batista custódio - retrato do invisível

4
É comum ao ser humano ver nos outros os erros que não enxergam em si próprio. Os que me elogiam desconhecem meus defeitos e os que me criticam ignoram minhas virtudes. Em geral as pessoas vão aos lugares de sofri- mento levadas por sua dor e não vão aos locais de dor no sofrimen- to alheio. E só entram no Araú jo Jor ge quando o câncer já entrou dentro delas. E apenas dão uma chegada ao HDT quando uma do- ença tropical chegou a elas. E so- mente deixam de prejulgar como criminosos todos que estão nas prisões depois que os inocentes no Cepaigo são elas. E unicamente os velhos param de implicar com as arrelias de crianças e os meni- nos param de implicar com os emburros de velhos quando os vo - vôs se lembrarem dos netos que foram e os netos forem avós. Toda pessoa é duas pessoas nela. A que é e a que pensa ser. E está no pobre que despreza o rico enquan - to for pobre e está no rico que zomba do pobre enquanto for rico. E está no político que combate o governo quando é oposição e está no político que ataca a oposição quando é governo. E está na arro - gância do permanecido na igno- rância e está na humildade do evo - luído no conhecimento. Restrita é a plêiade dos totais na inteligência, completos no caráter, inteiros na coragem e infinitos na gratidão. Farta é a cambada de pedaços de gente nas quirelas da mente, nas farofas da desonra, nos moídos da covardia e nas paçocas da ingrati- dão. Dão lavagem nas ideias. UM HOMEM FORTE NA EQUIPE DO GOVERNO É SINAL DE GOVERNANTE FRACO Os líderes Iris Rezende e Marco- ni Perillo são ótimos políticos em si mesmos e ruins para si próprios nos que os rodeiam nos cargos e os separam do eleitorado anela- dos ao corriqueirismo intrigueiro na intimidade do poder. O Marconi é o Iris e o Iris é o Marconi no populismo igual em Goiás. Iris realizou mais obras fí- sicas e fez menos marketing que Marconi no governo. Marconi faz mais marketing e realiza menos obras físicas que Iris no governo. Iris confiou o planejamento da meta rodoviária com a seleção prioritária das empreiteiras ao critério da direção do Dergo. Mar - coni fia a prioridade da meta de divulgação ao escopo dos planos da direção da Agecom. Iris pavimentou mais rodovias que todos os governadores que ta- param buracos nelas e, ademais, tiveram que asfaltar de novo vários trechos em diversas delas. O Mar - coni tem mais jornalistas a serviço do marketing governamental que trabalhando nas redações das em- presas de comunicação e, ade- mais, são censurados demais pe- los bittencourtanos sempre que é noticiado um fato do desgaste ofi- cial na insatisfação popular. Os chefes de Estado aprendem tardiamente que a submissão da autonomia da equipe à concentra- ção do poder no chamado ho- mem for te do governo é sinal de governante fraco. Por mais que es- tadista autoritário, tanto mais é manobrável no egoísmo vaidoso. Manifesto à Vida (final) Batista Custódio Editor-geral do Diário da Manhã RETRATO DO INVISÍVEL CONTINUA Ex-governador Irapuan Costa Júnior Ex-governador Alcides Rodrigues Governador Marconi Perillo Ex-governador Iris Rezende MR RIPLEY FOTOS: DIVULGAÇÃO OPINIÃO Di ár io da Ma nhã GOIÂNIA, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2013 11

Upload: diario-da-manha

Post on 29-Mar-2016

232 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

Batista Custódio descortina os bastidores da comunicação no poder e revela verdades sobre a familiocracia e o nepotismo latente em Goiás

TRANSCRIPT

Page 1: Batista Custódio - Retrato do Invisível

Éco mum ao ser hu ma no vernos ou tros os er ros que nãoen xer gam em si pró prio. Os

que me elo gi am des co nhe cemmeus de fei tos e os que me cri ti camig no ram mi nhas vir tu des. Em ge ralas pes so as vão aos lu ga res de so fri -men to le va das por sua dor e nãovão aos lo ca is de dor no so fri men -to al heio. E só en tram no Araú joJor ge quando o cân cer já entrouden tro de las. E ape nas dão umache ga da aoHDT quan do uma do -en ça tro pi cal che gou a elas. E so -men te dei xam de pre jul gar co mocri mi no sos to dos que es tão naspri sões de pois que os ino cen tesno Ce pa i go são elas. E uni ca men teos ve lhos pa ram de im pli car comas ar re li as de cri an ças e os me ni -nos pa ram de im pli car com osem bur ros de ve lhos quan do os vo -vôs se lem bra rem dos ne tos queforam e os ne tos fo rem avós.To da pes soa é du as pes so as ne la.

