arbovírus (arthropod-born virus)
TRANSCRIPT
Arbovírus (arthropod-born
virus)
• Termo epidemiológico
• Definição: grupo de vírus, genoma RNA, zoonóticos, transmitidos por artrópodes (mosquitos e carrapatos) • Mais de 400 vírus isolados • Cerca de 100 causam doença no homem: febres indiferenciadas, encefalites e febres hemorrágicas • Famílias: Flaviviridae Buniaviridae Arenaviridae Togaviridae
Vetor hematófago
Hospedeiro vertebrado
natural
Hospedeiro vertebrado
natural
Homem
Homem
Vetor urbano urbano
Vetor urbano
Homem como hospedeiro
acidental carreia vírus
para zona urbana
Vetor hematófago
Como os arbovírus são mantidos na natureza ?
Arboviroses emergentes no
Brasil
Grande extensão territorial
Mais 1/3 território recoberto por florestas
tropicais ou outros ecossistemas
Cidades grandes, populosas, infestadas de
Culex e A. aegypti
Risco: entrada no país de seres
humanos/animais infectados por arbovírus
Condições ideais para ocorrência de
diversas arboviroses
Arboviroses emergentes no Brasil Família Vírus Vetor Hospedeiro Ocorrência
Flaviviridae Zikavirus Aedes Macacos Américas
Encefalite
Japonesa
(Rocio)
Aedes Pássaros
selvagens
1973/80: 1000
casos encefalites,
SP (Vale do
Ribeira)*
West Nile Culex Pássaros
selvagens
América do Norte
Bunyaviridae Oropouche Aedes, Culex,
Culicoides
Homem AS-Amazônia*
Togaviridae Mayaro Haemagogus Macacos AS-Amazônia e
Centro Oeste*
Chikungunya Aedes Homem África, Índia,
América do Sul
1976 – Reintrodução do Aedes aegypti nas Américas
1980 – Início das epidemias de dengue
http://www.cdc.gov/ncidod/dvbid/dengue
DENGUE
Dengue: doença emergente
Doença permaneceu restrita (África e Ásia) até a metade do sec XX
Segunda Guerra Mundial: disseminação do vírus (aumento na
circulação de pessoas e transporte do mosquito pelo mundo em cargas)
1944 – Isolamento do vírus do dengue (Sabin): doença benigna
A partir de 1950: Primeiras epidemias de dengue hemorrágico (DHF )
nas Filipinas e Tailândia.
1981: Epidemias de DHF começam a ocorrer na
América Latina e Caribe - reinfestação do mosquito
Dengue hoje: áreas de risco
DENGUE HOJE: Representa a virose de maior morbidade no mundo
Cerca de 3,5 bilhões de pessoas vivem em risco de contrair a doença nos países
onde o dengue é endêmico
Anualmente, a doença atinge 500 milhões de pessoas, dos quais 800 mil são
hospitalizados, e 25 mil morrem.
Brasil: ~1,6 milhão casos/ano 2016
DENGUE
Doença infecciosa aguda febril, de evolução majoritariamente benigna,
causada por um dos quatro sorotipos do vírus da dengue 1-4 (Fam
Flaviviridade, gen Flavivirus)
Os vírus são transmitidos ao homem pela picada da fêmea infectada do
mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus
Infecção assintomática em 50% dos casos
DENGUE
Cada sorotipo confere imunidade sorotipo específica permanente
e contra outros sorotipos por curto período, 2-3 meses (resposta por
IgM é inespecífica): FATOR IMPORTANTE QUANDO CIRCULAM DOIS ou
MAIS SOROTIPOS DO VÍRUS
Todos os sorotipos podem causar doença grave e fatal
Variação genética dentro dos sorotipos: Algumas variantes genéticas
parecem ser mais virulentas e possuir maior potencial epidêmico:
(amostras de DENV1, DENV 2 e DENV 3 que circulam no país são mais
virulentas - origem asiática)
Transmissão
Mosquito doméstico e antropofílico: vive dentro ou ao redor de domicílios
Hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano
Infestação mais intensa no verão (maior temperatura , aumento das chuvas)
Principais criadouros: grandes e pequenos reservatórios de água limpa
Epidemias de dengue: mosquito + pessoas suscetíveis + oportunidade de contato
Mosquito vetor (fêmeas): Aedes aegypti (Américas)
Aedes albopictus (Ásia)
Dengue: Transmissão
1. Mosquito não infectado se alimenta em um hospedeiro virêmico infectado (período febril - até o 6o dia da doença) e ingere sangue contendo vírus
