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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA MICROBACIA DO RIBEIRÃO GRIMPAS - GO GIOVANNA MILHOMENS PAES BARRETO MARIANA DE AMORIM VIEIRA BENTO GOIÂNIA, JULHO DE 2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL

ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA

MICROBACIA DO RIBEIRÃO GRIMPAS - GO

GIOVANNA MILHOMENS PAES BARRETO

MARIANA DE AMORIM VIEIRA BENTO

GOIÂNIA, JULHO DE 2017

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

GIOVANNA MILHOMENS PAES BARRETO

MARIANA DE AMORIM VIEIRA BENTO

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA

MICROBACIA DO RIBEIRÃO GRIMPAS, GOIÁS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora

da Universidade Federal de Goiás para a obtenção do grau de

bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária.

Orientador: Prof. Nilson Ferreira

GOIÂNIA, JULHO DE 2017

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

RESUMO

Os impactos sobre os recursos hídricos estão muitas vezes relacionados às ações antrópicas na

área de sua bacia hidrográfica. Tais impactos podem ser identificados a partir de análises e

monitoramento dessa área, onde as ferramentas de geoprocessamento têm grande contribuição na

identificação de problemas e supostas causas. O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma

análise de uso e ocupação da microbacia hidrográfica do Ribeirão Grimpas, a partir da

identificação das principais classes de uso do solo, e um levantamento das áreas de preservação

permanente no entorno de cursos d’água e nascentes que não estão em conformidade com a

Política Florestal do Estado de Goiás. As análises foram realizadas a partir de ferramentas de

geoprocessamento que permitiram o mapeamento da área e a interação de mapas visando maior

geração de dados. Para auxiliar na identificação de classes e possíveis problemas ambientais,

visitas a campo foram realizadas em dez pontos distribuídos em toda da área de estudo. A

microbacia abrange os municípios de Hidrolândia, Professor Jamil e Piracanjuba, no estado de

Goiás, apresentando aproximadamente 300 km². O estudo identificou um alto percentual de

ocupação por pastagens e um alto índice de degradação das áreas de preservação permanente,

onde apenas 26,95% de APPs no entorno de cursos hídricos e nascentes estão de acordo com o

que a Política Florestal do Estado de Goiás preconiza.

Palavras chaves: Bacia hidrográfica, uso e ocupação, ferramentas de geoprocessamento.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização da microbacia do Ribeirão Grimpas. ....................................................... 19

Figura 2 - Mapa de Declividade da microbacia do Ribeirão Grimpas. ........................................ 21

Figura 3 - Mapa de uso e cobertura do solo da microbacia do Ribeirão Grimpas. ....................... 26

Figura 4 (a) e (b) - Início de processos erosivos na bacia do Ribeirão Grimpas. ......................... 29

Figura 5 - Ribeirão Grimpas em ponto próximo à nascente, na área metropolitana do município

de Hidrolândia. .............................................................................................................................. 33

Figura 6 (a) e (b) – Trechos do Ribeirão Grimpas próximos à nascente com pouca presença de

mata ciliar...................................................................................................................................... 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Largura mínima de APP de cursos d’água conforme Código Florestal Brasileiro, Lei

12.727/2012. ................................................................................................................................. 13

Tabela 2 - Percentual de Declividade da microbacia do Ribeirão Grimpas. ................................ 22

Tabela 3 - Área de cada classe de uso e ocupação do solo na bacia do Ribeirão Grimpas. ......... 27

Tabela 4 - Área de influência de cada município dentro da microbacia. ...................................... 27

Tabela 5 - Produção bovina anual e taxa de lotação de pastagens na Microbacia. ....................... 28

Tabela 6 - Composição das áreas de APP do Ribeirão Grimpas. ................................................. 32

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LISTA DE ABREVIATURAS

APPs – Áreas de Preservação Permanente

CAR – Cadastro Ambiental Rural

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

GNU – General Public License

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PRA - Programa de Regularização Ambiental

RL – Reserva Legal

SCP – Semi Classification Plugin

SHP - Shapefile

SIEG - Sistema Estadual de Geoinformação

SIG - Sistemas de Informações Geográfica

UR – Uso Restrito

VNIR - The visible and near-infrared

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9

2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 11

2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 11

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 11

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 12

3.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ............................................................... 12

3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................................................ 15

3.3. SIG E ANÁLISE AMBIENTAL ........................................................................................ 16

4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 19

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................... 19

4.2. MAPA DE USO E OCUPAÇÃO........................................................................................ 23

4.3. ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE ....................................................................... 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 25

5.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................................................ 25

5.2. CONFORMIDADE DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE ............................. 29

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 37

7. REFERÊNCIAS................................................................................................................... 38

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1. INTRODUÇÃO

A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997,

incorpora princípios e normas para a gestão de recursos hídricos, adotando a definição de bacias

hidrográficas como unidade de estudo e gestão (NOGUEIRA et al., 2015), que funcionam como

um gigantesco reservatório público, no qual a utilização da água tem como principal destino

suprir as necessidades animais e humanas.