A que é e a que pen sa ser. E es tá nopo bre que des pre za o ri co en quan -to for po bre e es tá no ri co quezom ba do po bre en quan to for rico.E es tá no po lí ti co que com ba te ogo ver no quan do é opo si ção e es táno po lí ti co que ata ca a opo si çãoquan do é go ver no. E es tá na ar ro -gân cia do per ma ne ci do na ig no -rân cia e es tá na hu mil da de do evo -luí do no co nhe ci men to. Res tri ta éa plêi a de dos to tais na in te li gên cia,com ple tos no ca rá ter, in tei ros naco ra gem e in fi ni tos na gra ti dão.Far ta é a cam ba da de pe da ços de

gen te nas qui re las da men te, nasfa ro fas da de son ra, nos moí dos daco var dia e nas pa ço cas da in gra ti -dão. Dão la vagem nas idei as.

UM HO MEMFOR TE NAEQUI PE DOGO VER NO ÉSI NAL DE

GO VER NAN TEFRA CO

Os lí de res Iris Re zen de e Mar co -ni Pe ril lo são óti mos po lí ti cos emsi mes mos e ru ins pa ra si pró priosnos que os ro dei am nos car gos eos se pa ram do elei to ra do ane la -dos ao cor ri quei ris mo in tri guei rona in ti mi da de do po der.O Mar co ni é o Iris e o Iris é o

Mar co ni no po pu lis mo igual emGo i ás. Iris re a li zou mais obras fí -si cas e fez me nos marke ting queMar co ni no go ver no. Mar co ni fazmais marke ting e re a li za me nosobras fí si cas que Iris no go ver no.Iris con fiou o pla ne ja men to dame ta ro do vi á ria com a se le çãopri o ri tá ria das em prei tei ras aocri té rio da di re ção do Der go. Mar -co ni fia a pri o ri da de da me ta dedi vul ga ção ao es co po dos pla nosda di re ção da Age com.

Iris pa vi men tou mais ro do vi asque to dos os go ver na do res que ta -pa ram bu ra cos ne las e, ade mais,ti ve ram que as fal tar de no vo vá riostre chos em di ver sas de las. O Mar -co ni tem mais jor na lis tas a ser vi çodo marke ting go ver na men tal quetra ba lhan do nas re da ções das em -pre sas de co mu ni ca ção e, ade -mais, são cen su ra dos de mais pe -los bit ten cour ta nos sem pre que éno ti ci a do um fa to do des gas te ofi -ci al na in sa tis fa ção po pu lar.Os che fes de Es ta do apren dem

tar di a men te que a sub mis são daau to no mia da equi pe à con cen tra -ção do po der no cha ma do ho -mem for te do go ver no é si nal dego ver nan te fra co. Por mais que es -ta dis ta au to ri tá rio, tan to mais éma no brá vel no ego ís mo vai do so.

Manifesto à Vida (final)

BatistaCustódioEditor-geral do

Diário da Manhã

RETRATO DO INVISÍVEL

CONTINUA

Ex-governador Irapuan Costa Júnior

Ex-governador Alcides Rodrigues Governador Marconi Perillo

Ex-governador Iris Rezende

MR RIPLEY

FOTOS: DIVULGAÇÃO

OPINIÃODi á rio da Ma nhã GO I Â NIA, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2013 11

Page 2: Batista Custódio - Retrato do Invisível

GO I A NO ÉTA RA DO POREM PRE GOPÚ BLI CO

Acha va, eu, que o atu al go ver noia cum prir as pro mes sas da es pe -ran ça da da ao po vo pe lo can di da -to nas elei ções e atendeu os com -pro mis sos as su mi dos com os pre -ços da can di da tu ra na cam pa nha.Acha va. E ti nha o di rei to de

achar. Con tri buí com o meu vo to.Res ga tou-se o in de vi do atra vés

das cé du las da mais-va lia e não pe -lo de vi do às cé du las dos vo tos. Pa -gou-se cus to al to pe lo que se ria ca -ro de mais até de gra ça. No es to quedas no me a ções há va re jos vá li dose exis tem ata ca dos va li dos. A mis -ce lâ nea de úte is e de inú te is na ad -mi nis tra ção pú bli ca não se res trin -ge aos as ses so res do mo men to epro li fe rou-se nos au xi li a res de to -dos os go ver nos, mas re fle te a ta raque go i a no tem por car go pú bli co.O ne po tis mo é es fé ri co na vi da

