boletim 02 do comite contra as punicoes na unicamp - abril de 2011

2
Ato de Lançamento do Comitê “Criminalização do Movimento Social e Universidade Pública” Quinta-feira, 07/04, às 12h no PB Ato-debate com STU, DCE, Adunicamp e convidados. Participe! Abril/11 - Boletim 02 - http://comiteunicamp.blogspot.com Reitoria processa trabalhadores e abre sindicância contra estudantes f Comitê contra as punições e a repressão Comitê unificado de trabalhadores, estudantes e docentes da Unicamp O reitor da Unicamp, o prof. Fernando Costa, mostrou mais uma vez que não quer dialogar com a comunidade universitária. Ano passado, quando era presidente do CRUESP, seu autoritarismo já tinha ficado claro: ele se negou a negociar com o Fórum das Seis as reivindicações dos estudantes, funcionários e professores. Sua resposta ao pedido de diálogo e à mobilização da comunidade foi clara: registro de faltas e desconto de salários dos trabalhadores que participaram greve. Ou seja, um ataque direto a um direito básico da democracia previsto na Constituição: o direito de greve e organização dos trabalhadores para defenderem suas reivindicações. Agora, a reitoria está processando nove trabalhadores por danos morais e materiais em virtude da greve de 2010. E ela não para por aí, esses trabalhadores também estão sendo chamados para depor na delegacia , pois a reitoria abriu um Boletim de Ocorrência tentando responsabilizá-los por danos ao patrimônio público e paralisação do trabalho seguida de violência ou de perturbação da ordem! Contra os estudantes: polícia e sindicâncias! E não é contra os trabalhadores que a reitoria usa a violência. Ela se negou a negociar a reivindicação dos estudantes de ampliação da moradia estudantil. Em vez do diálogo ela preferiu a calúnia e a violência policial. Primeiro distribuiu um boletim com mentiras absurdas que ligava os estudantes da moradia ao tráfico de drogas. Depois apelou para a repressão direta e usou a polícia militar contra os estudantes da ocupação do prédio da administração da moradia. Toda essa violência e autoritarismo para combater e intimidar um movimento legítimo: a luta para que estudantes de baixa renda possam estudar na universidade. E a violência continua: depois de chamar a polícia, ela iniciou a perseguição política direta e abriu sindicâncias contra cinco estudantes . Eles estão sendo intimados a comparecer na reitoria e responsabilizados por supostos danos ao patrimônio público - ainda que nada tenha sido danificado durante a ocupação. Contra as punições e a repressão: unificar as lutas Fernando Costa já deixou claro: todos que se colocarem contra seu projeto de destruição da universidade pública serão tratados com as armas do autoritarismo e da violência: calúnias, perseguição política, sindicâncias, processos judiciais e aparato policial. Por isso é fundamental que unifiquemos todas as lutas que travamos na universidade. A luta pela valorização do serviço público, a luta pela permanência estudantil e pela qualidade de ensino, a luta contra as punições aos trabalhadores e a repressão policial contra os estudantes. Não vamos mais aceitar o autoritarismo da reitoria e a perseguição política contra estudantes, trabalhadores e professores. -Pela retirada imediata de todos os processos e sindicâncias contra trabalhadores e estudantes! -Pela liberdade de manifestação: Fora a PM do campus da Universidade! -Por 3.300 vagas na moradia estudantil!

Upload: vamos-luta

Post on 27-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Boletim 02 do comite contra as punicoes na unicamp - Reitoria processa trabalhadores e abre sindicancia contra estudantes - Por 3.300 vagas na moradia estudantil - Trechos de notas, declaracoes e mocoes... - Os 13 do consulado

TRANSCRIPT

Page 1: Boletim 02 do comite contra as punicoes na unicamp - Abril de 2011

Ato de Lançamento do Comitê“Criminalização do Movimento Social e Universidade Pública”

Quinta-feira, 07/04, às 12h no PBAto-debate com STU, DCE, Adunicamp e convidados. Participe!

