apostila genesis traduzido jr

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PUBLICAES INTERAMERICANASPacific Press Publishing AssociationMountain View, CalifrniaEE. UU. do N.A. --------------------------------------------------------------------

VERSO ESPANHOLATradutor Chefe:Victor E. AMPUERO MATTATradutora Associada:NANCY W. DO VYHMEISTERRedatores: Sergio V. COLLINS Fernando CHAIJ TULIO N. PEVERINI LEO GAMBETTA Juan J. SUREZReeditado por: Ministrio JesusVoltara http://www.jesusvoltara.com.br

Igreja Adventista dou Stimo Dia

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Comentrio Sobre O Primeiro Livro do Moiss Chamada GNESE

INTRODUO

1. Ttulo.

Os judeus designam o livro de Gnese segundo a primeira palavra do textohebreu, Bereshith, "no princpio". Entretanto, o Talmud judeu o chama o"Livro da criao do mundo". O nome Gnese, que significa "origem" ou"fonte", foi tirado da LXX, onde este trmino foi usado por primeiravez, para indicar o contedo do livro. O subttulo, "O primeiro livro deMoiss", no formava parte do texto original hebreu, mas sim foi agregadosculos mais tarde.

2. Autor.

Judeus e cristos por igual consideraram ao Moiss, o grande legislador edirigente dos hebreus em ocasio do xodo, como o autor do livro deGnese. Esta convico foi disputada algumas vezes por opositores pagos emo perodo inicial do cristianismo, mas nunca foi posta em dvida seriamentepor nenhum cristo nem judeu at mediados do sculo XVIII. H maisde dois sculos, puseram-se em duvida crenas e opinies tradicionais emtodo aspecto do pensamento humano. O homem foi levado a realizardescobrimentos em esferas desconhecidas e a inventar coisas que trocaram muitoa vida deste mundo. Entretanto, o mesmo esprito de investigao levou ahomens de mentalidade crtica a pr em dvida a autenticidade das Escriturascomo base da crena crist.

O livro da Gnese foi o primeiro que fora submetido a um exame crtico emesta era moderna, e esse exame comeou a etapa da alta crtica daBblia. Em 1753, um mdico da corte da Frana, Jean Astruc, publicou seulibero Conjectures, no qual pretendia que os diferentes nomes da Deidadeque aparecem na Gnese mostram que o livro uma coleo de materiaisde diversas fontes. Astruc seguiu acreditando que Moiss foi o colecionador deessas fontes e recopilador do livro, mas seus seguidores logo eliminaram aMoiss como o editor da Gnese.

H mais de dois sculos, telogos com mentalidade crtica trabalharampara separar as supostas fontes da Gnese e as atribuir a diferentesautores ou, pelo menos, a perodos nos quais se supe que foramcompostas, reunidas, trocadas, editadas e, finalmente, compiladas em umlivro. Aceitando esses pontos de vista crticos, alguns eruditos concordaram emum princpio que consideraram importante, 214 ou seja que o livro consiste emmuitos documentos de diferente valor, autor e tempo de sua origem. Entretanto,diferem ampliamente em suas opinies a respeito de que partes tm que seratribudas a certo perodo e quais a outro. A grande variedade de opinies deas diferentes escola crticas mostra quo defeituoso o fundamento desua hiptese. A falcia de muitos argumentos crticos ficou expostapelos descobrimentos arqueolgicos dos ltimos cem anos. Os crticostiveram que trocar continuamente suas teorias e declaraes. Entretanto,muitos deles mantm seu rechao de que Moiss seja o autor da Gnese,por vrias razes das quais enumeraremos umas poucas aqui:

A. O uso de trs diferentes nomes para Deus. Com um delesindubitavelmente preferido em uma certa seo e um nome diferente em outra,pretende-se que isso prova que mais de um autor responsvel pelacomposio do livro. Da que alguns eruditos crticos hajam sustenido queaquelas sees onde Yahveh (Heb. YHWH ou JHWH), "Jehov", usa-sefreqentemente, foram escritas por um autor que eles chamam o Jehovista,abreviado J; as sees onde se usa principalmente o nome 'Elohim,"Deus", por um homem que eles denominam elohsta, abreviado E. Outros autoresantigos, que se supe que trabalharam com a Gnese, foram um escritorsacerdotal (P, [de "priestly" em ingls]), um editor ou redator (R) e outros.

B. De acordo com as escolas crticas, as muitas repeties de relatoscontidos no livro mostram que se usaram fontes paralelas e que foramunidas sem muito esmero por um editor posterior para que formassem uma sozinhanarrao. Esse editor no pde ocultar o fato de que tinha usado materiaisde diversos orgenes.

C. Se aduz que as condies refletidas na Gnese no concordam com osperodos descritos a no ser com tempos muito posteriores.

d. do-se nomes de lugares de um perodo muito posterior a localidades cujosnomes anteriores tinham sido diferentes.

E. As tradies quanto criao, o dilvio e os patriarcas, talcomo existem na antiga Babilnia, so to similares com o registro bblicodelas, que a maioria dos telogos modernos asseguram que os escritoreshebreus tomaram esses relatos dos babilonios durante o exlio e osprepararam depois com um estilo monotesta para que no fossem chocantes paraseus leitores hebreus.

O cristo conservador no pode concordar com estes pontos de vista pelasseguintes raciocine:

A. V que os nomeie sagrados de Deus, o Senhor e Jehov, usam-se mais ou menosindiscriminadamente atravs de toda a Bblia hebria e no indicam diferentesautores como sustentam os crticos. A LXX e os mais antigos manuscritos dea Bblia hebria, incluindo os cilindros do Isaas descobertos perto do marMorto, mostram que o nome "Deus" encontrado em certa passagem em uma cpia apresentado em outro manuscrito como "Senhor" ou "Jehov" e viceversa.

B. As repeties freqentemente achadas nos relatos no so umaindicao segura de que haja diferentes fontes para uma obra literria. Osdefensores da unidade dos livros mosaicos demonstraram, mediante muitosexemplos que no so bblicos, que repeties similares se encontram emvrias obras antigas de um e o mesmo autor, assim como em obras modernas.

C. Um maior conhecimento da histria antiga e das condies de vida ema antigidade revelou que o autor da Gnese esteve bem informada emquanto aos tempos que descreve e que o relato dos patriarcas enquadraexatamente no marco do tempo deles. 215

d. Os nomes dos lugares foram modernizados em certos casos peloscopistas para que seus leitores pudessem seguir o relato.

E. O fato de que os babilonios tivessem tradies similares em certamedida com os registros hebreus no uma prova de que uma nao tomou anarrao da outra, mas sim encontra sua explicao em uma origem comum deambos os registros. O livro inspirado da Gnese transmite informaodivinamente repartida em uma forma pura e elevada, ao passo que os registrosbabilonios narram os mesmos acontecimentos dentro de um marco pagoenvilecido.

No o propsito desta introduo refutar as muitas pretenses daalta crtica formuladas para sustentar suas teorias. Mais importante mostrara evidncia de que Moiss o autor.

O autor do Exodo deve ter sido o autor da Gnese, porque o segundolivro do Pentateuco uma continuao do primeiro e evidentemente manifestao mesmo esprito e a mesma inteno. Posto que a paternidade literria dolivro do Exodo est claramente afirmada por Cristo mesmo, quem o chamou "olivro do Moiss" (Mar. 12: 26), o volume precedente, a Gnese, tambm deveter sido escrito pelo Moiss. O uso de expresses e palavras egpcias, e ominucioso conhecimento da vida egpcia e seus costumes desdobrados nahistria do Jos, harmonizam com a educao e experincia do Moiss. Emboraa evidncia a favor da origem mosaica da Gnese menos explcita edireta que a dos seguintes livros do Pentateuco, as peculiaridadeslingsticas comuns a todos os cinco livros do Moiss so uma prova de quea obra de um s autor e o testemunho do Novo Testamento indica queescreveu sob a inspirao do Esprito Santo.

O testemunho do Jesucristo, que citou vrios textos da Gnese, indicaclaramente que considerou o livro como uma parte das Sagradas Escrituras. Aocitar Gn. 1: 27 e 2: 24, Jesus usou a frmula introdu "No holido?" (Mat. 19: 4, 5) para indicar que essas entrevistas continham uma verdade queainda estava em vigncia e era vlida. O contexto da narrao (Mar. 10:2-9), que relata a disputa do Jesus com os fariseus quanto sanodo divrcio, esclarece que ele atribuiu ao Moiss as entrevistas tiradas da Gnese. Quando seus antagonistas lhe perguntaram se tinham direito a divorciar-se de seusalgemas, Jesus os rechaou com a pergunta: "O que lhes mandou Moiss?" Em seurplica, os fariseus se referiram a uma medida ordenada pelo Moiss, que seencontra no Deut. 24: 1-4, uma passagem do quinto livro do Pentateuco. A istoreps Jesus que Moiss lhes tinha dado esse preceito devido dureza docorao deles, mas que as disposies anteriores tinham sido diferentes,e afirmou sua declarao com outras duas entrevistas do Moiss (Gn. 1: 27; 2: 24).

Em vrias outras ocasies, Cristo aludiu a sucessos descritos s no livroda Gnese, revelando que o considerava como um registro histrico fidedigno(Luc. 17: 26-29; Juan 8: 37; etc.).

As numerosas entrevistas da Gnese que se encontram nos escritos dosapstolos mostram claramente que estavam convencidos de que Moiss haviaescrito o livro e que era inspirado (ROM. 4: 17; Gl. 3: 8; 4: 30; Heb. 4: 4;Sant. 2: 23).

Em vista desta evidncia, o cristo pode acreditar confidencialmente que Moissfoi o autor do livro da Gnese. Elena do White diz da estada do Moissno Madin: "Ali, sob a inspirao do Esprito Santo, escreveu o livro deGnese" (PP 256).

3. Marco histrico.

O livro da Gnese foi escrito ao redor de 1.500 anos AC (CS 7), enquantoos hebreus estavam ainda em escravido no Egito. Contm um esboo dahistria deste mundo que abrange muitos sculos. Os primeiros captulos doGnese no podem ser colocados em um marco histrico, segundo a concepocorrente 216 do que histria. No temos histria do mundo antediluviano, salvo a que foi escrita pelo Moiss. No temos registrosarqueolgicos, a no ser s o testemunho mudo e freqentemente escuro dos fsseis.

Depois do dilvio a situao diferente. A p do arquelogo htirado luz muitos registros dos povos, seus costumes e formas degoverno durante o perodo abrangido nos captulos seguintes da Gnese. O perodo do Abrao, por exemplo, pode agora ser conhecido bastante bem; ea histria do Egito durante o perodo da escravido do Israel pode serreconstruda com bastante exatido. Durante esta era, desde o Abrao at oxodo, floresceram destacadas civilizaes, particularmente no vale deMesopotamia e ao longo das mrgenes do Nilo. Para o norte os hititascresciam em poder. Na Palestina habitavam povos guerreiros sob a direo dereyezuelos. Costumes grosseiros refletiam o escuro paganismo de todos estespovos.

Fortes vnculos raciais relacionavam aos patriarcas da Gnese com astribos semitas da baixa e alta Mesopotamia. descreve-se em detalhe o papeldos patriarcas em alguns dos grandes sucessos desses primeiros tempos,tais como a batalha dos reis no vale do Sidim (cap. 14), adestruio das cidades da plancie (caps. 18, 19), e a conservao dea populao egpcia durante uma fome extraordinria (cap. 41). Os homensda Gnese so conhecidas como pastores e guerreiros, como moradores dacidade e nmades, como estadistas e fugitivos. Os relatos a respeito de seusexperincias pem aos leitores do livro em contato com algumas dasgrandes naes de venervel antigidade, como tambm com alguns dospovos menos proeminentes com os quais se relacionaram os hebreus de tempoem tempo.