Os córregos e rios que compõem uma bacia hidrográfica são ecossistemas abertos que importam

e exportam nutrientes, energia e água. O conceito de ecossistema aberto implica que os cursos

d’água estão sujeitos a impactos rápidos e grosseiros causados pela mudança do uso da terra,

como urbanização e agricultura intensiva (KARR; DUDLEY, 1981).

Reafirmando o conceito de ecossistema aberto, segundo Donadio et al (2005), as características

do solo e seus diferentes usos influenciam de forma significativa na qualidade da água das bacias

hidrográficas, visto que a qualidade das amostras de água coletadas em áreas de agricultura, por

exemplo, tem se mostrado inferior à de amostras coletadas em áreas com vegetação nativa.

De acordo com Pigosso et al. (2009), a expressiva diminuição da cobertura florestal,

principalmente das matas ciliares, além de expor o solo a processos erosivos, acaba contribuindo

para a poluição das águas, principalmente com resíduos orgânicos e pesticidas provenientes da

atividade agropecuária.

Com a economia baseada no agronegócio, o estado de Goiás vem se destacando nas últimas

décadas na produção agrícola, diversificando as culturas e expandindo a área plantada. Em 2010

o estado ocupou a quarta posição no ranking nacional, sendo a soja o principal produto agrícola

(IMB, 2015).

Goiás está situado na região central do país conhecida como Planalto Central, sendo a mais

importante dispersora de águas da rede hidrográfica brasileira. Desta forma, a hidrografia goiana

é composta por cursos fluviais que correm para todas as regiões do Brasil, representando grande

influência sobre o território nacional (ALVES & FILHO, 2010).

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Tal fato reforça a importância da gestão adequada das bacias hidrográficas goianas visando a

preservação desses cursos fluviais, a partir de levantamentos e estudos que indiquem melhorias

em relação à ocupação e utilização dos recursos naturais, principalmente no que se refere à

cobertura vegetal, pois ela interfere nos mecanismos de transporte de água, reduz a erosão e

aumenta o potencial de infiltração, sendo fundamental para recarga dos aquíferos (DE PAULA,

2011).

As ferramentas de Geoprocessamento podem ser utilizadas para mapeamento do uso do solo e

cobertura, atuando de forma eficiente em análises de índices de degradação do meio ambiente e

para estudos de qualidade de bacias hidrográficas, contribuindo para um melhor planejamento

ambiental e gestão de bacias hidrográficas.

A gestão ambiental consiste na integração do desenvolvimento com o uso dos recursos naturais,

vinculando questões sobre qualidade e disponibilidade de água, demais recursos naturais e

condições de uso e ocupação do solo a partir da participação de agentes públicos e privados por

meio de instrumentos econômicos de comando e de controle (MAGRINI, 2001).

Tendo em vista esses conceitos, este trabalho propõe uma análise de uso e ocupação do solo da

microbracia do Ribeirão Grimpas, que é utilizada para abastecimento público pela concessionária

SANEAGO no município de Hidrolândia, localizada em Goiás. Por se tratar de uma área menor,

o trabalho em microbacia hidrográfica fornece uma análise mais apropriada, permitindo um

controle mais objetivo dos recursos humanos e financeiros.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O principal objetivo deste estudo é realizar uma análise de uso e ocupação do solo da microbacia

do Ribeirão Grimpas, localizada entre os municípios de Hidrolândia, Professor Jamil e

Piracanjuba, identificando ocupações inadequadas em áreas de preservação permanente.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Como objetivos específicos a serem cumpridos, temos:

a) realizar um mapa de uso e ocupação do solo da microbacia do Ribeirão Grimpas a

partir de imagens de satélite recentes, verificando quais as principais classes de ocupação

do solo;

b) identificar as áreas de preservação permanente no entorno de cursos hídricos e

nascentes, verificando os conflitos com a legislação estadual (Lei nº 18.104 de 18 de

julho de 2013).

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

As Áreas de Proteção Permanente, APPs, termo oficialmente criado a partir do Código Florestal

de 1965, Lei 4.771 de setembro de 1965, com o intuito de disciplinar e limitar as alterações

antrópicas negativas ao meio ambiente são definidas como espaços cobertos ou não por

vegetação nativa, como margens de rios, cursos d’água, lagos, lagoas e reservatórios, topos de

morros e encostas com declividade elevada, tendo como finalidade preservar os recursos

hídricos, a biodiversidade e a estabilidade ecológica.

É essencial que essas áreas estejam cobertas por vegetação, pois as mata ciliares são importantes

na redução do transporte de material nos cursos d'água, do assoreamento em suas margens, além

de minimizar os processos erosivos e auxiliar na manutenção e preservação da biodiversidade

(GUERRA et al., 2007; GARCIA, 2011).

A versão mais recente do Código Florestal Brasileiro é regida pela Lei nº 12.727 de 17 de

outubro de 2012, e trouxe uma nova regulamentação a respeito das definições de Reserva Legal,

Área de Preservação Permanente, pequena propriedade rural, de utilidade pública e interesse

social e a incorporação de dois instrumentos: o Cadastro Ambiental Rural e o Programa de

Regularização Ambiental.

