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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM POR MEIO
DA ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA DOCENTE NO
CONTEÚDO DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO NOS
ESTUDANTES DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO
COLÉGIO DE APLICAÇÃO/UFRR
Boa vista, RR
2019
HUDSON CARDOSO DE ARAÚJO
DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM POR MEIO DA
ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA DOCENTE NO CONTEÚDO
DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO NOS ESTUDANTES DO 3º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO/UFRR
Monografia apresentada como pré-requisito para
conclusão do Curso de Licenciatura Plena em
Matemática do Departamento de Matemática da
Universidade Federal de Roraima.
Orientador: Prof. Dr. Héctor José García Mendoza.
Co-orientadora: Profª. Ms Soraya de Araújo Feitosa;
Boa vista, RR
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
HUDSON CARDOSO DE ARAÚJO
DIAGNÓSTICO DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM POR MEIO DA
ATIVIDADE DE SITUAÇÕES PROBLEMA DOCENTE NO CONTEÚDO
DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DOS ESTUDANTES DO 3º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO/UFRR
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Matemática do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Roraima. Orientador: Prof. Dr. Héctor José García Mendoza; Coorientadora: Profª. Ms. Soraya de Araújo Feitosa.
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação Na Publicação (CIP)
Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima
A663d Araújo, Hudson Cardoso de. Diagnóstico do nível de aprendizagem por meio da atividade de situações
problema docente no conteúdo de adição e subtração nos estudantes do 3º ano do ensino fundamental do Colégio de Aplicação/UFRR / Hudson Cardoso de Araújo. – Boa Vista, 2019.
54 f: il.
Orientador: Prof. Dr. Héctor José García Mendoza. Coorientadora: Prof. Ms. Soraya de Araújo Feitosa.
Monografia (graduação) – Universidade Federal de Roraima, Curso de
Licenciatura em Matemática. 1 – Ensino da matemática. 2 – Metodologia do ensino. 3 – Ensino fundamental.
4 – UFRR. I – Título. II – García Mendoza, Héctor José (orientador). III – Feitosa, Soraya de Araújo (Coorientadora)
CDU –372:51 Ficha Catalográfica elaborada pela: Bibliotecária/Documentalista:
Layonize Félix Correia da Silva - CRB-11/679
DEDICATÓRIA
Dedico esta Monografia, do meu curso de Licenciatura Plena, em Matemática,
à minha fé em Deus, que me fortaleceu para transpor obstáculos e adversidades,
que enfrentei durante o período de realização deste tão sonhado e desejado curso.
Aos meus saudosos e inesquecíveis pais, Maria de Lourdes Cardoso e Aroldo
Cardoso de Araújo (in memoria), que sempre me incentivaram, à estudar e adquirir
conhecimentos e certamente, haveriam de se orgulhar dessa minha nova conquista.
Dedico ainda, este meu trabalho, com muito carinho, aos meus quatro filhos,
Húrsula Cardoso Almeida, Hudson Cardoso de Araújo Filho, Maria Nathália Cardoso
de Araújo e Sofia Cardoso da Silva; pois o amor que sinto por eles, junto com o meu
desejo de, oportunamente, mostrar para os mesmos, um exemplo de determinação,
contribuíram para minha motivação, em busca de mais conhecimentos matemáticos.
Aos meus amados irmãos, especialmente, aos que me ajudaram, através de
apoio moral e material, em certos momentos de dificuldades, pelos quais passei.
Aos meus queridos primos, demais familiares e amigos que imagino, se
sentirão também, felizes, com o fato da conclusão do meu curso, com destaque, aos
que se orgulharem de minha recente conquista.
Aos professores que acreditam na Educação Matemática e na Metodologia de
ensino, que utiliza a Resolução de Problemas, como opção diferenciada, para uma
aprendizagem de qualidade e com significado, como também na influência que a
Ciência Matemática pode exercer, na formação de cidadãos críticos e influentes, no
destino da sociedade, na qual estão inseridos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço esta Monografia de conclusão do meu curso de Licenciatura Plena
em Matemática, ao professor, Dr. Héctor José Garcia Mendoza, por ter me orientado
durante o presente trabalho, com bastante determinação, dedicação e respeito aos
limites dos meus conhecimentos, em todos os momentos por mim solicitados, como
também, pelos seus ensinamentos em outras disciplinas, nas quais, fui seu aluno.
Lhe sou grato, ainda, por sua prática docente ter me influenciado, no sentido de me
tornar, mais um adepto, das teorias, por ele ministradas, referentes aos processos
de ensino aprendizagem e principalmente, por ter me deixado o valioso “legado” de
me mostrar caminhos, que podem me levar à aquisição de mais conhecimentos, na
área da Educação Matemática.
Meus agradecimentos, também, à minha coorientadora, professora, Soraya
de Araújo Feitosa, que teve uma ativa participação, na realização do meu trabalho,
orientando e tirando minhas dúvidas, com a paciência de uma autêntica educadora.
Agradeço, ainda, aos integrantes de um grupo de estudos, sobre Educação,
da Universidade Estadual de Roraima – UERR, com coordenação do professor,
Héctor José Garcia Mendoza, do qual, eu e minha coorientadora fazemos parte; pois
através de nossas reuniões semanais e discussões sobre as teorias presentes no
meu trabalho, amadureci conceitos, que contribuíram para a elaboração do mesmo.
Agradeço à Universidade Federal de Roraima-UFRR, ao Departamento de
Matemática, que me proporcionou conhecimentos, através de participação em
programas de extensão e a todos os professores que, de forma direta ou indireta,
contribuíram de alguma forma, para a minha formação, de professor de Matemática.
Agradeço, em particular, à três inesquecíveis amigos, que me apoiaram e me
ajudaram em momentos precisos, logo, são merecedores dos meus agradecimentos
e devem ser lembradas. Quero compartilhar, também, com esses amigos, minha
felicidade por concluir este meu sonhado curso de Matemática e num gesto de
reconhecimento, quero registrar os seus nomes: Erasmo Sabino de Oliveira, Roberto
Suetônio da Silva Gomes e Neovânio Soares Lima.
RESUMO
A Atividade de Situações Problema Docente em Matemática (ASPD) é uma estratégia para resolução de problemas que pode ser utilizada como metodologia de ensino. Entre as características da ASPD está a possibilidade de tornar o contexto de ensino e aprendizagem em um espaço de interação entre o professor, o estudante e a situação problema, favorecendo, dessa forma, a assimilação de conceitos e o desenvolvimento de habilidades e competências. A Atividade de Situações Problema Docente em Matemática, fundamenta-se na Teoria da Atividade, decorrente da Teoria Histórico-Cultural, cujo precursor foi Vygotsky e possui quatro ações: Formular o problema docente; construir o núcleo conceitual e procedimental; solucionar o problema docente e interpretar a solução. Cada uma dessas ações é composta por operações. O objetivo deste trabalho foi diagnosticar, por meio da Atividade de Situações Problema Docente, fundamentada na Teoria da Atividade de Leontiev e Galperin e no ensino problematizador de Majmutov, o nível de aprendizagem, no conteúdo de adição e subtração, dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental, do Colégio de Aplicação/UFRR. Para atingir os objetivos, foram utilizados como instrumentos de coleta de dados, um teste diagnóstico e uma planilha com as ações de controle, para as análises qualitativas do desempenho dos estudantes, as discussões e os diagnósticos. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, foi traçado um perfil da turma pesquisada, considerando as médias dos desempenhos, dos 21 estudantes, nas 4(quatro) tarefas, em relação às operações adição e subtração, onde, aproximadamente, 52% da turma, equivalente a 11 estudantes, demonstraram um desempenho satisfatório, sobre tais operações, ao passo que, 24%, que equivale a apenas, 5 estudantes, mostraram dificuldades em formular o problema docente, ou seja, não souberam interpretar o problema, resultado perfeitamente satisfatório, pelo fato de se tratar, de uma avaliação diagnóstica.
Palavras Chaves: Teoria da atividade. Resolução de problemas. Atividade de situações problema docente. Operações de soma e subtração
RESUMEN La Actividad de Situaciones Problemas Docente en Matemática (ASPDM) es una estrategia de resolución de problemas que se puede utilizar como metodología de enseñanza. Entre las características de ASPDM está la posibilidad de convertir el contexto de enseñanza y aprendizaje en un espacio de interacción entre el profesor, el alumno y la situación problema, favoreciendo así la asimilación de conceptos y el desarrollo de habilidades y competencias. La Actividad de Situaciones Problemas Docente en Matemática se fundamenta en la Teoría de la Actividad, una evolución de la Teoría Histórico-Cultural, cuyo precursor fue Vygotsky y está formada por cuatro acciones: formular el problema docente; construir el núcleo conceptual y procedimental; resolver el problema docente e interpretar la solución. Cada una de estas acciones está formada por operaciones. El objetivo de este trabajo fue diagnosticar, a través de la Actividad de Situaciones Problemas Docente en Matemática, fundamentada en la Teoría de la actividad de Leontiev y Galperin y la enseñanza problemática de Majmutov, el nivel de aprendizaje, en el contenido de suma y resta, de los estudiantes del tercer grado de la Escuela de Aplicación / UFRR. Para lograr los objetivos, se utilizaron como instrumentos de recolección de datos, una prueba de diagnóstico y una hoja de cálculo electrónica con acciones de control, para el análisis cualitativo del desempeño de los estudiantes, las discusiones y los diagnósticos. De acuerdo con los resultados obtenidos en la investigación, se trazó un perfil del grupo investigado, considerando el rendimiento promedio de los 21 estudiantes en las 4 (cuatro) tareas, en relación con las operaciones de suma y resta, donde aproximadamente el 52% de la clase , equivalente a 11 estudiantes, demostró un desempeño satisfactorio en tales operaciones, mientras que el 24%, que es equivalente a solo 5 estudiantes, mostró dificultades para formular el problema de docente, es decir, no pudieron interpretar el problema, un resultado perfectamente satisfactorio porque es una evaluación diagnóstica
Palabras clave: Teoría de la actividad. Resolución de problemas. Actividad de situaciones problema docente. Operaciones de suma y resta.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Zona de desenvolvimento proximal _________________________________________________ 16 Figura 2: Gráfico de pizza da tarefa 01 _______________________________________________________ 38 Figura 3: Gráfico de barras da tarefa 01______________________________________________________ 40 Figura 4: Gráfico de pizza da tarefa 02 _______________________________________________________ 41 Figura 5: Gráfico de barras da tarefa 02 _____________________________________________________ 43 Figura 6: Gráfico de pizza da tarefa 03 _______________________________________________________ 43 Figura 7: Gráfico de barras da tarefa 03______________________________________________________ 45 Figura 8: Gráfico de pizza da tarefa 04 _______________________________________________________ 46 Figura 9: Gráfico de barras da tarefa 04______________________________________________________ 47 Figura 10: Gráfico de pizza das médias ______________________________________________________ 48 Figura 11: Gráfico de barras das médias. ____________________________________________________ 50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Funções das ações _______________________________________________________________ 18 Tabela 2: Atividade de Situações Problema Docente (ASPD). __________________________________ 31 Tabela 3: Esquema da Base Orientadora Completa da Ação (EBOCA), da Atividade de Situações
Problema Docente (ASPD). ________________________________________________________________ 32 Tabela 4: Categorias/Variáveis e Subcategorias/Indicadores ___________________________________ 34 Tabela 5: Controle por operações da Atividade de Situações Problema Docente (ASPD). _________ 36 Tabela 6: Frequências da tarefa 01 __________________________________________________________ 38 Tabela 7: Controle por ações da ASPD da tarefa 01 ___________________________________________ 40 Tabela 8: Frequências da tarefa 02 __________________________________________________________ 41 Tabela 9: Controle por ações da ASPD da tarefa 02 ___________________________________________ 42 Tabela 10: Frequências da tarefa 03 ________________________________________________________ 43 Tabela 11: Controle por ações da ASPD da tarefa 03 __________________________________________ 44 Tabela 12: Frequências da tarefa 04 ________________________________________________________ 46 Tabela 13: Controle por ações da ASPD da tarefa 04 __________________________________________ 47 Tabela 14: Frequências das médias _________________________________________________________ 48 Tabela 15: Controle por ações da ASPD das médias. _________________________________________ 49
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................ 14
1.1 Teoria Histórico Cultural de Vygotsky, Leontiev, Talízina e Galperin ................... 14
1.2 Ensino problematizador de Majmutov ....................................................................... 22
1.3 Matemática no Ensino Fundamental – 3º Ano .......................................................... 24 1.3.1 O Ensino Fundamental no contexto da Educação Básica ......................................................... 24 1.3.2 Sistema de numeração decimal ou de base 10 .......................................................................... 26 1.3.3 Operações de adição e subtração................................................................................................. 27
1.3.3.1 Operação de Adição ................................................................................................................ 27 1.3.3.2 Operação de Subtração .......................................................................................................... 29
1.4 A Atividade de Situações Problema Docente (ASPD) em Matemática .................. 30
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................ 33
2.1 Caracterização da pesquisa e participantes da pesquisa ....................................... 33
2.2 Unidades de Análises .................................................................................................. 33
2.3 Instrumentos de coleta de dados ............................................................................... 35
2.4 Momentos da pesquisa e organização dos dados ................................................... 35
CAPÍTULO III: ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS ........................... 38
3.1 Análises por tarefas ..................................................................................................... 38 3.1.1 Tarefa nº1 .......................................................................................................................................... 38 3.1.2 Tarefa nº2 .......................................................................................................................................... 41 3.1.3 Tarefa nº3 .......................................................................................................................................... 43 3.1.4 Tarefa nº4 .......................................................................................................................................... 45
3.2 Discussão do Diagnóstico........................................................................................... 48
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 53
12
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foi desenvolvida em uma escola de educação básica da esfera
federal, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima (CAp/UFRR).
