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África Antiga: A organização dos povos

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África Antiga: A organização dos povos

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As civilizações da Antiguidade Africana

1. As civilizações do Vale do Nilo2. As civilizações Cartaginenses3. As civilizações Nigerianas4. As civilização Congolenses5. As civilizações do Zambeze

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1. As civilizações do Vale do Nilo

1. O Egito Antigo

2. A Núbia2.1.Kush2.2.Axum

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O Egito Antigo- Vale do Nilo (4000 a.C): Cenário de um

desenvolvimento das primeiras organizações históricas

a) As origens da região do Egito- Homens do Neolítico: busca de pontos de água

permanente, como objetivo de organização de uma cultura de subsistência.

- 3500 a.C: Clima da África começa a se alterar. O Saara que era uma área semi-úmida durante os dois primeiros períodos da pré-história começa a passar pelo processo de desertificação;

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- A partir deste processo, os grupos populacionais que viviam no norte da África buscaram refúgio no vale do Rio Nilo, que não tinha a sua importância em um Saara semi-umido. O processo de aridez da região fez com que o Nilo mostrasse em sua organização terraços cobertos de aluviões extremamente férteis.

- Ao longo dos séculos do terceiro milênio a zona recebe um grande fluxo migratório em busca de zonas passíveis de cultivar. O grande fluxo de pessoas leva uma delimitação da exploração dos espaço de cultivo entre si, organizado pelos grupos denominados clãs (grupos familiares);

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Grande evento: a fixação dos povos nômades e semi-nômades ao longo do Rio Nilo por causa da

desertificação da região do Saara (Mesolítico)- As colheitas superabundantes aumentavam a

densidade demográfica, permitindo o armazenamento dos excedentes que eram utilizados para ‘pagar’ os serviços daqueles que ocupavam determinadas tarefas dentro do clã. Surgem as técnicas de agrimensura, a escrita e o cálculo. Estas passam a ser condições necessárias para que o vale do Nilo se transforme em um espaço fundamental para a organização social diversificada, hierarquizada e complexa que compõem as primeiras civilizações da região.

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- Dois grandes grupos se formaram no Vale do Nilo dando duas configurações a região:

a) O Baixo Nilo – Localizado no Delta do Nilo (atual Cairo), sofreu o processo de unificação das aldeias até a centralização do poder com o nome de Egito, unificado em 3100 a. C pelo Rei-faraó Menés.

b) Alto Nilo – localizado no alto Nilo da primeira a sexta catarata do Nilo (De Axum até Karthoum). Conhecido com a Região da Núbia foi composto por vários pequenos ‘aldeias/estados’ interdependentes e que dividem ao longo da história o governo do comércio e da cultura. É considerado uma das primeiras civilização negras da Antiguidade Africana.

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A civilização da Núbia - Civilização anterior a Egípcia : resquícios arqueológicos

datados desde século XX a. C. -Sobreviveu desassociada do estado Egípcio até a 18ª

Dinastia egípcia (entre 1580 a 1200 a.C). - Localização geográfica: Alto Nilo: Sul do Nilo, composto

de várias ‘cidades-estados’ interdependentes: Assuam, Abu Simbel, Wadi Halfa, Dongola, Napata, Meroe e Kartoum. Compreende o atual Sudão e uma pequena parte da Etiopia.

- Assuam: principal cidade – centro comercial rico, entreposto de metais preciosos e local de conflito com os Egípcios.

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-Atividades comerciais: Agricultura e o pastoreio às margens do Rio Nilo. As riquezas e a utilização das técnicas para o manuseio do ouro, ébano, marfim e a sofisticada cerâmica atraiam as lutas com os povos do Baixo Nilo desde a 1ª Dinastia Egípcia.

- Engenharias e industrias: A utilização de muralhas para a defesa e ataque dos territórios (entre Nubia e Egito) ao longo das cataratas do Nilo mostra o desenvolvimento da técnica de manuseio da pedra e a criação de ferramentas líticas e de metais para a construção.

- A partir do domínio Egípcio (18ª Dinastia): a Nubia passa a ser um Vice-reino do Egito que impõem a escrita hieroglífica, os deuses e os costumes egípcios, perdendo a sua característica específica.

