as pesquisas james hervey hyslop com a médium leonora e. de piper

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  • 7/30/2019 As pesquisas James Hervey Hyslop com a mdium Leonora E. de Piper

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    www.autoresespiritasclassicos.com

    As pesquisas James Hervey Hyslop com a mdium Leonora E. de Piper

    Extrados da obraGabriel Delanne - Pesquisas sobre mediunidade

    ltimas notcias do outro mundo (31)

    Cinco cidados americanos, todos falecidos um dos quais o antigomdium chamado Stainton Moses, enquanto os outros quatro ocultamseus verdadeiros nomes sob os pseudnimos Rector, Imperator, Doctor ePrudens fundaram, l em cima, uma sociedade cujo objetivo principal

    demonstrar a seus compatriotas vivos a realidade da vida futura. E, j hvrios anos, eles prosseguem com essa demonstrao, cujo sucesso cadavez mais evidente medida em que, de certo modo, agem moda`americana'. Quero dizer que, em vez de deter-se em provas tericas daimortalidade da alma, como as enfadonhamente inventadas por velhosprofessores de filosofia, eles descobriram uma prova eminentementeprtica, que consiste em pr os vivos em contato direto com parentes ouamigos mortos. A sociedade que esses propagandistas de alm-tmulo

    formaram, passa a ser, assim, uma espcie de agncia de comunicaoentre a Terra e o cu. Se, por exemplo, um leitor do Le Temps desejarlivrar-se das suas dvidas a respeito da sobrevivncia da alma aps amorte, basta ir a Nova Iorque, perguntar o endereo (universalmenteconhecido) da sra. Piper, e pedir a essa senhora que o ponha em contato,por intermdio de Rector ou de Prudens, com um tio, ou um av, ou um

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    colega de escola, com a condio de que a pessoa evocada desse modoesteja morta, e tenha morrido h vrios anos. Isto porque a experinciaprovou que os mortos aceitam com mais boa vontade os convites da sra.Piper, e dos seus celestes associados, quando estes deixaram a Terra h

    mais tempo. Em seguida, nosso leitor poderia fazer aos seus mortosquantas perguntas quisesse. Pela mo da sra. Piper, Rector e Prudens lhetransmitiriam as respostas. E, como certamente essas respostas seriamexatas, pelo menos grande parte delas, nosso leitor seria forado aconcluir, aps t-las verificado, que a vida futura realmente existe, j queos mortos que ele conhece continuam, no apenas a viver, mas a lembrar-se da sua vida terrena.

    (31) Quando esta obra estava em impresso, o relato do prof. Hyslop foi

    publicado nos Proceedings, sob o ttulo Nouvelles Observations sur les Phnomnes

    de Ia Transe. Convidamos os leitores a consultar esse trabalho muito consciencioso

    e imparcial, que demonstra com evidncia, ele tambm, a realidade das

    comunicaes espritas.

    Mas, que no se pense que se trata de uma brincadeira! Ascomunicaes etreo-terrestres da Sra. Piper, que j tive a oportunidadede assinalar, so, ao contrrio, to srias e convincentes que fornecerammatria para um alentado volume que est prestes a ser publicado pelaSociedade de Pesquisas Psquicas americana. E, enquanto se aguarda sua

    publicao, um sbio mdico americano, o dr. James Hervey Hyslop, nospe a par, na Harper's Magazine, de experincias recentemente feitas porele, com uma extraordinria abundncia de verificaes, de contraprovas,e de vinte outras precaues cientficas.

    Tendo tomado conhecimento das respostas obtidas de alm-tmulopelo Sr. Hodgson, o dr. Hyslop inicialmente pensou que elas podiamexplicar-se de um modo natural ou pelo menos quase natural peloque chamam de telepatia. Achou que a Sra. Piper, em vez de interrogar

    verdadeiros mortos, limitava-se a ler no crebro do Sr. Hodgson, e dar-lhecomo vindas do cu informaes que ela obtinha dele prprio. A telepatia,que h apenas vinte anos passava por uma tola quimera, hoje parece seralgo admitido por sbios, at pelos menos romanescos. Atualmente, j seadmite reconhecer que certas pessoas tm o dom de adivinhar, de perto oude longe, as idias e os sentimentos de outras pessoas; chega-se at a

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    reconhecer, se no me engano, que os agonizantes tm o dom de anunciar, distancia, sua morte s pessoas que lhes so caras.

