“uma europa, duas crises: identidade e refugiados” por adriana … · 2016-03-06 · vi uma...

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Informédia - Arábia Saudita Newsletter nº 19 - Janeiro/Fevereiro de 2016 ““The Donald” & “The Bern” A mudança no panorama político norte - americano” por Luís Rodrigues “The new European Union global strategy: How to meet foreign and security policy challenges? ” por Francisco Proença Garcia Para além dos acontecimentos mais recentes na área do State Building and Fragility! “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana Costa Santos

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Page 1: “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana … · 2016-03-06 · VI Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados por Adriana Costa Santos, Estagiária

Informédia - Arábia Saudita

Newsletter nº 19 - Janeiro/Fevereiro de 2016

““The Donald” & “The Bern” – A mudança

no panorama político norte-americano”

por Luís Rodrigues

“The new European Union global strategy:

How to meet foreign and security policy

challenges? ”

por Francisco Proença Garcia

Para além dos acontecimentos mais recentes na área do

State Building and Fragility!

“Uma Europa, duas crises: identidade e

refugiados” por Adriana Costa Santos

Page 2: “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana … · 2016-03-06 · VI Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados por Adriana Costa Santos, Estagiária

II

Índice & Equipa

Editorial III

Cronologia Fotográfica IV

“Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” (Adriana Costa Santos)

VI

““The Donald” & “The Bern” – A mudança no panorama polí-tico norte-americano” (Luís Rodrigues)

X

“The new European Union global strategy: How to meet foreign and security policy challenges?” (Francisco Proença Garcia)

XIV

Informédia – Arábia Saudita XX

Índice A Equipa

Director Editorial

Nuno Canas Mendes

Director Executivo

Nuno Ferreira

Edição e Revisão

Sandra Coelho

Colaborador

Luís Rodrigues

Colaboradora

Adriana Costa Santos

Page 3: “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana … · 2016-03-06 · VI Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados por Adriana Costa Santos, Estagiária

III

Editorial

Editorial

O primeiro número de 2016 inaugura o ano com três artigos de fundo: o pri-

meiro sobre a crise dos refugiados na Europa pelos olhos da Adriana Costa

Santos, que contactou de perto com a realidade e que testemunha a sua experiência; o

segundo sobre as eleições norte-americanas, escrito pelo Luís Rodrigues, em que faz o

confronto entre os candidatos Trump e Sanders; o terceiro, da autoria do Coronel Dou-

tor Proença Garcia, que nos honra com um texto sobre a nova estratégia global da Uni-

ão Europeia e de como se pode articular eficazmente políticas externa e de segurança.

Para além das secções fixas: a Cronologia Fotográfica que revisita os acontecimen-

tos dos últimos dois meses e a Informédia sobre a tensão entre a Arábia Saudita e o

Irão.

Este primeiro número de 2016 tem, também, a particularidade de iniciar o novo

formato bimensal da Newsletter.

Nuno Canas Mendes

Page 4: “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana … · 2016-03-06 · VI Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados por Adriana Costa Santos, Estagiária

IV

Cronologia Fotográfica

A pesar da volatilidade e insegurança que caracterizam o ambiente no Médio

Oriente e no Magrebe, o ano 2015 terminou com notícias felizes para a região:

os dois governos vigentes líbios assinaram um acordo, sob égide da ONU, em Marrocos,

que prevê a criação de um governo de união nacional. Ainda que criticado por parla-

mentos rivais, este acordo representa um pequeno passo na convergência de um Estado

consumido pelo caos. Por seu lado, a Palestina conquistou uma vitória no que diz res-

peito ao seu reconhecimento internacional, graças à aprovação (unânime) pelo parla-

mento grego de um texto que prevê o reconhecimento de um Estado palestiniano. Já no

Iraque, as forças do governo recuperaram o controlo sobre Ramadi. Estando ainda a

consolidar as suas posições na cidade, esta conquista representa um importante triun-

fo contra o Daesh.

Em Espanha, as eleições legislativas atribuíram a vitória ao Partido Popular de

Mariano Rajoy, porém sem maioria absoluta. O país afigura-se, para já, como ingover-

nável, uma vez que o PSOE recusa coligar-se com o PP, e enfrenta obstáculos insuperá-

veis com o Podemos, nomeadamente quanto ao referendo sobre a independência da Ca-

talunha. Mais positivo foi o processo eleitoral na República Centro-Africana, que ocor-

reu sem incidentes graves, num país ainda em conflito. O candidato Faustin Touadera

foi eleito presidente com 62,7% dos votos. Taiwan também elegeu uma nova presidente,

Cronologia Fotográfica

Page 5: “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana … · 2016-03-06 · VI Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados por Adriana Costa Santos, Estagiária

V

Tsai Ing-wen, a primeira mulher a assumir o cargo. Tsai recebeu mais de 56% dos vo-

tos.

