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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
KAMILA DEYS RODRIGUES LACERDA
PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM NA GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR
FOTOVOLTAICA
CAMPINA GRANDE – PB
2014
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KAMILA DEYS RODRIGUES LACERDA
PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM NA GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR
FOTOVOLTAICA
Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) apresentado ao
Departamento de Engenharia
Sanitária e Ambiental da
Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB) em cumprimento àsexigências para a obtenção do título
de Bacharel em Engenharia
Sanitária e Ambiental.
Orientador: Profº Dr. Carlos Antonio Pereira de Lima
CAMPINA GRANDE – PB
2014
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KAMILA DEYS RODRIGUES LACERDA
PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM NA GERAÇÃO DE
ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA
Aprovado em: 02/12/2014
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Carlos Antonio Pereira de Lima(Orientador – DESA/ UEPB)
Profª. Drª. Geralda Gilvania Cavalcante de Lima
(Examinadora – DESA/ UEPB)
Profª. Drª. Keila Machado de Medeiros
(Examinadora – DESA/ UEPB)
CAMPINA GRANDE –
PB
2014
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Maria e João. Pela coragem, confiança, segurança,
ensinamentos, vontade e força, que me ajudaram a ser quem eu sou e estar
onde estou.
As minhas irmãs, Brigda e Daliane. Pelo companheirismo, amizade,
risos, estresses e a certeza de que temos uma as outras.
As minhas primas, Vanessa, Vivia e Viviane, minha tia, Joana, minhas
avós, Terezinha e Salviana. Pelos conselhos, conversas e apoios.
Aos meus avôs, Francisco e José. Por terem sido exemplo de
humildade, paciência e caráter.
Aos meus irmãos, Whelton e Rodrigo. Por tornarem meus dias melhores,
pela paciência, companheirismo, por serem exemplo de vontade, humildade e
força, por sempre poder contar com eles e por ter a certeza de uma amizade
duradoura e forte, amo vocês.
Por meus amigos e amigas, Leila, Bruno, Guri, Joana, Fabi, Thiago,
Vivian, Valéria e Isadora. Por terem alegrado meus dias.
Aos meus colegas de curso, Daywison, Henrique, Salomão, Matheus,
Lyanne, Tardelli e Paulo. Pelos risos compartilhados.
Aos meus professores, em especial a Carlos. Por serem exemplo de
responsabilidade e amor ao trabalho.
Obrigada!!
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RESUMO
A utilização de fontes de energia alternativas vem crescendo nos últimos anos,
tanto pela questão econômica, como pela necessidade da utilização de
recursos naturais que diminuam os impactos negativos no meio ambiente. Aenergia solar fotovoltaica é um exemplo desse crescimento. Após a crise de
petróleo deflagrada na década de 70, aumentou o número de estudos e
pesquisas por materiais mais eficientes e com maior qualidade tem animado
cada vez mais o mercado consumidor. Este trabalho tem como objetivo
analisar os parâmetros que influenciam na geração de energia (radiação e
temperatura) através de um sistema fotovoltaico isolado instalado nas
dependências do Laboratório de Pesquisa em Ciências Ambientais (LAPECA),do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental (DESA) localizados no
Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB). Com os valores médios mensais de irradiância solar e temperatura e o
embasamento bibliográfico necessário, foi possível a análise das mudanças de
corrente e tensão do sistema. As variações de radiação e temperatura
influenciam diretamente no comportamento da célula e consequentemente do
sistema; com o aumento da radiação há um aumento linear da corrente geradae diminuição não significativa da tensão, porém com o aumento da
temperatura, a quantidade de tensão decresce e o aumento de corrente é não
é significativo.
PALAVRAS-CHAVE: Radiação, temperatura, energia fotovoltaica.
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ABSTRACT
The use of alternative sources of energy is rising in the last years, because of
the economic costs and the need of using natural resources that reduce the
negative impacts to the environment. The Photovoltaics is an example of this
rising. After the petroleum crisis during the 70's, increased the number of
studies and researches for more efficient and better quality materials,
encouraging the consumers to adopt it. This paper aims to analyze the
parameters (radiation and temperature) that have influence over the power
generation, using a photovoltaic system installed in the facilities of LAPECA
(Laboratory of Research in Environmental Sciences), DESA (Department of
Sanitary and Environmental Engineering), located at the CCT (Centre of
Science and Technology) of UEPB (State University of Paraíba. Based on the
average monthly values of solar irradiation and temperature, it was possible to
analyze the current and voltage changes. The radiation and temperature
variation had direct influence over the solar cell behavior and, therefore, over
the system; increasing the radiation takes to a linear growth in the generated
current and a not relevant voltage decrease, however, increasing the
temperature the voltage decreases and the current increases not significantly.
