Download - Introducao Sobre Classificacao e Certifi
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
1/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
1
PROJETO: “IMPLANTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DE LABORATÓRIO DEGESTÃO DE OPERAÇÕES E DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DA INDÚSTRIADE CONSTRUÇÃO NAVAL”
PR-011 PROTRAN - Programa Tecnológico da TranspetroConvênio FINEP: 01.05.0931.00
Instituições Participantes: Universidade de São Paulo/ Universidade Estadual deCampinas/ Universidade Federal de Pernambuco/Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UniversidadeFederal de Uberlândia/ Instituto de PesquisasTecnológicas do Estado de São Paulo
DOCUMENTO: INTRODUÇÃO SOBRE CLASSIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃONAVAIS
Julho 2008
Coordenador Geral: Prof. Marcos Pinto – EPUSP-PNV - Coordenador Transpetro: Eng. Nilton GonçalvesResponsáveis: EPUSP-PNV – Prof. Bernardo de Andrade, Dr. Gerson Machado, e Dr Emerson Colin;EPUSP–PRO Prof. João Furtado; UNICAMP-NEIT – Prof. Luciano Coutinho e Prof. Rodrigo Sabbatini;EFPE-DEA – Prof. Marcos Primo; UFRJ-IE – Prof. David Kupfer; IPT – Dr. James Waiss
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
2/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
2
O presente estudo faz parte do projeto Implantação e Consolidação de Laboratório de Gestão deOperações e da Cadeia de Suprimentos da Indústria de Construção Naval , conduzido por encomenda da
Transpetro à FINEP.O conjunto total de trabalhos produzidos dentro do projeto vai encontrando-se disponível no site
www.cegn.org.br tão logo sejam finalizados e compreende os seguintes relatórios:
FASE 1 – Projeto 0: Mercado de Construção Naval e Políticas Publicas1. Avaliação das forças atuantes na indústria – Prof. Luciano Coutinho, Prof. Rodrigo Sabbatini
(UNICAMP-NEIT)2. Oferta mundial e brasileira – Dr Emerson Colin (Verax Consultoria), Prof. Marcos Pinto,
Guilherme Gattaz, Daniel Akao, Guilherme Duarte, David Goldberg, João Stefano, HenriqueDias (EPUSP-PNV)
3. Determinação da demanda e do tamanho do mercado por tipos de navios- Prof. LucianoCoutinho, Prof. Rodrigo Sabbatini (UNICAMP-NEIT), Prof. Marcelo Silva Pinho (UFSCAR) eProf. André Villela (FGV-SP)
4. Avaliação do perfil de produção naval dos principais estaleiros do mundo – Dr Emerson Colin
(Verax Consultoria), Dr. Gerson Machado (Sólido Consultoria), Prof. Marcos Pinto, Eng. AryOliveira, Guilherme Gattaz, Daniel Akao, Guilherme Duarte, Henrique Dias, João Stefano(EPUSP-PNV)
5. Avaliação da lucratividade dos principais estaleiros do mundo – Dr. Emerson Colin (VeraxConsultoria), Guilherme Gattaz, Daniel Akao, Guilherme Duarte, Henrique Dias, João Stefano(EPUSP-PNV)
6. Avaliação de políticas públicas mundiais e modelo adequado ao Brasil - Prof. Luciano Coutinho,Prof. Rodrigo Sabbatini (UNICAMP-NEIT), Prof. David Kupfer (UFRJ)
7. Avaliação de nichos de mercado potencialmente atrativos ao Brasil - Dr Emerson Colin (VeraxConsultoria), Prof. Marcos Pinto, Guilherme Gattaz, Daniel Akao, Guilherme Duarte, HenriqueDias, João Stefano (EPUSP-PNV)
FASE 2 – Projeto 1: Preenchendo as Lacunas de Produtividade1. Estratégia de produção – Prof. Bernardo Andrade (EPUSP-PNV), Dr. Gerson Machado (Sólido
Consultoria), Eng. Ary Oliveira, Bruno Stupello, Marcos Losito, Oddone Freitas, Guilherme
Botas (EPUSP-PNV)2. Estrutura física e organizacional ideal aos estaleiros brasileiros– Dr. James Waiss , Dr RicardoAtman (IPT-SP)
3. Gestão de processos da construção naval– Dr Emerson Colin (Verax Consultoria), Prof. MarcosPinto (EPUSP-PNV)