O Cadastro Ambiental Rural, segundo a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira,

possibilita ao Governo Federal um monitoramento das áreas que não podem ser desmatadas,

sendo possível um maior controle do que deve ser recuperado e de quem terá que pagar multa. O

novo Código Florestal estabelece obrigatoriedade de cadastro para os 5,6 milhões de propriedade

e posses rurais do país (MMA, 2014).

O Programa de Regularização Ambiental (PRA) foi regulamentado por meio do Decreto

presidencial 8.235, e trata da regularização das APPs, de Reserva Legal (RL) e de Uso Restrito

(UR) mediante recuperação, recomposição, regeneração ou compensação, complementando as

regras necessárias para implantação do CAR.

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Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais deverão realizar o PRA após o preenchimento

do CAR, o que permite a eles a regularização por meio da recuperação da área desmatada

ilegalmente ou, no caso de reserva legal, pela compensação por outra área mantida com

vegetação nativa. Por outro lado, com o cadastramento e adesão ao PRA, ficam suspensas todas

as autuações nos casos de desmatamentos ilegais realizados antes de julho de 2008, ponto

negativo estabelecido pelo novo Código Florestal Brasileiro ao se tratar de preservação da

vegetação no território nacional.

De acordo com o art. 4º da nova lei, as APPs foram reduzidas nos topos de morros, montes,

montanhas e serras, restringindo àqueles maiores de 100 metros e com inclinação de 25º. Não

mais nascentes intermitentes são protegidas, apenas as perenes, e as APPs no entorno de cursos

d’água agora passaram a ser computadas a partir do leito regular, e não mais o nível mais alto

(BRASIL, 2012). Ainda conforme o art. 4º, temos:

Tabela 1. Largura mínima de APP de cursos d’água conforme Código Florestal Brasileiro, Lei 12.727/2012.

Largura dos Cursos D'água Largura Mínima da Faixa

Nascentes 50 metros

Até 10 metros 30 metros

De 10 a 50 metros 50 metros

De 50 a 200 metros 100 metros

De 200 a 600 metros 200 metros

Superior a 600 metros 500 metros

FONTE: Código Florestal Brasileiro, Lei 12.727/2012

Para uma análise mais adequada das áreas de preservação permanente no território goiano, é

utilizada a Política Florestal do Estado de Goiás, sendo ela regida pela Lei nª 18.104 de 18 de

julho de 2013. Essa lei, similar à lei nacional, estabelece normas sobre a proteção da vegetação,

dispõe sobre as APP’s e as áreas de Reserva Legal define regras sobre a exploração florestal, cria

o CAR do Estado de Goiás e prevê programas de incentivo para o alcance de seus objetivos (Art.

1º) (GOIÁS, 2013).

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Sobre as atividades existentes nas APPs em áreas rurais consolidadas antes de 22 de julho de

2008, a Lei autoriza a continuidade daquelas relacionadas a atividades agrossilvipastoris, de

ecoturismo e de turismo rural (Art. 13º). O mesmo é feito para as residências associadas a essas

atividades, desde que não estejam em área que comprovadamente ofereça risco à vida ou à

integridade física das pessoas (Art. 18º).

Conforme seu artigo 5º, APPs são consideradas “áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação

nativa, com a função ambiental de preservar recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade

geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar

o bem-estar de populações humanas”.

Pela Política Florestal de Goiás, as faixas de proteção das APPs são semelhantes às previstas na

lei nacional, conforme apresentadas na tabela 1 e em complemento a seguir, sendo elas

especificadas no artigo 9º da Lei 18.104/13:

(...) As áreas no entorno dos lagos e lagoas, em faixa com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água natural com até 20

(vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

São colocadas também como APPs as áreas:

a) no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes no raio mínimo de 50

(cinquenta) metros;

b) as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na

linha de maior declive;

c) no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem)

metros e inclinação média de 25º (vinte e cinco graus) (...).

O estudo de bacias hidrográficas mostra-se cada vez mais necessário na correlação com as APPs,

visto que a existência de conflitos entre uso e ocupação e o descumprimento da legislação nessas

áreas, põem em risco a integridade dos recursos hídricos, afetando a qualidade da água, devido à

dinâmica fluvial e ao escoamento superficial da água ao longo da bacia de drenagem.

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3.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A análise do uso e ocupação do solo é de extrema importância na avaliação ambiental, pois as

características do meio físico são resultantes principalmente das diferentes formas de uso e

ocupação da área e das interferências antrópicas nos processos ambientais (ROMÃO & SOUZA,

2011).

A cobertura do solo influencia de forma considerável a infiltração na bacia hidrográfica, o que

resulta no incremento do escoamento superficial durante estações chuvosas e consequentemente

a interferência no regime hidrológico e na qualidade de água do rio (COSTA et al., 2003;

PAIVA & PAIVA, 2003; SANTOS & PEREIRA FILHO, 2010).

Quando intensificado, o escoamento superficial tende a impactar de forma negativa o solo,

devido ao maior carreamento de nutrientes principalmente nos casos de solo exposto ou com

pouca cobertura vegetal. A perda de solo de uma determinada área está relacionada a

susceptibilidade erosiva natural, que depende de variáveis como vegetação, solo, declividade,

pluviosidade, uso do solo e litologia. A influência antrópica pode agravar esse processo, e

resultar em impactos negativos também na qualidade de água de um manancial (DE PAULA,

2011; SILVA & MACHADO, 2014; CARMO et al., 2016).

