revista pasta 02
Post on 13-Mar-2016
254 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
SUMÁRIO // 04
Caixa Forte / Felipe Taborda // 08
Além-Mar / Rodrigo Butori + Virgin Digital // 12
Anunciante / FedEx + São Paulo Alpargatas // 18
Internacional / The Mill // 20
Texto Corrido / Fábio Fernandes // 22
Registro / Felipe “Flip” Yung // 24
Produção / Fábio Soares // 28
Pasta // 33
Alimentos / Restaurantes
Sadia // 33
Parmalat // 34
A Bela Sintra // 35
Kraft Foods // 35
Fleischmann // 36
Automotivos
Honda // 37
Fiat // 38
Goodyear // 39
Kia Motors // 40
Mercedes-Benz // 40
Bancos e Financeiras
Visa // 41
Itaú Seguros // 42
Bebidas Alcoólicas
Diageo Brasil // 43
Skol // 44
Cervejaria Devassa // 45
Schincariol // 46
Cosméticos
Avon // 48
Eletrodomésticos
Multibras // 50
Eletroeletrônicos
Gradiente // 51
Sony // 52
Escolas e Cursos
Colégio São Luís // 53
Panamericana Escola de Arte // 54
Higiene Pessoal
Ceil // 56
Reckit Benckiser // 57
Mídia
Veja São Paulo // 58
TV Globo // 60
ESPN Brasil // 60
O Estado de São Paulo // 61
Go Outside // 62
MTV // 64
Jornal do Brasil // 65
Oi FM // 66
Editora Abril // 67
Net // 68
Playboy // 69
Outros
Folha de São Paulo // 70
Fermatec // 71
A Girafa Books // 72
OSB // 73
Serviço Público
Unicef // 74
PEA // 76
Fundação SOS Mata Atlântica // 77
Ten Yad // 78
IBEASA // 79
ITS // 80
Telecomunicações
Orolix // 81
Brasil Telecom // 82
Transportes e Turismo
Iveco // 83
TAM // 84
Unidas Rent a Car // 86
Hummer // 87
Varejo
Bayard // 88
Discomania // 89
Vestuário
São Paulo Alpargatas // 90
Performa Skateboard // 93
Nike // 94
Tigor // 95
Mizuno // 96
São Paulo Alpargatas // 97
Filmes // 98
Índice Remissivo // 114
Capa // Dentsu
Terceira capa // Diretor de arte convidado: Tomás Lorente Fotografia: Willy Biondani
EDITORIAL // 05
Editorial
Esta é a edição número dois da Revista Pasta, publicação do
Clube de Criação de São Paulo, cujo norte é fazer de suas páginas um
espelho apto a refletir com nitidez a imagem de quem cria e produz
publicidade no Brasil, um dos mais avançados pólos de comunicação
do planeta. Colocar esse segundo tijolo no muro que começamos, dois
meses atrás, a levantar juntos, está sendo especialmente prazeroso. Isso
porque a primeira edição, que está esgotada, gerou uma quantidade tão
grande de cartas, e-mails, beijos e abraços, dando as boas-vindas à
nova revista, que estamos com a horta e a alma encharcadas de água
boa, até hoje. Nesta edição, você irá dar de cara com Felipe Taborda,
um mestre do design gráfico e desbravador de intercâmbios, que nos
adianta novidades sobre exposições que está organizando, reunindo
peças dos últimos Anuários do CCSP, em Nova York e Tóquio, ainda este
ano. A seguir, um mergulho na mais recente e competente campanha da
Virgin Digital, que traz o talento do brasileiro Rodrigo Butori impresso
em seu DNA. Dando um pulo em Londres, você conhecerá uma casa
de magos e de magias virtuais chamada The Mill. Voltando ao Brasil,
desvendamos a trajetória de um cara doce e artista: Fabião Soares,
da Conspira. Ainda tem um belo texto corrido de Fabinho Fernandes,
opinião de anunciantes e os riscos e rabiscos do Flip. Mais adiante,
vem a Pasta, em si. Anúncios e mais anúncios garimpados na seção
NOVO! do Clubeonline, nos últimos 60 dias. E uma novidade: a partir
de agora, tem filme na Pasta. Continuamos pretendendo fazer dessa
revista algo inevitável. Se ela já tiver atingido esse objetivo, ligue já,
já, já e assine. Ou nos cutuque com vara curta, para que possamos
melhorar, sempre. Voltamos em abril.
Laís Prado
lais@ccsp.com.br
Expediente
Editora // Laís Prado Medeiroslais@ccsp.com.br
Projeto Gráfico e Direção de Arte // João Linneu
Repórteres // Francisco Canindé e Luis Fernando Ramos redacao@ccsp.com.br
Produção // Francisco Canindé producao@ccsp.com.br
Revisão // Sandra Simões
Produção Gráfica // Jomar Farias
Diagramação e Finalização // Fabio Graupen
Gráfica // Arizona
Papel // Sappi
Diretor Comercial // Jefferson Cervelim jefferson@ccsp.com.br
Jornalista Responsável // Laís Prado MedeirosMtb 26851
Exemplar Avulso // R$ 25,00Assinatura Anual (seis edições + dois DVDs) // R$ 132,00 - para não sócios do CCSP// R$ 66,00 - para sócios do CCSP
Para assinar ligue (55 11) 3038-1411ISSN 1808-8856
A Revista Pasta é uma publicação bimestraldo Clube de Criação de São Paulo Presidente // Eduardo MartinsVice-Presidente // Jáder RossettoDiretor Executivo // Gilberto dos ReisDiretores // Amaury Terçarolli, André Nassar, Eduardo Lima, Erh Ray, João Linneu do Amaral Neto, João Livi, Leandro Castilho, Marcelo Camargo, Marco Versolato, Renata Flório, Victor Sant’Anna, Wilson Mateos
Rua Deputado Lacerda Franco, 300 - sala 12 - Pinheiros CEP 05432-080 - Tel.: (11) 3030-9312São Paulo - Capital
Nº. 02 - Fevereiro - Março/2006
A Revista Pasta tem o patrocínio anual das empresas:
E o apoio anual das empresas:
Clubeonline
Visite o Clubeonline, site oficial do Clube de Criação de
São Paulo.
As peças exibidas no miolo da Revista Pasta são uma
seleção do melhor publicado na seção NOVO! do
Clubeonline, nos últimos 60 dias. No site, você encontrará
as fichas técnicas completas, de todos os anúncios e filmes.
Para acessar o Clubeonline digite www.ccsp.com.br. Para
assistir aos comerciais ou conferir os anúncios, ampliados,
digite http://www.ccsp.com.br/novo/.
Para participar da seção NOVO! cadastre sua agência ou pro-
dutora na nossa extranet (http://extranet.ccsp.com.br) e sub-
meta suas peças.
Errata
O título correto da peça ao lado, criada pela Talent para Sony
Ericsson, é Um celular tão desejado só podia estar nesta revista,
e não Paixão Total, como foi publicado na edição anterior da
Revista Pasta.
CAIXA FORTE // 08
Revista Pasta: Quando o design entrou na sua vida?
Felipe Taborda: Minha relação com o design começou quando conheci o
Aloísio Magalhães, um dos mais importantes designers brasileiros, autor
de projetos como a primeira identidade visual da Petrobras, o desenho
das notas do Cruzeiro que traziam o Barão do Rio Branco, e o símbolo do
IV centenário do Rio de Janeiro. Foi ele quem realmente tornou o design
“popular”, no Brasil. Tive o privilégio de acompanhá-lo em seu escritó-
rio, conhecer seus projetos e conversar muitas vezes com ele, que foi,
sem dúvida, um dos principais criadores e pensadores deste País. Além
disso, tive todas as influências possíveis de quadrinhos como Tintin e
Asterix e de mestres como Robert Crumb e Carlos Zéfiro. No cinema,
fui contagiado por Ingmar Bergman, Pasolini, Bertolucci, os primeiros
Coppola, Scorcese e Carlos Saura. Na música, por Beatles, Stones,
Doors, Caetano e Gil. Tudo o que aconteceu do final dos anos 60 até o
começo dos anos 80, todas as mudanças visuais, estéticas e musicais
desse período magnífico, certamente determinaram um novo caminho
para o mundo. Misture tudo isso e temos boa parte do que sou hoje.
RP: Qual é sua formação acadêmica?
Taborda: Eu me formei em Comunicação Visual, na PUC-RJ, e imediata-
mente após a formatura fui para Londres, estudar fotografia, na London
International Film School, em 1978. Passei dois anos por lá, como bol-
sista da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior). Depois consegui uma extensão dessa bolsa para estudar em
Nova York, mas antes disso também morei em Paris. Nos EUA, eu com-
pletei meu mestrado em Communication Arts, no New York Institute of
Technology, entre 1980 e 1982. Além disso, cursei Design Gráfico, na
School of Visual Arts, ainda em Nova York, em 1982.
RP: E as capas de discos? Quando começou a criá-las?
Taborda: As capas dos discos na década de 60 eram muito importantes e
foi a partir dali que tudo começou para mim. A gente chegava a comprar
discos importados, que já tinham sido lançados em edição brasileira, ape-
nas porque a capa era a original. Na década de 70, houve uma profunda
influência estrangeira nas capas. Os álbuns Transa, do Caetano Veloso, e
Expresso 2222, do Gilberto Gil, que se desdobrava e se abria, são exemplos
“Não temos noção da nossa força cultural, etílica, gastronômica e artística”
O DESIgNER E DIRETOR DE ARTE FELIPE TABORDA
PROCURA MANTER SEU CéREBRO IMERSO EM UM
CALDEIRãO PLENO DE INFORMAçõES, CORES, TéCNICAS,
FORMAS, SONS E TEXTURAS. DE BEATLES, ROLLINg
STONES E TROPICÁLIA ATé A PUBLICIDADE E OUTRAS
FORMAS DE “BOA ARTE”, COMO gOSTA DE FRISAR,
TABORDA ABSORVE UM SEM-NúMERO DE ELEMENTOS E
DEVOLVE AO MUNDO OBRAS BEM RESOLVIDAS. AUTOR DE
PôSTERES QUE FIzERAM E FAzEM HISTóRIA E DE CAPAS
DE LONg-PLAYS E CDS QUE SE TORNARAM CLÁSSICAS, O
DESIgNER é FIgURINHA FÁCIL EM FICHAS TéCNICAS
DE TRABALHOS CRIADOS PARA gRUPOS COMO BARãO
VERMELHO E PARALAMAS. NOMES COMO NEVILLE
BRODY E MILTON gLASER ASSINAM A ABERTURA DE
SEU LIVRO/CATÁLOgO 100 Cartazes. TABORDA TAMBéM
ORgANIzA EXPOSIçõES FOCADAS EM PUBLICIDADE E
DESIgN, TANTO DENTRO QUANTO FORA DO BRASIL, E jÁ
PASSOU POR DUAS gRANDES AgêNCIAS DO MERCADO.
NESSE BATE-PAPO COM A Revista Pasta, O CARIOCA
SANgUE BOM, PAI DE DUAS FILHAS, FALA SOBRE SUA
TRAjETóRIA PROFISSIONAL E ADIANTA INFORMAçõES
SOBRE AS MOSTRAS QUE ORgANIzARÁ PARA O
CLUBe De CRiaÇão De são PaULo, EM NY E TóQUIO,
AINDA ESTE ANO
Capa da coletânea de Lulu Santos, dentro da série Perfil, daSom Livre
Carne Crua, a “Abbey Road”de Taborda
Rodr
igo
Lope
s Rodrigo Lopes
Rodrigo Lopes
CAIXA FORTE // 09
disso. Essas duas décadas foram muito importantes. Não que hoje não haja
coisas boas. Basta abrir a internet e ver um turbilhão de propostas novas e
informações. Mas a ruptura, a riqueza e o frescor daquele período, não se
sente mais. Logo que voltei ao Brasil, em 1983, fui trabalhar como diretor
de arte da Som Livre. Eu cuidava das capas e fiz coisas bem bacanas por lá.
Criei capas para diversos artistas. Imagine que bem em 1983 houve o boom
do rock nacional, com a entrada em cena de grupos como Barão Vermelho,
Paralamas do Sucesso, Lobão, Titãs, Kid Abelha e diversos outros. Para
mim, as capas mais marcantes de meu período na Som Livre foram as do
disco Maior Abandonado, do Barão Vermelho, ainda com o Cazuza, e de
Rita e Roberto, disco de Rita Lee. Estas, certamente, foram das que eu mais
gostei de ter feito. Como free lance, também criei para o Barão Vermelho
o disco Carne Crua. O trabalho traz um peixe dentro de um liquidificador.
Para os Paralamas, criei a capa do álbum D, que foi gravado ao vivo no
Festival de Montreux, assim como a capa do disco Cuidado, do Lobão,
e a do primeiro disco solo do Cazuza, Exagerado, de 1986. O último,
Burguesia, de 1990, eu também assinei. Uma das mais recentes que criei
foi a de uma coletânea do Lulu Santos, lançada em 2004, na série Perfil,
da Som Livre.
RP: O trabalho na Som Livre foi sua primeira experiência
profissional no mercado brasileiro?
Taborda: Sim. Fiquei por lá até 1988, quando fui trabalhar como dire-
tor de arte da DPZ, onde estive por cerca de um ano. Depois fui para a
MPM, onde fiquei até 1990. Na DPZ, tive muito contato com o Petit, o
que foi bastante enriquecedor. Nessa mesma época, o Marcello Serpa
(hoje na AlmapBBDO), estava começando na agência, em São Paulo,
mas eu não tive contato com ele. Depois dessas duas passagens, eu abri
meu próprio escritório. E foi na época da DPZ que eu organizei a Brasil
Design, junto com o Clube de Criação de São Paulo, uma série de
exposições com peças dos Anuários. Uma delas aconteceu na sede do
Art Director’s Club, de Nova York, entre os dias 25 e 31 de janeiro de
1988, lembro bem. O presidente da entidade era o Giba (Gilberto dos
Reis), que hoje é diretor executivo e está me dando a oportunidade de
preparar outras mostras internacionais envolvendo o CCSP.
RP: O que você pode adiantar sobre as exposições que
vêm por aí?
Taborda: Vou voltar a fazer o projeto Brasil Design, no segundo semestre.
Queremos expor, pela segunda vez, na galeria do Art Director’s Club, de
Nova York. A gente fará uma mostra simultânea em Tóquio, no Clube
de Diretores de Arte de lá. A exposição reunirá uns 300 trabalhos: 100
anúncios e 100 comerciais, de cerca de 20 diferentes agências, mais
100 trabalhos assinados por designers brasileiros. Durante o período
da exposição, haverá palestras de profissionais brasileiros. Ao menos
dois catálogos serão lançados. Também continuo com a exposição 100
Cartazes, composta por trabalhos meus. Essa mostra já foi exibida no
México, Venezuela, Chile, Argentina, EUA e Polônia e gerou um livro-
catálogo, trilingüe, cujo prefácio é assinado por Milton Glaser e Neville
Brody, dois grandes amigos. A idéia é levar essa exposição para toda
a América Latina, incluindo Cuba. Em maio, ela estará em Berlim, na
4ª DesignMai e, paralelamente, em parceria com o Clube de Criação
de São Paulo, vamos tentar levar alguns publicitários brasileiros para
realizar palestras e mostrar o melhor da publicidade feita durante a última
Pôster do LP Cuidado, lançado por Lobão, em 1988
Felipe Taborda
Capa do catálogo da exposição 100 Cartazes
CAIXA FORTE // 10
Copa do Mundo. Outro projeto bacana é A Imagem do Som no Fute-
bol, que acontecerá dentro da programação da Copa da Cultura, projeto
criado pelo Ministério da Cultura, que acontecerá em várias cidades da
Alemanha. Eu convidei 30 artistas plásticos, para que cada um faça a
interpretação visual de uma música sobre o futebol. A idéia da Copa da
Cultura, lançada ano passado pelo ministro Gilberto Gil, é levar a arte e
a cultura brasileiras para a Alemanha, como foi feito no ano passado na
França. Eu também criei toda a identidade visual desse projeto.
RP: E por falar em a imagem do som, a quantas anda esse projeto?
Taborda: Em 1998, fiz a primeira exposição dessa série, que tem sempre
o mesmo formato: eu seleciono 80 canções de um artista e chamo 80
artistas visuais, ou seja, diretores de arte, artistas plásticos, ilustradores,
cenógrafos, carnavalescos etc., para compor um trabalho, tendo como
tema uma das músicas escolhidas. Do meio publicitário, o Marcello Ser-
pa, o Erh Ray, o José Zaragoza, a Cristina Amorim, o Gabriel Zellmeister
e outros talentos já participaram. Tudo é feito por sorteio e a minha maior
preocupação é misturar todas as áreas da criação visual. Gosto muito
de organizar exposições. Adoro lidar com a burocracia de convidar os
artistas, reunir as peças. Esse conjunto de coisas me preenche.
RP: Quais artistas tiveram suas músicas ilustradas?
Taborda: O projeto inaugural foi o do Caetano Veloso. Depois teve Chico
Buarque, Gilberto Gil, Antônio Carlos Jobim, Pop Rock Brasileiro e, ago-
ra, o Dorival Caymmi. O resultado vira uma exposição e um livro, pela
Editora Globo. Agora, em março, a exposição com os trabalhos feitos
para as músicas do Dorival Caymmi deve vir para São Paulo.
RP: Você gosta de ser chamado de multimídia?
