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ADRIANO SIMES BARBOSA CASTRO
ATIVIDADE FARMACOLGICA DE EXTRATOS DE ABACATE(Percea americana MILLER), ACEROLA (Malpighia emarginataD.C.) E DO FLAVONIDE NARINGINA NO TRATAMENTO DA
DISLIPIDEMIA
Dissertao apresentada Universidade Federal de Viosa, comoparte das exigncias do Programa dePs-Graduao em BioqumicaAgrcola, para obteno do ttulo deMagister Scientiae.
VIOSAMINAS GERAIS BRASIL
2012
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Ficha catalogrfica preparada pela Seo de Catalogao eClassificao da Biblioteca Central da UFV
T
Castro, Adriano Simes Barbosa, 1979-
C355a Atividade farmacolgica de extratos de abacate
2012 (Percea americanaMILLER), acerola(Malpighia emarginataD.C.) e do flavonide naringina no
tratamento da dislipidemia / Adriano Simes Barbosa Castro.
Viosa, MG, 2012.
xiv, 41f. : il. ; 29cm.
Orientador: Tnia Toledo de Oliveira.
Dissertao (mestrado) - Universidade Federal de Viosa.
Referncias bibliogrficas: f. 35-41
1. Colesterol. 2. Doenas - Tratamento. 3. Acerola.
4. Abacate. 5. Flavonides. I. Universidade Federal de Viosa.II. Ttulo.
CDD 22. ed. 572.5795
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ADRIANO SIMES BARBOSA CASTRO
ATIVIDADE FARMACOLGICA DE EXTRATOS DE ABACATE (Perceaamericana MILLER), ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) E DOFLAVONIDE NARINGINA NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA
Dissertao apresentada
Universidade Federal de Viosa,como parte das exigncias doPrograma de Ps-Graduao emBioqumica Agrcola, para obtenodo ttulo de Magister Scientiae.
APROVADA: 24 de Julho de 2012.
______________________________ ___________________________
Prof. Marcelo Eustquio Silva Prof. Alosio da Silva Pinto
________________________________Prof. Jos Humberto de Queiroz
_______________________________
Profa Tnia Toledo de Oliveira
(Orientador)
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Dedico
Este trabalho lapidado pelas dificuldades e impulsionado pelo desejo de acertar
a DEUS,
por ter-me iluminado, guiado meus
passos e me levantado nos
momentos mais difceis.
minha me APARECIDA, exemplo de luta e perseverana.
Ao meu irmo BRUNO, pelo amor dedicado.
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O SONHO
Sonhe com aquilo que voc quiser.
Seja o que voc quer ser,
Porque voc possui somente uma vida e nela s se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para faz-la doce.
Dificuldades para faz-la forte.
Tristeza para faz-la humana.
E esperana suficiente para faz-la feliz.
As pessoas mais felizes no tm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus
caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importncia das pessoas que passam
por suas vidas.
Clarisse Lispector
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo na minha vida.
minha querida Me, por lutar tanto para que meus sonhos se
tornassem realidade, pelos conselhos, pela educao, pelas oraes e pelos
ensinamentos. Devo a ela esta conquista.
minha amiga e orientadora Professora Tnia Toledo de Oliveira, pela
oportunidade, pacincia, pelos ensinamentos, pelas orientaes e, sobretudo,
pela amizade ao longo deste trabalho.
Aos professores Rogrio Pinto, Frederico Gomides e Camilo Amaro pelo
grande incentivo nos estudos, pela amizade e pelos ensinamentos.
Universidade Federal de Viosa (UFV) e ao Departamento de
Bioqumica (DBB), pela oportunidade concedida para a realizao deste curso.
Aos Professores Alosio da Silva Pinto, Marcelo Eustquio Silva e Carla
Oliveira Barbosa Rosa pela contribuio no projeto de pesquisa e durante a
pesquisa.Aos funcionrios do Departamento de Bioqumica, em especial ao Jos
Geraldo, pelo apoio.
Aos amigos do Laboratrio Biofrmacos, Marcelo, Geisla, Mateus,
Vander, Luana, Juliana pela amizade e por, desde o incio, terem-se mostrado
solcitos para qualquer ajuda.
A Viviane e Joice, por ter sido o meu brao direito durante a pesquisa e
ajudado tanto nos momentos em que me sentia cansado.
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A Fabiana Carvalho Rodrigues que foi minha companheira na
construo deste trabalho.
Aos meus amigos da Univiosa, em especial ao Ricardo Zatti pelo
incentivo e amizade.
Aos companheiros da Diviso de Sade, em especial a Gleide e Marcos
pela amizade e companheirismo.
A todos que, de alguma forma, contriburam para a realizao deste
trabalho.
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BIOGRAFIA
ADRIANO SIMES BARBOSA CASTRO, filho de Juarez de Faria
Castro e Aparecida Simes Barbosa Castro, nasceu em Ponte Nova, Estado de
Minas Gerais, em 01 de outubro de 1979.
Em maro de 2008, graduou-se em Farmcia-Bioqumica pela
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Ouro Preto, MG.
Em agosto de 2010, ingressou-se no Programa de Ps-Graduao, nvel
de Mestrado, em Bioqumica Agrcola da UFV, com realizao da pesquisa em
Dislipidemia, submetendo defesa da dissertao em 24 de Julho de 2012.
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ABREVIATURA ............................................................................................................ x
RESUMO ........................................................................................................................ xi
ABSTRACT ................................................................................................................. xiii
1.0 INTRODUO ........................................................................................................ 12.0 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................ 4
. ....................................................................................................................
. .............................................................................................................
. .............................................................................
. ................................................................
. ...........................................
. .................................................
. .......................................................................................
3.0- HIPTESES EXPERIMENTAIS ....................................................................... 19
4.0 - MATERIAL E MTODOS ................................................................................. 21
. ..............................................
..
.......................................................................................................................
. ..............................................................................
. .......................................................................................................
. ...................................................................................................
. .....................................................................................
. ....................................................................................................
5.0 RESULTADOS E DISCUSSO ........................................................................... 27. , . ................
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6.0 CONCLUSO ......................................................................................................... 34
7.0 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................... .......35
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ABREVIATURA
OMS Organizao mundial de sade
SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia
DAC- Doena arterial coronariana
AVC- Acidente vascular cerebral
TG- Triacilgliceris
QM- Quilomcron
VLDL- Lipoprotena de densidade muito baixa
LDL- Colesterol de baixa densidade
HDL- Lipoprotena de densidade alta
HMG-CoA - Hidroximetilglutaril-CoA
HAS- Hipertenso arterial sistmica
SUS- Sistema nico de Sade
ACAT- Acil-CoA aciltransferase
HPLC- Cromatografia lquida de alta eficincia
NO xido ntrico
AST- Aspartato aminotransferase
ALT- Alanina aminotransferase
ANVISA- Agncia Nacional de Vigilncia
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RESUMO
CASTRO, Adriano Simes Barbosa, M.Sc., Universidade Federal de Viosa,julho de 2012. Atividade farmacolgica de extrato de abacate (Perceaamericana MILLER), acerola (Malpighia emarginataD.C.) e do flavonidenaringina no tratamento da dislipidemia. Orientadora: Tnia Toledo deOliveira. Coorientadores: Carla de Oliveira Barbosa Rosa, Mrcia ReginaPereira Monteiro, Tanus Jorge Nagem e Virginia Ramos Pizziolo.
Os fitoterpicos so medicamentos derivados dos vegetais, usados com
o objetivo de prevenir, curar ou minimizar os sintomas das doenas com um
custo mais baixo. Bons exemplos desses fitoterpicos que tem sido estudado
atualmente buscando por tratamentos alternativos para reduo do colesterol e
triacilgliceris, so o abacate, a acerola e naringina. Esses alimentos e o
flavonide apresentam grande quantidade de substncias bioativas das quais
tem mostrado resultados positivos na preveno e tratamento da dislipidemia
ligada ao desenvolvimento de doenas cardiovasculares e coronarianas. O
objetivo do presente trabalho foi verificar a capacidade dos extratos de
abacate, acerola e do flavonide naringina em sobre o perfil sanguneo e
verificar se os mesmos no alteram os perfis glicmicos e de cido rico de
ratos Wistar.Os ratos foram alimentados com raes hipercolesterolmica ou
no hipercolesterolmica (controle) e os extratos de acerola, abacate e o
fitoterpico naringina foram oferecidos aos animais via gavagem. Foram
utilizados cinquenta e quatro animais divididos em nove grupos com seis
animais cada, sendo um deles no doente, outro doente no tratado, e osrestantes grupos testes. Aps a eutansia, o sangue foi coletado por puno
cardaca e centrifugado para a obteno do soro, que foram utilizados para
realizar dosagens de colesterol total, colesterol-HDL, triacilgliceris, glicose,
alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase
alcalina (FA) e cido rico. De acordo com os resultados, foi possvel observar
uma reduo significativa nos teores de colesterol total e no houve alterao
nos valores de AST, ALT e FA em todos os tratamentos, com exceo dogrupo que recebeu 50mg/Kg de extrato de acerola, que tambm foi a nica
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dose a promover aumento significativo nos teores de HDL. Quanto aos
triacilgliceris, somente os extratos de abacate e a menor dose do extrato de
acerola promoveram aumento significativo. importante ressaltar que estudos
posteriores so necessrios para garantir a eficcia e segurana dos
fitoterpicos.