KEYWORDS: Radiation, Temperature, Photovoltaics.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fração da energia solar que incide na superfície
terrestre.............................................................................................................15
Figura 2 – Distribuição da produção mundial de células fotovoltaicas em
2012...................................................................................................................17
Figura 3 – Estrutura de uma célula solar fotovoltaica........................................21
Figura 4 – Princípio de funcionamento das células solares...............................22
Figura 5 – Configuração básica do SFV isolado................................................23
Figura 6 – Configuração básica do SFV híbrido................................................24
Figura 7 – Configuração básica do SFV conectado à rede...............................25
Figura 8 – Vista da célula, módulo e painel fotovoltaico....................................26
Figura 9 – Conexão de células em paralelo......................................................27
Figura 10 – Conexão de células em série.........................................................27
Figura 11 – Custo inicial do SFV.......................................................................29
Figura 12 – Custo total do SFV (considerando a vida
útil).....................................................................................................................29
Figura 13 – Controlador em série......................................................................31
Figura 14 – Controlador em paralelo.................................................................31
Figura 15 – Curva I-V de uma célula solar fotovoltaica.....................................32
Figura 16 – Efeitos da variação da irradiância solar na curva I-V de um painel
fotovoltaico de silício cristalino...........................................................................33
Figura 17 – Efeito causado pela variação de temperatura das células sobre a
curva característica I-V, sob irradiância de 1000 W/m².....................................34
Figura 18 – Sistema isolado de energia solar fotovoltaica................................37
Figura 19 – Relação entre a corrente tensão e irradiância................................38
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Figura 20 – Relação entre corrente, tensão e temperatura...............................39
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABENS Associação Brasileira de Energia Solar
ANEEL
CA
CB-SOLAR
CC
Agência Nacional de Energia Elétrica
Corrente Alternada
Centro Brasileiro para Desenvolvimento da Energia Solar
Fotovoltaica
Corrente Contínua
CCT Centro de Ciências e Tecnologia
CEPEL
INMET
Centro de Pesquisa em Energia Elétrica
Instituto Nacional de Meteorologia
LAPECA
LpT
PRODEEM
SFV
Laboratório de Pesquisa em Ciências Ambientais
Programa Luz para Todos
Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e
Municípios
Sistema Fotovoltaico
UEPB Universidade Estadual da Paraíba
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................11
2. OBJETIVOS..................................................................................................12
2.1 OBJETIVO GERAL .....................................................................................12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................12
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................13
3.1 ENERGIA SOLAR ......................................................................................13
3.2 RADIAÇÃO SOLAR ....................................................................................14
3.2 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ..........................................................15
3.2.1 Breve Histórico ........................................................................................163.2.2 Conversão Fotovoltaica ...........................................................................19
3.3 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS ..................................................................22
3.3.2 Sistema Fotovoltaico Isolado...................................................................22
3.3.3 Sistema Fotovoltaico Híbrido...................................................................23
3.3.4 Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede ...........................................24
3.3.1 Componentes Básicos do Sistema ..........................................................26
3.3.1.1Módulos Fotovoltaicos ...........................................................................26
3.3.1.2 Bateria..................................................................................................28
3.3.1.3 Controlador de Carga ...........................................................................30
3.3.1.4 Inversor de Corrente ............................................................................32
3.4 CURVA CARACTERÍSTICA DA CÉLULA FOTOVOLTAICA .......................33
3.4.1 Influência da Radiação Solar...................................................................33
3.4.2 Influência da Temperatura ......................................................................34
4. METODOLOGIA............................................................................................35 4.1 EQUIPAMENTOS E SUAS CARACTERÍSTICAS .......................................36
4.2 MONTAGEM DO SISTEMA ........................................................................37
4.3 OBTENÇÃO DOS DADOS .........................................................................38
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................39
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................40
7. REFERÊNCIAS.............................................................................................43
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1. INTRODUÇÃO
Não há dúvidas que a atual dependência do petróleo e outras fontes de
energias não renováveis é um dos principais problemas da sociedade atual.
Além de ser uma fonte de energia que prejudica a saúde do ser humano e polui
o meio ambiente, as energias não renováveis são limitadas e seu preço só
tende a subir com o decorrer do tempo.
Nesse contexto, deve-se pensar em fontes alternativas para geração deenergia que possibilitem a menor dependência das energias ditas como não
limpas. Nosso país tem o privilégio de ser abundante e ter o potencial
necessário para a utilização desse tipo de energia.
Esse aumento nos preços do petróleo e de outras fontes, já citados
anteriormente, poderia ser investido em outras áreas para estudos, pesquisa e
melhoramento de eficiência.
A energia solar fotovoltaica é uma opção de fonte alternativa com grande
potencial no nosso país, é uma energia renovável, limpa economicamente
competitiva, a tecnologia existente já é suficientemente madura e não exige
grandes manutenções.
Através do efeito fotovoltaico as células do sistema convertem
diretamente radiação solar em energia elétrica. Considerando que o sol estará
emitindo radiação por, aproximadamente, mais 5 bilhões de anos e que a
qualidade dessa radiação não terá mudanças bruscas, vê-se que o
aprofundamento do estudo sobre a energia solar fotovoltaica seria uma ótima
alternativa para as mudanças que necessitamos (CEPEL-CRESESB, 2014).
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2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar parâmetros que influenciam na geração de energia solar
fotovoltaica, através de um sistema isolado.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Construir um sistema fotovoltaico isolado;
Descrever os componentes presentes no sistema fotovoltaico;
Levantamento dos parâmetros que influenciam no desempenho dos
módulos fotovoltaicos;
Verificar por meio dos levantamentos efetuados a influência de tais
parâmetros (radiação, temperatura) na geração de energia.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 ENERGIA SOLAR
Segundo Tundisi (1991) energia solar é aquela irradiada pelo sol sobre a
terra. Existem diversas possibilidades de aproveitamento da luz solar, seja de
forma direta, seja de forma indireta.
A energia proveniente do sol chega à terra de forma difusa, mas em
grande quantidade. A “constante solar”, que é medida num plano perpendicular
à direção da propagação dos raios solares no topo da atmosfera, é de 1.367
W/m² (irradiância solar), considerando que o raio terrestre é de 6.371 km,conclui-se que a potência disponibilizada, no topo da atmosfera, é de
aproximadamente 174 mil TW (terawatts) (CEPEL-CRESESB, 2014).
A potência de energia direta que irradia do sol é menor do que a energia
que atinge o solo, isso ocorre devido a absorção pela atmosfera, que pode
variar com a altura do sol sobre o horizonte, com as condições atmosféricas e a
latitude sobre o nível do mar (COMETTA, 1978).
Mesmo perdendo parte da energia para a atmosfera, a quantidade que
incide no nosso solo é suficiente para suprir nossas demandas. Com isso, a
energia solar pode ser utilizada para diversos fins, como o aquecimento de
água e ambientes, e a geração de potência mecânica e elétrica.