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- 2 grandes Reinos se destacam na longa história da Núbia: O reino de Kush e o reino de Assum

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O Reino de Kush (Cush)

- Século 20 a.C: Sua primeira capital de comércio principal teria sido Kerma, na terceira catarata do Nilo, porém a capital cultural mais importante foi Napata, na quarta catarata. A transferência pode ter sido dada para se afastar da ameaça Egipcia.

- Fato importante: Em 713 a. C, o rei kushita Shabata invadiu e controlou o Egito (25ª Dinastia egípcia), porém foram derrotados em 663 a. C. pelos Assírios (Mesopotâmia) comandados pelo Rei Assurbanipal e voltaram para o Sul do Nilo.

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- Após a derrota, os kushitas transferiram a capital de Napata para Meroe ainda mais ao Sul, aproximando da Etiopia. Lá organizaram –se como entreposto para o comércio que era realizado entre a África e o Mar Vermelho. Lá descobriram grandes minas de ferro e desenvolveram técnicas de manuseio do ferro que foram passados para outros povos.

- A partir do século V, o Egito perdeu o total controle do seu delta e foi invadido pelos assírios, persas, macedônicos e romanos. O reino Kush manteve-se a sua independência por mais 8 século, mudando de nome para Reino Meroíta (Capital) e controlou as rotas comerciais no interior da África até o Mar vermelho e mantiveram relações amistosas com os persas (ptolomaicos).

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- Quando os Romanos invadiram o Egito, tentaram conquistar o território dos Kushitas. Como não conseguiram eles cortaram as rotas de comércio kushita no Mar Vermelho. Surge uma grande crise econômica.

- No século 4 d. C. pequenos grupos organizados migraram da península da Somália chamados de Axumitas conquistam e dominam Meroe e se instalam na região próxima ao Mar vermelho dando início ao novo reino: Axum.

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Reino de Axum

- Localizado na Atual Etiopia. (Lenda: Menelik, filho de Salomão com a Rainha de Sabá). A cidade está às margens do Rio Atbara (um dos rios que formam o Nilo).

- Formado por pequenos clãs nômades da península somali e árabes do século 6 a.C. buscando áreas mais férteis.

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- No século 3 a.C, os kushitas tinham comércio com Axum. O porto de Adulium (em Axum – ficava oito dias de Meroe) era o principal porto de escoamento de material utilizado pelos Kushitas para Arábia e o restante da África do Indico.

- Séculos 1 a 4 d.C – Axum se transforma em um dos centros mais ricos da África. Por serem desligados dos demais grupos em guerra (mediterrâneo) assumiram relações comerciais favoráveis com outros grupos e negociavam os produtos de seus portos com reinos tanto do Oriente Médio, quanto da África.

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- Diferencial: Os axumitas desenvolveram uma escrita talhada em argila e pedra para a comunicação entre os diversos grupos que viviam na região de comércio. Organização de uma atividade política e diplomática (escrita em grego);

- Em 335 d. C. os axumitas invadiram e saquearam a capital kushita de Meroe, pondo fim ao reino Kush que era seu concorrente. O povo Kushita fugiu para o atual Chade, difundindo a sua cultura.

- O império Axumita se cristianizou a partir do Egito (Cristianismo oriental). Transformou-se no principal ponto de difusão da religião no Leste Africano.

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-Século VII: expansão árabe mulçumana: perde sua força econômica e cultural. A sua capital é tomada pelos árabes que impõem ao longo do tempo a sua cultura e a sua religião, que de alguma forma, anulou os resquícios de originalidade deste reino, submentendo tanto a língua quanto a cultura aos povos que lá se organizaram e exploraram território ao longo da história.

- A cultura etíope foi a que menos sobreviveu ao longo da história de sucessões e dominações africanas.

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2. A civilização Cartaginesa- Século +/- VII a 146 a.C: Norte da África. Fundado pelos

Feníncios.- Desenvolveu-se na bacia do mediterrâneo. - Atual: Tunisia (capital), Argélia, Líbia, Marrocos e Ilha de

Malta. Parte mediterrânea: Espanha, Portugal e França.- Fundação: Dados arqueológicos discutíveis.- Origens: Berberes + Feníciosa) Os Berberes (berber: homem; estrangeiros) – conjunto

de povos do Norte de língua das famílias afro-asiáticas. Grupos étnicos: Tuareges, Guanches, Rifenhos, Calibas e povos ‘nômades’ do Saara.

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- Cidade de Cartago para os Feníncios: Segurança dos territórios de comércio com povos da África e defesa do comércio mediterrâneo. Prosperidade organizada a partir do comércio marítimo.