No so descritas na Gnese as grandes civilizaes que tinham surto emEgito como tambm na Mesopotamia, mas sua existncia se adverte claramentenas experincias dos patriarcas. O povo de Deus no vivia nomagnfico isolamento de um vazio poltico ou social. Era parte de uma sociedadede naes, e sua civilizao e cultura no diferiam marcadamente das dospovos que o rodeavam, salvo no que sua religio criasse uma diferena. Por quanto era o remanescente mais importante dos verdadeiros adoradores deJehov, portanto formava o centro do mundo do autor inspirado. Estaobservao bvia leva naturalmente pergunta: Qual foi o propsitoprincipal do Moiss ao escrever o livro?

4. Tema.

Todo estudante atento da Gnese conhece o tema principal do livro: primeiroa narrao do trato de Deus com os poucos fiis que o amaram e serviram,e segundo, a profundidade da depravao na qual caram os que haviamdeixado a Deus e seus preceitos. O livro da Gnese o primeiro registropermanente da revelao divina concedida aos homens.

O livro tem tambm importncia doutrinal. Registra a criao destemundo e de todas suas criaturas viventes, a entrada do pecado e a promessa deDeus a respeito da salvao. Insgnia que o homem um ser moral livre,possuidor de uma vontade livre e que a transgresso da lei de Deus afonte de toda a desgraa humana. D instruo em relao observnciado santo sbado como dia de descanso e adorao, a santidade do matrimnio eo estabelecimento do lar, a recompensa da obedincia, e o castigo dopecado.

O livro est escrito em um estilo interessante que atrai a imaginao dosjovens. Seus elevados temas morais so alimento para os majores, e seusensinos so instrutivos para todos. Este o livro da Gnese, cujoestudo nenhum cristo 217 pode dar o luxo de descuidar e cujosbrilhantes heris pode imitar todo filho de Deus.

5. Bosquejo.

I. Da criao do mundo at o Abrao, 1: 1 a 11: 26.

A. A criao dos cus e a terra, 1: 1 a 2: 25.

1. Os seis dias da criao, 1: 1-31.

2. A instituio do sbado, 2: 1-3.

3. Detalhes da criao do homem e o horta do den, 2:4-25.

B. A histria da queda e seus resultados imediatos, 3: 1 a 5: 32.

1. A tentao e a queda, 3: 1-8.

2. A expulso do horta, 3: 9-24.

3. Can e Abel, 4: 1-15.

4. Os cainitas, 4: 16-24.

5. A gerao desde o Ado at o No, 4: 25 a 5: 32.

C. O dilvio, 6: 1 a 9: 17.

1. A degenerao dos antediluvianos, 6: 1-13.

2. A construo do arca, 6: 14-22.

3. A narrao do dilvio, 7: 1 a 8: 14.

4. O pacto feito com o No, 8: 15 a 9: 17.

D. Desde o No at o Abrao, 9: 18 a 11: 26.

1. O destino dos filhos do No, 9: 18-29.

2. O quadro das naes, 10: 1-32.

3. A confuso das lnguas em Babel, 11: 1-9.

4. As geraes desde o Sem ao Abrao, 11: 10-26.

II. Os patriarcas Abrao e Isaac, 11: 27 a 26: 35.

A. Abram, 11: 27 a 16: 16.

1. Chamado e viagem ao Canan, 11: 27 a 12: 9.

2. Experincia no Egito, 12: 10-20.

3. Separao do Lot, 13: 1-18.

4. Resgate do Lot, encontro com o Melquisedec, 14: 1-24.

5. Pactuo com Deus, 15: 1-21.

6. Casamento com o Agar, nascimento do Ismael, 16: 1-16.

B. Abrao, 17: 1 a 25: 18.

1. Renovao do pacto, Abram se converte no Abrao, seintroduz a

circunciso, 17: 1-27.

2. Abrao e os anjos, destruio da Sodoma e cidadesvizinhas, 18:1

a 19: 38.

3. Incidentes no Gerar, nascimento do Isaac, expulso deIsmael, 20:1

a 21:34.

4. A prova suprema do Abrao, 22: 1-24.

5. Morte da Sara e sua sepultura, 23: 1-20.

6. Casamento do Isaac com Blusa de l, 24: 1-67.

7. Descendentes do Abrao, 25: 1-18.

C. Isaac, 25: 19 a 26: 35.

1. Filhos do Isaac, 25: 19-34.

2. Isaac e Abimelec do Gerar, 26: 1-35.

III. O patriarca Jacob, 27: 1 a 36: 43.

A. Jacob, o suplantador, 27: 1 a 31: 55.

1. Jacob recebe uma bno mediante um engano, 27: 1-46. 218

2. Jacob foge e a viso no Bet-o, 28: 1-22.

3. Jacob trabalha por suas algemas e forma uma famlia, 29: 1 a30: 43.

4. Jacob foge do Labn, 31: 1-55.

B. o Israel, prncipe de Deus, 32: 1 a 36: 43.

1. Jacob volta para o Canan, incidente no Peniel, 32: 1 a 33: 20.

2. Desonra do Siquem, problemas familiares, 34: 1 a 35: 29.

3. Descendentes do Esa, 36: 1-43.

IV. Jos, um salvador, 37: 1 a 50: 26.

A. Jos e seus irmos, 37: 1-36.

B. A queda do Jud, 38: 1-30.

C. Jos se mantm fiel a seus princpios, 39: 1 a 40: 23.

D. Jos chega a ser El Salvador do Egito, 41: 1-57.

E. Jos e seus irmos, 42: 1 a 45: 28.

F. Jacob vai ao Egito, 46: 1 a 47: 31.

G. As bnes do Jacob, 48: 1 a 49: 33.

H. A morte do Jacob e do Jos, 50: 1-26.

CAPTULO 1

1 A criao dos cus e a terra, 3 da luz, 6 do firmamento, 9 daterra separada da gua, 11 e feita frutfera. 14 A criao do sol, alua e as estrelas, 20 dos peixes e as aves, 24 das bestas e oganho, 26 do homem imagem de Deus. 29 Deus assinala o alimento para ohomem e as bestas.

1 NO princpio criou Deus os cus e a terra.

2 E a terra estava desordenada e vazia, e as trevas estavam sobre a facedo abismo, e o Esprito de Deus se movia sobre a face das guas.

3 E disse Deus: Seja a luz; e foi a luz.

4 E viu Deus que a luz era boa; e separou Deus a luz das trevas.

5 E chamou Deus luz Dia, e s trevas chamou Noite. E foi a tarde ea manh um dia.

6 Logo disse Deus: Haja expanso em meio das guas, e separe as guas deas guas.

7 E fez Deus a expanso, e separou as guas que estavam debaixo daexpanso, das guas que estavam sobre a expanso. E foi assim.

8 E chamou Deus expanso Cus. E foi a tarde e a manh o diasegundo.

9 Disse tambm Deus: juntem-nas guas que esto debaixo dos cus em umlugar, e o tire o chapu seco. E foi assim.

10 E chamou Deus ao seco Terra, e reunio das guas chamou Mares. Eviu Deus que era bom.

11 Depois disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que d semente;rvore de fruto que d fruto segundo seu gnero, que sua semente esteja nele, sobrea terra. E foi assim.

12 Produziu, pois, a terra erva verde, erva que d semente segundo seunatureza, e rvore que d fruto, cuja semente est nele, segundo seu gnero. Eviu Deus que era bom.

13 E foi a tarde e a manh nos terceiro dia.

14 E Disse logo Deus: Haja fogarus na expanso dos cus para separaro dia da noite; e sirvam de sinais para as estaes, para dias e anos,

15 e sejam por fogarus na expanso dos cus para iluminar sobre aterra. E foi assim.

16 E fez Deus os dois grandes fogarus; o fogaru maior para que senhoreasseno dia, e o fogaru menor para que senhoreasse na noite; fez tambm asestrelas.

17 E as ps Deus na expanso dos cus para iluminar sobre a terra, 219

18 e para senhorear no dia e na noite, e para separar a luz dastrevas. E viu Deus que era bom.

19 E foi a tarde e a manh nos quarto dia.

20 Disse Deus: Produzam as guas seres viventes, e aves que voem sobre aterra, na aberta expanso dos cus.

21 E criou Deus os grandes monstros marinhos, e tudo ser vivente que se move,que as guas produziram segundo seu gnero, e toda ave alada segundo sua espcie. Eviu Deus que era bom.

22 E Deus os benzeu, dizendo: Frutifiquem e lhes multiplique, e encham as guasnos mares, e multipliquem-nas aves na terra.

23 E foi a tarde e a manh nos quinto dia.

24 Logo disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo seu gnero, bestase serpentes e animais da terra segundo sua espcie. E foi assim.

25 E fez Deus animais da terra segundo seu gnero, e ganho segundo seu gnero,e todo animal que se arrasta sobre a terra segundo sua espcie. E viu Deus queera bom.

26 Ento disse Deus: Faamos ao homem a nossa imagem, conforme a nossasemelhana; e senhoreie nos peixes do mar, nas aves dos cus, nasbestas, em toda a terra, e em todo animal que se arrasta sobre a terra.

27 E criou Deus ao homem a sua imagem, a imagem de Deus o criou; varo e fmeacriou-os.

28 E os benzeu Deus, e lhes disse: Frutifiquem e lhes multiplique; encham aterra, e subjuguem, e senhoreiem nos peixes do mar, nas aves doscus, e em todas as bestas que se movem sobre a terra.

29 E disse Deus: Hei aqui que lhes dei toda planta que d semente, que estsobre toda a terra, e toda rvore em que h fruto e que d semente; eles seropara comer.

30 E a toda besta da terra, e a todas as aves dos cus, e a todo oque se arrasta sobre a terra, em que h vida, toda planta verde lhes serpara comer. E foi assim.

31 E viu Deus tudo o que tinha feito, e hei aqui que era bom em grande maneira. E foi a tarde e a manh nos sexto dia.

1.

No princpio.

Estas palavras nos recordam que todo o humano tem um princpio. S Aqueleque est entronizado como o soberano Senhor do tempo no tem princpio nemfim. De modo que as palavras com que comeam as Escrituras riscam umdecidido contraste entre tudo o que humano, temporrio e finito, e o que divino, eterno e infinito. Ao nos fazer recordar nossas limitaes humanas,essas palavras assinalam a Aquele que sempre o mesmo, e cujos anos notm fim (Heb. 1: 10-12; Sal. 90: 2, 10). Nossa mente finita no podepensar em "o princpio" sem pensar em Deus, pois ele " o princpio" (Couve. 1:18; cf. Juan 1: 1-3). A sabedoria e todos os outros bens tm seuprincipio com ele (Sal. 111: 10; Sant. 1: 17). E se alguma vez temos quenos assemelhar de novo a nosso Fazedor, nossa vida e todos nossos planosdevem ter um novo princpio nele (Gn. 1: 26, 27; cf. Juan 3: 5; 1 Juan 3:1-3). Temos o privilgio de desfrutar da confiada certeza de que "quecomeou" em ns "a boa obra, aperfeioar-a at o dia deJesucristo" (Fil. 1: 6). O "o autor e consumador da f" (Heb. 12: 2). Nunca esqueamos o fato alto implcito nestas palavras: "Noprincpio... Deus".

Este primeiro versculo das Sagradas Escrituras faz ressaltar decididamenteuma das seculares controvrsias entre quo cristos acreditam na Bblia,por um lado, e os cticos ateus e materialistas de diversos matizes pelooutro. Estes ltimos, que procuram em diferentes forma e em diversos grausexplicar o universo sem Deus, sustentam que a energia eterna. Se istofora verdade e se a matria tivesse o poder de evoluir, primeiro dasformas mais simples da vida, indo depois s mais complexas at chegarao homem, certamente Deus seria desnecessrio.

