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GRUPO I - LEITURAPARTE A
Lê a crónica de Maria Judite Carvalho «A Gera!o Lunar"#
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Era uma garotinha pequena de visita a um palácio, o da vila de Sintra, creio eu. Ou seria o
de Queluz? m palácio real em todo o caso, daqueles de salas imensas, e m!veis importantes,
de museu, agressivamente dignos, a"etados, sa#dos das m$os de um autor conhecido, como os
quadros e as estátuas. Quem pode conviver com um m!vel assim?
% menina parou, olhou, o&servou com aten'$o. (eria seis, sete anos. )epois de muito olhar,
de por assim dizer entrar ou tentar entrar no am&iente, voltou*se para os pais e disse,
lamentando muito+ -omo esta po&re gente vivia/
Os presentes sorriram e at riram com vontade. -om que ent$o aquela po&re gente -om
que ent$o 2ois claro, aquela po&re gente sem aparelho de rádio nem televis$o, que
a&orrecimento naquelas grandes salas doiradas, sem ir ao cinema sequer, naquela imensa
cozinha sem máquinas. 3$o, aquilo 4á n$o servia para os sonhos de oito anos ou sete$. 6sso eradantes, quando n!s ramos crian'as e lidávamos com princesas e pr#ncipes encantados. %
miudinha, ali, era porm produto de uma civiliza'$o di"erente, sem est7pidos e velhos sonhos
de palácio, com dese4os mais modestos muito mais con"ortáveis e "a&ulosos, como estar
sentado na sala de estar sem doirados nem m!veis de autor, a ver no pequeno ecr$ os homens a
passear na 8ua. Sim, sim, ela, a menina, tinha raz$o. 2orque aquela po&re gente nem sequer
suspeitava. 2ara ali estava naquelas grandes salas lu9uosas, sem nada sa&er de uma pr!9ima
gera'$o lunar. Que n!s ainda achamos maravilhosa. Que para a menina, ali, no palácio real,
t$o natural talvez como respirar. -omo aquela po&re gente vivia.
)iário de 8is&oa, :;.01.udite de -arvalho, % era'$o 8unar/, Este Tempo, -aminho, :00<
1# Seleciona, para responderes a cada item %#% a %#&@, a 7nica op'$o que permite o&ter uma a"irma'$oadequada ao sentido do te9to.
%#% 3a perspetiva da cronista, e9pressa no primeiro parágra"o, os m!veis daquele museucaracterizavam* se por serem so&retudo
a$ &anais.'$ per"eitos.c$ no&res.d$ antigos.
%#( 3a e9press$o Quem pode conviver com um m!vel assim?/ linha A@, está presentea$ uma "rase interrogativa usada para "azer uma pergunta.'$ uma "rase imperativa usada para "azer um pedido.c$ uma "rase imperativa que corresponde a um chamamento.d$ uma "rase interrogativa usada para e9primir um ponto de vista cr#tico.
%#) % "rase -omo esta po&re gente vivia/ linha
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c$ interromper uma ideia.d$ indicar que a "rase n$o terminou.
(# %ssocia cada elemento da coluna A ao elemento da coluna * que lhe corresponde, de acordo com osentido do te9to e de modo a identi"icares o valor semHntico do advr&io destacado.
C
)# -lassi"ica cada uma das a"irma'Ies seguintes )#% a )#+@ como verdadeira ou "alsa, apresentandouma alternativa verdadeira para as "rases "alsas.
)#% %pesar da estranheza relativamente ao espa'o, a menina tentou integrar*se no am&iente.)#( Os visitantes do museu sorriram "ace ao uso adequado do ad4etivo.
)#) Esta cr!nica apresenta os pontos de vista de duas gera'Ies di"erentes.
)#& 2ara a gera'$o da cronista, as viagens J 8ua s$o perspetivadas como um "acto usual.
)#+ Segundo a cronista, a estranheza da menina deveu*se ao "acto de as salas do palácio serem imensase vazias.
6denti"ica o antecedente do pronome su&linhado na "rase+ ,ue n!s ainda achamos maravilhosa/.
+# 6ndica duas caracter#sticas que permitam classi"icar este te9to como uma cr!nica.
# % partir do ponto de vista da cronista, indica uma consequCncia do avan'o da tecnologia.(ranscreve uma e9press$o onde este4a presente a ironia utilizada pela cronista para re"erir este "acto.