pú bli ca e glo bo so na con ge niada po lí ti ca par ti dá ria. A con san -gui ni da de de avós, pa is, fi lhos, ir -mãos, cu nha dos, so bri nhos, ma -ri dos, es po sas pa re ou abor ta ocon cu bi na to dos man da tos po -pu la res. O Exe cu ti vo, o Ju di ci á rioe o Le gis la ti vo são aca sa la dosdes cen den tes da pro le ge ni to rada afi lha da gem nos es ca lões dopo der. A men ta li da de oli gar ca ége né ti ca no in con sci en te co le ti -vo em to das as clas ses so ci ais efun cio na no fei tio das ín do lesco mo di rei to de he ran ça trans -mi ti do no ber ço das ge ra ções.Oli gar quia, ne po tis mo e fa mi li o -

cra cia são o no me, o so bre no me eo ape li do nas ir man da des da po lí -ti ca em sua fi lha ra da her dei ra napar ti lha do em pre guis mo pú bli co.Em to da fa mí lia há uma pes soa

que des toa anos-luz do opa co nos

de mais que gra vi tam na cons te la -ção do pa ren tis mo co mo gan du lossem a cla ri da de no ta len to do con -gê ne re, qua is pla ne tas gra vi tam naór bi ta das es tre las. No uni ver sopo lí ti co de Go i ás, o lí der é o Sol etem ga lá xi as da pa ren ta gem noscéus da res plan de cên cia do seupres tí gio. Nos Cai a do, te ve o An tô -nio, o To tó. Nos Lu do vi co, exis tiu oPe dro. Nos Nas ser, hou ve o Al fre -do. Nos San til lo, foi o Hen ri que.Nos Re zen de, há o Iris. Nos Vi le la,tem o Ma gui to. Nos Pe ril lo, é oMar co ni. Os de mais, ad ja cên ciasdo depen di men to, bri lha ram oubri lham re fle ti dos pe la con san gui -ni da de lu mi no sa e ti ve ram ou te -rão pas sa gem me te ó ri ca no as tralda po pu la ri da de no Es ta do.As pre vi sões cli má ti cas da me te -

o ro lo gia no em pre ga tí cio são demui ta chu va de pa ren tes e de mui -to sol de pa ren tes, de mui to frio depa ren tes e de mui to ca lor de pa -ren tes pa ra o in ver no, o ou to no, apri ma ve ra e o ve rão nas es ta çõesdo po der. Os go ver nan tes se rãoaplau di dos nas inau gu ra ções dees co las nas ci da des do in te ri or evai a dos nas elei ções mu ni ci pa is senão no me a rem os pa ren tes dosve re a do res ou dos pre fei tos.Ado tar em pre go pú bli co co mo

meio de vi da é ap ti dão pa ra si tá riana vo ca ção de ser in de pen den te napes soa. A opor tu ni da de de cres ci -men to do ser hu ma no es tá é no po -ten ci al de com pe ti ti vi da de e cri a ti -vi da de de ca da um em to dos nós. Oser vi ço pú bli co li mi ta a pers pec ti vade ex pan são do ta len to em pre en -de dor ao em per ra men to da bu ro -cra cia, que su bor di na o su per do ta -do na obe di ên cia su bal ter na à in fe -rio ri da de de che fes nu lís si mos.Mui tos dos ti tu la res nos ga bi ne tesofi ci ais são egres sos de in su ces sosna ati vi da de par ti cu lar e, ao dei xa -rem os ór gã os es ta tais, dei xam tam -bém rom bos no Erá rio, tan tos porde son ra dez, al guns por in com pe -tên cia. O cor po ra ti vis mo é a Ltda dacor rup ção S/A da in ver são de va lo -res nos Três Po de res da Re pú bli ca.

OS FAL SÁ RIOSDA VER DA DEÀS COS TAS

EM MEN TI RASNA FREN TE DOSPO DE RO SOS

O Pa lá cio das Es me ral das pa re -ce não gos tar de mim. Ou, tal vez,as ca sas do po der é que não sesim pa ti zam com im pren sa li vre.Qua tro ami gos meus fi ca ramestremecidos co mi go co mo go -ver na do res. Três de les lo go apósa pos se. Um de va gar no man da -to. E, co in ci den te men te, to dosas sis ten ci a dos na as ses so ria di -re ta por jor na lis tas for ma dos emmi nha es ti ma no Cinco deMarço ou no Di á rio da Ma nhã.Pas sei ho ras amar go sas nos

go ver nos de Iris Re zen de e deIra puan Cos ta Jú ni or. Am bosper ce be ram a vin di ma trai ço ei -ra dos des pei ta dos e es tão re -con du zi dos à nos sa ami za de. OAl ci des Ro dri gues fugiu doapre ço a mim na me ta de do go -ver no e os anos vi rão tra zê-loaos di as em que iden ti fi ca rá àssu as cos tas os fal sá rios da ver -da de em men ti ras à sua fren te.O Mar co ni Pe ril lo tran cou-secom no vos ami gos no ter cei rogo ver no de por tas fe cha das aores pei to de vi do e sen ti rá fal taquan do vol tar ao po vo em 2014.To do po der é uma ilha on de

