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Revista Dental Press de EstéticaTRANSCRIPT
Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):1-136 ISSN 1807-2488
Revista Denta l Press de
Estética
Revista Denta l Press de
volume 7 - número 3julho / agosto / setembro 2010
Estética5 Editorial
5
13 Acontecimentos
13
Eventos1212
Flashes laterais, como usá-los?Jairo Pires de Oliveira
34 Fotografia
34
Estou ligando para marcar um horário na sua clínica…Celso Orth
50 Gestão em Odontologia
50Reabsorção Cervical Externa versus Reabsorção Interna CoronáriaAlberto Consolaro, Leda Francischone, Renata Bianco Consolaro,
Carlos Eduardo Francischone
128 Biologia da Estética
128
Pascal Magne
16 Entrevista
16Incisivo lateral superiorMauricio Umeno watanabe
22 Excelência em Laboratório
22
Você prefere realizar cirurgia para recobrimento radicular com ou sem o auxílio do microscópio?Cléverson de Oliveira e Silva
Glécio Vaz de Campos
44 Ponto de vista
44 104
Sumário
Reabsorção Cervical Externa versus Reabsorção Interna CoronáriaAlberto Consolaro, Leda Francischone, Renata Bianco Consolaro,
Carlos Eduardo Francischone
Excelência em Laboratório
Desafio estético em dentes anteriores: aplicando a biomimética – relato de um caso clínicoAesthetic challenge in upper teeth: applying biomimetics - clinical case report
Chrys Morett Carvalho de Freitas, Wilker Morett Carvalho de Freitas, Rivanda Martins Costa de Freitas
104104
Fluorose dentária – etiologia e uma opção de tratamentoDental fluorosis – etiology and a treatment option
Ana Lourdes Miranda de Vasconcelos,
Herbert Ghersel, Catarina Prado,
Monica Aratani, Eloisa Lorenzo de Azevedo Ghersel
118118
Restabelecimento estético com laminados cerâmicosAesthetic excellency in ceramic venners
Fabiano Carlos Marson, Sidney Kina
8282
Endocrown – uma alternativa restauradora para dentes posteriores desvitalizados: relato de caso clínicoEndocrown – a restorative option to devitalized posterior teeth: clinical case report
Gabriella Francisco Manta,
Frederico dos Reis Goyatá
9494
54
Análise bidimensional de tensões em modelo de segundo pré-molar inferior, reconstruído com pinos de fibra de vidro e de carbono, por meio do método dos elementos finitosStress distribution in a second lower pre-molar reconstructed with fiber glass and carbon post systems by 2D finite element analysis
Gilmara Abrão Alves do Nascimento, Milton Edson Miranda, Pedro Yoshito Noritomi
54Uma nova concepção na estratificação com resinas compostas A new concept in composite resins stratification
Sanzio Marques
6464
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Revista Dental Press de Estética / Dental Press International. -- v. 1, n. 1 (out./nov./dez.)(2004) – . -- Maringá : Dental Press International, 2004-
Trimestral. ISSN 1807-2488. 1. Estética (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título.
CDD. 617.643005
DIRETORa: Teresa R. D’aurea Furquim - aNalISTa Da INFORMaçãO: Carlos alexandre Venancio - PRODUTOR EDITORIal: Júnior Bianchi - DIagRaMaçãO: Diego Ricardo Pinaffo, Fernando Truculo Evangelista, gildásio Oliveira Reis Júnior, Tatiane Comochena - PRODUçãO gRÁFICa E ElETRÔNICa (SBOE): Elizabeth Salgado - REVISãO: Ronis Furquim Siqueira - TRaTaMENTO DE IMagENS: andrés Sebastián - BIBlIOTECa: Marisa Helena Brito - NORMalIZaçãO: Marlene gonçalves Curty - BaNCO DE DaDOS: adriana azevedo Vasconcelos - E-COMMERCE: Soraia Pelloi - COORDENaçãO DE aRTIgOS: Roberta Baltazar de Oliveira - CURSOS E EVENTOS: ana Claudia da Silva, Rachel Furquim Scattolin - INTERNET: Carlos E. de lima Saugo - FINaNCEIRO: Márcia Cristina Plonkóski Nogueira Maranha, Roseli Martins - DEPTO. COMERCIal: Roseneide Martins garcia - SECRETaRIa: ana Claudia Reis limonta. a Revista Dental Press de Estética (ISSN 1807-2488) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) (Tiragem: 3.500 exemplares) da Dental Press Ensino e Pesquisa ltda. - av. Euclides da Cunha, 1718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. as opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. assinaturas: www.dentalcompras.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.