Conforme dados da ANEEL (2014), entre os vários processos de
aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmente são o
aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, oprimeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido as
características climáticas, e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em
comunidades isoladas da rede de energia elétrica.
A crescente busca por esse tipo de energia iniciou-se após a crise do
petróleo em 1973. A energia solar era utilizada basicamente para fins
científicos, como o uso de painéis solares em estações espaciais e satélites,
por exemplo. Esse tipo de energia tem vantagens especiais com relação aos
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impactos gerados para o meio ambiente, porém os custos iniciais para os
equipamentos são relativamente altos, mesmo havendo diminuição ao longo
das últimas décadas.
3.2 RADIAÇÃO SOLAR
A luz é formada por um conjunto de radiações eletromagnéticas de
frequência muito alta que estão agrupadas dentro de um intervalo ao qual
chamamos de espectro luminoso. A radiação solar refere-se a radiação
eletromagnética emitida pelo sol. Logo, o sol transfere energia para a terra
através da luz. (PEREIRA e OLIVEIRA, 2011).
Essa radiação se propaga a uma velocidade de 300.000 km/s, com um
comprimento de onda na faixa espectral de 0,1µm a 5µm e densidade espectral
de 0,5µm (CEPEL-CRESESB, 2004).
Segundo Pereira e Oliveira (2011), de toda energia emitida pelo sol (3,9
x 1026 J/s) apenas 1,8 x 1017 J/s chega ao nosso planeta, isso ocorre devido a
grande distância entre o sol e a terra (cerca de 150.000.000 km).
O espectro solar na superfície da terra é diferente do espectro fora da
atmosfera, pois ao chegar à superfície a luz sofre os efeitos da absorção,
reflexão e espalhamento de energia que a atmosfera terrestre exerce sobre a
radiação solar (TEIXEIRA, 2008).
Esses efeitos são causados por fatores, segundo Pereira e Oliveira
(2011), pelo vapor de água, ar; partículas em suspensão, sujidade, entre
outros.
Após chegar a superfície terrestre ou incidente sobre uma superfície
para geração de energia, a radiação solar é constituída por uma componente
direta e uma componente difusa. A direta provem diretamente do sol e produz
sombras nítidas, a difusa é proveniente de todas as direções e atinge a
superfície após sofrer espalhamento pela atmosfera terrestre. Mesmo em dias
completamente sem nuvens, pelo menos 20% da energia é difusa e caso o céu
esteja completamente nublado, 100% da radiação é difusa. (CEPEL-
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CRESESB, 2014). A Figura 1 ilustra o comportamento da radiação solar ao
atingir a atmosfera terrestre.
Figura 1 – Fração da energia solar que incide na superfície terrestre.
Fonte: ROSA, 2003.
Existe uma terceira componente refletida pelo ambiente do entorno
(solo, vegetação, obstáculos, terrenos rochosos, etc.). Essa reflexão é
denominada de albedo (CEPEL-CRESESB, 2014). É calculado como a razão
entre a quantidade de radiação refletida e quantidade de radiação recebida,
sua variação dependerá do tipo de material existente na superfície e da
inclinação do raios solares (PEREIRA e OLIVEIRA, 2011).
Chama-se radiação total a soma dos três tipos de radiação:
A radiação solar é um termo que pode ser referenciado em fluxo de
potência, denominada irradiância solar, ou em termos de energia por unidade
de área, denominada irradiação solar.
3.2 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA
Segundo CEPEL-CRESESB (2004) a Energia Solar Fotovoltaica é aenergia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade (Efeito
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Fotovoltaico). É o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos
de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz.
3.2.1 Breve Histórico
Em 1839, Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico. O primeiro
aparato fotovoltaico foi concebido em 1876, mas a produção industrial foi
iniciada apenas em 1956. No início, o desenvolvimento era no setor de
telecomunicações, instalados em localidades remotas, depois veio a busca
para impulsionar a chamada “corrida espacial” (CEPEL-CRESESB, 2014).
A crise do petróleo, posteriormente, aumentou o interesse das
aplicações desse tipo de fonte de energia. O grande problema era seu custo,
teve-se que reduzir em até 100 vezes com relação as células que eram
utilizadas no espaço, só assim foi possível torná-las economicamente viáveis.
Os Estados Unidos foram pioneiros e líderes da produção na década de
90. Após o Protocolo de Kyoto e com o compromisso de reduzir as emissões
de dióxido de carbono, outros países começaram a se destacar como é o caso
do Japão e Alemanha.
No ano de 2012 a Ásia liderava o mercado com 85% da produção
mundial, com destaque para a China, que nesse mesmo ano, foi responsável
pela produção de 64% dos módulos fotovoltaicos produzidos no mundo. Na
Figura 2 é possível visualizar a distribuição da produção de células
fotovoltaicas no ano de 2012. Deve-se levar em consideração que devido a
políticas favoráveis, preços baixos de módulos fotovoltaicos e programas de
eletrificação rural de larga escala, fizeram com que vários países europeus e
norte-americanos deslocassem suas fábricas para a Ásia (CEPEL-CRESESB,
2014).
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Figura 2 – Distribuição da produção mundial de células fotovoltaicas em
2012.
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2014.
O Brasil apresenta um enorme potencial para energia solar fotovoltaica
com relação aos países europeus. Porém, o mesmo não pode ser dito ao
compararmos nossa crescimento e incentivos fiscais para com os sistemasfotovoltaicos. O Quadro 1 apresenta os principais acontecimentos ocorridos no
Brasil para o desenvolvimento desse tipo de energia.
China, 23.005 MWp, 64%
Outros Países da Ásia, 5.858MWp, 16%
EUA, 953 MWp, 3%
Europa, 3.743 MWp, 11%
Japão, 1.941 MWp, 5%
Outros Países, 445 MWp, 1%
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Quadro 1 – Breve histórico da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil.
