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Energia Solar Mera utopia ou o futuro da civilização? Estudantes & Autores: Beatriz Pereira - [email protected] Bernardo Teixeira - [email protected] João Fragoso - [email protected] Pedro Pinto - [email protected] Rodrigo Silva - [email protected] Equipa MIEEC004_04: Supervisor: José Fidalgo Monitor: Bruno Augusto Porto, Outubro 2014

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Energia Solar

Mera utopia ou o futuro da civilização?

Estudantes & Autores:

Beatriz Pereira - [email protected]

Bernardo Teixeira - [email protected]

João Fragoso - [email protected]

Pedro Pinto - [email protected]

Rodrigo Silva - [email protected]

Equipa MIEEC004_04:

Supervisor: José Fidalgo Monitor: Bruno Augusto

Porto, Outubro 2014

Resumo

A realização deste relatório técnico é uma tarefa crucial para para que o grupo consiga

um projeto completo e bem estruturado, tendo por base o tema “Energia solar”. Assim,

temos como principal objetivo, através deste documento, apresentar uma versão

desenvolvida e repleta de termos técnicos daquilo que foi a nossa pesquisa ao longo das

primeiras semanas da disciplina. Na elaboração de todo o projeto, em particular deste

relatório, fomos aplicando métodos que até então desconhecíamos, por exemplo, as regras

de estruturação de um relatório técnico, a importância do processo de referenciação e de

uma pesquisa cuidada, sempre proveniente de fonte fidedigna. No que a este grupo diz

respeito, houve vários aspetos que nos surpreenderam, nomeadamente as inúmeras e

crescentes vantagens da utilização da energia solar para diversos fins. Fomos ainda

capazes de verificar que, no caso particular de Portugal, um país perfeito para o

aproveitamento de energia solar, os índices desse aproveitamento são muito baixos,

comparativamente com outros países menos ensolarados. Não podemos, pois, deixar de

recomendar e alertar para este facto, preocupante num país que se afirma desenvolvido e

no qual é ainda necessário implementar as infraestruturas necessárias.

Energia Solar 1

Agradecimentos

Os elementos do grupo aproveitam para agradecer a todos que colaboraram, directa ou

indirectamente, na realização do trabalho, com especial ênfase na pessoa do professor

Nuno Fidalgo e do monitor Bruno Augusto, vitais nos esclarecimentos prestados e

essenciais à realização deste trabalho.

Queremos agradecer também á Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

pela oportunidade dada a todos os alunos para se integrarem no meio académico da forma

mais natural possível, e aos coordenadores do Projecto FEUP por arquitectarem um sistema

eficaz de ambientação à faculdade e à estrutura dos relatórios técnicos.

Energia Solar 2

Índice

Lista de figuras ....................................................................................................................4

1. Introdução .....................................................................................................................5

2. História da Energia Solar ..............................................................................................6

2.1 Utilização da energia solar em Portugal ..............................................................8

2.2 Enquadramento ....................................................................................................9

2.3 Efeito Fotovoltaico ..............................................................................................10

2.3.1 Painel ou Coletor Solar Fotovoltaico ...............................................................11

2.3.2 Funcionamento de um Sistema Fotovoltaico ..................................................12

2.3.3 Painel ou Coletor Solar Térmico .....................................................................13

2.4 Estética dos painéis ...........................................................................................16

2.5 Custos ................................................................................................................17

2.5.1 Centrais Solares ..............................................................................................19

2.6 Energias Renováveis: Uma nova era ................................................................20

3. Conclusões ..............................................................................................................21

Referências bibliográficas .................................................................................................22

Energia Solar 3

Lista de figuras

Figura 1: Painel Fotovoltaico ………………………………………………………………………...11

Figura 2: Esquema simplificado da utilização de um sistema fotovoltaico ……………...........12

Figura 3: Coletor Solar ………………………………………………………………………………..13

Figura 4: Circulação por termossifão …….……………………………………………….....14

Figura 5: Circulação forçada …………………………………………………………………15

Figura 6: Central Solar PS10, em Espanha ………………………………………………….19

Energia Solar 4

1. Introdução

“The use of solar energy has not been opened up because the oil industry does not

own the sun.”

