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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN
ALINE BEZERRIL FREIRE DE LIMA
ANTEPROJETO DE INTERIORES PARA A BRINQUEDOTECA ESCOLAR DO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA - NEI - CAp/UFRN: UMA EXPLORAÇÃO
DAS MÃOS À MENTE
Natal/RN
2017
ALINE BEZERRIL FREIRE DE LIMA
ANTEPROJETO DE INTERIORES PARA A BRINQUEDOTECA ESCOLAR DO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA - NEI - CAp/UFRN: UMA EXPLORAÇÃO
DAS MÃOS À MENTE
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Curso de Graduação em Design, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Design.
Orientador: Prof. Dr. Luciano C. Bezerra Barbosa.
Natal/RN
2017
ALINE BEZERRIL FREIRE DE LIMA
ANTEPROJETO DE INTERIORES PARA A BRINQUEDOTECA ESCOLAR DO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA - NEI - CAp/UFRN: UMA EXPLORAÇÃO
DAS MÃOS À MENTE
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Curso de Graduação em Design, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Design.
Orientador: Prof. Dr. Luciano C. Bezerra Barbosa.
Aprovado em: _______ de __________________ de _________.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________.
Prof. Dr. Luciano César Bezerra Barbosa
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/DEART
_______________________________________________.
Prof. Dra Elizabeth Romani
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/DEART
_______________________________________________.
Prof.a Ms. Cibele Lucena de Almeida
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/NEI
Natal/RN
2017
RESUMO
O presente estudo busca desenvolver um anteprojeto de interiores para a brinquedoteca do Núcleo de Educação da Infância - NEI - CAp/UFRN, destinada a crianças com faixa etária entre 2 e 11 anos de idade, abordando os procedimentos necessários para a criação de um ambiente adequado ao desenvolvimento integral das mesmas. Este trabalho trata da importância da brinquedoteca no processo de aprendizagem e desenvolvimento e constata a necessidade deste tipo de espaço nas escolas como um ambiente essencial na construção de avanços por parte de todas as crianças. Considera-se que a concepção da brinquedoteca foi um marco que comprovou a relevância do brincar para a criança no ambiente escolar, tendo sido considerados, naquele momento inicial da sua construção, aspectos psicopedagógicos, funcionais e estéticos. A pesquisa desenvolvida é de caráter qualitativo, fundamentada por meio do aprofundamento teórico-conceitual a partir da revisão crítica da literatura relacionada ao tema estudado. Estabeleceu-se diálogo, principalmente, com autores como Piaget (1998), Vygostky (1998) e Wajskop (2005). Tal pesquisa, organiza-se em torno das três principais etapas do processo de design (definição de problemas, criação da forma e geração de ideias), propostas por Lupton (2013). A autora indica a utilização de algumas ferramentas metodológicas durante as etapas do processo de design para se chegar a um resultado consciente. As ferramentas escolhidas para esse estudo foram o briefing, através da aplicação de questionário; a entrevista aberta; o estudo do espaço; o método codesign e o desenvolvimento de mockup digital para apresentação do modelo final. A concepção do projeto foi elaborada levando-se em consideração as recomendações do Ministério da Educação, do Núcleo de Educação da Infância - NEI - CAp/UFRN, bem como as
manifestações de interesse das crianças do 2º, 3º, 4º e 5º anos da escola. Conclui-se neste trabalho que o espaço da brinquedoteca é de fundamental importância, pois desperta na criança a construção de vínculos com pares a partir da interação via brinquedo/brincadeira; a elaboração de conflitos internos a partir da simulação de vivências das situações cotidianas e o sentido de responsabilidade coletiva. Dessa forma, o uso comunitário dos brinquedos e as brincadeiras em grupo, servem como preparação para a vida em sociedade.
Palavras-chave: Brinquedoteca; Projeto de interiores; Educação Infantil.
ABSTRACT
The present study aims to develop an interior design for the toy library of the Child Education Center - NEI - CAp / UFRN, aimed at children aged between 2 and 11 years of age, addressing the necessary procedures to create an adequate environment to their full development. This work deals with the importance of the toy library in the process of learning and development and notes the need for this type of space in schools as an essential environment in the construction of advances by all children. It is considered that the design of the toy library was a milestone that proved the relevance of playing to the child in the school environment, having been considered, at that initial moment of its construction, psychopedagogical, functional and aesthetic aspects. The research developed is of a qualitative character, based on the theoretical conceptual deepening from the critical review of the literature related to the studied subject. Dialogue was established mainly with authors such as Piaget (1998), Vygostky (1998) and Wajskop (2005). This research is organized around the three main stages of the design process (definition of problems, creation of form and generation of ideas), proposed by Lupton (2013). The author indicates the use of some methodological tools during the steps of the design process to arrive at a conscious result. The tools chosen for this study were the briefing, through the application of a questionnaire; the open interview; the study of space; the codesign method and the development of digital mockup for presentation of the final model. The conception of the project was elaborated taking into account the recommendations of the Ministry of Education of the Child Education Center - NEI - CAp / UFRN, as well as the expressions of interest of the children of the 2nd, 3rd, 4th and 5th years of school. It is concluded in this work that the space of the toy library is of fundamental importance, since it awakens in the child the construction of bonds with peers from the interaction through toy / play; the elaboration of internal conflicts based on the simulation of experiences of daily situations and the sense of collective responsibility. In this way, community use of toys and group play serve as a preparation for life in society.
Key words: Toy Library; Interior projects; Children education.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7
1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 8
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 9
1.2.1 Geral.......................................................................................................... 9
1.2.2Específicos ................................................................................................. 9
1.3 METODOLOGIA ......................................................................................... 10
1.3.1 Primeira etapa ......................................................................................... 10
1.3.1.1 Questionário ......................................................................................... 10
1.3.1.2 Entrevista ............................................................................................. 11
1.3.1.3 Estudo do espaço ................................................................................. 11
1.3.2 Segunda etapa ........................................................................................ 12
1.3.3 Terceira etapa ......................................................................................... 13
1.4 PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................ 13
2 A ESCOLA .................................................................................................... 14
3 O QUE SÃO BRINQUEDOTECAS E QUAL SEU PAPEL NO PROCESSO DE
ENSINO/ APRENDIZAGEM ............................................................................. 15
4 O DESIGN DE INTERIORES CONTRIBUINDO PARA O PROJETO DE
BRINQUEDOTECAS ....................................................................................... 19
5 PADRÕES FUNDAMENTAIS DE INFRAESTRUTURA PARA AS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................... 21
5.1 PARÂMETROS ESTÉTICOS ..................................................................... 21
5.2 AMBIENTAÇÃO: DIMENSIONAMENTO, CONFIGURAÇÃO E APARÊNCIA
......................................................................................................................... 21
5.3 PARÂMETROS TÉCNICOS ....................................................................... 23
5.4 CORES ....................................................................................................... 23
6 ERGONOMIA ................................................................................................ 26
6.1 ANTROPOMETRIA .................................................................................... 27
7 RESULTADOS .............................................................................................. 30
7.1 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS ......................... 30
7.2 RESULTADO DA ENTREVISTA ................................................................. 31
7.3 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO CODESIGN ...................... 32
7.4 DEFINIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA BRINQUEDOTECA ................ 37
7.4.1 Cores do espaço ..................................................................................... 38
7.4.2 Mobiliário ................................................................................................. 39
7.4.2.1 Mesas ................................................................................................... 40
7.4.2.2 Estantes ............................................................................................... 40
7.4.2.3 Pufes .................................................................................................... 40
7.4.3 Espaços temáticos .................................................................................. 40
7.5 ANTEPROJETO DA BRINQUEDOTECA ................................................... 42
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 57
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58
ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ................................................ 61
ANEXO B – FOTOS DO ESPAÇO DA BRINQUEDOTECA NO NEI .............. 62
ANEXO C – KIT CODESIGN ........................................................................... 64
ANEXO D – GERAÇÃO DE IDEIAS ................................................................ 65
7
1 INTRODUÇÃO
Vivemos em um mundo em permanente transformação, em contextos
culturais e históricos mutáveis. A maneira como o ser humano pensa, em vários
aspectos da vida, vem sofrendo alterações ao longo dos anos. No que diz respeito à
educação da infância, a importância que foi dada a esse momento singular e ao
entendimento do que é ser criança, reflete essa evolução.
Durante um bom período na história da humanidade, não houve nenhuma
instituição encarregada de compartilhar a educação da criança, que era considerada
responsabilidade da família ou do grupo social ao qual estava inserida. Ela aprendia
com os adultos e com as outras crianças a dominar conhecimentos indispensáveis
para a sua sobrevivência e para lidar com a vida adulta. A educação infantil, da forma
como conhecemos hoje, complementar à família, é um fato recente.
A Constituição Federal de 1988 lançou um novo olhar sob a criança e passou
a enxergá-la como sendo um sujeito detentor de direitos, os quais devem ser
respeitados e garantidos pelos pais, pela sociedade e pelo poder público. Dessa
forma, em 1990 foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, que
explicitou cada um dos direitos da criança e do adolescente e determinou a criação
dos Conselhos da Criança e do Adolescente, bem como a criação do Conselhos
Tutelares. Outra conquista importante foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB, Lei nº 9.394/1996, que regulamentou a educação infantil e a definiu
como primeira etapa da educação básica.
