

Chile  3  (0.17)  83  (4.81)  0  (0.00)  32  (1.86)  28  (1.62)  57  (3.31)  74  (4.29)  277 (16.06)  0  (0.00)  30  (1.74) 

Colômbia  4  (0.09)  2  (0.04)  0  (0.00)  1  (0.02)  13  (0.28)  3  (0.07)  0  (0.00)  23  (0.50)  0  (0.00)  1  (0.02) 

Costa Rica  2  (0.46)  0  (0.00)  17  (3.95)  0  (0.00)  0  (0.00)  43  (10.0)  1  (0.23)  63  (14.65)  7  (1.63)  44  (10.23) 

Cuba  0  (0.00)  40  (3.56)  7  (0.62)  0  (0.00)  3  (0.27)  0  (0.00)  1  (0.09)  51  (4.54)  0  (0.00)  0  (0.00) 

Equador  3  (0.21)  2  (0.14)  0  (0.00)  0  (0.00)  2  (0.14)  3  (0.21)  2  (0.14)  12  (0.83)  1  (0.07)  1  (0.07) 

El Salvador  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  1  (0.16)  3  (0.48)  0  (0.00)  4  (0.64)  2  (0.32)  0  (0.00) 

Guatemala  3  (0.20)  1  (0.07)  0  (0.00)  0  (0.00)  3  (0.20)  0  (0.00)  0  (0.00)  7  (0.48)  0  (0.00)  1  (0.07) 

Honduras  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  1  (0.12)  1  (0.12)  2  (0.24)  1  (0.12)  1  (0.12) 

México  7  (0.06)  47  (0.42)  17  (0.15)  34  (0.30)  10  (0.09)  4  (0.04)  0  (0.00)  119 (1.06)  1  (0.01)  14  (0.13) 

Nicarágua  0  (0.00)  1  (0.16)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  5  (0.82)  7  (1.15)  13  (2.14)  8  (1.32)  1  (0.16) 

Panamá  0  (0.00)  2  (0.59)  3  (0.88)  2  (0.59)  1  (0.29)  0  (0.00)  1  (0.29)  9  (2.64)  0  (0.00)  2  (0.59) 

Paraguai  1  (0.15)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  1  (0.15)  0  (0.00)  2  (0.30)  4  (0.61)  0  (0.00)  1  (0.15) 

Peru  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  1  (0.03)  7  (0.24)  4  (0.14)  0  (0.00)  12  (0.42)  0  (0.00)  1  (0.03) 

República Dominicana  1  (0.10)  0  (0.00)  0  (0.00)  0  (0.00)  3  (0.30)  2  (0.20)  2  (0.20)  8  (0.80)  0  (0.00)  2  (0.20) 

Uruguai  1  (0.30)  0  (0.00)  1  (0.30)  1  (0.30)  6  (1.83)  14  (4.26)  0  (0.00)  23  (7.00)  1  (0.30)  0  (0.00) 

Venezuela  1  (0.04)  0  (0.00)  23  (0.79)  8  (0.28)  10  (0.35)  3  (0.10)  0  (0.00)  45  (1.56)  0  (0.00)  2  (0.07) 

Total  44  (0.08)  224 (0.40)  68  (0.12)  81  (0.14)  125 (0.22)  187  (0.33)  193 (0.34)  922 (1.63)  44  (0.08)  125 (0.22) 

Análise Regional 

 

| 9 

   Tabela 3: Formação em Cuidados Paliativos  

País  Acreditação  (ano)  Tipo de acreditação Médicos 

acreditados 

Pós‐graduação em Cuidados Paliativos 

Faculdades de Medicina 

Faculdades de Medicina com 

Cuidados Paliativos (%) 

Docentes 

MedicinaOutras 

faculdades

Argentina  Si  (2004)  Certificado  100  Si  27*  6  (22.2)  15  5 

Bolívia  No      ‐‐  No  25  0  (‐‐‐)  0  0 

Brasil  Si  (2011)  Sub‐/especialização  ‐‐  Si  180*  3  (1.7)  5  1 

Chile  Si  (2006)  Certificado  70  Inativo  21  12  (57.1)  30  40 

Colômbia  Si  (1998)  Sub‐/Especialização  43  Si  57  3  (5.3)  20  10 

Costa Rica  Si  (2008)  Especialização  49  Si  7  2  (28.6)  20  20 

Cuba  Si  (2010)  Diploma  37  Si  22  22  (100)  43  43 

Equador  No      ‐‐  No  12  3  (25.0)  3  1 

El Salvador  No      ‐‐  No  6  1  (16.7)  7  0 

Guatemala  No      ‐‐  Si  9  1  (11.1)  2  1 

Honduras  No      ‐‐  No  2  0  (‐‐‐)  0  0 

México  Si  (2011)  Certificado  250  Si  54  5  (9.3)  45  25 

Nicarágua  No      ‐‐  No  6  0  (‐‐‐)  0  0 

Panamá  Si  (2011)  Curso  2  Inativo  4  2  (50.0)  15  15 

Paraguai  No      ‐‐  Si  14*  2  (21.4)  7  4 

Peru  No      23  No  21  0  (‐‐‐)  23  1 

República Dominicana  No      ‐‐  No  10  1  (10.0)  8  0 

Uruguai  Si  (2009)  Diploma  20  Si  2  2  (100)  15  5 

Venezuela  Si  (2009)  Especialização  4  Si  8  1  (12.5)  6  4 

Total        575 (30.3+,0

§)         

264 (14

+,8

§) 

29 (9

+,4

§) 

* Colocado a cifra mais baixa dada; +Média aritmética; § Mediana 

Análise Regional 

 

| 10 

  Tabela 4: Atividade de profissionais  

País Associação de Cuidados Paliativos 

Grupos de investigação 

Cooperação internacional 

Estándares. normas ou 

guias 

Congresso Nacional 

Diretório Jornal 

nacional Membros de ALCP 

Participantes do V Congresso 

ALCP (participação 

científica total*) 

Participantes do VI Congresso 

ALCP (participação 

científica total*) 

Argentina  1  5  10  Si  Si  1  0  36  268  (89)  50  (52) 

Bolívia  0  0  1  No  No  0  0  1  2  (4)  1  (0) 

Brasil  2  1  1  Si  Si  2  1  43  91  (70)  483  (269) 