O arranque de 2016 foi marcado por alguns episódios que poderão ser determinan-

tes nas relações internacionais do novo ano. Exemplo disso foi o preocupante corte de

relações entre o Irão e a Arábia Saudita, seguida pelo Bahrein, EAU, Qatar, Kuwait, e

Sudão, na sequência da execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr por Riade. O reino sau-

dita e Teerão trocam acusações, agravando o clima securitário e o sectarismo regional.

Não menos inquietantes foram os novos testes nucleares, realizados pela Coreia do Nor-

te, bem como o lançamento de um rocket de longo alcance. O Conselho de Segurança

considerou como inaceitáveis as acções norte-coreanas, e prometeu aplicar duras san-

ções contra o regime do Pyongyang. Já no Velho Continente, as negociações entre a UE

e o Reino Unido parecem ter chegado a bom-porto sobre o “Brexit”. Satisfeito com o

acordo alcançado com Bruxelas, David Cameron anunciou que defende a manutenção

do Reino Unido no projecto europeu, e portanto votará “sim” no referendo marcado para

o próximo dia 23 de Junho. Por outro lado, vários membros do governo de Londres já

fizeram saber que irão votar “não”.

Para fechar com uma nota de esperança, em Fevereiro, o Papa Francisco, a cami-

nho da sua primeira viagem pontifical ao México, aterrou em Havana para o encontro

histórico com o Patriarca Kiril, o líder da Igreja Ortodoxa russa. Depois de quase 1000

anos afastadas, a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa procuram a reaproximação, de for-

ma a darem uma resposta articulada às perseguições cristãs no Médio Oriente e no

Norte de África.

Cronologia Fotográfica

Fontes das Imagens:

Imagem número 1- http://goo.gl/E65E8H

Imagem número 2- http://goo.gl/GWJ17X

Imagem número 3- http://goo.gl/0s27dO

Imagem número 4- http://goo.gl/rBzV2p

Imagem número 5- http://goo.gl/gxttUR

Imagem número 6- https://goo.gl/Rljiro

Imagem número 7- http://goo.gl/shurkJ

Imagem número 8- http://goo.gl/ygiO32

Imagem número 9- http://goo.gl/cbLlFL

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VI

Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados

por Adriana Costa Santos,

Estagiária no State Building and Fragility Monitor

N o que agora se conclui, a Europa recebeu a maior vaga de refugiados desde

a Segunda Guerra Mundial. Maioritariamente vindos da Síria, Iraque e Afe-

ganistão, famílias inteiras arriscaram a vida nas águas do Mediterrâneo e atravessaram

a pé fronteiras hostis de arame farpado para fugir à guerra no seu país. Guerras, essas,

em que também o mundo ocidental participa. Enquanto a União Europeia e o espaço

Schengen lidavam com as tensões internas à procura de decisões comuns, a sociedade

civil mobilizou-se para dar condições básicas de sobrevivência aos milhares de pessoas

que chegam todos os dias às nossas costas.1

Qual é então o papel da Europa nesta crise humanitária? Que responsabilidade

tem, neste desafio histórico aos princípios e valores que estão na origem do seu próprio

projecto de paz?

É um facto que o Ocidente esteve presente nas origens do problema. A Europa par-

ticipou na desestruturação dos países em guerra, desde as invasões do Afeganistão e do

Iraque, passando pelo apoio às primaveras árabes, até à actual guerra caótica na Síria.

Os motivos da intervenção ocidental foram alegadamente humanitários e democráticos.

O resultado foi o vazio de poder, a emergência e o fortalecimento de grupos armados

que espalham o terror na região. Países destruídos, economias enfraquecidas e as po-

pulações obrigadas a deslocar-se internamente ou a fugir para outras áreas do globo.2

Os refugiados foram recebidos por uma Europa burocratizada e hostil, mas tam-

bém por milhares de voluntários e organizações internacionais que procuraram dar-

lhes abrigo e alimentação. Aguardam o fim do processo de concessão de direito de asilo

e uma real integração nas nossas sociedades.3

Nos últimos meses, trabalhei num campo de refugiados em Bruxelas, participando

no acolhimento e orientação daqueles que chegam ao centro da União Europeia. Tive

oportunidade de constatar que a recepção é generosa, por parte da população, e teme-

rosa, por parte das instituições. A burocracia excessiva e as regras pouco claras de con-

cessão do direito de asilo não permitem fazer um bom prognóstico para a integração

dos refugiados. Pelo contrário, pude observar que os entraves criados pelo poder políti-

co hesitante criaram já, numa outra geração de migrantes, uma nova classe de

“clandestinos”. Os sans papiers, entre os imigrantes rejeitados pelo sistema, logicamen-

Artigo 1 - Uma Europa, duas crises

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VII

te, não podem regressar às condições de que fugiram. A criação destes fora-da-lei corre

o risco de se tornar numa profecia autocumprida que a Europa, temendo o real aumen-

to da criminalidade, deveria a todo o custo e com inteligência evitar.

A integração dos refugiados assume-se, neste momento, tão urgente como inevitá-

vel.4 Para solucionar a crise humanitária e encará-la como um desafio, transformando-

a em oportunidade, há diversos factores que deveremos ter em conta.

