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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Fábio Ferreira Cardoso
ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO MÉTODO SMED NA REDUÇÃO DO
TEMPO DE SETUP EM CONJUNTO COM O TRAVEL CHART, EM
UMA INDÚSTRIA DO SETOR METAL MECÂNICO
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA – como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção. Área de Concentração: Gestão Estratégica e Operacional da Produção.
Orientador: Prof. Dr. Walther Azzolini Junior
Araraquara/SP
2014
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARDOSO, F. F. Análise da Aplicação do Método SMED na Redução do Tempo de setup
em conjunto com o Travel Chart em uma indústria do setor metal mecânico. 2014. 119.
Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção – Centro Universitário de Araraquara,
Araraquara-SP.
ATESTADO DE AUTORIA E CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Fábio Ferreira Cardoso
TÍTULO DO TRABALHO: Análise da Aplicação do Método SMED na Redução do Tempo de
setup em conjunto com o Travel Chart em uma indústria do setor metal mecânico.
TIPO DO TRABALHO/ANO: Dissertação / 2014
Conforme LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, o autor declara ser integralmente
responsável pelo conteúdo desta dissertação e concede ao Centro Universitário de Araraquara
permissão para reproduzi-la, bem como emprestá-la ou ainda vender cópias somente para
propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma
parte desta dissertação pode ser reproduzida sem a sua autorização.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA – UNIARA
C262a Cardoso, Fábio Ferreira
Análise da aplicação do método SMED na redução do tempo de SETUP em conjunto com o Travel Chart, em indústria do setor metal mecânico/Fábio Ferreira Cardoso. – Araraquara: Centro Universitário de Araraquara, 2014. 116f.
Dissertação - Mestrado Profissional em Engenharia de Produção do Centro Universitário de Araraquara - UNIARA
Orientador: Prof. Dr. Walther Azzolini Junior
1.SMED. 2. Travel-chart. 3. Analise estatística. 4. SETUP. I. Título.
CDU 62-1
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Araraquara, 26 de Abril de 2014.
Esta dissertação foi desenvolvida a partir do objeto de uma empresa do setor de Metal
Mecânico. Somente foi possível com a autorização da Diretoria da Empresa e do apoio do
Programa Nacional de Pós-Doutorado - PNPD/2009 Edital MEC/CAPES e MCT/FINEP, de
acordo com o escopo do projeto Tecnologias de Informação Para a Integração da Manufatura,
Com Ênfase à Programação da Produção, coordenado pelo Prof. Dr. Walther Azzolini Junior,
líder do grupo de pesquisa TIMPROD – Tecnologias de Informação para a integração da
manufatura, com ênfase na programação da produção,com a participação do recém Dr. Fábio
Ferraz Junior.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro, lugar a meus pais Valdir Ferreira Cardoso e Célia Maria
Orlandini Cardoso pelo apoio e incentivo de sempre. Agradeço aos meus amigos Gustavo José
Caçador e Jederson Donizete Zuchi pelo aprendizado conquistado ao longo do mestrado. Sou
grato, também, aos professores Walther Azzolini Junior e José Garcia Hermosilla pela atenção
e conhecimento que agregaram em muito nesse projeto e ao gerente e diretor da empresa que é
o objeto de estudo, pela confiança depositada em mim e por acreditarem nesse projeto.E, por
fim, pela dedicação e paciência, agradeço a minha prima Gisele Antoniazzi Cardoso ao estar
sempre a meu lado ao longo do desenvolvimento do meu mestrado.
EPÍGRAFE
Se você quiser alguém em quem confiar, confie em
si mesmo, quem acredita sempre alcança.
Renato Russo
RESUMO
O cenário competitivo mundial que se impôs às indústrias dos mais diferentes setores
produtivos atualmente, resultado entre outros fatores do feito da globalização, alterou
significativamente o escopo do processo de gestão industrial, podendo ser destacado como um
dos principais impactos da mudança de escopo a busca incessante por reduzir a lacuna entre o
nível de produtividade local (região geográfica onde a indústria encontra-se instalada) e o nível
de produtividade mundial das indústrias do mesmo setor localizadas em diferentes regiões no
mundo.
Tal gap influenciou o direcionamento de esforços na busca frenética pelos gestores por novos
métodos de trabalho mais eficientes. Contudo, tais métodos devem ser capazes de apoiar a
adequação da manufatura quanto a uma maior flexibilidade dos sistemas de produção de
fornecer um mix de produtos cada vez mais amplo como uma exigência natural do mercado
para com esses sistemas, a partir do desenvolvimento da tecnologia de produto e de processo
dos últimos 50 anos.
Maior flexibilidade requer a contrapartida de um maior nível de produtividade da manufatura a
fim de compensar o menor volume por tipo de produto, o que reflete diretamente na necessidade
de redução do tempo de setup em decorrência do aumento da frequência de preparação das
máquinas.
Como consequência a minimização do tempo de setup e a redução do tamanho do lote de
produção passaram a ser uma vantagem competitiva, provavelmente de modo muito mais
intenso do que entre as décadas de 1970 a 1990.
É nesse cenário que a troca rápida de ferramenta, a partir do uso da metodologia originalmente
chamada de Smed (Single Minute Exchange of Die) retoma a sua importância como tema de
pesquisa no meio acadêmico e industrial quanto à necessidade de adequá-la à conjuntura atual,
devido à evolução da tecnologia de processo e de produto das últimas décadas.
De acordo com o problema de pesquisa de adequar a metodologia Smed a essa nova conjuntura
o presente trabalho aplicou a metodologia Smed em conjunto com a técnica de estudo de
movimentação em layout industrial Travel Chart (diagrama de espaguete) apoiado na proposta
de adequação da metodologia proposta por Abele et al. (2012). O objeto de estudo foi uma
indústria do setor metal mecânico da região de Campinas (SP).
O trabalho foi desenvolvido em uma das áreas de produção da indústria a partir da coleta de
dados de tempos de processo e atividades relacionadas, análise estatística dos dados com o uso
do software Minitab para a identificação do impacto no nível de produtividade da área a partir
dos principais motivos de parada e análise do ambiente organizacional (condições de trabalho,
estrutura industrial e dinâmica das operações), além da pesquisa ser conduzida em tempo real
na operação com interferência direta do pesquisador nas mudanças do procedimento do
processo de setup após a fase de diagnóstico.
Entre os resultados na aplicação a partir da proposta de Abele et al. (2012) é possível destacar
ganhos significativos na redução do tempo de setup do equipamento analisado, com uma
redução de 94 minutos (de 285 minutos para 186 minutos) durante a realização de um setup.
Além desses resultados, o estudo mostra como atingir uma diminuição na movimentação de
operadores durante o setup, apresentando uma redução de 1.388 metros percorridos por um
operador para atuais 343 metros percorridos no processo de setup do equipamento.
Como conclusão, é evidenciada que a aplicação da metodologia SMED, de acordo com a
proposta de Abele et al. (2012), requer o uso, no caso de processos de fabricação complexos de
uma base de dados de tempo consolidada de todas as atividades inerentes ao processo de
fabricação, não somente do tempo de setup, a fim de identificar a partir de uma análise
estatística dos motivos de parada o de maior influência, de modo a apontar qual é o tipo de
parada mais prejudicial para determinado processo de fabricação e não somente o processo de
setup em si.
Palavras-Chave:SMED, Travel chart, análise estatística, setup.
ABSTRACT
The competitive worldwide scenario currently imposed upon the industries of different
productive sectors by globalization and other factors significantly modified the scope of
management process. Furthermore, the constant run to reduce the gap between the local
productivity level (the geographic region where the industry is located) and worldwide
productivity level of industries in the same sector all around the world is a major feature of
industrial management scope modifying process.
Such gap redirected all managers’ efforts to search for new and more efficient methods of work.
However, with the development of product and process technology in the 1950’s, these methods
must provide a greater flexibility in productive systems and constantly amplify the number in
the production of different products as a natural demand of the market within these systems. To
achieve a greater flexibility, a bigger productivity level of manufacture is needed to compensate
the minor volume of each product. Also, it is indispensable reduce the setup time due to thein
creased frequency of machines preparation.
As a consequence of the minimization of setup time and reducing the size of production lot
became a competitive advantage, probably more intensely than during the decades from 1970
to 1990.
In this scenario, the reduction of setup time using the smed method (single minute exchange
die) highlights its importance as a research topic in the academic and industrial area concerning
the adequacy of this method to the current situation due to the evolution of process and product
technology in the last decades.
Within this context, this work applied the smed method combined with the technique of
optimizing industrial layout travel chart (spaghetti diagram) based on the adequacy method
proposed by Abele et a. (2012). The object of study was an industry mechanic region of
Campinas (SP) metal sector.
The development of this study consisted in the collection of processing times and related
activities in one of the industry areas. All data was statistically analyzed using the software
minitab to indentify the impact on the productivity level in this area based on the main causes
of arrest and organizational environment (working conditions, industrial structure and operation
dynamics). In addition, the research was conducted in real time (during all operation process)
with direct interference of the researcher in the setup process changes after the diagnostic phase.
With the application of the methods proposed by this research, it was possible to observe its
great potential in reducing the setup time of the analyzed equipment. Among the results, there
was a reduction of 94 minutes (285 minutes to 186 minutes) when performing a setup.
Furthermore, this study showed how to decrease the movement of operators during setup, a
decrease from 1.388 to 343 meters covered by an operator during the equipment setup process.
In conclusion, it is evident that the application of smed methodology, as proposed by Abele et
al. (2012) requires the use, in the case of complex manufacturing processes, of a consolidated
time data base of all activities related to manufacturing process time and not only the setup
time, to identify based on statistical analysis the major causes of the arrest in order to point out
which is the most damaging type of arrest for a given manufacturing process and not only the
setup process per se.
Key-words: SMED, travel chart, statistical analysis, setup.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Variáveis de Tempo que Compõe o tempo de permanência de um item no sistema de produção ..............................................................................................................................17
Figura 2 –Etapas e aplicação prática do método SMED...........................................................31
Figura 3 – Aplicação do Método SMED..................................................................................31
Figura 4 – Possíveis caminhos para a redução do tempo de preparação no exemplo da base de ferramenta de rebarbação: eficiência e custos das medidas......................................................33
Figura 5 – 1º Etapa do Procedimento proposto.........................................................................41
Figura 6 – Aplicação do procedimento proposto......................................................................41
Figura 7 – Matriz para Estratégia de Atuação...........................................................................43
Figura 8 – Gráfico da Rentabilidade dos Projetos de Otimização do Processo de Preparação.................................................................................................................................44
Figura 9 – Exemplo de um porta palete....................................................................................47
Figura 10 – Modelo de Colunas CL, CM e CP.........................................................................48
Figura 11 – Perfiladeira objeto de estudo.................................................................................48
Figura 12 – Layout da Perfiladeira e seus agregados – antes...................................................60
Figura 13 – Gráfico de Movimentação atual – operador 1 antes..............................................73
Figura 14 – Gráfico de Movimentação atual – operador 2 antes..............................................73
Figura 15 – Layout da Perfiladeira e seus agregados – depois ................................................78
Figura 16 – Gráfico de Movimentação atual – operador 2 depois............................................89
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Fases para implementação do SMED................................................. ........ .25
Quadro 2 Benefícios citados na literatura para o SMED ................................................26
Quadro3 Atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – antes ......................... 57
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Documento de apontamento da produção. .................................................... 51
Tabela 2 Total de tempos de deparadas coletados na perfiladeira ................................. 54
Tabela 3 Tempo em minutos das atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – antes
........................................................................................................................................ 58
Tabela 4Relação das atividades de setup interno e externo e suas devidas micro atividades -
antes ................................................................................................................................ 59
Tabela 5 Estudo de frequência entre atividades – operador 1 antes ............................... 63
Tabela 6 Estudo de distância entre atividades – operador 1 antes.................................. 65
Tabela 7 Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 1 antes ........ 66
Tabela 8 Estudo de tempo entre as atividades em minutos – operador 1 antes .............. 67
Tabela 9 Estudo do tempo total de deslocamento em minutos – operador 1 antes ........ 68
Tabela 10 Estudo de frequência entre atividades – operador 2 antes ............................. 69
Tabela 11 Estudo de distância entre atividades – operador 2 antes................................ 70
Tabela 12 Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 2 antes ...... 71
Tabela 13 Estudo de tempo entre as atividades em minutos – operador 2 antes ............ 72
Tabela 14 Estudo do tempo total de deslocamento em minutos – operador 2 antes ...... 73
Tabela 15 Atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – depois ..................... 75
Tabela 16 Tempo em minutos das atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – depois
........................................................................................................................................ 76
Tabela 17Relação das atividades de setup interno e externo e suas devidas micro atividades -
depois .............................................................................................................................. 77
Tabela 18 Estudo de frequência entre atividades – operador 1 depois ........................... 80
Tabela 19 Estudo entre as distâncias percorridas – operador 1 depois .......................... 81
Tabela 20 Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 1 depois .... 82
Tabela 21 Estudo de tempo entre as atividades em minutos – operador 1 depois ......... 83
Tabela 22 Estudo do tempo total de deslocamento em minutos – operador 1 depois .... 84
Tabela 23 Estudo de frequência entre atividades – operador 2 depois ........................... 85
Tabela 24 Estudo de distância entre atividades – operador 2 depois ............................. 86
Tabela 25 Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 2 depois .... 87
Tabela 26 Estudo de tempo entre as atividades em minutos – operador 2 depois ......... 88
Tabela 27 Estudo do tempo total de deslocamento em minutos – operador 2 depois .... 89
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
BPA – Business ProcessAnalysis
SMED – Single Minute Exchange of Die
TPM – Total Productive Maintenance
VSM – Value Stream Mapping
SUMÁRIO
1 Introdução .................................................................................................................... 16
1.1 Problema de pesquisa ....................................................................................... 17
1.2 Objetivo Geral da Pesquisa................................................................................... 20
1.3 Justificativa ........................................................................................................... 20
1.4 Metodologia da Pesquisa ...................................................................................... 21
1.4.1 Desenvolvimento do trabalho segundo a metodologia da Pesquisa .................. 21
2. Revisão da Literatura .................................................................................................. 22
2.1 Histórico e apresentação da metodologia SMED originalmente proposta por Shigeo
Shingo ......................................................................................................................... 22
2.2 Delineamento da metodologia SMED e os principais benefícios do seu uso ...... 24
2.3 Método Bewerten mit Methode ............................................................................ 27
2.3.1 Considerações da metodologia SMED quanto aos resultados encontrados na
literatura com a sua aplicação ................................................................................. 35
2.4 Travel Chart ......................................................................................................... 37
2.5 Proposta de adequação do procedimento da metodologia SMED fundamentada na
proposta de Abele (2009) ........................................................................................... 41
3. Universo de Estudo ..................................................................................................... 47
3.1 Levantamento e análise dos dados ....................................................................... 49
3.2 Análise de movimentação (distância x frequência) .............................................. 61
4. Resultados ................................................................................................................... 75
4.1 Resultados com o SMED ...................................................................................... 75
4.2 Resultados com o Travel Chart ............................................................................ 78
5. Conclusão ................................................................................................................... 91
6. Referências ................................................................................................................. 93
16
1 Introdução
O padrão de competitividade atual entre as indústrias, devido à globalização, tem
impulsionado, entre outros fatores, a busca das empresas por maior variedade de produtos à
disposição do consumidor final, incluindo prazos de entrega cada vez menores em função do
menor ciclo de vida desses produtos e com um nível de qualidade cada vez mais elevado, o que
acaba por induzir as indústrias a buscarem ferramentas para melhorar seus processos e
especialmente diminuir suas perdas durante a operação. (DIONYSIO, DIONYSIO, 2009).
Para Liker (2008), nesse contexto, toda atividade produtiva que não agrega valor ao
produto representa uma perda no processo, como por exemplo, funcionários com certo nível de
ociosidade que pode ser minimizada ou eliminada, por intermédio do uso da sua força de
trabalho na execução de outras atividades em paralelo (enquanto uma máquina automática
realiza as suas operações). O autor complementa que há, nesse caso, a necessidade de se
observar a movimentação de ferramentas, dispositivos ou materiais entre os processos de
fabricação por longas distâncias, o que afeta diretamente a produtividade e evita produtos em
quantidades desnecessárias.
Oliveira (2007) corrobora com Liker (2008) ao destacar a importância de estudos
direcionados a identificação e eliminação das fontes de perdas relacionadas ao projeto do
arranjo físico das fábricas, com forte impacto negativo no desenvolvimento das atividades de
manufatura.
“Basicamente, o projeto de arranjo físico pode ser iniciado com rigorosa análise do
produto e avaliação da sequência de operações, visando estabelecer o fluxo mais
racional possível, tanto de materiais quanto de operações de trabalho.” (OLIVEIRA,
2007, p. 355).
Para Hayes (2005),layout ou arranjo físico não adequado também pode contribuir para
a existência de produtos com defeitos encontrados ao longo do processo de produção,
transformado em um fator gerador de perdas, podendo se tornar um agravante ainda maior caso
o produto defeituoso possa ser encontrado pelo cliente.
17
Perdas geram mais perdas. Por exemplo, maior quantidade de estoque em processo
significa tempo de produção maior. Com o aumento de tempo necessário para
percorrer o processo, há mais oportunidades de que os produtos se deteriorem e/ou
desapareçam (ou, em serviços, que os clientes potenciais desistam) e leva-se mais
tempo para identificar a existência de problemas de processo e as causas que
contribuem para isso. Assim, os defeitos tendem a se acumular. Lead times de
produção maiores o que também torna a previsão de demanda mais difícil,
aumentando a probabilidade de que produtos em excesso ou insuficientes sejam
fabricados (HAYES, 2005, p. 316 e 317).
Entre os principais fatores geradores de perdas, Samaddar e Whalen (2008) observam
que o processo de preparação define ou quantifica o tempo de setup de uma máquina em
qualquer organização,e é responsável por gerar perdas de tempo devido à ociosidade inerente
às paradas das máquinas durante as trocas de ferramental para a produção de produtos
diferentes. Especialmente devido ao tempo de espera em que a máquina fica parada para os
devidos ajustes, para o início do próximo lote.
1.1 Problema de pesquisa
A princípio o problema de pesquisa do presente trabalho foi responder, com base na
fundamentação teórica construída a partir da revisão bibliográfica e do objeto de estudo
definido, a seguinte questão de pesquisa:
1) Qual o impacto do tempo de setup no nível de produtividade de um sistema de produção em linha?
Tal indagação surgiu a partir dos autores Stalk (1988) e Schmemer (1988) que apontam
para a tendência mundial das indústrias de competir, nos mais variados setores industriais com
base no tempo (Time Based Competition) de acordo com o cenário mundial, o qual deve ser
medido e controlado.
Desse modo outras duas indagações de pesquisa surgiram a partir das questões:
2) O tempo de preparação ou tempo de setup de uma linha de produção é a variável tempo de maior impacto no nível de produtividade de uma linha de produção?
3) Quais são as outras variáveis e qual o impacto dessas variáveis?
De acordo com Correll, J. G. e Kerbert, K. (2007) apud Azzolini, W. J e Ferraz, F. J.
(2012)não podemos nos apoiar somente na redução do tempo de setup como a variável tempo
18
de maior impacto no nível de produtividade sem identificar as demais variáveis tempo
relacionadas a operação de um sistema de produção, principalmente em sistemas de produção
em linha e destacam de acordo com a Figura 1 que o tempo de permanência das matérias primas
e componentes em um sistema de produção é composto, dependendo do processo de fabricação
envolvido e do roteiro de fabricação do item, de componentes ou variáveis de tempo que podem
influenciar com diferentes graus de impacto a produtividade de uma fábrica, ou seja, nem
sempre o esforço direcionado a redução do tempo de setup garante aumento do nível de
produtividade.
Corrêa e Gianesi (1996) afirmam que o tempo de espera é a parcela do lead time que
responde por mais de 80% do tempo total. Este é o elemento do lead time mais importante a ser
atacado pelo Lean Manufacturing.
Figura 1 – Variáveis de tempo que compõe o tempo de permanência de um item no sistema de
produção. Fonte: Correll, J. G. e Kerbert, K. (2007) apud Azzolini, W. J e Ferraz, F. J. (2012).
19
Contudo, de acordo com os autores a produtividade de um sistema de produção
relacionada às perdas de tempo deve levar em conta todos esses componentes, lembrando que
nem sempre o tempo de setup é o tempo de maior impacto quanto ao indicador perda de tempo
ou tempos improdutivos do sistema. Como pode ser observado cada elemento de tempo que
compõe o lead time de produção está diretamente relacionado com a organização da área de
trabalho e de como o gestor conduz o planejamento, programação e controle da produção.
Desse modo, o autor do presente trabalho ao abordar a linha de produção objeto de
estudo pôde observar que mais de um motivo de parada incide na linha de produção e que a
variável de tempo candidata a representar uma fonte de perda de tempo de forte impacto
negativo no lead time e consequentemente no nível de produtividade não necessariamente
poderia ser o tempo de setup gerando resultados abaixo da expectativa. Como trata-se de uma
dissertação de mestrado de cunho aplicado acabou por definir o problema de pesquisa a partir
das seguintes questões de pesquisa:
1) Entre os motivos de parada identificados qual o de maior impacto no nível de produtividade? Técnica de apoio à validação da resposta: técnica estatística para quantificar a variável tempo de maior impacto com ênfase a determinar o impacto do tempo de setup no nível de produtividade e do tamanho do lead time.
