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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros CARVALHO, IMM., and PEREIRA, GC., orgs. Como anda Salvador e sua região metropolitana [online]. 2nd. ed. rev. and enl. Salvador: EDUFBA, 2008. 228 p. ISBN 85-232-0393-1. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org >. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. Metropolização e turismo no litoral norte de Salvador: de um deserto a um território de enclaves? Sylvio Bandeira de Mello e Silva Barbara-Christine Nentwig Silva Silvana Sá de Carvalho

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    CARVALHO, IMM., and PEREIRA, GC., orgs. Como anda Salvador e sua regio metropolitana [online]. 2nd. ed. rev. and enl. Salvador: EDUFBA, 2008. 228 p. ISBN 85-232-0393-1. Available from SciELO Books .

    All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported.

    Todo o contedo deste captulo, exceto quando houver ressalva, publicado sob a licena Creative Commons Atribuio - Uso No Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 No adaptada.

    Todo el contenido de este captulo, excepto donde se indique lo contrario, est bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.

    Metropolizao e turismo no litoral norte de Salvador: de um deserto a um territrio de enclaves?

    Sylvio Bandeira de Mello e Silva Barbara-Christine Nentwig Silva

    Silvana S de Carvalho

  • MMMMMEEEEETROPOLIZAO E TURTROPOLIZAO E TURTROPOLIZAO E TURTROPOLIZAO E TURTROPOLIZAO E TURIIIIISMO NOSMO NOSMO NOSMO NOSMO NOLITLITLITLITLITORORORORORAL NORAL NORAL NORAL NORAL NORTE DE SALTE DE SALTE DE SALTE DE SALTE DE SALVVVVVADOR: DE UMADOR: DE UMADOR: DE UMADOR: DE UMADOR: DE UM

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    Sylvio Bandeira de Mello e Silva*

    Barbara-Christine Nentwig Silva**

    Silvana S de Carvalho***

    O propsito deste trabalho o de analisar as transformaes recentes eem curso no litoral ao Norte de Salvador, destacadamente provocadas pela rpidaexpanso das atividades de turismo, recreao e lazer, discutindo suascaractersticas, seus problemas e suas perspectivas no contexto metropolitano.Assim, duas questes bastante integradas emergem de forma prioritria: a questometropolitana e a questo do turismo.

    METROPOLIZAO E TURISMO: METROPOLIZAO E TURISMO: METROPOLIZAO E TURISMO: METROPOLIZAO E TURISMO: METROPOLIZAO E TURISMO: questes geraisquestes geraisquestes geraisquestes geraisquestes gerais

    A metropolizao, em seus diversos nveis, inclusive com a formao demegalpoles mundiais, um fenmeno de grande expresso em nossos dias jque promove, sob a forma de redes, a complexa articulao inter-setorial de questeseconmicas, sociais, polticas e culturais em uma perspectiva inter-escalar, dolocal ao global. As regies metropolitanas podem ser definidas como extensas reas

    * Professor do Programa de Ps-graduao em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social/UCSALe do Mestrado em Geografia/UFBA.Pesquisador CNPq.

    **Professora do Programa de Ps-graduao em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social/UCSALe do Mestrado em Geografia/UFBA.Pesquisadora/CNPq.

    *** Dra. em Geografia, Bolsista de Ps-Doutorado/FAPESB/ Programa de Ps-graduao em PlanejamentoTerritorial e Desenvolvimento Social/UCSAL.

    Os autores agradecem a colaborao de Maina Piraj Silva, Bolsista de Iniciao Cientfica/CNPq.

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    urbanas, comandadas normalmente por uma grande cidade, que apresentam fortediversidade e interdependncia funcional e altas densidades demogrficas eeconmicas. Tal fenmeno scio-espacial ganhou ainda maior impulso, nas ltimasdcadas, com o processo de globalizao, ou seja, com o acelerado incrementodas relaes econmicas, sociais, polticas e culturais, inclusive intensamentemantidas em tempo real. A metropolizao expressa o fato de que as foras deconcentrao espacial so muito poderosas, tanto nos principais centros daeconomia mundial, como, bem mais recentemente e rapidamente, nos pases menosdesenvolvidos. Nestes ltimos, a metropolizao, em termos gerais, tem sido umadecorrncia da combinao da crescente intensidade dos processos de expulsodo campo e de pequenos e at, eventualmente, de mdios centros com o crescimentodas foras econmicas de atrao metropolitana no contexto nacional einternacional. Estes mecanismos so ligados, em resumo, ao papel das economiasexternas de aglomerao com suas abrangentes repercusses e desdobramentos,ou seja, aos ganhos resultantes da reduo dos custos de produo, distribuio ede transao decorrentes da concentrao produtiva e de consumo.

    A pergunta que se coloca a de saber se h tambm foras contrrias exagerada concentrao metropolitana. Trs aspectos merecem ser mencionados:a) o crescimento das economias externas de aglomerao tende a gerardeseconomias externas no sentido de que a exagerada concentrao eleva oscustos gerais de produo, distribuio e transao forando um deslocamentodas atividades para outras reas fora da metrpole, prximas ou at mais distantes,neste ltimo caso, sobretudo quando incidem incentivos, especialmente fiscais,resultantes de polticas pblicas; b) introduo e rpida difuso das novas tecnologiasde informao nos sistemas produtivos, de transporte e de comunicao, ampliandoos ndices de produtividade e tornando as atividades menos dependentes dos fatoresde concentrao (crescimento das atividades footloose (ps soltos, livres para iraonde se quer), ou seja, sem depender dos recursos locais, podendo, porconseguinte, decidir sua localizao com maior liberdade de escolha; c) expansodas atividades de turismo, recreao e lazer, que mais interessam a esta anlise.

