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UNIVERSIDADE DO MINDELO ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE Mindelo, 2015 CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANO LETIVO 2014/2015 – 4º ANO Autora: Ineida Patrícia Recheado Pires, N.º 2571

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UNIVERSIDADE DO MINDELO

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

Mindelo, 2015

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANO LETIVO 2014/2015 – 4º ANO

Autora: Ineida Patrícia Recheado Pires, N.º 2571

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Ineida Patrícia Recheado Pires

UM OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE O CONSUMO

DO ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA:

UMA ABORDAGEM PREVENTIVA

UNIVERSIDADE DO MINDELO

Mindelo, 2015

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UNIVERSIDADE DO MINDELO

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

Mindelo, 2015

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANO LETIVO 2014/2015 – 4º ANO

Autora: Ineida Patrícia Recheado Pires, N.º 2571

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Ineida Patrícia Recheado Pires

UM OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE O CONSUMO

DO ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA:

UMA ABORDAGEM PREVENTIVA

Trabalho apresentado à Universidade do Mindelo

como parte dos requisitos para obtenção do grau de

Licenciatura em Enfermagem.

Orientadora: Mestre Denise Oliveira Centeio

Eu, Ineida Patrícia Recheado Pires, atesto a originalidade do trabalho

_____________________________________________________

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i

RESUMO

O consumo do álcool tem sido mundialmente um dos principais problemas de saúde

pública. Esta investigação incide sobre esta problemática e visa descrever as

intervenções de enfermagem que corroboram para a prevenção do consumo na

adolescência. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, descritiva. Fizeram

parte da amostra 80 adolescentes de ambos os sexos, com idade compreendida entre os

12 e os 18 anos, sendo a média de idades 15,49 (DP= 1,765). Os dados foram

recolhidos através de um questionário de auto-relato. Os resultados revelaram que o

consumo teve inicio numa idade bastante precoce, alguns dos quais ainda na infância. A

esmagadora maioria dos participantes que experimentou o álcool em algum momento da

sua vida continua o consumo, especialmente por influência do grupo de pares. Neste

estudo, o consumo entre o grupo de pares, a atitude liberal dos pais e a não fiscalização

das exigências legais foram identificados como fatores de vulnerabilidade da exposição

do adolescente ao álcool. De realçar também que, parte destes adolescentes são de

famílias onde o consumo do álcool é uma realidade, e o envolvimento em

comportamentos de riscos para a saúde, designadamente brigas, acidentes e

comportamento sexual desprotegido figuram como factuais. Genericamente, das

intervenções de enfermagem plausíveis para os diagnósticos levantados, com base nos

resultados, sublinham-se o Aconselhamento, a Educação para a Saúde, a Prevenção e

tratamento do uso do álcool e melhoria do papel parental.

Palavras-chave: álcool, adolescência, prevenção, intervenções de enfermagem.

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ii

ABSTRACT

The alcohol consumption has been globally a major public health problem. This

research focuses on this problematic, aiming to describe the nursing interventions that

support for the prevention of consumption in adolescent. This work is a research having

quantiative and descriptive approach. Eighty adolescent of both sex, aged between 12

and 18 years, with average age is 15, 49 (SD= 1,765) participated in this study. The data

were collected through a self-report questionnaire. The results revealed that

consumption of alcohol began at a very early age, some of which still in its infancy. The

overwhelming majority of those who tried alcohol at some point in their life still

consume, especially under the influence of peer group. In this study, consumption

among the peer group, the liberal attitude of the parents and not supervising the legal

requirements have been identified as vulnerability factors of adolescent exposure to

alcohol. Also noted that these teenagers are from families where alcohol consumption is

a reality, and involvement in risk behaviors to health, including fights, accidents and

unprotected sexual behavior appear as factual. Generally, the nursing interventions

plausible rose for the diagnosis, based on the results underline is therapy, Education for

Health, Prevention and treatment of alcohol use and improving the parental role.

Keywords: Adolescent, alcohol, nursing intervention, prevention.

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iii

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente aos meus pais por serem a base da minha

vida e por me darem coragem e força durante este percurso, mesmo nos momentos mais

difíceis, lembrei-me deles e daquilo que cresci escutando deles “A vida é feita de

sacrifícios”.

À minha irmã Vanda Recheado, às minhas filhas Márcia Almeida e Helaine

Lopes, ao meu companheiro Lino Monteiro e à minha amiga Nilza Almeida, pelo apoio

e por estarem sempre comigo nesta caminhada.

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradecer é reconhecer que este trabalho, que por muitas vezes pareceu tão

solitário, só se tornou possível pela força, incentivo, amizade e amor de muitos.

Infelizmente não há espaço para agradecer nominalmente a todos pela

contribuição direta ou indireta, mas com certeza estão no meu coração.

Primeiramente, agradeço à Deus pela força que me concedeu para abraçar este

desafio e caminhar até chegar a esta meta. À ele agradeço pelos momentos de fraqueza

que transformou em força e me tornou firme para concretizar mais esse desafio da

minha vida.

À Câmara Municipal da Ribeira Grande e À Fundação Caboverdiana de Ação

Social Escolar, por me terem concedido a bolsa de estudo, sem a qual não teria

embarcado nesta aventura. Obrigada!

Certo de que a realização deste trabalho não seria exequível, sem o auxílio e

estímulo de outras pessoas, deixo aqui expresso uma enorme gratidão à Mestre Denise

Oliveira Centeio, pela orientação, apoio, comentários e críticas construtivas,

colaboração e acima de tudo pela disponibilidade manifestada.

Aos Diretores e subdirectores pedagógicos das Escolas Secundarias de São

Vicente, e aos professores. Obrigada pela disponibilidade. a vossa colaboração permitiu

que este estudo se torna-se possível.

Aos adolescentes das Escolas Secundárias muito obrigada pela participação

neste estudo.

Á minha filha Márcia por ter tolerado com paciência esses anos de distância, a

quem esta distância mais dóí.

À minha irmã Vanda, por ser meu verdadeiro alicerce em todos os momentos

da minha existência, pelo contínuo apoio, dedicação, paciência e amor.

Ao meu companheiro pelo apoio, paciência e palavras de coragem durante este

percurso.

Às minhas irmãs – na verdade, irmãs de coração, mas é como se fossem

minhas irmãs – Roseane e Rosemery, por serem meu suporte emocional, pelo estímulo,

apoio, coragem, disposição nos momentos de desânimo e fraqueza que tive durante toda

essa aventura.

À minha família materna pelo apoio e encorajamento ao longo desta jornada.

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v

A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar,

não seremos capazes de resolver os problemas causados

pela forma como nos acostumamos a ver o mundo.

(Albert Einstein)

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vi

ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ..................................................... 7

1.1. Perspetiva histórica do álcool ............................................................................ 8

1.2. Álcool e alcoolismo: Definições e Conceitos .................................................... 9

1.2.1. Álcool ......................................................................................................... 9

1.2.2. Alcoolismo ............................................................................................... 10

1.2.2.1. Alcoolismo Agudo ou Embriaguez .......................................................... 11

1.2.2.2. Alcoolismo Crónico .................................................................................. 12

1.4. Epidemiologia do consumo do álcool .............................................................. 13

1.5. Efeitos do álcool sobre a saúde ........................................................................ 13

1.5. Determinantes do comportamento alcoólico ................................................... 15

1.6. Adolescência .................................................................................................... 18

1.7. Adolescência e consumo de álcool .................................................................. 19

1.8. Políticas Nacionais de prevenção do consumo do álcool ................................ 21

1.9. Intervenções de Enfermagem para o consumo de álcool ................................. 22

1.9.1. Intervenções de Prevenção Primária......................................................... 23

1.9.2. Intervenções de Prevenção Secundária..................................................... 25

1.9.3. Intervenções de Prevenção Terciária ........................................................ 25

CAPÍTULO II – FASE METODOLÓGICA .............................................................. 26

2.1 Tipo de estudo/pesquisa ................................................................................... 27

2.2. Amostra/participantes ...................................................................................... 27

2.3. Instrumento de Recolha de Dados ................................................................... 28

2.4. Campo Empírico .............................................................................................. 29

2.4.1. Caraterização das Escolas Secundarias ..................................................... 29

2.5. Procedimentos metodológicos ......................................................................... 31

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vii

CAPÍTULO III – FASE EMPÍRICA .......................................................................... 34

3.1. Apresentação e interpretação de resultados ..................................................... 35

3.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem…………………………...........56

3.2.1. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os adolescentes .......... 56

3.2.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os Pais/ Famílias ....... 56

3.3. Discussão e considerações finais ..................................................................... 58

Referências Bibliográficas ............................................................................................ 62

Apêndices………………………………………………………………………………69

Anexos …………………………………………………………………………………91

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viii

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Consumo do álcool ......................................................................................... 35

Gráfico 2. Idade do primeiro consumo ............................................................................ 36

Gráfico 3. Bebida do primeiro consumo ......................................................................... 37

Gráfico 4. Motivo da experimentação ............................................................................. 37

Gráfico 5. Sensação do primeiro consumo ...................................................................... 38

Gráfico 6. Consumo atual ................................................................................................ 39

Gráfico 7. Frequência de consumo .................................................................................. 39

Gráfico 8. Bebida de consumo atual ................................................................................ 40

Gráfico 9. Aquisição da bebida ....................................................................................... 41

Gráfico 10. Sensação após consumo de álcool…………………………………………42

Gráfico 11. Ressaca após o consumo .............................................................................. 42

Gráfico 12. Conhecimento do consumo por parte dos familiares ................................... 43

Gráfico 13. Atitude dos familiares face ao consumo ...................................................... 44

Gráfico 14. Companhia de consumo ............................................................................... 44

Gráfico 15. Motivo do consumo ...................................................................................... 45

Gráfico 16. Acessibilidade ao álcool ............................................................................... 46

Gráfico 17. Consequências do consumo do álcool .......................................................... 46

Gráfico 18. Consumo de grupos de pares ........................................................................ 47

Gráfico 19. Consumo familiar ......................................................................................... 48

Gráfico 20. Familiares que consomem ............................................................................ 48

Gráfico 21. Família com problema com o álcool ............................................................ 49

Gráfico 22. Bebidas consumidas pelos familiares ........................................................... 49

Gráfico 23. Conflitos familiares ...................................................................................... 50

Gráfico 24. Tipos de conflito ........................................................................................... 51

Gráfico 25. Consumo de álcool como solução de problemas.......................................... 51

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ix

Gráfico 26. Percepção das consequências do consumo de álcool ................................... 52

Gráfico 27. Percepção dos tipos de consequências ......................................................... 52

Gráfico 28. Prevenção do alcoolismo nas Escolas .......................................................... 53

Gráfico 29. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Escolas ...................................... 54

Gráfico 30. Prevenção do alcoolismo nas Comunidades ................................................ 54

Gráfico 31. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Comunidades…………………55

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x

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a. C antes de Cristo

AVC Acidente Vascular Cerebral

CAP’s – ad Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas

CCCD Comissão de Coordenação e Combate à Droga

CID Classificação Internacional de Doenças

DSM Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

IDNT Inquérito Sobre Fatores de Risco para Doenças não Transmissíveis

MAS Assembleia Mundial da Saúde

MS Ministério da Saúde

NANDA North American Nursing Diagnostic Association

NIC Classificações das Intervenções de Enfermagem

NUCDC Nações Unidas Contra a Droga e o Crime

OMS Organização Mundial da Saúde

ONG Organização Não Governamental

PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa

PJ Policia Judiciaria

PN Policia Nacional

PNDS Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário

SNC Sistema Nervoso Central

SPSS Statistical Package for the Social Science

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

1

INTRODUÇÃO

A presente investigação intitulada “Um olhar da enfermagem sobre o

consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva”, surge no âmbito

da conclusão do curso de licenciatura em Enfermagem pela Universidade do Mindelo.

A escolha do tema deve-se, por um lado, às oportunidades de prestar

assistência à utentes etílicos durante os ensinos clínicos e, por outro, às experiências

vividas no seio familiar. Durante os ensinos clínicos verificou-se que são vários os

casos de utentes etílicos que procuram pelos serviços de saúde e, acometidos pelas mais

diversas complicações alcoólicas. Perante o cenário ergueu-se a preocupação em

desenvolver uma investigação que focaliza o consumo de álcool sob o ponto de vista da

enfermagem na sua grandeza preventiva. Assim, esta investigação incide sobre a

adolescência, uma vez que os estudos que debatem este problema de saúde pública têm

revelado que o primeiro contacto com o álcool ocorre particularmente na adolescência.

A adolescência é um período de notórias mudanças biopsicossocial. Nesta fase,

os adolescentes têm a seu cargo as tarefas de procurar a identidade e conquistar a

independência. Nisto absorve atitudes, ações e costumes do meio envolvente. Essas

exigências evolutivas oferecem oportunidades de auto-exploração que, por vezes,

culminam em comportamentos de risco como a experimentação do álcool.

Acredita-se que nesta fase o consumo seja na sua maioria pela obtenção de

uma sensação de bem-estar. Contudo, tal sensação incentiva o indivíduo a abusar do

álcool constantemente, evoluindo para a dependência. Esse uso indevido acarreta

consequências nocivas tanto para o organismo jovem como para o desenvolvimento

cognitivo e psicossocial do adolescente, além do impacto a nível da saúde mental.

Portanto, urge ilustrar as ações/estratégias de prevenção que podem reduzir os

comportamentos de riscos e o consumo precoce.

Assim, para descrever e melhor compreender o problema, definiu-se, antes de

mais, a pergunta de partida: Quais são as intervenções de enfermagem na prevenção

do consumo de álcool na adolescência?

Para responder à questão norteadora, os objectivos assumem-se de suma

importância, em nível operacional. Assim, os objectivos enunciados foram:

Objectivo geral: Descrever as intervenções de enfermagem na prevenção do

consumo de álcool na adolescência.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

2

Objectivos específicos:

Identificar as características sociodemográficas da amostra;

Conhecer os factores que incitam o consumo do álcool nos adolescentes;

Descrever os efeitos do álcool sobre a saúde;

Identificar as intervenções de enfermagem na prevenção do consumo do

álcool na adolescência.

Espera-se que esta investigação proporcione conteúdo que sirva para alargar e

aperfeiçoar conhecimentos tanto à comunidade estudantil como ao profissionais de

saúde, e traga ferramentas valiosas para a prática preventiva do uso/abuso precoce do

álcool.

O presente estudo encontra-se estruturado em três capítulos distintos.

Inicialmente, apresenta-se a introdução e, a esta segue-se o Capítulo I que versa o

enquadramento teórico. Este contempla uma breve perspectiva histórica do álcool,

definições e conceitos relacionados com o álcool e o alcoolismo. Contempla também

uma explanação sobre as especificidades da adolescência assim como o consumo de

álcool na adolescência. Por fim, o capítulo aborda as intervenções de enfermagem com

ênfase em estratégias preventivas do alcoolismo. O Capítulo II consagra a metodologia

onde será apresentado o tipo de estudo, o perfil dos participantes, o método de recolha

de dados, a descrição do campo empírico e todos os procedimentos metodológicos. O

Capítulo III versa a fase empírica. Neste serão apresentados os resultados obtidos com

base na análise estatística descritiva e será apresentado também os diagnósticos e

intervenções de enfermagem identificados na sequência dos resultados encontrados. A

seguir ao Capítulo III apresenta-se as discussões dos resultados, as considerações finais

e as propostas. O trabalho apresenta também referências bibliográficas, apêndices e

anexos.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

3

JUSTIFICATIVA

O consumo de bebidas alcoólicas tem assumido grandes proporções no mundo

inteiro, e vem sendo uma das grandes preocupações da sociedade, governos, instituições

governamentais e não-governamentais e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Actualmente, o seu consumo maior pelos jovens adolescentes tem chocado e

preocupado a sociedade civil pelas verdadeiras tragédias que inúmeras famílias têm

vivido em consequência do uso desenfreado de álcool por seus filhos. Porém, estes

continuam a beber arrebatadamente, sem pensar nos riscos que correm.