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ABSTRACT
CASTRO, Adriano Simes Barbosa, M.Sc., Universidade Federal de Viosa,july of 2012. Pharmacological activity of extracts of avocado (PerceaamericanaMILLER), acerola (Malpighia emarginataDC) and the flavonoidnaringin in the treatment of dyslipidemia. Adviser: Tnia Toledo de Oliveira.Co-Advisers: Carla de Oliveira Barbosa Rosa, Mrcia Regina Pereira Monteiro,Tanus Jorge Nagem e Virginia Ramos Pizziolo.
The herbal medicines are derived from vegetable, used in order toprevent, cure or mitigate the symptoms of the disease with a lower cost. Good
examples of these that has been studied herbal currently looking for alternative
treatments for lowering cholesterol and triacylglycerols, are the acerola, the
avocado and naringin. These compounds have a large amount of bioactive
substances of which has shown positive results in the prevention and treatment
of dyslipidemia linked to the development of cardiovascular disease and
coronary. The objectives of this study were to verify the ability of the extracts of
avocado, acerola and flavonoid naringin in improving blood profile and check if
they do not alter the profiles of glucose and uric acid in Wistar rats. The animals
were fed with hypercholesterolemic or not hypercholesterolemic (control) and
extracts of acerola, avocado and herbal naringin were offered to the animals by
gavage. We used fifty-four animals divided into nine groups, one being not sick,
another patient untreated, and the other test groups. After euthanasia, blood
was collected by cardiac puncture and centrifuged to obtain serum, which were
used to perform measurements of total cholesterol, HDL cholesterol,
triacylglycerols, glucose, alanine aminotransferase (ALT), aspartate
aminotransferase (AST), alkaline phosphatase acid uric. According to the
results, we observed a significant reduction in levels of total cholesterol and no
change in AST, ALT and ALP in all treatments, except for the group that
received 50mg/Kg of acerola extract, which also was a single dose to promote
significant increase in the levels of HDL. As for triacligliceris, only extracts of
avocado and the lowest dose of acerola extract promoted a significant increase.
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Importantly, further studies are needed to ensure quality control as well as the
efficacy and safety of herbal medicines.
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INTRODUO
Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), h uma tendncia noaumento de doenas cardiovasculares nos pases em desenvolvimento, tendo
como consequncia a elevao dos ndices de morbi-mortalidade da populao
(SBC, 2007). Alternativas tm sido amplamente investigadas com o intuito de
minimizar o impacto dessas doenas na qualidade de vida das pessoas assim
como diminuir gastos governamentais com a sade pblica (PINHEIRO et al.;
2010). Dentre as doenas cardiovasculares, destaca-se a aterosclerose,
doena multifatorial de carter progressivo, que tem como causa principal o
acmulo de lipdios e componentes fibrosos nas grandes artrias. Esta
enfermidade ocasiona, entre outras, o aumento do nmero de casos de
doenas arteriais coronarianas (DAC) e acidente vascular cerebral (AVC)
(FILHO et al. 2003). Dentre os lipdios mais importantes, tem-se o colesterol e
triacilgliceris (TG). O aumento de triacilgliceris (hipertrigliceridemia) devido
ao acmulo de quilomcrons e VLDL no plasma e a elevao de colesterol
(hipercolesterolemia) na corrente sangunea devido ao aumento de LDL so
conhecidos como dislipidemia e so considerados fatores de risco para
diversas doenas, dentre elas a aterosclerose (SBC, 2007).
A reduo dos nveis de colesterol plasmtico e consequentemente o
combate a aterosclerose tem sido realizada por meio da interveno
farmacolgica, mostrando-se bastante benfica. No entanto, o alto custo destes
medicamentos e seus inmeros efeitos colaterais tem estimulado o
desenvolvimento de pesquisas com produtos naturais na tentativa de diminuir o
colesterol (MOLL, 2006).
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Buscando desenvolver tratamentos alternativos para reduo do
colesterol e triacilgliceris, estudos com fitoterpicos em modelos animais e em
humanos esto sendo realizados com resultados satisfatrios (JEON et al.,
2004; KONG at al., 2004).
Os fitoterpicos so medicamentos obtidos empregando-se
exclusivamente derivados de drogas vegetais como princpio ativo. Esses
medicamentos so caracterizados pelo conhecimento da eficcia e dos riscos
de seu uso, como tambm pela constncia de sua qualidade (ANVISA, 2004).
A utilizao da fitoterapias comum desde pocas remotas, sendo que
no Brasil o surgimento de uma medicina popular por meio do uso de plantas
medicinais deve-se principalmente aos ndios (ARAJO, 1979).
O uso desses fitoterpicos tem como objetivo prevenir, curar ou
minimizar os sintomas das doenas, porm com um menor custo (TOLEDO et
al., 2003). A organizao Mundial da Sade (OMS) considera a fitoterapia uma
alternativa importante e vivel, principalmente para populaes de pases em
desenvolvimento (FRANA et al., 2008).
Muitas plantas medicinais so utilizadas, baseando-se somente em
conhecimentos populares aliados a crena de que, por ser um produto natural,
no causar reaes adversas, sem a eficcia e segurana comprovada por
estudos clnicos e pr-clnicos (MACHADO, 2007).
As principais caractersticas dos medicamentos obtidos por meio de
plantas medicinais o fato de apresentar uma grande variedade de princpios
ativos e outras substncias em uma mesma planta (YUNES et al., 2001), alm
dos seus benefcios no apresentam efeitos adversos (SCHREDER;
SANTOS, 2009).
Entre a diversa gama de fitoterpicos existentes, existem hoje estudosque mostram a importncia da acerola, do fitoterpico naringina e abacate na
modificao do perfil lipdico (OLIVEIRA et al., 2002; PEREIRA, 2010;
KARWOWSKI, 2012).
Entre os fitoterpicos avaliados, tem-se o abacate (rico em cidos
graxos monoinsaturados) e a acerola com grande quantidade de compostos
bioativos (vitamina C, carotenides e polifenis), que tem mostrado resultados
positivos na preveno e tratamento da dislipidemia ligada ao desenvolvimentode doenas cardiovasculares e coronarianas (SOARES, 2000; SILVA, 2008).
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Mediante ao exposto, essa pesquisa pretendeu alcanar os seguintes
objetivos: verificar o efeito da administrao dos extratos de abacate, acerola e
do flavonide naringina em ratos dislipidmicos, verificar a capacidade de
alterao glicmica e de cido rico em funo dessa dieta, bem como avaliar
o grau de hepatoxicidade desses compostos.
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2. REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Lipdios
Os lipdios so muito importantes para o perfeito funcionamento do
organismo humano, dentre eles destacam-se os fosfolipdios, o colesterol e os
triacilgliceris.Os fosfolipdios contribuem para formao da membrana celular de
todas as clulas. Os triacilgliceris so formados por cidos graxos e glicerol,
sendo importantes fontes energticas para o organismo, enquanto que o
colesterol possui uma participao direta na formao da membrana celular,
contribuindo para a sua fluidez e ativao de enzimas que a constituem. Neste
contexto, destacam-se as lipoprotenas: quilomcrons, lipoprotenas de
densidade muito baixa (VLDL); lipoprotenas de densidade baixa (LDL) e
lipoprotenas de densidade alta (HDL). Tais protenas so responsveis pela
solubilizao e transporte dos lipdios no plasma (SBC, 2007).