    Com relao a este ltimo aspecto, h duas grandes questes queprecisam ser destacadas para sua compreenso.

    A primeira delas diz respeito, com base em Christaller (1963), ao fato deque o turismo tende a valorizar reas perifricas, ou seja, reas distantes das grandesaglomeraes (metrpoles) e bastante atraentes quanto s condies naturais eculturais. Assim, Christaller, no mesmo trabalho, mostra um processo seqencial daproduo-reproduo de periferias tursticas (no sentido de reas distantes dosgrandes centros), o que aproxima sua contribuio da proposta do modelo do ciclodo produto em turismo (Butler, 1980). Inicialmente, uma rea descoberta porpintores, poetas, cineastas, gourmets, restaurateurs, hoteleiros, etc., e transforma-se num lugar da moda. Com o tempo essa rea cresce e se consolida e, a partirda, passa a ocorrer o deslocamento para novas e remotas periferias, repetindo-se

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    os mecanismos de crescimento e assim sucessivamente (Silva, 1996a, p.13). Destaforma, a expanso contnua:

    Mais e mais novas regies so abertas para o turismo [...] graas aos avies e nossa prosperidade,

    destinaes na frica, no Oeste e Sul da sia e no Mar do Caribe so competitivas para os pases da

    Europa ( preciso apenas olhar para os anncios de viagem em nossos jornais metropolitanos)

    (Christaller, 1963, p.104-105).

    Nesta perspectiva, a escala das novas periferias , portanto, global.Mas, a segunda questo a de que o turismo tambm impacta nas

    grandes aglomeraes e em suas periferias imediatas, em uma dinmica integradas questes anteriormente colocadas, como fica implcito na contribuio deChristaller. Por exemplo, as grandes metrpoles com importantes centros histricose outras atraes culturais atrairiam muitos turistas bem como suas reas prximase acessveis com considervel beleza natural e/ou cultural, espraiando os processosde urbanizao, como ocorre em Salvador e em parte expressiva de sua periferia,especialmente no litoral Norte.

    Por outro lado, o exemplo de Porto Seguro, no distante Extremo Sul baiano, uma expresso do exemplo de crescimento perifrico no turismo superando ametrpole. Com efeito, segundo dados da BAHIATURSA, em novembro de 2006,Porto Seguro tinha 43.460 leitos de hotel e Salvador, em maio do mesmo ano, 33.166leitos de hotel, o que estabelece uma superioridade de 31% para Porto Seguro.

    Assim, coexistem integradamente duas tendncias espaciais na dinmicarecente do turismo mundial, uma rumo periferia (distante) (Drang zur Peripherie,bastante enfatizada por Christaller) e uma direo rumo ao centro e em sua periferiaimediata (Drang zum Centrum).

    O exemplo de Salvador e de sua periferia norte instignante, comoveremos a seguir.

    SALSALSALSALSALVVVVVADOR E O LITADOR E O LITADOR E O LITADOR E O LITADOR E O LITORORORORORAL NORAL NORAL NORAL NORAL NORTE: TE: TE: TE: TE: evoluo recenteevoluo recenteevoluo recenteevoluo recenteevoluo recente

    Em 1959, o gegrafo Milton Santos, ento no incio de sua brilhantecarreira, publicou um trabalho na Revista Brasileira dos Municpios com o sugestivottulo Salvador e o deserto (Santos, 1959). Nele o autor destaca, aps uma srie deviagens de observao, a extrema rarefao do povoamento, a quase completaausncia de vida humana, derredor de uma cidade que beira os 600 mil habitantes(p. 127). Em vrias passagens, Santos se refere a este fato com exemplos do quepercebeu no litoral do que hoje Lauro de Freitas e no litoral de Camaari,ressaltando, inclusive, a ausncia de um cinturo verde (p. 127). Assim, Salvadorteria em seu entorno, na dcada de 50 do sculo passado, um deserto humano.Evidentemente, existiam pequenos e antigos contingentes de populaes rurais

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    dispersas ou de populaes aglomeradas em antigos ncleos de difcil acesso,formados por pescadores e pequenos produtores rurais, como, por exemplo,Abrantes, Arembepe, Monte Gordo e Praia do Forte.

    Um outro tipo de deserto iria preocupar o referido mestre e outros autoresna poca citada: o da histrica, enorme e persistente primazia de Salvador comrelao ao sistema urbano do Estado o que justificaria a proposta de uma novaCapital para a Bahia, na regio central do Estado, como o fez pioneiramente A. M. deOliveira, em 1951, tambm na Revista Brasileira dos Municpios (Oliveira, 1951),propondo Seabra, na rea central do estado, como nova capital, e o prprio M.Santos, em 1958, na mesma Revista (Santos, 1958). A inspirao para o uso dotermo deserto, na perspectiva urbano-regional, veio do gegrafo Jean-FranoisGravier que, em 1947, escreveu um livro de grande repercusso, Paris et le dsertfranais. Este livro inspirou a montagem de slidas estratgias de planejamentoterritorial na Frana visando reduzir a primazia de Paris. Recentemente, o professorMarcus Alban retoma este tema na Bahia (Alban, 2005), discutido por Silva e Silva(2006). Portanto, persiste entre ns o desafio de montar estratgias de planejamentourbano-regional que possam melhor equilibrar o sistema urbano e promover odesenvolvimento regional.