Aqui se apresenta a análise do nível de partida discente em resolução de problemas
com as operações de adição e subtração.
Inicialmente, foi aplicado um teste diagnóstico numa turma de 3º ano do
ensino fundamental, onde as análises dos dados foram realizadas, tendo como base
científico-psicológica, a Teoria Histórico-cultural. Esta pesquisa está fundamentada
nos seguintes autores: Lev Vygotsky, Alex N. Leontiev, P. Ya Galperin, Nina Talízina
e Mirza I. Majmutov.
Destaca-se que a pesquisa em educação tem como objetivo analisar
situações de ensino e verificar o desenvolvimento de habilidades e competências
nos estudantes. De maneira específica, este estudo busca contribuir com uma
estratégia didático-metodológica para o ensino de matemática a partir da Resolução
de Problemas onde o aluno adquira um desenvolvimento cognitivo tal, que lhe torne
capaz de se apropriar do conhecimento, objeto do processo de ensino.
Nesse sentido, a presente pesquisa teve como problemática inicial o seguinte:
A utilização da Atividade de Situações Problema Docente (ASPD), fundamentada na
teoria da Atividade de Leontiev e Galperin e no ensino problematizador de Majmutov
contribuirá para determinar o nível de partida no conteúdo das operações de adição
e subtração, dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental do Colégio de
Aplicação/UFRR?
Para responder o problema da pesquisa, foi determinado, como objetivo geral,
diagnosticar, por meio da Atividade de Situações Problema Docente, fundamentada
na teoria da Atividade de Leontiev e Galperin e no ensino problematizador de
Majmutov, o nível de aprendizagem, no conteúdo de adição e subtração, dos
estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental, do Colégio de Aplicação/UFRR.
Os objetivos específicos delineados para esta pesquisa foram os seguintes:
- Analisar a contribuição do Esquema da Base Orientadora da Ação (EBOCA)
para a construção da Atividade de Situações Problema Docente (ASPD), como
instrumento capaz de avaliar o nível de aprendizagem dos estudantes, no conteúdo
de adição e subtração.
13
- Encontrar relações entre as ações da Atividade de Situações Problema
Docente, para avaliar o nível partida dos estudantes, para a resolução de problemas,
com as operações adição e subtração.
Este trabalho está organizado em 3 capítulos: o primeiro, apresenta as teorias
nas quais se fundamentou a pesquisa; o segundo, descreve a metodologia adotada
e os instrumentos de coleta de dados, que foram um teste diagnóstico e a planilha
de controle das ações; o terceiro capítulo, apresenta os resultados obtidos no teste
diagnóstico, em conjunto com as análises das tarefas e as devidas discussões.
Aponta-se que esta pesquisa pode ser utilizada como modelo para
elaboração de instrumentos avaliativos no que diz respeito ao nível de
aprendizagem discente na resolução de problemas nos conteúdos de adição e
subtração, uma vez que apresenta o caminho percorrido, as teorias na qual o estudo
se baseou, os dados coletados e suas considerações finais.
14
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo apresenta as teorias que nortearam a pesquisa e basearam as
análises dos dados. Na sequência apresenta-se a Teoria Histórico-Cultural, em
seguida o Ensino Problematizador de Majmutov e, ao final do capítulo, a Atividade
De Situações Problema (ASP) Em Matemática.
1.1 Teoria Histórico Cultural de Vygotsky, Leontiev, Talízina e Galperin
Lev Semenovich Vygotsky nasceu em 1896 na Bielo-Russia e morreu em
1934. Graduou-se na Universidade de Moscou, com aprofundamento em literatura e
iniciou seu percurso na Psicologia após a revolução russa (1917), desenvolvendo
trabalhos na área de aprendizagem escolar, infância e educação especial.
A teoria de Vygotsky compreende que o desenvolvimento humano se realiza
com o sujeito se apropriando de significados culturais do seu meio social, o que o
faz evoluir para uma condição humana de linguagem, consciência e atividade, se
transformando de biológico em sócio-histórico (VYGOTSKY,1989). Nesse sentido,
Vygotsky escreve que “a natureza psicológica do homem representa o conjunto das
suas relações sociais transferidas ao interior e convertidas em funções da
personalidade” (Talízina, 1988, p.19).
Ainda segundo Vygotsky (2003), existem dois aspectos qualitativos que
devem ser considerados, ao longo do desenvolvimento: As funções elementares
(memória imediata, atenção não voluntária, percepção natural, etc.) e as funções
superiores (memória voluntária, atenção consciente, imaginação criativa,
pensamento conceitual, dentre outras).
As funções elementares possuem origem biológica e se referem ao
desenvolvimento inicial da criança, que ao interagir com as pessoas vai se
apropriando dos significados culturais e sociais de palavras, gestos, sentimentos,
etc., modificando assim os modos de raciocínio do sujeito de maneira que tais
funções vão evoluindo. Por exemplo: A criança ao se deparar com um objeto, pela
primeira vez, o solicita e através do seu manuseio, (da interação com o mesmo),
passa a ser capaz de em um outro momento, imaginar e solicitar o referido objeto.
Neste exemplo vemos que a função elementar percepção natural, se transformou na
função superior imaginação criativa.
Portanto, o desenvolvimento do sujeito se realiza por meio de mudanças
internas dos processos naturais, fruto da atividade interna do sujeito, que se dá em
15
função de sua interação com o contexto histórico e cultural no qual está inserido.
Nesse sentido o desenvolvimento psicológico vai do plano interpsíquico para o
intrapsíquico com o sujeito se modificando e ao mesmo tempo reconstruindo um
novo ambiente, ou seja, o processo de assimilação do homem se dá pela
experiência social, logo a atividade interna do homem é de origem social. Nesse
contexto, “a linguagem surgiu como uma forma social específica das relações
humanas, engendrada por sua prática social, daí a natureza cultural e histórica da
psique humana (TALÍZINA, 1988)”.
O termo aprendizagem nos remete a associar a ação de aprender com o
outro. Tal processo consiste na apropriação de conhecimentos, habilidades, signos e
valores que engloba o intercâmbio ativo do sujeito com o mundo cultural no qual
está inserido. O conceito de aprendizagem de Vygotsky vem do vocábulo russo
obutchénie que se refere ao “processo ensino aprendizagem”. (VYGOTSKY, 2003)
Vygotsky (1989) considera dois tipos de aprendizagens de conceitos:
espontâneos, adquiridos nos contextos cotidianos das atividades da criança e
científicos, adquiridos por meio do ensino.
Segundo Vygotsky (2003), as funções psicológicas antes interpsíquicas,
através da interação com o meio, transformam-se em intrapsíquicas, desenvolvendo
o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Vygotsky considera duas
possíveis dimensões de desenvolvimento: Uma que se refere ao nível de
desenvolvimento real, (compreende os conhecimentos já adquiridos) e outra
dimensão que se refere ao nível de desenvolvimento potencial (compreende os
conhecimentos prestes a se realizar). Podemos citar como exemplo uma criança que
tem capacidade de sozinha, montar um quebra-cabeças de quatro peças,
considerando que ela conhece os elementos (peças), seus formatos (encaixes), as
figuras a serem formadas, enfim, possui todos os conhecimentos necessários (nível
de desenvolvimento real) para montá-lo. A partir desse conhecimento prévio, com o
auxílio de um mediador (outra pessoa), a criança pode ser desafiada a montar um
outro de seis peças. A intervenção da outra pessoa, orientando, dando dicas,
apresentando estratégias, possibilita que a criança adquira a capacidade (nível de
desenvolvimento potencial) de montar o novo quebra-cabeças. Em se tratando de
um processo de ensino-aprendizagem, estaremos diante de um quadro que a
mediação do professor pode possibilitar que o potencial do aluno se torne real, ou
seja, o aluno se apropria de novas habilidades e novos conhecimentos se torna
16
capaz de diminuir a distância entre e seu nível de desenvolvimento real e seu nível
de desenvolvimento potencial.
Essa distância entre esses dois níveis de desenvolvimento, Vygotsky chamou
de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), conforme figura ilustrativa abaixo.
Figura 1: Zona de desenvolvimento proximal
Fonte: https://cae.ucb.br/tas/tas/tas13.html
Convém observar que no exemplo do quebra-cabeças, após a criança se
apropriar do novo conhecimento, de montar o quebra-cabeças de seis peças, seu
desenvolvimento real foi ampliado (o nível mais complexo que antes era potencial se
tornou real) e se o processo continuar, ou seja, for estabelecido novo objetivo para
montar um de oito peças, uma nova zona de desenvolvimento proximal estará sido
criada. Portanto, no contexto escolar, a partir dos conhecimentos prévios dos alunos,
a escola introduz novos conceitos a serem aprendidos, tornando o processo
contínuo.
Em resumo, o processo de aprendizagem se dá através da interação do
sujeito com o ambiente social no qual está inserido, sendo a aprendizagem,
portanto, fruto da apropriação de significados históricos e culturais modificando suas
estruturas mentais e internalizando novos conhecimentos.
O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) em conjunto com as
teorias de Rubinstein e Leontiev constituem os fundamentos da Psicologia soviética
e da teoria de formação por etapas das ações mentais, de Galperin. Embora o
conceito de ZDP possa se referir à diversas situações de interação social,
experimentadas pelo sujeito, em diversas áreas do seu cotidiano, tais como:
ambiente de trabalho, lazer, família, etc.; o referido conceito contribuiu imensamente,
de maneira significativa para a área escolar.
17
Alex N. Leontiev (2004), colaborador de Vygotsky em diversos estudos,
através de suas investigações experimentais, dedicadas ao desenvolvimento da
memória, chegou a confirmar a posição central de Vygotsky de que, realmente, a
atividade prática do homem é determinante nas características específicas de sua
psique.
Rubinstein (1967) coloca que todo processo mental é um ato orientado em
busca da solução de uma determinada tarefa ou problema. O homem começa a
pensar quando sente necessidade de compreender algo. O pensar se inicia, com um
problema, uma contradição e toda situação problema condiz ao início de um
processo mental, que por sua vez está orientado para a solução de um problema.
Leontiev e Rubinstein, por meio de seus estudos sobre a atividade humana,
estabeleceram que a origem da atividade psíquica não se origina apenas nas suas
formas de comunicação, mas também em outras formas de atividades humana, que
depende do lugar que ocupa na estrutura da atividade externa.
Estas críticas aos conceitos de Vygotsky possibilitaram novas pesquisas no
sentido de aprimorar sua teoria Histórico-Cultural. Os numerosos estudos, entre os
anos de 1930 e 1960, realizados pelos continuadores de Vygotsky (Alex V. Leontiev,
P. Ya. Galperin, V. V. Davidov, N. F. Talízina, I. V. Zankov, L.I. Bozhovich, A.
Petrovski, dentre outros), confirmaram as ideias de Leontiev, resultando na
formulação da Teoria da Atividade.
Em seus estudos Leontiev considerou a atividade, como o objeto da
psicologia, através da qual, o sujeito se relaciona com o mundo.