2) Identificado o motivo de parada de maior impacto qual metodologia ou técnica a serem aplicadas na fase de diagnóstico e de intervenção? Técnica de apoio à validação da resposta: a partir da literatura a definição do procedimento proposto por Abele et al (2009).
3) Identificada a variável tempo de maior impacto qual metodologia e técnica de correção aplicar? Hipótese 1: sendo confirmado a variável tempo de maior impacto o tempo de setup aplicar, com base na literatura, a metodologia SMED quanto a otimização do procedimento de setup e a técnica Travel Chart para adequar o layout e reduzir o tempo de movimentação. Hipótese 2: sendo identificado outra variável de tempo de maior impacto que não seja o tempo de setup buscar na literatura metodologia e técnica apropriada.
Durante o desenvolvimento do presente trabalho a primeira questão de pesquisa pôde
ser respondida a partir do uso da análise estatística de acordo com os apêndices A e F,
confirmando o motivo de parada tempo de setup como um dos motivos de maior impacto no
nível de produtividade e tempo total.
20
A segunda questão, a partir da identificação do motivo de parada de maior impacto foi
respondida com base na revisão bibliográfica com ênfase a procedimentos de preparação de
equipamentos de manufatura e metodologias específicas como a metodologia SMED, no caso
a proposta de Abele et al (2009).
1.2 Objetivo Geral da Pesquisa
Avaliar o desempenho da aplicação conjunta do SMED com o Travel Chart por intermédio
de uma análise estatística da coleta de dados de paradas de setup em uma empresa do setor
metal mecânico da região de Campinas (SP). Propor, com base nos resultados alcançados, um
procedimento de otimização do processo de setup tendo em vista a proposta original de Shingo
(1985) e de Abele (2009).
1.3 Justificativa
Para Chase et al (2004),setup é o tempo necessário de preparação de uma máquina desde
o momento em que o último produto de um lote é feito, até a saída do primeiro produto do lote
posterior em condições de qualidade e dentro das especificações do cliente.No mundo
contemporâneo,quando se trata de ganhar tempo nos processos manufatura, um dos grandes
pontos que a literatura indica é a minimização ou eliminação das perdas de tempo em setup.
Para Black (1998), as atividades básicas de um setup são elaboradas por meio de troca
e ajustes de ferramentas da máquina ou equipamentos.Contudo, esse conjunto de atividades tem
como fator principal a geração de possibilidades de ganhos de tempo consideráveis nos
processos de fabricação das empresas.
É importante destacar que diversos autores estudaram o SMED, agregando outras
metodologias. Para Perinic et al. (2009), integrar o 5S ao SMED em seu estudo de caso trouxe
benefícios significativos na implementação do SMED, especialmente porque o 5S traz consigo
os sensos de Organização, Ordenação, Limpeza, Padronização e Disciplina, sensos que dentro
do SMED, indiretamente, devem ser utilizados. Não há como implementar o SMED sem o claro
entendimento desses sensos em uma organização,segundo os autores não se pode pensar na
implementação do SMED, por exemplo, sem se ter em mente que a organização deve ter
processos padronizados no momento da atividade de setup. O 5S implica em uma mudança
geral de cultura, fundamental dentro da organização, que vem ao encontro da mudança que o
SMED também faz, no seu item específico, que é a redução do tempo de setup.
21
O presente trabalho aborda o uso da metodologia SMED dentro de um contexto do
desenho de um procedimento mais amplo que deve garantir maior visibilidade do processo de
preparação, enfatizando uma avaliação mais precisa do entorno do equipamento e não somente
uma abordagem pontual do processo de setup: o que deve contribuir para o avanço da proposta
de Abele (2009).
1.4 Metodologia da Pesquisa
A metodologia utilizada nesse projeto é tratada por Gil (2002), como uma pesquisa
ação, que tem como base o levantamento de dados de forma empírica, concebida e realizada
em associação com a resolução de um problema coletivo, segundo o autor, na pesquisa ação
participantes e pesquisadores trabalham de modo cooperativo ou participativo, o pesquisador
não é mero observador, existe a interação entre os envolvidos.
A pesquisa ação, ainda segundo Gil (2002), é fundamentalmente relacionada a
mudanças, requer entendimento dos valores e normas da empresa, pode incluir todos os tipos
de coleta de dados (técnicas quantitativas e qualitativas), requer amplo conhecimento do
ambiente organizacional, condições, estrutura e dinâmica das operações, além da pesquisa ser
conduzida em tempo real.
1.4.1 Desenvolvimento do trabalho segundo a metodologia da Pesquisa
Por meio do apontamento de dados da incidência dos motivos de parada e do uso de um
modelo estatístico para validar os dados foi possível elaborar um diagnóstico para a
identificação do motivo de parada de maior impacto quanto à restrição do fluxo de produção
sendo identificado que entre os principais motivos de parada o de preparação do processo de
fabricação é um dos mais críticos. A partir desta etapa de desenvolvimento do projeto de
pesquisa do presente trabalho e de uma pesquisa bibliográfica do tema, identificou-se como o
mais adequado a aplicação da metodologia SMED para tratar do problema central de pesquisa.
22
2. Revisão da Literatura
2.1 Histórico e apresentaçãoda metodologia SMED originalmente proposta por
ShigeoShingo
Segundo Ulutas (2011), a metodologia SMED foi originalmente desenvolvida na
década de 1950por Shigeo Shingo, durante o estudo de um processo de fabricação de uma
empresa do setor metal mecânico, envolvendo a mudança de um molde de estampagem de uma
prensa.O objetivo do projeto desenvolvido e implementado por Shingo foi o de padronizar e
simplificar as operações envolvidas no processo de fabricação da máquina e,
consequentemente, acabou otimizando o processo de preparação para a troca dos estampos
utilizados na operação.O autor dá ênfase ao fato de que, a partir dos resultados obtidos, Shingo
passou a aplicar a metodologia em diversos outros casos.Isso resultou em maior frequência do
uso da metodologia em projetos de otimização do processo de preparação, até ser difundido na
literatura como ferramenta de melhoria contínua.Ao longo do tempo a metodologia chamada
SMED – Single Minute Exchange of Die foi aprimorada juntamente com outras técnicas e
ferramentas do Lean Manufacturing.
O uso de outras técnicas e ferramentas em conjunto com a metodologia,a fim de suprir
as lacunas não observadas no procedimento de troca rápida de ferramenta em sua criação
original por Shigeo Shingo, ampliou o foco dos projetos de melhoria do tempo de setup para o
entorno do equipamento dando maior visibilidade às operações de movimentação e transporte
dos materiais, ferramentas e dispositivos de fixação dos processos de fabricação.
Partindo das premissas de Shingo (1985), a princípio, a metodologia estabelece que as
operações de setup devem ser divididas em dois grupos principais, amplamente divulgados e
conhecidos no meio acadêmico:
a) Operações internas – realizadas somente com a máquina parada; e b) Operações externas – que podem ser realizadas com a máquina em operação.
Desse modo Shingo, (1985) propõe quatro estágios para a aplicação da metodologia
SMED:
1) Estágio preliminar – identificar no processo de setup a classificação entre operações
internas e externas;
2) 1o estágio –separar operações externas e operações internas do processo de setup;
23
3) 2o estágio –converter de acordo com as particularidades de cada operação o maior
número de operações possível, em setup interno para setup externo;
4) 3o estágio – otimizar o setup interno e o setup externo. É neste estágio que um estudo
mais amplo e sistêmico deve compreender a movimentação e o transporte, configurando
a necessidade demaior atenção à configuração do layout da área em que o equipamento
se encontra: e o processo é realizado.
Observação: trabalhos atuais que abordam o uso da metodologia SMED – Single Minute
Exchange of Die, como mencionado, dão maior ênfase à adequação do 3o estágio da
metodologia por meio do uso de técnicas e ferramentas complementares do Lean Manufaturing.
Segundo Pereira (2008) com o uso da metodologia Shingo houve experiências em
plantas industriais na Mazda, da década de 1950, na Mistsubshi em 1957 e na planta principal
da Toyota Motor Company em 1969, e observa que esses trabalhos foram fundamentais para o
aperfeiçoamento e finalização dos estudos realizados por Shingo em seus 19 anos de pesquisa
sobre o tema.
Para Ulutas (2011), a metodologia SMED foi desenvolvida para as necessidades cada
vez mais emergentes para se produzir produtos em lotes menores, necessários para atender à
flexibilidade de demanda dos clientes.Na visão do autor, a metodologia atende a esses objetivos,
desde que aplicada adequadamente e em conjunto com outras técnicas e ferramentas, no sentido
de garantir maior visibilidade de todo o processo de fabricação, e não pontualmente em um
equipamento. Ou seja, o tempo de preparação está inserido no contexto fabril e não somente
em uma operação específica.
Costa et al (2013) menciona que os princípios e a ideia geral da metodologia SMED
proposta, originalmente por Shingo, deixam claro na sua abordagem a necessidade de uma
investigação mais precisa do ambiente em que o processo ocorre, enfatizando não somente as
operações que são executadas diretamente na máquina, mas também a necessidade de se
observar as operações realizadas no entorno da máquina definidas como operações do setup
externo.De modo que, apoiados nessa premissa outros autores aprimoram o procedimento de
otimização do processo de preparação com o uso de ferramentas do Lean Production.
O problema, de acordo com o autor, é que ao longo do tempo a análise sistêmica se
perdeu, principalmente em função da atuação dos gestores dos projetos de melhoria na
24
operação, por diversos motivos, como falta de treinamento e entendimento da proposta original
de Shingo quanto às particularidades. O que reduziu os resultados alcançados por esses projetos
em conjunto com o aumento da complexidade dos processos impactada pelo aumento do mix
dos produtos e da redução do ciclo de vida dos mesmos.
2.2 Delineamentos da metodologia SMED e os principais benefícios do seu uso
Shingo (2008) realiza o detalhamento do método a partir das operações a serem
realizadas no processo de preparação em setup interno e setup externo.No primeiro caso, o setup
é realizado somente quando a máquina está parada para a realização das atividades de setup, no
segundo caso, o setup pode ser realizado com a máquina ainda em funcionamento.Na realidade,
é a preparação dos itens de setup que podem ser alinhados e ajustados antes mesmo do setup
ter seu início propriamente dito.
Para Garcez e Moreira (2013), o SMED é uma metodologia inovadora baseada no
envolvimento da separação e conversão do setup interno em setup externo. Neste caso,o SMED
pode ser a metodologia que dá suporte ao nivelamento da flutuação da demanda existente nas
indústrias, o que reduz o lead time e também elimina os desperdícios durante os processos de
setup.
Para King (2009), o SMED tem quatro fases fundamentais para sua implementação, a
Quadro1 apresenta de forma resumida essas fases:
25
Quadro1 - Fases para implementação do SMED
Fonte: Adaptado de King (2009).
No estudo sobre a metodologia SMED,realizado pelos autores Calarge e Satolo (2008),
dezesseis fatores principais de contribuição da metodologia SMED são relacionados:
Fator 1: Rápida resposta às variações de mercado (maior flexibilidade).
Fator 2: Possibilidade de produção em pequenos lotes.
Fator 3: Redução de custos.
Fator 4: Diminuição do lead time.
Fator 5: Aumento de produtividade.
Fator 6: Redução de níveis de estoque.
Fator 7: Eliminação de gargalos.
Fator 8: Melhoria de qualidade.
Fator 9: Redução tempo de espera de produtos para processamento.
Fator 10: Possibilidade de aumento do mix de fabricação.
FASE 3
Converter setup interno em setup externo, analisando possibilidades de padronização de ferramentas, parafusos, acessórios, matrizes, etc. com o intuito de possibilitar que os operadores da máquina possam fazer grande parte dos ajustes necessários para o setup na máquina enquanto a mesma
esta em funcionamento.
FASE 4
Sempre que a atividade permitir, é fundamental que as atividades de setup interno devem ser realizadas em paralelo enquanto a máquina esta em
operação, trabalhar com dois operadores ao mesmo tempo pode trazer ganhos consideráveis na redução de tempo de setup.
Identificar as tarefas externas, promovendo as mudanças necessárias para que essas tarefas contribuam para a diminuição do tempo de setup,
reorganizando as tarefas que podem ser realizadas antes do momento do setup ou mais precisamente antes que a máquina seja desligada para os
devidos ajustes, ou após a finalização do setup.
FASE 1
Determinar quais tarefas são realizadas com a máquina desligada, essas atividades em um primeiro momento são aquelas que os operadores só podem realizar a partir do momento que a máquina é parada para os
devidos ajustes de setup, é o chamado setup interno.
FASE 2
26
Fator 11: Redução de esforços do operador.
Fator 12: Redução dos defeitos e retrabalhos provenientes de preparação malfeita.
Fator 13: Aumento da taxa de giro de estoque.
Fator 14: Mudança na cultura organizacional.
Fator 15: Melhor utilização de área fabril.
Fator 16: Redução de lotes em processo.
A partir desses fatores os autores destacam os trabalhos desenvolvidos e apresentados
na literatura e apresentam um resumo com os principais benefícios da metodologia, de acordo
com o Quadro 2.
Quadro2 Benefícios citados na literatura para o SMED
Fonte: Calarge e Satolo (2008).
Com resultado apresentado da pesquisa de Carlage e Satolo (2008), fica claro que os
benefícios mais significativos para a implementação do SMED é a rápida resposta a variação
da demanda de mercado e a possibilidade de produção em pequenos lotes.
Por meio do estudo dos autores,observam-se na literatura novas propostas do uso da
metodologia SMED com o propósito de consolidar a contribuição a partir dos fatores
relacionados, o que dá maior visibilidade à relação custo benefício do uso da metodologia. Com
esse viés Abele (2009) desenvolve o método BewertenmitMethode.
AUTOR
FA
TO
R 1
FA
TO
R 2
FA
TO
R 3
FA
TO
R 4
FA
TO
R 5
FA
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R 6
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FA
TO
R 8
FA
TO
R 9
FA
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R 1
0
FA
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R 1
1
FA
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R 1
2
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R 1
3
FA
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R 1
4
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TO
R 1
5
FA
TO
R 1
6
Fagundes e Fogliatto (2003) X X X X XNeumann e Ribeiro (2004) X X X X X X X X X XBacchi, Sugai e Novashi (2005) X X X X X X XMonteiro et al. (2005) X X X X XPinto e Souto (2007) X X X X X XPontes et al. (2007) X X XPalomino e Carissimi (2007) X X XMaia, Idrogo, Leite (2008) X X X X XOliveira (2008) X X X XElias, Neto e Dyna (2008) X X X XElias et al. (2008) X X XCechect et al. (2008) X X X X X X XChen e Meng (2010) X X X X XUlutas (2011) X X X XMoreira e Pais (2011) X X X X X XBartz et al. (2012) X X X XFREQUÊNCIA (%) 75 68 56 43 37 31 18 37 37 18 18 12 18 18 6 6
27
2.3 Método BewertenmitMethode
O Instituto alemão “Tecnologia e Máquinas-Ferramentas
(InstitutfürProduktionsmanagement, TechnologieundWerkzeugmaschinen – PTW)” da
Universidade Técnica de Darmstadt, que atua na Alemanha com ênfase à pesquisa na área de
Gerenciamento da Produção há alguns anos, vem estudando diferentes tipos de medidas de
intervenção para otimização dos processos de fabricação. As pesquisas têm o propósito de
desenvolver procedimentos específicos de uso na operação industrial capazes de apoiar o
desenvolvimento de projetos de melhoria fundamentados em vários conceitos disseminados
para reduzir tempos de preparação de máquinas operatrizes.
Como diretor do Instituto PTW, Abele et al. (2012) desenvolveu o método
BewertenmitMethode com esse propósito e partiu do princípio de que sendo os tempos de
preparação incluídos no tempo de ciclo da operação, (o que compreende o período desde o
início da produção até o produto acabado), esse tempo pode ser aumentado dependendo do
fluxo de produção, consequentemente, das operações realizadas na execução do processo e na
preparação do equipamento para o início do processamento, devendo ser detalhado no escopo
do fluxo de produção de modo sistêmico.
Segundo Abele et al (2009), a partir da visão sistêmica do fluxo de produção, torna-se
mais fácil compreender e identificar as restrições de processo existentes no escopo das
operações realizadas no que se refere à máquina: o tempo de preparação é um fator decisivo,
influenciando no tempo de execução por meio da produtividade do equipamento ou seu uso
efetivo e no aumento da flexibilidade do processo.Pode operar com lotes menores de peças e
componentes com tempos de ciclos menores que afeta o fluxo todo a jusante e a montante.
O método proposto por Abele et al.(2009) aborda o processo de preparação ou de setup
a partir de quatro áreas que, por compreender, o equipamento e seu entorno, permite ampliar a
visibilidade do processo além do ambiente do equipamento na operação.
Por meio da definição das áreas, o autor especifica cada uma delas quanto a fatores que
devem ser considerados em função da influência que exercem no uso dos recursos de
manufatura, em detrimento do processo de preparação.
28
As áreas e os fatores de influência são descritos a seguir:
1) Produto
a) Tipo construtivo do produto quanto à forma ou delineamento das superfícies. Design
ou geometria;
b) Diversidade de peças a serem processadas quanto ao tipo construtivo;
c) Tipo de material a ser processado;
d) Qualidade e especificações técnicas do produto que impactam no processo de
fabricação;
e) Complexidade do projeto do produto ao quanto impacta na operação;
f) Superfícies de fixação do produto ou peça na máquina;
g) Nível de verticalização do processo de fabricação do produto quanto à obtenção de
componentes ou matéria prima.
2) Processo
a) Processo de manufatura requerido;
b) Máquina ou recurso de manufatura requerido;
c) Ferramenta ou dispositivo utilizado no processo de fabricação;
d) Sistema de fixação da peça na máquina podendo incluir dispositivos especiais de
fixação;
e) Instrumentos de medição das medidas intermediárias ou finais da peça após o
processamento;
f) Sistema de controle da operação;
g) Manuseio da peça no percurso até a máquina, na fixação da peça na máquina e
posteriormente na retirada da peça e deslocamento ao posto de trabalho seguinte;
h) Periféricos ou recursos utilizados na execução da operação.
3) Pessoal
a) Qualificação da mão de obra;
b) Flexibilidade da mão de obra na função de executores do processo de fabricação de
acordo com as operações relacionadas;
c) Remuneração;
d) Motivação;
e) Conscientização;
29
f) Número de colaboradores que atuam no processo de fabricação específico;
g) Trabalho em equipe;
h) Treinamento.
4) Organização
a) Seqüenciamento das operações quanto à coerência da configuração do layout com
o roteiro de fabricação da peça, incluindo a própria sequência do processo de
preparação a ser realizado a cada repetição do processo de preparação;
b) Organização do espaço;
c) Fluxo de informações;
d) Suprimentos ou abastecimento;
e) Controle da manufatura;
f) Divisão do trabalho;
g) Plano de testes ou de inspeção;
h) Documentação envolvendo desenhos das peças e instruções de trabalho;
i) Estrutura da organização.
Segundo o autor, ao se avaliar os processos envolvidos na preparação do equipamento,
a maior influência é exercida no planejamento e na otimização.O que implica no fato de
qualquer procedimento desenhado para apoiar projetos de melhoria com foco na redução do
tempo de setup deve nesse caso, dar maior ênfase às áreas do processo e da organização.
É nesse contexto que Abele et al. (2009) reforçam a importância da avaliação da
sequência de execução envolvida no processo de preparação, devendo ser considerados todos
os processos relacionados ao processo de fabricação abordado a montante e a jusante. Esse
instante, no qual justifica como parte do procedimento ou método para a descrição do processo
de preparação, separar as operações ou atividades a serem realizadas em internas e externas,
conforme a metodologia de Shigeo Shingo (1985).
Além disso, o autor destaca que a observação direta da máquina deve compreender o
objetivo da otimização da produção sem perder de vista a definição de três conceitos inerentes
ao processo de preparação, que se traduzem em elementos temporais da ocupação da máquina,
como:
1) Reduzir o tempo de preparação – envolve abordar o sistema de trabalho com visão mais
precisa a respeito da tecnologia de processo de produto disponível no mercado, a fim de
encontrar a relação custo/benefício mais adequada, a partir do uso da tecnologia na
30
execução das atividades manuais relacionadas ao processo de fabricação e ao processo
de preparação;
2) Reorganizar o tempo de preparação – envolve o abordar o sistema de trabalho no
processo de preparação, com foco no objetivo de converter os processos internos de
preparação em processo externos, dando ênfase ao desafio de tornar possível que muitos
dos processos de preparação possam ocorrer durante o tempo de operação da máquina;
e
3) Evitar o tempo de ajuste de preparação – envolve a peça na máquina. O objetivo é evitar
todo o tempo desperdiçado na preparação da máquina na fixação das peças na mesma
envolve desde a etapa de projeto, planejamento da manufatura (evitar reprogramação
aleatória) até os sistemas utilizados para a fabricação da peça.