can tam se rei as. Em Go i ás, elasen can tam mais os he róis naCa sa Ver de que a mi to ló gi caCir ce en fei ti çou Ulis ses na Ilhade Ca pri, a ilha das se rei as emOdis seia, de Ho me ro.Iris, Ira pu an e Al ci des ou vi -

ram fan ta sias des ses bru xi nhosadu lo sos que Mar co ni es cu taaté que ele tam bém se des fa ça

da mi ra gem nas águas cris ta li -nas na tran spa rên cia en ve ne na -da de ar dis e dei xe de be bê-las.En tão, a ma gia trans mu ta os es -pec tros em an ji nhos ar re pen di -dos afun dan do-se na hi po cri siací ni ca em si nos ra fei ros fa re ja -do res de pri vi lé gios.Não faz meu gê ne ro fi car no

bar ran co olhan do-os nau fra ga -dos em su as im pres te zas pa ra ocon fi á vel. Fi co com dó e os re -co lho so li dá rio. E te ria mais dóse me atra i ço a rem de no vo. Por -que não gos ta ria de ser um de -les nes sa ho ra. Não mais es ta -rão na mi nha tris te za das de -cep ções e na mi nha re vol ta dastrai ções. São a mi nha in di fe ren -ça no de sen can to.

MAR CO NI EIRIS SÃO

OPOS TA MEN TEIGUA IS NO

AU TO RI TA RIS MOCON TRA AIM PREN SA

Iris Re zen de foi o go ver na dorper fei to no mo men to exa to e dojei to que Go i ás pre ci sa va de sercons tru í do no chão dos ser tões.Fez es tra das pa ra o pro gres so an -dar nas obras fí si cas cri a do ras depo los de de sen vol vi men to em to -do Es ta do. Eco no mi za va nos gas -tos das ver bas de pro pa gan da osre cur sos pa ra os cus tos das edi fi ca -ções ma te ri ais. Ado rava ver na im -pren sa fo tos de le gar ra do ao ser vi -ço no meio do po vo tra ba lhan donos mu ti rões, mas os jor na lis tas daSe com gos ta vam de es co lher osad je ti vos dos elo gi os nas ma té rias.

Irapuan Costa Júnior, ex-governador de Goiás Nion Albernaz, ex-prefeito de Goiânia

Iris Rezende Machado, ex-governador de Goiás Maguito Vilela, ex-governador de Goiás

GO I Â NIA, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 201312 OPI NI ÃO Di á rio da Ma nhã

CONTINUA

DAVID KARP/BLOOMBERG NEWS

Page 3: Batista Custódio - Retrato do Invisível

Mar co ni Pe ril lo ele geu-se go ver -na dor pre des ti na do no ci clo pre ci soe do mo do que Go i ás es pe ra va acons tru ção na ca be ça do po vo comas idei as da li ber da de. Fez a Bol saUni ver si tá ria le var le gi ões tra ba lha -do ras pa ra o co nhe ci men to pro fis si -o nal di plo ma do nas fa cul da des.Cor tou au men tos de sa lá rio dos ser -vi do res pú bli cos e cri ou o Vapt-Vupt,in ves tiu na cons tru ção do Crer e doCen tro Cul tu ral Os car Ni e meyer ena mo der ni za ção dos ór gãos de co -mu ni ca ção do go ver no. Ado ra verna im pren sa fo tos de le em ma té riasfo ca li zan do so le ni da des lo ta das depo vo, mas os jor na lis tas da Age comgos tam de cen su rar os ad je ti vos eaté os ver bos de no tí cias nas rá di os,te le vi sões, jor nais e re vis tas.Iris não ou via de jei to ne nhum

o con se lho dos as ses so res de im -pren sa de opi ni ão con trá ria aoau to ri ta ris mo de o go ver no nãoper mi tir o jor na lis mo in de pen -den te. Mas Iris, quan do e ex-go -ver na dor, re co nhe ce que er rou.Mar co ni ou ve mais a ori en ta -

ção dos as ses so res de im pren sade opi ni ão fa vo rá vel ao des po -tis mo de se man ter o jor na lis mode pen den te do go ver no. MasMar co ni, quan do for ex-go ver -na dor, re co nhe ce rá que er rou.Nun ca é tar de no tem po de a pes -

soa mu dar-se. Ao des co brir que asin ten ções de ou tros são ad ver sá ri asao ver da dei ro em seus pro pó si tos,es sa é a ho ra de afas tar-se de les.

