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Anais da
Semana de Pedagogia da UEM ISSN Online: 2316-9435
XX Semana de Pedagogia da UEM VIII Encontro de Pesquisa em Educação / I Jornada Parfor
Universidade Estadual de Maringá, 17 a 20 de setembro de 2013.
RELEITURA E PROCESSO CRIATIVO: INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS
MAISTRO, Mailara Mariana [email protected] BALISCEI, João Paulo
[email protected] Universidade Estadual de Maringá
Formação de Professores e Intervenção pedagógica
INTRODUÇÃO
Questões muito trabalhadas e discutidas no meio artístico são a releitura e o processo
criativo do artista, ou a poiética. Esse termo bastante utilizado por Iclea Barbosa Cattani, que
está relacionado ao “[...] estudo das motivações – declaradas ou subjacentes – do artista, de
seus processos de trabalho e da instauração da obra enquanto forma [...].” (CATTANI, 2007,
p.13). Isso leva a se planejar, dentro de um ambiente acadêmico a produção de um artigo
focado em uma pesquisa em artes, por meio de uma releitura.
O termo poética, para Iclea Cattani, está relacionada ao “[...] estudo das motivações –
declaradas ou subjacentes – do artista, de seus processos de trabalho e da instauração da obra
enquanto forma [...].” (CATTANI, 2007, p.13). Diante disso, foi-se apontado para o
planejamento, dentro de um ambiente acadêmico da produção de uma releitura e a se pensar
no desenvolvimento do processo criativo da mesma.
Para a proposta, de desenvolver uma releitura baseada em uma obra de um artista,
pensou-se na utilização de um objeto incomum, como suporte não convencional: o guarda-
chuva. O primeiro passo para a elaboração foi de planejamento e estudo imagético com
esboços, para posteriormente transferi-lo para o suporte proposto.
A passagem para o suporte foi cuidadosamente analisada e relatada, ou seja, foi feito
um acompanhamento do processo criativo, dando abertura para uma pesquisa em arte, a qual
será trazida e relatada neste artigo, juntamente, ao processo de releitura.
Na minha produção, o artista escolhido para trabalhar com a releitura, foi Vincent Van
Gogh (1853-1890), um pintor pós impressionistai e a obra que me baseei foi “A noite
estrelada” (1889), do mesmo.
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Buscarei, então, neste artigo, primeiramente, trazer a discussão relacionada à prática
de releitura, utilizando conceitos trazidos por Valeska Bernardo1. Posteriormente,
contextualizarei trazendo informações do artista escolhido – Vincent Van Gogh – para
elaboração do trabalho, e ainda, de sua obra,“A noite estrelada”, a partir da qual foi feita a
pesquisa e a obra de releitura.
Após expor as questões teóricas, as quais serviram de base para o início dotrabalho e
da pesquisa, iniciarei o relato relacionado ao meu processo de criação da releitura no suporte
proposto, o guarda-chuva. O relato contribuiu para que fossepossível acompanhar o processo
pelo qual passei durante a criação, possibilitando o acompanhamento do passo a passo da
parte prática até a finalização da obra física, e também, do processo emocional e mental, nos
quais me encontrava durante os momentos de produção, à medida que, a mesma ia se
iniciando, formando e concluindo.
Com esse relato do meu processo criativo, ou seja,da poiética, será feita então uma
pesquisa em arte, pois assim como aquela, essa “[...] se elabora sobre o próprio fazer, com
ênfase no processo de criação [...]”, (CATTANI, 2007, p.12). E ainda, na pesquisa em arte, o
objeto da pesquisa, a obra de arte ou o produto final, não existe inicialmente, mas vai sendo
elaborada, ao mesmo tempo, que a pesquisa evolui.
Então, a partir dos estágios da produção da obra e dos relatos dos fatos e sentimentos
vivenciados buscarei chegar até a poética, ou a obra pronta, sendo
“[...] tudo o que constitui a obra em si mesma, a partir do momento
de sua instauração. Trata-se da obra na sua fisicalidade própria, com suas formas, materiais, técnicas, suportes, ou seja, todos os elementos utilizados na sua constituição pelo artista. Mas, trata-se também de seus múltiplos sentidos e significados, os quais escapam, em parte, ao desejo, à intenção e até mesmo ao controle do seu criador. É a obra na sua integridade enquanto corpo no mundo, com sua autonomia relativa [...]”, (CATTANI, 2007, p.13).