Gnese 1: 1 afirma que Deus antes de tudo o que existe e que , em formaexcludente, a nica causa de todo o resto. Este versculo o fundamentode tudo pensar correto quanto ao mundo material. Aqui ressalta aimpressionante verdade de que, "ao formar o mundo, Deus no se valeu de matrialhe preexistam" (3JT 258).

O pantesmo, a antiga heresia que despoja a Deus de personalidade ao dilui-lopor todo o universo, fazendo-o assim sinnimo da totalidade da criao,tambm fica exposto e refutado no Gn. 1: 1. No h apie para a doutrinado pantesmo quando 220 acredita que Deus viveu sereno e supremo antes de quehouvesse uma criao e, portanto, est por cima e alm do que hcriado.

Nenhuma declarao poderia ser mais apropriada como introduo das SagradasEscrituras. Ao princpio o leitor conhece um Ser onipotente, que possuipersonalidade, vontade e propsito, existindo antes que todo o resto e que,portanto sem depender de ningum mais, exerceu sua vontade divina e "criou oscus e a terra".

No devesse permitir-se que nenhuma anlise de questes secundriasconcernentes ao mistrio de uma criao divina, j seja quanto ao tempo ouao mtodo, obscurecesse o fato de que a verdadeira linha divisria entre umacrena verdadeira e uma falsa sobre o tema de Deus e a origem de nossaterra consiste na aceitao ou o rechao da verdade que faz ressaltareste versculo.

Aqui mesmo devesse expressar uma palavra de precauo. Durante compridos sculosos telogos especularam com a palavra "princpio", esperando descobrir maisdos caminhos misteriosos de Deus do que a sabedoria infinita viuconveniente revelar. Por exemplo, veja-se na nota adicional ao final destecaptulo o exposto quanto teoria da criao apoiada em um falsocataclismo e restaurao. Mas ociosa toda especulao. No sabemos nadado mtodo da criao alm da sucinta declarao mosaica: "DisseDeus", "e foi assim", que a misteriosa e majestosa nota dominante nohino da criao. Estabelecer como a base de nosso raciocnio que Deustem que ter feito assim e assem ao criar o mundo, pois do contrrio asleis da natureza tivessem sido violadas, obscurecer o conselho compalavras e dar ajuda e sustento a quo cticos sempre insistiram em quetodo o registro mosaico incrvel porque, conforme se pretende, viola asleis da natureza. por que deveramos ser mais sbios que o que estescrito?

Muito em especial, nada ganha especulando a respeito de quando foi criada amatria que constitui nosso planeta. Respeito ao fator temporrio dacriao de nossa terra e tudo o que depende disto, a Gnese faz doisdeclaraes: (1) "No princpio criou Deus os cus e a terra" (vers.1). (2) "Acabou Deus em nos stimo dia a obra que fez" (cap. 2: 2). Ospassagens afins no acrescentam nada ao que se apresenta nestes dois textos emquanto ao tempo comprometido na criao. pergunta: Quando criou Deus"os cus e a terra"? e pergunta: Quando completou Deus sua obra?, tos podemos responder: "Acabou Deus em nos stimo dia a obra" (cap. 2: 2),"porque em seis dias fez Jehov os cus e a terra, o mar, e todas ascoisas que neles h, e repousou no stimo dia" (Exo. 20: 11).

Estas observaes sobre o relato da criao no se fazem com opropsito de fechar o debate, mas sim como uma confisso de que no estamospreparados para falar com certeza se formos alm do que est claramenterevelado. O mesmo feito de que tanto dependa do relato da criao, ato edifcio completo das Escrituras, impulsiona ao piedoso e prudenteestudante da Bblia a restringir suas declaraes s palavrasexplcitas das Sagradas Escrituras. Certamente, quando o amplo campo dea especulao o prova a perder-se em divagaes em reas no diagramadas detempo e espao, no pode fazer nada melhor que enfrentar a tentao com asingela rplica: "Escrito est". Sempre h segurana dentro dos limitesprotetores das aspas bblicas.

Criou Deus.

O verbo "criar" vem do hebreu bara', que na forma em que se usa aquidescreve uma atividade de Deus, nunca dos homens, Deus cria "o vento"(Ams 4: 13), "um corao limpo" (Sal. 51: 10) e "novos cus e novaterra" (ISA. 65: 17). As palavras hebrias que traduzimos "fazer", 'asah,"formar", yatsar e outras, freqentemente (mas no em forma exclusiva) usam-seem relao com a atividade humana, porque pressupem matria lhe preexistam. Estas trs palavras se usam para descrever a criao do homem. Asmuito mesmos primeiras palavras da Bblia estabelecem que a criao leva amarca da atividade prpria de Deus. A passagem inicial das SagradasEscrituras familiariza ao leitor com um Deus a quem devem sua mesma existnciatodas as coisas animadas e inanimadas (Heb. 11: 3). A "terra" aquimencionada evidentemente no o terreno seco que no foi separado das guasat o terceiro dia, a no ser todo nosso planeta.

2.

Desordenada e vazia.

Mais exatamente "desolada e vazia", thu wabhu. Isto implica um estado dedesolao e vacuidade, mas sem implicar que a terra uma vez foi perfeita edepois ficou arruinada ou desolada. 221

Quando aparecem juntas as palavras thu wabhu em outras passagens, tais comoISA. 34: 11; Jer. 4: 23, parecem ser emprestadas deste texto, mas a palavrathu se emprega com freqncia s como sinnimo de inexistncia ou um nada(ISA. 40: 17, 23; 49: 4). Job 26: 7 mostra o significado correto destapalavra. A segunda parte deste versculo declara que Deus "pendura a terrasobre nada" e a primeira metade apresenta o paralelo "ele estende o norte sobrethu [vazio]". Este texto do Job mostra claramente o significado de thu emGn. 1: 2, no qual este vocbulo e seu sinnimo bhu indicam que a terraestava relatrio e sem vida. Seus elementos estavam todos mesclados, sem nenhumaorganizao e inanimados.

Trevas estavam sobre a face do abismo.

O "abismo", de uma raiz que significa "rugir", "bramar", aplica-se comfreqncia s guas bramadoras, s ondas rugientes, ou a uma inundao eda as profundidades do mar (Sal. 42: 7; Exo. 15: 5; Deut. 8: 7; Job 28:14; 38: 16). "Abismo" uma palavra antiga e se usa aqui como essencialprprio. Os babilonios, quem reteve algumas vagas reminiscncias dorelato da verdadeira criao durante muitos sculos, em realidadepersonificaram esta palavra tehom e a aplicaram a sua deidade mitolgico,Tiamat, de cujo cadver acreditavam que se criou a terra. O registro bblicomostra que originalmente no havia luz sobre a terra e que a matria dasuperfcie estava em um estado fluido porque "a face do abismo" paralelacom "a face das guas" neste versculo.

O Esprito de Deus se movia.

"Esprito", raj. Em harmonia com a forma em que se usa nas Escrituras, oEsprito de Deus o Esprito Santo, a terceira pessoa da Deidade. Partindo daqui e atravs de todas as Escrituras, o Esprito de Deusexerce o papel do agente divino de Deus em todos os atos criadores; j sejada terra, da natureza, da igreja, da nova vida ou do homemnovo. Veja o comentrio do vers. 26 para uma explicao da relao deCristo com a criao.

A palavra aqui traduzida "movia" merajfeth, que no pode traduzir-secorretamente "incubava", embora tenha este significado em siriaco, umdialeto aramaico postbblico. A palavra aparece s duas vezes em outras partesdo AT. No Jer. 23: 9, onde tem o significado de "tremer" ou "sacudir", aopasso que no Deut. 32: 11 se usa para descrever o revoar da guia sobresuas crias. A guia no est incubando sobre seus hijuelos viventes, mas simabate-se vigilante para proteg-los.

A obra do Esprito de Deus devia ter alguma relao com a atividade queestava por iniciar-se logo, e uma atividade que fizesse sair ordem do caos. O Esprito de Deus j estava presente, preparado para atuar logo que sedesse a ordem. O Esprito Santo sempre esteve fazendo precisamente essaobra. Este Agente divino sempre esteve presente para ajudar na obra dea criao e da redeno, para reprovar e fortalecer s almasdesencaminhadas, para consolar aos enfermos e para apresentar a Deus asoraes dos crentes em uma forma aceitvel.

3.

E disse Deus.

O registro de cada um dos seis dias da criao comea com esteanncio. "O disse, e foi feito; ele mandou, e existiu" (Sal. 33: 9), declara osalmista, e o apstolo diz que entendemos mediante a f "ter sidoconstitudo o universo pela palavra de Deus" (Heb. 11: 3). A frase "disseDeus" incomodou a alguns como que fizesse a Deus muito semelhante a umser humano. Mas como poderia ter irradiado o autor inspirado a mentesfinitas o ato da criao levado a cabo pelo Deus infinito a menos queusasse trminos que pode entender o homem mortal? O fato de que asdeclaraes de Deus esto relacionadas repetidas vezes com atividadesrealizadas Por Deus (vers. 7, 16, 21, 27) indica convincentemente que se estexpressando com linguagem humana uma revelao do poder criador de Deus.

Seja a luz.

Sem luz no podia haver vida. Era essencial que houvesse luz quando o Criadorcomeou a obra de tirar ordem do caos e dar comeo a diversas formas devida vegetal e animal na terra. A luz uma forma visvel de energiaque, mediante sua ao sobre as novelo, transforma os elementos ecompostos inorgnicos em alimento tanto para o homem como para os animaise rege muitos outros processos naturais necessrios para a vida.

Sempre foi a luz um smbolo da presena divina. Assim como a luzfisica essencial para a vida fsica, assim a luz divina necessria se osseres racionais tm que ter 222 vida moral e espiritual. "Deus luz" (1Juan 1: 5), e para aqueles em cujo corao se est levando a cabo s pressas aobra de voltar a criar a semelhana divina, ele vem outra vez hoje em dia ordenandoque fujam as sombras de pecado, incerteza e desnimo ao dizer: "Seja aluz".

4.

Viu Deus.

Esta expresso repetida seis vezes (vers. 10, 12, 18, 21, 25, 31) apresenta emlinguagem humana uma atividade de Deus: a valorao de cada ato particular dea criao como completamente adequado ao plano e vontade de seu Fazedor. Assim como ns, ao contemplar e examinar os produtos de nossosesforos, estamos preparados para declarar que concordam com nossos planose propsitos, assim tambm Deus declara -depois de cada ato criador- que osprodutos divinos concordam completamente com seu plano.

Separou Deus a luz das trevas.

Ao princpio s havia trevas nesta terra amorfa. Com a entrada daluz se realizou uma mudana. Agora existem trevas e luz, lado a lado, masseparadas entre si.

5.

Chamou Deus luz Dia.

do-se nomes luz e s trevas. Dar um nome sempre foi um atoimportante na antigidade. Os nomes tinham seu significado e eramescolhidos cuidadosamente. Posteriormente Deus ordenou ao Ado que desse nomesaos animais. O Eterno s vezes trocou os nomes de seus servos parafaz-los concordar com a experincia ou o carter de sua vida. Instruiu aospais terrestres de seu Filho sobre o nome que deviam dar ao Salvador. Durante a semana da criao, encontramos que Deus deu nomes at aosprodutos sem vida de seu poder criador.

Foi a tarde e a manh um dia.