(Ralph Nader)

No âmbito da unidade curricular Projeto FEUP, foi proposto à equipa MIEEC04_04 a

realização de uma trabalho sobre a energia solar. O problema debruça-se sobre o papel das

centrais solares, os seus custos, o seu funcionamento e o seu impacto em Portugal.

O principal objetivo da concretização deste trabalho é a sistematização minuciosa

do panorama da energia solar em Portugal, descrevendo o funcionamento dos painéis

fotovoltaicos, dos colectores solares, do investimento necessário para as tecnologias

associada a esta e, por fim, enquadrá-la numa nova era de obtenção de energias,

apresentado as respetivas vantagens e desvantagens.

Assim, pretendemos realizar um estudo concreto e meticuloso sobre o assunto, de

modo a conseguirmos concretizar o trabalho que nos foi proposto. Para além da elaboração

de um relatório, foi-nos proposto a concepção de um poster científico e uma apresentação

oral.

Energia Solar 5

2. História da Energia Solar

Desde o início que o Homem necessitou de energia para viver. Após a Revolução

Industrial, houve um excesso de utilização dos combustíveis fósseis, nomeadamente o

petróleo, que são as maiores fontes de energia utilizadas, porém, as mais poluentes.

Por isso, no século XIX, surgiu um novo tipo de energia descoberta pelos cientistas, a energia elétrica, que mudou completamente as nossas vidas.

O Homem sempre teve a tendência de procurar por novas fontes de energia, e foi aí

que se apercebeu que as reservas de combustíveis fósseis não são ilimitadas, concebendo

novas formas de obter energia sem poluir o meio ambiente.

E foi mesmo no século em que surgiu a energia elétrica, que o efeito fotovoltaico foi

observado pela 1ª vez pelo físico Alexandre Edmond Becquerel. Mais tarde, foi construída a

primeira célula solar por Charles Fritts, em 1883, porém a sua eficiência não passava do

1%.

No entanto, no ano 1900, iniciou-se nos Estados Unidos o uso de Sistemas de

Aquecimento Solar, em casas que usavam reservatórios, sobre os telhados, pintados de

preto. Cinco anos depois, o famoso cientista Albert Einstein explicou a física do efeito

foteléctrico, recebendo mesmo o Prémio Nobel em 1921, face a esta descoberta.

Em 1950, a Bell Labs produziu as primeiras células fotovoltaicas para uso espacial e 4

anos mais tarde, anunciou o desenvolvimento da 1ª célula fotovoltaica de silício, com uma

eficiência que rondava os 6%. De facto, as empresas estavam a “apostar” fortemente neste

ramo, tal que, passado 1 ano a Hoffmann Eletronics produziu células com mais 2% de

eficiência, ou seja, com 8%. Esta mesma empresa, em 1959 conseguiu desenvolver ainda

mais o rendimento das células fotovoltaicas, criando uma com 10% de eficiência, que possui

a capacidade de captar eletrões livres. Com os painéis solares a tornarem-se ferramentas cada vez mais importantes , as

Nações Unidas decidiram efetuar uma conferência denominada de “Solar Energy in the Developing World”.

Já em 1962, o satélite de comunicações Telstar utilizava energia solar, sendo que a

primeira nave espacial tripulada alimentada com energia solar fotovoltaica surgiu 5 anos

depois, o Soyuz.

Porém, os preços destes painéis não eram acessíveis para o público em geral e então

em 1963 uma empresa japonesa (Sharp Corporation) produziu um módulo fotovoltaico de

silício cristalino bastante mais económico.

O 1º “avião-solar” teve a sua aparição em 1974, o AstroFlight Sunrise, no entanto era

um avião não tripulado. Logo um ano a seguir, foi construído o primeiro barco solar em

Inglaterra.