DO CONCEITO A CRIAÇÃO
O termo releitura é, muitas vezes, utilizado erroneamente nas escolas, em aulas de
produção artística. Em muitos casos, é interpretado como cópia, como uma reprodução de
uma obra, isto é, como fazê-la novamente tentando reproduzi-la o mais parecido possível
(BERNARDO, 1998).
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Essa abordagem, no entanto, como já dito à cima é equivocada. Tendo em vista que a
releitura, em si, está relacionada à “[...] uma nova leitura, [...] uma leitura mais atenta,
procurando observar aspectos não lidos anteriormente, resultando ou não em uma produção
plástica”, (BERNARDO, 1999, p. 7-8), não pode aparecer como termo independente, pois
para que essa seja feita de maneira eficiente, dessa forma, atingindo o seu objetivo real, é
necessário que anteriormente um estudo ou uma pesquisaa partir da imagem ou do artista
escolhido para a prática dessa proposta.
Entende-se, então, que deve ser desenvolvida, anteriormente a prática de releitura, a
capacidade de leitura de imagens, ou ainda, de apreciação, para que se possa conhecer por
meio da imagem. Para Bernardo (1999, p.9) “[...] ler é compreender, apreender informações, selecioná-las e reconstruir o objeto analisado [...]”, é compreender os elementos com os quais a obra foi construída e como se relacionam entre si, produzindo o efeito final da obra, ou seja, “[...] ler não é decifrar, mas inclui também uma leitura subjetiva, uma leitura do processo de construção de um texto/imagem [...]”.
Nesse processo, pode se utilizar de valores e significados próprios, particulares, que
vão além de uma simples decodificação de códigos;
A leitura de imagens, para Bernardo (1999) está relacionada à subjetividade, à ler nas
entrelinhas, captando, dessa forma, o significado oculto da obra e de seus elementos.
É interessante que seja feita, ainda, uma leitura da imagem a partir do contexto
histórico e social do período de criação da obra, de maneira que transcenda o “simples” objeto
artístico. Digo simples, não pelo fato de o objeto artístico ser realmente simples, ou algo
qualquer, mas pelo fato de que a leitura não deve se basear apenas nesse produto final, o qual
se encontra a frente dos olhos, mas sim em toda sua estruturação, em toda sua carga
emocional, histórica, social e, talvez, até política contida nesse objeto. Sendo assim, a
releitura não precisa, necessariamente ser feita apenas a partir do referencial imagético, mas,
ainda, a partir do conceito que a obra traz, ou do conceito que inspirou o artista em sua
produção.
Ainda que a mudança de técnica e de material já possa ser considerada uma releitura,
como discorre Bernardo (1999, p.17-18)
“[...] a motivação [...] pode partir da obra lida, ou a partir de algum aspecto interior ou exterior a ela, como o contexto histórico, a biografia, o movimento artístico entre outros [...] e que nesse processo [...] seja capaz de emitir algum juízo crítico sobre o que lhe foi proposto. Assim, não caímos no fazer por fazer, na livre expressão, e na cópia. [...] Reler uma obra subentende adquirir conhecimento sobre o artista. É uma nova visão, uma
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nova leitura sobre a obra já existente. O produto final da releitura pode levar ou não ao reconhecimento da obra escolhida”.
Entende-se, então, que ler é construir um sentido e reler é reconstruir um sentido,
colocar a sua visão de mundo, ou seja,
“[...] é colocar suas críticas, sua linguagem e suas experiências sobre a obra escolhida. [...] A releitura seria, portanto, uma nova construção, um novo significado, uma nova leitura, um novo texto. E é este novo texto que diferencia uma releitura de uma cópia”, (BERNARDO, 1999, p. 18).
Dessa forma, a releitura - relacionada à leitura prévia - deve ser pensada, não apenas
como um produto final, mas como todo um processo de criação e não como uma mera
reprodução.
UM OLHAR INTERESSADO SOBRE O VINCENTI VAN GOGH
Como já dito, o artista selecionado para estudo da proposta de releitura foi Vincent
Van Gogh, pintor holandês, que nasceu no dia 30 de março de 1853 e viveu até 29 de julho de
1890, quando se suicidou.
Van Gogh iniciou sua carreira artística, profissionalmente, muito jovem, com 15 anos,
quando trabalhava para um comerciante de arte na cidade de Haia, na Holanda. Com isso,
passou a ter seu trabalho reconhecido, indo morar em Londres e, posteriormente, em Paris,
(VINCENT..., 2004-2011).