EDITOR EXECUTIVOEwerton Nocchi Conceição - UFRgS - RS
EDITORA CIENTÍFICARenata Corrêa Pascotto - UEM - PR
PUBLISHERlaurindo Zanco Furquim - UEM - PR
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CONSULTORES CIENTÍFICOSadair luiz Stefanello Busato - UlBRa - RSalberto Consolaro - FOB-USP - SPalberto Magno gonçalves - UFgO - gOandréa Brito Conceição - UFRgS - RSantônio Salazar Fonseca - aPCD - SPanuar antônio Xible - Clínica particular - Vitória - ESCarlos alexandre l. Peersen da Câmara - Clínica particular - Natal - RNCarlos Eduardo Francci - USP - SPCarlos Eduardo Francischone - FOB-USP - SPCesar augusto arita - São leopoldo Mandic - SPClaudia Cia Worschech - Clínica particular - americana - SPClaudio Pinho - Clínica particular - Brasília - DFDickson Martins da Fonseca - Clínica particular - Natal - RNDulce Simões - UFal - alEduardo Batista Franco - USP - SP Eduardo galia Reston - UlBRa - RSEduardo Passos Rocha - FOa/UNESP - SPEuripedes Vedovato - aPCD - SPFabiano Marson - Faculdade Ingá - PRFernando Borba de araújo - UFRgS - RS
Fernando Cauduro - PUC - RSglauco Fioranelli Vieira - USP - SPguilherme Senna - PUC/Mg - MgIsabel Tumenas - aPCD - SPJairo Pires de Oliveira - Clínica particular - Ribeirão Preto - SPJoão Carlos gomes - UEPg - PRJosé arbex Filho - Clínica particular - Belo Horizonte - MgJosé Carlos garófalo - Clínica particular - São Paulo - SPJosé Roberto Moura Jr. - Clínica particular - Taubaté - SPKatia Regina Hostilio Cervantes Dias - UERJ / UFRJ - RJleonardo Muniz - EBMSP - Baluiz antônio gaieski Pires - Clínica particular - Porto alegre - RSluiz Fernando Pegoraro - FOB-USP - SPluiz Narciso Baratieri - UFSC - SCMarcelo Balsamo - aPCD - SPMarcelo Fonseca Pereira - Clínica particular - Rio de Janeiro - RJMárcio grama Hoeppner - UEl - PRMarco antonio Bottino - FOSJC/UNESP - SPMaria Fidela de lima Navarro - USP - SPMário Fernando de góes - FOP/UNICaMP - SPMario Honorato da Silva e Souza Júnior - UFPa - PaOsmir Batista de Oliveira Júnior - UNESP - SPOswaldo Scopin de andrade - CES/SENaC - SPPatrícia Nobrega Rodrigues Pereira - Univ. of North Carolina at Chapel Hill e
clínica particular em Brasília - DFPaulo Kano - aPCD - SPRaquel Sano Suga Terada - UEM - PRRodolfo Candia alba Júnior - Clínica particular - São Paulo - SPRonaldo Hirata - UFPR - PR Sérgio Roberto Vieira - PUC - PRSidney Kina - Clínica particular - Maringá - PRSillas luiz lordelo Duarte Júnior - FOar/UNESP - SPSylvio Monteiro Junior - UFSC - SCWaldemar Daudt Polido - Clínica particular - Porto alegre - RSWalter gomes Miranda Jr. - USP - SPWanderley de almeida Cesar Jr. - Clínica particular - Maringá - PR
CONSULTORES EM PRÓTESE DENTÁRIAJosé Carlos Romanini - laboratório Romanini - londrina - PRluiz alves Ferreira - aPDESP - São Paulo - SPMarcos Celestrino - laboratório aliança - São Paulo - SPMurilo Calgaro - Studio Dental - Curitiba - PRRolf ankli - Dental atelier - Belo Horizonte - Mg
CONSULTORES DE FOTOGRAFIAany de Fátima Fachin Mendes - Fotógrafa - PRDudu Medeiros - Fotógrafo - SP
INDEXAÇÃO:
Revista Dental Press de Estéticaé indexada pela BIREME, nas bases BBO e LILACS - 2005.
5Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):5
Editorial
Poucos eventos conseguem atrair tanta atenção e ocupar imenso espaço na
mídia internacional como a Copa do Mundo de futebol. Será que isso é por acaso?
Claro que não... todos nós sabemos. O futebol é um esporte com regras simples,
que alimenta nos povos um sentimento de paixão e também oportuniza a inclusão
social. Aliado a esses ingredientes, existe um imenso trabalho para dar VALOR para
a “MARCA” futebol. É indiscutível a contribuição do brasileiro chamado João Have-
lange, que assumiu a FIFA na década de 70 com uma condição econômica apenas
satisfatória e a transformou em uma entidade que fatura milhões de dólares anual-
mente, e que ainda tem uma grande influência política, social e econômica. No caso
da Seleção Brasileira de Futebol acrescenta-se, ainda, uma bela história de vitórias e
qualidade técnica dos jogadores, e essa MARCA fica mais valiosa ainda. E o que isso
tem a ver com uma revista de Odontologia Estética, que trabalha constantemente
para melhorar sua qualidade, ou com a atuação de nós dentistas no dia a dia? VA-
LOR e MARCA. Sim, isso mesmo. Perseguimos muito o reconhecimento de nossos
pacientes, de nossos colegas e da sociedade de modo geral, através de um traba-
lho ético e de qualidade. Uma revista persegue o reconhecimento dos professores,
profissionais e acadêmicos por meio de publicações relevantes e que contribuam
como importante fonte de atualização. Aproveitei esse ano de Copa do Mundo de
futebol para ilustrar e convidar todos a refletir sobre a importância de construir uma
MARCA, quer seja pessoal ou institucional, realmente consistente e que possa gerar
um enorme VALOR. Na correria do dia a dia, muitas vezes não paramos para pensar
em que direção estamos indo e o que realmente estamos fazendo para atingir o tal
reconhecimento ou, em outras palavras, obter maior VALOR para nossa MARCA.
No projeto da revista Estética, estamos trabalhando com paixão e foco na busca
para agregar cada vez mais VALOR à nossa MARCA. E você, no seu dia a dia pro-
fissional, o que e como está fazendo?!
Desejo-lhes uma boa leitura e que todos tenham êxito na construção de sua
MARCA e alcancem o VALOR desejado!
Ewerton Nocchi
Marca e Valor
Ewerton Nocchi Conceição* Renata Corrêa Pascotto**
* Professor de Dentística da FO/UFRGS. Mestre e Doutor em Ma-
teriais Dentários pela FOP/UNICAMP. Especialista em Dentística
Restauradora pela FO/UFSC. Coordenador do Curso de Espe-
cialização em Dentística da FO/UFRGS. Membro Credenciado
da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. Clínica particu-
lar com ênfase em Odontologia Estética em Porto Alegre/RS.
E-mail: [email protected].
** Professora Associada do Curso de Odontologia da Universida-
de Estadual de Maringá (UEM). Mestre e Doutora em Dentística
pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Coordenadora
Adjunta do Programa de Pós-graduação em Odontologia Inte-
grada (mestrado) da UEM.
E-mail: [email protected].
Em 2011, juntos noRio de Janeiro...
E muito mais...
Em 2011, juntos noRio de Janeiro...
E muito mais...