Chamamos Atividade ao processo, mediante o qual o sujeito, respondendo à
sua necessidade, se relaciona com a realidade, adotando atitude para a mesma. Ela
ocorre na interação sujeito-objeto (MENDOZA & TINTORER, 2019b).
Na atividade está implícito seu objeto, sem o qual não existe atividade, que
por sua vez é realizada por meio das ações, praticadas através das operações. De
outra forma, a atividade é um conjunto ou sistema de ações, que leva a um objetivo
e ocorre da interação entre o sujeito e o objeto. As ações são realizadas por meio
das operações, que consistem em procedimentos através dos quais são criadas as
condições necessárias para que as ações sejam realizadas.
Na teoria da Atividade de Leontiev (2004), o estudante se relaciona com o
mundo através da atividade mental, formada por ações com suas respectivas
18
operações no sentido de alcançar um objetivo, de maneira que as ações e o objetivo
junto com a motivação, constituem uma atividade de estudo.
Leontiev destacou ainda os conceitos de ação e operação e para explicar tal
diferença, vamos considerar a atividade mental que é um caso especial da atividade
humana, na sua relação com o mundo material. A atividade é movida pelo motivo, as
ações são movidas pelo objetivo e as operações se originam pelas condições da
atividade, ou seja, em busca do objetivo, se faz necessário criar hábitos, para
estruturar a atividade, de maneira que atenda suas condições e através da prática
repetida, tais hábitos se constituem em operações sistemáticas automatizadas;
como se as operações fossem um guia prático para realizar as ações. A prática das
operações permite um desenvolvimento consciente e contínuo, do sujeito no sentido
de torná-lo capaz de desenvolver habilidades para assimilar certos conteúdos,
sendo tais habilidades o produto das ações que embora sistemáticas, não são
automatizadas, pois já existem na forma conceitual, servindo de base para a prática
das operações.
As operações, por sua vez, são planejadas em função das condições da
Atividade e variam com os objetivos a serem alcançados, ao passo que as ações
são invariantes, com as funções de orientação, execução e controle do processo de
ensino e aprendizagem. A tabela 1, apresenta cada uma dessas funções:
Tabela 1: Funções das ações
Função de orientação Função de execução Função de controle
Consiste na formulação do problema docente. Interpretar o problema e extrair os dados. Se constrói o núcleo conceitual e procedimental. Nesta etapa são mostradas, as condições do problema, como também o seu objetivo.
Consiste na solução do problema docente. Nesta etapa as estratégias e procedimentos são escolhidas e aplicadas; como também, se cumpre o objetivo do problema.
Consiste na interpretação da solução do problema docente, verificando sua coerência com as condições e com o objetivo. O controle permite intervenção no processo, para introduzir as devidas correções, regulando o referido processo na ZDP.
Fonte: Autor
As ações se caracterizam em primárias e secundárias, sendo as primárias, de
maior relevância, pois seu controle permite identificar em que etapa mental o aluno
se encontra, dentro do processo de assimilação e têm as seguintes características:
FORMA: determina o grau ou nível de apropriação da ação, pelo sujeito,
durante a transformação da atividade externa (material) em atividade interna
(psíquica);
19
CARÁTER GENERALIZADO: é literalmente, o conteúdo da base orientadora
da ação, o que determina o processo de generalização. Consiste na
separação das propriedades essenciais das não essenciais;
CARÁTER EXPLANADO é a capacidade do aluno, de compactar as ações,
que inicialmente, se realizam detalhadas com suas respectivas operações e
depois de um certo tempo, são comprimidas, abreviadas e guardadas no
cérebro, voltando ao consciente há qualquer tempo;
CARÁTER ASSIMILADO é o tempo transcorrido, da realização do sistema de
ações pelo aluno (com a ajuda do professor), até conseguir realizá-la de
maneira independente, ou seja, tempo da transformação da ação em
linguagem interna.
Dentre as características primárias, descritas, a principal é a forma das ações,
por refletir como a atividade transita pelas etapas mentais, seguindo a Teoria de
Formação por Etapas das Ações Mentais de Galperin.
Segundo Talízina (1988), ao refletir sobre a Teoria Histórico Cultural, Galperin
a considerou inacabada, pois não respondia à pergunta: como se assimilam as
ferramentas culturais externas, durante o processo de desenvolvimento, para a
formação de ações mentais e de conceitos?
Piotr Yakolevich Galperin, psicólogo, continuador das ideias de Vygotsky, é
considerado um dos principais cientistas soviéticos no campo da Psicologia Geral e
na Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem e mesmo ele não tendo
desenvolvido uma teoria de ensino, suas pesquisas tiveram como preocupação as
implicações da Psicologia na aprendizagem, no contexto escolar, contribuindo de
forma significativa com os fundamentos da Didática Desenvolvimental. (NÚÑEZ;
OLIVEIRA, 2013).
Na tentativa de resolver algumas limitações da Teoria Histórico-Cultural de
Vygotsky, Galperin desenvolve a Teoria da Atividade de Leontiev, dentro de seu
programa de pesquisa sobre a aprendizagem e desenvolvimento, pois no seu
entendimento, as relações entre o desenvolvimento intelectual do estudante e o
ensino estão determinadas pela definição do método de ensino (GALPERIN, 1982).
A ideia fundamental da Teoria de Galperin, é que as ações mentais, por sua
natureza, objetivas, se realizam inicialmente, através da manipulação de objetos
externos passando por etapas, obedecendo uma determinada sequência, sendo
realizadas, posteriormente, no plano mental, até que se tornem propriedade da
20
psique, segundo determinados parâmetros de qualidade e o desenvolvimento
intelectual do sujeito se caracteriza pela transformação das ações, antes materiais,
em mentais, como também, pelas novas formas de pensamento, consequência das
mudanças de estágio da sua atividade mental (TINTORER & MENDOZA, 2019a).
A Teoria da Formação por Etapas, das Ações Mentais de Galperin, coloca
que para acontecer a transformação das ações, da sua forma externa (material) para
sua forma interna (mental), a atividade transita por cinco etapas qualitativas:
E1: trata-se da Base Orientadora da Ação (BOA)
E2: Formação da Ação em Forma Material ou Materializada
E3: Formação da Ação Verbal Externa
E4: Formação da Ação na Linguagem Externa para si
E5: Formação da Ação na Linguagem Interna
Na primeira etapa, o professor organiza o processo, planejando as ações a
partir dos conhecimentos prévios dos estudantes e dos objetivos de ensino. Os
alunos devem ser orientados, até compreenderem as ações. Na opinião de Galperin,
a orientação e o estabelecimento da Base Orientadora da Ação, é fator determinante
na qualidade do processo, para a assimilação da aprendizagem. Em seguida, à
elaboração da BOA, o professor deve apresentar aos estudantes, o objetivo de
ensino, a atividade, seu conteúdo e a ordem de seu cumprimento, proporcionando o
início do processo de ensino aprendizagem de forma plena.
Na segunda etapa, o estudante deve praticar, detalhadamente, as ações, com
suas respectivas operações, com o auxílio do professor, que deve acompanhar a
execução de cada ação, de maneira a ter o controle do processo, direcionado para
seu objetivo, efetuando as correções necessárias.
Na terceira etapa, o estudante deve saber explicar, as ações já praticadas,
sem a presença do objeto matemático de forma material e/ou materializada. Em
função da explicação do aluno, o professor deve avaliar se o mesmo assimilou as
operações e os conceitos; e quando necessário, efetuar as devidas correções, de
modo a tornar o estudante mais independente.
Na quarta etapa, o estudante realiza as operações com maior rapidez
tornando as ações mais compactas e generalizadas, à caminho da internalização e
deve ser capaz de resolver tarefas com um grau de dificuldade maior que as
21
anteriores. Esta etapa é transitória, pois não se pode determinar o instante, no qual
acontece a internalização do sistema de ações.
Na quinta etapa, as representações mentais do aluno, se tornam reflexas, ou
seja, a atividade adquire a forma mental e o aluno se torna capaz de transferir os
esquemas ou modelos mentais, já internalizados, para outras situações
semelhantes. As ações se tornam mentais, generalizadas e automatizadas.
A teoria proposta por Galperin, compreende a transformação da atividade,
resultando na internalização do objeto de estudo (conteúdos), que consiste na
transformação das ações: externas ou materiais em internas ou mentais, detalhadas
para comprimidas, compartilhadas para abreviadas, conscientes para
automatizadas, representando um novo nível qualitativo do funcionamento
psicológico do sujeito (TINTORER & MENDOZA, 2019b).
Segundo Rezende e Valdez (2006) o modelo de ensino baseado na teoria das
ações mentais, deve seguir uma linha de raciocínio que orienta a progressão das
formas externas de expressão (ações e linguagem), para as formas internas de
pensamento.
De acordo com Galperin (1982), as etapas de sua teoria não acontecem de
forma linear e nem toda ação deve passar sistematicamente, pelas referidas etapas,
ou seja, “as partes da ação, já assimiladas em processos anteriores, podem transitar
ao nível das ações já adquiridas”.
De maneira geral, o ensino planejado deve ter, além do suporte de uma teoria
de aprendizagem, uma direção para o processo de ensino e aprendizagem. Assim, o
professor assume duas funções principais como mediador do processo: Ser uma
fonte de informação e dirigir o processo de transformação das ações externas sobre
o objeto em ações internas. Como fonte de informação, deve selecionar os conceitos
da disciplina, explicar os conteúdos e orientar a lógica de execução das ações.
Ao definir o objetivo de ensino, relacionado com a atividade, o professor
materializa o objeto de estudo a ser assimilado e conhecendo o nível de partida dos
estudantes, relacionado ao objetivo de ensino, estará percebendo a zona de
desenvolvimento proximal, na qual acontecerá a transformação da atividade.
A elaboração da BOA e a seleção das tarefas, permitem que a execução das
operações aconteça de maneira a garantir o trânsito da atividade, através das
etapas das ações mentais.
22
A retroalimentação, consiste na obtenção de informações durante o processo,
a fim de detectar erros cometidos pelos estudantes, que são detectados através das
operações de controle, mas o professor deve realizar, imediatamente, as correções,
para que não persistam sobre o produto final. Assim o processo de assimilação
estará retroalimentado e corrigido. O controle pode ser diagnóstico, formativo e final.
1.2 Ensino problematizador de Majmutov
“A correta estruturação do conteúdo e os métodos de ensino, dependem da
correta solução de um dos problemas mais complexos da didática, a correlação
entre o conhecimento e a atividade” (MAJMUTOV, 1983, p. 44).
Segundo Majmutov (1983), através de processos psíquicos, que dependem,
principalmente de sua experiência acumulada, o ser humano tem diferentes
percepções de uma mesma realidade e propõe que o conhecimento seja
decomposto em empírico e teórico, sendo o empírico relacionado com a prática que
através de experimentos, permite observar regularidades, enquanto que o teórico,
estaria vinculado à abstração na busca de leis e princípios. O processo de formação
de conceitos se inicia com a observação ou a experiência, cujos dados produzidos,
serão logicamente reelaborados no sentido de produzir abstrações tais, que
permitam a construção das propriedades, características das essências dos
conceitos.
Logo, o processo do conhecimento é o reflexo dos objetos e fenômenos da
realidade na consciência humana incluindo a atividade transformadora e criadora do
homem (MAJMUTOV, 1983, p. 38-39)
Segundo Rubinstein (1967), o pensar começa normalmente com o problema,
com uma contradição, logo todo processo mental, é por sua estrutura, orientado
para a solução de uma determinada tarefa ou um determinado problema, portanto a
situação problema se descreve como o ponto de partida do pensamento e conduz
ao início do processo mental, orientado para a solução do problema.
Majmutov define “o problema é uma forma subjetiva de expressar a
necessidade de desenvolver o conhecimento científico. Este é reflexo de uma
situação problema, ou seja, de uma contradição entre o conhecimento e a falta de
conhecimento que objetivamente surge do processo social” (1983, p.58).
A situação problema e o problema são diferentes. A situação problema
depende do estado psíquico, de alguma experiência e não pode ser expresso
23
externamente, ou seja, tem como fundamento a relação entre os conhecimentos
assimilados e os que o sujeito pretende assimilar. O problema é uma expressão
linguística, verbal, que pode manifestar-se em forma de pergunta ou exercício e é
resultado de análise da situação problema (RUBINSTEIN, 1967; MAJMUTOV, 1983).