Abril/11 - Boletim 02 - http://comiteunicamp.blogspot.com

Reitoria processa trabalhadores e abre sindicância contra

estudantes

fComitê contra as punições e a repressãoComitê unificado de trabalhadores, estudantes e docentes da Unicamp

O reitor da Unicamp, o prof. Fernando Costa, mostrou mais uma vez que não quer dialogar com a comunidade universitária. Ano passado, quando era presidente do CRUESP, seu autoritarismo já tinha ficado claro: ele se negou a negociar com o Fórum das Seis as reivindicações dos estudantes, funcionários e professores.

Sua resposta ao pedido de diálogo e à mobilização da comunidade foi clara: registro de faltas e desconto de salários dos trabalhadores que participaram greve. Ou seja, um ataque direto a um direito básico da democracia previsto na Constituição: o direito de greve e organização dos trabalhadores para defenderem suas reivindicações.

Agora, a reitoria está processando nove trabalhadores por danos morais e materiais em virtude da greve de 2010. E ela não para por aí, esses trabalhadores também estão sendo chamados para depor na delegacia, pois a reitoria abriu um Boletim de Ocorrência tentando responsabilizá-los por danos ao patrimônio público e paralisação do trabalho seguida de violência ou de perturbação da ordem!

Contra os estudantes: polícia e sindicâncias!

E não é só contra os trabalhadores que a reitoria usa a violência. Ela se negou a negociar a reivindicação dos estudantes de ampliação da moradia estudantil.

Em vez do diálogo ela preferiu a calúnia e a violência policial. Primeiro distribuiu um boletim com mentiras absurdas que ligava os estudantes da moradia ao tráfico de drogas. Depois apelou para a repressão direta e usou a polícia militar contra os estudantes da ocupação do prédio da administração da moradia.

Toda essa violência e autoritarismo para combater e intimidar um movimento legítimo: a luta para que estudantes de baixa renda possam estudar na universidade.

E a violência continua: depois de chamar a polícia, ela iniciou a perseguição política direta e abriu sindicâncias contra cinco estudantes. Eles estão sendo intimados a comparecer na reitoria e responsabilizados por supostos danos ao patrimônio público - ainda que nada tenha sido danificado durante a ocupação.

Contra as punições e a repressão: unificar as lutas

Fernando Costa já deixou claro: todos que se colocarem contra

seu projeto de destruição da universidade pública serão tratados com as armas do autoritarismo e da violência: calúnias, perseguição política, sindicâncias, processos judiciais e aparato policial.

Por isso é fundamental que unifiquemos todas as lutas que travamos na universidade. A luta pela valorização do serviço público, a luta pela permanência estudantil e pela qualidade de ensino, a luta contra as punições aos trabalhadores e a repressão policial contra os estudantes.

Não vamos mais aceitar o autoritarismo da reitoria e a perseguição política contra estudantes, trabalhadores e professores.

-Pela retirada imediata de todos os processos e sindicâncias contra trabalhadores e estudantes!

-Pela liberdade de manifestação: Fora a PM do campus da Universidade!

-Por 3.300 vagas na moradia estudantil!

Page 2: Boletim 02 do comite contra as punicoes na unicamp - Abril de 2011

Por 3.300 vagas na moradia estudantil!

Não é apenas na Unicamp que os direitos democráticos mais básicos estão ameaçados.

Recentemente, durante a visita de Obama ao Rio de Janeiro, 13 militantes que participavam de um ato pacífico contra a presença do presidente do EUA foram arbitrariamente detidos.

No fim da manifestação, que ocorreu em frente ao consulado dos EUA, o ato foi atacado pela polícia. 13 militantes foram presos e levados a presídios – e só foram libertados após a saída de Obama do Brasil.

