A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
THE IMPORTANCE OF READING FOR LITERACY OF STUDENTS 2ND YEAR BASIC EDUCATION
Renata Belmiro Gomes Ferreira – graduanda em Pedagogia - Unisalesiano [email protected]
Vanessa Mieko Pereira Bernardo – graduanda em Pedagogia – [email protected]
Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo – [email protected]
RESUMO
A leitura é importante para a alfabetização dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. O objetivo foi verificar a importância da rotina de leitura realizada pelo professor em salas de 2° ano do Ensino Fundamental; identificar os diferentes tipos de leitura utilizados pelo professor e analisar a eficácia dos diferentes tipos de leitura no processo ensino aprendizagem dos alunos. A metodologia usada foi bibliográfica, entrevistas com professores de 2° ano, pesquisa exploratória e análise qualitativa dos dados. Os resultados obtidos foi que a rotina de leitura é essencial no processo ensino aprendizagem. A leitura dos diferentes tipos de gêneros literários amplia o repertório do aluno, estimulando a imaginação, criatividade e o interesse pelo hábito de ler. A pesquisa realizada tem como finalidade contribuir e auxiliar os docentes no trabalho de leitura para sala de aula, de forma a aumentar o gosto pela leitura dos alunos durante o processo de alfabetização. Com a coleta de dados foi possível perceber que professores realizam rotina de leitura com diversos gêneros e estratégias.
Palavras-chave: A Importância da Leitura. Alfabetização. Leitura Realizada pelo Professor.
ABSTRACT
Reading is important for the education of students of the 2nd year of elementary school. The objective was to verify the importance of reading routine performed by Professor rooms in 2nd year of elementary school , to identify the different types of reading used by the teacher and examine the effectiveness of different types of reading in the learning process of students . The methodology used was literature , interviews with teachers of 2nd year , exploratory research and qualitative data analysis . The results was that the routine of reading is essential in teaching learning process . Reading the different types of literary genres expands the repertoire of the student , encouraging imagination, creativity and interest in habit of reading . The research aims to contribute and assist teachers in the work of reading for the classroom , in order to increase the reading habit of students during the literacy
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
process . With the data collection was possible to see that teachers perform routine reading with many genres and strategies.
Keywords: The Importance of Reading. literacy.Reading Held by Professor
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade avaliar a importância leitura realizada
pelo professor e quanto ela favorece a alfabetização das crianças nos anos iniciais e
a influencia que exerce no processo de aprendizagem do aluno de 2° ano do Ensino
Fundamental. Tendo como objetivos verificar a importância da leitura para
aprendizagem do aluno do 2° ano do Ensino Fundamental; identificar os diferentes
tipos de leitura que o professor utiliza com os alunos do 2° ano do Ensino
Fundamental e analisar a eficácia dos diferentes tipos de leitura no processo ensino
aprendizagem dos alunos de 2° anos do Ensino Fundamental.
Para a realização do trabalho foram utilizados os seguintes recursos:
levantamento bibliográfico, entrevistas com professores regentes de sala de 2° ano
do Ensino Fundamental, pesquisa exploratória e análise do questionário
qualitativamente.
A entrevista foi realizada através de um questionário, onde constavam
perguntas relacionadas à leitura, sua importância e como os diferentes tipos de
leitura podem contribuir para a alfabetização.
A pesquisa foi realizada a partir do método de abordagem hipotético dedutivo,
onde acontecerá a confirmação da hipótese e do método de procedimentos
monográficos, a fim de obter a generalização dos resultados. Além da obtenção de
dados estatísticos e análise qualitativa.
Para a realização do questionário foram entrevistados professores da rede
municipal e estadual de ensino atuante em salas de 2° ano do Ensino Fundamental.