Muitas vezes o seu consumo é incentivado e a sua iniciação dá-se no seio

familiar. O aumento deste consumo pelos adolescentes deriva não somente pelo estilo

de vida, mas também do fenómeno de socialização, por estar bem arraigado na nossa

cultura.

Como referido anteriormente, a escolha do tema foi motivado pelas vivências

durante os ensinos clínicos e por questões familiares.

PROBLEMÁTICA

O consumo de álcool na adolescência tem sido cada vez mais merecedor de

atenção no nosso País, pela morbi-mortalidade, incapacidade e impato hostil nas várias

esferas da vida social que lhe estão asociadas, não só nesta faze como em fases mais

avançada do ciclo da vida. Há um conjunto de indícios que deveras apontam para um

aumento de consumo de drogas lícitas e ilícitas (Nações Unidas Contra a Droga e o

Crime – UNODC, 2012).

Em 2012, a UNODC, em parceria com o Ministério da Justiça de Cabo Verde,

fez o primeiro inquérito Nacional sobre a prevalência de consumo de substâncias

psicotrópicas na população em geral (apresentado em Maio de 2013) e os dados

revelaram que o primeiro contato com o álcool ocorre na adolescência. O inquérito

indica que o álcool é a substância lícita mais consumida na população geral e que

apresenta uma prevalência de 63,5% ao longo da vida. O primeiro contacto com bebidas

alcoólicas verificou-se entre os 7 e os 17 anos, sendo a cerveja a substância mais

frequentemente consumida, depois o vinho, licor, por último, o aguardente

(CCCD/Ministério da Justiça, 2013:s/p.).

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

4

Para além do inquérito nacional sobre a prevalência de consumo de substâncias

psicotrópicas na população em geral que, revelou que o consumo do álcool dá-se em

idades precoces, outro inquérito que analisou o consumo de substâncias psicoactivas nas

escolas secundárias de Cabo Verde, vai ao encontro do que foi dito anteriormente,

revelando o álcool a substância lícita preferencialmente consumida pela população

estudantil. Cerca de 45,4% já experimentou pelo menos uma bebida alcoólica, ao longo

da vida, evidenciado um consumo preferencial de bebidas espirituosas e de cerveja,

depois aguardente e vinho. No que diz respeito às idades de iniciação ao consumo do

álcool, respectivamente cerca de 6%, 8% e 12% de alunos tiveram a primeira

experiência de consumo de cerveja, de vinho e de bebidas espirituosas antes dos 10 anos

de idade. No que diz respeito a comportamentos de risco, a experiência de embriaguez

acontece em idade precoce (antes dos 13 anos de idade) (CCCD/Ministério da Justiça,

2013, s/p.).

Segundo a OMS (2004:s/p) cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo consomem

bebidas alcoólica e que cerca de 76,3 milhões tem diagnóstico de problemas

relacionados com o álcool. Numa perspetiva de saúde pública, a carga da mortalidade e

morbilidade relacionada com o consumo do álcool é significativa.

O álcool foi responsável por 3,8% (2,5 milhões) de mortes no mundo em 2004,

mais do que a SIDA e a Tuberculose e, está entre os três principais fatores de risco de

morte prematura e incapacidades no mundo. Constitui o principal fator de risco de

morte nos homens com idade compreendida entre 15/59 anos. Cerca de 6,2% de todas

as mortes nos homens são atribuídas ao álcool, e 1,1% nas mulheres (OMS, 2010:s/p).

Em 2011, a OMS registou os mais altos níveis de consumo na Europa

Ocidental e do Leste, na Argentina, Austrália e Nova Zelândia. Registou nesse mesmo

ano níveis de consumo médio na África Austral onde a Namíbia e a África do Sul

apresentaram níveis mais elevados e, os mais baixos níveis de consumo foram

registados nos países do Norte da África, na África subsahariana, na região do

mediterrâneo oriental, no Sul da Ásia e no Oceano Indico (OMS, 2011: s/p).

Em todo o mundo, não apenas os que consomem álcool são vítimas das

consequências do uso do álcool mas também outras pessoas próximas ou da

comunidade como nos casos de violência ou agressões (OMS, 2004: s/p). O álcool está

ligado aos acidentes de viação mas está também fortemente associado aos acidentes

domésticos, acidentes de trabalho, brigas e afogamentos (Alimi e Chenu, 2003: s/p).

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

5

Em Cabo Verde o consumo de bebidas alcoólicas está bastante enraizado na

cultura e existe um ambiente propício para a livre circulação, produção e distribuição,

oferta e ingestão de bebidas alcoólicas (Ministério da Saúde, 2014). Todas as ocasiões

constituem pretexto para consumo de bebidas alcoólicas, sejam momentos de alegria, ou

de tristeza.

Segundo o plano preliminar de ação contra o alcoolismo aprovado pelo

Ministério da Saúde, o consumo abusivo do álcool, para além de ser um fator de risco

para várias doenças crónicas, acarreta, pelas consequências conhecidas, embora não

suficientemente quantificada, distúrbios mentais e comportamentais, mortes violentas e

incapacidades por acidentes de trânsito ou agressões, violência doméstica, absentismo e

incapacidade para trabalho, abandono escolar entre outros (PNDS, 2012/2016).

Dados do inquérito sobre as Despesas Familiares em 2001/02 mostram que em

Cabo Verde, as famílias reservam igual percentagem (2%) do seu orçamento quer para o

consumo de bebidas alcoólicas como para as despesas de saúde e que,

comparativamente com as despesas da educação, parte do orçamento familiar dedicado

ás bebidas alcoólicas é mais do que o dobro.

De acordo com o Inquérito sobre Fatores de Risco para Doenças não

Transmissíveis (IDNT) 2007/08 o consumo perigoso (40-60mg/dia para homens e 20-

40mg/dia para mulheres) de álcool é de 6,35% entre os homens e de 2,4% nas mulheres

na faixa etária dos 25 à 64 anos de idade. O consumo nocivo, com valores maiores do

que 60mg/dia para homens e menor que 40mg/dia para mulheres, é de 2,9% entre

homens e 0,2% nas mulheres.

Dados mais recentes do I Inquérito Nacional sobre a Prevalência de Consumo

de Substâncias Psicoativas na População Geral, realizado em 2012 pela Comissão de

Coordenação do Combate à Droga, em parceria com o Escritório das NUCDC,

revelaram que a droga lícita mais consumida é o álcool, com 63,5% ao longo da vida.

Ainda de acordo com esse inquérito, as prevalências de consumo variam entre

as ilhas/concelhos, sendo a percentagem de pessoas com experiência de consumo de

bebidas alcoólicas mais elevada nas ilhas de São Vicente (84,5%), S. Antão (80,9%) e

Maio (80,7%), valores claramente acima do valor nacional (63,5%). A substância mais

frequentemente consumida pelos inquiridos é a cerveja (86%), seguindo-se os

licores/cocktails (71%), o vinho (68%), o grogue (41%) e, por último, as bebidas

espirituosas (39% dos consumidores).

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Cerca de 37% dos inquiridos tiveram o primeiro contacto com bebidas

alcoólicas com idades situadas entre os 7 e 17 anos. Esta situação reflete a constatação

de casos de alcoolismo, mas não contempla os casos decorrentes de ações praticadas sob

o efeito de álcool de que resultam intervenções dos serviços de saúde para reparação de

agravos, nomeadamente as situações de violência doméstica, acidentes de viação, lesões

relacionadas, lesões sobre terceiros, acidentes de trabalho, entre outros (INPCSPP,

2012)

Ainda, em relação à Cabo Verde, o Relatório da Situação Global sobre Álcool

e Saúde (2014) aponta para uma situação social e de saúde pública muito grave. Os

dados dão claros sinais de alarme que impõe respostas urgentes. O Relatório explica

ainda que Cabo Verde tem um consumo médio per capita de álcool superior à média

africana, a mais alta taxa de mortes associadas ao álcool entre os Países Africanos de

Língua Portuguesa (PALOP), e a maior percentagem de perturbações mentais ligados ao

consumo do álcool.

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CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

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Antes de entrar concretamente em fundamentações teóricas, julga-se

importante explanar, ainda que seja de uma forma breve, uma abordagem histórica

sobre o álcool e alguns conceitos relacionados com o alcoolismo.

1.1. Perspetiva histórica do álcool

A produção e o consumo do álcool são práticas muito antigas. A história da

humanidade mostra que desde sempre o homem apresentou certo apetite pela bebida

alcoólica devido ao seu efeito euforizante (Mello, Barrias e Breda, 2001:11).

Segundo Mello e colaboradores (2001: 11), desde os primórdios que se

conhecem os efeitos patológicos causados pelo uso de bebidas alcoólicas. Elementos

arqueológicos e bibliográficos permitem pensar que a utilização das bebidas alcoólicas

pelo homem e o conhecimento dos seus efeitos no indivíduo remontam ao período ante

Cristã. Uma das referências mais antigas diz respeito a um baixo-relevo feito, muito

provavelmente, 30000 a C. Admite-se que, no período paleolítico, o ser humano tomou

conhecimento, de forma acidental, das consequências da ingestão do produto

fermentado a que o mel, recolhido e armazenado em vasilhas artesanais, dera origem.

No período neolítico, a fabricação da cerveja já era do conhecimento do homem.

De acordo com Tovar (1995:56), também os Egípcios, Gregos e Romanos são

exemplos de povos que conheceram e desenvolveram o fabrico de bebidas alcoólicas,

assim como as consequências do seu uso pelo ser humano.

A partir do século XI, a destilação do vinho deu origem a bebidas mais

alcoólicas generalizando na Europa tomando em França, por exemplo, extraordinário

vulto com as facilidades concedidas pelo estado aos “destiladores” (Mello et al,

2001:11,).

Ademais, Pinto (2010: 40) refere que, pelos efeitos e virtudes extraordinários, o

álcool era considerado como tendo origem divina, pelo que o estado de embriaguez era

visto como “sagrado”, na medida em que se pensava que, por um lado, o estado de

embriaguez dava azo de aliança com as divindades e, por outro, conferia imortalidade.

Por tais razões, as bebidas alcoólicas eram reservadas aos sacerdotes e chefes, e a sua

produção feita por ocasiões de festas religiosas (Pinto, 2010:40).

O primeiro registo de embriaguez que se tem conhecimento, acha-se na Bíblia.

Esta mostra que, depois do dilúvio em que Noé principiou como lavrador e passou a

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plantar um vinhedo, começou a beber do vinho e ficou embriagado (Géneses, 9:20,21).

De acordo com (Pinto, 2010:41/42), até a Idade Média a produção do álcool era

especialmente caseira e a sua produção fazia-se por via da fermentação de cereais. A

partir do século XVI, com a introdução da técnica de destilação pelos árabes, essas

bebidas ganharam maior teor do álcool e tornaram-se produtos comerciais de grande

vulto e passou a ser produzido e consumido em grande escala.

No século XVIII, com a Revolução Industrial, o álcool tornou-se um produto

comercial de escala mundial devido a generalização do seu consumo (Breda,1994:40).

Durante muito tempo, o álcool foi sempre como uma moeda de duas faces. A

produção e comercialização do álcool rendia grandes quantidades de dinheiro para os

produtores e comerciantes, sobretudo, após a revolução industrial, com a inserção de

novas técnicas de destilação de cereais, fazendo com que vários países se

desenvolvessem economicamente (Borges e Filho, 2004: s/p).

O álcool é utilizado como fonte propulsor de desenvolvimento económico,

fonte de prazer e facilitador de desinibição social, principalmente para jovens e

adolescentes em vários locais de diversões. Devido ao seu efeito desinibidor, os jovens

sentem, cada vez mais, necessidade do seu consumo, progredindo de um simples

consumidor casual ou social para um consumidor pesado ou dependente (Marques,

1997: s/p).

Com esta configuração histórica, mais recentemente, considerou-se que o álcool

seduz algumas sociedades e condimenta as relações sociais das mais diversas camadas

sociais (A PONTE, 2013:5).

1.2. Álcool e alcoolismo: Definições e Conceitos

Para uma melhor compreensão do objecto de estudo, seguidamente apresentar-

se-á algumas definições e conceitos relacionados com o consumo de álcool.

1.2.1. Álcool

O termo álcool tem a sua origem na palavra árabe al-kuhul que designava

colírio feito de pó de um semimetal chamado antimónio, usado particularmente em

cosmética, para as mulheres pintarem as pálpebras de tom branco azulado. No século

XVI, a palavra “alkol” derivada do latim dos alquimistas passou a designar não só a

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substância química, mas também toda e qualquer substância obtida por destilação

(Machado, apud Martins, 2009: 4).

Entende-se por álcool a substância etanol ou álcool etílico, principal

componente das bebidas alcoólicas e cuja fórmula química é CH3CH2OH. É uma

substância psicotrópica produzida através de fermentação ou destilação de cereais, cujo

consumo pode conduzir à dependência física ou psicológica (A PONTE, 2013:23).

O álcool das bebidas alcoólicas é uma substância incolor, com gosto ardente e

aroma característico. Este é proveniente da fermentação de alguns açúcares,

designadamente glucose e frutose, por ação de microorganismos chamados leveduras ou

fermentos, mais precisamente de uma enzima que estas leveduras segregam (Borges e

Filho, 2013:8).

Ades e Lejoyeux (1997:29) afirmam que o efeito do álcool sobre as endorfinas

variam em função da quantidade ingerida. Assim, baixas concentrações dessa substância

aumentam a retenção da morfina e estimulam a atividade opióide cerebral, enquanto

concentrações mais elevadas a inibem.

Schuckit (1991:79) argumenta que o álcool é um depressor do Sistema Nervoso

Central (SNC) com o potencial de alterar quase todos os sistemas corporais, interferindo

com o funcionamento das membranas celulares, respiração intracelular ou

processamento de energia na maioria das células do corpo, especialmente do SNC.

Além disso, o mesmo autor frisa que doses excessivas de álcool são verdadeiros

anestésicos.

1.2.2. Alcoolismo

A terminologia foi introduzida em 1849 pelo sueco Magnus Huss. Para o

sueco, o alcoolismo refere-se à um conjunto de manifestações patológicas do sistema

nervoso, nas suas esferas psíquica, sensitiva e motora (Ades e Lejoyeux, 1997:35).

Contudo, foi em 1952, com a primeira edição do Diagnostic and Statistical

Manual of Mental Disorders (DSM – I), que o alcoolismo passou a ser considerado

como patologia. Anos mais tarde, o conceito, enquanto patologia, foi abordado na VIIIª

Conferência Mundial de Saúde e então introduzido, pela Organização Mundial de

Saúde (OMS), na Classificação Internacional das Doenças (CID - VIII) (Pinto, 2013:5).

Kaplan e Sadock (1986:462) caracterizam o alcoolismo como uma perturbação

crónica de comportamento que inicia da ingestão frequente de álcool passando a

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exceder o uso moderado e dietético da sociedade, interferindo na saúde do indivíduo e

no seu funcionamento físico e psíquico.

A Sociedade Americana de Toxicomania e Alcoologia (1990, apud Ades e

Lejoyeux, 1997:37) refere ao alcoolismo como uma patologia primária, crónica,

caracterizada pela perda de controlo devido a ingestão de álcool, pela preocupação

constante com o mesmo e por um consumo persistente de álcool ao ponto de surgir

efeitos negativos, por uma distorção da sua perceção e por uma negação das

alcoolizações.

Segundo a OMS (apud A PONTE, 2013:1), o alcoolismo é considerado a

terceira causa de morte no mundo, perdendo somente para as neoplasias e doenças

cardiovasculares.