2. Os vírus se replicam em vários tecidos do mosquito, incluindo as glândulas salivares.
3. A transmissão ocorre quando o mosquito, agora infectado, pica outra pessoa (8 a 12 dias pós picada)
Infecção do mosquito
Nos vasos, após a picada,
todas as células são
suscetíveis ao vírus O vírus vai infectar e replicar em monócitos, macrófagos, células
endoteliais
Infecção do homem
ADSORÇÃO Vírus – Célula
hospedeira via
receptor
celular
CITOPLASMA
MONTAGEM do
nucleocapsídeo
Diminuição do pH
Fusão da membrana
do vírus
Ptn E sofre mudança
conformacional
Nucleocapsídeo é
liberado no citoplasma
DESNUDAMENTO
ssRNA(+)
genômico
ssRNA(+)
TRADUÇÃO
Mediada pelo CAP
CITOPLASMA
poliproteína
Proteínas Não-estruturais
Proteínas
Estruturais
Proteases virais e celulares
Helicase + RNA polimerase RNA-
dependente & Cofatores
Progênies de
ssRNA (+) Síntese de molde
de ssRNA (-) ENDOCITOSE
MORFOGÊNESE VIRAL
Ocorre no RER LIBERAÇÃO
Via secretora do Complexo
de Golgi
Replicação dos Vírus Dengue (monócitos, macrófagos, linfócitos B, células endoteliais e dendríticas)
Manifestações do Dengue
INFECÇÃO POR DENGUE
SINTOMÁTICA ASSINTOMÁTICA
SÍNDROME DO CHOQUE POR DENGUE
SEM CHOQUE
SEM
HEMORRAGIA
COM
HEMORRAGIA
FEBRE
INDIFERENCIADA
FEBRE DO DENGUE
HEMORRÁGICO SÍNDROME DA
FEBRE DO DENGUE
Teoria da Infecção sequencial:
Exacerbação imunológica
Anticorpos de memória heterotípicos formam complexos-imunes com novo tipo
infectante, geram fagocitose sem destruição do complexos, que com a baixa do
pH do vacúolo digestivo, permitem aos vírus fundirem e passarem ao
citoplasma onde iniciam sua replicação... Anticorpo ajuda o vírus a infectar sua
célula-alvo.... Superinfecção com destruição maciça das células suscetíveis e
forte reação inflamatória :
aumento súbito da permeabilidade vascular, hemoconcentração, plaquetopenia,
choque.
Teoria da Virulência da Cepa
Variantes de alta virulência promovem superinfecção
Teoria integral - admite os dois fenômenos ocorrendo simultaneamente.
Síndrome do Choque por Dengue
CDC
Anticorpos heterólogos
ajudam o vírus a entrar na
sua célula alvo !