Chile  0  27  3  Si  Si  2  0  24  50  (13)  34  (10) 

Colômbia  1  4  3  No  Si  0  0  20  56  (21)  20  (9) 

Costa Rica  2  0  4  Si  Si  1  0  8  26  (3)  3  (2) 

Cuba  0  4  5  Si  Si  0  0  4  1  (2)  3  (3) 

Equador  1  0  4  No  Si  0  0  10  13  (2)  12  (5) 

El Salvador  1  0  5  No  Si  0  0  9  3  (0)  5  (1) 

Guatemala  0  0  3  No  No  0  0  7  2  (2)  6  (1) 

Honduras  0  0  1  No  No  0  0  3  0  (0)  2  (0) 

México  3  4  10  Si  Si  0  0  27  20  (15)  9  (6) 

Nicarágua  0  0  1  Si  No  0  0  1  0  (0)  2  (0) 

Panamá  0  2  2  Si  Si  0  0  15  15  (1)  18  (4) 

Paraguai  1  0  0  Si  Si  0  0  4  13  (0)  38  (0) 

Peru  1  3  3  No  Si  0  0  15  31  (2)  9  (5) 

República Dominicana  0  1  3  No  No  0  0  3  7  (2)  6  (0) 

Uruguai  1  0  2  Si  Si  0  0  16  42  (8)  38  (18) 

Venezuela  1  0  4  No  No  1  0  12  12  (9)  23  (16) 

* Somatório de todas as atividades científicas realizadas no congresso (inclui: posters, apresentações orais, sessões simultâneas, oficinas). 

Análise Regional 

 

| 11 

  Tabela 5: Política sanitária  

País Lei 

nacional Programa nacional 

Auditoria, monitoriza

ção, avaliação 

Programa nacional de Câncer 

(incluí CP) 

Programa nacional de HIV/SIDA (incluí CP) 

Programa  nacional de Atenção Primaria (incluí CP) 

Recursos para desevolvimen

to 

Recursos para investigação 

Opióides: Colaboração entre prescritores e reguladores 

Argentina  No*  No  No  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (No)  No  Si§  4.0 

Bolívia  No  No  No  No  ‐‐  Si  (No)  SI  (No)  No  No  1.0 

Brasil  No  Si+  No  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (Si)  No  No  3.5 

Chile  Si  Si+  Si  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (Si)  Si  No  4.0 

Colômbia  Si+  No  No  Si  (Si)  Si  (No)  SI  (No)  No  Si  3.5 

Costa Rica  No  No  Si  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (Si)  Si  No  5.0 

Cuba  No  Si+  Si  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (Si)  Si  Si  4.0 

Equador  No  No  No  Si  (Si)  Si  (No)  SI  (No)  No  No  3.0 

El Salvador  No  No  No  Si  (No)  Si  (No)  SI  (No)  No  No  2.0 

Guatemala  No  No  No  No  ‐‐  Si  (No)  SI  (No)  No  No  2.0 

Honduras  No  No  No  Si  (No)  Si  (No)  SI  (No)  No  No  1.3 

México  Si  Si  No  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (No)  No  Si  3.0 

Nicarágua  No  No  No  Si  (Si)  Si  (No)  SI  (No)  No  No  1.5 

Panamá  Si  Si  Si  Si  (Si)  Si  (No)  SI  (Si)  Si  No  3.5 

Paraguai  No  No  No  No  ‐‐  Si  (No)  SI  (No)  No  No  1.5 

Peru  No  Si+  No  Si  (Si)  Si  (No)  SI  (Si)  Si  No  3.0 

República Dominicana  No  No  No  Si  (No)  Si  (No)  SI  (No)  No  No  3.0 

Uruguai  No  No  No  Si  (Si)  Si  (Si)  SI  (Si)  No  No  3.7 

Venezuela  No*  Si+  Si  Si  (Si)  Si  (No)  SI  (Si)  No  No  3.0 

* Existem leis federais, estatais ou municipais; + Vinculados a programas oncológicos ou de dor. 

Análise Regional 

 

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Colombia  Clínica de Dolor y Cuidados Paliativos, Universidad de Antioquia

Argentina Inicia Cuidados Domiciliarios  (LALCEC, San Nicolás) 

Uruguai Hospice Saunders da Associação Espanhola Primeiro Socorros Mutuos  

República Dominicana Programa Dominicano de Cuidados Paliativos 

Peru Unidade de Dor e Cuidados Paliativos, Hospital da Policía 

México Unidade de Cuidados Paliativos, Instituto de Cancerología 

Costa Rica Clínica de Cuidados Paliativos 

Chile Assistência domiciliar privada 

Cuba Programa de Cuidados Paliativos 

Paraguai Unidade de Cuidados Paliativos, Instituto Nacional de Cáncer 

Brasil Servicio de Cuidados 

Paliativos, Instituto 

Nacional de Cáncer 

Ecuador Unidad de Cuidados Paliativos, Amigos Benefactores de Enfermos Incurables (ABEI) 

El SalvadorPrograma hospitalar de Cuidados Paliativos ‐ Hospital Divina Providencia 

Bolivia Unidade de Dor do Hospital Obrero de La Paz

Venezuela Serviço de Cuidados Paliativos, 

Instituto de Oncologia 

Nicaragua Serviço Cuidados Paliativos, Hospital Infantil La Mascota 

Panamá Associação HOSPES Pro Cuidados Paliativos 

GuatemalaAsistência domiciliar privada 

Honduras Unidade de Cuidados Paliativos, Centro de Cáncer Emma Romero de Callejas

 

Figura 2: Surgimento de Cuidados Paliativos por país e ano (note que há diferentes eventos e são mencionados para determinar o ponto de partida).