O álcool, após ser ingerido, é totalmente absorvido pelas membranas do

aparelho digestivo sobretudo no estômago. Cerca de 5-15% são excretados diretamente

pelos pulmões, urina e suor e o restante é metabolizado no fígado. Ao contrário do que

sucede com os alimentos, o álcool é absorvido atravessando a mucosa digestiva sem

sofrer prévia digestão e, dessa forma, órgãos nobres como o fígado, rins e cérebro são

rapidamente afectados (Schuckit,1991:87).

1.2.2.1. Alcoolismo Agudo ou Embriaguez

Trata-se de conjunto de perturbações físicas e psíquicas apresentado pelo o

indivíduo (ébrio) como resultado de uma dose excessiva de uma bebida alcoólica. O

quadro de embriaguez é peculiarmente caracterizado por um estado de euforia, de

desinibição e excitação, perda de controlo de palavras, acções, equilíbrio e até mesmo

de consciência (Mello, 2010:18).

Refere o autor que tal quadro pode complicar-se por crises convulsivas, e por

outros sintomas que agravam a situação, levando à embriaguez “patológica” que

apresentam sintomas de excitação e delírio. Nisso, o autor distingue três formas de

embriaguez: a primeira, designada alucinatória, caracteriza-se pela presença de

alucinações visuais e auditivas e episódios de violência durante a embriaguez; a segunda

– delirante – caracteriza-se pelas ideias de perseguição, megalomanias, ciúme, etc.; e a

terceira – excito-motora – caracteriza-se pela excitação verbal e de movimentos,

atitudes furiosas e agressivas e, não raro, condutas perigosas.

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1.2.2.2. Alcoolismo Crónico

Alcoolismo crónico é o estado decorrente do uso habitual e repetitivo de

bebidas alcoólicas, mantendo-se o organismo continuamente sob a ação de quantidades

de álcool que, podendo ser em pequenas doses, somam, contudo, diariamente, uma

quantidade superior àquela que o fígado pode destruir. Assim o estado de alcoolismo

agudo/ embriaguez pode ocorrer no alcoolismo crónico, dependendo do nível de álcool

no sangue e não da alcoolização continuada do organismo (Mello, 2001:18/19).

As perturbações, ligadas ao alcoolismo, manifestam-se sobre os vários sistemas

do indivíduo, levando-o a dar entrada nos hospitais por doença, direta ou indiretamente

ligada ao uso abusivo do álcool (Rozin e Zagonel, 2012:315).

Mello (2001:35) sublinha que o consumo abusivo e exagerado de álcool está

altamente relacionada com as principais causas de morte no mundo, nomeadamente com

as doenças cardiovasculares e oncológicas, acidentes, suicídios, cirrose hepática, etc.

Acrescenta o autor que a mortalidade ligada ao álcool é óbvia na diminuição da

esperança média de vida do bebedor excessivo, quando comparada com a do bebedor

normal.

1.3. Dependência do alcoólica

O decurso da dependência do álcool desenvolve-se como qualquer outra

dependência de substâncias psicoativas (Lemos, 2008:53).

Caçador e Antunes (2012:5) e Schuckit (1991:24), definem a dependência

alcoólica como uma necessidade frequente e contínua de consumo de bebida alcoólica

para obtenção de uma sensação prazerosa. O dependente é caracterizado pela falta de

auto controle no que tange ao consumo.

Schuckit (1991:24) diferencia dependência física da psicológica, postulando que

esta última corresponde ao uso abusivo do álcool, em que o usuário necessita de

consumir para atingir um nível de relaxamento ou sentimento de bem-estar, enquanto, a

dependência física caracteriza-se pela adaptação fisiológica do uso crónico dessa droga,

apresentando sinais e sintomas (cf. Anexo I) quando é interrompida bruscamente ou

este para de consumir ou interrompe o seu consumo. Esta dependência é promovida por

dois aspetos importantes: Por um lado, a tolerância – a qual Townsend (2009: 459)

explica que, o organismo precisa de doses cada vez maiores para atingir os efeitos

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desejados, ou seja o sujeito torna-se dependente dessa substância com a capacidade de

suportar doses maiores, criado originalmente por uma dose menor, e por outro, a

síndrome de abstinência alcoólica que, para Schuckit (1991:25), é caracterizada por

um conjunto de sinais e sintomas que surgem quando um indivíduo ingere grandes

quantidades de álcool todos os dias e de repente para de fazer o uso dessa substância.

1.4. Epidemiologia do consumo do álcool

Dados estatísticos sobre o consumo de álcool nos adolescentes a nível mundial

mostram que o início do consumo é feito da passagem da infância para a adolescência e

que o álcool é utilizado, pelo menos uma vez por mês, por mais de 50% dos estudantes

do último ciclo nos Estados Unidos, onde 31% embriagam-se mensalmente. O consumo

varia tendo em conta algumas especificidades individuais e, nisso, nos rapazes, esse

consumo parece associado com uma enorme frequência à criminalidade (Caron e Rutter,

1991; Clark, Watson e Reynolds; 1995).

Nos países ocidentais, aproximadamente 50% das mulheres e 2/3 dos homens

não bebem ocasionalmente. A faixa etária onde se regista maior consumo per capita é a

dos 16 aos 25 anos. Porém, parece haver uma maior diminuição do consumo com a

idade (Schuckit, 1998:90).

Segundo Mello e colaboradores (apud Martins 2009:23) em Portugal, mais de

60% dos jovens com idades entre 12 e 16 anos e mais de 70% acima dos 16 anos

consomem bebidas alcoólicas regularmente.

Segundo os mesmos autores, o consumo do vinho tem vindo a reduzir, mas o

consumo de cerveja e bebidas destiladas tem vindo a aumentar. O consumo nos homens

e significativamente superior comparativamente ao consumo nas mulheres, embora

nestas tem-se verificado uma tendência de aumento.

O álcool é uma das substâncias psicoativas mais precocemente consumido pela

população jovem. O seu uso abusivo é quase endémico, contudo os adolescentes são

aqueles mais vulneráveis (Soares, 2006:s/p).

1.5. Efeitos do álcool sobre a saúde

O alcoolismo é uma patologia que causa danos em diferentes vertentes,

nomeadamente físico, psíquico e social que acarreta inúmeros problemas para o próprio

indivíduo (Mello, 2013:18).

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No SNC, o álcool começa por produzir inicialmente depressão das funções

superiores exercidas pelos lobos frontais, responsáveis pela manutenção dos valores e

auto-perceção. Além disso, provoca efeitos maléficos sobre o juízo critico, a capacidade

de tomar decisões e o tempo de reação do indivíduo. Conforme a dose, poderá chegar a

uma síncope respiratória e levar à morte (Goodman, 1997:128).

Como referido anteriormente, grande parte do álcool ingerido é metabolizado

no fígado. Acontece que quando este órgão é constrangido a metabolizar enormes

quantidades de álcool, produz gorduras que se acumulam de tal modo que o fígado

aumenta de tamanho e fica sobrepesado de gordura, ocorrendo assim, o chamando

fígado gordo. Este causa a destruição de células hepáticas sadias com formação de

tecido fibroso e causa a chamada Cirrose hepática, doença fatal (Murad, 1998:158).

Para Goodman (1997:129), existe um conceito popular de que o álcool “seria

útil ao coração e aos vasos por causa de sua possível ação vasodilatadora”. O que de

fato acontece é que, a possibilidade de aumentar os níveis de lipoproteínas de alta

densidade no sangue, reduz um pouco os riscos de ataque cardíaco, nas pessoas que

bebem pouco álcool. Nos bebedores habituais e nos alcoólatras, ele produz efeitos

prejudiciais ao sistema cardíaco, elevando a carga de trabalho do coração e reduzindo o

fluxo sanguíneo nas artérias coronárias destinado ao músculo cardíaco.

Corroborando o parecer de Goodman, Murad (1998:159) acrescenta que ao

nível do miocárdio, além da diminuição do rendimento cardíaco, há também uma

redução da contratilidade das fibras musculares do coração, alterando sua força e

regularidade dos batimentos cardíacos, causando arritmias fatais, pressão arterial,

angina, flebite e acidente vascular cerebral (Murad, 1998:159).

Ainda Goodman (1997:129) mostra que, indivíduos que bebem apresentam

maior risco de neoplasia de boca, esófago, estômago, bexiga, pulmão, pâncreas intestino

e próstata. Além disso, podem aparecer também pancreatite e lesão de nervos

periféricos.

Murad (1998:160) frisa que “álcool ao ser metabolizado no organismo libera

proximamente 7 calorias por grama”. Sendo, portanto, um produto calórico mas sem

qualquer valor nutritivo, pois não possui proteínas nem vitaminas ou outros

componentes vitais. Assim as pessoas que bebem apresentam um risco muito maior de

sofrerem de deficiências da nutrição e de doenças correlatas, incluindo anemia,

obesidade, carências de vitaminas do complexo B, niacina, tiamina, ácido fólico,

potássio, zinco e magnésio.

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Face aos alcoólatras crónicos, Mello e colaboradores (2001: 53-54) expõem

que, ao nível do sistema hemático, há em regra, uma diminuição de plaquetas,

alterações da série branca e da coagulação do sangue.

Os mesmos expõem que o aparelho locomotor é também alvo de complicações

do álcool pois, não raro, os alcoólatras crónicos relatam perturbações músculo-

esquelético, nomeadamente traumatismo e atrofia óssea.

Ao exposto, Townsend (2009: 464-5659 acrescenta encefalopatia de Wernicke,

psicose de Korsakoff, varizes esofágicas, e enfatiza que o consumo de álcool durante a

gravidez pode resultar em uma síndrome denominada de síndrome alcoólica fetal que

causa danos no desenvolvimento físico e psíquico do feto.

Por seu turno, Mello (2013: 19) aponta que o alcoolismo crónico acarreta

fundamentalmente problemas do trato grastrointesntinal mormente náusea, vómitos,

azia e dores abdominais. Adicionalmente, ou autor refere a impotência sexual como

outra complicação do abuso crónico de álcool. Todavia, o autor realça que, além dos

órgãos do corpo, a saúde mental também é afetada pelo alcoolismo crónico.

Assim, das complicações psíquicas mais frequentes do abuso crónico de álcool

destacam-se o delirium tremens, demência alcoólica, dificuldade em raciocinar,

comprometimento do senso moral e de responsabilidades, enfraquecimento da vontade,

alteração do humor e do carácter, irritabilidade, alucinose alcoólica, ciúme patológico,

perturbações ansiosas e depressivas, etc. (Mello, 2010: 27).

Na óptica de Barrias (2006:314), a ingestão desmedida de álcool expõe o

indivíduo à comportamentos que aumentam a sua probabilidade de ferir e até morrer,

nomeadamente condução de veículos motorizados e consequentes acidentes, mas

também acidentes de trabalho e envolvimento em brigas e delinquência.

1.5. Determinantes do comportamento alcoólico

O comportamento alcoólico foi objeto de estudo de várias áreas e correntes

teóricas, nomeadamente a Neurobiológica, Psicopatologia e áreas afins, porém, até

agora, nenhuma delas foi capaz de explicar plenamente o fenómeno. Tal facto faz crer

que o consumo abusivo de álcool tem uma etiologia multicausal (Townsend, 2009:459-

60).

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Assim, sem pormenorizar teorias explicativas do consumo de álcool, alguns

fatores parecem justificar o consumo de álcool. Dentre esses faotres pode-se destacar: i)

fatores biológicos ou genéticos; ii) fatores psicológicos, e iii) fatores socioculturais.

i) Fatores biológicos ou genéticos

Para Townsend (2009:460), a genética tem um grande impacto no

desenvolvimento de distúrbios relacionados com o álcool. Segundo o autor, os filhos de

alcoólatras têm três vezes mais propensão, que as outras crianças, de se tornarem

alcoólatras”.

Uma segunda hipótese biológica prende-se com a possibilidade do álcool

produzir substâncias semelhantes a morfina no cérebro e que são responsáveis pela

dependência de álcool (Pacheco, 2009:35).

As probabilidades de fatores genéticos envolvidos nos aspetos de dependência

química são de grande importância na contemporaneidade, uma vez que as pesquisas

genómicas têm apontado particularidades para o fato de funções neurobiológicas

tornarem o indivíduo propenso ao uso de eventuais substâncias ilícitas (Abraão,

1999:6).

ii) Fatores Psicológicos

Em alguns casos, encontra-se ligado também à transtornos de ansiedade e

timidez, em que o indivíduo usa o álcool como remédio, servindo de desinibidor.

Mesmo para o bebedor moderado, o álcool proporciona, quase sempre, sensação de

relaxamento e bem-estar e, tal sensação pode perfeitamente incentivar o indivíduo a

abusar do álcool constantemente (Gomes, s/a: 43).

Pode-se dizer que a personalidade influencia também o uso de álcool, estando o

uso abusivo de substâncias associado à personalidade anti-social. O consumo de álcool

constitui forte arma, ajudando assim os indivíduos com personalidade anti-social a se

inserirem na sociedade. Pessoas que apresentam baixa auto-estima ou depressão tendem

a consumir de forma abusiva o álcool para se sentirem eufóricos, como também para

evitar problemas e diminuir a ansiedade (Gomes, s/a: 43).

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Indivíduos ressentidos, frustrados, com sentimento de culpa, e outras

experiências e sentimentos geradores de ansiedade, poderão recorrer ao uso excessivo

do álcool como forma de aliviar-se deles ou na tentativa de afastar os seus fantasmas

inconscientes (Townsend, 2009:461).

iii) Fatores socioculturais

Segundo Wallon O homem é um ser geneticamente social (apud Tourrette e

Guidetti, 2012: 23).

Esta sua natureza faz com que procure constantemente aproximação de

diferentes grupos e, viva de acordo com normas estabelecidas nos grupos em que se vai

inserindo. Primeiramente na família – socialização primária e, posteriormente com

outros grupos (escola, grupo de pares, etc.) – socialização secundária. É por meio da

socialização em diferentes grupos sociais que se aprende as regras de conduta que são

observadas pelos membros do grupo e, portanto, as formas de agir e pensar que são

fundamentais para o indivíduo conviver em sociedade. É durante a socialização primária

que o homem aprende as principais regras de conduta, normas, valores, posições éticas e

relações pessoais e de afectividade que irá possivelmente manter ao longo da vida.

De acordo com Ramos (2004:56), a família é a primeira instituição com quem

a criança tem contato e os hábitos, nomeadamente os de saúde, que adquire dependem

em larga medida desse ambiente. Segundo o autor, a família é um espaço de proteção,

desenvolvimento, carinho, organização estrutural, emocional e identitária, mas também

é um lugar de opressão, de conflito, de desestruturação e de violência, podendo

constituir ora como fator de proteção ora como fator de risco.

Explica (Ramos, 2004:177) que uma criança que se encontra inserida num

meio onde existem diversos problemas como alcoolismo, tem maior possibilidade de

desenvolver hábitos alcoólicos.

Por outro, é notório o consumo de álcool entre os adolescentes devido à

pressão dos grupos. É nos grupos de pares que o adolescente afirma as suas diferenças

geracionais e se obriga muitas vezes a grandes exigências identificativas, constituindo

num fator de incentivo a novas experiências pra o consumo e outros riscos (Pinto,

2013:45).

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Sabe-se também que o comportamento alcoólico está relacionado com várias

crenças, tradições, falsos conceitos e superstições. Crê-se, por exemplo, que o álcool

aquece o organismo, mata a sede, dá força, facilita a digestão e funciona como um

remédio” (Mello, 2013:22/26). Contudo tais crenças, não são mais do que meros mitos

em torno do álcool.