Nesse contexto, qualquer medida de intervenção a partir de um projeto de melhoria a
ser proposto que visa reduzir o tempo de setup deve compreender preferencialmente uma
avaliação prévia da necessidade de mudanças tecnológicas envolvendo, segundo o autor,
recursos de organização e qualificação da mão de obra.É evidente que mudanças tecnológicas
envolvem tecnologia do processo e tecnologia do produto e que no mundo contemporâneo as
possibilidades crescem exponencialmente quanto às opções de tecnologia disponível,
dependendo obviamente do acesso e do custo/benefício relacionados à aquisição.
Contudo, de acordo com Abele et al (2009) mudanças tecnológicas, de acordo com o
escopo de ajuste do tempo de preparação ou tempo de setup, requer em primeiro plano foco na
otimização das operações manuais dispendiosas (que podem ser mecanizadas ou
automatizadas) do processo de preparação.Isso implica intervir no modo de execução de
atividades dependentes em grande parte do processo de fabricação. Desse modo, o autor sugere
que é fundamental avaliar ou quantificar um limite de tempo de preparação mais curto para o
sistema por meio das modificações do processo de preparação pertinentes e necessárias
identificadas na máquina e no entorno dela.
Com base no limite de tempo definido, torna-se muito mais fácil avaliar e priorizar as
medidas para a redução. Nesse caso, com base na metodologia SMED, a proposta compreende
três estágios descritos a seguir e representados na Figura 1;
1) Definir os processos internos e externos e delimitá-los entre si, com precisão.
2) Transformar processos internos em externos; e
3) Otimizar os processos internos e externos.
31
A primeira adequação da metodologia SMED proposta pelos autores é o
desenvolvimento, a partir da proposta original, de um modelo capaz de avaliar as medidas de
otimização do tempo de setup definido como método ampliado do SMED, representado na
Figura 1.
A proposta divide as etapas de implementação em quatro fases: sendo a primeira fase,
o registro do processo de preparação atual, caracterizando ou classificando as operações
relacionadas em internas e externas separadas por módulos de preparação.Assim, buscando, a
seguir, determinar o tempo de preparação mais curto e as restrições do sistema.
A partir da proposta de Abele et al (2009) o nível de detalhe do processo de preparação,
embora similar a proposta original de Shigeo Shingo (1985), busca ampliar a visibilidade do
processo quanto às suas limitações. Bem como à determinação de um parâmetro de tempo de
execução do setup exeqüível, de acordo com as limitações ou restrições do sistema, avaliando
com maior precisão o entorno do equipamento de acordo com as suas relações de dependência
no fluxo de produção.
Contudo, de acordo com a Figura 2, o autor sugere a determinação de um limite de
tempo de setup para o sistema por meio da equalização das operações realizadas em cada
módulo de preparação: as quais devem auxiliar a definição das margens de manobra nas
medidas de otimização, que podem requisitar a alteração das instruções e procedimentos de
trabalho no momento da execução da preparação. Isso envolve a aplicação de novas tecnologias
e melhora da padronização do processo, o que deve refletir diretamente na otimização do setup
.
32
Figura 2Etapas e aplicação prática do método SMED
Fonte: Abele et al (2009)
Figura 3Ampliação do método SMED.
Fonte: Abele et al (2009).
É evidente que o tempo mais curto de setup somente será alcançado se o delineamento
proposto na fase de registro, separação dos processos internos e externos transformados em
módulos, forem desenvolvidos com fundamentos técnicos consistentes capazes de definir o limite
real do sistema e do tempo de preparação por meio da tecnologia adotada. O que depende do acesso
à tecnologia quanto a fornecedores capacitados no mercado, capacidade de investimento da
empresa com base na relação custo/benefício e a qualificação da mão de obra, em fazer uso da
nova tecnologia, ampliando o seu know-how do processo de fabricação,ao qual o procedimento de
33
setup encontra-se inserido.Todo esse esforço contempla a execução das fases 2 a 4 tendo como
resultado uma matriz de preparação avaliável e comparável com os níveis ótimos definidos.
(ABELE et al.,2009).
A justificativa do autor quanto ao delineamento dos módulos de preparação é o fato de
os módulos, se bem desenhados, auxiliarem a determinação de um limite de tempo de setup
exeqüível da adequação das operações do processo de preparação de acordo com o melhor uso
dos recursos disponíveis ou com os recursos a serem adquiridos com o acesso a novas
tecnologias na busca da otimização da preparação, o que a metodologia SMED não considera.A
metodologia SMED, segundo o autor, tem como objetivo a redução máxima possível do tempo
de setup, mas não busca identificar qual o limite da redução com base nos recursos disponíveis
e melhorias exeqüíveis do processo.Faz sentido abordar maior visibilidade do grau dentro do
qual os meios operacionais e a organização podem ser alterados, de acordo com os limites do
alcance do projeto de melhoria ao realizar modificações no processo de preparação.
A avaliação dos resultados a serem obtidos por meio das mudanças a serem realizadas
no processo de preparação representa, também, a necessidade da definição de critérios de
avaliação por intermédio de métodos quantitativos da relação custo-benefício.O indicador mais
apropriado nesse caso é a rentabilidade adicional gerada pelo projeto de melhoria do processo
de setup, o qual pode ser calculado, a partir do escopo da proposta de Abele et al (2009).
Abele (2009) propõe o cálculo pela razão entre a eficácia da medida e a média dos
custos de utilização por módulo de preparação, sendo:
1) Eficácia – redução percentual alcançada do tempo de preparação tred%;
2) Fator de custos – todos os custos relacionados pela aquisição das medidas Cred;
3) Fator de rentabilidade – Rred = tred% / Cred.
Com base em um exemplo proposto pelo autor de uma aplicação envolvendo duas áreas
consideradas como grandezas, que influenciam o processo de preparação:
1) Otimização organizacional, e
2) Técnica de troca rápida de peça acoplada na máquina: a aplicação trata do uso da
metodologia SMED expandida como proposto pelo autor por meio do sequênciamento
de medidas de redução de tempo de preparação.
Por meio do exposto na Figura 3, Abele et al (2009) explica a correlação entre a redução
percentual do tempo (%) e a percentagem do custo reduzido (%) por módulo de preparação por
meio da premissa de adequar no módulo à disposição de elementos adicionais de fixação.
Nesse caso, o autor define como medidas organizacionais:
34
1) Reposição do magazine de ferramentas;
2) Classificação e identificação do magazine de ferramentas; e
3) Adequação do carro de preparação.
Trata-se da reconfiguração da estrutura disponível no equipamento para a realização do
setup de acordo com as operações realizadas no processo de preparação.
Na sequência é relacionado às medidas tecnológicas sendo:
1) Definição e implementação do elemento de fixação rápida; e
2) Aquisição e implementação da placa magnética de fixação.
Figura 4Possíveis caminhos para a redução do tempo de preparação no exemplo da base de ferramenta de rebarbação: eficiência e custos das medidas.
Fonte: Abele et al. (2009).
35
É visível na Figura 4 que as curvas relacionadas possuem inclinação descendente, em
função do fator econômico: Rred ser negativo. É visível, também, com base no gráfico da Figura
3 que o custo de implementação das medidas tecnológicas é bem maior do que os custos de
aquisição e implementação das soluções por meio das medidas organizacionais. Também é
possível avaliar que as soluções magazine classificado e rotulado e o carro de preparação
atingem redução do tempo de preparação semelhante à da aplicação de elementos de fixação,
com custos de implementação bem mais reduzidos (ABELE, 2009).
Para calcular os custos Cred gerados pela redução dos tempos de preparação, devem ser
levados em consideração, além dos custos de aquisição, os de implementação, entre eles: de
compras, montagem, preparação e treinamento dos colaboradores. Estes últimos entram na
forma de custo hora de trabalho.
2.3.1 Considerações da metodologia SMED quanto aos resultados encontrados na
literatura com a sua aplicação
Como mencionado anteriormente, outras técnicas podem ser importantes aliadas na
implementação do SMED, segundo Kumar e Abuthakeer (2012), são opções das ferramentas
Lean, como o VSM (Value Stream Mapping), TPM (Total Productive Maintenance) e o Six
Sigma que podem apoiar a implementação da metodologia.
Para os autores, o uso dessas ferramentas do Lean Manufacturing dá credibilidade ao
projeto SMED e permite entregar valor aos clientes, tendo em vista que posteriormente os
custos de produção tendem a reduzir, diminuindo, assim, o preço para os clientes
finais.Contudo, há na literatura inúmeros trabalhos relacionados à aplicação da metodologia
SMED com outras técnicas e ferramentas, como por exemplo:
1) Perez (2009), apresenta em seu projeto de implementação do SMED, em uma empresa de
embalagens o uso do BPA (Business Process Analysis), na elaboração da atividade de
separação do setup interno versus o setup externo da metodologia SMED, com o uso do
BPA.Perez (2009) aborda as atividades de ambos os setups(interno e externo) colados em
uma parede para posterior classificação.Com a ajuda do BPA na classificação dessas
atividades do SMED, obteve-se um ganho substancial de tempo na visualização de ambos
os processos.
36
2) Adanna e Shantharam (2013), realizaram seu projeto do SMED com a gravação de um vídeo
do processo de setup de quatro máquinas em uma indústria. Dessas gravações, a operação
de setup com tempo mais considerável foi a escolhida para o projeto.A filmagem foi
detalhada com o auxílio de um software chamado Visio Timer Pro,em que se separa de forma
dinâmica as atividades incluídas no vídeo da gravação do setup, detalhando também seus
devidos tempos de duração.Após a separação feita pelo software, as etapas de conversão de
setup interno em setup externo, se tornam mais rápidas.
3) Berlecet al (2010), realizaram um work shop para a aplicação do SMED. Baseando-se nas
experiências dos autores, foi apontado que a formação de uma equipe de trabalho que
entenda dos processos que serão analisados é essencial para uma aplicação bem sucedida,
sendo assim, para a realização do work shop é fundamental a análise de alguns itens, como
a documentação técnica da máquina, seleção dos membros da equipe, definição da meta de
redução de tempo de setup, análise dos componentes da máquina, entre outros.
4) Para McIntoshet al (2000), comentam que o método de Shingo é baseado em transformar
setup interno em setup externo, o que de fato, é uma mudança organizacional. Para os
autores, a redução de tempo de setup deve ser obtida com a mudança de projeto, o que na
prática se traduz em modificações no equipamento para obter a redução do tempo de
setup.Apesar da alteração de projeto ser mais onerosa, os possíveis resultados de serem
obtidos mais satisfatórios.
5) Redução de 67 minutos para 30 minutos de um setup em uma indústria siderúrgica foi o
resultado apresentado por Gajdzik e Grzybowska (2012); essa diminuição foi possível
devido à mudança de algumas operações: transformação do setup interno em setup externo,
padronização e organização dos postos de trabalho por meio de mudanças no layout,
melhoria da comunicação com treinamento aplicado aos operadores, e utilização, como
metodologia de apoio, o 5S para fidelizar a mudança de atitudes na conclusão das alterações
propostas.
Desse modo, o uso de técnicas e ferramentas em conjunto com a metodologia SMED
devem contribuir para os resultados a serem obtidos por meio de projetos de melhoria que visam
à otimização do processo de preparação, como por exemplo, o Travel Chart.
37
2.4Travel Chart
Segundo Costa et al (2013) projetos de melhoria do processo de setup envolvendo o uso
da metodologia Single-Minute Exchange of Die (SMED), por si só, não são capazes de alcançar
resultados significativos.A metodologia deve ser apoiada em outras ferramentas do Lean
Production como o 5S, Visual Management (gestão visual) e Standard Work (padronização do
trabalho documentada por meio das instruções de trabalho), além de todo o processo de
movimentação de dispositivos e ferramentas em torno do recurso posicionado no chão de
fábrica com tempo de setup em excesso.
Costa et al. (2013) complementam que prováveis reduções do tempo de setup, quando
resultam em melhoras significativas do processo de fabricação, incluem reduções do estoque
em processo (work-in-process – WIP) e distâncias percorridas pelos operadores no entorno do
equipamento em função da complexidade da operação, o que inclui também a necessidade do
uso do travel chart (spaghetti chart).
Embora, segundo Costa et al (2013), o uso do travel chart não represente ineditismo em
estudos de melhoria de layout, no caso de projetos de melhoria envolvendo o objetivo da
redução do tempo de setup, poucos trabalhos focam paralelamente as atividades desenvolvidas
pelos operadores no entorno do processo, que representa na grande maioria dos casos, perdas
de tempo significativas que comprometem o desempenho do uso dos recursos definido como
produtividade. Consequentemente, a padronização do processo torna-se mais intuitiva para os
operadores e muito mais rápida durante a execução.
As ponderações do autor constam como premissas do Sistema Toyota de Produção
sendo enfatizadas por Shingo (1989), por meio das sete perdas destacadas por ele: sobre
produção, inventário, espera ou tempo de fila, defeitos, processamento adicional,
movimentação e transporte.Além disso, destaca um grupo de ferramentas e técnicas do
LeanProductioncapazes de apoiar iniciativas da redução dessas perdas como o uso da
metodologia SMED, 5S, Visual Management, Standard Work Value Stream Mapping.
Contudo, Shingo reforça a valorização do uso da metodologia SMED em projetos de
melhoria que envolve a redução do setup realizada por ele no livro publicado em 1985, no qual
define a metodologia Single-Minute Exchange of Diecomo: uma teoria e um grupo de técnicas
que torna possível a realização do setup de um equipamento e mudanças na operação em menos
do que 10 minutos. Isso significa mudar o tipo do produto em produção, mantendo determinada
taxa de produção com qualidade e maior flexibilidade.
McIntosh et al. (1996), afirmam que todo o processo de desenvolvimento de novas
metodologias e técnicas provocado pelo Lean Production é o resultado da busca,por parte dos
38
gestores da produção da Toyota, de soluções com foco na operação para acompanhar a mudança
de paradigma do sistema de produção convencional para a produção Just in Time.No caso,
acompanhar o Just in Time ou suprir suas necessidades quanto à ideia de reduzir ou eliminar
perdas e operar um sistema de produção mais enxuto requer, sem sombra de dúvidas, a
produção de menores lotes e um processo de setup muito mais rápido.
Portanto, o autor sugere que o uso da metodologia SMED, juntamente com outras
ferramentas Lean como 5S, Gestão Visual, Travel Chart e de trabalho padrão, requer a
construção de uma metodologia mais ampla para a solução do problema de redução do tempo
de setup apoiada na metodologia SMED.
A metodologia proposta por Costa et al (2013) compreende nove etapas:
1) Observação inicial: identificação das ferramentas necessárias e ferramentas usadas
durante a configuração da proposta do projeto de melhoria do processo estudado, com
o objetivo de identificar os locais onde o operador se move ao redor do equipamento e
todos os outros aspectos envolvidos no processo;
2) Diálogo com o operador: identificação dos potenciais problemas na área das instalações
em que o equipamento se encontra;
3) Realização da filmagem do processo em operação: para registrar todas as operações e
movimentos durante a operação;
4) Construção de um diagrama de sequência (estado atual): descrição de cada operação
realizada, incluindo o registro da duração da operação e a distância percorrida pelo
operador na área em torno do equipamento, com o propósito de classificar o tipo de
atividade (operação, transporte, inspeção, espera ou de inventário);
5) Construção do Travel Chart (gráfico Spaghetti do estado atual): o Travel chart permite
representar os movimentos que o operador executa durante o processo de execução das
operações e a identificação das áreas de maior fluxo;
6) Fase 1 da aplicação da metodologia SMED: separar ou classificar as operações em
operações internas e externas;
7) Fase 2da aplicação da metodologia SMED: converter operações internas e externas;
8) Fase 3da aplicação da metodologia SMED: racionalizar as operações internas e
externas;
9) Análise dos resultados: analisar os resultados obtidos e verificar o impacto da
metodologia implementada.
39
No caso da metodologia proposta pelo autor os cinco primeiros passos podem ser
considerados partes integrantes da fase preliminar da metodologia SMED definida no item 6
como fase 1 pelo autor.
A metodologia proposta por Costa et al (2013) converge para um procedimento que
enfatiza uma sequência de passos mais detalhada a fim de permitir maior visibilidade do
processo de aplicação da metodologia SMED, resumindo, Costa et al (2013) propõe identificar
no fluxo de produção:
1) Trajetos (buscar ferramentas, equipamentos de elevação, etc.)
2) Trocas perigosas de ferramentas
3) Limpezas necessárias
4) Fixações (tempo necessário para a realização da tarefa, ferramentas necessárias, etc.)
5) Ajustes dos dispositivos (tempo necessário)
6) Ferramentas para execução do setup (apropriadas, disponibilidade, etc.)
7) Atividades (coordenação, tempo gasto)
8) 5S
9) Preparação (ferramentas, materiais, documentação de qualidade, ordem de produção,
etc.)
10) Ergonomia
11) Padronização das etapas do setup.
Para Hasanet al (2012), a avaliação de um layout é um desafio e leva tempo devido a
sua natureza complexa e seus diferentes modelos.Além disso, é preciso ter uma coleta de dados
confiáveis como base, dessa maneira, simulações de estudos de layout devem ser realizados
para que se possa medir os desempenhos e benefícios de tais modelos.
Conforme Hasanet al (2012)há inúmeros objetivos que podem ser abordados na
melhoria de um layout, como:minimizar os custos de manuseios de materiais, minimizar o
tempo total de produção e setup de um equipamento, garantir a segurança e conforto dos
funcionários, além de gerar flexibilidade nos processos de produção. Para os autores, uma das
maneiras de se avaliar a melhoria de um layout é utilizar o Travel Chart.
Segundo Carrie (1973), o Travel Chart (ou diagrama de espaguete) é um gráfico que
apresenta de forma simples a movimentação de materiais, pessoas e equipamentos em um
determinado layout de estudo. Com essa ferramenta é possível analisar as perdas na
movimentação de materiais e nos fluxos das pessoas envolvidas no processo de trabalho,
trazendo a análise da mensuração das distâncias percorridas entre as atividades de processos.
40
Segundo Silva (2012), devido à aparência dos traços realizados no croqui, o Travel
Chart permite perceber os movimentos dos operadores no chão de fábrica, é de simples análise
e pode ser aplicado em qualquer área que se deseja melhorias em layout. Permite perceber os
desperdícios de movimentos e transporte existentes na fábrica de uma forma visualmente
simples e intuitiva e, ao ser desenhado no croqui, permite medir os deslocamentos entre os
pontos e quantificar as perdas nos processos.
O Travel Chart pode ser usado em diversos processos, tanto no ramo industrial, como
no ramo de serviços. Agarwalet al (2012) utilizaram o Travel Chart em uma empresa de
pequeno porte que fabrica peças para usinas de açúcar.No estudo, a aplicação do Travel Chart
teve como objetivo a redução de desperdícios de tempo, mão de obra e custos. A redução de
custos na melhoria do processo de layout chegou a 50%, aumentando assim, o lucro da empresa.
Para Agarwalet al. (2012) existem alguns fatores que podem influenciar o layout de uma
empresa:
• Tipos de produtos;
• Sistemas de produção: célula de produção, produção em massa, produção por lotes;
• Disponibilidade total da área;
• Escala de produção;
• Tipo de construção: térrea ou em andares;
• Arranjo do sistema de manuseio dos materiais;
• Plano de expansão futuro.
Para o levantamento dos fatores que influenciam o layout da uma empresa, Agarwalet
al (2012), sugere os seguintes pontos que devem ser observados:
• Coletar dados precisos sobre os tipos de produtos, processos, materiais, etc.;
• Analisar os dados coletados com o auxílio de sistema computacional;
• Selecionar um padrão de fluxo para os materiais e processos;
• Analisar os projetos dos postos de trabalho individualmente;
• Montar o layout de acordo com o padrão estabelecido.
41
2.5 Proposta de adequação do procedimento da metodologia SMED fundamentada na
proposta de Abele (2009)
Abele et al (2009) propõe que, ao se avaliar as operações envolvidas no processo de
preparação do equipamento, a maior influência quanto aos resultados a serem obtidos é exercida
nas áreas de planejamento e otimização.O que implica que qualquer procedimento desenhado
para apoiar projetos de melhoria, com foco na redução do tempo de setup deve, nesse caso, dar
maior ênfase às áreas do processo e à organização.
Desse modo, o autor do presente trabalho propõe um procedimento fundamentado na
proposta de Abele et al (2009) descrito na Figura 5 e aplicado no objeto de estudo do presente
trabalho representado na Figura 6.
1) Organização a) Descrição do Fluxo de Produção da linha de fabricação com base nas instruções de
trabalho; b) Descrição dos motivos de parada no processo por grupo e subgrupo de atividades; c) Apontamento do tempo consumido por motivo de parada; d) Análise estatística dos apontamentos do tempo dos motivos de parada; e) Identificação do motivo de parada de maior impacto na produtividade da linha; f) Definição do método e ferramenta de gestão mais apropriada para a minimização ou
eliminação de cada motivo de parada a ser ajustado. 2) Planejamento
a) Definição das estratégias de implantação e cronograma de execução; b) Execução do projeto de implantação; c) Apontamento dos resultados.