Taborda: O termo multimídia está muito batido mas, na realidade, é isso
mesmo que sou, um profissional multimídia. Não gosto daquela coisa
que existe nos EUA, onde as pessoas são hiperespecializadas em apenas
um ramo de atividade. Eu sempre me interessei por muitas coisas e atuei
em muitas áreas. Acho limitada a idéia da especialização. Sou curioso e
essa curiosidade marca a maneira como eu faço minhas coisas.
RP: O que você acha da publicidade brasileira atual?
Taborda: Eu tenho o maior prazer em ver boa publicidade e acho isso
tão estimulante quanto usufruir de qualquer boa arte. Os criativos bra-
sileiros estão entre os melhores do mundo e ao ver o último Anuário do
Clube de Criação de São Paulo, por exemplo, encontrei coisas
geniais. E não só em mídia impressa.
RP: Você realmente considera a publicidade como uma forma
de arte?
Taborda: Sim, sem dúvida. E na hierarquia das artes, para mim, não existe
algo do tipo uma arte melhor que outra. Sei que as pessoas não pensam
assim e que também não é comum misturar criativos de agências com
artistas plásticos e designers. Por isso, A Imagem do Som é interessante,
já que o trabalho faz essa mistura. O que há são artistas melhores e pio-
res. Assim como entre os publicitários. Isso é um fato.
Peças criadas por Marcello Serpa (ao lado) e Gabriel Zellmeister (acima) para o projeto A Imagem do Som
CAIXA FORTE // 11
RP: Você ainda atua em publicidade?
Taborda: Recentemente, eu coordenei toda a campanha de lançamento
das novas revistinhas do Zéfiro. Eu adorei fazer isso, já que criei todos
os anúncios, incluindo os textos, que eram bem-humorados. Um deles
dizia: “Nova edição (sem páginas grudadas)”. Isso porque era comum,
quando eu era garoto, as melhores páginas ficarem grudadas. Você pode
imaginar por quê (risos). Mas a verdade é que eu tenho feito pouca coi-
sa em publicidade. Até dois anos atrás, eu coordenava toda a parte de
design institucional do jornal O Globo, incluindo as peças publicitárias
dos projetos culturais da publicação. Mas desde os ataques terroristas
de 11 de setembro, a situação econômica mudou muito e afetou todos
os segmentos, inclusive jornais e revistas. Por isso, O Globo cancelou
a maior parte das ações que fazia, relacionadas à cultura. É uma pena,
pois isso representa um empobrecimento cultural não apenas do Rio de
Janeiro, mas do Brasil.
RP: Qual é o papel das novas mídias?
Taborda: A internet, por exemplo, é um excepcional meio de divulgação
de idéias. É uma maravilha, mas tem dois lados. Ela pode trazer uma
certa preguiça para as pessoas, pois está tudo lá. Em segundos, você tem
a nova música dos Red Hot Chili Peppers para ouvir. A nova geração, que
nasceu acostumada com isso, certamente será menos aguçada para des-
cobrir coisas, pois tudo é muito fácil e imediato. Imagina que eu e meu
irmão, nos anos 70, fomos até a Argentina assistir a um filme que havia
sido censurado no Brasil. A nova geração não tem a urgência de experi-
mentar o que de novo está sendo feito, justamente porque o novo chega
imediatamente para ela. Minha geração tinha essa urgência em conhecer
o novo, fosse um disco do Doors ou um filme. Era uma questão de vida
ou morte. Isso é exagerado, é claro, mas era o que a gente sentia, na épo-
ca. Se saísse um disco novo dos Beatles, por exemplo, a gente tinha que
ouvir de qualquer jeito e não sossegava enquanto não escutasse aquilo.
Por isso, coisas produzidas nesse período estão presentes até hoje.
RP: O que acha da arte digital e da computação gráfica?
Taborda: É a mesma coisa com relação ao que eu acho da publicidade.
A boa arte digital, aquela que é bem-feita e usa esses elementos inteli-
gentemente, é fantástica. Eu adoro os filmes da Pixar, como Monstros
S.A. e Toy Story. Esses trabalhos recentemente foram incorporados ao
acervo do MoMA (Museum of Modern Art), em Nova York. Agora, a arte
digital ruim é ruim.
RP: Qual a principal contribuição que essa tecnologia toda traz?
Taborda: É inegável que os computadores trouxeram uma rapidez imen-
sa. Mas certas coisas também foram perdidas. Por exemplo, os escritores
hoje trabalham no computador e, pela facilidade de se apagar e fazer de
novo, deixaram de lado seus caderninhos de anotações. As anotações do
Guimarães Rosa sobre seu próprio texto, por exemplo, formam quase um
novo livro. Isso, provavelmente, vai acabar. O mundo mudou de verdade
e a comparação que eu faço para mostrar isso é a história do disco Pop,
do U2, que foi celebrado como o lançamento mais espetacular da história
da música. Uma coisa absurda, enorme. A ficha técnica desse álbum traz
mais de 300 nomes envolvidos na produção, desde as gravações, até o
projeto gráfico, figurinos etc. E o disco é ruim, eu não gosto. Já o Abbey
Road, último disco dos Beatles, traz na ficha técnica apenas oito nomes,
incluindo os dos quatro integrantes da banda. Lógico que tinha uma or-
questra tocando, mas na produção, mesmo, eram poucas pessoas. Para
a capa, eles tiveram a idéia, foram para a rua com a roupa que estavam e
fizeram seis cliques. Um deles é a imagem estampada na capa, uma das
melhores de todos os tempos. Essa é a diferença. As coisas eram mais
naturais, espontâneas, simples, sem discussões transcendentais sobre
detalhes ínfimos.
RP: Qual é a sua “abbey Road”?
Taborda: A minha melhor capa de disco é a do Carne Crua, do Barão
Vermelho. Ela é a minha “Abbey Road”. Além disso, Carne Crua é um
disco muito bom.
RP: Para encerrar, o que você anda escutando?
Taborda: Eu estou desbravando a música latino-americana. Os ritmos,
os artistas, e percebi que tudo é muito parecido nos diferentes países
do nosso continente, incluindo o Brasil. A pesquisa e a busca por novos
elementos, sejam musicais ou quaisquer outros, ajudam muito no meu
trabalho. Com relação à América Latina, sem “ufanismos chavistas”, nós
não temos noção da nossa força cultural, etílica, gastronômica e artística.
RP: Faltou falar sobre mais alguma coisa?
Taborda: Faltou dizer que tenho duas filhas pequenas que são uma ma-
ravilha. Todos os clichês do mundo sobre a paternidade são verdadeiros.
Eu brinco com meus amigos que sempre sonhei ter três mulheres comi-
go na cama. E agora eu consegui isso. Tenha cuidado com aquilo que
você deseja, pois você pode conseguir (risos finais).
ALéM-MAR // 12
Foi pensando em pessoas que têm a veia musical saltada
que a Virgin Digital trouxe a público a campanha intitulada
Exercise Your Music Muscle (Exercite seu músculo musical),
criada pela Ground Zero, de Los Angeles, nos EUA, no final de
2005. Como o tiro foi certeiro e tem brasileiro na ficha técnica,
a Revista Pasta correu atrás e conta agora o processo de
criação do trabalho.
O diretor de arte Rodrigo Butori assina a campanha em dupla com
a redatora norte-americana Kristina Slade. Butori, 32 anos, foi para
os EUA em 2001, para trabalhar na Saatchi & Saatchi de Los An-
geles. Em 2004, passou a integrar o time criativo da Ground Zero.
No Brasil, atuou em agências como DM9DDB, Young & Rubicam,
Ammirati Puris Lintas e Cápsula, agência da qual foi sócio.
A campanha para o serviço de música online da Virgin,
composta por filme, anúncio e peças interativas, fez sucesso
até no Brasil (veja box na página 16), mercado em que a
empresa ainda não atua.
Como num jogo, as peças desafiam leitor, espectador e inter-
nauta a descobrirem quais músicas e artistas estão, digamos,
camuflados nas imagens. A pergunta feita na campanha é: “Você
vê música?” (confira o anúncio na página ao lado e assista ao
filme digitando www.virgindigital.com).
No filme aparecem 80 referências e no anúncio cerca de 30, mas,
segundo Butori, houve quem encontrasse até 100 delas. “Teve até
gente que se deparou com imagens que se casam com músicas
e bandas brasileiras, por todo o anúncio, tipo Festa no Apê, do
Latino, ou referências à banda baiana Chiclete com Banana.”
Fanáticos por música, Kristina e Butori, que tem uma coleção
de mp3 ocupando um espaço próximo a 400 gigabytes, em seu
hard disk, tinham um grande desafio quando tomaram pé do
briefing. “A Virgin Digital fez questão de dizer, em alto e bom
som, que não queria focar a campanha no grande público, mas,
sim, naquele cara apaixonado por música, naquele teu ami-
go que sempre tem um som novo para te mostrar, que guarda
camisetas de shows como troféus. E a verba, tanto para TV
como para mídia impressa, era bem diminuta. Não posso revelar
os valores, mas se eu contasse todos dariam risada”, relata o
diretor de arte.
Falar com um público tão fiel e entendido do riscado era como
pisar em ovos de casca fina. Mas o conhecimento e gosto por
rock ‘n’ roll, tanto da equipe da agência quanto do anunciante,
foram suficientes para que o trabalho fluísse da maneira mais
natural e empolgante possível.
“Aprendemos que, ao contrário das empresas de tecnologia
envolvidas em música online, como Napster, Yahoo Music e
Apple, a Virgin traz música no seu DNA. Foram eles, por exem-
plo, que assinaram com o Sex Pistols quando ninguém queria
nem passar perto da banda. O resultado dessa tradição é a pró-
pria Virgin Digital, um produto pensado e desenvolvido para os
fãs da boa música”, explica.
No site da Virgin Digital, ao digitar o nome de um artista, o usu-
ário não apenas tem acesso a todos os álbuns e gravações dele,
mas também a um histórico de sua carreira, com os nomes de
cada músico que tocou em cada faixa e dicas de bandas que fa-
zem um som parecido. “Desenvolvemos a assinatura da campa-
nha (Exercise Your Music Muscle) 100% baseada na experiência
do produto. E dessa assinatura saiu o formato da campanha,
todo interativo, onde cada peça desafia o consumidor a exercitar
o seu ‘músculo’ musical.”
Para produzir a campanha, a dupla de criativos teve que re-
almente exercitar seus músculos, e não apenas os musicais.
“Primeiro, fizemos uma lista com os nomes de bandas e artistas
dos quais conseguimos lembrar e, depois, quando se esgotaram
as opções, sentamos em frente ao player da Virgin Digital e
fomos procurando o resto”, relata Butori.
Mas não seria por falta de ajuda que o trabalho iria empa-
car. Até o diretor de marketing da Virgin, David Brody, entrou
Você vê música?
gOSTA DE ROCk ‘N’ ROLL? é DAQUELES QUE
SABEM O NOME DE CADA INTEgRANTE DE
DEzENAS DE BANDAS? QUE SABEM A ORDEM
EXATA DAS MúSICAS DE UM DETERMINADO
DISCO? QUE BATEM O Pé MARCANDO O TEMPO
DE (I Can’t get no) satIsfaCtIon? ENTãO,
VOCê ESTÁ NA MATéRIA E NA CAMPANHA CERTAS
ALéM-MAR // 13
ALéM-MAR // 14
na dança. “Ele, como a gente, é outro louco por música e
mandou muitas sugestões”.
O grande desafio dos criativos era conseguir traduzir os nomes
das bandas em imagens. Noites foram passadas em claro, na
busca pelas melhores referências visuais, na tentativa de deixar
cada um desses artistas visualmente interessantes, a ponto de
despertar a curiosidade do leitor e do espectador.
“Algumas dessas imagens tinham que ser óbvias, para que a
idéia ficasse clara para todo mundo, mas outras teriam que ser
bem discretas, para justamente desafiar aquele fanático por mú-
sica, que não iria largar o osso, ou melhor, o anúncio, enquanto
não acertasse todas as respostas.”
A dupla também contou com o apoio e suporte tanto da empre-
sa de animação National Television, que cuidou do comercial e
esteve envolvida com a campanha desde o início do processo
de produção, quanto do fotógrafo Vincent Dixon, que entrou
de cabeça no projeto e realizou as imagens que compõem
o anúncio impresso.
O filme
Com os primeiros passos executados, era hora da produção do
filme começar a tomar corpo. Fazer algo em live action seria
impossível, devido à pouca verba disponível. Portanto, a saída
encontrada foi a animação.
“O nosso designer, o André Fiorini, também brasileiro e talento-
síssimo, aqui da Ground Zero, trabalhou por muito tempo com
motion graphics e conhece muita gente no mercado. Ele acabou
por fazer a ponte entre a gente e a National Television, e os
caras abraçaram a idéia e se propuseram a fazer o trabalho”,
relembra Butori.
A versão inicial do storyboard, baseada no script original, era
muito longa, com cerca de cinco minutos. Partes não conside-
radas fundamentais foram cortadas e os criativos tiveram que
repensar as emendas das animações, como elas seriam amarra-
das, já que não existiriam cortes no filme.
“Outra dificuldade foi acertar o tempo para cada imagem. Não
podia ser muito rápido senão ficava confuso, mas também não
muito lento, para não ficar chato de assistir.”
E como escolher a trilha de um filme como esse? Para Butori,
esse foi um outro achado fundamental. “Queríamos uma can-
ção que falasse sobre cantar, sobre música, sobre bandas. A
Kristina passou dias em frente ao player da Virgin Digital es-
carafunchando e achou Sing Sing, que é uma pérola da cantora
canadense Serena Ryder.”
O anúncio
Para viabilizar a idéia criativa do anúncio, também com verba
enxuta, algumas medidas tiveram que ser tomadas. Sem dinhei-
ro para contratar um grande número de modelos, a solução ado-
tada foi caseira: todos os personagens presentes na peça foram
interpretados por pessoas que trabalham na Ground Zero.
“Tivemos que contar com a boa vontade de amigos e funcioná-
rios que se dispuseram a passar um sábado de calor escaldante
embaixo de maquiagem pesada e fantasias mirabolantes. Mas
Delight Garden, de Hieronymos Bosch: inspiração
A Visão, da série Cinco Sentidos, de Ian Brueghel de Velours e Rubens:outra fonte de inspiração
ALéM-MAR // 15
Elementos que unidos remetem à banda Guns N’ Roses
valeu a pena, pois foi um dia regado a muitas risadas, nos estú-
dios da Paramount”, lembra Butori.
Tudo foi feito em pouco mais de 12 horas, graças ao trabalho do
produtor David Safin, que atua com o fotógrafo Vincent Dixon.
Um ou dois personagens por vez foram fotografados na mesma
sessão, em câmera digital. Depois, foram semanas juntando e
retocando esse quebra-cabeça visual, em Paris, onde a equipe
de pós-produção trabalha.
“Ficamos algum tempo nesse bate e volta de e-mails, checando
a imagem, corrigindo a posição dos personagens, mudando co-
res, acertando a idéia como um todo”, conta.
O diretor de arte passou dias montando um layout em baixa
resolução, posicionando todos os personagens de forma que
nenhum deles ficasse na frente do outro, mas sim que houves-
se uma espécie de hierarquia visual, para que o olho do leitor
seguisse uma ordem e não se perdesse no todo do trabalho.
Com clara influência do estilo único do holandês Heronymos
Bosch (1450 - 1516), com traços que remetem a tentações e
alegorias, e forte confusão entre fantasia e realidade, o visual do
anúncio também foi inspirado em obras de mestres da pintura
como Ian Brueghel de Velours (filho de Pieter Bruegel, O Velho)
e Rubens, que, em dupla, assinam a belíssima série Cinco Sen-
tidos, criada entre 1617 e 1618.
A campanha também é sucesso em países como Inglaterra,
Irlanda e Espanha, mas Butori prefere comemorar outra vitória.
“Nós conseguimos fazer um trabalho que prendeu a atenção
do público por muito tempo. Eu sempre acreditei que pu-
blicidade e entretenimento devem andar de mãos dadas e
essa campanha é prova disso. Ninguém gosta de ser tratado
passivamente, de ser atacado com mensagens que nos vêem
apenas como uma carteira recheada e não como seres pen-
santes”, pondera.
Para Butori, a campanha da Virgin Digital, pelo seu formato in-
terativo, tanto na parte impressa como na eletrônica, conseguiu
romper a barreira da velha propaganda tradicional e passou a
fazer parte de um grupo de trabalhos que busca um novo for-
mato, capaz de sobreviver à realidade da televisão interativa,
dos podcasts, dos videogames, dos celulares e de tantas outras
mídias que irão, cada vez mais, disputar espaço na conquista
do consumidor.
Frame do comercial criado para a Virgin Digital: Hotel California e Me, Myself & I, entre outras
ALéM-MAR // 16
Primeiro layout do anúncio da Virgin, realizado por um ilustrador
Outra tentativa, desta vez mais próxima ao resultado final
Vários publicitários brasileiros, fãs de rock ‘n’ roll ou nem
tanto, foram fisgados pela Exercise your music muscle,
da Virgin Digital. Como uma febre, tornou-se comum ver
grupos de profissionais, em frente ao monitor, tentando
descobrir referências escondidas no filme e no anúncio.
Foi isso o que aconteceu na DM9DDB, por exemplo.
Segundo o diretor de arte Alexandre D’Albergaria, na
agência “eram várias pessoas, na frente de uma tela, ten-
tando descobrir os nomes das bandas”.