MAR QUE TEI ROSEM A LUZ

DO PEN SA DORÉ UMA

VE LA APA GA DAE SEM O PA VIO

Não há co mo ser ne ga do, comho nes ti da de, que An tô nio Ra mosCai a do e Pe dro Lu do vi co Tei xei rafo ram o mar co de dois es ta dis tasque di vi di ram ao meio a li de ran çapo lí ti ca em Go i ás no seu tem po. Eé ser jus to afir mar que Iris Re zen -de Ma cha do e Mar co ni Pe ril lo Jú -ni or es tão os dois lí de res po lí ti cosque partem a po pu la ri da de elei to -ral no Es ta do em sua épo ca.To tó Cai a do man te ve-se con di -

zen te com as bra be zas que po vo a -ram os er mos go i a nos des de as ca -pi ta nias à Vila Boa até o ba tis moco mo Ci da de de Go i ás.Pe dro Lu do vi co veio no ge tu lis -

mo go ver nar Go i ás e trou xe a ca pi -tal pa ra Go i â nia que cons tru iu eas sen tou ne la o ti jo lo que vi ra riamui tos nos que o pre si den te Jus -ce li no Ku bitschek bus cou a ca pi taldo Rio de Ja nei ro pa ra Bra sí lia.Iris Re zen de plan tou nas ter ras in -

te rio ri za das em Go i ás a se men te do

pro gres so ma te ri al nas obras fí si casopor tu nas e in dis pen sá veis pa ra a ex -pan são pro du ti va do Es ta do.Mar co ni Pe ril lo bro tou da mo -

ci da de po lí ti ca da ge ra ção so -nhan do nas idei as por mais li -vros e alu nos nas es co las quebois e pe ões nas fa zen das, pa raGo i ás vir das ro ças pa ra as bi bli -o te cas e o Es ta do sa ir pa ra amo der ni da de mun di al.To da fa se na his tó ria de um po -

vo tem a eta pa na pro gres são dode sen vol vi men to na ci vi li za ção.Iris fez mais obras que pu bli ci da -

de por que em seus anos o tem poera de car du mes so bran do nos riose to dos sa bi am on de pes car pa ra opró prio sus ten to, ca da um le va vapa ra si pei xes e en chia su as pa ne las.Mar co ni faz mais pro pa gan da

que obras por que em seus di asas ce vas nos rios es tão de pre da -das e é fun da men tal cri ar nospes ca do res a men ta li da de de seusa rem as pis ci cul tu ras.Iris der ra pou na te o ria do mo -

der no, en ga nou-se na prá ti ca doatra so de uns co men do a far tu ra eou tros sen do co mi dos pe la fo me.Mar co ni acer tou na vi são de to -

dos te rem o mes mo di rei to à abas -tan ça de pei xes e equi vo cou-se nomé to do de que ca da qual não temo de ver de con tri bu ir tam bém pa raau men tar a pro du ção do pes ca do.Os pen sa do res cri am o pen sa -

men to no ver da dei ro nas re a li da -des e os mar que tei ros ge ram o ir -

re al na fic ção das fan ta si as. Osmar que tei ros iris tas iam aos ri cos,pes ca vam ca la dos e en chi am osem bor nais de pei xes. Os mar que -tei ros mar co nis tas não vão aosrios, dão uma che ga da às pis ci cul -tu ras, ti ram fo tos com mo le tes e ali nha com a pon ta den tro da água,fo to gra fam pei xes na dan do nas ra -su ras, as dos jar dins com gar çonsser vin do à von ta de os fre quen ta -do res, e vol tam com as sa co laschei as de fo tos e va zi as de pei xes.Os pen sa do res emi tem nas idei -

as ener gi as que mag ne ti zam aspes so as umas às ou tras na iden ti -da de da mes ma co mo ção nos sen -ti men tos. Os mar que tei ros são fri -e zas in tran si tá veis no acon che godas po pu la ções hu mil des, que sãoo ni nho das vi tó rias elei to ra is, e seatre vem a en si nar po pu la ri da des apo lí ti cos ca ris má ti cos. Mar que tei -ro sem a luz do pen sa dor é umave la apa ga da e sem pa vio.

QUAN DO ASAL MAS É QUEES TRA NHAMNAS PES SO AS

CONTINUA

José Luiz Bittencourt, presidente da Agecom João Bosco Bittencourt, assessoria de Imprensa da Governadoria

Paulo Bittencourt, diretor de Comunicação da Assembleia Legislativa

OPINIÃODi á rio da Ma nhã GO I Â NIA, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 2013 13

Page 4: Batista Custódio - Retrato do Invisível

GO I Â NIA, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 201314 OPI NI ÃO Di á rio da Ma nhã

