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Publicado na Revista FZVA, da PUC Uruguaiana, v. 16, n. 2, p. 231-243, 2009.TRANSCRIPT
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CULTIVO DE CRISÂNTEMO DE CORTE “CALÁBRIA” E “LAMEET BRIGHT”
SOB A AÇÃO DO ÁCIDO GIBERÉLICO E DE DIAS CURTOS INT ERROMPIDOS
PRODUCTION OF CUT CRHYSANTHEMUM “CALÁBRIA” AND “LAM EET
BRIGHT” UNDER THE ACTION OF GIBBERELLIC ACID AND SH ORT
INTERRUPED DAYS
Josué Benetti Mello1 Rogério Antônio Bellé2 Rosmary Panno3 Mauricio Neuhaus4 Fernanda
Alice Antonello Londero Backes5 Natalia Teixeira Schwab6
RESUMO
No sul do país, em cultivo de outono/inverno, observa-se a redução do crescimento do
crisântemo ocasionado pelas baixas temperaturas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a
ação do ácido giberélico (GA3) e da técnica de dias curtos interrompidos (DCI) sobre o
crescimento de duas cultivares de crisântemo de corte. O experimento foi conduzido na
Universidade Federal de Santa Maria, no período de maio a julho de 2001. Utilizou-se o
delineamento experimental em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 8, com quatro
repetições. Foram testadas as cultivares “Calábria” e “Lameet Bright” e diferentes
concentrações de GA3 (50, 100, 200, 300 e 400 mg L-1) em quatro aplicações para o primeiro
tratamento e uma aplicação para cada um dos demais tratamentos; DCI + 50 mg L-1 de GA3;
DCI até a antese; e testemunha, plantas não tratadas e com dias curtos. Foram avaliadas
quatro plantas por unidade experimental, nas quais observou-se um acréscimo significativo no
comprimento do pedúnculo e na altura final das plantas. Quanto ao número de inflorescências,
houve um aumento significativo com o uso do DCI para a cultivar “Lameet Bright” devido ao
surgimento de botões axilares, o que depreciou a qualidade das hastes. Para a “Calábria”
observou-se uma redução no número de inflorescências em todos os tratamentos. O maior
peso da matéria fresca foi observado com o uso do DCI. A aplicação de GA3 é a melhor
técnica a ser empregada para o aumento no comprimento do pedúnculo floral em ambas as
cultivares.
1 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia, UFSM, [email protected] 2Engenheiro Agrônomo, Doutor em Fisiologia Vegetal, UFSM, [email protected] 3Engenheira Agrônoma, Mestre em Engenharia Agrícola, UFSM, [email protected] 4Acadêmico do Curso de Agronomia, UFSM, [email protected] 5Engenheira Agrônoma, Doutora em Nutrição Mineral e Adubação de Plantas, UFSM, [email protected] 6Engenheira Agrônoma, Mestranda do PPG em Engenharia Agrícola, UFSM, [email protected]
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Palavras-chave: Dendranthema grandiflora, GA3, Fotoperíodo, Qualidade.
ABSTRACT
In the South of the country, in the autumn/winter culture, observed the reduction of the
growth of chrysanthemum caused by low temperatures. This work aimed at evaluating the
action of the gibberellic acid (GA3) and of the technique of short days (SD) interrupted on the
growth of two cultivars of cut chrysanthemum. The experiment was led at Universidade
Federal de Santa Maria, in the period from May to July, 2001. The experiment was conducted
in 2 x 8 factorial scheme and evaluated in a randomized block design, with four repetitions.
Two cultivars “Calábria” and “Lameet Bright”, in different concentrations of GA3 (50, 100,
200, 300 and 400 mg L-1) were tested in four applications for the first treatment and one
application for each of the other treatments; SD interrupted + 50 mg L-1 of GA3; SD
interrupted until antesis; and control with just short days. Four plants for experimental unit
were evaluated, in which a significant increase in the length of the peduncle and in the height
of the plants were observed. Concerning the number of inflorescence, it had a significant
increase when using the SD interrupted for cultivar “Lameet Bright” due to the sprouting of
axillary buttons, which depreciated the quality of the stems. A reduction in the number of
inflorescences for cultivar “Calábria” was observed in all treatments. The greatest fresh
weight was observed with the use of SD interrupted. GA3 application is the best technique to
be used for increasing the length of the floral stem for both cultivars.