De facto, este tipo de energia estava a ser bastante desenvolvido e utilizado, até que

em 1977 a produção mundial de células fotovoltaicas ultrapassou os 500 kWh. Passados 5

anos, a produção mundial de energia fotovoltaica já ultrapassava 21.3 MWh!

Mas foi em 1992, na Universidade do Sul da Florida, que se produziu pela 1ª vez uma célula fotovoltaica que quase atingiu os 16% de rendimento.

E para acabar o século XX em “grande” a marca de 1000 sistemas fotovoltaicos

instalados no mundo, foi alcançada em 1999. Com efeito, até mesmo o Vaticano anunciou em 2007 a instalação de sistemas

Energia Solar 6

fotovoltaicos nos seus edifícios, de forma a conservar os recursos existentes no nosso

planeta. E foi nesse mesmo ano em que uma das maiores potências mundiais (a China),

produziu 1.7MW de módulos fotovoltaicos, metade da produção mundial! 2 anos mais tarde,

essa produção mundial quase triplicou.

Para dar acesso a este tipo de produção de energia, em 2011 houve uma queda

vertiginosa dos preços de painéis fotovoltaicos, fazendo aumentar cada vez mais o uso

deste tipo de produção de energia.

Energia Solar 7

2.1 Utilização da energia solar em Portugal

A disponibilidade de radiação solar no nosso país é uma das maiores na Europa. De

facto, o nº médio anual de horas de sol em Portugal varia entre 2.200 horas e 3.300 horas e,

por exemplo, na Alemanha varia entre 1.200 horas e 1.700 horas.

Seria de esperar que com tantas horas de radiação solar, Portugal conseguisse produzir mais energia através de painéis solares do que a Alemanha por exemplo, mas não.

Apesar de Portugal possuir excelentes condições para a conversão fotovoltaica, cujos

índices de produção variam ente os 1000 e os 1500 kWh por ano, existem várias razões

para o fraco desenvolvimento da energia solar em Portugal:

- Na década de 1980, ocorreram experiências que não favoreceram um primeiro período

de expansão deste tipo de aproveitamento de energia. Há cerca de quarenta anos atrás, a

energia proveniente do sol era maioritariamente aproveitada através de coletores para

aquecimento de águas. Contudo, nomeadamente devido à qualidade dos equipamentos e

das instalações, não houve uma grande aposta neste meio de obtenção de energia;

- Os custos eram bastante elevados, o que levou a um desânimo relativamente à adoção de uma solução que podia competir com outras mais convencionais;

-Várias barreiras à inovação face à indústria, da construção e da instalação de

equipamentos.

Porém, desde o governo do primeiro-ministro José Sócrates, que houve um aumento

significativo de parques solares fotovoltaicos. A famosa central de Moura, com capacidade

de 46 MW e o parque solar em Brinches com capacidade de 11 MW são os maiores

parques solares do país sendo, sendo o primeiro um dos maiores da Europa.

De facto, Portugal conseguiu aumentar um pouco o aproveitamento da energia solar, e

em 2013, 46 lojas Continente possuirão painéis (15.867), nos seus telhados, que produzirão

125 GWh de energia ao longo de 25 anos, o que equivale à eletricidade para sustentar 40

mil casas ao longo de um ano.

Energia Solar 8

2.2 Enquadramento

A energia solar pode ser utilizada de várias formas incluindo a sua utilização direta

no aquecimento e iluminação de edifícios e o fornecimento de água quente sanitária que

pode ser transversal a múltiplos sectores da sociedade, tais como o doméstico, o dos

serviços, a indústria ou a agropecuária. Para além disso, a energia solar também possibilita

a produção de vapor de processo ou geração de eletricidade. Através das propriedades do

efeito fotovoltaico, converte-se a radiação solar em energia elétrica.

