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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE AUDITORIA SEGUNDA DIVISÃO DE AUDITORIA Fls.:226 Proc.: 1130/14 _______ Rubrica AUDITORIA OPERACIONAL Gestão da oferta de Profissionais de Magistério da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal. Brasília 2014 e-DOC B124974F Proc 1130/2014

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  • TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE AUDITORIA SEGUNDA DIVISO DE AUDITORIA

    Fls.:226

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    AUDITORIA OPERACIONAL

    Gesto da oferta de Profissionais de Magistrio da Rede Pblica de Ensino do Distrito Federal.

    Braslia 2014

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:227

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Sinopse

    O objeto da auditoria foi a gesto da oferta de profissionais de

    magistrio da Rede Pblica de Ensino do Distrito Federal realizada pela SEDF.

    De acordo com as informaes disponibilizadas, a rede pblica de

    ensino possui 28.0891 professores e 751 especialistas de educao em atividade,

    para um universo de 471.7242 alunos matriculados na educao bsica.

    Notcia veiculada no stio da SEDF3 afirma que a rede pblica de

    ensino do Distrito Federal tem vagas para atendimento de todos os moradores do

    DF entre 6 e 17 anos e que possui professores para atender s necessidades das

    654 unidades escolares que a compe, todavia verifica-se que vrias escolas tem

    sido prejudicadas por ausncia de professor, comprometendo a qualidade do ensino.

    O que o Tribunal buscou avaliar?

    Nesta fiscalizao, buscou-se examinar as aes desenvolvidas pela

    Secretaria de Educao do DF para garantir uma oferta de profissionais de

    magistrio que atenda s necessidades da Rede Pblica de Ensino de maneira

    eficiente, eficaz e equitativa.

    Para alcanar esse objetivo, foram propostas duas questes de

    auditoria:

    1. A SEDF assegura que a alocao dos profissionais de magistrio

    realizada de forma planejada, eficiente e equitativa?

    2. A Secretaria de Educao desenvolve polticas eficazes para a

    promoo e preservao da sade dos profissionais de magistrio e possui

    mecanismos eficazes para controle e substituio das ausncias por motivo de

    sade?

    1PT n 07 (referncia maro de 2014).

    2http://www.se.df.gov.br/educacao-df/rede-publica/numeros-da-educacao/271-alunos-matriculados-na-rede.html,

    acesso em 22/01/2014. 3 http://www.se.df.gov.br/noticias-e-midias/noticias-da-educacao/item/2283-vagas-garantidas.html

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    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    O que o Tribunal encontrou?

    Constatou-se que a Secretaria de Educao do DF no dispe de

    uma poltica estruturada para realizar a reposio da fora de trabalho dos

    profissionais de magistrio (professores e orientadores educacionais), que acaba

    ocorrendo de forma descontinuada. No so realizados concursos pblicos

    peridicos para seleo de professor e, principalmente, de orientador educacional

    (ltimo certame realizado em 2004); havendo indisponibilidade no cadastro reserva

    de candidatos do concurso realizado em 2010 para a maioria das disciplinas.

    A demanda atual de professores efetivos na rede total de 2.6414,

    sendo que o concurso pblico realizado em 2013 (ainda no homologado) visa o

    preenchimento de apenas 749 destas carncias. Dos cargos efetivos de professor e

    orientador educacional previstos na Lei da Carreira de Magistrio h,

    respectivamente, 22% e 36% de cargos no preenchidos. Toda situao tem gerado

    o comprometimento da realizao das aulas em toda rede pblica de ensino, bem

    como a necessidade de contratao de professores temporrios para preenchimento

    das carncias, desvirtuando seu propsito original de atender as ausncias no

    permanentes.

    Acerca da contratao de professor temporrio, apurou-se falhas no

    planejamento e no atendimento das demandas, tendo em vista a inexistncia de

    planejamento (estudos/diagnsticos da demanda) para composio dos bancos de

    temporrios das Coordenaes Regionais de Ensino (CREs). Identificou-se em

    vrias CREs a incapacidade dos bancos reservas atenderem demandas oriundas

    da mesma Regional de Ensino (para algumas disciplinas), bem como a

    disponibilidade reduzida de profissionais do banco reserva global (soma de todas as

    CREs) para a cobertura de carncias de curta durao de algumas disciplinas,

    devido a grande utilizao para cobertura de carncias com durao anual.

    Alm disso, 6,35% das carncias abertas no sistema no foram

    preenchidas, ou seja, no houve alocao de professor temporrio em 918 casos de

    faltas de professores efetivos, sendo que as CREs do Plano Piloto/Cruzeiro,

    Ceilndia e Parano apresentaram um ndice superior a 20% de carncias no

    atendidas, e as disciplinas Artes e Geografia apresentam ndice de no atendimento

    4 Apenas para as disciplinas obrigatrias do escopo da Auditoria.

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    superior a 10%. Ainda, mais de 32% dos motivos de abertura de carncia deveriam

    ser prioritariamente solucionadas por meio da contratao de professores efetivos,

    por no se enquadrarem na Lei n 4.266/20085. Constatou-se, tambm, que o limite

    semanal de horas para contratao de temporrios no suficiente para atender

    todas as demandas registradas, havendo, em mdia, 6.103 contratos temporrios

    vigentes de forma concomitante no ano de 2013.

    A carga horria dos professores destinada regncia de classe tem

    sido alocada de forma ineficiente. Apenas 19,51% dos professores possuem 100%

    da carga de regncia efetivamente aproveitada em sala de aula, sendo apurado um

    total de 7.036,2 horas residuais6, equivalendo financeiramente ao total anual de

    R$6.035.440,60 que, a princpio, estaria sendo desperdiado somente nas 42

    unidades escolares analisadas.

    Eficincia na alocao da carga horria de regncia

    NVEL DE EFICINCIA Resultado da Anlise

    Total de Casos Percentual

    EFICIENTE 427 19,51%

    TOLERVEL (85 a 99,9%) 841 38,42%

    INEFICIENTE (50 a 84,9%) 792 36,18%

    PRECRIO (

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    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    316 orientadores educacionais na Rede Pblica do DF, bem como a falta de

    equidade na distribuio destes profissionais, havendo 4 CREs que possuem mais

    de 26% de unidades escolares sem orientador, enquanto no Plano Piloto existem 13

    unidades escolares cujo quantitativo de orientadores supera o total definido pela

    SEDF.

    Mesmo havendo uma grande carncia de professores, a SEDF

    ainda tem alocado estes profissionais em atividades no pedaggicas, havendo 662

    lotados em unidades centrais e intermedirias da SEDF em que no h exerccio de

    atividades pedaggicas, bem como h 614 professores cedidos (203 para outros

    rgos/entidades pblicas e 411 para atuao em convnios firmados com

    entidades pblicas e privadas), todavia a SEDF no possui critrios objetivos para

    realizar esta alocao, nem mesmo definies claras do que considerado atividade

    pedaggica em suas unidades centrais e intermedirias. H tambm uma elevada

    carncia de profissionais da carreira Assistncia, totalizando 2.609 cargos no

    preenchidos (somados os de tcnico e analista de gesto educacional), que

    corresponde a um dficit de 59,8% do quadro de pessoal administrativo.

    Foram detectadas falhas no gerenciamento dos profissionais de

    magistrio readaptados, no havendo informaes consolidadas e completas

    relativas unidade escolar de lotao e atividades desenvolvidas pelos mesmos. A

    inexistncia de marco legal regulamentando a distribuio e remoo desses

    profissionais propicia fragilidades nos processos de alocao, tendo sido observados

    casos de concentrao de profissionais em determinadas escolas e lotao

    incompatvel com a restrio apresentada, o que gera obstruo ao aproveitamento

    do espao escolar pelo aluno e agravamento da sade do profissional readaptado.

    Em suma, os gestores escolares desconhecem qualquer acompanhamento da

    Secretaria quanto produtividade e ao bem estar desses profissionais e a maioria

    das escolas visitadas no possuem em seus Projetos Polticos-Pedaggicos

    estratgias especficas para aproveitamento e insero dos mesmos no mbito

    escolar.

    Identificou-se, tambm, fragilidade no mapeamento dos

    afastamentos por motivo de sade. A SEDF no dispe de dados fidedignos

    capazes de servir de suporte ao planejamento de polticas eficazes de promoo e

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    preservao da sade dos profissionais de magistrio. A relao de licenas

    mdicas extradas do SIGRH Sistema Integrado de Gesto de Recursos

    Humanos, por exemplo, apontou deficincias na alimentao do sistema, alm de

    necessidades de aprimoramentos do prprio suporte. Segundo a Gerncia de

    Epidemiologia e Estatstica em Sade SUBSADE/SEAP, 47% dos afastamentos

    de professores no perodo 2011-2013, no possuem a Classificao Internacional de

    Doenas CID preenchida em sistema informatizado, o que impossibilita

    mapeamento completo das doenas que geraram afastamentos.

    Os programas e aes de sade oferecidos no so eficazes, tendo

    sido classificados por grande parte dos gestores escolares como insatisfatrio ou

    pssimo, no atendendo a demanda dos profissionais de suas respectivas unidades.