Nveis elevados de LDL e triacilgliceris e nveis baixos de HDL-c na
corrente sangunea podem ocasionar diversas complicaes cardiovasculares
das quais podemos citar as doenas cardiovasculares e a aterosclerose, que
acometem milhares de pessoas no mundo inteiro, sendo que nos EUA atingem
mais de 80 milhes de adultos, e so responsveis por, aproximadamente,
uma em cada trs mortes. Diversos estudos focam uma reduo no TG e
aumento do HDL, na tentativa de reduzir complicaes cardiovasculares, ao
contrrio do que se pensava anteriormente, onde o foco era a reduo do LDL
(CHARLAND et al., 2008).
A maior parte do colesterol apresenta-se sob a forma livre e est
presente no organismo animal contribuindo para a constituio da membrana
plasmtica de todas as clulas, atuando tambm como precursor para cidos
biliares, diversos hormnios (tireoidianos e sexuais, principalmente) e vitamina
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D (SBC, 2007). Alm disso, o colesterol importante em clulas
comprometidas com a proliferao celular, sendo que colesterognese precede
a sntese de DNA. Os intermedirios no isoprenides de esteris como o
farnesil pirofosfato e geranilgeranil pirofosfato, so essenciais na sinalizao
celular por modificarem substratos proticos envolvidos na diferenciao e
proliferao celular, como apresentado na figura 1 (GUTIERREZ et al., 2008).
Figura 1- Vias envolvidas no metabolismo intracelular do colesterol.
Fonte: Adaptado de Gutierrez (2008).
O grupo acetil da acetil-CoA o precursor direto do colesterol, sendo
responsvel por todos os tomos de carbonos que o constituem, sendo
necessrias vrias etapas para esta sntese. Por meio da juno de trs grupos
acetila, obtemos o mevalonato com seis tomos de carbono, que
posteriormente sofre descarboxilao, formando o isopreno com cinco
carbonos. Seis isoprenos condensam-se, formando o esqualeno com trinta
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tomos de carbono. Este, por sua vez, sofre uma ciclizao, formando o
lanosterol que ir perder trs tomos de carbono, formando assim a unidade de
colesterol. A etapa chave para formao do colesterol a ao da enzima
hidroximetilglutaril-CoA redutase, que catalisadora na converso de
hidroximetilglutaril- CoA em mevalonato. Esta etapa final regulado por altos
nveis de colesterol (feedback negativo), sendo alvo para diversas drogas que
reduzem o colesterol no organismo (CAMPBELL, 2003).
Uma vez formado, o colesterol transportado para todas as partes do
organismo pela corrente sangunea atravs da ajuda das lipoprotenas, pois ele
no est no estado livre no plasma e insolvel em gua. As lipoprotenas so
formadas por lipdios e protenas. A sua parte protica denomina-se
apolipoprotena que possui diversos papis como ser ligante a receptores de
membrana, cofatores enzimticos, entre outros. As classes de lipoprotenas de
grande importncia humana so: HDL, VLDL, LDL, IDL e quilomcrons (BABIN,
2009).
O colesterol pode ser sintetizado pelo organismo no fgado e intestino
(entero-heptico) ou ser proveniente da dieta. Os lipdios provenientes da
alimentao e da circulao entero-heptica so absorvidos e incorporados nos
quilomcrons, ricos em triacilgliceris e apo B-48 em sua superfcie, produzidos
pelas clulas intestinais e so levados ao fgado que ser responsvel pela
sntese intracelular do colesterol, armazenamento aps esterificao e
eliminao pela bile na forma de metablitos e cidos biliares, sendo grande
parte destes reabsorvidos e retornado ao fgado (SBC, 2007).
Os lipdios provenientes do fgado so transportados pelo organismo na
forma de VLDL, IDL e LDL. TG e VLDL so hidrolisados pela lipase
lipoprotica, liberando os cidos graxos para os tecidos, sendo metabolizado.Uma vez destitudos de TG, os quilomcrons e VLDL sero chamados
remanescentes e retirados pelo fgado. Parte da VLDL se transforma em IDL e
LDL. Grande parte do IDL ser captada pelo fgado e degradada, a parte
restante da lipoprotena de densidade intermediria formar o LDL por ao da
lipase heptica. A LDL em sua maioria composto de colesterol e apo B 100 e
permanece por longo perodo de tempo na circulao, sendo removidas pelo
fgado por receptores B\E. A sntese destes receptores inversamente
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proporcional concentrao de colesterol no interior da clula e da atividade
da hidroxi-metil-glutaril-CoA.
As partculas de HDL so sintetizadas no fgado, sendo originadas da
troca dos TGs por ster de colesterol pelas VLDLs, tendo como principal
contedo protico as Apos A-I e A-II. O colesterol livre do HDL , por sua vez,
esterificado, sendo de fundamental importncia para sua estabilizao e
transporte na circulao sangunea para o fgado onde ser captado (SBC,
2007).
2.2 Dislipidemia
Dislipidemias so caracterizadas como mudanas no metabolismo dos
lipdeos provenientes de desequilbrios nas concentraes das lipoprotenas
sanguneas, proporcionando o desenvolvimento de doenas crnicas tais como
hipertenso arterial sistmica (HAS) e aterosclerose (NETO, 2010). A
aterosclerose uma doena inflamatria crnica, multifatorial, ocasionada por
diversos fatores decorrentes de uma resposta agresso endotelial que
acomete principalmente a camada ntima de artrias de mdio e grande calibre
(SBC, 2007).
As doenas cardiovasculares representam um importante problema de
sade publica em todo o mundo. A doena arterial coronariana (DAC) a maior
causa de mortalidade em pases industrializados da Europa e Amrica do Norte
devido a uma mudana de hbitos de vida dessa populao, dentre os quais
est inserido o aumento exagerado de lipdios na alimentao. No Brasil, as
doenas cardiovasculares so responsveis por um considerado ndice de
bitos, sendo que a DAC a causa de mortalidade mais prevalente
(BONORINO, 2010).Evidncias sugerem que o aumento progressivo de LDL-c um fator
de risco para doenas cardiovasculares, como por exemplo, a aterosclerose e
doena arterial (FAZIO et al., 1997).
Na aterosclerose, verifica-se a ocorrncia de hipertrigliceridemia,
hipercolesterolemia, reduo nas concentraes da lipoprotena de alta
densidade (HDL) e aumento das concentraes da lipoprotena de baixa
densidade (LDL). O aumento dos nveis de LDL e colesterol total estorelacionados ao maior risco de doenas cardiovasculares, enquanto as
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concentraes de HDL atuam como um fator de proteo para estas doenas
(LESSA et al., 1997).
A LDL capaz de atravessar a parede endotelial, penetrar na parede
da artria e sofrer oxidao na camada ntima da mesma. Como conseqncia,
tem-se a formao de placas de ateroma e o desenvolvimento de doenas
cardiovasculares (FILHO et al ., 2004).
A formao da placa aterosclertica inicia-se com a agresso ao
endotlio vascular devida a diversos fatores de risco como elevao de
lipoprotenas aterognicas (LDL, IDL, VLDL, remanescentes de Qms),
hipertenso arterial ou tabagismo. Como consequncia, a disfuno endotelial
aumenta a permeabilidade da camada ntima das artrias s lipoprotenas
plasmticas favorecendo a reteno das mesmas no espao subendotelial.
Retidas, as partculas de LDL sofrem oxidao, causando a exposio de
diversos neo- eptopos, tornando se imunognicas. O depsito de
lipoprotenas na parede arterial, processo chave no incio da aterognese,
ocorre de maneira proporcional concentrao dessas lipoprotenas no plasma
(SBC, 2007).
Alm do aumento da permeabilidade s lipoprotenas, outra
manifestao da disfuno endotelial o surgimento de molculas de adeso
leucocitria na superfcie endotelial, processo estimulado pela presena de LDL
oxidada. As molculas de adeso so responsveis pela atrao de moncitos
e linfcitos para a parede arterial. Induzidos por protenas quimiotticas, os
moncitos migram para o espao subendotelial onde se diferenciam em
macrfagos, que por sua vez captam as LDL oxidadas. Os macrfagos repletos
de lipdeos so chamados clulas espumosas e so o principal componente
das estrias gordurosas, leses macroscpicas iniciais da aterosclerose. Algunsmediadores da inflamao como as interleucinas estimulam a migrao e
proliferao das clulas musculares lisas da camada mdia arterial. Estas, ao
migrarem para a ntima, passam a produzir no s citocinas e fatores de
crescimento, como tambm matriz extracelular que formar parte da capa
fibrosa da placa aterosclertica (SBC, 2007).