Key words: Dendranthema grandiflora, GA3, Photoperiodic, Quality.
INTRODUÇÃO
No Brasil, o crisântemo
(Dendranthema grandiflora) é a segunda
flor de corte em volume de produção, e
tem crescimento contínuo na
comercialização interna e na exportação.
Esta posição é favorecida por apresentar
flores com grande diversidade de cores e
formas, alta durabilidade das
inflorescências, resposta precisa às
condições de cultivo e rápido retorno do
capital investido (BELLÉ, 2008). A
atividade se destaca pelo grande
investimento de capital, o emprego de
mão-de-obra, o rápido ciclo de produção, a
pequena área utilizada e o alto valor
agregado (STRINGHETA et al., 2004).
O cultivo do crisântemo pode ser
realizado o ano todo no Rio Grande do Sul,
desde que seja em ambiente protegido e se
respeite alguns requisitos de manejo como
o controle do fotoperíodo, da temperatura,
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da fitossanidade, da fertirrigação, dos
desbrotes e dos reguladores de
crescimento. No entanto, algumas
cultivares apresentam como característica
varietal, um pedúnculo floral relativamente
menor, o qual pode ser ainda reduzido
pelas temperaturas baixas durante o
período de elongação dos mesmos
(SCHMIDT et al., 2003).
A aplicação de giberelinas em
plantas induz ao alongamento dos
entrenós, em parte por aumentar a divisão
celular, conforme evidenciado pelos
aumentos do comprimento celular e do
número de células (TAIZ & ZEIGER,
2004). Schmidt et al. (2003) destacam que
os efeitos conseguidos com ácido
giberélico em crisântemo cultivar “Viking”
variaram com a época de cultivo, a
concentração do produto, o estágio
fenológico e a freqüência de aplicação do
produto. Pesquisas com GA3 exógeno
variam entre as cultivares de crisântemo
(RAJAGOPALAN & KADER, 1994;
SCHMIDT et al., 2000).
A qualidade das hastes de
crisântemo de corte está relacionada entre
outros critérios, à altura da planta, ao
comprimento do pedúnculo, ao diâmetro
das inflorescências, à rigidez das hastes e à
área foliar. Schmidt et al. (2000)
consideraram como adequados
comprimentos de pedúnculos acima de 11
cm. Já Licker et al. (2000), em cultivo de
outono em Santa Maria, no qual analisaram
vários parâmetros fenométricos, entre eles
o comprimento do pedúnculo de 32
cultivares de crisântemo de corte, foi
observado que 47% desses cultivares
apresentaram um pedúnculo curto, ou seja,
inferior a 11 cm.
O comprimento do pedúnculo é
uma característica varietal que para muitas
cultivares é fortemente influenciado pela
temperatura. Na fase de elongação, baixas
temperaturas causam pedúnculo muito
curto e em condições de altas temperaturas
os pedúnculos são normais (ZANCHET,
2003).
Segundo Petry et al. (2008), em
crisântemo de corte, o período de dias
curtos deve ser iniciado de quatro a seis
semanas após o transplante da muda
enraizada, para se obter pedúnculo longo
sem acúmulo de folhas junto a
inflorescência. A combinação de dia curto
(DC) + dia longo (DL) + DC pode
favorecer a formação de pedúnculo floral
longo e inflorescência de bom diâmetro
(9DC+12DL+21DC). Os autores destacam
ainda que, o tratamento DC iniciado antes
das quatro semanas pode produzir
pedúnculos e flores pequenas, enquanto
que, se muito tardio, o pedúnculo terá
maior crescimento, formando muitas
folhas.