Eventos nacionais
» 9TH ANNUAL MEETING & SCIENTIFIC SESSION - “THE INTERSECTION OF MACRO AND MICRO DENTISTRY”• DATA: 4 a 6 de novembro de 2010
• LOCAL: Fess Parkers Doubletree Resort Santa Barbara – Santa Barbara/EUA
• INFORMAÇÕES: www.microscopedentistry.com – [email protected]
Eventos internacionais
» 18º CIOPG - CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA DE PONTA GROSSA 4º SBPqO Sul - Encontro Anual 2010 9º EPATESPO - Encontro Paranaense de Técnicos e Administradores do Serviço Público Odontológico
• DATA: 14, 15 e 16 de outubro de 2010
• LOCAL: Colégio Marista Pio XII - Ponta Grossa/PR
• INFORMAÇÕES: (42) 3219-5610 - [email protected] - www.abopg.com.br
» 7ª FEIRA E CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA ESTÉTICA• DATA: 26 a 28 de agosto de 2010
• LOCAL: Espaço APCD – São Paulo/SP
• INFORMAÇÕES: 0800 12 8555 - www.apcd.org.br/estetica – [email protected]
» 16º CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA ESTÉTICA - SBOE• DATA: 21 a 23 de outubro de 2010
• LOCAL: Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba – Comandatuba/BA
• INFORMAÇÕES: (21) 2239-4370 – www.sboe.com.br
» 3º MEETING DE IMPLANTODONTIA E PERIODONTIA ESTÉTICA• DATA: 21 e 22 de outubro de 2010
• LOCAL: Ouro Minas Palace Hotel - Belo Horizonte/MG
• INFORMAÇÕES: (31) 3292-7968 - www.meetingimplante.com.br
» 4º ENCONTRO BRASILEIRO TPD 14º Cursão
• DATA: 24 e 25 de setembro de 2010
• LOCAL: Espaço APCD - Santana - São Paulo/SP
• INFORMAÇÕES: (11) 3287-1933 - www.apdesp.org.br
12 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):12
13Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):13
AcontecimentosAcontecimentosEntre os dias 14 e 17 de julho, foi realizado em Barcelona, na Espanha, o 88º encontro anual da IADR
(International Association for Dental Research). Os brasileiros que participaram do evento foram muito
bem representados pela professora da USP, Maria Fidela de Lima Navarro, presidente eleita do IADR.
Pela primeira vez na história da instituição, uma brasileira foi escolhida para o cargo.
Ana Skaleric e Eva Skaleric (Ljubljana, Slovênia).
George Aliades (Atenas, Grécia) e Imad About (Marseille, França).
Petra Werder (Basel, Suíça).
Rachel Furquim, Renata Pascotto, Myuke Hayacibara e Luciana Manzotti (Maringá/PR).
Mabel Cordeiro, Thaisa Triches, Ana Ca-rolina Zaze, Cezar Aurelio Zaze e Rodrigo Triches (Florianópolis/SC).
Shigeyoshi Shimizu, Takahashi Kouichi e Shota Hatakeyama (Sapporo, Japão).
Luciano Casagrande e Thiago Ardenghi (Santa Maria, Brasil).
Lilian Paula (Brasília/DF) e Sigmar de Mello Rode (São Paulo/SP).
Giancarla Sangianantoni e Tiziana Cantile (Trentola Ducenta, Itália).
Entrevista
16 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):16-21
Pascal Magne
O Dr. Pascal Magne nasceu em La Chaux-de-Fonds, Suíça, em 1966. Cresceu em Neuchâtel, onde concluiu o ensino médio. Em
seguida, mudou-se para Genebra, onde se formou em Odontologia em 1989, concluindo sua tese de doutorado em 1992. Passou,
então, a lecionar e continuou seus estudos de pós-graduação em Prótese e Dentística Operatória na Universidade de Genebra, até
1997. Foi contemplado com fundos de pesquisa oferecidos pela Fundação Suíça de Estudos Médico-Biológicos e pela Associação
Internacional de Pesquisa Odontológica. Atuou como pesquisador em tempo integral, na área de Biomateriais e Biomecânica na Uni-
versidade de Minnesota, entre 1997 e 1999. De volta à Universidade de Genebra, recebeu o título de Doutor em 2002 e atuou como
conferencista sênior entre 1999 e 2004. A partir de fevereiro de 2004, tornou-se Livre Docente e Professor Associado da Universida-
de do Sul da Califórnia (USC, Los Angeles), onde se tornou catedrático do Departamento de Odontologia Estética. É autor do livro
Bonded Porcelain Restorations in the Anterior Dentition: A Biomimetic Approach (Restaurações Adesivas de Porcelana na Dentição
Anterior: Uma Abordagem Biomimética), da Quintessence Publishing, de 2002, disponível em 10 idiomas; além de artigos clínicos e
científicos em Odontologia Estética e Adesiva, sendo frequentemente convidado para ministrar palestras sobre esses temas.
Atualmente, os Drs. Pascal Magne e Michel Magne são considerados a melhor equipe de profissionais da Estética Dental. Pascal
apresenta e ensina seus conhecimentos inovadores, baseados em evidências científicas sólidas, especialmente sobre plano de trata-
mento, técnicas de preparo e de cimentação adesiva. Se acrescentarmos, ainda, suas sofisticadas técnicas de estratificação cerâmica
e recriação artística do sorriso humano, teremos o que de melhor pode oferecer a Odontologia moderna.
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Magne P
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Entrevista
Quantas vezes você já visitou o Brasil? O que acha de nosso país?
Já estive no Brasil sete vezes, entre Rio de Ja-
neiro, Curitiba e Florianópolis. Cada visita me deixou
muita admiração pelo país e pelos brasileiros. Acredi-
to que alguns dos melhores dentistas do mundo são
brasileiros; eles são caracterizados pela sua paixão
e criatividade. Os professores Luiz Narciso Baratieri,
Sylvio Monteiro Jr., Antonio Carlos Cardoso (todos da
Universidade Federal de Santa Catarina) e Dr. Newton
Fahl Jr. (de Curitiba) são amigos muito especiais.