- Século V a.C: a população crescente, o controle de um entreposto importante de comércio e a conquista comercial da Sicilia e Malta fez com que os povos habitantes desta cidade se organizassem políticamente para a defesa do território dando origem a civilização cartaginesa.

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- Relações Romanas: Desde o começo são pacíficas. Em 348 a. C: Tratados são assinados com Roma para exclusividade para comércio com o Norte da África e ausência de pilhagens contra os aliados de Roma.

- - Grande evento histórico: As Guerras Púnicas (246 a.C a 146 a. C)

* Punici (Punici, descendentes dos Fenícios)* Anexação de Roma das colônias Cartaginesas da

Sicilia (Cereais) e Sul da Península Ibérica (Minérios diversos, inclusive prata)

* Busca da hegemonia econômica, política e militar daquela região do mar mediterrâneo.

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* Três guerras:1- Perda da Sicilia: 241 a. C2 – Perda da Península Ibérica: 202 a. C3 – Invasão de Cartago: 146 a. C* Consequências: A expansão Romana chega ao

se ápice, crescimento do comércio, o aparecimento de problemas sociais, concorrência de novos produtos e falência do produto interno da península itálica;

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- Consequências da Guerra Púnica para Cartago. - A partir da perda da península Ibérica, quando o

conflito passa ao território africano, Cartago é obrigado a pagar um tributo pesado a Roma que ajuda a enfraquecer a economia local e a manutenção dos portos. Porém Cartago continuava sendo uma ameaça ao comércio de Roma no mediterrâneo.

- Roma: ameaçada pelo avanço econômico de Cartago resolve destruir a cidade. A proposta foi a desocupação do território e a saída para o interior do Saara. Como foi recusado, Roma invade Cartago, destrói toda a cidade (física) e dá a Roma e exclusividade e a expansão máxima do seu território.

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- Cartago é refundada por Augusto no século I a. C, porém agora com a população oriunda da península itálica, tornou-se a quarta maior cidade do Império Romano (500 mil).

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- Foi novamente destruída pelos vândalos em 439 d. C e incorporada ao Império Bizantino em 533, até a expansão islâmica em 697 d.c.

- Comércio: artesanato, tecidos, lãs, linhos. - Arquitetura e urbanismo: muralhas, prédios baixos com

pátios e jardins, fortes, cemitérios. Influências egípcias e gregas. Argila e barro.

- -Divindades: Baal Hammon – (Senhor oculto) Deus principal. Culto organizado, ou seja, sacrifícios humanos (Moloc)

- Soberanos: O governo era exercido por uma assembleia de mercadores. Não existem imperadores mas generais que exerceram poder militar durante os períodos das Guerras púnicas. Os principais: Dido (814 a.C), Amílcar (250-228 a. C), Kantu (220 – 193 a. C) e Asdrubal II (149-146 a. C)

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Civilizações dos Rios Niger, Senegal Congo e Zambeze.

- Grupos étnicos diferentes: cultura e língua.-Economia de Subsistência: devido a questão climática e

a organização dos grupos, a alimentação e o pastoreio são uma das atividades principais.

- Política: a organização política é menos estruturada porém não menos importante. Divido em grupos de famílias e clãs que defendiam o seu território e sua cultura, embora possuam um certo tipo de mobilidade de acordo com a necessidade dos grupos.

-Estes grupos/etnias serão fundamentais para a formação dos futuros reinos que aparecem na África Subsaariana no período medieval.

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Grandes grupos/povos linguísticos

a) Niger – Cordofaniana: Região das bacias do Congo e do Niger

- Ashanti, suaíli, banto, Xosa, Zulu, iorubá, ibob) Nilo-saariana: Norte do Nilo, Saara e Sudão- Songai, mabã, fúria, comã e nilóticoc) Coissã: Sul da áfrica- Hadza, Sandane e coissã.d) Afro-Asiáticas: Norte e leste da África- Berbere, Egipcio antigo, semítico, cushita, e

chádico

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3. Civilização da Região do Niger: grupos étnicos e suas características

1.Hauças: (I)- Povos oriundos da junção dos Nok e Sokoto com os povos

oriundos do Norte da Núbia;- Habitava o norte da Nigéria, e parte do Sudão e pequenos

grupos na África Ocidental.- Mudaram-se ao longo do período para a região do litoral do

Atlântico;- Viviam em pequenos vilarejos e praticavam a agricultura e a

pecuária; 2. Fulas: (I)- Grupo maioritário na região da Guiné.- pequenos Vilarejos na África central e no Norte do Sudão.- Agricultura e animais de pequeno porte.

