Hospital Central de MaputoDepartamento de Pediatria
Serviço de Doenças InfeciosasMaternal HIV disclosure to young HIV-uninfected
children: an evaluation of a family-centredintervention in South Africa
Tamsen J. Rochata,b, Adriane X. Artechec, Alan Steind,e,Ntombizodumo Mkwanazif,g and Ruth M. Blandh,i,j
Apresentado por: Cristina Nhassengo
Journal Club
Titúlo:
Revelação diagnóstica de mães HIV positivas para
seus filhos não infectados : uma abordagem centrada
na intervenção da família, realizado na África do
Sul.
Autores:
Tamsen J. Rochata,b, Adriane X. Artechec, Alan
Steind, Ntombizodumo Mkwanazif,g and Ruth M.
Blandh,i,j
Sumário
Introdução
Objectivos
Tipo de Estudo
Métodos
Análise de dados
Resultados
Discussão
Conclusão
Introdução
A África subsaariana possui uma das maiores
populações de Pais infectados pelo HIV, a nível
global.
O acesso ao tratamento tem vindo a aumentar na
região, permitindo o crescimento do número de pais
infectados pelo HIV que estão sobrevivendo para
cuidar dos seus filhos (não infectados pelo HIV).
Introdução
A divulgação do estado serológico para o HIV tem
grandes benefícios:
a) De uma maneira geral permite a melhoria na saúde
mental tanto dos pais assim como dos filhos,
b) Aumento da adesão ao tratamento ,
c) Melhora a qualidade do relacionamento familiar,
d) Aumento da preparação para a criança para o futuro.
Introdução
A Intervenção "Amagugu" foi projetada para
configurações restritas de recursos e pilotada na
África.
Visava proporcionar às mães informações sobre as
necessidades da revelação diagnóstica e seus efeitos
sobre a relação mãe-filho, em particular e familiar
geral.
Objectivo
• Avaliar a 'Intervenção Amagugu‘ e seu o impacto na
saúde mental das mães e suas crianças não infectadas
pelo HIV.
Métodos
Tipo de estudo
Estudo transversal baseado em pré e pós avaliação
não controlada.
Contexto
O estudo foi realizado no Centro Africano para a
Saúde e Estudos Populacionais na África do Sul, de
junho de 2010 a junho de 2012.
A área de estudo é principalmente rural ou periurbana
e tem uma das maiores prevalências e incidência de
HIV baseada na população mundial.
Participantes
A intervenção foi realizada entre famílias Zulu na
área de vigilância demográfica do Centro de África.
Foram reconhecidas as mulheres seropositivas que
faziam parte do estudo de transmissão vertical (um
grande estudo realizado no Centro da África entre
2001 e 2006).
Participantes
Todas as mulheres foram testadas para o HIV durante
a gravidez e seus filhos foram seguidos durante 2
anos após o nascimento.
As mães haviam dado o consentimento de serem re-
contactadas no futuro e foram convidadas a participar.
Selecionadas crianças com idade compreendida entre
os 6 aos 10 anos.
Participantes
O consentimento informado foi obtido de cada
mulher em casa e aprovação ética obtida do Comitê
de Ética Bíbrica da Universidade de KwaZulu- Natal .
Participantes
Critérios de inclusão:
a) Habitar na área de estudo.
b) Crianças não infectadas pelo HIV no momento da
inscrição.
c) Avaliação prévia do estado de saúde mental.
Intervenção
A intervenção incluiu seis sessões de conselhos
estruturados, cada uma concebida com conteúdo
específico, atividades e materiais, entregue por um
conselheiro leigo às mães.
Foram realizadas seis sessões com a mães em casa e
forneceu-se material impresso e activiadades
amigáveis para apoiar a revelação adequada à idade.
Intervenção
Não houve intervenção direta com crianças e as mães
forão apoiadas para realizar a revelação de forma
independente.
Indicadores
A avaliação pré e pós-intervenção foi usada para explicara viabilidade desta abordagem neste contexto ruralafricano.
O indicador primário desta pesquisa foi a revelaçãodiagnóstica (total, parcial ou nenhuma). Avaliado com uma entrevista com a mãe depois da quarta sessão
Os indicadores secundários incluiram a avaliação dasaúde mental materna e infantil. Avaliados com questionários administrados as mães (GHQ12) e
as crianças (CBCL) pre e pos-intervenção
Indicadores
Antes da primeira sessão foram avaliadas as
variáveis sociodemográficas, a divulgação do
seroestado para seus parceiros, outros adultos e
filhos.
Após a sessão 4 e antes da sessão 5, uma entrevista
estruturada foi utilizada para saber se a mãe havia
revelado "parcial", "totalmente" ou não.
Análise dos Dados
Análise de dados foi feita usando um modelo uni emultivariado dos fatores associados com a revelaçãocompleta.
Feita avaliação das reações das crianças.
Fez-se a avaliação do impacto desta intervenção nasaúde mental das mães e das crianças envolvidas.
Resultados
Resultados
319 mulheres foram elegíveis para participar, das
quais 91% concordaram em se inscrever .
No final, apenas 281 participantes continuaram no
estudo.
