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Relações bióticas interespecíficas Teoricamente, as populações de duas espécies podem interagir segundo vias bási- cas que correspondem a combinações de 0, + e –, em que 0 indica ausência de inte- racção significativa, + indica que a população beneficiou e – indica que a população foi prejudicada. Observe o quadro seguinte: Odum, E. P. (1988). Fundamentos de Ecologia. Fundação Calouste Gulbenkian. 4.ª Ed. Lisboa (adaptado) PROPOSTA DE EXPLORAÇÃO 1. Distinga predação de comensalismo. 2. Efectue uma pesquisa acerca dos exemplos indicados no quadro. DOCUMENTOS DE AMPLIAÇÃO BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR UNIDADE 0 CAPÍTULO 1 – A BIOSFERA 1 TIPO DE INTERACÇÃO ESPÉCIES 1 2 NATUREZA GERAL DA INTERACÇÃO EXEMPLO Neutralismo 0 Nenhuma das populações afecta a outra Rã/Pardal Competição Prejuízo de ambas as espécies Veado/Gamo Amensalismo População 1 prejudicada e população 2 não afectada Bactérias/Fungo Parasitismo + População 1 (parasita) beneficiada e população 2 (hospedeiro) prejudicada Pulga/Cão Predação + 0 0 População 1 (predador) beneficiada e população 2 (presa) prejudicada Lince/Coelho Comensalismo + 0 População 1 beneficiada e população 2 não afectada Rémora/Tubarão Protocooperação + + Interacção favorável a ambas, não obrigatória Caranguejo eremita/ Anémona Mutualismo + + Interacção favorável a ambas, obrigatória Líquenes (associações Alga/Fungo) ©Areal Editores

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  • Relaes biticas interespecficas

    Teoricamente, as populaes de duas espcies podem interagir segundo vias bsi-cas que correspondem a combinaes de 0, + e , em que 0 indica ausncia de inte-raco significativa, + indica que a populao beneficiou e indica que a populaofoi prejudicada.

    Observe o quadro seguinte:

    Odum, E. P. (1988). Fundamentos de Ecologia. Fundao Calouste Gulbenkian. 4. Ed. Lisboa

    (adaptado)

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Distinga predao de comensalismo.

    2. Efectue uma pesquisa acerca dos exemplos indicados no quadro.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 0CAPTULO 1 A BIOSFERA1

    TIPO DE INTERACO

    ESPCIES

    1 2

    NATUREZA GERAL DA INTERACO

    EXEMPLO

    Neutralismo 0Nenhuma das populaes afecta aoutra

    R/Pardal

    Competio Prejuzo de ambas as espcies Veado/Gamo

    Amensalismo Populao 1 prejudicada e populao2 no afectada

    Bactrias/Fungo

    Parasitismo +Populao 1 (parasita) beneficiada epopulao 2 (hospedeiro) prejudicada

    Pulga/Co

    Predao +

    0

    0

    Populao 1 (predador) beneficiada epopulao 2 (presa) prejudicada

    Lince/Coelho

    Comensalismo + 0Populao 1 beneficiada e populao2 no afectada

    Rmora/Tubaro

    Protocooperao + +Interaco favorvel a ambas, noobrigatria

    Caranguejo eremita/Anmona

    Mutualismo + +Interaco favorvel a ambas,obrigatria

    Lquenes (associaesAlga/Fungo)

    Areal Editores

  • Estrutura trfica e pirmides ecolgicas

    A interaco dos fenmenos da cadeia alimentar (perda de energia em cada trans-ferncia) e a relao entre o tamanho e o metabolismo traduzem-se em comunida-des possuindo uma estrutura trfica definida. Esta estrutura pode ser representadagraficamente por meio de pirmides ecolgicas, nas quais o primeiro nvel (produ-tores) forma a base e os nveis sucessivos formam camadas at ao pice.

    As pirmides ecolgicas podem ser de trs tipos gerais:

    Pirmide de nmeros: Representa o nmero dos organismos individuais em

    cada nvel trfico;

    Pirmide de biomassa: baseada no peso seco total, valor calrico ou noutra

    medida da quantidade total de matria viva;

    Pirmide de energia: apresenta a velocidade da corrente de energia e/ou a pro-

    dutividade dos nveis trficos sucessivos.

    Odum, E. P. (1988). Fundamentos de Ecologia. Fundao Calouste Gulbenkian. 4. Ed. Lisboa(adaptado)

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Indique a percentagem mdia de energia que transferida para o nvel tr-

    fico seguinte, na pirmide de energia representada.

    2. Distinga pirmide de nmeros de pirmide de biomassa.

    3. Como explica a aparente inverso na segunda pirmide de nmeros?

    CII homem 80 kg

    CI b ezerro 250 kg

    P plantas de luzerna 1T

    CII Tecido humanoadicionado 8,3 kcal

    CI Carne de b ez erroproduzida 1190 kcal

    P Luzernaproduzida 14 900 kcal

    P Produtor es

    C I Consumidores primr ios

    C II Consumidores secundr ios

    (Luz solar recebida) 6,3 x 10 9 kc al

    2DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 0CAPTULO 1 A BIOSFERA

    CII 30 sapos

    CI 700 gafanhot os

    P 5000 plan tas gramneas

    CII 20 pssaros

    CI 700 lagartas

    P 1 r vore

    Areal Editores

  • Biodiversidade

    O termo biodiversidade provm de um outro diversidade biolgica criado por

    Thomas Lovejoy, em 1980, e foi usado, pela primeira vez, pelo entomologista E. O.Wil-

    son em 1986, num relatrio apresentado ao primeiro Frum Americano sobre a

    diversidade biolgica, organizado pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA

    (National Research Council).

    No h uma definio consensual para a biodiversidade, uma vez que este con-

    ceito abarca vrias dimenses:

    Diversidade gentica diversidade dos genes de uma espcie;

    Diversidade de espcies diversidade de espcies que se podem encontrar

    num determinado habitat;

    Diversidade ecolgica diversidade de bitopos e ecossistemas;

    Diversidade funcional diversidade de processos biolgicos e qumicos neces-

    srios sobrevivncia de espcies e de comunidades biticas.

    A biodiversidade afectada por vrios factores, muitos dos quais tm causas

    antropognicas.

    A figura seguinte sintetiza as principais relaes entre as actividades humanas e a

    biodiversidade.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 0CAPTULO 1 A BIOSFERA3

    Oferta eprocura degua doce

    Oferta eprocura de

    comida

    Alteraesclimaticas

    Perda debiodiversidade

    Uso e poluio da gua eperda de nutr ientes do solo

    Disponibilidade de gua

    Mudanas noabastecimentode gua e natemperatura

    Mudana dehabitat

    Mudanas natranspirao

    e na reflexo daluz solar

    Perda efragmentao

    do habitat

    Reduzidaresistncia mudana

    Perda efragmentao

    do habitat

    Eroso,poluio emudanasnos fluxosde gua

    Mudanas naprecipitao etemperatura

    Desflor estao

    Mudanas efragmentao

    do habita t

    Perda dediversidade

    gentic a dasculturas

    Oferta eprocura deprodutosflorestais

    Emisso de

    CO2, CH4,

    N2O

    Emisso de CO2

    (Fonte: ONU e NASA)

    Areal Editores

  • Eventualmente, todas as espcies se extinguem, ou evoluem, dando origem a

    novas espcies, no entanto, os bilogos estimam que diariamente, at 200 espcies

    sofrem extino prematura devido, essencialmente, aco humana.

    Urge mudar este estado de coisas. O Homem depende da biodiversidade para a

    sua sobrevivncia. A obteno de alimentos, de combustveis, de fibras, de madeira,

    de papel, de medicamentos e de muitos outros bens est dependente da manuten-

    o da biodiversidade.