    Os dois desertos acima mencionados o deserto demogrfico e a ausnciade cidades mdias esto historicamente relacionados, na medida em que Salvadorpodia drenar diretamente recursos de reas cada vez mais distantes, dispensando opapel de cidades intermedirias, e de reas produtivas vizinhas, mas vamos priorizaraqui a discusso sobre o que vem acontecendo no litoral Norte da Bahia em funo dagrande relevncia de suas rpidas transformaes no contexto metropolitano.

    Antes porm, preciso mencionar a contribuio de um outro gegrafo,o professor Pierre Monbeig (1965) na caracterizao da rea em meados da dcadade 60 do sculo passado. Monbeig afirma que a influncia de Salvador s se faziasentir at o rio Joanes.

    A situao muda, radicalmente, alm do rio Joanes e, mais ainda, alm de Abrantes. A uma distnciaquilometricamente fraca de Salvador, toda a influncia de Salvador termina e, verdadeiramente, tem-seuma zona cujos habitantes participam muito pouco dos circuitos econmicos gerais. [...] O estado doscaminhos (a palavra estrada parece enganadora) incompatvel com o surto de uma economia agrcolacuja prosperidade seria associada venda, na Cidade, dos produtos do solo (Monbeig, 1965, p.23).

    Um pouco antes, a sociloga Maria Brando (1959) j havia analisado odistrito de Abrantes/municpio de Camaari na perspectiva da economia desubsistncia, estudo mais tarde ampliado na sua pesquisa sobre relaes agrriasem Camaari (Brando, 1975). S em 1956 foi construda a ponte sobre o rio Joaneso que permitiu a ligao rodoviria at Abrantes (Brando, 1959, p. 249).

    Se os professores Milton Santos e Pierre Monbeig fossem vivos hoje,certamente ficariam espantados com as transformaes recentes ocorridas no litoralNorte da Bahia. Em nossos dias, h praticamente um continuum axial urbano entre

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    Salvador e Itacimirim, evidentemente com densidades diferenciadas, as mais altaslocalizando-se mais perto de Salvador. Entretanto, a forte expanso da ocupaohumana continua aps Itacimirim, agora de forma pontual, mas com tendncia auma futura integrao linear. Isto perfeitamente perceptvel para quem viaja pelaEstrada de Coco, pela Linha Verde e por avio at Aracaju, inclusive noite quando possvel ver a extenso da mancha iluminada de forma contnua, ataproximadamente a metade da viagem, e pontos iluminados, isolados, mas prximosentre si, na segunda metade do percurso.

    O Mapa 1 exibe, com base em dados dos setores censitrios, em 2000,a densidade demogrfica da Regio Metropolitana de Salvador, com delimitao

    Mapa 1 Densidade demogrfica - Regio Metropolitana de Salvador e Litoral Norte - 2000

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    em vigor at dezembro de 2007, e do litoral Norte, confirmando ainda o peso dostestemunhos histricos de Milton Santos e Pierre Monbeig e as observaes maisrecentes acima relatadas. No litoral Norte foram tomados s os municpios litorneos,o que excluiu Cardeal da Silva na rea centro Norte. Na elaborao do mapa foiutilizada a malha rural dos setores censitrios onde os setores dos ncleos urbanosforam agregados. Assim, o litoral de Lauro de Freitas e de Camaari apresentadensidades elevadas, caindo em Mata de So Joo, com densidades mais altas nointerior do municpio do que no litoral. Por falta de dados por setores censitrios,ainda no possvel fazer o mesmo mapa com base na contagem da populao de2007, o que certamente revelaria importantes transformaes.

    MMMMMEEEEETROPOLIZAO TURSTROPOLIZAO TURSTROPOLIZAO TURSTROPOLIZAO TURSTROPOLIZAO TURSTICTICTICTICTICA NO LITA NO LITA NO LITA NO LITA NO LITORORORORORAL NORAL NORAL NORAL NORAL NORTE DETE DETE DETE DETE DESALSALSALSALSALVVVVVADORADORADORADORADOR

    As causas da forte expanso da metropolizao ao norte de Salvador,desde meados da dcada de 70 do sculo passado, so destacadamente: orompimento do isolamento do acesso por via rodoviria, com a construo da Estradado Coco, em 1975, e da Linha Verde, em 1993 (Mapa 2), o potencial de uso doterritrio para turismo, recreao e lazer (incluindo residncias secundrias) e, deforma integrada, o rpido crescimento de Salvador e de sua Regio Metropolitana.Salvador cresce de 1.502.013 habitantes em 1980 para 2.892.625 habitantes em2007 (93%) e sua regio metropolitana de 1.766.724 para 3.599.538 habitantes(104%) no mesmo perodo.

    Por conseguinte, a urbanizao neste eixo Norte, provocada pelo rpidocrescimento das atividades de turismo, recreao e lazer, incluindo a opo pelasegunda residncia, foi e intensa. Um novo tipo de cidade est sendo a construdo:uma extensa cidade linear, resultado de um forte papel empreendedor do Estado,sobretudo ligada ao consumo, bastante dependente da metrpole, sem um centro,extremamente segregada, com srios problemas ambientais e de relacionamentocom as populaes tradicionais, remanescentes dos perodos anteriores. So aindaespaos com graves problemas de acessibilidade interna e externa e espaosdesprovidos de mecanismos institucionais de gesto compatveis com as mudanasem curso, apesar de sua expanso ser formatada pelo setor pblico. Por outro lado,esta expanso, com melhor acessibilidade a Salvador, causou progressivamenteuma crise na ilha de Itaparica, tradicionalmente o principal lugar da segundaresidncia dos moradores de Salvador, mas dependente do problemtico sistemade ferry boat.