Período Acontecimentos Relevantes
Década de 50
Desenvolvimento dos primeiros módulos fotovoltaicos.
Realizado o Primeiro Simpósio Brasileiro de Energia
Solar.
Década de 70
Duas fábricas foram implantadas no Brasil no final desta
década. Criação da Associação Brasileira de Energia
Solar (ABENS).
Década de 80
Vários grupos direcionaram suas áreas de pesquisa
para outras fontes de energia. As fábricas dimuíram sua
produção ou fecharam.
Década de 90O governo cria o Prodeem (Programa de
Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios).
Ano de 2002
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) inicia
estudos para regulamentação das especificações
técnicas.
Ano de 2003
O Governo Federal institui o Programa Nacional de
Universalização do Acesso e Uso de Energia Elétrica -
Programa Luz para Todos (LpT).
Ano de 2004
Criação do Centro Brasileiro para Desenvolvimento da
Energia Solar Fotovoltaica (CB-Solar), em Porto Alegre,
RS.
Ano de 2009Lei n° 12.111 que dispõe sobre os serviços de energia
elétrica nos Sistemas Isolados.
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Ano de 2012
Resolução Normativa n° 482/2012 para sistemas
fotovoltaicos conectados à rede de distribuição,
associados a unidades consumidoras.
Ano de 2013
Primeiro Leilão de Energia (A-3). Destinados a compra
de energia de geração eólica, solar e termelétrica a
biogás ou gás natural em ciclo combinado.
Fonte: Adaptado de CEPEL-CRESESB, 2014.
3.2.2 Conversão Fotovoltaica
Segundo Zilles et al. (2012) o efeito fotovoltaico ocorre em certos
materiais semicondutores com capacidade de absorver a energia contida nos
fótons presentes na radiação luminosa incidente, transformando-a em
eletricidade.
As células fotovoltaicas são fabricadas com um material semicondutor,
ou seja, material com características entre condutor e isolante (NASCIMENTO,
2004). Existem, hoje, muitos materiais semicondutores apropriados para a
conversão fotovoltaica, o silício cristalino e o silício amorfo hidrogenado são os
mais comumente usados, mas outros materiais como arseneto de gálio e filmes
finos de CdS-Cu2S, e CdS-InP estão sendo pesquisados (BRAGA, 2008).
A Tabela 1 apresenta alguns dos materiais responsáveis pela conversão
fotovoltaica e suas respectivas eficiências.
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Tabela 1 – Lista de alguns materiais semicondutores e suas respectivas
eficiências.
Material Eficiência
SilícioMonocristalino 15% a 18%
SilícioPolicristalino
13% a 16%
Silício Amorfo 5% a 8%
Disseleneto deCobre Índio
7,5% a 9,5%
Telureto deCádmio
6% a 9%
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2014.
Os materiais utilizados para fabricar dispositivos de conversão
fotovoltaica são escolhidos levando em conta suas características de absorção
com o espectro solar, além do custo de fabricação e os impactos ambientais
causados na disposição do material (ZILES et al., 2012).
Os semicondutores se caracterizam pela presença de faixas de energia
onde é permitida a presença de elétrons (faixa de valência) e de outra
totalmente “vazia” (f aixa de condução). Entre essas duas faixas encontra-se a
faixa proibida ou hiato energético, é a largura dessa faixa que determina se o
material é um semicondutor ou não (BRAGA, 2008).
A energia necessária para fazer os elétrons mudarem de banda é
chamada energia de gap (EG), que é usualmente dada em elétron-volt (eV) e
depende do tipo de material utilizado (ZILES et al., 2012).
De acordo com CRESEB CEPEL (2004):
A separação entre as duas bandas de energia permitida dossemicondutores (“gap” de energia) é da ordem de 1eV, o que diferenciados isolantes onde o gap é de vários eVs. Isso faz com que ossemicondutores apresentem várias características interessantes. Umadelas é o aumento de sua condutividade com a temperatura, devido àexcitação térmica de portadores da banda de valência para a banda decondução. Uma propriedade fundamental para as células fotovoltaicasé a possibilidade de fótons, na faixa do visível, com energia superior aogap do material, excitarem elétrons à banda de condução. Este efeitoque pode ser observado em semicondutores puros não garante por si
só o funcionamento de células fotovoltaicas. Para obtê-las é necessário
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uma estrutura apropriada para que os elétrons possam ser coletados,gerando uma corrente útil.
Segundo Santos (2014) o silício é o material mais utilizado na fabricação
das células fotovoltaicas, e não apresenta uma condutividade elétrica muito
elevada, então é usado o processo de dopagem para aumentar a
condutividade do material.
A dopagem consiste na introdução de elementos estranhos com o
objetivo de alterar as propriedades elétricas do semicondutor e assim criar
duas camadas na célula: a camada tipo P e a camada tipo N (FREITAS, 2008).
A Figura 3 apresenta a estrutura de uma célula solar fotovoltaica.
Figura 3 – Estrutura de uma célula solar fotovoltaica.
Fonte: TEIXEIRA, 2008.
Sobre o processo de dopagem no silício, Braga (2008) diz que:
Seus átomos se caracterizam por possuírem quatro elétrons que seligam aos vizinhos, formando uma rede cristalina. Se adicionarmos, aesta rede, átomos com cinco elétrons de ligação, como o fósforo,haverá um elétron em excesso, fracamente ligado ao átomo. Logo, compouca energia, pode-se deslocá-lo para a faixa de condução. Diz-seque o fósforo é um dopante doador de elétrons e denomina-se dopanteN ou impureza N. Se, por outro lado, forem introduzidos átomos comapenas três elétrons de ligação, como é o caso do boro, haverá uma
falta de um elétron para satisfazer as ligações com os átomos de silíciona rede. Esta falta de elétron é denominada buraco ou lacuna e ocorre
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que, com pouca energia térmica, um elétron de um sítio pode passar aesta posição, fazendo com que o buraco se desloque. Diz-se, portanto,que o boro é um dopante receptor (aceitador) de elétrons e denomina-se dopante P ou impureza P.