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Kofranek & Cockshull (1985)
aplicaram, em cinco cultivares de
crisântemo, quatro tipos de manejo de DC
intercalado com DL. O comprimento do
pedúnculo foi aumentado em todos os
tratamentos. No entanto, para dois
cultivares o maior comprimento foi obtido
com o manejo de 11 DC + 10 DL + DC até
a antese, e para as outras três cultivares, o
maior comprimento de pedúnculo foi
obtido com a aplicação de 20 mg L-1 de
GA3 na terceira semana após a indução. A
técnica do dia curto interrompido (DCI)
melhorou a qualidade das hastes, porém,
nem todas as cultivares responderam da
mesma forma. Verificaram ainda efeitos
como formação de botões axilares,
formação de brácteas entre as lígulas e no
receptáculo e a formação de botões
secundários no centro do disco floral.
O uso de reguladores de
crescimento é outra técnica utilizada na
melhoria da qualidade do crisântemo em
cultivos de corte ou de vaso. Podem ser
usados como prática de manejo na
regulação da produção, promovendo ou
inibindo o crescimento vegetal, acelerando
ou retardando o ciclo.
O crescimento da haste pelo uso de
GA3 deve-se a sua ação na elongação
celular (MAZLIAK, 1982). O ácido
giberélico pode agir em vários sítios no
crescimento celular como a permeabilidade
da parede celular, a atividade enzimática, a
variação em potencial osmótico e a
mobilização de açúcares (METRAUX,
1987).
Kofranek & Cockshull (1985),
encontraram diferenças importantes entre
cultivares no alongamento do pedúnculo.
Em três cultivares o uso 20 mg L-1 de AG3
após 21 dias curtos alongou o pedúnculo
satisfatoriamente, enquanto que, para
outras duas a melhor elongação foi com o
manejo dos dias curtos interrompidos.
Schmidt et al. (2000) conduzindo
experimento de crisântemo de corte
cultivar Calábria, no inverno, associaram o
número de semanas de DL com diferentes
doses de GA3, e observaram que as
melhores plantas foram obtidas com duas
semanas de DL e nas dosagens de 200 e
500 mg L-1 em duas aplicações. Já Bellé et
al. (2007) testando aplicações de GA3 e
DCI em crisântemo de corte “Gompier
Chá” verificaram melhores resultados para
altura de plantas e comprimento dos
entrenós com a dose de 300 mg L-1.
Dessa forma, o presente trabalho
teve como objetivo avaliar a eficiência do
uso do ácido giberélico e da técnica do dia
curto interrompido no crisântemo de corte
nas cultivares “Calábria” e “Lameet
Bright”.
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MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em
estufa plástica no Setor de Floricultura do
Departamento de Fitotecnia, na
Universidade Federal de Santa Maria, RS.
O plantio foi realizado em 10 de maio de
2001 (outono/inverno) utilizando-se duas
cultivares de crisântemo de corte,
“Calábria” e “Lameet Bright”, que
apresentam inflorescências do tipo
decorativo e spider, de cores branca e
amarela, respectivamente. O cultivo foi
conduzido em estufa plástica em canteiros
cujo solo pertence a unidade de
mapeamento São Pedro e recebeu
condicionamento de casca de arroz
carbonizada. A média das temperaturas
mínimas e máximas na estufa durante o
período de cultivo foram de 13,3º C e 25,8º
C, respectivamente.
O delineamento experimental
utilizado foi em blocos casualizados, em
esquema fatorial 2x8, com quatro
repetições. Os níveis do fator A foram dois
cultivares, 'Calábria' e 'Lameet Bright', e os
do fator D oito tratamentos compostos por
doses de GA3 (ácido giberélico) e dias
curtos interrompidos e uma combinação
dos dois, assim definidos: 1 – Quatro
aplicações de 50 mg.L-1 de GA3; 2 – 100
mg.L-1 de GA3; 3 – 200 mg.L-1 de GA3; 4 –
300 mg.L-1 de GA3; 5 – 400 mg.L-1 de
GA3; 6 – 9 DC + 12 DL + DC até a antese
+ 50 mg.L-1 de GA3; 7 – 9 DC + 12 DL +
DC até a antese; 8 – testemunha, plantas
não tratadas e com dias curtos (DC)
naturais. Para o primeiro tratamento foi
realizada uma aplicação semanal a partir
da 1a semana após a indução, totalizando
oito aplicações. Para os demais tratamentos
com GA3 foi aplicado em dose única aos
28 dias após a indução. As aplicações do
regulador vegetal foram realizadas através
de pulverizador manual, sempre ao final do
dia. As unidades experimentais foram
compostas por 64 plantas. Sendo utilizadas
quatro plantas por unidade experimental
para as avaliações.