Fig.1: Diagrama representativo das mulheres
inseridas no estudo
Fig.1: Diagrama representativo das mulheres
inseridas no estudo
Total de mães seropositivas com filhos negativos após 2 anos de seguimento
(525)
Excluídas: 150
*mulheres mortas 73
*crianças mortas 5
*não encontradas 14
*fora da área 58Participantes 375
Elegíveis 319 Não elegíveis 56
• Filho doente 2
• Mãe/filho
separados 22
• Mãe que nega
seu seroestado 7
• Não avaliavel
25
Desistiram 28291
281
*perda de interresse
*medo do estigma
*viagem para longe da
área de estudo
Tabela 1: Características maternas e das
crianças/tipo de revelação
Resultados
A maioria das mães haviam cumprido pelo menos um
ensino secundário, estavam desempregadas e sem
uma fonte regular de renda.
Estavam em boa parte com boa saúde.
A maioria das mães relataram estar em uma parceria
atual (42%).
Resultados
Das 255 mães que não haviam divulgado
anteriormente, mais de metade declarou ter nenhuma
intenção de revelar a criança, uma vez que
considerava que esta era muito jovem para entender o
diagnóstico, a divulgação teria um impacto
emocional negativo ou porque filho poderia contar
aos outros fora da família.
Mas todas fizeram pelo menos revelação parcial depois da
intervenção
Tabela 2: Características dos parceiros/tipo de
revelação
Resultados
O status de parceria de uma mãe aumentou
significativamente as chances de divulgação.
Tabela 3: Reação dos filhos/tipo de revelação
Resultados
A maioria das reações dos filhos à revelação foi
relatada pela mãe como “tranquila”,
independentemente de a divulgação ser ou não
parcial.
Os filhos cujas mães revelaram “totalmente” eram
significativamente mais propensos a reagir 'surpreso'
e menos propensos a reagir 'confundido'.
Resultados
As crianças faziam perguntas sobre a natureza da
doença, transmissão e tratamento do HIV após a
divulgação e sobre a possibilidade de doença materna
e morte.
As crianças que estavam "totalmente" reveladas
apresentaram uma maior probabilidade de fazer
perguntas sobre a possibilidade de morte materna.
Resultados
Exemplos de perguntas feitas pelas crianças:
a) Porque você não está doente ou morto?
b) Porque você é tão bonito?
c) Quanto tempo você vai sobreviver?
d) Devo chorar porque você vai morrer em breve?
e) Como você sobrevive se todas as pessoas que sofrem deHIV morrem?
f) Você ainda vai ficar doente?
g) Se você morrer de HIV, quem vai cuidar de nós?
h) Os medicamentos fazem você viver muito tempo, mãe?
Resultados – Saúde Mental
Materna
Houve uma melhoria significativa nos scores do
questionário GHQ12 pos-intervenção
Infantil
Houve interação significativa entre o tipo de divulgação e a
saúde mental infantil.
Houve também reduções significativas em síndromes
ansiosas, depressivas e agressivas por parte das crianças.
Discussão
Discussão
Esta intervenção estruturada foi eficaz para ajudar as
mães envolvidas a divulgar o seu seroestado aos seus
filhos de 6 a 10 anos.
As taxas de revelação "completa" do HIV são
altamente elevadas quando comparadas à pesquisa
existente até a data deste estudo.
Discussão
Esses resultados sugerem que, com um apoio
estruturado limitado, as mães estão dispostas e
capazes de divulgar seu status de HIV para as
crianças não infectadas, conforme recomendado nas
diretrizes da OMS.
Discussão
Descobriu-se que a divulgação do HIV para essas
crianças mais novas parecia estar associada com
benefícios para a saúde mental das mesmas, uma vez
que a maioria das crianças mostrou melhorias na
saúde mental após a intervenção, independentemente
do tipo de divulgação.
Discussão
Esta intervenção centrou-se em capacitar as mães
para educar, apoiar e brincar com seus filhos, e
aumentar a qualidade da sua relação e comunicação
em família, em geral, e sobre o HIV em particular.
Conclusão
A revelação precoce tem benefícios práticos e
psicológicos para as crianças.
A idade e o sexo das crianças podem influenciar os
níveis e as taxas de revelação.
O relacionamento da mãe com o parceiro pareceu
desempenhar um papel importante em sua decisão de
divulgar "totalmente" ou “parcialmente” para o filho.
Conclusão
A participação das mulheres no estudo de transmissão
vertical pode ter influenciado a sua decisão de
revelação.
Limitações do estudo
As limitações éticas impediram a entrevista direta de
crianças nesta pesquisa.
Além disso, uma das limitações na literatura atual
sobre divulgação de HIV materno para crianças é a
exclusão destas na investigação e a dependência de
relatórios maternos, com algumas evidências
sugerindo que os relatórios das crianças sobre as
experiências podem diferir dos de suas mães.
Limitações do estudo
A limitação mais importante dessa pesquisa foi o
facto de esta não ter um grupo de controle.
Além disso, não foi possível verificar
inequivocamente se os efeitos observados na saúde
mental infantil foram as consequências da divulgação
ou mudanças na relação entre mãe e filho.
Como aplicar esta
experiência no nosso
meio???