Após seu reconhecimento, passou a ter um grande interesse por assuntos religiosos,
decidindo, então, estudar teologia, em Amsterdã. Dividiu os poucos bens que possuía com as
pessoas humildes, passando a ser sustentado por seu irmão, Theodorus. Nesse período entrou
em contato com pessoas pobres, e fez vários desenhos a lápis relacionados à vida e ao
trabalho dessa classe social, (VINCENT..., 2004-2011).
Em 1880, retornou a Haia e voltou a dedicar maior tempo a pintura, ainda sendo
sustentado por seu irmão e dedicando sua pintura aos retratos da vida cotidiana dos
camponeses e trabalhadores da zona rural da Holanda, (VINCENT..., 2004-2011).
Em 1886, foi morar com seu irmão, em Paris. Nesse contexto conheceu importantes
pintores do momento, como, Paul Gauguin e Edgar Degas, grandes representantes do
impressionismo, os quais o influenciaram em várias de suas telas. Conviveu, também, nesse
período com mineradores extremamente pobres, os quais retratou em suas telas,
(VINCENT..., 2004-2011).
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Após um tempo, decidiu ir morar mais ao sul da França, em Arles, uma região rica em
paisagens rurais, convidando Gauguin para morar com ele. Foi quando pintou diversas obras
com girassóis. E, ainda, onde produziu o único quadro que foi vendido enquanto vivo, “A
vinha encarnada”, de 1888, (VINCENT..., 2004-2011).
Com o passar o tempo os dois passam a se desentender, até que Van Gogh ataca
Gauguin com uma navalha e esse decide ir embora. Frustrado com a partida de Gauguin, Van
Gogh entra em depressão e corta a própria orelha, (PINTOR..., 1996-2013). Seu estado
psicológico passa a refletir em suas obras, passando a pintar com pinceladas rápidas e
pequenas, (VINCENT..., 2004-2011).
Em 1889, sua doença se agravou, tendo que ser internado em uma clínica psiquiátrica,
na qual tinha como fonte de inspiração os jardins lá existentes. As pinceladas rápidas e
pequenas foram deixadas de lado e as curvas e espirais começaram a surgir em suas obras,
(VINCENT..., 2004-2011). Foi quando pintou a obra escolhida como base para a minha
releitura, “A noite estrelada”, que é tida como a sua única obra considerada feita de memória,
(ALEXANDRE, 2012).
Deixou a clínica e voltou a morar com seu irmão, porém seu caso piorou, ainda mais,
levando-o a suicidar-se, em 1890, com um tiro no próprio peito, (VINCENT..., 2004-2011).
Nos últimos três anos de sua vida, foi o período que Van Gogh mais produziu,
pintando, praticamente, uma obra por dia, enquanto esteve na clinica psiquiátrica. Entre as
obras mais importantes desse pintor, pode-se citar: Os comedores de batatas (1885); Caveira
com cigarro acesso (1886); A italiana (1887); A vinha encarnada (1888); A casa amarela
(1888); Todos seus auto-retratos; Retrato do Dr. Gachet (1890); Os girassóis – série de sete
quadros (1888/1889); Vista de Arles com Lírios (1889); A noite estrelada (1889); O velho
moinho (1888);e as Oliveiras (1889) , (VINCENT..., 2011).
Como já havia dito, “A noite estrelada”, de 1889, com a técnica óleo sobre tela, a qual
encontra-se, atualmente, no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, foi a obra escolhida
para ser trabalhada no processo de releitura. A obra original foi feita durante um momento de
fragilidade da vida de Van Gogh, em que se encontrava internado na clínica psiquiátrica.
Acredita-se que foi a única obra pintada de memória, pois nesse período que esteve internado,
disse em uma carta para seu irmão, Theo, que sentia falta de sair pela cidade e pintar
paisagens.
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A noite estrelada – Vincent Van Gogh, 1889. Fonte: vggallery.com/painting/p_0612.htm
Unindo leituras e pesquisas sobre a obra, a minha própria leitura e interpretação,
acredito que “A noite estrelada” é sem duvida uma obra carregada de sentimento, pois passa
uma sensação de saudosismo, devido à cidade longínqua, de pequeninas casas, contrastando
fortemente com o cipreste de primeiro plano.