Além disso, tenho tido o privilégio de “receber o Bra-
sil”, na medida em que recebo muitos professores
visitantes, doutorandos, etc., participando de pesqui-
sas realizadas pela minha equipe (Fig. 1). Todos vêm
demonstrando um nível muito elevado de capacidade
e precisão. Já realizaram muitos trabalhos de suma
importância para nossa profissão. Não hesitaria em
me tornar paciente de qualquer um deles.
Você costuma falar sobre restaurações adesi-vas. Acha que nós estamos vivenciando a era da “adesão” na Odontologia Estética?
Sim, nós estamos e, pelo que sei, essa “era da ade-
são” começou há 15 anos, pelo menos. Lembre-se
que um mundo “sem adesão” seria muito triste. Muitas
coisas comuns em nossas vidas deixariam de funcio-
nar: os aviões, seu carro, sua bicicleta, seus sapatos,
etc.; e, claro, suas restaurações dentárias. Adesão é
um “conceito”, e é atemporal. Lembre-se de que um
dente pode ser descrito como uma lâmina de esmal-
te perfeitamente aderida sobre um núcleo de dentina.
Esse é o projeto divino e é legítimo imitar biomimeti-
camente esse conceito. Infelizmente, têm-se realizado
grandes danos aos dentes e polpa por conceitos pro-
téticos tradicionais (forma de retenção e resistência).
Conte-nos um pouco sobre sua experiência nos Estados Unidos. Poderia apontar as principais
diferenças na forma como a Odontologia é ensina-da, pesquisada e praticada nos Estados Unidos e na Europa, onde você lecionava? Baseado em sua visão e conhecimento sobre o Brasil, há grandes diferenças entre esses três lugares?
Como aluno de Odontologia na Suíça, recebi o apoio
e a influência de excelentes mentores (entre eles, o pro-
fessor Urs Belser). Em minha alma mater, a Faculdade
de Medicina Dentária da Universidade de Genebra, rece-
bi um ensino “boutique” (excelência em primeiro lugar),
com a média de 1 docente para 4 a 5 alunos, no má-
ximo. Quando descobri o novo continente, em meados
dos anos noventa, percebi que as grandes turmas (1
docente para cada 8 a 10 alunos, ou mais), o alto valor
das mensalidades e a preocupação com a produtividade
jamais me permitiriam ter evoluído de forma semelhante
nos Estados Unidos. Em especial, as deficiências ineren-
tes à estrutura de ensino oferecido na área de tecnologia
odontológica me causavam (e ainda me causam) pro-
funda revolta. No entanto, sou grato a Deus pelo privilé-
gio de crescer dentro de um “ninho aconchegante” cha-
mado Suíça, mas por ter tido a oportunidade de fazer
essa viagem para o “velho oeste” dos Estados Unidos.
Graças aos anos em que residi na América do Norte (8
anos no total, sendo 6 anos em Los Angeles), aprendi a
abrir a mente para outras culturas e horizontes. Conheci
pessoas do mundo todo (bem-vindos a Los Angeles).
Acredito que, se o mundo fosse um cérebro, a Europa
estaria do lado direito e os EUA à esquerda. Mas o incrí-
vel é que, quando os dois lados se encontram (europeus
nos EUA ou norte-americanos na Europa), é possível
realizar coisas extraordinárias. Naturalmente, até onde
consigo perceber, o Brasil é muito semelhante à Europa.
Lembre-se de que um dente pode ser descrito como uma lâmina de esmalte perfeitamente aderida sobre um núcleo de dentina.
““
21Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):16-21
Magne P
Pascal Magne
• Professor das Universidades de Genebra e Los Angeles.
E-mail: [email protected]
foi contaminada pela necessidade atual de que tudo seja rápido e simples. Qual a sua opinião? Você se preocupa com esse fenômeno?
Concordo que tendemos a ser impacientes e isso
me preocupa. Eu tenho grande admiração por tudo o
que somos capazes de realizar em nossa profissão.
Graças ao Criador, um dente precisa de cerca de 9
anos para se desenvolver plenamente no corpo huma-
no (4 a 5 anos para a coroa de um incisivo central, e
mais 4 a 5 anos para a raiz). Quando o dente sofre
algum dano, vamos ao dentista e esperamos que esse
humilde homem possa consertá-lo em uma hora. E
normalmente funciona muito bem, surpreendentemen-
te. Mas essa presteza nem sempre basta, porque, pelo
visto, nossa fome de “rapidez” é difícil de satisfazer. A
indústria entende profundamente esse processo e se
esforça em abastecer os profissionais para que pos-
sam satisfazer essa fome. É a “síndrome do fast-food”
na Odontologia. Acredito que alguns conceitos bastan-
te úteis poderão surgir daí, mas os profissionais preci-
sam ter cautela. Eu gosto de comer no McDonald’s de
vez em quando. Mas não todo dia!
Rachel D’Aurea Furquim- Graduada pela Universidade Estadual
de Londrina.- Mestranda em Odontologia Integrada
pela Universidade Estadual de Maringá.- Aluna do curso de Especialização em
Prótese Dentária pela Universidade Estadual de Maringá.
- Membro Associado da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética.
Coordenadora
Você gostaria de mandar uma mensagem ou con-selho aos profissionais mais jovens que preten-dem seguir carreira em Odontologia Estética?
Gostaria de dizer-lhes que “se liguem e fiquem
ligados” (“get bonded and stay bonded”) (risos).
Agora falando sério, eu quero que eles derrubem
as barreiras conceituais que o ensino tradicional
construiu em sua volta. Que possam romper as
barreiras e seguir um mentor. O mentor tem um
papel fundamental na carreira de jovens dentistas
(na minha, certamente teve). Além disso, cuidado
com a palavra “estética” em Odontologia. A estéti-
ca, em si, nada mais é do que um belo símbolo da
vida espiritual, sem a qual a estética é apenas uma
sombra sem substância1. Se você acredita nisso,
compartilhe com seus pacientes, Deus fará o resto.