Na Leo Burnett, o frisson foi semelhante e uma lista, com
os nomes dos artistas escondidos, circulava por e-mail.
Cada um que descobria uma nova banda a acrescentava à
relação e repassava para que todos conferissem a novidade.
De acordo com o redator Carlos Schleder, “o mais caótico
eram as vezes em que a gente não chegava a um consenso
sobre algumas imagens, que podiam servir para mais de
uma banda”.
E até quem não é fã radical de música foi tomado pela
vontade de fazer crescer a lista dos artistas escondidos.
O diretor de arte da Leo, Benjamin Jung Jr., por exemplo,
ficou impressionado ao ver seus colegas “pirando” em
cima das peças. “Eles chegaram até a assistir ao filme
quadro a quadro e, como adoram música, vibravam a cada
nova descoberta”, relata.
Para Jung, o principal exemplo que o sucesso da campa-
nha da Virgin Digital passa é o da dedicação total a um
trabalho. “Cada referência incluída no anúncio e no filme
teve um cuidado enorme, muito tempo foi gasto para pen-
sar em cada detalhe e isso está traduzido no sucesso do
resultado final”, afirma.
Já Schleder acredita que, fora toda a diversão envolvida
na busca pelas bandas, o que mais chamou sua atenção
é que a campanha mostra aos clientes que um fenômeno
como esse só acontece quando uma peça se comunica
com o target de maneira autêntica. “Não adianta mais ficar
falando ‘irado’ e ‘urrú’ nos comerciais e achar que, com
isso, a marca passa a imagem de que é jovem”, finaliza.
Conexão autêntica
ANUNCIANTE // 18
“Trabalhar na área de marketing é sempre um grande desafio.
Não basta executar bem funções. É necessário fazê-lo de forma
inovadora e criativa. Quando se trabalha em uma empresa com
visibilidade e presença mundiais, como é o caso da FedEx, esse
desafio aumenta exponencial e geograficamente. Vivemos uma
era em que cada recurso tem seu destino certo e detalhado, já
que as somas nem sempre são as ideais. Nesse cenário, a pala-
vra otimização ganha uma importância nunca vista antes. Ainda
assim, a criatividade deve ser preservada. Otimizar é a maior
dificuldade encontrada pelos departamentos de marketing das
corporações multinacionais, atualmente. Como utilizar bem os
recursos e ainda assim manter ações relevantes para o mercado?
Uma solução possível é globalizar. Ou seja, criar uma ação única
que possa ser utilizada em diferentes regiões do mundo – Ásia,
Américas, Europa. Por outro lado, uma campanha de marketing
ou publicidade bem-sucedida deve ser relevante especificamente
para cada mercado em que é difundida. Deve transmitir a men-
sagem certa para o público certo, falar às mentes e corações
de cada país ou continente. Ou seja, na outra ponta, é preci-
so regionalizar. Como juntar os dois movimentos de maneira
eficiente? São poucas as empresas que conseguem solucionar
essa complicada equação. Na tentativa de dar um ângulo local,
considerando as variáveis culturais e a aceitação de cada públi-
co consumidor, muitas delas acabam optando por campanhas
distintas e sem conexão entre si, acarretando divergências de
linguagens e, contrariamente aos objetivos iniciais de otimi-
zação, maiores custos. Por isso, ao pensar em algum exemplo
para este texto, não foi difícil lembrar da campanha Priceless,
da Mastercard, por aqui conhecida como ‘Não Tem Preço’.
O famoso bordão já foi traduzido para quase 50 idiomas e exibido
em mais de 100 países desde sua criação, em outubro de 1997.
A peça, assinada pela McCann Erickson, traz a frase: ‘Existem
coisas que o dinheiro não compra; para todas as outras, existe
Mastercard’. Mas o que pegou mesmo foi o ‘Não Tem Preço’.
A grande ‘sacada’ dos criadores desses filmes foi perceber que
não há nada mais fácil de se regionalizar do que valores huma-
nos universais. Assim, não é difícil comunicar a diferentes povos
que um abraço amigo ou um gesto de carinho não têm preço.
De 1997 para cá, a frase já foi adaptada, repetida e até parodia-
da. Ponto para a Mastercard, que acertou ao diferenciar-se dos
rivais Visa e American Express (que se atacavam mutuamente),
humanizando a empresa e valorizando a emoção envolvida em
um ato de compra. Se parasse por aí, a ação da Mastercard já
seria considerada bem-sucedida. Mas não parou. Além de ter
sido veiculada em dezenas de países – com grande aceitação
inclusive no Brasil, onde esses conceitos universais se encai-
xaram como uma luva –, a campanha
foi agraciada com mais de 100 prê-
mios de publicidade em todo o mun-
do e denominada pela empresa ‘uma
das mais bem-sucedidas campanhas de marketing já criadas’.
E as ações continuam, como já foi visto, recentemente, na peça
alusiva à Copa do Mundo. Como diretor de marketing e respon-
sável por todas as ações da FedEx na América Latina, parabenizo
a Mastercard por ter criado uma campanha tão competente e en-
volvente. Nós, da FedEx, procuramos seguir pelo mesmo cami-
nho. A relação da nossa marca com rapidez, confiança e agilidade
tem âmbito global e genérico. Portanto, deve estar aliada a uma
estratégia de comunicação consistente e abrangente que, ao atin-
gir o público-alvo, produza uma percepção comum destes valores
da marca FedEx. Como cada país possui peculiaridades socioe-
conômicas ou mesmo regulatórias, que afetam diretamente e de
maneiras distintas o posicionamento da empresa nos mercados e
na mente dos seus consumidores, diferentes graus de adaptação
de conceitos criativos devem ser sempre considerados.”
QUAL A MELHOR CAMPANHA QUE VOCê
VIU NO AR, NOS úLTIMOS TEMPOS?
“O que tem me chamado a atenção, nos últimos tempos, é a campanha desen-
volvida pela AlmapBBDO para a gol. Gosto muito de viajar e me interesso
por marketing de companhias aéreas. Sempre me interessei. Confesso que
tive uma certa implicância quando a Gol surgiu no Brasil. Toda empresa que
começa vendendo bilhetes mais baratos acaba tirando da viagem um elemento
que, para mim, é importante: um certo charme. Na minha opinião, viagem
sempre tem de estar relacionada a prazer, mesmo que ela seja a trabalho. Aos
poucos, minha implicância foi diminuindo e acho que a propaganda desenvol-
vida para esse anunciante contribuiu muito para isso. A boa comunicação feita
para a Gol despertou minha atenção. Além de destacar a questão dos preços
mais baixos, de como é possível se vender mais
barato, fala em tecnologia, o que é verdade, pois
a empresa tem aviões modernos. Um dos últimos
trabalhos, sobre os vôos para a Argentina, é mui-
to bom. Acho que eles estão vendendo seu peixe de um jeito bem simpático.
Gosto especialmente do comercial que mostra um casal, num hotel em Buenos
Aires, preparando as malas para retornar ao Brasil, e o homem sai na janela e
grita ‘pentacampeão!’. Mexe com várias emoções, ao mesmo tempo, além de
vender bem o produto. Outro exemplo são as peças que vendem passagens
para o Uruguai, onde nuvens substituem o branco das listras da bandeira uru-
guaia. Destaco ainda o visual dos aviões da Gol, de cor laranja, que já permite
à empresa se diferenciar. Geralmente aviões são pintados de azul, aliás, vários
tons de azul são usados em aeronaves, para fazer (imagino) a conexão com a
cor do céu. A campanha publicitária desenvolvida para a Gol está presente em
todo tipo de mídia: jornais, revistas, outdoors e televisão. Atinge diretamente
o consumidor, de uma forma ou de outra. Não acredito em campanhas desen-
volvidas apenas para um meio. Creio que isso empobrece a comunicação.
É claro que o sucesso de uma marca não se deve apenas à publicidade.
Mas, nesse caso, a Almap está de parabéns.”
Falando bem pelas costas
guilherme gattiDiretor de Marketing da fedex express, américa Latina
rui Porto Diretor de Marketing da são Paulo alpargatas
Victo
r And
rade
Por trás de trabalhos como o multipremiado Gladiator, de Ridley
Scott, ou dos comerciais Cog e Choir, criados pela Wieden+Kennedy
para a Honda, e Mountain, assinado pela TBWA de Londres para o
Playstation 2, está o trabalho da britânica The Mill, empresa res-
peitada por dez entre dez profissionais do mercado publicitário e
de entretenimento.
Especializada em animação em 3D, que permite quase toda e qual-
quer piração criativa, e nos chamados efeitos invisíveis, aqueles que
não necessariamente saltam aos nossos olhos, mas fazem toda a
diferença no produto final, a produtora, fundada em 1990, procura
apresentar freqüentemente aos seus clientes todas as possibilidades
criativas que seus equipamentos podem proporcionar.
Em um segmento no qual a evolução tecnológica avança de maneira
quase frenética, essa troca de informações pode ser muito útil na
descoberta de soluções ou de novos caminhos para destravar deter-
minadas idéias do storyboard.
De acordo com a diretora de marketing da Mill, Wendy Bleazard, esse
relacionamento com as agências é motivo de orgulho para a produ-
tora. “Nossos profissionais promovem eventos do tipo show and tell,
nos quais dividem conhecimento com os clientes”, conta.
Outro cuidado que a provedora tem é o de respeitar o relacionamento
dos criativos e dos diretores de cena com determinados profissionais
da empresa. “Com o tempo, alguns de nossos diretores constroem
uma relação bastante afinada com determinados criativos e diretores
de cena. Isso é normal. Mas nós também procuramos encorajar nos-
sos clientes a trabalhar com todos os nossos talentos, cada um com
suas habilidades individuais”, conta Wendy.
Morte no set
O longa-metragem que recriou a Roma de quase 200 anos antes de
Cristo, no filme dirigido por Ridley Scott, foi todo realizado pela Mill.
A criação dos cenários, público e batalhas consumiu o maior número
de horas e profissionais envolvidos em uma única ação na história
da produtora.
Wendy lembra que na fase final da produção o ator Oliver Reed fale-
ceu e, além do baque na equipe, o fato rendeu um desafio inesperado
à produtora. “O personagem vivido pelo ator teve que ser recriado
em 3D para algumas cenas do final do filme. Um dublê foi contratado
e imagens do rosto de Reed foram retiradas de cenas captadas no
início da produção para serem inseridas no dublê.”
No final das contas, o longa recebeu inúmeros prêmios, incluindo
um Oscar de efeitos visuais. Essa é a única estatueta que uma empre-
sa européia do gênero recebeu, até hoje.
Embora tenha em seu portfólio longas-metragens do calibre de
O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg; Harry Potter (toda
a série) e A Múmia, entre muitos outros, é a publicidade que domina
90% dos hard disks da Mill.
gente virtual amontoada
Um bom exemplo de como a computação gráfica ajuda na realização
de um filme publicitário é o comercial Mountain, que levou, entre ou-
tros prêmios internacionais, o GP de Film, no Festival Internacional
de Publicidade de Cannes, em 2004.
O time que cuidou dos efeitos em 3D deste comercial foi o pri-
meiro na Europa a usar de maneira criativa o software Massive,
Nem o céu é o limite
A PROVEDORA LONDRINA DE
SOLUçõES EM EFEITOS DIgITAIS
THE MILL, QUE TEM UM ESCRITóRIO
EM NOVA YORk, é O QUE SE PODE
CHAMAR DE EMINêNCIA PARDA DO
MUNDO PUBLICITÁRIO, OU SEjA,
ATUA NOS BASTIDORES MAS TEM
“O” PODER. E NãO Só jUNTO AO
UNIVERSO DA PROPAgANDA, MAS
TAMBéM jUNTO A BLOCkBUSTERS
HOLLYwOODIANOS, PRODUzIDOS
PELOS MAIORES ESTúDIOS DO PLANETA
INTERNACIONAL // 20
O trabalho de recriar digitalmente o Coliseu, no longa Gladiator, rendeu um Oscar à Mill
em publicidade. Eles criaram 146 mil pessoas digitalmente para
dar forma à montanha que dá nome ao comercial (o trabalho foi
rodado no Rio de Janeiro).
Os jurados que deram o prêmio ao filme, em Cannes, apontaram a
“simplicidade da idéia e a magnitude da execução” como fatores de-
terminantes na vitória.
A agência que assina o filme também não economizou elogios à Mill.
A producer da TBWA de Londres, Kate Hitchings, afirmou que, criati-
vamente falando, a Mill foi parte fundamental da produção e que, sem
a produtora, o resultado final não teria sido o mesmo.
E é participando integralmente das produções que a Mill busca se
diferenciar. “Nós estamos presentes nos testes de câmera, fazemos a
supervisão das tomadas e da produção e damos suporte dentro e fora
do set”, destaca Wendy.
Outro exemplo de mobilização de contingente em torno de um úni-
co trabalho é o embasbacante filme publicitário de Mercedes-Benz,
intitulado Clouds (Nuvens). Dentre os comerciais que já contaram
com os efeitos digitais da Mill, esse filme, que mostra nuvens ga-
nhando vida para acompanhar um veículo em alta velocidade, no de-
serto, foi “definitivamente o mais trabalhoso já realizado por aqui”,
revela Wendy.
A lista de sucessos da produtora no mundo publicitário não é curta.
Foi a Mill que viabilizou comerciais como Cog, da Honda, no qual
todas as peças de um automóvel desmontado dão seqüência a um
dos mais interessantes exercícios de fotografia em real time já vistos
na publicidade. Mais recentemente, participou da produção do arre-
batador Choir, para o mesmo anunciante.
Também saíram do forno da produtora os efeitos que fizeram uma sé-
rie de modelos se contorcerem, girando membros, tronco e a própria
cabeça, no divertido e também multipremiado filme Twist, criado pela
BBH de Londres para a Levi’s.
flame, smoke, spirit
Do escritório da Mill na Big Apple, aberto há pouco mais de três
anos, já saíram centenas de comerciais para anunciantes como Nike,
Pepsi, Levi’s e Mercedes-Benz. A produtora foi a primeira européia
do segmento a ter escritório do outro lado do Atlântico. Dentre as
plataformas montadas na sede, situada no bairro novaiorquino do
SoHo, estão cinco Flame Suites, duas Smoke Suites, duas unidades
de telecine Spirit e mais de 15 CG workstations. A sede norte-ameri-
cana da Mill conta com nada menos do que 300 profissionais.
Uma conexão de 45 megabytes une os dois escritórios da Mill, faci-
litando e tornando altamente efetivo o trabalho conjunto das equipes,
nos dois continentes.
Para otimizar ainda mais a conexão digital entre o velho e o novo
mundo, a Mill gerou uma empresa irmã, a Beam.TV. Presente em 16
países, incluindo o Brasil, a companhia surgiu para gerenciar o envio
de material durante os trabalhos de pós-produção de Gladiator.
Por ter um dos seus pés na América Latina, por meio da Beam.TV,
a Mill já mira esse mercado como alvo para disparar seus petardos,
num futuro próximo. A partir do escritório da empresa irmã, a produ-
tora pretende montar uma sede no Brasil. “Nosso comprometimento
em abrir um escritório no Brasil mostra que a América do Sul é um
território importante para nós”, sinaliza Wendy.
INTERNACIONAL // 21
Clouds, para a Mercedes, uma das mais trabalhosas produções realizadas pela Mill
Peças de um Honda no filme Cog:exercício em real time
A megaprodução O Resgate do Soldado Ryan, de Steven Spielberg, teve o dedo da produtora
A Michele Daly, além de ser uma americana gatinha, é uma grande amiga
minha e uma excelente profissional. A função dela na Saatchi é o que
alguns chamam de headhunter, na nossa rede se chama Worldwide Cre-
ative Talent Scout e eu, pessoalmente, apelidei de Antena.
Quando há cerca de três anos, numa reunião do board da Saatchi, eu
e alguns colegas sugerimos a contratação de um profissional como
a Michele – a quem eu ainda não conhecia – tinha em mente alguém
exatamente como ela. Uma pessoa que conseguisse fazer duas coi-
sas vitais numa companhia que tem o foco criativo de uma Saatchi &
Saatchi, ao mesmo tempo que tem o tamanho avantajado de uma gigan-
tesca Saatchi & Saatchi. Assim, a primeira dessas funções era precisa-
mente se manter conectada e disponível para atender criativos e criativas
do mundo inteiro que, por qualquer razão, em algum momento, desejem
trocar um escritório da Saatchi por outro. Coisa simples, assim como
tirar alguém da Saatchi da Eslovênia e colocar na Saatchi de Toronto.
Ainda como parte desse mesmo item, deveriam estar também contem-
plados aqueles casos de pessoas que nem sabem que querem ou podem
trocar de ares. São os casos que requerem, mais do que nunca, muita
informação, rapidez e agilidade, porque envolvem os grandes nomes e
os grandes talentos da nossa rede. Explico: às vezes o cara ou a cara
está se arrancando de algum escritório da Saatchi, movido por alguma
proposta local, já praticamente se decidiu por vestir a camisa do inimi-
go, e daí entra em campo a Michele, levando a essa pessoa uma série
de possibilidades em outras cidades, outros parceiros profissionais, em
outros lugares do mundo. Alguns que antes nem sonhavam em trabalhar
overseas, acabam estimulados por essa possibilidade. Com isso, nós
temos garantido a permanência de alguns grandes profissionais dentro
dos nossos quadros.