O processo mental, começa com a contradição entre o conhecimento e a falta
deste, sendo tal contradição o reflexo de uma situação problema que não deve ser
confundida com problema que é uma expressão linguística, verbal, que pode ser
expressa em forma de pergunta ou exercício, formulada após a análise da situação
problema.
A situação problema surge com a necessidade do sujeito de compreender
algo e/ou dar solução à um determinado problema e seu conhecimento atual não é
suficiente. Toda situação problema tem como fundamento a relação entre os
conhecimentos já assimilados e os que o sujeito pretende assimilar, assim, durante
a produção de conhecimentos, nos processos de ensino aprendizagem, surgem as
contradições que podem gerar situações problema, cuja solução permite o
desenvolvimento cognitivo.
O problema docente é um fenômeno subjetivo e existe na consciência do
estudante em forma ideal, no pensamento, da mesma maneira que qualquer
julgamento, enquanto não seja perfeito logicamente e se expresse na linguagem ou
nas letras do escrito. Esta formulação linguística de um problema é o que se
denomina tarefa (MAJMUTOV, 1983, p. 129).
De acordo com Majmutov (1983), a contradição objetiva de uma tarefa, entre
os dados e as condições, pode converter-se na força motriz do pensamento. Por
conhecido se tem em consideração os dados da tarefa, os conhecimentos anteriores
e a experiência pessoal do estudante; por desconhecido, não só aquilo que não se
dá nas condições e nos objetivos, senão na incógnita, e no procedimento para
alcançar o objetivo, ou seja, o método de resolver o problema. Isto significa que a
tarefa, depois de receber na consciência do estudante um conteúdo novo, se
transforma em um fenômeno totalmente novo, o problema docente. O problema
docente como categoria psicológica revela-se a partir da relação do sujeito com o
objeto e da contradição do conhecido e desconhecido, conduzindo à assimilação de
um novo conceito ou método de ação.
Majmutov classifica os problemas docentes em algorítmicos e heurísticos, de
acordo com o nível de dificuldade. No problema algorítmico a situação de uma tarefa
24
requer a aplicação de um algoritmo já preparado, indicando exatamente a realização
de determinadas operações. No problema heurístico, o conteúdo dos dados e o
objetivo, não indica o algoritmo de solução, ou seja, há que achar o procedimento de
solução, exigindo a conjetura, a intuição e suposições, cuja demonstração pode
realizar-se analiticamente.
Ainda, segundo Majmutov o caminho da construção de conhecimento, no
processo de ensino passa pela formulação e solução do problema docente que
requer um plano para a solução do problema.
O processo de ensino aprendizagem deve estar centrado na resolução de
problemas através da Atividade de Situações Problema (ASP) em Matemática, que é
formada pelo sistema de quatro ações invariantes: compreender o problema,
construir o modelo matemático e interpretar a solução (MENDOZA & TINTORER,
2019a, 2019b, 2019c).
1.3 Matemática no Ensino Fundamental – 3º Ano
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter
normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da Educação Básica. Aplica-se à educação escolar, tal como a define o
§ 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº
9.394/1996)6 e indica conhecimentos e competências que se espera que todos os
estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade.
1.3.1 O Ensino Fundamental no contexto da Educação Básica
O Ensino Fundamental, é a etapa mais longa da Educação Básica, por ter a
duração de 9 anos e contemplar estudantes, cuja faixa etária, se encontra,
normalmente, entre 6 e 14 anos e ao longo desse período, as crianças passam por
uma série de mudanças relacionadas à aspectos físicos, afetivos, sociais,
emocionais, cognitivos, entre outros.
A BNCC dos anos iniciais, do Ensino Fundamental, ao valorizar as situações
lúdicas de aprendizagem, promove uma valiosa articulação com experiências
vivenciadas, pelos estudantes, na Educação Infantil e deve prever uma progressiva
sistematização do desenvolvimento cognitivo dos mesmos, novas formas de se
relacionar com o mundo, novas possibilidades de formular hipóteses e conjecturas
sobre os fenômenos, em uma atitude ativa durante o processo de construção de
25
seus conhecimentos. O conhecimento matemático, é extremamente necessário para
todos os alunos da Educação Básica por suas diversas aplicações no cotidiano da
sociedade contemporânea, como também pelas suas influências na formação do
cidadão, crítico e consciente, portanto o Ensino Fundamental, assume o
compromisso de desenvolver nos estudantes, competências e habilidades em
raciocinar, comunicar e argumentar, formando nos mesmos, a consciência de que a
Matemática através de seus conceitos e procedimentos, pode ser utilizada na
Resolução de problemas, para obter suas soluções e interpretar seus resultados, em
uma variedade de contextos.
A BNCC prevê cinco unidades temáticas que orientam a formulação de
habilidades que devem ser desenvolvidas, nos estudantes, ao longo do Ensino
Fundamental, que são as seguintes: Números, Álgebra, Geometria, Grandezas e
Medidas, Estatística e Probabilidades. No âmbito da nossa pesquisa, vamos dar
ênfase à unidade temática – Números e às operações aritméticas, adição e
subtração. O estudo dos números, desenvolve o pensamento numérico, que implica
no conhecimento de diferentes maneiras de quantificar os objetos e interpretar
situações relacionadas com quantidades. No estudo dos números, os estudantes
desenvolvem as ideias de aproximação, proporcionalidade, equivalência e ordem,
noções fundamentais para o estudo da Matemática. Em relação a essa temática,
espera-se que os estudantes resolvam problemas com números naturais,
envolvendo as operações adição e subtração.
- Objetos de conhecimento: Leitura, escrita, comparação e ordenação de
números naturais de até quatro ordens.
Habilidades: Reconhecer, ler, escrever e comparar números naturais de até a
ordem de unidade de milhar, estabelecendo relações entre registros numéricos e a
língua materna.
- Objetos de conhecimento: Procedimentos de cálculo (mental e escrito) com
números naturais, efetuando as operações adição e subtração.
Habilidades: Utilizar diferentes procedimentos de cálculo mental e escrito para
resolver problemas, envolvendo adição e subtração com números naturais.
Objetos de conhecimento: Problemas com as operações adição e subtração,
com o objetivo de entender os significados: acrescentar, juntar, comparar, separar,
retirar e completar quantidades.
26
Habilidades: Resolver e elaborar problemas de adição e subtração com os
respectivos resultados significados de acrescentar, juntar, comparar, separar, retirar
e completar quantidades, utilizando diferentes estratégias de cálculo, inclusive
cálculo mental e estimativa.
1.3.2 Sistema de numeração decimal ou de base 10
O nosso sistema de numeração decimal, foi criado pelos hindus e difundido
pelos árabes, fato pelo qual é conhecido, também, pelo nome de indo-arábico e se
chama de 10, porque qualquer número, pode ser representado com a utilização de
10 números naturais, chamados de algarismos, cujos símbolos são listados a seguir:
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0. A representação de um número obedece uma estrutura de
formação, de forma que cada algarismo representa uma quantidade, de acordo com
a posição que ocupa no referido número.
Estrutura de um número e critérios para sua formação:
Referente à temática números, a BNCC orienta que, no 3º ano, se estude os
números naturais, até a 4ª ordem, ou seja, até a ordem de unidade de milhar e sem
perda de generalidade, apresentaremos, a estrutura de um número natural,
qualquer, com 4 algarismos, conforme o seguinte modelo: p4 p3 p2 p1.
Os símbolos p1, p2, p3 e p4, representam algarismos que formarão o número,
enquanto os índices 1, 2, 3 e 4, indicam a posição desses algarismos, na ordem da
direita para a esquerda, de acordo com o modelo apresentado, de modo que o
símbolo p1, representa a ordem das unidades, o símbolo p2, representa a ordem
das dezenas, o símbolo p3, representa a ordem das centenas e o símbolo p4,
representa a ordem das unidades de milhar. Exemplos de formação de um número:
Exemplo 1: O número 58.
No número 58, os algarismos 8 e 5, ocupam respectivamente, as posições p1
e p2, na estrutura de formação do referido número, onde; a posição p1, representa a
ordem das unidades, no caso 8 unidades e a posição p2, a ordem das dezenas, no
caso 5 dezenas. Neste exemplo, o número pode ser lido assim: 5 dezenas e 8
unidades.
Exemplo 2: O número 958.
No número 958, os algarismos 8, 5 e 9, ocupam respectivamente, as
posições, p1, p2 e p3, na estrutura de formação do referido número, onde; a posição
p1, representa a ordem das unidades, no caso 8 unidades, a posição p2, a ordem
27
das dezenas, no caso 5 dezenas e a posição p3, representa a ordem das centenas,
no caso, 9 centenas. Neste exemplo, o número pode ser lido assim: 9 centenas, 5
dezenas e 8 unidades.
Exemplo 3: O número 1958.
No número 1958, os algarismos 8, 5, 9 e 1, ocupam respectivamente, as
posições p1, p2, p3 e p4, na estrutura de formação do referido número, onde; a
posição p1, representa a ordem das unidades, no caso 8 unidades, a posição p2,
representa a ordem das dezenas, no caso 5 dezenas, a posição p3, representa a
ordem das centenas, no caso, 9 centenas e a posição p4, representa a ordem das
unidades de milhar, no caso, 1 milhar. Neste exemplo, o número pode ser lido assim:
1 milhar, 9 centenas, 5 dezenas e 8 unidades.
1.3.3 Operações de adição e subtração
1.3.3.1 Operação de Adição
No Exemplo 1, a leitura do número, pode significar um procedimento mental,
que pode ser convertido em uma operação, chamada de Adição. Vejamos:
5 dezenas e 8 unidades, equivalem a 5.10 unidades + 8.1 unidades = 50 unidades +
8 unidades = 58 unidades, sendo que tal procedimento, pode ser realizado, através
de um algoritmo, (na prática, funciona como se fosse uma receita), conforme
mostrado:
Algoritmo: 5 0
0 8
5 8
Efetuando a adição dos algarismos da coluna da posição p1, da ordem das
unidades, temos 0 (zero) unidades, adicionadas com 8 unidades, que dá como
resultado, uma soma igual à 8 unidades; em seguida, efetuando a adição dos
algarismos da posição p2, da ordem das dezenas, temos 5 dezenas, adicionadas
com 0 (zero) dezenas, que dá como resultado, uma soma igual à 5 dezenas,
formando o número 58, que pode ser lido, expressando simplesmente, a quantidade
total, de unidades desse número; no caso cinquenta e oito, sem a necessidade de
escrever a palavra unidades, que ficará subentendida. Portanto, o resultado da
operação, o número 58, é chamado de soma ou total.
No Exemplo 2, o procedimento se faz, análogo, senão vejamos:
9 centenas, 5 dezenas e 8 unidades, equivale a 9.100 unidades + 5.10 unidades +
28
8.1 unidades = 900 unidades + 50 unidades + 8 unidades = 958 unidades, sendo
que tal procedimento, pode ser realizado, através de um algoritmo, (na prática,
funciona como se fosse uma receita), conforme mostrado:
Algoritmo: 9 0 0
0 5 0
0 0 8
9 5 8
Efetuando a adição dos algarismos da coluna da posição p1, da ordem das
unidades, temos 0 (zero) unidades, adicionadas com 0 (zero) unidades, adicionadas
com 8 unidades, que dá como resultado, uma soma igual à 8 unidades; continuando,
efetuando a adição dos algarismos da posição p2, da ordem das dezenas, temos 0
(zero) dezenas, adicionadas com 5 dezenas, adicionadas com 0 (zero) dezenas, que
dá como resultado, uma soma igual à 5 dezenas; em seguida, efetuando a adição
dos algarismos da posição p3, da ordem das centenas, temos 9 centenas,
adicionadas com 0 (zero) centenas, adicionadas com 0 (zero) centenas, que dá
como resultado, uma soma igual à 9 centenas, formando o número 958, que pode
ser lido, expressando simplesmente, a quantidade total, de unidades desse número;
no caso novecentos e cinquenta e oito, sem a necessidade de escrever a palavra
unidades, que ficará subentendida. Portanto, o resultado da operação, o número
958, é chamado de soma ou total.
No Exemplo 3, o procedimento se faz, também, de forma análoga:
1 milhar, 9 centenas, 5 dezenas e 8 unidades = 1958 unidades.