De acordo com TONG e CHEN (2002), “o escoamento superficial oriundo de terras agrícolas

pode conter grande porcentagem de nutrientes e sedimentos, da mesma forma que o escoamento

de áreas urbanas muito desenvolvidas pode conter alta concentração de fragmentos de borracha,

metais pesados, sódio e sulfato proveniente das estradas.”

Baseado nos critérios ambientais de perda de solo, porcentagem de vegetação nativa e qualidade

de água, associados ao desenvolvimento econômico do município, CRUVINEL (2016)

desenvolveu o Índice de Qualidade Ambiental de Bacias Hidrográficas (IQAB). Com a aplicação

desse método nas bacias hidrográficas utilizadas para abastecimento público do estado de Goiás

foi concluído em seu estudo que muitas apresentam IQAB ruim e péssimo.

Segundo Abdala et al. (2016), o uso do solo em Goiás pode ser caracterizado a partir da

diversificação de sua fronteira agrícola em meados da década de 1970, quando se iniciou

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programas governamentais que forneciam crédito e incentivos fiscais aos médios e os grandes

produtores rurais a demandarem inovações que favorecessem o processo de modernização

agropecuária no Estado.

Em resultado do baixo custo das terras associado aos incentivos fornecidos pelo governo, Goiás

passou a fazer parte das principais tradings de commodities agrícolas nos anos 80. Fato que

influenciou a implantação das principais agroindustrias processadoras de carnes, grãos,

sucroalcooleiras e lácteas em Goiás, tendo valor determinante na ocupação e desenvolvimento

economico da região (ABDALA et al., 2016).

Em dados apresentados pelo IBGE (2014), os complexos bovinos, soja e milho são responsáveis

pelo uso e ocupação de aproximadamente 94% dos solos goianos, estabelecendo assim uma

situação de competição por terras agricultáveis e por recursos naturais. As culturas de soja e

milho ocupam juntas aproximadamente 74% do uso do solo agrícola.

Segundo Steinfield et al. (2006), “as áreas de pastagem são responsáveis por diversos problemas

ambientais, incluindo a erosão do solo, degradação da vegetação, liberação de carbono a partir da

decomposição de matéria organica proveniente do excremento de bonivos, perda de

biodiversidade devido as mudanças do habitat e prejuízos diversos ao ciclo da água.”. Nesse

sentido, os autores afirmam que o setor pecuário é responsável por cerca de 55% da erosão e

33% da descarga de Nitrogenio e Fósforo em cursos de água doce.

3.3. SIG E ANÁLISE AMBIENTAL

A evolução e a disponibilidade de imagens ópticas e de radar tem favorecido e facilitado o

estudo da possibilidade de riscos ambientais, podendo definir assim uma melhor gestão territorial

que auxilie no processo de tomada de decisão a respeito da ocupação destes espaços e seus usos

(CARMO et al., 2016).

Os mapas de uso da terra e de cobertura da terra são instrumentos que auxiliam a cumprir essa

função, sendo imprescindíveis para o planejamento regional ou local do terreno. O

desenvolvimento de sistemas de classificação se iniciou em 1970 com o surgimento do

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sensoriamento remoto orbital, que rapidamente se tornou o mais eficiente meio de observação da

terra (FILHO et al., 2007; CARDOSO & AQUINO, 2013).

As imagens de sensoriamento remoto são capazes de registrar tipos de cobertura e não atividades

de fato, cabendo ao intérprete buscar as associações de refletâncias, texturas, estruturas e padrões

de formas para a tomada de conclusões acerca das atividades de uso do solo (FILHO et al.,

2007).

O Sistema de Informações Geográficas (SIG) é uma das técnicas mais completas e amplas do

Geoprocessamento, pois, permite trabalhar abordagens de várias áreas do conhecimento, para o

adequado e automatizado armazenamento, tratamento e manipulação de grande quantidade de

informações espaciais. As características do SIG permitem compreender a distribuição espacial e

o porquê da ocorrência de determinado evento em determinado lugar, assim como simular

situações e planejar o ambiente para tomada de decisões, entre outras possibilidades (SILVA &

MACHADO, 2014).

Para uma análise precisa dos impactos sobre uma bacia hidrográfica, é fundamental que sejam

utilizadas ferramentas capazes de trabalhar com grande número de informações e as relações de

seus atributos. A delimitação de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais comuns

procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais, onde são utilizadas

informações de relevo, que podem ser obtidas por meio da interpolação de curvas de nível

extraídas de uma carta topográfica ou através de imagens de sensores remotos (SOBRINHO et

al., 2010).

Um dos métodos mais utilizados para análise de imagens de sensores orbitais é a classificação

supervisionada, podendo ser realizada pelo classificador Máxima Verossimilhança, ou MaxVer.

Este método calcula a probabilidade de um determinado pixel pertencer a uma classe específica,

a partir das estatísticas de como cada classe é normalmente distribuída, estando entre os mais

precisos entre os métodos existentes (NIKNEJAD et al., 2014).