Forte reação inflamatória: aumento súbito da permeabilidade
vascular, que resulta em perda de plasma, queda de pressão,
plaquetopenia, hemoconcentração, hipovolemia = CHOQUE
HIPOVOLÊMICO
Síndrome do choque por dengue
Muito vírus Muito anticorpo
Destruição maciça de
macrófagos: grande liberação
de mediadores químicos …
tempestade de citocinas
Acúmulo de complexos
imunes e deposição nos
vasos
Protocolo de atendimento aos
pacientes com suspeita de dengue
A apresentação típica da dengue inclui a presença de febre por cerca
de 7 dias (bifásica), acompanhada de pelo menos dois dos seguintes
sintomas:
Cefaléia
Dor retro-orbitária
Mialgia
Artralgia
Prostração
Exantema (com ou sem prurido)
Náuseas ou vômitos
Classificação dos casos de dengue de acordo com observações do
DENCO (OMS, 2009)
Nív
eis
de a
nti
co
rpo
s e
an
tíg
en
o
IgM
IgM
IgG
Infecção Primária (início dos sintomas)
Infecção Secundária (início dos sintomas)
Vírus Vírus
NS1 NS1
Tempo
Diagnóstico Laboratorial do Dengue
1-5 dias após início dos sintomas (fase aguda):
Isolamento viral em cultura de células
Detecção do ácido nucleico viral
Detecção de NS1 – teste rápido (até 10o dia)
6-21 dias após início dos sintomas (fase
convalescente):
Detecção de anticorpos: IgM (infecção
primária) e titulação de IgG (infecção
secundária - risco de DH)
Ideal: teste precoce de NS1 (confirma se é
dengue) e testes complementares para IgM e
IgG (infecção primária ou secundária)
Título
IgG > 40,960
< 40,960
> 10 dias
> 10,240
< 10,240
6 – 9 dias
Secundária
Primária
Resposta
Imune
> 160
< 160
< 5 dias
Dias após o início dos sintomas
IgG-ELISA
Classificação da gravidade da dengue:
Paracetamol e/ou
dipirona; repouso
e hidratação oral,
retorno na
melhora da febre
ou a qualquer
sinal de alarme.
Hemograma e
contagem de
plaquetas (mesmo
dia); hidratação
durante a espera
do resultado
Internação
(emergência –
24h), hidratação
parenteral;
monitoramento
Internação UTI;
hidratação
parenteral;
monitoramento
2.338.848 casos prováveis
433.716 casos confirmados laboratorialmente
1.032 óbitos PAHO, EW 52 (atualizado Feb 6, 2017)
* MAIO/2016 – SVS, 2016
INTRODUÇÃO
DENV-1
INTRODUÇÃO
DENV-2
INTRODUÇÃO
DENV-3
INTRODUÇÃO
DENV-4
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/maio/05/Monitoramento-dos-casos-de-dengue-febre-de-chikungunya-e-febre-pelo-virus-Zika-
ate-a-Semana-Epidemiologica.pdf
2015
2016
2017
Não há uma tratamento específico
Indica-se repouso e hidratação
REGISTRO APROVADO NO BRASIL: 28/12/2015
Fabricante: Sanofi Pasteur
Vacina recombinante, atenuada, tetravalente
Pessoas com idade entre 9 e 45 anos
3 doses em intervalos de 6 meses
Protege contra os 4 tipos de vírus
Eficácia global: média de 65% (na população acima de 9 anos)
Eficácia contra
DENV-1: 58,4%
DENV-2: 47,1%
DENV-3: 73,6%
DENV-4: 83,2%
Reduz até 80% das internações…
Não oferece proteção contra o ZIKV e nem contra o CHIKV
Vacina – Aprovada pela ANVISA em 12/2015
Sanofi-Pasteur
Zikavirus
2 variantes: asiática (Brasil)
africana
Zikavírus
Transmissão
Vetor: Aedes
Transmissão in útero
● Já foi identificada evidência de transmissão perinatal do vírus Zika
durante um surto na polinésia francesa em final de 2013 e início de
2014
● Transfusão sanguínea
● Transmissão sexual
Infecta as células dendríticas perto do sitio de inoculação e logo
atinge gânglios linfáticos e a corrente sanguínea
A replicação se dá no citoplasma da célula
Período de incubação: 4 dias (3 a 12)
Confirmação de transmissão autóctone no Brasil
Natal, RN – 8 pacientes positivos
MAIO 2015
INTRODUÇÃO
ZIKA
OUT 2015
NOV 2015
DEZ 2015
JAN 2016
RIO DE JANEIRO
1 de Jan de 2015 - 31 de Jul de 2015
Casos suspeitos: 364
Casos confirmados de ZIKV: 119
Demonstraram que o ZIKV
já estava circulando no RJ no
início de Janeiro de 2015
Qian Zhang et al. 2017
INTRODUÇÃO DO ZIKV:
Rio de Janeiro em Dez de 2013 (em concordância com análises filogenéticas e de relógio
molecular)
Prováveis locais de introdução:
• Rio de Janeiro
• Brasilia
• Fortaleza
• Salvador
Principalmente vetorial
Aedes aegypti
• Ae. africanus
• Ae. apicoargenteus
• Ae.vitattus
• Ae.fucifer
• Ae. polynesiensis
A AMPLIAÇÃO DOS MODOS DE TRANSMISSÃO DO ZIKV
É UMA PREOCUPAÇÃO MUNDIAL
Rodriguez-Morales et al., 2016
TRANSMISSÃO VETORIAL TRANSMISSÃO NÃO-VETORIAL
MICROCEFALIA
Síndrome de Guillain-Barré
(formigamento, fraqueza muscular e até paralisia)
Leucopenia
(diminuição dos glóbulos brancos)
Trombocitopenia
(diminuição das plaquetas)
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
RETARDO NO DESENVOLVIMENTO
PROBLEMAS MOTORES
PLOBLEMAS DE VISÃO
PERDA DE AUDIÇÃO
Jackeline, 26, segura seu filho de 4 meses nascido com microcefalia em Olinda.