A placa aterosclertica plenamente desenvolvida constituda por
elementos celulares, componentes da matriz extracelular e ncleo lipdico.Estes elementos formam na placa aterosclertica, o ncleo lipdico, rico em
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colesterol e a capa fibrosa, rica em colgeno. As placas estveis caracterizam-
se por predomnio de colgeno, organizado em capa fibrosa espessa, escassas
de clulas inflamatrias e ncleo lipdico de propores menores. As placas
instveis apresentam atividade inflamatria intensa, especialmente nas suas
bordas laterais, com grande atividade proteoltica, ncleo lipdico proeminente e
capa fibrosa tnue. A ruptura desta capa expe o material lipdico altamente
trombognico, levando formao de um trombo sobrejacente. Este processo,
tambm conhecido por aterotrombose, um dos principais determinantes das
manifestaes clnicas da aterosclerose (SBC, 2007).
2.3 Fatores de risco para dislipidemia
As dislipidemias so caracterizadas pela presena de alguns fatores
variados que podem apresentar-se isolados ou combinados sendo: colesterol
total, triglicrides, LDL, VLDL e HDL que associados a inflamao, oxidao e
eventos pr trombticos podem acelerar o processo de aterosclerose
(RAGHUVEER, 2008).
Um dos principais fatores que levam ao aumento do risco de uma
dislipidemia o aumento de peso, podendo levar a um quadro de co-
morbidade quando a obesidade est diretamente relacionada com a disfuno
ventricular sistlica e diastlica, infarto do miocrdio e acidente vascular
cerebral. Alm disso, esta patologia provoca alteraes metablicas, como a
resistncia a insulina, e a Hipertenso Arterial Sistmica (HAS) que so fatores
de risco. Portanto, a avaliao inicial do paciente obeso necessria para
estimar o risco de uma doena cardiovascular (SBC, 2007).
A idade constitui um importante fator de risco para doenas
cardiovasculares devido as alteraes morfofuncionais na parede vascular quese agrava com o envelhecimento. Como alteraes temos variao no tamanho
e na forma de clulas endoteliais, baixa atividade liplise, aumento excessivo
do colgeno que depositam no endotlio e culminam com a calcificao
aumentando a rigidez destas clulas. E aumento da adeso e agregao
plaquetria culminando com a formao de trombos.
Existe uma forte associao entre as doenas cardiovasculares e a
hereditariedade. E tal associao pode ser agravada por diversos outrosfatores como obesidade, fumo e sedentarismo.
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A nicotina presente no cigarro se inalado est diretamente relacionada
com a diminuio dos nveis de HDL- colesterol e aumento da viscosidade
sangunea e agregao plaquetria. Ela provoca aumento dos cidos graxos
circulantes e aumento do fibrinognio.
A prtica de atividade fsica combate a obesidade, controla os nveis
pressricos alm de adequar os perfis lipdicos.
2.4- Aterosclerose e doenas cardiovasculares
A aterosclerose uma doena cardiovascular responsvel por grande
nmero de casos de morbi-mortalidade que acomete mundialmente a
populao adulta. Caracteriza-se por ser uma doena inflamatria crnica
podendo permanecer silenciosa durante vrios anos. Alguns fatores de risco
como as dislipidemias, a obesidade, a hipertenso arterial sistmica podem
atuar como agravantes. Dentre os fatores citados acima a dislipidemia o que
possui maior destaque podendo aumentar em at trs vezes o risco de
doenas coronarianas em indivduos que possuem colesterol e triglicrides
aumentados (Rover et al.,2008).
Segundo Raghuveer (2008), obesidade, sndrome de resistncia a
insulina, hipertenso, sedentarismo e tabagismo so fatores que podem levar
ao desenvolvimento da aterosclerose, e a modificao no estilo de vida de
fundamental importncia para preveno desta doena. Gotto (2003) relata que
a modificao da LDL poderia explicar o acmulo de lipdios dentro dos
macrfagos, sendo este um passo crtico no incio da formao da placa
aterosclertica. A LDL nativa pode se acumular no espao subendotelial arterial
e ser minimamente oxidada por clulas vasculares residentes pela ao de
lipoxigenases.As afeces das artrias iniciam-se com a leso do endotlio e
subsequente adeso de moncitos a este que atravessa a parede vascular
indo para camada ntima onde se transforma em macrfagos. Este, por sua
vez, possuem receptores para LDL. Por meio destes, a LDL rica em colesterol
endocitada, tendo como consequncia o acmulo do colesterol no
citoplasma, formando clulas espumosas, j que os macrfagos no possuem
enzimas de degradao para este. Tais clulas constituem os primeiroselementos para formao da placa aterosclertica.
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Grande nfase se d ao LDL oxidado permitindo grande acmulo de colesterol
dentro das clulas formando mais clulas espumosas. Estes depsitos lipdicos
comeam a aparecer em crianas, tendo os fatores alimentares grande
influncia na gnese desta doena. O colesterol est presente na superfcie da
LDL e no interior do HDL, deste modo o colesterol LDL deposita-se no ateroma
mais facilmente. esta molcula que faz a distribuio do colesterol pelo corpo
enquanto que o HDL leva o colesterol para ser destrudo no fgado, sendo
considerado um fator protetor. Alm disso, o LDL possui uma variante
importantssima que a Lipoprotena (a) associando-se a um maior risco de
aterosclerose por aderir a parede arterial danificada e ligar-se com a fibrina,
impedindo que a plasmina destrua este cogulo e restitua a circulao no vaso
( FILHO, 2004).
2.5 Preveno e tratamento das doenas cardiovasculares
O uso de medicamentos para reduo do risco de doenas
cardiovasculares tem se mostrado efetivo em pacientes com nveis baixos de
HDL-c e/ou elevados nveis de triglicerdeos em adio ao aumento do LDL-c.
Atualmente so encontradas uma variedade de drogas para tratamento dadislipidemia como: estatinas, sequestradores de cidos biliares, inibidores da
absoro de colesterol, fibratos, niacinas (CHARLAND et al., 2008).
Fazio et al., (2008) relatam que a combinao do fibrato ou niacina com
uma estatina recomendada para pacientes com dislipidemia mista, incluindo
os pacientes diabticos no insulinodependentes ou com sndrome metablica.
Diversos estudos revelam que a utilizao de fibratos reduzem a
incidncia de doenas cardiovasculares, principalmente em pacientes que
apresentam dislipidemia aterognica com HDL abaixo de 40 mg/dL e TG acima
de 200 mg/dL. Em estudo com 7389 indivduos que apresentaram os nveis
triglicrides aumentados, a terapia com fibratos mostrou-se eficiente, em 5068
pacientes com TG alto e HDL baixo esta terapia se mostrou menos eficiente,
mostrando que o tratamento com fibratos para reduzir os triglicrides eficaz
(LEE et al., 2011).
O tratamento das dislipidemias pode ser realizado de forma no
medicamentosa ou medicamentosa. O tratamento no medicamentoso pode
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ser feito por meio de uma mudana nos hbitos alimentares, recomenda-se o
aumento da ingesto de fibras solveis para reduzir a absoro de gorduras,
diminuio da taxa calrica e tambm a prtica regular de atividade fsica. O
tratamento farmacolgico realizado atravs da administrao de drogas de
escolha (ALVES et al.,2007).
Vrios frmacos diminuem o LDL plasmtico. A terapia medicamentosa
usada complementarmente s medidas dietticas e correo de outros
fatores de risco cardiovasculares modificveis (RANG et al., 2003).
Os antioxidantes, dentre eles os flavonides, inibem a oxidao das
LDL, diminuindo sua aterogenicidade. Os flavonides so encontrados nos
alimentos, principalmente nas verduras, frutas (cereja, amora, uva, morango,
jabuticaba), gros, sementes, castanhas, condimentos,ervas e tambm em
bebidas como vinho, suco de uva e ch (SBD, 2007).
O tratamento com fitoterpico pode ser direcionado para preveno ou
cura da dislipidemia, alterao heptica, diabetes e doenas crnicas. A terapia
com plantas medicinais e fitoterpicos incentivado pela Organizao Mundial
de Sade (OMS) e pelo Ministrio da Sade. Esse publicou uma portaria que
aprovou o uso de plantas medicinais e fitoterapia com um carter de atuao
multidisciplinar no Sistema nico de Sade (SUS) (CFN, 2006).
O tratamento com frmacos ocorre quando a dieta e aquisio de
hbitos saudveis no so suficientes para o controle da dislipidemia. Os
frmacos mais comuns so as estatinas.