Este trabalho pretende contribuir para a alfabetização dos alunos do 2° anos
do Ensino Fundamental, através de rotinas de leituras realizadas pelo professor,
possibilitando a formação de novos leitores, críticos e ativos, seja por simples prazer
ou até mesmo para suprir as necessidades diárias e favorecer os conhecimentos
diversos.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
1 A IMPORTANCIA DA LEITURA
A leitura é um meio de informação que serve de instrumento de pesquisa e
estudo, pode ser uma forma de prazer estético, proporcionada através de textos
literários. Trabalhar com textos literários estabelece relações ao gênero textuais,
tendo como objetivos propostos alcançar e estabelecer sua importância.
Não é possível estimular a leitura e cativar novos leitores se não acreditar nas vantagens de se ler. Se a leitura não for vista como um ato permanente de enamoramento com conhecimento, o prazer da convivência com ela sem dúvida, será de uma sociedade não leitora. (SANTOS, 2013, p.1).
Desde os primeiros anos de vida, a criança já convive com a leitura
indiretamente, pois o mundo que a cerca possui grande quantidade de estímulos de
leituras, que influenciam diretamente no processo de ensino aprendizagem, assim
desenvolvendo as capacidades de compreensão de mundo.
Conforme Lajolo (apud NASCIMENTO, 2012, p.1) “Ninguém nasce sabendo
ler: aprende-se a ler à medida que se vive. Se ler livros geralmente se aprende em
bancos da escola, outras leituras geralmente se aprendem por ai, na chamada
escola da vida [...] “.
A leitura é a capacidade que se possui em perceber e interpretar os
sinais gráficos, de maneira que se consegue entender o sentido do texto em um
todo. Primeiro aprende-se a ler, para depois conseguir obter o sentido das palavras
e compreender o significado do texto.
Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influencias de um determinado contexto. Esse processo leva o individuo a uma compreensão particular da realidade. (SOUZA apud NASCIMENTO, 2012, p.1).
O professor pode desenvolver atividades diárias, propondo uma rotina de
leitura, realizada pelo professor, possibilitando aos alunos uma maior interação da
leitura realizada pelo outro. Envolvendo o ato de contar histórias usando diversas
estratégias, desenvolvendo no aluno a imaginação e proporcionando assim alegria e
gosto em ouvir histórias e consequentemente o interesse e prazer em ler. O ato de ouvi-las proporciona a aprendizagem diversa, como, por exemplo, a formação da linguagem oral, a aquisição de novos vocabulários, a estimulação do imaginário, a ordenação e organização do pensamento, através das sequências narrativas. Também estimula o pensamento e a memória, gera hipóteses e perguntas, incentiva a leitura e o cuidado com os
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
livros e amplia o conhecimento cultural. (MARTINELLI apud MATTOS, PIRES, 2011, p. 37)
Para que a leitura seja significativa o aluno necessita passar por processos de
aprendizagem para sua compreensão. Aprender a ler envolve também a parte
escrita, pois leitura e escrita são indissociáveis. Para Smith (1999), a leitura inicia
logo ao primeiro contato com a escrita e a leitura consecutiva torna o leitor cada vez
mais dotado desse aprendizado.
A leitura se torna então imprescindível a todos os seres humanos, pois
proporciona grande autonomia para se viver no mundo letrado, assumindo uma
postura crítica. [...] Aprender a ler é uma atividade que dá prazer. O que estimula as crianças a ler e, com isso aprender a ler, não é uma promessa de satisfação no futuro, ou uma “recompensa intrínseca” como elogios, boas notas, um tratamento especial ou evitar alguma punição, mas ser capaz de ler. (SMITH apud MATTOS, PIRES, 2011, p.38)
Saber ler nada mais é do que abrir as portas para se entender o mundo,
saber ler é poder dar sentido ao mundo.