As células solares são formadas por uma camada fina de material tipo N
e outra com maior espessura de material tipo P. Sozinhas, essas camadas são
eletricamente neutras, porém quando entram em contato geram um campo
elétrico devido os elétrons do silício tipo N que ocupam os vazios da estrutura
silício tipo P (SOLARTERRA, 2014). A Figura 4 ilustra o princípio de
funcionamento das células solares.
Figura 4 – Princípio de funcionamento das células solares.
Fonte: TEIXEIRA, 2008.
3.3 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
Os sistemas fotovoltaicos (SFV) podem ser classificados em três
categorias principais: isolados, híbridos ou conectados à rede. A utilização de
cada uma dessas opções dependerá da aplicação e/ou disponibilidade de
recursos energéticos (CEPEL-CRESESB, 2004).
3.3.2 Sistema Fotovoltaico Isolado
Também chamados de sistemas autônomos, os SFV isolados são
concebidos para alimentar um conjunto de cargas sem a presença da rede
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elétrica (FREITAS, 2008). Na Figura 5 são apresentados os principais
componentes do SFV isolado.
Figura 5 – Configuração básica do SFV isolado.
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2004.
Estes sistemas costumam ser instalados em áreas de difícil acesso a
rede elétrica, normalmente zonas rurais, neste caso a energia fotovoltaica é a
única fonte de eletricidade por isso é necessário o uso de equipamentos para
armazenamento. Podem ser de geração apenas para uma residência ou pode
ser instalado em mini-redes para atender comunidades pequenas (AMERICA
DO SOL, 2014).
Os sistemas isolados também podem ser sem armazenamento de
energia, nesse caso, os receptores consomem de imediato a energia produzida
pelos módulos fotovoltaicos. É muito usual em bombeamento de água. Tem a
vantagem de serem mais baratos, pois não são providos de unidades de
armazenamento de energia (PEREIRA e OLIVEIRA, 2011).
3.3.3 Sistema Fotovoltaico Híbrido
Consiste na combinação de um SFV com outras fontes de energia que
assegurem a carga das baterias na ausência de sol. As fontes de energia
auxiliares podem ser geradores eólicos, diesel, gás, gasolina e outros
combustíveis (CUNHA, 2006). Na Figura 6 são apresentados os principais
componentes do SFV híbrido.
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Figura 6 - Configuração básica do SFV híbrido.
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2004
Utilizando várias formas de geração de energia elétrica o tamanho do
arranjo fotovoltaico pode ser reduzido, juntamente com a capacidade do banco
de baterias, pois a outra forma de geração (ou outras) garante o fornecimento
de energia durante a noite ou em períodos de pouca insolação (IMHOFF,
2007).
Os SFV híbridos tem uma configuração mais complexa, pois necessitam
de um aprimoramento no controle para aperfeiçoar o uso de todas as fontes de
energia e fazer com que o usuário receba a eficiência máxima na entrega.
3.3.4 Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede
Os SFV conectados à rede permitem a venda de energia elétrica àscompanhias distribuidoras de energia. Toda a energia gerada é enviada
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diretamente a rede, não sendo necessária a utilização de baterias, tornando-se
assim um sistema mais simples e com menos manutenção (PEREIRA e
OLIVEIRA, 2011). Na Figura 7 são apresentados os principais componentes do
SFV conectados à rede.
Figura 7 – Configuração básica do SFV conectado à rede.
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2004.
Nesse tipo de sistema, o arranjo fotovoltaico é conectado ao inversor e
este faz a interface com a rede elétrica. Estes inversores devem cumprir comas exigências de qualidade e segurança impostas pela rede de distribuição
para que a rede não seja afetada, como sistema anti-ilhamento, por exemplo
(CÂMARA, 2011).
Os SFV que possuem armazenadores de energia podem desperdiçar a
capacidade de geração nos momentos em que os acumuladores estiverem
completamente cheios. Isso não ocorre nos SFV conectados à rede pois esta
pode ser encarada como um acumulador infinito de energia (ZILLES et al.,2012).
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3.3.5 Componentes Básicos do Sistema
3.3.5.1Módulos Fotovoltaicos
O módulo fotovoltaico é o principal componente do SFV. Sua função é a
conversão direta da energia solar em energia elétrica através do efeito
fotovoltaico.
A quantidade de módulos e escolha do material do mesmo irá depender
da área disponível e da combinação custo-benefício. CEPEL-CRESESB (2014)
ressalta que a eficiência do módulo não deve ser utilizada como indicador de
qualidade do mesmo, ela só deve nortear a escolha do módulo quando a área
for um fator restritivo.
A célula fotovoltaica é a parte elementar de um módulo fotovoltaico.
Essas células são associadas eletricamente em arranjos série ou paralelo a fim
de formar um módulo. Os módulos são associados a fim de obter-se o nível de
tensão e corrente desejados formando um painel fotovoltaico (IMHOFF, 2007).
Os materiais semicondutores mais comumente encontrados na
constituição de células fotovoltaicas são: silício (Si) cristalino (c-Si),
multicristalino (m-Si), amorfo (a-Si) e microcristalino (μ-Si); telúrio (Te); cádmio
(Cd); cobre (Cu); índio (I); gálio (Ga); selênio (Se); entre outros (IMHOFF,
2007). Na figura 8 é possível observar a diferença entre a célula, o módulo e o
painel FV.
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Figura 8 – Vista da célula, módulo e painel fotovoltaico.
Fonte: JUNIOR, 2010.
As células, módulos ou painéis fotovoltaicos podem ser associados em
série ou em paralelo, de forma a se obter os níveis de corrente e tensão
desejados.