Algoritmo: 1 0 0 0
9 0 0
5 0
8
1 9 5 8
Efetuando a adição dos algarismos da coluna da posição p1, da ordem das
unidades, temos 0 (zero) unidades, adicionadas com 0 (zero) unidades, adicionadas
com 0 (zero) unidades, adicionadas com 8 unidades, que dá como resultado, uma
soma igual à 8 unidades; continuando, efetuando a adição dos algarismos da
posição p2, da ordem das dezenas, temos 0 (zero) dezenas, adicionadas com 0
(zero) dezenas, adicionadas com 5 dezenas, adicionadas com 0 (zero) dezenas, que
dá como resultado, uma soma igual à 5 dezenas; em seguida, efetuando a adição
29
dos algarismos da posição p3, da ordem das centenas, temos 0 (zero) centenas,
adicionadas com 9 centenas, adicionadas com 0 (zero) centenas, adicionadas com 0
(zero) centenas, que dá como resultado, uma soma igual à 9 centenas; continuando
ainda, efetuando a adição dos algarismos da posição p4, da ordem das unidades de
milhar, temos uma unidade de milhar, adicionada com 0 (zero) unidade de milhar,
adicionada com 0 (zero) unidade de milhar, adicionadas com 0 (zero) unidade de
milhar, que dá como resultado, uma soma igual à 1 unidade de milhar; formando o
número 1958, que pode ser lido, expressando simplesmente, a quantidade total, de
unidades desse número; no caso, um mil, novecentos e cinquenta e oito, sem a
necessidade de escrever a palavra unidades, que ficará subentendida. Portanto, o
resultado da operação, o número 1.958, é chamado de soma ou total.
1.3.3.2 Operação de Subtração
Conforme foi mostrado nos 03(três) exemplos, anteriores, os algoritmos para
a operação Adição, mostraremos apenas um exemplo, do algoritmo para a operação
Subtração, uma vez que o raciocínio pode ser generalizado, para quaisquer casos
de números com até, 04(quatro) algarismos.
Algoritmo para a operação Subtração: Realizamos uma operação de calcular a
diferença, considerando cada ordem, começando pela ordem das unidades
6
2972
1035
1937
Primeiro subtraímos as unidades 2 – 5
Como não podemos subtrair 5 unidades, de 2 unidades, trocamos 1
dezena (das 7 dezenas que temos), por 10 unidades; ficando com 10 + 2 = 12
unidades, assim, podemos subtrair 5 unidades de 12 unidades (12 – 5 = 7),
obtendo a diferença, 7 unidades.
Em seguida, subtraímos 3 dezenas, das 6 dezenas que ficaram, após a
retirada de 1 dezena, (6 – 3 = 3), obtendo 3 dezenas.
Passando para a próxima ordem, subtraímos 0(zero) centenas, de 9
centenas (9 - 0), obtendo 9 centenas.
30
Por último, subtraímos 1 unidade de milhar de 2 unidades de milhar, obtendo
1 unidade de milhar.
Portanto, o resultado da operação, o número 1.937, é chamado de diferença.
1.4 A Atividade de Situações Problema Docente (ASPD) em Matemática
A Atividade de Situações Problema Docente em Matemática, está orientada
pelo objetivo de resolver problemas docentes, na zona de desenvolvimento proximal,
num contexto de ensino aprendizagem, no qual exista uma interação entre o
professor, o estudante e a tarefa com caráter problematizador; com o uso da
tecnologia disponível e de outros recursos didáticos para transitar pelos diferentes
estados do processo de assimilação. A ASPD em Matemática é formada por um
sistema invariante de quatro ações com suas respectivas operações que permitem
solucionar várias classes de problemas matemáticos, mas também pode ser
utilizada na solução de outros tipos de problemas docentes (MENDOZA &
TINTORER, 2019a, 2019b, 2019c).
A primeira ação é formular o problema docente, cujas operações são: a)
analisar a situação problema para determinar os elementos conhecidos e
desconhecidos; estudar os dados e as condições da situação problema; b)
reconhecer o buscado a partir de problema fechado (objetivo definido) ou aberto
(objetivo não preciso). A forma de colocar os elementos conhecidos e
desconhecidos dos problemas docentes, devem expressar claramente a contradição
entre eles.
A segunda ação é construir o núcleo conceitual, composta das operações:
ativar o nível de partida dos estudantes, relacionado com os conhecimentos sobre o
elemento conhecido e sua atualização se necessário; b) encontrar nexos entre os
conhecidos e os desconhecidos desde os pontos de vista conceitual e
procedimental, através de tarefas mais simples.
A terceira ação é solucionar o problema docente, formada pelas operações:
aplicar o método lógico – analítico ou heurístico ou combinar ambos para determinar
os nexos entre os conhecidos e desconhecidos; b) determinar o buscado
A quarta ação é interpretar a solução, constituída pelas operações: verificar
se a solução corresponde com o buscado e com as condições do problema; b)
analisar os resultados obtidos para encontrar novas relações conceitual e/ou
procedimental com elementos anteriormente conhecidos.
31
A tabela 2 que segue, apresenta as ações e operações da ASPD:
Tabela 2: Atividade de Situações Problema Docente (ASPD).
Modelo da Ação
Ações Operações das ações
Formular o problema docente
O1. Determinar os elementos conhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa. O2. Definir os elementos desconhecido a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa. O3. Reconhecer o buscado e/ou o objetivo.
Construir o núcleo
conceitual e procedimental
O4. Selecionar os conceitos e procedimentos conhecidos necessários para a solução do problema docente. O5. Atualizar outros conceitos e procedimentos conhecidos que possam estar vinculados com os desconhecidos. O6. Encontrar estratégias de conexão entre os conceitos e procedimentos conhecidos e desconhecidos.
Solucionar o problema docente
O7. Selecionar as estratégias para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos. O8. Aplicar as estratégias para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos. O9. Determinar o buscado e/ou os objetivos do problema.
Interpretar a solução
O10. Verificar se a solução corresponde com o objetivo e as condições do problema docente. O11. Verificar se existem outras maneiras de resolver o problema docente a partir do conhecido, atualizado com o desconhecido. O12. Verificar se solução é coerente com os dados e as condições do problema.
Fonte: Autor
A ASPD, está orientada pelo objetivo de resolver problemas docentes, na
zona de desenvolvimento proximal, em um contexto de ensino aprendizagem,
fundamentado na teoria da Atividade de Leontiev, Talízina e nas teorias de Galperin
e do ensino problematizador de Majmutov, com o objetivo de avaliar os
conhecimentos prévios, para estudo de resolução de problemas envolvendo as
operações aritméticas, adição e subtração, dos estudantes do 3º ano, ensino
fundamental, do Colégio de Aplicação da UFRR. Nesse sentido, ficou organizada
conforme a tabela 3
A opção por trabalhar a Resolução de Problemas nas operações de adição e
subtração, deu-se em virtude de atender os objetivos/habilidades da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), e entre eles destacam-se: Resolver e elaborar
problemas de adição e subtração com os significados de juntar, acrescentar,
32
separar, retirar, comparar e completar quantidades, utilizando diferentes estratégias
de cálculo exato ou aproximado, incluindo cálculo mental e Utilizar diferentes
procedimentos de cálculo mental e escrito para resolver problemas significativos
envolvendo adição e subtração com números naturais (BNCC, 2018, p. 285).
Tabela 3: Esquema da Base Orientadora Completa da Ação (EBOCA), da Atividade de Situações Problema Docente (ASPD).
Modelo da Ação Modelo de Controle
Ações Operações das ações Operações de controle
Formular o problema docente
O1. Determinar os elementos conhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa. O2. Definir os elementos desconhecido a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa. O3. Reconhecer o buscado.
C1. Determinou-se os elementos conhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa? C2. Definiu-se os elementos desconhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa? C3. Reconheceu-se o buscado e/ ou o objetivo?
Construir o núcleo
conceitual e procedimental
O4. Selecionar os conceitos e procedimentos conhecidos necessários para a solução do problema docente. O5. Atualizar outros conceitos e procedimentos conhecidos que possam estar vinculados com os desconhecidos. O6. Encontrar estratégias de conexão entre os conceitos e procedimentos conhecidos e desconhecidos.
C4. Selecionou-se os conceitos e procedimentos conhecidos, necessários para a solução do problema docente? C5. Atualizou-se outros conceitos e procedimentos conhecidos, que possam estar vinculados com os desconhecidos? C6. Encontrou -se estratégia(s) de conexão entre os conceitos e procedimentos conhecidos e desconhecidos
Solucionar o problema docente
O7. Selecionar as estratégias para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos O8. Aplicar as estratégias para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos. O9. Determinar o buscado e/ou o objetivo do problema.
C7. Selecionou-se a(s) estratégia(s) para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos? C8. Aplicou-se a(s) estratégia(s) para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos? C9. Determinou-se o buscado e/ou o objetivo do problema?
Interpretar a solução
O10. Verificar se a solução corresponde com o objetivo e as condições do problema docente. O11. Verificar se existem outras maneiras de resolver o problema docente, a partir do conhecido atualizado com o desconhecido. O12. Verificar se solução é coerente com os dados e as condições do problema.
C10. Verificou-se se a solução corresponde com o objetivo e as condições do problema docente? C11. Verificou-se se existe(m) outra(s) maneira(s) de resolver o problema docente, a partir do conhecido atualizado com o desconhecido? C12. Verificou-se se a solução é coerente com os dados e as condições do problema?
Fonte: Autor
33
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta o delineamento metodológico da pesquisa com sua
caracterização, os participantes da pesquisa, as unidades de análise, os
instrumentos de coleta de dados, os momentos da pesquisa e a organização dos
dados.
2.1 Caracterização da pesquisa e participantes da pesquisa
A presente pesquisa tem caráter misto com a finalidade de avaliar os
conhecimentos prévios de 21 alunos, da turma do 3º ano do ensino fundamental do
Colégio de Aplicação da UFRR, sobre as operações aritméticas Adição e Subtração
para que a professora obtenha as informações necessárias para elaborar a Base
Orientadora da Ação (BOA), da Atividade de Situações Problema Docente (ASPD),
na resolução de problemas, envolvendo as operações aritméticas, Adição e
Subtração, dando prosseguimento ao processo de ensino aprendizagem, na busca
dos seus objetivos, geral e específicos.
2.2 Unidades de Análises
Nas análises quantitativas as ações da ASPD são convertidas em variável e
operações de controles seus indicadores que serão definidas em níveis (1,2,3,4,5).
Nas análises qualitativas as ações da ASPD são convertidas categorias e operações
das ações em subcategorias (Ver tabela 4).
As ações da Atividade de Situações Problemas Docente foram convertidas
em categorias de análises na pesquisa qualitativa e em variáveis na pesquisa
quantitativa. A análise quantitativa através da estatística nos orienta a pesquisa
qualitativa.
A análise qualitativa, por sua vez, permite verificar de forma detalhada, o
desenvolvimento discente em cada ação e operação da ASPD. E, a partir dos dados
obtidos, apontar o conhecimento prévio discente e traçar um plano de trabalho. Na
sequência apresenta-se o quadro com as variáveis e indicadores quantitativos e
categorias e subcategorias qualitativas que nortearam a análise de dados desta
pesquisa.
Para designar o resultado quantitativo, de cada variável (Y1, Y2, Y3, Y4), será
utilizado uma escala de 1 até 5 pontos, conforme os critérios abaixo:
34
Se o estudante tem somente correto o indicador essencial, obterá à nível
de desempenho, o valor três (3).
Se todos os indicadores estão incorretos, obterá à nível de desempenho, o
valor um (1).
Se todos os indicadores estão corretos, obterá à nível de desempenho, o
valor cinco (5).
Se o indicador essencial está incorreto ou parcialmente incorreto e existe
pelo menos outro indicador parcialmente correto, obterá à nível de desempenho, o
valor dois (2).
Se o indicador essencial está correto e existe pelo menos outro indicador
parcialmente correto, obterá à nível desempenho, o valor quatro (4).
Tabela 4: Categorias/Variáveis e Subcategorias/Indicadores
Categoria (Quali)/ Variável (Quanti)
Subcategoria (Quali)/ Indicadores (Quanti)
Indicador Essencial (Quanti)
Formular o problema docente
(Y1)
C1. Determinou-se os elementos conhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa? C2. Definiu-se os elementos desconhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa? C3. Reconheceu-se o buscado e/ ou o objetivo?
C3
Construir o núcleo conceitual e
procedimental (Y2)
C4. Selecionou-se os conceitos e procedimentos conhecidos, necessários para a solução do problema docente? C5. Atualizou-se outros conceitos e procedimentos conhecidos, que possam estar vinculados com os desconhecidos? C6. Encontrou -se estratégia(s) de conexão entre os conceitos e procedimentos conhecidos e desconhecidos?
