Maria no Vaticano II
Esquema do Capítulo 8 da Lumen Gentium
Afonso Murad www.maenossa.blogspot.com
A figura de Maria antes do Vaticano II:* Mariologia de “privilégios”.* Euforia mariana, após o dogma da Assunção (1950)* Desequilibrío entre os três patamares:
- Visão bíblica muito curta,- Culto ampliado,- Quatro dogmas.
* O maximalismo mariano: De Mariam nunquam satis.* O projeto da cristandade católica: as três brancuras.
Maria na Lumen Gentium 8I. Introdução (52-54) II. A missão de Maria na História da salvação (55-59)III. Maria e a Igreja (60-65)IV. O culto de Maria na Igreja (66-67) V. Maria, sinal de esperança para o Povo de Deus peregrino (68-69)
Introdução• (53) Maria é a Mãe dos
membros de Cristo porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são membros desta Cabeça.
• (54) Maria ocupa na Igreja o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós.
• (54) O Concílio não propõe a doutrina completa sobre Maria, nem quer dirimir as questões ainda não trazidas à plena luz pelo trabalho dos teólogos.
A missão de Maria na economia da Salvação
• (55) No AT: profeticamente esboçada como a mulher que vence a serpente, a Virgem mãe do Emanuel, uma dos pobres de Javé e a Filha de Sião.
• (56) Na Anunciação: Maria não é um instrumento meramente passivo, mas cooperou para a salvação humana com livre fé e obediência.
• (57) A união entre Mãe e Filho na obra da salvação: da concepção virginal até a morte de Cristo.
A missão de Maria na economia da Salvação
• (58) No ministério público de Jesus: ela avançou em peregrinação de fé, de Caná até a cruz.
• (59) Em Pentecostes e na Assunção. Para que mais plenamente estivesse conforme o seu Filho, foi exaltada como Rainha do Universo.
Maria e a Igreja• (60) Cristo é o único mediador. A missão materna de
Maria não diminui a mediação única de Cristo, mas mostra a sua potência. Não se origina de uma necessidade interna, mas do dom de Deus. Não impede, mas favorece a união dos fiéis com Cristo.
Maria e a Igreja• (62) Nenhuma criatura jamais pode ser colocada no
mesmo plano do Verbo encarnado e redentor. Mas o sacerdócio de Cristo é participado de vários modos pelo povo de Deus, e a bondade de Deus é difundida nas criaturas. A única mediação do Redentor suscita nas criaturas uma variada cooperação, que participa de uma única fonte.
Maria e a Igreja• (61) Maria foi mãe, companheira
e serva do Senhor, tornando-se assim para nós mãe, na ordem da graça.
• (63) Devido à sua maternidade, à união de missão com Cristo, e às suas singulares graças e funções, Maria está também intimamente relacionada com a Igreja.
• (64) Como Maria, a Igreja é mãe e virgem: gera novos filhos pelo batismo, guarda a palavra dada ao Esposo, vive na fé, esperança e caridade.
O culto de Maria na Igreja• (66) O culto a Maria é
singular, diferindo e se orientando para o culto à Trindade.
• (67) O Concílio recomenda o culto à Maria, evitando tantos os exageros quanto a demasiada estreiteza de espírito. A verdadeira devoção à Maria não consiste num estéril e transitório afeto, nem numa vã credulidade, mas no reconhecimento da figura de Maria e no seguimento de sua vida de fé (virtudes).
Maria, sinal para o Povo de Deus peregrino
• (68) Maria assunta ao Céu é a imagem e o começo da Igreja como deverá ser consumada no tempo futuro. Assim também brilha aqui na terra como sinal de esperança segura e do conforto para o povo de Deus em peregrinação, até que chegue o dia do Senhor.
Contribuição do Vaticano II(Lumen Gentium, capítulo 8)
• Apresenta Maria em relação a Cristo e à Igreja.
• Traz nova luz para os dogmas marianos e o culto a Maria, a partir da História da Salvação.
• Elabora discurso equilibrado e atual, que evita a lógica dos privilégios, os silogismos e os argumentos de conveniência.
• Estimula os teólogos a aprofundar temas (LG 54).
Contribuição do Vaticano II• Fundamenta-se em textos bíblicos e
patrísticos. Não em tratados de devoção ou mensagens de videntes.
• Amplia o perfil bíblico de Maria: companheira de Jesus, servidora (LG 61), mulher que avança em peregrinação na fé, de Caná até a cruz (LG 58).
• Sustenta: “Jesus é o único mediador”. Maria e os Santos cooperam na missão salvífica de Jesus, que não os elevam ao mesmo nível de Cristo.
• Supera a ambiguidade de títulos marianos como “medianeira” e “corredentora”.
Contribuição do Vaticano II• Aponta as relações de Maria
com a comunidade eclesial: membro, mãe e protótipo da Igreja.
• Alerta sobre os equívocos do minimalismo e do maximalismo.
• Denuncia a devoção vazia. Valoriza inspirar-se no perfil bíblico-espiritual de Maria (suas virtudes).