4. Plano de implementação em estaleiro parceiro – Dr. Gerson Machado (Sólido Consultoria), DrEmerson Colin (Verax Consultoria), Prof. Marcos Pinto, Prof. Bernardo Andrade, eng. AryOliveira, Bruno Stupello, Marcos Losito, Oddone Freitas, Guilherme Botas,Julio Favarin,Murilo Ferraz, Alfonso Gallardo, César Camelli, Guilherme Gattaz, Henrique Dias, DanielAkao, Guilherme Duarte, João Stefano, Valdir Lopes, David Goldberg (EPUSP-PNV)
FASE 2 – Projeto 2: Promovendo o Desenvolvimento da Cadeia de Suprimentos.1. Práticas funcionais usuais – Prof. Marcos Primo (UFPE), Adriane Queiroz (EPUSP-PNV)2. Benchmarks específicos e melhores práticas - Prof. Luciano Coutinho, Prof. Rodrigo Sabbatini
(UNICAMP-NEIT)
3. Separação por classes de sistemas - Prof. Luciano Coutinho, Prof. Rodrigo Sabbatini(UNICAMP-NEIT), Prof. Germano Mendes de Paula e Prof. Clésio Xavier (UFU)4. Vantagem competitiva em cada classe - Prof. Luciano Coutinho, Prof. Rodrigo Sabbatini
(UNICAMP-NEIT), Prof. Germano Mendes de Paula e Prof. Clésio Xavier (UFU)5. Opções estratégicas - Prof. Luciano Coutinho, Prof. Rodrigo Sabbatini (UNICAMP-NEIT)6. Plano de implementação em estaleiro parceiro - Dr. Gerson Machado (Sólido Consultoria), Dr
Emerson Colin (Verax Consultoria), Prof. Marcos Pinto, Prof. Bernardo Andrade, Eng. AryOliveira, Guilherme Gattaz, Henrique Dias, Daniel Akao, Guilherme Duarte, João Stefano(EPUSP-PNV)
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
3/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
3
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4
2.
DEFINIÇÕES PRELIMINARES .......................................................................................... 6
3.
DEMANDAS E REQUISITOS DA TRANSPETRO ........................................................... 7
4.
OS PROCESSOS DE CLASSIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO......................................... 9
4.1
O PASSO A PASSO DA CLASSIFICAÇÃO .................................................................. ................ 9
4.2.
O PASSO A PASSO DA CERTIFICAÇÃO ...................................... ........................................... 12
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
4/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
4
1. Introdução
A indústria de construção naval no Brasil apresenta os primeiros sinais de sua retomada,
com volumes crescentes de produção e novas encomendas de armadores nacionais.
Paulatinamente, os estaleiros estão recompondo suas carteiras e investimentos estão
sendo anunciados em todo o país.
A década de 70 foi um período intenso para a indústria naval brasileira. Não apenas os
estaleiros estavam produzindo à sua capacidade máxima, mas também havia se criado
uma cadeia de fornecedores no país. A decadência desta indústria no mundo, que se
arrastou por toda a década de 80, contaminou drasticamente as empresas brasileiras,
ambos estaleiros e fornecedores. Os poucos fabricantes de equipamentos que sobraram
tiveram que reduzir seu tamanho e buscar outros setores de atuação. Não havia mais
escala para se produzir quase nada no Brasil.
Foi somente no final da década de 90 que a construção naval voltou a ter papel importante
como provedora de plataformas e embarcações de apoio para o setor de petróleo e gás.
Hoje, somam-se a esta demanda novas encomendas de navios mercantes para a frota
brasileira.
Dentre as demandas para os estaleiros nacionais pode-se citar: os 46 navios do PROMEF,
146 embarcações de apoio offshore, 28 navios-sonda, entre 30 e 40 plataformas (inclui
encomendas atuais e pré-sal em um horizonte de 10 anos), 32 navios-patrulha para a
Marinha, 5 porta-contêineres (Log-in), 2 VLCCs (Noroil), e outras encomendas de
armadores internacionais (PDVSA e Gypsium), cabotagem (Alinança) e rebocadores
portuários (até 40 serão necessários nos próximos anos).