1. Murray WJ. The realm of reality. Saint Louis: Divine Science Publishing Association; 1922.
REFERênCiAs
Algumas das questões dessa entrevista foram originalmente publicadas na edição portuguesa da revista Dentistry (www.dentistry.pt)
e sua republicação foi autorizada pelo entrevistado.
Excelência em Laboratório
22 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):22-33
Mauricio Umeno WATANABE*
* Especialista em Periodontia pela Funbeo (Bauru). Especialista em CTBMF pela UNIP (São Paulo). Mestrando em Prótese
pela São Leopoldo Mandic (Campinas).
23Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):22-33
Watanabe MU
Incisivo lateral superior
O incisivo lateral superior é, dentre os dentes an-
teriores superiores, o que apresenta a maior variabili-
dade anatômica. É comum encontrarmos diferenças
anatômicas inclusive entre os incisivos laterais do
mesmo indivíduo. Apesar da sua forma mais comum
ser similar à do incisivo central superior, variações de
formas anatômicas são bastante frequentes. Além
disso, seu posicionamento na arcada também apre-
senta uma falta de padronização.
Dentre as variações anatômicas encontradas, Ha-
tjo1 cita que Mühlreiter afirma serem as mais comuns:
a forma similar à do canino, a torção da coroa para
mesial e a forma conoide. O incisivo lateral superior,
por estar posicionado num arco, se encontra natu-
ralmente girovertido com relação ao incisivo central.
A magnitude dessa giroversão faz com que, muitas
vezes, encontremos uma sobreposição da mesial do
incisivo lateral sobre a distal do incisivo central. Esse
apinhamento, quando não exagerado, é esteticamente
aceitável e muitas vezes utilizado para compor o ar-
ranjo dos dentes anteriores em modificações estéticas
com técnicas restauradoras diretas e indiretas. O ta-
manho médio do incisivo lateral superior é de 9,34mm
de altura por 7,38mm de largura, segundo Magne,
Gallucci e Belser2. Devido à sua menor dimensão, se
comparada à do incisivo central e do canino, o incisi-
vo lateral muitas vezes não entra em contato com os
dentes antagonistas durante os movimentos mandibu-
lares. Isso faz com que não haja desgaste da borda in-
cisal devido à atrição. Nesses casos, é comum encon-
trarmos incisivos laterais apresentando borda incisal
com a anatomia quase intacta, mesmo nos indivíduos
adultos. Dentre as características mais marcantes nes-
se grupo de dentes estão as que diferem do incisivo
central. Comparativamente, o lateral apresenta uma
convergência mais acentuada para cervical das cristas
marginais vestibulares, um arredondamento maior do
ângulo que une a borda incisal com o contorno distal,
uma superfície vestibular mais lisa e com sulcos ver-
ticais menos evidentes3. Outras características tam-
bém podem ser evidentes, como a presença de uma
saliência na porção mediana do lado lingual da borda
incisal; a existência de cristas marginais linguais bem
desenvolvidas delimitando lateralmente a fossa lingual;
e a presença de uma depressão mesiovestibular que,
quando acentuada, faz com que a coroa do dente
apresente o aspecto torcido para mesial1.
A seguir, será apresentada uma sequência de en-
ceramento progressivo de um incisivo lateral superior
direito com as características mais comumente en-
contradas. O enceramento foi realizado com ceras de
diversas cores e translucidez, de forma que ficassem
evidentes os volumes ocupados pelas diversas estru-
turas do dente.
33Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):22-33
Watanabe MU
Figura 42 - Detalhes da face lingual. Figura 43 - Detalhes da vestibular e incisal.
1. Hatjo J. Anteriores: a beleza natural dos dentes anteriores. São Paulo: Ed. Santos; 2008. p. 109-43.
2. Magne P, Gallucci GO, Belser UC. Anatomic crown width/length ratios of unworn and worn maxillary teeth in white subjects. J Prosthet Dent. 2003 May;89(5):453-61.
3. Picosse M. Anatomia dentária. 4ª ed. São Paulo: Sarvier; 1983.
REFERÊNCIAS
Mauricio Umeno WatanabeE-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
Fotografi a
34 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):34-42
Flashes laterais, como usá-los?
Jairo Pires de Oliveira
Oliveira JP
35Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):34-42
INTRODUÇÃO
A fotografia intrabucal é cada vez mais utilizada
pelos cirurgiões-dentistas no registro de seus casos
clínicos. Vários fatores têm propiciado, ao cirurgião-
dentista brasileiro, o treinamento específico no registro
de seus casos através da fotografia digital intrabucal,
entre eles: a facilidade de digitalização das imagens;
redução dos preços dos computadores e baratea-
mento das viagens internacionais, além do aumento
do poder aquisitivo da moeda brasileira frente ao dó-
lar americano; a facilidade e velocidade de informa-
ção através da internet; além do fervilhante intercâm-
bio de grandes profissionais da Odontologia mundial
e o acesso do dentista brasileiro a esses profissionais
em congressos e cursos em nosso país, sem contar a
nossa própria e intensa produção científica.
A grande revolução aconteceu com a substitui-
ção do filme fotográfico pelos sensores digitais, nas
máquinas fotográficas. A fotografia deixou de ser
um passatempo caro e para poucos, para se tornar
disponível para a população através das máquinas
fotográficas digitais.
Hoje, temos telefones celulares que filmam e
fotografam, permitindo o envio automático dessas
imagens pela internet; e qualquer pessoa, em qual-
quer lugar do mundo, pode ter acesso instantâneo a
essas imagens e informações.
Com esse novo cenário, o cirurgião-dentista tem
o estímulo e os meios necessários para o registro
de seus casos e apresentação desses perante o pa-
ciente ou seus colegas, através de um programa de
computador.
Esses recursos possibilitam uma facilidade maior
no planejamento de tratamentos, comunicação com
laboratórios de prótese, comprovação de trabalhos
realizados junto a convênios odontológicos, e con-
vencimento do paciente na aquisição de serviços
odontológicos de maior valor agregado.
O registro dos casos também leva a uma melhora
da qualidade profissional, visto que a fotografia é um
juiz imparcial quanto à qualidade dos serviços e tra-
balhos oferecidos pelo cirurgião-dentista.