No Brasil, os sistemas sensores orbitais cobrem todo o território nacional de forma contínua e

repetitiva. Espera-se ainda que a utilização de sistemas de classificação baseados em dados de

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satélite para a elaboração de mapas de uso e cobertura da terra minimize as exigências de

informações suplementares por outros meios (FILHO et al., 2007).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A microbacia do Ribeirão Grimpas está inserida na bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte,

estando localizada na mesorregião do estado de Goiás (Figura 1). Sua área se estende pelos os

municípios de Hidrolândia, Professor Jamil e Piracanjuba, que de acordo com IBGE, juntas,

possuem uma população estimada em 2016 de 48.320 habitantes.

Figura 1 - Localização da microbacia do Ribeirão Grimpas.

Fonte: Próprio Autor.

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Cerca de 60% da extensão do Ribeirão Grimpas está localizada no município de Hidrolândia,

sendo essa bacia hidrográfica influenciada principalmente pelas atividades desse município. O

ribeirão é também utilizado para abastecimento público do município, com Estação de

Tratamento de Água localizada nos primeiros trechos do ribeirão, ainda na região metropolitana.

Segundo a Resolução CONAMA 357/2005, pela ausência do enquadramento dos cursos hídricos

no estado de Goiás, o ribeirão é classificado como classe 2.

O bioma local é o Cerrado, predominante em todo território goiano, sendo caracterizado por

solos com baixo teor nutricional, estando sempre exposto a ciclos periódicos de queimadas e

elementos como seca, chuva, sol, ventos. Segundo Estavam (2012), algumas técnicas de correção

do solo, como a calagem, são aplicadas, fator que permitiu a expansão agrícola em alta escala

assim como o desenvolvimento do agronegócio em Goiás (ESTEVAM, 2012).

Segundo dados do Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás – SIMEHGO, as

médias de temperatura máxima se apresentam aproximadamente em torno de 30ºC, sendo que

nos meses mais frios do ano, as mínimas de temperatura são de aproximadamente 18ºC, de

acordo com a caracterização climática do Estado Goiás (GOIÁS, 2006).

Analisando a morfologia da microbacia do Ribeirão Grimpas, sua forma alongada indica uma

maior dispersão de água precipitada, refletindo em um menor risco de picos de enchentes. O

relevo apresenta-se pouco íngreme, representado pelos tons de verde na Figura 2, com

declividades predominantemente entre 3 e 8% (Tabela 2), indicando assim uma menor

velocidade de escoamento se comparado a bacias hidrográficas que apresentam um relevo mais

ondulado.

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Figura 2 - Mapa de Declividade da microbacia do Ribeirão Grimpas.

Fonte: Próprio Autor.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

Tabela 2 - Percentual de Declividade da microbacia do Ribeirão Grimpas.

Declividade Área (%)

Plano (0-3%) 36,97

Suave Ondulado (3-8%) 50,43

Ondulado (8-20%) 12,04

Forte Ondulado (20-45%) 0,59

Montanhoso (45-75%) 0,01

Forte Montanhoso (>75%) 0

FONTE: Próprio autor.

As APPs de topo de morros são obrigatórias pela legislação quando maiores de 100 metros de

altura e em terrenos com inclinação superior a 25%. Considerando um percentual de 0,60% de

áreas com declividade entre 20 a 45% na microbacia, nota-se que as APPs topo de morro

apresentam pouca contribuição no quantitativo de conformidade e interferência de ações

antrópicas para esse estudo.

A execução do trabalho iniciou-se com a delimitação da área de estudo utilizando o software

Quantum GIS, que é um Sistema de Informação Geográfica (SIG) livre licenciado pela GNU

General Public License, para localizar a bacia do Ribeirão Grimpas. Os arquivos shapefiles e

raster utilizados para delimitação da bacia foram obtidos através do site SIEG e Topodata, sendo

eles drenagem, relevo, declividade, malha viária e municípios. Com a delimitação da bacia, foi

possível calcular sua extensão total assim como dados de precipitação e localização geográfica.

Foram realizadas um total de três visitas à área de estudo, onde foram observadas as

características da microbacia, como os tipos de ocupação, características da vegetação e presença

de indústrias, além de coleta de imagens em pontos impactados, sendo um total de seis

localizados no município de Hidrolândia, dois no município de Piracanjuba e outros dois no

município de Professor Jamil.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

4.2. MAPA DE USO E OCUPAÇÃO

A utilização do sensoriamento remoto e de técnicas de geoprocessamento foi de fundamental

importância para se determinar a dinâmica do uso e ocupação do solo visando à verificação do

avanço das áreas antrópicas e a supressão das áreas de cerrado da microbacia hidrográfica do

Ribeirão Grimpas, pois se configuram em importantes ferramentas para a detecção e

mapeamento da superfície terrestre.

O mapeamento foi realizado a partir da utilização de imagens de alta resolução do sensor

ASTER (Advanced Spacebone Thermal Emission and Reflection Radiometer) do Satélite

Sentinel 2, do dia 5 de maio de 2017, disponibilizadas gratuitamente no site Land Viewer. As

imagens do sensor ASTER possuem alta resolução espacial na região do visível e infravermelho

próximo (VNIR).