    Miller, T. (1988). Living in the Environment. 13th Edition. Thomson. Pacific Grove (USA)

    (adaptado)

    3

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Enuncie algumas actividades humanas que contribuem para a perda de biodiversi-

    dade.

    2. Efectue uma pesquisa de modo a conhecer aces que estejam a ser levadas a cabo

    no sentido de prevenir a perda de biodiversidade.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    Areal Editores

  • DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 0CAPTULO 1 A BIOSFERA4

    Impacto humano na biosfera

    O impacto negativo que a humanidade tem vindo a causar na Biosfera dever com-

    prometer a qualidade de vida das geraes futuras.

    Por que razo nos deveremos preocupar com as geraes futuras?

    Algumas pessoas acreditam que s temos obrigaes ticas para com a presente

    gerao humana. Essas pessoas argumentam: O que fez o Futuro por mim? ou acre-

    ditam que no sabemos o suficiente sobre a condio da Terra nas futuras geraes

    para nos preocuparmos com isso.

    De acordo com o bilogo David W. Ehrenfeld, o facto de nos preocuparmos com

    as futuras geraes o suficiente para no degradarmos o Ambiente importante, na

    medida em que lhes fornecer mais opes para lidarem com os problemas que lhe

    surgiro. Ehrenfeld argumenta que, se os nossos antepassados nos tivessem legado

    a degradao ambiental que ns, aparentemente, iremos deixar aos nossos descen-

    dentes, as nossas opes para a fruio de recursos, ou mesmo para a sobrevivncia,

    teriam sido muito mais limitadas.

    pergunta, O que podem as geraes futuras fazer por ns?, Ehrenfeld res-

    ponde: Elas do-nos uma razo para tratar o nosso Planeta com respeito, para que

    as nossas vidas, bem como as deles, saiam enriquecidas.

    De acordo com este ponto de vista, ao usarmos os recursos naturais, estamos a

    pedir um emprstimo ao Planeta e aos nossos descendentes e, como tal, temos

    uma responsabilidade tica de o deixar em boas condies para as geraes futuras.

    Ao pensarmos nesta nossa responsabilidade, talvez devssemos considerar a

    sabedoria que nos foi transmitida no sculo XVIII pela Conferncia dos Nativos Iro-

    queses Norte-americanos: Em cada deliberao nossa, devemos considerar o

    impacto que as nossas decises tero nas prximas sete geraes.

    Miller, T. (1988). Living in the Environment. 13th Edition. Thomson. Pacific Grove (USA)

    (adaptado

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Elabore um pequeno texto em que exprima a sua opinio acerca das suas

    obrigaes, em termos ambientais, para com as futuras geraes.

    2. Para quantas geraes futuras acha que temos responsabilidade?

    Areal Editores

  • 5DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 0CAPTULO 2 A CLULA

    Procariontes, eucariontes, unicelulares e pluricelulares

    Actualmente, pensa-se que todos os organismos que existem na Terra evoluram a

    partir de uma nica clula primordial, que ter surgido pela agregao espontnea de

    molculas, h cerca de 3,5 milhes de anos (M.a.). Entre os marcos mais importantes

    que ocorreram ao longo deste processo evolutivo, destacam-se dois: a transio entre

    procariontes e eucariontes e a evoluo da unicelularidade para a pluricelularidade.

    A transio entre procariontes e eucariontes ocorreu h cerca de 1,5 M.a. As clu-

    las procariticas, embora estruturalmente simples, apresentam uma grande diversi-

    dade bioqumica, o que lhes permite viver numa variedade enorme de nichos ecol-

    gicos. As clulas eucariticas so estruturalmente mais complexas, possuindo

    numerosos organelos, alguns dos quais tiveram origem, segundo a teoria endossim-

    bitica, em clulas procariticas que foram fagocitadas ou invadiram organismos

    unicelulares eucariticos.

    Os organismos unicelulares (procariontes e

    eucariontes) constituem, actualmente, mais de

    metade da biomassa da Terra. Poder-se-ia

    ento perguntar: qual a vantagem evolutiva da

    pluricelularidade? A resposta mais curta : os

    organismos pluricelulares podem explorar

    recursos de uma forma mais eficiente que os

    unicelulares.

    Um dos primeiros passos da evoluo para

    a pluricelularidade parece ter sido a associao

    de organismos unicelulares para formar col-

    nias. Este processo pode ser verificado tanto

    em procariontes (e.g. myxobactrias) como em

    eucariontes (e.g. algas verdes).

    As algas verdes existem como unicelulares, coloniais ou pluricelulares. Alguns

    destes organismos podem ser dispostos de acordo com o seu grau de complexi-

    dade, ilustrando, assim as provveis alteraes evolutivas ocorridas na passagem da

    unicelularidade para a pluricelularidade (observe a figura).Alberts, B. et al. (1989). Molecular Biology of the Cell. 2nd Edition.

    Garland Publishing Inc. New York & London (adaptado)

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Efectue uma pesquisa (bibliografia, Internet,) no sentido de conhecer

    algo mais sobre a teoria endossimbitica (quem a postulou, que organelos

    tiveram essa origem, etc.)

    2. Procure saber mais sobre os organismos ilustrados, de forma a entender

    melhor o processo de evoluo para a multicelularidade.

    Gonium

    Pandorina

    Chlamydomonas

    Volvox

    Areal Editores

  • Cadeia transportadorade electres

    Fotossistema II

    Fotossistema I

    P680

    Foto

    Foto

    P700

    +

    +

    + 2

    H+

    H+

    ATP

    ADP

    Pi+

    +

    H2O

    O2

    e-

    H+ H+

    NADPH

    NADP+e-

    e-

    e-

    e-

    e-

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 1CAPTULO 2 OBTENO DE MATRIA PELOS SERES AUTOTRFICOS

    5Fotofosforilao acclica e cclica

    Nos cloroplastos das clulas vegetais ocorre a converso de energia luminosa emenergia qumica.

    As reaces directamente dependentes da luz tm lugar ao nvel da membranados tilacides. Este processo inicia-se com a captao da energia luminosa nos fotos-sistemas. Existem dois tipos de fotossistemas: o fotossistema I e o fotossistema II.

    O centro de reaco do fotossistema I designado P700, pois absorve luz comcomprimentos de onda prximos dos 700 nm, enquanto que o centro de reaco dofotossistema II designado P680 por absorver luz com comprimentos de onda prxi-mos dos 680 nm.

    Quando a clorofila a dos centros de reaco fica excitada pelos fotes, libertaelectres, ficando oxidada. Esses electres so captados por molculas aceptoras deelectres que ficam reduzidas.

    A sntese de ATP e de NADPH depende deste fluxo de electres, que se inicia nocentro de reaco dos fotossistemas. Este fluxo pode ocorrer de dois modos distintos:

    de forma acclica fotofosforilao acclica; de forma cclica fotofosforilao cclica.

    O esquema seguinte representa a fotofosforilao acclica.

    A fotofosforilao acclica produz quantidades idnticas de ATP e de NADPH + H+.Contudo, a planta necessita de maior quantidade de ATP do que de NADPH. Assim, asplantas, por vezes, realizam uma forma adicional de fotofosforilao na qual no segera NADPH + H+.

    Areal Editores

  • PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. A clorofila a do centro de reaco do fotossistema II fica reduzida ou oxi-

    dada aps ter recebido energia luminosa? Justifique.

    2. Como so repostos os electres perdidos pelo P680?

    3. Como so repostos os electres perdidos pelo P700?

    4. A qual dos fotossistemas est associada a fotlise da gua?

    5. Justifique a afirmao: O O2 libertado pelas plantas um produto residual

    da fotossntese.