A tecnologia de aquecimento solar é algo já comum no mercado Europeu e, como tal,

em 2012 já existiam cerca de 12,3 milhões de m2 de coletores solares térmicos, dos quais

60% se encontravam na Alemanha. Atualmente, algumas cidades europeias já estabelecem

regulamentos municipais, como é o caso da cidade de Barcelona, onde é exigida a

instalação de sistemas solares que garantam 60% do consumo de água quente de

habitações e edifícios da área dos serviços. Esta medida legislativa levou ao aumento de

cerca de 750% da instalação deste tipo de sistemas.

No entanto os números relativos ao aproveitamento da energia solar por parte dos

países da EU são insignificativos quando comparados com a realidade Chinesa, onde já

existiam 26 milhões de m2 de coletores solares e mais de mil fabricantes de componentes e

sistemas deste tipo ao virar do milénio. (in dgeg.pt)

A energia de origem fotovoltaica (FV) tem sido a opção mais económica em aplicações

domésticas de pequena potência sem, no entanto, assistirem a uma grande disseminação

em função dos preços praticados serem impeditivos da sua generalização.

O custo das Instalações Solares Térmicas de Aquecimento de Água em Portugal situa-

se nos 600/800 euros/m2 para os pequenos sistemas enquanto que nos grandes sistemas

esse custo desce para cerca de 350/600 euros/m2.

Energia Solar 9

2.3 Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico, observado pela primeira vez por Alexandre-Edmond Becquerel em

1839, é o princípio no qual se baseia o funcionamento do painel fotovoltaico. Traduz-se na

criação de uma tensão elétrica ou de uma corrente elétrica correspondente num dado

material, tendo este estado exposto à luz anteriormente. Embora o efeito fotovoltaico esteja

diretamente relacionado com o efeito fotoelétrico, é de notar que são processos diferentes.

No efeito fotoelétrico, os eletrões são ejetados da superfície de um material após exposição

à radiação com uma dada energia mínima. O efeito fotovoltaico é diferente porque os

eletrões ejetados são transferidos entre camadas diferentes (i.e., das camadas de valência

para camadas de condução) dentro do próprio material, o que resulta no desenvolvimento

de uma tensão elétrica entre dois elétrodos. Na maioria das aplicações fotovoltaicas, a radiação é a luz solar e por esta razão os aparelhos utilizados são conhecidos como células solares.

Energia Solar 10

2.3.1 Painel ou Coletor Solar Fotovoltaico

O painel fotovoltaico é um dispositivo constituído por células fotovoltaicas, utilizado para

converter energia solar em eletricidade. A conversão direta da energia solar em corrente

elétrica é realizada nas células solares através do efeito fotovoltaico, que consiste na

criação de uma diferença de potencial elétrico através de radiação.

Figura 1: Painel Fotovoltaico1

1 “Cientistas estudam painéis solares mais finos e leves” in

boasnoticias.pt http://boasnoticias.pt/mobile/noticias.php?id=16263

Energia Solar 11

2.3.2 Funcionamento de um Sistema Fotovoltaico

Um painel fotovoltaico é constituído por várias células fotovoltaicas, juntas no mesmo

circuito. As células fotovoltaicas são formadas por pelo menos duas camadas de materiais

semicondutores. Uma das camadas apresenta uma carga positiva, enquanto que a outra

apresenta uma negativa. Quando a luz solar atinge as células fotovoltaicas, muitos dos

fotões são reflectidos. Outros passam através da célula e os restantes são absorvidos pela

célula. Quando a camada negativa da célula tiver absorvido fotões suficientes, os electrões

são libertados dessa camada. Assim, movem-se para a camada semicondutora positiva, o

que origina uma diferença de potencial entre as 2 camadas, semelhante à de 1 bateria

comum. Ao ligar o sistema (pólo +, e -) a um electrodoméstico comum, os electrões circulam

pelo circuito criando electricidade. Cada célula produz entre 1-2 watts. Para aumentar a sua

potência, as células são combinadas e concentradas num módulo solar compacto. Estes