42
Figura 5-1ª Etapa do procedimento proposto
Fonte: Abele, 2009.
Figura 6 Aplicação do procedimento proposto
Fonte Próprio autor.
43
Na etapa de organização, o procedimento proposto conta com o auxílio da Matriz para
estratégia de atuação (Figura 7) o qual deve orientar o envolvimento das gerências responsáveis,
uma avaliação dos indicadores do processo de fabricação e a relação entre o desempenho
alcançado e a frequência e, também, criticidade dos motivos de parada. Assim, fazendo uso da
modelagem estatística para maior visibilidade da correlação entre as variáveis do processo de
produção, quanto às principais restrições na operação.
Por meio da análise, a matriz para estratégia de atuação deve auxiliar a identificação das
ferramentas e técnicas a serem aplicadas de acordo com o modelo apresentado na Figura 7.
A Figura 7 traz quatro itens a serem considerados para análise estratégica, assim
descrita:
1) Gerências responsáveis:é a descrição da divisão organizacional da empresa em estudo, destacando as áreas de manutenção, logística, qualidade, engenharia industrial & processos.
2) Indicadores: são os indicadores gerencias que representam a empresa objeto de estudo do projeto de pesquisa.
3) Relação das paradas de processo: são os itens de paradas apontados na folha de coleta de paradas, conforme Tabela 3.
4) Ferramentas e técnicas: são as ferramentas que podem ser utilizadas para a solução do problema de cada parada específica.
O funcionamento da Matriz para Estratégia de Atuação (Figura 7) é dado da seguinte
maneira, conforme exemplo:
No item 1 (gerências responsáveis) é apontada qual gerência deve ser responsável por
desenvolver o projeto de melhoria de acordo com cada tipo de parada (item 3) na gerência de
qualidade, temos que o seu indicador (item 2) é o de % de refugo, que por sua vez, influencia
no item 3 (relação de paradas de processo) o item setup, pois no momento do setup pode ser
gerado refugo devido a ajustes necessários no equipamento, a contrapartida dessa situação é o
item 4 (ferramentas e técnicas) que para o caso da melhoria de setup, pode-se trabalhar com
quase todas as ferramentas, exceto o kanban e o PDCA, desta forma, o ciclo da matriz
estratégica é fechada, apontando a área responsável pela solução desse tipo de parada, os
indicadores que compõem esse tipo de parada e as possíveis ferramentas para a gestão otimizar
o problema.
44
Figura 7-Matriz para Estratégia de Atuação.
Fonte: Próprio autor
X X X X X Manutenção
X X X X X X X Logística x x
X X X X X Qualidade x
X X X X X X X X Engenharia Industrial & Processos x x x X x
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1. Gerências Resposáveis
4. Ferramentas e Técnicas 2. Indicadores
3. Relação das Paradas de Processo
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Sem Demanda
x Refeição X X
Necessidades Pessoais X X
Ginastica Laboral X X
x Manutenção Preventiva X X
X X X X X Manutenão Corretiva X X X X X
X X X X X X X Setup X X X X X X X
X X X X X Falta de Material X X X X
X X Parada por Gestão X X X X
X X Aguardando PCP X X X X
Reunião X X X X
X X X X Retrabalho X X X X X
X X X X X Falta de Abastecimento X X X X
X X X X X X Transporte de Peças Prontas X X X X X
X X X X Ajuste do Equipamento pelo Operador X X X X X
Matriz para Estratégia de Atuação
45
Partindo-se na proposta de Abele et al.(2009), o procedimento proposto pelo autor do
presente trabalho faz uso da ponderação da rentabilidade alcançada por intermédio da
implementação das soluções adotadas quanto ao processo de otimização do tempo de
preparação como descrito na Figura 8.
De acordo com o exemplo há três frentes de adequação do tempo de preparação:
1) Custo de aplicação;
2) Organização do trabalho;
3) Soluções técnicas.
Como pode ser observado, por meio da redução do tempo de setup como resultado da
implementação das soluções, o custo individual de aquisição de cada solução passa a
amortizar o custo adequando à rentabilidade do projeto a partir da amortização. Nesse caso,
o procedimento deve permitir simular cenários quanto à relação custo benefício do projeto e
avaliar, de acordo com a capacidade de investimento da empresa, por ordem de criticidade,
qual das soluções deve ser implementada primeiro e com qual velocidade com relação ao
tempo de implantação.
A Figura 8 traz o gráfico dos dados, identificando o limite de redução do tempo de setup
de cada solução e a participação em % dos custos de aquisição, podendo ser amortizados de
acordo com a implementação das soluções.
Figura 8– Gráfico da rentabilidade dos projetos de otimização do processo de preparação
Fonte: Adaptado de Abele (2009).
46
É importante ressaltar que o escopo da metodologia SMED, originalmente proposto
por Shigeo Shingo, pode ser considerado completo. O que pode ser mudado é a amplitude do
procedimento quando se trata de inserir, na execução do procedimento, outras técnicas e
ferramentas do Lean Manufacturing com o propósito de aumentar a visibilidade do processo de
produção e adequar os resultados à realidade atual das indústrias do mundo contemporâneo.
Isso, quanto ao aumento da complexidade dos processos de produção e produto, com relação à
tecnologia a ser aplicada.
Abele et al.(2009) dá ênfase a esses fatores e contribui não somente com maior
detalhamento do procedimento, considerando as áreas críticas relacionada ao processo de
preparação, como também expõe um formato padrão de avaliação da relação custo benefício
por intermédio do cálculo do índice de rentabilidade.
O presente trabalho, contudo, buscou, baseando-se em Abele (2009), complementar a
solução proposta, ao avançar ouso da modelagem estatística e a descrição das etapas de
implantação do SMED, dando ênfase às questões levantadas na literatura como restrições ao
uso da metodologia, sem, no entanto, deixar de valorizar a contribuição de Shigeo Shingo.
47
3. Universo de Estudo
A empresa que é objeto do estudo do desenvolvimento do trabalho é fabricante de
móveis de aço e encontra-se localizada na região metropolitana de Campinas. Entre os produtos
fabricados pela empresa, destacam-se arquivos, armários, roupeiros, bancadas, balcões e
estantes, todos metálicos.A empresa atua também, com notável presença no mercado nacional
de fabricação de sistemas para armazenagem.Destaca-se a fabricação de porta paletes,
mezaninos, drive in, divisórias, flow rack entre outros.Tem faturamento na ordem de R$
5.000.000,00 mensais e conta com aproximadamente 400 funcionários.Além da fábrica, que
está instalada na região de Campinas (SP), conta com um escritório comercial na cidade de São
Paulo.
O foco desse projeto de pesquisa é o processo de fabricação do produto porta paletes
com foco no processo de setup da linha de fabricação e montagem, com uma proposta
estruturada por meio do procedimento proposto por Shingo.
A escolha da linha de fabricação e montagem do produto porta palete é pelo fato de se
tratar de uma linha completa do processo de fabricação e montagem do produto, composto por
mais de uma máquina com operações específicas de acordo com o roteiro de fabricação do
produto, o que envolve atividades de setup ao longo do fluxo de fabricação.
O produto porta palete é utilizado para armazenar grande variedade de produtos
paletizados com grande aproveitamento de espaço vertical. Este sistema permite alta
seletividade, pois, o acesso a cada palete é feito sem movimentar nenhum outro palete. O
produto porta palete é composto de vários itens, entre eles, destacam-se:
1) Coluna, 2) Travessa diagonal, 3) Sapata, 4) Longarina, 5) Garras, outros acessórios, como porta bobinas, porta pneus, espaçador de garfos, 6) etc.
A Figura 9 traz um exemplo do produto porta paletes:
48
Figura 9– Exemplo de um porta palete.
Fonte: Empresa objeto do estudo
O foco do desenvolvimento do projeto é o processo de fabricação do componente da
coluna, que tem a função de garantir a total sustentação da estrutura física do produto,
oferecendo resistência e durabilidade. O material construtivo da coluna é aço estrutural de
grande resistência.
A máquina que é responsável pela fabricação do componente da coluna é chamada de
perfiladeira. Consiste em um sistema de rolos seqüenciados que fazem com que a chapa de aço
(matéria-prima) seja perfilada no formato e espessura correta da coluna, de acordo com a
necessidade do cliente. As colunas são oferecidas em três modelos: a) CL (coluna leve) com
largura de 200 mm, b) CM (coluna média) com largura de 240 mm e c) CP (coluna pesada)
com largura de 300 mm. As bitolas (espessuras) podem ser de 2,00 mm, 2,25 mm, 2,65 mm e
3,00 mm, sendo o comprimento definido de acordo com cada projeto. A Figura 9 apresenta os
modelos de colunas fabricados.
49
Figura 10– Modelos de colunas – CL, CM e CP.
a) Coluna leve (CL) b) Coluna média (CM) c) Coluna pesada (CP)
Fonte: Empresa objeto do estudo.
3.1 Levantamento e análise dos dados
A análise do tempo da realização da pesquisa e coleta dos dados do projeto é
transversal, ou seja, tem um período pré-determinado, com começo, meio e fim. Será utilizado
como procedimento para elaboração do projeto, a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental
e filmagem.
Além da realização das pesquisas citadas, foi feita a coleta de dados referente à
máquina perfiladeira, utilizando uma folha de coleta para que os tempos de paradas da máquina
fossem apontados pelos operadores que trabalham diretamente com o equipamento.Esses
dados, posteriormente, serão tratados com o auxílio de planilhas eletrônicas para que se possa
dar a tratativa adequada em relação à redução do tempo de setup da perfiladeira em questão.
Figura 11 - Perfiladeira objeto de estudo
Fonte: www.daltec.ind.br
50
A perfiladeira (Figura 11) é a máquina responsável pela transformação da chapa de aço
na coluna do produto porta paletes, o estudo se limita aos dados coletados e apontados durante o
processo de setup desse equipamento e seus agregados.
É com base nos dados gerados pelo documento implantado chamado de Apontamento de
Produção da Máquina (Tabela 1) que são feitos os apontamentos, os tempos das paradas apontadas
no documento de coleta são realizados pelos operadores. No estudo foram levantados 15 tipos de
paradas que estão de acordo com a necessidade da empresa objeto de estudo. É válido lembrar que
esses tipos de paradas devem atender cada empresa em particular, os dados coletados, devem ser
digitados em seus respectivos códigos de paradas com seus respectivos minutos de paradas.
Para facilitar os apontamentos, esses códigos após serem criados, devem ser um padrão
para toda a empresa. Em todos os setores, os códigos deverão ser os mesmos para sua respectiva
parada, pois para fazer os apontamentos em planilha eletrônica é necessária essa padronização.
O documento descrito na Tabela 1 é preenchido manualmente. O operador preenche os
horários de acordo com a ocorrência das devidas paradas. No caso, a descrição de um dia especifico
de trabalho, desde o início do turno, como no exemplo: a máquina permaneceu parada das
06h00minhs às06h15minhs para que o operador realizasse a ginástica laboral (código 04 no
documento) das 06h16minhs às10h40minhs a máquina operou normalmente (código 00 apontado
no documento), das 10h41minhs às 11h00minhs a máquina teve a operação interrompida pela falta
de material (código 08 apontado no documento), das 11h01minhs às12h00minhs a máquina teve a
operação interrompida para que o operador realize sua refeição (código 02 apontado no documento),
das 12h01minhs às15h50minhs a máquina teve a operação interrompida para a realização de um
setup completo (código 07A apontado no documento), das 15h51minhs às16h00minhs parou
novamente devido às necessidades pessoais do operador (código 03 apontando no documento) e
finalmente no dia específico apontado o término do expediente.
51
Tabela 1- Documento de apontamento da produção.
APONTAMENTO DE PRODUÇÃO DA MÁQUINA ________________ DATA ___/___/___ exemplo
Acompanhamento das Paradas de Produção Status da Máquina
Horário Observação
Inicial Final
Códigos das Paradas 00 – Em Produção
04 06:00 06:15
01 - Sem Demanda 00 06:16 10:40
02 – Refeição 08 10:41 11:00
03 - Necessidades Pessoais 02 11:01 12:00
04 - Ginástica Laboral 7A 12:01 15:50
05 - Manutenção Preventiva 03 15:51 16:00
06 - Manutenção Corretiva
07 –Setup
08 - Falta de Material
09 - Parada por Gestão
10 - Aguardando o PCP
11 – Reunião
12 – Retrabalho
13 - Falta de Abastecimento
14 - Transporte de Peças Prontas
15 - Ajuste do Equipamento pelo Operador
Tipos de Setup
A – Completo
B – Material
C – Largura
D – Comprimento
E – Espessura
Fonte: Empresa objeto do estudo.
52
Os códigos das paradas da Tabela 1 e seus respectivos significados são descritos
abaixo:
01 – SEM DEMANDA: O tempo que a máquina fica sem produzir por não ter pedido do PCP.
02 – REFEIÇÃO: Tempo do Almoço ou Jantar do operador.
03 – NECESSIDADES PESSOAIS: Tempo em que o operador deve pausar para tomar água,
ir ao banheiro, ambulatório, etc.
04 – GINÁSTICA LABORAL: Tempo em que a máquina é parada para o operador fazer seus
exercícios.
05 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA: Manutenção realizada para atender às paradas
programadas da manutenção.
06 – MANUTENÇÃO CORRETIVA: Tempo em que a máquina fica parada para manutenção,
independente se a manutenção está sendo realizada ou não.
07 – SETUP: O tempo de setup vai do momento em que foi produzida a última peça boa do
lote, até o momento em que sair a primeira peça boa do lote seguinte. Lembrando que o setup
é dividido por mais outros 5 tipos, conforme folha de coleta.
08 – FALTA DE MATERIAL: Nesse caso, a parada é marcada a partir do momento que a
máquina fica sem material para trabalhar, mesmo que exista matéria-prima na empresa, ela deve
estar ao lado da máquina quando for necessário seu uso.
09 – PARADA POR GESTÃO: Paradas para preenchimento de documentos e especialmente
quando existe produção para ser feita na máquina, mas por ordem do líder da área, o operador
é deslocado para outra função.
10 – AGUARDANDO O PCP: Quando se tem produção a ser feita, porém o PCP ainda não
informou o que deve ser produzido.
11 – REUNIÃO: Tempo em que o operador para a máquina para participar de reuniões.
12 – RETRABALHO: Ocorre se a máquina parar para que o operador precise realizar algum
retrabalho em algum componente/peça.
53
13 – FALTA DE ABASTECIMENTO: Tempo que se leva para abastecer a máquina com
matéria-prima, enquanto ela estiver parada para abastecimento, esse tempo é apontado.
14 – TRANSPORTE DE PEÇAS PRONTAS: Tempo em que a máquina fica parada para que
o operador movimente as peças que produziu para outros locais.
15 – AJUSTE DO EQUIPAMENTO PELO OPERADOR: Tempo em que o operador para a
máquina para fazer ajustes diversos para poder produzir conforme especificação.
Importante ressaltar que no item sete que trata da parada de máquina referente ao
tempo de setup, a operação foi dividida em cinco tipos:
Tipo A: completo: é realizado quando a máquina for preparada para a troca total de
todo o ferramental, esse tipo deve ser apontado quando o setup for realizado durante a troca de
produtos com especificações diferentes (material, largura, comprimento e espessura).
Tipo B: material: setup utilizado quando o produto é o mesmo, mas o tipo de
material (aço) tem especificação fora do padrão solicitado pelo cliente.
Tipo C: largura: setup realizado somente quando produto a ser fabricado tem como
alteração a sua largura, mantendo as outras dimensões.
Tipo D: comprimento: setup realizado somente quando o produto a ser fabricado
tem como alteração o seu comprimento, mantendo as outras dimensões.
Tipo E: espessura:setup realizado somente quando o produto a ser fabricado tem
como alteração a sua espessura, mantendo as outras dimensões.
Liker (2008) destaca que o SMED trata os dados de paradas da máquina e não dos
operadores que trabalham em suas atividades, a ferramenta deve ter seu foco nos tempos de paradas
do equipamento.Isso deve ser informado de maneira transparente aos operadores envolvidos no
processo, a ideia da ferramenta é facilitar o processo de trabalho dos operadores e não ser uma
espécie de delator das possíveis negligências que operadores podem realizar com relação ao
aproveitamento de seu tempo produtivo.
É com base nos dados gerados por uma planilha eletrônica (Tabela 2) que são feitos os
apontamentos, digitando-se os tempos das paradas apontadas no documento de coleta pelos
operadores. Essa planilha deve apresentar todos os códigos das paradas apontados no documento de
54
coleta, no exemplo, são 15 códigos, coletados diariamente, obrigatoriamente são apontados em
minutos, os dados coletados, devem ser digitados em seus respectivos códigos de paradas com seus
respectivos minutos de paradas.
Tabela 2 Total dos tempos deparada coletado na perfiladeira
Fonte: Próprio autor.
A planilha deve fazer a tabulação dos tempos de paradas totais para cada código de
parada, apresentando o total em minutos das paradas por dia e por código e também o acumulado
no dia e no mês de cada um dos códigos de paradas, esse tempo deve ser descontado do total de
tempo disponível de produção, de acordo com o plano de produção do PCP da empresa, no exemplo,
o turno é de 10 horas, iniciando as 06h00minhs com seu término as 16h00minhs, sendo assim, o
tempo disponível total de produção diária é de 600 minutos (10hs x 60 minutos), ou seja, nossa
máquina está disponível para produzir 600 minutos nesse turno.
Calculando as paradas no exemplo citado, no dia 10 (coluna destacada na cor verde na
Tabela 2) obteve-se um total de paradas de 365 minutos, esse resultado indica que dos 600 minutos
que a máquina tem de disponibilidade para produzir, nesse dia, mais da metade de sua
disponibilidade foi perdida, 365 minutos de paradas.Com base nos apontamentos levantados pelo
SETOR ARMAZENAGEM - DECLARAÇÃO DE IMPRODUTIVIDADE - PERFILADEIRA
DIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20Disponível para Produção (min) 600 600 520 600 600 600 600 520 600 600 600 520
Volume Produzido (metros) 1.474
Tempo Teórico de Produção (min) 147 - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Volume Refugado (metros)
Tempo Teórico de Refugo (min) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
01 - Sem Demanda
02 - Refeição 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60
03 - Necessidades Pessoais 10
04 - Ginástica Laboral
05 - Manutenção Preventiva
06 - Manutenção Corretiva 35 45
07 - Setup 70 20 240 123 40 160
08 - Falta de Material 68 65 89 20 30 26
09 - Parada por Gestão
10 - Aguardando o PCP
11 - Reunião
12 - Retrabalho 40
13 - Abastecimento Bobina 90 55 50 35 40 30 65 50 50 35 85
14 - Transporte de Peças Prontas 21 12 80 13 10 10
15 - Ajuste do Equip. pelo Operador 40 90 25 55 170
Total das Perdas de Processo 225 245 141 258 222 279 365 123 288 295 225 246
Índice de Disponibilidade 62,5% 59,2% 72,9% 57,0% 63,0% 53,5% 39,2% 76,3% 52,0% 50,8% 62,5% 52,7%
Índice de Performance 39,3%
Índice de Qualidade 100,0%
OEE 24,6%
Total das Perdas Não Programadas 165 185 81 198 162 219 30 5 63 228 235 165 186
Índice de Disp. Desconsid. Programadas 72,5% 69,2% 84, 4% 67,0% 73,0% 63,5% 49,2% 87,9% 62,0% 60,8% 72,5% 64,2%
OEE (Desconsid. paradas programadas) 28,5%
Índice de Utilização do Ativo 26,0% 24,7% 26,3% 23,8% 26 ,3% 22,3% 16,3% 27,6% 21,7% 21,2% 26,0% 19,0%
Índice de Utilização do Ativo (net) 10,2%
55
documento (Tabela 2) deve ser realizada uma análise estatística para ter a definição de qual parada
é a mais relevante no estudo.De acordo com o Apêndice A há quatro grupos de variáveis com seus
respectivos subgrupos, descriminados na abordagem da linha de fabricação objeto do estudo do
presente trabalho:
1) Variáveis de processo: a) Manutenção corretiva; b) Setup; c) Retrabalho; d) Ajuste de Equipamento.
2) Variáveis de movimentação: a) Transporte de peças prontas; b) Abastecimento de Bobina.
3) Variáveis de gestão: a) Falta de Material; b) Parada por Gestão; c) Aguardando o PCP.
4) Variáveis Necessárias: a) Refeição; b) Necessidades Pessoais; c) Ginástica Laboral.
De acordo com o exposto, cabe, com o propósito de trabalhos futuros, uma análise
mais detalhada dos grupos das variáveis de gestão e de movimentação, não sendo realizado no
presente trabalho em função de o objetivo principal do presente projeto de pesquisa ser o estudo
das perdas inerentes ao processo de fabricação. Nesse caso, apenas o grupo de variáveis de
processo faz parte do escopo do presente trabalho.
No grupo de variáveis de processo o subgrupo: variável de retrabalho deve ser
monitorada, embora, de acordo com a Figura 1F (Apêndice F) apresente baixo número de
ocorrências no período de tempo em que o apontamento do processo foi realizado até o
momento.
