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LUTA ARM' ADA TERM A CO o ZIMBABWE EPENDNCIA Afi rma o , Nt , � p. Presidente Samora Machel em entrevista a BBC MAPUTO, 30 (AIM) - 0 Presidenle da FRE· LIMO e da Republica Popular de Mo�ambique, Samora Moises Machel, concedeu uma enIre· vista felevisionada a BBC, no passado dia 28 do' corrente mes em Maputo, na qual, deta· Ihadamente debru�ou·se sobre 0 momento politico acfuat relacionado ao Zimbabwe e Mo�ambique. Naquela entrevista, 0 dirigenle maximo do Partido e do Governo mo�ambicano, referiu· se tambe as calunias que, 0 imperialismo, para ;usfificar as suas interfer!ncias nos assunl os GOS outros paises, fe difundido no exlerior. P. - Sr. Presidente, em que altura estaria preparado para abrir as fronteiras e deixar os produfos rodesianos. e quando pensa qu e a guerrilha Iria· pararl R. - Voces ve pergunlar bso a u mo- �mbicano? Ve perguntar a om mo�ambicano c quando e que a guerrilha vai parar no Zim· babwe? Parece-me que seria melhor pergunlar aqueles que lufam. quando e que a guerra vai pam. e em que condi,oes parar a guerra. Mas. como m�ambicanD yOU fentar res- ponder que, a luta armada do Zimbabwe. surgiu como unica via para a conquisfa d a independencia pelo Povo zlmbabweano. A lola ada apoiada pela solidariedlde interna· tiona l . de que as sa�Oes sao 0 upecfo principal, fo�aram 0 imper i ali , 0 colo- nialismo e finalmenfe os rebeldes a apre- senlar a sua rendl�ao no campo de batalha. A experi@ncia dos povos colonizados, o inimigo fenlar sempre Iransformar as suas derrolas em vilorias, atraves de manobras. 56 confinua�ao da lula armada impede as manobras. Mullas vezes, as colonialislas sao derrolados no campo de balalha, e para recuperarem 0 seu presffgio, para recupera· rem aquilo que perderam no campo de ba- lalha, fentam, fodos eles - e uma Iradi�ao cI�ssica do colonialismo - ganhar as vit6ri a s perdidas na mesa de conyersa�oes. Pens amos que as manabras que estao sen- do realizadas pela Rodesia hoje, nao estao fora desle co nlexfo c1assico de fodos os c olo- nialistas. Pens amos que a lula armada s6 cessara quando cessarem as causas · da luta. ais sao as causas da !uta? Ista e, quando as ror�as nacionalisfas eo co lani alismo bri l - njco tiver em acordado sobre as modafidades da Iransferencia dos poderes canducentes + indep e n dencia nadonal. N6s em Mo�mbique dissemos: 0 combale s6 cessa quando a independencia total e completa for alcan�ada, porque foi isso que conduziu 0 Povo de Zimbabwe a desenca· dear a lufa armada. Ho dia em que 0 colonialismo brilinico disser que as modali· dades para a independencia, as dalas e as prazos esfao fixos, penso que 0 combate cessara, porque lerio atingido 0 seu obj· tivo principal, que e 0 que jusfifica a aspecto principal da luta armada, a c onquisla da independ!ncia pelo Povo de Zimbabwe. Quanfo a quesfo das s an�esr eu gostaria que essa pergunta fosse rella as inslincias que decrelaram as sa�oes conlra a Rod6sia. Por outro lado diria tambem: quando e que a Inglaferra vai refirar as san�oes!\ Porque a Inglaferra t bam as apliea. Bas faram aplicadas pela comunidade international, e por isso pergunla seria mel bar, se os nossos amigos a fossem fazer ao Conselho de Segurana, que as decrelou em 1966. Fai 0 Conselho de Seguran�a que decidiu sobre isso. A Republica Popular de Mombique, so- menle implemenfou ·essas dec is6es, poanto, nao cabe a n6s responder quando e como relirar essas san�5es, mas cabe sim as Ins· tancias que as decretou confra a col6nia rebel de da Rodesia do SuI. P. - Sr. Presi denle, estaria pronto en- conlrar·se com 0 Sr. Ian Smith para discufir a fuluro dos dois paiS6Sl R. - Primeiro you responder como u prin. cfpio: 0 Zimbabwe e um pais que e colon i- zado pela Gr-Bretanha. As questoes relafivas aD Zimbabwe dizem respeito Gra-Bretanha, que e a polencia c olonizadora, e ha u ma- . vimenlo que representa os legifimos inleres· ses do Pavo zimbabwe. Nao eabe Republica Popular de Mo�am· bique, disculir com rebeldes, coube sim, apJi· car as san�oes, coube sim e cabe ale hoje apoiar aqueles que lutam, aqueles que de· sencadearam a luta e Querem conquislar a liberda de. Isso sim, pode