Atlas de Cuidados Paliativos

en Latinoamérica

BRASIL

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COLABORADORES

Ana Georgia Cavalcanti de Melo Psicóloga Consultora em Cuidados Paliativos, São Paulo Fundadora e ex Presidente da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos 

 María Goretti Sales Maciel Assistente do Serviço de Medicina Paliativa e Tratamiento de Dor IAMSPE ‐ Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo  

Roberto Texeira de Castro Bettega Chefe do Programa de Visita Domiciliar‐ Hospital Das Nações / UNIONCO, Curitiba    Os autores agradecem a Luis Fernando Rodrigues sua contribuição a revisão das informações.                  Copyright © 2012 IAHPC Press  Nenhuma parte deste livro pode ser copiada, reproduzida ou transmitida com fins comerciais. A ALCP permite o uso de da informação apresentada nos textos com fins científicos e educativos. Deve ser citado da seguinte maneira:  Pastrana T, De Lima L, Wenk R, Eisenchlas J, Monti C, Rocafort J, Centeno C (2012). Atlas de Cuidados Paliativos de Latinoamérica ALCP. 1a edición. Houston: IAHPC Press. 

|39  

BRASIL

A República Federativa do Brasil1 está situada na metade leste da América do Sul. Limita ao norte com Venezuela, Guiana, Suriname e a Guiana Francesa; ao noroeste com Colombia; ao oeste com Bolivia e Peru; ao sudoeste com Argentina, Paraguai; ao sul com Uruguai e ao leste com o oceano Atlántico2. Sua capital é Brasilia. A organização político‐administrativa incluí 26 estados e o Distrito federal, onde se encontra a capital. 

É a sétima maior economia do mundo e a primera da América Latina (2012)3 . 

Dados gerais   População (estimada 2011)4 192 376 496 habitantes  

  Superficie continental4 8 514 876 599 km²   Densidade demográfica 22.6 hab/km²   Médicos por 10 000 habitantes (2008)5 17.6 Variáveis macro‐econômicas  Classificação no Banco Mundial6 Ingressos medianos altos  Ingresso per cápita (PIB) (estimado 2011)3 11 585.408 (PPA int $)7   Pobreza8, 9  3.8%  HDI (2011)7  0.718 (alto)   Gasto em saude5   Gastos em saúde (% del PIB) (2010) 9.0 (PPA int $)   Gastos per cápita totais em saúde (2010) 1028 (PPA int $)   Gastos per cápita dol governo em saúde(2010) 483 (PPA int $) 

 

                                                            1  Presidência da República (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Recuperado el 27 de Agosto de 

2012, dehttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#adctart2. 2  Wikipedia (2012). Brasil. Recuperado el 27 de Agosto de 2012, dehttp://es.wikipedia.org/wiki/Brasil. 3  International Monetary Fund (IMF) (2010).Brasil.World Economic Outlook Database. Recuperado el 27 de Agosto de 2012, 

dehttp://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2010/01/weodata/weoselco.aspx?g=2001&sg=All+countries. 4  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2011). Geociências e População. Recuperado el 27 de Agosto de 2012, 

de www.ibge.gov.br/home. 5  World Health Organization (WHO) (2012). Country statistics: Brazil. Global Health Observatory Data Repository. Recuperado 

el 27 de Agosto de 2012, de http://apps.who.int/ghodata/. 6  World Bank (2012).Brazil. Data. Recuperado el 27 de Agosto de 2012, de http://data.worldbank.org/country/brazil. 7  La Paridad del Poder Adquisitivo (PPA) indica qué cantidad de la moneda de un país se necesita para comprar lo que en los 

Estados Unidos se compraría con un dólar. La PPA permite comparar países con mayor exactitud. En: Glosario Banco Mundial. Recuperado el 27 de Agosto de 2012, de http://www.worldbank.org/depweb/beyond/beyondsp/glossary.html. 

8  International Human Development Indicators (HDI) (2011).Brazil. Country Profiles and International Human Development 

Indicators.Recuperado el 27 de Agosto de 2012, de http://hdrstats.undp.org/en/countries/profiles/BRA.html.  9  Población viviendo con menos de 1.25 PPA por día (%). 

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SEÇÃO1:SERVIÇOSDECUIDADOSPALIATIVOS10

 

 

Tabela 1: Vista geral de serviços de Cuidados Paliativos*  

NIVEL DE ATENÇÃO 

SOCIO‐SANITARIA Serviços de Cuidados Paliativos 

Recursos de Cuidados Paliativos 

Primeiro nivel 

 Serviços exclusivos  no primeiro nível 

 Residência tipo 

hospice 6 (a) 

 Atenção domiciliar 

24 (b)  

Centro comunitário 0(c)  

       

Serviços/Equipes multi‐nível 

 26 (f) 

        

Centros  de dia 

 13 (h) 

       

Voluntarios tipo hospice 

 12 (i) 

 

Segundo nivel (Atenção de media e longa permanência) 

 Serviços/Unidades exclusivos em hospitais de  segundo nível 

 0(d)  

Serviços/Equipesde apoio hospitalar 

 

21(g) Terceiro nivel  

(Hospital geral ou especializado) 

 Serviços/Unidades exclusivos em hospitais de   tercero nível 

 16(e)  

*Na seguinte página encontram‐se descritos os serviços correspondentes as letras (a)‐(i).   As definições das categorias encontram‐se no Anexo 1. 

                                                            10   Os colaboradores obtiveram esta informação do Diretório da Associação Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), do archivo da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP) e dol Instituto Nacional do Cânncer (INCA), e de trabalhos apresentados em congressos, assim como confirmação de outros especialistas e  estimações próprias. A informação foi confirmada pelos colaboradores via telefônica, por correio eletrônico ou visitas aos centros. 

Seçaõ  1 | Serviços de Cuidados Paliativos | BRASIL 

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SERVIÇOS

SERVIÇOSEXCLUSIVOSDEPRIMEIR0NÍVELDEATENÇÃO

(a) Foram  identificadas  6  instituições  tipo  hospice.  Três  contam  com  pessoal médico e enfermagem de base, e  recebem uma ou duas visitas  semanais de outros  professionais.  A  equipe médica  faz  visita  diurna  com  disponibilidade durante as noites e fins‐ de‐ semana. Os outros três hospices contam ademais da  equipe  básica  com  recursos  adicionais  fixos  da  área  de  trabalho  social, psicologia e fisioterapia.  

(b) Foram identificadas 24 equipes de atenção domiciliar, destas 17 para adultos e 7 pediátricas. Estes serviços de atenção domiciliar são em sua maioria públicos.  

As equipes  contam  com médicos, enfermeiros e psicólogos.  Frequentemente são envolvidos  trabalhadores  sociais e outros profissionais  segundo o  caso e disponibilidade  de  pessoal.  Quatro  equipes  contam  com  fisioterapeuta  de base.  