    6. Qual a origem da energia necessria para a produo de molculas de ATP?

    7. Qual o aceptor final dos electres?

    8. Por que razo o processo representado designado fotofosforilao acclica?

    9. Em que momento desta cadeia a energia luminosa transformada em ener-

    gia qumica?

    10. Efectue uma pesquisa (bibliografia, Internet,) no sentido de saber quais as

    molculas que compem a cadeia transportadora de electres.

    Fot ossistema ICadeia tr anspor tadora

    de electres

    e-

    e-

    P700

    Foto

    e-

    ATP

    ADP

    +

    e-

    Pi

    5DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    Neste processo de fotofosforilao cclica: Os pigmentos do fotossistema I captam a energia luminosa que transferida

    para a clorofila a do centro de reaco. A clorofila a excitada transfere os seus electres para um aceptor (a ferredoxina). Os electres percorrem uma cadeia transportadora, ocorrendo um conjunto de

    reaces de oxidao-reduo que conduzem libertao de energia, parte daqual usada para fosforilar ADP, formando ATP.

    No final da cadeia, os electres voltam ao centro de reaco do fotossistema I,sendo por isso um fluxo cclico de electres.

    O processo que produz somente ATP envolve apenas o fotossistema I e designa--se fotofosforilao cclica.

    Areal Editores

  • Processo quimiosmtico de produo de ATP

    Tm sido vrios os modelos propostos para explicar a sntese de ATP a partir de

    ADP + Pi e da energia libertada pelos electres durante a passagem pela cadeia

    transportadora.

    Actualmente, a explicao que rene maior consenso dada pelo modelo qui-

    miosmtico proposto pelo bioqumico Ingls Peter Mitchell. Em 1961, Mitchell pro-

    ps que as mitocndrias produziam ATP em consequncia da existncia de um gra-

    diente de protes entre o espao intermembranar e a matriz da mitocndria.

    Posteriormente, trabalhos desenvolvidos por outros investigadores, permitiram

    verificar que o mecanismo quimiosmtico explicava, tambm, como que os cloro-

    plastos eram capazes de gerar ATP a partir da energia luminosa.

    Um desses trabalhos foi realizado por Jgendorf. Este investigador incubou clo-

    roplastos, na ausncia de luz, numa soluo aquosa com pH = 4, at que a soluo

    atingisse o interior dos tilacides.

    Adicionou ADP + Pi suspenso de cloroplastos.

    Seguidamente aumentou, rapidamente, o pH do meio externo para pH = 8,

    criando assim um gradiente de pH momentneo entre o interior e o exterior dos tila-

    cides.

    Jgendorf verificou que se formava ATP.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 1CAPTULO 2 OBTENO DE MATRIA PELOS SERES AUTOTRFICOS

    6

    Foto

    CytPQ

    PC

    Fd

    Foto

    e-

    H2O

    O 21/22

    H +H+

    H+

    H+

    H+ H+

    H+

    H +

    H +H+

    H+H+

    H+

    H+H +

    H+ H+

    H+H+

    H+H+

    H +

    H +H +H+

    H+

    H+ H+

    H+

    Fotossistema II Fotossistema INADP +

    sin tetase

    NADP

    Interior do tilacideEle vada c oncentrao de H+ (pH baixo)

    Membranado tilacide

    ATPADP

    H+

    H +Pi+

    +

    ATP

    Interior do tilacide

    reductase

    Estroma

    H +

    NADPH

    Areal Editores

  • PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. O que pretendia Jgendorf verificar ao realizar esta experincia?

    2. Por que razo manteve os cloroplastos na obscuridade?

    3. Explique a formao de ATP, segundo o modelo quimiosmtico.

    Segundo este modelo, a energia libertada pelos electres, ao longo da cadeia

    transportadora, utilizada para bombear H+, resultantes da fotlise da gua, para o

    interior dos tilacides. Assim, gera-se um gradiente de protes, que conduz a uma

    diferena entre o pH no interior dos tilacides (pH = 4) e o estroma (pH = 7).

    Esta diferena na concentrao de H+ conduz a um transporte passivo atravs de

    canais existentes em protenas especficas da membrana dos tilacides. Estas prote-

    nas so enzimas ATP sintetases , que, ao serem atravessadas pelos protes, catali-

    sam a ligao entre o ADP e o Pi, formando ATP.

    Ao manter os cloroplastos em obscuridade, Jgendorf provou que bastava existir

    um gradiente de pH entre o interior e o exterior dos tilacides para gerar ATP.

    ATPADP + P

    iH

    +

    H+

    Mitocndr ia Cloroplasto

    Elevada c oncentrao de H+

    Estruturada

    mitocndria

    Espaointermembranar

    Membrana

    DifusoInterior dotilacide

    Estroma

    Estruturado

    cloroplasto

    ATP

    Baixaconcentrao

    de H+

    Sintetase

    Cadeiatransportadora

    de electresMembrana

    Estroma

    6DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    Areal Editores

  • DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 2CAPTULO 2 O TRANSPORTE DOS ANIMAIS7

    Sistema circulatrio dos rpteis

    O corao dos rpteis apresenta-se dividido em trs cavidades: duas aurculas e

    um ventrculo, que , no entanto, dividido por um septo incompleto. Neste grupo de

    animais, constituem excepo os crocodilos, que apresentam o corao dividido em

    quatro cavidades: duas aurculas e dois ventrculos. Contudo, o facto de existirem

    duas aortas e estas estarem ligadas, pode conduzir a uma mistura parcial do sangue

    venoso e do sangue arterial.

    Nos rpteis, o sangue venoso, proveniente dos diferentes rgos, entra na aur-

    cula direita, enquanto que o sangue arterial, proveniente dos pulmes, entra na aur-

    cula esquerda.

    A mistura de sangue ao nvel do ventrculo mnima, devido anatomia do cora-

    o e no simultaneidade na contraco dos dois lados do ventrculo. Desta forma,

    o sangue proveniente dos pulmes encaminhado para o circuito sistmico,

    enquanto que o sangue proveniente dos restantes rgos encaminhado para o cir-

    cuito pulmonar.

    Pode assim concluir-se que, nos rpteis, a

    circulao dupla e incompleta.

    Os rpteis, incluindo os crocodilos, pos-

    suem duas aortas, em vez de uma. Este facto,

    aliado aos restantes aspectos da anatomia

    do corao, permite que estes animais con-

    trolem o fluxo de sangue que enviado para

    os pulmes.

    Quando o animal no est a respirar, o

    sangue deixa de ser conduzido para os pul-

    mes, sendo este fluxo desviado para a cir-

    culao sistmica. Desta forma, possvel

    aumentar a eficcia da circulao.

    Assim, ao contrrio do que se poderia jul-

    gar, o corao dos rpteis bastante com-

    plexo, apresentando-se altamente adaptado

    para operar em diferentes situaes exigidas

    pela forma de vida destes animais.

    Aorta

    Aurculadireita

    Arco ar ticodireito

    Ventrculo

    Aurculaesquer da

    Arco ar ticoesquer do

    Ligao en treas aor tas

    Pulmes

    Rptil tpic o

    Pulmes

    Croco dilo

    Sistema circulatrio de um rptil tpico e de um crocodilo.

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Indique as duas principais diferenas anatmicas entre o sistema circulat-

    rio de um crocodilo e o de um rptil tpico.

    2. Qual a importncia para os crocodilos do facto de poderem diminuir a cir-

    culao pulmonar? (Tenha em conta o estilo de vida destes animais).

    Areal Editores

  • Fermentao

    Uma mudana qumica em matria animal e vegetal provocada por bactrias,

    leveduras microscpicas ou outros fungos (mofos) chamada de fermentao.