A maneira como as crianças passaram a ser vistas foi de grande importância,
pois começaram a ser encaradas como seres ativos, e a ter a oportunidade de
desenvolver competências para lidar com situações do seu universo. Desse modo, a
prática da educação infantil precisa ser bastante qualificada e alguns fatores como o
acolhimento, a segurança, o lugar para emoção, para o desenvolvimento da
sensibilidade, o domínio do espaço, do corpo e das modalidades expressivas, o lugar
para a curiosidade e para investigação, são caminhos para essa qualificação.
Segundo Craidy; Kaercher (2001), psicólogos sociointeracionistas como
Piaget, Vygotsky e Wallon, atribuíram ao brincar da criança o papel decisivo no
processo de desenvolvimento humano. Esses estudiosos buscaram mostrar que a
capacidade de conhecimento e aprendizagem se constrói através de trocas
combinadas entre o sujeito e o meio. Nesse contexto de desenvolvimento, se
8
destacam as brinquedotecas, que são espaços para a livre brincadeira, onde as
crianças têm oportunidades de manifestar as suas necessidades lúdicas,
aprimorando, assim, as suas potencialidades.
Na perspectiva de Piaget (1998), a atividade lúdica é indispensável à prática
educativa, sendo considerada o princípio maior das atividades intelectuais da criança.
Com o olhar voltado para a importância do brincar no processo de ensino-
aprendizagem, serão abordados os aspectos primordiais para o desenvolvimento de
um projeto de brinquedoteca escolar, destacando a sua importância no
desenvolvimento da criança.
Sob essa perspectiva, acredita-se que o presente estudo vem contribuir para
a construção de possibilidades que resultem na produção de um ambiente adequado
para as práticas de aprendizagem permeadas pela atividade lúdica.
1.1 JUSTIFICATIVA
A realidade na qual estamos inseridos, com crescente inversão de valores,
volta cada vez mais nosso olhar para a sociedade e nos faz refletir acerca da
necessidade existente em relação a formação de cidadãos conscientes, responsáveis
e solidários. Este trabalho parte da perspectiva pessoal de que as crianças têm
potencial para mudar o mundo, sendo sujeitos nos quais se deve investir. Não há
como falar em cidadania, sem falar em educação. Quando uma criança vem ao
mundo, junto com ela nasce a oportunidade de agregar valor à vida das pessoas e da
sociedade que a cerca.
A educação é a oportunidade que existe para que haja uma sociedade mais
igualitária, inteligente e fraterna. Investir na formação das crianças, dar a elas uma
infância digna, fazê-las conscientes de seus direitos e obrigações, é o caminho.
Corroborando com essa perspectiva, Elkonin (1960, p. 498 apud SILVA, 2014, p. 17)
diz que:
O desenvolvimento psíquico das crianças tem lugar no processo de educação e ensino realizado pelos adultos, que organizam a vida da criança, criam condições determinadas para seu desenvolvimento e lhe transmitem a experiência social acumulada pela humanidade no período precedente de sua história. Os adultos são os portadores dessa experiência social. Graças aos adultos a criança assimila um amplo círculo de conhecimentos adquiridos pelas gerações precedentes, aprende as habilidades socialmente elaboradas
9
e as formas de conduta criadas na sociedade. À medida que assimilam a experiência social se formam nas crianças distintas capacidades.
Com a imensa vontade de contribuir para a construção desse caminho,
buscou-se desenvolver um trabalho que colaborasse com aspecto formativo das
crianças. Como aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, vi no NEI -
escola vinculada a UFRN - a oportunidade de aprofundamento no universo escolar da
infância. Ao mesmo tempo, a escola passava por uma fase de reativação da sua
brinquedoteca, dessa forma, os objetivos tornaram-se comuns, dando origem ao
presente trabalho.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
Desenvolver o anteprojeto de interiores para a brinquedoteca do Núcleo de
Educação da Infância - NEI - CAp/UFRN, que será utilizada por alunos com idade dos
2 aos 11 anos, de acordo com os critérios estabelecidos para o desenvolvimento
integral das crianças.
1.2.2 Específicos
• Entender a importância da brinquedoteca na educação da infância;
• Entender como o Design de Interiores pode contribuir para a construção do
anteprojeto de interiores da brinquedoteca escolar;
• Verificar como os aspectos, pedagógicos, ergonômicos e plástico-formais
podem contribuir para o projeto.
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1.3 METODOLOGIA
O presente estudo é de caráter qualitativo e parte da premissa de que as
brinquedotecas são importantes para o desenvolvimento escolar da infância,
chegando a conclusões relevantes, fundamentadas através do aprofundamento
bibliográfico no tema, para a criação de um anteprojeto de interiores que considere
todas as informações alcançadas nesta pesquisa.
O processo de design tem início com a sua divisão em etapas,
implementando-se métodos conscientes de pensamento e execução. Lupton (2013)
utiliza maneiras de pensar e criar organizadas em torno das três principais etapas do
processo de design: definição de problemas, geração de ideias e criação da forma.
Dessa maneira, fez-se uso de ferramentas do design thinking, propostas por
Lupton (2013), que normalmente refere-se aos processos de concepção, pesquisa,
prototipagem e interação com o usuário. Dentre os quais estão o briefing, a entrevista
aberta, o estudo do espaço, o codesign e a criação do mockup digital, que foram
utilizados nesse trabalho.
1.3.1 Primeira etapa
Na primeira etapa realizou-se o aprofundamento teórico-conceitual a partir da
revisão crítica da literatura inerente ao tema estudado, dialogando, principalmente,
com autores como Piaget (1998), Vygostky (1998) e Wajskop (2005). Dessa forma, foi
possível a construção de um referencial que pudesse fundamentar a pesquisa.
Em seguida, realizou-se o briefing, que foi conduzido por meio da aplicação
de questionário; a entrevista aberta; e o estudo do espaço.
1.3.1.1 Questionário
O questionário é um meio eficiente de investigação que busca recolher dados
importantes acerca de um determinado assunto.
Gil (1978, apud MORAES; MONT’ALVÃO, 2012, p. 73) define questionário
como:
11
Técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentado por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, expectativas e situações vivenciadas.
O questionário utilizado neste trabalho (Anexo A), foi elaborado com oito
perguntas abertas e respondido por três integrantes da equipe escolar, a fim de
proporcionar a livre expressão de ideias por parte dos mesmos, bem como levantar
informações relevantes para o objetivo pretendido.
1.3.1.2 Entrevista
A entrevista é um tipo de procedimento que tem por finalidade obter
informações que interessem à investigação realizada.
Sobre isso, Moraes; Mont’alvão (2012, p. 69) afirma que:
A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra constituir-se em fonte de informação.
Uma das maiores vantagens das entrevistas pode ser definida como a
flexibilidade. A cada resposta do entrevistado, o diálogo pode ser redirecionado,
perseguindo-se os aspectos considerados de maior importância (Iida, 2005).
Neste trabalho, optou-se por realizar tal procedimento, por meio de conversa
aberta, como forma de estabelecer um diálogo flexível.
1.3.1.3 Estudo do espaço
O estudo do espaço foi realizado mediante visita, observação, registro
fotográfico (Anexo B) e levantamento métrico.
Observou-se que o espaço era amplo, havendo boa luminosidade e
temperatura agradável, garantida pela utilização de ar condicionados. O local ainda
possibilita a entrada de ar natural através dos elementos vazados (cobogós) que
completam uma de suas paredes. As iluminações artificiais e naturais se
complementam, uma vez que são utilizadas janelas de vidro no espaço.
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Com as medições, foi possível identificar a área total do espaço, que é de
aproximadamente 95,5 m², possuindo um pé direito de aproximadamente 3,67 m².
O local conta com mobiliário, como estantes e móveis de brinquedo, em sua
maioria na cor branca. As paredes apresentam tom pastel e há um grande espelho
em uma de suas paredes.
As informações obtidas nessa etapa, foram de grande relevância, uma vez
que permitiram a distribuição dos elementos no projeto de forma harmônica.
1.3.2 Segunda etapa
Nesta etapa, foi utilizado o método codesign, também conhecido como design
colaborativo. Esse método é uma forma de pesquisa de design, envolvendo os
usuários finais no processo de criação de um ambiente, produto, plataforma ou
publicação. Tal ferramenta contribui para o desenvolvimento da geração de ideias,
uma vez que que os colaboradores irão expor suas preferências e expectativas.
De acordo com Lupton (2013, p. 04): “com as ferramentas certas, aqueles que
não são designers tem todas as condições para imaginar experiências que satisfaçam
suas necessidades e desejos”.
Os codesigners ou colaboradores, dessa etapa foram as próprias crianças,
que serão os usuários finais do espaço da brinquedoteca.