Em suma, o alcoolismo é uma patologia que integra aspetos biológicos,

psicológicos e sociais e, a interacção destes aspetos bem como, as decisões do

comportamento do indivíduo, podem determinar o processo no qual a pessoa ficaria,

gradualmente, ao longo dos anos, dependente do álcool (Townsend, 2009:461).

1.6. Adolescência

O termo adolescência advém do verbo latino “adolescere” que significa crescer

para adulto (Simões, apud Caçador e Antunes, 2012:1).

A OMS (2007: s/p) e não só, conceitua a adolescência como o período de

transição da infância para a idade adulta.

Segundo Outeiral (1994:46), a exactidão na definição e calendarização da

adolescência, no que se refere ao ponto inicial e ponto final, é alvo de diversas

discussões devido a influência de fatores genéticos, sociais, culturais e fenómenos

sociológicos.

Para Sampaio (1997:s/p), foi a partir de do século XX que a adolescência

tomou contornos mais esclarecidos, através das investigações realizadas, na qual tornou-

se compreensível que a adolescência carateriza-se por modos peculiares de pensar,

sentir e agir e com tarefas evolutivas claramente definidas: conquista da autonomia e

procura da identidade.

Relativamente à autonomia, Fleming (1993:87) aclara que após o longo

período de dependência e proteção, isto é, da infância, o adolescente vive um rápido

crescimento que através de mudanças biológicas, fisiológicas, cognitivas e outras o

prepara para a autonomia. Conforme Rozin e Zagonel (2012:314), nesta conquista, o

adolescente desprende-se progressivamente dos pais e lança-se no mundo.

Porém, ao deixar para trás os papéis infantis, o adolescente preocupa-se em

encontrar a sua identidade.

Acerca da identidade, Sampaio (1997:s/p) refere que o compromisso principal

do adolescente é a procura de uma identidade. Para o autor, a identidade resulta da

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

19

assimilação e rejeição das identificações suportadas ao longo da vida, assim como das

interações entre o desenvolvimento pessoal e as influências sociais.

Para Fonseca (2002:67), a tarefa identitária opera pela identificação do

adolescente com o seu grupo de tal modo que se veste, fala e se comporta como os

outros elementos do grupo.

1.7. Adolescência e consumo de álcool

Nem sempre a procura da identidade se processa de forma suave.

De acordo com Rozin e Zagonel (2012:315) a inserção do adolescente no meio

social, deixa-o exposto à situações diversas, nomeadamente ao álcool. Acerca disso,

Freyssint, Dominjon e Wagner (2006) referem que o fácil acesso ao álcool e o facto de

o seu consumo estar intimamente ligado à atividades prazerosas, quer festivas ou de

outra natureza, confluem no contacto precoce do adolescente com o álcool.

Além do mais, como explica Fonseca (2002:67), por um lado, a autonomia

alcançada possibilita uma maior auto-exploração através da experimentação de novas

sensações e interessando por condutas que envolvem o risco. Por outro, a necessidade

de adesão, afirmação e aceitação nos grupos de pares é tanta que procuram novas

sensações no mundo que os rodeia, sendo, por isso, bastante influenciáveis pelos grupos

de pares vulneráveis.

A preferência pelo consumo de álcool por adolescentes ocorre pelos efeitos da

substância que, no início, é de bem-estar. Além disso, proporciona satisfação, fácil

inserção no grupo e fonte de alívio para o stress familiar e escolar (Simões, 2006: 148).

Muitos adolescentes consomem bebidas alcoólicas em busca de uma sensação

de desinibição, sentindo-se auto-suficiente para evitar ou resolver todos os tipos de

problemas. Porém essa sensação é momentânea e substituída rapidamente por

sonolência, visão turva, diminuição motora, problema em recordar o que aconteceu,

problemas estomacais, vesicais e intestinas, intoxicação, etc. (Mello, apud Martins

2009:19).

Um episódio de consumo exagerado de álcool pode causar um “blackout” ou

perda de memória por acontecimentos que ocorreram durante o episódio de bebida. A

perda de consciência é temporária mas pode persistir durante algum tempo depois do

episódio de bebida que a causou (Ziegler, Wang, Yoast, Dickinson, Mcaffree,

Robinowitz e Sterlina, 2005: s/p).

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

20

Para Bellé, Sartori e Rossi (2007:120) os adolescentes mais vulneráveis que

consomem álcool, têm a tendência de ter diminuição da coordenação motora e dos

reflexos comprometendo a capacidade de locomoção, podendo levar a situações grave.

Nesta mesma sequência, Pechanky, Szobot e Scivoletto (2004:14) citam alguns

sintomas do consumo abusivo do álcool na adolescência como: lapsos graves da

memória, aprendizado e inteligência. Segundo estes autores, os danos associados ao

álcool estendem-se ao longo da vida e, os seus efeitos repercutirão na neuro-química

cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do desenvolvimento de suas

habilidades, já que um adolescente ainda não está estruturado em termos biológicos,

sociais, pessoais e emocionais.

De salientar que os prejuízos decorrentes do uso do álcool em um adolescente

são diferentes dos prejuízos evidenciados em um adulto. Os danos são maiores no

organismo do adolescente uma vez que o organismo deste não tem a capacidade de

metabolizar o álcool tanto quanto ao do adulto, como também as especificidades

existenciais da própria etapa ou pelo amadurecimento do cérebro (Sílvia, 2010:13).

Rozin e Zagonel (2012:317), afirmam que a autopercepção do abuso do álcool,

não é vista, na maioria das vezes, pelos adolescentes, como uma substância com enorme

potencial de riscos à saúde, além de muitos não o entenderem como droga.

A literatura revela que a pressão dos amigos ou grupos de pares que consomem

álcool, a estrutura e o ambiente familiar, a excessiva tolerância dos pais, a publicidade, a

própria cultura da sociedade, o fácil acesso e baixo custo do álcool são os principais

motivos por que os jovens adolescentes consome álcool (Carvalho, Lemos, Raimundo,

Costa e Cardoso 2007:32).

Por conseguinte, Harnett, Herring e Kelly (2000:62), mostram suas

preocupações relativamente aos padrões de consumo de álcool adotados pelos

adolescentes. Segundo estes autores existem oito estilos de consumo de álcool:

i. Chilhood – quando o consumo do álcool acontece em casa com os pais, durante

uma refeição ou um momento festivo;

ii. Adolescent – ocasiões em que estão com os amigos, na ausência de familiares;

iii. Experimental – associado a maioridade e à possibilidade de frequentar

discotecas, caracteriza-se pela procura de novas experiências com o álcool,

novos tipos de bebidas, novos contextos e talvez, novos amigos

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

21

iv. Sociable – o consumidor vê o consumo como um facilitador de relações sociais

e, portanto, o consumo é moderado;

v. Recreational – onde geralmente ocorre “ mistura de bebidas”, o consumidor

desperta o gosto pela embriaguez e planeia encontros com amigos para se

embriagarem;

vi. Safe – o indivíduo pretende conservar o seu bem-estar físico e social,

procurando minimizar os riscos de causar danos tanto a si como aos outros,

diminuindo o consumo para manter a lucidez e eficiência mental;

vii. Therapeutic – o consumo tem por objetivo aliviar algum tipo de mal-estar ou

sintoma “ beber para esquecer, vencer timidez ou insónia”;

viii. Structural – o consumo está relacionado com outros fatores estruturantes da

vida do consumidor, “ estudo, emprego”, e o objetivo é esquecer, mesmo que

seja por um curto período de tempo.

1.8. Políticas Nacionais de prevenção do consumo do álcool

O governo de Cabo Verde, consciente do consumo de álcool e do agravamento

a nível mundial, tem investido esforços no combate a esse flagelo, junto com a

comunidade internacional. Ciente disto a “Assembleia Mundial da Saúde (AMS),

aprovou em 2010 uma resolução transferindo estratégias global para tratar do uso

abusivo do álcool referindo a políticas públicas de controlo do álcool (A PONTE,

2014:4).

Do ponto de vista governamental, o Ministério da Justiça, através da Comissão

de Coordenação de Combate à Droga (CCCD), o Ministério da Saúde, a Policia

Nacional (PN) e a Policia Judiciaria (PJ), o Plano Preliminar de Luta Contra o

Alcoolismo (2009), a Política Nacional de Saúde e outros, sobressaem-se no país como

entidades de referência no combate ao álcool.

O Ministério da Saúde de Cabo Verde tem desenvolvido várias ações e

políticas de combate ao álcool, nomeadamente no que tange a prevenção e diagnóstico

precoce.

Na aplicação rigorosa da lei que proíbe a venda, distribuição de bebidas

alcoólicas entre menores e a publicidade das mesmas (lei nº 271/V/97);

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

22

Na implementação de instrumentos de eficácia comprovada, a nível da atenção

primária para o diagnóstico precoce do risco de dependência;

Na informação da sociedade sobre a gravidade do risco e sobre a necessidade e

formas de combate aos efeitos nefastos resultante do consumo excessivo do

álcool.

O Ministério da Saúde desenvolveu um Plano Nacional de Desenvolvimento

Sanitário (PNDS) para os anos de 2012/2016, que visa a luta contra os efeitos nefastos

resultantes do consumo abusivo do álcool. O documento, encoraja ações conjuntas

intrassectoriais para uma abordagem integrada aos problemas relacionados com o uso

abusivo do álcool e o alcoolismo. Cabo Verde, conhecendo a complexidade do

alcoolismo, admitiu em 1998, um programa inteirado no combate à droga considerando

os domínios da prevenção das toxicomanias, do tratamento, reabilitação e inserção

social do toxicómano e do combate ao tráfico.

No que diz respeito às leis que regem o consumo do álcool, a lei nacional não

proíbe a produção, apenas regula as condições que ela deve ocorrer, e em relação ao

consumo, a legislação proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. (cf.

Anexo II)

Do ponto de vista não-governamental, das ações e iniciativas de combate e

controlo do álcool, destacam-se as Organizações Não-Governamentais (ONG) e as

Organizações da Sociedade Civil que na sua pluralidade têm influência na intervenção

de planos de luta conta o álcool, destacando-se a Associação Cabo-verdiana de

Prevenção do Alcoolismo (Barros, 2014:49).

Neste âmbito foram definidas intervenções prioritárias no combate a esse

flagelo (A PONTE, 2014:5). (cf. Anexo III)

1.9. Intervenções de Enfermagem para o consumo de álcool

Por intervenções de enfermagem entende-se quaisquer ações autónomas de

acordo com os pressupostos técnicos e científicos da profissão, seguindo o percurso

predito pelo diagnóstico de enfermagem com o estabelecimento de metas a serem

alcançadas, de modo a atingir os objectivos de auxilio do cliente (Bulechek e

McCloskey, 1985:10).

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

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Na perspetiva de Abreu (2008;s/p.), as intervenções de enfermagem consistem

na concretização lógica de todo o processo racional e sistemático de assistência,

transferindo para o campo clínico o pensamento, o planeamento e definição da

estratégia terapêutica.

Para que tal aconteça é necessário que os enfermeiros tenham uma formação

pessoal, teórica e prática adequada que lhe permita também intervir de forma adequada

(Townsend, 2009:800).

Em casos de alcoolismo, é necessário uma abordagem multidisciplinar

abrangendo diversos profissionais como psiquiatria, assistente social, psicólogo,

terapeuta ocupacional e enfermeiro. O enfermeiro deve trabalhar em cooperação

continuamente com essa equipa e devem assegurar a continuidade do cuidado

(Townsend, 2009:800).

Mesquita, Halpern e Buccreichi (s/a:134) apontam que a enfermagem não só

trabalha na reabilitação do utente alcoólico, como também deve traçar estratégias de

atuação junto a população de risco visando a prevenção do abuso de álcool. O principal

objetivo da prevenção, no campo dos problemas relacionados ao consumo de drogas

psicotrópicas, é procurar que os membros de uma dada população não abusem de drogas

e, consequentemente, não causem danos sociais relacionados a este abuso nem prejuízos

que daí possam decorrer.

1.9.1. Intervenções de Prevenção Primária

Para Townsend (2009:782), a enfermagem atua na atenção primária de saúde

com o intuito de traçar estratégias que visam a prevenção do alcoolismo e

consequentemente a diminuição de distúrbios mentais na sociedade, definindo

prevenção primária como serviços com o objetivo de reduzir a incidência do consumo

do álcool na população.

Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:135) apresentam uma definição mais

abrangente ao explicarem que a prevenção primária são “quaisquer atos destinados a

diminuir a incidência de uma doença numa população reduzindo o risco de casos

novos”.

Nesta fase o enfermeiro centra-se em sinalizar os grupos em maior risco de se

tornarem alcoólatras e delinear planos de ação adequados, focando-se na abordagem de

grupos em risco e no provimento de programas educacionais (Townsend, 2009:782).

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

24

Para complementar, Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:137) afirmam que, a

população-alvo da prevenção primária é, por um lado, uma pessoa que ainda não adotou

hábitos de consumo, por outro, um produto cujas consequências negativas ainda não são

comprovadas e, por fim, um meio ambiente mais ou menos incitativo de um consumo

insalubre.

Assim, os objectivos últimos da prevenção primária incluem não só evitar/

reduzir o consumo excessivo de álcool, mas também prevenir consequências sociais. O

enfermeiro dispõe de várias actividades educacionais que constituem estratégias de

prevenção primária (Mesquita, Halpern e Buccareichi, s/a:137).

Townsend (2009:782) exemplifica o ensino dos efeitos biopsicossociais do

álcool e outras drogas à crianças em idade escolar como tipo de serviço que o

enfermeiro presta na comunidade no âmbito da prevenção primária.

Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:136), referem que as informações

transmitidas durante as sessões de Educação para a Saúde (EpS) chegam à cada

indivíduo de forma diferente. Apesar de ter somente um objetivo, as intervenções

apresentam um carácter individual, mesmo quando endereçada ao coletivo. É a pessoa

que deve ser conscientizada e que aprender a fazer escolhas saudáveis e responsáveis.

Os mesmos autores (s/a:137/140) referem que a prevenção primária abarca

questões individuais e sociais, tendo os seguintes objetivos:

Promover o bem-estar individual;

Favorecer o funcionamento harmonioso da sociedade;

Conscientização da população geral;

Conscientização da pessoa sobre a sua forma de ser;

Adoção de atitude saudável com respeito ao álcool;

Formação de hábitos adequados;

Identificar rapidamente as situações problemáticas;

Reconhecer e classificar informações pertinentes ao problema;

Delimitar uma sequência de ações razoáveis;

Melhorias do meio ambiente;

Desenvolvimento biopsicosocial.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem preventiva

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1.9.2. Intervenções de Prevenção Secundária

Na prevenção secundária, o enfermeiro tem a incumbência de detetar possíveis

sinais e sintomas do alcoolismo na sua fase inicial e prestar tratamentos, ou

encaminhamentos da pessoa para outros serviços quando a necessidade se centra fora do

âmbito da enfermagem (Townsend, 2009:782, 800).

Se as intervenções de enfermagem acontecerem atempadamente, há maiores

probabilidades de se evitar que a pessoa entre num estado de dependência. Assim, a

prevenção secundária consiste em intervenções rápidas para evitar que um estado de

dependência se estabeleça (Mesquita, Halpern e Buccareichi, s/a:140).

A deteção do alcoolismo na sua fase inicial e o respetivo encaminhamento não

é função somente dos enfermeiros, mas também de outros profissionais que

averiguarem essa situação (Townsend, 2009:782/783).

1.9.3. Intervenções de Prevenção Terciária

Mesquita, Halpern e Buccareichi (s/a:136) definem prevenção terciária como

“quaisquer atos, destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crónicas numa

população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas a doença”,

visando, portanto, a reabilitação do alcoolismo.