Os dias longos de 16h foram
fornecidos até a quarta semana após o
plantio de forma intermitente com 10
minutos de luz e 20 minutos de escuro, das
20h às 5h, utilizando-se lâmpadas
incandescentes de 100W de potência
obtendo-se a iluminância de 85 lux. A
condição de dia curto foi disponibilizada
somente desligando o sistema de
iluminação artificial, já que ocorre
naturalmente no outono. Nos tratamentos
com DCI, o manejo do fotoperíodo foi
realizado nas mesmas condições dos dias
longos e dos dias curtos, mas isolado dos
demais por uma cortina preta.
As diferentes concentrações de
ácido giberélico foram obtidas através do
produto comercial Pro-Gibb com 10% de
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GA3, aplicando-se por parcela 150 mL da
solução com a concentração específica
para cada tratamento. O uso da
fertirrigação foi através do sistema
“Venturi”. A concentração aproximada
utilizada foi de 2g L-1 de água na
proporção NPK de 2,0:0,3:2,0 até o
surgimento dos botões, após, a relação foi
alterada para 1,0:0,3:2,0.
As avaliações foram realizadas
quando 50% das lígulas encontravam-se
expandidas e utilizando-se quatro plantas
aleatórias por unidade experimental, sobre
as quais se realizou a avaliação dos
seguintes parâmetros: comprimento do
pedúnculo floral, altura final das plantas,
número de inflorescências, peso fresco da
planta e diâmetro do pedúnculo.
A análise estatística foi realizada
utilizando-se o software estatístico
SOC/NTIA, seguindo o modelo de análise
para o delineamento experimental
bifatorial, blocos ao acaso, com fatores A e
D qualitativos. E a comparação de médias
feita através do teste de Duncan a 5% de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a variável comprimento do
pedúnculo floral, a análise da variância
mostrou uma interação significativa entre
as cultivares e os tratamentos. Os
resultados do teste de comparação de
médias são apresentados na Tabela 1, na
qual se observa que, os tratamentos
promoveram um acréscimo significativo
nessa variável em relação à testemunha em
ambas as cultivares.
O tratamento de DCI associado à
aplicação de 50 mg L-1 de GA3 provocou
maior acréscimo no comprimento do
pedúnculo na cultivar “Calábria”, enquanto
que para a cultivar “Lameet Bright”, o
mesmo tratamento não diferiu
estatisticamente do tratamento com DCI
sem a aplicação de GA3. O crescimento em
relação à testemunha foi de
aproximadamente 278% e 115% para as
cultivares “Calábria” e “Lameet Bright”,
respectivamente, no tratamento DCI
associado à aplicação de GA3. No
tratamento DCI sem a aplicação de GA3, o
crescimento foi de 108% para a cultivar
“Lameet Bright” em relação à testemunha
(Tabela 1). No entanto, esses pedúnculos
foram excessivamente longos, flexíveis e
não suportaram o peso das inflorescências,
tendo como conseqüência a perda de
qualidade das hastes florais.
As plantas de ambas as cultivares
responderam de forma positiva aos
tratamentos com doses crescentes de GA3.
Para a cultivar “Calábria” a resposta não
foi significativa entre as doses de 100 a
400 mg L-1, enquanto que, para o “Lameet
Bright” houve um aumento progressivo do
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comprimento do pedúnculo entre as
dosagens de 50 a 300 mg L-1 (Tabela 1).
Schmidt et al. (2000) consideraram
adequado um comprimento de pedúnculo
floral com valores superiores de 11 cm.
Tomando esse valor como um parâmetro
comparativo, pode-se afirmar que uma
aplicação de 100 mg L-1 de GA3 é
suficiente para aumentar o comprimento do
pedúnculo da cultivar “Calábria” de 6,91
cm das plantas testemunhas para 16,93 cm
das plantas tratadas, representando um
acréscimo de 145 %. Já, para a cultivar
“Lameet Bright”, o aumento foi menor,
isto é, esse aumentou de 11,92 cm nas
plantas sem tratamento para 17,54 cm, nas
plantas tratadas equivalente a um
acréscimo de 47%. Portanto, esses
pedúnculos podem ser considerados
satisfatórios, pois não acarretaram excesso
de flexibilidade das hastes.