A aplicação do método consistiu em reunir cinco alunos de cada turma, do
turno matutino, das séries que serão incluídas na utilização brinquedoteca (crianças
do 2º, 3º, 4º e 5º anos), durante o tempo de trinta minutos por turma.
Inicialmente, antes de aplicar o método, foi conduzida uma conversa com
cada turma, a fim de estabelecer uma maior interação com as crianças. O objetivo do
encontro foi explicado e houve significativa participação dos pequenos, que
expuseram imenso interesse em utilizar mais vezes o espaço da brinquedoteca, uma
vez que os mesmos frequentaram poucas vezes o local nos últimos anos.
Posteriormente, foi proposto que eles imaginassem o espaço dos sonhos, com as
características que mais os interessavam.
Para o desenvolvimento da ideia, foi disponibilizado um kit coletivo com
cartolinas e canetas coloridas (Anexo C), para que eles pudessem soltar sua
imaginação livremente no papel.
13
Levando em consideração os dados recolhidos tanto nesta etapa, quanto nas
etapas anteriores, foi realizada a geração de ideias, que consistiu na concepção de
desenhos à mão livre para representar os possíveis elementos do projeto.
1.3.3 Terceira etapa
A terceira e última etapa foi realizada por meio da seleção da melhor
alternativa de desenho, aquela que atendeu as necessidades que foram previamente
identificadas na pesquisa. A partir disso começou-se o desenvolvimento da forma
final, que se deu por meio de mockup digital (simulação em ambiente virtual da
proposta final).
1.4 PROBLEMATIZAÇÃO
O Núcleo de Educação da Infância – NEI, possui uma brinquedoteca que foi
criada na década de 90, idealizada para atender crianças da turma 1 da educação
infantil a turma do 1º ano do ensino fundamental, contemplando, desse modo, uma
faixa etária de crianças entre 2 e 7 anos de idade.
A partir do ano de 2010, a brinquedoteca começou a receber alunos do 2º ano
do ensino fundamental e, em 2011, recebeu também os alunos do 3º ano, funcionando
com essas turmas até o ano de 2014.
Devido a ampliações no quadro de alunos da escola, no ano de 2015, o
espaço físico que abrigava a brinquedoteca deu lugar ao Berçário da instituição,
passando a funcionar de forma reduzida em uma sala de aula.
No ano de 2016, com a inauguração do prédio do Ensino Fundamental, a
escola passou a ofertar ensino para turma de 4º ano e em 2017 fechou o ciclo de
ampliação com a primeira turma de 5º ano.
Atualmente, a escola retomou o antigo espaço da brinquedoteca e passa por
uma fase de reativação da mesma. Seu objetivo é que o local possa acolher de forma
adequada as turmas do 2º ,3º, 4º e 5º anos. Para isso, faz-se necessário um projeto
de ambiente que torne possível a utilização da brinquedoteca pela turma 1 da
educação infantil (crianças com 2 anos de idade), até a turma do 5º ano do ensino
fundamental (crianças com 11 anos de idade).
14
2 A ESCOLA
O Núcleo de Educação Infantil - NEI - CAp/UFRN, teve sua origem em 17 de
maio de 1979 e foi inicialmente criado para funcionar como creche, atendendo à
comunidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, recebendo crianças a
partir dos 3 meses de idade.
Em 04 de junho 1979, devido aos altos custos demandados pela creche, o
núcleo passou a funcionar como pré-escola. No ano de 2008, o ingresso das crianças
na escola foi ampliado, passando a contemplar a comunidade em geral, externa à
universidade.
Atualmente, o NEI funciona como uma Escola de Aplicação, sendo vinculado
à UFRN e ao Centro de Educação – CE, e desde 2010 oferta pré-escola e Ensino
Fundamental (paulatinamente ampliado até o 5º ano).
O Núcleo de Educação da Infância, parte do pressuposto de que a formação,
aprendizado e desenvolvimento da criança no contexto escolar e social é vinculada
ao papel político e pedagógico assumido pela instituição e que a mesma atua como
mediadora-dinamizadora das relações entre as experiências e conhecimentos da
criança e os conhecimentos acumulados socialmente pela humanidade; e da
participação e apoio da família na gestão política e pedagógica da escola (NEI, 2017).
De acordo com Rêgo (1999), a compreensão acerca da educação da infância,
traz para a escola a responsabilidade de inserir na vivência das crianças os aspectos
da vida contemporânea, utilizando formas e conteúdos que contribuam para efetivar
um trabalho pedagógico com comprometimento. Os assuntos estudados no NEI estão
presentes no dia a dia das crianças e é a partir deles que se elaboram as teorias, para
que as mesmas possam retornar ao cotidiano, passando a compreendê-lo.
A escola não tem o poder para mudar sozinha a sociedade, mas é preciso que
seu trabalho possibilite uma visão mais ampla do que é real. A educação é um forte
instrumento para a compreensão da realidade como um todo.
15
3 O QUE SÃO BRINQUEDOTECAS E QUAL SEU PAPEL NO PROCESSO DE
ENSINO/ APRENDIZAGEM
Considera-se que a Brinquedoteca é um espaço destinado à experimentação
e ao desenvolvimento de crianças por meio de brinquedos e brincadeiras lúdicas com
acompanhamento de mediadores.
De acordo como o site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE, 2017), a primeira Brinquedoteca foi criada em 1934 nos Estados
Unidos, na cidade de Los Angeles, e seu funcionamento baseava-se no empréstimo
de brinquedos. Tempos depois, em 1963 na Suécia, algumas professoras, que eram
mães de crianças excepcionais, montaram uma Ludoteca. Esta tinha como função
principal a restituição do espaço e do tempo às crianças para brincarem de forma livre
e, também, a função de orientar os familiares das crianças com dificuldades cognitivas
e motoras a respeito de como estimular os seus filhos, brincando.
No Brasil, o Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais - APAE - de São Paulo instaurou o mesmo sistema de Ludoteca utilizado
pela Suécia, onde os brinquedos eram emprestados às crianças. Em 1960, por uma
iniciativa da UNESCO, a ideia de Ludoteca/Brinquedoteca sofreu várias modificações,
o que ampliou o conceito e criou novas formas e finalidades para as Brinquedotecas
(SEBRAE, 2017).
Santos (2001) diz que o brinquedo, o jogo e a brincadeira, possibilitam a
exploração do mundo por parte das crianças e que eles são veículos de crescimento
das mesmas. A partir disso, elas podem se descobrir, se entender e se posicionar em
relação a si mesmas e à sociedade de uma forma natural.
Na visão de Vygotsky (apud CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 30) os indivíduos
não se relacionam de forma direta com o mundo, existe uma mediação por sistemas
simbólicos, na qual a linguagem tem papel central e é a partir dela que o sujeito
simplifica e generaliza as suas experiências.
O uso da linguagem é visto como instrumento de pensamento, que ocorre de
forma gradual na medida em que a mesma vai sendo posteriormente adquirida.
Segundo Vygotsky (1998), durante a evolução da criança, ela apresenta o nível de
desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. O real se caracteriza
pelas coisas que a criança consegue fazer sozinha, já o potencial se relaciona com a
capacidade de realizar atividades pela interferência de outras pessoas. De forma
16
intermediária a esses níveis, existe a zona de desenvolvimento proximal, local onde a
escola deve intervir, fazendo a criança avançar.
Vygotsky (2001, p.110 apud PEREIRA, 2014, p. 145) nos diz que:
Os processos mentais superiores (pensamento, linguagem e comportamento volitivo), têm origem em processos sociais; o desenvolvimento cognitivo do ser humano não pode ser entendido sem referência ao meio social. O desenvolvimento cognitivo é a conversão de relações sociais em funções mentais.
A importância do brinquedo e do faz de conta é enfatizada neste processo de
desenvolvimento, Craidy; Kaercher (2001, p. 30) utiliza o exemplo de uma criança que
coloca várias cadeiras enfileiradas e diz que as mesmas são um trem. Percebe-se,
desta forma, que a criança é capaz de simbolizar uma realidade ausente por meio da
brincadeira, o que é considerado por Vygotsky (1998) um importante passo para o
desenvolvimento humano.
Quando a criança ingressa na educação infantil, ela começa a interagir com
ambientes diferentes dos quais está acostumada. São novos cenários, novos objetos,
novas brincadeiras, novos ritmos, novas relações. Essa mistura de experiências
contribui para o enriquecimento da criança e é partir da brincadeira que ela percebe a
possibilidade de mudança na sociedade na qual está inserida.
A possibilidade de convívio com outras crianças desencadeia interação, que
leva ao aprendizado, gerando desenvolvimento. Além do mais, a formação do laço
social é estimulada pela brincadeira, por meio da história contida nos cenários, das
roupas e dos acessórios que estão ao alcance dos pequenos, o que acaba gerando
negociação de papéis entre as crianças, possibilitando a vivência de experiência do
mundo adulto e das referências.
Outro aspecto importante presente nesse contexto, é citado por Fortuna
(2010) e refere-se a inclusão social, que é garantida pelo exercício do direito de
brincar, expresso na Declaração dos Direitos da Crianças, proclamada pela
Organização das Nações Unidas (ONU).