Nos dispositivos associados em paralelo os terminais positivos sãoligados a um mesmo ponto, enquanto os terminais negativos ligam-se a outro
ponto, a tensão permanece a mesma, mas a corrente total é a soma das
corrente individuais de cada dispositivo. Já os dispositivos associados em série
o terminal positivo de um dispositivo é ligados ao terminal negativo, neste caso,
a corrente será igual às correntes individuais, mas a tensão será o resultado da
soma das tensões de cada módulo (BRAGA, 2008).
Nas Figuras 9 e 10 são apresentadas o comportamento da tensão e da
corrente nas diferentes formas de ligação entre as células fotovoltaicas.
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As baterias podem ser classificadas em duas categorias, primária e
secundária. As primárias não podem ser recarregas, uma vez esgotados os
reagente que produzem energia elétrica, devem ser descartadas. As
secundárias são recarregadas através da aplicação de uma corrente elétrica
nos terminais (FREITAS, 2008).
Os SFV utilizam as baterias que podem ser recarregáveis, isto é,
baterias secundárias. Entre as mais utilizadas estão a bateria de chumbo-ácido
e a bateria de níquel-cádmio.
Nos SFV a geração de energia não ocorre de forma linear e assim as
baterias estão sujeitas as mais diversas condições operacionais, como cargas
e descargas irregulares, descargas com correntes de baixa intensidade e
cargas escassas devido a ausência do sol (IMHOFF, 2007).
Sua escolha é uma tarefa essencial para determinação da relação custo-
benefício do sistema. As Figuras 11 e 12 apresentam as relações do custo dos
componentes do SFV no início e no total, considerando a vida útil das baterias.
Figura 11 – Custo inicial do SFV.
Fonte: IMHOFF, 2007.
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Figura 12 – Custo total do SFV (considerando a vida útil).
Fonte: IMHOFF, 2007.
3.3.5.3 Controlador de Carga
Braga (2008) diz que o controlador de carga tem a função de aumentar a
vida útil da bateria ou série de baterias do sistema. Quando houver períodos
longos sem insolação e de grande consumo ou períodos de grande insolação e
pequeno consumo ele irá evitar que a bateria descarregue ou que carregue emexcesso.
São compostos por um circuito de controle e outro de comutação. O
primeiro monitora as grandezas do sistema, como tensão, corrente e
temperatura na bateria, as informações são processadas e geram sinais de
controle para comandar o circuito de comutação. Este é responsável pelo
controle da tensão e/ou corrente de carga ou descarga das baterias (CUNHA,
2006).
Segundo CEPEL-CRESESB (2004) os controladores de carga são
componentes essenciais em SFV isolados, pois, caso venham a falhar, a
bateria ou a carga poderão sofrer danos irreversíveis. Para serem projetados
deve-se levar em consideração os diversos tipos de bateria, uma vez que um
controlador projetado para baterias chubo-ácido podem não ser adequados
para as níquel-cádmio.
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Os reguladores podem ser do tipo série ou paralelo (shunt). A diferença
entre ambos está na forma como eles interrompem a circulação da corrente.
Com relação aos reguladores em série Pereira e Oliveira (2011) diz que:
O regulador em série tem essa designação pelo fato do interruptor decontrole eletrônico ficar em série com o painel fotovoltaico. Quando éatingida a tensão do limite de carga máxima, o controlador interrompe aentrega de potência por parte dos módulos fotovoltaicos evitando destaforma a sobrecarga e voltando-se a ligar quando a tensão da bateriadiminui. Este tipo de regulador inclui também outro interruptor entre abateria e o consumo, que evita a descarga da mesma, cortando oabastecimento de energia quando se alcança a tensão de corte pordescarga profunda.
O regulador shunt usa um dispositivo de estado sólido ou um relé
eletrônico, que desliga ou reduz o fluxo de corrente para a bateria quando elaestá completamente carregada. Parte da corrente é desviada através de um
dispositivo em paralelo com a bateria e uma pequena quantidade de corrente
continua carregando a mesma (CEPEL-CRESESB, 2004).
As representações dos controladores em série e paralelo estão
representados nas figuras a seguir.
Figura 13 – Controlador em série.
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2014.
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Figura 14 – Controlador em paralelo.
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2014.
3.3.5.4 Inversor de Corrente
Quando a energia solar é transformada em energia elétrica pelos painéis
fotovoltaicos a tensão produzida é do tipo contínua, porém, a maioria dos
eletrodomésticos utilizam tensão do tipo alternada. O inversor é o equipamento
responsável pela conversão da corrente contínua (CC) em corrente alternada
(CA).
Tem um papel fundamental para o SFV conectado a rede, a pessoa
responsável pelo dimensionamento deve ser capaz de selecionar o inversor
mais adequado ao respectivo gerador fotovoltaico, levando em consideração
características como níveis de tensão e corrente, eficiência de conversão,
flexibilidade de instalação, durabilidade e segurança (ZILLES et al., 2012).
Segundo Cunha (2006) existem basicamente dois tipos de inversores
atualmente: os que produzem onda senoidal modificada e os que produzem
onda senoidal pura. O de onda senoidal modificada pode suprir de forma
eficiente a maioria dos eletrodomésticos residenciais, são mais baratos, mas
podem apresentar problemas com equipamentos de precisão. O inversor de
onda senoidal pura é utilizado para fornecer energia com a qualidade da
fornecida pela concessionária.
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3.4 CURVA CARACTERÍSTICA DA CÉLULA FOTOVOLTAICA
A curva característica de uma célula fotovoltaica é de extrema
importância quando se pretende fazer o dimensionamento correto de um
sistema de produção, é também chamada de curva I-V, ela relaciona a corrente
e a tensão. A Figura 15 ilustra um exemplo de uma curva característica I-V.
Figura 15 – Curva I-V de uma célula solar fotovoltaica.
Fonte: TEIXEIRA, 2008.