O novo programa Melhore Casa do Ministerio da Saúde incentiva o tratamento domiciliar  e  o  treinamento  destas  equipes  em  Cuidados  Paliativos  está  em planejamento.  

(c) Não foi identificado serviços de Cuidados Paliativos em centros comunitários. 

SERVIÇOS/UNIDADESEXCLUSIVASEMHOSPITAIS DESEGUNDONÍVEL

(d) Não  foram  identificados  serviços  de  Cuidados  Paliativos  /unidades  que funcionem  exclusivamente  em  hospitais  de  segundo  nível  de  atenção  (ver serviços/equipes multi‐nível). 

SERVIÇOS/UNIDADESEXCLUSIVASEMHOSPITAIS DETERCEIRONÍVEL

(e) Foram  identificadas  16  serviços/unidades  de  Cuidados  Paliativos  que funcionam de maneira exclusiva em hospitais de terceiro nível11.  

Todas  as  unidades  possuem  quase  sempre,  além  da  equipe  médica  e  de enfermagem,  psicólogo/psiquiatra  e Assistente  social. Os  fisioterapeutas não são exclusivos da equipe, mas estão disponíveis. 

SERVIÇOS/EQUIPESMULTI‐NÍVEL

(f) Foram identificadas 26 serviços/equipes multi‐nível de Cuidados Paliativos. São unidades bem especializadas, com médicos presentes 24 horas/dia e equipes multi‐profissionais  completos.  Todos  estão  articulados  com  os  serviçoss ambulatoriais e/ou domiciliares. 

                                                            11  Dados obtidos no diretório da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. Recuperado em 3 de Outubro 2012, de http://www.cuidadospaliativos.com.br/site/servico.php. 

Seçaõ  1 | Serviços de Cuidados Paliativos | BRASIL 

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Estas  equipes multi‐profissionais  estão  compostas por médicos,  enfermeiros, psicólogos,  Assistentes  sociais,  nutricionistas,  fisioterapeutas  e,  quando necessário, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, arteterapeuta e voluntários, especialmente  se  estão  associados  a  um  hospital  de  alto  nivel  de complexidade.  Nem  todos  os  professionais  estão  disponíveis  em  tempo completo. 

SERVIÇOS/EQUIPESDEAPOIOHOSPITALAR

(g) Foram identificados 21 serviços/equipes de suporte hospitalar, dos quais 3 são exclusivamente pediátricos.  

As  equipes  consultoras  hospitalares  possuem  médicos,  enfermeiros  e psicólogos.  Frequentemente  participam  assistentes  sociais  e  outros profissionais de acordo com o caso e a disponibilidade de pessoal. Uma equipe possuí fisioterapeuta e terapeuta ocupacional de rotina. 

 

RECURSOS

CENTROSDEDIA

(h) Foram  identificados oito  centros de dia para  adultos e  cinco pediátricos que apresentam recursos adicionais. 

EQUIPOSDEVOLUNTARIOS

(i) Foram  identificados  4  equipes  para  adultos  e  8  equipes  de  voluntarios  tipo hospice  pediátrico.  Estas  equipes  apresentam  recursos  adicionais especialmente capelães, que prestam cuidado espiritual a adultos, crianças e familiares  nas  diversas  instituições.  Em  todos  os  hospitais  da  rede governamental existem grupos de voluntários, não  treinados especificamente para Cuidados Paliativos. 

 

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SEÇÃO2:FORMAÇÃOEMCUIDADOSPALIATIVOS

ACREDITAÇÃOOFICIAL

Os Cuidados Paliativos no Brasil são reconhecidos como uma subespecialidade, com o título  oficial  de  Área  de  atuação  em  Medicina  Paliativa.  Oficialmente  esta subespecialidade  foi  reconhecida  em  setembro  de  2011  pelo  Conselho  Federal  de Medicina.  

No momento da elaboração deste  impresso não havia sido realizada acreditações, o que significa que nenhum médico paliativista no Brasil possui ainda o título oficial. O processo de acreditação para os primeiros profissionais  iniciará em 2012. Estima‐se que aproximadamente 30 profissionais serão capazes de se ajustarem nesta primeira fase aos requerimentos do processo. 

 

FORMAÇÃODEPÓS‐GRADUAÇÃO

O estudo consiste em um ano adicional de formação em nível de residência médica para  médicos  especializados  em  medicina  de  familia,  medicina  interna, anestesiologia, geriatria, pediatria ou oncologia. 

A  carga  horária  é  de  2880  horas  entre  atividades  teóricas  e  práticas  em  serviços reconhecidos de Cuidados Paliativos com áreas de internação, atenção ambulatorial e domiciliar ou hospice. Os primeiros  titulados necessitarão de 5 anos de prática em unidades  reconhecidas de Cuidados Paliativos ou  titulação equivalente,  segundo os criterios da Comissão Nacional de Medicina Paliativa da Associação Médica Brasileira. 

 

FORMAÇÃOEMGRADUAÇÃO

No  Brasil  existem  entre  180  e  188  facultades  de  medicina,  segundo  a  fonte consultada.  Entre  as  existentes,  3  facultades  incluem  Cuidados  Paliativos  em  seus planos de estudo de maneira obrigatória.  

Em várias facultades de medicina do Rio Grande do Sul, Acre, Minas Gerais, Salvador e  São Paulo, existen organizações acadêmicas de Cuidados Paliativas  formadas por iniciativa  de  estudantes  com  o  objetivo  de  promover  a  realização  de  cursos, simpósios e práticas em Cuidados Paliativos.  

Algumas  facultades  diferentes  das  facultades  de  medicina  oferecem  de  maneira isolada cursos de Cuidados Paliativos. 

Sección 2 | Formación| BRASIL 

 

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RECURSOSDOCENTES

No Brasil  foram  identificados 5 docentes para  a  cadeira de Cuidados Paliativos em Medicina.  Um  docente  foi  identificado  para  facultades  não  médicas.  Estes professionais foram formados fora do país.  

 

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CUESTIONARIO DEL ATLAS DE CUIDADOS PALIATIVOS EN LATINOAMÉRICA DE LA ALCP

SEÇÃO3:ATIVIDADEDEPROFISSIONAIS

ASSOCIAÇÕESNACIONAISDECUIDADOSPALIATIVOS

No  Brasil  existem  duas  associações  nacionais:  A  Associação  Brasileira  de  Cuidados Paliativos  (ABCP)  criada  em  199612e  a  Academia  Nacional  de  Cuidados  Paliativos (ANCP) criada em 200513. 