discutir com a Rep ublica Popular de Moambique. A RPM nao discule com rebeldes, discule com G o vernos l egai s, e as madalidades da inde· pendancia do Zimbabwe n ao devem ser dis- cutidas com M�ambique, mas sim com a Gra-Brelanha e os nacianalistas. Eu nem sei a que prop6sito veio essa pergunla sobre eu falar com Ian Smith. P. - Sr. Presidenle, Mo�ambique sofreu muito com 0 fecho das suas fronfeiras com a Rodesia. Pensa que valeu a pena! R. - Exacf o, exacfo. A decisao da Rep6- blica Popular de Mo�ambique de fechar as S fronleiras com a Rodesia e apliear rigorosamenle as san�oes, destina-se a apoiar a lula rmada dos nacionalislas de Zimbbwe e responde as resolu�oes lomadas pela comunidade internacional a nlvel da OUA, ONU e dos parses do movimenlo dos naa- - alinhados. Penso que e a comunidade inter- nacional que deve decidir se va l eu a pena ou nao, quanta a n6s pensamos que cumpri· mos 0 nosso dever. P. - Sr. Presidente, 0 que acha sobre 0 futuro de milhares de brancos rodesianos? R. - Porque e que nao se preocupam com os rodesianos e s6 se preocupam com os brancos? Porque 6 Que s6 falam em fermos d� branco, branco, branco, pretos e brancos, pretos e brancos. pretos e brancos. Agora preocupam·se com as brancos. com 0 desiino dos colonialistas. Eslao preocupados com . a minoria blanca no Zimba bwe. Porque que h6 muilo tempo nao pergunlavam qual ma o fuluro .da maioria negra do Zimbabwe? N6s nao esfamos preocupados com 0 destino do' colonialismo. Na Republ i ca Popular de Mo�ambique ja definimos que 0 colonialismo nao te p'tria, nao fe cor nem representa os interesses do povo. Mas, os colonos te ferra. lodos os colonos t@m terra, e neste caso a terra dos colonos britinicos e a Inglaterra_ Eu 6 que devia perguntar voces se estao prparados para receberem os vossos colonos ou n ao? Isso e 0 que eu devia pergunlar a voc@s. Quando e que vocas recuperam Ian Smith para 0 vosso pais? 0 rebelde Ian Smith! Mas, no entanto. vou formular alguns priclpios. Ah, mas agora pergunfar-me sobre o destino do colonialismo, e muifo interes- . sante nao aeham? Qual sera 0 destine colonialismo? Onde 6 que OC@S vao guar· dar 0 colonlalismo� 0 colonialismo esta reo presenlado pelos colonialistas. pelos colonos. Ja me perguntaram: onde iraQ os colonos, as eolonialistas? Eu respondo por Mo�ambique, primeira respondo por Mo�ambique. Nao ha futuro nem presente para as col nialis!as. nempara aqueles cuja felicidade e a desgra�a da maioria. E esses nao sao apenas brancos. mas homens de todas as ra�as e cores. e perguntaria: 0 que foi feilo daqueles Que eram maus na Chinal 0 que foi feitD daqueles que eram maus em Cuba? Foram para onde? 0 que foi feito daqueles Que eram maus na Uniao Sovi�lica. e em lada parler 0 que fol feilo delest Foram para onde? Eram pretos ou brancos_ Eram brancos e eram nadonais ate. Mas foram para onder Precisamente porque 0 eolonialismo nao fem palria. 0 caso destes. Sempre dissemos que 0 reaccionario nao te cor nem patria. e a pnltica da-nos foda a razao. 1 Quan! o ao fulurO' dos brancos, que parece ser a sua preocupa�ao, n6s achamos que os mo�ambicanos de qualquer cor t8m futuro em Mo�ambique, como terao fambem no Zimbabwe. Nao se define 0 nacionalismo afraves da sua' cor de pele. A nacionalidade na� se define dessa maneira. Respondendo a Uma outra pergunta, 0 Presidente da ELIMO e da Republica Pa- pular de Mo�ambique, Samora Moises Machel, afirmou: Posso dizer-Ihes que loda a nossa ac�io' governativa; quanto ao denvolvimento eeo- n6mico foi definido logo nB primeira sessio do Conselho de Minisfros e imediafamente ap6s a independ8ncia. Fizemos um reconhecimenl o dos p reblemas e estabelecemos a estrategia para os resol· ver. Depois, es fabelecemes as tarefas espe· effieas para os diversos secfores. Ao fim do nosso primeiro ana de Governo, verificamos que a nossa maneira, a maneira como fo· ram cumpridas as tarefas e a grau de enga· jamento do Povo mo�ambicano na realiza�ao dessas !arefas, achamos Que foi muilo po- sitivo. Ha naturalmenle aspectos que tivemos que carrigir por isso esie ano esfamos melhof preparados para 0 ROSSO tra b alho com um levanl amento especifico em cada sector com o engajamenlo