A segunda função, tão im-
portante quanto a primeira,
é aquela que tem mais a ver
mesmo com o nome – ou o
apelido, se você o preferir
– que batizou o cargo da moça
em questão. A gente queria
que a nossa futura Michele
pudesse ser um pára-raios,
uma antena, entendeu?, que
atraísse todos os talentos jo-
vens, energéticos, verdinhos
e brilhantes que pelo mundo
afora estivessem sendo, como
está acontecendo neste exato momento, forjados, gerados, recém-forma-
dos, enfim, produzidos em algum recanto do planeta.
Bom, principalmente depois da invenção do Saatchi & Switch – que é
uma intranet onde toda e qualquer pessoa que trabalha na Saatchi, sem
nem precisar do aval do seu chefe, pode se inscrever, para trocar de
lugar com um correlato dela que queira fazer o caminho inverso, por
seis meses, morando um na casa do outro, e ainda com as despesas
pagas pela própria agência – é que a parte Antena ficou sendo a mais
importante na vida da Michele.
De qualquer forma, nada disso vem ao caso. Quer dizer, a minha intenção
aqui não é promover a Michele, nem tampouco falar sobre a ferramenta,
por sinal muito legal, que é a Saatchi & Switch. O ponto onde eu quero
mesmo chegar é ‘Os jovens’.
Jovens que eu tenho visto
aqui no Brasil ou jovens que
eu tenho visto em toda parte
do mundo. Os que me são
apresentados, através de seus
portfólios, sites, blogs, DVDs
ou, vez por outra, até pessoal-
mente, pela tal da Michele.
Um deles, recém-saído da
Miami Ad School de Berlim,
quase veio bater nas margens
do Ipiranga. A Michele reco-
mendou muito o cara, para
mim e para a Kate Stanners,
que dirige a criação de Londres. O Tony (Granger), meu amigo e diretor
de criação de NY, já o tinha recrutado por lá durante uns seis meses. E
a questão é que o cara, um dutch com um trabalho realmente brilhante,
queria Londres ou São Paulo para seguir carreira. Na verdade, ele queria
especificamente o escritório da Saatchi & Saatchi Londres ou a F/Naz-
ca Saatchi & Saatchi – o cara não estava exatamente a fim de passear,
POR QUE EU ESTOU ESCREVENDO TUDO ISSO,
SENDO SóCIO E DIRETOR DE CRIAçãO DE UMA
DAS AgêNCIAS MAIS DESEjADAS E CRIATIVAS
DO MUNDO? POR QUE EU ESTOU LEVANTANDO
ESSA QUESTãO SE EU FAçO, MODéSTIA à PARTE,
UM TRABALHO DE ALTÍSSIMO NÍVEL SEgUNDO
A AVALIAçãO DE QUALQUER PROFISSIONAL DO
MUNDO? POR QUE EU TOCO NESSE PONTO SE
AQUI NA F/NAzCA NóS TEMOS UMA LIBERDADE
DE FAzER INVEjA A 99,9% DAS PESSOAS QUE
TRABALHAM NESSE NEgóCIO, NO BRASIL
OU EM QUALQUER PONTINHO DOS CINCO
CONTINENTES DO PLANETA?
Os jovens
Por fábio fernandessócio e Diretor de Criação da f/nazca saatchi & saatchi
TEXTO CORRIDO // 22
Mau
rício
Nah
as
mas sim de fazer um trabalho de que pudesse se orgulhar. Encurtando
a história, às vésperas de vir para cá, ele acabou fechando com o Alex
(Bogusky) da Crispin Porter + Bogusky. Pesou aí..., bom deixa pra lá,
não vou ficar aqui falando da fama das nossas seguras cidades grandes.
Enfim, meu Deus, será que eu vou chegar ao ponto?, o que eu quero dizer
é que, a despeito do Paul ter ido parar na Crispin Porter, eu comecei a
me preocupar muito, muito com o índice de satisfação que moleques do
bem, como ele, vão sentir quando forem encarar a propaganda que o
mundo está deixando para eles.
Antigamente, quando eu comecei, a gente tinha muito pouco acesso à
tecnologia, às informações sobre o mundo da publicidade, aos festivais,
às “tendências”. A gente se virava, fuçava, assistia palestras, comprava
anuários, rodava de um lado para o outro, mas a grande verdade é que
a gente começava a estagiar em alguma agência, muito mais graças à
sensibilidade de um anjo que o Espírito Santo colocou na nossa frente
do que, propriamente, por causa da pasta cheia de layouts bem acabados
num Macintosh velho do seu colega de faculdade. Concorda? Aliás, para
dizer a verdade, valia tudo: anúncio, poesia, redação do Dia das Mães,
qualquer coisa que provasse que você tinha algum talento para sentar
a bunda na frente de uma Olivetti. Daí, graças àquele anjo lá, quando o
estágio rolava, aí é que você começava a aprender de verdade. E aprendia
tudo junto. Como fazer, o que não fazer, quando dá e quando não dá,
quando o cliente é do tipo que aprova, quando é do tipo que odeia o
mundo, idéia engraçada, piada em geral, layout sério, anúncio inteligen-
te, quando o cara do atendimento é quem manda, quando a criação é
quem está por cima da carne seca, enfim, a gente aprendia fazendo e fazia
aprendendo. Era empírico, mas era prático.
No meu caso pessoal, achei aquilo tudo meio presinho, meio amarradi-
nho, afinal eu não sabia o que era criar com absoluta liberdade. Daí eu
aprendi daquele jeito, fui me angustiando, fui me rebelando, e descobri
por meus próprios meios como me impor e como impor um estilo de
trabalho onde eu pudesse criar mais solto, mais leve. Ser mais livre. Hoje
não. Hoje – com 43 anos, de saudosista eu não tenho nada – é muito
melhor. Os caras chegam muito melhores, muito mais preparados, lidan-
do muito mais cedo com muito mais recursos e possibilidades. Muito
mais informados. Mas é aí mesmo que começa o problema. Hoje eles
têm trabalhos prontos, todos com cara de Leão de Ouro em Cannes,
traduzidos em quatro línguas, com imagens mexidas, cara de foto feita
especialmente para aquele anúncio. O nível é tão alto que tem menino
de 20 anos com portfólio muito melhor que a maioria dos profissionais
que ganham pão com aquilo. E aí é que eu penso na frustração que
vai ser a vida real para eles. Porque a verdade é que eles nunca mais
vão ter a liberdade que eles tinham quando estavam desempregados.
Nunca mais vão ter os prazos que eles tinham quando passavam fome.
Nunca mais vão ouvir as críticas relevantes que eles ouviam antes de
ter que se submeter às pesquisas de opinião dos consumidores. Nunca
mais vão ter a verba que os roteiros e os layouts aceitavam antes, com
tanto desprendimento.
E o que ficou martelando a minha cabeça foi a percepção de que essa
mudança se deu mesmo nas duas pontas. Não só os garotos e as garo-
tas de hoje estão melhores do que eu anteontem, como o cerco está se
fechando. Cada vez mais. Aqui e em qualquer lugar do mundo para onde
você switch. Há uns oito anos, um amigo meu, diretor de arte brilhante,
me confidenciou que queria fugir urgente do mercado americano, onde
ele trabalhava. A razão era que as campanhas que eles faziam por lá ou
não passavam pelo cliente, ou não passavam pelas pesquisas, ou não
passavam pelos advogados, ou – quando todo mundo estava distraído
e elas iam ao ar – um consumidor frustrado, irritado, mal-humorado,
mal-amado, sei lá, reclamava até o Conar deles tirar do ar. Como a gen-
te é um pouco atrasado, naquele tempo isso não existia muito por aqui.
Por que eu estou escrevendo tudo isso, sendo sócio e diretor de cria-
ção de uma das agências mais desejadas e criativas do mundo? Por
que eu estou levantando essa questão se eu faço, modéstia à parte,
um trabalho de altíssimo nível segundo a avaliação de qualquer pro-
fissional do mundo? Por que eu toco nesse ponto se aqui na F/Nazca
nós temos uma liberdade de fazer inveja a 99,9% das pessoas que
trabalham nesse negócio, no Brasil ou em qualquer pontinho dos cinco
continentes do planeta?
Bom, em primeiro lugar, porque eu me importo com o que afeta os
outros. Especialmente, com o que afeta os meus colegas e o meu negó-
cio. Em segundo lugar, porque eu me importo com os jovens e com o
futuro deste negócio que eu amo fazer, amo ver, amo admirar quando é
tão bem-feito por quem quer que o faça. E que eu quero vê-lo feito com
o vigor, a sensualidade, a paixão, a ingenuidade, a irresponsabilidade,
o frescor, a alegria, a chama acesa com que só os meninos e meninas
de idade ou de mente podem e sabem – sem saber por que – fazer.
Em terceiro lugar, porque o Conar tirou dois comerciais de Skol do
ar por motivos que chegam a ser risíveis. E em quarto lugar porque
eu tive que escrever tudo isto muito rápido, porque tenho que entrar
numa reunião para aprovar um animatic, que está indo para pesquisa
na semana que vem.
TEXTO CORRIDO // 23
REgISTRO // 24
Tudo começou quando Felipe Yung era apenas uma criança e, aos
4 anos, mudou-se para a França, para acompanhar a mãe, uma
maquiadora, que hoje trabalha freqüentemente para o mercado publi-
citário. Flip passou a ser bombardeado por boas referências artísticas
e arquitetônicas. Aos 8 anos, voltou ao Brasil e, em seguida, retornou
à Europa, desta vez rumo a Portugal. Foi nesse segundo período em
que esteve na Europa que Flip manteve contato com um amigo de sua
mãe, o artista plástico Ciro Cozzolino, que na década de 80 foi um
dos precursores do movimento de street art, no Brasil.
Spray urbano
DEDICADO AO gRAFITE DESDE 1995, O ARTISTA
PLÁSTICO FELIPE YUNg, MAIS CONHECIDO COMO
FLIP, é UMA SENHORA REFERêNCIA QUANDO O
ASSUNTO é A ARTE DE RUA DO BRASIL
Amér
ico M
arian
o
Flip grafita parede da agência G7, em São Paulo
das paredes do lounge da
agência paulista G7, dos
sócios Gustavo Paulus,
João Fernando Vassão e
Pedro Cappeletti, atuação
que virou um evento e foi
exibida em real time atra-
vés do site da agência.
Avaliando a publicidade
que vê na mídia, no dia-a-
dia, o artista diz: “No geral,
eu gosto do que vejo. Mas
falta dar uma ‘descarete-
ada’. Falta uma certa ou-
sadia”. Flip destaca, no entanto, algumas vinhetas produzidas
para as Casas Bahia, criadas pela Y&R e só veiculadas na MTV.
“Essas eu achei bem interessantes, porque rompem radicalmen-
te com os padrões das campanhas desses caras, que assistimos
todo dia na TV. E nessa parada tinha um amigo meu envolvido
na produção, o grafiteiro Titi Freak.”
O artista está se preparando para mudar de endereço, pois o es-
paço que ocupa atualmente, em São Paulo, está pequeno frente
ao seu volume de trabalho. Antes da mudança, promete realizar
uma exposição individual, na sua própria casa, seu habitat de
produção. “Isso funciona na Europa e quero testar aqui. Uma ex-
posição relâmpago, que dura apenas um fim de semana”, avisa.
Os trabalhos de Flip não fazem parte do acervo de nenhuma
galeria de arte. E ele prefere apresentar o que faz em exposições
alternativas e individuais. “Prefiro algo mais reservado, porque
ainda não achei uma galeria que seja a minha cara”, afirma.
Em 2005, organizou duas importantes mostras: a Flipink, no es-
paço Ampgalaxy, em São Paulo, e a Mate, que aconteceu numa
galeria de arte, em Paris. A exposição no Ampgalaxy foi promo-
vida pela Claro. Isso porque o artista venceu o concurso Toque
de Arte, idealizado pela operadora.
Desde setembro de 2004, o projeto, destinado a jovens artistas,
promove a adaptação da arte à tela do celular.
TunaZushi: painel com inspiração oriental
Grafite em parede, no centro da cidade de São Paulo
Flip regressou definitivamente ao seu país de origem em 1995, aos
16 anos, e passou a interferir nas paredes de São Paulo com cores
e traços, nos mais diferentes pontos da cidade. “Antes de assumir
o grafite, eu apenas desenhava. Gosto de desenhar desde muito
pequeno”, conta. Com o passar dos anos, apoiado na arte de grafi-
tar, começou a trabalhar também com pintura, colagem, ilustrações
para revistas e bolando cenários para shows. Em 2001, por exem-
plo, criou para o SESC/SP cenários para o festival internacional de
hip hop SP Rima com Paz.
Já mergulhado no universo da música, o grafiteiro caiu no gosto do
rapper carioca Marcelo D2. A ponte para a amizade foi o DJ Nuts, e
o primeiro trabalho desenvolvido para o D2 foi a confecção de um
convite para uma festa do músico, no Rio de Janeiro, em 2000.
Em 2003, o artista resolveu expandir um pouco mais suas áreas
de atuação e lançou uma grife, a Urban Most, cujos bonés fazem
literalmente a cabeça de caras como o D2: “O Marcelo visitou
minha loja e ficou louco com algumas peças que viu por lá”,
entusiasma-se. No mesmo ano, o rapper convidou Flip para
fazer o cenário de seu show.
No ano seguinte, 2004, assinou a identidade visual do show
Acústico MTV, de D2, gravado no MAM do Rio de Janeiro. E, em
2005, o grafiteiro desenvolveu algumas estampas para a grife
do músico, a Manifesto 33 1/3. “Temos uma ótima relação. O
Marcelo gosta do meu
trabalho e acredita no
meu potencial. Isso é
bacana, pois ele tem
boa projeção na mídia
e faz um trabalho de
grande qualidade”, diz.
Hoje, aos 27 anos, ain-
da debruçado sobre
as técnicas do grafite,
Flip começa a ensaiar
um envolvimento com o
mundo da publicidade.
Recentemente, pintou uma
PRODUçãO // 28
Revista Pasta: Vamos resgatar o começo de sua história.
Fábio Soares: Eu nasci em Taubaté, interior de São Paulo, e vim para a
capital fazer faculdade. Sempre pensei em estudar matemática ou física
e acabei prestando vestibular no ITA e em Rádio/TV, na FAAP. Resolvi
prestar FAAP porque era DJ e achei que o curso poderia ter algo a ver
comigo, tanto quanto a engenharia. Quando fui me matricular no ITA,
com 19 anos, achei aquilo tudo muito rígido e vim espiar a FAAP. Nem
tive dúvidas de qual seria minha escolha. Em seguida, pintou a oportu-
nidade de fazer um estágio na RBS, como segundo assistente de ilha.
Eu era o cara que ia pegar fita no almoxarifado. Mas fui aprendendo e de
lá segui para a Casablanca, em 1993, como editor de uma ilha D1, a pri-
meira digital do Brasil. Aí comecei a trabalhar, conhecer e aprender com
todos os grandes diretores. Fernando Meirelles, Rodolfo Vanni, Clovis
Mello, Andreas Heiniger, Julinho Xavier, Dôdi, Manguinha.
RP: A chegada dessa ilha digital, no Brasil, funcionou como
um divisor de águas?
Fabião: Sem dúvida. A ilha digital significava uma virada tecnológica e
permitiu mudar muita coisa. Antes, mexer num filme era deteriorá-lo.
Com a entrada das ferramentas digitais, mexer, manipular não signi-
ficava mais estragar a imagem ou perder qualidade. Isso foi um salto.
Até então, o editor era um técnico. A partir daí, o editor passou a ser
chamado de artista digital. As agências também sacaram essa virada e
se animaram a criar roteiros que contavam com efeitos. O mercado foi
se aprimorando. E eu comecei a ser solicitado para ir até as agências,
participar de reuniões, discutir o que era possível ou não de ser reali-
zado e fui aprendendo todo o processo, desde a criação até a produção
e a pós-produção. Depois, em 1995, a Casablanca comprou um Henry,
da Quantel, estação gráfica que, ao lado do Flame, da Discreet, foi a
primeira a surgir no mercado. Trabalhei nessa workstation até 1997.
RP: Como aconteceu seu encontro com a Conspiração?
Fabião: Conhecer o pessoal da Conspiração foi algo muito importante,
pra mim. Me acrescentou muito, como pessoa e como profissional. Esse
é um grupo de gente extremamente criativa, cuja convivência é muito
enriquecedora. São pessoas com backgrounds drasticamente diferentes
e muito interessantes. Conheci o Andrucha (Andrew Waddington) quan-
do comecei a trabalhar na ilha D1. Ele iniciava sua carreira de diretor,
nessa época. Trabalhamos muito juntos. Eu passei 1996, na Casablanca,
quase que só atendendo ele, o Breno Silveira, o Claudio Torres, o Lula
Buarque, todo o pessoal da Conspiração. Eles eram muitos e filmavam
muito. Trabalhava tipo de 12 a 16 horas por dia, com essa galera. Nesse
ano, tive meu primeiro final de semana livre em setembro, para você
ter uma idéia. Mas era muito prazeroso trabalhar e a gente aprendeu e
descobriu muita coisa juntos. Até que, em 1997, recebi um convite da
Conspiração para me associar. Eu praticamente já fazia parte da equipe
e esse foi um movimento natural. Continuei ainda por um ano e meio
trabalhando dentro da Casablanca, com quem a Conspiração fez um
acordo. Como eu era uma peça meio diferente dentro da Conspira, que
até então reunia apenas diretores e produtores, fomos nos conhecendo
melhor até 1999, azeitando as engrenagens. Nesse ano decidimos mon-
tar a Conspiração Digital, em São Paulo, com um Flame e um núcleo
de 3D. A partir daí, aos poucos deixei de ser artista de Henry/Flame e
me transformei em supervisor de efeitos visuais, um cara que tinha que
entender o processo de produção, do começo ao fim.