 

INVESTIGAÇÃOECOLABORAÇÕESINTERNACIONAIS

A Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) possuí um grupo de investigação em Cuidados Paliativos.  

A  Unidade  de  Cuidados  Paliativos  do  Hospital  de  Cancer  de  Barretos  (São  Paulo) 

possuí  uma  colaboração  formal  com  MD  Anderson  de  Houston,  USA  para 

investigação. Atualmente existem 5 projetos de investigação em curso.  

 

PUBLICAÇÕES

As seguintes publicações sobre o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no Brasil estão em preparação:  

Actualização  do Manual  de  Cuidados  Paliativos  da  Academia  Nacional  de Cuidados Paliativos (ANCP), onde se incluirá um capítulo sobre a evolução de Cuidados Paliativos no Brasil. 

Um estudo sobre os profissionais que  trabalham em Cuidados Paliativos no Brasil  iniciado  em  dezembro  de  2010  por  um  grupo  de  investigadores  da ANCP que está em fase final.  

 

ESTÁNDARES,NORMASOUGUIAS.

Em  2001  o Ministério  da  Saúde  e  o  Instituto  Nacional  do  Câncer  publicaram  um manual para controle de dor titulado: Cuidados Paliativos Oncológicos – Controle da Dor14 

                                                            12  Página web da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP): www.cuidadospaliativos.com.br. 

13  Página web da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP): www.paliativo.org.br. 

Seção3 | Atividade de Professionais| BRASIL 

 

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Em 2002  foi publicado o Manual de Oncologia e Cuidados Paliativos realizados pela Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica15. 

O  Manual  de  Cuidados  Paliativos  da  Academia  Nacional  de  Cuidados  Paliativos (ANCP) foi publicado online en 2008, com última atualização em 2010 e atualmente em processo de revisão. 

Entre  2009  e  2011  foram  publicados  quatro  consensos  na  Revista  Brasileira  de Cuidados  Paliativos  sobre  constipação  induzida  por  opióides16,  fadiga17náusea  e vômitos18, e caquexia/anorexia19. 

 

ENCONTROEDIVULGAÇÃOCIENTÍFICA

A  cada  dois  anos  o  Brasil  realiza  o  Congresso  Internacional  de  Cuidados  Paliativos realizado  pela  Academia  Nacional  de  Cuidados  Paliativos  (ANCP).  Em  seu  último congresso  da  ANCP  (2010)  asisstiram  aproximadamente  900  participantes. Alternadamente a ANCP realiza Encontros Regionais. No último encontro, celebrado em  Recife  (2011),  participaram  em  torno  de  700  pessoas.  Ademais,  se  realizam Jornadas de Cuidados Paliativos. 

Também  acontece  o  Simpósio  Internacional  de  Cuidados  Paliativos  realizados  pela Associação  Brasileira  de  Cuidados  Paliativos  que  apresenta  especialistas internacionais convidados. 

Cada uma das associações realizaram diretórios de Cuidados Paliativos: O Diretório de Cuidados  Paliativos  – ANCP  criado  em  2010  com  atualização  continua  a  cargo dos serviços e o Diretório da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos criado em 1998 com uma última actualização em 201120. 

A Revista Brasileira de Cuidados Paliativos publica de maneira trimestral desde 2009, artigos científicos relacionados com controle álgico e de outros sintomas e qualidade de vida. Está em processo para ser indexada. 

                                                                                                                                                                                                 14  BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. (2001). Cuidados paliativos oncológicos: controle da dor. Rio de Janeiro: INCA. También disponible en línea. Recuperado el 2 de Octubre de 2012, de http://www1.inca.gov.br/publicacoes/manual_dor.pdf 

15  Caponero R & Cavalcanti de Melo A G. (2002). Manual de Oncologia e Cuidados Paliativos. Primeiro Consenso Nacional de Dor Oncológica da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor, da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. São Paulo: Projetos Médicos‐EPM. 

16  Caponero R (Coordenador Geral) & Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. (2009). Consenso Brasileiro de Constipação Intestinal Induzida por Opioides. Revista Brasileira de Cuidados Paliativos, 2(3‐Suplemento 1), I‐33. 

17  Caponero R (Coordenador Geral) & Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. (2010). Consenso Brasileiro de Fadiga. Fadiga en Cuidados Paliativos. Revista Brasileira de Cuidados Paliativos, 3(2‐Suplemento 1), 3‐31. 

18  Caponero R (Coordenador Geral) & Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. (2011). Consenso Brasileiro de Náuseas e Vômitos em Cuidados Paliativos. Revista Brasileira de Cuidados Paliativos, 3(3‐Suplemento 2), 3‐26. 

19  Waitzberg D (Coordenador Geral) & Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. (2011). Consenso Brasileiro de Caquexia / Anorexia em Cuidados Paliativos. Revista Brasileira de Cuidados Paliativos, 3(3‐Suplemento 1), 3‐41. 

20  Directorio online de Associação Brasileira de Cuidados Paliativos esta disponible en http://www.cuidadospaliativos.com.br/site/servico.php. 

Seção3 | Atividade de Professionais| BRASIL 

 

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BRASILEAALCP21

As  associações  de  Cuidados  Paliativos  do  Brasil  (Associação  Brasileira  de  Cuidados Paliativos  e  a  Academia  Nacional  de  Cuidados  Paliativos)  não  são  sócias  da Associação Latino‐americana de Cuidados Paliativos (ALCP).  

Quarenta e três (43) pessoas são membros ativos (individuais) da ALCP e constituí o país com maior número de associados (16%). 

Participaram nos dois últimos Congresos da ALCP: 

V  Congreso  2010  (Buenos  Aires,  Argentina):  Noventa  e  uma  (91)  pessoas assistiram ao congresso, representando 13.1% dos participantes. Realizaram 38.2%  dos  posters,  36.2%  das  apresentações  orais  e  7.5%  das  sessões simultâneas. Teve a segunda participação mais ativa depois da Argentina. 