O tratamento com DCI sem
aplicação de GA3 também foi capaz de
aumentar o comprimento do pedúnculo
para as duas cultivares em relação às
plantas testemunha. Para a cultivar
“Calábria” o pedúnculo atingiu 16,6 cm,
isto é, um incremento de 140%, porém não
houve diferença significativa quando as
plantas foram tratadas com doses
crescentes de GA3 (100 a 400 mg L-1). Na
cultivar “Lameet Bright” o pedúnculo
alcançou o comprimento de 24,8 cm,
havendo um acréscimo de 108% (Tabela
1). Embora esse tratamento tenha
produzido pedúnculos longos, esse
comprimento foi excessivo para uma boa
sustentação das inflorescências. Nessa
cultivar, houve ainda alterações
fisiológicas pelos dias curtos
interrompidos, resultando no surgimento
de brácteas e botões terciários (dois por
pedúnculo), o que causou um
“envassouramento” da haste floral. O uso
de 12 DL provocou a ativação vegetativa
de meristemas axilares das ramificações,
que a seguir foram induzidos com a
retomada desses dias curtos. As novas
brotações determinaram o surgimento
tardio de botões terciários, que não
florescem ao mesmo tempo que as
ramificações mãe. Kofranek & Cochshull
(1985) trabalhando com outras cultivares
não observaram esse tipo de alteração e
sem anomalias na inflorescência.
Com relação ao parâmetro altura
final das plantas, houve interação
significativa entre as cultivares e os
tratamentos. Os resultados do teste de
comparação de médias plantas encontram-
se na Tabela 1.
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Tabela 1. Comprimento do pedúnculo floral (cm), altura da planta (cm) e número de
inflorescências em duas cultivares de crisântemo de corte, “Calábria” e “Lameet Bright”,
submetidas a aplicações de GA3 e dias curtos interrompidos. UFSM, Santa Maria, RS, 2001
Comprimento do
pedúnculo (cm) Altura da planta (cm) Número de inflorescências
TRATAMENTOS
Calábria Lameet
Brigth Calábria Lameet Brigth Calábria
Lameet
Brigth
GA3 – 50 mg.L-1 * 23,42 b A 16,75 e B 165,63 a A 129,81 a B 6,44 d A 3,75 c B
GA3 – 100 mg.L-1 16,93 c A 17,54 ed A 138,75 c d A 115,75 c B 8,94 b A 3,94 c B
GA3 – 200 mg.L-1 17,75 c A 19,34 cd A 141,63 c d A 118,44 b c B 7,69 c b d A 3,81 c B
GA3 – 300 mg.L-1 18,26 c B 21,77 b A 141,06 c d A 122,44 a b c B 8,38 c b d A 4,37 c B
GA3 – 400 mg.L-1 17,54 c B 20,75 bc A 145,00 c b A 123,88 a b B 8,75 c b A 3,75 c B
9 DC+12 DL+DC ** 16,61 c B 24,88 a A 134,75 d A 125,38 a b B 8,31 c b d B 11,38 a A
9 DC+12 DL+DC +
GA3 - 50 mg.L-1 26,18 a A 25,64 a A 149,31 b A 129,80 a B 6,75 c d B 10,94 a A
Testemunha 6,91 d B 11,92 f A 120,50 e A 107,25 d B 12,69 a A 6,88 b B
MÉDIA 18,88 131,83 7,29
CV (%) 7,85 3,71 18,41
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na coluna, ou da mesma letra maiúscula, na linha, não diferem
entre si pelo teste de Duncan em nível de 5% de probabilidade de erro.
* Quatro aplicações - uma por semana a partir da 1a semana após a indução.
**Manejo do fotoperíodo: 9 Dias Curtos + 12 Dias Longos + Dias Curtos até a colheita.
Observa-se que todos os
tratamentos provocaram um aumento
significativo da altura final das plantas e
superior à testemunha para ambas as
cultivares testadas, resultado esse
semelhante ao que ocorreu com o
comprimento dos pedúnculos.