A ocorrência de eventos relacionados à variável igual a cinco não é representativa,
embora o desvio padrão e a concentração de valores abaixo e acima da mediana, de acordo com
a Figura 1C e 2C (Apêndice C), demonstrem a importância de um estudo detalhado do processo,
a fim de identificar as causas e a intervenção cabível.
O mesmo foi considerado para o subgrupo: manutenção corretiva, quanto a não fazer
parte do escopo de investigação do presente trabalho, que apresenta um desvio padrão a ser
56
considerado em termos de análise para eventual ajuste e concentração de valores abaixo e acima
da mediana, embora uniformemente distribuído em torno da mediana com maior concentração.
Do mesmo modo, como os demais grupos e subgrupos não considerados no presente trabalho,
a variável de manutenção corretiva requer o desenvolvimento de um plano de manutenção
preventiva por meio das práticas de manutenção do Lean Manufacturing inerentes ao TPM –
Total Productive Maintenance (Manutenção Produtiva Total), abordagem que também não faz
parte do escopo do presente trabalho.
Por fim, em função do valor médio do tempo de setup ser maior do que o tempo de
ajuste do equipamento, além da concentração dos valores abaixo e acima da mediana ser
visivelmente maior para a variável: tempo de setup, o subgrupo variável do tempo de setup no
grupo variável de processo foi selecionado para a primeira etapa de investigação das fontes de
perda de tempo da linha de fabricação estudada, como parte consequente da proposta do
presente projeto de pesquisa.
No Apêndice D a aplicação do método Tukey com base nos grupos apóia a decisão da
seleção do subgrupo variável setup do grupo de variável processo posicionado no grupo A,
podendo ser considerado como o 2ª do ranking a partir da média como variável crítica a ser
investigada com base nos resultados ANOVA.
Por meio da definição do subgrupo a ser estudado, variável setup do grupo de variável
processo, o presente trabalho deve buscar o uso de métodos específicos de investigação e
intervenção do procedimento de setup de modo a corrigir distorções. Partindo do princípio de
investigação do método SMED – Single Minute Exchange of Die,da separação de setup interno
e setup externo e da movimentação existente quanto ao processo de identificação e seleção de
dispositivos e ferramentas de cada etapa do processo, por meio do uso do Travel Chart.Com a
análise estatística apontando que o setup é o item de parada mais relevante no processo, será
realizado um estudo de melhoria desse item por intermédio da metodologia SMED.Esse
processo tem início com a filmagem do setup por completo, desde o encerramento da última
peça produzida do lote anterior até a saída da primeira peça produzida dentro das especificações
do próximo lote. A Tabela 5 apresenta as atividades apontadas na filmagem de todo o processo,
com a separação das atividades em setup interno e setup externo.
57
Quadro 3 Atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – situação atual
Fonte: Próprio autor
Como citado anteriormente, o setup se divide em cinco tipos distintos (completo,
material, largura, comprimento e espessura).A filmagem apresentou 14 atividades distintas
dentro do processo de setup da máquina, onde as atividades são apresentadas com suas devidas
classificações, sendo as atividades 1 (solicitar a bobina) e 2 (posicionar a bobina) trabalhadas
como setup externo (E) e demais atividades trabalhadas como setup interno (I).O Quadro 3
apresenta quais atividades são compostas por cada um dos tipos de setup, no setup completo,
todas as atividades estão presentes, demarcadas com um “X”; no setup de material as atividades
que compõe esse tipo de setup são: 1) solicitar a bobina, 2) posicionar a bobina, 3) Buscar
Ferramentas, 13) abastecimento da bobina e 14) Ajuste da prensa + perfiladeira + alimentador
todas demarcadas com um “X” e assim sucessivamente para os outros tipos de setup. Feito o
apontamento das atividades do setup,com auxílio da filmagem, o próximo passo é apontar o
tempo de duração de cada uma dessas atividades dentro do setup. Os devidos tempos são
obtidos utilizando-se a mesma filmagem de onde levantamos as atividades do setup, a Tabela
3apresenta esses tempos.
Lista de Atividades Realizadas Durante o Setup da Perfiladeira - Situação Atual
Número da Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Atividade (I)nterno ou (E)xterno E E I I I I I I I I I I I I
Atividades Realizadas Durante o SetupS
olic
itar
a B
ob
ina
Po
sici
on
ar
a B
ob
ina
Bu
sca
ras
Fe
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me
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or
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bo
bin
a
Aju
ste
da
pre
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+ p
erf
ilad
eir
a +
alim
en
tad
or
Completo X X X X X X X X X X X X X XMaterial X X X X XLargura X X X X X XComprimento X X X X XEspessura X X X X X X X
58
Tabela 3 Tempo em minutos das atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – situação atual
Fonte: Próprio autor
A Tabela 3 apresenta o mesmo padrão de informações da Quadro 3, contudo essa
tabela traz os dados referentes aos tempos de cada uma das 14 atividades apresentadas
anteriormente de cada um dos cinco tipos de setup.Como exemplo, o setup do tipo completo
traz na sua atividade 1 (solicitar a bobina) uma duração de 15 minutos nessa atividade, e assim
sucessivamente nas demais atividades que compõem o setup do tipo completo. Somando-se os
tempos de atividades de setup externo e interno é obtido um total de 285 minutos para sua
realização.
O setup de material apresenta um total de 105 minutos, o de largura, 110 minutos, o
de comprimento 105 minutos e por fim o de espessura traz 120 minutos de duração para sua
realização.Fica evidente que o setup do tipo completo é o que apresenta o maior tempo de
duração, assim, os esforços para sua redução serão tratados nesse projeto, pois reduzindo o
tempo de setup do tipo completo, contempla-se também a redução dos outros tipos
apresentados. Para buscar a redução do tempo de setup do tipo completo, é importante
classificar as atividades realizadas durante o mesmo, apontando o que a metodologia SMED
apresenta como setup interno e setup externo, como abordado. A Tabela 4 traz esses
apontamentos, assim como outras informações importantes para melhores resultados como, por
exemplo, a descrição de todas as atividades consideradas como micro atividade, limitações,
tempos de movimentação entre as atividades, entre outros.
Lista de Atividades Realizadas Durante o Setup da Perfiladeira - Situação Atual - Em Minutos
Número da Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Atividade (I)nterno ou (E)xterno E E I I I I I I I I I I I I
Atividades Realizadas Durante o Setup
So
licit
ar a
Bo
bin
a
Po
sici
on
ar a
Bo
bin
a
Bu
scar
as F
erra
men
tas
par
a ex
ecu
tar o
Set
up
Ret
irad
a p
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as p
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as
Tro
ca d
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stam
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Tro
ca d
a fa
ca
Des
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sar
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rad
a to
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as p
orc
as
Tro
ca d
os
rolo
s
Ap
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do
s p
araf
uso
s
Ap
erto
das
po
rca
Alin
ham
ento
da
máq
uin
a
Ab
ertu
ra d
o ro
lete
do
alim
enta
do
r
Ab
aste
cim
ento
da
bo
bin
a
Aju
ste
da
pre
nsa
+ p
erfil
adei
ra +
alim
enta
do
r
Tem
po
Pre
vist
o d
o S
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p E
xter
no
Tem
po
Pre
vist
o d
o S
etu
p In
tern
o
Tem
po P
revi
sto
To
tal (
Inte
rno
+ E
xter
no)
Completo 15 15 15 25 35 15 15 60 5 10 5 10 10 50 30 255 285
Material 15 15 15 10 50 30 75 105
Largura 15 15 15 5 10 50 30 80 110
Comprimento 15 15 15 10 50 30 75 105
Espessura 15 15 15 5 10 10 50 30 90 120
59
Tabela 4 Relação das atividades de setup interno e externo e suas devidas micro atividades - antes
Fonte: Próprio autor
60
As informações apresentadas nas colunas da Tabela 4são descritas abaixo:
• Número da Atividade: sequência numérica de cada atividade executada durante o
processo de setup da máquina;
• Atividade (I) interna ou (E) externa: classificação da atividade em setup interno ou
setup externo;
• Atividades Realizadas Durante o Setup: descrição de cada atividade executada
durante o processo de setup da máquina;
• Ferramentas: descrição de todo o ferramental/documentos que os operadores
necessitam para a realização da atividade citada;
• Descrição atividades definidas como micro atividade: mostra a descrição de quais
são as atividades consideradas micro, realizadas pelos operadores na atividade
citada;
• Observações e limitações: descreve as limitações que a atividade apresenta, em
relação à mão de obra, qualificação, ferramentas, etc.;
• Tempo para executar a micro atividade (minutos): apresenta o tempo de duração
da atividade definida como micro em minutos coletado através da filmagem do
setup;
• Layout (pontos demarcados): apresenta os pontos identificados no layout da
máquina (Figura 13) e seus agregados onde os operadores realizam as
movimentações durante o setup (exemplo: F->J, operador percorre do ponto F até
o ponto J);
• Distância em metros entre os pontos: apresenta a distância em metros entre os
pontos percorridos na máquina pelos operadores durante o setup;
• Tempo de movimentação (minutos): apresenta o tempo da movimentação que os
operadores levam entre um ponto e outro da máquina durante o setup;
61
• Tempo total da atividade (micro atividade + movimentação): apresenta o cálculo
do tempo total da coluna atividade que está sendo considerada, como atividade
micro, mais a coluna do tempo de movimentação dos operadores.
3.2 Análises de movimentação (distância x frequência)
Para a elaboração do estudo de movimentação dos operadores durante o setup, a base para
levantamemto da análise dos dados é a mesma: a filmagem – é na filmagem que todo o estudo do
SMED (Single Minute Exchange of Die)é estruturado, no caso, o setup é realizado por 2 operadores
de forma simultânea.
É importante nessa etapa ter em mãos um layout, não só da máquina, mas especialmente
dos seus agregados (armários, prateleiras, carrinhos, enfim, tudo que faz parte do local onde a
máquina está instalada) para facilitar o levantamento dos agregados, utiliza-se novamente a
filmagem do setup, onde esses itens são apresentados.
Baseado na filmagem do setup, foi feito um layout da máquina e seus agregados, caso a
empresa já tenha esse layout preparado, deve ser utilizado pois otimiza o tempo de preparação.
Figura 12 Layout da perfiladeira e seus agregados - antes
Fonte: Empresa objeto do estudo
62
É importante na preparação do layout da máquina (e seus agregados) definir letras em
cada um dos agregados que envolvem todo o processo de setup, essa classificação é
fundamental para poder fazer o estudo das distâncias e frequências realizadas pelos operadores
durante o momento do setup.
Na Figura 12,são detalhados cada um dos itens classificados de acordo com suas
respectivas letras, são eles:
A – FACA: esse dispositivo é responsável pelo corte da coluna após o aço ser perfilado
pela máquina.
B – FRONTAL: essa é a parte frontal da máquina de perfilar o aço, que posteriormente
se transformará em uma coluna do produto porta palete.
C – PRENSA – esse é o local da prensa, a mesma é utilizada para fazer a furação nas
colunas, esses furos servem para posterior montagem do porta paletes.
D – ALIMENTADOR: o alimentador, como diz o nome, é responsável por alimentar a
prensa e a perfiladeira, puxando e alinhando a chapa de aço.
E – DESBOBINADOR: o desbobinador é o responsável por alimentar a prensa com a
chapa de aço (matéria prima) da coluna e desenrolar o aço que vem do fornecedor em forma
de bobina.
F – BALCÃO: no balcão, estão armazenados as ferramentas, documentos, e material de
apoio aos operadores para realização do trabalho.
G e I – CARRINHO DE ROLOS (1 e 2): nesses carrinhos estão os rolos de aço que são
responsáveis por perfilar a chapa de aço na perfiladeira.
H – ESTAMPOS: os estampos, são as matrizes utilizadas na prensa fazer a furação na
chapa de aço para posterior montagem das colunas no porta paletes.
J – BOBINA: local onde a bobina de aço fica armazenada até o momento de seu uso.
L – ATRÁS MÁQUINA: imagem da parte traseira da perfiladeira.
M – PANDIN: perfiladeira utilizada para outro tipo de produto.
63
N – CARRINHOS: local onde ficam os carrinhos hidráulicos para movimentação de
peças e componentes.
O – SUCATA: local onde é armazenada a sucata gerada pela máquina durante o processo
produtivo.
P – TALHA: equipamento responsável pela movimentação por elevação da bobina de aço
de seu local de armazenagem até o desbobinador da máquina.
Q – PAINEL: painel eltrônico da perfiladeira, equipamento onde estão os controles de
funcionamento da mesma.
Observando a filmagem e com base nas 14 atividades apresentadas no Quadro 3, é
estruturada uma planilha (Tabela 5) onde são apresentadas as distâncias e as frequências em metros
de cada uma das atividades existentes durante a execução do setup, atividades essas que são
separadas de acordo com o que cada operador faz no momento da realização de suas atividades.
Tabela 5 Estudo de frequência entre atividades – operador 1 antes
Fonte: Próprio autor.
É desse ponto em diante que o trabalho conta com o apoio em relação à metodologia
SMED, aqui, utiliza-se o Travel Chart para fazer o estudo de frequência e distância dos pontos
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 6 3 3 2
B 6 X 5 3 4 2 3 1
C 1 4 X 1 2 2 2 5 3
D 3 3 X 2 1 2
E 1 1 X 1
F 2 7 2 1 1 X
G 2 X 1
H 2 3 1 1 X
I 1 2 X
J 1 1 2 1 X
K 2 4 3 1 X 1
L X
M X
N 1 X
O X
P 1 1 X
Q 4 1 1 X
Frequencia
64
onde os operadores utilizam-se para realizar o processo de setup.Com o Travel Chart foi
montado,por meio da filmagem do setup,um levantamento de dados fundamental para poder
diminuir consideravelmente o tempo de setup de qualquer atividade com um investimento
relativamente baixo.Tendo em vista que boa parte das perdas de tempo em um setup estão
relacionadas com a frequência e distâncias entre as atividades.
É importante destacar que o Travel Chart deve ser aplicado individualmente entre os
operadores envolvidos no setup, no presente caso são dois operadores, desta forma a
metodologia será aplicada separadamente para as atividades realizadas por cada um deles
durante o processo.Novamente, essa separação é realizada baseando-se na filmagem do
processo realizada anteriormente, os estudos das distâncias entre atividades devem ser
calculados utilizando como unidade de medida, o metro. Para os estudos de frequência entre
atividades a análise deve se basear assintindo a filmagem do setup, ambos os casos serão
descritos a seguir.
A primeira etapa do Travel Chart é o levantamento das frequências entre os pontos
apresentados, ou seja, quantas vezes o operador vai de determinado ponto a outro da máquina
durante o setup, utilizando o layout da mesma (Figura 13).Para a realização dessa estapa basta
analisar a filmagem do setup e fazer a contagem das frequências realizadas de acordo com cada
ponto.
Como dito anteriormente devemos preparar o Travel Chart para cada um dos
operadores envolvidos, para exemplificar, o operador 1 sai do ponto A e vai para o B, a
frequência entre esses pontos é de 6 vezes, na prática, o operador 1 durante o processo de setup
se movimenta 6 vezes entre esses dois pontos, conformeapresentado na Tabela8.Assim, para
chegarà frequência de 1 vez entre o ponto A e o ponto C (Tabela 5) aplicamos a mesma
sistemática analisando a filmagem e fazendo a contagem de frequências (quantidade de vezes)
que o operador 1 se movimentou entre os pontos e assim por diante.
Realizada a primeira etapa do Travel Chart, partimos para a segunda etapa que consiste
no levantamento da distância em metros de cada um dos pontos levantados na etapa anterior.
Nessa etapa, iremos multiplicar a frequência (quantidade de vezes que o operador 1 vai de um
ponto a outro) pela distância em metros entre os pontos apresentados no layout, conforme
Tabela 6.
65
Tabela 6 Estudo de distância entre atividades – operador 1 antes
Fonte: Próprio autor.
Para realização dessa etapa, foi obtida a distância em metros de cada um dos pontos
fazendo a medição no local da máquina com o auxílio de uma trena, em metros.
Utilizando o mesmo exemplo da primeira etapa, mas agora fazendo a contagem em
metros, já que trata-se dos dados por distância entre pontos, a distância que o operador 1
percorre entre o ponto A para o ponto B é de 9,5 metros, aferidos com o auxílio de uma trena e
sendo medido no próprio posto de trabalho (layout Figura 13) a distância entre o ponto A e o
ponto C é de 14 metros e assim por diante.
Na terceira etapa do Travel Chart iremos tratar dos dados da “distância percorrida”
pelo operador 1 no momento do setup, ou seja, será feita a multiplicação da frequência de vezes
que o operador percorre de determinado ponto a outro pela distância em metros de cada um dos
pontos, conforme demonstrado na Tabela 7.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 9,5 14 11 2
B 6 X 7 8 3,5 1,5 6 30
C 14 7 X 1 3 2 11 3 3
D 10 1 X 2 20 2
E 11 5 X 7
F 11 6 4 5 8 X
G 1,5 X 6
H 1 5 15 10 X
I 4 9 X
J 20 7 6 4 X
K 9,5 2 4 5 X 3
L X
M X
N 13 X
O X
P 8 7 X
Q 4 3 4 X
Distancia em metros
66
Tabela 7Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 1 antes
Fonte: Próprio autor.
Com a ajuda do Travel Chart apresentado na Tabela 5, calculamos a quantidade de
vezes (Tabela 7) que o operador se movimenta entre os pontos apresentados na Figura
12(layout) pela distância existente entre os mesmos apresentados na Tabela 6.Seguindo o
mesmo exemplo aplicado anteriormente, o operador 1 sai do ponto A e vai para o ponto B
durante o setup 6 vezes (Tabela 5) e do ponto A para o ponto C outras 3 vezes (Tabela 5), em
relação à distância entre esses pontos temos que do ponto A para o ponto B a distância é de 9,5
metros (Tabela 6) e do ponto A para o ponto C a distância é de 14 metros (Tabela 6).
Aplicando a metodologia na Tabela 7, o valor entre a distância percorrida total ponto
A ao ponto B é de 57 metros (frequência 6 x 9,5 metros) e do ponto A ao ponto C é de 42 metros
(frequência 3 x 14 metros). Esses resultados estão destacados em vermelho na Tabela 7 para
melhor entendimento, aplicando essa fórmula aos demais pontos apontados (A até Q) teremos
como resultado que o operador 1 percorre 778 metros durante cada realização de um setup do
tipo completo.
Utilizando a mesma base de dados, foi feita a análise da distância x frequência
percorrida em metros pelo operador 1, como o SMED prioriza a reduação de tempo do setup
em minutos, a Tabela 8 traz os dados das movimentações em minutos.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 57 42 33 4
B 36 X 35 24 14 3 18 30
C 14 28 X 1 6 4 22 15 9
D 30 3 X 4 20 4
E 11 5 X 7
F 22 42 8 5 8 X
G 3 X 6
H 2 15 15 10 X
I 4 18 X
J 20 7 12 4 X
K 19 8 12 5 X 3
L X
M X
N 13 X
O X
P 8 7 X
Q 16 3 4 X
DISTÂNCIA PERCORRIDA
67
Tabela 8Estudo de tempo entre as atividades em segundos – operador 1 antes
Fonte: Próprio autor.
A filmagem continua sendo a base para o apontamento dos dados, para o levantamento
dos tempos entre as atividades basta assitir o vídeo e verificar o tempo que o operador leva de
um determinado ponto a outro.No estudo, o tempo apontado deve ser somente referente à
distância entre os pontos, não deve ser considerado nesse apontamento o tempo que o operador
leva para realizar a atividade.
Na Tabela 8 o operador 1 leva 27 segundos para sair do ponto A e ir para o ponto B
(vice-versa) e do ponto A para o ponto C é apontado 29 segundos (vice-versa).Como na
realização das atividades os operadores percorrem pontos iguais por mais de uma vez, é
necessário fazer a multiplicação desse tempo pela quantidade de vezes que o operador 1 se
movimenta entre as atividades, a Tabela 9traz esses tempos.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 27 34 39 4
B 22 X 18 21 31 3 13 48
C 29 23 X 2 6 39 37 3 44
D 18 2 X 4 35 4
E 23 1 X 15
F 23 13 8 1 17 X
G 3 X 13
H 2 1 31 21 X
I 8 19 X
J 42 15 13 8 X
K 2 4 8 1 X 6
L X
M X
N 27 X
O X
P 17 15 X
Q 8 6 8 X
TEMPO ENTRE AS ATIVIDADES EM SEGUNDOS
68
Tabela 9 Estudo do tempo total de deslocamento em segundos – operador 1 antes
Fonte: Próprio autor.
A Tabela 9 apresenta os tempos totais de deslocamentos entre as atividades, os dados
são o resultado da multiplicação dos dados da Tabela 5 (estudo de frequência de atividades)
pelos dados da Tabela 8(estudo de tempo entre as atividades em minutos).
O tempo de deslocamento total entre as atividades A e B, por exemplo, é de 162
segundos, e assim por diante os tempos são apresentados, totalizando um tempo total de
deslocamento pelo operador 1 durante o setup do tipo completo de 2.017 segundos, ou
aproximadamente 33 minutos.