Com o aparecimento cada vez mais frequente de
máquinas fotográficas com sensores e dispositivos
mais poderosos e sofisticados, e a obsolescência
dos equipamentos num círculo de vida útil cada vez
menor dos mesmos, muitas vezes o protocolo foto-
gráfico e os ajustes usados em equipamentos anti-
gos não se aplicam aos novos equipamentos. Isso é
especialmente aplicado com a abertura do diafrag-
ma em uma nova câmera fotográfica.
Enquanto para uma sequência intrabucal em um
equipamento fotográfico adquirido em 2004 (como
a Canon D300, com sensor de 6,3 megapixels) nós
usávamos uma abertura de 22 no diafragma, com
ISO 100 e velocidade de 1/125 segundos; numa
máquina Canon XSI (adquirida no ano de 2009,
com sensor de 12,6 megapixels) notamos que a
mesma configuração faz com que obtenhamos fo-
tografias mais claras.
Temos que reconhecer que cada máquina foto-
gráfica é um equipamento único e que seus ajustes
devem ser individualizados para que continuemos
a obter fotografias de qualidade. Notamos que não
basta fechar o diafragma da máquina, passando
por exemplo de uma abertura 22 para uma aber-
tura 29, mas precisamos também calibrar o flash,
diminuindo a sua potência.
Um detalhe extremamente importante é, ao ad-
quirir um sistema fotográfico, manter-se fiel a ele,
evitando usar intermediários de outros fabricantes,
pois eles geralmente são mais baratos e o doce
sabor da economia na hora da compra revelará o
amargor da perda de qualidade fotográfica quando
o equipamento for usado.
Ao se adquirir um equipamento Canon, adquira
também as lentes e o flash da mesma marca; proce-
dendo da mesma forma com equipamentos Nikon, etc.
Flashes laterais, como usá-los?
42 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):34-42
Distante
Para finalizar a nossa documentação, após termi-
nar o nosso trabalho odontológico fotografaremos o
sorriso do paciente e novamente faremos a fotografia
da face, dos lados direito e esquerdo, para que pos-
samos usá-las como comparação com as do início
do tratamento. Dessa forma, teremos um caso com-
pleto, com início, meio e fim.
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Jairo Pires de Oliveira•Especialistaem:DentísticaRestauradora,
Periodontia e Implantodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.
•CoordenadorCientíficodaAssociaçãoOdontológica de Ribeirão Preto (AORP) de 1998 a 2001.
•PresidentedaSociedadeBrasileiradeOdontologia Estética (SBOE) de 2006 a 2007.
•AutordolivroFotografia intra-oral (Ed. Santos, 2004).
•CoautordolivroMicro-Odontologia: visão e precisão em tempo real (Dental Press, 2008).
• E-mail: [email protected]
CONCLUSÃO
Atualmente, o avanço tecnológico e a concorrência
em nossa profissão nos levam a um constante apri-
moramento e a fotografia é um dos meios que nos
mantêm sempre atualizados e capacitados a oferecer
o melhor aos nossos pacientes.
7º CONGRESSO INTERNACIONAL DEODONTOLOGIA ESTÉTICA
- conferências nacionais- hands-on- ateliê do sorriso
apcdcentral
26 a 28 agostode
................................................................................................................................
Ponto de Vista
44 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):44-8
Você prefere realizar cirurgia para recobrimento radicular
com ou sem o auxílio do microscópio?
46 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):44-8
Ponto de Vista
procedimento é baseada nos princípios de sucesso,
economia, morbidade do paciente e reprodutibilida-
de. Para uma boa reprodutibilidade da técnica, ela
deve ser de fácil execução, necessitando de menor
habilidade do operador. A utilização do microscópio e
de microinstrumentos requer um intenso treinamento
prévio clínico e laboratorial. Além disso, há um ele-
vado custo para a aquisição do microscópio e dos
microinstrumentais. Os resultados mostrados na lite-
ratura indicam que tanto a abordagem macrocirúrgi-
ca quanto a microcirúrgica promovem percentuais de
recobrimento radicular satisfatórios, melhora estética
e da hipersensibilidade, e ganho de tecido queratini-
zado. Embora boa parte dos estudos demonstre van-
tagens estatísticas com o uso do microscópio para
o recobrimento radicular, um acompanhamento em
longo prazo se faz necessário para verificar a esta-
bilidade da técnica. Ainda, novos estudos precisam
ser desenvolvidos avaliando mais técnicas macro e
microcirúrgicas e comparando a satisfação estética,
morbidade pós-operatória, hipersensibilidade denti-
nária e tempo de cicatrização.
1. Bittencourt S, Del Peloso Ribeiro E, Sallum EA, Sallum AW, Nociti FH Jr, Casati MZ. Comparative 6-month clinical study of a semilunar coronally positioned flap and subepithelial connective tissue graft for the treatment of gingival recession. J Periodontol. 2006;77:174-81.
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REFERêNCIAS
Cléverson de Oliveira e Silva•Professor Adjunto de Periodontia UEM.•Mestre em Periodontia FOP/Unicamp.•Doutor em Periodontia FOP/Unicamp e Ohio
State University - EUA.•Pesquisador Visitante Ohio State University -
EUA.
47Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):44-8
Silva CO, Campos GV
GléCio vaZ De CaMPos
Prefiro com o microscópio operatório. Há 14 anos
estou convencido do seu inigualável potencial.
A tendência atual da Periodontia estética é a bus-
ca de técnicas cirúrgicas cujo sucesso seja avaliado
pela previsibilidade dos resultados, pela qualidade do
pós-operatório e pela ausência de cicatrizes.
A partir da comprovação de que o enxerto con-
juntivo subepitelial (ECS) é capaz de induzir a quera-
tinização dos tecidos1, vários autores desenvolveram
técnicas utilizando o ECS combinado com diferentes
desenhos de retalhos pediculados, objetivando o re-
cobrimento dos variados tipos de defeitos. Esse gru-
po de técnicas aumentou a previsibilidade das cirur-
gias para recobrimento radicular devido ao aumento
da nutrição do enxerto. Recentes revisões sistemáti-
cas têm demonstrado que as técnicas que utilizam o
ECS são previsíveis para tratar recessões gengivais e
oferecer homogeneidade de cor entre a área enxerta-
da e os tecidos adjacentes2,3,4.