O cenário também se mostra tão oportuno para os fornecedores de navipeças, entretando,
o volume de negócios associado a fabricantes nacionais ainda é baixo. As duas décadas
em que a atividade no setor foi pouco significativa fez com que as demandas
remanescentes de peças de reposição e manutenção fossem naturalmente absorvidas por
empresas estrangeiras, que nos últimos anos passaram também a fornecer para novas
obras.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
5/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
5
Atualmente, o sistema de compras dos armadores e dos estaleiros está formatado para
direcionar automaticamente seus pedidos a fabricantes estrangeiros e não mais enxerga osfornecedores nacionais. Além disso, na visão desses compradores, as empresas brasileiras
ainda não atingiram um nível de competitividade e de padrões de qualidade
internacionais, e por isso, as exigências para se comprar localmente são maiores.
Para ser capaz de capturar este valor a navipeças nacional precisa recuperar seu prestígio
junto à indústria naval. Neste contexto, as certificações de processos e as classificações de
produtos exercem papel fundamental para que essa indústria não fique ao largo da
retomada da construção naval no Brasil.
O presente documento foi elaborado pelo Centro de Estudos em Gestão Naval e está
inserido num estudo amplo sobre a Cadeia de Suprimentos da Indústria Naval Brasileira,
cujos objetivos são compreender os entraves desse setor, propor soluções e delinear uma
estratégia competitiva para as empresas brasileiras. Aqui são apresentados os processos
de certificação e classificação exigidos pelos compradores aos fornecedores de máquinas
e equipamentos interessados em participar do mercado de construção naval.
A proposta deste trabalho é informar e esclarecer fornecedores e compradores acerca dos processos de certificação e classificação (destrinchando suas diferenças e procedimentos),
bem como sobre o processo de compras de armadores e estaleiros, contribuindo assim
para o melhor entendimento dos envolvidos nesse setor.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
6/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
6
2. Definições Preliminares
Garantir as condições de segurança e funcionalidade na operação dos equipamentos e
sistemas de uma embarcação passa pelos processos de certificação e classificação. Esses
processos são realizados por instituições independentes, denominadas Sociedades
Classificadoras e Entidades Certificadoras e ambos têm como objetivo padronizar a
produção de peças e equipamentos ou os processos de gestão para garantir a qualidade e
segurança no uso do que é produzido.
De maneira geral, existem duas diferenças básicas e importantes entre esses
procedimentos:
• A classificação é sempre feita com base em normas próprias pré-estabelecidas
pelas Sociedades Classificadoras. Além disso, esse processo subentende que o
produto será constantemente avaliado pela própria Sociedade Classificadora, de
maneira a garantir as condições mínimas de funcionamento, qualidade e segurança
exigidas pelas suas regras;
• A certificação é realizada a partir padrões escolhidos pelo cliente, como por
exemplo as regras da ISOi ou até mesmo regras e procedimentos próprios, mais ou
menos rígidos que os usuais de mercado. Entretanto, a certificação é um processo
de padronização que não garante que os padrões estabelecidos serão
continuamente verificados, ou seja, quando uma empresa obtém uma certificação,
deve, por si só, garantir que a qualidade seja mantida ao longo do tempo.
i ISO: Organização Internacional para Padronização (sigla, em inglês, de International Organization forStandardization ).
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
7/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
7
3. Demandas e Requisitos da Transpetro
A Transpetro pode comprar equipamentos e insumos diretamente dos fornecedores ou
contratar uma empresa para fazê-lo por ela, de acordo com sua conveniência e o valor
envolvido nas licitações. Em um ou outro caso, a Transpetro é extremamente rigorosa no
que tange a segurança da embarcação, dos embarcados, empregados a bordo ou não e do
meio ambiente. Assim, as demandas que surgem devem obedecer aos requisitos de
qualidade e segurança em todos os processos envolvidos.
Do fornecedor, por exemplo, exige os certificados de todos os equipamentos, emitido
pelos respectivos fabricantes. Com relação a um ponto específico, como o caso de
equipamentos elétricos instalados em locais ditos perigosos ou com alto potencial de
acidentes, exige-se o Certificado de Conformidade para o INMETRO ou outra instituição
certificadora credenciada.
