limnologia oficial (3)

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO CAMPUS CAXIAS

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICASDISCIPLINA: OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA

Comunidade Perifítica

Acadêmicas:

Antonia Fideles, Aylane da Costa, Jéssica Oliveira, Letícia da Silva,

Marirlan dos Reis e Veridiana Gomes.

Orientador: Guilherme Lustosa

Raras pesquisas;

Negligenciada;

Mera curiosidade

Desconhecimento do seu funcionamento e importância;

Complexidade e dificuldades metodológicas;

CONSIDERAÇÕES GERAIS

TERMINOLOGIA: HISTÓRICO E CONCEITO

Heterogeneidade;

Diferentes denominações;

Variedade de algas da comunidade perifítica na represa de Rosano/Paraná

Maebius & Kny(1883): termo Bentos

Seligo (1905): termo alemão Aufwuchs;

Willer (1920): adoção do termo anterior e criação do termo Behwuchs;

Behning(1928): Peryphyton;

Meuche: adoção do termo anterior e criação de dois novos termos:

Epiphyton Lasion

Aderidos ao substrato Organismos que se associavam

Slákdecková (1902)

• Euperífiton: verdadeiramente aderidos ao substrato

• Pseudoperifíton: móveis e livres

Presença de outros termo na literatura internacional;

1° Workshop internacional sobre comunidades Aderidas aos substratos em Ecossistemas Aquáticos:

Perífiton: comunidade complexa de organismos e detritos orgânicos aderidos ou associados a um substrato qualquer, vivo ou morto.

Epifíton: sobre plantas aquáticas

Epilíton: sobre pedras e rochas

Epipélon: sobre os grãos de sedimento;

Epizoon: sobre animais

Habitat e componentes da comunidade perifítica

O perifíton é considerado um biofilme ou bioderme que varia em espessura e se desenvolve na superfície de rochas, em vegetação ou em qualquer outro substrato submerso em rios, lagos, riachos,

córregos, brejos e entre outros.

São componentes da comunidade perifítica, algas de todas as Classes (algas coloniais), as quais podem corresponder a cerca de 95 a 99% de

toda a comunidade (WETZEL, 1990).

Algas coloniais

A importância da comunidade perifítica nos ecossistemas aquáticos continentais

A comunidade perifítica é considerada um dos principais produtores primários nos ecossistemas aquáticos

continentais tropicais.

Micrasterias truncata (A), Eunotia sp. (B).

(Campeau, Murkin e Titman, 1994) demonstram que as algas perifíticas podem constituir a maior fonte de

alimentos para cladóceros, copépodos, larvas de quironomídeos e oligoquetas.

Diversos estudos têm apontado para a relevância do perifíton como bionindicador da qualidade da água e de seu estado trófico (SLADECEK & SLÁDECKOVÁ, 1963). Os resultados evidencia que o perifíton é capaz de acumular grandes quantidades de substâncias poluentes.

Alguns autores chamam a atenção,

ainda para o papel do perifíton como

modulador químico.

Apesar de toda sua importância, ainda há

poucos estudos na área.

Distribuição de das microalgas nos variados habitats

litorâneos

Comunidade com diversidade de

organismos

Considerações metodológicas

Tipos de substratos: naturais e artificias

Naturais: macrófitas aquáticas, mas não é raro a pesquisa com

rochas.

Artificias: lista extensa, os mais citados são lamina de vidro,

acetato de celulose, cortiça, couro, acrílico, isopor, fios de nylon, madeira, cerâmica e pedaço de

plástico(Fernandes 2005)

A seleção do substrato vai depender

Do objeto de pesquisa: para estudos de curta duração pode-se utilizar macrófitas aquáticas.

Para estudos de longa duração propõe-se uso de rochas ou substratos artificiais.