    Vrias das caractersticas acima apontadas aproximam-se bastante doque define o socilogo australiano Patrick Mullins (1991) como urbanizao turstica,que seria: (i) espacialmente diferente porque socialmente diferente, (ii)simbolicamente distintiva, com smbolos urbanos agindo como atrativos para turistas,

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    Mapa 2 Sistema virio - Regio Metropolitana de Salvador e Litoral Norte - 2007

    (iii) distinguida pelo rpido crescimento da populao e da fora de trabalho, (iv)diferenciada por um sistema flexvel de produo porque parte do ps-fordismo,(v) caracterizada por uma forma espacial de interveno do Estado a qual empreendedora no estilo como o a cidade ps-moderna, (vi) distinguida por umconsumo do prazer, costumeiro e de massa, e (vii) diferenciada por uma populaoresidente que socialmente diferente, porque esta urbanizao socialmente diferente.

    De certa forma, estas caractersticas do litoral Norte da Bahia, aproximam-se das reas de urbanizao dispersa definidas pelo arquiteto Nestor Goulart Reis(2006), com a grande diferena de sua especificidade ser ligada ao turismo,recreao e lazer, bastante dependente de uma metrpole, Salvador.

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    Viajando pela rea e buscando informaes sobre a dinmica atual esuas perspectivas, fica uma enorme preocupao com o futuro do litoral Norte: elecorre o srio risco de se tornar um eixo urbanizado desprovido do que lgico naexistncia de uma cidade, como diria o gegrafo Paul Claval (1981), ou seja,desprovido da capacidade de promover a interao scio-territorial. A rea, cortadapor uma problemtica rodovia pedagiada (desde 2001) e em fase de duplicao,sintomaticamente, at Itacimirim (e planejada at Praia do Forte), que divideaxialmente o litoral e o interior, est sendo ocupada prioritariamente por mdios egrandes condomnios residenciais fechados e por enormes resorts de padrointernacional, com reas residenciais, que tambm impedem, no conjunto, aconstruo de uma idia de cidade. Muitas residncias esto sendo vendidas parabrasileiros de outros estados e para europeus e americanos. Est se produzindo aum territrio de enclaves, ou de guetos de luxo, devoradores de paisagens naturaise culturais (Landschaftsfresser), como diria o socilogo suo Jost Krippendorf aose referir aos resorts internacionais. So territrios auto-segregados que passam ater predominncia na rea. Estes crescem sem parar como freqentemente relataa imprensa. Segundo informaes da Secretaria de Turismo, divulgadas na GazetaMercantil (08/01/2007, p. C5) h cinco novos projetos em andamento de hotis-resorts e de condomnios residenciais de empresas da Espanha (Trusan, Riu, Playa,GrupAce e Sol Meli). Um deles ser na praia de Baixio, a 120 km de Salvador, ondeo grupo adquiriu uma extensa faixa litornea de 13 km. H perspectivas de mais 10resorts nesta rea. Empresrios belgas j implantaram em Subama um hotel e umcondomnio residencial e empresrios suecos e japoneses tambm estointeressados em investir no litoral Norte.

    Recentemente, o mesmo jornal Gazeta Mercantil escreve:

    No primeiro semestre ser iniciada a construo do Complexo Turstico Guarajuba-Bahia, no Distritode Camaari, a 42 km de Salvador. A primeira etapa do empreendimento deve receber US$ 120milhes para a construo de um hotel com cerca de 300 apartamentos. O projeto, no entanto, maisaudacioso. Sero quatro hotis e mil quartos, um condomnio com 1,5 mil casas e um centro deconvenes para 1,5 mil pessoas. O projeto total na rea de cinco milhes de m2, adquirida no final de2007 na Estrada de Coco, vai demandar recursos de US$ 600 milhes (Oliveira, 23/01/2008, p.C6)

    Com o sugestivo ttulo Gringos avanam no litoral, assim descreve A Tarde:No litoral norte, mais precisamente em Baixios (Esplanada), o Grupo Arc, ou Grupace, espanhol,comprou rea que d 14 quilmetros de praia. Um pouco mais pra cima, em Jandara, o Invisa, tambmespanhol, levou 4,5 quilmetros. Mais perto de Salvador, na valorizada Guarajuba (Camaari), o Melipegou dois quilmetros. Sem contar os brasileiros, como Daniel Dantas, que resolveram comprarparasos litorneos baianos (Vasconcelos, 24/03/2008, p.2).

    O mesmo texto relata a compra de terras pelo rei e rainha da Sucia emNilo Peanha, ao Sul de Salvador.

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    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

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    Entende-se por metropolizao turstica o processo de expanso da regiometropolitana preponderantemente centrada nas atividades de turismo, recreaoe lazer, resultando em intensos mecanismos de interao entre a metrpole e anova rea.

    No caso de Salvador, a insero desse eixo metropolitano turstico se dcomplementando o importante processo de metropolizao provocado pelo setor industrial.

    Com efeito, nos anos 50 do sculo passado, o tradicional papelmetropolitano de Salvador, centrado no comrcio, no setor poltico-administrativo eem outros servios, exerce-se com certa intensidade sobre o quase adormecidoRecncavo canavieiro, fumageiro, mandioqueiro e da pecuria, e, com menosintensidade, sobre o restante do Estado (Costa Pinto, 1958; Barickman, 2003). Mas, osgermes das grandes transformaes que iriam atuar j estavam sendo implantados: aRefinaria de Mataripe, em So Francisco do Conde e a explorao do petrleo noRecncavo central e norte (Azevedo, 1998). Em 1963, ocorre a integrao rodoviriada Bahia com o Sudeste e o Nordeste com o asfaltamento da BR-116, expressando aunificao do mercado nacional, rompendo, portanto, sua caracterstica de isolamentodentro do cenrio, proposto por Francisco de Oliveira, de arquiplago regional (Oliveira,1977 e 1990), retomado por Santos e Silveira (2001).