Em primeiro lugar, existem benefícios concretos que os países europeus podem re-

tirar desta crise migratória. Uma Europa envelhecida e a recuperar de uma crise econó-

mica precisa efectivamente de capital humano. A maioria dos refugiados representa

uma população jovem e activa, capaz de se integrar no mercado de trabalho. Futuros

contribuintes, pertencentes a uma classe média e habituados a situações financeiras

estáveis no seu país de origem (do qual estão em fuga por motivos que estão longe de

ser económicos), estes refugiados estão dispostos a começar uma nova vida no país que

lhes deu direito de asilo.5

Estudos comprovam que os imigrantes são potencialmente mais empreendedores

que os nativos6 e que têm menos propensão, quando devidamente integrados na socie-

dade, para a criminalidade.7 Inserindo os refugiados no mercado de trabalho e explo-

rando as suas capacidades, acelerar-se-ia também o processo de integração. Dando iní-

cio à sua contribuição para a economia europeia, o contacto directo com a sociedade do

país evitaria a marginalização. Surge, assim, uma possibilidade de sustentar as dívidas

públicas que agora criamos para uma população contribuinte cada vez menor no futu-

ro. É possível, deste modo, encarar a integração dos refugiados não como uma despesa,

mas como um investimento.8

Em segundo lugar, a integração pode tornar-se num instrumento de combate a to-

da uma conjuntura europeia de medo. Os ataques terroristas associados à religião islâ-

mica provocaram uma desconfiança generalizada em relação à maioria muçulmana que

desembarca nas nossas costas. É certo que tememos aquilo que desconhecemos. A fu-

tura Europa da multiculturalidade, passando pela integração de novas culturas, ainda

que minoritárias, permitirá a banalização do diferente. A população europeia ganhará a

diferença, enriquecendo e criando em si a consciência de que a diversidade étnica e cul-

tural, quando bem explorada por medidas eficazes de integração, não é motivo de inse-

gurança.9

A real ameaça à livre circulação criada no espaço europeu, com o encerramento de

fronteiras dentro do espaço Schengen, não só se tem demonstrado ineficaz na preven-

Artigo 1 - Uma Europa, duas crises

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VIII

ção da criminalidade, como trará igualmente (quando não solucionada a nível comuni-

tário) graves consequências para as trocas comerciais e a economia do continente.10 Os

actores dos recentes atentados terroristas em Paris eram cidadãos europeus11, eventu-

almente marginalizados por uma integração ineficaz. Surge agora, pelo contrário, uma

oportunidade de atenuar esse perigo, revendo as políticas de inserção social e promo-

vendo a pertença como arma contra a violência.

A crise económica dos últimos anos, os atentados terroristas postos em prática pe-

lo radicalismo islâmico e a desconfiança em relação aos refugiados que chegam à Euro-

pa provocaram insegurança e medo nas populações. As classes médias exigiram ordem

e segurança e surgiram vários governos de extrema-direita na Europa, num populismo

xenófobo e radical em ascensão que promete fechar as fronteiras e que se opõe à solida-

riedade dos civis. É este mais um grande desafio aos valores do projecto europeu, cons-

truído na base dos valores da igualdade e solidariedade, da tolerância e da livre circula-

ção.12

Podemos argumentar que os governos de extrema-direita são uma ameaça ainda

maior à realidade europeia que a vinda dos refugiados, tendo em conta que se estabele-

cem em estruturas de poder, minando assim os pilares da instituição desde o seu inte-

rior.13 Populações esclarecidas e inseridas nos processos de integração tendencialmente

defenderiam os valores europeus de paz e liberdade, em oposição ao medo e à violên-

cia.14

Não é por acaso que a chanceler alemã Angela Merkel se apressou a contrariar a

tendência dos países vizinhos e abriu as suas portas em Setembro, tornando-se num

dos países europeus que acolheu um maior número de refugiados sírios no ano de

2015. No mesmo ano em que o país se vê envolvido nas polémicas da Volkswagen e da

corrupção na FIFA, em que a Alemanha protagoniza a pressão política que deitou por

terra as pretensões do novo governo de esquerda na Grécia, impondo austeridade, sob a

ameaça de saída do euro, a solidariedade alemã vem marcar os últimos meses do ano e

limpar a imagem destes pioneiros do projecto europeu.15 Os refugiados iniciaram a sua

inserção na próspera economia do país, explorando as suas capacidades e estudando a

língua alemã, através de uma integração estratégica e bem planeada.16

É este um grande desafio que não deverá ser subestimado. Porém, podemos sem-

pre argumentar que se o projecto europeu se ergueu das cinzas de um continente des-

truído e com tantas diferenças culturais, poderá encontrar aqui uma oportunidade de

se tornar ainda mais forte e próspero, combatendo a crise identitária que hoje se vive

Artigo 1 - Uma Europa, duas crises

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IX

nesta região do mundo.17

Se os cidadãos e os responsáveis políticos tiverem confiança nos valores que uni-

ram os países da Europa em nome da paz, o medo da sua subversão por culturas vin-

douras não se poderá colocar. Antes de podermos partilhar a nossa cultura com os po-

vos que procuram um recomeço para as suas vidas, deveremos talvez relembrar inter-

namente os princípios fundadores do projecto europeu, para que nos possamos orgu-

lhar deles e defendê-los, num ambiente mais rico de multiculturalidade.