As pinceladas curvilíneas e circulares trazem a idéia de movimento orgânico, de
fluidez, de leveza, o que também pode caracterizar o saudosismo, como uma respiração
profunda, um momento de imersão em pensamentos particulares. As pinceladas são, ainda,
curtas, deixando, a meu ver, perfeitamente claro que essa obra é de Van Gogh, por ser uma
característica marcante do mesmo.
Outro fator que proporciona a idéia de imersão em pensamentos, nessa obra, é a forma
como o céu, o cipreste e a cidade se integram em um movimento de turbilhão. Afinal, quem
nunca sentiu como se houvesse um movimento tão grande dentro da cabeça, devido aos
pensamentos desenfreados, que pensou que ela poderia explodir?
Existe ainda a presença do azul escuro, ou o“azul da meia-noite”, que“age como um
forte sedativo sobre a mente, permitindo-nos conectar com nossa parte intuitiva. Mas
demasiado azul escuro pode produzir depressão. [...] O azul claro e o azul-celeste nos fazem
sentir calmos e protegidos [...]”, (AZUL, 2013). Esses dois tons de azul são trazidos na obra, o
que leva, mais uma vez, a refletir na questão do pensamento, do relembrar e da tranqüilidade,
apesar do turbilhão de pensamentos.“A noite estrelada nos trás um pouco dessa sensação de
solidão profunda, de rebuscamento e introspecção, de alguém que está mergulhado em si”,
(ALEXANDRE, 2012).
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A presença do amarelo, também, é bem perceptível, pois contrasta – de forma suave –
com o azul. Segundo Alexandre (2012) Para Van Gogh “o amarelo [...] é luz e desespero. A
luz é quando ele representa o sol que o consome pelo excesso de luminosidade e o desespero é
pela luta interior que era para ele representar a sensação que o sol lhe proporcionava”. Porém,
creio que se pode ir além, em relação à luz e ao desespero. Acredito que esses dois termos
cabem muito bem ao momento em que Van Gogh encontrava-se, buscando a luz, a solução
para seu problema, e ainda, desespero, pois era o que estava vivenciando.
Dessa forma, chegando a conclusão, que “A noite estrelada” leva a ideia já
mencionada de imersão em pensamentos, a qual tentei manter na releitura, juntamente, à
utilização de cores e pinceladas curvilíneas semelhantes as da obra original.
PROCESSO CRIATIVO
Após toda a pesquisa e a leitura feita em cima da obra, iniciei o desafio, pensar em um
desenho que expressasse o que eu buscava transmitir e que se adequasse ao suporte proposto –
o guarda-chuva. Impulsivamente, resolvi fazer algo relacionado ao meu tema freqüente, que
são as cabeças, podendo ser, ou não, de um humano, para depois pensar em como inserir o
desenho no suporte. A idéia de fazer a cabeça possibilitou que eu usasse, perfeitamente, as
formas curvilíneas do “céu estrelado”. E onde seria? No movimento dos cabelos.
Figura2 ,Esboço, 2013. Fonte: Registro pessoal.
Com o rascunho do desenho passei para a preparação do suporte, que consistia em
pintar todo o guarda-chuva de tinta acrílica branca, para que as demais cores ficassem bem
visíveis na produção final.
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Esse momento foi cansativo, pois foram necessárias diversas camadas de tinta branca,
para que o preto do tecido desaparecesse. Cada camada de tinta demorava a secar, e o dia
estava chuvoso, o que não me permitiu tirar proveito do tempo. Isso atrasou o processo.
Figura 3, Preparação do guarda-chuva, para o início da produção, 2013.
Fonte: Registro pessoal.
Com a primeira etapa pronta, surgiu o novo desafio:como adequar o desenho ao
formato do guarda-chuva. Percebi que, na verdade, meu desenho era compatível com o
formato, se eu o virasse de cabeça para baixo, dessa forma, passando a idéia de cabelos
caindo, ou ainda, escorrendo pelo guarda-chuva.
Porém, apenas uma cabeça deixaria os elementos do desenho dispostos de forma
irregular, desequilibrado, causando uma assimetria, ou uma espécie de peso para um lado só,
o que poderia interferir no significado final da obra. Resolvi, então, fazer duas cabeças, uma
oposta a outra, equilibrando o “peso” e os elementos.
Iniciei, então, o desenho a lápis no suporte. Desenhar em uma base não fixa, com
formato irregular para mim, foi um dos mais difíceis. Devido a isso, demorei quatro horas e
meia, equivalentes a um dia de aula, para terminar essa etapa. Na aula e etapa seguintes iniciei
o processo de pintura, conseguindo terminar, apenas, as duas cabeças, sem os cabelos.