    Ainda, no apresentam estruturao compatvel com as diretrizes do Manual de

    Sade e Segurana do Trabalho, nem impactam satisfatoriamente na diminuio

    dos ndices de readaptao e de afastamentos por agravos de sade. A ineficcia

    dos programas compromete o bem-estar dos profissionais e a qualidade e

    continuidade das aulas. Suplementarmente, ainda sobrecarrega os cofres pblicos,

    tendo sido destinados nos ltimos trs anos, pelo menos, R$ 61.407.713,83 a

    profissionais afastados, aos quais se somam os dispndios simultneos com a

    contratao de temporrios.

    A reposio dos profissionais afastados por motivo de sade

    realizada de forma ineficaz. Constatou-se que o sistema de abertura de carncia no

    assiduamente alimentado e o encaminhamento do professor temporrio no feito

    de forma tempestiva, havendo necessidade de substituio por Coordenadores

    Pedaggicos e pela equipe de Direo da escola ou at mesmo liberao de alunos.

    Assim, alm do comprometimento da realizao das aulas, h prejuzo execuo

    das atividades tpicas de coordenao e direo e, ainda, risco segurana dos

    alunos em perodos do dia em que o Estado responde por sua integridade.

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    Fls.:232

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    RELATRIO PRVIO DE AUDITORIA

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    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    RESUMO

    A presente auditoria operacional foi realizada no mbito da Secretaria Estadual de Educao do Distrito Federal, com o objetivo de examinar as aes desenvolvidas pela Pasta para garantir que a oferta de profissionais de magistrio atenda s necessidades da Rede Pblica de Ensino de maneira eficiente, eficaz e equitativa. Foram aplicadas as seguintes tcnicas de auditoria: anlise documental, anlise de dados, questionrio eletrnico, circularizao de informaes e visitas in loco. Os trabalhos desenvolvidos resultaram nos seguintes achados: Achado 1 Ausncia de planejamento estruturado e descontinuidade no processo de reposio do quadro de profissionais de magistrio. Achado 2 Falhas no planejamento e no atendimento das demandas por professor temporrio. Achado 3 Alocao ineficiente da carga horria dos professores destinada regncia de classe. Achado 4 Oferta e distribuio inadequada de orientadores educacionais. Achado 5 Alocao de professores para atuar em atividades no pedaggicas. Achado 6 Falhas no gerenciamento dos profissionais de magistrio readaptados. Achado 7 Fragilidade no mapeamento dos afastamentos de servidores por motivo de sade. Achado 8 Gesto precria das aes e programas de sade oferecidos pela SEDF. Achado 9 Falhas nos procedimentos de registro e de reposio de profissionais de magistrio em casos de afastamento por motivo de sade.

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    _______ Rubrica

    Sumrio

    1 Introduo ........................................................................................................ 235 1.1 Apresentao ............................................................................................. 235 1.2 Identificao do Objeto .............................................................................. 235 1.3 Contextualizao ....................................................................................... 239 1.4 Objetivos .................................................................................................... 246

    1.4.1 Objetivo Geral...................................................................................... 246 1.4.2 Objetivos Especficos .......................................................................... 247

    1.5 Escopo ....................................................................................................... 247 1.6 Montante Fiscalizado ................................................................................. 247 1.7 Metodologia ............................................................................................... 248 1.8 Critrios de auditoria .................................................................................. 249 1.9 Avaliao de Controle Interno .................................................................... 249

    2 Resultados da Auditoria ................................................................................... 252 2.1 QA 1 A SEDF assegura que a alocao dos profissionais de magistrio realizada de forma planejada, eficiente e equitativa? .......................................... 252

    2.1.1 Achado 1 Ausncia de planejamento estruturado e descontinuidade no processo de reposio do quadro de profissionais de magistrio. ................... 252 2.1.2 Achado 2 Falhas no planejamento e no atendimento das demandas por professor temporrio. ................................................................................. 261 2.1.3 Achado 3 Alocao ineficiente da carga horria dos professores destinada regncia de classe. ....................................................................... 272 2.1.4 Achado 4 Oferta e distribuio inadequada de orientadores educacionais .................................................................................................... 280 2.1.5 Achado 5 Alocao de professores para atuar em atividades no pedaggicas. .................................................................................................... 288 2.1.6 Achado 6 Falhas no gerenciamento dos profissionais de magistrio readaptados ..................................................................................................... 293

    2.2 QA 2 A SEDF desenvolve polticas eficazes para a priomoo e preservao da sade dos profissionais de magistrio e possui mecanismos eficazes para controle e substituio das ausncias por motivo de sade? ....... 300

    2.2.1 Achado 7 Fragilidade no mapeamento dos afastamentos de servidores por motivo de sade. ....................................................................................... 300 2.2.2 Achado 8 Gesto precria das aes e programas de sade oferecidos pela SEDF. ..................................................................................... 306 2.2.3 Achado 9 Falhas nos procedimentos de registro e de reposio de profissionais de magistrio em casos de afastamento por motivo de sade. .. 317

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    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    1 Introduo

    1.1 Apresentao

    Trata-se de Auditoria Operacional realizada na Secretaria Estadual

    de Educao do Distrito Federal - SEDF, em cumprimento ao PGA 2014, aprovado

    pela Deciso n 63/2014-ADM (fl.2).

    2. A execuo da presente auditoria compreendeu o perodo de

    01/02/2014 at 23/05/2014.

    1.2 Identificao do Objeto

    3. O objeto da auditoria foi a gesto da oferta de profissionais de

    magistrio da Rede Pblica de Ensino do Distrito Federal, aferindo se a SEDF tem

    atuado de forma atender as necessidades desta rede de maneira eficiente, eficaz e

    equitativa.

    4. De acordo com as informaes disponibilizadas no stio da

    jurisdicionada8, a carreira de Magistrio do DF dispunha (em janeiro de 2014) de

    26.5869 professores e de 751 especialistas de educao em atividade, para um

    universo de 471.72410 alunos matriculados na educao bsica.

    5. Notcia veiculada no stio da SEDF11 afirmava que a rede pblica de

    ensino do Distrito Federal tem vagas para atendimento de todos os moradores do

    DF entre 6 e 17 anos e que possui professores para atender s necessidades das

    654 unidades escolares que a compe.

    6. Constata-se que em 2013 havia um total de 427.652 estudantes

    matriculados nas etapas e modalidades educacionais abrangidas no escopo da

    auditoria, a saber, Ensino Fundamental, Ensino Mdio Regular e Educao de

    Jovens e Adultos, perfazendo aproximadamente 90,6% da populao que cursava a

    Educao Bsica na rede pblica do Distrito Federal, cujo quantitativo de turmas e

    de matrculas, apurado no Censo Escolar DF 2013, est demonstrado no Quadro 1.

    8Fonte:Censo Escolar DF 2013.

    9http://www.se.df.gov.br/educacao-df/rede-publica/numeros-da-educacao/272-total-de-profissionais-de-

    educacao.html, acesso em 22/01/2014. 10

    http://www.se.df.gov.br/educacao-df/rede-publica/numeros-da-educacao/271-alunos-matriculados-na-rede.html, acesso em 22/01/2014. 11

    http://www.se.df.gov.br/noticias-e-midias/noticias-da-educacao/item/2283-vagas-garantidas.html

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    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Quadro 1: Turmas e matrculas por Regional de Ensino, de acordo com Censo Escolar 2013.

    CRE

    Ensino Fundamental Ensino Mdio Regular Educao de Jovens

    e Adultos - EJA

    Turmas Matrculas Turmas Matrculas Turmas Matrculas

    Ceilndia 2.009 54.522 343 12.861 193 8.990

    Planaltina 1.066 29.344 178 6.613 107 4.310

    Taguatinga 950 24.066 264 9.825 125 5.434

    Samambaia 924 26.201 160 5.919 105 4.110

    Plano Piloto/Cruzeiro 908 21.584 244 8.559 136 4.505

    Gama 863 21.868 19912

    7025 98 3.793

    Sobradinho 688 17.940 132 4.610 68 2.949

    Recanto das Emas 629 18.163 116 4.102 73 2.354

    Santa Maria 602 16.197 126 4.192 63 2.519

    Parano 549 15.082 88 3.312 82 3.130

    Ncleo Bandeirante 559 14.583 105 3.426 79 2.457

    So Sebastio 459 13.669 83 3.174 87 3.356

    Guar 454 11.926 84 2.917 54 2.395

    Brazlndia 451 11.461 90 3.033 28 1.176

    TOTAL 11.111 296.606 2.212 79.568 1.298 51.478

    Fonte: Censo Escolar DF 2013.

    Estrutura da Secretaria de Estado de Educao do Distrito Federal - SEDF

    7. Analisando a estrutura organizacional da SEDF (Decreto n 33.869,

    de 22 de agosto de 2012), identificou-se que as principais unidades envolvidas nesta

    fiscalizao so:

    Subsecretaria de Educao Bsica (SUBEB);

    Subsecretaria de Gesto dos Profissionais da Educao (SUGEPE);

    o Gerncia de Acompanhamento de Servidores com Limitao de

    Atividades (GEASLA);

    12

    As matrculas e turmas do ensino mdio integrado existentes na CRE- GAMA foram desconsideradas, tendo em vista que o escopo da auditoria engloba apenas o Ensino Mdio Regular.