Artigo 1 - Uma Europa, duas crises

1- http://www.bbc.com/news/world-europe-34131911 [Acedido em 6 de Janeiro, 2016]

2– http://www.theguardian.com/commentisfree/2015/sep/24/refugee-crisis-arab-spring-europe-

migration [Acedido em 5 de Janeiro, 2016]

3- http://america.aljazeera.com/articles/2015/9/5/volunteers-defy-hostile-leaders-to-welcome-refugees-

to-europe.html [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

4- https://hbr.org/2015/09/whats-europes-long-term-plan-for-integrating-refugees [Acedido em 6 de Ja-

neiro, 2016]

5- http://www.economist.com/news/leaders/21662547-bigger-welcome-mat-would-be-europes-own-

interest-let-them-and-let-them-earn [Acedido em 5 de Janeiro, 2016]

6– http://www.pewsocialtrends.org/2015/10/22/three-in-ten-u-s-jobs-are-held-by-the-self-employed-

and-the-workers-they-hire/ [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

7- http://contexts.org/articles/sampson/ [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

8- http://www.economist.com/news/leaders/21662547-bigger-welcome-mat-would-be-europes-own-

interest-let-them-and-let-them-earn [Acedido em 5 de Janeiro, 2016]

9- http://www.theguardian.com/commentisfree/2016/jan/05/europes-citizens-need-start-debate-

diversity [Acedido em 5 de Janeiro, 2016]

10- http://www.theguardian.com/world/2016/jan/05/is-the-schengen-dream-of-europe-without-borders

-becoming-a-thing-of-the-past [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

11- http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/france/11996120/Paris-attack-what-we-know-

about-the-suspects.html [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

12- http://www.liberation.fr/planete/2016/01/01/crise-apres-crise-l-europe-fonce-vers-l-abime_1423901

[Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

13– Idem.

14- http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2016/01/rupture-europe-politics-prevail-

160103102851922.html [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

15- http://www.lemonde.fr/m-actu/article/2015/12/24/2015-annee-choc-pour-l-

allemagne_4837728_4497186.html?xtmc=crise_des_refugies&xtcr=8# [Acedido em 6 de Janeiro, 2016]

16- http://carnegieeurope.eu/strategiceurope/?fa=61237 [Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

17- http://www.theguardian.com/commentisfree/2015/dec/21/refugee-crisis-germans-empathy-fear

[Acedido em 7 de Janeiro, 2016]

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X

Artigo 2 - “The Donald” & “The Bern”

“The Donald” & “The Bern” –

A mudança no panorama político norte-americano

por Luís Rodrigues,

Estagiário no State Building and Fragility Monitor

S e há um ano tentássemos abordar as primárias norte-americanas e eventual

vencedor de cada partido, a conclusão geral seria certamente uma vitória ár-

dua de Jeb Bush no lado Republicano, e a vitória esmagadora de Hillary Clinton no

partido Democrata.

Hoje, no mês de Fevereiro e em vésperas de “Super Tuesday”, em que vários Esta-

dos irão a votação ao mesmo tempo, a realidade está longe de ser a prevista há um ano

atrás. Estarão em jogo mais de 800 delegados no partido democrata e mais de 600 no

caso republicano.

O excêntrico bilionário nova-iorquino, Donald Trump, segue com grande vantagem

face aos seus competidores mais directos, os hispano-descendentes Marco Rubio e Ted

Cruz. O putativo favorito, Jeb Bush, já abandonou inclusivamente a corrida presidenci-

al, não obstante os mais de 150 milhões de dólares gastos por “Super-PACS” e lobbies

na sua campanha.

Donald Trump iniciou a campanha com sondagens gerais a rondar os 5%, com vá-

rios jornalistas a afirmar que os “ratings” do magnata pouco iriam subir e que a sua

campanha estava condenada.1 2 3

O facto, é que apesar de Trump ter iniciado com “ratings” iniciais médios de 5%, a

sua taxa média actual é de 33.2%.4 As vitórias em New Hampshire, Carolina do Sul e

Nevada surgiram como um meteoro que destroçou o “establishment” Republicano e

efectivou a séria possibilidade de Trump ser o nomeado.