    Exemplos de fermentao so o azedar do leite, o crescimento da massa de po e a

    converso de acares e amidos em lcool.

    Muitas substncias qumicas industriais e vrios antibiticos usados em medica-

    mentos modernos so produzidos atravs de fermentao sob condies controla-

    das. A fermentao pretende quebrar uma substncia em compostos mais simples.

    Em alguns casos, a fermentao usada para modificar um material que, de outra

    forma, seria difcil ou muito cara, se mtodos qumicos convencionais fossem esco-

    lhidos. A fermentao sempre iniciada por enzimas formadas nas clulas dos orga-

    nismos vivos. Uma enzima um catalisador natural que provoca uma mudana qu-

    mica sem ser afectado por isso.

    As leveduras so fungos compostos por minsculas clulas. As suas enzimas

    (invertase e zimase) transformam o acar em lcool e em dixido de carbono. As

    leveduras fazem crescer o po e transformam o sumo da uva em vinho.

    As bactrias azedam o leite, produzindo cidos lctico e butrico. As clulas do

    corpo humano produzem enzimas digestivas, como pepsina e renina, que transfor-

    mam os alimentos de forma a que possam ser absorvidos.

    Os produtos de fermentao so usados desde a Antiguidade. Na Pr-Histria, o

    homem descobriu que a carne envelhecida tinha um sabor mais agradvel que a

    carne fresca. Vinho, cerveja e po so to velhos quanto a agricultura. O queijo, que

    envolve a fermentao de leite, outro alimento muito antigo. O valor medicinal de

    produtos fermentados conhecido desde h muito tempo. Os Chineses usavam coa-

    lho de soja mofado para curar infeces de pele, h 3000 anos atrs. Os ndios da

    Amrica Central tratavam feridas infectadas com fungos.

    A verdadeira causa da fermentao, porm, no era compreendida at ao

    sculo XIX. O cientista francs Louis Pasteur, enquanto estudava os problemas dos

    cervejeiros e vinicultores de Frana, encontrou um tipo de levedura que produzia

    bom vinho, mas um segundo tipo que o tornava azedo. Esta descoberta conduziu

    teoria da origem de doenas de Pasteur.

    A qumica das fermentaes uma cincia nova que ainda est numa fase inicial.

    a base de processos industriais que convertem matrias-primas, como gros, a-

    cares e subprodutos industriais, em muitos produtos sintticos diferentes.

    A penicilina um antibitico que destri muitas bactrias causadoras de doen-

    as. A sua origem radica num fungo que cresce numa mistura fermentativa de subs-

    tncias, cuidadosamente seleccionadas para este propsito. A penicilina industrial e

    muitos outros antibiticos tornaram-se uma rea muito importante da indstria far-

    macutica.

    8DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 3CAPTULO 1 OBTENO DE ENERGIA

    Areal Editores

  • O cido ctrico uma das muitas substncias qumicas produzidas por microrga-

    nismos. usado para limpar metal, como conservante e agente de sabor em alimen-

    tos. O cido ctrico responsvel pelo sabor azedo de frutas ctricas. Poderia ser

    obtido a partir delas, mas seriam necessrios muitos milhares de frutos para produzir

    a quantidade de cido ctrico actualmente feita pela fermentao de melado com o

    fungo Aspergillus niger.

    Um produto de fermentao, a terramicina, adicionado a raes animais para

    acelerar o crescimento dos animais e proteg-los de doenas. Certas vitaminas so

    feitas atravs de fermentao de fungos; e as prprias enzimas, extradas de vrios

    microrganismos, so utilizadas no fabrico de alimentos e medicamentos.http://www.geocities.com/fermentacao301/ (adaptado)

    (Consultado em 5/4/2007)

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    8

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Indique algumas consequncias do processo fermentativo.

    2. Indique os produtos da fermentao resultante da aco das leveduras que

    so utilizadas para o fabrico do po e do vinho.

    3. Justifique a afirmao: "O valor medicinal da fermentao conhecido por

    algumas sociedades h milhares de anos."

    4. Como se designa o fungo capaz de produzir cido ctrico por processos fer-

    mentativos?

    Areal Editores

  • Quantos estomas eu tenho?

    Nas plantas, a epiderme o tecido de revestimento das folhas, partes florais, fru-

    tos e sementes. Mesmo no caule e na raiz, a epiderme constitui o revestimento

    externo antes destes rgos sofrerem um espessamento secundrio. A epiderme

    constituda, geralmente, por uma nica camada de clulas, entre as quais no se

    observam espaos intercelulares. A inexistncia de espaos entre as clulas epidr-

    micas e a presena de substncias hidrfobas nas suas paredes externas evitam a

    perda de gua pela planta, mas tambm dificultam as trocas gasosas.

    A troca de oxignio e dixido de carbono, bem como a perda de gua por trans-

    pirao, ocorre atravs de poros chamados estomas. As clulas de guarda determi-

    nam se o estoma abre ou fecha, atravs da variao do seu grau de turgescncia.

    A densidade de estomas numa folha varia com factores como a temperatura, a

    humidade e a intensidade luminosa. Varia igualmente de forma inversa concentra-

    o de CO2 no ar que rodeia as folhas.

    As plantas so mesmo capazes de determinar o nmero de estomas a produzir.

    Estudos realizados com plantas do gnero Arabidopsis (Lake et al., in Nature, 411:154,

    10 Maio 2001) mostraram que as folhas maduras detectam a quantidade de CO2 no

    ar, enviando um sinal (de natureza ainda desconhecida) que determina o nmero de

    estomas que se ir formar nas folhas em desenvolvimento.Compilao efectuada a partir de vrios sites da Internet

    9

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Desenhe, no seu caderno dirio, um esquema devidamente legendado de

    um estoma.

    2. Enuncie os factores que determinam a abertura e o fecho dos estomas, atra-

    vs da variao da turgescncia das clulas estomticas.

    3. Que factores, referidos no texto, influenciam a densidade de estomas numa

    folha.

    4. Com a ajuda do seu professor e dos seus colegas, tente esquematizar uma

    experincia (semelhante de Lake) que lhe permita afirmar que as plantas

    so capazes de determinar o nmero de estomas a produzir.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 3CAPTULO 2 TROCAS GASOSAS EM SERES MULTICELULARES

    Areal Editores

  • Peixes com pulmes

    Em geral, nos peixes a respirao branquial. As brnquias tm por funo retirar

    o oxignio dissolvido na gua. A circulao fechada, simples e o corao total-

    mente venoso, excepto nos dipnicos (peixes pulmonados), cuja circulao dupla e

    incompleta.

    A maioria dos peixes sseos possui uma bexiga natatria, que serve, em geral,

    como rgo hidrosttico, permitindo-lhes subir ou descer ao longo da coluna de

    gua. Alm da funo hidrosttica, em outros peixes, a bexiga natatria pode servir

    inclusive para a produo de som. Nos dipnicos, ou peixes pulmonados, a bexiga

    natatria encontra-se modificada de forma a assumir as funes de um pulmo, per-

    mitindo que o animal retire oxignio da atmosfera. Nestes peixes, a membrana da

    bexiga natatria vascularizada e permite a realizao de trocas gasosas entre o ar

    presente no interior e o sangue.

    Actualmente, existem seis espcies de peixes da ordem dos dipnicos. Estes peixes

    so conhecidos por peixes pulmonados, pois todos eles respiram oxignio atmosfrico.

    Apesar de possuirem brnquias, a sua bexiga natatria encontra-se transformada

    num par de pulmes, muito semelhantes aos dos anfbios, que lhes permitem retirar

    oxignio do ar inspirado superfcie da gua.