maci�o da popula�ao, com a participa�ao de fodas as esir uturas. com a part icipa�ao de fodos n65, pen samos que resolveremos os nossos problemas. Na d�ncia, mas sim problemas cr6nicos deixado s pelo oloniallsmo. P. - Sr. Presidente, algumas pessoas no estrangeiro dizem que Mo�ambique 6 mani- pulado pela Uniao Sovi6tica. Qual e 0 papel da s su perpot@ncias nesla parle da Africal R. - E os outros sao manipulados por �uemt Os ingleses sio manipulados por quem? luem manipula os inglesesl Quem manipula os americanos, ou quem eles manipulam? Guer dizer, ha manipulados pelos sovielicos. ha manipulados pelos ingleses, ha manipula· dos pelos americanos. Se enumerassem antes quem sao as manipulados pelo imperialismo. entao assim disculiriamos melhor. Os que dizem que n6s somos manipulados devem ler razoes concreias para 0 dizer. Seria mais interessante ir perguntar a ele s quais sao essas razoes. Porque deve haver razoes - fundamenfais. N6s responderemos: so· mos um pars independente, somo um pais saberno e maduro. N6s temos boas rela�es com todos oS paises socialisfas, e be sabem quais s!o esses socialisfas. Quando diss6mos paes so· cialisfas nao dissemos somente Uniao vi�· tiu. A Uniao Sovietiea e 0 primeiro esfado socialisla no mundo, mas ha muilos outros paises, e n6s manlemos boas rela,oes CDm eles, 1ratamo-nos de igual para iual, talvez a confU530 esteja ai. Porqu8 enquanto os oufros P(seS idenfais particularmente, por· que foram tolonialisfas, gosfarlam de ser nossos patemalistas hoje. Eles foram nossos palroes, foram eles que nos submeferm a esle subdesenvolvlment o, a esfe ansa, e goslariam agora de vir como pafeaflas para dizerem, bebes, ja eres· wa. N6s nio pedimos certidao ninguem para dizer que ja somos mauros, que j somos indep endenfes, Que n6s somos um Estado 50befi1n0. Hao dizemos a ningu6m, esfabelecemos Ii· vremenfe as rela�Oes com qualquer Esl ado, em pe de i gualdade. e mesmo com eles que foram nossos pairOes. Gosfariamos que soubessem que ja somos independenles_ So- mos independenfes e nao dependemos deles e nao sao eles que devem escolher as nos· sos amigos. Nao sa o fi nir com qoem devemos eslabelecer rel a�oes_ Mas al vAm eles de novo: porque aqui eram cotonilistas e +0 mesmo tempo os colonialistas sio racistas. Porque Mocam- bique e u Eslado africano... um Estado africano para eles nunca cresce, nunca e adulto, deve depender da orienta�ao dales, o que e bom e 0 que e mau 56 eles nos devem indicar. N6s nao queremos, recusa- mos. £ por isso que dizem que 0 1ado de M6�ambique e manipulado, porque. saimos da 6rbita deles, Iibertamo-nos. N6s nao fomos libertos. libertamo-nos, lutamos e afirmamos a nossa personalidade em qualquer ponfo do mundo em pe de igualdade CQm todos. de desenvolvimento nao 6 a base . para sermos discriminados. £ isso que gosta. rfamos que dissessem a esses palses. que dizem que n6s somos manipulados. Temos boas rela�oes com todos as parses socialis· tas que classificamos como nossos aliados naturais e isso esla escrilo na Consfilui�ao da Republica Popular de Moambique em que define os parses socialistas como zona libertada da humanidade. Sao nossos aliados aliados nafurais aqueles que nos apoiaram nas horas incerfas, quando a vil6ria lm ainda muito longe, quando a vi f 6ria era ainda u soRbo para tados ospovos. o �e ne all1 denniu·se como aliad!) incondiciona l do colonialismo portu· gues, e hole que somas independentes di· zem que somas manipulldos. Quem no� ma- nipulou para ganharmos a guerral Fomo$ n6s que ganhamos a guerra, somos n6s que vamos reconslru i r 0 nossa Pais, somos nos quem vai definir quem sao os nossos ami. gas, com quem devemos estabeleter rela�Oes, e queremos dizer que estmos prantos a defender essas boas rela,oes coa a ca- lunia e a especula,io. o engajamento de�ses povos, govemos e parses, na I lula pela Iiberta,ao national e na eoopera�io e solidariedade que levarao a independancia .econ�mica dos nossos pai. ses, e um exemplo que deveria merecer respeifo, particularmenfe POF parte daqueles que ontem se opuseram activamente a nossa luta e hoje fazem tudo por' tudo para nos destrurrem ao mesmo tempo que se pre cupam com. tal manipula�io. - ,