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    Fls.:237

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Coordenao de Provimento, Movimentao e Modulao (CPMOM);

    o Gerncia de Lotao e Movimentao (GELOTEM);

    o Gerncia de Gesto de Professores Substitutos;

    o Gerncia de Modulao de Pessoas (GEMOPE);

    Coordenao de Sade Ocupacional (COSADE);

    o Gerncias de Ateno Sade do Trabalhador;

    o Gerncia de Sade Ocupacional e Segurana do Trabalhador

    (GESOST);

    Coordenao de Unidades Regionais de Gesto de Pessoas (CORGEP);

    o Gerncias Regionais de Gesto de Pessoas (GRGPs);

    Coordenaes Regionais de Ensino (CREs).

    8. A seguir, so elencados os principais gestores das unidades

    relacionadas ao objeto da fiscalizao:

    Quadro 2: Titulares das pastas relacionadas ao objeto da fiscalizao.

    Cargo/Funo Identificao do gestor

    Secretrio de Estado de Educao Marcelo Aguiar

    Secretrio Adjunto de Estado de Educao Jacy Braga Rodrigues

    Subsecretria de Educao Bsica Edileuza Fernandes da Silva

    Subsecretrio de Gesto dos Profissionais de Educao Jos Eudes Oliveira Costa

    Fonte: stio da Secretaria Estadual de Educao do DF.

    Legislao Aplicvel

    9. Os principais normativos relacionados Carreira de Magistrio

    Pblico do DF so a Lei n 5.105, de 03 de maio de 2013, a Portaria-SEDF n 12, de

    24 de janeiro de 2014, e a Portaria-SEDF n 192, de 23 de julho de 2013.

    10. A Lei supracitada trata da reestruturao da Carreira Magistrio

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

  • TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE AUDITORIA SEGUNDA DIVISO DE AUDITORIA

    Fls.:238

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Pblico, j as Portarias dispem sobre critrios de distribuio de carga horria,

    desenvolvimento das atividades pedaggicas, normas para lotao e

    remanejamento de servidores, dentre outros aspectos.

    11. Em seguida consta a relao dos marcos normativos aplicveis ao

    objeto da auditoria:

    Quadro 3: Legislao e Normas Aplicveis.

    Norma Objeto

    Lei n 9.394/1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB.

    Lei n 840/2011 Dispe sobre o regime jurdico dos servidores pblicos civis do Distrito Federal, das autarquias e das fundaes pblicas distritais.

    Lei n 5.105/2013 Reestrutura a Carreira de Magistrio Pblico e d outras providncias.

    Lei n 4.266/2008 Dispe sobre a contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico.

    Decreto n 31.195/2009 Regimento Interno da Secretaria de Estado de Educao do DF.

    Decreto n 31.439/2010 Regulamenta a contratao temporria de professores substitutos, para atender necessidade de excepcional interesse pblico, na rede pblica de ensino do DF.

    Decreto n 33.869/2012 Estrutura Administrativa da Secretaria de Estado de Educao do DF.

    Decreto n 34.023/2012 Regulamenta os Procedimentos Mdico-Periciais e de Sade Ocupacional da Secretaria de Estado de Administrao Pblica, no mbito da Administrao Direta, Autrquica e Fundacional do DF.

    Decreto n 33.653/2012 Institui a Poltica Integrada de Ateno Sade do Servidor Pblico do DF.

    Portaria-SEDF n 73/2009 Regulamenta a convocao dos professores substitutos da rede pblica de ensino do DF.

    Portaria-SEDF n 32/2013 Dispe sobre as atribuies, os critrios para modulao e distribuio dos Especialistas de Educao Orientador Educacional, da Carreira Magistrio Pblico do DF.

    Portaria-SEDF n 12/2014

    Dispe sobre os critrios de distribuio de carga horria, procedimentos para a escolha de turmas e para desenvolvimento das atividades pedaggicas e, ainda, os quantitativos de Coordenadores Pedaggicos Locais, para a Carreira Magistrio Pblico do DF.

    Portaria-SEDF n 192/2013 Dispe sobre as normas para lotao, exerccio e remanejamento interno e externo de servidores da Carreira Magistrio Pblico.

    Portaria-DF n 259/2013 Disciplina a aplicao da Lei n 5.105/2013.

    Fonte: SINJ-DF.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:239

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Diretrizes e Manuais Aplicveis:

    12. Foram tambm identificados alguns manuais e documentos que

    contm orientaes e diretrizes gerais relacionadas ao objeto da auditoria, sendo

    apresentados no Quadro 4:

    Quadro 4: Manuais e diretrizes Aplicveis.13

    Documento rgo Elaborador

    Projeto Poltico-Pedaggico. Professor Carlos Mota. SUBEB/SEDF

    Regimento Escolar das Instituies Educacionais de Ensino do

    Distrito Federal, 5 edio Braslia, 2009. SEDF

    Diretrizes Pedaggicas da SEDF 2009/2013, Braslia, 2008. SEDF

    Manual de Sade e Segurana do Trabalho, 2012. SUBSADE/SEAP

    Manual de Percia Mdica Oficial, 2013. SUBSADE/SEAP

    1.3 Contextualizao

    13. Em consonncia com o Acordo de Cooperao Tcnica14 celebrado

    entre os Tribunais de Contas Brasileiros, a Associao dos Membros dos Tribunais

    de Contas do Brasil ATRICON e o Instituto Rui Barbosa IRB, realizou-se, em

    2013, auditoria operacional coordenada15 avaliando as aes do governo na

    Educao Bsica, em especial no Ensino Mdio, ocasio em que o escopo da

    auditoria envolveu a anlise da gesto escolar e da infraestrutura das unidades

    escolares.

    14. Naquela oportunidade, a equipe de auditores identificou problemas

    relacionados gesto dos profissionais de educao que colocavam em risco a

    qualidade do ensino, tais como: carncia de professores, excesso de profissionais

    readaptados, excesso de licenas mdicas, professores cedidos para outras reas e

    deficincias na operacionalizao de professores substitutos. No entanto, o tema

    no foi objeto da auditoria devido ao escopo ter sido limitado etapa do Ensino

    13

    Foram todos acostados ao PT n 37 (anexado ao e-TCDF) 14

    O Tribunal de Contas do Distrito Federal aderiu ao Acordo de Cooperao por meio da Deciso n 13/2013-ADM (processo n 9.195/13). 15

    Processo TCDF n 14.320/13.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:240

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Mdio e, desta forma, a anlise restaria prejudicada em funo de haver um

    quantitativo expressivo de profissionais que atuam, concomitantemente, em mais de

    uma etapa da Educao Bsica.

    15. Ademais, tornou-se recorrente nos noticirios, no apenas no mbito

    distrital, mas em todo pas, a ocorrncia de problemas relacionados insuficincia

    de profissionais de educao, seja por falta de uma poltica de reposio do quadro

    efetivo, seja pelo ndice crescente de professores afastados das atividades de

    regncia por problemas de sade.

    16. notvel que os profissionais de educao representam um dos

    recursos mais relevantes no processo de ensino-aprendizagem, exercendo papel

    essencial para fins da garantia de uma educao de qualidade. Nesta esteira, a

    Secretaria de Educao deve primar pela boa gesto desses profissionais,

    assegurando uma oferta adequada aos quantitativos demandados pela rede pblica

    de ensino.

    17. Nesse sentido, a presente fiscalizao abordou as aes da SEDF

    na gesto da oferta de profissionais para a Rede Pblica de Ensino, sob o aspecto

    quantitativo, tratando, dentre outros temas, do planejamento, da alocao e da

    distribuio da fora de trabalho, bem assim da poltica de promoo e preservao

    da sade.

    18. Para tanto, apresenta-se a definio de alguns conceitos e

    elementos importantes para o trabalho.

    Carreira de Magistrio

    19. No mbito do Distrito Federal, a carreira de Magistrio Pblico,

    recentemente reestruturada por meio da Lei n 5.105/2013, composta pelos cargos

    de professor da educao bsica, com funes de magistrio e atribuies

    pedaggicas, e de pedagogo-orientador educacional, com funes de orientao

    educacional.

    20. A orientao educacional16 integra-se ao trabalho pedaggico da

    instituio educacional e da comunidade escolar na identificao, na preveno e na

    16

    Diretrizes Pedaggicas (pg. 99).

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:241

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    superao dos conflitos, colaborando para o desenvolvimento do aluno.

    21. As atividades educacionais a serem desenvolvidas, tanto no

    ambiente escolar quanto fora dele, constam das orientaes curriculares, que devem

    fundamentar o planejamento das atividades pedaggicas da instituio

    educacional17.

    22. Os currculos da educao infantil, do ensino fundamental e do

    ensino mdio devem ter base comum, a ser complementada, em cada sistema de

    ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida

    pelas caractersticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos

    educandos18.

    23. Como se pode notar, a carreira de Magistrio Pblico a que est

    mais diretamente envolvida no processo de ensino-aprendizagem dentre as diversas

    carreiras existentes na Secretaria de Educao do Distrito Federal. Portanto, optou-

    se por focalizar a gesto destes profissionais, muito embora se reconhea a

    importncia da Carreira de Assistncia Educao e de outros profissionais para o

    desenvolvimento da atividade educacional.