Para a cultivar “Calábria” a
aplicação de quatro doses de 50 mg L-1
apresentou maior altura final da haste em
relação aos demais tratamentos, enquanto
que para a cultivar “Lameet Bright” a
aplicação de quatro doses de 50 mg L-1 e
DCI com aplicação de GA3 apresentaram
os melhores resultados em relação a
aplicação de 100 e 200 mg L-1 de GA3 e em
relação a testemunha. Porém, os melhores
tratamentos não diferiram
significativamente das aplicações de 300 e
400 mg L-1 de GA3 e do tratamento de DCI
sem GA3 (Tabela 1).
Os tratamentos de dias curtos
interrompidos associados ou não com GA3
resultaram num incremento significativo
na altura das plantas, provavelmente pelos
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mesmos motivos observados pela ação das
doses de GA3.
As alturas das plantas em todos os
tratamentos da cultivar “Calábria”, cuja
amplitude foi de 134,75 a 165,63 cm,
correspondem a valores excessivamente
altos, podendo resultar na curvatura das
hastes florais pela dificuldade de mantê-las
eretas no canteiro, mesmo com o auxílio de
uma rede tutora.
Para a variável número de
inflorescências, a análise da variância
mostrou interação significativa entre os
cultivares e os tratamentos (Tabela 1).
Observa-se que esse parâmetro é uma
característica distintiva dos cultivares, pois
todos os tratamentos resultaram em
diferenças significativas.
Ao comparar as cultivares (Tabela
1), observou-se que a “Calábria”
apresentou um número maior de
inflorescências em todos os tratamentos,
com exceção dos tratamentos realizados
com dias curtos interrompidos. Para esses
tratamentos, o maior número de
inflorescências foi observado na cultivar
“Lameet Bright” (média de 11,3). Esse
aumento no número de inflorescências
pode ser explicado pela resposta fisiológica
da cultivar aos dias curtos interrompidos
na indução de um maior número de gemas
axilares, inclusive das gemas terciárias.
Esse procedimento depreciou as hastes
pelo “envassouramento” e produziu
conseqüentemente, a desuniformidade na
abertura dos botões florais. Em relação a
cultivar “Calábria”, não se observou a
formação de botões terciários com o
tratamento fotoperiódico, mas sim uma
diminuição no número de inflorescências
quando comparada a cultivar “Lameet
Bright”.
Essa variação no número de
inflorescências, bem como as alterações
fisiológicas decorrentes do uso do dia curto
interrompido, evidencia diferenças de
resposta entre as cultivares. Verifica-se, na
Tabela 1, que em todos os tratamentos com
GA3, ocorreu uma diminuição no número
de inflorescências em ambas as cultivares.
Para a cultivar “Calábria” o menor número
de inflorescência foi com o tratamento de
50 mg L-1 aplicado quatro vezes, em que
observou-se uma redução de praticamente
a metade (49,3%) das inflorescências em
relação as plantas não tratadas. Porém, este
tratamento não diferiu significativamente
das aplicações de 200 e 300 mg L-1 de GA3
e do DCI com e sem aplicação do
regulador vegetal. Quanto aos demais
tratamentos utilizando GA3 (100 a 400
mg.L-1), não houve diferença estatística
entre eles, embora também com redução do
número de inflorescência. Para a cultivar
“Lameet Bright”, o menor número de
inflorescências, foi observado quando
recebeu quatro aplicações de 50 mg L-1 de
GA3, porém não houve diferença
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significativa para as doses de 100 a 400 mg
L-1, sendo tal redução equivalente à 45,5%,
em relação as plantas não tratadas.
Schmidt et al. (2000), trabalhando
com a cultivar “Calábria”, observaram
reduções no número de inflorescências
pelo aumento na dose e na freqüência de
GA3, especialmente quando acompanhadas
de redução no número de dias longos.