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LUTA ARM'ADA

TERM A CO

o ZIMBABWE

EPENDE:NCIA

Afirma o , Nt '09/16 ,. � p.

Presidente Samora Machel em entrevista a BBC MAPUTO, 30 (AIM) - 0 Presidenle da FRE·

LIMO e da Republica Popular de Mo�ambique, Samora Moises Machel, concedeu uma en Ire· vista felevisionada a BBC, no passado dia 28 do' corrente mes em Maputo, na qual, deta· Ihadamente debru�ou·se sobre 0 momento politico acfuat relacionado ao Zimbabwe e Mo�ambique.

Naquela entrevista, 0 dirigenle maximo do Partido e do Governo mo�ambicano, referiu·se tam bern as calunias que, 0 imperialismo, para

;usfificar as suas interfer!ncias nos assunlos GOS outros paises, fern difundido no exlerior.

P. - Sr. Presidente, em que altura estaria preparado para abrir as fronteiras e deixar os produfos rodesianos. e quando pensa que

a guerrilha Iria· pararl R. - Voces vern pergunlar bso a urn mo­

�mbicano? Vern perguntar a om mo�ambicano

c

quando e que a guerrilha vai parar no Zim· babwe? Parece-me que seria melhor pergunlar aqueles que lufam. quando e que a guerra vai pam. e em que condi,oes parar a guerra.

Mas. como m�ambicanD yOU fentar res­ponder que, a luta armada do Zimbabwe. surgiu como unica via para a conquisfa da independencia pelo Povo zlmbabweano. A lola (iimada apoiada pela solidariedlde interna· tiona l . de que as sa�Oes sao 0 upecfo principal, fo�aram 0 imperiali5lllO, 0 colo­nialismo e finalmenfe os rebeldes a apre­senlar a sua rendl�ao no campo de batalha.

A experi@ncia dos povos colonizados, II o inimigo fenlar sempre Iransformar as suas derrolas em vilorias, atraves de manobras. 56 it confinua�ao da lula armada impede as manobras. Mullas vezes, as colonialislas sao derrolados no campo de balalha, e para recuperarem 0 seu presffgio, para recupera· rem aquilo que perderam no campo de ba­lalha, fentam, fodos eles - e uma Iradi�ao cI�ssica do colonialismo - ganhar as vit6rias perdidas na mesa de conyersa�oes.