As as ses so rias de im pren sa do go -ver no, equi pa das de edi to res, re da -to res, re pór te res do jor na lis mo bu -ro crá ti co e agru pa dos ao tec ni cis -mo de mar que tei ros que não dis -tin guem a di fe ren ça en tre pro mo -ver a ven da de ele tro do més ti cos e opres tí gio de pes so as, pa ra cons tru í -rem a po pu la ri da de do go ver no, es -tão é con se guin do des tru ir a ima -gem de Mar co ni Pe ril lo co mo lí derpo lí ti co nas re da ções dos ór gã os deco mu ni ca ção, no des con ten ta men -to das li de ran ças par ti dá ri as e naopi ni ão do elei to ra do nas ru as.Ver bas de pro pa gan da não fal -

tam, so bram. Mas a re per cus sãone ga ti va é de ori gem, vem de ci mae cen tra li za-se no tri un vi ra to deuma fa mí lia e cu jos ir mãos são in -te li gen tes, cul tos, com vas ta mi li -tân cia na im pren sa e fre quen tespas sa gens em di ver sos go ver nos.An te o nú me ro de gran des jor na lis -tas no Es ta do, o Jo sé Lu iz Bit ten -court co mo pre si den te da Age com,o Pau lo Bit ten court co mo di re tor deCo mu ni ca ção da As sem bleia Le gis -la ti va e o Jo ão Bos co Bit ten court co -mo As ses sor de Im pren sa da Go ver -na do ria soa ne po tis mo Bit ten court;as sim como exis tin do tan tos mé di -cos no tá veis em Go i ás, o Pau lo Ras -si co mo se cre tá rio da Sa ú de, o Nel -son Ras si co mo di re tor do HGG e oEli as Ras si co mo di re tor do HDTda ria o tom de oli gar quia Ras si.A trin ca de ir mãos con vi ve co mi -

go des de o pai Jo sé Lu iz Bit ten courte, por pre zá-los, se hou ves sem mecon sul ta do so bre a con vo ca ção pa -ra os res pec ti vos car gos, te ria acon -se lha do-os a re cu sa rem as no me a -ções. Não in di quei ne nhum de les.Ce di o Jo ão Bos co pa ra aju dar noco mi tê do Mar co ni Pe ril lo du ran teas elei ções e ele pre fe riu ir pa ra oga bi ne te do go ver na dor a vol tar pa -ra a Edi to ria Exe cu ti va, na re da çãodo Diário da Manhã.O Jo sé Lu iz Bit ten court e o Pau -

lo Bit ten court fo ram in di ca dospe los de pu ta dos es ta du ais Jar delSeb ba, en tão pre si den te da As -sem bleia e atu al pre fei to de Ca ta -lão, e Hél der Va lin, en tão lí der dogo ver no na AL e atu al pre si den teda As sem bleia Le gis la ti va.O pre si den te da Age com é de

per so na li da de me tá li ca no ma te ri -a lis mo res se ca do no ate ís mo, oque faz de le uma pes soa pe ri go sapa ra o pró prio es pí ri to. Gen te quenão acre di ta na vi da eter na de vo -ta-se ao uti li ta ris mo dos pro vei tosnes se mun do.Na úl ti ma vez que pe di uma au -

diên cia ao Mar co ni Pe ril lo, ao che -gar no Pa lá cio das Es me ral das, oJo sé Lu iz Bit ten court es ta va na an -tessa la do ga bi ne te do go ver na dor,acompanhado por dois se nho res euma se nho ra.O pre si den te da Age com per gun -

tou se eu acre di ta va em res su rrei -ção. Res pon di que sim. Ele dis seque não. Ques ti o nei-o co mo ex pli -ca va a res su rrei ção de Cris to. Umdos se nho res ar gu men tou:“Je sus es ta va só ma chu ca do na

cruz e pen sa ram que ele ti nhamor ri do. Os ami gos o le va ram etra ta ram de le até sa rar. De pois, Je -sus mu dou-se pa ra um lu gar lon gena Áfri ca e on de viveu iso la do ores to de sua vi da.”O go ver na dor veio e cha mou-me.

As úl ti mas men sa gens en vi a das pe -

lo Fá bio Nas ser dei xa ram-meapreensivo com o futuro político deMar co ni e fui ler uma de las pa ra ele.Mas ao ini ci ar a lei tu ra, no tei-o de -sin te res sa do; de sis ti ao per ce berque es tava sen do in cô mo do e so li -ci tei no vo en con tro. O go ver na dormos trou-se apres sa do, dis se que ti -nha de vi a jar pa ra um con ta to emSão Pau lo e no Rio de Ja nei ro e queao re tor nar me cha ma ria pa ra umacon ver sa de mo ra da. Vis lum brei emseu olhar àque las ho ras que alguémha via pos to al gu ma coi sa con tramim em seu sen ti men to.O Pau lo Bit ten court trans mi te ar -