Quando o objeto do contrato é uma embarcação nova, a ser construída, o processo
licitatório determina que o projeto do navio deve assegurar que os equipamentos,
instalações e sistemas de bordo devem ser projetados, fabricados, montados e testados a
partir dos requisitos SMSii
da Petrobras, além das recomendações usuais próprias de cadafabricante. Além disso, a empresa contratada para desenvolver o projeto (normalmente
denominada simplesmente de vendedor) deve enviar à Transpetro os Planos de Qualidade
e SMS do projeto desenvolvido, respeitando as regras da ISO9001, ISO14001,
OHSAS18001 e Diretrizes Corporativas de SMS. Concomitantemente, as regras
específicas, regulamentos, normas e convenções (como a SOLAS, a IMO, as NORMAM,
etc.), inerentes à área naval, também devem ser rigorosamente seguidas.
Como será visto no Capítulo 4, o primeiro passo para a classificação ou certificação é acontratação da empresa independente que efetuará o acompanhamento necessário dos
processos envolvidos. Exige-se, a princípio, que o armador contrate a Sociedade
ii Segurança, meio ambiente e saúde.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
8/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
8
Classificadora. No caso de um processo de compras da Transpetro, cabe ao vendedor
exercer essa escolha, desde que se satisfaçam duas condições: a SC deve manter escritóriono Brasil e possuir mais de 3%, em unidades, da frota mundial ou do número de navios
encomendados ou em construção.
A classificação do navio envolve seu casco, equipamentos, máquinas, aparelhos,
acessórios e instalações, para os quais devem ser aplicadas as normas para navios
operando sob bandeira brasileira, da Sociedade Classificadora escolhida. Além disso, os
testes de fábrica, realizados in loco na unidade fabril que produzirá equipamentos
considerados mais importantes dentro do navio, devem ser acompanhados pelo vendedor,que deverá avisar a Transpetro, com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência, a data,
horário e local desses testes. Um representante da Transpetro, ao seu critério, pode
acompanhar os testes realizados. Os motores de combustão principal e auxiliares são
exemplos de máquinas que passam obrigatoriamente por esse tipo de avaliação.
Com relação ao seu papel como armador, a Transpetro publica suas exigências e
demandas com relação ao produto final do projeto (navio ou frota), de acordo com seu
interesse e necessidade. Dentre as exigências que são feitas, a Transpetro requisita que os
equipamentos pertençam à linha atual do fabricante e tenha características técnicas e de
segurança iguais ou superiores às especificadas pó ela. Além disso, quando se trata dos
chamados equipamentos principais (motor de combustão principal, caldeiras, bombas de
carga, bombas de lastro, sistema de gás inerte, máquina do leme, etc.), os fabricantes
devem aprovar os diagramas e desenhos de instalação feitos pelo vendedor, até cinco dias
antes do início da fase de comissionamentoiii.
iii Entre a montagem e a operação comercial de um navio, há um conjunto de atividades que devem serrealizadas, com o objetivo de levar a embarcação ao regime normal de operação. Esta é a fase decomissionamento, que compreende as atividades de inspeções, testes, calibrações, partida, operação preliminardos sistemas auxiliares e principais.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
9/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
9
4. Os processos de Classificação e Certi ficação
Os processos envolvidos na classificação e na certificação possuem semelhanças e
diferenças entre si, mantendo suas particularidades que serão descritas nas duas próximas
seções.
4.1 O passo a passo da Classificação
Entrega e
Operação
Entrega eEntrega e
OperaOperaççãoãoEmissão dos
Certificados
Emissão dosEmissão d os
CertificadosCertificadosConstruçãoConstruConstruççãoão
Cálculos e
Checagens
CCáálculos elculos e
ChecagensChecagens
Envio de
informações e
documentos
para a SC
Envio deEnvio de
informainformaçções eões e
documentosdocumentos
para a SCpara a SC
Contratação
da SC
ContrataContrataççãoão
da SCda SC
Figura 1: Passo a passo da classificação
De maneira geral, a classificação consiste nos seguintes passos:
Passo1: O armador contrata a Sociedade Classificadora (SC).