Literalmente "tarde foi, amanh foi, dia um". Assim termina a descriosuperficial do primeiro dia transcendental da semana da criao de Deus. Sederam muitas e diversas explicaes desta declarao que indicamanifiestamente a durao de cada uma das sete partes da semana dacriao e se repete cinco vezes mais neste captulo (vers. 8, 13, 19, 23,31). Alguns pensaram que cada ato criador durou uma noite, desde que sefez noite at a manh; e outros que cada dia comeou com a manh, emborao Registro inspirado declara evidentemente que a tarde antecedeu manh.

Muitos eruditos entenderam que esta expresso significa um comprido perodoindefinido de tempo, acreditando que algumas das atividades divinas dosdias seguintes, como por exemplo a criao das novelo e dos animais,no poderia haver-se realizado dentro de um dia literal. Pensam acharjustificao para sua interpretao nas palavras do Pedro: "Para com oSenhor um dia como mil anos" (2 Ped. 3: 8). bvio que este versculo nopode-se usar para declarar a durao dos dias da criao, quando uml o resto da passagem: "E mil anos como um dia". O contexto das palavrasdo Pedro esclarece que o que ele quer fazer ressaltar a eternidade de Deus. O Criador pode fazer em um dia a obra de mil anos, e um perodo de mil anos-um comprido tempo para os que esperam que se cumpram os julgamentos de Deus podeser considerado por ele como s um dia. Sal. 90: 4 expressa o mesmopensamento.

A declarao literal "tarde foi [com as horas seguintes da noite], eamanh foi [com as horas sucessivas do dia], dia um" claramente adescrio de um dia astronmico, isto , um dia de 24 horas de durao. o equivalente da palavra hebria composta posterior "demore e manhs" deDo. 8: 14, que na verso Valera de 1909 aparecem como dias, significandoaqui dias profticos e como a palavra grega do Pablo nujthmeron, traduzidacomo "uma noite e um dia" (2 Cor. 11: 25). Assim os hebreus, que nunca duvidaramdo significado desta expresso, comeavam o dia com pr-do-sol e oterminavam com a seguinte posta do sol (Lev. 23: 32; Deut. 16: 6). Alm dissoa linguagem do quarto mandamento no deixa uma sombra de dvida de que a tarde ea manh do registro da criao so as sees componentes de um diaterreno. Este mandamento, refirindose com palavras inconfundveis obrada criao, declara: "Porque em seis dias fez Jehov os cus e aterra, o mar, e todas as coisas que neles h, e repousou no stimo dia"(Exo. 20: 11).

A tenacidade com que tantos comentadores se aferram idia de que os diasda criao foram largos perodos de tempo -at milhares de anos- encontraprincipalmente sua explicao no fato de que eles tratam de fazerconcordar o registro inspirado da criao com a teoria da evoluo. Gelogos e bilogos ensinaram aos 223 homens a acreditar que a histriaremota desta terra abrange milhes de anos nos quais foram tomandoforma lentamente as formaes geolgicas e foram evoluindo as espciesviventes. A Bblia contradiz esta teoria da evoluo em suas pginassagradas. A crena em uma criao divina e foto instantnea, como resultado deas palavras pronunciadas Por Deus, est em completa oposio com a teoriasustentada pela maioria dos cientistas e muitos telogos de hoje em dia, deque o mundo e tudo o que est nele chegou a existir mediante um lento processode evoluo que durou incontveis sculos.

Outra razo pela qual muitos comentadores declaram que os dias da criaoforam largos perodos de tempo que rechaam o dia de repouso do stimodia. Um famoso comentrio expressa assim este pensamento: "A durao dostimo dia necessariamente determina a durao dos outros seis... Odescanso sabtico de Deus entendido pelos melhores intrpretes dasEscrituras como que continuou da terminao da criao at a horapresente, de modo que esta lgica demanda que os seis dias prvios sejamconsiderados no de curta durao, a no ser indefinida" (Pulpit). Esteraciocnio se move em um crculo vicioso. devido a que o descanso dostimo dia, to claramente definido nas Sagradas Escrituras como um dia dedescanso que se repete semanalmente, rechaado como tal, declara-se que ostimo dia da semana da criao durou at o presente. Partindodesta explicao que no bblica, tambm se expande a durao dosoutros dias da criao. Uma s interpretao escriturstica no concordacom esta classe de raciocnio, mas sim insiste em dar um significado literalao texto, seguindo o exemplo do divino Expositor da Palavra que rechaoucada ataque do adversrio declarando: "Escrito est" (Mat. 4: 4, 7, 10).

As Escrituras falam clara e palmariamente de sete dias de criao (Exo. 20:11) e no de perodos de durao indefinida. portanto, estamos compelidosa declarar enfaticamente que o primeiro dia da criao, indicado pelaexpresso hebria: "tarde foi, amanh foi, dia um", foi um dia de 24 horas.

6.

Expanso.

Ou "firmamento". A obra do segundo dia da criao consistiu nacriao do firmamento. A grande massa de "guas" primitivas foi dividida emdois corpos separados. "As guas que estavam sobre a expanso" (vers. 7)so consideradas geralmente pelos comentadores como o vapor de gua. Ascondies climticas da terra, originalmente perfeita, eram diferentes deas que existem hoje.

Exploraes levadas a cabo nas zonas hiperbreas provam que exuberantesselvas tropicais cobriram uma vez essas terras que agora esto sepultadassob neve e gelo eternos. Geralmente se admite que prevaleciam condiesclimticas agradveis durante essa remota histria da terra. desconheciam-seos extremos de frio e calor que fazem agora desagradvel a vida na maioriadas regies do mundo e virtualmente impossvel em algumas.

8.

Chamou Deus expanso Cus.

O produto do poder criador de Deus no segundo dia da semana dacriao recebeu um nome, assim como o tinha recebido a luz do primeiro dia. No hebreu, tanto como nas tradues modernas, a palavra "Cus" o nome que se d morada de Deus e tambm ao firmamento. Nesteversculo "Cus" se refere aos cus atmosfricos que aparecem ante oolho humano como um plio, ou cpula, que cobre como uma abbada nossa terra.

Nenhuma vida possvel sem ar. Novelo e animais o necessitam. Sematmosfera, nossa terra estaria morta como a lua, tremendamente trrida emaquela parte exposta ao sol e extremamente fria nas outras sees. Emnenhuma parte se acharia nenhum broto de vida vegetal e no poderia existirnenhum ser vivo durante nenhum tempo. Estamos agradecidos por esta atmosferaque provm de Deus?

9.

Juntem-nas guas.

O terceiro ato criador levado a cabo durante a primeira parte do terceiro diafoi a separao das guas da terra seca. A pluma inspirada dosalmista descreve este fato nos seguintes trminos pitorescos e poticos:"Sobre os Montes estavam as guas. A sua repreenso fugiram; ao som de voctrovo se apressaram; subiram os Montes, descenderam os vales, ao lugarque voc lhes fundou. P-lhes trmino, o qual no transpassaro" (Sal. 104:6-9). A reunio das guas em um lugar s implica que dali em adianteteriam que estar reunidas em um "lugar" e retidas por si mesmos dentro 224 deos limites desse lugar para permitir que ficasse em relevo asuperfcie terrestre. Deve ter sido um espetculo grandioso para qualquerobservador celestial ver subir as colinas da gua que to completamente haviacoberto a face da terra. Onde s tinha estado a gua at ondepudesse ver o olho, de repente surgiram grandes continentes e deram a esteplaneta uma aparncia completamente nova.

10.

Viu Deus que era bom.

Agora o olhar de Deus descansou, com prazer e satisfao, no produtoterminado do terceiro dia de criao. "Era bom". Essa terra seca primitivadificilmente nos tivesse parecido boa . Era um mundo de vales,colinas e plancies sem verdor que surgiram de debaixo das guas. Em nenhumaparte havia nenhuma fibra de erva nem um lquen pendente. Entretanto, opareceu bom a seu Fazedor, que podia v-lo em relao com os usos para osquais o destinava, e como um passo preparatrio adequado para as novasmaravilhas que ia iniciar.

11.

Produza a terra.

depois da separao da terra seca da gua, outra ordem divina foi emesse terceiro dia: a vegetao foi chamada existncia. Alguns hoconsiderado o primeiro dos trs trminos empregados na ordem divina comoum trmino geral para as novelo, que inclui o segundo e ao terceiro. Semembargo, prefervel tom-los como classes distintas.

Erva.

Heb. dshe', "ser verde", "crescer verde", "brotar". Esta palavra designa osbrotos verdes e as tenras ervas: as diversas classes de novelo queproporcionam alimento para os animais. Provavelmente aqui se usa "erva"como um sinnimo da palavra "pasto", 'eseb, quando esta ltima aparece sema expresso qualitativa "que d semente" (ver vers. 30; Sal. 23: 2).

Erva que d semente.

"Erva", 'eseb, a ervagem mais amadurecida no qual a semente acaracterstica mais lhe ressaltem, que proporciona uma das duas classes demantimentos designados Por Deus para o consumo dos seres humanos (vers. 29).

rvore de fruto.

advertem-se aqui trs caractersticas das rvores que do fruto: (1) o darfruto, (2) o conter a semente dentro do fruto e (3) dar esse fruto "sobre"ou em cima da terra. Estas rvores tinham que ser outra fonte de alimentopara o homem (vers. 29).

12.

Produziu, pois, a terra.

A vegetao do terceiro dia surgiu do cho. Isso no significa que estivesseno cho o poder de produzir novelo com vida. A idia da geraoespontnea to alheia s Escrituras como o cincia.

Segundo seu gnero.

Esta expresso aparece dez vezes no primeiro captulo da Gnese e, emconjunto, 30 vezes nos livros do Moiss, especialmente no Gn. 1, 6 e 7; emLev. 11 e no Deut. 14. A referncia aos gneros de animais e novelo, eno a sua forma de reproduzir-se. Entretanto, um fato natural que os seresviventes produzam descendentes que se paream com seus pais. dentro decertos limites, so possveis certas variaes, mas esses limites somuito estreitos para permitir a criao de gneros claramente novosde novelo e animais. Ver Gn. 6: 20; 7: 14; Lev. 11: 14-16, 29; Deut. 14:13-15.

13.

Ver com. de vers. 5.

14.

Haja fogarus.

"Fogarus", me'oroth, no o mesmo que "luz", 'or dos vers. 3 e 4.Significa fontes de luz, recipientes de luz, luminrias. A expresso de queesto colocadas no firmamento, ou a expanso dos cus, apresenta-seporque ali onde as vem os habitantes da terra.

Para separar o dia da noite.

Para regular e continuar dali em adiante com a diferena entre luz etrevas, diferena que tinha existido desde que Deus decretou que houvesse luzno primeiro dia.

De sinais.

Estes corpos celestes assinalaram atos especiais do favor de Deus ou de seudesagrado, como nos dias do Josu (Jos. 10: 12, 13) e do Ezequas (2 Rei.20: 11) e no dia da crucificao (Mat. 27: 45). A queda de "asestrelas" serve como um dos sinais da segunda vinda de Cristo (Mat.24: 29).

Alguns pensaram erroneamente que todos os corpos celestes foram tambmdesignados para determinar os destinos individuais dos homens. Osastrlogos recorreram ao vers. 14 para justificar sua prtica. Entretanto,a Bblia se ope to decididamente a qualquer forma de adivinhao oupredio da sorte, que deve rechaar-se enfaticamente o pensamento deque Deus ps o sol, a lua e as estrelas para servir como guias aosastrlogos para que predisseram os assuntos e o destino humanos. Jeremasadverte a quo hebreus no temam os 225 sinais dos cus ante asquais tremiam os pagos com terror intil (Jer. 10: 2), e Isaas fala commofa e ironia contra os astrlogos, os contempladores de estrelas eadivinhos, em cujo conselho nscio e mpio confiar (ISA. 47: 13, 14). Emboraa superstio de ler o destino do homem nas estrelas nunca se arraigouentre os antigos israelitas, eles no tinham suficiente fortaleza moral, emtrminos gerais, para resistir o exemplo de adorao dos astros de seusvizinhos pagos (Jer. 19: 13; Eze. 8: 16; Sof. 1: 5).