    Modalidades e Etapas da Educao Bsica

    24. Conforme preconizado na Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    Nacional LDB (9.394/96 e alteraes) e no Regimento Escolar das Instituies

    Educacionais da Rede Pblica de Ensino do Distrito Federal,19 a Educao Bsica

    tem por objetivo proporcionar o desenvolvimento integral do aluno, assegurando-lhe

    formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecendo-lhe os

    meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

    25. A Educao Infantil a primeira etapa da Educao Bsica e tem

    como finalidade o desenvolvimento integral da criana de zero a cinco anos de

    idade, em seus aspectos cognitivo, afetivo, social e psicomotor. ofertada em

    17

    Regimento Escolar das Instituies Educacionais de Ensino do Distrito Federal, 5 edio Braslia, 2009. Disponvel em 18

    Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. 19

    Regimento Escolar das Instituies Educacionais de Ensino do Distrito Federal, 5 edio Braslia, 2009. Disponvel em

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:242

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    creches, para crianas de 0 a 3 anos de idade, e em pr-escola, para crianas de 4

    a 5 anos de idade.

    26. Atualmente, a Secretaria oferece tais servios de forma conjunta

    com creches privadas, por meio da celebrao de convnios com instituies

    comunitrias, confessionais ou filantrpicas sem fins lucrativos20. Estima-se que at

    o final de 2014, a SEDF, em parceria com o Governo Federal, entregue 112 Centros

    de Educao da Primeira Infncia para atendimento de 0 a 5 anos21. Em razo

    dessas peculiaridades, optou-se por no incluir esta etapa na fiscalizao em tela.

    27. O Ensino Fundamental, segunda etapa da Educao Bsica,

    obrigatrio e gratuito na escola pblica, com durao de 9 (nove) anos, iniciando-se

    aos 6 (seis) anos de idade. Divide-se em duas fases Anos Iniciais e Anos Finais

    e tem por objetivo a formao integral do indivduo para o exerccio pleno da

    cidadania, pautando-se nos princpios da igualdade, da liberdade, do

    reconhecimento e respeito diversidade, alm da valorizao de professores e da

    gesto democrtica do ensino pblico como garantia da qualidade da educao.

    28. O Ensino Mdio, etapa final, estrutura-se em trs anos e tem como

    finalidade a consolidao dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, a

    continuidade da aprendizagem e a preparao para o trabalho e a cidadania.

    29. O Ensino Mdio Integrado, estruturado em regime anual, de acordo

    com a Proposta Pedaggica de cada curso, tem como objetivo assegurar

    simultaneamente, o cumprimento das finalidades estabelecidas para a formao

    geral e as condies de preparao para o exerccio de profisses tcnicas.

    30. A Educao de Jovens e Adultos EJA uma modalidade da

    Educao Bsica destinada aos jovens e adultos que no tiveram acesso ou no

    concluram os estudos no ensino fundamental e no ensino mdio na idade

    adequada. O atendimento escolarizao de jovens e adultos desenvolve-se sob a

    forma de cursos presenciais, semipresenciais ou distncia, do Exame Nacional

    20

    http://www.cre.se.df.gov.br/ascom/documentos/orienta%C3%A7%C3%B5es_pedagogicas.pdf 21

    http://www.se.df.gov.br/noticias-e-midias/noticias-da-educacao/item/2290-secret%C3%A1rio-faz-balan%C3%A7o-da-educa%C3%A7%C3%A3o-na-abertura-oficial-do-ano-letivo-de-2014.html

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:243

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    para Certificao de Competncias de Jovens e Adultos (ENCCEJA) e do Exame

    Nacional de Ensino Mdio (ENEM), do Ministrio da Educao.

    31. A Educao Profissional oferecida por meio de cursos e

    programas, com finalidade de desenvolver aptides para o exerccio de atividades

    requeridas pelo mundo do trabalho. A Secretaria oferta cursos tcnicos nas reas de

    administrao, informtica, enfermagem, nutrio, sade bucal, telecomunicaes e

    eletrnica, alm de cursos da rea musical.

    32. No mesmo sentido, a Educao Especial Modalidade de educao

    escolar ofertada na Rede Pblica de Ensino do Distrito Federal para estudantes com

    deficincia, transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas

    habilidades/superdotao.

    33. Pode ser realizada sob a perspectiva da educao inclusiva, na qual

    os alunos so matriculados em turmas do Ensino Regular das diversas etapas e

    modalidades, mas tambm pode ser ofertada em carter temporrio, em turmas de

    atendimento exclusivo ou, ainda, nos Centros de Ensino Especial (CEE), em

    decorrncia das necessidades apresentadas pelos estudantes.

    34. Apesar da sua importncia, a Educao Profissional e os Centros de

    Ensino Especial no so abarcados neste trabalho, em vista de suas especificidades

    e da baixa representatividade (4 e 13 instituies, respectivamente) perante as

    demais unidades de ensino (mais de 600).

    35. Cabe esclarecer que no Distrito Federal, a educao bsica

    oferecida em diferentes tipos de unidades de ensino. As principais nomenclaturas

    utilizadas pelas escolas que ofertam turmas de Ensino Fundamental, Mdio (regular)

    e o EJA so:

    A. Escola Classe (EC) predomnio de turmas do 1 ao 5 ano do

    ensino fundamental (sries iniciais);

    B. Centro de Ensino Fundamental (CEF) turmas do 1 ao 9 ano do

    ensino fundamental;

    C. Centro Educacional (CED) ensino fundamental e ensino mdio;

    D. Centro de Ensino Mdio (CEM) turmas de ensino mdio;

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:244

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Poltica de Sade

    36. A poltica de sade voltada para o profissional de magistrio tambm

    foi alvo de anlise durante a auditoria, tendo em vista que a promoo da sade

    desse servidor e aspectos interligados como o gerenciamento das ausncias por

    afastamento mdico e os procedimentos para efetivar a tempestiva substituio

    serem essenciais garantia da oferta efetiva dos profissionais da educao, bem

    como da realizao das aulas.

    37. Nesta esteira cabe salientar que foi instituda a Poltica de Ateno

    Sade do Servidor Pblico do DF, por meio do Decreto n 33.653 de 10/05/2012,

    sendo atribuda competncia Secretaria de Estado de Administrao Pblica

    (SEAP) para normatizar, realizar estudos, propor diretrizes, planejar, controlar e

    auditar aes em matria de sade, segurana do trabalho e regime prprio de

    previdncias dos servidores estatutrios.

    38. Aos demais rgos foram atribudas competncias para efetivar as

    atividades de execuo e operacionalizao das aes de sade, segurana e

    previdncia normatizadas pelo rgo central (SEAP), cujos eixos so:

    A. Preveno, promoo e vigilncia em sade: aes com o objetivo

    de intervir no processo de adoecimento do servidor, tanto no aspecto

    individual quanto nas relaes coletivas no ambiente de trabalho;

    B. Percia mdica oficial: ato pericial com o objetivo de avaliar o estado

    de sade do servidor para o exerccio de suas atividades laborais;

    C. Previdncia: aes com o objetivo de propor diretrizes e polticas

    voltadas para a concesso de benefcios previdencirios aos servidores

    pblicos estatutrios.

    39. No mbito da SEDF foi previsto o Sistema de Polos de Sade e

    Segurana do Trabalho SPSST, com seis polos integrados s CREs e compostos

    por equipes multiprofissionais.

    40. Tambm foi institudo, por meio da Portaria-SEAP n 55/2012, o

    Manual de Sade e Segurana do Trabalho, de observncia obrigatria pelos rgos

    e entidades do GDF, contendo diretrizes para a implantao da poltica de sade no

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:245

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    GDF e composio das equipes multiprofissionais, alm de apresentar diversos

    programas de preveno e promoo da Sade, com destaque para o Programa de

    Sade Vocal da SEDF.

    41. Ainda relevante citar o Decreto n 34.023/2012 que regulamenta

    os procedimentos mdico-periciais e de sade ocupacional no mbito do GDF, bem

    como o Manual de Percias Mdicas do Servidor Pblico do DF22, institudo pela

    Portaria-SEAP n 50/2013, o qual visa fixar diretrizes para as unidades periciais,

    parametrizar o atendimento, estabelecer uma avaliao objetiva do servidor distrital,

    bem como assegurar autonomia e segurana aos mdicos peritos.

    Programa de Readaptao Funcional

    42. De acordo com o citado Manual de Percia Mdica do GDF, o

    processo de Readaptao Funcional um processo que se inicia quando

    necessrio que um servidor sofra restrio nas suas atividades laborativas, seja por

    problemas fsicos ou mentais que tornem imprescindvel uma mudana na atividade

    exercida ou no seu local trabalho.

    43. Segundo o Decreto n 34.023/2012, a indicao para readaptao

    ser de exclusiva competncia e atribuio de Junta Mdica Oficial, que

    encaminhar o servidor para o Programa de Readaptao Funcional e elaborar

    laudo de avaliao com informaes das atividades a serem desempenhadas, assim

    como as restritas.

    44. Ser considerado elegvel ao programa de Readaptao Funcional,

    o servidor que possua resduo laborativo que permita desempenhar atividades

    compatveis com o cargo para o qual foi admitido no concurso pblico.

    45. A readaptao poder ser revertida, no prazo de 5 anos, caso o

    Programa julgue insubsistentes os motivos que levaram a readaptao do servidor.

    46. Registra-se que as etapas do Programa de Readaptao Funcional

    constam do Fluxograma (PT n 03).

    22

    Disponvel em: http://www.seap.df.gov.br/. E acostado ao PT n 37.