Vantagens e desvantagens dos substratos naturais:

Vantagens: refletem a real condição do ambiente; e permite avaliar possíveis relação perifíton substrato

Desvantagens: são as dificuldades metodológicas

Vantagens e desvantagens do substratos artificiais:

Vantagens e desvantagens do substratos artificiais:

Vantagens: facilidade de remoção dos organismos; determinação da área; e são excelentes para estudos sucessionais.

Desvantagens: é o fato de não simularem as condições naturais, resultados com experimentos utilizando substratos artificiais não poderão ser comparados com o natural.

Para a escolha do substrato

O que não pode ser desconsiderado na escolher o substrato segundo ( WETZEL 1983)

Grau de rugosidade da superfície Facilidade de remoção dos organismo Homogeneidade do substrato A posição do substrato na coluna d” água A localização do ambiente Tempo de exposição Determinação da área ou biomassa

Estudos qualitativos e quantitativos da comunidade

Existem varias dificuldades metodológicas para as analises qualitativas e quantitativas.

Para as analises quantitativas temos: As escassez de informações de espécies. A heterogeneidade de organismos (grandes

biodiversidades de componentes algais) Raridade de especialista Dificuldade de observação de material vivo

Estudos qualitativos e quantitativos da comunidade

A analise qualitativa as principais dificuldades são: A escolha do procedimento de contagem O perifíton tem distribuição agregadas, dificultando a

visualização;

Estrutura da comunidade

A estrutura da comunidade perifítica é representada pela composição de organismos e pela arquitetura.

Em geral, a maior parte dos componentes do perifíton são as algas, as quais representam a base produtiva desta comunidade;

A arquitetura está relacionada ao arranjo espacial destes componentes nesta camada (Wetzel, 1983c)

Os principais atributos da estrutura da comunidade são : Riquezas especificas, composição, frequência de

ocorrência, densidade total e /ou relativa das classes, dominância, abundância.

Estrutura da comunidade

A composição das espécies e a dinâmica da comunidade depende de condições hidrológicas , do estado trófico da agua, da turbulência, velocidade da corrente, sazonalidade, intensidade e qualidade da luz, natureza e qualidade do substrato;

É importante frisar que a composição florística do perifíton é determinada pela sazonalidade e pelo tempo de colonização.

DINÂMICA DA COMUNIDADE

O perifíton é funcionalmente um microcosmo, que inclui processos internos autotróficos e heterotróficos , simultaneamente em sua bioderme.

A ) Variabilidade Sucessional

Um dos processos mais estudados pelos pesquisadores.

Características estruturais da comunidade dependem das condições do meio, das estações do ano e das adaptações das espécies colonizadoras.

Padrão da variabilidade sucessional. 1 e 2 : fase inicial - poucos dias – com colonização de organismos de pequeno tamanho e elevada taxa de crescimento, com algas unicelulares e bactérias; 3 e 4 : fase exponencial, representada pela colonização de algas unicelulares de maior tamanho, algas coloniais e filamentosas, com morfologia mais complexa; 5: fase “madura” ou estacionária, com maior complexidade de formas, maior número de organismos e ocorrência de perifíton secundário.

O tempo de exposição do substrato para que se alcance uma comunidade madura é muito variado, dependendo das condições do meio e da sazonalidade.

Ho (1979) verificou que em 30 dias de exposição dos substratos ( naturais) em um lago temperado, a comunidade já estava estabilizada; na represa do monjolinho (SP);

Godinho – Orlandi e Barbiere (1983) registraram máxima densidade de algas em 14 dias:

Panitz (1980), ao avaliar a colonização de perifíton em diversos substratos artificiais considerou o tempo de 4 semanas como suficiente para a comunidade se estabilizar na represa de Broa (SP);

Chamixaes (1991) discutiu que a comunidade de algas perifíticas em substrato artificial em rios de SP, começou a se estabilizar após a 3º semana de exposição do substrato no verão e no inverno, após a 4º semana.

b) Produtividade Primária

Escasso no Brasil;

Schwarzbold (1992) avaliou a produtividade primária bruta de diferentes estágios foliares de Eicchornia azureia na lagoa do Infernão (SP) durante 13 meses e observou ausência de sazonalidade dos valores, mas na maioria dos períodos de incubação houve aumento crescente dos valores de estágios foliares jovens (recém colonizados) para os estágios de colonização mas avançados.