    Assim, ao histrico e, sobretudo, agrrio e mercantil Recncavo junta-seprogressivamente o do petrleo e, mais tarde, o da moderna indstria, com o CentroIndustrial de Aratu (criado em 1965) e o Plo Petroqumico de Camaari (criado em1972). este dinamismo que vai justificar a incluso de Salvador na lei que criou asregies metropolitanas, no Brasil, em 1973. No incio deste sculo XXI, cresce e sediversifica o setor industrial em Camaari com o Complexo Industrial da Ford, comindstrias de pneus e com novas indstrias qumicas. sintomtico registrar arpida reduo dos estudos e projetos sobre o Recncavo e a emergncia detrabalhos sobre a Regio Metropolitana de Salvador, no incio dos anos 70 do sculopassado. E isto claramente expressivo na sigla CONDER, rgo criado pelo Estadoda Bahia. Inicialmente, foi implantado como Conselho de Desenvolvimento doRecncavo (1967) e, em 1973, passa a ser Companhia de Desenvolvimento daRegio Metropolitana de Salvador (Brando, 1998a), e, desde 1998, Companhia deDesenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, mantendo-se a mesma sigla.

    A dimenso espacial diminuda: do velho, agrrio e amplo Recncavo(de difcil delimitao, por sinal) ao novo denso e reduzido espao metropolitano,definido administrativamente e assentado fundamentalmente sobre a indstria,portanto, associado ao padro urbano-industrial.

    Com a implantao da Estrada do Coco (BA-099) primeiro at Itacimirim,em 1975, e depois at Praia do Forte, em 1980, comea um novo e vigoroso processo,o da expanso litornea ao Norte de Salvador que prosseguiu at a divisa com

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    Sergipe com a construo do prolongamento chamado de Linha Verde, em 1993.Desta forma, a expanso metropolitana ao Norte de Salvador pode ser analisada noseu impacto sobre os fluxos entre a metrpole e o novo vetor de crescimento, comofica destacado no Grfico 1 que apresenta a mdia de veculos que passam por diano pedgio instalado no km 14 (o quilmetro zero fica na divisa entre Salvador eLauro de Freitas) da rodovia BA-099/Estrada do Coco. H uma variao entre osmeses de frias (dezembro, janeiro e fevereiro), com destaque para janeiro, comrelao aos outros meses, mas, surpreendentemente, isto no acontece em julho.A mdia diria de veculos sempre maior nos dias de sbado e domingo o que um relevante indicador do papel metropolitano de Salvador atravs da segundaresidncia e do turismo em hotelaria nos fins de semana, estimulado, em vriosperodos do ano, por tarifas reduzidas para baianos e sergipanos, inclusive paraprogramas de uso dirio (day use). Alm deste aspecto, a metropolizao tursticaao Norte de Salvador uma decorrncia do papel do seu Aeroporto Internacional (o5 do pas em movimento de passageiros), dos servios metropolitanos,particularmente relacionados com logstica, dos recursos humanos e do prprioproduto turstico da capital que sempre integrado ao do novo eixo de expanso.Parte expressiva da fora de trabalho empregada nos hotis e resorts do litoral Nortereside em Salvador, particularmente a de mais alta qualificao profissional. A rpidaexpanso das segundas residncias, construdas por moradores de Salvador nesseeixo insere-se neste processo. a metropolizao turstica que acontece, comovimos pari passu com as mudanas institucionais ocorridas na CONDER, ou seja,sem a presena de processos institucionais de planejamento e gesto regionaljustamente no perodo em que mais se justifica, do ponto de vista geogrfico-econmico e scio-poltico, a existncia da Regio Metropolitana de Salvador. Esta,por sinal, foi recentemente ampliada, com a integrao dos municpios de SoSebastio do Pass e Mata de So Joo (Lei Complementar n 30 de 03/01/2008,sem apontar para estudos bsicos), mas at agora (abril/2008) no ocorrerammudanas institucionais importantes. Neste trabalho, ainda tomada a divisoanterior, entretanto preciso destacar que a incorporao de Mata de So Joo Regio Metropolitana de Salvador certamente deve-se ao papel do turismo no seulitoral e de So Sebastio do Pass ao setor industrial e outros servios,especialmente relacionados com a explorao do petrleo no Recncavo.

    Em 2007, a Concessionria Litoral Norte, que administra a rodovia, estimaque houve uma reduo de 37% causada por medidas que provocaram desvios dolocal de cobrana do pedgio, tomadas pela Prefeitura Municipal de Camaari. Aempresa avalia tambm que, sem o efeito da rota de fuga, o trfego em 52% nosentido Norte e 48% no sentido Salvador, demonstrando que esta via bastanteutilizada para quem se destina a Sergipe e outros estados do Nordeste.

    Inicialmente, na anlise das questes atuais da metropolizao tursticaao Norte de Salvador, a Tabela 1 apresenta os principais investimentos implantadose previstos nos plos tursticos do litoral da Bahia, no incio de 2008.