RP: Sair da estrutura da Casablanca e montar uma produtora
digital mudou de que forma sua relação com os comerciais?
Fabião: Inaugurou um novo jeito de trabalhar. Um dos primeiros trabalhos
que fizemos na Conspiração Digital foi a campanha de lançamento do
Mercedes Classe A, criada pela W/Brasil. O resultado surpreendeu todo
mundo e virou nosso cartão de visitas pelo simples fato de não termos
mais que ficar amarrados a um número “x” de horas de pós-produção,
Vinte perguntas
FÁBIO SOARES é UM CARA DE BEM COM A VIDA E
COM A PROFISSãO QUE ESCOLHEU. NASCIDO NO
INTERIOR DO ESTADO DE SãO PAULO, MORA jÁ HÁ
SEIS ANOS NA CIDADE MARAVILHOSA, MAS ATERRISSA
SEMANALMENTE NA TERRINHA DA gAROA. SóCIO DA
CONSPIRAçãO FILMES, MESTRE DA ARTE DIgITAL,
APAIXONADO POR MATEMÁTICA E FÍSICA, EM FASE
DE ROTEIRIzAçãO DE SEU PRIMEIRO LONgA E PAI
BABãO DE DUAS PEQUENAS MENINAS, FABIãO é
QUASE QUE UM DIRETOR PRIVILEgIADO, NO MERCADO
PUBLICITÁRIO. ISSO PORQUE gERALMENTE ENVOLVE-SE
EM PROjETOS QUE DEMANDAM MESES DE PREPARO E
MATURAçãO, EM BUSCA DA MELHOR MESCLA ENTRE
O MUNDO REAL E O MUNDO VIRTUAL. SEU TRABALHO
COSTUMA DEIXAR CHUPANDO O DEDO COMERCIAIS-
SIMPLES-MORTAIS, QUE SAEM DO FORNO, POR AÍ, A
RODO. BASTA LEMBRAR DO PROjETO REALIzADO PARA
NATURA, CUjA ESSêNCIA é A LITERATURA DE CORDEL.
OU DAS TATUAgENS QUE gISELE BüNDCHEN VESTIU,
PARA A gRENDENE. OU ATé DOS TãO VERDES QUANTO
AzEDOS LIMõES DE PEPSI TwIST. SAIBA O QUE PASSA
PELA CABEçA DESSE CARA E OS CAMINHOS QUE
PERCORREU PARA CHEgAR ONDE ESTÁ, gRUDANDO OS
OLHOS NAS PRóXIMAS LINHAS Moreno em versão andróide: primeira experiência como diretor
João
Rica
rdo
Leoc
i
PRODUçãO // 29
já que o equipamento era nosso. Isso deu uma diferença brutal no resultado
final e tirou as amarras de todo o processo de produção. Antes, um orça-
mento só permitia pagar, no máximo, 30 horas de trabalho nas worksta-
tions. Ganhamos uma liberdade que nos garantia um padrão internacional.
RP: E quando aconteceu a mudança para o Rio de janeiro?
Fabião: No ano 2000, a nossa produtora digital estava montada, tudo ia
bem, mas percebemos que a sinergia que ela tinha com a equipe de pro-
dução da sede carioca era pequena. Então decidimos transferi-la para
o Rio de Janeiro. Viemos eu e minha equipe de dez pessoas, de mala
e cuia. Hoje, a Conspiração Digital funciona no Rio e isso modificou
drasticamente o fluxo dos trabalhos. Tudo passou a ser muito melhor
amarrado, desde a pré-produção até o final.
RP: A passagem de supervisor de efeitos para diretor se
deu como?
Fabião: Em 2002, o Washington Olivetto me chamou para fazer um filme
de Bombril para a W/Brasil, no qual o Carlinhos Moreno virava uma es-
pécie de robô, de personagem cibernético. Dirigi o comercial ao lado do
Andrés Bukowinski, da ABA, e foi bem legal. O Washington foi o primeiro
a me dar esse crédito. Nesse filme, o principal era a parte de produção
digital, por isso ele achou que o mais natural seria eu dividir a função
de diretor com o Andrés. Depois disso, o Marcello Serpa me mandou o
roteiro de lançamento do Fox, da VW, um filme que seria feito em um take
só. Poxa, era o lançamento de um carro da Volkswagen, com criação da
AlmapBBDO e ele acreditou em mim. Eu sou muito grato ao Washington
e ao Marcello. A partir daí, comecei a dirigir comerciais. Claro que meus
trabalhos, na sua maioria, têm essa característica de simbiose entre pro-
dução e produção digital, mas meu grande barato é fazer filmes em que
os efeitos se confundam e você não consiga saber o que é real e o que é
efeito. Você até percebe que é uma fantasia, mas não consegue identificar
as ferramentas que fizeram aquilo. É esse tipo de filme que faz parte da
minha matéria, da minha essência. Tenho um superprazer em levar meses
para elaborar uma cena e depois as pessoas olharem e acharem que não
tem efeito nenhum ali, que foi apenas uma filmagem complicada.
RP: Mas qual é a receita para conseguir, digamos, camuflar efeitos?
Fabião: O segredo é não tratar a produção digital como algo hermetica-
mente fechado, que acontece apenas dentro do computador. No caso dos
filmes de xilogravura, da Natura, por exemplo, quando o Washington
falou “vamos fazer um filme usando literatura de cordel, para o Natal,
envolvendo nosso folclore e distante de Papai Noel, neve e coisas as-
sim”, eu viajei e fui fazer uma grande pesquisa no Nordeste, ver como
isso tudo acontecia, o que era o cordel. Voltei com um material enorme
de pesquisa e com as lembranças, as sensações, as texturas na cabeça.
Aí contratamos um time de artistas que fez os trabalhos vistos no filme,
em madeira. Foi um processo muito mais complexo e demorado do que
se fosse realizado só no computador, mas quando transposto para a tela
ele ganhou outra intensidade. Esse tipo de desafio me interessa muito.
Você respeita a arte, a matéria que está por trás. Outro exemplo legal é
o filme de tatuagens, da Gisele Bündchen, para Grendene, também da
W/. Foi também um job muito desafiador. Primeiro, fui entender esse
mundo, fui a convenções de tatoo, conheci tatuadores. Eu e minha equi-
pe fizemos uma baita pesquisa de campo, para não cometer nenhum
tipo de banalização. Adoro sampler, computador, mas preciso levar re-
ferências paupáveis, do mundo real para o computador. Depois, uso a
máquina como uma ferramenta de criação e execução. Quem acha que o
computador é um mundo a parte é, no mínimo, preconceituoso. Ele é a
fronteira entre o real e o virtual e deve ajudar nessa transição. Não pode
ser usado como um instrumento auto-suficiente.
RP: A campanha dos limões, de Pepsi Twist, também demandou
muita atenção?
Fabião: Com certeza. Só no desenvolvimento dos personagens foram
dois meses. No começo, eram apenas vinhetas de dez segundos cada.
Mas as coisas foram dando tão certo que ela cresceu, aumentou o nú-
mero de personagens e já estamos no terceiro ano. Os filmes foram
exportados para vários países. Aliás, essa foi a primeira vez que a Pepsi
norte-americana importou uma campanha da América Latina. Tanto os
filmes de Natura, quanto o das tatoos, quanto os dos limões só rolaram
dessa forma tão legal porque dentro das agências as pessoas enten-
deram que eles exigiam processos longos e me deram condições de
fazer: prazo, orçamento, equipe etc. São produções drasticamente dife-
rentes das convencionais. Me sinto realmente um privilegiado por poder
participar de comerciais assim, tão especiais, dentro da publicidade.
Aprendo muito com esses jobs complexos e os resultados são tão ricos
que é quase um desperdício não dar continuidade a eles. Assim, Natura,
que era um filme só, de Natal, virou Carnaval, Festa Junina etc. Para
Pepsi Twist já são 11 filmes feitos e vem outros por aí. Até as tatoos da
Grendene talvez ganhem uma vida mais longa.
RP: Tem interesse em trabalhar no exterior?
Comercial de Fox, criado pela Almap: outro divisor de águas
Os limões de Pepsi Twist: dois meses só na construção dos personagens verdes
PRODUçãO // 30
Fabião: Vejo como uma extensão normal do meu trabalho dirigir lá
fora. Filmes como os de Natura têm uma matéria muito autêntica, muito
própria, e acabam chamando a atenção. Tenho um agente na Europa
e outro nos Estados Unidos, me vendendo. A Conspiração também tem
uma área internacional. Já trabalhei, por exemplo, supervisionando a
adaptação dos comerciais realizados para a Pepsi, com a equipe da
BBDO de Nova York. Mas minha projeção internacional ainda está co-
meçando. Fui convidado, já faz tempo, a integrar a Advertising Society,
uma entidade muito respeitada nos EUA, e isso me dá, como supervi-
sor de efeitos, uma visibilidade internacional bem legal. Mas eu ado-
ro mesmo é dirigir no Brasil. Prefiro trabalhar com meus parceiros.
São pessoas supertalentosas e estou muito satisfeito com o que encon-
tro na publicidade brasileira. Um tempo atrás, seria impossível fazer o
tipo de filme que faço, com cronogramas de até seis meses. Mas, hoje,
tenho aqui a infra-estrutura e as condições que teria lá fora. Não preciso
ir buscar isso.
RP: O que te apaixona, na publicidade?
Fabião: Dedico 90% do meu tempo à publicidade. Ela oferece desafios e
uma velocidade que me interessam. Ainda tenho muito o que aprender,
mas meu maior tesão é usar a experiência que tenho para subverter o
meu próprio processo. Aplicar essa subversão, a cada projeto, é o que
mais me estimula. Além disso, a publicidade dá a possibilidade de bri-
gar pelo resultado e fazer de novo, se for preciso.
RP: Você ainda atua como supervisor de efeitos ou só dirige?
Fabião: Em meados de 2004, eu me desliguei totalmente da condução da
equipe da Conspiração Digital e atualmente só dirijo.
RP: Seu dia-a-dia é de ralação com glamour ou sem glamour?
Fabião: O mais interessante, hoje, da profissão de diretor de publici-
dade é exatamente a perda do glamour, é a ralação, é saber que você faz
parte de uma equipe e deve conduzi-la ao melhor resultado possível,
sem qualquer frescura. É se dedicar e estar sempre extremamente fo-
cado no que se está fazendo. Essa energia que se gastava antigamente
tirando onda, não tem mais espaço. A melhor coisa do mundo é poder
fazer bons trabalhos. Para isso, não dá para perder tempo com salto
alto. É preciso se concentrar na imagem, no som, na idéia e na criação.
Enquanto diretor, eu me preocupo com a narrativa, com a história que eu
vou contar e com a melhor forma de fazer isso. Ponto.
RP: Você esteve entre os diretores selecionados no New Directors
Showreel, da Saatchi & Saatchi, em 2004. Como aconteceu?
Fabião: Fui parar no rolo da Saatchi & Saatchi graças a outra pessoa a quem
sou também muito grato, que é o Fábio Fernandes. Meu relacionamento com
ele é de profunda admiração, mas nunca trabalhamos juntos. A coisa foi mais
ou menos assim: fiz um filme para a Leo Burnett, com o Rui Lindenberg,
chamado Raio, para a Fiat. O filme ficou bacana e o Fabinho viu esse filme e
gostou. Um pouco depois, eu, parecendo vendedor de Bíblia, entreguei para
ele, numa fila de ponte aérea, o clipe Tree Little Birds, que dirigi para o Gilberto
Gil, porque queria a opinião dele. Aí ele me ligou, dizendo que iria me indicar
para integrar o showreel, e a coisa, de fato, aconteceu. Fiz parte do rolo de
2004, fui a Cannes, e foi bem legal. Quando o Fabinho me ligou, dizendo que
iria me indicar, considero o momento em que virei diretor, para valer.
RP: O comercial de 30 segundos sobreviverá à convergência
dos meios?
Fabião: A publicidade está acentada sobre um modelo construído tem-
pos atrás, desenvolvido para meios estáticos. Hoje há diversas platafor-
mas novas, internet, celular, podcast, mas acho que, no fundo, a plata-
forma não é o que interessa. A gente está vivendo uma transformação
de padrão, que é muito maior do que a diversidade de plataformas, em
si. O suporte, o meio, serão menos importantes de entender do que a
complexidade social que os envolverá. Olhando de uma forma macro,
estamos num momento histórico de grande aceleração, a velocidade é
muito grande, e isso envolve mudanças não só na comunicação, mas
nas estruturas da sociedade. Acho que a comunicação será cada vez
menos abrangente e mais precisa, mais pontual. As empresas e suas
marcas terão que exibir personalidades muito mais fortes. Elas mesmas
serão canais de comunicação, junto aos espectros sociais em que atuam.
E usarão as ferramentas que forem as mais adequadas para falar com
o público que se identifica com elas.Vou querer ver o entretenimento
que a empresa “y” vai me propor, e não só os produtos que ela tem para
me oferecer. Terei de confiar nas marcas que escolho. Também acho
que a responsabilidade social será cada vez mais importante. Nesse
contexto, eu, como diretor, tenho que me preocupar com a concepção do
trabalho, que é mais importante do que se a produção será para celular,
internet, ou o que for.
Tatoo, da W/ para Grendene: pesquisa e ralação traduzidas com delicadeza
Raio, para Fiat: Fabinho Fernandes viu e gostou
PRODUçãO // 31
RP: Você já teve de fazer treatments para filmes que dirigiu ou
que gostaria de ter dirigido?
Fabião: Os gringos geralmente enviam roteiros superdetalhados e pe-
dem um tratamento, antes de qualquer contato pessoal. Acho o treat-
ment interessante, mas penso que nada substitui um bom bate-papo
entre diretor de cena e diretor de criação. Acho uma reunião de briefing
muito mais dinâmica. No Brasil, não me pedem tratamentos. Mas lá fora
é um elemento de avaliação superimportante. Participei, há pouco, de
uma concorrência de Bacardi, junto à Mccann de Nova York. Acabei não
fazendo o filme, por problemas de agenda, mas, nesse caso, avisei que
iria pessoalmente entregar o treatment. Driblei a situação e foi ótimo,
hiperprodutivo. No final das contas, todo mundo achou legal. Eu tento
não me moldar totalmente aos padrões dos gringos. Óbvio que eles
têm algumas regras inquebráveis e que nem vale a pena quebrar,
porque elas, de fato, funcionam. Mas em algumas brechas, tento dar
meu input e fazer as coisas de uma forma um pouco diferente da que
eles estão acostumados.
RP: Dirigir um longa-metragem já faz parte de seus planos?
Fabião: Faz, sim. Já estou escrevendo o roteiro. Será um longa infantil,
baseado na peça Pluft, o fantasminha, da Maria Clara Machado, que
deve sair no final de 2007. É um projeto pretensioso, mas acho que a
pretensão não é maléfica quando autêntica. Não há grandes conquis-
tas sem pretensão e, na nossa área, as coisas não acontecem se você
não mover uma montanha. Quero contar essa história usando uma lin-
guagem diferente, que tem a ver com as crianças de hoje. Os filmes
infantis brasileiros, que estão por aí, na minha opinião têm um forma-
to que já deu. Tenho duas filhas pequenas, de três e sete anos, e sou
vidrado no processo de cognição delas. Então, queria muito fazer algo
legal pra esse público infanto-juvenil, que reage diferente, tem uma
velocidade diferente. Minha filha mais nova, por exemplo, canta a músi-
ca da Chapeuzinho Vermelho fazendo efeitos de sampler. Gosto de estar
perto das crianças e dos adolescentes. Minha geração pegou a virada da
tecnologia. Eu comecei trabalhando numa ilha analógica e depois passei
para uma digital. E quando você pega a transição, se preocupa em saber
porque as coisas estão mudando, o que está rolando. Quando você já
pega as coisas mudadas, como essa criançada de hoje, pode ser vítima
de uma certa ignorância inercial. Por isso, queria tentar misturar téc-
nicas e me comunicar com esse público de uma forma diferente, criar
ruídos, curiosidade, discussão. É um desafio tentar ajudar essa moçada
a manipular a tecnolgia e não ser manipulada por ela.
RP: Você é um cara centralizador ou trabalha bem em equipe?
Fabião: Eu, sozinho, não chego a lugar nenhum nesse tipo de trabalho
que realizo, que une produção e pós-produção e tem um conceito
diferenciado. Entendi, um tempo atrás, que precisava de uma equipe
muito bem montada. E a moçada que trabalha comigo na Conspiração,
hoje, é realmente uma extensão do que eu penso. Dependo muito desse
pessoal e dos meus parceiros nas agências para realizar meus filmes.
Por isso mesmo, não acho que meu trabalho seja autoral. Ele é de
um grupo que fala a mesma língua. Sou apenas um balizador e tento
canalizar as coisas através dos dutos corretos, nas horas certas.
RP: Sua paixão pela matemática, que quase te transformou
em engenheiro, ficou no passado?