Assim, de acordo com Townsend (2009:783), a enfermagem na prevenção

terciária foca-se na ajuda aos clientes no sentido de aprenderem ou reaprenderem

comportamentos socialmente apropriados, de modo a que possam alcançar um papel

satisfatório na comunidade.”

A enfermagem tem uma função extremamente importante na reintegração do

indivíduo na sociedade. As intervenções devem ir no sentido de tornar o indivíduo o

mais autónomo possível.

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CAPÍTULO II – FASE METODOLÓGICA

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

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2.1 Tipo de estudo/pesquisa

Trata-se de um desenho de investigação descritivo e uma abordagem

quantitativa, baseada numa lógica de pesquisa dedutiva na base de uma filosofia de

investigação positivista. Em relação ao tempo, trata-se de um estudo de carácter

transversal.

Segundo Prodanov e Freitas (2013: 52), um estudo descritivo consiste em

descrever as caraterísticas de determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento

de relações entre variáveis.

Neste estudo, pretende-se, particularmente descrever o fenómeno do consumo

do álcool entre adolescentes e, a partir dessa descrição descrever as intervenções de

enfermagem na prevenção do uso do álcool.

Segundo Fortin (1999:22), a abordagem quantitativa, é um processo metódico

de colheita de dados observáveis e quantificáveis. A autora frisa que este tipo de

abordagem permite ter precisão e objetividade, possibilitando também a comparação,

reprodução e generalização para casos semelhantes.

O raciocínio dedutivo na base do positivismo proporciona controlar e antedizer

fenómenos. Este tipo de raciocínio implica que a verdade é absoluta e que os factos e os

princípios existem autonomamente dos contextos históricos e social. Se uma coisa

existe ela pode ser medida (Fortin, 2009:19).

Quanto ao horizonte de tempo, trata-se de um estudo transversal na medida em

que os dados foram recolhidos junto dos participante deste estudo num dado momento,

não havendo, portanto, período de seguimento ou acompanhamento dos adolescentes.

2.2. Amostra/participantes

A amostra é definida por um conjunto de sujeitos, a quem se recolhe os dados e

deve ter as mesmas características da população de onde foi retirada (Coutinho,

2011:85).

O método de amostragem utilizado foi não probabilístico. Mais

especificamente, trata-se do método de amostragem acidental ou de conveniência.

Os critérios de inclusão dos participantes no estudo foram: (i) idade

compreendida entre os 12 e os 18 anos inclusive e, (ii) participação voluntária.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

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Fizeram parte da amostra 80 adolescentes, sendo 41 (51,3%) do sexo feminino

e 39 (48,8%) do sexo masculino. A idade dos participantes variou entre os 12 e os 18

anos, com uma média de idades de 15,49 anos (DP = 1,765).

Os 80 (100%) adolescentes que constituem a amostra são estudantes e

encontram-se equitativamente distribuídos pelos seguintes estabelecimentos de ensino

secundário: 20 (25%) frequentam a Escola José A. Pinto, 20 (25%) estão na Escola

Jorge Barbosa, 20 (25%) estudam no Liceu Ludgero Lima e os outros 20 (25%)

estudam na Escola Industrial e Comercial do Mindelo.

A amostra abrange adolescentes de todos os ciclos do ensino secundário (1º, 2º

e 3º ciclos), estando 34 (42,5 %) no 3º ciclo (11º e 12º), 24 (30,1%) no 2º ciclo (9º e 10º

ano) e 22 (27,6 %) no 1º ciclo (7º e 8º ano).

Em relação à área de residência, a esmagadora maioria dos participantes mora

em zonas centrais (77 – 96,3%) e, apenas uma minoria reside em zonas periféricas (3 -

3,8%). Relativamente ao agregado familiar, a maioria dos inquiridos (44 – 55%) vive

com a família nuclear, 33 (41,3%) vivem com a família alargada e os restantes 3 (3,8%)

vivem no seio de uma família recomposta.

No tocante ao agregado familiar, 18 (22,5%) vivem numa família composta por

cinco membros, 16 (20%) vivem numa família com quatro membros e apenas 2 (2,5%)

vivem numa família numerosa, isto é, composta por doze e treze membros,

respectivamente, sendo o número médio de membros do agregado familiar de 5,08

(DP=2,073).

Todos os participantes têm irmãos sendo o número médio de ordem na fratria

de 2,21 (DP =1,289). No que toca a existência de filhos, 4 (5,1%) dos participantes

relataram a experiência de maternidade. Relativamente à religião, 26 (32,5%)

responderam religiosos e 54 (67,5%) responderam não religiosos.

2.3. Instrumento de Recolha de Dados

Neste estudo, o instrumento de recolha de dados utilizado foi o questionário.

Este comporta por 43 questões de tipo dicotómico, escolha múltipla e perguntas-filtro.

Questões essas concernentes às características sócio demográficas, ao consumo do

álcool, à história de consumo familiar e ao conhecimento das implicações do consumo

sobre a saúde. (cf. Apêndice I)

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2.4. Campo Empírico

O campo de pesquisa foi as Escolas Secundárias de São Vicente. Assim far-se-

á de seguida uma descrição genérica das Escolas que serviram de campo empírico do

Estudo.

2.4.1. Caraterização das Escolas Secundarias

i) Escola Jorge Barbosa

A Escola Secundária Jorge Barbosa situa-se no bairro do Madeiralzinho, na

ilha de São Vicente, em Cabo Verde, nas proximidades do Comando da IIª Região

Militar e da sua oficina. A escola funciona em instalações novas, construídas de raiz.

Mas a sua história remonta-se ao período pós independência, período em que o extinto

Ciclo preparatório deixou de ser ministrado pelo Liceu Ludgero Lima. Trata-se de uma

instituição pública, logo encontra-se sob a tutela do Ministério da Educação e Desporto.

(cf. Apêndice II)

A escola passou por diversas fases, em que de 1975 – 1978 funcionou com o

nome de Escola Preparatória do Mindelo. A partir de 1978 e durante muitos anos

denominou-se Escola Preparatória Jorge Barbosa, e funcionou num edifício centenário

(antigo Liceu Gil Eanes) no centro histórico do Mindelo. Na decorrência da reforma do

sistema educativo implementado no país, a Escola passou, a partir de 1996, a designar-

se Escola Secundária Jorge Barbosa.

Recebeu este nome em homenagem ao Poeta Jorge Barbosa, um dos expoentes

da literatura cabo-verdiana.

Neste ano lectivo, a escola dispõe de 113 professores, e 1850 alunos

distribuídos por 61 turmas, 31 turmas de manhã e 30 à tarde.

ii) Escola Industrial e Comercial do Mindelo

A Escola Industrial e Comercial do Mindelo, outrora denominada de Escola

Elementar Técnica do Mindelo pelo Decreto nº 40 198 de 22 de Junho de 1955, nasceu

com o intuito de colmatar a necessidade que se fazia sentir em Cabo verde nesta altura

em termos de formação profissional. Assim, o artigo1º do nº 3º do artigo 150º da então

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Constituição decreta através do Ministro do Ultramar a criação da Escola Industrial e

Comercial do Mindelo que começou a funcionar no início do ano letivo 1958/1959,

onde se ministrou os seguintes cursos: a) Ciclo preparatório; b) Industrias: formação de

serralheiro, carpinteiro-marceneiro e montador electricista; c) Comerciais: geral de

comércio e formação feminina.

A Escola Industrial e Comercial do Mindelo situa-se na cidade do Mindelo, na

Avenida Professor Alberto Leite, em frente ao Instituto Universitário da Educação (ex.

Instituto Pedagógico do Mindelo). (cf. Apêndice III)

Criada com a finalidade de atuar no desenvolvimento económico e social e

em consonância com a política global de desenvolvimento do país e da educação. É uma

escola antiga (a primeira escola Técnica do país) que conta já com 58 anos de

existência, que lhe confere uma larga experiência na educação/ formação de quadros

que outrora satisfizeram as demandas do mercado de trabalho nos domínios vários.

Neste momento a escola tem um corpo docente de 97 professores e um corpo discente

de 1397 alunos.

iii) Escola José Augusto Pinto

Essa escola é uma instituição de ensino público, situada na ilha de São Vicente,

funcionando com as vias gerais do Ensino secundário- do 7ºao 12º anos de escolaridade-

técnica.

Foi criada ao abrigo da portaria nº60/98 de 2 de Novembro inaugurada aos 15

dias do mês de Maio de 1999 na zona de Chá de Monte Sossego, recebendo o nome

atual, em homenagem ao professor José Augusto Monteiro Pinto, um profissional

competente que dedicou à causa do ensino em São Vicente, que inicialmente funcionava

como anexo do Liceu Jorge Barbosa.

A escola começou a funcionar no ano escolar de 1998/99 em condições

relativamente precárias, com 1880 alunos do 7º ao 9º ano de escolaridade. Desde então

tem funcionado com os 3 ciclos. Tem no momento um corpo docente de 119

professores e um corpo discente de1647 alunos. (cf. Apêndice IV)

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

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iv) Escola Ludgero Lima

O Liceu Nacional de Cabo Verde, com sede em São Vicente é criado pela Lei

nº 701, publicado no Diário do Governo (actual Boletim Oficial) nº 93, Iª Série, de 13

de Junho de 1917, e no Suplemento do Diário do Governo nº 173, Iª Série, de 8 de

Outubro de 1917, com designação de “Liceu Central do Infante D. Henrique”.

Essa instituição de ensino secundário foi extinta pelo Decreto nº28114, de 26

de Outubro de 1937, não chegando, no entanto, a haver interrupção no seu

funcionamento, porque essa medida impopular foi revogada pelo Decreto nº 28229, de

24 de Novembro de 1937, passando a designar-se de “Liceu de Gil Eanes”.

O Liceu Nacional de Cabo Verde iniciou as suas actividades numa casa

pertencente ao Senador Augusto Vera-Cruz, sita na Praça Nova, passando mais tarde

para outra instalação atrás do Palácio, o Liceu Velho e, finalmente, para um edifício

construído de raiz, sito em Chã de Monte Sossego, inaugurado no ano lectivo de

1967/68, no qual se mantém até hoje.

Aquando da revolução da vida nacional cabo-verdiana, com a queda do Estado

Novo, 1933-1974, em Portugal, era necessário mudar de patrono.

Assim, a partir de 19 de Maio de 1975, por despacho ministerial, publicado no

BO nº 21, de 24 de Maio de 1975, passa a designar-se “Liceu Nacional Ludgero

Lima”, em homenagem ao combatente da liberdade da pátria e ex-funcionário deste

Estabelecimento de Ensino, de nome de baptismo, Ludgero Lima. Matricularam-se nos

3 (três) Ciclos do Ensino Secundário, via geral, no presente ano lectivo 2015/16, 1403

alunos e um Corpo Docente constituído por 95 professores. (cf. Apêndice V)

Realça-se que as informações descritas no campo empírico foram facultadas

pelos Subdiretores das referidas escolas.

2.5. Procedimentos metodológicos

Como dito anteriormente, tratou-se de uma amostra de conveniência na medida

em que a pesquisadora considerou conveniente recolher a amostra de adolescentes junto

as escolas secundarias.

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32

Para a recolha dos dados, primeiramente solicitou-se a permissão para recolha

de dados, aos respectivos Diretores das escolas, por meio de um requerimento (cf.

Apêndice VI) no mês de Outubro (cf. Apêndice VII)

Após a obtenção da autorização, a pesquisadora retornou as escolas para um

encontro com os Subdiretores pedagógicos a fim de lhes informar sobre as modalidades

de participação no estudo, os procedimentos éticos e os critérios de inclusão.

Aproveitou-se o ensejo para deixar um questionário devidamente acompanhado

do termo de consentimento informado para que conhecessem o questionário que os

estudantes estariam preenchendo.

O termo de consentimento informado acompanhou o questionário e

contemplava o objetivo da investigação, a explicação das modalidades de participação,

garantia no que concerne a protecção do anonimato e da confidencialidade das

informações pessoais; liberdade de participação e possibilidade de abandonar o estudo.

(cf. Apêndice VIII)

Nas escolas Jorge Barbosa e Industrial e Comercial do Mindelo, após obter a

autorização, agendou-se o dia e horário para o contato com os estudantes, através dos

professores responsáveis pelas disciplinas que decorriam nos respetivos horários. No

primeiro contato com os estudantes foi explicado os objetivos do estudo e as questões

éticas envolvidas (conforme o termo de consentimento informado). Nestas escolas,

preenchimento dos questionários decorreu em contexto sala de aula de manha e a tarde

num ambiente sem ruído com iluminação e arejamento satisfatório. Os adolescentes

foram devidamente informados de todos os aspetos éticos conforme o termo do

consentimento informado verbalmente e através do termo que acompanhou o

questionário.

Realça-se que na Escola Secundária Jorge Barbosa houve estudantes que

preencheram o questionário na biblioteca da escola e houve relutância de um estudante

em participar no estudo por se tratar de um tema relacionado ao consumo de álcool.

Na escola José A. Pinto e Liceu Ludgero Lima recolheu-se os dados

igualmente após o aval positivo dos Subdiretores e depois de terem agendado o dia e a

hora. Nestas escolas os participantes já haviam sido selecionados pelo que, o primeiro

contato foi numa sala onde os participantes (de diferentes anos escolares) e os

professores responsáveis estiveram reunidos com a pesquisadora para o preenchimento

dos questionários.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

33

Em todas as situações de recolha de dados o preenchimento dos questionários

deu-se individualmente, na presença e sob vigia da pesquisadora. É importante realçar

que durante o preenchimento do questionário a pesquisadora não interferiu em nenhum

momento de maneira que não influencia-se nas respostas dos participantes. A colheita

dos dados foi feita no mês de Outubro, durante uma semana e não houve casos de

desistência. O preenchimento individual dos questionários teve duração média de 15

minutos.

Após a recolha de dados, os questionários foram codificados e as variáveis

foram operacionalizadas, num dicionário de variáveis, de modo que facilitassem a

introdução dos dados brutos na base de dados. (cf. Apêndice IX)

Os dados foram introduzidos num banco de dados em Statistical Package For

Social Sciences (SPSS), versão 20.0 para Windows e, com base nessa ferramenta

procedeu-se às análises estatísticas.

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CAPÍTULO III – FASE EMPÍRICA

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

35

3.1. Apresentação e interpretação de resultados

De realçar que os dados que de seguida serão apresentados foram obtidos

especialmente com base em analises estatísticas descritivas e interpretados à luz da

literatura existente sobre o tema.

Consumo do álcool

Os resultados apontam que 68,75 % da amostra já consumiu álcool pelo menos

uma vez.

Vários estudiosos desta matéria, entre os quais Morel, Hervé, e Fontaine

(1999:51), vêm mostrando suas preocupações no que diz respeito à exposição dos

adolescentes às drogas, frisando que este fenómeno inicia-se nesta fase de vida, que é

por si só uma fase de vulnerabilidade.

Gráfico 1. Consumo do álcool

Fonte: Elaboração própria

Idade do primeiro consumo

Pode-se observar, através do Gráfico 2, que dos 55 que já experimentaram, 19

(23,8%) consumiram na infância e 36 (45,2%) na adolescência. A média de idade do

primeiro consumo é de 12,51 anos (DP=2,631).

Estes resultados estão em conformidade com dados estatísticos sobre o

consumo de álcool nos adolescentes à nível mundial que apontam que o início do

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36

consumo é feito da passagem da infância para a adolescência (Caron, Rutter, 1991;

Clark, Watson, Reynolds; 1995).

Gráfico 2. Idade do primeiro consumo

Fonte: Elaboração própria

Bebida do primeiro consumo

Relativamente à bebida do primeiro consumo, 38 (47,5%) consumiram ponche,

8 (10%) cerveja, 3 (3,75%) vinho, 2 (2,5%) stomperod, 2 (2,5%) cerveja e ponche, 1

(1,5%) cerveja e vinho e 1 (1,5%) ponche, vinho e stomperod.