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    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

    2001

    0

    5.500

    11.000

    16.500

    22.000

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Meses

    Ve

    cu

    los

    2004

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    22.000

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    16.500

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    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Meses

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    los

    2007*

    SegundaSexta SbadoeDomingo

    Grfico1-Mdiadeveculospordiadasemana-PedgiodaBA-099-2001,2004e2007

    Fonte:ConcessionriaLitoralNorte.

    (*) A Concessionria Litoral Norte calcula que, em 2007, ocorreu umareduode37%causadapordesviosimplantadospelaPrefeituraMunicipaldeCamaari.

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  • METROPOLIZAO E TURISMO NO LITORAL NORTE DE SALVADOR: DE UM DESERTO...

    200200200200200

    O plo turstico Costa dos Coqueiros, que corresponde ao litoral Norte daBahia, de longe o mais importante de todos, com 69% dos investimentos, 77% dasunidades habitacionais e 68% dos empregos. H uma elevadssima presena dosinvestimentos estrangeiros e pelo fato que apresenta alta porcentagem deempreendimentos planejados, significa dizer que o maior impacto dos mesmoster incio s nos prximos anos. No h indicaes oficiais disponveis sobreempreendimentos tursticos em plos do interior, o que pode estar ocorrendo mesmosem registro na Superintendncia de Investimentos em Plos Tursticos(SUINVEST), da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia.

    A Tabela 2 mostra a evoluo da implantao dos grandes resorts naBahia. O pioneiro foi o Club Med/Itaparica seguido pelo Praia do Forte Eco Resort,cinco anos aps a rodovia asfaltada ter chegado na localidade, e o mais recente o Gran Hotel Stella Maris Resort & Conventions, recm inaugurado, o primeirogrande resort all inclusive de Salvador (A Tarde, 28/02/2008, p.6). Em termos

    baT e 2al - eaihaBanoarepometroseropitsotnemidneerpmesednargedoaruguaniedonAsianoicatibahsedadinuedoremn

    sotnemidneerpmE oaruguanI sianoicatibahsedadinU

    acirapatI/deMbulC 9791 033

    etroFodaiarP/troseRocEetroFodaiarP 5891 403

    anU/abutadnamoCedahlIacirmasnarT 9891 363

    mirimicatI/laciporTarietnorF 4991 441

    ooJoSedataM/epuaSodatsoC 0002 785.1

    osocnarT/deMbulC 2002 052

    abujarauG/sraMlaGaliV 6002 744

    etroFodaiarP/ratsorebI 6002 236

    rodavlaS/troseRsiraMalletSletoHnarG 8002 433

    .6.p,omsiruTonredaC,80/20/82,edraTA;8002e7002,lisarBsadoRortauQaiuG:etnoF

    baT 1ale - -sotsiverp/oatnalpmimesodavirpsotnemitsevnisiapicnirP 8002orienaj-aihaBadsocitsrutsolP

    sotnemidneerpmEsotnemitsevnI

    sodamitse)$SUlimme(

    sedadinUsianoicatibah

    -nemidneerpmEsot

    soriegnartse)%(

    mEoatnalpmi

    )%(

    sodajenalP)%(

    sogerpmEsoterid

    sorieuqoCsodatsoC 0,536.854.2 004.91 57,39 33,31 76,68 396.21

    dneDodatsoC 0,005.71 33 00,0 00,0 00,001 06

    uacaCodatsoC 0,000.521 923 00,05 00,52 00,57 014

    otnemirbocseDodatsoC 0,000.041 579 00,04 00,02 00,08 000.1

    sotnaSsosodoTedaiaB 5,577.228 195.4 76,64 00,05 00,05 084.4

    latoT 5,019.365.3 823.52 - - - 346.81

    8002/10/30,TSEVNIUS:etnoF

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  • 201201201201201

    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

    baT e 3al - letohedsotielsodotnemicserCodlarotilodsocitsrutsolP e 6002e1002-aihaBadodats

    socitsrutsolP 1002 6002otnemicserC

    odoreponotulosba

    otnemicserCodoreponovitaler

    )%(

    rodavlaS 615.22 162.33 547.01 7,74

    sotnaSsosodoTedaaB 940.6 345.7 494.1 7,42

    sorieuqoCsodatsoC 116.11 719.81 603.7 9,26

    dneDodatsoC 772.9 785.31 013.4 5,64

    uacaCodatsoC 557.11 710.51 262.3 7,72

    otnemirbocseDodatsoC 906.53 810.84 904.21 8,43

    saielaBsadatsoC 725.9 394.21 669.2 1,13

    .ASRUTAIHAB:etnoF

    regionais, o litoral Norte concentra o maior nmero de resorts e, dentre todos osresorts da Bahia, possui o maior deles, o Complexo Hoteleiro Costa do Saupe, com1.587 unidades habitacionais.

    O litoral Norte igualmente o plo turstico que mais tem crescido emnmero de leitos entre 2001 e 2006 no litoral do Estado da Bahia, conforme constana Tabela 3. Esta comparao pode ser visualizada no Grfico 2 onde a Costa dosCoqueiros destaca-se como o terceiro plo do litoral do Estado da Bahia, aps aCosta do Descobrimento e Salvador.

    Analisando de perto a evoluo recente do turismo no litoral Norte daBahia, uma srie de cartogramas espacializa os principais indicadores. Os primeirosdeles, Mapas 3 e 4, analisam os empreendimentos tursticos privados em operaoe em implantao/previstos, situao de maio de 2006. Estes ltimosempreendimentos se concentram em uma faixa intermediria do litoral Norte, deItacimirim at parte do litoral de Entre Rios.