ro gân cia que não é na po se em per -ti ga da, mas de um mal na co lu nacer vi cal que o em pe nou acor cun -da do pa ra trás e o ar fou no pei to.Mas a nos sa con vi vên cia é de rá pi -dos cum pri men tos cor dia is.O Jo ão Bos co Bit ten court é o mais

pro du ti vo co mo jor na lis ta da ir man -da de, mas é tam bém o mais fra co nofei tio do tem pe ra men to ce di ço à do -mi na ção da ar ro gân cia dos ma nos,em bo ra ele pos sua su pe ri o ri da de deta len to co mo jor na lis ta. Do eu-menas emo ções per dê-lo no hi no da li -ber da de pa ra os can tos das se rei asde tem po ra das nas ilhas pa ra di sí a -cas do po der. E de on de o Bos co jáes ca pou náu fra go tan tas ve zes.São os mis té ri os da vi da. Por

mais que al guém se ja dis si mu la do,não creio que ha ja pes soa tão fal sae ca paz ao mes mo tem po de de -mons trar tan ta sin ce ri da de noapre ço ao lon go de tan tos anos.To da au sên cia dei xa-me um va zioem sua au sên cia.Há os que sen tem-se bem cir -

cu lan do nos trân si tos do po der.Eu sin to-me me lhor an dan donos chã os do po vo. Quan do as al -mas é que se es tra nham nas pes -so as, o ma te ri a lis mo e o ro man -tis mo en tra ram no cor po a cor poao di nhei ro e ao so nho.Na que le dia em que es ti ve no Pa lá -

cio das Es me ral das, saí re fle xi vo so -bre aler tas que de ra ao Mar co ni deque nin guém po de fa lar em meu no -me. E des ci a Pra ça Cí vi ca me di ta ti voa res pei to de con fi dên cias que me fi -ze ram há anos os ex-go ver na do resIra pu an, Iris, Ma gui to e o ex-pre fei toNi on em seus de sa ba fos se gre da dossobre a me losida de desses al co vi tei -ros de che fes do poder. E pen sei co -mi go: coi ta do do Mar co ni. Ele te rá oseu dia ne les quan do for ex tam bém.

NÃOFI CA RÁÓDIOSO BREÓDIO

ENCOBERTONA TERRA

Não te nho me do de go ver no.Sem pre so bre vi vi aos tra pos das di -fi cul da des no jor na lis mo e à trin -chei ra da má qui na de es cre ver. Ores to es tá den tro da ca be ça. A se -nho ra Cé lia Câ ma ra dis se um dia

pa ra o Omar Sou to que se me to -mas sem tu do e me dei xas sem comum pe da ço de pa pel, eu fa ria umjor nal. E fa ço mes mo.Jor nal não é cons tru í do com a

for ça do di nhei ro ou fei to com pa -pel, tin ta e má qui nas. Jor nal é pro -du zi do com o so nho dos ide a lis tase tra ba lha do na vo ca ção dos cri a -do res de li ber da de. Re da ção de jor -nal é ofi ci na das idei as do ro man -tis mo e, quan to mais fi ca ri ca a em -pre sa edi to ra, tan to mais se em po -bre ce o jor na lis mo.Por ha ver me de fi ni do pe la can di -

da tu ra de Mar co ni Pe ril lo, ofe r tei-me ao mas sa cre fi nan cei ro nos doisúl ti mos anos do go ver no pas sa do.Por ter si do so li dá rio ao Mar co ni enão cúm pli ce do de nun cis mo, ex -pus-me, re sig na do, à as fi xia de re -cur sos nos dois pri mei ros anos doatu al go ver no. Os dois pri mei rosanos do Al ci des fo ram menos ruinspa ra o Diário da Manhãque os doispri mei ros anos de Mar co ni.Aguen tei ca la do o des gas te pú -

bli co de mi nha ima gem, em bo ranão con cor das se com a pis to la -gem im pressa dos age co nia nos.Não sou de dei xar ami go em su asho ras de so fri men to, e o Mar co niso fria além do su por tá vel, me nospe la fú ria re van chis ta dos ad ver sá -rios e mais pe lo fra gor bur ri fi ca dodos es cri bas pa la cia nos.Os jor na lis tas ofi ci ais amoi ta -

ram-se no pis to lei ro da im pren sapa ra ata ca rem ami gos meus nare sis tên cia da di ta du ra mi li tar,co mo Adib Eli as. Es cre vi vá riosedi to ri ais as si na dos em de fe sa dogo ver na dor Mar co ni Pe ril lo. Osda ca pan ga gem im pres sa es cre vi -am pa ra ou tros as si na rem. Os ir -mãos José Luiz Bit ten court, PauloBit ten court e João Bosco Bit ten -court não as si na ram um só ar ti gode fen den do o go ver na dor.Pe dro Lu do vi co pa gou in jus ta -

men te pe lo as sas si na to de Ha rol -do Gur gel co me ti do pe los ja gun -ços de seu au xi li ar Pe dro Aran tes.Mar co ni Pe ril lo cor re o mesmo ris -co. Poderá vir a ser responsabiliza-do pela tirania dos pis to lei ros bit-tencourtanos da imprensa.Fe chei o es pa ço no Diário da