Para as estaes.

Os perodos de festa anuais e outras ocasies definidas tinham que regular-sepelo movimento dos corpos celestes (Sal. 104: 19; Zac. 8: 19). Essescorpos tm alm disso uma determinada influncia peridica sobre aagricultura, a navegao e outras ocupaes humanas, tanto como sobre ocurso da vida animal e vegetal, como por exemplo o tempo da procriaodos animais e a migrao das aves (Jer. 8: 7).

Para dias e anos.

Os dias e os anos esto fixados pelo movimento da terra em relaocom o sol, que junto com o da lua proporcionou aos homens de todosos sculos a base dos calendrios: lunar, solar, ou uma combinao deambos.

15.

Por fogarus.

No para produzir luz pela primeira vez neste mundo, pois Deus decretou quehouvesse luz no primeiro dia, a no ser para servir como instrumentos permanentespara a distribuio da luz neste planeta.

16.

Fez tambm as estrelas.

A palavra "fez" foi acrescentada. Quanto origem das estrelas, seapresentaram dois pontos de vista principais: (1) As estrelas foramchamadas existncia durante a semana da criao, junto com o sol ea lua. (2) As "estrelas" embora foram criadas antes, so mencionadas aquide passagem pelo Moiss pois est tratando dos fogarus dos cus. Oprimeiro ponto de vista leva a concluso de que antes da semana dacriao o vasto universo era um vazio completo. Esta concluso no parecejustificvel.

Entretanto, a respeito desta, como de outras declaraes crpticas dasEscrituras da forma misteriosa em que atua Deus, devssemos ser lentos paradogmatizar. No devssemos esquecer que a verdade essencial que Moiss procurouapresentar quanto origem do sol, a lua e as estrelas que, semexceo, so o resultado do poder criador de Deus. Aqui h uma refutaoadicional antiga mas sempre presente heresia da eternidade damatria.

18.

Era bom.

A diferena de nossa terra atual, que trocou muito como resultado dea entrada do pecado, os corpos celestes no sofreram os resultados datransgresso do homem e refletem o poder de seu Criador. um fatouniversalmente reconhecido que as leis do universo so fielmente obedecidaspor todos os astros. Os astrnomos e os marinhos esto seguros de que noocorrem separaes das regras estabelecidas no mundo astronmico. Sabemque os corpos celestes no os vo estalar, que so dignos de confianadevido a sua contnua obedincia s leis estabelecidas para eles.

20.

Produzam as guas.

Aqui temos a forma em que se povoaram a gua e o ar com a criao deseres martimos e alados. O original poderia traduzir-se: "Produzam as guasabundantemente seres viventes que se movem", o que seria mais claro que afrase hebria que significa literalmente: "Enxameiem as guas com enxames". O verbo aqui usado como "enxamear" tambm se usa com o significado de"multiplicar abundantemente". O trmino no s se aplica aos peixes mas tambm atodos os animais aquticos, dos maiores at os mais pequenos etambm aos rpteis.

Seres viventes.

O original desta frase, nfesh jayyah, faz uma clara distino entre osanimais e a vegetao criada dois dias antes. certo que as novelotm vida como os animais e cumprem certas funes que se assemelham sdos animais, mas permanece o fato de que existe uma diferena marcadaentre o mundo vegetal e o animal. Os animais possuem rgos que ospermitem tomar decises, mover-se em procura de alimento e sentir dor, gozoou pesar, em maior ou menor grau.

portanto, podem ser chamados "seres viventes" ["insetos viventes", BJ;"inquietos seres viventes", Bover-Pedreira], expresso que no tem umaaplicao to especfica para as novelo. Este deve ser o significado damuito discutida palavra hebria nfesh, traduzida corretamente como "seres"["insetos viventes"; "inquietos seres viventes"] neste versculo, um trminoque atribui aos 226 animais uma forma de vida mais elevada que snovelo, que no so nfesh. Nas edies da verso Reina-valera, antesda reviso de 1960, empregou-se a expresso "alma vivente" que confundia aos leitores e no dava corretamente o pensamento do autor inspirado.

Aves que voem.

As guas tinham que produzir animais aquticos, mas no as aves como pareceindicar aqui a VVR. No cap. 2: 19 se declara que "toda ave dos cus"foi formada Por Deus "da terra". A traduo correta do texto hebreudo cap. 1: 20 "e voem aves sobre a terra" elimina esta aparentedificuldade. A palavra "aves" -literalmente "seres alados"- devesse mas bemser "pssaros". Esto includos tanto pssaros domsticos como silvestres.

21.

Criou Deus os grandes monstros marinhos.

A palavra "criou", bar', usa-se pela segunda vez neste captulo para indicara introduo de um pouco completamente novo: a criao de seres viventes. Ao executar o que tinha ordenado, Deus criou os grandes animais marinhos,tanninim. A traduo "grandes baleias" da verso da Valera de 1909 muito limitada em seus alcances. A palavra tem diversos significados,tais como "cobra" (Exo. 7: 9, 10, 12) e "drago" (ISA. 51: 9; Eze. 29: 3),mas deve significar "monstro marinho" nesta passagem e em Sal. 148: 7.

move-se.

O verbo "mover", ramos, especialmente aplicvel aos animais que searrastam (Gn. 9: 2), j seja sobre a terra (Gn. 7: 14) ou na gua (Sal.69: 34), embora aqui signifique claramente seres aquticos.

Segundo seu gnero.

Como no caso das novelo criadas no terceiro dia, declara-se que tantoos peixes como as aves foram criados "segundo seu gnero". Isto explicitamenteindica que as distintas classes de animais que vemos comearam na criaoe no atravs de um processo de evoluo como o sustentam os evolucionistas(ver com. de vers. 12).

por que as aves e os peixes foram criados no mesmo dia, no se explica pornenhuma suposta similitude entre o ar e a gua como pensaram Lutero,Calvino e outros. Alm disso no se declara que s foi criada um casal de cadagnero. Pelo contrrio, as palavras: "Produzam as guas seres viventes"parecem indicar que os animais foram criados no s com uma rica variedadede gneros, a no ser com um grande nmero de indivduos. O fato de que s foracriado um ser humano ao princpio, de maneira nenhuma d p concluso deque os animais tambm foram criados um a um.

Viu Deus que era bom.

A terra deve lhe haver parecido deleitvel em supremo grau ao Criador quando acontemplou ao final do quinto dia. No s havia verdeantes colinas,resplandecentes correntes de gua e lagos azuis, mas tambm seresviventes que se moviam, nadavam e voavam dando a este mundo, pela primeira vez,a qualidade de vida que no havia posedo antes. Hei aqui criaturas que atpodiam cantar louvores a seu Criador, que revelavam certa medida deentendimento ao procurar o devido alimento (Mat. 6: 26) e ao construir ninhospara proteger-se (Mat. 8: 20).

As grandiosas obras de Deus realizadas nos dias prvios foram certamenteadmirveis, mas a natureza recebeu seu ornamento em nos quinto dia. Sem avegetao criada no terceiro dia, o mundo teria devotado uma aparncia muitopouco atraente. Muito major teria sido a falta de atrao e alegria setivessem estado ausentes as mirades de seres viventes que povoam a terra. Cada um desses seres, pequenos ou grandes, devesse nos ensinar uma lioa respeito da maravilhosa mestria do grande Deus, a quem devemos adorao comoao autor e preservador de toda forma de vida. Esses seres devessem nos dar umsaudvel respeito pela vida, que no podemos repartir mas sim devssemosproteger cuidadosamente e no destruir.

22.

Deus os benzeu.

A obra do quinto dia no s foi declarada boa pelo Criador mas tambmrecebeu uma bno que no foi dada nem aos produtos inanimados dacriao de Deus nem s novelo. Esta bno, que se enfoca em seupropagao e aumento -"frutifiquem e lhes multiplique"- chegou a ser uma frmulausual de bno (caps. 35: 11; 48: 4).

24.

Seres viventes.

A semelhana do terceiro dia, distingue-se o sexto por um ato dobro decriao: a produo de animais terrestres e a criao do homem. depois de que o mar e o ar estiveram cheios de seres viventes, nfeshjayyah (vers. 20), a palavra de Deus se dirigiu terra para que produzira227 seres viventes segundo seu gnero. Estes som divididos em trs classes:

Bestas.

De behemah, que se deriva da raiz baham -"ser mudo"- com o significado de"animais mudos". Geralmente a palavra denota os quadrpedes domsticosmaiores (Gn. 47: 18; Exo. 13: 12, etc.), mas ocasionalmente os animaisterrestres maiores em conjunto (Prov. 30: 30; Anexo 3: 19, etc.).

Serpentes.

De rmes, que indica os animais mais pequenos que se movem, j seja sem ps,ou com ps que so apenas perceptveis, tais como vermes, insetos erpteis. Aqui se refere aos rmes terrestres; os rmes' do mar foramcriados no dia anterior.

Animais da terra.

De jayetho 'rets. Este antigo e estranho trmino hebreu indica os animaissilvestres errantes.

25.

Animais da terra.

A ordem de criao de seres viventes que se d aqui difere daquele dovers. 24. O ltimo grupo do versculo anterior o primeiro que aqui seenumera. Esta uma bem conhecida disposio do idioma hebreu, chamada"paralelismo investido" (Gn. 10: 1, 2, 6, 21; Prov. 14: 16, 17).

Segundo sua espcie.

A declarao se refere a todas as trs classes de seres viventes, cada umadas quais tem seus gneros distintos. Estas palavras inspiradas refutama teoria da evoluo que declara que as formas superiores de vidaevoluram das inferiores e sugere que ainda resultaria possvelproduzir matria vivente da terra inanimada. Embora os estudoscientistas confirmam a declarao bblica de que todos os organismosanimados so feitos da terra -que no contm outros elementos a no ser os quetem a terra-, os cientistas nunca puderam produzir da matriainerte uma s clula que pudesse viver e reproduzir-se segundo sua espcie.

Viu Deus que era bom.

O breve relato da criao de todos os animais terrestres termina com aacostumada palavra de aprovao, e o autor passa rapidamente ao relato dacriao do homem, com a que culmina a obra da criao.

26.

Faamos ao homem.

Do mesmo princpio, o Registro Sagrado proclama a preeminencia dohomem por cima de todas as outras criaturas da terra. O plural"faamos" foi considerado quase unanimemente pelos telogos da igrejaprimitiva como que indica s trs pessoas da Deidade. A palavra"faamos" requer, pelo menos, a presena de duas pessoas que celebram umconselho. As declaraes de que o homem tinha que ser feito a "nossa"imagem e foi feito "a imagem de Deus", levam a concluso de que os quecelebraram conselho devem ser pessoas da mesma Deidade. Esta verdade,implcita em vrias passagens do AT, tais como o que tratamos aqui e Gn.3: 22; 11: 7; Do. 7: 9, 10, 13, 14; etc., est plena e claramente revelada emo NT, onde nos diz em trminos inconfundveis que Cristo, a segundapessoa da Deidade -chamada Deus pelo Pai mesmo (Heb. 1: 8)- esteveassociada com seu Pai na obra da criao. Textos como Juan 1: 1-3, 14;1 Cor. 8: 6; Couve. 1: 16, 17; Heb. 1: 2 no s nos ensinam que Deus o Paicriou todas as coisas por meio de seu Filho mas sim toda vida preservada porCristo.