Na sequência, dei inicio a pintura dos cabelos que cairiam, ou escorreriam, pelo
guarda-chuva. Nesse momento, já percebi que teria dificuldade em criar, com a tinta acrílica,
o efeito “homogêneo” das cores, nos cabelos, e também, que as divisórias, ou gomos, do
guarda-chuva iriam interferir na fluidez das pinceladas, o que, de fato, aconteceu.
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Figura 4, Produção no início, 2013.
Fonte: Registro pessoal.
Continuei nesse processo de fazer cabelos, tentando homogeneizar as tonalidades e
produzir pinceladas fluidas, por quase todo o restante do processo.
Figura 5 e 6, Produção em processo, 2013. Fonte: Registro pessoal.
Não estava nem na metade do processo de pintar os cabelos” e muitas dificuldades
prorrogavam a finalização: as tintas acabavam a todo o momento, ou secavam, as divisões do
guarda-chuva fazia com que ficassem partes sem pintar, as cores não ficam homogêneas e o
pior de tudo, o guarda-chuva ficava caindo e escorregando, toda hora, dos apoios. Dava
vontade de desistir. Porém, continuei o processo até o fim.
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Figura 7, Produção quase finalizada, 2013.
Fonte: Registro pessoal.
Não via a hora que a obra ficasse pronta, para ver o resultado final. Então, enfim,
terminei os cabelos, de maneira que, ficou faltando apenas os lábios e as sobrancelhas, que
foram finalizados em casa.
Figura 8, Obra finalizada, 2013. Fonte: Registro pessoal.
O final foi recompensador, pois adorei o resultado e consegui, apesar das dificuldades,
atingir meu objetivo e criar o efeito que planejei, que era de manter alguns dos elementos
técnicos da obra original, como as formas do céu e as cores e trazer, ainda, creio eu, o
conceito desta, que é a introspecção, o encontro com os próprios pensamentos, a turbilhão
desses, que podem ser representados pelos cabelos.
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E o mais interessante de tudo isso, foi vivenciar e experimentar esses momentos ao
lado de colegas, companheiros e grandes amigos, compartilhando dificuldades e alegrias
durante todo o processo. Acompanhando, dessa forma, o processo e o crescimento de cada
um, paralelamente, ao meu.
Figura 9, Segundo ano de artes visuais, 2013 – UEM. Fonte: Registro pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Creio que a contextualização e pesquisa sobre a obra escolhida para a elaboração da
proposta ficaram evidentes durante todo o meu processo de criação, pois utilizei tanto uma,
quanto outra para elaborar todo o projeto.
Da contextualização e da pesquisa, busquei extrair elementos técnicos e conceitos,
reelaborando-os, da minha maneira, na minha obra. E a fundamentação de releitura, serviu-me
como base para maior compreensão do processo, e como guia para desenvolver a atividade
proposta.
Acredito que, após toda essa pesquisa sobre a minha poiética, ou seja, meu processo
criativo, consegui unir de maneira prazerosa dever e diversão, obtendo um resultado
satisfatório.
REFERÊNCIAS
Universidade Estadual de Maringá, 17 a 20 de setembro de 2013.
ALEXANDRE, Fabiana. A noite estrelada, análise estética. Disponível em: <http://concertezamente.blogspot.com.br/2012/09/a-noite-estrelada-analise-estetica.html> Acessado em: 20 de maio de 2013.
Azul. Disponível em: <http://www.significadocores.com/azul/> Acessado em: 27 de maio de 2013.
CATTANI, Iclea. Mestiçagens na arte contemporânea.Porto Alegre: UFRGS, 2007.
BERNARDO, Valeska. Releitura não é cópia: Refletindo uma das possibilidades do fazer artístico. UDESC. Florianópolis, 1999.
Pintor Holandês: Van Gogh. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/van-gogh.jhtm> Acessado em: 28 de maior de 2013.
SANTOS, Raquel.Pós-Impressionismo: Releituras de “O Quarto em Arles”. Disponível em: <http://artistasdogino.blogspot.com.br/2013/05/pos-impressionismo-releituras-de-o.html> Acessado em: 6 de agosto de 2013.
Vincent Van Gogh. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/vangogh3/> Acessado em 28 de maio de 2013. i Expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início do cubismo, já no início do século XX. Chamavam-se, genericamente, pós-impressionistas os artistas que não mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo. (SANTOS, 2013).