Foto: REUTERS/Nacho Doce
ZIKV detectado em cérebro fetal microcéfalo
Malakar et al., 2016
Calcificações (setas)
Cérebro alisado (setas curtas)
Partículas de flavivirus no cérebro
Genoma do ZIKV detectado
1 de Fevereiro de 2016
Situação que demande o emprego urgente de medidas de prevenção, de controle e de
contenção de riscos, de danos e de agravos à saúde pública em situações que podem
ser epidemiológicas (surtos e epidemias), de desastres, ou de desassistência à
população
ALTERAÇÕES DE
RETINA E NERVO ÓTICO Apresentam baixa visão com
danos importantes no sistema
visual
MORTE DE MASSA
ENCEFÁLICA O vírus atinge as células
do cérebro necrosando
áreas importantes
(calcificações)
EPILEPSIA Por segundos ou minutos
HIDROPISIA FETAL Acúmulo anormal de líquido
no espaço extracelular e em
cavidades corporais como o
peritônio, pleura e pericádio ESOFAGITE Inflamação da mucosa do
esôfago
MALFORMAÇÃO DOS
RINS E FÍGADO Órgãos de desenvolvem com
anomalias
ARTROGRIPOSE Deformidades articulares e
musculares
HIPERTONIA Aumento da rigidez muscular
MICROCEFALIA Tamanho da cabeça menor e
crescimento anormal do
cérebro
Ad
ap
tad
o d
e H
ug
o C
arv
alh
o/F
olh
a P
E
Conjunto de sinais e sintomas que podem acometer os bebês expostos
ao vírus, e não vinculados exclusivamente à microcefalia.
(Bra
sil
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l., 2
01
6; M
ira
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a-
Filh
o e
t a
l., 2
01
6)
SÍNDROME DE GUILLAIN- BARRÉ
DILATAÇÃO DOS VENTRÍCULOS
CEREBRAIS
CALCIFICAÇÕES INTRACRANIANAS
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR
PROBLEMAS AUDITIVOS
ANOMALIAS OCULARES
CRISES EPILÉPTICAS
ALTERAÇÕES MUSCULARES
DEFORMAÇÕES NAS MÃOS,
PUNHOS, JOELHOS
ENTRE OUTROS
2016: 215.319
2017*:7.911
http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/maio/05/Monitoramento-dos-casos-de-dengue-febre-de-chikungunya-e-febre-pelo-virus-Zika-
ate-a-Semana-Epidemiologica.pdf
2016
2017*
Diagnóstico
Não há diagnóstico sorológico
ELISA para Acs dá reação cruzada
com Dengue
Semelhanças filogenéticas e estruturais
RT- PCR
PCR em tempo Real
Sequenciamento genético
Vigilância epidemiológica
n= 150 pacientes ZIKV +
Em 95% dos pacientes:
ZIKV RNA detectado
• Sangue: até 54 dias
• Urina: até 39 dias
• Sêmen: até 81 dias
1/50 (2%) – Secreção vaginal
com 3 dias de doença
RT-PCR EM TEMPO REAL
Imunidade é permanente – só temos Zika uma vez!