As estatinas so os agentes mais bem tolerados e mais efetivos para o
tratamento da dislipidemia. Estes frmacos so inibidores competitivos da HMG
CoA redutase, que catalisa uma etapa mais precoce e limitante da taxa na
biossntese do colesterol (GOODMAN; GILMAN, 2003).As estatinas so compostos anlogos estruturais do HMGCoA . A
lovastatina, a atorvastatina, a fluvastatina, a pravastatina, a sinvastatina e a
rosuvastatina pertencem a esta classe. Esses frmacos so mais eficazes na
reduo dos nveis de LDL. Outros efeitos observados incluem diminuio do
estresse oxidativo e da inflamao vascular com aumento da estabilidade das
leses aterosclertica (KATZUNG, 2005).
A lovastatina e a sinvastatina so pr-drogas lactnicas inativas, queso hidrolisadas no trato gastrintestinal aos derivados dos beta hidroxila
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ativo, enquanto a pravastatina possui um anel de lactona aberto e ativo. A
atorvastatina, a fluvastatina e a rosuvastatina so congneres que contm flor
e so ativos quando administrados (GOODMAN; GILMAN, 2003).
Os inibidores da redutase (HMGCoA-redutase) mostram-se teis,
isoladamente ou com resinas, niacina ou ezetimida, na reduo dos nveis de
LDL. Esses agentes no devem ser administrados em mulheres grvida, em
fase de lactao ou passveis a engravidar. Como a biossntese de colesterol
predominantemente noite, os inibidores da redutase, exceo da
atorvastatina e da rosuvastatina, devem ser administrados noite, se for
utilizado uma dose nica ao dia, pois so frmacos que apresentam tempo de
meia-vida curto. Em geral, a absoro ( exceo da pravastatina) aumenta
quando se ingere a dose com alimentos (KATZUNG, 2005).
2.6 - Abacate e acerola no tratamento das dislipidemias
O abacate encontrado na Amrica Latina e em outras regies tropicais
e subtropicais do mundo, sendo o Brasil um grande produtor mundial . Alm de
ser consumido na alimentao humana, este fruto possui alto potencial
econmico devido ao amplo aproveitamentotanto na indstria farmacutica,
como na indstria de cosmticos (SOARES;ITO, 2000).
Dentre suas caractersticas nutricionais, a polpa possui um teor de
carboidratos de 7,5%, 2,54% de protena e 4,85% de fibras, cinzas 0,60%,
lipdios 26,31% e umidade 58,35% (SALGADO et al., 2008). Em relao aos
cidos graxos, destaca-se o cido olico que tem sido muito estudado,
demonstrando efeitos significativos na preveno e tratamento de doenas
crnicas no transmissveis (SOARES;ITO, 2000). Extratos de abacate tem
nveis muito baixo de esqualeno e polifenis (OLIVOS, 2003).O abacate rico em fitosteris e fitostanis que so steres de origem
vegetal com constituio qumica semelhante ao colesterol e possui atividade
anti-inflamatria, bactericida, fungicida, anticarcinognica e
hipocolesterolmica.
Na frao insaponificvel do leo esto presentes esteris, alcois,
tocoferis e carotenos. Em relao aos cidos graxos destaca-se o cido olico
que tem sido muito estudado demonstrando efeitos significativos na prevenoe tratamento de doenas crnicas no transmissveis (SOARES;ITO, 2000).
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Extratos de abacate tem nveis muito baixo de esqualeno e polifenis (OLIVOS,
2003).
Sua ao hipocolesterolmica se deve ao seguinte mecanismo: por ser
mais lipoflicos que o colesterol, atuam como inibidores do mesmo a nvel
intestinal; inibem a reesterificao do colesterol pela enzima acil-CoA
aciltransferase (ACAT). Com isso, o colesterol no ser incorporado aos
quilomcrons e no ser transportado; dessa forma aceleram o fluxo de
colesterol esterificado para o lmem intestinal por aumentarem a expresso de
enzimas transportadoras (OLIVOS, 2003). Segundo Salgado et al., 2008, o
leo de abacate, variedade Margarida, apresenta 55,81% de cido olico. Esta
variedade apresenta beta-sitosterol (71,8%) e campesterol (6,6%) e menor teor
de ergosterol (0,3%). Estudos cientficos tem demonstrado que a presena
destes fitoqumicos auxiliam no controle dos nveis sricos de colesterol.
Nwaoguikpe e Braide (2011) testaram os efeitos do extrato aquoso da
semente de Persia americana (abacate) na tentativa de diminuir os nveis de
colesterol total, triglicrides e LDL no sangue de coelhos. Aps o tratamento
com 100 e 200 mg/Kg de peso corporal durante dois meses eles obtiveram os
seguintes resultados: o colesterol total foi de 1,54 mmol/L no controle e 1,30 e
0,93 mmol/L nos grupos tratados com as doses de 100 e 200 mg/Kg de peso
corporal respectivamente. Com relao aos triacilgliceris, o controle foi de
1,69, enquanto as outras duas dosagem foram de 0,96 e 0,65 mmol/L
respectivamente. E o LDL foi de 0,84 mmol/l no controle e 0,81 e 0,72 mmol/l,
respectivamente. As anlises fitoqumicas revelaram a presena de taninos
(21,6%), saponinas (51%), flavonoides (21%), alcaloides (9,43%) e glicosdeos
cianognicos de 4,86%. Tal pesquisa demonstrou eficcia do abacate no
controle da dislipidemia em coelhos, podendo ser a semente destes frutos umaalternativa para o tratamento da aterosclerose, bem como outras doenas
cardiovasculares.
Alvizouri et al. (1992) foram os pioneiros nos estudos dos efeitos da
dieta contendo abacate nos humanos. Eles testaram o poder do abacate como
fonte de cidos graxos monoinsaturados em indivduos saudveis e tiveram
como resultado a diminuio do colesterol total, LDL e TG em dietas com
pouca gordura saturada mais abacate (30% de gordura no total da energia da
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dieta, das quais 75% so provenientes do abacate). O ponto negativo nas suas
pesquisas foi a diminuio do HDL em indivduos que fizeram uso desta dieta.
Poucos estudos relatam os efeitos benficos da utilizao da polpa e do
leo de abacate na preveno e tratamento das dislipidemias. Mas devido aos
bons resultados destes estudos, mais pesquisas devem ser realizadas com
relao aos valores nutricionais do abacate com maior nfase ao tratamento da
aterosclerose (ROBERTO et al., 2008).
A aceroleira, arbusto proveniente das ndias Ocidentais, adaptado a
regies de clima tropical como o Brasil, pertence famlia Malpiguiaceae,tendo
como nome especfico Malpighia glabra.
Esta planta possui um fruto pequeno e arredondado, possuindo uma
polpa doce e suculenta. Apresenta os seguintes componentes por Kg:
carboidratos (56, 8g), protenas (5, 0 g), lipdios (5, 10 g), fsforo (171 mg),
clcio (117 mg), ferro (2,4 mg), piridoxina (87 mg), riboflavina (0,7 mg) tiamina
(0,2 mg), gua (913 g), fibra ( 30 g) e vitamina C ( 46 g), (MEZADRI et al.,
2008).
Devido as suas propriedades antioxidantes, os carotenides e
bioflavonides tm sido muito estudados, e estes so encontrados na acerola.
Os carotenides esto presentes em nveis entre 3,2 e 406 mg/Kg, sendo que
o beta-caroteno encontrado em maior quantidade. Em relao aos
flavonides so encontrados principalmente antocianinas e flavonis (LIMA et
al., 2003).
Mezadri et al. (2008) verificaram que a capacidade antioxidante de
extratos hidroflicos da polpa e suco de acerola foram superiores aos relatados
em outros sucos de fruta ricos em polifenis, como morango, uva e ma.
Anlise por meio de cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC) detectou apresena de cido clorognico, galacto epigallocatequina, epicatequina,
procianidina e rutina.
Estudos epidemiolgicos comprovaram que o consumo de frutas e
vegetais reduzem o risco de doenas cardiovasculares devido a presena de
compostos antioxidantes de neutralizar os radicais livres e assim reduzir o dano
oxidativo nas clulas (WHO, 2003).