Pensamos que as manabras que estao sen­do realizadas pela Rodesia hoje, nao estao fora desle conlexfo c1assico de fodos os colo­nialistas.

Pensamos que a lula armada s6 cessara quando cessarem as causas· da luta. Ouais sao as causas da !uta? Ista e, quando as ror�as nacionalisfas eo colanialismo bril� ­njco tiverem acordado sobre as modafidades da Iransferencia dos poderes canducentes 11 independencia nadonal.

N6s em Mo�mbique dissemos: 0 combale

s6 cessa quando a independencia total e completa for alcan�ada, porque foi isso que conduziu 0 Povo de Zimbabwe a desenca· dear a lufa armada. Ho dia em que 0 colonialismo brilinico disser que as modali· dades para a independencia, as dalas e as prazos esfao fixos, penso que 0 combate cessara, porque lerio atingido 0 seu objec· tivo principal, que e 0 que jusfifica a aspecto principal da luta armada, a conquisla da independ!ncia pelo Povo de Zimbabwe.

Quanfo a quesfiio das san�iiesr eu gostaria que essa pergunta fosse rella as inslincias que decrelaram as sa�oes conlra a Rod6sia. Por outro lado diria tambem: quando e que a Inglaferra vai refirar as san�oes!\ Porque a Inglaferra tarn bam as apliea. Bas faram aplicadas pela comunidade international, e por isso II pergunla seria mel bar, se os nossos amigos a fossem fazer ao Conselho de Seguran�a, que as decrelou em 1966. Fai 0 Conselho de Seguran�a que decidiu sobre isso.

A Republica Popular de Mo�mbique, so­menle implemenfou ·essas decis6es, portanto, nao cabe a n6s responder quando e como relirar essas san�5es, mas cabe sim as Ins· tancias que as decretou confra a col6nia rebel de da Rodesia do SuI.

P. - Sr. Presidenle, estaria pronto II en­conlrar·se com 0 Sr. Ian Smith para discufir a fuluro dos dois paiS6Sl

R. - Primeiro you responder como urn prin. cfpio: 0 Zimbabwe e um pais que e colon i­zado pela Grii-Bretanha. As questoes relafivas aD Zimbabwe dizem respeito it Gra-Bretanha, que e a polencia colonizadora, e ha urn ma-

. vimenlo que representa os legifimos inleres· ses do Pavo zimbabwe.

Nao eabe it Republica Popular de Mo�am· bique, disculir com rebeldes, coube sim, apJi· car as san�oes, coube sim e cabe ale hoje apoiar aqueles que lutam, aqueles que de· sencadearam a luta e Querem conquislar a liberdade. Isso sim, pode discutir com a Republica Popular de Mo�ambique. A RPM nao discule com rebeldes, discule com Go · vernos legais, e as madalidades da inde· pendancia do Zimbabwe nao devem ser dis­cutidas com M�ambique, mas sim com a

Gra-Brelanha e os nacianalistas. Eu nem sei a que prop6si to veio essa pergunla sobre eu falar com Ian Smith.

P. - Sr. Presidenle, Mo�ambique sofreu muito com 0 fecho das suas fronfeiras com a Rodesia. Pensa que valeu a pena!

R. - Exacfo, exacfo. A decisao da Rep6-blica Popular de Mo�ambique de fechar as SDaS' fronleiras com a Rodesia e a pliear rigorosamenle as san�oes, destina-se a apoiar a lula ilrmada dos nacionalislas de Zimba· bwe e responde as resolu�oes lomadas pela comunidade internacional a nlvel da OUA, ONU e dos parses do movimenlo dos naa­-alinhados. Penso que e a comunidade inter­nacional que deve decidir se valeu a pena ou nao, quanta a n6s pensamos que cumpri· mos 0 nosso dever.

P. - Sr. Presidente, 0 que acha sobre 0 futuro de milhares de brancos rodesianos?

R. - Porque e que nao se preocupam com os rodesianos e s6 se preocupam com os

brancos? Porque 6 Que s6 falam em fermos d� branco, branco, branco, pretos e brancos, pretos e brancos. pretos e brancos. Agora preocupam·se com as brancos. com 0 desiino dos colonialistas. Eslao preocupados com . a

minoria blanca no Zimbabwe. Porque IS que

h6 muilo tempo nao pergunlavam qual ma

o fuluro .da maioria negra do Zimbabwe? N6s nao esfamos preocupados com 0 destino do' colonialismo.