PARTE *
Lê o te.to de Ea de ,ueiró/# E0 ca/o de nece//idade1 con/ulta o voca'ul2rio a3re/entado no4inal#
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%o "undo, e com um altar*mor, era o ga&inete de tra&alho de >acinto. % sua cadeira, grave
e a&acial%,de couro, com &rasIes, datava do sculo K6L, e em torno dela pendiam numerosos
tu&os ac7sticos, que, so&re os pane4amentos de seda cor de musgo e cor de hera, pareciam
serpentes adormecidas e suspensas num velho muro de quinta. 3unca recordo sem assom&ro asua mesa, reco&erta toda de sagazes e su&tis instrumentos para cortar papel, numerar páginas,
colar estampilhas(, agu'ar lápis, raspar emendas, imprimir datas, derreter lacre), cintar
documentos, carim&ar contas ns de n#quel&, outros de a'o, re&rilhantes e "rios, todos eram
de um mane4o la&orioso e lento+ alguns com as molas r#gidas, as pontas vivas, trilhavam e
"eriam+ e nas largas "olhas de papel watman em que ele escrevia, e que custavam quinhentos
reis, eu por vezes surpreendi gotas de sangue do meu amigo. =as a todos ele considerava
indispensáveis para compor as suas cartas >acinto n$o compunha o&ras@, assim como os trinta
e cinco dicionários, e os manuais, e as enciclopdias, e os guias, e os diret!rios, atulhando
uma estante isolada, esguia, em "orma de torre, que silenciosamente girava so&re o seu
pedestal, e que eu denominara o Marol. O que porm mais completamente imprimia Jquele
ga&inete um portentoso+ caráter de civiliza'$o eram, so&re as suas peanhas de carvalho, osgrandes aparelhos, "acilitadores do pensamento N a máquina de escrever, os autocopistas 5, o
telgra"o =orse, o "on!gra"o6, o tele"one, o teatro"one7, outros ainda, todos com metais
luzidios, todos com longos "ios. -onstantemente sons curtos e secos retiniam no ar morno
daquele santuário. (ic, tic, tic )lim, dlim, lim -rac, crac, crac (rrre, trrre... Era o meu
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amigo comunicando. (odos esses "ios mergulhavam em "or'as universais. E elas nem sempre,
desgra'adamente, se conservavam domadas e disciplinadas >acinto recolhera no "on!gra"o a
voz do conselheiro 2into 2orto, uma voz oracular %8 e rotunda%%, no momento de e9clamar comrespeito, com autoridade+
N Maravilhosa invenção! Quem não admirará os progressos deste século?
2ois, numa doce noite de S. >o$o, o meu supercivilizado amigo, dese4ando que umas
senhoras parentas de 2into 2orto as amáveis ouveias@ admirassem o "on!gra"o, "ez romper
do &ocarr$o do aparelho, que parece uma trompa, a conhecida voz rotunda e oracular+ – Quem não admirará os progressos deste século?
=as, iná&il ou &rusco, certamente desconcertou alguma mola vital N porque de repente o
"on!gra"o come'a a redizer, sem descontinua'$o, interminavelmente, com uma sonoridade
cada vez mais rotunda, a senten'a o conselheiro+
– Quem não admirará os progressos deste século?
)e&alde, >acinto, pálido, com os dedos trmulos, torturava o aparelho. % e9clama'$o
recome'ava, rolava, oracular e ma4estosa+
– Quem não admirará os progressos deste século?
Enervados, retirámos para uma sala distante, pesadamente revestida de panos de arrás%(.
Em v$o
% voz de 2into 2orto lá estava, entre os panos de %rrás, implacável e rotunda+
– Quem não admirará os progressos deste século?Muriosos, enterrámos uma almo"ada na &oca do "on!gra"o, atirámos por cima mantas,
co&ertores espessos, para su"ocar a voz a&ominável. Em v$o so& a morda'a, so& as grossas
l$s, a voz rouque4ava, surda mas oracular+
– Quem não admirará os progressos deste século?
%s amáveis ouveias tinham a&alado, apertando desesperadamente os 9ailes so&re a
ca&e'a. =esmo J cozinha, onde nos re"ugiámos, a voz descia, engasgada e gosmosa+
N «Quem não admirará os progressos deste século?
Mugimos espavoridos para a rua.
Era de madrugada.
E'a de Queir!s, -iviliza'$o/, ontos, 8ivros do Prasil, :0009oca'ul2rio% A'acial:
como a cadeira de um a&ade superior religioso@.( E/ta03ilha/: selos.) Lacre: mistura de uma su&stHncia resinosa com matria corante que serve para "echar e selar cartas.& ;
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%(# 6denti"ica, no e9certo, e9emplos de narra'$o, descri'$o e mon!logo.
Parte C%)# 8C o e9certo do % aia/, de E'a de Queir!s.esponde, de "orma completa e &em estruturada.
“A AIA”1
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Moi um espanto, uma aclama'$o. Quem o salvara? Quem? 8á estava 4unto do &er'o de
mar"im vazio, muda e hirta, aquela que o salvara Serva su&limemente leal Mora ela que, para
conservar a vida ao seu pr#ncipe, mandara J morte o seu "ilho Ent$o, s! ent$o, a m$e ditosa,
emergindo da sua alegria e9tática, a&ra'ou apai9onadamente a m$e dolorosa, e a &ei4ou, e lhe
chamou irm$ do seu cora'$o E de entre aquela multid$o que se apertava na galeria veio uma
nova, ardente aclama'$o, com s7plicas de que "osse recompensada, magni"icamente, a serva
admirável que salvara o rei e o reino.E'a de Queir!s, ontos, 8ivros do Prasil, :00A
%p!s lerem o conto % aia/, a =ariana e o (iago "izeram os comentários seguintes.