O caso de Bernie Sanders é em tudo semelhante; o veterano senador de Vermont

entrou na corrida visto como um candidato débil e que serviria mais para a “fachada”

de concorrência a Hillary Clinton. No entanto, a campanha pouco inovadora da antiga

Primeira-Dama, aliados ao carisma e ímpeto de Sanders levaram a que Sanders tenha

encurtado a sua distância de maneira decisiva, estando apenas 5% atrás de Hillary

Clinton, tendo em conta as médias feitas das sondagens mais recentes.5

As medidas políticas de Bernie Sanders e de Donald Trump são em tudo diferen-

tes, menos na sua “frescura” política face aos respectivos partidos. Sanders é um auto-

proclamado socialista/social-democrata, admirador do modelo nórdico, e provavelmente

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XI

o candidato mais “à esquerda” em termos de eleições presidenciais norte-americanas

até à data. Trump representa uma direita mais proteccionista, porém, ambos os candi-

datos se opõem ao TTIP e pretendem baixar impostos à classe média, elevando a carga

fiscal sobre os bancos e grandes empresas.

Neste sentido, grande parte do apoio de Sanders vem precisamente das camadas

mais jovens, que actualmente se vêem mais afectadas pela crise mundial dos últimos

anos. Bernie Sanders dá grande relevância a questões como a desigualdade económica,

a subida do ordenado mínimo, bem como educação e saúde universais de maneira gra-

tuita.6 A “guerra” a Wall Street é também um dos temas fulcrais da campanha de San-

ders, compreendendo questões como o aumento das regulações financeiras, a reforma

da Reserva Federal e a cobrança de impostos relativos a transacções financeiras.7

A retórica de Donald Trump é notoriamente mais agressiva, Donald Trump refere

frequentemente questões como a imigração ilegal, o radicalismo islâmico, a revitalização

do exército norte-americano, o tratamento adequado dos veteranos de Guerra, bem co-

mo o fim da controversa “Obamacare”, a defesa da Segunda Emenda, e a renegociação

de acordos comerciais de modo a torná-los mais benéficos para os trabalhadores norte-

americanos.8

Superficialmente, existem muitas diferenças entre Donald Trump e Bernie Sanders

e pouquíssimas semelhanças. Esta análise é correcta de um ponto de vista estritamente

político, porém, o sucesso de ambos os candidatos provém precisamente do mesmo

apelo ao forte sentimento de injustiça dos eleitores.9

A ascensão de Sanders e Trump nas sondagens reside precisamente no facto de

ambos abordarem questões sobre as quais a população se sente defraudada, questões

estas que recebem reduzida atenção por parte dos outros candidatos. Particularmente

devido aos constrangimentos provocados tanto pela estrutura partidária como pelos do-

adores e lobbies que financiam grande parte das campanhas presidenciais.

A questão do financiamento das campanhas é outro ponto em comum por parte de

Trump e Sanders. No primeiro caso, a fortuna de Donald permite-lhe a flexibilidade de

poder financiar a sua própria campanha (facto de que se vangloria com frequência).

Bernie Sanders obtém grande parte do seu financiamento precisamente através de doa-

ções dos seus eleitores e de sindicatos de trabalhadores.

Em ambos os casos, o espectro das “Super-PACS” de inúmeros doadores e

“lobbistas” não se encontra presente, ao contrário do que sucede nos outros grandes

candidatos de cada partido, particularmente Hillary Clinton e o já derrotado Jeb Bush

(sendo que desde a sua saída, o “establishment” tem procurado apoiar Marco Rubio).

Artigo 2 - “The Donald” & “The Bern”

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XII

Este facto denota claramente alguma saturação por parte da população norte-

americana face a políticos e candidaturas orientadas numa linha estritamente partidá-

ria. Não é objectivo desta reflexão avaliar a validade ou exequibilidade das medidas de

Trump e Sanders, mas sim salientar o seu enorme impacto nas eleições primárias norte

-americanas.

Na eventualidade de uma presidência Sanders ou Trump, podemos seguramente

afirmar que seriam os vencedores mais afastados do “mainstream” bipartidário dos últi-

mos anos nos Estados Unidos, o que não é algo automaticamente negativo, olhando pa-

ra os últimos titulares da Sala Oval.

Na próxima terça-feira teremos a já referida “Super Tuesday”, os resultados da pró-

xima terça irão certamente definir algumas tendências para o resto das eleições, de mo-

mento, Donald Trump aparece bem posicionado para ser o nomeado do partido Repu-

blicano, enquanto Bernie Sanders se encontra ligeiramente atrás de Hillary Clinton.

Em termos de previsões para a “Super Tuesday”, perspectivam-se bons resultados

para Trump, que o poderão levar a consolidar a sua liderança, enquanto Bernie San-

ders deverá sofrer algumas perdas, pois os estados em votação serão primordialmente a

favor de Hillary Clinton, no entanto, a corrida para a nomeação está longe de terminar e

ainda reside bastante incerteza sobre qual será o nomeado de cada partido.

Perante este cenário, uma eleição presidencial Trump vs. Sanders em Novembro

não é um cenário de todo descabido, esta eventualidade teria consequências em ambos

os partidos.

No caso Republicano, os candidatos do “establishment” sofreriam uma pesada der-

rota que poderia obrigar a uma revitalização interna, de um partido que se encontra em

letargia desde que George W. Bush terminou o seu segundo mandato.