    Os peixes pulmonados podem ser encontrados em lagos e rios na Amrica do Sul

    (ex.: Lepidosiren paradoxa); na frica (ex.: Protopterus annectens); e na Austrlia (ex.: Neo-

    ceratodus forsteri).

    Ao contrrio dos peixes pulmonados africanos e sul-americanos, os dipnicos

    australianos possuem um s pulmo, utilizando as brnquias durante a maior parte

    do ano, respirando ar apenas quando os nveis de gua so muito baixos.

    Na Amrica do Sul, quando chega a estao seca, os dipnicos enterram-se na

    lama, permanecendo a dormentes, at que o nvel de gua suba outra vez.

    Os dipnicos africanos tambm escavam buracos na lama, mas cobrem o seu

    corpo com uma secreo mucosa, que, ao secar, forma uma espcie de casulo, que os

    protege at que os nveis de gua voltem a subir.

    Vrios estudos demonstraram que, durante estes perodos de dormncia, o meta-

    bolismo dos peixes pulmonados diminui bastante, ao ponto deles apenas necessita-

    rem de oxignio para sobreviver. O mais espantoso que algumas espcies podem

    sobreviver cerca de dois anos nestas condies.Compilao efectuada a partir de vrios sites da Internet

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 3CAPTULO 2 TROCAS GASOSAS EM SERES MULTICELULARES10

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Tendo em conta as caractersticas morfofisiolgicas dos peixes, indique

    duas que sejam exclusivas dos dipnicos.

    2. Que tipos de hematose ocorrem nos peixes dipnicos?

    3. De um ponto de vista evolutivo, tente explicar a semelhana entre os pul-

    mes dos dipnicos e os dos anfbios.

    Areal Editores

  • Sistema nervoso

    Apesar da grande semelhana funcional entre as clulas nervosas dos diferentes

    animais, a organizao do sistema nervoso apresenta grandes variaes entre os

    diferentes filos.

    Sistema nervoso difuso

    Os celenterados tm sistema nervoso difuso, uma vez que as clulas nervosas

    esto espalhadas homogeneamente por todo o corpo do animal e no h nenhum

    rgo centralizador do controlo nervoso. Um estmulo que atinja qualquer parte do

    animal provoca uma reaco local, que se espalha progressivamente pela rede ner-

    vosa.

    Sistema nervoso centralizado

    Com excepo dos porferos, que no possuem clulas nervosas, e dos celentera-

    dos, que possuem sistema nervoso difuso, todos os outros animais apresentam sis-

    tema nervoso centralizado. Neste tipo de sistema nervoso existem locais em que

    h uma grande concentrao de neurnios, onde ocorre a integrao dos estmulos

    recebidos dos nervos e a coordenao das respostas.

    Nos equinodermes, por exemplo, o rgo centralizador do sistema nervoso um

    anel de clulas nervosas localizadas ao redor da boca; dele partem nervos radiais,

    que se ramificam por todo o corpo.

    Cadeia ganglionar

    Os animais invertebrados dotados de simetria bilateral possuem geralmente con-

    centraes de clulas nervosas, denominadas gnglios nervosos, localizadas em

    diversas regies do corpo. Em geral, os gnglios mais desenvolvidos situam-se na

    regio da cabea (gnglios cerebrais), onde se localizam os principais rgos dos

    sentidos. Os diversos gnglios unem-se atravs de feixes de fibras nervosas cor-

    des nervosos.

    Os invertebrados de corpo segmentado possuem geralmente um par de gn-

    glios nervosos por segmento corporal, disposto ao longo de dois cordes ventrais,

    formando o que se denomina cadeia ganglionar ventral. Cada par de gnglios

    coordena as funes especficas do segmento onde se situa, enviando informaes

    aos gnglios cerebrais. Estes integram as informaes recebidas e coordenam as

    actividades gerais do corpo.

    11DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 4CAPTULO 4 REGULAO NERVOSA

    E HORMONAL EM ANIMAISAreal Editores

  • Nos vertebrados, a maioria das clulas nervosas localiza-se na cabea, formando

    o encfalo cefalizao , que se liga medula espinal ou raquidiana. Esta per-

    corre a regio mediana dorsal do animal.

    O encfalo e a medula espinal formam o sistema nervoso central, ligado s

    diversas partes do corpo atravs do sistema nervoso perifrico, constitudo pelos

    nervos e pelos gnglios nervosos.in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    11

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Indique o grupo de invertebrados que apresentam um sistema nervoso

    difuso.

    2. Explique, de forma sucinta, em que consiste um sistema nervoso difuso.

    3. Indique as partes constituintes do sistema nervoso:

    3.1. central dos vertebrados;

    3.2. perifrico dos vertebrados.

    4. Diga em que consiste a cefalizao e indique possveis vantagens para os

    indivduos que a apresentam.

    Celenterado

    Rede ner vosa difusa

    Anel ner voso

    Gnglios nervosos

    Equinoderme Molusco

    Artrpode

    Gnglios nervosos

    Vertebrado

    Medula espinalEncfalo

    Areal Editores

  • Sistema endcrino humano

    A espcie humana, como outros vertebrados, possui diversas glndulas endrcri-

    nas, algumas delas responsveis pela produo de mais do que um tipo de hormonas.

    12DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 4CAPTULO 1 REGULAO NERVOSA

    E HORMONAL EM ANIMAIS

    OVRIOS

    PINEAL

    TESTCULOS

    SUPRA--RENAIS

    PNCREAS

    TIRIDE

    HIPFISE OxitocinaLobo posterior

    Estimula a contraco das musculaturas dotero e das glndulas mamrias.

    Sistema nervoso

    Hormona Principais efeitos Regulao

    Antidiurtica Promove a reabsoro de gua pelos rins. Osmolaridade do sangue

    Somatotro-fina

    Estimula o crescimento geral do corpo;afecta o metabolismo das clulas.

    Hormona do hipotlamoLoboanterior

    Prolactina Estimula a produo e a secreo de leite. Hormona do hipotlamo

    Folculo--estimulante

    Estimula os folculos ovricos, nas fmeas, ea espermatognese, nos machos.

    Estrognios no sangue;hormonas do hipotlamo

    Luteinizante Estimula o corpo amarelo e a ovulao, nasfmeas, e as clulas intersticiais, nos machos.

    Progesterona ou testosterona;hormonas do hipotlamo

    Tireotrofina Estimula a tiride a segregar hormonas. Tiroxina; hormonas do hipotlamo

    Adrenocortico--trpica

    Estimula a secreo de glicocorticidespelas glndulas supra-renais.

    Cortisol; hormonas do hipotlamo

    Triiodotironi-na e tiroxina

    Estimula e mantm os processos metablicos.

    Tireotrofina

    Calcitonina Baixa a concentrao de clcio no sangue einibe a libertao de clcio dos ossos.

    Concentrao de clcio nosangue

    Paratormona Eleva a concentrao de clcio no sangue eestimula a libertao de clcio dos ossos.

    Concentrao de clcio nosangue

    Insulina Baixa a concentrao de glicose no sangue;estimula o armazenamento de glicose pelofgado; estimula a sntese de protenas.

    Concentrao de glicoseno sangue; somatostatina

    Glucagon Estimula a quebra de glicognio no fgado. Concentrao de glicose ede aminocidos no sangue

    Somatostatina Suprime a libertao de insulina e glucagon. Controlo nervoso

    Epinefrina Aumenta a concentrao de glicose no sangue;causa vasoconstrio na pele, mucosas e rins.

    Controlo nervosoMedula

    Norepinefrina Acelera os batimentos cardacos; causa vasoconstrio generalizada no corpo.