    Em pouco tempo, janeiro de 2008, a situao muda. O Mapa 5, com osempreendimentos tursticos privados em implantao ou previstos, mostra umadistribuio um pouco mais ao Norte da faixa intermediria apontada na figuraanterior, mas esta faixa ainda a que concentra o maior nmero de unidadeshabitacionais em implantao ou previstos (Mapa 6) .

    A anlise dos investimentos, Mapa 7, apresenta uma distribuio espacialnovamente com destaque para a faixa intermediria. A indicao dos empregostem tambm uma grande concentrao entre Itacimirim e Praia do Forte (Mapa 8)que ressalta a concentrao dos novos empregos na rea de Itacimirim - Praia doForte e Imbassa.

    Detalhando as informaes, a Tabela 4 fornece informaes paradimensionar, com base em dados oficiais, os principais investimentos previstos nolitoral Norte da Bahia, situao de janeiro de 2008. Como fica evidente, a maioriaabsoluta dos investimentos de porte muito grande e isto em um contexto internacional.

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  • METR

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    ...

    202

    202

    202

    202

    202

    baT e 4al - 8002orienaj-etroNlarotiL-sotsiverp/oatnalpmimesodavirpsocitsrutsotnemitsevnisiapicnirP

    otnemidneerpmE megirO oazilacoL sHUedosiverP

    arutrebaotnemitsevnI

    )$SU(odamitseoautiS

    sogerpmEsoterid

    sorieuqoCsodatsoC 004.91 000.536.854.2 396.21

    otroporeAtrofmoCletoH lanoicaN satierFedoruaL 231 9002/ram 000.000.4 otnemajenalP 09

    )letoHrodnoC+ileMnarG(apatea1-ileMloSoxelpmoC ahnapsE iraamaC/ubapineG 054 9002/tuo 000.000.001 otnemajenalP 052

    saicndisermoc)ellivahplAileM(apatea2-ileMloSoxelpmoC ahnapsE iraamaC/ubapineG 055 9002/zed 000.000.051 otnemajenalP 005

    sessarreTseL/olraCeL anarF iraamaC/mirimicatI 591 9002/luj 000.534.01 otnemajenalP 041

    saicndisermoc)apatea2(aihaBratsorebI ahnapsEataM/etroFodaiarP

    ooJoSed045 8002/oga 000.000.001 oatnalpmI 045

    saicndisermoc)apatea3(aihaBratsorebI ahnapsEataM/etroFodaiarP

    ooJoSed052 9002/oga 000.000.02 otnemajenalP 004

    MASURTopurG/apatea1etroFodaiarPmeocitsruToxelpmoC ahnapsEataM/etroFodaiarP

    ooJoSed006 8002/zed 000.000.08 otnemajenalP 005.2

    mocMASURTopurG/apatea2etroFodaiarPmeocitsruToxelpmoC

    saicndiserahnapsE

    ataM/etroFodaiarP

    ooJoSed000.7 4102/naj 000.000.072.1 otnemajenalP 000.5

    ocitnltAateR/)apatea1(evisulcnIllAassabmIavreseR/lagutroP

    ahnapsE

    edataM/assabmI

    ooJoS053 8002/naj 000.007.53 oatnalpmI 043

    ocitnltAateR/)apatea2(troseRhcaeB-assabmIavreseR lagutroPedataM/assabmI

    ooJoS052 9002/naj 000.000.03 otnemajenalP 002

    ocitnltAateR/)apatea3(assabmIavreseR lagutroPedataM/assabmI

    ooJoS002 2102/naj 000.000.02 otnemajenalP 002

    luSoissirO ailtIedataM/assabmI

    ooJoS335 0102/naj 000.005.41 otnemajenalP 335

    etroNoissirO ailtIedataM/assabmI

    ooJoS005.1 2102/naj 000.000.401 otnemajenalP 005.1

    asivnIopurG/luzAatsoCadnezaF ahnapsE aradnaJ 005.2 - - otnemajenalP -

    saicndisermocaneLopurG/sorieuqoCsodaihaB lagutroP iraamaC/epucaJ 053 9002/zed 000.000.022 - 005

    saicndisermocecAurGoirilibomi-ocitsruToxelpmoC ahnapsE soixiaB-adanalpsE 000.4 9002/zed 000.000.003 otnemajenalP -

    .8002orienaj,TSEVNIUS:etnoF

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  • 203203203203203

    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

    Mapa 3 Empreendimentos tursticos privados em operao - Litoral Norte - maio 2006

    preciso ressaltar que este levantamento feito mensalmente pelo Estado da Bahia,o que fornece um importante indicador da velocidade deste processo.

    Finalmente, o Mapa 9 exibe a distribuio dos leitos de hotel onde Salvadorocupa o primeiro lugar seguida por Mata de So Joo em funo incorporadas aotecido urbano, o que fazia com que as segundas residncias fossem deslocadaspara mais longe e assim sucessivamente.

    Por exemplo, Salvador teve conjuntos de segunda residncia, hojeplenamente integrados mancha urbana, em reas como Rio Vermelho, Amaralina(onde ainda existe uma rua do Balnerio), Pituba e da at Itapu, alm da ilha deItaparica (Santana, 2002). Agora, o litoral Norte da Bahia recebe muitos estrangeiros

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  • METROPOLIZAO E TURISMO NO LITORAL NORTE DE SALVADOR: DE UM DESERTO...

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    que compram residncias de frias dinamizando bastante o mercado imobilirioem grandes projetos associados a condomnios e a hotis e resorts. O ComplexoCosta do Saupe foi um dos pioneiros na rea construindo vrios ncleos residenciaisde luxo em diversas etapas.