A partir do software livre Quantum GIS (versão 2.14.15), foram utilizadas as bandas 2, 3, 4, 5, 6,

7, 8, 8A, 11 e 12, que foram georreferenciadas utilizando-se o sistema de coordenadas UTM 22S.

Através do plugin SCP-Dock foi possível a criação de uma banda virtual com a junção de todas

as imagens para realizar a classificação supervisionada.

Foram divididas as classes de uso do solo que mais contribuem para a qualidade ambiental das

microbacias, sendo elas: Uso antrópico (Áreas urbanas), Agricultura (áreas de culturas agrícolas

ou culturas perenes), Vegetação Remanescente (Áreas de floresta existente na bacia) e Pastagem

(Áreas com plantas forrageiras plantadas ou naturais utilizadas para o pastoreio). A partir da

identificação das classes com visitas realizadas a campo e com auxilio de imagens do Google

Earth, foi estabelecido um total de vinte amostras que foram utilizadas na classificação, sendo

que cada classe possuía cinco amostras.

O processo de classificação foi conduzido a partir do algoritmo de máxima verossimilhança

associado as amostras, sendo possível correlacionar as feições espectrais presentes nas imagens

com padrões de cobertura vegetal e uso da terra observados. Após o processo de classificação foi

criado um arquivo shapefile do uso e ocupação do solo da microbacia do Ribeirão Grimpas e

juntamente com arquivos .shp da SIEG foi possível a criação do mapa.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

4.3. ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE

Considerando a importancia das APP’s para a manutenção dos ecossistemas aquáticos e para a

qualidade de água de abastecimento público, foi verificado, conforme o Código Florestal do

Estado de Goiás, se as áreas de APP’s dos rios e nascentes apresentam uma qualidade

satisfatória.

Dessa forma, as delimitações das APPs foram criadas por meio da geração de buffer’s partindo

do leito dos cursos d’água, baseada na digitalização de dados vetoriais com larguras de 30 metros

para os trechos da bacia, visto que todos apresentam largura inferior a 10 metros. No caso das

nascentes, foram traçadas a partir de 50 metros, tendo a nascente como ponto central, seguindo

as recomendações do Código Florestal Brasileiro e da Política Florestal Estadual.

Com o objetivo de identificar as áreas de incidência de conflitos de uso nas áreas de preservação

permanente, foi realizada uma sobreposição do mapa de uso e ocupação sob os polígonos de

delimitação das APPs, e então foi realizado um recorte permitindo identificar quais atividades

são mais impactantes assim como o quantitativo de áreas preservadas e desmatadas.

Após conhecimento de áreas de conflito, foi realizada uma visita a campo com o intuito de

conferir a situação atual das bacias, visto que as imagens utilizadas mesmo recentes podem

apresentar alguma incoerência com a realidade de fato.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Por meio do mapa de uso e ocupação do solo da microbacia do Ribeirão Grimpas, foi possível

identificar as classes de uso e cobertura como representado na Figura 3. A partir da tabela de

atributos foi possível encontrar sua área de drenagem, que representa um total de 302,16 km² e a

extensão do ribeirão equivalente a 46,614 km.

Foi encontrado ainda que 118,83 km² da bacia é ocupada por pastagens, um total de 39,3%,

seguido de 81,44 km² ocupado por áreas de vegetação remanescente, referente a 26,9% da área

da microbacia, 78,7 km² são áreas urbanas correspondendo a 26%, e 23,19 km² referentes a áreas

agrícolas, com um percentual de 7,7%, conforme representado na Tabela 3.

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Figura 3 - Mapa de uso e cobertura do solo da microbacia do Ribeirão Grimpas.

Fonte: Próprio Autor

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

Tabela 3 - Área de cada classe de uso e ocupação do solo na bacia do Ribeirão Grimpas.

Classe Área ocupada

(km²) (%)

Pastagem 118,83 39,33

Vegetação remanescente 81,44 26,95

Urbanização 78,7 26,05

Agricultura 23,19 7,67

FONTE: Próprio autor.

Segundo dados do IBGE, em 2015 a produção anual bovina nos municípios de Hidrolândia,

Piracanjuba e Professor Jamil foram respectivamente 80.500, 246.447 e 45.160 animais.

Considerando a área de cada município que compõe a microbacia (Tabela 4), pode-se estimar a

eficiência produtiva das pastagens, medida pela taxa de lotação das mesmas, em unidade

animal/hectare/ano.

Tabela 4 - Área de influência de cada município dentro da microbacia.

Município Área do Município dentro da

microbacia (%)

Hidrolândia 19,3

Professor Jamil 25,4

Piracanjuba 1,2

FONTE: Próprio autor.

A partir do percentual de cada município dentro da área da microbacia, foi possível estimar a

produção bovina dessas áreas e a taxa de lotação de pastagens, a partir da relação da produção

anual e da área em hectares, como representado pela Tabela 5:

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Tabela 5 - Produção bovina anual e taxa de lotação de pastagens na Microbacia.