Alguns parâmetros muito importantes são extraídos da curva I-V e são
eles que caracterizam as células ou módulos fotovoltaicos: tensão de circuito
aberto, corrente de curto circuito e fator de forma e eficiência.
Sobre esses parâmetros, CEPEL-CRESESB (2014) define-os como:
A tensão de circuito aberto (Voc) é a tensão entre os terminais de uma
célula fotovoltaica quando não há corrente elétrica circulando e é a máximatensão que uma célula fotovoltaica pode produzir. A corrente de curto-circuito(Isc) é a máxima corrente que se pode obter e é medida na célula fotovoltaicaquando a tensão elétrica em seus terminais é igual a zero. O fator de forma(FF) é a razão entre a máxima potência da célula e o produto da corrente decurto-circuito com a tensão de circuito aberto. Eficiência é o parâmetro quedefine quão efetivo é o processo de conversão de energia solar em energiaelétrica. Representa a relação entre a potência elétrica produzida pela célulafotovoltaica e a potência da energia solar incidente.
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3.4.1 Influência da Irradiância
Fatores como a radiação solar e a temperatura ambiente acabam
influenciando o desempenho de uma célula fotovoltaica, consequentemente
influenciam a produção de energia elétrica do sistema.
O aumento da radiação incidente aumenta a corrente de curto-circuito de
forma aproximadamente linear, já a tensão de circuito aberto pouco varia com a
variação da radiação (PEREIRA e OLIVEIRA, 2011). A Figura 16 mostra o
comportamento da curva I-V com a variação da irradiância solar de uma célula
fotovoltaica de silício cristalino na temperatura de 25ºC.
Figura 16 – Efeitos da variação da irradiância solar na curva I-V de um painelfotovoltaico de silício cristalino.
Fonte: CEPEL-CRESEB, 2014.
3.4.2 Influência da Temperatura
Uma parte da radiação que chega nas células fotovoltaicas não éconvertida em eletricidade, e sim em calor, por isso a temperatura da célula é
sempre maior que a temperatura do meio ambiente.
Quando ocorre uma elevação na temperatura, há um leve aumento na
corrente de curto-circuito, porém terá reduções na tensão de circuito aberto,
isso ocorre porque quando a temperatura do silício aumenta acontece uma
redução do valor do gap de energia do material tornando mais fácil a geração
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de pares elétron-buraco por fótons (TEIXEIRA, 2008). A Figura 17 ilustra a
curva I-V para diversas temperaturas de célula de silício cristalino.
Figura 17 – Efeito causado pela variação de temperatura das células
sobre a curva característica I-V, sob irradiância de 1000 W/m².
Fonte: CEPEL-CRESESB, 2014.
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4. METODOLOGIA
4.1 EQUIPAMENTOS E SUAS CARACTERÍSTICAS
Os maiores problemas para a utilização de sistemas fotovoltaicos são asua onerosidade e incompatibilidade de eficiência dos equipamentos
necessários, visto isso, inúmeras empresas especializadas investem na
utilização de kits que fazem com que o sistema fique mais barato, sem
esquecer da eficiência do conjunto. Fizemos uso do Kit Fotovoltaico GSG-
135W-A que tem as seguintes características:
Um painel fotovoltaico com potência de 135W, certificação do
INMETRO, e moldura em alumínio com furação para fixação;
Um controlador de carga 10A/12Vcc com tecnologia PWM, marca
Phocos;
Inversor de tensão com potência de 400W, que converte 12Vcc para
120Vca, marca Hayonike;
Bateria estacionária.
Esse sistema é capaz de produzir diariamente 675W sob condições ideaisde insolação (5 horas de sol pleno) ou 20kWh/mês de produção máxima de
energia. Essa energia só deve ser utilizada para alimentar aparelhos
domésticos ou equipamentos de baixo consumo que funcionam em 120Vac. O
fabricante recomenda que aparelhos como Freezer, Geladeira, Chuveiro
Elétrico, Ar Condicionado, Motores e Outros que consomem grande quantidade
de energia elétrica não devem ser alimentados por esse sistema.
Seus usos mais comuns são:
Eletrificação de casas distantes da rede elétrica;
Iluminação de vias públicas e residenciais;
Sistemas de emergência;
Sinalização marítima, de estradas e ferrovias;
Telecomunicações em geral.
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A tabela 2 apresenta uma exemplificação da utilização de alguns aparelhos
que podem ser usados nesse sistema.
Tabela 2 – Alguns eletrodomésticos que podem ser utilizados com o Kit
Fotovoltaico GSG-135W-A.
CONSUMO DIÁRIO
Aparelho ouEquipamento
QuantidadePotência
(W)
UtilizaçãoDiária
(horas)
ConsumoDiário (Wh/dia)
Lâmpada eletrônica 5 11 4 220Rádio ou som 1 20 3 60TV 19'' LCD 1 35 4 140
Receptor satélite 1 25 4 100CONSUMO DIÁRIO TOTAL: 520
Fonte: MINHA CASA SOLAR. Disponível em:
Acesso em: 2014.
4.2 MONTAGEM DO SISTEMA
O sistema foi instalado, conforme visualizado na figura Figura 18, nas
dependências do Centro de Ciências e Tecnologias da Universidade Estadual
da Paraíba, na cidade de Campina Grande – PB, a uma latitude de -0,7° 13’
50’’, longitude de -35° 52’ 52’’ e altitude de 551 m. Sua inclinação foi de 15° na
direção norte.
http://minhacasasolar.lojavirtualfc.com.br/http://minhacasasolar.lojavirtualfc.com.br/
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Figura 18 – Sistema isolado de energia solar fotovoltaica.
Fonte: Própria, 2014.