Ratificando a importância deste espaço de desenvolvimento, Santos (1997)
diz que a brinquedoteca é uma criação que veio para dar a criança a garantia de um
lugar facilitador ao ato de brincar, sendo um ambiente caracterizado por possuir um
conjunto de brinquedos e brincadeiras, com aspecto agradável, alegre, colorido, onde
a ludicidade que os brinquedos proporcionam é o fator de maior importância.
17
O brincar acaba sendo a forma da atividade social infantil, dando oportunidade
educativa única para as crianças, abordando, também, o aspecto imaginativo
relacionado à vida cotidiana.
Sobre esse aspecto, Bettelheim (1980, p. 37 apud PEREIRA, 2014, p. 37-38)
diz que:
Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo - o que ela gostaria que ele fosse, quais suas preocupações e que problemas a estão assediando. Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar, mesmo se não a entendemos.
Portanto, podemos perceber que, tanto as expectativas, quanto as possíveis
inquietações das crianças, podem ser identificadas no momento da brincadeira,
proporcionando, por muitas vezes, o entendimento de aspectos psicológicos
relacionados a elas.
Pereira (2014, p. 145) esclarece que:
Durante o desenvolvimento das brincadeiras, são estabelecidas relações humanas e sociais. Os processos psicológicos são construídos, a partir de injunções do contexto sociocultural, ou seja, nas brincadeiras as crianças desenvolvem as funções psicológicas superiores, tais como: a atenção, memória, imaginação, pensamento e linguagem.
Cunha (2001) explica que a brinquedoteca é mediadora na construção do
saber, que é realizado em situações de prazer e aventura, na busca pelo
conhecimento espontâneo e prazeroso. Dessa forma, o processo de aprendizagem
acaba sendo facilitado, tornando-se instigante para os pequenos.
Na visão de Kramer (2007, p. 15 apud PEREIRA, 2014, p. 31):
[...]As crianças são sujeitos sociais e históricos, marcados, portanto, pelas contradições das sociedades em que estão inseridas. A criança não se resume a ser alguém que não é, mas que se tornará (adulto, no dia em que deixar de ser criança). Reconhecemos o que é específico da infância: seu poder de imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como experiência de cultura. Crianças são cidadãs, pessoas detentoras de direitos, que produzem cultura e são nela produzidas. [...]As crianças brincam, isso é o que as caracterizam.
18
Wajskop (2005), principal expoente teórico da brinquedoteca do NEI -
CAp/UFRN, afirma que o desenvolvimento da criança é estabelecido a partir da
experiência social e das interações criadas por elas com o mundo dos adultos. Assim,
a brincadeira é considerada uma atividade humana, sendo constituída pela
assimilação e recriação da experiência sociocultural dos adultos.
Ainda de acordo com Wajskop (2005, p. 28): “a brincadeira é um fato social,
espaço privilegiado de interação infantil e de constituição do sujeito-criança como
sujeito humano, produto e produtor de história e cultura.” Para a autora, a realidade é
recriada pela criança por meio da utilização de sistemas simbólicos próprios, a partir
de contextos sociais e culturais.
Quando estão brincando, as crianças têm contato com a experimentação,
podendo vivenciar situações novas ou do seu cotidiano, de forma livre, sem que sejam
pressionadas por algum tipo de situação. É o que afirma Wajskop (2005, p. 31),
ressaltando que “pelo seu caráter aleatório, a brincadeira também pode ser o espaço
de reiteração de valores retrógrados, conservadores, com os quais a maioria das
crianças se confronta diariamente”.
Diante do brincar, as crianças podem desafiar-se e alcançar questões que vão
além de seu comportamento diário, levando-as a pensar e tentar entender os
problemas com os quais convivem, relacionados com as pessoas e com a realidade
de que fazem parte.
Sobre isso, Wajskop (2005, p. 33), diz que:
Quando brincam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e convivência. Concomitantemente a esse processo, ao reiterarem situações de sua realidade, modificam-nas de acordo com suas necessidades. Ao brincarem, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma possibilidade de modificá-la.
Dessa forma, após todas as contribuições dos pensadores acerca da
brincadeira, do brinquedo e da brinquedoteca, percebe-se que esta, além de
proporcionar atividades lúdicas, influencia de maneira permanente na formação e no
desenvolvimento das crianças. Pois, ela não representa apenas um local repleto de
brinquedos, mas sim, um espaço de incentivo e aperfeiçoamento do ser humano,
permitindo a construção da identidade, da autonomia e das linguagens oral, corporal
e emocional do aprendiz.
19
4 O DESIGN DE INTERIORES CONTRIBUINDO PARA O PROJETO DE
BRINQUEDOTECAS
O Design de interiores é uma área do Design que se dedica aos aspectos
relacionados à organização e ao ordenamento dos espaços, planejando, por meio de
pesquisa, a produção dos projetos, sejam eles residenciais, comerciais, escolares,
etc.
De acordo com Segundo Gomes Filho (2006, p. 21 apud PINHEIRO;
SCHWENGBER, 2016, p. 05):
Interior design: Design de ambientes. Numa acepção mais ampla, significa o planejamento, a organização, a decoração e a composição do layout espacial de mobiliário, equipamentos, acessórios, objetos de arte, etc., dispostos em espaços internos habitacionais, de trabalho, cultura, lazer e outros semelhantes, como veículos aéreos, marítimos e terrestres -aviões, navios, trens, ônibus e automóveis, por exemplo.
Os espaços precisam proporcionar qualidade de vida e bem-estar, de forma
que as ligações entre as pessoas que o frequentam sejam expandidas, o que envolve
valores sociais e culturais, desenvolvimento tecnológico, aspectos psicológicos e
ambientais. É dessa forma que os ambientes se tornam mais humanos e possibilitam
a convivência de forma plena.
O site da Academia Brasileira de Arte (ABRA, 2017), nos diz que:
O ambiente é uma extensão do ser humano na sua forma de habitar, trabalhar, conviver e viver. Sob esta ótica, não meramente estética, pessoa e ambiente são unos e, portanto, não podem ser pensados separadamente. Os projetos arquitetônicos e de design de interiores precisam levar em consideração a vida humana. Estes projetos devem propor simultaneamente noções de funcionalidade, estética e conforto (térmico, acústico, luminotécnico, ergométrico, tátil, etc).
Gurgel (2007, p. 17-22) explica que o primeiro passo para um bom projeto de
design de interiores é entender cada um dos indivíduos, entender para que o ambiente
está sendo projetado e as características existentes no espaço físico destinado a cada
finalidade. A autora define 4 etapas a serem seguidas para que se possa projetar um
ambiente. Na primeira etapa, ela fala que todo projeto deve partir da definição do perfil
do indivíduo para o qual vai se destinar o espaço e que esse perfil pode ser definido
com conversas, entrevistas, observação, visita ao local, etc. Na segunda etapa entra
20
a análise do ambiente. Esta análise fornecerá as diretrizes e a orientação de
setorização do projeto. Quando o espaço for inexistente, as plantas serão as únicas
referências para que o processo criativo se inicie. A terceira etapa diz respeito à junção
de dados, onde as informações coletadas devem ser organizadas e priorizadas. A
quarta e última etapa fala do processo criativo em si, da necessidade de uma
subdivisão de um projeto em subprojetos para que se tenha um resultado funcional
que atenda a todas as necessidades do usuário.
Nessa perspectiva, percebe-se que o design de interiores busca planejar e
organizar os espaços, escolhendo e combinando os diversos elementos de um
ambiente, estabelecendo relações estéticas e funcionais, em relação ao que se
pretende produzir, harmonizando em um determinado espaço, móveis, objetos e
acessórios, conciliando conforto, praticidade, funcionalidade e estética.
21
5 PADRÕES FUNDAMENTAIS DE INFRAESTRUTURA PARA AS INSTITUIÇÕES
DE EDUCAÇÃO INFANTIL
O Ministério da Educação (MEC, 2006) dispõe de um manual que busca guiar
a construção de um ambiente físico destinado à educação da infância e ao mesmo
tempo ampliar os diferentes olhares sobre o espaço a ser desenvolvido, visando a
elaboração de um local promotor de aventuras, descobertas, criatividade, desafios e
aprendizagem que facilite a interação criança – criança, criança – adulto e deles com
o meio ambiente. Segundo seus apontamentos, o espaço deve ser lúdico, dinâmico,
vivo, brincável, explorável, transformável e acessível para todos. Desse modo, como
pode ser observado abaixo, foram destacadas as informações mais relevantes para o
presente estudo.
5.1 PARÂMETROS ESTÉTICOS
Segundo o MEC (2006, p. 25), o prazer de estar em um ambiente está
relacionado às sensações diferenciadas causadas pelos aspectos estético-
compositivos, que dizem respeito à imagem e à aparência. Fazem parte desses
aspectos: a diversidade de cores, texturas, os padrões das superfícies, o padrão
construtivo, as formas, as proporções, os símbolos, os princípios compositivos, enfim,
os elementos visuais da construção, que podem ser aperfeiçoados para manifestar os
sentidos, a curiosidade e a habilidade de descoberta da criança.