    O dr. Hyslop, pelo menos, no via inconvenientes em reconhecer tudoisso e, ao tomar conhecimento do resultado das experincias do Sr.

    Hodgson, prometeu a si mesmo que pesquisaria a que ponto essasexperincias poderiam ser explicadas pela telepatia. Planejou, ento, nofazer suas perguntas diretamente a Sra. Piper, mas por intermdio do Sr.Hodgson, porque assim a Sra. Piper certamente no poderia ler no crebrodo seu questionador respostas que este ignorava por completo. E, paracercar-se de mais garantias, o dr. Hyslop tambm resolveu s fazerperguntas cuja resposta ele mesmo ignorava. Por exemplo, mandouchamar seu pai e interrogou-o quanto a detalhes referentes aos anos que

    lhe haviam precedido o nascimento: perguntou ao pai de que doena tinhamorrido um dos seus irmos que falecera com quinze anos de idade; ouperguntou-lhe que objetos tinha no seu quarto de estudante, que roupahavia usado no seu casamento. Fez, assim, umas 200 perguntas ao pai.Depois escrupulosamente, verificou a exatido das respostas, percorrendoos Estados Unidos de ponta a ponta para chegar a conhecer um mnimodetalhe da histria da sua famlia, e finalmente calculou que, das 200perguntas dirigidas ao pai, tinha obtido 152 respostas absolutamenteexatas, 16 inexatas, e 32 duvidosas, por no ter conseguido verific-las.Decididamente, no bastava a telepatia para explicar as experincias dasra. Piper. E foi assim que tambm o dr. Hyslop viu-se forado a adotar ahiptese da vida futura.

    Quereis agora alguns exemplos mais precisos do seu mtodo e doresultado que dele obteve? Eis aqui dois ou trs, tomados ao acaso: Umdia, o sr. Hyslop pergunta ao seu pai que remdios lhe levou da farmciadurante sua ltima enfermidade. Arsnico e estricnina! responde ovenervel defunto. Ora, o sr. Hyslop s havia levado arsnico. Feita a

    verificao, porm, soube que seu pai tambm tinha tomado estricnina.Outro dia, o pai do sr. Hyslop descreveu-lhe um bon que sua mulherbordou para ele, e um canivete que usou para limpar as unhas. O sr.Hyslop cr num erro, pois nunca viu aqueles objetos, mas, feita averificao, encontra o bon e o canivete na casa da sua madrasta, asegunda esposa do seu pai. Em mais outro dia, o falecido sr. Hyslop diz

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    ao filho que, no curso de uma viagem a Ohio, encontrou um professor efalou com ele sobre um dos seus filhos. O sr. Hyslop vai a Ohio, descobreo professor, e obtm dele a confirmao do relato do pai.

    O sr. Hyslop interrogou ainda tios, primos. Perguntou a eles tambm

    coisas que ignorava, e lhe deram respostas que, em sua maioria, foramjulgadas exatas. Com essas diversas respostas, ele encheu quinze colunasda Harper's Magazine. E, a no ser que se ponha em dvida suaveracidade e a dos numerosos colegas que assistiram s suas experincias,somos forados a admitir que a mais intensa telepatia no basta paraexplicar revelaes to singulares. O sr. Hyslop, alis, digna-se a expor-nos os motivos que o fizeram renunciar hiptese da telepatia. Osprprios erros, no seu entender, acabam de excluir a possibilidade dessa

    hiptese: porque seu pai se enganou vrias vezes quanto a ponto que ele,sr. Hyslop, conhecia perfeitamente, e a respeito do quais,conseqentemente, a mdium tinha toda chance de informar-se. Seu paifalou-lhe um dia de uma flauta que um dos seus irmos mais jovens teriatentado tocar. Ora o sr. Hyslop se lembrava de que ele tinha tocadoviolino, e no flauta. Enfim, a telepatia inconcilivel com a maneiracomo as pessoas interrogadas se interrompem sem cessar em suasrespostas para tratar de outros assuntos, ou para retificar respostasanteriores, ou para ceder a palavra a outras pessoas.

