calabar

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BUARQUE, Chico / GUERRA, Rui Calabar Drama histórico/2 Atos/8 personagens/6 masc. 2 fem./Atores e Atrizes/Brasil/Sec.XVII SINOPSE A peça se situa no período que vai de 1630 à 1654, o Brasil do Séc. XVII, vítima da colonização e invasão holandesa. O alvo dos holandeses é Pernambuco, onde está a produção dos engenhos e dos canaviais. As tropas holandesas desembarcam em 1630, mas não conseguem expandir seu domínio com muita facilidade: os portugueses resistem, sobretudo no Arraial do Bom Jesus, chefiados por Mathias de Albuquerque, auxiliado por um negro embranquecido, Henrique Dias, um índio cristianizado, Felipe Camarão, e por um guerrilheiro quase invencível, o brasileiro mestiço Calabar. No dia 20 de abril de 1632, quando a luta estava numa espécie de empate, Calabar muda de lado, e os holandeses começam a triunfar, ganhando território e expulsando os portugueses. No meio dessa batalha, os brasileiros podiam escolher um lado ou outro, sendo a traição uma atitude cotidiana. Defender Portugal ou Holanda significava trair o Brasil, e trocar de lado era um hábito constante. Embora Calabar seja apontado como traidor, todos os personagens em algum momento, traem: traem algo, alguém, uma idéia ou traem a si mesmos. A peça começa com Mathias enviando uma carta para Calabar pedindo que retorne às fileiras portuguesas, tendo em troca o perdão e seus bens devolvidos. Enquanto isso, Frei, um dos personagens, descreve o Brasil antes da chegada dos holandeses e fala sobre Calabar. Aparece um holandês que informa ao Frei sobre a tomada do Arraial do Bom Jesus e a derrota de Mathias de Albuquerque. O holandês informa que vai enviar dois destacamentos para dar cabo de Mathias em Porto Calvo. Souto, o soldado holandês, num ato de traição, conta os planos dos holandeses para o Frei que, por sua vez, informa à Mathias. Este, então, organiza um contra-ataque, aproveitando-se do fato de que os holandeses pensavam que os portugueses estavam em minoria (informados erroneamente por Souto). Mathias vence as tropas holandesas em Portugal e impõe que lhe seja entregue Calabar, o que é feito. Frei, Camarão, Dias, Mathias e

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Calabar, sinopse

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Page 1: CALABAR

BUARQUE, Chico / GUERRA, Rui

Calabar

Drama histórico/2 Atos/8 personagens/6 masc. 2 fem./Atores e Atrizes/Brasil/Sec.XVII

SINOPSE

A peça se situa no período que vai de 1630 à 1654, o Brasil do Séc. XVII, vítima da colonização e invasão holandesa.

O alvo dos holandeses é Pernambuco, onde está a produção dos engenhos e dos canaviais. As tropas holandesas desembarcam em 1630, mas não conseguem expandir seu domínio com muita facilidade: os portugueses resistem, sobretudo no Arraial do Bom Jesus, chefiados por Mathias de Albuquerque, auxiliado por um negro embranquecido, Henrique Dias, um índio cristianizado, Felipe Camarão, e por um guerrilheiro quase invencível, o brasileiro mestiço Calabar. No dia 20 de abril de 1632, quando a luta estava numa espécie de empate, Calabar muda de lado, e os holandeses começam a triunfar, ganhando território e expulsando os portugueses.

No meio dessa batalha, os brasileiros podiam escolher um lado ou outro, sendo a traição uma atitude cotidiana. Defender Portugal ou Holanda significava trair o Brasil, e trocar de lado era um hábito constante. Embora Calabar seja apontado como traidor, todos os personagens em algum momento, traem: traem algo, alguém, uma idéia ou traem a si mesmos.

A peça começa com Mathias enviando uma carta para Calabar pedindo que retorne às fileiras portuguesas, tendo em troca o perdão e seus bens devolvidos. Enquanto isso, Frei, um dos personagens, descreve o Brasil antes da chegada dos holandeses e fala sobre Calabar.

Aparece um holandês que informa ao Frei sobre a tomada do Arraial do Bom Jesus e a derrota de Mathias de Albuquerque. O holandês informa que vai enviar dois destacamentos para dar cabo de Mathias em Porto Calvo. Souto, o soldado holandês, num ato de traição, conta os planos dos holandeses para o Frei que, por sua vez, informa à Mathias. Este, então, organiza um contra-ataque, aproveitando-se do fato de que os holandeses pensavam que os portugueses estavam em minoria (informados erroneamente por Souto).

Mathias vence as tropas holandesas em Portugal e impõe que lhe seja entregue Calabar, o que é feito. Frei, Camarão, Dias, Mathias e Souto comemoram. Mathias manda enforcar Calabar e, antes de partir do Brasil (será preso em Portugal, responsabilizado pela entrega de Pernambuco aos holandeses), confessa ao Frei ter pensado por vezes mais no Brasil do que em Portugal. Calabar é executado, e após a execução são apresentados os “grandes heróis da pátria”: Henrique Dias, Felipe Camarão e Sebastião Souto, que são reconhecidos por Bárbara (viúva de Calabar), por terem lutado antes ao lado de Calabar. Ela os acusa de tê-lo traído e pergunta

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as razões de cada um para lutar no exército português, ao que respondem de forma incerta.

O segundo ato se inicia com a chegada de Maurício de Nassau, que decide tomar a Bahia dos portugueses. Bárbara e Souto se encontram em Recife, ele tem sua cabeça a prêmio e ela agora é prostituta. Souto fala da vitória dos portugueses na Bahia e pede para Bárbara ficar com ele, ao que ela recusa, dizendo que Souto nunca será como Calabar.

Frei e Maurício de Nassau comemoram a independência de Portugal da Espanha. Seu consultor avisa que sua administração não é vista com bons olhos pela metrópole. Souto é morto por soldados holandeses ao tentar se refugiar na casa de Bárbara. Bárbara encontra o Frei e pergunta como ele consegue mudar de lado tão facilmente. Nassau é deposto pela Companhia das Índias Ocidentais e obrigado a retornar a Holanda.

Bárbara se dirige à platéia dizendo que não há epílogo, e o que importa é o resto, e o resto somos nós.