Ainda Schmidt et al. (2003), trabalhando
com um cultivar tipo girassol (“Viking”)
não encontraram nenhuma interação entre
dose e/ou freqüência de aplicação quanto
ao número de inflorescências. Assim, a
resposta favorável do GA3 no aumento do
número de inflorescências parece estar
ligado à capacidade da cultivar em
interagir com a época do ano conforme
observaram esses autores, em plantio de
verão. Essa resposta diferenciada justifica
mais estudos, usando um número maior de
cultivares para identificar aqueles que
apresentam uma resposta favorável ao fator
DCI ou pela ação do GA3.
Para as variáveis peso fresco da
planta e diâmetro do pedúnculo, a análise
não apresentou interação significativa entre
as cultivares e os tratamentos (Tabela 2).
Observou-se que não houve diferença
significativa entre as doses crescentes de
GA3 para o peso fresco da haste em relação
às plantas não tratadas. Contudo, a maior
diferença foi para o tratamento de 50 mg L-
1 de GA3 aplicado quatro vezes, a qual
representou 10,7% de redução do peso
fresco da haste. Entretanto, esse tratamento
reduziu significativamente o diâmetro do
pedúnculo floral em 17,7%, em
comparação às testemunhas, tornando-o
mais flexível e comprometendo a
sustentabilidade da inflorescência. O
aumento da concentração de GA3 (100 a
400 mg L-1) também provocou uma
diminuição no diâmetro do pedúnculo,
embora só significativo para a maior dose
em relação as plantas testemunhas (Tabela
2). Esses resultados concordam em parte
com os encontrados por Schmidt et al.
(2003), que analisaram as mesmas
variáveis para a cultivar “Viking”, mas
com pequena variação para um cultivo de
inverno/primavera.
Observa-se (Tabela 2) que o
tratamento com DCI foi o responsável pelo
maior peso fresco da planta, porém este
não diferiu significativamente da
testemunha e dos tratamentos DCI com
aplicação de GA3 e aplicação de 300 mg L-
1 de GA3. Quanto ao diâmetro do
pedúnculo, verifica-se que as melhores
respostas foram com a aplicação de DCI e
a testemunha, porém estes não diferiram
significativamente do DCI associado à
aplicação de 50 mg L-1 de GA3 e das
aplicações de 100, 200 e 300 mg L-1. Essa
resposta se deve provavelmente ao
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Tabela 2. Peso fresco e diâmetro do pedúnculo de duas cultivares de crisântemo de corte,
“Calábria” e “Lameet Bright”, submetidas a GA3 e dias curtos interrompidos. UFSM, Santa
Maria, RS, 2001
Tratamentos Peso Fresco
(g)
Diâmetro
Pedúnculo (mm)
GA3 – 50 mg.L-1 * 97,28 b 2,60 c
GA3 – 100 mg.L-1 100,65 b 2,79 a b
GA3 – 200 mg.L-1 97,84 b 2,76 a b
GA3 – 300 mg.L-1 106,53 a b 2,73 a b
GA3 – 400 mg.L-1 100,50 b 2,72 b
9 DC+12 DL+DC ** 118,75 a 3,28 a
9 DC+12 DL+DC + GA3 - 50 mg.L-1 111,93 a b 2,95 a b
Testemunha 108,96 a b 3,16 a
MEDIA 105,30 2,87
CV (%) 14,05 6,24
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Duncan em nível de 5% de
probabilidade de erro.
* Quatro aplicações - uma por semana a partir da 1a semana após a indução.
** Manejo do fotoperíodo: 9 Dias curtos + 12 Dias Longos + Dias curtos até a antese.
maior tempo de exposição a dias longos, 12
dias adicionais, produzindo maior
quantidade de fotoassimilados pelas folhas,
o que favoreceu o aumento do diâmetro do
pedúnculo.
CONCLUSÕES
Tanto o uso de ácido giberélico
(GA3) como a técnica de dias curtos
interrompidos são eficazes no alongamento
do pedúnculo floral e na altura da planta
para as cultivares “Calábria” e “Lameet
Bright”. O dia curto interrompido (9 DC +
12 DL + DC) compromete a qualidade das
hastes florais da cultivar “Lameet Bright”.
Uma aplicação de 100 mg L-1 de ácido
giberélico é suficiente para aumentar o
comprimento do pedúnculo floral sem
comprometer a qualidade da haste.
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