Há cerca de 40.000 anos atrás o homem pintava nas paredes das cavernas
símbolos que eram usados para representar objetos e conceitos por meios de
desenhos figurativos, o que se denominava pictografia, que representava a forma de
escrita de suas ideias e seus objetivos transmitidos através dos desenhos. A escrita é, portanto, uma invenção decisiva para a história da humanidade. Ela é a representação do pensamento e da linguagem humana por meio de símbolos. Um meio durável e privilegiado de comunicação entre as pessoas. Por meio de registros escritos há milhares de anos, ficamos sabendo como era a vida e a organização social de povos que viveram muito antes de nós. A invenção não surgiu por acaso, mas como consequência das mudanças profundas nas sociedades durante o período do surgimento das primeiras cidades. (COLONESE, 2013, p. 1)
Foram desenvolvidos quatro sistemas de escritas, por quatros povos
diferentes, Mesopotâmia (escrita Cuneiforme), Egito (Hieróglifos), China e América
Central (Nahatl).
No século XVI a educação do Brasil era voltado para a catequização dos
índios pelos jesuítas. O ensino aos indígenas recebia pouca atenção, principalmente
pelas más condições econômicas que o país enfrentava. “[...] inexistia um sistema
escolar exclusivo para eles, que ou assistiam às ligações dos jesuítas ou
permaneciam analfabetos, aprendendo eventualmente a ler e contar com
particulares [...]“ (LAJOLO; ZILBERMAN, 1991, p.28).
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
Em 1990, passa a ser a década da alfabetização, o governo passa a investir
na educação básica, e também é firmado a Declaração Mundial sobre Educação
para Todos. Segundo Ferreiro, 1999, p.9 “A mais básica de todas as necessidades
de aprendizagem continua sendo a alfabetização.”
Os objetivos da alfabetização inicial se definem de forma em geral nos planos
e programas, de uma maneira contraditória a prática cotidiana e através de
exercícios propostos para aprendizagem, é comum registrar as introduções desses
planos, manuais que possibilita à criança alcançar o prazer da leitura, sendo capaz
de se expressar por escrito.
A escola com práticas antigas não fornece em seus programas de
alfabetização a possibilidade da criança compreender as funções da língua escrita
na sociedade. As crianças que desde cedo vivenciam práticas alfabetizadoras, onde
ler e escrever são atividades cotidianas, recebem informações através das
participações de atos sociais, onde a linguagem cumpre funções precisas, a qual
passa a perceber que essas informações sobre as funções da língua escrita servem
para estabelecer comunicações entre o objeto e a mensagem escrita. Essa informação que uma criança que cresce em um ambiente alfabetizado recebe cotidianamente é inacessível para aqueles que crescem em lares com níveis de alfabetização baixo ou nulos. Isso é o que a escola “dá por sabido”, ocultando assim sistematicamente aqueles que mais necessitam para que serve a língua escrita. E, ao ocultar essa informação discrimina, porque é impossível obter esta informação fora dos atos sociais que a convertem em funcional. Na maioria das escolas se apresenta a escrita como um “objeto em si”, importante dentro da escola, já que regula a promoção ao ano escolar seguinte, e também importante “para quando crescer”, sem que se saiba na realidade de que maneira esses “saber fazer” estará ligada a vida adulta [...] (FERREIRO, 1999, p. 20)
Atualmente falar em alfabetização se tornou um tema muito discutido, com
relação aos métodos tradicionais de alfabetização e as atuais práticas de métodos
construtivistas.
Nos métodos tradicionais, o professor transmite os conhecimentos aos
alunos. Alguns professores não estão totalmente preparados e capacitados para
compreender as dificuldades em que a criança encontra para entender o verdadeiro
sentido da leitura e escrita. Utilizam práticas de aprendizagem baseadas na junção
de sílabas simples, memorização de sons e cópias, tornando a criança um
expectador passivo ou receptor mecânico não possibilitando o processo de
construção de conhecimento.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
A leitura e a escrita são sistemas construídos paulatinamente. As primeiras escritas feitas pelos educandos no inicio da aprendizagem devem ser consideradas como produções de grande valor, porque de alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para representar algo. (DUARTE E ROSSI, 2008, p. 1 e 2)
O método construtivista se constitui pela interação do indivíduo com o meio
físico e social. Segundo Ferreiro (1996) o desenvolvimento da alfabetização ocorre
sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais, assim como as
informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças. O aprendiz
não pode ser considerado apenas como uma tábula rasa, que adquire novos
conhecimentos recebendo informações prontas do exterior, mas a aprendizagem é
vista como um processo de acumulação das informações, recebidas do exterior de
maneira em que o aprendiz possa reconstruir esquemas ou modos de pensar, para
poder compreender os conteúdos que lhes transmitam de forma significativa.