Quanto ao partido Democrata, uma eventual derrota de Hillary Clinton significaria

uma autêntica tragédia para aquela que poderá ser a primeira presidente mulher dos

Estados Unidos, não só pelo inúmero (e lucrativo) apoio que possui, bem como pela pre-

ferência generalizada do “Democratic National Comittee”.

A incerteza é a única certeza do resultado das eleições primárias, esta incerteza

cresce ainda mais quando o cenário provável há um ano seria um Bush vs. Clinton, re-

sultando numa nova continuação nas “dinastias” do poder norte-americano. No entan-

to, temos a certeza de que um Bush não voltará a estar na Sala Oval no curto-médio

prazo, e a certeza de que presença de uma Clinton não é de tão consensual como se es-

peraria.

Independentemente do que possa acontecer, a democracia norte-americana poderá

sair reforçada desta nova experiência, a discórdia seguramente alimentará mais pro-

Artigo 2 - “The Donald” & “The Bern”

Page 13: “Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados” por Adriana … · 2016-03-06 · VI Uma Europa, duas crises: identidade e refugiados por Adriana Costa Santos, Estagiária

XIII

gresso do que o consenso. A estagnação é um mal presente de maneira transversal na

sociedade, e a política é um dos exemplos mais claros do efeito que esta produz, parti-

cularmente na perda de confiança nas estruturas políticas. A mediocridade das vozes

moderadas acaba por despertar vozes mais extremas, que posteriormente, acabam por

ser ouvidas. E por vezes, triunfam.

1- http://www.newsmax.com/Politics/David-McIntosh-Trump-presidential-race-taxes/2015/06/19/

id/651419/ [Acedido em 25 de Fevereiro de 2016]

2– http://nypost.com/2015/05/30/stop-pretending-donald-trump-is-not-running-for-president/

[Acedido em 25 de Fevereiro de 2016]

3- http://www.huffingtonpost.com/ed-schultz/why-trump-for-president-i_b_843631.html [Acedido em 25

de Fevereiro de 2016]

4- http://www.realclearpolitics.com/epolls/2016/president/

us/2016_republican_presidential_nomination-3823.html [Acedido em 25 de Fevereiro de 2016]

5- http://www.realclearpolitics.com/epolls/2016/president/

us/2016_democratic_presidential_nomination-3824.html [Acedido em 25 de Fevereiro de 2016]

6– https://berniesanders.com/issues/income-and-wealth-inequality/ [Acedido em 25 de Fevereiro de

2016]

7- https://berniesanders.com/issues/making-the-wealthy-pay-fair-share/ [Acedido em 25 de Fevereiro de

2016]

8- https://www.donaldjtrump.com/positions [Acedido em 25 de Fevereiro de 2016]

9- http://presidential-candidates.insidegov.com/compare/35-70/Bernie-Sanders-vs-Donald-Trump

[Acedido em 25 de Fevereiro de 2016]

Artigo 2 - “The Donald” & “The Bern”

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XIV

Artigo 3 - Segurança da União Europeia

The new European Union Global Strategy:

How to meet foreign and security policy challenges?

by Francisco Proença Garcia,

Tenente-Coronel de Infantaria

T his will not be a formal, too structured paper; my goal is only to bring some

ideas to the table, some thoughts and more than answers I want to share with

you some doubts and questions that I have as an academic, but mostly as a European

citizen.

In order to prepare this brief paper of mine, I decided to do some research and not

surprisingly I found that a lot has already been said and discussed throughout the last

year. There is even a growing field of literature on this subject, with some relevant do-

cuments, such as:

– Towards European Global Strategy

– The EU´s Comprehensive approach to external conflict and crisis

– Defence matters;

– EU as a security provider

– And the well done assessment on the strategic environment, The EU in a changing

global environment.

What do we know by now? We know how the decision process is going to unfold,

its roadmap towards the new strategy, we know the shape it is going to take and I sense

we even know the content.

Starting from this, one can only try to bring some added value into the discussion,

but state very clearly that we do not foresee much novelty from the new EU Global Stra-

tegy.

We will start by trying to answer to a not so simple question.

How best to formulate and implement the European Global Strategy. Should European de-

cision makers pursue a common or integrated EU global strategy?

The EU has a wide array of Institutions, tools, instruments, policies, capacities,

specific strategies at its disposal, and differently from some international institutions it

has also military operations. It’s true we have it all, but we also have lack of coordinati-

on and above all, lack of leadership and of political will.

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XV

So, to discuss whether the EU should pursue and implement an integrated or a

common strategy, it is pure semantics. In the end, what it is needed is plan of action

and its sequent implementation.

A strategic narrative is important, but we’ve talked the talk, now it’s time to walk

the walk. Who cares if it’s integrated or common? Where is the big difference? We need

a tool, and a useful one, that can help us to solve problems, give us strategic guidance

and a course of actions to act in specific situations that are already identified.

But always keeping in mind that we are confronted with an erosion of the former

euro-atlantic order, and now live in a complex, interconnected and unpredictable world.

So the “tool” must have the necessary flexibility to adapt to a constant changing envi-

ronment.