VI  Congreso  2012  (Curitiba,  Brasil):  Quatrocentas  e  oitenta  e  três  (483) pessoas  assistiram  ao  congresso,  representando  64.2%  dos  participantes. Realizaram  83.1%  dos  posters,  28.6%  das  apresentações  orais,  20.3%  de sessões  simultâneas  e  13%  das  oficinas.  Foi o país  com maior participação ativa do congresso. 

 

DIADOSCUIDADOSPALIATIVOS

O Día dos Cuidados Paliativos é celebrado anualmente desde 2005 dentro de eventos como  Congressos,  Simpósios  ou  Jornadas,  que  se  realizam  intencionalmente  em outubro. 

A Associação Brasileira de Cuidados Paliativos  e  a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) realizam atividades para celebrar este dia.  

O músico Nico Rezende compôs em 2005 a canção” A voz” especialmente para este dia  e  cedeu os  direitos de  autor  para  os  projetos do  Instituto Nacional  do Câncer (INCA) e da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. 

 

 

                                                            21  Informação proveniente dos arquivos da ALCP facilitada por Carolina Monti. 

 

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SEÇÃON4:POLÍTICASANITÁRIAECUIDADOSPALIATIVOS

PODERLEGISLATIVO

LEINACIONAL

A Resolução 1805/200622 do Conselho Federal de Medicina trata sobre a prática da ortotanásia ou morte digna no Brasil. Esta resolução sofreu inicialmente impugnação do ministério  Público  do Distrito  Federal  e  recebeu  sentença  judicial  favorável  do conselho federal23. Este processo conferiu á resolução força de  lei e deu visibilidade ao tema.  

No Senado Federal existem cinco projetos de  lei acerca da regulação da ortotanásia no Brasil. Nenhum desses projetos atende ás necessidades assistenciais dos pacientes de Cuidados Paliativos.  

 

PODEREXECUTIVO

PROGRAMANACIONALDECUIDADOSPALIATIVOS

No  Brasil  existe  um  plano  nacional  de  Cuidados  Paliativos,  obtida  na  diretriz  em Cuidados Paliativos e  controle de dor  crônica do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 

Os Cuidados Paliativos  foram considerados desde 1998 um requisito para o registro dos centros de atenção em oncologia (Centro de Alta Complexidade em Oncologia I – CACON  I)  por  meio  de  uma  portaria24.  Esta  portaria  enfatiza  o  trabalho 

multiprofissional  integrado  e  incluí  modalidades  de  atenção,  como  o  serviço  de Cuidados Paliativos. 

                                                            22  Resoluçao 1805/06 do Conselho Federal de Medicina (CFM): http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2006/1805_2006.htm. Esta resolución permite al médico “limitar o suspender procedimientos y tratamientos que prolonguen la vida del enfermo en fase terminal, de enfermedad grave e incurable, garantizándole los cuidados necesarios para aliviar los síntomas que lleven al sufrimiento, en la perspectiva de una asistencia integral, respetada la voluntad de la persona o de su representante legal” [Traducción al español TP]. 

23  Sentença Judicial acerca da resolução do CFM (p. 211). Recuperada el 2 de Septiembre 2012, de: 

http://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/conflitos.pdf. 24  Ordenanza del Ministerio de Salud Nº 3.535, del 2 de Septiembre de 1998. 

Seção  4 | Política Sanitária| BRASIL 

 

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Os Cuidados Paliativos foram incluídos em 2002 no Sistema Único de Saúde (SUS)25 e foi indicado implementar equipes multidisciplinares para a atenção de pacientes com dor e com necessidade de Cuidados Paliativos. A normativa não incluiu estratégias de controle de qualidade nem formação de pessoal. Por falta de pessoal qualificado são poucas as instituições que colocam em prática esta normativa. 

Outra  diretriz  importante  é  a  Política  Nacional  de  Atenção  Oncológica  para Prevenção,  Diagnóstico,  Tratamento,  Reabilitação  e  Cuidados  Paliativos  que classificou  os  Cuidados  Paliativos  em  níveis  de  atenção  que  vão  desde  a  atenção básica até centros de alta complexidade26. 

Não há um sistema governamental de auditoria, avaliação ou controle de qualidade que  monitore  o  standard  de  prestação  de  serviços  de  Cuidados  Paliativos,  nem processo em andamento para formár‐lo. 

Existem  estratégias  nacionais  de  controle  de HIV/SIDA  e  da  Atenção  Primária  que contêm  referências  explícitas  da  prestação  de  Cuidados  Paliativos. A  estratégia  de saúde da familia considera a inclusão de Cuidados Paliativos, todavía não é oficial. 

Os  assuntos  de  cunho  político  dentro  da  diretriz  para  o  desenvolvimento  dos cuidadados paliativos no Brasil foram obtidos em trabalho conjunto com o Conselho Federal de Medicina  (CFM) e as demais  instâncias médicas. Por exemplo, no código de  ética  médica27  do  CFM  (2010)  se  menciona  os  Cuidados  Paliativos  como  um 

tratamento ético obrigatório em pacientes em estado de  terminalidade, e  também está  na  Resolução  1805/2006  do  CFM  antes  descrita.  Estes  feitos  despertaram  a atenção  sobre Cuidados Paliativos, ajudaram no  rol de  reconhecimento da área de trabalho  e  colocaram  o  tema  na  agenda  de  congressos  e  atividades  científicas  de varias áreas de conhecimento. 

INTEGRAÇÃODECUIDADOSPALIATIVOSAOSISTEMANACIONALDESAÚDE

Os Cuidados Paliativos não estão integrados ao Sistema Nacional de Saúde, porém a existência da mencionada  Câmara  Técnica  e da  inclusão de Cuidados  Paliativos na política  de  atenção  a  pacientes  com  câncer,  HIV/SIDA  e  pacientes  de  atenção domiciliar são sinais de uma futura integração. 

RECURSOSGOVERNAMENTAIS

Não  há  orçamento  governamental  para  o  desenvolvimento  e  investigação  em Cuidados Paliativos. 

 

                                                            25  Portaria do  Ministerio da Saúde Nº 19, 3 de janeiro de 2002, artigo 1, ítem b. 

26  Portaria GM Nº 2439‐08/12/2005. Esta portaría é reconsiderada pela PortariaMS/GM 2571‐27/12/2005 e revog todas as 

anteriores por inadequação da nova realidade de 2006, a resolução do  Conselho Federal de Medicina (CFM), resolução 1805, de 9 de novembro de 2006. 