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37

Gráfico 3. Bebida do primeiro consumo

Fonte: Elaboração própria

Motivo da experimentação

Em relação ao motivo da experimentação, 35 (43,75%) dos adolescentes

relataram ter experimentado por curiosidade, 15 (18,75%) experimentaram pela

excitação de festa/convívio e 5 (6,25%) experimentaram por influência de amigos.

Canavez, Alves e Canavez (2010:61) frisam a curiosidade e a influência dos

grupos de pares como os principais agentes motivadores para a experimentação inicial

de qualquer substância.

Gráfico 4. Motivo da experimentação

Fonte: Elaboração própria

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Sensação do primeiro consumo

No que concerne à sensação do primeiro consumo, 30 dos participantes

(37,5%) afirmaram ter sido normal, 11 (13,8), relataram mal-estar, 8 (10%) relataram

ter tido a sensação de euforia, 4 (5%) revelaram sensação de desespero e 2 (2,5%)

relataram sensação de bem-estar.

Sobre a sensação do consumo, a literatura mostra que a preferência pelo

consumo de álcool por adolescentes ocorre pelos efeitos da substância que inicialmente

é de bem-estar. Além disso, proporciona satisfação, fácil inserção no grupo com os

amigos e fonte de alívio para o estrese em relação aos fatores familiares e escolares

(Simões, 2006: 148).

Gráfico 5. Sensação do primeiro consumo

Fonte: Elaboração própria

Consumo atual

Daqueles que afirmaram ter consumido, 32 (38,75%) relataram continuar a

consumir.

Teixeira (sd., p.42) frisa que os usuários ocasionais na maioria das vezes, passa

dum simples consumo ocasional para um consumo frequente sem se aperceber dos

riscos, tornando um vício que pode levar à dependência.

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Gráfico 6. Consumo atual

Fonte: Elaboração própria

Frequência de consumo

No que diz respeito à frequência de consumo, 20 (25%) dos participantes

relataram o consumo uma a duas vezes por mês, 11 (13,75%) afirmaram só nos fins-de-

semana, 1 (1,5%) relatou consumo três a quatro vezes por semana.

Gráfico 7. Frequência de consumo

Fonte: Elaboração própria

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Bebida de consumo atual

Os resultados mostram que das bebidas prediletas dos participantes que

consomem actualmente, o ponche é aquela que está no topo do ranking, assumindo

36,25%, de seguida a cerveja com 22% e o aguardente a menos consumida, com 1,25%.

Gráfico 8. Bebida de consumo atual

Fonte. Elaboração própria

Aquisição da bebida

No que tange à aquisição da bebida, 13 (16,25%) dos participantes relataram

adquirir bebidas na rua,10 (12,5%) relataram aquisição pela oferta, 5 (6,25%) revelaram

aquisição por meio de compra e 4 (5%) relataram ter sido adquirido em casa.

Carvalho, Lemos, Raimundo, Costa e Cardoso (2007:32) já haviam frisado que

os fatores que mais têm contribuído para o consumo do álcool nos adolescentes são: a

publicidade, o fácil acesso e o baixo custo.

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Gráfico 9. Aquisição da bebida

Fonte: Elaboração própria

Sensação após consumo de álcool

Da sensação após consumo, 8 (10%) dos participantes revelaram ter visão turva

e sonolência, 8 (10%) afirmaram ter apenas sonolência, 4 (5%) relataram visão turva e

problemas estomacais, 3 (3,75) só visão turva, 3 (3,75) alegaram ter visão turva e

problemas em recordar o que aconteceu e 2 (2,5%) revelaram apenas problemas

estomacais.

Tais sensações não são invulgares. Conforme citam Mello e colaboradores

(apud Martins 2009:19), Após ingestão de álcool, inicialmente o indivíduo sente-se

auto-suficiente, porém, rapidamente passa a desencadear certos desconfortos no

organismo como sonolência, visão turva, diminuição motora, problema em recordar o

que aconteceu, problemas estomacais, vesicais e intestinas, intoxicação e até a morte,

quando consumido em doses excessivas.

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42

Gráfico 10. Sensação após consumo de álcool

Fonte: Elaboração própria

Ressaca após o consumo

Dos inquiridos que consomem atualmente, 16 (20%) relataram ter

experienciado ressaca após o consumo.

Gráfico 11. Ressaca após o consumo

Fonte: Elaboração própria

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Conhecimento do consumo por parte dos familiares

Constata-se que o conhecimento e desconhecimento dos familiares face ao

consumo de álcool por parte dos seus adolescentes distribuiu-se de forma igualitária

(20%).

Gráfico 12. Conhecimento do consumo por parte dos familiares

Fonte: Elaboração própria

Atitude dos familiares face ao consumo

Relativamente aos 16 inquiridos que afirmaram que os familiares sabem do

consumo 5 (6,25%) relataram que os pais mostram-se indiferentes, 5 (6,25%) alegam

que os familiares são liberais e 4 (5%) relatam que os familiares acham normal.

Acerca dessas atitudes parentais, Canavez, Alves e Canavez, (2010:62)

postulam que a atitude liberal e a falta de limites por parte dos pais contribui, de forma

negativa, na vida do adolescente, estimulando-o a experimentar álcool e tornando-o

num potencial viciado.

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Gráfico 13. Atitude dos familiares face ao consumo

Fonte: Elaboração própria

Companhia de consumo

Do Gráfico 13, constata-se que a maioria dos participantes afirmou como

companhia de consumo os grupos de pares (29 - 36.25%) e 3 (3,75%) dos inquiridos

tendo como companhia de consumo os familiares.

Estes resultados estão em consonância com a literatura. Pois, esta tem revelado

que dentre os factores que mais contribuem para o consumo na adolescência, a pressão

dos amigos ou grupos de pares tem assumido um lugar de destaque (Carvalho, Lemos,

Raimundo, Costa e Cardoso 2007:32), na medida em que na busca da identidade o

adolescente tenta afirmar-se no seio do grupo onde, por vezes, para o fazer, precisa de

se comportar como os demais elementos do grupo.

Gráfico 14. Companhia de consumo

Fonte: Elaboração própria

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Motivo do consumo

O Gráfico 15 mostra que, dos participantes que ainda consomem álcool, 15

(18,75%) consomem devido à influência de amigos, 10 (12,5%) consomem por

curiosidade e 3 (3,75%) relatam consumir por influência de outros familiares

nomeadamente primos e tios.

O abuso de álcool tem aumentado entre os adolescentes devido a pressão dos

grupos. É nos grupos de pares que o adolescente afirma as suas diferenças geracionais e

se obriga muitas vezes a grandes exigências identificativas; sendo estes tão importante

para o adolescente, constituindo num fator de incentivo a novas experiências para o

consumo e outros riscos (Pinto, 2013:45).

Gráfico 15. Motivo do consumo

Fonte: Elaboração própria

Acessibilidade ao álcool

Vinte e dois dos participantes (27,5%) relataram que o álcool é de fácil acesso

e 10 (12,5%) relataram que o álcool é de difícil acesso.

Freyssint, Dominjon e Wagner (2006) postulam que o facto do álcool estar

presente em todas as atividades prazerosas, festas ou convívios de outra natureza

contribui para o consumo precoce dos mais jovens. Além disso, acredita-se que a falta

de fiscalização das leis também contribui para que os adolescentes tenham facilmente

acesso ao consumo de bebidas alcoólicas.

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Gráfico 16. Acessibilidade ao álcool

Fonte: Elaboração própria

Consequências do consumo do álcool

Os resultados revelaram que em decorrência do consumo 11 (13,8%) dos

participantes que consomem álcool faltaram aulas, 6 (7,5%) envolveram-se em brigas, 5

(6,25%) relataram ter comportamentos de risco (esquecimento do preservativo ou o uso

indevido), 1 (1,3%) teve acidente de trânsito.

Trindade e Correia (1999:s/p) afirmam que o consumo de álcool influencia de

forma direta, a médio e a longo prazo, a diminuição do rendimento escolar, além de

influenciar comportamentos de risco para a saúde, no âmbito de comportamentos

sexuais de risco e de comportamentos de risco na condução de veículos motorizados.

Gráfico 17. Consequências do consumo do álcool

Fonte: Elaboração própria

Fácil

acesso Difícil

acesso

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Consumo de grupos de pares

O Gráfico 18 evidencia que 43 (53,75%) dos inquiridos revelaram que os

amigos não consomem bebidas alcoólicas e 37 (46,25%) relataram que os amigos

consomem-nas.

Gráfico 18. Consumo de grupos de pares

Fonte: Elaboração própria

Consumo familiar

A análise do consumo no seio familiar revela que, 70 (87,5%) dos participantes

relataram ter familiares que consomem bebidas alcoólicas, e 10 (12,5%) dos

participantes relataram não ter elementos no seio familiar que consomem álcool.

Um indivíduo que cresce num meio onde o uso de qualquer tipo de substância

é comum tem possibilidades de vir a experimentar substâncias e até de se tornar viciado

(Canavez, Alves e Canavez 2010:61).

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Gráfico 19. Consumo familiar

Fonte: Elaboração própria

Familiares que consomem

No que toca aos familiares que consomem álcool, 80,25% revelaram que o

consumo é feito pelos seus progenitores, 18,75% relataram o consumo feito pelos

irmãos, 32,5% afirmaram o consome feito pelos tios, avos e primos.

Gráfico 20. Familiares que consomem

Fonte: Elaboração própria

Família com problema com o álcool

Daqueles que afirmaram o consumo na família, 49 (61,25%) relataram não

terem familiares com problemas ligadas ao álcool e 22 (27,5 %) relataram problemas

com o álcool.

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Gráfico 21. Família com problema com o álcool

Fonte: Elaboração própria

Bebidas consumidas pelos familiares

No tocante as bebidas consumidas pelos familiares, 65% dos participantes

revelaram o vinho como sendo a bebida alcoólica de eleição dos familiares, 53,75%,

relataram a cerveja, 37,5% afirmaram o ponche a bebida alcoólica consumida pelos

familiares, o stomperod e o aguardente a menos consumida, correspondendo à 2,5% dos

participantes.

Gráfico 22. Bebidas consumidas pelos familiares

Fonte: Elaboração própria

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Conflitos familiares

Referente à questão de conflitos familiares, 61 (76,25%) dos participantes

relataram ausência de conflitos familiares e 12 (15%) relataram conflitos familiares em

decorrência do consumo do álcool.

Gráfico 23. Conflitos familiares

Fonte: Elaboração própria

Tipo de conflitos

No que diz respeito aos tipos de conflitos, dos participantes que revelaram

conflitos familiares, 8 (10%) afirmaram ter havido violência verbal, 2 (2,5%) referiram

violência física e 2 (2,5%) alegaram outros tipos de violência.

Pode-se dizer que, o meio familiar e social influencia o comportamento do

indivíduo, uma criança que se encontra inserida num meio onde existem diversos

problemas com alcoolismo, violência tanto verbal como física, abandono escolar e

dificuldades económicas tem maior possibilidade de ser dependente alcoólico (Ramos,

2004:177).

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Gráfico 24. Tipos de conflito

Fonte: Elaboração própria

Consumo de álcool como solução de problemas

Os resultados apontam que a maioria dos participantes está consciente que o

álcool não é solução para os problemas. Contudo, 2 (2,5%) referiram o álcool como

solução de problemas.

Gráfico 25. Consumo de álcool como solução de problemas

Fonte: Elaboração própria

Percepção das consequências do consumo de álcool

Relativamente à percepção das consequências do consumo do álcool, a maior

parte (76 - 95%) reconhece que o abuso do álcool traz consequências à saúde e 4 (5%)

relataram que o consumo do álcool não traz consequências a saúde.

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Gráfico 26. Percepção das consequências do consumo de álcool

Fonte: Elaboração própria

Percepção dos tipos consequências

Das consequências que o consumo do álcool traz à saúde, a maior parte dos

participantes (34-42,5%) evidenciou consequências psicológicas, físicas, familiares,

académicas e económicas; 18 (22,5%) dos inquiridos referiram consequências físicas,

psicológicas, familiar e académicas; e 1 (1,25%) referiu consequências físicas,

familiares e económicas.

Gráfico 27. Percepção dos tipos de consequências

Fonte: Elaboração própria

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Prevenção do alcoolismo nas Escolas

No que se refere à prevenção do consumo de álcool na nas escolas, 50 (62,5%)

relataram, que as escolas desenvolvem atividades de prevenção do alcoolismo e outros

comportamentos de risco e 30 (37,5%) afirmaram que as escolas não fazem quaisquer

atividades de prevenção do alcoolismo.

Gráfico 28. Prevenção do alcoolismo nas Escolas

Fonte. Elaboração própria

Estratégias preventivas do nas Escolas

Pode se observar pelo Gráfico 31 que 31 (38,75%) dos inquiridos revelaram

palestra/cartazes enquanto atividades estratégias para prevenção do alcoolismo; 16

(20%) alegaram palestra/cartazes e documentários/ filme e 1 (1,25%) palestra/cartazes e

visitas de estudos a instituições contra álcool e droga.

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Gráfico 29. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Escolas

Fonte: Elaboração própria

Prevenção do consumo de álcool nas Comunidades

Cinquenta (62,5%) dos participantes relataram não terem conhecimentos de

actividades de prevenção do alcoolismo nas suas comunidades e 29 (36,25%) afirmaram

que fazem atividades de prevenção do álcool nas suas comunidades.

Gráfico 30. Prevenção do alcoolismo nas Comunidades

Fonte: Elaboração própria

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Estratégias preventivas do alcoolismo nas Comunidades

A maioria dos inquiridos (24 - 30%) relatou que fazem palestras e uso de

cartazes preventivos; 3 (3,75%) afirmaram ter visto documentários/ filmes e 1 (1,25%)

revelou ter feito visita de estudo as instituições de álcool e droga.

Gráfico 31. Estratégias preventivas do alcoolismo nas Comunidades

Fonte: Elaboração própria

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56

3.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem

Após a explanação dos resultados e antes de partir à discussão dos mesmos

considerou-se pertinente levantar os diagnósticos de enfermagem com base no North

American Nursing Diagnosis Association (NANDA) e a Uniformização da linguagem

dos diagnósticos de enfermagem da NANDA: sistematização das propostas do II SNDE

e as intervenções/actividades segundo as Classificação das Intervenções de Enfermagem

(NIC).

Dos resultados expostos, considerou-se necessário identificar os diagnósticos

tanto para os adolescentes como para seus familiares. Embora os diagnósticos e as

intervenções adolescentes/família aparecem separados, ambos são necessários e

complementares.

3.2.1. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os Adolescentes

Para os adolescentes, os diagnósticos identificados foram: i) adaptação

prejudicada, ii) déficit do conhecimento, iii) manutenção da saúde alterada e, iv)

proteçao alterada. Como possíveis intervenções, ressaltam-se:

Identificação de risco;

Educação para a saúde;

Ensino: sexo seguro;

Aconselhamento sexual prevenção contra o uso de substâncias;

Tratamento do uso de substância;

Tratamento do uso de substância abstinência de álcool;

Grupo de apoio;

Modificação do comportamento;

Proteção contra infeçao;

3.2.2. Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem para os Pais/Famílias dos

Adolescentes

Para os Pais/Famílias, o diagnóstico identificado foi: Processo familiar alterado

e, como possíveis intervenções, ressaltam-se:

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Educação para a saúde

Melhora de papel papel parental

Aconselhamento

Para levar as intervenções a cabo, propõe-se a concretização de um conjunto de

actividades. (Apêndice X)

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

58

3.3. Discussão e considerações finais

Este estudo pretendeu descrever as intervenções de enfermagem na prevenção

do consumo de álcool na adolescência. Para tal foram enunciados os seguintes

objectivos específicos: i) Identificar as caraterísticas sociodemográfico da amostra; ii)

Conhecer os factores que incitam o consumo do álcool nos adolescentes; iii) Descrever

os efeitos do álcool sobre a saúde, e iv) Identificar as intervenções de enfermagem na

prevenção do consumo do álcool na adolescência.