módulos é que são depois instalados num circuito (em série, e/ou paralelo) e combinados

para formar o painel solar que dará a potência necessária conforme os requisitos do

projecto. Graças à abundância de silicone (material primário na construção de painéis solares) e à

energia solar praticamente ilimitada, esta solução renovável torna-se uma fonte de energia

não só economicamente atractiva, mas também ecológica. Estes sistemas não queimam

combustível, não têm partes móveis, sendo assim de fácil limpeza, não criam ruído, e são

praticamente livres de manutenção.2

Figura 2: Esquema simplificado da utilização de um sistema fotovoltaico3

2 “Funcionamento de sistema fotovoltaico” in w.paineissolaresfotovoltaicos.com 2012

http://www.paineissolaresfotovoltaicos.com/como-funcionam-os-paineis-solares-fotovoltaicos/

3 “Funcionamento de sistema fotovoltaico” in blogdasenergias.blogspot.com 28 novembro 2007 http://blogandoasenergias.blogspot.pt/2007/11/benefcios-econmicos-e-ambientais-da.html

Energia Solar 12

2.3.3 Painel ou Coletor Solar Térmico

O Coletor solar é um dispositivo constituído por células solares, que utiliza a luz solar

para o aquecimento de água, particularmente útil para as várias tarefas domésticas. Esta é

uma solução aplicada há muitos anos. Através da utilização de coletores solares mais

recentes, todos os processos utilizados anteriormente aumentaram exponencialmente a sua

eficiência, muito por culpa dos materiais modernos e técnicas actuais.

Figura 3: Coletor Solar 4

Funcionamento de um Coletor Solar Térmico

Os 2 tipos de sistemas solares térmicos dividem-se essencialmente na forma como o

fluido e a água aquecidos circulam no sistema.

4 “Coletor solar” in wikipedia.org 5 outubro 2014

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fd/Solar_heater_dsc00632.jpg

Energia Solar 13

Circulação por termossifão

Os sistemas de circulação por termossifão, utilizam as leis da física para fazer a água

circular de forma gratuita no sistema. Usando os princípios da gravidade, e da

termodinâmica o sistema é calculado de forma a que a água quente suba para o

reservatório naturalmente, enquanto que a água fria desça para o painel solar coletor.

Elimina completamente a necessidade de uma bomba eléctrica para fazer circular a

água. São mais económicos por isso mesmo, são também mais simples de instalar em

casa. O tamanho do tanque pode ser escolhido conforme a necessidade da habitação,

assim como o tamanho dos painéis solares. A contrapartida é que podem não ser tão

eficientes como os sistemas de circulação forçada (dependendo

das aplicações). E obrigam a que o reservatório de água esteja colocado por cima

dos painéis solares colectores.5

Figura 4: Circulação por termossifão6

5 “Tipos de funcionamento de um coletor solar” in paineissolaresfotovoltaicos.com 2012

http://www.paineissolaresfotovoltaicos.com/como-funcionam-os-paineis-solares-termicos/

6 “Circulação por termossifão” in paineissolaresfotovoltaicos.com 2012 http://www.paineissolaresfotovoltaicos.com/wp-content/uploads/2012/09/solahart_pannello_tecnico_zoom_280x280.jpg

Energia Solar 14

Circulação forçada

Este tipo de sistema geralmente tem o tanque de água separado dos painéis solares

coletores, permite portanto ter o tanque ao nível do chão, em qualquer

compartimento da casa, e os painéis no telhado. Ao contrário do sistema de

termosifão, a água circula no sistema graças a uma bomba de água controlada

electronicamente permitindo assim na maioria dos casos uma maior eficiência, já

que o sistema pode calcular quando é que é necessário ter água a circular (e com

que caudal) ou não.6

Figura 5: Circulação forçada7

7 “Circulação forçada” in paineissolaresfotovoltaicos.com 2012 http://www.paineissolaresfotovoltaicos.com/wp-content/uploads/2012/09/solar-illustration-

converted_280x286.jpg

Energia Solar 15

2.4 Estética dos painéis

De um modo geral, a energia solar é aproveitada através da instalação de painéis

solares de grandes dimensões colocados nos telhados dos edifícios, com pouca ou

nenhuma preocupação estética.