O método construtivista trouxe grandes contribuições e grandes desafios, ao
substituir os métodos tradicionais de educação, no qual ficou conhecida no mundo
inteiro como Teoria da Psicogênese da Escrita.
De acordo com a Teoria da Psicogênese da Língua Escrita, toda criança
passa por quatro fases até que esteja alfabetizada. (MORAIS, 2012)
Segundo Morais (2012, p. 54) “Na fase pré-silábica a criança ainda não
descobriu que a escrita, nota ou registra no papel a pauta sonora, isto é, a
sequência de pedaços que falamos.”
Nesta fase, a criança não compreende que a escrita representa a fala, ela
ainda não consegue distinguir desenhos de escritas, assim misturando símbolos e
letras.
Segundo Morais (2012, p. 57) “na fase-silábica: a criança pronuncia a palavra
dividindo-a em sílabas e busca corresponder às letras ou marcas, colocadas no
papel, aos segmentos orais.”
Nessa fase, a criança começa dividir as palavras em sílabas, associando o
valor sonoro a letra escrita.
Segundo Morais (2012, p. 62) “na fase silábico-alfabética a criança que já
descobriu que a escrita alfabética nota, em lugar de achar que escreve colocando
uma letra para cada sílaba descobre que é preciso por mais letras.”
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
A criança começa atribuir o número de letras adequado para cada sílaba,
formando a palavra, ou seja, começa associar os sons das sílabas que formam a
palavra.
Segundo Morais (2012 p. 64) “na fase alfabética: a criança coloca uma letra
para cada fonema que pronuncia.”
Nesta fase, a criança ainda comete muitos erros ortográficos, mas já está
apta para realizar leituras e produzir textos.
O domínio da escrita alfabética, portanto, implica não só o conhecimento e o uso “cuidadoso” dos valores sonoros que cada letra pode assumir, no processo de notação, mas o desenvolvimento de autoritarismos e agilidades nos processos de “tradução do oral em escrito” (no ato de escrever) e de “tradução do escrito em oral” (no ato de ler). (MORAIS, 2012, p.. 66).
Ferreiro (1999, p. 47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se
chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola é que
não termina ao finalizar a escola primária”.
A criança necessita compreender a significação que a escrita tem em seu
dia a dia e suas funções, possibilitando solucionar os problemas de como se escreve
e para que escrever.A única forma de alfabetizar é ver a leitura e a escrita como práticas sociais. Ensinadas de formas soltas, as letras, as palavras e as normas gramaticais não servem para formar leitores e escritores. Essas coisas apenas têm sentido quando estão incluídas em situações de leitura e escrita. (KAUFMAN, 2009, p. 10).
O professor deve planejar com antecedência e constantemente as atividades
de leitura e escrita, mantendo-se atualizado, inovando-se com as novas pesquisas
didáticas, e propondo novas estratégias de ensino.
Segundo Kaufman (2009, p. 12,) “o professor deve ensinar, ler e escrever
com as crianças, propor situações de leitura e escrita e dar informações, sempre”.
Dentre os diversos tipos de leitura que favorecem para a alfabetização do
aluno de 2° ano do Ensino Fundamental, pode ser citados como referenciais
diferentes tipos de gêneros textuais.
1.1 Conto de fadas
Ouvir histórias é de suma importância para a formação de todas as crianças.
Escutá-las é essencial para a aprendizagem, proporcionando um mundo de
descobertas e compreensão, despertando sorrisos e gargalhadas, fazendo com que
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
a criança seja mais um personagem de cada história, sendo assim um momento
único de muita brincadeira e aprendizagem.
O conto explora o imaginário, aguçando a curiosidade da criança,
estimulando o querer estar em contato com os livros, ouvir os contos de fadas,
apreciar as imagens, despertando o fascinante mundo da leitura.