    Controlo nervoso

    Glicocortici-des

    Afecta o metabolismo de glcidos, aumentaa concentrao de glicose no sangue.

    AdrenocorticotrpicaCrtex

    Mineralocor-ticides

    Promove a reabsoro de sdio e a excreode potssio pelos rins.

    Adrenocorticotrpica

    Andrognios Estimula a espermatognese; desenvolve emantm os caracteres sexuais secundriosmasculinos.

    Adrenocorticotrpica

    Estrognios Estimula o crescimento da mucosa uterina;desenvolve e mantm os caracteres sexuaissecundrios femininos.

    Hormona folculo--estimulante;Hormona luteinizante

    Folculo

    Progesteronae estrognios

    Promove a continuao de crescimento damucosa uterina.

    Hormona folculo-estimulante;Hormona luteinizante

    Corpoamarelo

    Melatonina Est envolvida no ritmo circadiano. Ciclo dia/noite

    Glndula

    PARATIRIDES

    Are

    al E

    dito

    res

  • Hipotlamo

    O hipotlamo localiza-se na base do encfalo, sob uma regio enceflica deno-

    minada tlamo. A funo endcrina do hipotlamo est a cargo das clulas neuros-

    secretoras, que so neurnios especializados na produo e na libertao de hor-

    monas.

    Hipfise

    A hipfise, tambm chamada pituitria, uma glndula pouco maior que um

    gro de ervilha, localizada sob o encfalo, ligada ao hipotlamo. constituda por

    duas partes distintas: a adeno-hipfise e a neuro-hipfise.

    A hipfise produz e liberta diversas hormonas, entre elas algumas que regulam a

    actividade de outras glndulas endcrinas do corpo.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    12

    Testculo

    Ovrio

    PncreasSupra-renais

    Timo

    ParatiridesTiride

    Hipfise

    HipotlamoPineal

    Hip otlamo

    Clulasneurossecretoras

    Artria

    VeiasNeuro-hipfise

    Adeno-hipfise

    Areal Editores

  • Neuro-hipfise

    O lobo posterior da hipfise liberta duas hormonas principais, ambas produzidas

    pelas clulas neurossecretoras do hipotlamo: a oxitocina e a hormona antidiur-

    tica, esta ltima tambm conhecida como vasopressina ou ADH (sigla do ingls,

    antidiuretic hormone).

    Adeno-Hipfise

    A adeno-hipfise produz diversas hormonas, cuja secreo depende de factores

    de secreo produzidos pelo hipotlamo.in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

    12

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Indique as glndulas endcrinas comuns aos indivduos do sexo masculino

    e do sexo feminino.

    2. Indique a(s) glndula(s) endcrina(s) presentes exclusivamente:

    2.1. nos indivduos do sexo feminino;

    2.2. nos indivduos de sexo masculino.

    3. Por que razo se pode afirmar que a adeno-hipfise controlada pelo hipo-

    tlamo?

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    Areal Editores

  • Princpios relativos aos factores limitantes

    Para ocorrer e prosperar numa dada situao, um organismo precisa de contar

    com os materiais essenciais ao seu crescimento e sua reproduo. Estes requisitos

    bsicos variam com a espcie e a situao. Em condies de equilbrio, o material

    essencial, disponvel em quantidades que mais se aproximem do mnimo crtico

    indispensvel, tende a ser o material limitante.

    A ideia de que um organismo no mais forte do que o elo mais fraco da sua

    cadeia ecolgica de requisitos foi expressa claramente por Justus Liebig, em 1840.

    Liebig foi um pioneiro no estudo dos efeitos dos vrios factores no crescimento de

    plantas. Ele verificou que a produo de culturas era frequentemente limitada no

    por nutrientes necessrios em grandes quantidades, como o dixido de carbono ou

    a gua, mas por alguma matria-prima, como o boro, por exemplo, necessria em

    quantidades diminutas embora muito escassa no solo. O seu enunciado de que o

    crescimento da planta depende da quantidade de matria alimentar que lhe facul-

    tada em quantidade mnima passou a ser conhecido por lei do mnimo de Liebig.

    Muitos autores ampliaram o enunciado, nele incluindo outros factores para alm

    dos nutrientes, como, por exemplo, a temperatura e o elemento tempo.

    Na realidade, a existncia e o sucesso de um organismo podem ser limitados

    quer pela deficincia, quer pelo excesso qualitativo ou quantitativo dos diversos fac-

    tores que se aproximam dos limites de tolerncia para esse organismo. Assim, os

    organismos tm um mximo e um mnimo ecolgicos, que representam os limites

    de tolerncia, com uma amplitude entre ambos.

    O conceito de efeito limitante mximo, tal como o de mnimo, foi introduzido por

    V.E. Shelford na sua lei da tolerncia em 1913.

    Para exprimir os graus relativos de tolerncia utiliza-se uma srie de termos que

    utilizam os prefixos esteno (estreito) e euri (largo). Assim, um organismo esteno-

    cio tem um limite de tolerncia estreito em relao eleio do habitat, enquanto

    que um organismo euricio tem um limite de tolerncia alargado em relao ao

    mesmo factor.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 4CAPTULO 1 REGULAO NERVOSA E HORMONAL EM ANIMAIS

    13

    Limit e de tolerncia inferior Limite de tolerncia superior

    Baix o Gradiente Alto

    Zona deintolerncia

    Zona deintolerncia

    Zona destresse

    fisiolgico

    Grande abundncia

    Zona destresse

    fisiolgico

    ptimo

    Poucosorganismos

    Poucosorganismos

    Organismosausentes

    Or ganismosausentes

    Populao

    Areal Editores

  • Vejamos mais alguns exemplos:

    Para alm dos factores supracitados, tambm se encontram entre os factores

    limitantes mais significativos a luz, os gases atmosfricos, os sais biognicos, as cor-

    rentes e presses, factores ligados ao solo e mesmo o fogo.Odum, E. P. (1988). Fundamentos de Ecologia. Fundao Calouste Gulbenkian. 4. Ed. Lisboa (adaptado)

    13

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Enuncie a lei do mnimo de Liebig e a lei de tolerncia de Shelford.

    2. Observe o grfico seguinte, que diz respeito ao factor temperatura:

    2.1. Tente explicar as designaes oligotrmico e politrmico.

    3. Com a ajuda dos seus colegas e do seu professor, faa uma pesquisa na

    Internet acerca de espcies que funcionam como indicadores ecolgicos.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    FACTOR

    Temperatura

    gua

    Salinidade

    Alimentao

    GRANDE TOLERNCIA

    Euritrmico

    Euridrico

    Eurialino

    Eurifgico

    PEQUENA TOLERNCIA

    Estenotrmico

    Estenodrico

    Estenoalino

    Estenofgico

    Temperatura

    Estenotrmico(oligotr mico)

    Euritrmico Estenotrmico(politrmico)

    Min. Mx. Min. Mx.

    Areal Editores

  • Regulao hormonal do nvel de clcio no sangue um exemplode feedback negativo

    Um dos inmeros exemplos de feedback negativo no sistema endcrino a

    regulao da produo das hormonas calcitonina e paratormona, respectiva-

    mente, pelas glndulas tiride e paratirides. Estas duas hormonas so responsveis

    pela manuteno dos nveis normais de clcio na circulao, em torno de 9 a 11 mg

    por 100 ml de sangue.

    A elevao do nvel de clcio no sangue estimula a tiride a secretar calcitonina.

    Esta hormona promove a deposio de clcio nos ossos e a eliminao de clcio na

    urina, alm de inibir a absoro desse mineral pelo intestino. Com isso, a taxa de cl-

    cio no sangue diminui.