27  Ver resolução1931/09, principio XXII e artigos 36 y 41. Recuperado en 26 de Agosto de 2012, de 

http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=20656:codigo‐de‐etica‐medica‐res‐19312009‐capitulo‐i‐principios‐fundamentais&catid=9:codigo‐de‐etica‐medica‐atual&Itemid=122. 

 

Seção  4 | Política Sanitária| BRASIL 

 

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OPIÓIDES

A colaboração entre as autoridades reguladoras do uso de opióides e os prescritores é regular (3.5 em uma escala de 1 a 5)28.  

O Brasil enfrenta ainda dificuldades com relação à disponibilidade de opióides, pois estão  sob  um  rigoroso  controle  por  parte  da  policía  federal.  É  possível  prescrever opióides fortes por até 30 días. 

Algumas das medidas adotadas: 

Simplificação da prescrição e facilitação do uso de receitas para a prescrição de opióides29 

Revição da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais‐RENAME30 

Inclusão  da morfina, metadona  e  codeína  no  Programa  de Medicamentos excepcionais31.  Esta medida  permite  viabilizar  a  distribução  gratuita  destes 

medicamentos  e  ampliar  o  acesso  à  população  necessitada.  Os medicamentos  são  adquiridos pelas  Secretarías de  Saúde dos  Estados  com recursos  financeiros  provenientes  do  Fundo  de  Ações  Estratégicas  e Compensação  (  FAEC)  ,  transferida  pelo Ministerio  da  Saúde  e distribuídos gratuitamente pelos Centros de Referência em Tratamento da Dor Crônica. 

Estabelecimento de um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Uso de Opiáceos no Alívio da Dor Crônica32. 

A  gestão de  recursos  é descentralizada  e  tudo depende da  estrutura  sanitária dos estados e municípios. Alguns estados no Brasil possuem programas específicos com registro  de  usuários  que  facilitam  a  distribuição  (como  Paraná  e Pernambuco).Todavia  na mioria  das  localidades,  o  gestor  local  não  dispõe  de  tais programas  e  a  prescrição  requer  receituários  especiais  e  vários  formulários.  Além desses  temas  existe  desinformação  nas  unidades  dispensadoras,  o  que  gera mais dificuldades. 

O  maior  obstáculo  para  o  tratamento  adequado  da  dor  no  Brasil  é  a  escassa informação/formação de profissionais de saúde e dos gestores locais sobre Cuidados Paliativos. 

 

ACESSIBILIDADEAOSCUIDADOSPALIATIVOS

A maioria dos  locais que oferecem Cuidados Paliativos está sob‐responsabilidade do serviço público ou de hospitais com convênio e não necessita de pagamento adicional pelo serviço recebido. Nas instituções privadas o pagamento é requerido.  

                                                            28   Media das estimações individuais dos colaboradores. 

29  Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 202 da Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria (ANVISA) de 18 de julho de 2002. 

30  Portaria GM/MS 1.587, de 03 de setembro de 2002. 

31  Portaria GM/MS 1.318, de 23 de julho de 2002. 

32  Anexo X da Consulta Pública GM/MS nº 01, de 23 de julho de 2002. 

Seção  4 | Política Sanitária| BRASIL 

 

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A maioria  dos  serviços  é  centrada  em  adultos  com  câncer,  especialmente  os  que recebem  tratamento nos  serviços oncológicos governamentais. Todavia  também  se beneficiam  em  menor  escala  pacientes  com  HIV‐SIDA,  idosos  com  demência, pacientes  com  sequelas  neurológicas  e,  em  número  menosr,  pacientes  com insuficiência funcional.  

O Sistema Único de Saúde (SUS)  inclui os Cuidados Paliativos na atenção sanitária e reconhece o diagnóstico fora de possibilidade terapêutica entre seus procedimentos de  admissão,  porém  os  centros  oncológicos  estatais  ou  os  centros  que  possuem convênio com o SUS não podem admitir tais pacientes com este diagnóstico, já que é aplicável  somente  nos  hospitais  de  retaguarda  que  não  possuem  a  estrutura  de hospices, nem recursos necessários para prestarem Cuidados Paliativos.  

 

 

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SEÇÃON5:DESENVOLVIMENTODOSCUIDADOSPALIATIVOS

PIONEIROS

Em 1996 foi criado ol Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, hospital oncológico do Ministerio da Saúde. Atualmente possuí o  serviço mais  completo do Brasil em Cuidados Paliativos. Algumas  iniciativas precederam ao  INCA, porem suas atividades foram descontinuadas.  

Em 1997 foi fundada a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, que apresentou um papel importante na difusão, investigação e formação de professionais na área.  

 

MARCOSNODESENVOLVIMENTODOSCUIDADOSPALIATIVOS

O desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no Brasil  foi  contiíuo desde o principio dos anos noventa.  

1993   São transmitidas as primeras aulas na Universidade Paulista de Medicina. 

1996   Criação do serviço de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional do Câncer no Rio de Janeiro.  

1997   Fundada a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP). 

  Inicio do curso de Cuidados Paliativos na Universidade de São Paulo. 

1998   A  ABCP  realiza  o  Primeiro  Congresso  de  Cuidados  Paliativos  e  Forum Nacional  de  Cuidados  Paliativos.  Nesse  Fórum  foi  realizado  o  primeiro censo de serviços de dor e Cuidados Paliativos. 

1999   Início do l curso de Cuidados Paliativos no Instituto Nacional do Câncer.  

2000    Surgimento de serviços isolados. 

  Primeiro encontro do Grupo de Estudos de Cuidados Paliativos. 

2002   Inclusão  dos  Cuidados  Paliativos  no  Sistema Único  de  Saúde  exigindo  a prestação de Cuidados Paliativos nos serviços oncológicos. 

  Portaria lançada sobre disponibilidade de opióides no país. 

2003   A ABPC organiza a primeira celebração do Dia dos Cuidados Paliativos. 

2005   Fundação da Academia Nacional de Cuidados Paliativos.  

Seção 5 | Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos | BRASIL 

 

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  O músico Nico Rezende compõe a canção” A Voz “para celebração do Dia Mundial de Cuidados Paliativos. 