5.2 AMBIENTAÇÃO: DIMENSIONAMENTO, CONFIGURAÇÃO E APARÊNCIA
De acordo com o MEC (2006, p. 28-31), para oferecer maior autonomia e
independência à criança, proporcionando uma interação eficaz com o meio físico, o
mobiliário e os equipamentos devem adaptar-se a sua realidade. Cadeiras e mesas
leves, estantes acessíveis com variedade de materiais educativos, deixam o ambiente
mais interativo, ao passo que dão coerência à ideia de construção do conhecimento a
partir da ação e da intervenção no meio.
O projeto deve buscar que os ambientes se adequem com as práticas
pedagógicas, com a cultura, com o desenvolvimento infantil, com a acessibilidade
universal.
22
Para um bom desenvolvimento de tarefas visuais, a iluminação é de grande
relevância. A iluminação natural deve ser privilegiada sempre que possível, pois o
conforto visual depende de uma integração e harmonização tanto da iluminação
natural, quanto da artificial.
O layout do espaço deve ser organizado de modo que permita uma boa
circulação dos professores entre os móveis, a livre movimentação das crianças no
ambiente e a visão mútua entre as crianças, estando as mesmas sob o olhar
permanente dos educadores. A configuração do ambiente deve compactuar com o
estabelecimento de diversos arranjos espaciais, o que ajudará a incentivar a
cooperação e reforçará as relações sócio afetivas.
É interessante a possibilidade de utilizar mesas e outros equipamentos que
tenham cores e formas geométricas diferenciadas, como quadrado, círculo, retângulo.
A utilização de quadros e painéis que fiquem à altura das crianças (um metro e meio
do chão) permite que elas peguem seus trabalhos sozinhas e expressem suas ideias,
o que favorece o desenvolvimento da autonomia, personaliza o ambiente e aproxima
a criança do mesmo.
Em relação ao tamanho das salas de atividades, crianças menores
organizam-se em ambientes pequenos ou em ambientes cheios de recantos menores,
buscando segurança, aconchego e conforto. Essas experiências confirmam a
necessidade de adaptação à escala da criança, de maneira que elas se sintam
protegidas e capazes de organizar seu espaço.
As aberturas das salas podem ter tamanhos e alturas diversas, promovendo
jogo de luz e sombra, estimulando a curiosidade a partir de diferentes
enquadramentos do mundo externo. A utilização de salas de atividades em “L”,
permite diversas ambientações e variações nos arranjos espaciais, potencializando a
realização de atividades simultâneas, criando recantos, nichos e novas ambientações,
tornando o espaço aconchegante e lúdico.
O espaço poderia se caracterizar pela multiplicidade de ambientes,
caracterizada por desníveis dos pisos, variedade dos pés-direitos, de luz, de cores e
pela possibilidade de usar painéis e panos. Um espaço maior dividido em vários
ambientes menores em seu interior, possibilita reencontrar os espaços da socialização
da criança em diferentes situações e agrupamentos, dinamizar as atividades,
despertar sempre novos interesses.
23
5.3 PARÂMETROS TÉCNICOS
Segundo o MEC (2006, p. 32-33) os materiais e os acabamentos utilizados
devem ser resistentes e de fácil limpeza, levando em consideração as especificidades
de cada região, as características térmicas dos materiais, sua durabilidade,
racionalidade construtiva e facilidade de manutenção.
É importante que o piso seja lavável, antiderrapante, resistente ao uso
intenso, de fácil reposição e manutenção, evitando a utilização de pisos com muitas
juntas que favoreçam acúmulo de sujeira ou umidade.
Deve-se evitar a utilização de materiais que possam gerar poluição,
notadamente em ambientes internos com pouca ventilação, tais como: amianto,
cortinas, tapetes e forrações, colas e vernizes que liberem compostos orgânicos
voláteis, sendo ao mesmo tempo resistentes e de fácil limpeza.
Para as paredes podem ser utilizados materiais laváveis à altura dos usuários,
sempre prezando por acabamentos atóxicos e lisos, evitando dessa forma o acúmulo
de poeira e mofo, como também prevenindo que as crianças se machuquem. As
características superficiais dos materiais devem ser levadas em consideração,
relacionando-as às características sensoriais das crianças, como sensibilidade aos
estímulos externos.
Planejar ambientes internos onde as crianças possam “explorar com as mãos
e com a mente”, além dos ambientes exteriores, que permitem uma exploração do
meio ambiente a partir do conhecimento das cores, das formas, das texturas, dos
cheiros e dos sabores da natureza, interagindo diferentes áreas do conhecimento.
Esses ambientes podem ser construídos com grande variedade de materiais
e acabamentos, valorizando efeitos texturais que possam introduzir ou reforçar
conceitos como áspero/liso, duro/macio, cheiros e sons diversos, numa tentativa de
refinar as percepções sensoriais da criança (visão, audição, olfato, paladar).
5.4 CORES
Desde o começo da história do homem, as cores fazem parte de seu cotidiano,
revelando-se em alguns casos, mais como necessidade psicológica do que estética.
24
É o que pode ser observado na história dos egípcios, que davam a cada uma das
cores um significado diferente. Dessa forma, além das imagens e dos textos que
cobriam as paredes, as cores que lhes davam vida tinham um significado simbólico
próprio.
De acordo com Pedrosa (2008), a cor foi descoberta e vem sendo manipulada
pelo homem há mais de 3 milhões de anos, desde as primeiras manifestações da
atividade humana até os dias de hoje. Embora naqueles tempos remotos não se
tivesse precisão do que seria cor, o homem a tornou o meio mais extraordinário de
projeção de sentimentos, magia e encantamento.
Com a evolução dos estudos da física, entende-se hoje que cor é a sensação
provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão e que a mesma divide-se em
primária, secundária e terciária.
Prado (2016), esclarece que as cores primárias são as originadas de outras
e não são decompostas, dando origem a todas as outras cores, sendo compostas
pelas cores-luz (vermelho, verde e azul) e cores-pigmento (ciano, magenta e
amarelo). As cores secundárias surgem a partir da combinação de duas cores
primárias, já as cores terciárias surgem a partir da união entre as cores primárias e
secundárias. Além disso existem as cores pastéis criadas da mistura com o branco e
também os tipos de reações causada pelas cores, sendo consideradas quentes as
que derivam do vermelho-alaranjado e frias as que derivam do azul-esverdeado.
Ainda de acordo com Ministério da Educação (MEC, 2006, p. 30), as cores
têm importância fundamental para os ambientes destinados à educação da infância,
pois reforçam o caráter lúdico, despertando os sentidos e a criatividade.
O uso da cor, além do papel estimulante ao desenvolvimento infantil, pode ser
também um instrumento eficaz de comunicação visual, a partir da identificação de
ambientes e setores.
Para os espaços em que é necessária maior concentração, como salas de
atividades e biblioteca, por exemplo, devem ser evitadas as cores quentes, mais fortes
e excitantes, destinando essas cores para elementos e detalhes da construção.
Nesses ambientes, recomenda-se o emprego de tons mais suaves, em nuances
pastéis, como o verde, o bege, o marfim para as paredes e o branco para o teto.
Nos ambientes de brincadeira e vivência, as cores primárias, em tons mais
fortes, podem ser usadas para enfatizar o caráter lúdico, marcando setores de
atividades e destacando-se na paisagem natural. As salas de atividades podem ser
25
pintadas em cores diferentes de acordo com a idade do grupo que cada uma abriga,
criando um sentido de apropriação e identidade para a criança.
26
6 ERGONOMIA
O conceito de ergonomia surgiu logo após a II Guerra Mundial, como
consequência do trabalho interdisciplinar realizado por vários profissionais. Em seus
primórdios, a ergonomia era aplicava quase que exclusivamente no meio industrial.
Contudo, diante da evolução, essa aplicação passou a abranger quase todos os tipos
de atividade humana, podendo ser percebida na área da saúde, da educação, do
transporte, do lazer, etc.
Segundo Iida (2005, p. 02), no Brasil a Associação Brasileira de Ergonomia
(ABERGO) adota a seguinte definição sobre ergonomia:
Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.
Percebe-se que a ergonomia engloba fatores que contribuem com o
desempenho do sistema produtivo, como também procura reduzir consequências
nocivas sobre o usuário, tais como fadiga, estresse, erros e acidentes. Seu estudo
tem como objetivo a interação entre o homem e o trabalho, em um sistema homem-
máquina-ambiente, podendo também abranger mais homens e mais máquinas. O
conceito de máquina é amplo e abrange qualquer tipo de artefato utilizado pelo homem
para realizar um trabalho ou melhorar seu desempenho (Iida, 2005).
Em uma comparação com o presente trabalho, os homens seriam as crianças
e as máquinas seriam os objetos utilizados pelas mesmas (mobiliário geral) no
ambiente da brinquedoteca.