Fabião: De jeito nenhum. Tenho a matemática e a física como uma
religião, uma filosofia de vida, e uso muito essas ciências na forma
de raciocinar. Procuro respeitar a freqüência natural das coisas. Tem
dois autores que eu tenho lido muito, que são o Keith Devlin – um
sujeito que trata a matemática de uma forma muito próxima à vida e a
coloca numa perspectiva que eu nunca tinha visto – e o Steven Pinker,
que discute a capacidade de comunicação do ser humano, como nosso
cérebro funciona para receber e enviar conhecimento, como se dá a
codificação da comunicação e das informações. Isso tudo tem muito a
ver com o que a gente faz, vale aplicar no nosso dia-a-dia e me interessa
bastante. Provavelmente, ano que vem eu faça uma pós-graduação em
matemática, que é uma grande paixão. Sou fanático pelas ciências, de
uma forma abrangente.
RP: A matemática permaneceu. E o seu lado Dj?
Fabião: Sou DJ até hoje. Toco house à beça, em São Paulo e no Rio.
Adoro. É uma forma de relaxar e também ajuda no meu processo
criativo. A música sempre esteve muito presente na minha vida. Ela faz
parte da minha essência. Meu pai era músico. Muitas vezes, pego meu
case depois de ter filmado o dia todo. Mesmo tendo de trabalhar, no dia
seguinte, logo cedo, vou tocar numa festa e não me canso. Isso pra mim
é combustível.
RP: Algo mais?
Fabião: Queria fazer dois registros. Um de admiração e outro de
agradecimento. Na verdade, até já citei caras que foram importantíssimos
ao abrir portas na minha carreira: Washington, Marcello e Fabinho.
Mas há uma outra pessoa que sempre acreditou muito na minha
capacidade de dirigir e me ajudou nessa transição, que é a Patrícia
Viotti. Outra figura importante pra mim foi o Pedro Buarque de Holanda,
da Conspira. Quanto à admiração, além do Andrucha, do Cláudio, do
Breno, de todos os meus irmãos da Conspiração, aplaudo sempre os
trabalhos do Mateus de Paula Santos (e não estou elogiando esse cara
só porque ele usou esse mesmo espaço para falar bem de mim, não), do
Jarbas Agnelli e do Pedro Becker. É isso.
Carnaval (no alto) e Festa Junina (acima), paraNatura, com inspiração na literatura de cordel
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 33
Nova Sadia Vita. Seu coração muito mais forte.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit Roberto Kilciauskas Fernanda Fajardo Fotografia // Banco de Imagens Luiz Paulo Furia
Nova Sadia Vita. Seu coração muito mais forte.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit Roberto Kilciauskas Fernanda Fajardo Fotografia // Banco de Imagens Luiz Paulo Furia
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 34
Misturamos as frutas.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit Roberto Kilciauskas Adriana Davini Fernanda Fajardo Frederico Sartorello Danilo Beyruth
Fotografia // Darcy VieiraIlustração // Darcy Vieira
Misturamos as frutas.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit Roberto Kilciauskas Adriana Davini Fernanda Fajardo Frederico Sartorello Danilo Beyruth
Fotografia // Darcy VieiraIlustração // Darcy Vieira
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 35
O português mais bem freqüentado de São Paulo.
Giovanni, FCBCriação // Fernando Campos Valdir Bianchi Vico Benevides Fotografia // Jairo Goldflus
Caminhão. (busdoor)
OgilvyCriação // Marcelo Pires Virgilio Neves Ricardo Ribeiro Henrique Mattos Fotografia // Fábio Bataglia
ALIMENTOS / RESTAURANTES // 36
Fermento Fleischmann. Um pouco faz crescer muito.
PublicisCriação // Tião Bernardi J.R. D’Elboux Ricardo Furriel Marcelo Sato Denis Kakazu Kushiyama Fotografia // Marcus Hausser
Fermento Fleischmann. Um pouco faz crescer muito.
PublicisCriação // Tião Bernardi J.R. D’Elboux Ricardo Furriel Marcelo Sato Denis Kakazu Kushiyama Fotografia // Marcus Hausser
AUTOMOTIVOS // 37
Você compraria roupa assim? E carro, vai comprar como?
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flavio Casarotti Gustavo Diehl Ricardo “Big” Passos
Fotografia // Pedro Dimitrow (modelo) Rafael Costa (carro)
Se a roupa que você veste não é assim, por que o seu carro vai ser?
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flavio Casarotti Gustavo Diehl Ricardo “Big” Passos
Fotografia // Pedro Dimitrow (modelo) Rafael Costa (carro)
AUTOMOTIVOS // 38
Ei, é hora de acreditar no espaço dos bancos rebatíveis.
Leo BurnettCriação // Ruy Lindenberg Fábio Nagano André Kirkelis Guto Kono
Fotografia // Andreas Heiniger Marco Cezar
Não seja egoísta: abra o Sky Window e divida o cheirinho de carro novo com todo mundo.
Leo BurnettCriação // Ruy Lindenberg Guilherme Facci Benjamin Yung Junior
Fotografia // Mauricio NahasIlustração // WDS
AUTOMOTIVOS // 39
McCann EricksonCriação // Milton Mastrocessário Marcos Teixeira Alexandre Silveira
McCann EricksonCriação // Milton Mastrocessário Marcos Teixeira Alexandre Silveira
AUTOMOTIVOS // 40
Tem carro que vai ficar muito deprimido, mas fazer o quê?
Y&RCriação // Tomás Lorente Carlos Fonseca Daniel Prado
Fotografia // Banco de Imagens MercedesIlustração Digital // André Viegas
Nova Besta. Muito mais espaçosa.
Lew LaraCriação // Jaques Lewkowicz Clóvis Marquetti Thomaz Costa Jeferson Rocha
BANCOS E FINANCEIRAS // 41
Você parou exatamente nesta foto. O que você chama de coincidência, as companhias aéreas chamam de destino.
Leo BurnettCriação // Ruy Lindenberg Fabio Nagano Benjamin Yung Junior
Fotografia // Alexandre Ermel Banco de ImagensIlustração // Teka Martins
Aqui ninguém reclama quando caem as tiras de uma havaiana.
Leo BurnettCriação // Ruy Lindenberg Guilherme Facci Benjamin Yung Junior
Fotografia // Alexandre Ermel Banco de ImagensIlustração // Teka Martins
BANCOS E FINANCEIRAS // 42
Desde quando você andava neste carrinho não tinha alguém cuidando tanto de você.
DM9DDBCriação // Miguel Bemfica Mariana Sá Rafael Merel Marcelo Fedrizzi
Fotografia // Wide Images
BEBIDAS ALCOóLICAS // 43
Johnnie Walker (Plug)
NeogamaBBHCriação // Alexandre Gama Myla Verzola Pepê
Fotografia // Rafael CostaIlustração // Moura Brasil
BEBIDAS ALCOóLICAS // 44
Nova tampa Skol Long Neck. Fácil, muito fácil de abrir.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Luciano Lincoln Fotografia // Mauricio Nahas
Nova tampa Skol Long Neck. A única que abre como desce: redondo e fácil.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Luciano Lincoln Daniel Salles Adriano Alarcon
Fotografia // Mauricio Nahas
BEBIDAS ALCOóLICAS // 45
Nova tampa Skol Long Neck. Fácil, muito fácil de abrir.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Luciano Lincoln Fotografia // Mauricio Nahas
Beijo.
McCann Erickson (RJ)Criação // Luiz Nogueira Neca Bohrer Viviane Pepe Toninho Lima Bruno Pinaud Gustavo Nogueira
Fotografia // Rogério FaissalIlustração // Estúdio Noise
BEBIDAS ALCOóLICAS // 46
Garçom entende a sua cabeça mais do que qualquer analista. E só cobra 10%.
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Pedro Guerra Daniel Poletto
Fotografia // Marcus Hausser Marco Cezar Getty Images
Penso, logo, peço.
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Pedro Guerra Daniel Poletto
Fotografia // Marcus Hausser Marco Cezar Getty Images
BEBIDAS ALCOóLICAS // 47
Os dermatologistas recomendam não tomar sol entre as 10h e as 16h. Não saia do bar, são ordens médicas.
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Pedro Guerra Daniel Poletto
Fotografia // Marcus Hausser Marco Cezar Getty Images
Sua nova Schin também pode vestir branco. Basta deixar a garrafa uns minutos a mais no congelador.
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Pedro Guerra Daniel Poletto
Fotografia // Marcus Hausser Marco Cezar Getty Images
COSMéTICOS // 48
As mulheres vão ficar mais bonitas. Avon Sun. Para um bronzeado perfeito.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit Roberto Kilciauskas Fernanda Fajardo
Fotografia // Luciano Zuffo Hilton Ribeiro
Existe um jeito melhor de tirar espinha. Contra espinhas use Clearskin da Avon.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit Roberto Kilciauskas Fernanda Fajardo
Fotografia // Banco de Imagens Hilton Ribeiro
COSMéTICOS // 49
Bloqueador Avon Sun. Para quem não agüenta ficar muito tempo no sol.
DPZCriação // José Zaragoza Carlos Rocca Carlos Schleder Ana Paula Figueiredo
Fotografia // Mauricio Nahas Hilton Ribeiro (pack)
Bloqueador Avon Sun. Para quem não agüenta ficar muito tempo no sol.
DPZCriação // José Zaragoza Carlos Rocca Carlos Schleder Ana Paula Figueiredo
Fotografia // Mauricio Nahas Hilton Ribeiro (pack)
ELETRODOMéSTICOS // 50
Nova lavadora Brastemp. Tira as manchas mais difíceis. (Clinton)
TalentCriação // João Livi Ricardo John Fábio Rodrigues
Fotografia // Fábio Rodrigues
Nova lavadora Brastemp. Tira as manchas mais difíceis. (Maradona)
TalentCriação // João Livi Ricardo John Fábio Rodrigues
Fotografia // Fábio Rodrigues
ELETROELETRôNICOS // 51
Tem qualidade de imagem para bater em qualquer outra. Mas ela é fina demais para isso. TV de plasma Gradiente. A mais fina. A melhor imagem. O melhor som.
AfricaCriação // Sérgio Gordilho Alexandre Peralta Alessandro Cassulino
Tão fina que cabe um monte na loja. Tão boa que não vai sobrar nenhuma. TV de plasma Gradiente. A mais fina. A melhor imagem. O melhor som.
AfricaCriação // Sérgio Gordilho Alexandre Peralta Alessandro Cassulino
ELETROELETRôNICOS // 52
A arte ajuda você a pensar nas questões essenciais da humanidade. De onde viemos? Para onde vamos? Onde está o controle remoto?
DentsuCriação // Adriana Davini Akira Tateyama Felipe Leite
Fotografia // Gustavo LacerdaIlustração // Rodrigo Gelmi
Os críticos de cinema adoraram. Os críticos de arte adoraram. Os críticos de plantão ficaram sem palavras.
DentsuCriação // Adriana Davini Akira Tateyama Felipe Leite
Fotografia // Gustavo LacerdaIlustração // Rodrigo Gelmi
ESCOLAS E CURSOS // 53
Quando seu filho aprende valores humanos, ele aprende a resolver mais que questões de colégio.
LoduccaCriação // Celso Loducca Tomás Lorente Samir Mesquita Adriano Alarcon Rodrigo Tórtima
Fotografia // Feco HamburguerIlustração // Adriano Alarcon David Maia
Quando seu filho aprende valores humanos, ele aprende a resolver mais que questões de colégio.
LoduccaCriação // Celso Loducca Tomás Lorente Samir Mesquita Adriano Alarcon Rodrigo Tórtima
Fotografia // Feco HamburguerIlustração // Adriano Alarcon David Maia
ESCOLAS E CURSOS // 54
No mundo da propaganda, você é o que você faz. (Andy)
AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Wilson Mateos Marcos Medeiros
Ilustração // Marcos Medeiros
No mundo da propaganda, você é o que você faz. (Simon)
AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Wilson Mateos Marcos Medeiros
Ilustração // Marcos Medeiros
ESCOLAS E CURSOS // 55
No mundo da propaganda, você é o que você faz. (Mark)
AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Wilson Mateos Marcos Medeiros
Ilustração // Marcos Medeiros
No mundo da propaganda, você é o que você faz. (Villard)
AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Wilson Mateos Marcos Medeiros
Ilustração // Marcos Medeiros
HIgIENE PESSOAL // 56
Novo aparelho de barbear Bozzano. Para todos os tipos de barba.
Carillo Pastore, Euro RSCGCriação // Zuza Tupinambá Eduardo Bragança Fábio Onofre
Fotografia // Souk Produção de Imagem
Novo aparelho de barbear Bozzano. Para todos os tipos de barba.
Carillo Pastore, Euro RSCGCriação // Zuza Tupinambá Eduardo Bragança Fábio Onofre
Fotografia // Souk Produção de Imagem
HIgIENE PESSOAL // 57
Menino vira homem quando crescem pêlos. Menina vira mulher quando não deixa crescer.
JWTCriação // Átila Francucci Andrea Siqueira Rinaldo Ferrarezi
Fotografia // André Faccioli
Lâmina é coisa de menino. Ou você acha que sua perna se parece com um queixo?
JWTCriação // Átila Francucci Andrea Siqueira Rinaldo Ferrarezi
Fotografia // André Faccioli
MÍDIA // 58
Já que São Paulo não é exatamente como você gostaria, o jeito é morar bem.
AlmapBBDOCriação // Cássio Zanatta Giba Lages Eduardo Andrietta Guilherme Jahara
Fotografia // Getty Images Opção Brasil Corbis Ary Steinbruck
Já que São Paulo não é exatamente como você gostaria, o jeito é morar bem.
AlmapBBDOCriação // Cássio Zanatta Giba Lages Eduardo Andrietta Guilherme Jahara
Fotografia // Getty Images Opção Brasil Corbis Ary Steinbruck
MÍDIA // 59
Se a vista do Cristo já é linda, imagine a do pai dele. Rio de Janeiro vista do céu.
Carillo Pastore, Euro RSCGCriação // Zuza Tupinambá Amaury Bali Terçarolli Rodrigo Mendonça Erico Braga
Fotografia // Sérgio Zallis
Já que São Paulo não é exatamente como você gostaria, o jeito é morar bem.
AlmapBBDOCriação // Cássio Zanatta Giba Lages Eduardo Andrietta Guilherme Jahara
Fotografia // Getty Images Opção Brasil Corbis Ary Steinbruck
MÍDIA // 60
Tem coisas que só acontecem no futebol Europeu.
DudaCriação // Ricardo Braga Marcelo Kertesz Fabio Victoria Bruno Brasil Rodrigo Rodrigues
Fotografia // Moacir Lugato
É com informação, bom humor e criatividade que a gente vai ficando cada vez mais em forma.Globo Esporte 27 anos.
CGCOM (RJ)Criação // Marcos Pedrosa Victor Martins Suzana Prista
Fotografia // Studio D
MÍDIA // 61
Onde não tem informação, tem espaço para antigos erros se repetirem.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Renato Simões Bruno Prosperi
Fotografia // Corbis
Onde não tem informação, tem espaço para antigos erros se repetirem.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Renato Simões Bruno Prosperi
Fotografia // Corbis
MÍDIA // 62
Veja o mundo com outros olhos. Os seus.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Ricardo Chester Marcos Medeiros
Fotografia // Ricardo RojasIlustração // Marcos Medeiros
Saia da sua área de cobertura.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Ricardo Chester Marcos Medeiros
Fotografia // Ricardo RojasIlustração // Marcos Medeiros
MÍDIA // 63
Leia e fique por fora.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Ricardo Chester Marcos Medeiros
Fotografia // Ricardo RojasIlustração // Marcos Medeiros
Saia da sua área de cobertura.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Ricardo Chester Marcos Medeiros Fotografia // Ricardo RojasIlustração // Marcos Medeiros
MÍDIA // 64
Músicas que mexem com sua cabeça, e não só porque é assim que se dança rock n’ roll. MTV ao Vivo Titãs.
LoduccaCriação // Celso Loducca Tomás Lorente Samir Mesquita Adriano Alarcon Rodrigo Tórtima
Ilustração // Fábrica de Quadrinhos
MÍDIA // 65
XXL. A maior cobertura do Fashion Rio você encontra no Jornal do Brasil.
MacGyver (RJ)Criação // Marcos Silveira Felippe Mendonça Marcelo Lima
M. A melhor cobertura do Fashion Rio, porque a gente não precisa fazer média com ninguém.
MacGyver (RJ)Criação // Marcos Silveira Felippe Mendonça Marcelo Lima
PP. A sua chance de encontar cobertura do Fashion Rio, igual à nossa, é mínima.
MacGyver (RJ)Criação // Marcos Silveira Felippe Mendonça Marcelo Lima
MÍDIA // 66
Se você já manda no seu nariz, não vai ser no ouvido que os outros vão mandar.
NBS (RJ)Criação // André Lima Pedro Feyer Renata Raggi Sabrina Villlar Renata Giese André Havt
Fotografia // PlatinumIlustração // Platinum
A Oi FM é interativa. Você baixa a música e a música baixa em você.
NBS (RJ)Criação // André Lima Pedro Feyer Renata Raggi Sabrina Villlar Renata Giese André Havt
Fotografia // PlatinumIlustração // Platinum
MÍDIA // 67
Comece a Segunda Guerra sem ter que invadir a Polônia. Aperte o play.
SalemCriação // Marcio Salem Felipe Pavani James Scavone
E você aí pensando que não ia ver nenhum canhão nesta revista.
SalemCriação // Marcio Salem Felipe Pavani James Scavone
MÍDIA // 68
Arquibancada.
TalentCriação // João Livi Ricardo John Cássio Moron
Fotografia // Futura Press Folha Press
Bilheteria.
TalentCriação // João Livi Ricardo John Cássio Moron
Fotografia // Futura Press Folha Press
Chuva.