    Certamente, no, a telepatia no suficiente para explicar alguns fatosque o professor americano assinala. Mas, supondo-se que esses fatossejam exatos, que outra hiptese conseguir explic-los? O sr. Hyslop timidamente, na verdade prope a hiptese da vida futura. Lamentoapenas que ele no tenha interrogado mais detalhadamente seusindulgentes interlocutores sobre o carter dessa vida futura, aps terobtido a prova da sua realidade. E no sabendo, por eles mesmos, quepassam a ser almas depois da morte, no posso deixar de recear que,

    segundo o resultado das suas pesquisas, a sorte dessas almas no sejamuito mais agradvel l em cima do que neste mundo. Porque o fato queelas tm um semblante muito triste, sofrendo interrogatrios assim, queno deixam de ser-lhes meio humilhantes. Afastam-nas, trazem-nas devolta, esforam-se por apanh-las em erro, tratam-nas como os juzes deinstruo tratam os criminosos, e as pobres almas no opem resistncia,

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    com a pacincia e a complacncia de pessoas entediadas que ficam felizespor achar uma forma qualquer de distrair-se um pouco. No foi assim quenos acostumaram a imaginar os mortos; e seramos tentados a pensar que,se a morte deve tornar-nos iguais aos interlocutores do sr. Hyslop, melhor

    seria jamais morrer. Quanto a mim, sei que. se tivesse a oportunidade deinterrogar um morto, h mil assuntos de ordem geral a respeito dos quaisme apressaria a question-lo, antes de perguntar-lhe como era o canivetede limpar suas unhas. Mas, ser que os mortos da sra. Piper se recusam afalar sobre esses assuntos? Talvez tenham por princpio nunca abord-losem suas conversas com os vivos, de modo a deixar a estes a doura e omrito da livre crena. A est, em suma, uma hiptese bem plausvel, eque se acha mesmo quase justificada por uma das respostas que o sr.

    Hyslop recebeu de seu pai. 'Deixa todas as tuas teorias em paz, James! disse um dia a alma do digno ancio. Eu tambm passei toda minhavida formulando teorias, e que ganhei? Minhas idias simplesmenteficaram mais confusas e menos satisfatrias. H um Deus, um Deusonisciente e onipotente, e, para conhec-lo, basta seguirmos o que existede melhor no fundo do nosso corao. E, depois disso, que importa seSwedenborg teve razo ou no, j que o fato que ns estamos aqui, empessoa, e mais vivos do que nunca!' Possa esta resposta do sr. Hyslop paiimpedir seu filho e todos os sbios de formularem a teoria da vida futura,no dia em que sua existncia for definitivamente provada com todo rigordos mtodos cientficos.

    Possamos continuar a aprender com nosso corao, e no com acincia, em que se transformam aps a morte as almas que amamos! Eque possamos ter a pacincia de esperar at estarmos juntos, paraconversar com eles, em vez de submeter suas palavras a um humilhantesistema de contraprovas e de verificaes. 'James, deixa tuas teorias empaz.' Este sbio conselho , talvez, o que de mais precioso o interessante

    trabalho do sr. Hyslop nos oferece.T. de WyzewaEis, portanto, a existncia da alma e a sua imortalidade afirmadas, e

    afirmadas por sbios incrdulos. O sr. Wyzewa de uma boa f completano seu relato das experincias do prof. Hyslop, mas sua incredulidade oleva a fazer objees nada razoveis. Ele se admira que os espritos dem

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    detalhes e que se disponham a responder s nossas perguntas, ao passoque nada dizem sobre sua existncia atual. A est uma observao poucofundada, porque so justamente os pequenos e numerosos fatos narradospelo pai do dr. Hyslop que lhe estabelecem a identidade e que impedem

    que essas revelaes sejam atribudas clarividncia ou telepatia.Quando os sbios tiverem adquirido certeza experimental da sobrevida, sprecisaro interrogar todos os espritos que se manifestam sobre seugnero de vida fludica e fazer um catlogo das suas respostas. Ento,conhecero as condies fsicas e morais da existncia no alm, e ficarosurpresos por constatar que Allan Kardec as indicou h cinqenta anosnas suas obras, que sero as pedras angulares da cincia do mundoinvisvel.

    Deve-se louvar a sabedoria dos espritos diretores da sra. Piper.Sabedores de que esto lidando com materialistas que s atribuemimportncia aos fatos verificveis, do-lhes apenas o alimento que lhesconvm. Eles bem sabem que noes precisas sobre a vida futura noseriam compreendidas por esses positivistas, cuja mentalidade aindaprecisa evoluir antes de ser capaz de compreender as condies de umavida na erraticidade.

    A todos os que exigem provas de identidade, chamamos a ateno parao relato do dr. Hyslop e aguardamos uma refutao cientfica dos fatos,demonstrando que no se devem a almas que viveram na Terra. Fim

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