O resultado de quanto o operador 1 percorre cada vez que realiza um setup do tipo
completo é expressivo, contudo não devemos nos limitar somente em um operador. Como dito
anteriormente, há necessidade de se avaliar todos os operadores envolvidos na realização da
tarefa, sendo assim, descreve-se a mesma sistemática em relação ao operador 2, conforme a
Tabela 10.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 162 102 117 8
B 132 X 90 63 124 6 39 48
C 29 92 X 2 12 78 74 15 132
D 54 6 X 8 35 8
E 23 1 X 15
F 46 91 16 1 17 X
G 6 X 13
H 4 3 31 21 X
I 8 38 X
J 42 15 26 8 X
K 4 16 24 1 X 6
L X
M X
N 27 X
O X
P 17 15 X
Q 32 6 8 X
TEMPO TOTAL DE DESLOCAMENTO EM SEGUNDOS
69
Tabela 10 Estudo de frequência entre atividades – operador 2 antes
Fonte: Próprio autor.
Continuando na aplicação do Travel Chart para o operador 2, para efeito de exemplo,
temos que a frequência que operador 2 vai do ponto A para o ponto B é de 9 vezes e do ponto
A para o ponto F é de 11 vezes e assim por diante.Lembrando que esses dados são coletados
analisando a filmagem do setup,fazendo a ligação dos pontos elaborados e classificados de
acordo com o layout apresentado na Figura 12.
Na Tabela 10, temos a frequência (quantidade de vezes) que o operador 2 se movimenta
entre os pontos, necessitamos agora saber a distância que o operador 2 percorre entre os pontos,
para isso, analisamos a Tabela 11.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 9 5 11 1 4 2 2 1 1
B 5 X 13 6 4
C 4 8 X 3 1 12 3 1 2 2 3
D 1 1 X 2 1 1 1 1
E 1 1 1 X 2 1 1 1 1 1
F 10 2 3 X 1 2 1 1
G 1 1 X
H 4 4 X
I 1 X
J 1 3 X 1
K 1 2 3 1 X
L 1 X
M X
N 1 3 X
O X
P 1 X
Q 3 3 4 1 1 X
Frequencia
70
Tabela 11Estudo de distância entre atividades – operador 2 antes
Fonte: Próprio autor.
Na Tabela 11 é apontado que a distância entre o ponto A para o ponto B é de 9,5 metros
e a distância do ponto A para o ponto F é de 11 metros, lembrando que estamos dando
continuidade no mesmo exemplo apontado no estudo da frequência. Importante ressaltar que
para chegarmos nos dados apresentados na Tabela 7 essas medidas são levantadas com o auxílio
de uma trena, medindo-se no local de trabalho as distâncias entre os pontos apontados no layout
da Figura 12.
Para concluír, a distância total percorrida pelo operador 2 durante o setup,
apresentamos na Tabela 12 a terceira e última etapa do Travel Chart.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 9,5 14 11 7 2 2 14 2,5 13
B 6 X 7 3,5 6
C 14 7 X 1 3 2 11 6 3 18 3
D 15 1 X 4 4 2 17 11
E 18 4 3 X 7 17 2 6 30 4
F 11 6 4 X 15 7 7 3
G 7,5 7 X
H 1 15 X
I 4 X
J 7 4 X 10
K 14 2 4 5 X
L 11 X
M X
N 13 18 X
O X
P 8 X
Q 11 8 4 6 10 X
Distancia em metros
71
Tabela 12Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 2 antes
Fonte: Próprio autor.
Na Tabela 12 é apresentado o resultado dos cálculos entre a frequência e a distância
percorria pelo operador 2 em todos os pontos (A até Q) apontados na filmagem do setup.
Continuando com nosso exemplo, o operador 2 percorre a distância de 85,5 metros
entre o ponto A e o ponto B (frequência 9 x 9,5 metros) apresentados nas Tabelas 10 e 11
respectivamente, e a distância percorrida entre o ponto A e o ponto F é de 121 metros
(frequência 11 x 11 metros) esses valores estão apresentados na Tabela 12 destacados em
vermelho para melhor entendimento.
O resultado afinal apresentado na Tabela 12 é que o operador 2 percorre a distância
total de 1.388 metros durante cada realização de um setup do tipo completo.
Assim como no caso do operador 1, a próxima etapa é o cálcudo dos tempos entre as
atividades realizadas pelo operador 2, a Tabela 13, traz esses tempos.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 85,5 70 121 7 8 4 28 2,5 13
B 30 X 91 21 24
C 56 56 X 3 3 24 33 6 6 36 9
D 15 1 X 8 4 2 17 11
E 18 4 3 X 14 17 2 6 30 4
F 110 12 12 X 15 14 7 3
G 7,5 7 X
H 4 60 X
I 4 X
J 7 12 X 10
K 14 4 12 5 X
L 11 X
M X
N 13 54 X
O X
P X
Q 33 24 16 6 10 X
DISTÂNCIA PERCORRIDA
72
Tabela 13 Estudo de tempo entre as atividades em segundos – operador 2 antes
Fonte: Próprio autor.
Com os apontamentos dos tempos coletados na filmagem, a Tabela 13 traz os tempos
de movimentação entre as atividades, a Tabela 14, irá trazer a totalidade desses tempos. A
Tabela 14 traz o resultado da multiplicação dos dados da Tabela 10 (estudo de frequência entre
atividades) com os tempos apontados na Tabela 13, sendo que como exemplo o tempo de
deslocamento do operador 2 entre as atividades A e B é de 216 segundos e assim por diante
com os demais cálculos das outras atividades.
No caso do operador 2, o tempo total de deslocamento entre as atividades durante o
setup do tipo completo é de 1.500 segundos, ou 25 minutos. Para efeito de entendimento e
visualização mais simples dessa operação é criado o Travel Chart propriamente dito, essa etapa
é fundamental para o entendimento do projeto e seu futuro aprimoramento. O Travel Chart é
um gráfico para visualização do estudo de movimentação e frequência, ele demonstra, de forma
visual e direta aos envolvidos no projeto, a atual situação da quantidade de movimentações que
o operador faz durante o setup.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 24 15 16 6 11 13 2 5
B 22 X 13 7 2
C 12 6 X 2 4 3 9 6 1 11 12
D 12 2 X 3 5 9 13 8
E 11 4 5 X 6 11 4 3 12 11
F 9 5 3 X 0,5 0,8 3
G 7 5 X
H 2 4 X
I 4 X
J 3 2 X 5
K 5 2 3 4 X
L 3 X
M X
N 5 7 X
O X
P 7 X
Q 2 3 2 5 4 X
TEMPO ENTRE AS ATIVIDADES EM SEGUNDOS
73
Essa imagem serve como referência para as posteriores melhorias que serão
implementadas no futuro, sua importância é fundamental, pois por meio desse gráfico fica
evidente a necessidade de melhorias no layout e nas atividades envolvidas no processo de setup.
Tabela 14 Estudo do tempo total de deslocamento em segundos – operador 2 antes
Fonte: Próprio autor.
Para a construção do mesmo, deve-se utilizar como base o mesmo layout apresentado
no caso do estudo da Figura 12, como no caso apresentado, o processo é realizado por dois
operadores. Existe a necessidade de se ter um Travel Chart para cada um dos envolvidos, as
Figuras 13 e 14 apresentam o Travel Chart dos 2 operadores.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 216 75 176 6 44 26 2 5
B 110 X 169 42 8
C 48 48 X 6 4 36 27 6 2 22 36
D 12 2 X 6 5 9 13 8
E 11 4 5 X 12 11 4 3 12 11
F 90 10 9 X 0,5 1,6 3
G 7 5 X
H 8 16 X
I 4 X
J 3 6 X 5
K 5 4 9 4 X
L 3 X
M X
N 5 21 X
O X
P 7 X
Q 6 9 8 5 4 X
TEMPO TOTAL DE DESLOCAMENTO EM SEGUNDOS
74
Figura 13 Gráfico de movimentação atual – operador 1 antes
Fonte: Próprio autor.
Figura 14 Gráfico de movimentação atual – operador 2 antes
Fonte: Próprio autor.
O Travel Chart deve ser elaborado de forma manual, para dar destaque à quantidade e
a frequência visual das atividades desenvolvidas pelos operadores durante o setup do tipo
completo.Seu preenchimento é realizado marcando-se a quantidade de vezes que o operador
vai de determinado ponto a outro dentro do layout da máquina e seus agregados durante o
setup.Seguindo o exemplo, tem-se a frequência que operador 2 vai do ponto A para o ponto B
é de 9 vezes e do ponto A para o ponto F é de 11, no Travel Chart deve-se aplicar a metodologia
Método Atual - Operador (1)
788m
Método Atual - Operador (2)
1388m
75
marcando-se com o auxílio de uma caneta a quantidade de vezes que o operador 2 faz suas
atividades.Ou seja, como ele vai do ponto A para o ponto B 9 vezes, no Travel Chart marcamos
9 vezes a ligação entre esses pontos e assim sucessivamente para as demais combinações
apontadas no projeto e para cada um dos operadores envolvidos. Com a demonstração gráfica
apresentada pelo Travel Chart fica evidente que a movimentação de ambos os operadores
devem e podem ser melhoradas, o impacto visual é muito forte é aconselhado que o Travel
Chart esteja visível no posto de trabalho para incentivar os envolvidos no projeto à desenvolver
ideias para as futuras melhorias. É importante ressaltar que nesse projeto o foco é a redução de
tempo de setup, no projeto não focar-se-ão melhorias ergonômicas, que posteriormente podem
ser estudadas.
4. Resultados
4.1 Resultados com o SMED
Com a implantação do SMED juntamente com o apoio do Travel Chart, resultados
obtidos com as melhorias implementadas serão descritos a partir dessa seção. A Tabela 15
apresenta as atividades que foram convertidas de setup interno para setup externo.
Tabela 15 Atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – depois
Fonte:
Fonte: Próprio autor.
Lista de Atividades Realizadas Durante o Setup da Perfiladeira - Situação Futuro
Número da Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Atividade (I)nterno ou (E)xterno E E E E I I I I I I I I E I
Atividades Realizadas Durante o Setup
So
licit
ar a
Bo
bin
a
Po
sici
on
ar a
Bo
bin
a
Bu
sca
ras
Fer
ram
en
tas
pa
ra e
xecu
tar o
Set
up
Ret
ira
da
pa
rcia
l da
s p
orc
as
Tro
ca d
o e
sta
mp
o d
a p
ren
sa
Tro
ca d
a fa
ca
Des
pa
rafu
sar t
orr
es
e re
tira
da
tota
l da
s p
orc
as
Tro
ca d
os
rolo
s
Ap
ert
o d
os
par
afu
sos
Ap
ert
o d
as
po
rca
Alin
ham
ento
da
má
qu
ina
Ab
ert
ura
do
ro
lete
do
alim
en
tad
or
Ab
ast
eci
men
to d
a b
ob
ina
Aju
ste
da
pre
nsa
+ p
erf
ilad
eir
a +
alim
en
tad
or
Completo X X X X X X X X X X X X X XMaterial X X X X XLargura X X X X X XComprimento X X X X XEspessura X X X X X X X
76
As 14 atividades durante o setup do tipo completo não tiveram sua redução, continuam
sendo as mesmas atividades.Contudo, algumas delas foram passadas para serem realizadas
durante o setup externo, ou seja, enquando a máquina está produzindo, os operadores podem
preparar o pré setup da máquina.
As atividades 3, 4 e 13 que antes eram realizadas no setup interno, ou seja, só tinham
seu início no momento em que a máquina deixava de produzir, agora são realizadas
externamente, com isso, seus tempos de execução diminuem drasticamente e no caso das
atividades 1 e 3 eles são eliminados por completo.A Tabela 16 traz os dados referentes aos
novos tempos após as melhorias.
Tabela 16 Tempo em minutos das atividades realizadas durante o setup da perfiladeira – depois
Fonte: Próprio autor.
A Tabela 16 traz o resultado dos novos tempos das atividades realizadas durante o
setup do tipo completo, as atividades 1 e 3 deixaram de ter perda de tempo para sua execução,
a atividade 2 foi reduzida de 15 para 5 minutos, e a atividade 14 teve um dos melhores tempos
de redução, especialmente porque essa atividade interfere em todos os tipos de setups
executados. Assim como as atividades 1, 2 e 3, teve uma redução de 50 minutos para atuais 35
minutos.Sendo assim, o setup do tipo completo passou de 285 minutos para 186 minutos, uma
redução de 65% do tempo de execução.
As melhorias implementadas para obtenção dessa diminuição de tempo são apresentadas na
Tabela 17.
Lista de Atividades Realizadas Durante o Setup da Perfiladeira - Situação Futuro - Em Minutos
Número da Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Atividade (I)nterno ou (E)xterno E E E E I I I I I I I I E I
Atividades Realizadas Durante o Setup
So
licit
ar a
Bo
bin
a
Po
sici
on
ar a
Bo
bin
a
Bu
scar
as F
erra
men
tas
par
a ex
ecu
tar
o S
etu
p
Ret
irad
a p
arci
al d
as p
orc
as
Tro
ca d
o e
stam
po
da
pre
nsa
Tro
ca d
a fa
ca
Des
par
afu
sar
torr
es e
ret
irad
a to
tal d
as p
orc
as
Tro
ca d
os
rolo
s
Ap
erto
do
s p
araf
uso
s
Ap
erto
das
po
rca
Alin
ham
ento
da
máq
uin
a
Ab
ertu
ra d
o r
ole
te d
o a
limen
tad
or
Ab
aste
cim
ento
da
bo
bin
a
Aju
ste
da
pre
nsa
+ p
erfil
adei
ra +
alim
enta
do
r
Tem
po
Pre
vist
o d
o S
etu
p E
xter
no
Tem
po
Pre
vist
o d
o S
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p In
tern
o
Tem
po P
revi
sto
To
tal (
Inte
rno
+ E
xter
no)
Completo 0 5 0 10 28 10 10 50 5 10 5 8 10 35 5 181 186
Material 0 5 0 35 5 35 40
Largura 0 5 0 5 35 5 40 45
Comprimento 0 5 0 35 5 35 40
Espessura 0 5 0 5 8 10 35 5 58 63
77
Tabela 17 Relação das atividades de setup interno e externo e suas devidas micro atividades - depois
Fonte: próprio autor
78
A Tabela 17 é o resultado das melhorias desenvolvidas com a aplicação do SMED nas
14 atividades que são realiadas ao longo do setup do tipo completo.
A Tabela 17 é o resultado do que foi apontado anteriormente na Tabela 4, citando
como exemplo a atividade 3, que traz “buscar as ferramentas para executar o Setup”. Essa
atividade que antes era realizada como setup interno (ver Tabela 4) passou a ser uma atividade
do setup externo, aplicação pura do SMED, convertendo setup interno em externo.
Ainda em relação a ativivdade 3, antes das melhorias os operadores tinham a perda de
tempo ao encontrar as ferramentas necessárias para execução das micro atividades, pois as
ferramentas se encontravam dispostas longe dos pontos da máquina nas quais as atividades se
aplicam.
Conforme a Tabela 17, a melhoria nessa atividade foi a aquisição de novas ferramentas
exclusivas para as micro atividades dessa operação, a disponibilidade das novas ferramentas
nos pontos onde as atividades são necessárias faz com que os operadores não tenham mais perda
de tempo na busca das ferramentas.Com isso, essa atividade teve seu tempo de execução
reduzido de 15 minutos para zero.
Assim como a atividade 3 teve resultado ótimo em relação à diminuição da perda de
tempo da atividade, outras atividades podem não ser viáveis economicamente para serem
implementadas melhorias.Como é o caso da atividade 8, que traz a “troca dos rolos”, a sugestão
de melhoria nesse caso que é apontada na Tabela 4 como “falta de ferramenta adequada para
troca dos rolos” em estudo realizado, a aquisiação da ferramenta não se justificou viável
financeiramente.
Deve-se analisar todas as possiblidades de melhorias em todas as atividades de um
setup, contudo é importante ter o bom senso e análise correta em relação às melhorias que
realmente irão se justificar em resultados reais de diminuição de tempo e que são
economicamente viáveis.
4.2 Resultados com o Travel Chart
Nessa seção são apresentadas as melhorias em relação ao melhor aproveitamento do
layout da máquina e seus agregados, é de extrema importância a participação de todos os
envolvidos diretamente no trabalho (operadores, auxiliares, supervisores, etc) para que possam
ser implementadas melhorias ao estudo. Como demonstrado anteriormente os pontos A (faca),
79
B (parte frontal da perfiladeira) e F (balcão de ferramentas) são os mais representativos em
relação à distância e frequência de atividades em ambos os operadores, especialmente o F, onde
ficam armazenados boa parte do ferramental utilizado durante o setup.
As melhorias e ajustes realizados no novo layout da perfiladeira e seus agregados são
apresentados na Figura 15.
Figura 15 Layout da perfiladeira e seus agregados – depois
Fonte: Próprio autor.
Com a definição do novo layout apresentado na Figura 15 são obtidos novos
parâmetros de trabalho, especialmente em relação às distâncias e frequências das atividades de
cada um dos pontos de trabalho.Importante ressaltar que foi possível com esse novo formato
eliminar os pontos M e P das atividades de setup, no caso do ponto M ferramentas
“emprestadas” de outra máquina no momento do setup, nesse caso, foi adquirido uma nova
ferramenta exclusiva para a perfiladeira. E no caso do ponto P, a talha que era utilizada pelos
operadores deixou de ser uma atividade a ser realizada por eles.
O Ponto F (balcão de ferramentas) foi direcionado mais próximo da perfiladeira, como
é um item fundamental e muito utilizado durante o setup o mesmo foi acondicionado mais
próximo do ponto A (faca).Tendo em vista que anteriormente esses dois pontos eram os
responsáveis pela maior distância e frequências entre os demais pontos do projeto.
O ponto B (parte frontal da perfiladeira) também apresenta muita distância e
frequências de movimentação durante o setup, pois nesse ponto deve ser considerado: a
operação da troca dos rolos de aço da perfiladeira. Rolos esses, que são responsáveis por perfilar
80
a chapa de aço na forma de coluna, entretanto, o ponto B não pode ser alterado, pois a máquina
é fixa no piso.Entretanto os pontos G e I, onde os rolos da máquina são armazenados e que são
utilizados frequentemente no setup sofreram ajustes no layout e ficaram bem mais próximos
um do outro e claro, mais próximos da perfiladeira.
Com esses e outros ajustes comentados a Tabela 18 apresenta as novas frequências de
atividades realizadas pelo operador 1.
Tabela 18 Estudo de frequência entre atividades – operador 1 depois
Fonte: Próprio autor.
Com a definição do novo layout através da visualização pelo Travel Chart (Figura
15) novas frequências e distâncias percorridas pelo operador 1 sofreram alterações importantes,
na Tabela 18 é apresentado o novo estudo de frequência de movimentação após implementação
de melhorias.Seguindo o mesmo exemplo, verificamos que a frequência que o operador 1
percorre do ponto A para o ponto B é de somente 1 vez (antes era de 6 vezes) a frequência
percorrida do ponto A ao ponto C deixou de existir (antes era de 3 vezes).Em ambos os casos
havia a necessidade de grande movimentação entre esses pontos, pois a ferramenta utilizada no
setup para a regulagem da prensa (ponto C) e da faca (ponto A) era comum para ambos,
PARA
DEA B C D E F G H I J K L N O Q R S
A X 1 3 1
B 3 X 5 1
C 5 X 3 3 1
D 4 X 2 1
E 2 2 X
F X
G X
H 2 2 X 2 2
I 1 1 X
J X
K 1 X
L 1 X
N X
O X
Q X
R X
S 1 1 X
Frequencia
81
entretanto só havia uma única ferramenta, foi adquirida uma nova ferramenta exclusiva para a
faca (ponto A) eliminando a necessidade de movimentação entre esses pontos.
A Tabela 19 apresenta a distância entre os pontos percorridos pelo operador 1,
importante lembrar que como o layout sofreu alteração, as distâncias entre os pontos precisam
ser aferidas novamente com o auxílio da trena, para não perder tempo, devemos fazer as novas
aferições somente nos pontos em que o layout sofreu alteração.
Tabela 19 Estudo entre as distâncias percorridas – operador 1 depois
Fonte: Próprio autor.
Trabalhando sempre com o mesmo exemplo, a distância atual entre o ponto A e o
ponto B foi reduzida de 9,5 metros para atuais 6 metros. A distância entre o ponto A e o ponto
C permaneceu nos 14 metros aferidos anteriormente. Importante ressaltar que nem sempre a
mudança de layout poderá ser realizada, em alguns casos pelo elevado custo da mudança, ou
em outros, pelo simples fato de existir barreiras físicas (colunas de sustentação do teto, por
exemplo) que podem impedir tal alteração.