Segundo Vieira, (2013), ouvindo os contos a criança aprende pela experiência
a satisfação que uma história provoca; aprende a estrutura da história, passando a
ter consideração pela unidade e sequência do texto.
Ter acesso à boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura. A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo a escuta atento, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a história é lida. (BRASIL, 1998, p.144)
A partir da leitura realizada em sala de aula pelo professor, a criança adquire
o gosto pela leitura passando a escrever melhor, obtendo um repertório amplo de
informações, possibilitando formar questões próprias, buscar respostas, imaginar
soluções, formular explicações e interpretar o mundo.
1.2 Histórias em Quadrinhos
As histórias em quadrinhos oferecem à criança grande interesse em praticar
a leitura, não somente pelo simples fato de ser um tipo de leitura fácil, mas porque
atende o processo de comunicação facilmente, passando a diverti-la.
A grande estratégia das histórias em quadrinhos é mesclar imagens e textos,
o que acaba contribuindo significativamente para a alfabetização. A imagem deve
ser vista como objeto central para a aprendizagem, pois ela favorece a compreensão
do texto, uma vez que as crianças não leem somente as palavras, mas sim o
quadrinho como um todo, dando uma sequencia de ideias, favorecendo a
interpretação.
De acordo com as orientações feitas pelo Ministério da Educação e Cultura
(MEC), através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), é altamente sugerido
o uso de gibis como conteúdos disciplinares dos anos iniciais, tornando-se um
recurso pedagógico.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
A partir das histórias em quadrinhos o aluno estabelece a leitura correta
através da entonação indicada pelos sinais de pontuação e sua função em um
diálogo, associam as palavras onomatopeias aos sons produzidos (toque-toque,
zum-zum).
1.3 Parlendas
As parlendas são pequenos versos de rimas infantis, está presente na
infância e na cultura das crianças, seja ela em ambiente escolar e doméstico. Por
ser um tipo de gênero oral, é usado no cotidiano trazendo momentos de diversão,
pois apresenta sons agradáveis, tornando fácil a memorização. A mesma deve ser
bem empregada, tornando desafiador para o aluno ajustar aquilo que fala a aquilo
que está escrito, analisando o texto e buscando estabelecer relações entre a letra e
os sons.Acreditasse que tantos as parlendas, bem como os outros gêneros orais tenham seu papel significativo no exercício de aprendizagem da leitura e escrita. Mais precisamente, eles são ricos materiais para o trabalho pedagógico de alfabetizar: primeiro por se tratar de um gênero bem conhecido das crianças e segundo, pela possibilidade do educando fazer uma associação da linguagem oral ao código escrito. (PARLENDAS... 2013, p.1)
A parlenda por estar dentro dos gêneros orais, é importante ser trabalhada
em salas de alfabetização, pois além de auxiliar no processo de ensino
aprendizagem ela tem um papel de facilitador de comunicação, relação, imaginação,
por ser um texto que permite que a criança leia antes mesmo de aprender a ler, o
que acaba proporcionando um melhor desenvolvimento da criança, tanto na
oralidade como na escrita.
1.4 Receitas Culinárias
As receitas são textos de natureza prescritiva, ou seja, possuem um conjunto
de instruções que devem ser seguidas para a aquisição de um produto final.
O professor deve auxiliar os alunos quanto às características que devem
existir em todas as receitas: nome do prato, enumeração dos ingredientes e
instruções de elaboração. Além dessas características as receitas costumam vir
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
acompanhadas de fotos, ilustrando a receita, dando possibilidade aos alunos não
alfabéticos de realizarem a identificação do gênero.