TalentCriação // João Livi Ricardo John Cássio Moron
Fotografia // Futura Press Folha Press
MÍDIA // 69
Lembra o que o Piquet falou do Senna? Lembra o que o Pelé falou da Xuxa? Lembra o que o Lula falou do Hitler? Lembre de passar na farmácia e comprar remédio para memória.
Y&RCriação // Silvio Matos Leandro Castilho Eduardo Martins Daniel Prado Carlos Fonseca
A Playboy que mostra uma intimidade jamais vista: a das celebridades com o gravador.
Y&RCriação // Silvio Matos Leandro Castilho Eduardo Martins Daniel Prado Carlos Fonseca
OUTROS // 70
Se o MASP estivesse em Nova York, você arranjaria tempo para ir.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Mariana Sá Ricardo Chester Marcos Abrucio Rodolfo Pauletto
Fotografia // Marcus Hausser Stock Photos
Faça de conta que o MASP está em Paris: visite.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Mariana Sá Ricardo Chester Marcos Abrucio Rodolfo Pauletto
Fotografia // Marcus Hausser Getty Images
OUTROS // 71
Para manutenção de áreas verdes.
Ric Propaganda (RJ)Criação // Dabiel Bradock Rodrigo Lopes Augusto Correia
Fotografia // Johnny e Marçal Duarte
Para manutenção de áreas verdes.
Ric Propaganda (RJ)Criação // Dabiel Bradock Rodrigo Lopes Augusto Correia
Fotografia // Johnny e Marçal Duarte
OUTROS // 72
Frederico Sartorello, 36 anos. Enfrentou o frio cortante das estepes russas marchando ao lado dos exércitos de Napoleão. Chorou sobre o caixão de Martin Luther King. Viu um planeta ser dragado por um buraco negro. Acaba de descobrir que está completamente apaixonado por Lolita.
Ler é viver várias vidas.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit João Paulo Magalhães Frederico Sartorello
Fotografia // Lucio Cunha
Márcio Silva, 13 anos. Cruzou oceanos a bordo do Nautillus. Subiu nos ombros do Colosso de Rodes. Viu as pirâmides emergirem das areias do deserto. Aprontou junto com Snoopy e Charlie Brown. Descobriu sinais de vida extraterrestre no ano de 2001. Está vivendo as emoções de uma partida de quadribol ao lado de Harry Potter.
Ler é viver várias vidas.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit João Paulo Magalhães Frederico Sartorello
Fotografia // Lucio Cunha
OUTROS // 73
Adriana Vilela, 24 anos. Traficou armas com Rimbaud na costa da África. Sentiu o calor do sol na face enquanto via Van Gogh pintando em meio aos campos de girassóis. Foi uma das primeiras a entrar na tumba do faraó Tutancâmon. Presenciou a separação dos continentes. Lutou contra os exércitos de Átila. Está no meio de um encontro não muito agradável com Catarina, a megera domada.
Ler é viver várias vidas.
DPZCriação // Carlos Silvério Francesc Petit João Paulo Magalhães Frederico Sartorello
Fotografia // Lucio Cunha
Colabore com a OSB. Doando parte do seu imposto de renda você ajuda e não gasta nada.
VS (RJ)Criação // Luis Cláudio Salvestroni Paulo Castro Eduardo Salles Rodrigo Lomelino
Fotografia // Rogério Faissal
SERVIçO PúBLICO // 74
Para muita gente, o trabalho não começa às oito, começa aos oito.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente André Pessoa Rodrigo Favero Bombana Fotografia // Richard Kohout
O que é melhor: brincar de pega-pega, cabra-cega ou bóia-fria?
DM9DDBCriação // Sérgio Valente André Pessoa Rodrigo Favero Bombana Fotografia // Richard Kohout
SERVIçO PúBLICO // 75
Tem muita criança ocupada com trabalho que não é da escola.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente André Pessoa Rodrigo Favero Bombana Fotografia // Richard Kohout
As pessoas estão chegando mais cedo ao trabalho. Algumas até antes de crescer.
DM9DDBCriação // Sérgio Valente André Pessoa Rodrigo Favero Bombana Fotografia // Richard Kohout
SERVIçO PúBLICO // 76
Amigo de verdade é aquele que nunca abandona a gente. Adote um cão.
age.Criação // Carlos Domingos Paulo Pretti Antero Neto Ricardo John Christiano Neves
Fotografia // BigaIlustração // Christiano Neves
Amigo de verdade é aquele que nunca abandona a gente. Adote um cão.
age.Criação // Carlos Domingos Paulo Pretti Antero Neto Ricardo John Christiano Neves
Fotografia // BigaIlustração // Christiano Neves
SERVIçO PúBLICO // 77
Preservação da Mata Atlântica. Há 18 anos no nosso sangue.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Luciano Lincoln
Ilustração // Adelmo Barreira
Preservação da Mata Atlântica. Há 18 anos no nosso sangue.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Luciano Lincoln
Ilustração // Adelmo Barreira
SERVIçO PúBLICO // 78
Ligue para pedir comida. Só que, desta vez, para os outros.
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Daniela Ribeiro Daniel Poletto Fotografia // Lucio Cunha
Ligue que a gente entrega a comida rapidinho. Só não vai ser na sua casa.
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Daniela Ribeiro Daniel Poletto Fotografia // Lucio Cunha
SERVIçO PúBLICO // 79
Lixo e esgotos são lançados diretamente nos rios brasileiros. Os mesmos de onde é captada a água do seu chá.
NovaCentro (RS)Criação // Marcelo Firpo Juliano Weide Cristina Carvalho
Fotografia // John Arlington / DboxIlustração // Alexandre Moschini BlauHaus
Lixo e esgotos são lançados diretamente nos rios brasileiros. Os mesmos de onde é captada a água do seu coquetel.
NovaCentro (RS)Criação // Marcelo Firpo Juliano Weide Cristina Carvalho
Fotografia // John Arlington / DboxIlustração // Alexandre Moschini BlauHaus
Lixo e esgotos são lançados diretamente nos rios brasileiros. Os mesmos de onde é captada a água do seu drink.
NovaCentro (RS)Criação // Marcelo Firpo Juliano Weide
Fotografia // John Arlington / DboxIlustração // Alexandre Moschini BlauHaus
SERVIçO PúBLICO // 80
Denuncie o abuso e a exploração sexual.
PublicisCriação // Rodolfo Sampaio Tião Bernardi Arício Fortes André Gola
Fotografia // Gustavo Zylbersztajn
Denuncie o abuso e a exploração sexual.
PublicisCriação // Rodolfo Sampaio Tião Bernardi Arício Fortes André Gola
Fotografia // Gustavo Zylbersztajn
TELECOMUNICAçõES // 81
Sua internet vive dando pau? Retribua a gentileza.
BorghiErhCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Murilo Torezan Wanslez Quaresma Ilustração // Wanslez Quaresma
Aquela sua internet só funciona de madrugada? Perfeito. Menos testemunhas.
BorghiErhCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Murilo Torezan Wanslez Quaresma Ilustração // Wanslez Quaresma
TELECOMUNICAçõES // 82
Da última vez que você teve tanta diversão na mão, sua mãe entrou no banheiro e estragou tudo.
Duda Criação // Ricardo Braga Marcelo Kertesz Fabio Victoria Gustavo Barcellos Marcelo Maia Ilustração // Bruno Brasil
Você nunca pôs a mão em tanto conteúdo. A não ser que a sua namorada tenha silicone.
Duda Criação // Ricardo Braga Marcelo Kertesz Fabio Victoria Claudio Lima Marcelo Maia Ilustração // Bruno Brasil
TRANSPORTES E TURISMO // 83
Novo Iveco Stralis 2006. Até 80 toneladas.
BorghiErhCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Eduardo Godoy Fotografia // Eduardo Godoy
Novo Iveco Stralis 2006. Até 80 toneladas.
BorghiErhCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Eduardo Godoy Fotografia // Eduardo Godoy
TRANSPORTES E TURISMO // 84
É a viagem perfeita para você aprender a valorizar as pequenas coisas da vida: o marisco, por exemplo.
Y&RCriação // Silvio Matos Eduardo Martins Leandro Castilho Felipe Gall Daniel Prado
Fotografia // Márcio SallowiczIlustração Digital // André Viegas
Nada como tomar café da manhã e não ter que guardar a manteiga depois.
Y&RCriação // Silvio Matos Eduardo Martins Leandro Castilho Felipe Gall Daniel Prado
Fotografia // Márcio SallowiczIlustração Digital // André Viegas
TRANSPORTES E TURISMO // 85
Passe horas dentro d’água acompanhando um processo científico muito interessante: o seu encolhimento.
Y&RCriação // Silvio Matos Eduardo Martins Leandro Castilho Felipe Gall Daniel Prado
Fotografia // Márcio SallowiczIlustração Digital // André Viegas
Guias que falam português, inglês e pato-donaldês.
Y&RCriação // Silvio Matos Eduardo Martins Leandro Castilho Daniel Prado Toni Fernandes
Fotografia // Márcio SallowiczIlustração Digital // André Viegas
TRANSPORTES E TURISMO // 86
Agora você pode pagar grandes momentos com cheque.
Full JazzCriação // Luiz Lobo Alexis Leiria Adriano Passos Fotografia // Daniela Gurgel
Agora você pode pagar grandes momentos com cheque.
Full JazzCriação // Luiz Lobo Alexis Leiria Adriano Passos Fotografia // Daniela Gurgel
TRANSPORTES E TURISMO // 87
Onde você for, vai se sentir em casa.
Z+Criação // Rose Ferraz Alan Strozemberg Zezito Marques Luciana Lins Paulo Pejon
Ilustração // Paulo Pejon
Onde você for, vai se sentir em casa.
Z+Criação // Rose Ferraz Alan Strozemberg Zezito Marques Luciana Lins Paulo Pejon
Ilustração // Paulo Pejon
VAREjO // 88
Futebol - Pen drive Victorinox.
BorghiErhCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Gastão Moreira Denis Gaddini
Tênis - Pen drive Victorinox.
BorghiErhCriação // Erh Ray José Henrique Borghi Gastão Moreira Denis Gaddini
VAREjO // 89
Os negros começaram o rock. Começaram o blues. Começaram o jazz. E os prateados, começaram o quê?
Giovanni, FCBCriação // Valdir Bianchi Fernando Campos Thiago Carvalho Ilustração // Silvio Medeiros
Não só sustentamos o seu vício. Ainda fornecemos agulhas.
Giovanni, FCBCriação // Valdir Bianchi Fernando Campos Thiago Carvalho Ilustração // Silvio Medeiros
Ouça as mensagens obscuras da sua banda favorita.
Giovanni, FCBCriação // Valdir Bianchi Fernando Campos Thiago Carvalho Ilustração // Silvio Medeiros
A era é digital porque tem o dedo das gravadoras em tudo que as bandas fazem.
Giovanni, FCBCriação // Valdir Bianchi Fernando Campos Thiago Carvalho Ilustração // Silvio Medeiros
VESTUÁRIO // 90
Você deixou a sua gata na areia cuidando de suas Havaianas enquanto surfa? Vai perder as duas.
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Sophie Schoenburg Roberto Fernandez Fotografia // Fernanda TricoliIlustração // Adelmo Barreira Roberto Fernandez
Só existe uma coisa que fica melhor no seu pé que Havaianas Surf: a menina mais difícil da praia.
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Sophie Schoenburg Roberto Fernandez Fotografia // Fernanda TricoliIlustração // Adelmo Barreira Roberto Fernandez
VESTUÁRIO // 91
São de tirar o fôlego. Mas a ioga está aí para isso: reensinar a respirar.
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Marcus Sulzbacher Cássio Zanatta Danilo Siqueira Fotografia // Alexandre Ermel Fernando NalonIlustração // Danilo Siqueira
Todo o exotismo da Índia, sem aquela cítara na orelha.
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Marcus Sulzbacher Cássio Zanatta Danilo Siqueira
Ilustração // Danilo Siqueira
VESTUÁRIO // 92
Arma de sedução em massa. Havaianas.
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Wilson Mateos
Ilustração // Adhemas Batista
Havaianas. Muito usada em Ibiza. E lá não usam quase nada.
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Wilson Mateos
Ilustração // Adhemas Batista
VESTUÁRIO // 93
Skatistas se chamam de “véio” porque descem a escada com ajuda do corrimão.
Dez BrasilCriação // Vitor Knijinik Sandro Nascimento Rodrigo Cabello Ilustração // Rodrigo Cabello
Não adianta oferecer ajuda: skatistas adoram viver na sarjeta.
Dez BrasilCriação // Vitor Knijinik Sandro Nascimento Rodrigo Cabello Ilustração // Rodrigo Cabello
VESTUÁRIO // 94
Inauguração da Nike Storeno Barra Shopping.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Bruno Prosperi Fotografia // Zarella Neto
Corinthians. Campeão Brasileiro de 2005.
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Bruno Prosperi Ilustração // Marco Aragão
VESTUÁRIO // 95
Acabe com aquelas assombrações que vivem no seu guarda-roupas. Use Tigor.
OpusMúltipla (PR)Criação // Renato Cavalher Carlos Guimarães Fábio Biscaia Denílson Pucci Fotografia // Maurício ChiminazzoIlustração // Denílson Pucci
Quem tem que apavorar é você, não suas roupas. Use Tigor.
OpusMúltipla (PR)Criação // Renato Cavalher Carlos Guimarães Fábio Biscaia Denílson Pucci Fotografia // Maurício ChiminazzoIlustração // Denílson Pucci
VESTUÁRIO // 96
Cuidado piranhas. Nova bota Tech Long Sete Léguas.
Lew, LaraCriação // Jaques Lewkowicz Marco Versolato André Laurentino André Freire Mozar Gudin Fotografia // Gustavo Lacerda
Quem usa Mizuno chega antes.
AlmapBBDOCriação // Luiz Sanches Roberto Pereira Marcos Medeiros Wilson Mateos Fotografia // Hugo Treu
VESTUÁRIO // 97
Quem protege o pé protege o corpo. Sete Léguas.
Lew, LaraCriação // Jaques Lewkowicz Marco Versolato André Laurentino André Freire Mozar Gudin Fotografia // Gustavo Lacerda
Quem protege o pé protege o corpo. Sete Léguas.