We already have an internal security strategy, and if we want the EU to be a secu-

rity provider, at least we should integrate the former strategy with new security strate-

gy. As we will argue later.

The EU as an International Organization has an identitarian problem. No one

questions this.

In every single international fora we always have to separate representations: the

EU members states represented by their capitals, and the EU per se. This happens in

G20, in major economic projections, or when we analyze Defense Investments in the

world. This causes some complexity not to sat perplexity…

For example, are we at war with ISIS? Or is only France and UK and Germany?

This is only the beginning of this conversation, because often not only we see a lack of

coordination but we also realize that there is competition or contention between what

one could call the capitals and the EU.

We should also keep in mind that we have at least 28 different national interests,

the different EU Institutions’ perspective, different perceptions of reality, threats, chal-

lenges and opportunities. An EU from the North, another from the south, one from the

eastern part, an Atlantic one, etc. Each of these different realities will try to leave its

own foot print in the document. Our biggest threat is renationalization, so our biggest

challenge is unity.

I bet you all remember the episode when Kissinger supposedly asked: if I want to

call the European Union which number should I dial? Now Kerry must ask himself, if I

want to talk to the European Union in Defense and Security matters should I call the

capitals or call Mogherini?

Artigo 3 - Segurança da União Europeia

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XVI

How to improve the EU level of external cooperation with international partners?

The World is crowded: Almost 200 sovereign states, thousands of International and

Regional Organizations, not to mention all the NGOs and think tanks that have an im-

pact on how we think and act when it comes to security and defense.

In order to face our complex and dynamic world, we should engage more and work

with other players, improving the coordination mechanisms. The EU cannot be risk to

be perceived as a Big Payer instead of a Big Player.

Partnerships should reinforce our role in the International Arena and lead to win-

win situations, always preserving our shared values and interests. We know this is diffi-

cult to achieve, but again it’s where the opportunity lies.

In our common strategic vision we should set priorities of engagement. I only list

those that are paramount, although I have to recognize the difficulty in defining a scale

of priorities.

– Enhance the transatlantic link, even forge a renewed one. Importance of TTIP and

NATO.

– Strategic Neighborhood - keeping in mind that the neighborhood policy reached its

limits, mainly in Eastern Partnership countries and Southern Flank ;

– Russia is crucial to fight new treats and hybrid ones, on armament, disarmament

and nuclear issues, space and cyber space;

– Middle East and North Africa, including the Sahel;

– Other rising powers that are strategic competitors, mainly China to co-shape glob-

al governance and reform post-World War II order.

– Africa - redefine relationship with Africa Summits;

– With other International Organizations we have to deepen the cooperative security

and strive to promote development (again this is an area where the EU has a very clear

added-value: the EU is the biggest ODA (Official Development Aid) donor in the world.

– In the United Nations the EU has to recognize that it has lost the lead it had some

years ago. In the UN Security Council the EU has to be able to at least coordinate – alt-

hough the idea of reforming the Council and replacing the UK and France with a single

EU representation can be very exciting for academics, we must realize that the capitals

are not that keen on that process, referring to some arithmetic’s losses (that’s to say

less votes). In the wider UN system the EU has to recapture the lost influence, by mak-

ing clear its position in all decision making processes – it’s complicated but to be recog-

nized as a superpower it requires a high level of commitment.

Artigo 3 - Segurança da União Europeia

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XVII

How to enhance the capacity of CFSP and CSDP to meet asymmetrical and hybrid threats,

armaments proliferation, spread of violent conflicts, failed states, cyber threats, terrorism and

violent radicalization?

CSDP has been our tool for external crisis management. But with all the new stra-

tegic and security challenges we notice, some raise the question whether crisis manage-

ment should continue to be the only aim of CSDP or we should enlarge its scope, aim

and responsibilities to couple, for instances, with artº 42/7 Lisbon Treaty? Or are we

prepared to perform more operations, and operate in all levels off the spectrum? All this

bearing in mind that we should avoid the renationalization of European External policy.

Currently we face significant capabilities shortfalls, we need enablers to allow de-

ployment and sustainment, and we absolutely need NATO’s cooperation. A diagnosis

that shows us that we need to start by solving and enhancing relations with NATO,

mainly to be able to respond to hybrid threats and guarantee territorial defense.

But the EU has also responsibilities it needs to be able to respond on its own,

mainly those that impact on what we consider vital interest.

After defining a strategy we need to translate the defined level of ambition into ca-

pabilities and capability development (military and civilian), to pursue a comprehensive

approach in order to face existing and emerging threats.

In the last decades we’ve watched the disarming process of heavy capabilities. We,

(Portugal) bought Leopard Tanks to the Netherlands. Now in Europe we only have 997

modern tanks (Egypt has 1130 M1 Abrams). We still maintain a very relevant naval

strategic capacity (oceans control and power projection), but Asia Pacific has increased

and surpassed our ocean capacity. All new ships and vessels are manufactured in East

Asia/Korea and no longer in Europe.

With the economic centrality and Power in the Pacific, we must ensure more Mari-

time Security with our own capacities.