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    Fls.:246

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Fiscalizaes Anteriores

    47. Em consulta ao Sistema de Acompanhamento Processual Eletrnico

    (e-TCDF) foram identificados processos relacionados gesto de profissionais na

    rede pblica de ensino do Distrito Federal, conforme apresentado no Quadro 5:

    Quadro 5: Processos TCDF relacionados ao objeto da fiscalizao:

    Processo n Objeto ltima

    Deciso

    651/2002* Contratao temporria de professor efetuada pela SE nos

    exerccios de 2000, 2001 e 2002. 5.102/2011

    1.232/2004* Auditoria Integrada para acompanhar o atendimento

    Educao Infantil no Distrito Federal. 3.986/2013

    5.242/2005 Contratao temporria de professor Classe A, B e C. 2.736/2009

    5.995/2007* Concesso de licenas mdicas a professores. 458/2009

    13.790/2008 Auditoria Operacional no programa de formao continuada

    de professores. 7.614/2009

    6.296/2008* Contratao temporria de professor efetuada pela SEE no

    ano letivo de 2004. 3.791/2008

    8.910/2011* Contratao temporria de professores em detrimento de

    candidatos aprovados em concurso pblico. 238/2013

    9.890/2012 Auditoria para verificar cadastramento de admisses,

    desligamentos e desistncias na SE. 424/2014

    14.320/2013 Auditoria coordenada pelo TCU com finalidade de identificar

    os principais problemas que afetam o ensino mdio no Brasil. 4.889/2013

    15.173/2013 Representao sobre possveis irregularidades no

    provimento de vagas da carreira Professor LEM/ESPANHOL.

    415/2014

    *Processos arquivados. Fonte: Sistema de Acompanhamento Processual Eletrnico (e-TCDF). Consulta em 28/02/14.

    1.4 Objetivos

    1.4.1 Objetivo Geral

    48. Examinar as aes desenvolvidas pela Secretaria de Educao do

    DF para garantir que a oferta de profissionais de magistrio atenda s necessidades

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:247

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    da Rede Pblica de Ensino de maneira eficiente, eficaz e equitativa.

    1.4.2 Objetivos Especficos

    49. As questes de auditoria esto assim definidas:

    1. A SEDF assegura que a alocao dos profissionais de magistrio

    realizada de forma planejada, eficiente e equitativa?

    2. A Secretaria de Educao desenvolve polticas eficazes para a

    promoo e preservao da sade dos profissionais de magistrio e possui

    mecanismos eficazes para controle e substituio das ausncias por motivo

    de sade?

    1.5 Escopo

    50. O escopo deste trabalho compe-se da gesto dos profissionais de

    Magistrio, a saber, professor de Educao Bsica e orientador educacional

    pedagogo, limitando-se queles que atuam no Ensino Fundamental, Ensino Mdio e

    Educao de Jovens e Adultos, conforme sinalizado no item Contextualizao.

    51. A fiscalizao abrangeu os seguintes procedimentos: alocao e

    distribuio dos profissionais de magistrio; mecanismos adotados para garantir o

    atendimento da demanda de profissionais; aproveitamento e distribuio dos

    readaptados; programas e aes adotadas pela SEDF no sentido de promover

    preservao da sade do profissional de magistrio, bem como os mecanismos de

    substituio das ausncias por motivo de sade.

    52. Cumpre registrar que a anlise da modulao e da contratao de

    temporrios foi desenvolvida baseando-se em informaes referentes ao exerccio

    letivo de 2013. J os itens de verificao relacionados sade do profissional e ao

    fortalecimento do quadro demandaram a anlise de informaes referentes a, no

    mnimo, dois anos, devido necessidade de identificao da atuao da SEDF ao

    longo do tempo e das tendncias demonstradas pela anlise da evoluo dos

    dados.

    1.6 Montante Fiscalizado

    53. O montante empenhado para custeio do objeto fiscalizado no

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    Fls.:248

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    exerccio de 2013, de acordo com o Sistema Integrado de Administrao Contbil -

    SIGGO, consta do Quadro 6:

    Quadro 6: Montante empenhado no exerccio de 2013.

    Programa de Trabalho23

    UO 1890324

    UO 1810125

    Total

    Administrao de Pessoal - Profissionais do Ensino Fundamental

    1.010.724.377,87 928.225.390,03 1.938.949.767,90

    Administrao de Pessoal - Profissionais do Ensino Mdio

    280.961.517,00 341.407.700,93 622.369.217,93

    Administrao de Pessoal - Profissionais da Educao de Jovens e Adultos

    126.642.594,27 21.540.329,85 148.182.924,12

    Total empenhado 1.418.328.489,14 1.291.173.420,81 2.709.501.909,95

    Fonte: Sistema Integrado de Administrao Contbil SIGGO. Posio em 17/02/2014.

    54. Ressalta-se que a despesa executada diretamente via SIAFI,

    referente receita originria do Fundo Constitucional do Distrito Federal, no foi

    contabilizada no quadro acima.

    1.7 Metodologia

    55. Os procedimentos e tcnicas utilizados na execuo da presente

    auditoria encontram-se registrados na Matriz de Planejamento de fls. 14/18,

    merecendo destaque os seguintes.

    56. Questionrio Eletrnico: Foi realizada pesquisa (PT n 04) junto aos

    Diretores e Vice-Diretores das unidades escolares com o objetivo de coletar a

    percepo dos gestores acerca de temas relacionados ao objeto da auditoria. O

    questionrio continha 14 questes, divididas em 3 Blocos, a saber: Poltica de Sade

    da SEDF, Afastamentos, Professores Readaptados, sendo disponibilizada no site do

    TCDF, cujo acesso seria habilitado por meio de um cdigo de acesso fornecido pela

    equipe de auditoria para um total de 56326 unidades escolares cuja nomenclatura

    estava associada ao escopo da auditoria, selecionadas a partir da relao de

    23

    Cumpre registrar que no h no Quadro Detalhamento Despesa- QDD um Programa de Trabalho especfico para administrao de profissionais da carreira magistrio, logo os valores apresentados referem-se a todos profissionais das etapas e modalidades de ensino mencionadas. 24

    Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica. 25

    Secretaria de Estado de Educao do Distrito Federal. 26

    Diverge do escopo registrado nos 186 e 192, pois foi realizado com base em uma relao prvia de escolas avaliando apenas sua nomenclatura.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:249

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    escolas disponibilizada no stio da SEDF.

    57. Os cdigos foram encaminhados aos gestores por e-mail, de acordo

    com os endereos eletrnicos disponibilizados no stio da SEDF. Foram obtidas 205

    respostas, perfazendo uma taxa de retorno de 36,41%, ressaltando que fatores

    como a inexistncia de e-mail institucional das unidades escolares e dos gestores

    escolares, bem como a possvel desatualizao da relao de e-mails consultada,

    influenciaram no quantitativo de respostas obtidas. No obstante, considera-se que

    o resultado obtido reflete a realidade da rede pblica de ensino, sendo consolidado

    nos PTs n 27, 31 e 33 e utilizado para elucidar diversas situaes.

    58. Visitas in loco: foram realizadas no sentido de coletar informaes

    relacionadas gesto dos profissionais readaptados, de forma a complementar as

    informaes obtidas atravs dos questionrios eletrnicos (PT n 04). Foram

    visitadas 21 unidades escolares de 5 CREs diferentes (Plano-Piloto/Cruzeiro,

    Guar, Sobradinho, Samambaia e Taguatinga). Tais CREs foram escolhidas por

    apresentarem os maiores quantitativos de professores readaptados (conforme

    questionrio eletrnico e amostra de modulaes analisadas), sendo utilizado um

    instrumento de coleta padronizado (PT n 35) que foi aplicado aos gestores das

    unidades escolares, cujas respostas foram objetivamente consolidadas no PT n 26.

    59. Ressalta-se que todos os Papis de Trabalho mencionados foram

    digitalizados ou produzidos em meio magntico, sendo acostados ao sistema de

    processo eletrnico do TCDF eTCDF.

    1.8 Critrios de auditoria

    60. Os critrios utilizados na presente auditoria tiveram como fonte boas

    prticas de gesto, procedimentos de planejamento, monitoramento e avaliao das

    aes pblicas, alm de marcos normativos relacionados carreira de Magistrio

    Pblico do DF.27

    1.9 Avaliao de Controle Interno

    61. Com o objetivo de orientar a extenso dos testes realizados durante

    27

    Relacionadas no Quadro 3: Legislao e Normas Aplicveis.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:250

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    a Fiscalizao procedeu-se Avaliao do Controle Interno.

    62. Para aferir o Risco Inerente, decorrente da prpria natureza do

    objeto auditado, consideraram-se as seguintes variveis: gravidade28, urgncia29 ,

    tendncia30, complexidade31, relevncia32 e materialidade33, relativas ao

    jurisdicionado e matria a ser auditada, conforme Quadro 7:

    Quadro 7: Matriz de Risco

    Fonte: PT n 02

    63. Cabe ressaltar que a elevada materialidade do objeto34, demostrada

    no Quadro 8, contribuiu substancialmente para esta quantificao.

    Quadro 8: Materialidade do objeto auditado.

    Despesa Autorizada Exerccio 1 (2012) Exerccio 2 (2013) Exerccio 3 (2014)

    Total da Despesa Autorizada relativa ao objeto.

    R$ 2.332.114.943,00 R$ 2.732.046.084,00 R$ 2.598.183.717,00

    Total da Despesa Autorizada na SEDF.