De facto, os painéis solares são muitas vezes colocados obliquamente à inclinação

do telhado com vista ao aumento do seu rendimento. No entanto, esse aumento de

rendimento é tão pequeno que geralmente não justifica o impacto visual e estético que

causa ao utilizador. Esta situação acentua-se ainda mais em blocos habitacionais que

adoptam tipos e formas diferentes de painéis solares diferentes em cada habitação. Um

conjunto de equipamentos muito distinto e instalados com inclinações diferentes confere um

aspecto caótico e desorganizado à paisagem citadina.

Para responder aos pedidos crescentes de integração estética dos equipamentos de

captação de energia solar, algumas empresas oferecem alternativas, maioritariamente sob a

forma de novas telhas ou revestimentos que abrigam células fotovoltaicas. Estes novos

materiais procuram assim atingir a funcionalidade dos painéis fotovoltaicos aliando a estes a

integração visual de forma a que sejam um acessório de construção ao invés de passarem a

fazer parte da paisagem quase como um “corpo estranho”.

Energia Solar 16

2.5 Custos

Graças à sua excelente posição geográfica, Portugal é cada vez mais um local onde o

investimento na energia solar parece mais promissor e vantajoso.

Com o aumento dos preços das restantes formas de energia, a energia solar permite

uma escapatória às pressões colocadas em muitas famílias no final de cada mês. Ao gerar

a sua própria energia é-lhe possível amortizar as suas contas, tornando-se assim uma

solução cada vez mais comum entre os portugueses.

Para além da redução de custos, deixa também de estar sujeito a cortes de energia e está a ajudar o planeta.

A energia solar é apoiada pelo Governo, que criou o Fundo de Eficiência Energética que

fornece um incentivo de 5 milhões de euros na colocação de painéis (1500 euros) e janelas

(1250 euros).

O preço dos painéis é muito variável, dependendo de diversos fatores como a estrutura,

o tamanho, se se pretende eletricidade, água quente ou ambos, se se vive numa vivenda ou

num prédio.

Os painéis solares são uma forma excelente de reduzir os custos mensais provenientes

de gastos energéticos, visto que possibilita uma poupança de até 70%. Utilizados para

aquecer a água que necessita para as mais diversas tarefas domésticas.

Os preços tendem a variar entre os 2500 e os 4000 euros, no que toca a painéis com

depósitos exteriores entre 180 e 300 litros respetivamente. No que toca a depósitos os

preços variam entre os 3000 e os 5000 euros para volumes semelhantes.

Outro tipo de painéis muito comum são os painéis fotovoltaicos. Os seus custos de

implementação têm vindo a diminuir ao longo dos anos, tornando-se agora cada vez mais

económicos, tendo contudo, ainda um preço considerável para quem pretende ter total

independência da rede energética. "Cem mil euros é a quantia mínima a investir para ter

uma casa com eletricidade apenas fornecida por painéis solares, ora nunca pagaríamos

esta quantia à rede energética durante uma vida inteira de contrato pelo que nunca é

economicamente vantajoso", explica o responsável da instaladora de painéis fotovoltaicos

Movitron, José Tomé.8

Os preços variam entre os 2000 e os 20000 euros, dependendo do resultado final pretendido.

Outra opção no âmbito da energia solar é a microgeração. Trata-se de, através do

processo de micro-produção (produção em muito pequena escala) de eletricidade, vendê-la

à rede pública, continuando a receber energia da rede energética, no final de cada mês é

feito um “ajuste de contas” entre a quantidade vendida e consumida.