Município/Microbacia Produção Bovina na área da

microbacia (UA/ano)

Taxa de lotação

(UA/ha/ano)

Hidrolândia 15537 0,8

Professor Jamil 11449 1,3

Piracanjuba 3060 1,0

FONTE: Próprio autor.

Segundo Dias Filho (2010), pastagens de baixa produtividade apresentam uma média de 0,7

UA/ha e alta produtividade seria algo em torno de 2,5 UA/ha. De acordo com a taxa de lotação

encontrada em cada fragmento da microbacia, pode-se considerar uma baixa produtividade das

pastagens da área de estudo, visto que grandes áreas são destinadas a uma baixa produção de

carne bovina. Essa baixa taxa de lotação pode estar relacionada ao uso de pastagens como

principal fonte de alimento dos ruminantes, visto que muitas apresentam um alto estágio de

degradação.

Em relação à classe de vegetação remanescente, com um percentual de 26,95% foi possível

perceber o quanto as atividades antrópicas pressionam os componentes do meio físico,

provocando a redução dessas áreas para sua ocupação. Pode-se relacionar a baixa produtividade

de pastagens com a alta redução das áreas de vegetação, visto que a ausência de técnicas que

melhorem a qualidade das pastagens pode ter influenciado o desmatamento dessas áreas.

Em estudo realizado em campo para coleta de dados que viabilizem os dados provenientes do

mapeamento de uso e ocupação do solo, foi possível identificar muitos trechos do Ribeirão

Grimpas e seus afluentes represados, com pouca ou nenhuma vegetação densa em seu entorno, e

alguns processos erosivos em pontos mais inclinados, como representado na Figura 4 abaixo.

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Figura 4 (a) e (b) - Início de processos erosivos na bacia do Ribeirão Grimpas.

FONTE: Próprio autor.

De acordo com a Figura 4, referente a um trecho localizado mais ao sul da bacia, foi observado

que além de uma maior inclinação do terreno, não havia uma cobertura vegetal significativa,

fatores que contribuíram para a degradação do solo. A presença de bovinos também pode ser

considerada um fator de degradação, visto que o pisoteio desses animais contribuem para a

redução da vegetação rasteira.

Segundo Bonna (2011), os processos erosivos são decorrentes da remoção de partículas,

transporte e disposição dos materiais, sendo resultantes da interação do clima, relacionado

principalmente à distribuição, quantidade e intensidade das chuvas; da cobertura vegetal, que

protege os solos de agentes externos e das características do solo e declividade do terreno.

5.2. CONFORMIDADE DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE

Com delimitação das áreas de preservação permanente no entorno dos cursos hídricos e

nascentes foi gerado um mapa a partir da intersecção deste com o mapa de uso e ocupação do

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solo na microbacia, sendo possível assim identificar as áreas que não apresentam vegetação

nativa.

De acordo com a legislação, a área mínima de APP ao longo de cursos d’água e nascentes

deveria ser de 85,18 km², o que equivale a 28,18% da área total da microbacia, conforme

representado nas Figuras 5 e 6, e Tabela 6.

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Figura 5 - Classes de Uso e Ocupação em áreas de APP.

Fonte: Próprio Autor

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Figura 6 - Interferências nas áreas de preservação permanente.

Fonte: Próprio Autor

Tabela 6 - Composição das áreas de APP do Ribeirão Grimpas.

Áreas Área (Km²) APP (%)

Agricultura 2,82 3,31

Urbanização 12,50 14,67

Pastagem 42,10 49,42

Vegetação Remanescente 27,76 32,59

TOTAL 85,18 100,00

FONTE: Próprio autor.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

Em relação a área total de APP’s, 32,59% estão preservadas e 67,41% estão em conflito com a

legislação ambiental, sendo as pastagens a classe mais predominante dentro das áreas de

preservação permanente no entorno dos cursos hídricos, seguido pelas áreas urbanas e em

seguida pelas áreas agrícolas.

Nas proximidades das áreas urbanas foi possível observar uma maior degradação do ribeirão,

visto que em muitos pontos a vegetação de entorno do ribeirão se resumia a pastagens, e em

outro ponto próximo à indústria de laticínios, a água apresentava cor turva (Figura 7).

Figura 5 - Ribeirão Grimpas em ponto próximo à nascente, na área metropolitana do município de Hidrolândia.

Fonte: Próprio Autor

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Figura 6 (a) e (b) – Trechos do Ribeirão Grimpas próximos à nascente com pouca presença de mata ciliar.

Fonte: Próprio Autor

Segundo Steinfield et al. (2006), as pastagens ocupam cerca de 50% da superfície territorial

goiana, o que demonstra que Goiás está acima da média de uso e ocupação do solo por pastagens

no mundo. Dessa forma, pode-se esperar que não apenas a microbacia em estudo apresenta

vegetação remanescente tão degradada impactada.

Na maior parte do território goiano, o aumento das áreas de pastagens ocorreu como solução à

falta de técnicas que aumentassem a produtividades das áreas, visto que a degradação das

pastagens reduziu a produtividade das áreas, levando os produtores a buscar novas áreas. Dessa

forma, a degradação da cobertura do solo pode ser considerada um indicador do processo de

perda da capacidade produtiva das pastagens (NETO, 2014).