Esse primeiro ponto é uma regra da Marinha do Brasil, conhecida como NORMAM iv 04,
estabelecida pela DPCv. Além disso, cabe destacar que, segundo a SOBENAvi, existem no
Brasil dez SC habilitadas para as atividades de classificação. Por outro lado, a NORMAM
06 reconhece, atualmente, a competência de apenas seis dessas SC a classificarem
embarcações para transporte de longo percurso (Tabela 1).
iv Normas da autoridade marítima.v Diretoria de Portos e Costas.vi Sociedade Brasileira de Engenharia Naval.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
10/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
10
Tabela 1: Sociedades Classificadoras com competências para atuação no Brasilvii
Sigla Nome da classificadora Origem
ABS* American Bureau of Shipping EUA
BC* Bureau Colombo Brasil
BV* Bureau Veritas França
DNV* Det Norske Veritas Noruega
GL* Germanischer Lloyd Alemanha
LR* Lloyd's Register Inglaterra
Forecastle Cons. Téc. Rep. Mar.Ltda Brasil
Inspect Cons. E Peritagem Ltda Brasil
NK Nippon Kaiji Kyokai do Brasil Japão
RBNARegistro Brasileiro de Navios e Aeronaves Brasil
RINA Rina Brasil Serviços Técnicos Ltda Brasil
Passo 2: A empresa de projetos do armador envia ao departamento de Engenharia da SC
todos os planos da embarcação para que possam ser avaliados e passem por análise
rigorosa de aprovação.
Passo 3: Os engenheiros refazem, então, todos os cálculos e checam todos os planos e
documentos, buscando conformidade dos mesmos com o as regras internas da SC e as NORMAN.
Passo 4: Após a aprovação desses planos, uma equipe de vistoriadores da SC passa a
acompanhar a embarcação para realização de testes e checagem da conformidade da
mesma com os planos enviados.
Passo 5: Concluído o passo anterior com sucesso, são emitidos os Certificados de Classe
e Estatutários para a embarcação em questão.
Os certificados de Classe e Estatutários atestam a qualidade total e a segurança da
embarcação. A credibilidade da classificadora emissora dos certificados está diretamente
vii As SC marcadas com * são aquelas autorizadas a classificarem embarcações para transporte de longocurso.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
11/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
11
relacionada com a aceitação dos certificados pelas seguradoras, transportadoras,
Autoridades Marítimas e usuários finais. Após a emissão dos certificados, a embarcaçãoentra no regime de manutenção de classe, com vistorias anuais. Ao final da validade dos
certificados, que tipicamente varia de 3 anos a 5 anos, é efetuada uma vistoria completa
de renovação dos mesmos.
Além disso, para que uma embarcação possa navegar em território brasileiro, esta deve
possuir os seguintes certificados:
• Certificado de classe: corresponde ao certificado emitido por uma Sociedade
Classificadora para atestar que a embarcação atende às suas regras, no que for
cabível à classe selecionada;
• Certificados estatutários: são os certificados previstos pelas NORMAM e pelas
Convenções Internacionais ratificadas pelo Governo Brasileiro;
• Certificado de Segurança da Navegação (CSN): é o certificado emitido para
uma embarcação para atestar que as vistorias previstas nestas Normas foram
realizadas nos prazos previstos.
As vistorias que são realizadas na embarcação podem ser divididas nos seguintes tipos:
• Vistorias em embarcações em construção: esse trabalho é feito em tempo real,
in loco, por engenheiros da SC, a fim de garantir a qualidade total em todos os
processos e etapas da construção, de modo a garantir que todas as normas estão
sendo seguidas;
•
Vistorias em embarcação em operação: durante a operação da embarcação,novas vistorias devem ser feitas para garantir a qualidade e segurança da
navegação. Normalmente são realizadas anualmente, em datas pré-programadas.
Como a embarcação pode, em geral, estar em qualquer parte do planeta, SC que
possuem escritórios espalhados pelo mundo levam vantagem no processo de
escolha realizado pelo armador. Segundo a IACS, 90% das classificações de
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
12/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
12
navios mercantes são realizadas por apenas onze SC, sendo que dez dessas são
seus membros-fundadores e apenas uma é membro-associado;
• Controle de qualidade de equipamentos e insumos: a qualidade e segurança da
embarcação como um todo depende do controle de qualidade que é feito com o
material utilizado na construção e dos equipamentos utilizados a bordo. Por isso,
tudo o que é utilizado na embarcação, como insumos, peças, equipamentos e
sistemas devem ser verificados pela SC;
• Manutenção de classe: como já foi citado, após o sucesso das etapas inerentes à
classificação, a embarcação passa a operar em regime de manutenção de classe. É
aqui que entram as vistorias anuais e vistoria de renovação de classe, que visam
garantir a manutenção da qualidade da embarcação, bem como a prevenção dos
riscos inerentes à navegação durante a vida útil da mesma.