Embora seja certo que esta luz plena da verdade no brilhou sobre estes textosdo AT, prvios revelao contida no NT, e que a compreensoprecisa das diferentes pessoas da Deidade no foi to facilmentediscernible s pelas passagens do AT, a evidncia inicial da existnciade Cristo, no tempo da criao, como colaborador com seu Pai, acha-sena primeira pgina da Bblia. Estes textos no oferecem dificuldade para osque acreditam tanto na inspirao do AT como do NT, j que uma parteexplica a outra e que ambas se ensamblam harmoniosamente como as pedras de umbelo mosaico. No s os vers. 26 e 27 indubitavelmente contm indcios dea atividade de Cristo como a segunda pessoa da Deidade na obra dacriao, mas sim o vers. 2 menciona ao Esprito Santo como colaborando namesma obra. portanto, temos fundamento para declarar que a primeiraevidncia do sublime mistrio da Deidade se encontra na primeira pginada Bblia, mistrio que se apresenta com luz mais clara quando a pluma dainspirao dos diferentes autores dos livros da Bblia foi movimento arevelar mais plenamente esta verdade.

A palavra "homem" 'adam em hebreu, a mesma palavra empregada para nomearao pai da raa humana (cap. 5: 2). Seu significado se explicou dediversas formas. 228 Descreve j seja sua cor, de 'adam "ser vermelho"; ou seuaparncia, de uma raiz arbica que significa "brilhar", fazendo do Ado "obrilhante"; ou sua natureza como a imagem de Deus de dam, "semelhana"; ou -e oque mais provvel- sua origem: "o cho", de 'adamah, "o do cho".

A nossa imagem.

"O homem tinha que levar a imagem de Deus, tanto na semelhana exterior,como no carter" (PP 25). Essa imagem se fazia mais evidente em trminos desua natureza espiritual. Deveu ser um "ser vivente"*, dotado de livrearbtrio, uma personalidade autoconsciente.

Esta natureza refletia a santidade divina de seu Fazedor at que o pecadodestruiu a semelhana divina. S mediante Cristo, o resplendor da glriade Deus, e a "imagem mesma de sua substncia" (Heb. 1: 3), transforma-se nossanatureza outra vez imagem de Deus (Couve. 3: 10; F. 4: 24).

E senhoreie.

A relao do homem com o resto da criao a de um governante*. Aotransferir ao Ado o poder de governar sobre "toda a terra", Deus tinha oplano de fazer do homem seu representante, ou vice-rei, sobre este planeta. Ofeito de que no se mencione as bestas do campo, foi tomado por algunscomentadores como uma indicao de que quo animais agora so selvagens noestiveram submetidos ao Ado. Esta opinio insustentvel. Tambm faltam asplanta na contagem das obras criadas sujeitas ao Ado, embora ningumnegar que o homem teve o direito de reger a vegetao at o diade hoje e que as novelo devem ter estado includas na frase "toda aterra". Em realidade, esta frase abrange todas as coisas desta terra nomencionadas por nome, inclusive "as bestas do campo" (Sal. 8: 6-8). Comtudo, Deus limitou a supremacia do homem a esta terra; no confiou ao Adoo domnio sobre os corpos celestes.

27.

Criou Deus ao homem.

O relato da realizao do propsito divino se expressa em uma forma depoesia hebria, comum a todos os livros poticos do AT, nos quais opensamento expresso na primeira parte de uma estrofe se repete com ligeirasvariaes de palavras, mas no no significado, na segunda ou at naterceira parte da estrofe, como o caso em nosso versculo:

"Criou Deus ao homem a sua imagem,

a imagem de Deus o criou;

varo e fmea os criou".

Moiss, que nos deu outros exemplos de sua habilidade potica (Exo. 15; Deut.32, 33; Sal. 90), foi o primeiro de todos os escritores inspirados que sereferiu s admirveis obra de Deus com palavras poticas. Quando haviachegado em seu registro ao ponto de narrar a criao do homem, a coroa dea obra de Deus nesta terra, deixou o estilo narrativo ordinrio e empregoupoesia.

A sua imagem.

digno de notar o uso seu singular". O plural do vers. 26 revelaque a Deidade possui pluralidade na unidade, ao passo que o vers. 27 fazressaltar que a pluralidade de Deus no nega sua unidade.

Varo e fmea.

introduz-se um novo elemento na informao dada quanto criaodo homem ao mencionar a diferena de sexo. As duas palavras "varo" e"fmea" so tradues de adjetivos hebreus que indicam o sexo de doisindivduos. A bno da fertilidade pronunciada sobre os animais(vers. 22) implica que tambm devem ter sido criados com diferenassexuais, mas no se menciona este fato. Provavelmente existia uma razoespecial para mencion-lo em relao com a criao do homem. Essa razopode dever-se a que unicamente no homem a dualidade de sexos culmina nainstituio de um santo matrimnio. Este versculo nos prepara para arevelao concernente ao plano de Deus para a criao da famlia que seapresenta no cap. 2.

28.

E os benzeu Deus.

As bnes de Deus conferidas aos seres viventes no dia anterior foramrepetidas ao fim do sexto dia com adies especiais apropriadas para ohomem. Deus "os" benzeu, no "o" benzeu. Isto indica que a criao deEva deve ter ocorrido antes de que terminasse o sexto dia e que asbnes e responsabilidades que lhes foram conferidas foram compartilhadaspor ambos de igual maneira.

Disse-lhes.

Existe uma diferena entre os prmios s bnes dos vers. 22 e 28que digna de notar-se. A bno para os animais foi pronunciada emforma indireta 229 -"Deus os benzeu, dizendo"-, ao passo que a bnopara a raa humana se apresenta diretamente com as palavras "disse-lhes". Comoseres inteligentes, podiam escutar a Deus e receber comunicaes. Esteversculo contm a primeira revelao de Deus ao homem.

Frutifiquem.

Em primeiro lugar, a bno do Criador se referia propagao eperpetuao da espcie, bno que nunca foi rescindida Por Deus eque a origem dos milhares de milhes de seres humanos que agora enchemtodos os continentes do mundo. A comisso divina foi entendida pordiversos comentadores como que indicasse que a reproduo dos sereshumanos no devesse continuar interminavelmente, mas sim tinha que cessar quandoa terra estivesse cheia de seres humanos e de seus sditos irracionais.

Subjuguem.

Esta revelao tambm contm instrues quanto ao dever e destino dohomem de reger as obras da criao terrquea, comisso expressa quase comas mesmas palavras como as do conselho divino registrado no vers. 26. Anica diferena a palavra adicional "subjuguem", que concede ao homem odireito de utilizar para suas necessidades os vastos recursos da terra,mediante trabalhe de agricultura e minerao, investigaes geogrficas,descobrimentos cientficos e invenes mecnicas.

29.

Toda planta.

Logo se fez proviso para o sustento do recm renomado monarca e de seussditos. Sabemos pelo registro divino que o homem tinha que comer tanto deos produtos do campo como das rvores. Em outras palavras, cereais,frutas oleaginosas e as outras frutas. Os animais tinham que comer "todaplanta verde": verduras e pasto.

A redao desta ordem revela que no era a vontade de Deus que o homemmatasse animais para alimentar-se, ou que os animais devessem devorar-se entresim. portanto, a violenta e s vezes penosa destruio de vida feita porhomens e animais um resultado da entrada do pecado no mundo. Sdepois do dilvio Deus deu permisso ao homem de comer carne de animais (cap.9: 3). At as lendas pags falam de uma idade urea, de inocncia, quandoo homem se abstinha de matar animais (Ovidio, Metamorfose, I. 103-106). Que nenhum animal de espcie alguma comia carne ao princpio se pode inferirdo anncio proftico na ISA. 11: 6-9; 65: 25, do estado da terra nova,onde a ausncia do pecado e a transformao completa do mundo aoconverter-se no reino de Deus estaro acompanhadas pelo afastamento de toda matanadas criaturas de Deus.

O claro ensino das Escrituras de que a morte entrou no mundo pelopecado mostra palmariamente que o propsito original de Deus era que nem ohomem nem os animais tirassem a vida para prover-se de mantimentos.

Todos os argumentos apoiados na premissa de que necessrio matar animaispara frear seu aumento excessivo, so de valor duvidoso. ftil especular como que teria acontecido neste mundo se os animais e os seres humanos setivessem multiplicado inverificado, perpetuamente. Certamente, Deus haviaesboado seus planos para fazer frente a eventualidades quando se apresentassem. Esses planos no nos foram revelados porque o pecado entrou no mundo antesde que surgisse a necessidade de frear uma reproduo excessiva (vers. 28).

31.

Hei aqui que era bom em grande maneira.

A criao do homem e sua instalao como governante da terra puseramfim criao de todas as coisas terrqueas. De acordo com o registro,Deus freqentemente tinha repassado sua obra e a tinha declarado boa (vers. 4,10, 12, 18, 21, 25). O exame realizado ao fim do sexto dia abrangeu todas asobras completadas durante os dias anteriores, e "hei aqui que era bom em grandemaneira". Cada coisa era perfeita em sua classe; cada ser respondia metafixada pelo Criador e estava aparelhado para cumprir o propsito de seucriao. A aplicao do trmino "bom" a cada coisa que Deus tinha feito ea repetio da palavra com a nfase "em grande maneira" ao fim dacriao, com o homem como sua coroa e glria, indicam que nada imperfeitotinha sado das mos de Deus. Esta expresso de admirao excluiinteiramente a possibilidade de que qualquer imperfeio do criado foraresponsvel pela debilidade demonstrada pelo Ado e Eva durante a hora datentao. 230

NOTA ADICIONAL AO CAPTULO 1

O versculo inicial do Gn. 1 foi objeto de muitos debates nos crculosteolgicos atravs da era crist. Alguns ho sustenido que oversculo se refere a uma criao deste mundo fsico e de toda a vida queh nele em um momento de tempo muito anterior aos sete dias da semana dea criao.

Este conceito conhecido como a teoria da catstrofe e a restaurao. Esta teoria foi sustentada durante sculos por telogos especuladores que holido na expresso hebria thu wabhu, "desordenada e vazia" (vers. 2), aidia de que um intervalo de tempo -certamente, de grande durao- separa overs. 1 do vers. 2. feito-se significar a thu wabhu como que "a terrafoi obrigada a estar desordenada e vazia". Neste enfoque do texto se apiao conceito de que o mundo foi criado perfeito em algum momento de um remotopassado (vers. 1), mas um tremendo cataclismo destruiu todo rastro de vida emele e reduziu sua superfcie a uma condio que poderia descrever-se como"desordenada e vazia". Muitos que sustentam esta opinio acreditam que houve vriascriaes. Finalmente, depois de incontveis eones, uma vez mais Deusprocedeu a pr ordem no caos e a encher a terra com vida, como seregistra nos vers. 2-31.

Faz mais de um sculo, vrios telogos protestantes se aferraram firmemente aeste enfoque pensando que encontravam nele um meio de harmonizar o relatomosaico da criao com a idia que ento divulgavam certos cientistas:que a terra tinha passado por largas foi de mudanas geolgicas. Esteconceito popular entre certos fundamentalistas. Segundo ele, as capasestratificadas de rochas que formam grande parte da superfcie da terraforam depositadas durante o curso dos supostos cataclismos, e se supeque os fsseis sepultados nelas so as relquias da vida que existiu emesta terra antes desse tempo.

Outros acham nesta teoria um argumento para sustentar a idia de que quandoDeus realizou sua obra criadora registrada nos vers. 2-31, dependeu de matrialhe preexistam. Assim limitariam seu poder diminuindo, ou at negando, o fato deque trouxe a matria existncia e que "o que se v foi feito do que novia-se" (Heb. 11: 3). Vrios aspectos desta teoria se refletiram emdiversas tradues modernas da Bblia.