As receitas são gênero textual muito adequada para incluir na rotina das turmas que estão na fase inicial do processo de alfabetização. É um gênero de circulação social bastante corrente, presente em todas as classes sociais (mesmo nas cozinhas mais precárias se podem encontrar receitas que estão impressas nas embalagens de produtos básicos como o óleo ou o arroz). Sua estrutura- uma pequena ficha (tempo de preparo, rendimento e grau de dificuldade em alguns casos), uma lista e depois um parágrafo, geralmente com os verbos no modo imperativo ou infinitivo - facilita as antecipações e permite que se coloque em prática uma série de comportamentos de leitor relacionados a ler para fazer alguma coisa, um dos importantes propósitos sociais de leitura que nossos alunos precisam aprender. (ARATANGY, VASCONCELOS, 2012, p. 157)
As receitas culinárias devem ser trabalhadas oralmente (leitura realizada pelo
professor e leitura compartilhada), isoladamente e/ou dentro de livros culinários, o
que favorece a exploração de reconhecimentos de receitas, comparação de
ingredientes e quantidades dentro de diferentes receitas e busca pelo índice, no qual
o aluno buscará na lista inicial o nome da receita, a página que ela pertence.
1.5 Texto Não-Verbal
Os textos não-verbais, são textos constituídos por signos não-verbais, como:
a pintura, a escultura, a fotografia, a música, a mímica, a dança dentre outras; é
considerada uma forma de linguagem, que o ser humano utiliza para representar o
mundo; através de ações, de sentimentos, pensamentos, emoções; é uma maneira
de comunicação, e até mesmo de influenciar as pessoas.
O papel do professor ao trabalhar com esse tipo de texto é de grande
importância, pois possibilita o trabalho com a leitura de obras famosas desde a
pintura e escultura, visita ao museu e galerias de artes, leitura de livros com
linguagens não-verbais, ida ao teatro possibilitando aos alunos estabelecer relações
entre o cenário, o figurino, os gestos, as expressões das personagens com o texto,
jogos de adivinhações e quebra cabeças utilizando desenhos, fotos de revistas ou
obras de arte e diversos materiais que podem favorecer a aprendizagem da
realização da leitura.
A realização da leitura acontece em diferentes contextos e os professores
devem proporcionar aos alunos a melhor maneira de apreciar e realizá-la,
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
possibilitando a compreensão e interpretação ampla e de forma significativa.
1.6 A pesquisa
Foi usado como método de pesquisa um questionário contendo 10 (dez)
questões dissertativas referentes à importância da leitura para a alfabetização dos
alunos do 2º ano do Ensino Fundamental.
Participaram dessa pesquisa 11 (onze) professores do sexo feminino, entre
25 e 67 anos, sendo todas as professoras formadas em Pedagogia. Com tempo de
atuação profissional na área entre 3 (três) a 29 (vinte e nove) anos.
Através da pesquisa obtiveram-se como resultados que os professores
realizam atividades de leituras diariamente, leituras de diferentes gêneros textuais,
desde contos de fadas, fábulas, parlendas, histórias em quadrinhos, receitas,
cantigas, poemas, textos instrucionais e científicos, dentre outros, leituras que
favorecem o interesse e a aprendizagem do aluno e consequentemente o gosto e
prazer no ato de ler.
As atividades de leitura realizada pelo professor disponibilizarão aos alunos
momentos desafiadores e transformadores, tornando o ato de ler um momento único
e prazeroso.
CONCLUSÃO
Este trabalho procurou mostrar por meio de pesquisas bibliográficas que a
leitura é fundamental na vida do indivíduo, pois através da leitura se obtém
informações de diferentes tipos para diferentes áreas do conhecimento humano. A
leitura possibilita ao sujeito leitor construir, produzir e analisar textos de diversos
gêneros literários. A leitura é considerada um ato permanente, sendo necessária sua
prática cotidiana em nossas vidas, construindo assim uma sociedade ativa de
leitores.
Foi realizado dentro da pesquisa um questionário respondido pelos
professores regentes de sala de 2º ano do Ensino Fundamental, no qual se concluiu
que a leitura não é apenas decodificar sinais gráficos e sim um processo de
interação entre o homem e o mundo, de maneira que o aluno consiga entender o
verdadeiro sentido do texto em todo o seu contexto.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
Os professores realizam atividades de leituras diariamente, leituras de
diferentes gêneros textuais, desde contos, fábulas, parlendas, histórias em
quadrinhos, receitas, cantigas, poemas, textos instrucionais e científicos, dentre
outras leituras que despertam o interesse e facilitem a aprendizagem dos alunos e
consequentemente, o gosto e prazer no ato de ler.