    R$ 3.524.653.041,41 R$ 4.003.375.615,00 R$ 4.014.620.995,00

    Fonte: Sistema Integrado de Administrao Contbil SIGGO. Posio em 17/02/201.UOs 18101 e 18903.

    28

    Representa o impacto, a mdio e longo prazo, do problema analisado caso ele venha a acontecer sobre aspectos, tais como: tarefas, pessoas, resultados, processos, organizaes, entre outros. 29

    Representa o prazo, o tempo disponvel ou necessrio para resolver um determinado problema analisado. Quanto maior a urgncia, menor ser o tempo disponvel para resolver esse problema. Deve ser avaliada tendo em vista a necessidade de se propor solues a fim melhorar a gesto da/do referida matria/rgo. 30

    Representa o potencial de crescimento do problema e a probabilidade deste se agravar. Recomenda-se fazer a seguinte pergunta: Se esse problema no foi resolvido agora, ele vai piorar pouco a pouco ou vai piorar bruscamente?. 31

    Pode-se medir a complexidade avaliando se os constituintes da matria so heterogneos, se h multiplicidade nas aes, interaes e acontecimentos e se h a presena de traos de confuso, acasos, caos, ambiguidades, e incertezas. 32

    A relevncia deve ser avaliada, independentemente da materialidade do objeto de auditoria, a fim de buscar a importncia qualitativa das aes em estudo, quanto sua natureza, contexto de insero, fidelidade, integralidade das informaes. 33

    A materialidade traduz a razo entre a despesa autorizada relativa (s) matria(s) auditada(s) e o total da despesa autorizada para o rgo no exerccio. 34

    66% das despesas autorizadas na SEDF.

    rgo Matria auditada 1

    Gravidade

    Urgncia

    Tendncia

    Complexidade

    Relevncia

    Materialidade

    TOTAL

    Mdia

    72%Risco inerente

    (percentual)

    Matriz de Risco Inerente

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    Fls.:251

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    64. No que tange aos mecanismos de controle interno, foram realizadas

    visitas e entrevistas com alguns gestores da SEDF, a partir das quais a equipe pode

    responder ao questionrio constante da Planilha de Avaliao do Controle Interno

    (PT n 02), cuja avaliao indicou o percentual de 80% para o Risco de Controle, o

    que permitiu concluir pela inexistncia de um bom sistema de controle interno que

    previna ou detecte, em tempo hbil, erros e irregularidades relevantes.35

    35

    Manual de Auditoria do TCDF, Ttulo II, Captulo IV, Seo 4.93, pg. 2/4.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:252

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    2 Resultados da Auditoria

    2.1 QA 1 A SEDF assegura que a alocao dos profissionais de magistrio

    realizada de forma planejada, eficiente e equitativa?

    A alocao dos profissionais de magistrio no realizada de forma planejada,

    eficiente e equitativa, tendo em vista no h planejamento estruturado da reposio

    do quadro de professores efetivos e de orientadores educacionais e h

    descontinuidade no processo de reposio, sendo tambm apuradas falhas no

    planejamento e atendimento das demandas por professor temporrio. A alocao da

    carga horria de regncia nas unidades escolares ineficiente e no otimizada,

    havendo vrios profissionais com cargas residuais bem elevadas. A oferta de

    orientadores educacionais tambm no adequada, havendo insuficincia de

    profissionais para atender as necessidades das unidades escolares, bem como foi

    apurada a ausncia de equidade na distribuio dos orientadores. Por fim,

    constatou-se a m alocao de professores em atividades de natureza

    administrativa e cesso para diversos rgos e convnios sem nenhum critrio

    previamente estabelecido, alm de serem verificadas diversas falhas no

    gerenciamento dos profissionais readaptados, como a inexistncia da identificao

    do quantitativo atual na rede pblica, de critrios para alocao e do

    acompanhamento dos profissionais nesta condio.

    2.1.1 Achado 1 Ausncia de planejamento estruturado e descontinuidade

    no processo de reposio do quadro de profissionais de magistrio.

    Critrio

    65. Existncia de uma poltica efetiva e formalmente planejada de

    reposio dos cargos de profissionais de magistrio, conforme quantitativos

    previstos no Anexo I da Lei n 5.105/2013 e Anexo II da Lei n 5.326/14.

    Anlises e Evidncias

    66. Um bom planejamento uma caracterstica da gesto moderna e

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    Fls.:253

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    dinmica dos recursos humanos.36

    67. O planejamento da fora de trabalho um processo sistemtico e

    contnuo de diagnstico das necessidades futuras de recursos humanos, no tocante

    ao quantitativo, composio e perfil, e de definio das aes que se fazem

    necessrias, levando em considerao as restries oramentrias.

    68. Como instrumento de gesto, tal planejamento indispensvel para

    a realizao tempestiva de processos seletivos que garantam a manuteno de uma

    fora de trabalho estruturada, de tamanho adequado, capaz de satisfazer as

    necessidades de uma organizao e alinhada aos objetivos e metas institucionais.

    69. Nesse contexto, constatou-se que a Secretaria de Educao no

    dispe de uma poltica estruturada de reposio da fora de trabalho dos

    profissionais de magistrio, em especial, para os cargos de professores e de

    orientadores educacionais, bem como h descontinuidade na reposio desses

    profissionais.

    A. Professores

    70. Acerca do diagnstico da fora de trabalho dos professores, a SEDF

    limitou-se a apresentar um quadro contendo o quantitativo de carncias definitivas37

    na SEDF, por disciplina, referente aos ensinos Fundamental, Mdio (regular) e EJA

    (PT n 07 fls.7).

    71. Assim, a situao das carncias definitivas existentes, em janeiro de

    2014, para professor efetivo das disciplinas obrigatrias do ensino regular das

    etapas referidas consta do Quadro 938:

    36

    Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico- OCDE. Avaliao da Gesto de Recursos Humanos no Governo Relatrio da OCDF: Brasil 2010. Governo Federal. Disponvel em < http://www.avozdocidadao.com.br/images/HR_Review_of_Brazil_2010.pdf > Acesso em 26/05/2014

    37 A referncia janeiro de 2014, sendo os dados resultantes da etapa de pr-modulao.

    38 Para fins de anlise foram excludas as disciplinas especficas do ensino especial (a exemplo de Atividade

    EE/TGD) e as disciplinas especficas de turmas de correo da distoro idade-srie.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:254

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Quadro 9: Carncias Definitivas em Janeiro de 2014.

    Componentes Curriculares DIURNO MATUTINO VESPERTINO NOTURNO Total

    Atividades 869 23 4 75 971

    Educao Fsica 178 49 56 27 310

    Matemtica 112 24 22 54 212

    Lngua Portuguesa 90 16 16 83 205

    LEM - Ingls 61 27 18 52 158

    Histria 80 14 13 34 141

    Geografia 77 16 13 29 135

    Cincias Naturais 66 13 12 28 119

    Artes 48 22 23 20 113

    Filosofia 21 6 4 24 55

    Fsica 6 12 7 29 54

    Sociologia 23 8 5 14 50

    LEM - Espanhol 9 11 5 16 41

    Biologia 6 7 9 18 40

    Qumica 9 9 4 15 37

    TOTAL 1.655 257 211 518 2.641

    Fonte: PT n 05 e PT n 07.

    72. Tambm foram solicitadas informaes acerca do ltimo concurso

    pblico realizado pela SEDF para a seleo de professor efetivo, incluindo a data

    final da sua vigncia, o quantitativo de candidatos aprovados por disciplina que

    ainda no haviam sido nomeados, ou seja, constantes do cadastro reserva, bem

    como o quantitativo total de professores nomeados e empossados no perodo de

    2011 a 2014.

    73. Segundo informaes repassadas pela SEDF (PT n 07 fls. 9/26), o

    ltimo concurso pblico para professor efetivo foi realizado em 2010, com

    homologao final do resultado efetuada em 31/12/2010 e vigncia final estendida

    at 31/12/2014, restando 352 professores no cadastro reserva em maro de 2014.

    74. Consta do Quadro 10 o total de vagas ofertadas no certame de 2010

    para as disciplinas obrigatrias das etapas de ensino compreendidas no escopo da

    auditoria, bem como o quantitativo de candidatos que compunham o cadastro

    reserva em maro de 2014.

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:255

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Quadro 10: Concurso Pblico SEDF - 2010 (Vagas e Cadastro Reserva)

    COMPONENTES CURRICULARES

    VAGAS OFERTADAS CADASTRO RESERVA

    MARO/2014

    20 hs 40 hs Total 20 hs 40 hs Total

    Atividades 3 120 123 0 0 0

    Matemtica 8 15 23 0 0 0

    Lngua Portuguesa 13 17 30 0 0 0

    LEM - Ingls 9 22 31 0 0 0

    Artes 5 10 15 0 0 0

    Filosofia 3 3 6 0 23 23

    Fsica 3 3 6 0 26 26

    Sociologia 3 3 6 0 22 22

    LEM - Espanhol 8 13 21 0 36 36

    Biologia 6 10 16 0 0 0

    Qumica 3 3 6 10 23 33

    TOTAL 64 219 283 10 130 140

    Fonte: PT n 05 e PT n 07

    75. A anlise do edital deste concurso (PT n 7, fl. 26) e do Quadro 10

    revela que na ocasio no foram ofertadas vagas para as componentes curriculares:

    Educao Fsica, Histria, Geografia, no obstante estas disciplinas apresentam

    atualmente um quantitativo elevado de carncias, conforme consta no Quadro 9. Tal

    situao reflexo, dentre outros fatores, de possveis falhas no planejamento das

    vagas ofertadas no concurso pblico lanado em 2010.