Também esta forma de produzir energia tem um custo inicial, que ronda os entre os

vinte mil euros. Contudo, este meio de produção de energia pode tornar-se lucrativo para o

produtor a partir de cerca de cinco anos e meio, contando a partir do momento da instalação

do sistema. É,pois, em média, a partir do tempo referido que é possível reaver a totalidade

do investimento inicial.

O limite estabelecido pelo Governo para a potência máxima que é possível instalar é de 3,6 Kw e o preço a pagar (65 cêntimos por quilowatt/hora em instalações de 30 m2 nos

8 “Tudo que precise de saber sobre painéis solares” in activa.sapo.pt 24 MARÇO 2010

http://activa.sapo.pt/vida/sociedade/2010-03-24-tudo-que-precisa-de-saber-sobre-paineis-solares

Energia Solar 17

próximos cinco anos).

Ideal para a implementação deste tipo de estruturas são vivendas e moradias, podendo também serem instaladas em prédios, após uma avaliação feita por profissionais.

Este tipo de energia renovável em média tem retorno em 6 anos, 8 anos no máximo,

tendo os painéis uma esperança média de vida de 20 anos.

Energia Solar 18

2.5.1 Centrais Solares

Uma das grandes vantagens destas centrais é que são autossuficientes, produzindo a

eletricidade de que necessitam através da energia solar, através da enorme quantidade de

energia solar que conseguem captar e armazenar. Como a energia é convertida em

electricidade ou calor não liberta poluentes.

Por outro lado, a sua construção fica extremamente cara, pois requer a compra de

milhares de painéis que necessitam ser configurados individualmente, painéis estes feitos

de materiais semicondutores que não possuem um valor propriamente acessível. Por forma

a minimizar os custos destes materiais semicondutores, são também utilizados espelhos de

grandes dimensões.

Contudo, a longo prazo, a central tem retorno, pois os painéis requerem muito pouca manutenção e a energia solar é totalmente grátis.

Figura 6: Central Solar PS10, em Espanha9

9 “ Usina Solar” in pt.wikipedia.org 27 de Março de 2013

http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_solar#mediaviewer/File:PS10_solar_power_tower.jpg

Energia Solar 19

2.6 Energias Renováveis: Uma nova era

As energias renováveis vieram revolucionar o mundo “limitado e esgotável” em que

habitamos, transformando-o num planeta “infindável e infindo”. Este tipo de energias provém

de recursos naturais como o sol (energia solar), vento (energia eólica), água (energia

hidráulica) ou resultam da transformação de produtos de origem animal e vegetal (energia

da biomassa), da combinação do hidrogénio com o oxigénio (energia do hidrogénio), do

movimento das ondas (energia maremotriz) ou até mesmo da energia proveniente do

interior da Terra (energia geotérmica). Mas, como tudo, existem vantagens e desvantagens. Os custos elevados de investimento,

as perturbações audiovisuais e a localização precisa de determinadas infraestruturas são

alguns dos problemas que advém do uso deste tipo de energias. Por outro lado, são

consideradas inesgotáveis à escala humana, oferecerem menos riscos que a energia

nuclear, reduzem a dependência energética da sociedade e permitirem a redução das

emissões de CO2, sendo que o seu impacto ambiental é menor do que o provocado pelas

fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis.

Em suma, o consumo de energias renováveis deve ser uma prioridade humanitária na medida em que o uso destas são uma mais-valia para as gerações vindouras.

Energia Solar 20

3. Conclusões

O aperfeiçoamento e optimização das tecnologias de aproveitamento da energia solar pode

ser a chave para a sustentabilidade energética na era pós-combustíveis fosseis, na medida

em que o sol é uma fonte de energia virtualmente inesgotável. Para além disso, pode ser a

resposta aos problemas ambientais causados pelo excesso de CO2 libertado na atmosfera,

consequência dos combustíveis fosseis. Por tudo o que foi exposto neste relatório, concluímos que a energia solar poderá ser o

futuro da nossa civilização, e o motor do desenvolvimento energético sustentável.

Energia Solar 21

Referências bibliográficas

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