C6
Solucionar o problema docente
(Y3)
C7. Selecionou-se a(s) estratégia(s) para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos? C8. Aplicou-se a(s) estratégia(s) para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos? C9. Determinou-se o buscado e/ou os objetivos do problema?
C9
Interpretar a solução
(Y4)
C10. Verificou-se se a solução corresponde com objetivo e as condições do problema docente? C11. Verificou-se outra(s) maneira(s) de resolver o problema docente, a partir do conhecido atualizado com o desconhecido? C12. Verificou-se se a solução é coerente com os dados e as condições do problema?
C12
Fonte: Autor
35
2.3 Instrumentos de coleta de dados
Os instrumentos de coleta de dados para a realização da pesquisa foram um
teste diagnóstico, composto de 04 tarefas, conforme mostradas a seguir e uma
planilha Excel, aqui denominada, planilha de controle das operações, para avaliar os
níveis de aprendizagem dos estudantes, onde as ações da Atividade de Situações
Problema Docente (ASPD) são convertidas em variáveis e as operações de controle
em indicadores, para a pesquisa quantitativa; enquanto que as mesmas ações são
convertidas em categorias de análises e suas operações em subcategorias para a
pesquisa qualitativa, de maneira que a análise quantitativa, através da estatística,
oriente a pesquisa qualitativa.
Este teste diagnóstico tem como objetivo avaliar os conhecimentos prévios da
turma sobre as operações aritméticas adição e subtração, para determinar o nível de
partida dos estudantes, para que a professora dê início ao processo de ensino
aprendizagem de resolução de problemas, utilizando a ASPD como metodologia de
ensino.
Tarefa 1 – Em um estádio de futebol cabem 550 pessoas. Entraram apenas
380. Quantas pessoas ainda faltam para lotar o estádio?
Tarefa 2 – Para o aniversário de Didi foram feitos 50 empadinhas, 45
coxinhas e 90 canudinhos. Quantos salgados foram feitos?
Tarefa 3 – Um feirante tinha 138 mangas e 123 laranjas. Quantas frutas tinha
no total?
Tarefa 4 – No bosque tem 30 papagaios, 20 periquitos e 18 araras. No
sábado fugiram 3 papagaios, 5 periquitos e 2 araras. Quantos animais haviam no
bosque antes da fuga? E quantos ficaram após a fuga?
2.4 Momentos da pesquisa e organização dos dados
Primeiro momento: identificar a situação problema da aprendizagem: o
professor diante, do problema docente, deve conhecer o contexto onde se realiza a
aprendizagem, considerando os conhecimentos prévios dos alunos (diagnóstico
inicial) a partir de resolução de problema e, assim, gerar categorias, temas e
hipóteses sobre o nível de aprendizagem dos estudantes segundo os objetivos.
Segundo momento: deve-se elaborar um plano por Etapas Mentais
utilizando a resolução de problemas com números inteiros, com objetivos,
estratégias definidas, as ações, os recursos e a programação de tempo para a
36
execução do plano como metodologia de ensino que estão relacionadas à coleta de
dados (diagnóstico inicial).
Terceiro momento: execução do planejamento por Etapas Mentais e avaliar
a resolução de problema como metodologia de ensino. Significa aplicar a ASP com
números inteiros e avaliar por meio de prova formativa, com finalidade de fazer a
retroalimentação, corrigir o processo de assimilação e, consequentemente, ajustar a
resolução de problemas como metodologia segundo as etapas do processo de
assimilação.
Quarto momento: retroalimentação da Atividade Situações Problemas na
aprendizagem com números inteiros nas quatro operações aritméticas como
metodologia de ensino, voltando a avaliar com seminário a formação verbal externa.
Retroalimentando novamente para finalmente aplicar a avaliação final e determinar
em que etapa mental os alunos se encontram ao final da sequência didática.
Encerrando a pesquisa na escola com aplicação da prova pós-teste, depois de três
meses de encerramento da intervenção em sala de aula, comparando os resultados
desta prova com as demais provas para analisar a contribuição da Sequência
Didática com números inteiros na aprendizagem como produto educacional.
O controle será individual de cada estudante por meio das operações da
Atividade Situações Problema Docente (Ver tabela 5)
Tabela 5: Controle por operações da Atividade de Situações Problema Docente (ASPD).
Tarefa Ação Operações de Controle A01 ...... A16
T-nº
Formular problema docente
C1. Determinou-se os elementos conhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa?
......
C.2 Definiu-se os elementos desconhecidos a partir dos dados e/ou condições e/ou conceitos e/ou procedimentos da tarefa?
......
C3. Reconheceu-se o buscado e/ ou objetivo?
Construir o núcleo conceitual e procedimental
C4. Selecionou-se os conceitos e procedimentos conhecidos, necessários para a solução do problema docente?
C5. Aplicou-se -se outros conceitos e procedimentos conhecidos que possam estar vinculados com os desconhecidos? C6. Encontrou-se estratégia(s) de conexão entre os conceitos e procedimentos conhecidos e desconhecidos?
Solucionar o problema docente
C1. Selecionou-se a(s) estratégia(s) para relacionar os procedimentos conhecidos e desconhecidos? C2. Aplicou a(s) estratégia(s) para relacionar os procedimentos conhecidos e
37
desconhecidos? C3. Determinou o buscado e/ou o(s) objetivos do problema?
Interpretar a solução
C4. Verificou-se se a solução corresponde com o objetivo e as condições do problema docente? C5. Verificou-se se existe(m) outra(s) maneira(s) de resolver o problema docente a partir do conhecido atualizado com o desconhecido? C6. Verificou-se se a solução é coerente com os dados e as condições do problema?
Fonte: Autor
38
CAPÍTULO III: ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentadas as tarefas utilizadas no teste diagnóstico,
os dados coletados e suas análises, baseadas na Teoria da Atividade de Leontiev e
no Ensino Problematizador de Majmutov.
3.1 Análises por tarefas
O teste diagnóstico foi composto pelas quatro tarefas, apresentadas a seguir:
3.1.1 Tarefa nº1
Tarefa 1 – Em um estádio de futebol cabem 550 pessoas. Entraram apenas 380. Quantas pessoas ainda faltam para lotar o estádio?
De acordo com a tabela 6 e a figura 2, 12 estudantes, que representam 57%
da turma, conseguiram ótimo nível de desempenho, realizando as 4 ações: formular
o problema docente, construir o núcleo conceitual e procedimental, solucionar o
problema docente e interpretar sua solução; 2 estudantes, 10% da turma, realizaram
as duas primeiras ações e a primeira operação da 3ª ação, solucionar o problema; 7
estudantes, que equivale a 33% da turma, mostraram conhecimentos prévios
insuficientes, para o processo de aprendizagem de resolução de problemas,
envolvendo as operações adição e subtração.
Tabela 6: Frequências da tarefa 01
Intervalo Freq.
[4-8[ 7
[8-12[ 0
[12-16[ 2
[16-20] 12
Total 21
Fonte: Autor
Figura 2: Gráfico de pizza da tarefa 01
Fonte: Autor
Analisando a tabela 7, em conjunto com a figura 3, foi feita uma avaliação
qualitativa do nível de desempenho dos estudantes e de forma análoga, foi feito o
mesmo para as demais tarefas.
Os alunos A01, A02, A03, A04, A05, A07, A08, A09, A12, A13, A18 e A21,
que obtiveram pontuação igual a 20 pontos, interpretaram o problema extraindo os
33%
0%10%
57%
Tarefa nº1
[4-8[
[8-12[
[12-16[
[16-20]
39
dados corretamente e compreenderam a pergunta do problema, que é calcular a
quantidade de pessoas que faltam, para lotar o estádio, como também entenderam a
operação essencial, da 1ª ação, ou seja, saber a diferença entre a capacidade do
estádio e a quantidade de pessoas que entraram no estádio. A partir desse
entendimento, selecionaram e aplicaram a operação subtração ou um método
alternativo para solucionar o problema, efetuando os cálculos necessários e exibindo
a resposta 170, que corresponde ao objetivo do problema, que é a operação
essencial da 3ª ação.
Os alunos A10 e A19, compreenderam o problema, ou seja, conseguiram
extrair os dados, entenderam a operação essencial, que é saber a diferença entre a
capacidade do estádio e a quantidade de pessoas que entraram no estádio. Para a
3ª ação, solucionar o problema, praticaram apenas a 1ª operação, que é selecionar
a estratégia para a solução do problema, pois embora tenham feito a seleção da
operação subtração, para calcular a diferença entre os números 550 e 380, não
souberam realizar a referida operação, de modo que não realizaram a 2ª operação
de controle (C8), que consiste em aplicar a estratégia escolhida.
Os alunos A06, A11, A14, A15, A16, A17 e A20, extraíram os dados, 550 e
380, mas efetuaram a operação adição, ao invés da subtração, assim,
reconheceram os dados, mas não souberam interpretar o problema docente.
Devido as operações da 2ª ação consistirem em selecionar e atualizar
conceitos e procedimentos, como também encontrar estratégias para solucionar o
problema; se o estudante cumpriu a 1ª operação de controle C7, da 3ª ação, que
consiste na seleção de uma ou mais estratégias das já contempladas, está implícita
a execução da 2ª ação e portanto, a referida explicação servirá para justificar, nas
demais tarefas, a execução da 2ª ação, nos casos em que qualquer aluno conseguir
executar, parcialmente ou totalmente, a 3ª ação.
Vale salientar que, especificamente para essa pesquisa, por se tratar de um
processo de ensino aprendizagem para estudantes do 3º ano do ensino fundamental
e devido as suas limitações cognitivas, considerando as faixas etárias dos mesmos,
o cumprimento das 3 primeiras ações, já são suficientes para que o professor
consiga determinar o nível de partida dos estudantes, para elaboração do seu, futuro
planejamento de ensino. Considerando ainda, que a atividade é composta de um
sistema de 4 ações invariantes, a 4ª ação não pode se desvincular da teoria, logo,
40
diante do exposto, se o estudante cumpriu, de forma satisfatória, as 3 primeiras
ações, por força do critério adotado, foi considerado o cumprimento da 4ª ação.
Tabela 7: Controle por ações da ASPD da tarefa 01
A 1ª 2A 3ª 4ª Y
A01 5 5 5 5 20
A02 5 5 5 5 20
A03 5 5 5 5 20
A04 5 5 5 5 20
A05 5 5 5 5 20
A07 5 5 5 5 20
A08 5 5 5 5 20
A09 5 5 5 5 20
A12 5 5 5 5 20
A13 5 5 5 5 20
A18 5 5 5 5 20
A21 5 5 5 5 20
A10 5 5 2 1 13
A19 5 5 2 1 13
A06 2 1 1 1 5
A11 2 1 1 1 5
A14 2 1 1 1 5
A15 2 1 1 1 5
A16 2 1 1 1 5
A17 2 1 1 1 5
A20 2 1 1 1 5
Media 4,0 3,7 3,4 3,3 14,3
Mediana 5 5 5 5 20
Moda 5 5 5 5 20
DP 1,41 1,89 1,89 1,98 6,90
Fonte: Autor
Figura 3: Gráfico de barras da tarefa 01
Fonte: Autor
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 52 2 2 2 2 2 2
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1 1 1 1 1 1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 52 2
1 1 1 1 1 1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1 1
1 1 1 1 1 1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
A01 A02 A03 A04 A05 A07 A08 A09 A12 A13 A18 A21 A10 A19 A06 A11 A14 A15 A16 A17 A20
Tarefa nº1
1A 2A 3A 4A
41
3.1.2 Tarefa nº2
Tarefa 2 – Para o aniversário de Didi foram feitos 50 empadinhas, 45
coxinhas e 90 canudinhos. Quantos salgados foram feitos?
Nessa tarefa, o desempenho dos estudantes, foi muito melhor, que na
anterior, pois de acordo com a tabela 8 e a figura 4, 16 estudantes, ou seja, 76% da
turma, conseguiram um ótimo nível de desempenho, realizando todas as 04 ações:
formular o problema docente, construir o núcleo conceitual e procedimental,
solucionar o problema docente e interpretar sua solução; 1 estudante, que
representa 5% da turma, realizou as duas primeiras ações e a primeira operação da
3ª ação, solucionar o problema e apenas 4 estudantes, que representam 20% da
turma, mostraram conhecimentos prévios insuficientes.