O conceito de uma "restaurao" deve rechaar-se de plano porque: (1) Aspalavras hebrias thu wabhu no do a idia de um pouco descuidado desolado, a no ser maisbem descreve um estado da matria, desorganizada e sem vida. portanto,a interpretao dada a estas palavras completamente injustificvel. (2)As Escrituras ensinam claramente que a obra da criao de Deus "estavamacabadas da fundao do mundo" (Heb. 4: 3). (3) Este ponto de vistaimplica a blasfema doutrina de que diversas tentativas de criao de Deus,muito particularmente a do homem, foram imperfeitas e sem xito devido operao de foras sobre as quais ele tinha s um domnio limitado. (4)Seguido at sua concluso lgica, este ponto de vista em realidade nega ainspirao e autoridade das Escrituras em seu conjunto, limitando ao Criadorao emprego de matria lhe preexistam na obra da semana da criao esubmetendo-o s leis da natureza. (5) A idia de sucessivas criaese catstrofes anteriores aos acontecimentos da semana da criao notem para apoiar-se nenhuma pingo de evidncia vlida, j seja de parte dacincia ou da Palavra inspirada. pura especulao. (6) Poderia acrescentar-sede passagem que a origem e a evoluo deste ponto de vista esto poludoscom as pags especulaes filosficas de vrias seitas herticas e tingidocom os conceitos racionalistas do naturalismo e a evoluo.

COMENTRIOS DO ELENA G. DO WHITE

1-31 PP 24-339 102-109; SR 20-23

1 Ed 130; 3JT 258; MeM 110

2 CM 409; CS 717; Ed 130

2, 3 PR 529; PVGM 394

3 CS 224; MeM 142

5 Ed 124

11, 12 Ed 104; PP 24; PVGM 66; TM 247

26 CH 19; CMC 19; HAd 21; MM 221; P 145; SR 20; Lhe 37

26, 27 CH 108; PP 24; Lhe 11

27 CM 13, 29,509 55, 332, 336; CN 58, 532; 231 CRA 52;CS 520; EC 17; Ed13,15,17,126; 1JT 254, 496; 2JT 410; 3JT 262; MC 120, 323; MeM 130; PP 25, 645;PR 138; 3T 50; 4T 91, 327, 416, 438; 5T 311; 8T 327; Lhe 81, 159, 245; 3TS 373

28 HAd 22; PP 32; PR 502

29 CH 115, 450; CRA 95, 109, 366, 383, 445, 454, 472, 473, 480; MC 228;MeM 136; MM 8, 267, 277; Lhe 12, 141, 215

31 DMJ 57; DTG 248; Ed 211; F 326, 513; 3JT 16; PP 28; 4T 562; 7T 87

CAPTULO 2

1 O primeiro sbado. 4 Resumo da criao. 8 O horta de den, 10 e o rio.17 Proibio de comer da rvore da cincia do bem e do mal. 19 Onome dos animais. 21 A criao da mulher e a instituio domatrimnio.

1 FORAM, pois, acabados os cus e a terra, e todo o exrcito deles.

2 E acabou Deus em nos stimo dia a obra que fez; e repousou-nos stimo dia detoda a obra que fez.

3 E benzeu Deus ao stimo dia, e o santificou, porque nele repousou de toda aobra que tinha feito na criao.

4 Estes so os orgenes dos cus e da terra quando foram criados, odia que Jehov Deus fez a terra e os cus,

5 e toda planta do campo antes que fosse na terra, e toda erva do campoantes que nascesse; porque Jehov Deus ainda no tinha feito chover sobre aterra, nem havia homem para que lavrasse a terra,

6 mas sim subia da terra um vapor, o qual regava toda a face daterra.

7 Ento Jehov Deus formou ao homem do poeira, e soprou em seunariz flego de vida, e foi o homem um ser vivente.

8 E Jehov Deus plantou um horta em den, ao oriente; e ps ali ao homem quetinha formado.

9 E Jehov Deus fez nascer da terra toda rvore deliciosa vista, ebom para comer; tambm a rvore de vida no meio do horta, e a rvore dea cincia do bem e do mal.

10 E saa de den um rio para regar o horta, e dali se repartia em quatrobraos.

11 O nome do um era Pisn; este o que rodeia toda a terra da Havila,onde h ouro;

12 e o ouro daquela terra bom; h ali tambm bedelio e nix.

13 O nome do segundo rio Gihn; este o que rodeia toda a terra deQs.

14 E o nome do terceiro rio Hidekel; este o que vai ao oriente deAssria. E o quarto rio o Eufrates.

15 Tomou, pois, Jehov Deus ao homem, e o ps no horta de den, para quelavrasse-o e o guardasse.

16 E mandou Jehov Deus ao homem, dizendo: De toda rvore do horta podercomer;

17 mas da rvore da cincia do bem e do mal no comer; porque o dia quedele comer, certamente morrer.

18 E disse Jehov Deus: No bom que o homem esteja sozinho; farei-lhe ajudaidnea para ele.

19 Jehov Deus formou, pois, da terra toda besta do campo, e toda ave deos cus, e as trouxe para o Ado para que visse como as tinha que chamar; e tudoo que Ado chamou os animais viventes, esse seu nome.

20 E ps Ado nomeie a toda besta e ave dos cus e a tudo ganho docampo; mas para o Ado no se achou ajuda idnea para ele.

21 Ento Jehov Deus fez cair sonho profundo sobre o Ado, e enquanto estedormia, tomou uma de suas costelas, e fechou a carne em seu lugar.

22 E da costela que Jehov Deus tirou do homem, fez uma mulher, e a trouxeao homem.

23 Disse ento Ado: Isto agora osso de meus ossos e carne de minha carne,232 esta ser chamada Var, porque do varo foi tomada.

24 portanto, deixar o homem a seu pai e a sua me, e se unir a sua mulher,e sero uma s carne.

25 E estavam ambos os nus, Ado e sua mulher, e no se envergonhavam.

1.

Foram, pois, acabados.

Os primeiros versculos do segundo captulo e a metade do vers. 4 so emrealidade uma continuao ininterrupta do relato da criao do captuloprimeiro. O vers. 1, em solene retrospeco, vincula a obra dos seisdias precedentes com o descanso sabtico que seguiu. Quando Deus "acabou... aobra que fez" no deixou nada inconcluso (Heb. 4: 3). A palavra "exrcito",tsaba', denota aqui todas as coisas criadas.

2.

Em nos stimo dia.

feito-se vrios intentos para resolver a aparente dificuldade entre overs. 1 e o vers. 2: a gente declara que a obra de Deus foi terminada no sextodia e o outro no stimo dia. A LXX e as verses samaritano e siracaescolheram o caminho mais fcil para resolver o problema, substituindo com asexto palavra" a stimo palavra" do texto hebreu onde a usa porprimeira vez. Alguns comentadores esto de acordo com esta mudana, pensandoque a stimo palavra" do texto hebreu um engano de copista. Entretanto,ao proceder assim infringem uma de suas prprias regras bsicas de crtica textual:que a mais difcil de duas leituras possveis geralmente a original. "Acabou", yekal. Alguns eruditos, comeando com o Calvino, traduziram yekalcomo "tinha acabado", o que gramaticalmente possvel. Outra interpretaoconsidera que a obra da criao foi terminada to somente depois dainstituio do dia de repouso. A terminao consistiu passivamente nacessao da obra criadora e positivamente na bno e santificaodo stimo dia. A cessao, em si mesmo, formou parte da terminao daobra.

Repousou.

O verbo "repousou", shabath, significa literalmente "cessar" de um trabalho ouatividade (ver Gn. 8: 22; Job 32: 1, etc.). Como um artfice humano completasua obra quando a levou at seu ideal e ento cessa de trabalhar emela, assim tambm, em um sentido imensamente maior, Deus completou a criaodo mundo cessando de produzir algo novo, e ento "repousou". Deus nodescansou porque o necessitasse (ISA. 40: 28). portanto, o repouso de Deusno foi o resultado nem do esgotamento nem da fadiga, a no ser o cessar de umaocupao anterior.

devido a que a frase usual "tarde foi, amanh foi, o stimo dia" no apareceno Livro Sagrado, alguns expositores bblicos pretenderam que o perodode descanso no continuou unicamente durante 24 horas -como cada um dos seisdias precedentes- mas sim comeou ao terminar o sexto dia da criao econtinua ainda. Mas este versculo refuta tal ponto de vista. Este no o nico texto das Escrituras que impressiona ao leitor imparcial com ofeito de que o descanso de Deus s se efetuou durante o stimo dia, poiso Declogo mesmo declara palmariamente que Deus, tendo trabalhado seis dias,descansou o stimo dia da semana da criao (Exo. 20: 11).

De acordo com as palavras do texto, os seis dias da criao foram diasterrestres de durao comum. Ante a ausncia de qualquer clara indicaocontrria, devemos entender da mesma maneira o stimo dia, e mais aindaposto que em cada passagem onde se menciona como a razo do dia de repousoterrestre, considerado como um dia comum (Exo. 20: 11; 31: 17).

3.

Benzeu Deus ao stimo dia.

acrescenta-se uma explicao do significado e a importncia deste dia derepouso. Aqui o Registro sagrado relaciona estreitamente o dia de repousosemanal com a obra de Deus da criao e seu descanso no stimo dia assimcomo o faz o quarto mandamento. A bno sobre o stimo diaimplicava que por ela era famoso como um objeto especial do favor divino eum dia que seria uma bno para as criaturas de Deus.

E o santificou.

O ato de santificao consistiu em uma declarao de que o dia era santo,ou posto parte para propsitos Santos. Assim como depois foi santificado omonte Sina (Exo. 19: 23) ou, temporariamente, investido com santidade como aresidncia de Deus, e assim como Aarn e seus filhos foram santificados, ouconsagrados, para o ofcio sacerdotal (Exo. 29: 44), e o ano do jubileu foi233 santificado, ou consagrado, para propsitos religiosos (Lev. 25: 10), assimtambm aqui foi santificado o stimo dia e, como tal, foi proclamado comodia festivo. Este ato de benzer o stimo dia e declar-lo santo se fez emfavor da humanidade para cujo benefcio foi institudo na sbado. O dia derepouso semanal com freqncia foi considerado como uma instituio dadispensa judaica, mas o Registro sagrado declara que foi institudo maisde dois milnios antes de que nascesse o primeiro israelita (um descendente deJacob - Israel). Alm disso temos a palavra do Jesus que declara: "O dia derepouso foi feito por causa do homem" (Mar. 2: 27), o que indica claramenteque esta instituio no s foi ordenada para os judeus mas tambm tambm paratoda a humanidade.

Porque nele repousou.

Deus no poderia ter tido uma razo mais excelsa para ordenar que o homemrepousasse no stimo dia que aquela de que ao descansar assim o homempudesse desfrutar da oportunidade de refletir no amor e bondade de seuCriador, e assim assemelhar-se a ele. Assim como Deus trabalhou durante seis dias edescansou no stimo, assim tambm o homem devia trabalhar assiduamentedurante seis dias e descansar no stimo. Este dia de repouso semanal umainstituio divina dada ao homem Por Deus, o Criador, e sua observncia requerida Por Deus, o Legislador. portanto, o homem que retenha para siqualquer parte de todo este tempo santo se faz culpado de desobedinciacontra Deus e de lhe roubar como proprietrio original das faculdades e dotempo do homem. Como uma instituio estabelecida Por Deus, na sbado merecenossa honra e estimativa. Seu descuido Deus o computa como pecado.

na sbado demanda a absteno de todo trabalho fsico comum e a dedicao dea mente e do corao s coisas santas. advertiu-se a quo israelitas ousassem para santas convocaes (Lev. 23: 3). Os Evangelhos afirmam que assimfoi usado por Cristo e os apstolos (Luc. 4: 16; Hech. 17: 2; 18: 4, etc.) eque deveriam continuar observando-o-os cristos depois de que Cristocompletasse seu ministrio terrestre (Mat. 24: 20).