Na Republ ica Popular de Mo�ambique ja definimos que 0 colonialismo nao terri p'tria, nao fern cor nem representa os interesses do povo. Mas, os colonos tern ferra. lodos os colonos t@m terra, e neste caso a terra dos colonos britinicos e a Inglaterra_ Eu 6

que devia perguntar it voces se estao pre· parados para receberem os vossos colonos ou nao? Isso e 0 que eu devia pergunlar a

voc@s. Quando e que vocas recuperam Ian Smith para 0 vosso pais? 0 rebelde Ian Smith!

Mas, no entanto. vou formular alguns prin· clpios. Ah, mas agora pergunfar-me sobre o destino do colonialismo, e muifo interes­

. sante nao aeham? Qual sera 0 destine do

colonialismo? Onde 6 que \lOC@S vao guar· dar 0 colonlalismo� 0 colonialismo esta reo presenlado pelos colonialistas. pelos colonos. Ja me perguntaram: onde iraQ os colonos, as eolonialistas? Eu respondo por Mo�ambique, prime ira respondo por Mo�ambique.

Nao ha futuro nem presente para as colo­nialis!as. nempara aqueles cuja felicidade e a desgra�a da maioria. E esses nao sao apenas bran cos. mas hom ens de todas as ra�as e cores. e perguntaria: 0 que foi feilo daqueles Que eram maus na Chinal 0 que foi feitD daqueles que eram maus em Cuba? Foram para onde? 0 que foi feito daqueles Que eram maus na Uniao Sovi�lica. e em lada II parler 0 que fol feilo delest Foram para onde? Eram pretos ou brancos_

Eram brancos e eram nadonais ate. Mas foram para onder Precisamente porque 0 eolonialismo nao fem palria. � 0 caso destes. Sempre dissemos que 0 reaccionario nao tern cor nem patria. e a pnltica da-nos foda a razao. 1

Quan!o ao fulurO' dos bran cos, que parece ser a sua preocupa�ao, n6s achamos que os mo�ambicanos de qualquer cor t8m futuro em Mo�ambique, como terao fambem no Zimbabwe. Nao se define 0 nacionalismo afraves da sua' cor de pele. A nacionalidade na� se define dessa maneira.

Respondendo a Uma outra pergunta, 0 Presidente da FRELIMO e da Republica Pa­pular de Mo�ambique, Samora Moises Machel, afirmou:

Posso dizer-Ihes que loda a nossa ac�io' governativa; quanto ao deSilnvolvimento eeo­n6mico foi definido logo nB primeira sessio do Conselho de Minisfros e imediafamente ap6s a independ8ncia.

Fizemos um reconhecimenlo dos preblemas e estabelecemos a estrategia para os resol· ver. Depois, esfabelecemes as tarefas espe· effieas para os diversos secfores. Ao fim do nosso primeiro ana de Governo, verificamos que a nossa maneira, a maneira como fo· ram cumpridas as tarefas e a grau de enga· jamento do Povo mo�ambicano na realiza�ao dessas !arefas, achamos Que foi muilo po­sitivo.

Ha naturalmenle aspectos que tivemos que carrigir por isso esie ano esfamos melhof preparados para 0 ROSSO trabalho com um levanlamento especifico em cada sector com o engajamenlo maci�o da popula�ao, com a participa�ao de fodas as esiruturas. com a participa�ao de fodos n65, pensamos que resolveremos os nossos problemas.

N a o sao problemas frazidos pel a indepen· d�ncia, mas sim problemas cr6nicos deixados pelo (;oloniallsmo.

P. - Sr. Presidente, algumas pessoas no estrangeiro dizem que Mo�ambique 6 mani­pulado pela Uniao Sovi6tica. Qual e 0 papel das superpot@ncias nesla parle da Africal

R. - E os outros sao manipulados por �uemt Os ingleses sio manipulados por quem? luem manipula os inglesesl Quem manipula os americanos, ou quem eles manipulam? Guer dizer, ha manipulados pelos sovielicos. ha manipulados pelos ingleses, ha manipula· dos pelos americanos. Se enumerassem antes quem sao as manipulados pelo imperialismo. entao assim disculiriamos melhor.