    76. Verifica-se ainda (PT n 07, fls. 16) que, dentre as componentes

    curriculares que tiveram vagas ofertadas no concurso, somente cinco ainda

    possuam candidatos compondo o cadastro reserva em maro de 2014.

    77. Avaliando de forma comparativa a situao do total de carncias

    definitivas (2.641) e o quantitativo de candidatos no cadastro reserva (140), Quadros

    9 e 10, verifica-se que h um dficit total de, no mnimo, 2.501 carncias definitivas

    de professor efetivo, as quais no poderiam ser supridas pela SEDF no curto prazo

    em funo da insuficincia do banco de reservas atualmente existente.

    78. Tais evidncias demonstram a ausncia de um planejamento

    adequado da poltica de reposio do quadro de professores, que deveria

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:256

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    contemplar, no mnimo, a previso da realizao de concursos pblicos peridicos,

    tempestivos e abrangendo todas as componentes curriculares, de forma a

    possibilitar a formao e manuteno de um cadastro reserva disponvel para o

    atendimento imediato das demandas definitivas oriundas de aposentadorias,

    exoneraes e desligamentos em geral de professores efetivos.

    79. O nmero total de professores efetivos integrantes do quadro da

    SEDF no incio dos anos letivos de 2011 a 2014, bem como o quantitativo total de

    aposentadorias e exoneraes neste perodo esto consolidados no Quadro 11.

    Quadro 11 Quadro de professores Efetivos de 2011-2014

    Ano 2011 2012 201339 2014 TOTAL

    Preenchimento do Quadro Efetivo (incio do perodo) (A)

    27.799 27.212 27.141 27.786 -

    Nomeados 412 927 1972 712 4023

    Empossados (B) 347 788 1614 516 3265

    Desligados 284 239 290 47 860

    Aposentados 650 619 680 166 2115

    Total de SADAS (C) 934 858 970 213 2975

    Saldo do Perodo (D) = (B - C) -587 -70 644 303 -

    Saldo Acumulado (E) -587 -657 -13 290 290

    Preenchimento do Quadro Efetivo (final do perodo) (F) = (A D)

    27.212 27.142 27.785 28.089 -

    Fonte: PT n 05 e 07, fls. 8/9.

    80. Dos dados coletados verifica-se no Grfico 1 uma evoluo no

    ndice percentual de rotatividade40 (turnover) de profissionais da SEDF, tendo em

    vista o total de 860 desligamentos e de 2.115 aposentadorias perfazendo um

    quantitativo de 2.975 professores que deixaram o cargo no perodo de 2011 at

    maro de 2014, o que demanda maior esforo de planejamento para reposio

    desses profissionais:

    39

    O quantitativo ao final de cada ano foi calculado no PT n 05 com base nas informaes prestadas pela SEDF

    s fls. 7/8, portanto a diferena do quantitativo de professores no incio dos anos de 2013/2014 em relao ao

    quantitativo constante do final dos anos de 2012/2013, decorrem de incongruncias nas informaes

    apresentadas pela SEDF. 40

    Este ndice calculado da seguinte forma:

    Rotatividade (Turnover) = (Movimentao Ano)/Efetivo Mdio de 2011 a 2013)

    Movimentao Ano = (Total de Sadas Ano + Total de Entradas Ano)/2

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    Fls.:257

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Grfico 1: Evoluo da rotatividade de professores na SEDF de 2011 a 2013.

    Fonte: PT n 05

    81. Ainda chama ateno o fato de 758 candidatos nomeados no

    perodo, ou seja, 19% terem se recusado a tomar posse no cargo, indicando

    desinteresse e desvalorizao da carreira de professor, bem como a demora e

    intempestividade das nomeaes, verificada a grande concentrao de nomeaes

    realizadas somente no ano de 2013 (Quadro 12) e a reduo do ndice de

    empossados/nomeados medida que os atos de nomeao distanciam-se da data

    de realizao do concurso, consoante indicado no Grfico 2.

    Grfico 2: Relao Empossados/Nomeados

    Fonte: PT n 05

    82. Desta forma, o total de ingressos de profissionais no cargo foi de

    3.265, sendo que apenas no ano de 2014 a SEDF conseguir reverter o cenrio de

    reduo contnua da fora de trabalho, uma vez que o saldo entre as sadas e

    entradas de profissionais apresentou balano positivo no perodo, conforme

    representado no Grfico 3:

    2.34%

    3.01%

    4.72%

    0.00%

    1.00%

    2.00%

    3.00%

    4.00%

    5.00%

    2011 2012 2013

    Turn

    ove

    r/ro

    tati

    vid

    ade

    84.22% 85.01%

    81.85%

    72.47%

    2011 2012 2013 2014

    e-DOC B124974FProc 1130/2014

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    Fls.:258

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    Grfico 3: Fluxo de Professores na SEDF de 2011 a 2014.

    Fonte: PT n 05

    83. Constata-se, assim, que no perodo 2011-2014 houve uma positiva

    reduo do total de cargos vagos de professor efetivo a partir do ano de 2013, no

    obstante, ainda havia um total de 1.925 cargos no preenchidos em maro/2014,

    considerando o quadro efetivo previsto na Lei 5.105/13. Todavia, em razo do

    aumento do quantitativo de cargos da carreira pela Lei 5.236/14, o total de cargos

    no preenchidos eleva-se para 7.911, ou seja, 22% do quadro efetivo, conforme

    demonstrado no Quadro 12:

    Quadro 12: Preenchimento dos cargos efetivos de professor de 2011 a 2014

    Ano Base 2011 2012 2013 2014

    Preenchimento do Quadro Efetivo (final do perodo) 27.212 27.142 27.785 28.089

    Total de cargos do quadro Efetivo Lei 5.105/13 30.014 30.014 30.014 30.014

    Cargos Efetivos no preenchidos 2.802 2.872 2.229 1.925

    9,3% 9,6% 7,4% 6,4%

    Total de cargos do quadro Efetivo Lei 5.326/14

    Lei no vigente

    36.000

    Cargos Efetivos no preenchidos 7.911

    22,0%

    Fonte: PT n 05

    84. Os dados acima reforam a necessidade, ainda maior, da realizao

    de um planejamento que permita, de forma efetiva, estabelecer estratgias e aes

    que possam garantir, de forma permanente e contnua, uma fora de trabalho

    adequada s necessidades da SEDF, de modo a no prejudicar a prestao do

    347

    788

    1614

    516

    934 858 970

    213

    -587 -657

    -13 290

    -1000

    -500

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2011 2012 2013 2014

    Empossados (B) Total de SADAS (C) Saldo Acumulado

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    Fls.:259

    Proc.: 1130/14

    _______ Rubrica

    servio pblico de ensino.

    85. Ademais, analisando-se a resposta apresentada pela SEDF,

    acostada ao PT n 07 - fls. 2/3, possvel concluir que a Secretaria no possui

    diretrizes e estratgias consistentes e formalizadas visando reposio do quadro

    efetivo de professores.

    86. Por fim, registra-se que se encontra em andamento a realizao de

    concurso pblico de Professor da Educao Bsica para provimento de 804 vagas,

    todavia este quantitativo no suficiente para suprir toda a demanda da Rede

    Pblica, sendo que apenas 749 vagas foram destinadas s disciplinas do escopo da

    auditoria, representando apenas 28,36% das carncias identificadas.

    B. Orientadores Educacionais

    87. Atualmente h 1.200 cargos efetivos de orientador educacional

    previstos na carreira da rede pblica de ensino do DF, conforme disposto no Anexo I

    da Lei 5.105/2013.

    88. De acordo com as informaes prestadas pela SEDF, o ltimo

    concurso pblico realizado para o preenchimento dos cargos de orientador

    educacional teve seu edital normativo publicado no DODF de 24/09/2004 e o

    resultado final homologado em 14/11/2004.

    89. Neste processo seletivo foram aprovados 748 candidatos, sendo

    nomeados 634. Ressalta-se que a data final de validade do certame ocorreu em

    15/12/2008, todavia no foi realizada outra seleo para o preenchimento deste

    cargo nos ltimos 6 anos.

    90. O Quadro 13 apresenta informaes referentes ao histrico do

    quantitativo de orientadores educacionais na rede pblica do DF, no perodo de

    2011 a 2014:

    Existem, atualmente, 7.911 cargos vagos de professores da rede pblica de

    ensino, 22% do total, no dispondo a SEDF de planejamento, indicadores

    e metas formalizados visando reposio do quadro de servidores.