Mariana+ a minha opinião" a palavra #ue melhor caracteri$a a atitude da aia perante a suacondição de escrava é humildade%Tia?o+ Quanto a mim" a palavra #ue melhor caracteri$a a atitude da aia perante a sua
condição de escrava é resignação%
Escreve um te9to de opini$o, co0 u0 0usti"ica'$o da escolha desse comentário, atravs da transcri'$o de uma e9press$o queevidencie o caráter da aia.
R )escri'$o da atitude da aia e e9plicita'$o da sua inten'$o.
R e"erCncia a duas caracter#sticas psicol!gicas da aia.
R 6denti"ica'$o de um recurso e9pressivo presente no e9certo e e9plicita'$o do seu signi"icado.
R %presenta'$o do teu ponto de vista so&re a op'$o da aia, e respetiva 4usti"ica'$o.
Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (eemplo! "di-lo-ei"#$ %ualquer n&mero conta como uma&nica pala'ra, independentemente dos algarismos que o constituam (eemplo! "211"#$
GRUPO II - GRAM@TICA
Re/3onde ao/ iten/ =ue /e /e?ue01 de acordo co0 a/ orientae/ =ue te /!o dada/#
% 8C as "rases seguintes.
a@ B Quem n$o admirará os progressos deste sculo/
&@ ns de n#quel, outros de a'o, re&rilhantes e "rios, todos eram de um mane4o la&orioso e lento:alguns com as molas r#gidas, as pontas vivas, trilhavam e "eriam/
>usti"ica o uso da pontua'$o destacada em cada uma das "rases.
%+# -onstr!i u0a "rase onde utilizes a v
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%5# )e entre as palavras destacadas, identi"ica os 3rono0e/ e os deter0inante/.a@ Eram vários o/ aparelhos "acilitadores do pensamento.
&@ O mais original era o teatro"one.c@ O "on!gra"o, cuDo som assustou as ouveias, estava avariado.
%6# 8C a "rase a&ai9o e indica o advr'io a# presente.
@ os diret!rios, atulhando uma estante isolada, esguia, em "orma de torre, que silenciosamentegirava so&re o seu pedestal @/
%7# 6ndica o te03o e o 0odo das "ormas ver&ais destacadas na passagem seguinte.2ois, numa doce noite de S. >o$o, o meu supercivilizado amigo, de/eDando que umas senhoras
parentas de 2into 2orto as amáveis ouveias@ ad0ira//e0 o "on!gra"o, 4eF romper do &ocarr$odo aparelho, que parece uma trompa, a conhecida voz rotunda e oracular/
%7#% -lassi"ica o ver&o a que pertencem essas "ormas ver&ais como regular ou irregular eindica a respetiva con4uga'$o.
(8. egista, nas "rases, as e9pressIes que tCm a "un'$o de modi"icadores, classi"icando*os.
a@ Os alunos estudiosos tiveram &oa nota no teste. &@ %queles alunos, que est$o sentados no &anco, "altaram J aula.
GRUPO III - ECRITA% "rase que encerra o e9certo do conto -iviliza'$o/, de E'a de Queir!s, na Parte * do Gru3o II,
pode ser um in#cio de uma outra narrativa, agora imaginada por ti.
Escreve um te.to narrativo, correto e &em estruturado, com um m#nimo de 1B0 e um má9imo de :A0 palavras, iniciado pela "rase+ Era de madrugada./
3a tua narrativa, deves incluir uma descri'$o de um espa'o e um momento de diálogo.
3o "inal, revC o teu te9to para veri"icares a ortogra"ia, a pontua'$o, a estrutura das "rases e dos
parágra"os e a coerCncia.
Observações relativas ao Grupo III:1. Para efeitos de contagem, considera-se uma pala'ra qualquer sequência delimitada por espaços em
branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (e$! "di-lo-ei"#$ %ualquer n&meroconta como uma &nica pala'ra, independentemente dos algarismos que o constituam (e$! "2*"#$
2. +elati'amente ao des'io dos limites de etenso indicados um mínimo de 1* e um máimo de 2)pala'ras , há que atender ao seguinte!
a um teto com etenso inferior a . pala'ras / atribuída a classi0caço de (ero# pontos N nos outros casos, um des'io dos limites de etenso requeridos implica uma des'aloriaço parcial (at/dois pontos# do teto produido$
COTAHEGru3o I +8K$ Gru3o II (8K$ Gru3o ) )8K$
PARTE A
%# A pontos % pontos 0 pontos
(# A pontos %+# 1 ponto
)# A pontos %# A pontos
: pontos %5# pontos
+# : pontos %6# 1 ponto
# ,5 pontos %7# pontos
PARTE *
5# pontos %7#%# pontos
6# pontos (8# : pontos
7# pontos
%8# pontos
%8#%# 1,5 pontos
%%# A pontos
%(# pontos
PARTE C %)# 10 pontos
Português Página
Pom tra&alho,
O pro"essor de 2ortuguCs