O primeiro objectivo especifico foi alcançado. Em linhas gerais, tratou-se de

uma amostra de adolescentes de ambos os sexos, com uma média de idade de 15,49

anos, todos estudantes do ensino secundário, maioritariamente residentes em zonas

centrais da ilha de São Vicente.

Tais dados apontam que o consumo de bebidas alcoólicas ocorre em todos os

segmentos da sociedade, independentemente do nível socioeconómico.

Relativamente ao segundo objetivo, este foi alcançado e pode-se frisar que a

influência dos amigos ou grupos de pares que consomem álcool, a permissividade dos

pais, as crenças relacionadas com o álcool, o fácil acesso e baixo custo do álcool são os

incitadores do consumo de álcool nos adolescentes que compõem esta amostra. Estes

resultados vão precisamente ao encontro dos postulados de Carvalho, Lemos,

Raimundo, Costa e Cardoso (2007:32).

Quanto ao terceiro objectivo, dizer que são amplas as implicações do alcoolismo

sobre a saúde designadamente cancro, esofagite, gastrite, cirrose hepática, ascite,

encefalopatia, etc. No entanto, é de referir que os adolescentes que fizeram parte da

amostra, embora tenham percepção dos efeitos do álcool sobre a saúde e sobre outras

dimensões da vida, não têm a exata noção dos danos que o álcool possa causar a saúde.

O quarto obetivo também foi alcançado. Em conformidade com os resultados

obtidos e os diagnósticos decorrentes dos resusltados, traçou-se as intervenções de

enfermagem. Resumidamente, pode-se dizer que consistem em indentificar riscos,

educar para a saúde, tratar o uso de substância, fomentar grupos de apoio, modificar

comportamentos e melhorar o papel parental.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

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Um resultado a discutir prende-se com o fácil acesso ao álcool relatado, por

compra inclusive. Sabe-se que as leis que vigoram no contexto nacional proíbem a

venda de álcool a menores de 18 anos. Assim, crê-se que a compra ocorre em contextos

de venda clandestina, ou os vendedores em estabelecimentos registados passam por

cima das leis vigentes. De qualquer modo, é indiscutível que a fiscalização ou não tem

funcionado ou não tem surtido o efeito desejado.

Outro aspecto importante a referir relaciona-se com a fraca percepção das

actividades empreendidas nas escolas e nas comunidades no combate ao uso de álcool.

Este dado mostra a insuficiência das estratégias empreendidas quer pelas escolas quer

pelas comunidades.

Não obstante, informações que circulam sobre os malefícios do álcool são

muitas. Mesmo assim, sabe-se que uma das principais causas dos internamentos no

hospital local deve-se à doenças relacionadas com o consumo de álcool. Isto mostra que

a informação é importante mas não suficiente. Em matéria de prevenção e combate ao

uso abusivo de álcool é necessário, mais que informar, persuadir. É necessário

Educação para a Saúde e educação pressupõe profissionais que o saibam fazer.

Igualmente, outro aspeto a considerar nos resultados obtidos relaciona-se com a

permissividade dos pais em relação ao consumo de álcool da sua prol adolescente.

Sobre este assunto, Alves e colaboradores (2008; s/p) haviam referido que as

experiências vividas no quotidiano familiar, relacionadas aos sentimentos, à educação

para a independência, compreensão dos limites, experiências de liberdade e de

responsabilidade podem constituir ora fatores de proteção, ora factores de risco dos

jovens, quanto a forma de se relacionarem com as ofertas químicas de satisfação e

autonomia.

Não obstante alcançar dos objectivos, salienta-se as limitações encontradas no

decurso desta investigação, nomeadamente ao nível da pouca experiência na matéria de

investigação, ao nível da amostra e instrumento de recolha de dados.

Como já referido, tratou-se de uma amostra de conveniência e, com isso, não se

concedeu possibilidade dos adolescentes fora do sistema educativo participarem no

estudo. Além de que o tamanho da amostra não é representativa dos adolescentes em

São Vicente.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

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Sobre o método de recolha de dados, por se tratar de um questionário de auto-

relato, os adolescentes podem simplesmente ter deixado transparecer uma imagem

favorável em vez de responder as questões com sinceridade. Assim, para investigações

futuras propõem-se: alargar o tamanho da amostra de modo que seja representativa da

população; utilização de um método de amostragem probabilístico de modo todos os

adolescentes tenham igual probabilidade de participar no estudo e com isso poder

generalizar os resultados; estudos comparativos de forma que seja compreendida os

factores de vulnerabilidade; estudos correlacionais com a intenção de seleccionar as

várias que se relacionam com o consumo de álcool e realização de estudos

longitudinais e experimentais na medida em que possibilitam testar a eficácia dos

programas preventivos.

Embora as limitações deste, pode-se afirmar, em jeito de conclusão, que este

trabalho alcançou as respostas para a questão norteadora. Acredita-se que estes

resultados contribuem para motivar e reforçar o desenvolvimento de novas pesquisas e

oferece estratégias de prevenção do álcool para acção de enfermagem, enquanto

recurso à disposição da comunidade.

Este trabalho, que tantas aprendizagens trouxe, não é mais que um ponto de

partida no percurso da investigação.

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Um olhar da enfermagem sobre o consumo do álcool na adolescência: uma abordagem na prevenção

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Propostas

Implementação de programas preventivos tendo como público-alvo crianças que

ainda estão em formação da sua personalidade e que não adquiriram maus hábitos,

podendo ser implementadas nas escolas.

Reforçar os programas de combate ao álcool já existentes.

Continuidade dos programas em contextos laborais e comunidade, sempre em

cooperação com profissionais de outras áreas nomeadamente dos competentes em

matéria de mudança de comportamento.

Fiscalização (mais) exigente das leis vigentes.

Adoção de novas políticas preventivas.

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69

APÊNDICES

APÊNDICE I – Instrumento de recolha de dados: Questionário

APÊNDICE II – Escola Jorge Barbosa

APÊNDICE III – Escola Industrial e Comercial do Mindelo

APÊNDICE IV – Escola José Augusto Pinto

APÊNDICE V – Liceu Ludgero Lima

APÊNDICE VI – Requerimento para recolha de dados

APÊNDICE VII – Cronograma de trabalho

APÊNDICE VIII – Termo de Consentimento Informado

APÊNDICE IX – Dicionário de Variáveis

APÊNDICE X – Diagnósticos, Intervenções e Actividades de Enfermagem

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70

APÊNDICE I – Instrumento de recolha de dados: Questionário

A. Características Sociodemográficas

1. Sexo: F M

2. Idade: _____anos

3. Grau académico:

7ºano 9ºano 11ºano

8ºano 10ºano 12ºano

4. Qual é a escola que frequentas?

Escola José A. Pinto Escola industrial e comercial do Mindelo

Escola Jorge Barbosa Escola Ludgero Lima

5. Trabalhas?

Sim Não

6. Onde moras?______________________

7. Moras com quem? (marca um (x) nos membros com quem vives)

Mãe Irmãos Primo

Pai Tios Avos

Outros familiares? _______________

8. Quantas pessoas moram na tua casa, contando contigo?________ pessoas

9. Qual é o nº de ordem na fratria (se és 1º, 2º filho etc )?____________

10. Tens filhos?

Sim Não

Se sim, quantos?________

11. Pertences a alguma religião?

Sim Não

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71

B. Informações sobre ti e seus amigos/ colegas em relação ao álcool

12. Já consumiste álcool? (Se não consomes, passe para a pergunta 24)

Sim Não

13. Que idade tinhas quando consumiste álcool pela primeira vez? _________ anos

14. Qual foi a 1ª bebida que consumiste pela primeira vez?

Cerveja Ponche “ Stomperod”

Aguardente Vinho Outro? ___________

15. Em que situação consumiste álcool pela 1ª vez?

Curiosidade? Influencia dos pais? Influência de amigos?

Para aliviar stress? Busca de sensação de desinibição?

Festa/convívio?

16. O que sentiste ao experimentar álcool pela 1ª vez?

Normal? Euforia? Mal-estar

Desespero? Bem-estar?

17. Atualmente consome álcool?(Se não, passe para a pergunta 30)

Sim Não

18. Com que frequência consomes álcool?

Todos os dias? Só aos fins-de-semana?

Várias vezes ao dia?

19. O que é que consomes?

Cerveja Ponche “ Stomperod”

Aguardente Vinho Outro? ___________

20. Como arranjas o álcool?

Em casa? Oferta?

Na rua? Compra?

21. Como se sente após beber álcool?

Visão turva Sonolência Insegurança no andar

Problemas estomacais Problema em recordar o que aconteceu

22. Alguma vez teve ressaca após o consumo?

Sim Não

23. Seus familiares sabem que consomes álcool?

Sim Não

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72

24. Se sim, o que acham em consumires álcool?

Não tem nenhuma diferença É normal

Não dizem nada porque são liberais

25. Com quem consomes álcool?

Sozinho? Com familiares?

Com amigos? Outro Quem?___________

26. Por que motivo consome álcool?

Influencia dos pais Influência de outros familiares

Influência de amigos Curiosidade

27. As bebidas alcoólicas são de fácil acesso para ti?

Sim Não

28. Em decorrência do consumo do álcool alguma vez já

Faltou as Aulas Teve acidente de trânsito Envolveu-se em briga

Teve comportamento sexual de risco (uso indevido ou esquecimento de

preservativo) Nenhum item referido

29. A maioria dos teus amigos consome álcool?

Sim Não

C. Informações em relação aos teus familiares, sobre o consumo de álcool 30. Algum membro da tua família consome álcool? (Se não, passa a pergunta 33).

Sim Não

31. Se sim, quem ou quais consomem álcool?

Pai Irmão

Mãe Outro ________

32. Na família algum membro tem problema com o álcool? (que bebem até

embriaguez)

Sim Não

33. Qual a bebida que consomem em tua casa?

Cerveja Ponche “ Stomperod”

Aguardente Vinho Outro? ___________

34. Há conflitos em tua casa por causa do álcool?

Sim Não

35. Se sim assinala com um (x) os tipos de conflitos que surge na tua casa devido ao

álcool?

Violência verbal Violência física Outro tipo de violência

D. Aspetos sociais e de saúde

36. .Achas que o álcool pode ser solução para os teus problemas?

Sim Não

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38 .Tens à noção que consumir álcool traz várias consequências para a saúde?

Sim Não

39. Se sim assinala com um (x) as consequências que o álcool pode trazer a saúde e o

bem-estar do individuo?

Cancro Diminuição do rendimento escolar Acidentes

Envolver em comportamentos de risco Doenças mentais e Suicídio

Pobreza e exclusão social Hipertensão Arterial Desestruturação familiar

40 .Na escola que frequentas costumam fazer actividades para a prevenção do uso/abuso

do álcool?

Sim Não

41. Se sim, assinala com (x) as que fazem parte da conduta da tua escola

Palestras/cartazes

Visitas de estudo as Instituições (Alcoólicos Anónimos, Centro de Atenção

Psicossocial – álcool e drogas)

Documentários/Filmes

42. Na sua comunidade costumam fazer actividades para a prevenção do uso/abuso do

álcool?

Sim Não

43. Se sim, assinala com (x) as que fazem parte da conduta da tua Comunidade?

Palestras/cartazes Visitas de estudo as Instituições (Alcoólicos Anónimos,

Centro de Atenção Psicossocial – álcool e drogas)

Documentários/Filmes

OBRIGADA!

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APÊNDICE II – Escola Jorge Barbosa

Fonte Própria

Fonte Própria

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75

APÊNDICE III – Escola Industrial e Comercial do Mindelo

Fonte Própria

Fonte Própria

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76

APÊNDICE IV – Escola José Augusto Pinto

Fonte Própria

Fonte Própria

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74

APÊNDICE V – Liceu Ludgero Lima

Fonte Própria

Fonte Própria

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75

APÊNDICE VI – Requerimento para recolha de dados

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75

APÊNDICE VII – Cronograma de trabalho

Fase inicial Atividades Meses

Outubro Novembro Dezembro

Janeiro

Fevereiro Março Abril

Maio

Junho Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Tema

Pesquisa

P.de partida e

Justificativa

Objetivos

Escolha da abordagem

Const. da problemática

Enquadramt. Teórico

Apresentação do

projeto

Fase de

execução

Procedimentos éticos

Iniciar a

investiga

ção

Trabalho de pesquisa

Método e instr. de

recolha de dados

Participantes

Campo Emp.

Recolha de dados

Tratamento de dados

Apresentação dos

resultados

Interpretação dos

resultados

Fase de

encerramento

Introdução

Considerações Finais

Resumo

Enviar o TCC ao

orientador

Revisão e tradução

Entregar ao SAA 20

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75

APÊNDICE VIII – Termo de Consentimento Informado

UNIVERSIDADE DO MINDELO

Sapientia Ars Vivendi

12 ANOS PROMOVENDO A QUALIDADE

CONSENTIMENTO INFORMADO

Eu, Ineida Patrícia Recheado, numero 2571, aluna do 4ºano do curso de

licenciatura em Enfermagem da Universidade do Mindelo, pretendo realizar uma

investigação científica, para a obtenção do grau de licenciatura, cujo tema é, Um olhar

da enfermagem sobre o consumo do álcool nos adolescentes: uma abordagem

preventiva. O estudo visa, Identificar as intervenções de enfermagem na prevenção do

consumo do álcool nos adolescentes.

A sua participação é importante, sendo assim, solicito sua participação

respondendo o questionário de forma mais sincera possível. As suas respostas só serão

analisadas no âmbito desta investigação, e juntamente com as respostas de muitos

outros participantes.

A confidencialidade e o anonimato são garantidos em todo o momento do

estudo e o preenchimento do questionário não comporta quaisquer riscos. As vantagens

prendem-se com o fato da enfermagem, com base nos resultados encontrados, poder

contribuir para o delineamento de estratégias que permitem intervir na prevenção do

consumo de álcool na adolescência.

A sua participação é livre e voluntária podendo abandonar o estudo a qualquer

momento se assim desejar.

Desde já agradeço a sua colaboração colocando-me a disposição para o

esclarecimento de eventuais dúvidas.