Assine o abaixo-assinado que pede o arquivamento dos processos instaurados contra eles: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8248

Os 13 do Consulado

Segue a lista dos trabalhadores que estão sendo processados:

Geraldo Witeze – ex-DGA;

Guilherme – DGA/Transportes;

Mário (Bigode) – AEL/IFCH;

Paulo Gouvea – CLE;

Renata Prates – FEA;

Rosana Aranha – CECI;

Tatiane Faria – CECI;

Toninho – CIS Guanabara;

Valdir Júnior – CCUEC.

Perseguidos Políticos

“...a Câmara Municipal de Campinas REPUDIA a ação da reitoria da Unicamp em tratar a mobilização dos trabalhadores como caso de polícia intimando futuras mobilizações e criminalizando os movimentos sociais...” - Câmara Municipal de Campinas

“...manifesta seu repúdio à invasão policial na moradia estudantil da Unicamp (...) Repudia, também, a falta de diálogo com os estudantes por parte da reitoria, no sentido de chegar a um acordo sobre as políticas de permanência estudantil...” - Fórum das Seis

“...repudiamos a ação judicial movida pela Reitoria contra funcionários que exerceram seu direito legítimo e legal de greve, assim como a entrada da Polícia Militar no campus e na Moradia Estudantil para reprimir as movimentações estudantis. Lutar não é crime!” - DCE – Unicamp

“...não podemos aceitar que nenhum trabalhador seja criminalizado pela sua participação em movimentos sejam eles para Campanha Salarial ou qualquer outro movimento que venha a ser por melhores condições de trabalho e por salários justos a toda categoria da universidade, vamos cobrar da reitoria da Unicamp o fim dos processos...” - STU

“... a entrada da polícia nas universidades ... é a demonstração mais gráfica do descalabro a que chega o governo do estado e a reitoria em sua gana de privatizar a universidade e submeter sua autonomia aos interesses dos empresários e da classe dominante...” - Sintusp

Trechos de notas, declarações e moções...

A administração da moradia foi ocupada durante mais de 20 dias para reivindicar o cumprimento de um acordo que a reitoria está descumprindo há mais de 20 anos.

Em 1987, depois de dois anos de luta, que incluiu a ocupação do CB, os estudantes do movimento TABA conseguiram um compromisso da reitoria: a construção da moradia estudantil – com vagas suficientes para 10% dos estudantes da Unicamp. Na época, esse número significava a construção de casas para 1.500 pessoas.

Mais de 20 anos depois o número de vagas na moradia não passa de 900. E, como a Unicamp cresceu muito desde então, a falta de vagas se tornou cada vez maior – hoje o número de vagas chega a apenas 3% do número de estudantes.

A situação se torna ainda mais grave porque o distrito de Barão Geraldo sofre com uma grande especulaçãlo imobiliária e aumento nos valor dos aluguéis passa de 10% ao ano.

Por isso o movimento reivindica o compromisso do acordo: o que significa a construção de vagas para 10% dos estudantes – hoje seriam 3.300 vagas.

Sindicâncias contra cinco estudantes!

Além de pressão psicológica e da perda de bolsas, os estudantes sindicados podem chegar até a serem jubiliados. Essa é uma estratégia da reitoria para personalizar e, assim, desmobilizar a luta pelas 3.300 vagas.

O que é crime?

Se os estudantes em cada casa têm todos os 4 moradores que comprovadamente pelo SAE precisam de vaga e, para além disso, como 5ª ou 6ª pessoa, recebem aqueles que foram pelo SAE “Deferidos” (Precisam) mas “Não Contemplados” (Não há vaga), eles são criminosos por abrigar quem precisa?

Subestimar a inteligência alheia e tentar apenas nos manipular em cima de dados obscuros e

distorcidos, para nos causar medo e a partir daí nos controlar, é no mínimo uma afronta a todos.

Isso é o que chamamos de criminalização, e que almeja, através do receio, do desconhecimento e às vezes do preconceito presentes entre muitos, causar a naturalização de ações intolerantes e totalitárias, como são as punições que vemos hoje numa comunidade que precisa sair da quietude.