Na gnese do processo aterosclertico, est a acumulao de lipdiosdentro de macrfagos. Inicia-se com o acmulo de LDL no subendotlio arterial
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e, consequentemente, oxidado por clulas vasculares residentes da enzima
12/15-lipooxigenase. A LDL oxidada gera a produo de fatores quimiotticos
de granulcitos e mecanismos que promovem a captura e transformao dos
moncitos circulantes e consequente diferenciao em macrfagos na parede
do vaso. Neste passo, h uma estabilidade da placa devido a influncia de
mediadores inflamatrios locais, que podem estimular inmeras enzimas
proteolticas, tornando a placa muito frgil, culminando com sua consequente
ruptura. Tais processos inflamatrios provocam maior oxidao do LDL,
agravando ainda mais este processo por formao de clulas espumosas. A
oxidao do LDL extremamente txico para as clulas vasculares levando a
leso endotelial, efeitos antiplaquetrios e gerao de xido ntrico que
deletrio sobre o tnus vascular (GOTTO, 2003)
Dietas vitamnicas antioxidantes contendo beta-caroteno, vitamina c e
vitamina E foram testadas em coelhos, demostrando diminuio do teor de
colesterol nas leses da aorta torcica induzida por dieta aterognica (BOCAN
et al., 1992).
2.7- Flavonides e dislipidemiaEstudos epidemiolgicos relatam que h uma correlao positiva entre
consumo de flavonides provenientes de frutas e vegetais e a diminuio do
risco para o desenvolvimento de doenas cardiovasculares, sendo maiores os
benefcios observados quanto maior a ingesto destes flavonides. Evidncias
sugerem que tais substncias podem exercer efeitos atravs da melhoria dos
fatores de risco cardiovasculares melhorando a funo endotelial, inibindo a
oxidao de lipoprotenas de baixa densidade, diminuindo a presso arterial e
melhorando a dislipidemia.
Estudos relatam o impacto do consumo de alimentos ricos em
flavonides sobre biomarcadores de risco cardiovasculares em voluntrios
saudveis ou em risco (MULVIHILL; HUFF, 2010).
Diversos estudos clnicos e com modelos animais tem focado o cacau,
soja, ch verde e preto na preveno e tratamento das doenas
cardiovasculares. No entanto, alguns polifenis na forma purificada, dentre eles
resveratrol e naringenina tem sido avaliados apresentando efeitos benficos na
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reduo da dislipidemia. (MULVIHILL; HUFF, 2010).Flavonides so polifenis
consumidos diariamente na dieta humana, podendo ser encontrado em
diversos alimentos e bebidas como soja, frutas, legumes, nozes, sementes,
cacau, caf, vinho e ch. Eles so classificados de acordo com a estrutura
qumica e grau de oxidao em: flavonis, flavonas, isoflavonas, flavan-3-ols e
antocianinas (SCALBERT; WILLIAMSON, 2011).
Li-Jun Feng et al. 2011 verificaram que doses de 50 - 200mg de
apigenina e luteolina em ratos hiperlipidmicos promoveram uma reduo dos
nveis de colesterol total, triglicrides e LDL-colesterol e aumento de HDL-
colesterol.
Os estudos sobre flavonides, suas propriedades antioxidantes e seus
efeitos na preveno de doenas, iniciaram-se nos anos 90, sendo estas pouco
discutidas antes desta data devido diversidade e complexidade de suas
propriedades qumicas e estruturais (SCALBERT; WILLIAMSON, 2011).
Os flavonides so compostos aromticos com 15 tomos de carbono (
C6-C3-C6), que tem como estrutura base o fenilpropano (C6-C3) e trs
unidades de acetato (C5) (LOPES, 2000). Possui grande diversidade estrutural
devido as modificaes que podem sofrer, dentre elas podemos citar a
hidroxilao, metilao, acilao e glicosilao (KOES et al, 1994).
Narender et al. (2006) tinham isolado trs furano-flavonas e um
glicosdio flavonol das partes areas da Indigofera tinctoriae descobriram que
a combinao destes diminuram a taxa de triglicrides plasmticos em 60%,
colesterol total 19%, cidos graxos livres em 25% e aumento do HDL-c de 8%
e razo deste com o colesterol total de 36%,em dieta com alto teor de gordura
em hamster dislipidmicos alimentados com uma dose de 50 mg de peso
corporal/ Kg.Os flavonides podem evitar leses causadas por radicais livres de diversas
maneiras, sendo a retirada direta destes a melhor forma de combate. Deste
modo, os flavonides inibem a oxidao do LDL estabelecendo efeito
preventivo em relao a aterosclerose. A rutina e epicatequina so exemplos
de flavonides que tem potencial de remover radicais livres, provavelmente
devido a inibio da enzima xantina oxidase. Diversas pesquisas relatam que
os flavonides interagem com vrios sistemas enzimticos. Nijveldt et al.(2001)relataram que espcies reativas de oxignio combinadas com o ferro podem
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ocasionar a peroxidao lipdica e flavonides como a quercitina, quelam o
ferro e inibem a peroxidao lipdica.
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3. HIPTESES EXPERIMENTAIS
A problemtica anteriormente exposta precipitou a construo das
seguintes hipteses experimentais testadas no presente estudo:
I) Os extratos de abacate, acerola e do flavonide naringina possuem
capacidade de melhorar o perfil sanguneo de ratos Wistar
alimentados com dieta aterognica.
Para teste da hiptese acima, perseguiram-se os seguintes objetivos:
- Avaliar o efeito do extrato de abacate (Percea americana) em diferentes
dosagens na dislipidemia de ratos Wistar.
- Avaliar o efeito do extrato de acerola (Malpighia emarginata) em diferentes
dosagens na dislipidemia de ratos Wistar.
- Avaliar o efeito do flavonide narigina em diferentes dosagens na dislipidemiade ratos Wistar.
- Determinar os nveis sanguneos de colesterol total, colesterol HDL, e
triacilgliceris de ratos Wistar.
- Comparar os efeitos dos compostos estudados com a atorvastatina clcica
(frmaco de referncia utilizado no tratamento de dislipidemia).
II) Os extratos de abacate, acerola e do flavonide naringina noalteram os perfis glicmicos e de cido rico em ratos Wistar.
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Para teste da hiptese acima, perseguiram-se os seguintes objetivos:
- Determinar os nveis glicmicos em ratos Wistar tratados com diferentes
doses de extrato de abacate, extrato de acerola e flavonide naringina e
comparar com o controle doente no tratado;
- Determinar os nveis de cido rico em ratos Wistar tratados com diferentes
doses de extrato de abacate, extrato de acerola e flavonide naringina e
comparar com o controle doente no tratado.
III) Doses de extrato de abacate, acerola e do flavonide naringina nocapazes de causarem efeitos adversos ao organismo.
- Determinar os parmetros sanguneos relacionados a hepatotoxidade aguda
(Fosfatase alcalina, AST, ALT).
- Comparar os efeitos dos compostos estudados com a atorvastatina clcica
(frmaco de referncia utilizado no tratamento de dislipidemia).
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4. MATERIAL E MTODOS
4.1 Preparo da rao e do veculo para as substncias testadas
Veculo comercial (Botica Fontenelle) utilizado para solubilizar todas
substncias testadas (atorvastatina, flavonoides, extratos).
Propilenoglicol _________20%
Suspender_____________1,5%
Nipagim_______________0,1%
Nipasol_______________0,05%
Sacarina______________0,03%
gua destilada q.s.p._____100%
4.1.1 Processamento da rao
As raes hipercolesterolmica e no-hipercolesterolmica (controle)
foram processadas na Unidade Processadora de Rao do Departamento de
Zootecnia da UFV.
Rao comercial para roedores da marca Presence foi moda em
moinho tipo martelo, a 3200 RPM, peneira de 0,25 mm (Inbramaq). Uma
poro da rao comercial pulverizada foi reservada, para produo da rao
controle. Paralelamente, foram pesados o colesterol (Vetec) e o cido clico
(Sigma Aldrich), de forma que o produto contivesse 1,0 % de colesterol e
0,3% de cido clico. Os ativos foram misturados manualmente rao
pulverizada, por diluio geomtrica.
Posteriormente, a mistura foi colocada em misturador por 15 minutos,
para completa homogeneizao. A mistura foi ento encaminhada extrusora/peletizadora MX-40 da Imbramaq, para confeco dos pellets. Em
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seguida, os pellets foram secos em Secadora horizontal Imbramaq
temperatura de 50 oC. A rao controle pulverizada foi processada pelos
mesmos procedimentos de peletizao e secagem j descritos.