•Arbovírus da família Togaviridae gênero Alfavírus: Febre transmitida por mosquitos do gênero Aedes, presente em todo o Brasil. •Ciclo silvestre na África e na Ásia
•Ciclo urbano com endemias alternadas com pandemias
Espalhamento a partir do ano 2000 Surtos : África, Haiti, República Dominicana, Ilhas La Reunion
(70% da população foi acometida – 360.000 casos) Casos esporádicos na Itália, França....
Chikungunya
Chikungunya: distribuição mundial
A doença ocorre em
quase 40 países da
África, Ásia, Europa
e Américas.
Transmissão: mosquitos do gênero Aedes (Aedes aegypti e
Aedes albopictus). O A albopictus tb está presente em áreas
rurais e periurbanas e é adaptado a zonas temperadas.
Alerta: Chikungunya no Brasil
Casos autóctones no país (out/2014):
• Feira de Santana, Bahia (~180 casos
em 06/10: epidemia)
• Oiapoque, Amapá (8 casos)
• 2014: 2.773 casos autóctones
confirmados
• 2015: cerca de 35.000 casos ???
ALERTA: Febre chikungunya tem rápida expansão e preocupa Ministério da Saúde
De acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), o número de casos de chikungunya nas Américas passou de 111 em
janeiro de 2014 para 1,16 milhão em janeiro EM 2016, com 172 óbitos. O
impressionante avanço tem como principais causas a inexistência de uma
vacina e a baixa imunidade da população do continente contra o vírus
causador da doença.
Os países da América Central e do Caribe foram os mais atingidos pela
chikungunya nestes doze meses
A República Dominicana, com 539 mil casos, lidera a lista, seguida por El
Salvador (135 mil casos), Guadalupe (81 mil), Martinica (72 mil) e Haiti (64
mil).
A exceção no grupo é a Colômbia, com 112 mil casos.
Brasil, onde a doença provavelmente chegou trazida por militares que
retornavam do Haiti, foram registrados 2,8 mil casos no período, sem
nenhuma morte. Até julho de 2014, somente 17 casos haviam sido
registrados no país.
DEC 2013 APR 2014 JUL 2014
SEP 2014 FEV 2015 MAY 2015
Febre Chikungunya
Quais são os sintomas?
Sintomas parecidos com os da dengue, embora mais intensos: febre alta, dor de cabeça,
artralgia e mialgia (até 10 dias)
Na fase aguda, os sintomas são febre alta de início súbito, artrite, dores musculares e articulares nos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos, fortes dores de cabeça, manchas na pele (rash), náusea, exantema e conjuntivite. Costumam durar de três a 10 dias, e sua letalidade, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, é rara. O tratamento é feito para combater sintomas, com analgésico (paracetamol), hidratação e repouso.
Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica
imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do
mosquito. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.
Febre Chikungunya
Quais são os sintomas?
Na fase crônica, o paciente ainda pode sentir dores nas articulações, depressão, cansaço e fraqueza.
Os sintomas persistem por até 10 meses em 49% dos casos e pelo menos 80% dos pacientes permanecem com os sintomas três meses depois.
Sequelas articulares permanentes podem ocorrer em 30% dos infectados
Tornozelo
70.9%
Pés
68.7%
Pulso
71.0%
Mãos
82.1% Joelho
51.3%
Pescoço
54.1%
Ombros
46.2%
Cotovelo
31.1%
Costas
28.0%
Ilha Reunião, 2006 6 meses após infecção por CHIKV
CHIKV tem como células alvo: • céls musculares, • céls endoteliais, • fibroblastos da derme e das articulações, • fígado, baço, cérebro...