Although we still have some military power we lack the political will to use it,

jointly and simultaneously. We have ethical/moral and even legal constraints.

The drastic change in values, in the belief system we’ve faced in last decades some-

times immobilizes us. We also don’t have the will to act and to integrate dangerous ope-

rations. Those that causes casualties.

The European population has a very low level of tolerance to these kind of engage-

ments.

Artigo 3 - Segurança da União Europeia

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XVIII

Why are we unable to deploy our Battle Groups? We need be proactive instead of

reactive, to strength the planning capacity of the EUMS, to create the ability for early

warning, intelligence gathering, etc., etc.

The EU’s Common Security and Defence Policy should be recognized as a geopoliti-

cal, strategic instrument for the protection of the EU.

We need more Union in EU Defence, more complementary to NATO territorial de-

fence or we risk to add to our Financial and economical crisis a security one.

How to improve European internal-external security cooperation?

It is difficult to identify the frontier between security and defense, where the first

begins and ends and vice-versa, and this is a structural vision we use to foresee how we

are going to share the strategic work.

I would also like to remind you that the broad concept of Security, was presented

at IDN, in the seventies by Cmdt Baptista Cumprido.

The link external/internal is increasingly recognized, but we should understand

the internal/external security interface. We need greater involvement of EU agencies of

the Freedom Security Justice sector (SATCEN, FRONTEX, and EUROPOL) in CSDP mis-

sions and Operations, like we are doing now with the refugee’s crisis. So we need, at le-

ast to integrate internal security strategy with EU security strategy, to have a compre-

hensive approach at least to deal with crisis in the near abroad. Forces may

be structurally separate, but the operations have to be coordinated, centralized at the

operational level.

How to give the incentive to finance research and development of military and non-

military capabilities?

We have research. We do not have military and civilian research, because new

achievements and benefits spillover from one side to the other. So Commission can/

should increase support with funds also to research and innovation when it comes to

non-military capabilities.

It took us years to recognize this evolution, now we need to consolidate it.

In the area of the defense industrial technological base, we have new rules in mar-

ket integration, standardization, directives for procurement that are aimed to create a

more competitive tender procedure.

Artigo 3 - Segurança da União Europeia

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XIX

Artigo 3 - Segurança da União Europeia

We ought to increase dual use capabilities and promote new cooperative program-

mers (cyber, satellite communications, space) where we have identified critical shortfall

capabilities, or in the area of enablers (medical, protection, transport).

And EDA should be more involved. With a budget under 40 M€ it´s almost impossi-

ble… and in EDA’s last meeting a member state refused even to raise by 4 million EDA’s

Budget.

EU defense exports have precious little new products. In recent decades we almost

exclusively have exported the accumulated stocks of the Cold War. Today we are a faint

shadow of the past.

We also need to rethink the role of offset agreements in the global market (they can

be a critical enabler for success).

I would like to conclude quoting Robert Cooper:

«It is generally believed that the height of Europe has passed. Their lack of vision,

divisions, obsession with legal frameworks, lack of willingness to project military power

and the weak economy are compared with a United States even more dominant than

Rome (...) But the problem isn’t with Europe, it is our outdated understanding of pow-

er.»

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XX

Informédia “A Informação via multimédia!”

Arábia Saudita

N este número da Informédia teremos três vídeos sobre o recente escalar da

disputa entre a Arábia Saudita e o Irão, motivada principalmente pela exe-

cução do proeminente clérigo xiita Nimr al-Nimr.

No primeiro vídeo temos a presença de Ben Sheen, editor-chefe da Stratfor, e da

vice-presidente da “Global Analysis”, Reva Bhalla, discutem os incidentes mais recentes

entre o Irão e a Arábia Saudita, particularmente os protestos na embaixada saudita em

Teerão, e o corte de relações.

No segundo vídeo, da CNN, o repórter destacado em Riade, Nick Robertson, desta-

ca o apoio que a Arábia Saudita tem recebido por parte de países como os Emiratos

Árabes Unidos, Kuwait, e Bahrain, que também cortaram relações com o Irão. Destaca

também o isolamento que os sauditas poderão sentir, face ao acordo nuclear entre os

EUA e o Irão.

O terceiro vídeo, do conhecido canal de Youtube “Test Tube News”, contém uma

sucinta explicação dada pelo repórter Trace Dominguéz acerca das históricas más rela-

ções entre o Irão e a Arábia Saudita. Citando razões como a divisão xiita-sunita e as vi-

sões opostas dos países em termos de política externa.

1- Conversation: Saudi-Iranian Competition Flares — https://www.stratfor.com/

video/conversation-saudi-iranian-competition-flares

2- Tensions continue in Saudi Arabia-Iran relations — http://edition.cnn.com/

videos/tv/2016/01/05/the-lead-nic-robertson-middle-east.cnn

3- Why do Saudi Arabia and Iran hate each other? — https://www.youtube.com/

watch?v=G-dMM3HRnhY

“The first two vídeos are republished with permission of Stratfor.”

Informédia - Iémen