Tabela 8: Frequências da tarefa 02
Intervalo Freq
[4-8[ 4
[8-12[ 0
[12-16[ 1
[16-20] 16
Total 21
Fonte: Autor
Figura 4: Gráfico de pizza da tarefa 02
Fonte: Autor
Analisando a tabela 9, em conjunto com a figura 5, foi verificado que os
alunos A01, A02, A04, A05, A06, A07, A08, A09, A10, A12, A13, A14, A15, A17, A18
e A21, obtiveram 20 pontos, pois interpretaram o problema corretamente e as
condições do mesmo; entenderam a pergunta do problema, calcular a quantidade de
salgados que foram feitos, como também reconheceram que a operação essencial,
da 1ª ação, é reconhecer a pergunta do problema: Quantos salgados foram feitos? A
partir desse entendimento, selecionaram e aplicaram a operação adição para dar
solução do problema, efetuando os cálculos e exibindo a resposta 185, que
corresponde ao objetivo do problema, que é a operação essencial da 3ª ação. Os
alunos A04, A09, A18 e A21 aplicaram a seguinte estratégia, para executar a 3ª
ação: somaram as parcelas 50 e 45, obtendo a soma 95 e em seguida, adicionaram
19%0%5%
76%
Tarefa nº2
[4-8[
[8-12[
[12-16[
[16-20]
42
a esse resultado, a parcela 90, obtendo 185. Destaca-se que ao escolherem essa
estratégia, intuitivamente aplicaram a propriedade associativa para a adição.
O aluno A03 compreendeu o problema, ou seja, extraiu os dados, realizou a
operação essencial, da 1ª ação, que consiste em entender que é necessário calcular
a quantidade de salgados que foram feitos. Na 3ª ação, solucionar o problema, esse
aluno praticou apenas a 1ª operação, que é selecionar a estratégia para a solução
do problema, pois embora tenha selecionado corretamente a operação adição, para
calcular a soma das parcelas 50, 45 e 90, não soube realizar a referida operação e
assim, não realizou a 2ª operação, aplicar a estratégia escolhida. Obviamente,
também não realizou a 3ª operação, que seria determinar o objetivo do problema, ou
seja, exibir o valor 185.
Os alunos A11, A16, A19 e A20, obtiveram a pontuação 4, nas quatro ações,
o que caracteriza que não conseguiram nem reproduzir os dados do problema,
portanto não souberam interpretar o problema docente.
Tabela 9: Controle por ações da ASPD da tarefa 02
A 1ª 2A 3ª 4ª Y
A01 5 5 5 5 20
A02 5 5 5 5 20
A04 5 5 5 5 20
A05 5 5 5 5 20
A06 5 5 5 5 20
A07 5 5 5 5 20
A08 5 5 5 5 20
A09 5 5 5 5 20
A10 5 5 5 5 20
A12 5 5 5 5 20
A13 5 5 5 5 20
A14 5 5 5 5 20
A15 5 5 5 5 20
A17 5 5 5 5 20
A18 5 5 5 5 20
A21 5 5 5 5 20
A03 5 5 2 1 13
A11 1 1 1 1 4
A16 1 1 1 1 4
A19 1 1 1 1 4
A20 1 1 1 1 4
Media 4,2 4,2 4,1 4,0 16,6
Mediana 5 5 5 5 20
Moda 5 5 5 5 20
DP 1,57 1,57 1,63 1,70 6,30
Fonte: Autor
43
Figura 5: Gráfico de barras da tarefa 02
Fonte: Autor
3.1.3 Tarefa nº3
Tarefa 3 – Um feirante tinha 138 mangas e 123 laranjas. Quantas frutas tinha
no total?
Nessa tarefa, os estudantes obtiveram o melhor desempenho, dentre as 4
tarefas, pois de acordo com a tabela 10 e a figura 6, 17 estudantes, que
representam 81% da turma, conseguiram um ótimo nível de desempenho,
realizando todas as 04 ações: formular o problema docente, construir o núcleo
conceitual e procedimental, solucionar o problema docente e interpretar sua solução;
2 estudantes, representando apenas 9,5% da turma, realizaram as duas primeiras
ações e até a primeira operação da 3ª ação, solucionar o problema; Os outros dois 2
estudantes, que representam, 9,5% da turma, demonstraram conhecimentos prévios
insuficientes.
Tabela 10: Frequências da tarefa 03
Intervalo Freq
[4-8[ 2
[8-12[ 0
[12-16[ 2
[16-20] 17
Total 21
Fonte: Autor
Figura 6: Gráfico de pizza da tarefa 03
Fonte: Autor
0
5
10
15
20
A0
1
A0
2
A0
4
A0
5
A0
6
A0
7
A0
8
A0
9
A1
0
A1
2
A1
3
A1
4
A1
5
A1
7
A1
8
A2
1
A0
3
A1
1
A1
6
A1
9
A2
0
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 51 1 1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1 1 1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 52
1 1 1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1
1 1 1 1
Tarefa nº2
1A 2A 3A 4A
9%
10%
81%
Tarefa nº3
[4-8[
[8-12[
[12-16[
[16-20]
44
Analisando a tabela 11 em conjunto com a figura 7, foi verificado que os
alunos A01, A02, A04, A05, A06, A07, A08, A09, A10, A12, A13, A14, A15, A16,
A18, A19 e A21, obtiveram 20 pontos, compreenderam o problema extraindo os
dados junto com as condições do mesmo; entenderam a pergunta do problema,
calcular a quantidade de frutas, como também reconheceram a operação essencial,
da 1ª ação, que é saber que tem que calcular o total de frutas. Cumpriram a 3ª ação,
pois selecionaram e aplicaram a operação adição, efetuando a soma das parcelas
138 e 123, exibindo a resposta 261, que corresponde ao objetivo do problema,
calcular o total de frutas.
Os alunos A03 e A20, também cumpriram a 1ª ação, formular o problema,
docente, porém na 3ª ação, solucionar o problema, esses alunos realizaram até a 1ª
operação, que é selecionar a estratégia para a solução do problema, pois embora
tenham selecionado corretamente a operação adição, para calcular a soma das
parcelas 138 e 123, não souberam realizar a referida operação de adição, portanto
não realizaram a 2ª operação da ASPD, que é aplicar a estratégia escolhida.
Os alunos A11 e A17, extraíram os dados, 138 e 123, mas não efetuaram a
operação adição, o que caracteriza que não souberam interpretar o problema
docente.
Tabela 11: Controle por ações da ASPD da tarefa 03
A 1ª 2ª 3ª 4A Y
A01 5 5 5 5 20
A02 5 5 5 5 20
A04 5 5 5 5 20
A05 5 5 5 5 20
A06 5 5 5 5 20
A07 5 5 5 5 20
A08 5 5 5 5 20
A09 5 5 5 5 20
A10 5 5 5 5 20
A12 5 5 5 5 20
A13 5 5 5 5 20
A14 5 5 5 5 20
A15 5 5 5 5 20
A16 5 5 5 5 20
A18 5 5 5 5 20
A19 5 5 5 5 20
A21 5 5 5 5 20
A03 5 5 2 1 13
A20 5 5 2 1 13
A11 2 1 1 1 5
A17 2 1 1 1 5
Media 4,7 4,6 4,3 4,2 17,9
Mediana 5 5 5 5 20
45
Moda 5 5 5 5 20
DP 0,88 1,17 1,39 1,57 4,66
Fonte: Autor
Figura 7: Gráfico de barras da tarefa 03
Fonte: Autor
3.1.4 Tarefa nº4
Tarefa 4 – No bosque tem 30 papagaios, 20 periquitos e 18 araras. No
sábado fugiram 3 papagaios, 5 periquitos e 2 araras. Quantos animais haviam no
bosque antes da fuga? E quantos ficaram após a fuga?
De acordo com a tabela 12 e a figura 8, se verifica que apenas 6 estudantes,
que equivale a 29% da turma (menos de1/3), conseguiram realizar as 04 ações:
formular o problema docente, construir o núcleo conceitual e procedimental,
solucionar o problema docente e interpretar sua solução; 4 estudantes, que
representam 19% da turma, realizaram as duas primeiras ações e até a primeira
operação, da 3ª ação, solucionar o problema; enquanto que 52% da turma, que
implica em 11 estudantes, ou seja, mais da metade, mostraram conhecimentos
prévios insuficientes, para resolver problemas envolvendo as duas operações adição
e subtração, juntas.
Analisando a tabela 13 e a figura 9, os alunos A02, A04, A07, A08, A12 e
A21, obtiveram uma pontuação igual a 20 pontos, pois interpretaram o problema
extraindo os dados corretamente junto com as condições, compreendendo as duas
perguntas do problema que são: calcular a quantidade de animais que havia no
bosque, antes e após a fuga, cumprindo assim, a 1ª ação. Selecionaram e aplicaram
0
5
10
15
20
A0
1
A0
2
A0
4
A0
5
A0
6
A0
7
A0
8
A0
9
A1
0
A1
2
A1
3
A1
4
A1
5
A1
6
A1
8
A1
9
A2
1
A0
3
A2
0
A1
1
A1
7
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 52 2
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 52 2
1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1 1
1 1
Tarefa nº3
1A 2A 3A 4A
46
as operações adição e subtração, de forma combinada ou selecionaram
estratégia(s) alternativa(s) para determinar o objetivo do problema e após a
aplicação das estratégias, exibiram os números 68 e 58, como respectivas respostas
das duas perguntas do problema e assim cumpriram a 3ª ação, que é solucionar o
problema docente.
Tabela 12: Frequências da tarefa 04
Intervalo Freq
[4-8[ 11
[8-12[ 0
[12-16[ 4
[16-20] 6
Total 21
Fonte: Autor
Figura 8: Gráfico de pizza da tarefa 04
Fonte: Autor
Os alunos A01, A05, A09 e A17, conseguiram realizar a 1ª ação, formular o
problema docente. Na 3ª ação, solucionar o problema, realizaram até a 1ª operação,
uma vez que, ao aplicarem as estratégias escolhidas, cada um dos 4 alunos,
respondeu apenas uma, das duas perguntas do problema, conforme esclarecimento
que segue: Os alunos A1 e A17, responderam, apenas a 1ª pergunta, ao afirmarem
que haviam 68 animais no bosque, antes da fuga, enquanto os alunos A05 e A09,
responderam, apenas a 2ª pergunta, quando afirmaram que ficaram 58 animais no
bosque, após a fuga; enfim, esses 4 alunos citados, não realizaram a 2ª operação da
3ª ação, que consiste em aplicar corretamente, a estratégia escolhida.
Os alunos A10, A13, A18 e A19, obtiveram a pontuação 5, visto que
conseguiram apenas extrair os dados do problema sem interpretá-lo. À propósito, a
pontuação 5, caracteriza que o estudante conseguiu realizar apenas a 1ª operação,
da 1ª ação, extrair os dados do problema, pois a pontuação mínima de cada ação é
1 (ítem 2.2 – unidades de análises).
Os alunos A3, A6, A11, A14, A15, A16 e A20, obtiveram a pontuação 4, nas
quatro ações e não conseguiram nem reproduzir os dados, portanto, não souberam
interpretar o problema docente.
52%
0%19%
29%
Tarefa nº4
[4-8[
[8-12[
[12-16[
[16-20]
47
Tabela 13: Controle por ações da ASPD da tarefa 04
A 1A 2ª 3A 4A Y
A02 5 5 5 5 20
A04 5 5 5 5 20
A07 5 5 5 5 20
A08 5 5 5 5 20
A12 5 5 5 5 20
A21 5 5 5 5 20
A01 5 5 2 1 13
A05 5 5 2 1 13
A09 5 5 2 1 13
A17 5 5 2 1 13
A10 2 1 1 1 5
A13 2 1 1 1 5
A18 2 1 1 1 5
A19 2 1 1 1 5
A03 1 1 1 1 4
A06 1 1 1 1 4
A11 1 1 1 1 4
A14 1 1 1 1 4
A15 1 1 1 1 4
A16 1 1 1 1 4
A20 1 1 1 1 4
Media 3,1 2,9 2,3 2,1 10,5
Mediana 2 1 1 1 5
Moda 5 1 1 1 4
DP 1,85 2,00 1,73 1,81 6,84
Fonte: Autor
Figura 9: Gráfico de barras da tarefa 04
Fonte: Autor
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
A02 A04 A07 A08 A12 A21 A01 A05 A09 A17 A10 A13 A18 A19 A03 A06 A11 A14 A15 A16 A20
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
1 1 1 11 1 1 1 1 1 1
5 5 5 5 5 5
2 2 2 2
1 1 1 11 1 1 1 1 1 1
5 5 5 5 5 5
1 1 1 1
1 1 1 11 1 1 1 1 1 1
Tarefa nº4
1A 2A 3A 4A
48
3.2 Discussão do Diagnóstico
Visto que esta pesquisa tem como objetivo, explicar por meio da Atividade de
Situações Problema Docente, fundamentada na Teoria da Atividade de Leontiev e
Galperin e no ensino problematizador de Majmutov, o nível de aprendizagem, no
conteúdo de adição e subtração, dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental,
do Colégio de Aplicação/UFRR, foi feita uma classificação, sob o aspecto
quantitativo, em função dos somatórios (Y), das médias dos valores de cada ação,
nas 4 tarefas, caracterizando os estudantes em função das categorias qualitativas e
suas respectivas operações, conforme se explica:
A tabela 14, mostra a quantidade de estudantes distribuídos em intervalos dos
valores dos somatórios, já citados anteriormente e a figura 10, mostra as referidas
quantidades em termos percentuais.