Ainda de acordo com Iida (2005, p. 13), “a contribuição da ergonomia de
acordo com a ocasião em que é feita, classifica-se em concepção, correção,
conscientização e participação.” No que diz respeito a ergonomia de concepção, esta
se dá quando a contribuição ergonômica é feita durante o projeto do produto, da
máquina, ambiente ou sistema, o que é considerada como melhor situação, pois as
alternativas poderão ser melhor examinadas e as decisões sobre o projeto podem ser
tomadas buscando-se informação em situações semelhantes ou construindo-se
modelos tridimensionais para tal fim.
27
A ergonomia visa, primordialmente, a saúde, segurança e a satisfação das
pessoas que estão fazendo parte do sistema no qual estão inseridas.
6.1 ANTROPOMETRIA
A antropometria é uma área da ergonomia que trata das medidas físicas do
corpo humano. Segundo Roebuck (1996, apud TILLEY, 2005, p. 09), a antropometria
pode ser definida como:
Ciência da mensuração e a arte da aplicação que estabelece a geometria física, as propriedades da massa e a capacidade física do corpo humano. O nome deriva de anthropos, que significa o homem, e metrikos, que significa ou se relaciona com a mensuração.
Podemos considerar três divisões para a antropometria, sendo elas: a
estática, a dinâmica e a funcional. A estática se relaciona com as medidas do corpo
parado ou com poucos movimentos, a dinâmica mede o alcance dos movimentos em
cada parte do corpo mantendo-se o resto do corpo estático, e a funcional se relaciona
com a execução de tarefas mais específicas (Iida 2005).
De acordo com Iida (2005), é necessário que as medidas antropométricas
sejam detalhadas e confiáveis, uma vez que as mesmas podem influenciar no
desempenho de atividades realizadas, como também nos custos de uma produção
que leva em consideração as dimensões do corpo humano.
As características físicas dos homens e das mulheres diferem entre si desde
o nascimento. Em média, os meninos são 0,6 cm mais compridos e 0,2 kg mais
pesados, porém em torno dos 9 anos, ambos os sexos passam a apresentar
crescimento semelhante. Na fase da puberdade começam a surgir maiores diferenças
entre os dois sexos, as meninas passam a crescer mais aceleradamente em torno dos
11 aos 13 anos e os meninos iniciam essa aceleração do crescimento em torno dos
12,5 a 15,5 anos (Iida 2005).
O universo escolar infantil em estudo é composto por um variado grupo de
crianças. São meninos e meninas com idade entre 2 e 11 anos, que precisam sentir-
se confortáveis no espaço da brinquedoteca e com o mobiliário que a compõe.
Pensando nisso, serão utilizadas medidas antropométricas já existentes
visando indicar as corretas dimensões de um mobiliário que atenda às necessidades
das crianças, contribuindo com o desenvolvimento de suas atividades e adotando
28
soluções que satisfaçam aos preceitos ergonômicos, levando em consideração o
conforto dos pequenos.
A tabela de estações de trabalho e lazer para crianças, utilizada por Tilley
(2005, p. 38), como pode ser observado na Figura 1, traz as médias de tamanho do
sexo masculino e feminino combinadas, em milímetros e polegadas, englobando a
faixa etária dos 3 aos 18 anos.
Tal tabela é dividida em dois tipos de posturas: sentado e em pé. Para cada
idade são relacionadas medidas como: altura da cadeira, altura dos cotovelos, altura
da escrivaninha e alcance sobre a mesa, para a postura sentada, e para a postura em
pé são relacionadas as medidas da altura em pé, altura dos cotovelos, altura sobre o
plano de trabalho e alcance sobre o plano de trabalho e será considerada para as
indicações utilizadas neste trabalho.
29
FIGURA 1: ESTAÇÕES DE TRABALHO E LAZER PARA CRIANÇAS
Fonte: Tilley (2005, p.38)
30
7 RESULTADOS
Verificou-se diversas prescrições para a realização do projeto de ambiente da
brinquedoteca e observou-se que a proposta pedagógica tem uma relação muito
próxima com a definição da ambientação, pois esse procedimento envolve o
conhecimento dos processos de desenvolvimento da criança.
A maneira como a composição interna foi elaborada, baseou-se na função da
atividade realizada e na interação desejada, bem como nas indicações baseadas no
manual do Ministério da Educação (MEC, 2006), nas recomendações do Núcleo de
Educação da Infância – NEI, nas recomendações dos autores estudados, como
também na opinião e o no interesse das crianças consultadas.
7.1 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS
A fim de conhecer as reais necessidades da escola, bem como definir os
problemas, realizou-se o briefing, que foi conduzido por meio da aplicação de
questionário (Anexo A), elaborado com oito perguntas abertas e direcionado a três
integrantes da equipe escolar (coordenadora e professoras).
A análise do questionário, mostrou que a equipe do NEI - CAp/UFRN
considera o espaço da brinquedoteca importante e fundamental, pois é nele que as
brincadeiras serão desenvolvidas. Estas, contribuem para a constituição do sujeito e
despertam na criança o faz-de-conta, possibilitando o entendimento do mundo dos
adultos pelas mesmas, através da recriação de situações do cotidiano. Além do mais,
o espaço é um dos preferidos pelos meninos e meninas da escola.
O projeto de interiores é necessário na visão da equipe, pois o olhar de um
designer sobre a brinquedoteca amplia as possibilidades de trabalho pedagógico, pois
permite uma maior reflexão sobre a sua funcionalidade, como também um melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis.
É preciso que o ambiente seja organizado, adaptado, atraente e diversificado,
contudo deve-se levar em consideração o fato da escola estar inserida em uma rede
pública de ensino, atentando para viabilidade econômica do projeto. A estética é
valorizada pela equipe escolar, uma vez que foi considerado que um ambiente
atraente tem influência no desejo de brincar.
31
A inserção de crianças maiores, alunos com faixa etária dos 7 aos 11 anos,
foi citada como a maior necessidade atual da escola. Pensar como o ambiente deveria
ser, quais áreas ele deveria oferecer para despertar o interesse dessas crianças, foi
considerado um desafio.
Além de esteticamente atraente, o ambiente deverá conter cantinhos
temáticos diversificados, com materiais organizados coerentemente, com elementos
próprios do universo infantil.
Vinte e cinco alunos utilizarão o espaço da brinquedoteca por vez, pelo menos
duas vezes na semana, durante trinta minutos.
7.2 RESULTADO DA ENTREVISTA
A entrevista foi realizada com a Coordenadora do Núcleo da Educação da
Infância - NEI - CAp/UFRN, por meio de conversa aberta e possibilitou um maior
entendimento em relação a relevância da construção do presente projeto, pois a
entrevistada discorreu sobre a importância da brinquedoteca no contexto educativo,
bem como sobre o olhar da escola em relação a oferecer este espaço para as
crianças.
Foi explicado que a função exercida pela brinquedoteca escolar é educativa e
que a mesma prioriza a natureza da criança, dando oportunidade para que a livre
comunicação (de maneira lúdica) seja estabelecida. A brincadeira na escola deve
considerar, especialmente, o faz de conta, deixando as crianças a vontade para a livre
escolha.
Um ponto importante citado em relação à brincadeira simbólica, é o fato da
mesma possibilitar o enfrentamento de situações conflituosas que muitas vezes
emergem no momento do “faz de conta”. As crianças são capazes de imitar os adultos
em situações cotidianas, como também, construir cenários imaginativos.
O espaço deve dividir-se em recantos menores e diversificados que simulem
atividades do cotidiano humano, configurado para a exploração do imaginário das
crianças, permitindo-as vivenciar diferentes papeis e realidades. Espera-se, contudo,
que o projeto considere as limitações orçamentárias de uma escola pública.
A coordenadora apontou para a importância de haver uma comunicação com
as crianças maiores, do ensino fundamental, no sentido de traçar um mapeamento
32
sobre as necessidades e interesses de alunos de uma faixa etária que não era
privilegiada no espaço da brinquedoteca.
Atenta-se, dessa forma, para a relevância de colocar ao alcance das crianças
um espaço onde se possa desenvolver atividades que envolvam brinquedos e
brincadeiras, permitindo, assim, a construção do conhecimento das mesmas de
maneira espontânea.
7.3 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO CODESIGN
O envolvimento das crianças no processo criativo, resultou no conhecimento
de várias atividades que os mesmos gostariam de desenvolver na brinquedoteca, bem
como na possibilidade que seus desejos fossem levados em consideração.