Infecta tbm células do estroma do plexo coróide – que
geram líquor
Chikungunya no idioma africano makonde significa
"aqueles que se dobram”
Infecção leva à liberação de grande quantidade de
quimiocinas e interleucinas pro-inflamatórias
Dores articulares prolongadas (3 meses – resto da vida –
30% artralgia crônica). Dor crônica é resultado de auto-
anticorpos, em processo autoimune )
FALTA DE VACINA PARA UTILIZAÇÃO
EM LARGA ESCALA
DIFICULDADE PARA O
CONTROLE DO VETOR
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
(Dengue, zika, chikungunya, mayaro,
rubéola, sarampo, leptospirose, malária,
hepatite, etc)
X
Chikungunya: diagnóstico
Sintomas semelhantes aos da Dengue e Zikavirus: necessidade de Diagnóstico diferencial
Vigilância epidemiológica
RT-PCR
ELISA: IgM x IgG
Casos de Dengue, Zika e CHIKV de 2015 a 2017, de acordo com o
Ministério da Saúde
dengue
CHIKV
zika
A vacina disponível protege
contra genótipos diferentes do
vírus, incluindo o sul-
americano e o africano. “Além
disso, as alterações detectadas
no estudo não afetam as
proteínas do envelope do
vírus, que são centrais para o
funcionamento da vacina.”
As mudanças no genoma relacionam-se
a oito substituições de aminoácidos nas
duas proteínas mais importantes para a
replicação viral: NS3 e NS5.
Pesquisadores detectam alterações
no vírus associado ao atual surto
de febre amarela Concluído o sequenciamento do genoma
do vírus do atual surto de febre amarela no
País e comparado a micro-organismos
relacionados a surtos da década de 1980
no Brasil, os cientistas detectaram
alterações
Fazendo o sequenciamento completo do
genoma das amostras, constataram que,
apesar de os microrganismos encontrados
pertencerem ao subtipo genético conhecido
como linhagem Sul Americana 1E e
predominante no País desde 2008, havia
variações em sequências genéticas
associadas a proteínas envolvidas na
replicação viral.
Febre Amarela: histórico
1500 Entrada dos vetores no país (Tráfico de escravos x tráfico de
especiarias): Aedes albopictus (Ásia: tigre asiático) e Aedes aegypti
(África)
1900 Identificação do vírus da febre amarela (Construção do Canal
do Panamá)
1920 Campanhas de Oswaldo Cruz
1942 Últimos registros de febre amarela urbana no país -
1955 Erradicação do Aedes aegypti nas Américas
ddt
“Oswaldo Cruz acabou vencendo a batalha.
Em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro"
Rio de Janeiro, 1907
Febre amarela: formas epidemiológicas
Ciclo silvestre (zoonose)
Ciclo urbano
Vertebrado: macacos (macaco
sentinela: gen. Allouata)
Vetor: mosquitos (gen.
Hemagogus)
Aedes aegypti
Hospedeiro
acidental
Ausente
desde
1942
Patogênese e Manifestações Clínicas da Febre
Amarela
Replicação em monócitos, macrófagos, células endoteliais (= dengue)
HEPATOTROPISMO: lesão de hepatócitos (icterícia)
Baixa de fatores de coagulação: manifestações
hemorrágicas (nasal e gastrointestinal)
Vômito negro (perda de sangue pelo estômago)
Viremia, infecção disseminada
3-4 dias evolução para sobrevida ou óbito (até 20%)
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO
BRASIL
EPIZOOTIAS: Investigação de surtos de FA em hospedeiros não
naturais (bugios, micos): eventos sinalizadores de risco de casos
humanos de FA silvestre)
Mortes de macacos/epizootias
2007 = 42
2008 = 229
2009 = >2.000
2010 = 130
Ação: diagnóstico laboratorial
(confirmação) e vacinação da
população no entorno
Todos os casos de febre
amarela no país são
considerados como
resultado de Febre Amarela
Silvestre, mesmo aqueles
que envolveram moradores
de centros urbanos
n = 150/ano
Diagnóstico Laboratorial da Febre Amarela:
Importante no controle epidemiológico da doença
Isolamento viral em Cult de céls/camundongos Inoculação em Ovos embrionados Detecção viral por PCR Imunohistoquímica ELISA para detecção de Anticorpos
Vacina contra febre amarela
Vírus vivo atenuado (cepa 17D)
Confere imunidade por 10 anos
Precisa ser tomada 10 dias antes da viagem
“Expansão da febre amarela para o Rio de Janeiro preocupa
especialistas”
Rio de Janeiro, 2017