No entanto, encontramos na literatura estudos clí-
nicos controlados com ECS onde a média de recobri-
mento radicular varia de 64%5 a 97%6. Essa grande
variação de resultados pode ser atribuída à dificuldade
de execução da técnica, ao grande número de passos
técnicos, aos tipos de defeito, ao número de raízes a
serem recobertas e à espessura dos tecidos. Quando
os defeitos são mais largos (no sentido mesiodistal), a
dificuldade técnica é maior e o risco de perda de nutri-
ção do enxerto aumenta. Os retalhos com espessura
igual ou inferior a 0,8mm são de difícil manipulação, o
que aumenta o risco de necrose pós-operatória7.
Vários estudos controlados mostraram que o re-
cobrimento radicular completo somente ocorre em
80% dos casos. Uma vez que a maior parte das
áreas com hipersensibilidade radicular está próxima
à junção cemento-esmalte, somente um comple-
to recobrimento radicular poderia garantir resolução
total dessa queixa dos pacientes7,8. A presença de
pequenas recessões residuais também pode repre-
sentar um problema estético, pois o milímetro mais
coronal da raiz exposta é, muitas vezes, a única área
visível quando o paciente sorri.
Portanto, os procedimentos cirúrgicos para o re-
cobrimento radicular são de difícil execução e bastan-
te sensíveis a falhas, os resultados estéticos gengivais
são variáveis e nem sempre atendem à expectativa
dos pacientes.
Além de resultados aceitáveis baseados em da-
dos clínicos, a cirurgia plástica periodontal busca o
desenvolvimento de técnicas menos invasivas para o
recobrimento radicular, que favoreçam uma cicatriza-
ção mais rápida, menor desconforto pós-operatório e
maior satisfação dos pacientes.
O microscópio operatório (MO) vem sendo utiliza-
do com o objetivo de atender a esses requisitos7,9,10.
É um instrumento que oferece ótima visualização do
campo de trabalho, versatilidade na magnificação das
imagens (3x a 30x) e postura de trabalho ergonômica.
Suas características ópticas proporcionam conforto
ao operador, já que seus olhos posicionam-se em re-
pouso, como se estivesse observando o horizonte,
sem a convergência que ocorre na visão a olho nu ou
com o uso de lupas. Outra vantagem é a possibilida-
de de se adaptar um sistema de captura de imagem
para filmagens e fotografias simultâneas ao trabalho.
O uso do MO e de microinstrumentos para o re-
cobrimento radicular possibilita um procedimento
cirúrgico minimamente invasivo através de incisões
precisas, dissecação uniforme dos retalhos (finos ou
espessos) e suturas imperceptíveis. Esse refinamen-
to de técnica em que a acuidade visual é melhorada
pela magnificação é chamado de microcirurgia plás-
tica periodontal9.
A microcirurgia plástica periodontal é baseada em
três princípios11. O primeiro é o aumento da habilidade
motora para melhorar o desempenho cirúrgico. Isso é
evidente nos movimentos das mãos, executados com
48 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):44-8
Ponto de Vista
Glécio Vaz de Campos•Especialista em Periodontia e em Prótese
Dental pela APCD – Araraquara.•Professor coordenador de Microcirurgia
Plástica Periodontal, EAP – APCD Central.•Introdutor no Brasil da técnica de
Microcirurgia Periodontal.
grande precisão e reduzido tremor. O segundo princí-
pio da microcirurgia é o uso de microinstrumentos, que
possuem ponta ativa precisa e delicada, para reduzir o
sangramento e o traumatismo dos tecidos. O terceiro
é a busca do fechamento da ferida de borda a borda,
o que elimina espaços vazios e evita a proliferação de
um tecido inflamatório. Para isso, utilizam-se suturas
delicadas e precisas, com mínima tensão nos retalhos.
O reduzido traumatismo nos tecidos envolvidos na
microcirurgia e o padrão de cicatrização por primeira
intenção levam a um pós-operatório mais confortável
e a uma rápida cicatrização, sem a produção de fi-
broses. Isso contribui para uma melhor aceitação dos
procedimentos cirúrgicos pelos pacientes, e para que
se obtenham resultados estéticos mais previsíveis.
Alguns estudos controlados começam a demons-
trar que o uso do MO e microinstrumentos aumenta
significativamente a vascularização do enxerto12 e o
percentual de recobrimento radicular completo, quan-
do comparado a procedimentos realizados a olho nu13.
Os melhores resultados alcançados com o uso do MO
são atribuídos à sua capacidade de ampliar a imagem,
o que permite melhor acuidade visual e, dessa forma,
possibilita o refinamento da técnica cirúrgica.
O uso do MO para o recobrimento radicular exige
dos periodontistas uma curva longa de treinamento
laboratorial e clínico. Porém, aqueles que superam
as dificuldades iniciais relatam uma grande satisfação
profissional por realizarem um trabalho mais previsível
e preciso. À medida que mais estudos comparativos
demonstrarem os resultados favoráveis proporciona-
dos pelo MO, um número cada vez maior de perio-
dontistas passará a adotar essa filosofia de trabalho.
O domínio do MO foi decisivo para a minha opção
de dedicação exclusiva aos procedimentos de cirur-
gia plástica periodontal. Assim, no dia a dia, é possí-
vel alcançar um índice de sucesso compatível com a
expectativa dos colegas que nos indicam pacientes
e, sobretudo, com a satisfação desses últimos.
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REFERêNCIAS
Gestão em Odontologia
50 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):50-2
Gestão em Odontologia
51Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):50-2
Orth C
E aí, quem vai atender o telefone está prepara-
do? Será que, ao atender, vai demonstrar entusias-
mo com minha ligação? Será que nesse meu primeiro
contato vou me sentir bem recebido e até acolhido?