Agradeço a sua colaboração

A Pesquisadora: Ineida Recheado contato 9750709

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APÊNDICE IX – Dicionário de Variáveis

Nº de células Definição por extenso Valor que assume Missing value Tipo de escala

Sexo 1 Sexo Fem-1

Masc-2

99 Nominal

Idade 1 Idade Valor real 99 Intervalar

H_lit

1 Habilitações literárias 1-7º Ano

2-8ºAno

3-9º Ano

4-10º Ano

5-11º Ano

6-12ºAno

99 Ordinal

Esc_Sec 1 Escola Secundária 1-Escola José Augusto Pinto

2-Escola Jorge Barbosa

3- Escola Industrial e Comercial do Mindelo

4- Escola Ludgero Lima

99 Nominal

Sit_lab 1 Situação laboral 1-Sim

2-Não

99 Nominal

Resid 1 Residência 1-Zona Central

2-Zona Periférica

99 Nominal

Ag_fam 1 Agregado familiar 1-Família Nuclear

2-Família Recomposta

3-Família Alargada

99 Nominal

Nr_fam 1 Número do agregado

familiar

Valor real 99 Nominal

Nr_ord Número de ordem na fratria Valor Real 99 Intervalar

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Exist_Fil 1 Existência de Filhos 1-Sim

2- Não

99 Nominal

Nr_Fil 1 Número de filhos Valor Real 99 Intervalar

Relig Religião 1-Sim

2-Não

99 Nominal

Cons 1 Consumo 1-Sim

2-Não

99 Nominal

I_PCons Idade do primeiro consumo Valor real 99 Intervalar

B_PCons 1 Bebida do primeiro

consumo

1-Cerveja

2-Aguardente

3-Ponche

4-Vinho

5-Stomperod

6-Outro

99 Nominal

Mot_Exp 1 Motivo da experimentação 1-Curiosidade

2- Influência de amigos

3-Busca de sensação de desinibição

4-Festa/convívio

5- Aliviar stress

99 Nominal

Sens_PCons 1 Sensações do primeiro

consumo

1-Normal

2-Euforia

3- Mal-estar

4- Desespero

5-Bem estar

99 Nominal

Cons_At 1 Consumo atual 1-Sim

2-Não

Nominal

FreqCons 1 Frequência do consumo 1-Todos os dias

2- Só nos fins de semana

3-1-2 Vezes por semana

99 Ordinal

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4- 3-4 Vezes por semana

5-1-2 Vezes por mês

BebConsAt 1 Bebidas de consumo atual 1-Cerveja

2-Aguardente

3-Ponche

4-Vinho

5-Stomperod

6-Outro

99 Nominal

Aq_Beb 1 Aquisição da bebida 1-Em casa

2-Na rua

3-Oferta

4-Compra

99 Nominal

DC_Beb 1 Dinheiro para compra da

bebida

1-Oferecido

2-Roubo

3-Venda de qualquer objecto

99 Nominal

Sens_Cons 1 Sensação após consumir

bebidas

1-Visão Turva

2- Sonolência

3- Insegurança no andar

4 Problemas Estomacais

5 Problemas em recordar o que aconteceu

99 Nominal

Ress_Cons 1 Ressaca após consumo 1-Sim

2-Não

99 Nominal

ConhCF 1 Conhecimento do consumo

por parte dos familiares

1-Sim

2-Não

99 Nominal

Atit_FC 1 Atitude dos familiares face

ao consumo

1-Não tem nenhuma diferença

2-É normal

3-Não dizem nada porque são liberais

99 Nominal

CompCons 1 Companhia de consumo 1-Sozinho

2-Com Familiares

3-Com amigos

99 Nominal

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81

4-Outro

Mot_Cons 1 Motivo do Consumo 1-Influência dos pais

2- Influência de outros familiares

3-Influência de amigos

4-Curiosidade

99 Nominal

FacAcess 1 Fácil Acesso 1-Sim

2-Não

99 Nominal

Dec_Cons 1 Decorrência de consumo 1-Faltou as aulas

2-Teve acidente de trânsito

3- Envolveu-se em briga

4- Teve comportamento sexual de risco

5-Nenhum item referido

99 Nominal

ConsGP 1 Consumo de grupo de pares 1-Sim

2-Não

99 Nominal

Cons_Fam 1 Consumo familiar 1-Sim

2-Não

99 Nominal

Fam_Cons 1 Familiares que consumem 1- Pai

2-Mãe

3-Irmão

4-Outros familiares

99 Nominal

P_ConsF 1 Problema de consumo

familiar

1-Sim

2-Não

99 Nominal

BCFam 1 Bebidas consumidas pelos

familiares

1-Cerveja

2-Aguardente

3-Ponche

4-Vinho

5-Stomperod

6-Outro

99 Nominal

ConfFam 1 Conflitos familiares 1-Sim

2-Não

99 Nominal

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82

T_ConfF 1 Tipo de conflito familiar 1-Violência verbal

2-Violência física

3-Outros tipos de violência

99 Nominal

BebRP 1 Bebidas alcoólicas como

resolução de problemas

1-Sim

2-Não

99 Nominal

Beb_Saúd 1 Bebidas alcoólicas e

consequências a saúde

1-Sim

2-Não

99 Nominal

TipConsq 1 Tipos de Consequências 1-Consequências Físicas

2-Consequências Psicológicas

3- Consequências Familiar

4- Consequências Académica

5- Consequências Económicas

99 Nominal

AtvEPrev 1 Atividades escolares na

prevenção do álcool

1-Sim

2-Não

99 Nominal

T_AtvE 1 Tipos de atividades

escolares na prevenção do

álcool

1-Palestras/cartazes

2-Visitas de estudos as instituições

3-Documentários/Filmes

99 Nominal

AtvCPrev 1 Atividades na comunidade

na prevenção do álcool

1-Sim

2-Não

99 Nominal

T_AtvC 1 Tipos de atividades na

comunidade na prevenção

do álcool

1-Palestras/cartazes

2-Visitas de estudos as instituições

3-Documentários/Filmes

99 Nominal

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APÊNDICE X – Diagnósticos, Intervenções e Atividades de

Enfermagem

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80

Diagnósticos Intervenções Atividades

ADOLESCENTES

1- Adaptação prejudicada

Definição: estado em que o indivíduo é

incapaz de modificar o seu comportamento

ou estilo de vida de modo compatível com

uma mudança no seu estado de saúde

Caratrísticas definidoras: Verbalização de

não aceitação da mudança no estado

de saúde; inabilidade, ou habilidade mal

sucedida para envolver-se na solução dos

problemas e no estabelecimento de metas.

Fatores relacionados: sistema de suporte

inadequado,

2- Déficit do conhecimento

Definição: estado em que o individuo não

Identificação de risco

Educação para a saúde

Ensino: sexo seguro

Aconselhamento sexual

prevenção contra o uso de

substâncias

Tratamento do uso de

substância

Tratamento do uso de

substância abstinência de

álcool

Grupo de apoio

Modificação do

comportamento

Proteção contra infeçao

Determinar à presença e a qualidade de

apoio familiar

Priorizaras áreas de redução de risco

junto como individuo/grupo

Planejar atividades de redução de risco

junto com o individuo

Determinar os recursos comunitários

adequados, as necessidades básicas de

vida e saúde

Ensinar estratégias que podem ser usadas

para resistir a comportamentos não

saudável ou a assunção de riscos, ao invés

de aconselhar evitar ou a mudar o

comportamento

Incorporar estratégias que intensifiquem a

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81

tem a informação correta/completa sobre

aspetos necessários para manter ou

melhorar seu bem-estar

Caratrísticas definidoras: Verbaliza a

carência de conhecimento ou informação;

Manifesta perceção errada acerca do estado

de saúde; Não desempenha correctamente

uma conduta de saúde desejada.

3- Manutenção da saúde alterada

Definição: estado no qual o indivíduo

apresenta incapacidade para

identificar/resolver problemas de saúde, ou

buscar ajuda para manter a saúde.

Caratrísticas definidoras: falta demostrada

de conhecimento sobre as práticas básicas

de saúde: abuso do álcool

Fatores relacionados: Relacionado à falta

auto estima do público-alvo

Identificar fatores internos e externos

capazes de acentuar ou reduzir a

motivação para comportamentos de riscos

saudáveis

Estabelecer grupos de alto risco e

variações etárias que possam beneficiar-

se ao máximo da educação de saúde

Usar palestras para transmitir a maior

quantidade de informação, quando

adequado

Usar instrumentos auxiliados por

computadores (televisão, vídeos

interactivos e outras tecnologias para

transmitir as informações

Envolver indivíduos, famílias e grupos

no panejamento e implementação dos

planos para modificações do modo de

vida e no comportamento

Influencia o desenvolvimento de políticas

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82

de educação sobre factores relativos à

idade (Adolescência) abuso de álcool e

outras drogas.

4- Protecção alterada

Definição: estado em que o indivíduo tem

diminuição da capacidade de defender-se

de ameaças internas ou externas tais como

doença ou injuria.

Caratrísticas definidoras: resposta ineficaz

ao stress, imunidade insuficiente

Fatores relacionados: abuso de álcool,

nutrição inadequada

que garantam educação de saúde como

um benefício ao empregado

Discutir as atitudes do paciente sobre os

vários métodos contracetivos

Orientar o paciente sobre a correta

aplicação e remoção de contracetivos,

quando adequado

Encorajar o paciente com alto risco para

doença sexualmente transmissíveis a

fazer exames regular

Planejar aulas de educação sexual para

grupos de pacientes, quando adequado

Orientar o paciente sobre praticas sexuais

de baixo risco, como os que evitam a

penetração no corpo ou a troca de liquido

corporais, quando adequado

Discutir com o paciente as maneiras de

convencer os parceiros a usarem

contracetivos

Encorajar o paciente a verbalizar seus

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83

medos e a fazer perguntas

Oferecer a privacidade e garantir a

confidencialidade

Informar o paciente antecipadamente na

relação que a sexualidade é a parte

importante da vida e que doença,

medicamentos e stress (outros

problemas/eventos que o paciente possa

estar vivenciando) costuma

frequentemente alterar a função sexual

Discutir as modificações necessárias na

atividade sexual, quando adequado

Providenciar informações fatuais sobre

mitos e informações factuais equivocadas

que o paciente possa verbalizar

Incluir o cônjuge/parceiro(a) o mais

possível no aconselhamento, quando

adequado

Oferecer segurança no sentido de que as

práticas sexuais atuais ou novos são

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84

saudáveis, quando adequado

Reduzir o isolamento social, quando

adequado

Pressionar para o aumento da idade

permitida para ingerir bebida alcoólica

Apoiar medidas que regulam a venda e a

distribuição de álcool a menores

Recomendar possíveis mudanças nos

currículos sobre álcool e drogas no ensino

fundamental

Conduzir programas em escolas para

evitar o uso de álcool e drogas como

atividades recreativas

Encorajar a tomada de decisões

responsável sobre a escolha do modo de

vida

Recomendar campanhas na mídia sobre

questões a respeito do uso de substância

na comunidade

Determinar a história do uso do álcool

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85

Identificar com o paciente os fatores

(genético, sofrimento, psicossocial e

stress) que contribuem para a

dependência química

Determinar quais a (s) substância (s)

usada (s)

Discutir com o paciente o impacto do uso

de substância do uso de substâncias na

clinica media ou na saúde em geral

Auxiliar o paciente a identificar os efeitos

negativos da dependência química sobre a

saúde, a família e o funcionamento diário

Facilitar o apoio de pessoas significativa

Oferecer apoio a família ou pessoas

significativas, quando adequado

Determinar se existem relações de co-

dependencia na família

Identificar grupos de apoio na

comunidade para tratamento de abuso de

substância a longo prazo

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86

Monitorar delirium tremens

Monitorar os sinais vitais durante a

retirada do álcool

Abordar o comportamento abusivo do

paciente de forma neutra

Oferecer segurança verbal, quando

adequado

Tratar as alucinações de forma

terapêutica

Monitorar o consumo escondido de álcool

durante a desintoxicação

Orientar o paciente no sentido de que

depressão e fadiga costumam recorrer

durante a retirada do álcool

Encorajar a expressão de ajuda mútua

Enfatizar a responsabilidade e o controle

pessoais

Encorajar encaminhamentos adequados a

profissionais na busca de informações

Manter estimulo positivo para mudanças

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87

de comportamento

Incluir a família/pessoas significativas,

quando adequado

Estabelecer a necessidade de um

programa

Definir a (s) população (ões)

potencialmente alvos

Desenvolver novos materiais educativos e

atividade de aprendizagem

Listar possíveis estratégias de ensino,

materiais educativos e atividade de

aprendizagem

Auxiliar o paciente a identificar

elementos positivos e reforça-los

Reforçar decisões construtivas sobre as

necessidades de saúde

Oferecer reforços positivos a decisões

que o paciente tomou independentemente

Encorajar o paciente a examinar o próprio

comportamento

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88

Identificar o problema do paciente em

termos de comportamento

Examinar todas as visitas em busca de

doenças transmissível

Administrar agente imunizador, quando

adequado

Ensinar ao paciente/família sobre os

sinais e sintomas de infeçao e o momento

de relata-lo ao provedor de cuidado de

saúde

Ensinar ao paciente e aos familiares a

forma de evitar infeçao

Relatar cultura positivo a funcionário do

controle de infeçao

PAIS/FAMÍLIAS

5- Processo familiar alterado

Definição: as funções psicossociais

espirituais e fisiológicas da unidade

Educação para a saúde

Melhora de papel

Aconselhamento

Servir como modelo de papel para a

aprendizagem de novos comportamentos,

quando adequado

Facilitar a oportunidade do paciente

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89

familiar estão cronicamente

desorganizadas, levando ao conflito,

negação de problemas, a resistência a

mudanças, resolução ineficaz de problemas

e uma série de crises auto perpetuadas.

Caratrísticas definidoras: conhecimentos

deficientes sobre o alcoolismo, abuso do

álcool, abuso de outras substâncias, as

ocasiões especiais da família são centradas

no álcool, baixa perceção de apoio

materno/ paterno

Fatores relacionados: abuso de álcool,

história familiar de alcoolismo,

personalidade que dispõe ao vício,

predisposição genética

desenvolver novos comportamentos

Auxiliar o paciente a identificar os

períodos de transição de papéis ao longo

do ciclo de vida

Facilitar as inteirações no grupo

indicando como parte da aprendizagem

de novos papéis

Orientar os pais sobre a importância do

exemplo no abuso de substância

Determinar a presença e a qualidade de

apoio familiar

Orientar pais e professores quanto a

identificação de sinais e sintomas de

dependência

Orientar os pais no sentido de apoiarem

políticas escolares que proíbem o

consumo de álcool e de drogas em

atividades extracurriculares

Oferecer apoio na família ou pessoas

significativa, quando adequado

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Fonte: Adaptado: Diagnóstico – NANDA (2007-2008); Carpenito (1997), Uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem da

NANDA: Sistematização das propostas do II SNDE (1992) e Intervenção e actividade – NIC (2004).

Determinar se existem relações de co-

dependência na família

Oferecer apoio emocional ao

paciente/familiares, quando adequado

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ANEXOS

ANEXO I – Sintomas da dependência alcoólica

ANEXO II – Leis de proibição do consumo do álcool

ANEXO III – Intervenções Prioritárias no Combate Ao Álcool

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ANEXO I

Sintomas da dependência alcoólica

Sentir grande necessidade de consumir bebidas alcoólicas;

Incapacidade para controlar o consumo, seja o início, o fim ou os níveis de

consumo;

Síndrome de abstinência – estado de abstinência fisiológica quando se para ou

reduz os consumos;

Tolerância ao álcool;

Abandono progressivo de interesses alternativos em favor do uso da substância;

Persistência no uso da substância, apesar da evidência de consequências

manifestamente nocivas.

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ANEXO II

Leis de proibição do consumo do álcool de menores

Lei nº 27/V/97

Interdita a venda de bebidas alcoólicas a menores – Boletim Oficial I S nº 24, de

23 de Junho de 1997;

Portaria nº 54/97

Aprova os planos e as dimensões das placas de avisos das proibições de entradas

e permanência de menores de 18 anos em locais de venda, a oferta ou o

fornecimento de bebidas alcoólicas, bem como discoteca, bares e locais de

diversões onde se vendam bebidas alcoólicas- Boletim Oficial I S nº 34,

suplemento de 9 de Setembro de 1997.

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ANEXO III

Intervenções Prioritárias no Combate ao Álcool

Formular e implementar políticas de controlo do álcool;

Liderança, coordenação e mobilização dos parceiros;

Consciencialização e ação comunitária;

Educação do público;

Melhorar respostas do sector de saúde;

Vigilância e investigação;

Aplicação afectiva da legislação sobre condução sob o efeito do álcool;

Regulamentar o mercado do álcool;

Combater o acesso ao álcool;

A redução da disponibilidade e acessibilidade;

O combate a produção legal e informal do álcool;

A mobilização de recursos;

Sua afetação adequada;

Uma abordagem integrada.

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