Dessa forma, na Tabela 20é apresentado o novo resultado do total de distância
percorrida entre os pontos pelo operador 1 durante a realização do setup, agora com os dados
atualizados após melhorias.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L N O Q R S
A X 6 14 15 18 2 8 3,5 6 21 14 7,5 4 4 11 15 13
B 6 X 8 9 11 5,5 2,5 6 3 12 8 13 10,5 8 5 9
C 14 8 X 1 5 14 7 15 9 6 4 8,5 18 16 4 2
D 15 9 1 X 3 15 8 16 10 4 2 9 20 17 5 2,5 2,5
E 18 11 4 3 X 18,5 11 19 3 1 3 11 23 20 8 5
F 2 6 13 14 17 X 7 1 5 17 14 6 5 3 10,5 14
G 7 3 8 9 12 6 X 7 2 13 12 16 10 8 7 8,5
H 3,5 6 14 15 18 8 6 X 6 18 15 7 6 4 11,5 15 13
I 6 3 10 11 14 7 2 5 X 15 14 16 10 8,5 5 10,5
J 21 12 6 4 1 17 13 18 15 X 5 8 23 20 8 5
K 21 12 4 2 3 14 12 15 14 5 X 9 23 21 3 5
L 7,5 13 8,5 9 11 6 16 7 16 8 9 X 18 8 4 6
N 4 10,5 18 20 23 5 10 6 10 18 5 18 X 7 15 15
O 2 8 15 16 19 1 9 1 7 19 16 8 7 X 12,5 14
Q 11 5 4 5 8 10,5 7 11,5 5 18 3 6 15 12,5 X 4,5
R 14 9 2 2,5 5 14 8 15 10,5 5 5 6 15 13,5 4,5 X
S 6 2 X
Distancia em metros
82
Tabela 20 Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 1 depois
Fonte: Próprio autor.
Analisando os dados da Tabela 20, destacamos em vermelho as novas distâncias
percorridas pelo operador 1 nos pontos utilizados em nosso exemplo, do ponto A para o ponto
B a distância atual é de 6 metros (frequência 1 x 6 metros) apontados nas Tabelas18 e
19respectivamente. É importante apontar que essa distância antes da melhoria era de 57 metros,
uma redução de 89,50% entre a distância percorrida e frequência.
Com o novo estudo, a distância entre o ponto A e o ponto C que era de 42 metros,
passou a ser 0 (zero), calculando todos os demais pontos com as distâncias e suas frequências
percorridas o operador 1 passa a percorrer com as melhorias 307 metros durante cada setup
realizado, ante os 778 metros percorridos sem as melhorias, um ganho de 60,53%.
Na Tabela 21são dados os novos tempos coletados em relação à movimentação dos
operadores 1 após as melhorias implementadas.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L N O Q R S
A X 6 10,5 13
B 18 X 40 13
C 40 X 3 15 15
D 4 X 6 2
E 8 6 X
F X
G X
H 7 28 X 12 26
I 3 14 X
J X
K 2 X
L 7 X
N X
O X
Q X
R X
S 6 2 X
DISTÂNCIA PERCORRIDA
83
Tabela 21 Estudo de tempo entre as atividades em segundos – operador 1 depois
Fonte: Próprio autor.
O tempo entre atividades apontados em minutos apresentados na Tabela 21 traz os
ganhos de tempo em relação à movimentação do operador 1 na execução do setup do tipo
completo.É destacado que nem todos os tempos nesse item são reduzidos, entretanto como a
frequência de atividades foi reduzida, os tempos totais de cada movimentação diminuem o
tempo de movimentação do ponto A para o ponto B continua sendo os mesmos 27 segundos
(ver Tabela 21). Entretanto, a frequência dessa atividade foi reduzida de seis vezes para apenas
uma única vez (ver Tabela 18).
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 27 2 23
B 22 X 18 6
C 22 X 24 21 37
D 11 X 21 4
E 17 19 X
F X
G X
H 2 31 X 25 27
I 19 24 X
J X
K 8 X
L 35 X
M X
N X
O X
P X
Q 8 24 X
TEMPO ENTRE AS ATIVIDADES EM SEGUNDOS
84
Tabela 22 Estudo do tempo total de deslocamento em segundos – operador 1 depois
Fonte: Próprio autor.
Seguindo o mesmo exemplo de movimentação do ponto A para o ponto B e
multiplicando por sua frequência é dado um tempo total dessa movimentação de 66 segundos
(marcados em vermelho na Tabela 22), e assim por diante, calculando os demais tempos por
suas movimentações e frequências do operador 1 a redução das movimentações caiu de 2.017
segundos (33 minutos) para 813 segundos, ou aproximadamente 14 minutos, uma redução de
42% no tempo de movimentação.
Na Tabela 23é apresentado o mesmo esquema de melhorias e seus devidos resultados,
para o operador 2.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 27 6 23
B 66 X 90 6
C 110 X 0 72 37
D 44 X 42 4
E 34 38 X
F X
G X
H 4 62 X 54
I 19 24 X
J X
K 8 X
L 35 X
M X
N X
O X
P X
Q 8 X
TEMPO TOTAL DE DESLOCAMENTO EM SEGUNDOS
85
Tabela 23 Estudo de frequência entre atividades – operador 2 depois
Fonte: Próprio autor.
Com as alterações realizadas no layout (Figura 14) as novas quantidades de vezes
(frequências) que o operador 2 se movimenta durante a realização do setup do tipo completo
são apresentadas na Tabela 23. A movimentação do ponto A para o ponto B que antes era de 9
vezes (ver Tabela 8) agora é feita 2 vezes, e entre o ponto B e C, que era de 13 vezes (ver Tabela
11) agora é feita 3 vezes e assim por diante nas demais movimentações.
Dando continuidade à melhoria de movimentação do operador 2, a Tabela 24traz a
redução em metros entre os pontos baseado no novo layout.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L N O Q R S T
A X 2 1 1 3 1B 3 X 3 2 1
C 2 3 X 3 1 1 2
D X 3
E 3 3 X 1 1 1
F X
G X
H 1 X
I X
J 1 X
K X
L X
N 1 X
O X
Q 1 1 X
R X
S 2 1 1 X
T 1 1 1 X
FREQUÊNCIA
86
Tabela 24 Estudo de distância entre atividades – operador 2 depois
Fonte: Próprio autor.
A redução das distâncias entre os pontos de movimentação teve uma redução
considerável, como exemplo apresentado na Tabela 24, a distância entre o ponto A e o ponto B
que antes era de 9,5 metros (ver Tabela 9) foi reduzida para 6 metros e assim por diante.
Na Tabela 25 é apresentado o estudo das frequências vezes as distâncias entre os
pontos baseado no novo layout.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L N O Q R S T
A X 6 14 15 18 2 8 3,5 6 21 14 7,5 4 4 11 15 13 5
B 6 X 8 9 11 5,5 2,5 6 3 12 8 13 10,5 8 5 9 7 5
C 14 8 X 1 5 14 7 15 9 6 4 8,5 18 16 4 2 2
D 15 9 1 X 3 15 8 16 10 4 2 9 20 17 5 2,5 2,5
E 18 11 4 3 X 18,5 11 19 3 1 3 11 23 20 8 5
F 2 6 13 14 17 X 7 1 5 17 14 6 5 3 10,5 14
G 7 3 8 9 12 6 X 7 2 13 12 16 10 8 7 8,5
H 3,5 6 14 15 18 8 6 X 6 18 15 7 6 4 11,5 15 13
I 6 3 10 11 14 7 2 5 X 15 14 16 10 8,5 5 10,5
J 21 12 6 4 1 17 13 18 15 X 5 8 23 20 8 5
K 21 12 4 2 3 14 12 15 14 5 X 9 23 21 3 5
L 7,5 13 8,5 9 11 6 16 7 16 8 9 X 18 8 4 6
N 4 10,5 18 20 23 5 10 6 10 18 5 18 X 7 15 15
O 2 8 15 16 19 1 9 1 7 19 16 8 7 X 12,5 14
Q 11 5 4 5 8 10,5 7 11,5 5 18 3 6 15 12,5 X 4,5
R 14 9 2 2,5 5 14 8 15 10,5 5 5 6 15 13,5 4,5 X
S 11 6 2 X
T 5 5 12 X
DISTÂNCIA EM METROS
87
Tabela 25 Estudo entre as distâncias e frequências percorridas – operador 2 depois
Fonte: Próprio autor.
Conforme a Tabela 25, a distância percorrida total entre os pontos também obteve
reduções, seguindo o mesmo exemplo, do ponto A para o ponto B.A distância percorrida antes
das melhorias era de 85,5 metros (ver Tabela 10) sendo reduzidos para atuais 12 metros. Assim,
o operador 2 durante o setup do tipo completo percorre atualmente 325 metros, ante os 1.388
metros percorridos sem as melhorias.
A Tabela 26 traz os dados de melhorias referentes aos tempos gastos entre os pontos
das atividades do setup.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L N O Q R S T
A X 12 14 4 39 5
B 18 X 24 14 5
C 28 24 X 0 15 15 4 4
D X 9
E 12 9 X 1
F X
G X
H 14 X
I X
J 1 X
K X
L X
N 10,5 X
O X
Q 5 X
R X
S 22 6 X
T 5 5 12 X
DISTÂNCIA PERCORRIDA
88
Tabela 26 Estudo de tempo entre as atividades em segundos – operador 2 depois
Fonte: Próprio autor.
Assim como aconteceu com o operador 1, o operador 2 na maioria dos tempos de
movimentação não obteve grandes reduções, o que faz a diferença é a redução das frequências
das atividades, ou seja, a quantidade de vezes que o operador se movimenta entre os pontos.
Como exemplo, na Tabela 26, apresenta-se que o operador 2 leva 13 segundos para se
movimentar do ponto B para o ponto C, o mesmo tempo apontado antes das melhorias (ver
Tabela 11).
Entretanto, a Tabela 27 traz o tempo total das movimentações entre os pontos com
suas devidas frequências calculadas.
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
A X 24 15 2
B 22 X 13 2
C 12 6 X 4 9 4 12
D X 2
E 4 5 X 4 6 11
F X
G X
H 4 X
I X
J 2 X
K X
L X
M 4 X
N X
O 8 5 X
P X
Q 22 3 2 X
TEMPO ENTRE AS ATIVIDADES EM SEGUNDOS
89
Tabela 27 Estudo do tempo total de deslocamento em segundos – operador 2 depois
Fonte: Próprio autor.
Os dados dos tempos de redução dos deslocamentos do operador 2 são apresentados
na Tabela 26, os tempos de deslocamentos mais considerados estão entre os pontos A e B, com
a tabulação de todos os tempos a redução para o operador 2 dos deslocamentos caiu de 1.500
segundos (25 minutos) para atuais 391 segundos, ou aproximadamente 7 minutos.
Após as melhorias implementadas é finalizado o processo desenvolvendo novamente
o croqui do processo de fabricação com o quadro do Travel Chart atualizado dos dois
operadores, conforme as Figuras 15 e 16 respectivamente:
PARA
DEA B C D E F G H I J K L M N O P Q
X 48 15 2
B 66 X 39 4
C 24 18 X 12 9 4 24
D X 6
E 12 15 X 4 6 11
F X
G X
H 4 X
I X
J 2 X
K X
L X
M 4 X
N X
O 8 5 X
P X
Q 44 3 2 X
TEMPO TOTAL DE DESLOCAMENTO EM SEGUNDOS
90
Figura16 Gráfico de movimentação atual – operador 1 depois
Fonte:
Fonte: Próprio autor
Figura 17 Gráfico de movimentação atual – operador 2 depois
Fonte:
Fonte: Próprio autor
Método FUTURA - Operador (1)
307m
Método FUTURA - Operador (2)
343m
91
Finalizando o Travel Chart com a demonstração gráfica após as melhorias ficam
evidenciado no croqui como as movimentações dos operadores foram reduzidas desde o início
do projeto, como citado anteriormente, essa última etapa de marcar os pontos percorridos é
importante não só para demonstrar as devidas reduções, mas também para motivar outras áreas
da empresa a se interessarem pelo projeto e querer fazer a implementação em seus devidos
setores.
5. Conclusão
Na década de 1950Shingo trouxe uma ferramenta que seria utilizada por grande parte
das empresas em todo o mundo quando se fala na tratativa de reduzir desperdícios de tempo em
relação aos ajustes de máquinas e equipamentos nos processos industriais, décadas depois,
inúmeros estudos foram realizados para aperfeiçoamento da metodologia SMED, desenvolvida
por Shingo.
Pesquisadores do mundo todo atualizaram em suas mais variadas lacunas os pontos
que não foram observados por Shingo na época de seus estudos, ou simplesmente porque ao
longo dos anos os processos produtivos foram aprimorados e com isso, houve a necessidade de
se atualizar as ferramentas de gestão de acordo com essas novas realidades.
Os clientes exigem cada vez mais produtos diversificados, trazendo com essas novas
exigências processos produtivos cada vez mais dinâmicos para poderem atender o mix de
produtos cada vez mais específico do mercado global.
Se nos anos 50 Shingo trouxe a revolução separando os processos de setup em
atividades internas e externas, hoje essa separação deve ir além da simples ordenação dessas
atividades no momento da troca de produto em uma linha de produção.
Para colaborar com essa atualização da metodologia de Shingo, esse projeto
apresentou o SMED trabalhando em conjunto com o Travel Chart, metodologias que juntas,
provaram sua eficácia na redução dos tempos de setup das máquinas em uma linha de produção.
Nesse estudo, que não se resumiu somente em separar atividades de setup externo em
interno e sim, desenvolver análises nas demais atividades em torno de uma máquina ou linha
de produção com o objetivo de reduzir ainda mais os tempos de setup além do proposto por
Shingo.
92
Com o uso do Travel Chartfoi possível projetar e implementar melhorias significativas
no layout do processo estudado, reduzindo tempos de 2.017 segundos para 813 segundos em
movimentação de atividades de somente um dos operadores, e no segundo operador a redução
foi ainda melhor diminuindo de 1.500 segundos para 391 segundos sua movimentação durante
o processo de setup, importante ressaltar que houve melhorias também na ergonomia para os
trabalhadores, mas conforme citado anteriormente, esse não é o escopo do projeto.
Em apoio ao SMED, o Travel Chart apresentou melhorias significativas nas distâncias
percorridas pelos operadores durante a realização do setup, o operador 1 que percorria 778
metros em cada setup, passou a percorrer 307 metros e o segundo operador teve redução de
consideráveis 1.380 metros para atuais 325 metros por cada setup realizado.
Em se tratando do uso do SMED propriamente dito, o setup do tipo completo realizado
no equipamento que antes das melhorias tinha um tempo total de 285 minutos, foi reduzido
para 186 minutos, um ganho de aproximadamente 35% de tempo em cada troca de produto.
Não foi objeto de estudo desse projeto a análise do ganho financeiro em relação às
melhorias apontadas, mas não deixa de ser outro fator muito importante e que pode ser
considerado para futuras pesquisas, tendo em vista, que em algumas situações o valor financeiro
em alguma melhoria pode não valer a pena do ponto de vista de investimento.
O usoda metodologia SMED em conjunto com a técnica de estudo de layoutTravel
Chart e a análise estatística provaram que essa fusão funciona, sobretudo na flexibilidade de
unir os processos de ambas as ferramentas em torno de um bem comum, no caso específico da
redução do tempo de setup.
Na aplicação da estatística, o estudo provou validade dessa análise, os resultados
apresentados pela estatística demonstraram que além do setup, que é o foco principal do projeto,
outras atividades podem ter atenção especial após os trabalhos com a redução do tempo de
setup. Atividades essas, que não ficam claras quando um tratamento estatístico deixa de ser
considerado, especialmente no Brasil, onde temos uma deficiência cultural em não dar a devida
atenção aos estudos realizados pela estatística. No mais, outras ferramentas como diagrama de
Ishikawa, 5W2H, Pareto, entre outras, podem valorizar a apuração dos resultados obtidos com
o SMED.No entanto, nesse projeto, o apoio do Travel Chart e da análise estatística se
mostraram eficientes em seus resultados, colaborando de forma efetiva na redução do tempo de
setup da máquina objeto do estudo.
93
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97
Apêndice A – Projeto – Análise dos dados apontados quanto à normalidade
refeição 60 60 60 60 60 60 120 60 60 60 60 120 60 60 60 60 120 60 60 60 60 60 60 60 60
necessidades pessoais 15 15 20 10 15 10 15 35 9 15 10 15 25 15 15 15 10 10 20
Ginástica Laboral 30 20
Manutenção Corretiva 145 20 100 600 305 445 30 295 15 85 15 15 58 93 156 358 50 100 35 45 160 240 87
Setup 145 85 155 190 95 75 460 50 110 200 290 170 270 55 190 115 145 210 50 40 80 240 310 70 30 240 123 40 160 45 73
Falta de Material 20 210 60 295 35 40 60 265 225 68 40 30 68 65 89 20 30 26 160 45 73
Parada por Gestão 20 35 13 120 330 600 135 150 30 22 20 270 12
Aguardando o PCP 65 30
Retrabalho 70 475 325 210 40
Abastecimento Bobina 120 150 60 85 108 60 60 170 105 30 133 26 107 25 60 130 115 188 178 120 86 60 183 307 150 85 90 56 87 63 87 50
Transporte de Peças Prontas 20 35 10 45 10 75 20 36 15 22 15 10 10 20 30 45 63 17 29 28 30 21 12 80 13 10 10 3 5 20
Ajuste do Equip. pelo Operador 90 17 30 30 17 60 90 30 40 37 19 20 7 100 30 40 90 25 55 170 30 70 41 42
Análise descritiva dos dados
98
DescriptiveStatistics: refeição; necessidades; Giná stica La; Manutenção C; ... Variable N Mean StDev Minimum Median Maximum refeição 25 67,20 19,90 60,00 60,00 120,00 necessidades pessoais 19 15,47 6,27 9,00 15,00 35,00 Ginástica Laboral 2 25,00 7,07 20,00 25,00 30,00 Manutenção Corretiva 23 150,1 155,4 15,0 93,0 600,0 Setup 31 145,5 98,9 30,0 123,0 460,0 Falta de Material 21 91,6 85,1 20,0 60,0 295,0 Parada por Gestão 13 135,2 174,0 12,0 35,0 600,0 Aguardando o PCP 2 47,5 24,7 30,0 47,5 65,0 Retrabalho 5 224,0 180,9 40,0 210,0 475,0 Abastecimento Bobina 32 104,2 58,7 25,0 88,5 307,0 Transporte de Peças Pron 30 25,30 19,47 3,00 20,00 80,00 Ajuste do Equip. peloOp 24 49,17 36,85 7,00 38,50 170,00
Análise gráfica
Figura 1A – Gráfico Boxplot dos grupos de variáveis.
120
90
60
30
20
10
30
25
20
500
250
0
400
200
0
300
200
100
500
250
0
60
45
30
400
200
0
300
200
100
80
40
0
160
80
0
refeição necessidades pessoais Ginástica Laboral Manutenção Corretiva
Setup Falta de Material Parada por Gestão Aguardando o PCP
Retrabalho Abastecimento Bobina Transporte de Peças Prontas Ajuste do Equip. pelo Operador
Boxplot of refeição; necessidades; Ginástica La; Manutenção C; ...
99
Figura 2A – Gráfico – Intervalo Plot dos grupos de variáveis.
500
250
0
500
250
0
500
250
0
refeição necessidades pessoais Ginástica Laboral Manutenção Corretiva
Setup Falta de Material Parada por Gestão Aguardando o PCP
Retrabalho Abastecimento Bobina Transporte de Peças Prontas Ajuste do Equip. pelo Operador
Interval Plot of refeição; necessidades; Ginástica La; ...95% CI for the Mean
todas observações 60 60 60 60 60 60 120 60 60 60 60 120 60 60 60 60 120 60 60 60 60 60 60 60 60 15 15 20 10 15 10 15 35 9 15 10 15 25 15 15 15 10 10 20 30 20 145 20 100 600 305 445 30 295 15 85 15 15 58 93 156 358 50 100 35 45 160 240 87 145 85 155 190 95 75 460 50 110 200 290 170 270 55 190 115 145 210 50 40 80 240 310 70 30 240 123 40 160 45 73 20 210 60 295 35 40 60 265 225 68 40 30 68 65 89 20 30 26 160 45 73 20 35 13 120 330 600 135 150 30 22 20 270 12 65 30 70 475 325 210 40 120 150 60 85 108 60 60 170 105 30 133 26 107 25 60 130 115 188 178 120 86 60 183 307 150 85 90 56 87 63 87 50 20 35 10 45 10 75 20 36 15 22 15 10 10 20 30 45 63 17 29 28 30 21 12 80 13 10 10 3 5 20 90 17 30 30 17 60 90 30 40 37 19 20 7 100 30 40 90 25 55 170 30 70 41 42
100
Figura 3A – Gráfico Boxplot de todas as observações.
600
500
400
300
200
100
0
tod
as o
bse
rva
çõ
es
Boxplot of todas observações
101
Figura 4A – Gráfico Histograma de todas as observações.
560480400320240160800
70
60
50
40
30
20
10
0
todas observações
Fre
qu
en
cy
Histogram of todas observações
Conclusão:normalidade não verificada para os dados!!