4.2 Preparo dos extratos das plantas
A coleta dos frutos de acerola para preparo dos extratos foi realizada
manualmente no municpio de Ponte Nova - MG, nos meses de abril e maio
de 2012. Aps a colheita os frutos foram acondicionados em sacos plsticos
e armazenados na geladeira entre 2 e 8 C. Para o processamento foram
retiradas as sementes, e a polpa foi obtida utilizando-se centrfuga
domstica.Os frutos do abacate, variedade Margarida, foram adquiridos no
comrcio local do municpio de Viosa - MG no ms de maio de 2012. Estes
frutos foram acondicionados em sacos plsticos e foram levados para o
Biofarmacos. A polpa foi retirada com o auxlio de uma colher e
homogeneizada em centrfuga domstica conforme figura 1.
A partir destas polpas foram preparados extratos para duas
administraes diferentes: para acerola e abacate 50 mg/kg e 75 mg/kg dopeso corpreo do animal, e para extrato de naringina 25 mg/kg e 50 mg/kg
do peso corpreo do animal. Os animais foram alimentados com rao
comercial da marca Purinae os extratos foram administrados por gavagem
durante a fase de tratamento conforme figura 2.
Naringina em forma de p foi pesada em balana analtica, Sigma
Aldrichpara obteno das concentraes de 25 mg/kg e 50 mg/kg por peso
corpreo e foi introduzida ao veculo listado no item 2.1.
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FIGURA 1 Fluxograma de produo de extratos de abacate e acerola.
4.3 Ensaio biolgico
Foi realizado um ensaio biolgico com ratos Wistar (Rattus norvegicus,
variedade albinus, classe Rodentia) com sete semanas de vida e
aproximadamente 137 g. Estes animais foram provenientes do biotrio do
Departamento de Medicina Veterinria da Universidade Federal de Viosa
(DVT-UFV). Todo o experimento e as anlises dos parmetros bioqumicos no
soro foram realizados no Laboratrio de Biofrmacos do Departamento de
Bioqumica e Biologia Molecular da UFV.
Os animais foram alojados em gaiolas individuais, tendo um perodo de
adaptao de cinco dias, e receberam 20 gramas/dia de rao comercial
especifica da marca Purina e gua ad libitum.Aps este tempo, os animais
foram divididos em nove grupos de seis animais somando um total de 54 ratos.
Estes animais permaneceram 30 dias em ensaio biolgico conforme a figura 2.
Para induzir a hiperlipidemia foram fornecidos aos animais, adicionados
rao, 1 % de colesterol cristalino + 0,3 % de cido clico, ambos da marca
Vetec. Ao grupo controle foi administrado somente rao comercial. A dieta
Acerola Colheita
Seleo
Transporte
Armazenamento
Despolpa
Centrfuga
Extrato
Abacate Comrcio
Aquisio
Acondicionamento
Despolpa
Centrfuga
Extrato
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hipercolesterolmica foi preparada na fbrica de rao do Departamento de
Zootecnia da UFV.
4.4 Anlise bioqumica
No 30 foi realizado a eutansia e a coleta de sangue por puno
cardaca. O material foi centrifugado em centrfuga da marca Excelsamod. 2
205 N a 7.100 x g, durante 15 min., para obteno do soro.
Foram realizadas dosagens sorolgicas de colesterol total, colesterol-
HDL, triacilgliceris e glicose em equipamento multiparamtrico de Bioqumica
marca Aliz, mod. Lisabio B.652, utilizando-se kits especficos da marca
Bioclin
para cada anlise.Alm destes parmetros, foram analisados indicadores de
hepatotoxicidade aguda que so: Alanina aminotransferase (ALT), Aspartato
aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA) e cido rico. Todos os
animais, antes da coleta, estavam em jejum de doze horas.
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FIGURA 2 Delineamento experimental
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4.5 Princpios da anlise do soro
O colesterol foi dosado por tcnicas colorimtricas que baseiam-se na
transformao do colesterol esterificado e cido graxo, mediado pela enzima
colesterol esterase. O colesterol-HDL foi determinado a partir da precipitao
dos quilomcrons, VLDL e LDL contidos na amostra utilizando tambm mtodos
colorimtricos. As dosagens das concentraes de triacilgliceris sricos foram
feitas por via enzimtica-colorimtrica. Para dosagem da glicose utilizou-se o
mtodo colorimtrico da glicose oxidase. Tanto para dosagem do AST e ALT
utilizou-se metodologia de determinao cintica e para determinao da FA e
cido rico utilizou-se testes cinticos. As metodologias foram direcionadas
conforme recomendaes do fabricante dos kits Bioclin.
4.6 Anlise estatstica
Os dados foram analisados por meio de anlises de varincia (ANOVA).
O programa utilizado para anlise foi o SPSS 15.0. Os grupos tratados foram
comparados com os grupos controle (G1 e G2) utilizando o teste de Dunnett,
adotando 5% de significncia. Este ltimo teste faz uso de contrastes noortogonais na comparao de cada mdia com o grupo controle.
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5. RESULTADOS E DISCUSSO
5.1 Efeito dos tratamentos sobre os nveis sricos de colesterol total,
colesterol-HDL e triglicerdeos.
Os resultados da anlise do soro esto apresentados na Tabela 1.
Todos os grupos tratados tanto com extrato de abacate, acerola e com o
fitoterpico naringina, apresentaram melhorias significativas no perfil decolesterol total em relao ao grupo doente no tratado, com exceo ao grupo
que recebeu dose de extrato de acerola 50 mg por kg de peso. Isso mostra a
importncia da utilizao desses compostos, uma vez que os mesmos so de
baixo custo de aquisio e no apresentam efeitos adversos como os frmacos
(TOLEDO et al., 2003).
A possvel razo que justifica que o grupo que recebeu 50 mg de extrato
de acerola por kg de peso no apresentou diferena significativa em relao aogrupo doente no tratado significa que nessa concentrao a quantidade de
compostos bioativos no foram suficientes na reduo do colesterol total
embora, sendo necessrio a concentrao maior de extrato para reduo.
De acordo com os resultados obtidos na tabela 1, os grupos que
receberam dose de 50 mg de extrato de acerola e os tratados com
atorvastatina apresentaram maiores nveis plasmticos de HDL. Esse fato
vantajoso, uma vez que HDL transporta colesterol da circulao para o fgado
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onde metabolizado e, assim, excretado, diminuindo os nveis plasmticos
do mesmo (SBC, 2007).
Os efeitos benficos ocorrem uma vez que os fitoesteris presentes em
todos os extratos e no fitoterpico Naringina competem com o colesterol no
momento da absoro intestinal, assim so capazes de reduzir a absoro de
colesterol e, consequentemente, a concentrao plasmtica do mesmo.
Tambm esse efeito pode ser atribudo a um aumento da expresso do
receptor da LDL no fgado (MIETTINEN; GYLLING, 1999; WESTER, 2000).
A reduo provocada pelas doses do extrato de abacate pode ocorrer
em funo da presena de cidos graxos monoinsaturados. Na frao
insaponificvel do leo esto presentes esteris, alcois, tocoferis e
carotenos. Em relao aos cidos graxos, destaca-se o cido olico, que tem
sido muito estudado, demonstrando efeitos significativos na preveno e
tratamento de doenas crnicas no transmissveis (SOARES;ITO, 2000).
Extratos de abacate tem nveis muito baixo de esqualeno e polifenis (OLIVOS,
2003).
O abacate rico em fitosteris e fitostanis que so steres de origem
vegetal com constituio qumica semelhante ao colesterol e possui atividade
anti-inflamatria, bactericida, fungicida, anticarcinognica e hipocolesterolmica
(LOTTENBERG et al.; 2002).
Em estudo realizados por Nwaoguikpe e Braide (2011) revelaram que o
extrato aquoso da semente de Persia americana(abacate) diminuiu os nveis
de colesteroal total, triglicrides e LDL no sangue de coelhos
Alvizouri et al. (1992) testaram o poder do abacate como fonte de cidos
graxos monoinsaturados em indivduos saudveis, e tiveram como resultado a
diminuio do colesterol total, LDL e TG em dietas com pouca gordurasaturada mais abacate (30% de gordura no total da energia da dieta das quais
75% so provenientes do abacate). O ponto negativo nas suas pesquisas foi
diminuio do HDL em indivduos que fizeram uso desta dieta o que corrobora
com o resultado da presente pesquisa.
A naringina possui a capacidade de remover radicais livres e de quelar
ctions divalentes. Tambm inibem a biossntese de eicosanides (resposta
antiprostanide e antiinflamatria), possuem a capacidade de evitar oxidao alipoprotena de baixa densidade (LDL) (previnem formao de placa
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aterosclertica), retardam a agregao plaquetria (efeitos antitrombticos) e
promovem relaxamento de msculo liso (efeito anti-hipertensivo e anti-
arrtmico) (COOK; SAMMANS, 1996; PELZER et al.; 1998).