A partir da análise dos desenhos (Figuras 2 - 9), foram identificadas as
atividades de maior interesse das crianças investigadas, que estão descritas abaixo,
organizadas por turma:
• Tuma do segundo ano (Figuras 2 e 3): desfile de moda, carro, cachorro, gato,
corda bamba, jardim secreto, palco para cantar, balada, rede, mesa de
desenho, escorrega, alienígena, maquiagem, shopping, realidade virtual,
Ferrari, cama elástica, casa da Barbie, ursinho e tiaras;
• Turma do terceiro ano (Figuras 4 e 5): ursos, fantoches, navios, carros,
cozinha, geladeira, colchão, pula-pula, piscina, cama, cinema, karaokê, sala
de música e robôs;
• Turma do quarto ano (Figuras 6 e 7): lápis de cor, show, fantasia, naruto,
carrinhos, amarelinha, papel para desenhar, bola, bonecas, chupetas, roupas
de boneca, hospital, cozinha, ursos de pelúcia, livros, mágica, esconde-
esconde, pega-pega, skate;
• Turma do quinto ano (Figuras 8 e 9): bonecos, casinha, Pokémon, spinner,
planeta, naruto, área para criar brinquedos, supermercado, cozinha,
brinquedos médicos, mapa, kit de mágica, fantasia, celular e bateria musical.
33
FIGURA 2: DESENHOS DO SEGUNDO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
FIGURA 3: DESENHOS DO SEGUNDO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
34
FIGURA 4: DESENHOS DO TERCEIRO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
FIGURA 5: DESENHOS DO TERCEIRO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
35
FIGURA 6: DESENHOS DO QUARTO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
FIGURA 7: DESENHOS DO QUARTO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
36
FIGURA 8: DESENHOS DO QUINTO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
FIGURA 9: DESENHOS DO QUINTO ANO
Fonte: Acervo da autora (2017)
37
7.4 DEFINIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA BRINQUEDOTECA
Nesta etapa apresentam-se as características do espaço interno da
brinquedoteca, que foram definidas após a análise de todos os dados coletados
durante o desenvolvimento do trabalho.
O conceito do projeto foi pensado de forma a oferecer proximidade e
independência as crianças, a fim de proporcionar maior liberdade, estimulando-as a
interagir cada vez mais com o ambiente. As possíveis limitações orçamentárias foram
consideradas para que se pudesse desenvolver um trabalho de acordo com as
possibilidades de uma escola pública. Assim, fez-se uso de recursos simples e
acessíveis.
Percebeu-se que é importante que o espaço da criança “fale com ela”, que
seja do seu tamanho, simples, minimalista e que todos possam enxergar-se
mutuamente.
Definiu-se que a brinquedoteca será composta por 5 espaços temáticos
diversificados, que simulam atividades do cotidiano, sendo eles: canto da criatividade;
quarto; hospital; cozinha/venda; e espaço para apresentação.
Realizadas tais definições, deu-se início a geração de ideias (Anexo D),
norteando o desenvolvimento do modelo final.
O modo como o layout foi disposto, em forma de “U”, permitiu o
aproveitamento de toda a área disponível, como também possibilitou uma boa
circulação dos monitores e das crianças entre os espaços. A disposição dos seus
elementos pode ser configurada de diversas formas, proporcionando maior dinamismo
ao local.
Cada ambiente pode ser facilmente acessado através do outro, a não ser
aqueles que ficaram situados de lados opostos, localizando-se de frente para o outro,
fazendo-se necessário apenas alguns passos para alcançá-los.
Para o piso, definiu-se o revestimento vinílico, pois esse material possui boa
absorção acústica, bom conforto térmico, é de fácil instalação e fácil limpeza, além de
ser antialérgico e durável. A imitação da madeira em tom claro foi escolhida para
oferecer maior aconchego ao ambiente.
Os espelhos são ótimos aliados quando pretende-se dar a sensação de
amplitude a um determinado local, ou valorizar objetos, mas eles também podem
proporcionar a vivência de diferentes sensações, percepções e emoções por parte
38
das crianças. Para isso, um espelho foi disposto na extensão de uma das paredes do
local, que já fazia uso do mesmo elemento, porém em tamanho diferente e a uma
altura menor do que a necessária (Figura 1 - Altura em pé, Idade de 11 anos). Com a
readequação, o espelho passou a ter 1,50 metros de altura e poderá ser acessado
por todos os pequenos.
Pensando na viabilidade econômica do projeto, foi realizado o
reaproveitamento dos móveis e dos brinquedos que faziam parte da brinquedoteca
quando a mesma estava em funcionamento. Recomenda-se que todo o mobiliário
possua quinas arredondadas para evitar que alguma criança se machuque.
As demais composições estéticas, deram-se através do uso de tintas para os
efeitos realizados nas paredes e nos móveis. Para a inserção de alguns novos objetos,
propõe-se a utilização de materiais reciclados sempre que possível. Na proposta fez-
se uso de pufes de papelão e caixotes de feira para serem utilizados como estante e
como caixas para o armazenamento de brinquedos.
As condições climáticas do ambiente eram satisfatórias, bem como a sua
iluminação. Porém, para melhor eficiência energética, utilizou-se lâmpadas de LED.
Essas lâmpadas, além de serem mais sustentáveis por não conterem materiais
tóxicos, também são mais resistentes, duradouras e emitem menos calor.
7.4.1 Cores do espaço
As cores definidas para compor o ambiente da brinquedoteca procuraram
trazer para o espaço a sensação de ludicidade, como também tornar o local
estimulante para a prática da brincadeira.
Pensando na diversidade de faixas etárias, procurou-se um caminho de
equilíbrio, no que diz respeito a não tornar o ambiente nem tão infantil, nem tão adulto.
Dessa maneira, as cores foram utilizadas de forma suave, sem exageros.
Além da cor branca, a paleta definida para compor o ambiente possui as
seguintes cores e tonalidades: amarela, laranja, vermelha, azul e verde (Figura 10).
39
FIGURA 10: PALETA DE CORES
Fonte: https://www.coral.com.br/pt/paletas-de-cor Fonte: Adaptado pela autora (2017)
O recurso utilizado para dar destaque as paredes, foi a pintura. A mesma se
deu através do desenho de formas geométricas, buscando-se criar uma relação com
os elementos da natureza tanto através da forma, como através das cores.
A geometria utilizada foi a linha, que aparece estabelecendo uma relação com
o contorno da grama; o hexágono, que está presente do formato da colmeia das
abelhas; e o triângulo, que é um elemento de geometria pura, simples e perfeita. As
cores se relacionam da seguinte forma com a natureza: a amarela e a laranja remetem
ao sol, a vermelha aos frutos, a azul cria uma relação com o céu e com o mar, e a
verde é inspirada nas florestas.
O efeito da pintura pode ser realizado de forma simples, apenas com a
utilização de tinta e fita. As cores e tonalidades aplicadas nas paredes foram a branca,
a amarela, a laranja, a verde e a azul.
Para que o espaço proporcionasse uma sensação de aconchego em relação
a sua altura, uma faixa azul foi pintada a partir de 2,45 metros do chão, até o limite do
teto. Com isso, procurou-se remeter a ideia de céu, como também provocar a
sensação de diminuição da altura total do local
O mobiliário que faz a delimitação de cada espaço foi pintado para que cada
canto temático pudesse ser relacionado a uma cor pelas crianças.
7.4.2 Mobiliário
O mobiliário que compõe o espaço foi pensado de maneira a permitir a
mudança de lugar na sala e a visão mútua entre as crianças e monitores. Uma escala
de móveis que se aproxime aos tamanhos dos pequenos, além de integrar a criança
ao ambiente, favorece o desenvolvimento da autonomia das mesmas.
As indicações das dimensões corretas do mobiliário foram baseadas na tabela
de Tilley (Figura 1).
40
7.4.2.1 Mesas
Para indicação de altura das mesas, foi levado em consideração a dimensão
descrita como “altura da escrivaninha” (Figura 1). Observando-se a variação da faixa
etária dos usuários (crianças de 2 a 11 anos), propõe-se que sejam disponibilizadas
mesas com duas alturas diferentes para que se possa atender a todos os usuários.
Uma mesa mais baixa para as crianças menores, com altura aproximada de 0,40
metros e uma mesa mais alta para crianças maiores, com altura aproximada de 0,60
metros seria o ideal.
7.4.2.2 Estantes
As estantes utilizadas deverão permitir o alcance por todos os grupos de
crianças. O menor usuário não consegue atingir o alcance do maior usuário, porém o
maior usuário pode facilmente acessar locais mais baixos. Dessa forma, levando-se
em consideração a “altura em pé” do menor usuário da tabela (Figura 1), as estantes
podem variar suas alturas até atingirem aproximadamente 1 metro de altura.
7.4.2.3 Pufes
Para a postura sentado, definiu-se o pufe para a acomodação das crianças.
O elemento é caracterizado por sua versatilidade e praticidade, encaixando-se
facilmente em praticamente qualquer local. Assim como as mesas, esses elementos
para sentar, devem ser disponibilizados em duas alturas diferentes para atender a
todos os usuários da brinquedoteca. Utilizando-se a medidas do menor usuário
indicada no item “altura da cadeira” (figura 1), a altura do menor pufe deverá ser de
aproximadamente 0,20 metros e a do maior pufe 0,40 metros.
7.4.3 Espaços temáticos
• Canto da criatividade
A proposta é que o espaço seja um lugar para livre criação de desenhos,
pintura, modelagem, dispondo de diversos materiais que incentivem essa prática.
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Pensando na sustentabilidade, bem como no custo-benefício, foram utilizados
6 pufes confeccionados em papelão, com duas alturas diferentes.