Os que dizem que n6s somos manipulados

devem ler razoes concreias para 0 dizer. Seria mais interessante ir perguntar a eles

quais sao essas razoes. Porque deve haver razoes - fundamenfais. N6s responderemos: so· mos um pars independente, somos- um pais saberllno e maduro.

N6s temos boas rela�iies com todos oS

paises socialisfas, e bern sabem quais s!o esses socialisfas. Quando diss6mos palses so· cialisfas nao dissemos somente Uniao Sovi�· tiu. A Uniao Sovietiea e 0 primeiro esfado socialisla no mundo, mas ha muilos outros

paises, e n6s manlemos boas rela,oes CDm eles, 1ratamo-nos de igual para i,gual, talvez a confU530 esteja ai. Porqu8 enquanto os oufros PIl(seS ocidenfais particularmente, por· que foram tolonialisfas, gosfarlam de ser nossos patemalistas hoje.

Eles foram nossos palroes, foram eles que nos submeferllm a esle subdesenvolvlmento, a esfe ansa, e goslariam agora de vir como pafernaflsfas para dizerem, bebes, ja eres·

warn. N6s nio pedimos certidao it ninguem para dizer que ja somos maliuros, que jei somos independenfes, Que n6s somos um Estado 50befi1n0.

Hao dizemos a ningu6m, esfabelecemos Ii·

vremenfe as rela�Oes com qualquer Eslado, em pe de igualdade. e mesmo com eles que foram nossos pairOes. Gosfariamos que soubessem que ja somos independenles_ So­mos independenfes e nao dependemos deles e nao sao eles que devem escolher as nos· sos amigos. Nao sao eles quem devem de­finir com qoem devemos eslabelecer rela�oes_

Mas al vAm eles de novo: porque aqui eram cotonilllistas e 110 mesmo tempo os

colonialistas sio racistas. Porque Mocam­bique e urn Eslado africano... um Estado africano para eles nunca cresce, nunca e

adulto, deve de pender da orienta�ao dales, o que e bom e 0 que e mau 56 eles nos devem indicar. N6s nao queremos, recusa­mos.

£ por isso que dizem que 0 Es1ado de

M6�ambique e manipulado, porque. saimos da 6rbita deles, Iibertamo-nos. N6s nao fomos libertos. libertamo-nos, lutamos e afirmamos

a nossa personalidade em qualquer ponfo do mundo em pe de igualdade CQm todos.

de desenvolvimento nao 6 a base . para sermos discriminados. £ isso que gosta. rfamos que dissessem a esses palses. que dizem que n6s somos manipulados. Temos boas rela�oes com todos as parses socialis· tas que classificamos como nossos aliados natura is e isso esla escrilo na Consfilui�ao da Republica Popular de Mo�ambique em

que define os parses socialistas como zona libertada da humanidade. Sao nossos aliados aliados nafurais aqueles que nos apoiaram nas horas incerfas, quando a vil6ria eslm

ainda muito longe, quando a vif6ria era

ainda urn soRbo para tados ospovos. o Ot�e neSSI alful1 denniu·se como

aliad!) incondicional do colonialismo portu· gues, e hole que somas independentes di· zem que somas manipulldos. Quem no� ma­

nipulou para ganharmos a guerral Fomo$ n6s que ganhamos a guerra, somos n6s que vamos reconslruir 0 nossa Pais, somos nos

quem vai definir quem sao os nossos ami. gas, com quem devemos estabeleter rela�Oes, e queremos dizer que est limos prantos a

defender essas boas rela,oes contra a ca­

lunia e a especula,io.

o engajamento de�ses povos, govemos e

parses, na I lula pel a Iiberta,ao national e

na eoopera�io e solidariedade que levarao a independancia .econ�mica dos nossos pai. ses, e um exemplo que deveria merecer respeifo, particularmenfe POF parte daqueles que ontem se opuseram activamente a nossa luta e hoje fazem tudo por' tudo para nos destrurrem ao mesmo tempo que se preo­cupam com. tal manipula�io.

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