Tabela 14: Frequências das médias
Intervalo Freq
[4-8[ 2
[8-12[ 3
[12-16[ 5
[16-20] 11
Total 21
Fonte: Autor
Figura 10: Gráfico de pizza das médias
Fonte: autor
A tabela 15, mostra na coluna 1A, a média dos valores da 1ª ação, de cada
uma das 4 tarefas; na coluna 2A, a média dos valores da 2ª ação, de cada uma das
4 tarefas; na coluna 3A, a média dos valores da 3ª ação, de cada uma das 4 tarefas;
na coluna 4A, a média dos valores da 4ª ação, de cada uma das 4 tarefas; porém,
na coluna Y, foram apresentados os somatórios das referidas médias, dos alunos
em ordem decrescente.
De acordo ainda, com a tabela 15, os alunos A02, A04, A07, A08, A12 e A21,
realizaram, integralmente, as 4 ações, das 4 tarefas: formular o problema docente,
construir o núcleo conceitual e procedimental, solucionar o problema docente e
interpretar sua solução, portanto, realizaram as 4 tarefas, se mostrando aptos para
resolver problemas, envolvendo as operações adição e subtração.
10%
14%
24%52%
Médias
[4-8[
[8-12[
[12-16[
[16-20]
49
Os alunos A01, A05 e A09, realizaram, integralmente, as 3 primeiras tarefas e
na tarefa nº 4, realizaram até a primeira operação da 3ª ação, porque, ao aplicarem
as estratégias escolhidas, cada um deles, respondeu só uma, das duas perguntas
do problema. O aluno A1, respondeu a 1ª pergunta: haviam 68 animais no bosque,
antes da fuga e os alunos A05 e A09, responderam, só a 2ª pergunta: ficaram 58
animais no bosque, após a fuga; enfim, não realizaram a 2ª operação da ASPD, que
consiste em aplicar a estratégia escolhida. Há indícios de que esses dois alunos,
sentem um pouco de dificuldade, em interpretar problemas, que envolvam as
operações adição e subtração, juntas, uma vez que conseguiram realizar as tarefas
que envolveram tais operações, separadamente.
Os alunos A13 e A18, realizaram, também, as 3 primeiras tarefas, porém, na
tarefa nº 4, determinaram apenas os dados e não souberam interpretar o problema.
Os alunos A06, A10, A14 e A15, realizaram de forma correta, as tarefas nº 2 e
nº 3, que envolvem apenas a operação adição, sendo que na tarefa nº 1, envolvendo
operação subtração, conseguiram formular o problema, construir o núcleo conceitual
e realizar até a primeira operação da 3ª ação, que é solucionar o problema e mesmo
selecionando a operação subtração, não souberam executar tal operação.
O aluno A03, realizou de forma correta, a tarefa nº 1, que envolve apenas a
operação subtração, sendo que na tarefa nº 2 e na tarefa nº 3, conseguiram formular
o problema, construir o núcleo conceitual e realizar a primeira operação da 3ª ação,
que é solucionar o problema e mesmo selecionando a operação adição, não soube
executar a referida operação.
Os alunos A16, A17 e A19, só conseguiram fazer uma das duas tarefas, que
envolvem a operação adição, sendo que na tarefa nº 1, que envolve a subtração, os
estudantes interpretaram, corretamente o problema, porém, ao invés de efetuar a
subtração 550-380, efetuaram a soma 550+380, exibindo o valor 930.
Os alunos A11 e A20, não conseguiram realizar nenhuma das tarefas.
Tabela 15: Controle por ações da ASPD das médias.
A 1A 2ª 3A 4A Y
A02 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
A04 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
A07 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
A08 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
A12 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
A21 5,0 5,0 5,0 5,0 20,0
50
A01 5,0 5,0 4,3 4,0 18,3
A05 5,0 5,0 4,3 4,0 18,3
A09 5,0 5,0 4,3 4,0 18,3
A13 4,3 4,0 4,0 4,0 16,3
A18 4,3 4,0 4,0 4,0 16,3
A10 4,3 4,0 3,3 3,0 14,5
A03 4,0 4,0 2,5 2,0 12,5
A06 3,3 3,0 3,0 3,0 12,3
A14 3,3 3,0 3,0 3,0 12,3
A15 3,3 3,0 3,0 3,0 12,3
A17 3,5 3,0 2,3 2,0 10,8
A19 3,3 3,0 2,3 2,0 10,5
A16 2,3 2,0 2,0 2,0 8,3
A20 2,3 2,0 1,3 1,0 6,5
A11 1,5 1,0 1,0 1,0 4,5
Media 4,0 3,9 3,5 3,4 14,8
Mediana 4,25 4 4 4 16,25
Moda 5 5 5 5 20
DP 1,07 1,21 1,28 1,33 4,78
Fonte: Autor
Figura 11: Gráfico de barras das médias.
Fonte: Autor
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
A0
2
A0
4
A0
7
A0
8
A1
2
A2
1
A0
1
A0
5
A0
9
A1
3
A1
8
A1
0
A0
3
A0
6
A1
4
A1
5
A1
7
A1
9
A1
6
A2
0
A1
1
5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,3 4,3 4,3 4,0 3,3 3,3 3,3 3,5 3,3 2,3 2,3 1,5
5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,04,0 4,0 4,0 4,0
3,0 3,0 3,0 3,0 3,02,0 2,0
1,0
5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4,3 4,3 4,3
4,0 4,0 3,3 2,53,0 3,0 3,0 2,3 2,3
2,0 1,3
1,0
5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,04,0 4,0 4,0
4,0 4,03,0
2,03,0 3,0 3,0
2,0 2,0
2,01,0
1,0
Médias
1A 2A 3A 4A
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os conhecimentos dos estudantes, sobre as operações adição e subtração,
demonstrados, através de suas respostas nas 4(quatro) tarefas do teste diagnóstico,
foram analisados e avaliados, através das operações de controle, convertidas em
indicadores, os quais geraram os valores das variáveis quantitativas, que orientaram
as análises qualitativas, das referidas tarefas, provenientes das ações que formam
um sistema invariante, que junto com suas respectivas operações, em busca de um
objetivo, se constituem em uma Atividade de estudo, que precisa ser orientada,
executada e controlada, pelo professor, que por sua vez, para dirigir o processo de
ensino e aprendizagem, precisa de um esquema, que possibilite uma aprendizagem
com significado, na qual o próprio aluno se apropria do conhecimento. Galperin
(1982) introduz o termo de Esquema da Base de Orientação Completa da Ação
(EBOCA), que determina o nível de apropriação da ação, pelo sujeito que a realiza,
portanto, contém, as condições necessárias para a orientação e a execução das
ações de forma desejada, como também permite ao professor, controlar as
operações direcionando o nível de partida dos estudantes. Portanto o Esquema da
Base de Orientação Completa da Ação (EBOCA), contribui para a construção da
Atividade de Situação Problema Docente (ASP), como instrumento capaz de avaliar
o nível de aprendizagem dos estudantes, no conteúdo de adição e subtração; sendo
assim, o primeiro objetivo específico, da pesquisa, está cumprido.
A Atividade de Situações Problema em Matemática, se mostrou como uma
ferramenta eficaz para avaliar o nível de partida dos estudantes, no conteúdo adição
e subtração, pois todo aluno que conseguiu realizar uma tarefa de forma totalmente
correta, obteve a pontuação máxima, igual a 5 pontos, em todas as variáveis
quantitativas Y1, Y2, Y3 e Y4, da referida tarefa, em virtude de terem realizado
integralmente as ações, com suas respectivas operações.
Obviamente, se o estudante chegou a solucionar um problema docente, ele
conseguiu o objetivo do problema que é determinar o buscado (operação 9) e para
tal, aplicou a estratégia escolhida (operação 8) e praticou procedimentos e conceitos
previamente selecionados (operação 7); para a prática de tais procedimentos, se faz
necessário a existência de dados, identificados e extraídos a partir da compreensão,
interpretação e condições do problema (operação 1). Por outro lado, para determinar
o buscado (operação 9), o estudante precisa ter definido o elemento desconhecido
(operação 2) a partir dos dados e/ou condições do problema.
52
Seguindo esta linha de raciocínio, se verifica as relações entre as Ações da
Atividade de Situações Problema em Matemática (ASP), utilizada para avaliar o nível
de partida dos estudantes, para a resolução de problemas com as operações adição
e subtração. Desta forma, está cumprido, o segundo objetivo específico da pesquisa.
De fato, uma vez comprovadas as relações entre as Ações, foi formada uma
cadeia de Ações ou Sistema de Ações, que realizadas de forma ordenada, junto
com suas respectivas operações, se constituíram numa Atividade de Situações
Problema Docente, que por meio da mesma, foi cumprido o Objetivo Geral da
pesquisa: Diagnosticar por meio da Atividade de Situações Problema Docente,
fundamentada na teoria da Atividade de Leontiev e Galperin e no ensino
problematizador de Majmutov, o nível de aprendizagem, no conteúdo de adição e
subtração, dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental, do Colégio de
Aplicação/UFRR.
53
REFERÊNCIAS
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GALPERIN, P. Ya. Introducción a La psicologia. Habana: Pueblo y educación, 1982.
LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo/ tradução Rubens Eduardo Frias. – 2.ed. São Paulo: Centauro, 2004.
MAJMUTOV, M. I. La enseñanza problémica. Havana: Pueblo y educación, 1983.
MENDOZA, H. J. G.; TINTORER, O. D. Formação por etapas das ações mentais na atividade de situações problema em matemática. Disponível em: <http://w3.dmat.ufrr.br/~hector/Artigo5.pdf>. Acesso em 13 NOV 2019a.
___________. Formación del Método de la Actividad de Situaciones Problema en Matemática. Disponível em: <http://w3.dmat.ufrr.br/~hector/Artigo4.pdf>. Acesso em 13 NOV 2019b.
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NUNES, A. I. B. L; SILVEIRA, R. N. Psicologia da Aprendizagem: processos, teorias e contextos. Brasília: Líber Livro. 3. Ed., 2011.
NÚNEZ, I. B.; Ramalho, B. L. A teoria da Formação Planejada das Ações Mentais e dos Conceitos de P. Ya. Galperin: contribuições para a Didática desenvolvimental. Uberlândia, MG: Obutchénie. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/322849080_A_teoria_da_Formacao_Planejada_das_Acoes_Mentais_e_dos_Conceitos_de_P_Ya_Galperin_contribuicoes_para_a_Didatica_Desenvolvimental>. Acesso em NOV de 2019.
REZENDE, A.; VALDES, H.. Galperin: implicações educacionais da teoria de formação das ações mentais por estágios. In: Educação & Sociedade, Campinas, v. 27, n. 97, p. 1205 – 1232, set/dez. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/es/v27n97/a07v2797.pdf>. Acesso em 22 NOV 2019.
RUBINSTEIN, J. L. Principios de Psicologia General. Habana: Revolucionaria, 1967.
TALÍZINA, N. F. Psicologia de La enseñanza. Moscú: Editorial Progresso, 1988.
TINTORER. Oscar Delgado; MENDOZA. Héctor José Garcia. Evolução da Teoria Histórico Cultural de Vygotsky à Teoria de Formação por Etapas das Ações Mentais de Galperin. Disponível em: < https://w3.dmat.ufrr.br/hector/Artigo9.pdf>. Acesso em NOV de 2019a.
54
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VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
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