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3. Iorubás- Um dos grandes grupos étnicos da áfrica central e

ocidental: se organizaram no medieval como um reino;

- Sudoeste da Nigéria e outros grupos no Guiné e Benin.

- Diferenciação: a cultura linguística e mitológica bem estruturada.

- Possuiam uma cidade sagrada (Ilé-Ifé), um deus-rei (Odudua) e posteriormente uma cidade política (Oyo) que reunia camponeses e governantes.

- Artesãos e comerciantes: importante na organização de reinos no período medieval.

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4. Jalofos ou Uolófes. (I)- Ocuparam a região do Senegal e Gâmbia e Mauritânia- Possuíam língua própria;- Agricultura de subsistência 5. Bambara ou Bamana (I)

- Mali, Burkina faso e Senegal- Nome: aqueles que rejeitam a Deus- Surge de um grupo étnico denominado Mande (sul do

Saara). O subgrupo Bozo (250 a.C) constroi uma cidade Djenne que dará origem o reino de Gana e Mali (medieval)

- Interior da bacia do Niger: pecuária e agricultura.

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4. Civilizações da Região do Congo

1. Bantos- Englobam 400 grupos linguísticos diferentes- Originários do camarões e Sudeste da Nigéria. - Por volta do século II a. C primeira expansão: pela

floresta equatorial na África Central.- Segunda expansão: século I a. C: expansão para o

leste da bacia do Congo até atual Angola.- Terceira e última expansão: Depois do ano zero, da

África central até o sul do continente tomando conta da bacia do Zambeze.

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- Organizaram um reino Banto (no medieval) que não tinha a expansão do período antigo.

- Eram nômades caçadores-coletores e pastores de pequenos rebanhos.

- Manipulavam o ferro- Grande variação linguística porém uma

predominou (Zulu). Absorveram fenômenos dos Coissãs embora fossem Niger-cordofanianos

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2. Ambundus- Grupo banto que vivia na região da atual Angola. Um dos

grandes grupos bantos.- Língua própria Kimbundu.- Maior expressão: na colonização portuguesa. 3. Ovambos- Outro grupo expressivo dentro dos Bantos: Namibia- Lingua própria: Oshiwambo (nove subgrupos)- Nome: região de avestruz- Agricultores e criadores de animais- Possuem lendas e tradições ancestrais. Acreditavam em

um espírito supremo (Kalunga) e características matriarcais.

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4. Pigmeus- Região do Vale do congo e nas florestas equatoriais da

África. (Ruanda, Congo, Botsuana, Namibia, Zambia)- Caçadores – coletores. Faziam comércio com os povos

vizinhos. Sabiam a técnica de destilação do milho e construção de casas de folhas e troncos.

- Conviveram com o povo Banto, porém sempre sofreram repressão e continuas disputas de território.

- A estatura média de 1,30 a 1,50. Várias explicações: falta de cálcio, a organização física para movimentação na floresta, adaptação ao calor, problemas na constituição do fígado em processar as proteínas do hormônio de crescimento. (congênito)

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5. Civilizações do Rio Zambeze

- Fruto da terceira expansão Banta. (Moçambique até Africa do Sul)

- Povos possuem as mesmas característica na economia, política e comércio embora houvessem grande variação linguísticas.

- Agricultores de subsistência e criação de animas de pequeno porte.

- No período medieval: desenvolveram a navegação e comércio com os europeus e com os mulçumanos.

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- Características: defesa de território e a guerra.- Grandes produtores de escravos: comércio.- Nome dos principais grupos:a) Norte do Zambeze: Suahilis, Macuas-Lomués,

Macondes e Ajuásb) Sul do Zambeze: Chonas, Angonis, Tsongas,

Chopes, Bitongas.

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Enfim,- História antiga africana: formação de povos às

margens dos rios com suas características linguísticas, comerciais, culturais e religiosas;

- História própria organizada concomitantemente a história dos povos europeus e com matrizes diferenciadas

- Base para a formação de grandes reinos do medieval e que entraram em contato direto com as sociedades medievais europeias a partir das grandes navegações.