Relataram também que a leitura é essencial para a aprendizagem e formação
da criança na fase inicial do processo ensino aprendizagem, pois através da leitura a
criança consegue desenvolver-se em vários aspectos: o cognitivo, afetivo,
emocional, social, cultural, dentre outros, aprimorando seus conhecimentos e
ampliando suas percepções de mundo.
Os professores utilizam diferentes estratégias de ensino aprendizagem para a
prática de leitura realizada em sala de aula, desde roda de leitura, jogos de
alfabetização, cartazes, livros, revistas, valorizando os conhecimentos prévios dos
alunos entre outras estratégias que proporcionem uma aprendizagem de forma
significativa e contínua. Por isso a leitura deve ser iniciada desde o inicio da
alfabetização de maneira a dar suporte e condições aos alunos para serem cidadãos
críticos e argumentativos.
As estratégias de leitura realizadas durante o processo de alfabetização
possibilitam o desenvolvimento de habilidades iniciais de codificação e
decodificação. Aprender a ler é muito mais do que o reconhecimento das letras e
formas de decodificá-las ou associá-las, mas sim a forma na qual possibilitem utilizar
o conhecimento em proveito das formas de expressão e comunicação que fazem
parte de todo o contexto cultural e social em que a criança vive.
A escola tem o papel fundamental na formação de novos e bons leitores e
escritores. O livro é um instrumento que favorece o hábito da leitura, sendo assim,
ele é essencial para a aquisição de novos conhecimentos e para a formação de
cidadãos críticos.
A leitura abre as portas para se entender melhor o mundo, buscando novos
desafios e oportunidades para uma melhor integração relacional e o querer aprender
sempre mais, pois a aprendizagem é contínua.
REFERÊNCIASSo os autores citados
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013
ARATANGY, Claudia, R; VASCONCELOS, Rosalinda, S.R, Ler e Escrever: guia de planejamento e orientações didáticas. 6º ed. São Paulo, FDE, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC, 1998.
COLONESE, Paulo, H. O Abecê da Escrita. Disponível em http://www.invivo. fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=911&sid=7. Acesso em 23 de maio de 2013.
DUARTE, Karina; ROSSI, Karla. O processo de alfabetização da criança segundo Emília Ferreiro. Revista Cientifica eletrônica de Pedagogia. Ano VI, número 11, 2008.
FERREIRO. Emilia. Com Todas as Letras. 7°ed. São Paulo: Cortez, 1999.
KAUFMAN, Ana, M. O Aluno precisa de informação para refletir. Nova Escola, edição especial N°22, abril, São Paulo, 2009.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. A leitura rarefeita. Livro e literatura no Brasil, São Paulo, Brasiliense, 1991.
MATTOS, Fernanda T.R; PIRES, Taissa. M. A leitura e o papel do professor nas séries iniciais. Lins, 2011.
MORAIS, Arthur, G. Sistema de Escrita Alfabética. São Paulo: Melhoramentos, 2012.
NASCIMENTO, Eder. Net Saber. A importância da leitura no Ensino Fundamental. Disponível em http://artigos.netsaber.com.br/ resumo _artigo _ 47072/artigo_sobre_a_import%C3%82ncia_da_leitura_no_ensino_fudamental. Acesso em 01 março 2013.
PARLENDAS...http://petpedagogia.blogspot.com.br/2013/05/parlendas-no-pro cesso-de-alfabetizacao.html. Disponível em 14 de agosto de 2013.
SANTOS, Mirthes, M. Os Processos de Leitura e Letramento. Disponível em http://monografias.brasilescola.com/educacao/os-processos-leitura-letramento. htm. Acesso em 17 de maio de 2013.
Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 4., n.9, jul/dez de 2013