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    _______ Rubrica

    Quadro 13: Fluxo de Orientadores Educacionais de 2011 a 2014

    Ano 2011 2012 2013 2014 TOTAL

    Quadro Efetivo (Incio do Perodo) 786 775 768 758 -

    Nomeados41 3 3 2 0 8

    Empossados 3 3 2 0 8

    Desligados 3 4 1 0 8

    Aposentados 11 6 11 1 29

    Sadas 14 10 12 1 37

    Saldo Acumulado -11 -18 -28 -29 -

    Quadro Efetivo (Final do Perodo) 775 768 758 75742 - PT n 16 e Resposta NA n 03 - SEDF

    91. Com base nestas informaes, verifica-se uma descontinuidade no

    processo de reposio de orientador educacional, com tendncia de elevao tendo

    em vista a ocorrncia contnua de aposentadorias e inexistncia atual de processo

    seletivo para recrutamento de orientadores e de uma poltica para reposio do

    quadro, e, ainda, um dficit de preenchimento superior a 36% dos cargos efetivos da

    carreira, conforme Quadro 14:

    Quadro 14: Preenchimento do Quadro Efetivo

    Ano Base 2011 2012 2013 2014

    Preenchimento do Quadro Efetivo (final do perodo)

    775 768 758 757

    Total de cargos do quadro Efetivo Lei 5.105/13

    1200 1200 1200 1200

    Cargos Efetivos no preenchidos 425 432 442 443

    35,42% 36,00% 36,83% 36,92% Fonte: PT n 16

    Causas

    92. Inexistncia de um modelo de gesto de pessoas alinhado aos

    objetivos e caractersticas institucionais.

    93. Falhas no planejamento dos certames: quantitativo previsto,

    cadastro reserva, disciplinas ofertadas e periodicidade de realizao.

    94. Inrcia administrativa e demora nos procedimentos administrativos

    41

    As nomeaes e posses posteriores vigncia do concurso so oriundas de candidatos sub judice.

    42Ressalta-se que este quantitativo difere do apresentado no Achado 4, pois naquele achado trata-se

    apenas dos orientadores educacionais lotados em unidades escolares ou Gerncias Regionais de Educao Bsica - GREBs, portanto, o restante encontra-se lotado em outras unidades intermedirias/centrais da SEDF.

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    _______ Rubrica

    entre a autorizao do concurso pblico para professores (01/01/2013) e a

    homologao final do resultado (ainda no finalizado).

    95. Falta de prioridade governamental no provimento dos cargos

    efetivos de profissionais de magistrio.

    Efeitos

    96. Alta carncia de professores e de orientadores educacionais na rede

    pblica, no realizao de aulas e comprometimento da qualidade do ensino.

    97. Desvirtuamento do instituto da contratao de professores

    temporrios, sendo utilizados na maior parte para provimento de vagas oriundas de

    carncias de professores efetivos.

    98. Comprometimento do exerccio das funes de coordenao

    pedaggica, tendo em vista a inexistncia de professor para ocupar definitivamente

    as turmas dos coordenadores eleitos, bem como do exerccio da gesto escolar.

    99. Tendncia de aumento do dficit de orientadores educacionais tendo

    em vista as aposentadorias, os desligamentos e a no realizao de concurso

    pblico.

    2.1.2 Achado 2 Falhas no planejamento e no atendimento das demandas

    por professor temporrio.

    Critrio

    100. As demandas por professor temporrio devem ser atendidas de

    forma integral, minimizando-se as perdas de aulas e de contedo ministrado aos

    alunos da rede pblica.

    101. Existncia de um banco de reserva de professores temporrios que

    seja suficiente para atender s demandas da Rede Pblica, devendo ser constitudo

    a partir das necessidades de cada Coordenao Regional de Ensino. (4 do Art. 2

    do Decreto n 31.439/2010).

    102. As contrataes temporrias devem ser destinadas ao atendimento

    de demandas temporrias de excepcional interesse pblico, tais como afastamentos

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    _______ Rubrica

    e licenas de concesso obrigatria, bem como para suprir falta de docente

    decorrente de exonerao, demisso, aposentadoria e falecimento que ocorrerem

    durante o perodo letivo. (Conforme Arts. 1 e 2, 1 e 2, da Lei n 4.266/2008).

    103. O total de horas autorizadas pelo GDF/SEAP para contratao de

    temporrios deve ser suficiente para atender a demanda da rede pblica.

    Anlises e Evidncias

    104. Visando avaliar a existncia e a qualidade de planejamento realizado

    pela SEDF para conduzir os procedimentos necessrios formao do banco

    reserva de professores temporrios de cada Coordenao Regional de Ensino, foi

    solicitado o encaminhamento de diagnstico contendo as demandas por CRE destes

    profissionais, conforme disposto no art. 2, 4, do Decreto 31.439/2010.

    105. Aps sucessivas reiteraes, os documentos no foram

    apresentados. Conclui-se, ento, que tal levantamento de demandas no

    realizado, descumprindo-se o normativo em tela, que regulamenta a contratao de

    temporrios, inclusive esta fase de planejamento.

    106. Verificou-se tambm que a SEDF no adota procedimento

    alternativo para planejamento desta demanda, a exemplo da consolidao do

    histrico de carncias dos anos anteriores, bem como a estimativa de demandas

    futuras de carncias que surgem anualmente devido a motivos previsveis como o

    quantitativo de cargos de direo, vice-direo, coordenao pedaggica e

    assistncia pedaggica.

    107. Portanto, os processos simplificados de seleo de professores

    temporrios tm sido elaborados sem planejamento e orientaes precedentes que

    permitam ao gestor identificar a necessidade de professor temporrio em cada CRE,

    de forma a direcionar suas aes e adotar estratgias mais eficazes para a

    composio dos bancos reservas de maneira suficiente.

    108. Destaca-se que os candidatos participantes dos ltimos processos

    seletivos simplificados para contratao de professores temporrios, deveriam

    indicar no momento da inscrio as seguintes opes de interesse: disciplina,

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    Fls.:263

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    coordenao regionais de ensino, zona de atuao (rural ou urbana) e turno (diurno

    ou noturno). Segundo a SEDF (PT n 08 fls 45/46), este procedimento adotado

    para otimizar o aproveitamento dos interessados, possibilitando que os candidatos

    supram carncias prximas de suas residncias, de forma que o nmero de recusas

    seja diminudo e que a substituio seja mais tempestiva.

    109. No entanto, verificou-se um elevado nmero de carncias no

    supridas, bem como ineficincia na tempestividade da substituio, conforme ser

    tratado no Achado 9, (vide 327 a 330), alm do relato dos gestores da dificuldade

    de encontrar candidatos do banco reserva que aceitem realizar substituies de

    licenas mais curtas43, diante da expectativa de surgirem oportunidades de

    substituio mais longa. Portanto, os procedimentos e a sistemtica de substituio

    no so eficazes e eficientes.

    110. Da anlise do ltimo edital do processo simplificado de contratao

    de temporrios (PT n 08 fls. 2/27), constata-se a no disponibilizao de

    informaes referentes ao quantitativo de demandas ou de contrataes de

    temporrios registradas nos anos anteriores, o que poderia ser uma estratgia til e

    efetiva para orientao dos candidatos no momento de realizarem suas escolhas,

    podendo inclusive alinhar o interesse dos candidatos com o panorama histrico das

    necessidades de contratao de temporrios da SEDF em anos anteriores.

    111. Verificada a inexistncia de planejamento, buscou-se avaliar se o

    banco reserva de cada CRE seria capaz de absorver todas as carncias registradas.

    Para tanto, solicitou-se o quantitativo de professores temporrios, por disciplina e

    por CRE, que compe os respectivos bancos reservas (PT n 08 fls. 32/35), bem

    como relatrio das carncias abertas e registradas em 2013 (PT n 09) no sistema

    de contratao de professores temporrios da SEDF, denominado GESPRO

    Sistema de Gesto de Professores Substitutos.

    112. Com base nas informaes apresentadas, verificou-se a inexistncia

    de professor na composio dos seguintes bancos: CRE's de Brazlndia e Planaltina

    43

    http://blogs.maiscomunidade.com/blogdocallado/2014/03/22/educacao-quadro-de-efetivos-deve-aumentar-em-breve/. Acesso em: 08/05/2014.

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    Fls.:264

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    para a disciplina "Sociologia"; CRE do Ncleo Bandeirante para a disciplina de

    Cincias Naturais. (PT n 06)

    113. Analisando-se as carncias de longa durao registradas no

    GESPRO, cuja necessidade estendia-se do incio ao fim do ano letivo, ou seja, de

    fevereiro (at 28/02/2013) at o ms de dezembro (no mnimo 01/12/2013),

    constatou-se vrias situaes em que o quantitativo de professores no banco

    reserva de determinadas CREs era insuficiente para atender as carncias oriundas

    da prpria CRE, conforme Quadro 15:

    Quadro 15: Banco Reserva da CRE x Carncias de longa durao abertas na respectiva CRE.

    Disciplina Banco

    Reserva CRE

    N Carncias abertas e substitudas

    (longa durao)

    Dficit aps carncias

    longas

    Sociologia 1 Guar 2 -1 1 Recanto das Emas 3 -2 1 Samambaia 2 -1

    Matemtica 4 Ncleo Bandeirante 12 -8 4 Sedes Unidades I, II e III 8 -4

    Lngua Portuguesa 10 Sedes Unidades I, II e III 12 -2

    LEM/Ingls

    12 Brazlndia 20 -8 3 Ncleo Bandeirante 9 -6 4 Parano 10 -6 6 Sobradinho 9 -3

    LEM/Espanhol 2 Brazlndia 10 -8 Histria 2 Sedes Unidades I, II e III 7 -5

    Geografia

    11 Brazlndia 15 -4 2 Gama 12 -10 4 Recanto das Emas 15 -11 3 Sedes Unidades I, II e III 4 -1

    Fsica