A acerola, em funo da presena da vitamina C, que antioxidante,
promove a reduo do colesterol total. Estudos mostram que a vitamina C tem
efeito anti-inflamatrio e est intimamente ligada a reduo da disfuno
endotelial nas doenas cardiovasculares (WANNAMETHEE et al., 2006).
Mezadri et al. (2008) verificaram que a capacidade antioxidante de
extratos da polpa e suco de acerola foram superiores aos relatados em outros
sucos de fruta ricos em polifenis, como morango, uva e ma.
Entretanto, com relao a triacilglicerol os resultados mostraram que os
princpios ativos dos grupos testes no apresentaram mecanismos de ao
para atuarem na reduo deste parmetro.
O presente resultado corrobora aos achados de Lotemberg et al. (2002)
que mostra que o consumo de fitoesterol diminuiu o colesterol total como visto
nesse estudo, entretanto observa-se na tabela 1 que ocorre um aumento no
significativo de triacilglicerol em funo da ingesto de alguns extratos de
acerola 75 mg, naringina 25 mg e 50 mg. Ocorreu um aumento significativo na
concentrao de triacilgliceris na administrao dos extratos de abacate 50
mg e 75 mg e no extrato de acerola 50 mg, no entanto, esse aumento no
ultrapassa o limite permitido pelo tratado de animais silvestres (2006), o qual
preconiza uma variao de 26 a 145 mg/dL.
De acordo com os resultados obtidos na tabela 2 o grupo que recebeu
dose de extrato referente a 50 mg/ Kg de peso apresentou aumento
significativo de AST, ALT e fosfatase alcalina. Devem ser realizados novos
estudos para verificar este aumento, mesmo que discreto, visto que estesparmetros so eficientes marcadores de funo heptica. O AST uma
enzima presente em maior concentrao no interior da mitocndria, o ALT
uma enzima que possui maior concentrao no citoplasma, enquanto a
fosfatase alcalina esta localizada na membrana celular que une a borda
sinusoidal das clulas parenquimais aos canalculos biliares e a alterao
dessas organelas podem promover alteraes irreversveis na clula (BUSH,
2004; TRALL, 2007).
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Na tabela III, no grupo tratado com acerola 50 mg/kg ocorre o aumento
significativo nos nveis de glicose, esse aumento pode ser em funo desse
extrato ser rico em frutose. Esse acar pode ser captado pelas clulas do
fgado, onde convertida em glicose e principalmente em glicognio. Com isso,
a administrao de extrato na concentrao de 50 mg/dL deve ser monitorada,
uma vez que a neoglicogenese pode ocorrer o processo de sntese de lipdeo
(LEHNINGER, 2007).
Nos demais extratos no foram observados aumento significativo nos
nveis de glicose o que um resultado importante ao levar em considerao o
relatado no pargrafo anterior.
De acordo com os resultados obtidos na tabela III, o grupo que recebeu
extrato de acerola 50 mg/Kg de peso apresentou aumento significativo de cido
rico, ao passo que os demais no modificaram significativamente. O aumento
do cido rico pode ser em funo da hipertrigliceridemia, resultado que pode
ser observado na tabela 1 referente a este grupo. De acordo com TIETZ
(1994), dentre outras, comorbidades a hipertrigliceridemia est intimamente
ligada ao aumento de cido rico.
Deve-se ter maior estudo para indicao da dose de extrato referida
acima, uma vez que o aumento no nvel de cido rico pode acarretar entre
outras patologias insuficincia renal, insuficincia cardaca congestiva e gota
TIETZ (1994).
Com relao aos outros resultados no foram observados aumentos
significativos, sendo de grande relevncia, visto que a administrao dos
extratos no acarretam os efeitos citados acima.
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TABELA I Mdias de Colesterol (HDL) (mg/dL), Colesterol total (mg/dL), triacilgliceris (mg/dmachos avaliados aps 30 dias em diferentes tratamentos, e seus respectivos percengrupo 2 (Doente no tratado). Viosa, Minas Gerais, 2012.
Grupos Tratamentos
Colesterol
HDL (mg/dL)
% de
Variao
Colesterol total
(mg/dL)
% de
Varia
G1 No doente 44,17 a 5,6 79,67 b -40,83
G3 D + atorvastatina (1 mg/Kg) 61,00 b 45,8 105,00 b 15,5
G4 D + ext. abacate (50 mg/Kg) 42,17 a 0,8 112,00 b -8,5
G5 D + ext. abacate (75 mg/Kg) 40,83 a -2,4 97,67 b -22,83
G6 D + ext. acerola (50 mg/Kg) 62,00 b 48,2 198,17 a 77,67
G7 D + ext. acerola (75 mg/Kg) 39,83 a -4,8 114,33 b -6,17
G8 D + naringina (25 mg/Kg) 37,67 a -10 107,33 b -13,17
G9 D + naringina (50 mg/Kg) 41,50 a -0,8 198,33 b 77,83
G2 Doente no tratado 41,83 a 0 120,50 a 0
D = DoenteLetras iguais equivalem a tratamentos no diferentes pelo teste de Dunnett a 5% de significncia.
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TABELA II Mdias de Aspartato aminotransferase AST (mg/dL) e Alanina aminotransferase - ALde ratos machos avaliados aps 30 dias em diferentes tratamentos, e seus respectivorelao ao grupo 2 (Doente no tratado). Viosa, Minas Gerais, 2012.
Grupos Tratamentos AST (mg/dL) % deVariao
ALT (mg/dL) % deVariao
G1 No doente 183,33 a 40,1 46,17 a 13,5
G3 D + atorvastatina (1 mg/Kg) 139,33 a 6,5 43,00 a 5,7
G4 D + ext. abacate (50 mg/Kg) 113,33 a -13,4 48,00 a 18,0
G5 D + ext. abacate (75 mg/Kg) 183,83 a 40,5 54,67 a 34,4
G6 D + ext. acerola (50 mg/Kg) 218,33 b 66,9 71,33 b 75,4
G7 D + ext. acerola (75 mg/Kg) 113,50 a -13,2 42,67 a 4,9 G8 D + naringina (25 mg/Kg) 109,67 a -16,2 40,50 a -0,4
G9 D + naringina (50 mg/Kg) 151,17 a 15,5 42,17 a 3,7
G2 Doente no tratado 130,83 a 0,0 40,67 a 0,0
D = DoenteLetras iguais equivalem a tratamentos no diferentes pelo teste de Dunnett a 5% de significncia.
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TABELA III Mdias de Aspartato aminotransferase AST (mg/dL) e Alanina aminotransferase de ratos machos avaliados aps 30 dias em diferentes tratamentos, e seus respecrelao ao G2 (Doente no tratado). Viosa, Minas Gerais, 2012.
Grupos Tratamentos Glicose (mg/dL) % de Variao cido
G1 No doente 112,17 a -49,1
G3 D + atorvastatina (1 mg/Kg) 171,33 a -22,2
G4 D + ext. abacate (50 mg/Kg) 237,50 a 7,8
G5 D + ext. abacate (75 mg/Kg) 228,00 a 3,5
G6 D + ext. acerola (50 mg/Kg) 314,50 b 42,7
G7 D + ext. acerola (75 mg/Kg) 223,00 a 1,2
G8 D + naringina (25 mg/Kg) 216,17 a -1,9
G9 D + naringina (50 mg/Kg) 136,17 a -38,2
G2 Doente no tratado 220,33 a 0,0
D = DoenteLetras iguais equivalem a tratamentos no diferentes pelo teste de Dunnett
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6. CONCLUSO
Em resumo, este estudo conclui que os extratos reduzem a
hipercolesterolemia, no entanto, o extrato de acerola (50 mg/Kg de peso)
promoveu um aumento significativo dos nveis de colesterol o que requer mais
estudos para verificao da reprodutividade desse fenmeno e possveis
mecanismos. Em contrapartida, somente o referido extrato de acerola
promoveu aumento significativo de HDL-colesterol em comparao ao grupo
controle.
De modo geral em relao a AST, ALT, Fosfatase alcalina e glicemia
somente o grupo que recebeu extrato de acerola na dose de 50 mg/ Kg de
peso apresentou alterao significativa. Deve-se ter cautela na administrao
dessas doses, uma vez que alguns desses parmetros so indicadores de
toxicidade e a glicemia elevada pode induzir a o processo de aterogenese.
importante ressaltar que estudos posteriores so necessrios para
garantir a eficcia e segurana dos fitoterpicos.
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