2006   Criação  da  Câmara  Técnica  de  Assistência  em  Cuidados  Paliativos  no Ministério de  Saúde e  a Câmara Técnica  sobre Terminalidade da Vida  e Cuidados  Paliativos  no  Conselho  Federal  de Medicina  (CFM).  Resolução sobre a ortanásia do CFM. 

2008  Lançamento da Revista Brasileira de Cuidados Paliativos. 

2009   Publicação  do  novo  Código  de  Ética  Médica  do  Conselho  Federal  de Medicina (CFM), que incluí Cuidados Paliativos. 

2011   Reconhecimento  da  Medicina  Paliativa  como  área  de  atuação  pela Associação Médica Brasileira ( AMB). 

 

ANÁLISE

FORTALEZAS

As principais fortalezas identificadas foram: 

O aumento do número de pessoas treinadas em Cuidados Paliativos. 

Maior  interesse  por  parte  de  estudantes  de  graduação,  pós‐graduação  e profissionais que organizaram atividades de capacitação.  

As  instituições governamentais estão  reconhecendo a  importância dos Cuidados Paliativos. 

Concientização cada vez maior da necessidade de Cuidados Paliativos por parte da sociedade.  Várias  discussões  estão  sendo  organizadas  pela  mobilização  da sociedade. 

Maiores  esforços  para  implementar  unidades,  tanto  no  setor  privado  como  no público em todo país. 

Na maioria do país, a casa do enfermo foi o lugar favorito para receber o cuidado e  aí  os  laços  afetivos  foram  amplamente  avaliados.  A  assistência  humana  foi individualizada e constituiu um valor importante. 

O  Sistema Único de  Saúde  (SUS)  reconhece o diagnóstico:  fora de possibilidade terapêutica, entre seus procedimentos de hospitalização. 

OPORTUNIDADES  

                       Foram identificadas as seguintes oportunidades: 

As  leis  promulgadas  apoiam  o  crescimento  e  fortalecimento  dos  Cuidados Paliativos. 

Existência  de  serviços  de  qualidade  em  hospitais  universitários  com  grande potencial de disseminar conhecimento.  

Seção 5 | Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos | BRASIL 

 

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Formação  de médicos  em  Cuidados  Paliativos  que  deve  começar  em  2013  nos programas de residência. Issso estimulará a investigação e exigirá maior qualidade na prestação do serviço. 

Maior relevância dos Cuidados Paliativos devido à decisão do Ministério da Saúde de privilegiar políticas desaúde para a atenção básica e atenção domiciliar. 

A  formulação  de  uma  política  pública  em  nível  nacional  por  parte  do  Sistema Único de Saúde. 

DEBILIDADES  

As debilidades identificadas foram: 

Ausência de uma política específica para os Cuidados Paliativos de ordem nacional e necessidade da existência de muitos profissionais habilitados para fomentar tais políticas e execução das mesmas . 

Não  existe  um  sistema  governamental  de  auditoria,  avaliação  ou  controle  de qualidade  que  monitore  o  padrão  de  prestação  dos  serviços  de  Cuidados Paliativos, nem processo em andamento para formá‐lo. 

Obstáculos de ordem operacional, éticos e culturais. 

Diversidade de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) nos estados e municipios. Alguns  locais  possuem  extremas  dificuldades  no  estabelecimento  de  políticas específicas. 

O modelo de formação dos professionais é alheio às realidades locais. 

Faltam profissionais formados em Cuidados Paliativos. 

Os Cuidados Paliativos não estão incluidos nos currículos das facultades de Saúde em todo o território nacional. 

A ruptura do tratamento curativo para o paliativo. A interrupção do tratamento e preservação  da  continuidade  desse  tratamento  pode  ser melhorado  com  uma estratégia de grande penetração nacional como o da Rede de Atenção Básica. 

Falta assesoramento técnico por parte do Ministerio da Saúde para a organização de equipes qualificadas.  

AMEAÇAS

As ameaças identificadas foram: 

Alto risco de desgaste profissional por falta de trabalho em equipe. 

Criação  de  serviços  sem  controle  de  qualidade  e  formação  especializada  que prestariam uma atenção sanitária de pobre qualidade á população. 

Resistência acadêmica das universidades na  incorporação de ensino de Cuidados Paliativos. 

O desconhecimento dos políticos que trabalham na área da saúde sobre Cuidados Paliativos. 

Seção 5 | Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos | BRASIL 

 

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TIPOLOGÍADONÍVELDEDESENVOLVIMENTO

Baseados na clasificação de Wright et al. (2008)33o Brasil se encontra no nível 3a,ou seja,  os serviços de Cuidados Paliativos se apresentam de maneira isolada. 

 

PERSPECTIVAS

Os Cuidados Paliativos no Brasil estão em pleno desenvolvimento. Nos últimos anos o país  conseguiu  muita  estabilidade  além  de  reconhecimento  da  sociedade  e  do governo,  enfim  possuí  um  bom  futuro  pela  frente.  Existe  grande  potencial  para  o desenvolvimento desses  cuidados de qualidade e provavelmente  será um processo lento em  função do  tamanho do país e das diferenças  regionais. Além disso, o país possuí  diferença  na  estrutura  sanitária  e  diferenças  culturais  principalmente  com respeito ao trato com a morte. 

Surgirão cada vez mais unidades e serviços dentro dos hospitais públicos e privados, que prestarão atenção ambulatorial, internação e cuidado domiciliar em todo o país.  

Os profissionais  envolvidos no  campo das  enfermidades  crônicas, por  exemplo, na oncologia, já se estão orientados para a prestação de Cuidados Paliativos no futuro.  

                       A educação é a força motriz necessária para esta mudança. 

                       Neste momento deverá ser o investimento mais importante. 

Um ponto  importante que deve ser atendido no  futuro será a alocação de recursos para  os  pacientes  com  potencial  de  cura  e  para  aqueles  com  câncer  avançado.  É necessário que o Sistema Nacional de Saúde (SUS) reconheça os custos de Cuidados Paliativos, já que o número destes pacientes tende a ser cada vez maior.  

 

                                                            33  Wright M, Wood J, Lynch T & Clark D. (2008). Mapping levels of palliative care development: a global view. Journal of pain and symptom management, 35(5), 469‐485.