Lew, LaraCriação // Jaques Lewkowicz Marco Versolato André Laurentino André Freire Mozar Gudin Fotografia // Gustavo Lacerda
FILMES // 98
“Barulho”
141 WorldwideCriação // Marcos Dyonísio Vitor Azambuja Gustavo Monteiro Direção // Clovis Mello CineSom // Sound Design
“Cooler”
AfricaCriação // Alexandre Peralta Sérgio Gordilho Direção // Claudio Borrelli Killer.BizSom // Silvio Piesco Tesis
“Mudança”
AfricaCriação // Alexandre Peralta Sérgio Gordilho Direção // Pedro Becker Sentimental FilmeSom // Tesis
Para assistir aos filmes
selecionados, digite
www.ccsp.com.br/novo/
FILMES // 99
“Biquíni”
AlmapBBDOCriação // Cássio Zanatta Giba Lages Eduardo Andrietta Guilherme Jahara José Luiz Martins Gustavo Victorino Direção // Clovis Mello CineSom // S de Samba
“Passarinho”
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Cássio Zanatta Giba Lages Dulcídio Caldeira César Finamori Direção // Carlos Manga Júnior Republika FilmesSom // Tesis
“Gaiolas”
AlmapBBDOCriação // Cássio Zanatta Giba Lages Dulcídio Caldeira César Finamori Direção // Carlos Manga Júnior Republika FilmesSom // Tesis
“Poça”
AlmapBBDOCriação // Marcello Serpa Eduardo Andrietta Guilherme Jahara Direção // Clovis Mello Cine Som // Play it Again
FILMES // 100
“Escova de dente”
FallonCriação // Eugênio Mohallem Marcelo Aragão Ana Carolina Reis Direção // Marcos Siega Hungry ManSom // Tesis
“Chipinho Noel”
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Ricardo Jones Airton Carmignani Direção // Gustavo Leme Republika FilmesSom // Silvio Piesco Tesis
“Pit Stop”
F/Nazca S&SCriação // Fábio Fernandes Eduardo Lima Ricardo Jones Airton Carmignani Caio Cassoli Direção // Gustavo Leme Republika FilmesSom // Silvio Piesco Tesis
“Diferentemente lindo”
DM9DDBCriação // Sérgio Valente Miguel Bemfica Mariana Sá Direção // Paulo Diehl Cia. de Cinema
FILMES // 101
“Amigo secreto”
FallonCriação // Eugênio Mohallem Leandro Lourenção Bruno Bomediano Direção // Fernando Meirelles Paola Siqueira O2 FilmesSom // Voicez
“Relatório”
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Eduardo Fischer Pedro Cappeletti Flavio Casarotti Pedro Utzeri Direção // Rodolfo Vanni Cia. de CinemaSom // Lua Nova
“Ronaldinho”
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Gustavo Diehl Ricardo “Big” Passos Pedro Guerra Kleyton Mourão Direção // Luiz Ferré CineSom // Banda Sonora
“Placas”
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flavio Casarotti Daniel Poletto Daniela Ribeiro Direção // Robério Braga Maria Bonita Som // Ludwig Van
FILMES // 102
“Escondida”
Giovanni, FCBCriação // Fernando Campos Valdir Bianchi Alessandro Bernardo André Godoi Leandro Hermann David Romanetto Eduardo Foresti Erick Rosa Marcelo Pallotta Carlos Eduardo Lopes Murilo Lico Silvio Medeiros Thiago Carvalho Vico Benevides Vitor Patalano Vitor Aragão Direção // Jarbas Agnelli AD StudioSom // Play it Again
“Pai e Filho”
Giovanni, FCBCriação // Fernando Campos Valdir Bianchi Alessandro Bernardo André Godoi Leandro Hermann David Romanetto Eduardo Foresti Erick Rosa Marcelo Pallotta Carlos Eduardo Lopes Murilo Lico Silvio Medeiros Thiago Carvalho Vico Benevides Vitor Patalano Vitor Aragão Direção // Jarbas Agnelli AD StudioSom // Play it Again
“Sonhe com o mundo”
G7 ComunicaçãoCriação // Marcos Guedes Marcelo Matsukuma Direção // Luis Alberto Kid Sentimental FilmeSom // YB
“Peitos Inflados”
Fischer AméricaCriação // Jáder Rossetto Pedro Cappeletti Flávio Casarotti Pedro Utzeri Direção // Rene Sampaio TV ZeroSom // Ludwig Van
FILMES // 103
“Luau”
Giovanni, FCBCriação // Fernando Campos Valdir Bianchi Alessandro Bernardo André Godoi Leandro Hermann David Romanetto Eduardo Foresti Erick Rosa Marcelo Pallotta Carlos Eduardo Lopes Murilo Lico Silvio Medeiros Thiago Carvalho Vico Benevides Vitor Patalano Vitor Aragão Direção // Jarbas Agnelli AD StudioSom // Play it Again
“Escolhas”
JWTCriação // Átila Francucci João Caetano Brasil Fábio Brandão Theo Rocha Cláudia Fugita Direção // Carlos Manga Júnior Republika FilmesSom // Sax so Funny
“Pimenta”
JWTCriação // Átila Francucci Fernando Nobre Fábio Brandão Direção // Carlos Manga Júnior Republika FilmesSom // Zezinho Mutarelli Sax so Funny
“Fruto é Luz”
Lew, LaraCriação // Jaques Lewkowicz Marco Versolato Manir Fadel Bráulio Kuwabara Direção // Sergio Amon Zero Filmes
FILMES // 104
“Trilogia Vampiro I”
LoweCriação // Valmir Leite Edgar Gianesi Marcelo Camargo Walter Nava Direção // Pedro Becker Sentimental FilmeSom // Dudu Marote Ricardo Pinda Douglas Fonseca Dr. DD & Raw
“Epílogo”
LoweCriação // Valmir Leite Edgar Gianesi Marcelo Camargo Walter Nava Direção // Pedro Becker Sentimental FilmeSom // Dudu Marote Ricardo Pinda Douglas Fonseca Dr. DD & Raw
“Trilogia Vampiro II”
LoweCriação // Valmir Leite Edgar Gianesi Marcelo Camargo Walter Nava Direção // Pedro Becker Sentimental FilmeSom // Dudu Marote Ricardo Pinda Douglas Fonseca Dr. DD & Raw
“Minorias”
Lew, LaraCriação // Jaques Lewkowicz Marco Versolato Braulio Kuwabara Manir Fadel Direção // Mateus de Paula Santos Cadu Macedo Vetor Zero / LoboSom // Lua Nova
FILMES // 105
“Miragem”
Quê Comunicação (RJ)Criação // Ercílio Tranjan Chiquinho Lucchini Eduardo Almeida Vicente Nolasco Direção // Sérgio Amon Zero FilmesSom // Lua Nova
“Apresentação”
McCann EricksonCriação // Carlos Coelho Paula Chande Lula Corrêa Paulo Surek Direção // Breno Silveira Conspiração FilmesSom // Baticum
“Quebra-Cabeça”
NeogamaBBHCriação // Alexandre Gama Direção // João Daniel Tikhomiroff João Caetano Feyer Jodaf MixerSom // Tentáculo
“Varejo”
LoduccaCriação // Guga KetzerDireção // Paulo Diehl Cia. de CinemaSom // Plug in
// 106
“Corrida”
W/BrasilCriação // Rui Branquinho Rynaldo Gondim Fábio Meneghini Direção // Clovis Mello CineSom // S de Samba
“Escritório”
W/BrasilCriação // Rui Branquinho Rynaldo Gondim Direção // Júlio Xavier Bossa Nova FilmsSom // S de Samba
“Esteira”
TalentCriação // João Livi Marcelo Droopy Almeida Luciane Vieira Direção // Mateus de Paula Santos LoboSom // Sax So Funny
“Sambista”
TalentCriação // João Livi Philippe Degen Fábio Astolpho Direção // Caito OrtizSom // Sound Design
ÍNDICE REMISSIVO // 114
141 Worldwide // 98AD Studio // 102, 103Adelmo Barreira // 77, 90Adhemas Batista // 92Adriana Davini // 34, 52Adriano Alarcon // 44, 53, 64Adriano Passos // 86Africa // 51, 98age. // 76Airton Carmignani // 100Akira Tateyama // 52Alan Strozemberg // 87Alessandro Bernardo // 102, 103Alessandro Cassulino // 51Alexandre Ermel // 41, 91Alexandre Gama // 43, 105Alexandre Moschini // 79Alexandre Peralta // 51, 98Alexandre Silveira // 39Alexis Leiria // 86AlmapBBDO // 54, 55, 58, 59, 90, 91, 92, 96, 99Amaury Bali Terçarolli // 59Ana Carolina Reis // 100Ana Paula Figueiredo // 49André Faccioli // 57André Freire // 96, 97André Godoi // 102, 103André Gola // 80André Havt // 66André Kirkelis // 38André Laurentino // 96, 97André Lima // 66André Pessoa // 74, 75André Viegas // 40, 84, 85Andrea Siqueira // 57Andreas Heiniger // 38Antero Neto // 76Arício Fortes // 80Ary Steinbruck // 58, 59Átila Francucci // 57, 103Augusto Correia // 71Banco de Imagens // 33, 41, 48Banco de Imagens Mercedes // 40Banda Sonora // 101Baticum // 105Benjamin Yung Junior // 38, 41Biga // 76BlauHaus // 79BorghiErh // 81, 83, 88Bossa Nova Films // 106Bráulio Kuwabara // 103, 104Breno Silveira // 105Bruno Bomediano // 101Bruno Brasil // 60, 82Bruno Pinaud // 45Bruno Prosperi // 61, 94Cadu Macedo // 104Caio Cassoli // 100Caito Ortiz // 106Carillo Pastore, Euro RSCG // 56, 59Carlos Coelho // 105Carlos Domingos // 76Carlos Eduardo Lopes // 102, 103Carlos Fonseca // 40, 69Carlos Guimarães // 95Carlos Manga Júnior // 98, 99, 103
Carlos Rocca // 49Carlos Schleder // 49Carlos Silvério // 33, 34, 48, 72, 73Cássio Moron // 68Cássio Zanatta // 58, 59, 91, 99Celso Loducca // 53, 64César Finamori // 99CGCOM (RJ) // 60Chiquinho Lucchini // 105Christiano Neves // 76Cia. de Cinema // 100, 101, 105Cine // 98, 99, 101, 106Cláudia Fugita // 103Claudio Borrelli // 98Claudio Lima // 82Clóvis Marquetti // 40Clovis Mello // 98, 99, 106Conspiração Filmes // 105Corbis // 58, 59, 61Criação // 49Cristina Carvalho // 79Dabiel Bradock // 71Daniel Poletto // 46, 47, 78, 101Daniel Prado // 40, 69, 84, 85Daniel Salles // 44Daniela Gurgel // 86Daniela Ribeiro // 78, 101Danilo Beyruth // 34Danilo Siqueira // 91Darcy Vieira // 34David Maia // 53David Romanetto // 102, 103Dbox // 79Denílson Pucci // 95Denis Gaddini // 88Denis Kakazu Kushiyama // 36Dentsu // 52Dez Brasil // 93DM9DDB // 99, 42, 62, 63, 70, 74, 75, 100Douglas Fonseca // 104DPZ // 33, 34, 48, 49, 72, 73Dr. DD & Raw // 104Duda // 60, 82Dudu Marote // 104Dulcídio Caldeira // 99Edgar Gianesi // 104Eduardo Almeida // 105Eduardo Andrietta // 58, 59, 99Eduardo Bragança // 56Eduardo Fischer // 101Eduardo Foresti // 102, 103Eduardo Godoy // 83Eduardo Lima // 44, 45, 61, 77, 94, 100Eduardo Martins // 69, 84, 85Eduardo Salles // 73Ercílio Tranjan // 105Erh Ray // 81, 83, 88Erick Rosa // 102, 103Erico Braga // 59Estúdio Noise // 45Eugênio Mohallem // 100, 101F/Nazca // 61F/Nazca S&S // 44, 45, 61, 77, 94, 100Fábio Astolpho // 106Fábio Bataglia // 35Fábio Biscaia // 95Fábio Brandão // 103
Fábio Fernandes // 44, 45, 61, 77, 94, 100Fábio Meneghini // 106Fábio Nagano // 38, 41Fábio Onofre // 56Fábio Rodrigues // 50Fabio Victoria // 60, 82Fábrica de Quadrinhos // 64Fallon // 100, 101Feco Hamburguer // 53Felipe Gall // 84, 85Felipe Leite // 52Felipe Pavani // 67Felippe Mendonça // 65Fernanda Fajardo // 33, 34, 48Fernanda Tricoli // 90Fernando Campos // 35, 89, 102, 103Fernando Meirelles // 101Fernando Nalon // 91Fernando Nobre // 103Fischer América // 37, 46, 47, 78, 101, 102Flavio Casarotti // 37, 46, 47, 78, 101, 102Folha Press // 68Francesc Petit // 33, 34, 48, 72, 73Frederico Sartorello // 34, 72, 73Full Jazz // 86Futura Press // 68G7 Comunicação // 102Gastão Moreira // 88Getty Images // 46, 47, 58, 59, 70Giba Lages // 58, 59, 99Giovanni, FCB // 35, 89, 102, 103Guga Ketzer // 105Guilherme Facci // 38, 41Guilherme Jahara // 58, 59, 99Gustavo Barcellos // 82Gustavo Diehl // 37, 101Gustavo Lacerda // 52, 96, 97Gustavo Leme // 100Gustavo Monteiro // 98Gustavo Nogueira // 45Gustavo Victorino // 98, 99Gustavo Zylbersztajn // 80Guto Kono // 38Henrique Mattos // 35Hilton Ribeiro // 48, 49Hugo Treu // 96Hungry Man // 100J.R. D’Elboux // 36Jáder Rossetto // 37, 46, 47, 78, 101, 102Jairo Goldflus // 35James Scavone // 67Jaques Lewkowicz // 40, 96, 97, 103, 104Jarbas Agnelli // 102, 103Jeferson Rocha // 40João Caetano Brasil // 103João Caetano Feyer // 105João Daniel Tikhomiroff // 105João Livi // 50, 68, 106João Paulo Magalhães // 72, 73Jodaf Mixer // 105John Arlington // 79Johnny e Marçal Duarte // 71José Henrique Borghi // 81, 83, 88José Luiz Martins // 98, 99José Zaragoza // 49Juliano Weide // 79Júlio Xavier // 106
JWT // 57, 103Killer.Biz // 98Kleyton Mourão // 101Leandro Castilho // 69, 84, 85Leandro Hermann // 102, 103Leandro Lourenção // 100Leo Burnett // 38, 41Lew, Lara // 40, 96, 97, 103, 104Lobo // 106Loducca // 53, 64, 105Lowe // 104Lua Nova // 101, 104, 105Luciana Lins // 87Luciane Vieira // 106Luciano Lincoln // 44, 45, 77Luciano Zuffo // 48Lucio Cunha // 72, 73, 78Ludwig Van // 101, 102Luis Alberto Kid // 102Luis Cláudio Salvestroni // 73Luiz Ferré // 101Luiz Lobo // 86Luiz Nogueira // 45Luiz Paulo Furia // 33Luiz Sanches // 54, 55, 96Lula Corrêa // 105MacGyver (RJ) // 65Manir Fadel // 103, 104Marcello Serpa // 90, 91, 92, 99Marcelo Aragão // 100Marcelo Camargo // 104Marcelo Droopy Almeida // 106Marcelo Fedrizzi // 42Marcelo Firpo // 79Marcelo Kertesz // 60, 82Marcelo Lima // 65Marcelo Maia // 82Marcelo Matsukuma // 102Marcelo Pallotta // 102, 103Marcelo Pires // 35Marcelo Sato // 36Marcio Salem // 67Márcio Sallowicz // 84, 85Marco Aragão // 94Marco Cezar // 38, 46, 47Marco Versolato // 96, 97, 103, 104Marcos Abrucio // 70Marcos Dyonísio // 98Marcos Guedes // 102Marcos Medeiros // 54, 55, 62, 63, 96Marcos Pedrosa // 60Marcos Siega // 100Marcos Silveira // 65Marcos Teixeira // 39Marcus Hausser // 36, 46, 47, 70Marcus Sulzbacher // 91Maria Bonita // 101Mariana Sá // 42, 70, 100Mateus de Paula Santos // 104, 106Maurício Chiminazzo // 95Mauricio Nahas // 38, 44, 45, 49McCann Erickson // 39, 105McCann Erickson (RJ) // 45Miguel Bemfica // 42, 100Milton Mastrocessário // 39Moacir Lugato // 60Moura Brasil // 43
Mozar Gudin // 96, 97Murilo Lico // 102, 103Murilo Torezan // 81Myla Verzola // 43NBS (RJ) // 66Neca Bohrer // 45NeogamaBBH // 43, 105NovaCentro (RS) // 79O2 Filmes // 101Ogilvy // 35Opção Brasil // 58, 59OpusMúltipla (PR) // 95Paola Siqueira // 101Paula Chande // 105Paulo Castro // 73Paulo Diehl // 100, 105Paulo Pejon // 87Paulo Pretti // 76Paulo Surek // 105Pedro Becker // 98, 104Pedro Cappeletti // 37, 46, 47, 78, 101, 102Pedro Dimitrow // 37Pedro Feyer // 66Pedro Guerra // 46, 47, 101Pedro Utzeri // 101, 102Pepê // 43Philippe Degen // 106Platinum // 66Play it Again // 99, 102, 103Plug in // 105Publicis // 36, 80Quê Comunicação (RJ) // 105Rafael Costa // 37, 43Rafael Merel // 42Renata Giese // 66Renata Raggi // 66Renato Cavalher // 95Renato Simões // 61Rene Sampaio // 102Republika Filmes // 99, 100, 103Ric Propaganda (RJ) // 71Ricardo “Big” Passos // 37, 101Ricardo Braga // 60, 82Ricardo Chester // 62, 63, 70Ricardo Furriel // 36Ricardo John // 50, 68, 76Ricardo Jones // 100Ricardo Pinda // 104Ricardo Ribeiro // 35Ricardo Rojas // 62, 63Richard Kohout // 74, 75Rinaldo Ferrarezi // 57Robério Braga // 101Roberto Fernandez // 90Roberto Kilciauskas // 33, 34, 48Roberto Pereira // 54, 55, 96Rodolfo Pauletto // 70Rodolfo Sampaio // 80Rodolfo Vanni // 101Rodrigo Cabello // 93Rodrigo Favero Bombana // 74, 75Rodrigo Gelmi // 52Rodrigo Lomelino // 73Rodrigo Lopes // 71Rodrigo Mendonça // 59Rodrigo Rodrigues // 60
Rodrigo Tórtima // 53, 64Rogério Faissal // 45, 73Rose Ferraz // 87Rui Branquinho // 106Ruy Lindenberg // 38, 41Rynaldo Gondim // 106S de Samba // 99, 106Sabrina Villlar // 66Salem // 67Samir Mesquita // 53, 64Sandro Nascimento // 93Sax so Funny // 103, 106Sentimental Filme // 98, 102, 104Sergio Amon // 103, 105Sérgio Gordilho // 51, 98Sérgio Valente // 62, 63, 70, 74, 75, 100Sérgio Zallis // 59Silvio Matos // 69, 84, 85Silvio Medeiros // 89, 102, 103Silvio Piesco // 98, 100Sophie Schoenburg // 90Souk Produção de Imagem // 56Sound Design // 98, 106Stock Photos // 70Studio D // 60Suzana Prista // 60Talent // 50, 68, 106Teka Martins // 41Tentáculo // 105Tesis // 98, 99, 100Theo Rocha // 103Thiago Carvalho // 89, 102, 103Thomaz Costa // 40Tião Bernardi // 36, 80Tomás Lorente // 40, 53, 64Toni Fernandes // 85Toninho Lima // 45TV Zero // 102Valdir Bianchi // 35, 89, 102, 103Valmir Leite // 104Vetor Zero / Lobo // 104Vicente Nolasco // 105Vico Benevides // 35, 102, 103Victor Martins // 60Virgilio Neves // 35Vitor Aragão // 102, 103Vitor Azambuja // 98Vitor Knijinik // 93Vitor Patalano // 102, 103Viviane Pepe // 45Voicez // 101VS (RJ) // 73W/Brasil // 106Walter Nava // 104Wanslez Quaresma // 81WDS // 38Wide Images // 42Wilson Mateos // 54, 55, 92, 96Y&R // 40, 69, 84, 85YB // 102Z+ // 87Zarella Neto // 94Zero Filmes // 103, 105Zezinho Mutarelli // 103Zezito Marques // 87Zuza Tupinambá // 56, 59
top related