Manhã des de o iní cio do mês dede zem bro pa ra os ar ti gos de en co -men da. Os três che fes da pis to la -gem su mi ram de mim a par tir deen tão. Jor na lis ta as sa la ri a do nogo ver no não tem mo ral pa ra es -cre ver con tra o Iris Re zen de, oPau lo Gar cia, o Van der lan Car do -so, o Ro nal do Cai a do, o Jú ni or doFri boi, o Maguito Vilela e outroscandidatáveis ao governo em2014. O brio re co men da que es -cre vam mos tran do as vir tu des dogo ver no e não os de fei tos dos opo -si cio nis tas. Nem os jor na lis tas en -ga ja dos a re mu ne ra ções da opo si -ção me re cem res pei to ao es cre vercon tra os go ver nis tas.Con ver sem com os jor na lis tas

no vos que es tou for man do noDiário da Manhã. Ou vi rão de lesque a mi nha ori en ta ção é pa ra nãoes cre verem ne nhum tex to que te -nham ver go nha de as si ná-lo; e ja -mais dei xem de es cre ver o queacre di tam, sob pe na de não es cre -ve rem, nun ca mais, matéria algu-ma pa ra ne nhum jor nal.Sai am de trás do to co. Ve nham

pa ra o aber to da co ra gem.

Es tou no lar go. O es pa ço es tá li -vre no Diário da Manhã pa ra ama ni fes ta ção das opi ni ões res pei -to sas de to das as li de ran ças dopo vo go i a no.Dei xem de ser maus, pis to lei -

ros da im pren sa dos co le tes dogo ver no.Te nham dó do go ver na dor. Mar -

co ni Pe ril lo não me re ce o ran corque es tão cri an do pa ra ele.Não fi ca rá ódio so bre ódio en co -

ber to na Ter ra. So fre rão a dor daspró pri as fe ri das que abri ram nosou tros. As atu ais mu dan ças es tãodes cen do do Céu. E o Céu os mar -cou. Sal vem-se en quan to há tem pode Deus vê-los re di mi dos vi vos.

MAR QUE TEI ROSNA VE GAMO GO VER NOSEM O NOR TE

DA IN TE LI GÊN CIA.SÃO BÚS SO LASSEM AZI MU TE

Mar co ni Pe ril lo é pes so al men teum ad mi ra dor da co mu ni ca ção.Es tá cer to. A na tu re za anun cia an -tes tu do que faz. Se vai cho ver, fazpro pa gan da. Tro ve ja pa ra os sur dosou vi rem. Re lam pe ja pa ra os ce gosen xer ga rem. Ven ta pa ra sa cu dir osce gos e os sur dos. Dis pa ra rai os pa -ra avi sar do pe ri go. En tão re lâm pa -gos, tro vões, rai os e ven ta ni as sãopu bli ci da de de chu va. Tro ve ja, re -lam pe ja, ven ta e não cho ve. Po diasim ples men te cho ver.A na tu re za faz até pro pa gan da en -

ga no sa de nu vem. O tem po fi ca nu -bla do e não cho ve. Já na na tu re zados pis to lei ros bit ten cour ta nos naim pren sa, os tem po ra is têm ape nasrai os pa ra os ad ver sá rios. Es tão cri -an do um mor ma ço no cli ma po lí ti -co que po de rá ar mar tem pes ta desavas sa la do ras pa ra o go ver na dor. Osrai os des cem em me nor nú me rodos céus que a quan ti da de dos rai osque so bem da ter ra, às ve zes dochão sob os pés das pes so as.O úni co pa ra-rai os ca paz de

pro te gê-los dos co ris cos, que sãoas pe dras-de-raio, se rá pas sa rem acons tru ir abri gos do bem. Ado tema lei da na tu re za. Co me cem a fa -zer o ba ru lho de di vul ga ção dasobras do go ver no co mo os rios fa -zem as po ro ro cas ao en tre ga remsu as águas ao mar.Sou co mo rios. Eles não pa ram

nas águas per di das de bai xo dosbar ran cos ca í dos nas cur vas. Eunão vol to às per das que se fo ramna vi da. O jor na lis mo mar que tei -ro es tan ca do na Age com pa re ceter per di do na in te li gên cia o nor -te nos ho ri zon tes da co mu ni ca -ção. E na ve ga o go ver no co mobús so la sem azi mu te.

BATISTACUSTÓDIO

Delta do Rio Nilo, encontro com o mar