    Quando a taxa de clcio se torna menor do que 10 mg por 100 ml de sangue, a

    secreo de calcitonina inibida e as glndulas paratirides so estimuladas a secre-

    tar a paratormona. Esta hormona tem efeito inverso ao da calcitonina: liberta clcio

    dos ossos para o sangue, estimula a absoro de clcio pelo intestino e diminui a sua

    eliminao pelos rins.

    Desta forma, a calcitonina e a paratormona mantm um nvel adequado de clcio

    no sangue, condio essencial para o bom funcionamento das clulas. (Observe a

    figura).in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 4CAPTULO 1 REGULAO NERVOSA E HORMONALEM ANIMAIS

    14

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Esquematize o mecanismo de retroalimentao envolvido na manuteno

    dos nveis normais de clcio no sangue.

    C alcitonina

    P aratormoma

    Tiride libertacalcit onina.

    Calcitonina estimuladeposio de clcio

    nos ossos.

    Diminuio da taxa declcio no sangue

    estimula as paratirides .

    Paratirides

    Paratirides libertamparatormona.

    Paratormona estimulaa libertao de clcio dosossos para o sangue .

    Aumento da taxa declcio no sangue

    estimula a tiride.

    Areal Editores

  • Actuao da hormona oxitocina

    O termo "Oxitocina" deriva do grego okys, que significa "rpido". A denominao

    deve-se a um dos efeitos marcantes da oxitocina: acelerar as contraces uterinas

    que levam ao parto. Em muitos casos, os mdicos aplicam soro contendo oxitocina

    na parturiente para apressar a expulso do beb. Outro efeito da oxitocina promo-

    ver o aleitamento. Esta hormona causa a contraco da musculatura lisa das glndu-

    las mamrias, o que leva expulso do leite. O estmulo para a produo de mais oxi-

    tocina a prpria suco do beb. Nos homens, a funo da oxitocina ainda

    desconhecida (observe a figura).in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

    15

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Explique, de forma sucinta, o mecanismo de actuao da oxitocina.

    DOCUMENTOS DE AMPLIAO

    BIOLOGIA 10/11 | CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR

    UNIDADE 4CAPTULO 1 REGULAO NERVOSA E HORMONAL

    EM ANIMAIS

    Oxit ocina

    Neuro-hipfise

    Msculo liso

    Glndulas mamrias

    Areal Editores

  • Papel do pncreas na regulao dos nveis de glicose no sangue

    O pncreas apresenta tanto funes excrinas como endcrinas, sendo, por isso,

    considerado uma glndula mista ou anfcrina (do grego amphi, dois, e krynos, secre-

    o). A maior parte das clulas pancreticas tem uma funo excrina, constituindo

    pequenas bolsas chamadas cinos, que eliminam o suco pancretico no duodeno. A

    parte endcrina do pncreas constituda por centenas de pequenos aglomerados

    celulares denominados ilhotas de Langerhans.

    As ilhotas de Langerhans apresentam dois tipos de clulas: as clulas beta, que

    constituem cerca de 70% de cada ilhota e produzem a hormona insulina, e as clu-

    las alfa, responsveis pela produo da hormona glucagon.

    Insulina

    A insulina uma hormona de natureza proteica cuja molcula apresenta 51 ami-

    nocidos.

    O seu principal efeito facilitar a absoro de glicose pelos msculos esquelti-

    cos e pelas clulas do tecido adiposo (gordura), alm de promover a formao e o

    armazenamento de glicognio no fgado. A insulina, portanto, diminui a concentra-

    o da glicose que circula no sangue.

    Diabetes mellitus

    A insulina est relacionada com o distrbio hormonal conhecido por diabetes

    mellitus. As pessoas diabticas tm uma taxa elevada de glicose no sangue, ao

    ponto de esse acar ser excretado na urina.

    Se o indivduo produz pouca insulina, as suas clulas tornam-se pouco perme-

    veis glicose e, por isso, degradam gorduras e protenas para obter energia. Com

    isso, a pessoa diabtica pode emagrecer e tornar-se fraca. Outro sintoma da diabetes

    mellitus a produo de grande volume de urina, uma vez que a presena de muita

    glicose na urina inicial diminui a reabsoro de gua pelos tbulos renais.

    Glugacon

    O glugacon tem um efeito inverso ao da insulina, aumentando o nvel de glicose

    no sangue. Esta hormona actua estimulando a transformao de glicognio no

    fgado e a sntese de glicose a partir de outros nutrientes.

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    UNIDADE 4CAPTULO 1 REGULAO NERVOSA E HORMONALEM ANIMAIS

    16Areal Editores

  • nTaxa baixa de glicose

    Taxa alta de glic ose

    Alimento

    INSULINA

    Absoro de glic ose pelofgado e armazenamento

    sob a for ma de glicognio .

    Q uebra de glic ognio eliber tao de glicose pelofgado .

    Clulas alfa

    GLUC AGON Clulas beta

    Clulas beta

    Clulas alfa

    Controlo da taxa de glicose no sangue

    O nvel normal de glicose no sangue situa-se em torno de 90 mg de glicose por

    100 ml de sangue (0,9 mg/ml). Este valor mantido pela interaco entre insulina e

    glucagon.

    Aps uma refeio, a concentrao de glicose no sangue aumenta, como resul-

    tado da absoro de acar pelas clulas intestinais. O aumento no nvel sanguneo

    de glicose estimula as clulas beta das ilhotas de Langerhans a secretarem insulina.

    Sob a aco desta hormona, as clulas absorvem mais glicose e a concentrao

    desse acar no sangue diminui.

    Se um indivduo ficar sem se alimentar muitas horas, a concentrao de glicose

    no sangue diminui. Quando o nvel de glicose atinge menos de 0,7mg/ml, as clulas

    alfa das ilhotas de Langerhans so estimuladas a secretar glucagon. Sob a aco

    desta hormona, o fgado passa a converter glicognio em glicose, libertando este

    acar na corrente sangunea.in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

    16

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Por que razo o pncreas considerado uma glndula mista?

    2. Indique as hormonas produzidas pelo pncreas.

    3. Qual o papel da insulina no organismo humano?

    4. Qual o papel desempenhado pelo glucagon?

    5. Esquematize o mecanismo de controlo dos nveis de glicose no sangue.

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    Areal Editores

  • Adrenalina hormona da emergncia

    As glndulas supra-renais, localizadas uma sobre cada rim, so constitudas por

    dois tecidos secretores bastante distintos. Um deles forma a parte externa da gln-

    dula, o crtex, enquanto o outro forma a sua poro mais interna, a medula.

    A medula adrenal produz duas hormonas principais: a adrenalina (ou epine-

    frina) e a noradrenalina (ou norepinefrina). Estas duas hormonas so quimica-

    mente semelhantes e so produzidas a partir de modificaes bioqumicas no ami-

    nocido tirosina.

    Quando um indivduo se encontra numa situao de stress (susto, situaes de

    grande emoo, etc.) o sistema nervoso estimula a medula adrenal a libertar adrena-

    lina no sangue. Sob a aco desta hormona, os vasos sanguneos da pele contraem-

    -se e a pessoa fica plida; o sangue concentra-se nos msculos e nos rgos inter-

    nos, preparando o organismo para uma resposta vigorosa.

    A adrenalina tambm produz taquicardia (aumento do ritmo cardaco), aumento

    da presso arterial e maior excitabilidade do sistema nervoso. Estas alteraes meta-

    blicas permitem que o organismo d uma resposta rpida situao de emergn-

    cia.

    A noradrenalina libertada em doses mais ou menos constantes pela medula

    adrenal, independentemente da libertao de adrenalina. A sua principal funo

    ajudar a manter a presso sangunea em nveis normais.in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

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    17

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Indique o papel da adrenalina no organismo humano.