Apêndice B – Logaritmo (base neperiana) dos dados
log(observações) 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,78749 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,78749 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,78749 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 2,70805 2,70805 2,99573 2,30259 2,70805 2,30259 2,70805 3,55535 2,19722 2,70805 2,30259 2,70805 3,21888 2,70805 2,70805 2,70805 2,30259 2,30259 2,99573 3,40120 2,99573 4,97673 2,99573 4,60517 6,39693 5,72031 6,09807 3,40120 5,68698 2,70805 4,44265 2,70805 2,70805 4,06044 4,53260 5,04986 5,88053 3,91202 4,60517 3,55535 3,80666 5,07517 5,48064 4,46591 4,97673 4,44265 5,04343 5,24702 4,55388 4,31749 6,13123 3,91202 4,70048 5,29832 5,66988 5,13580 5,59842 4,00733 5,24702 4,74493 4,97673 5,34711 3,91202 3,68888 4,38203 5,48064 5,73657 4,24850 3,40120 5,48064 4,81218 3,68888 5,07517 3,80666 4,29046 2,99573 5,34711 4,09434 5,68698 3,55535 3,68888 4,09434 5,57973 5,41610 4,21951 3,68888 3,40120 4,21951 4,17439 4,48864 2,99573 3,40120 3,25810 5,07517 3,80666 4,29046 2,99573 3,55535 2,56495 4,78749 5,79909 6,39693 4,90527 5,01064 3,40120 3,09104 2,99573 5,59842 2,48491 4,17439 3,40120 4,24850 6,16331 5,78383 5,34711 3,68888 4,78749 5,01064 4,09434 4,44265 4,68213 4,09434 4,09434 5,13580 4,65396 3,40120 4,89035 3,25810 4,67283 3,21888 4,09434 4,86753 4,74493 5,23644 5,18178 4,78749 4,45435 4,09434 5,20949 5,72685 5,01064 4,44265 4,49981 4,02535 4,46591 4,14313 4,46591 3,91202 2,99573 3,55535 2,30259 3,80666 2,30259 4,31749 2,99573 3,58352 2,70805 3,09104 2,70805 2,30259 2,30259 2,99573 3,40120 3,80666 4,14313 2,83321 3,36730 3,33220 3,40120 3,04452 2,48491
102
4,38203 2,56495 2,30259 2,30259 1,09861 1,60944 2,99573 4,49981 2,83321 3,40120 3,40120 2,83321 4,09434 4,49981 3,40120 3,68888 3,61092 2,94444 2,99573 1,94591 4,60517 3,40120 3,68888 4,49981 3,21888 4,00733 5,13580 3,40120 4,24850 3,71357 3,73767
Figura 1B – Gráfico Boxplot das observações.
7
6
5
4
3
2
1
log
(ob
se
rva
çõ
es)
Boxplot of log(observações)
Figura 2B – Gráfico – Histograma das observações.
103
6,005,254,503,753,002,251,50
40
30
20
10
0
log(observações)
Fre
qu
en
cy
Mean 3,993
StDev 1,013
N 227
Histogram of log(observações)Normal
Figura 3B – Gráfico Probabilidade das observações.
76543210
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
log(observações)
Pe
rce
nt
Mean 3,993
StDev 1,013
N 227
AD 0,796
P-Value 0,039
Probability Plot of log(observações)Normal
Conclusão: boa normalidade para os dados transformados!!
104
Apêndice C – Dados transformados (escala logarítmic a) log(refeição) 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,78749 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,78749 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,78749 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 4,09434 log(necessidades pessoais) 2,70805 2,70805 2,99573 2,30259 2,70805 2,30259 2,70805 3,55535 2,19722 2,70805 2,30259 2,70805 3,21888 2,70805 2,70805 2,70805 2,30259 2,30259 2,99573 log(ginástica laboral) 3,40120 2,99573 log(manutençao corretiva) 4,97673 2,99573 4,60517 6,39693 5,72031 6,09807 3,40120 5,68698 2,70805 4,44265 2,70805 2,70805 4,06044 4,53260 5,04986 5,88053 3,91202 4,60517 3,55535 3,80666 5,07517 5,48064 4,46591 log(setup) 4,97673 4,44265 5,04343 5,24702 4,55388 4,31749 6,13123 3,91202 4,70048 5,29832 5,66988 5,13580 5,59842 4,00733 5,24702 4,74493 4,97673 5,34711 3,91202 3,68888 4,38203 5,48064 5,73657 4,24850 3,40120 5,48064 4,81218 3,68888 5,07517 3,80666 4,29046 log(falta de material) 2,99573 5,34711 4,09434 5,68698 3,55535 3,68888 4,09434 5,57973 5,41610 4,21951 3,68888 3,40120 4,21951 4,17439 4,48864 2,99573 3,40120 3,25810 5,07517 3,80666 4,29046 log(parada por gestão) 2,99573 3,55535 2,56495 4,78749 5,79909 6,39693 4,90527 5,01064 3,40120 3,09104 2,99573 5,59842 2,48491 log(aguardando o PCP) 4,17439 3,40120 log(retrabalho) 4,24850 6,16331 5,78383 5,34711 3,68888
log(abastecimento bobina) 4,78749 5,01064 4,09434 4,44265 4,68213 4,09434 4,09434 5,13580 4,65396 3,40120 4,89035 3,25810 4,67283 3,21888 4,09434 4,86753 4,74493 5,23644 5,18178 4,78749 4,45435 4,09434 5,20949 5,72685 5,01064 4,44265 4,49981 4,02535 4,46591 4,14313 4,46591 3,91202 log(transporte peças prontas) 2,99573 3,55535 2,30259 3,80666 2,30259 4,31749 2,99573 3,58352 2,70805 3,09104 2,70805 2,30259 2,30259 2,99573 3,40120 3,80666 4,14313 2,83321 3,36730 3,33220 3,40120 3,04452 2,48491 4,38203 2,56495 2,30259 2,30259 1,09861 1,60944 2,99573 log(ajuste equipamento) 4,49981 2,83321 3,40120 3,40120 2,83321 4,09434 4,49981 3,40120 3,68888 3,61092 2,94444 2,99573 1,94591 4,60517 3,40120 3,68888 4,49981 3,21888 4,00733 5,13580 3,40120 4,24850 3,71357 3,73767
105
Apêndice C: Análise descritiva
DescriptiveStatistics: log(refeição; log(necessid; log(ginástic; ... Variable N Mean StDev Minim um Median Maximum log(refeição) 25 4,1775 0,2299 4,09 43 4,0943 4,7875 log(necessidades pessoai 19 2,6762 0,3502 2,19 72 2,7081 3,5553 log(ginástica laboral) 2 3,198 0,287 2,9 96 3,198 3,401 log(manutençao corretiva 23 4,473 1,124 2,7 08 4,533 6,397 log(setup) 31 4,753 0,706 3,4 01 4,812 6,131 log(falta de material) 21 4,166 0,834 2,9 96 4,094 5,687 log(parada por gestão) 13 4,122 1,340 2,4 85 3,555 6,397 log(aguardando o PCP) 2 3,788 0,547 3,4 01 3,788 4,174 log(retrabalho) 5 5,046 1,044 3,6 89 5,347 6,163 log(abastecimento bobina 32 4,494 0,581 3,2 19 4,483 5,727 log(transporte peças pro 30 2,968 0,756 1,0 99 2,996 4,382 log(ajuste equipamento) 24 3,659 0,712 1,9 46 3,650 5,136
Análise gráfica
Figura 1C – Gráfico Boxplot dos grupos de variáveis.
6
4
2
6
4
2
6
4
2
log(refeição) log(necessidades pessoais) log(ginástica laboral) log(manutençao corretiv a)
log(setup) log(falta de material) log(parada por gestão) log(aguardando o PC P)
log(retrabalho) log(abastecimento bobina) log(transporte peças prontas) log(ajuste equipamento)
Boxplot of log(refeição; log(necessid; log(ginástic; log(manutenç; ...
106
Figura 2C – Gráfico – Intervalo Plot dos grupos de variáveis.
10
5
0
10
5
0
10
5
0
log(refeição) log(necessidades pessoais) log(ginástica laboral) log(manutençao corretiv a)
log(setup) log(falta de material) log(parada por gestão) log(aguardando o PC P)
log(retrabalho) log(abastecimento bobina) log(transporte peças prontas) log(ajuste equipamento)
Interval Plot of log(refeição; log(necessid; log(ginástic; ...95% CI for the Mean
107
Apêndice D – Análise de variância (dados transformados)
One-way ANOVA: log(refeição; log(necessid; log(giná stic; log(manutenç; ... Source DF SS MS F P Factor11 106,977 9,725 16,71 0,000 Error215 125,131 0,582 Total 226 232,108 S = 0,7629 R-Sq = 46,09% R-Sq(adj) = 43,33% Level N MeanStDev log(refeição) 25 4,1775 0,2299 log(necessidades pessoai 19 2,6762 0,3502 log(ginástica laboral) 2 3,1985 0,2867 log(manutençao corretiva 23 4,4727 1,1242 log(setup) 31 4,7534 0,7059 log(falta de material) 21 4,1656 0,8343 log(parada por gestão) 13 4,1221 1,3404 log(aguardando o PCP) 2 3,7878 0,5467 log(retrabalho) 5 5,0463 1,0442 log(abastecimento bobina 32 4,4938 0,5810 log(transporte peças pro 30 2,9679 0,7559 log(ajuste equipamento) 24 3,6587 0,7115 Individual 95% CIs For Mean Based on Pooled StDev Level ---------+---------+----- ----+---------+ log(refeição) (--*--) log(necessidades pessoai (---*--) log(ginástica laboral) (----------*----------) log(manutençao corretiva (--* --) log(setup) ( --*-) log(falta de material) (---*--) log(parada por gestão) (---*---) log(aguardando o PCP) (----------*------- ---) log(retrabalho) (- ----*------) log(abastecimento bobina (--* --) log(transporte peças pro (--*-) log(ajuste equipamento) (--*--) ---------+---------+---------+---------+ 3,0 4,0 5,0 6,0 PooledStDev = 0,7629
108
Grouping Information Using Tukey Method N Mean Grouping log(retrabalho) 5 5,0463 A log(setup) 31 4,7534 A log(abastecimento bobina) 32 4,4938 A log(manutençao corretiva) 23 4,4727 A log(refeição) 25 4,1775 A B log(falta de material) 21 4,1656 A B log(parada por gestão) 13 4,1221 A B log(aguardando o PCP) 2 3,7878 A B C log(ajuste equipamento) 24 3,6587 B C log(ginástica laboral) 2 3,1985 A B C log(transporte peças prontas) 30 2,9679 C log(necessidades pessoais) 19 2,6762 C Means that do not share a letter are significantly different. Tukey 95% SimultaneousConfidenceIntervals
Conclusão: Grupos similares (igualdade das médias):
(1) Retrabalho, setup, abastecimento bobina, manutenção corretiva, refeição, falta material, parada gestão, aguardando o PCP.
(2) Refeição, falta material, parada gestão, aguardando PCP, ajuste equipamento, ginástica laboral.
(3) Aguardando PCP, ajuste equipamento, ginástica laboral, transporte peças, necessidades pessoais.
109
Apêndice E – Comparação entre os pares All Pairwise Comparisons Individual confidence level = 99,89% log(refeição) subtracted from: Lower Center Upper log(necessidades pessoai -2,2680 -1,5013 -0,7346 log(ginástica laboral) -2,8303 -0,9791 0,8722 log(manutençao corretiva -0,4327 0,2952 1,0231 log(setup) -0,1013 0,5758 1,2530 log(falta de material) -0,7576 -0,0119 0,7338 log(parada por gestão) -0,9169 -0,0555 0,8060 log(aguardando o PCP) -2,2410 -0,3897 1,4615 log(retrabalho) -0,3654 0,8688 2,1030 log(abastecimento bobina -0,3562 0,3162 0,9887 log(transporte peças pro -1,8918 -1,2096 -0,5274 log(ajuste equipamento) -1,2388 -0,5189 0,2011 +---------+---------+- --------+--------- log(necessidades pessoai (--*---) log(ginástica laboral) (--------*------ --) log(manutençao corretiva (--* ---) log(setup) (-- -*--) log(falta de material) (---*- --) log(parada por gestão) (----*- --) log(aguardando o PCP) (--------*--- -----) log(retrabalho) (--- --*------) log(abastecimento bobina (--- *--) log(transporte peças pro (--*--) log(ajuste equipamento) (--*---) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas: refeição com necessidades pessoais; refeição com transporte peças. log(necessidades pessoais) subtractedfrom: Lower Center Upper log(ginásticalaboral) -1,3505 0,5222 2,3950 log(manutençao corretiva 1,0155 1,7965 2,5775 log(setup) 1,3431 2,0771 2,8111 log(falta de material) 0,6917 1,4894 2,2870 log(parada por gestão) 0,5391 1,4458 2,3526 log(aguardando o PCP) -0,7612 1,1116 2,9843 log(retrabalho) 1,1039 2,3701 3,6363 log(abastecimento bobina 1,0879 1,8175 2,5471 log(transporte peças pro -0,4469 0,2917 1,0303 log(ajuste equipamento) 0,2088 0,9824 1,7560 +---------+---------+- --------+--------- log(ginástica laboral) (-------- -*--------) log(manutençao corretiva (---*---) log(setup) (--*---) log(falta de material) (---*---) log(parada por gestão) (---*----) log(aguardando o PCP) (----- ----*--------) log(retrabalho) (-----*-----) log(abastecimento bobina (---*---) log(transporte peças pro (--* ---) log(ajuste equipamento) ( ---*---) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
110
Diferenças significativas necessidades pessoais com todos exceto aguardando PCP e transporte peças. log(ginásticalaboral) subtracted from: Lower Center Upper log(manutençao corretiva -0,5829 1,2742 3,1314 log(setup) -0,2830 1,5549 3,3928 log(falta de material) -0,8971 0,9672 2,8314 log(parada por gestão) -0,9899 0,9236 2,8371 log(aguardando o PCP) -1,9299 0,5893 3,1085 log(retrabalho) -0,2599 1,8479 3,9556 log(abastecimento bobina -0,5409 1,2953 3,1315 log(transporte peças pro -2,0703 -0,2305 1,6092 log(ajuste equipamento) -1,3939 0,4602 2,3143 +---------+---------+- --------+--------- log(manutençao corretiva (---- ----*---------) log(setup) (-- ------*--------) log(falta de material) (----- ---*--------) log(parada por gestão) (------ ---*--------) log(aguardando o PCP) (----------- -*------------) log(retrabalho) (-- -------*----------) log(abastecimento bobina (---- ----*---------) log(transporte peças pro (--------*-- ------) log(ajuste equipamento) (-------- *---------) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas ginástica laboral com nenhum. log(manutençao corretiva) subtractedfrom: Lower Center Upper log(setup) -0,4126 0,2807 0,9740 log(falta de material) -1,0674 -0,3071 0,4533 log(parada por gestão) -1,2248 -0,3506 0,5235 log(aguardando o PCP) -2,5421 -0,6849 1,1723 log(retrabalho) -0,6695 0,5736 1,8167 log(abastecimento bobina -0,6676 0,0210 0,7097 log(transporte peças pro -2,2030 -1,5048 -0,8066 log(ajuste equipamento) -1,5491 -0,8140 -0,0789 +---------+---------+- --------+--------- log(setup) (--* ---) log(falta de material) (--*--- ) log(parada por gestão) (---*--- -) log(aguardando o PCP) (---------*---- ----) log(retrabalho) (---- -*-----) log(abastecimento bobina (--*- --) log(transporte peças pro (--*---) log(ajuste equipamento) (---*---) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
111
Diferenças significativas manutenção corretiva comtransporte peças e ajuste equipamento. log(setup) subtracted from: Lower Center Upper log(falta de material) -1,2997 -0,5877 0,1242 log(parada por gestão) -1,4637 -0,6313 0,2011 log(aguardando o PCP) -2,8035 -0,9656 0,8723 log(retrabalho) -0,9211 0,2930 1,5070 log(abastecimento bobina -0,8945 -0,2596 0,3752 log(transporte peças pro -2,4306 -1,7854 -1,1402 log(ajuste equipamento) -1,7797 -1,0947 -0,4098 +---------+---------+- --------+--------- log(falta de material) (--*---) log(parada por gestão) (---*---) log(aguardando o PCP) (--------*------ --) log(retrabalho) (-----* ------) log(abastecimento bobina (--*-- ) log(transporte peças pro (--*--) log(ajuste equipamento) (---*--) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas setup com transporte peças e ajuste equipamento. log(falta de material) subtracted from: Lower Center Upper log(parada por gestão) -0,9326 -0,0436 0,8455 log(aguardando o PCP) -2,2421 -0,3778 1,4864 log(retrabalho) -0,3729 0,8807 2,1343 log(abastecimento bobina -0,3794 0,3281 1,0356 log(transporte peças pro -1,9145 -1,1977 -0,4809 log(ajuste equipamento) -1,2597 -0,5070 0,2458 +---------+---------+- --------+--------- log(parada por gestão) (----*- --) log(aguardando o PCP) (--------*--- -----) log(retrabalho) (--- --*------) log(abastecimento bobina (--- *--) log(transporte peças pro (---*---) log(ajuste equipamento) (--*---) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0 log(parada por gestão) subtractedfrom: Lower Center Upper log(aguardando o PCP) -2,2477 -0,3343 1,5792 log(retrabalho) -0,4014 0,9243 2,2500 log(abastecimento bobina -0,4569 0,3717 1,2003 log(transporte peças pro -1,9906 -1,1541 -0,3176 log(ajuste equipamento) -1,3309 -0,4634 0,4041 +---------+---------+- --------+--------- log(aguardando o PCP) (--------*--- ------)
112
log(retrabalho) (--- ---*-----) log(abastecimento bobina (--- *---) log(transporte peças pro (---*---) log(ajuste equipamento) (----*--- ) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas parada gestão com transporte peça. log(aguardando o PCP) subtractedfrom: Lower Center Upper log(retrabalho) -0,8492 1,2585 3,3663 log(abastecimento bobina -1,1302 0,7060 2,5421 log(transporte peças pro -2,6596 -0,8199 1,0199 log(ajuste equipamento) -1,9832 -0,1291 1,7250 +---------+---------+- --------+--------- log(retrabalho) (----- ----*----------) log(abastecimento bobina (------- --*--------) log(transporte peças pro (--------*----- ---) log(ajuste equipamento) (--------*-- -------) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas aguardando PCP com nenhuma. log(retrabalho) subtracted from: Lower Center Upper log(abastecimento bobina -1,7640 -0,5526 0,6589 log(transporte peças pro -3,2953 -2,0784 -0,8615 log(ajuste equipamento) -2,6261 -1,3877 -0,1492 +---------+---------+- --------+--------- log(abastecimento bobina (-----*---- -) log(transporte peças pro (-----*-----) log(ajuste equipamento) (-----*-----) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas retrabalho com transporte peça e ajuste equipamento. log(abastecimentobobina) subtracted from: Lower Center Upper log(transporte peças pro -2,1660 -1,5258 -0,8856 log(ajuste equipamento) -1,5154 -0,8351 -0,1548 +---------+---------+- --------+--------- log(transporte peças pro (--*---) log(ajuste equipamento) (---*--) +---------+---------+- --------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
113
Diferenças significativas abastecimento bobina com transporte peça e ajuste equipamento. log(transporte peças prontas) subtractedfrom: Lower CenterUpper log(ajuste equipamento) 0,0008 0,6907 1,3806 +---------+---------+-- -------+--------- log(ajuste equipamento) (-- *---) +---------+---------+-- -------+--------- -4,0 -2,0 0,0 2,0
Diferenças significativas transporte peçase ajuste equipamento.
114
Apêndice F – Análise números ocorrências
números ocorrências 25 19 2 23 31 21 13 2 5 32 30 24
DescriptiveStatistics: números ocorrências Variable N Mean StDev Minimum Med ian Maximum numeros ocorrências 12 18,92 10,97 2,00 22 ,00 32,00
Figura 1F – Dotplot do número de ocorrências.
30252015105
numeros ocorrências
Dotplot of numeros ocorrências
Confidence Interval for One-Sample Poisson Rate: nu merosocorrências Total Rate of VariableOccurrencesN Occurrence 95% CI numeros ocorrências 227 12 18,9167 ( 16,5357, 21,5442)
115
Gráfico de controle (números ocorrências)
Figura 2F – Gráfico C Chart do número de ocorrências.
121110987654321
35
30
25
20
15
10
5
0
Sample
Sa
mp
le C
ou
nt
_C=18,92
UCL=31,96
LCL=5,87
1
1
11
C Chart of numeros ocorrências
Somas tempos
Sum of refeição = 1680 Sum of necessidades pessoais = 294 Sum of ginástica laboral = 50 Sum of manutenção corretiva = 3452 Sum of setup = 4511 Sum of falta de material = 1924 Sum of parada por gestão = 1757
116
Sum of aguardando o PCP = 95 Sum of retrabalho = 1120 Sum of abastecimento bobina = 3334 Sum of transporte peças prontas = 759 Sum of ajuste equipamento = 1180 somas 1680 294 50 3452 4511 1924 1757 95 1120 3334 759 1180 Descriptive Statistics: somas Variable N MeanStDev Minimum Median Maximum somas 12 1680 1429 50 1430 4511
Figura 3F – Gráfico I Chart das somas.
121110987654321
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
-1000
-2000
-3000
Observation
Ind
ivid
ua
l V
alu
e
_X=1680
UCL=5728
LCL=-2368
I Chart of somas