Moschini – Carlos (1997) que avaliou a produção primaria em substrato natural e artificial na represa Jurumirim (SP) comentou que os resultados obtidos mostraram valores mais altos para o substrato artificial e que a produtividade primária foi elevada;

Felisberto (2007) realizou experimentos com substrato natural e artificial e no rio Corvo (PR) e obteve valores significativamente diferentes se comparados os tipos de substratos, também sendo mais elevados no substrato artificial e constatou que durante os 21 dias de experimentos, maiores valores de produção primaria bruta e produção primaria liquida foram registrados em torno do 15º dias de colonização.

Perifíton e estado trófico do sistema

Odum (1971), afirma que comunidades em ambientes

desfavoráveis ou poluídos apresentam redução na

diversidade; entretanto dados para comunidades aquáticas

de agua doce são controversos, havendo casos em que há o

aumento da diversidade em condições de enriquecimento e

diminuição deste mesmo atributo em função do aumento do

suprimento de nutrientes na coluna d’água.

Os principais objetivos destes experimentos são:

Avaliação dos efeitos do enriquecimento sobre a diversidade de espécies;

Determinação da taxa de crescimento de algal e da composição taxonômica em relação á razão N:P;

Determinação do papel do perifíton na regulação e ciclagem de nutrientes no sistema aquático;

Experimentos realizados em mesocosmos possibilitam o aporte de nutrientes sobre o crescimento algal.

Determinação e predicação dos efeitos do aporte de nutrientes sobre o crescimento algal;

Avaliar se a eliminação da sobrecarga de nitrogênio ou fosforo pode reverter o processo da eutrofização;

Nymphaea sp, Jardim Botânico, SP.

Materiais usados na confecção de mesocosmos são:

Polietileno; Tanques artificiais

Vasos de argila;Cilindros transparentes

(FERRAGUT, 1999)

Fibra de vidro;

Copos plásticos

Avaliação das mudanças da estrutura da comunidade de algas perifíticas

Processo em condições experimentais de enriquecimento artificial, realizado no Lago do IAG, SP

Avaliação da adição de nitrogênio e fósforo na comunidade perifítica

Realizado no lago das Ninfeias, SP

CERRAO, G. C., CARLOS, V. M., SANTOS, M. J., RIGOLIN, O. Efeitos do enriquecimento artificial sobre a biomassa de perifíton em tanques artificiais na represa do Lobo (Broa). Revista Bras. Biol., v. 51, n. 1, p. 71-78, 1991.

CHAMIXAES, C. B. C. B. Variação temporal da biomassa, composição de espécies e produtividade das algas perifíticas relacionados com as condições ambientais de pequenos rios da bacia hidrográfica do Ribeirão do Lobo (Itirapina - SP). São Carlos, USP - EESC, Depto de Hidráulica e Saneamento, 1991. 333 p. (Tese).

GODINHO-ORLANDI, M. J. L., BARBIERI, S. M. Observação de microrganismos perifíticos (bactérias, protozoários e algas) na região marginal de um ecossistema aquático. Anal. Sem. Reg. Ecol., v. 3, p. 135-155, 1983.

Referências

Hora de exercitar!

1. Qual a importância dos estudos sobre comunidade perifitica?

2. Quem são os perifitons? Descreva sobre o habitat e os componentes de uma comunidade perifitica.

3. Quais são os tipos de substratos da comunidade perifitica? Descreva com suas palavras sobre as vantagens e desvantagens desses substratos.

4. Por que atualmente a comunidade prifitica apresenta poucos estudos no Brasil?

5. Qual a importância dos experimentos realizados com a comunidade perifítica?

Obrigada!

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