Segundo Strassburg et al. (2014), um aumento de cerca de 20% na produtividade das pastagens

plantadas no Brasil seria suficiente para suprir as demandas de carne, grãos, produtos

madeireiros e bicombustíveis pelos próximos 30 anos, sem a necessidade da incorporação de

novas áreas de ecossistemas naturais.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

Nos últimos anos tem-se aumentado a conscientização com as questões ambientais, o que tem

incentivado uma procura por parte dos produtores a uma maior eficiência produtiva, ou seja, uma

maior produção que demande menores áreas. Com medidas que favoreçam essa eficiência, seria

possível permitir uma maior recuperação de áreas verdes e redução de áreas desmatadas, sem

impactar o processo produtivo, visto que a redução das áreas de pastagem em decorrência da

restauração das áreas de APP’s seriam mínimas.

A incorporação de medidas para melhoria da vegetação rasteira, como adubação e irrigação nos

períodos de seca podem trazer benefícios referentes a uma melhoria produtiva, visto que o

cultivo de pastagens beneficiaria o ganho de peso dos bovinos, além de permitir uma maior

lotação nas áreas (NETO, 2014; BORGES, 2015).

A ausência de matas-ciliares densas, além de impactar a biodiversidade local, favorece o fluxo de

energia e sedimentos, que nos casos de áreas de pastagens, podem implicar em alterações

significativas na qualidade de água dos cursos hídricos. A presença de indústrias também deve

ser levada em consideração, visto que o ribeirão apresentou cor alterada na proximidade de uma

indústria de laticínios.

Segundo Resolução 430 do CONAMA, os efluentes de qualquer fonte poluidora poderão

somente ser lançados diretamente no corpo receptor com remoção mínima de 60% de DBO. Se a

concentração de indústrias em uma bacia hidrográfica for intensa, esse lançamento de efluentes

mesmo estando de acordo com a legislação pode interferir na qualidade do corpo hídrico.

Tais alterações na qualidade de água podem interferir na biota local, como os organismos

bentônicos, podendo também atingir a população que consome essa água, visto que a para

remoção de pesticidas e fertilizantes é necessário aplicar metodologias avançadas, e que possuem

consequentemente um custo mais elevado para o tratamento de água de abastecimento público.

Segundo Alves & Filho (2010), todas as regiões do estado de Goiás apresentaram mananciais

contaminados por pesticidas organoclorados, que foram proibidos no Brasil na década de 80, em

concentrações acima do nível permitido pela Resolução 357 do CONAMA, e as regiões de maior

contaminação foram também regiões em que o bioma Cerrado estava mais degradado.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

Neste sentido, é necessário que os órgãos ambientais sejam efetivos no controle do uso de

agrotóxicos, principalmente no que se refere aos agrotóxicos que já foram banidos e que ainda

são utilizados ilegalmente, e na fiscalização da recomposição de áreas verdes conforme indicado

pelo Código Florestal Brasileiro, visando assim uma maior conservação do solo, biodiversidade e

qualidade de agua em uma bacia hidrográfica.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A bacia do Ribeirão Grimpas se encontra em considerável estado de degradação pela presença de

processos erosivos e supressão das APPs, onde apenas 32,59% estão conservadas e as demais

67,41% estão em conflito com a legislação ambiental, além da baixa porcentagem de vegetação

nativa preservada em cada propriedade.

Com esses dados pode-se perceber o quanto as atividades antrópicas pressionam os componentes

do meio físico, provocando a redução das áreas de vegetação remanescente pela sua ocupação.

Tal cenário pode ser resultado do crescimento do setor agropecuário brasileiro sem a avaliação

de aptidão agrícola de terras ou da capacidade de uso dos solos, o que impede que sejam

realizados planejamentos prévios à implantação das atividades.

Diante do panorama atual da microbacia, espera-se que os dados e informações gerados pela

presente pesquisa convertam-se em subsídios que auxiliem os profissionais responsáveis pela

fiscalização dessas áreas especiais e os órgãos competentes a gerir e intermediar os diversos

conflitos relacionados a elas.

É importante que os proprietários tenham suas terras rurais cadastradas no CAR GOIÁS,

auxiliando o monitoramento e tomadas de decisões referentes a medidas para melhoria da

vegetação local e práticas para conservação do solo, por parte dos órgãos ambientais.

É valido também que os órgãos ambientais incentivem a educação ambiental dos moradores,

para que sejam capazes de compreender os problemas relativos à degradação da microbacia e

que conheçam maneiras mais sustentáveis para exploração da região, e também dos proprietários

de áreas agropecuárias, uma vez que o aumento produtivo não depende diretamente do tamanho

da área de pastagem, e sim da qualidades desta, sendo possível a preservação das APP’s sem um

impacto significativo na produção.

Por fim, recomendam-se novos trabalhos considerando o uso e ocupação do solo, aprofundando-

se a respeito da qualidade de água e reflexões sobre os impactos do agronegócio na microbacia,

monitorando assim sua evolução quanto à qualidade dos solos, das áreas de preservação

permanente e dos cursos hídricos que a compõem.

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G. M. P. BARRETO, M. A. V. BENTO

7. REFERÊNCIAS

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