4.2. O passo a passo da Certi ficação
Um processo de certificação pode ser feito por uma Sociedade Classificadora ou uma
Entidade Certificadora, desde que sejam organizações independentes que possam
assegurar qualidade, propósito, desempenho e baixo impacto ambiental do produto, linha
de produção ou sistema de gestão que se quer certificar. Cabe ao cliente escolher a norma
pela qual deseja ser classificado, que pode ser um conjunto de regras e procedimentos
próprios ou já descritos por alguma organização. Exemplos deste último tipo são as
ISO9001 (modelo de gestão de qualidade), ISO14001 (diretrizes para gestão ambiental
dentro de empresas) e OHSASviii18001 (sistema de gestão com foco na saúde e segurança
ocupacional).
Existem, basicamente, quatro tipos de certificação: de produto, de linha de produção, de
pessoa ou de sistema de gestão. Eles serão explicitados a seguir:
viii OHSAS é a sigla para Occupational Health and Safety Assessment Series, ou ainda, Série de Avaliação
de Saúde e Segurança Ocupacional.
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
13/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
13
• Certificação de produto
A certificação por produto é uma modalidade na qual apenas a unidade produzida recebe
a certificação. Esse tipo de processo é o que ocorre, normalmente, quando o que é
produzido é customizado ou com baixa escala de produção. O processo de uma
certificação de uma unidade pode ser resumido em três passos:
Emissão de
Certificado
para a unidade
Emissão deEmissão de
CertificadoCertificado
para a unidadepara a unidade
Inspeções e
testes na
unidade
fabricada
InspeInspeçções eões e
testes natestes na
unidadeunidade
fabricadafabricada
Anál ise do
projeto e
verificação
dos cálculos
An Anáálise dolise do
projeto eprojeto e
verificaverificaççãoão
dos cdos cáálculoslculos
Contratação
da SC
ContrataContrataççãoão
da SCda SC
Figura 2: Passo a passo da certificação de produto
Passo 1: O fabricante envia o projeto da unidade para cálculo e verificação dos
engenheiros do departamento de análise de planos da SC.
Passo 2: Os vistoriadores da SC fazem inspeções e testes na unidade para aferir
conformidade com seu projeto.
Passo 3: A SC emite certificado atestando a qualidade da unidade.
Além disso, a certificação de um produto pode ser feita a partir de vários modelos
distintos, dependendo do nível de exigência e requerimentos que se espera que a unidade
satisfaça. Esses tipos de certificação de produto mais comuns são:
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
14/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
14
Modelo Descrição
(1) Ensaio de Tipo Fornece uma comprovação de conformidadede um item de um produto, em um dado
momento. É uma operação de ensaio, única
no seu gênero, efetuada de uma só vez,
limitando aí os seus efeitos.
(2) Ensaio (1) seguido de verificação através
de ensaio de amostras retiradas no comércio
Modelo baseado no ensaio de tipo mas
combinado com ações posteriores para
verificar se a produção continua sendo
conforme. Essas ações compreendem
ensaios em amostras retiradas no comércio.
(3) Ensaio (2) seguido de verificação atravésde ensaio em amostras retiradas no fabricante
Baseado no ensaio de tipo, porém combinadocom intervenções posteriores para verificar se
a produção continua sendo conforme.
Compreende ensaios em amostras tomadas
na própria fábrica.
(4) Ensaio (2) + Ensaio (3) Combina os modelos 2 e 3, tomando
amostras para ensaios tanto no comércio
quanto na própria fábrica.
(5) Ensaio (4) + Avaliação e Aprovação do
Sistema da Qualidade do Fabricante e
acompanhamento através de auditorias no
fabricante
Baseado também no ensaio de tipo, mas
acompanhado de avaliação das medidas
tomadas pelo fabricante para o Sistema de
Gestão da Qualidade de sua produção,
seguido de um acompanhamento regular, por
meio de auditorias, do controle da qualidade
da fábrica e de ensaios de verificação em
amostras tomadas no comércio e na fábrica.
Este é o modelo mais utilizado no Sistema
Brasileiro de Avaliação da Conformidade –
SBAC e proporciona um sistema credível e
completo de avaliação da conformidade deuma produção em série e em grande escala.