    Isto expressa mais uma caracterstica da acelerao do processo deglobalizao em rede, integrando a metropolizao turstica em seu contextointernacional e local, como vimos anteriormente. Assim, o processo de expansodas residncias de frias de ingleses em Portugal e de alemes e franceses naEspanha, delineado nas dcadas de 60 e 70 do sculo passado, tem hoje uma

    Mapa 4 Empreendimentos tursticos privados em implantao/previstos - Litoral Norte - maio 2006

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  • 205205205205205

    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

    clara dimenso global. No litoral Norte, os loteamentos para segunda residnciacomeam no incio dos anos 70 do sculo passado (por exemplo, LoteamentoGuarajuba), portanto, antes da Estrada do Coco, o que um bom indicador daperspiccia do mercado imobilirio. Mas, este dinamismo todo enfrenta crises econflitos na Bahia, a comear pelo pioneiro mega-projeto do Complexo Costa doSaupe. Em julho de 2007, a rede francesa Sofitel deixou de operar os dois hotis sobsua bandeira no Complexo e em maro de 2008 foi anunciada para 1 de junho de2008 a sada da rede americana Marriott que tambm administra dois hotis emSaupe. O hotel Fronteira Tropical, implantado por italianos em 1994, d sinais

    Mapa 5 Empreendimentos tursticos privados em implantao/previstos

    Litoral Norte janeiro 2008

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  • METROPOLIZAO E TURISMO NO LITORAL NORTE DE SALVADOR: DE UM DESERTO...

    206206206206206

    evidentes de crise expressos pelo seu precrio funcionamento. Em Salvador, no hatualmente nenhuma empresa operadora de turismo que trabalha com este hotel.

    Crescem, igualmente os conflitos ambientais envolvendo grandes projetosde hotelaria e de residncias em reas de Proteo Ambiental bem como com ascomunidades locais relacionados, por exemplo, com problemas de esgotamentosanitrio e resduos slidos.

    Por outro lado, com o modelo em curso de metropolizao turstica nolitoral Norte da Bahia, percebe-se que Salvador difunde, de forma particular, a suasegmentao scio-espacial expressa, por exemplo, pelo eixo das Avenidas ACM

    Mapa 6 Empreendimentos tursticos privados em implantao/previstos

    Unidades habitacionais (UHs) Litoral Norte janeiro 2008

    Silvio.pmd 28/8/2008, 10:54206

  • 207207207207207

    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

    (parte), Tancredo Neves e Paralela (Carvalho; Pereira, 2006): a leste teramos asclasses de renda mais elevada e a oeste as de renda mais baixa. ,esquematicamente, a segmentao centro, orla, subrbio e o chamado miolo deSalvador. A particularidade no litoral Norte, com a Estrada do Coco e Linha Verdeservindo de demarcao, reside na fora da segmentao leste-oeste, provocadapelas atividades de turismo, recreao e lazer.

    Finalmente, deve ser registrado como crucial o problema do planejamentoe da gesto regional, referido anteriormente. Existe um vazio nesta rea com atransformao do rgo metropolitano em rgo estadual de desenvolvimento

    Mapa 7 Empreendimentos tursticos privados em implantao/previstos

    Investimentos estimados Litoral Norte janeiro 2008

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  • METROPOLIZAO E TURISMO NO LITORAL NORTE DE SALVADOR: DE UM DESERTO...

    208208208208208

    urbano. H uma iniciativa relevante em curso que a do Consrcio Intermunicipalda Costa dos Coqueiros, uma iniciativa pioneira (1999) da Fundao OndAzul, jatuando de acordo com a legislao federal sobre consrcios pblicos (Lei 11.107,de 06/04/2005). o primeiro consrcio intermunicipal da Bahia e do Brasil a funcionarcom base nesta lei, segundo a Fundao OndAzul. Mas, apesar de sua importncia,no preenche o vazio institucional no mbito do Estado da Bahia. Este ltimo temsido eficiente na captao de investimentos e na implantao de uma infra-estruturabsica, mas pouco ativo no planejamento integrado e na gesto compartilhada. Poroutro lado, preciso buscar formas adequadas de interlocuo, no planejamento ena gesto regional no litoral Norte da Bahia, com o municpio de Salvador, levando

    Mapa 8 - Empreendimentos tursticos privados em implantao/previstos

    Empregos diretos Litoral Norte janeiro 2008

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  • 209209209209209

    Sylvio Bandeira de Mello e Silva,, Barbara-Christine Nentwig Silva, Silvana S de Carvalho

    em conta a forte interao funcional entre a capital baiana e seu eixo Norte deexpanso metropolitana, como foi demonstrado. A rigor, o que d sentido a todo odinamismo recente e atual no litoral Norte da Bahia, o papel metropolitano deSalvador. S com o fortalecimento do processo de planejamento e gesto regional,multi-setorial e multi-escalar, abrangente, aberto e participativo, ser possvel revertera tendncia atual de excluso scio-territorial no processo de expansometropolitana no litoral Norte da Bahia, ou seja, reverter a opo preferencial pelaproduo de um territrio predominantemente de enclaves de luxo comrepercusses bastante limitadas no contexto do desenvolvimento regional.

    Mapa 9 Leitos de hotel - Regio Metropolitana de Salvador e Litoral Norte - 2006

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  • METROPOLIZAO E TURISMO NO LITORAL NORTE DE SALVADOR: DE UM DESERTO...

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    Silvio.pmd 28/8/2008, 10:54211