    2. Quais as principais alteraes resultantes da libertao da adrenalina?

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  • Aco hormonal na muda dos insectos

    Nos artrpodes j foram identificadas diversas hormonas que regulam a muda

    do exoesqueleto, o balano hdrico, a mudana de cor, etc. Destas, as mais estudadas

    tm sido as hormonas que controlam a troca do exoesqueleto nos insectos.

    A muda do exoesqueleto induzida pela hormona esteride ecdisona, produ-

    zida pelas glndulas protorxicas. Quando a quantidade de ecdisona na hemolinfa

    aumenta, as clulas epidrmicas so induzidas a fabricar um novo exoesqueleto.

    O tipo de exoesqueleto que vai ser produzido pela aco da ecdisona, porm,

    depende da quantidade da hormona juvenil na hemolinfa. Esta hormona secre-

    tada por um par de glndulas localizadas atrs dos gnglios cerebrais.

    Se a concentrao da hormona juvenil na hemolinfa elevada, as clulas epidr-

    micas respondem aco da ecdisona produzindo um exoesqueleto de larva. Se a

    concentrao da hormona juvenil for baixa, a ecdisona induz a formao de um

    exoesqueleto de adulto.in Biologia dos Organismos, Amabis & Marto (adaptado)

    18

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Que consequncias prev para o desenvolvimento do insecto, se for forne-

    cida uma elevada concentrao de hormona juvenil s larvas ou s pupas?

    2. Como justifica que alguns insecticidas, actualmente utilizados, sejam consti-

    tudos por substncias sintticas com efeitos semelhantes hormona juve-

    nil?

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    UNIDADE 4CAPTULO 1 REGULAO NERVOSA E HORMONAL

    EM ANIMAIS

    Gnglio cerebral

    Larvas Pupa Adulto

    Clulas neurossecretoras

    Cor po cardac o

    Cor po alado

    Glndula protorxica

    Neuro-hor mona

    Hormona-juvenilEcdisona

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  • Outros grupos de fitormonas

    As fitormonas abordadas no Manual (auxinas, giberelinas, citiquininas, cido absc-

    sico e etileno) no so as nicas que existem. De facto, vrias substncias naturais regu-

    ladoras do crescimento e de outras funes em plantas foram isoladas desde a dcada

    de 90, do sculo passado, ou estudadas em detalhe nos ltimos anos. Entre elas,

    incluem-se os Jasmonatos, os Salicilatos, os Brassinosterides, as Turgorinas e as Poliami-

    nas (bem como outras, tais como, os Flavonatos, as Oligosacarinas e as Strigolactonas).

    Seguidamente, apresentam-se exemplos destas substncias, bem como algumas

    das aces mais importantes por elas reguladas.

    JASMONATOS

    Os jasmonatos incluem substncias como o cido jasmnico e os seus steres

    (e.g. metil-jasmonato). Tal como a prostaglandina dos mamferos, so derivados de

    ciclopentanona.

    Efeitos fisiolgicos:

    Promovem a senescncia. Actuam como defesa das plantas a ataque de insectos

    e organismos patognicos. Modulam mltiplos aspectos do desenvolvimento das

    plantas, tais como a maturao dos frutos, a viabilidade do plen, o crescimento da

    raiz ou a curvatura das gavinhas.

    SALICILATOS

    Os salicilatos (e.g. cido saliclico) pertencem ao grupo dos fenis e encontram-se

    em todas as plantas, em maiores concentraes nas plantas termognicas e nas que

    se encontram infectadas por organismos patognicos.

    Efeitos fisiolgicos:

    Induzem a florao. Resistncia a organismos patognicos. Produzem o fen-

    meno de termognese (formao de rgos ou tecidos por aco da temperatura).

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    UNIDADE 4CAPTULO 2 HORMONAS VEGETAIS19

    O

    OOH

    O

    OOHcido jasmnico. metil-jasmonato.

    O

    O

    OHHO

    O

    O cido saliclico.

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  • BRASSINOSTERIDES

    Os brassinosterides so polihidroxifenis. O brasinolido foi o primeiro destes

    compostos a ser isolado de Brasica napus, em 1979, sendo tambm o mais activo.

    Hoje conhecem-se mais de sessenta destas substncias.

    Efeitos fisiolgicos:

    Estimulam o alongamento e a diviso celular em segmentos de caules. Inibem o

    crescimento radicular. Estimulam o gravitropismo. Induzem a diferenciao do

    xilema. Atrasam a absciso das folhas. Aumentam a resistncia ao stresse.

    TURGORINAS

    So derivados do cido glico ou catquico.

    Efeitos fisiolgicos:

    Regulam os movimentos originados por turgescncia celular (e.g. tigmonastia

    evidenciada por Mimosa pudica). Estimulam o alongamento e a diviso celular em

    segmentos de caules, inibem o crescimento radicular.

    POLIAMINAS

    So molculas policatinicas presentes na maioria dos seres vivos, quer do reino

    das plantas, quer do reino dos animais. As poliaminas so conhecidas como regula-

    dores do crescimento desde 1971, sendo as mais comuns a putrescina (uma dia-

    mina), a espermidina (uma triamina) e a espermina (uma tetramina). Tambm se

    encontrou cadaverina em alguns tecidos, embora a sua presena e distribuio seja

    muito limitada.

    19DOCUMENTOS DE AMPLIAO

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    O O-

    O OS O

    HOOH

    OH

    OOH

    O

    OHHO

    turgorina

    OH

    O

    HO

    HO O

    OH

    brassinolido

    HH

    N

    H+

    C

    HH

    CH H

    C

    HH

    C

    H

    NH

    HH

    +

    HH

    N

    H+

    C

    HH

    C

    HH

    C

    HH

    C

    HH

    N

    H

    +

    H

    HH

    C C

    H H

    HH

    C N

    H

    +

    H

    H

    espermidinaputrescina

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  • Efeitos fisiolgicos:

    Regulam a diferenciao vascular. Inibem ou retardam os processos metablicos

    associados senescncia dos tecidos (degradao de clorofilas, cidos nucleicos e

    protelise). Capacidade antioxidante e estabilizadora das membranas. Diferenciao

    de embriides em cultura de tecidos. Esto relacionados com situaes de stresse,

    embora esta relao ainda no esteja bem definida.

    Modificado a partir de:

    Gross, D.; Parthier, B. (1994). Novel natural substances acting in plant growth regulation. Journal of Plant GrowthRegulation 13(2): 93-114 Springer Ed. New York.

    Creelman, R ; Mulletl, J. (1997). Oligosaccharins, Brassinolides, and Jasmonates:

    Nontraditional Regulators of Plant Growth, Development, and Gene Expression.

    The Plant Cell, Vol. 9, 1211-1223. Ed. American Society of Plant Physiologists.

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    19

    PROPOSTA DE EXPLORAO

    1. Enuncie os principais grupos de fitormonas que conhece, para alm dos

    que foram citados neste documento.

    2. Enumere alguns dos efeitos provocados por cada uma das hormonas que

    referiu na resposta anterior.

    3. Elabore um quadro que sintetize os principais efeitos das fitormonas referi-

    das neste documento.

    4. Com o auxlio do seu professor e dos seus colegas, efectue uma pesquisa no

    sentido de conhecer mais sobre os efeitos das hormonas referidas na ques-

    to anterior.

    HH

    NH

    +C

    H H

    HH

    C C

    H H

    HH

    N+

    C

    H

    HH

    C

    H

    C

    H

    HH

    C

    H

    N+

    H H

    HH

    C C

    H H

    HH

    C N+

    H

    H

    H

    espermina

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