O fato de que na sbado continuar sendo celebrado na terra nova comoum dia de culto (ISA. 66: 23) uma indicao clara de que Deus nunca teve opropsito de que sua observncia se transferisse a outro dia. na sbado semanal o monumento comemorativo da criao, que faz recordar ao homem, cadasemana, o poder criador de Deus e quanto deve a um Criador e Sustentadormisericordioso. Um rechao do sbado, um rechao do Criador, e abre depar em par a porta a toda sorte de teorias falsas. " um testemunhoperptuo de sua existncia [de Deus], e uma lembrana de sua grandeza, sua sabedoriae seu amor. Se na sbado se santificou sempre, jamais teria podidohaver ateus nem idlatras" (PP 348, 349).

4.

Estes so os orgenes.

A palavra "orgenes" ["geraes" em hebreu], toledoth, geralmente se usacom referncia histria da famlia de um homem, quer dizer, aonascimento de seus filhos (cap. 5: 1; 6: 9; 11: 10, etc.). Esta a nica vezem que esta palavra se usa para algo que no so relaes humanas, quer dizer"dos cus e da terra", frase que faz recordar as passagens doscaps. 1:1 e 2: 1. Um comentador sugere que "orgenes" se refere adequadamentea "a histria ou relato de sua produo". The Jewish Encyclopedia diz comreferncia a esta palavra: "O processo de criao dos cus e a terra considerado no cap. 2: 4 como uma histria genealgica" (art. "Generation"). "Cada dia se chama uma origem [gerao], porque Deus originouou produziu nele uma parte de sua obra" (PP 103).

Quando foram criados.

Assim termina o relato da criao que comeou com o Gn. 1: 1. Estas palavrasinterpretaram-se de vrias formas. So uma traduo de behibare'am, queno devesse traduzir-se "depois de que foram criados", como se tem feito avezes. Posto que literalmente seu significado "em sua criao", toda aclusula "estes so os orgenes", etc. tem sua melhor traduo assim: "Esta a histria da origem dos cus e a terra quando foram criados".

O dia.

Estas palavras comeam o relato do Gn. 2. Muitos comentadores se inclinam aconsiderar a passagem do cap. 2: 4 a 3: 24 como um registro da criao,segundo e diferente, que se originou em outra pluma em um tempo posterior ao docap. 1: 1 a 2: 4. A respeito desta insustentvel teoria, veja-a Introduo aoGnese. Um estudo dos contedos esclarece que, em nenhum sentido, podeconsiderar-se que o cap. 2 outra verso do relato da criao docaptulo precedente. Seu 234 propsito colocar ao Ado e a Eva em seu lar emo horta do den, e isto se consegue proporcionando informao adicional, amaior parte da qual em realidade no pertence ao relato da criao comotal. Descreve o lar ednico depois de que tinha sido criado. Sem estainformao, no s seria tristemente incompleto o relatrio que temos deesta terra em seu estado ednico, mas sim os sucessos do Gn. 3, a queda dohomem, dificilmente seriam inteligveis. Este captulo (Gn. 2) incluidetalhes adicionais a respeito da criao do homem, uma descrio de seular ednico, a prova de sua lealdade a Deus -ou direito moral a seu lar-, aprova de sua inteligncia -ou idoneidade mental para governar as obras criadasPor Deus- e as circunstncias que rodeavam o estabelecimento do primeirolar.

5.

Toda planta.

Os vers. 4-6 antecipam a criao do homem descrita no vers. 7, aodetalhar brevemente a aparncia da superfcie da terra,particularmente com respeito vegetao, pouco antes de que o ser humanofora formado no sexto dia da semana da criao. Aqui estava oparaso perfeito, mas faltava algum "que o lavrasse". Toda a naturezavibrante com expectativa, por assim diz-lo, esperava a apario de seu rei, assimcomo os membros de uma orquestra sinfnico, com os instrumentos afinados,esperam a chegada de seu diretor.

6.

Um vapor.

A palavra hebria traduzida "vapor", 'ed, de um significado algo duvidosoporque, fora deste texto, aparece s no Job 36: 27. Alguns eruditos acompararam com a palavra assria ed, "inundao", e aplicaram estesignificado s duas passagens bblicas onde aparece. Mas a palavra"inundao" no quadra com o contexto de nenhum destas passagens, ao passo quea palavra "neblina" ou "vapor" enquadra bem em ambos os casos. Em traduesantigas estava acostumadas us-la palavra "manancial", o que revela que no se aentendia bem. A impossibilidade de que um manancial pudesse ter regado aterra, claramente mostra que "manancial" no pode ser a traduo corretade 'ed. "Neblina" parece ser a melhor traduo e neste caso podemospensar em "neblina" como um sinnimo de "rocio" (PP 84).

O fato de que a gente do tempo do No se mofasse da idia de que achuva do cu pudesse trazer destruio sobre a terra em um dilvio, e queNo fora gabado por acreditar "coisas que ainda no se viam" (Heb. 11: 7), indicaque a chuva era desconhecida para os antediluvianos (PP 83, 84). S No,com os olhos da f, pde imaginar gua que casse do cu e afogasse a tudoser vivente que no procurasse refgio no arca que ele construiu. O fato deque o arco ris fora institudo depois do dilvio (Gn. 9: 13-16), e noparece ter existido antes, d maior firmeza observao de que a chuvatinha sido desconhecida antes desse acontecimento.

7.

Deus formou ao homem.

apresentam-se importantes detalhes adicionais quanto criao do Ado. Nos permite espionar, por assim diz-lo, dentro da oficina de Deus e observarsua mo que realiza o misterioso ato da criao. A palavra "formar",yatsar, implica o ato de moldar e dar uma forma correspondente em desenho eaparncia com o plano divino. usa-se esta palavra ao descrever a atividadedo oleiro (ISA. 49: 5, etc.), do ourives que confecciona dolos (ISA. 44:10; Hab. 2: 18) e de Deus que forma vrias coisas, a luz entre outras (ISA. 45:7), o olho humano (Sal. 94: 9), o corao (Sal. 33: 15) e as estaes (Sal.74: 17).

Do poeira.

A cincia confirma que o homem est composto de materiais derivados docho, os elementos da terra. A decomposio do corpo humano depoisda morte, d testemunho do mesmo feito. Os principais elementos queconstituem o corpo humano so oxignio, carbono, hidrognio e nitrognio. Existem muitos outros em propores menores. Quo certo que o homem foifeito "do poeira" e tambm que voltar " terra" de onde foitomado (Anexo 12: 7).

Flego de vida.

"Flego", neshamah. Proveniente da Fonte de toda vida, o princpiovitalizador entrou no corpo inerte do Ado. O instrumento pelo qual afasca de vida foi transferida a seu corpo se diz que o "flego" de Deus. O mesmo pensamento aparece no Job 33: 4: ."O sopro [neshamah] doOnipotente me deu vida". Repartido ao homem, o "flego" equivalente asua vida; a vida mesma (ISA. 2: 22). Na morte, "no ficou nele flego[neshamah, vida]" (1 Rei. 17: 17). Este "flego de vida" no homem nodifere em nada do "flego de vida" dos animais, pois todos recebem seuvida de Deus 235 (Gn 7: 22; Anexo 3: 19). portanto, no pode ser nem amente nem a inteligncia.

Um ser vivente.

Quando forma inerte do homem lhe comunicou este divino "flego" devida, neshamah, o homem se converteu em um "ser" vivente, nfesh. Apalavra nfesh tem uma diversidade de significados: (1) flego (Job 41: 21),(2) vida (1 Rei. 17: 21; 2 Sam. 18: 13, etc.), (3) corao, como sede dossentimentos (Gn. 34: 3; Cant. 1: 7; etc.), (4) ser vivente (ou pessoa) (Gn.12: 5; 36: 6; Lev. 4: 2, etc.), e (5) para fazer ressaltar um pronome pessoal(Sal. 3: 2; 1 Sam. 18: 1; etc.). Note-se que a nfesh feita Por Deus (Jer.38: 16) e pode morrer (Juec. 16: 30), ser morta (Nm. 31: 19), ser devorada(metaforicamente) (Eze. 22: 25), ser redimida (Sal. 34: 22) e ser convertida(Sal. 19: 7). Nenhum destes casos se aplica ao esprito, raj, o queindica claramente a grande diferencia entre os dois trminos. Pelo expostov-se que a traduo "alma" dada a nfesh na verso Reina-valera, antesde sua reviso de 1960, no apropriada se quer referir expressousualmente usada "alma imortal". Embora seja popular, este conceito completamente alheio Bblia. Quando "alma" se considera como um sinnimode "ser", temos o significado de nfesh neste texto.

8.

Deus plantou um horta.

desconhece-se a localizao do den. O dilvio alterou de tal maneira os rasgosfisicos originais da terra, para fazer impossvel a localizao atualde localidades antediluvianas. Usualmente referimos a este horta como ao"paraso", palavra de origem persa que significa "parque". A palavra hebriapara paraso, pardes, aparece umas poucas vezes no AT (Neh. 2: 8; Anexo 2: 5;Cant. 4: 13), mas com referncia s rvores mas bem que a um nome parao horta do den. A palavra "paraso", em grego pardeisos, foi aplicadaoriginalmente ao lar de nossos primeiros pais pelos tradutores daLXX.

9.

Toda rvore.

Na preparao da maravilhosa morada do homem se emprestou ateno aoornamento tanto como utilidade. proporcionou-se toda espcie de vegetaoque pudesse servir para suprir as necessidades do homem e tambm para seudeleite. Flores, rvores e arbustos davam de presente seus sentidos com sua fragrncia,deleitavam seus olhos com suas formas deliciosas e colorido encantado esatisfaziam seu paladar com seu fruto delicioso. O den se converteu parasempre no smbolo do conceito mais elevado do homem quanto aexcelncia terrestre.

Tambm a rvore de vida.

A ordem em que aparecem estas palavras, como se se tratasse de uma idia tardia,parece-nos estranho no contexto de um idioma moderno. Isto induziu aalguns eruditos a sustentar que a ltima metade do vers. 9 ou uma adioposterior ou uma corrupo do original. Mas esta disposio, que pareceestranha ao traduzir-se ao castelhano, comum em hebreu. No proporciona amenor desculpa para duvidar da pureza do texto tal como o temos. Porexemplo, a passagem do cap. 12: 17 diz literalmente: "O Senhor infestou a Faracom grandes infesta e a sua casa". Outros exemplos desta mesma construo deas sentenas, embora no so to reconhecveis nas verses castelhanas, sepodem encontrar no Gn. 28: 14; Nm. 13: 23; Deut. 7: 14.

Ao comer da rvore da vida, Ado e Eva foram ter a oportunidade deexpressar sua f em Deus como o sustentador da vida, assim como ao guardar osbado demonstravam f em seu Criador e lealdade a ele. Com esse propsito, Deustinha dotado rvore com uma virtude sobrenatural. Seu fruto era um antdotopara a morte e suas folhas serviam para o sustento da vida e a imortalidade. Os homens continuariam vivendo enquanto pudessem comer dele (MM 366; PP44).

Uma das rvores foi chamado a rvore de "vida", literalmente "a vida",hajayyim. O fato de que esta palavra seja plural em sua forma, explica-sereconhecendo-a como um plural de abstrao; o artigo definido indica queesta rvore tinha algo que fazer com "a" vida como tal. Quer dizer, que seobteria ou preservaria a vida ao consumir seu fruto. Entretanto, os outrosrvores do horta, sendo bons "para comer" tambm estavam destinados asustentar a vida. Se uma rvore se distinguir dos outros pelo extraord