Uma estante, uma prateleira para abrigar os materiais que serão utilizados e
duas mesas com alturas diferentes, compõem o espaço.
• Quarto
Nesse espaço, optou-se por uma cama em formato de casinha e uma
cabaninha, que enfatizam bem o caráter lúdico do ambiente, podendo ser utilizadas
por todos. Duas estantes e uma prateleira irão armazenar os brinquedos preferidos
pelas crianças, como: bonecos, ursos, carrinhos, celular de brinquedo, roupa de
boneca, etc.
• Hospital
Aqui as crianças podem simular atendimento médico, por intermédio do uso
de bonecos, ou até mesmo realizando simulações uns com os outros. Para
proporcionar a prática dessa brincadeira, o espaço é composto por quatro macas de
brinquedo, duas estantes para abrigar os acessórios médicos de brinquedo e uma
escrivaninha.
• Cozinha / venda
Para simulação de atividades de cozinhar e comprar seus próprios alimentos,
esse espaço é composto por fogão, geladeira, uma mesa, quatro banquinhos, uma
estante, barraca de venda com alimentos e por brinquedos, tais como: panelas,
pratos, copos, talheres, temperos, recipientes, dinheiro de brinquedo para simular a
compra e manipular o troco.
• Espaço para apresentação
Diversas atividades podem acontecer nesse espaço. Com brinquedos
musicais, as crianças podem formar bandas, realizar shows, fazer apresentações
utilizando fantoches e fantasias, organizar desfiles, dançar, montar e desmontar
brinquedos que tenham essa finalidade, etc.
Para compor esse espaço, foram utilizados: um palco, um camarim, um
banquinho, duas araras para comportar fantasias, uma estante e quatro caixotes para
guardar os brinquedos.
42
7.5 ANTEPROJETO DA BRINQUEDOTECA
Aqui apresenta-se a forma final do anteprojeto da brinquedoteca, realizada
através de mockup digital, onde permite-se a simulação da proposta em ambiente
virtual.
FIGURA 11: PERSPECTIVA DA ENTRADA
Fonte: Autoria própria (2017)
43
FIGURA 12: PERSPECTIVA PARCIAL
Fonte: Autoria própria (2017)
FIGURA 13: PERSPECTIVA PARCIAL
Fonte: Autoria própria (2017)
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FIGURA 14: PERSPECTIVA PARCIAL
Fonte: Autoria própria (2017)
FIGURA 15: PERSPECTIVA CANTO DA CRIATIVIDADE
Fonte: Autoria própria (2017)
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FIGURA 15: PERSPECTIVA QUARTO
Fonte: Autoria própria (2017)
FIGURA 16: PERSPECTIVA HOSPITAL
Fonte: Autoria própria (2017)
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FIGURA 17: PERSPECTIVA COZINHA/VENDA
Fonte: Autoria própria (2017)
FIGURA 18: PERSPECTIVA ESPAÇO PARA APRESENTAÇÃO
Fonte: Autoria própria (2017)
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FIGURA 19: VISTA DE TOPO
Fonte: Autoria própria (2017)
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, através do aprofundamento teórico-conceitual, que foi adquirido a
partir da revisão crítica da literatura referente ao tema estudado, bem como por meio
das ferramentas metodológicas utilizadas, que o brincar propicia a comunicação com
a criança através da atividade lúdica e que, por vezes ele pode se traduzir como a
primeira linguagem das crianças, antes mesmo da oral.
Dessa forma, a existência do espaço da brinquedoteca escolar adquire
fundamental importância, pois possibilita a concretização das brincadeiras, tornando-
se mediadora no processo de construção do saber.
Em relação à composição do ambiente, observou-se que são várias as
indicações e possibilidades para a realização do projeto. O caminho escolhido pautou-
se em uma perspectiva cuja conclusão se apresentasse tanto interessante, quanto
viável.
Assim, o resultado final da proposta aliou os aspetos descritos nas referências
com a realidade de uma escola pública, que tinha como necessidade inserir crianças
de várias faixas etárias dentro de um mesmo espaço, sem gastos excessivos. Com
isso, pôde-se perceber que o design não está restrito a um público apenas, ele está
ao alcance de todos.
Os recursos usados, focados no reaproveitamento e na utilização de materiais
alternativos, resultaram na construção da proposta de um ambiente funcional e
adequado às práticas pedagógicas, tornando possível sua correta utilização por todos,
cumprindo o objetivo pretendido.
De maneira desafiadora, explorou-se outra área do conhecimento, distinta a
do design. Buscou-se conhecer e compreender as teorias propostas por estudiosos
da pedagogia e da psicologia acerca da infância, obtendo-se, dessa forma, um estudo
profundo e consciente.
Por fim, a realização do trabalho tornou-se um exercício gratificante e
enriquecedor, pois possibilitou que os conhecimentos acadêmicos adquiridos
resultassem em uma forma de contribuição social voltada para um aspecto de extrema
importância: a educação.
58
REFERÊNCIAS
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CRAIDY, M; KAERCHER. G. E. P. S. da. Educação infantil: pra que te quero? In: FELIPE, J. O desenvolvimento infantil na perspectiva sociointeracionalista: Piaget, Vygotsky, Wallon. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 27-37.
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CUNHA, N. H. S. Brinquedoteca: um mergulhar no brincar. 3ª ed. São Paulo: Vetor, 2001.
FORTUNA, T. R. Brincar com o outro: caminho de saúde e bem-estar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: SENAC, 2007.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: E. Blücher, 2005.
LUPTON, E. Intuição, ação, criação. São Paulo: Editora G. Gili, 2013.
MORAES, A. de; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia: conceitos e aplicações. Teresópolis, RJ: 2AB, 2012.
NEI. Proposta pedagógica. Disponível em: http://www.nei.ufrn.br/pagina.php?a=proposta Acesso em: 07 de agosto de 2017.
PEDROSA, I. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
59
PEREIRA, U. M. S. M. de. O olhar da criança sobre a brincadeira nos anos iniciais do Ensino fundamental. Curitiba, PR: CRV, 2016. PIAGET, J. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
PINHEIRO, D. SCHWENGBER, E. C. As cores em ambientes internos com foco em suas influências sobre o comportamento dos estudantes. 2016. 18 f. Artigo – UNIEDU, Santa Catarina, 2016. Disponível em:http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/03/Artigo-Daniel-Pinheiro.pdf Acesso em: 20 de março de 2017. PRADO, L. B. A importância das cores e sua aplicação na ambientação na arquitetura corporativa. Disponível em https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-n12-2016/a-importancia-das-cores-e-sua-aplicacao-na-ambientacao-na-arquitetura-corporativa/ Acesso em: 04 de setembro de 2017.
RÊGO, M. C. F. D. O currículo em movimento. Caderno Faça e Conte, Natal, v. 2, n. 2, p. 61-79, 1999.
SANTOS, S. M. P. dos. Brinquedoteca: a criança o adulto e o lúdico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
SANTOS, S. M. P. dos. Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis, RJ: Vozes,1997.
SEBRAE. Como montar uma brinquedoteca. Disponível em:https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-brinquedoteca,4e287a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD Acesso em: 10 de maio de 2017.
SILVA, T. S. da. A formação de conceitos de língua portuguesa no Ensino Fundamental: um estudo experimental. 2014 112 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Uberaba – UNIUBE, Uberaba, 2014. Disponível em: http://www.uniube.br/propepe/ppg/educacao/arquivos/2014/listaDissertacoes/Dissertacao-TerezinhaSeverino.pdf Acesso em 01 de setembro de 2017.
TILLEY, A. R. As medidas do homem e da mulher. Porto Alegre: Bookman, 2005.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
60
WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 2005.
61
ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
Este questionário faz parte do processo de criação do projeto de interiores da brinquedoteca do Núcleo de Ensino da Infância - NEI e tem como objetivo reconhecer as necessidades da escola em relação ao espaço a ser desenvolvido.
1. Qual a importância da brinquedoteca para o NEI?
2. Por que a escola precisa de um projeto de interiores para brinquedoteca?
3. Qual a maior necessidade do NEI atualmente em relação à brinquedoteca?
4. O que a escola espera que o espaço ofereça?
5. Qual a faixa etária das crianças que utilizarão o espaço?
6. Quantas crianças utilizarão o espaço por vez?
7. Quanto tempo as crianças dispõem para utilizar a brinquedoteca?
8. Quantos dias as crianças farão uso do espaço?
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ANEXO B – FOTOS DO ESPAÇO DA BRINQUEDOTECA NO NEI
Fonte: Acervo da autora (2017)
Fonte: Acervo da autora (2017)
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Fonte: Acervo da autora (2017)
Fonte: Acervo da autora (2017)
64
ANEXO C – KIT CODESIGN
Fonte: Acervo da autora (2017)
Fonte: Acervo da autora (2017)
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ANEXO D – GERAÇÃO DE IDEIAS
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
66
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
67
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
68
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
69
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
70
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
71
Fonte: Autoria própria (2017)
Fonte: Autoria própria (2017)
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