(6) Avaliação e aprovação do Sistema da
Qualidade do fabricante
É um modelo no qual se avalia a capacidade
de uma indústria para fabricar um produto
customizado, mas não a conformidade do
produto final.
(7) Ensaio de Lote Nesse modelo, submete-se a ensaios
amostras tomadas de um lote do produto,
emitindo-se, a partir dos resultados, uma
avaliação sobre a conformidade a uma dada
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
15/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
15
Uma certificação de unidade individual não garante que outro produto feito de maneira
idêntica receba a certificação. Para que isso ocorra, a nova unidade produzida deve sertambém certificada ou, caso seja de interesse da empresa, o processo em si pode ser
classificado, como mostrado no próximo item.
• Certificação de linha de produção (ou “Type Apprvoal”)
Quando existe interesse do cliente por certificar seu processo de produção, ou o fator de
escala exigir, pode-se realizar a certificação do tipo type approval, que segue os seguintes
passos:
Emissão de
Certificado
para a unidade
fabril em
questão
Emissão deEmissão de
CertificadoCertificado
para a unidadepara a unidade
fabril emfabril em
questãoquestão
Realização
de testes em
uma unidade
protótipo
RealizaRealizaççãoão
de testes emde testes em
uma unidadeuma unidade
protprotóótipotipo
Vistoria na
unidade fabril
para
verificação do
processo
Vistoria naVistoria na
unidade fabrilunidade fabril
parapara
verificaverificaçção doão do
processoprocesso
Análise do
projeto e
manuais de
procedimento
e qualidade
An Anáálise dolise do
projeto eprojeto e
manuais demanuais de
procedimentoprocedimento
e qualidadee qualidade
Contratação
da SC
ContrataContrataççãoão
da SCda SC
Figura 3: Passo a passo da certificação de linha de produção
Passo 1: A SC recebe o projeto da unidade e os manuais de procedimentos e de
controle de qualidade para análise dos engenheiros.
Passo 2: É realizada vistoria na unidade fabril para atestar controle do processo e
controle de qualidade na fabricação.
Passo 3: São realizados testes em uma unidade-protótipo para aferir conformidade
com seu projeto.
Passo 4: A SC emite certificado atestando a qualidade da linha do produto daquela
unidade fabril especificamente.
• Certificação de pessoa
A certificação de pessoas avalia as habilidades e os conhecimentos de algumas ocupações
profissionais, e pode incluir, entre outras, as seguintes exigências:
Formação: exigência de certo nível de escolaridade visa assegurar nível de capacitação;
-
8/16/2019 Introducao Sobre Classificacao e Certifi
16/16
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Departamento de Engenharia Naval e Oceânica
Av. Prof. Mello Moraes, 2231 – 05508-030 – São Paulo – SP – BRASIL
TEL.: 55 11 3091-5340/5441 – FAX: 55 11 3091 5717
16
Experiênciaprofissional
Experiênciaprofissional
Habilidade econhecimentos
teóricospráticos
Habilidade econhecimentos
teóricospráticos
FormaçãoFormação
ProfissionalProfissionalProfissional
Experiênciaprofissional
Experiênciaprofissional
Habilidade econhecimentos
teóricospráticos
Habilidade econhecimentos
teóricospráticos
FormaçãoFormação
ProfissionalProfissionalProfissional
Figura 4: requisites para classificação de profissional
Experiência Profissional: experiência prática em setor específico, o que permite maior
compreensão dos processos envolvidos e identificação rápida das oportunidades de
melhorias;
Habilidades e conhecimentos teóricos e práticos: capacidade de execução, essencial para
atuar e desenvolver-se na atividade.
No Brasil, são certificados os inspetores de soldagem (particularmente no setor naval), os
inspetores de ensaios não destrutivos e os auditores de sistemas da qualidade.
• Certificação de sistema de gestão
É a modalidade mais conhecida de certificação e normalmente é realizada a partir de
normas bem difundidas como as já citadas da ISO e OHSAS, além de outras mais
específicas como QS9000 e AVSQ94, específicas da indústria automobilística.
Esse tipo de certificação tem um tempo de implementação que pode variar de dias a
meses e visa a estabelecer procedimentos a serem seguidos por toda a organização de
maneira que a qualidade dos serviços e produtos seja sempre verificada.