4.3 OBTENÇÃO DOS DADOS
Os dados foram obtidos através de um multímetro que nos deu valores
de temperatura, corrente e tensão, a tensão e a corrente foram medidas na
saída do painel fotovoltaico, no controlador de carga e na bateria, a medida da
temperatura foi efetuada no módulo fotovoltaico. Por falta de equipamento os
valores de radiação direta foram retiradas do banco de dados do INMET
(Instituto Nacional de Meteorologia).
Ao total foram realizadas 10 medições entre os meses de maio e julho
de 2014, no período das 9:00 h às 16:00 h do dia (8 horas consecutivas).
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 RELAÇÃO ENTRE CORRENTE, TENSÃO E IRRADIÂNCIA
Os valores médios mensais de irradiância global horizontal diária
(kWh/(m².dia)) para localidades próximas ao município de Campina Grande –
PB são de 4.420 Wh/m².dia, 3.860 Wh/m².dia e 3.080 Wh/m².dia para os meses
de maio, junho e julho, respectivamente. Essas informações foram retiradas da
base de arquivos climáticos EPW-ANTAC, do INMET.
Com as médias mensais de irradiância e as médias mensais de tensão e
corrente de saída da placa é possível a análise da relação entre corrente,tensão e irradiância do sistema fotovoltaico. A Figura 19 apresenta a relação
entre corrente, tensão e irradiância.
Figura 19 – Relação entre a corrente tensão e irradiância.
Fonte: PRÓPRIA, 2014.
No comportamento da corrente correspondente a Figura 19 observou-se
que seu crescimento é diretamente proporcional a incidência de radiação no
módulo fotovoltaico. Já a tensão, que não sofre grandes variações com a
variação da irradiância, neste caso teve uma queda significativa, isso ocorreu
provavelmente devido à transformação de parte da energia incidente em calor
e consequentemente resultando no aumento da temperatura da célula
fotovoltaica. Portanto, estudos que relacionam radiação com tensão de saída e
a última não sofre grandes variações que possam ser consideradas
6,5
7
7,5
8
8,5
9
10
12
14
16
18
20
4420 3860 3080
C o r r e n t e ( A )
T e n s ã o
( V )
Irradiância (Wh/m².d)
Tensão de Saída daPlaca(V)
Corrente de Saída de
Placa (A)
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significativas dentro do processo, levam em consideração temperatura
constante na célula em estudo.
5.2 RELAÇÃO ENTRE CORRENTE, TENSÃO E TEMPERATURA
Com a variação da temperatura ambiente, ocorreu também a variação
de temperatura nas células que compõem os módulos. A Figura 20 apresenta a
relação da tensão com a temperatura, nela há uma queda de tensão e um
significativo crescimento da corrente com o aumento da temperatura da célula.
A corrente sofre uma elevação muito pequena que não compensa a perda
causada pela diminuição da tensão (CEPEL-CRESESB, 2014).
Nos resultados percebe-se esta mesma característica, as médias diárias
medidas de variação da temperatura foram entre 28,38 e 35,88 °C, realizadas
no ponto de saída placa em estudo.
Figura 20 - Relação entre corrente, tensão e temperatura.
As variações de voltagem e corrente foram pequenas devido o intervaloda variação de temperatura não ser tão expressivo, porém é perceptível os
efeitos da temperatura nas mesmas. Além disso determinadas placas tem suas
respectivas características particulares, dependendo do tipo de material e/ou
fabricante, apresentando mudanças significativas nos coeficientes de
temperatura.
0
5
10
15
20
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
32 34 34 35 32 36 29 31 30 28
T ( C)
V o l t a g e m ( V )
C o r r e n t e (
A )
Saída de Corrente daPlaca (A)
Saída de Tensão daPlaca (V)
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ascensão de fontes de energias sustentáveis deve-se ao fato dos
problemas enfrentados pela forma inadequada e incontrolada dos recursosnaturais. Esse aumento na procura dessas formas de energia também está
relacionado com um crescimento na preocupação do desenvolvimento das
gerações futuras.
Em meio a este contexto, o presente trabalho abordou os fatores que
influenciam diretamente na conversão da energia solar em energia elétrica pelo
efeito fotovoltaico. Os sistemas fotovoltaicos, de início, foram construídos para
serem utilizados em locais onde ficaria inviável o fornecimento de energiaelétrica pelo modo convencional. Com o decorrer do tempo e as crescentes
discussões para a utilização de formas de energia menos agressivas para o
meio ambiente, viu-se que esse tipo de sistema apresentava as características
que se buscavam.
A radiação proveniente do sol e a temperatura são os principais
parâmetros que influenciam na geração desse tipo de energia. A primeira,
quanto maior a quantidade de incidência sobre a placa, maior a quantidade de
fótons para a conversão da energia, logo, maior a quantidade de corrente
elétrica gerada, já o comportamento que o aumento da temperatura traz é de
diminuição da tensão o que torna a potência final gerada menor que a
desejada.
Ambos parâmetros trazem os mesmos efeitos em todos os tipos de
materiais utilizados para conversão de energia solar em elétrica, o que irá
interferir na maior ou menor quantidade de energia é a eficiência do sistema
utilizado.
Ainda sendo considerada uma fonte de energia cara, tanto com relação
ao sistema convencional como em relação a outras alternativas, é de extrema
importância que ocorra um aumento em pesquisas e inovações tecnológicas
para a busca do crescimento da eficiência das células fotovoltaicas. Outra
questão importante é a popularização do conhecimento das vantagens que a
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energia solar traz, pois uma comunidade que não conhece os benefícios
normalmente gerará pouca demanda.
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REFERÊNCIAS
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CEPEL-CRESESB. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos,Edição revisada e atualizada, Rio de Janeiro - Março – 2014.
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FREITAS, S. S. A. Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos.Dissertação de mestrado. Escola Politécnica de Bragança, 2008.
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ZILLES, R. MACÊDO, W. N. GALHARDO, M. A. B. OLIVEIRA, S. H. F. de.Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica. Oficina de textos, SãoPaulo, 2012.
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