As nossas certezas nesse ponto começam a se
transformar em dúvidas e até, talvez, em preocupa-
ções. Aqui reside um ponto de sensibilidade, muito
crítico, que remete ao primeiro contato de um cliente
com a clínica.
Por mais que confiemos em nossa telefonista/
recepcionista ou atendente — seja lá qual for a de-
nominação —, existem muitas variáveis que influen-
ciam no atendimento personalizado, que deveria
ser excelente. Com certeza absoluta, a primeira
delas é o bom humor! Pessoas mal humoradas não
deveriam fazer parte da linha de frente de uma or-
ganização que presta serviços, principalmente na
área de saúde, onde a tendência é atender inúme-
ras pessoas que ligam ou nos procuram em mo-
mentos que se encontram fragilizadas por algum
problema de saúde ou de estética bucal.
Em segundo lugar, a prontidão para tentar resol-
ver, mostrar logo a vontade de encaminhar a solu-
ção. Parece óbvio, mas não é. Todos nós vemos má
vontade, desconsideração, burocracia e dificuldades
em vários lugares para os quais ligamos ou frequen-
tamos. Será que na nossa clínica isso não acontece?
Dica: investigue, analise e pesquise com os clien-
tes como anda o atendimento da linha de frente.
Costumo dizer que a pessoa que atende o tele-
fone é tão importante quanto o profissional mais titu-
lado que temos na clínica. O nosso negócio, muitas
vezes, nasce aí.
Existem pessoas que contratam simplesmente
uma telefonista treinada, educada e com currículo,
mas sem o essencial, que é o comprometimento. E
acabam pagando pouco por isso. A contrapartida
é que também recebem pouco em troca, ou seja,
um desserviço.
Dica: remunere e valorize muito bem aquela que é
a primeira pessoa que comunica e exterioriza a ima-
gem de nossa organização.
Bem, vamos considerar que essa primeira etapa
foi cumprida com êxito. Finalmente o nosso cliente
chegou. Ele traz consigo muitas expectativas e, claro,
muitos desejos. Como será que ele, quando entrar
em nossas instalações, vai enxergar o ambiente? Ar-
rumado, limpo, iluminado, acolhedor? Lógico, diriam
vocês, isso é básico. Será?
E a pessoa que vai recebê-lo? Tem uma expressão
corporal simpática, demonstrando claramente o quan-
to a visita dele é importante? Óbvio, diriam muitos.
É fundamental recebê-lo muito bem, surpreendê-
lo até com a forma afetiva que lhe é demonstrada.
Qual o som que está no ambiente: música, som da
TV, do DVD ou de conversas internas e/ou particula-
res em tom mais alto? Qual o cheiro do lugar, há um
aroma agradável?
Estou ligando para marcar um horário na sua clínica…
Celso Orth
52 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):50-2
Estou ligando para marcar um horário na sua clínica…
E assim as coisas vão acontecendo de acordo
com as percepções de quem chega.
Dica: que não seja somente na primeira vez que
o esmero do lugar deva ser observado e a recepção
desse cliente seja excepcional. Que, a cada vinda ao
longo do tratamento, nós possamos proporcionar
sensações memoráveis, tornando o invisível visível na
percepção dele.
Como vai ser a estada de nosso cliente na clíni-
ca, com quais profissionais ele terá contato? Temos
um protocolo de recepção? Mostrar as instalações,
apresentar a nossa equipe, etc.? Analise o tratamento
que está sendo oferecido, o grau de intimidade, que
nem é dado, mas às vezes é tomado naturalmente por
algum(a) atendente que se supõe mais próximo, ao
chamá-lo de meu querido, meu amor, beijinho pra cá,
beijinho pra lá. Isso às vezes acontece também ao tele-
fone e choca o interlocutor, que não o reconhece como
um gesto de afeto e muito menos de profissionalismo.
Tudo o que gira em torno do atendimento, confor-
to, decoração, tecnologia, resultados, pessoas, etc.
faz parte de algo que se chama valor percebido pelo
cliente. Aliás, esse é o paradigma em que o preço
deve ser baseado e é decisivo na avaliação feita pelo
cliente. O preço baseado em custos ou na concorrên-
cia não é a melhor escolha em se tratando de presta-
ção de serviços.
Dica: esse valor precisa ser comunicado para que
o cliente o perceba e valorize. Crie um modelo de co-
municação para que isso seja realmente implementado
como parte do processo de atendimento ao cliente.
Tudo isso que foi escrito vai gerar a maior fonte de
indicações, ou não, de clientes: o boca a boca. Exis-
tem trabalhos que mostram que 78% das pessoas
procuram um profissional por uma indicação de outra
pessoa. Acredito que o atendimento seja realmente a
maior fonte de sucesso de um profissional que presta
serviços, ainda mais na área da saúde.
Dica final: um cliente que nos é indicado já vem
sabendo da maioria dos procedimentos que são exe-
cutados na clínica, inclusive preços, o que facilita
muito o relacionamento e a negociação.
Não esqueçamos: diferencial em uma clínica é ter
pessoas preparadas, entusiasmadas e comprometidas.
Bons atendimentos, e principalmente muitas indi-
cações, para vocês.
Celso Orth•Graduado em Odontologia pela UFRGS.•MBA em Gestão Empresarial pela Fundação
Getúlio Vargas.•Fundador da Clínica Orth.•Clínico em tempo integral.•E-mail: [email protected]
...............agregar crescerpara
........
...LOCAL:
Artigo Inédito
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Gilmara Abrão Alves do NASCIMENTO*Milton Edson MIRANDA**Pedro Yoshito NORITOMI***
* Especialista em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia de Bauru - SP. Especialista em Endodontia pelo Centro de Microscopia Odontológica de Curitiba/PR. Mestre em Odontologia.
** Doutor em Prótese Dentária pela FO-USP. Coordenador do Curso de Mestrado em Prótese Dentária da Faculdade de Odontologia e Centro de Pós-graduação São Leopoldo Mandic - Campinas/SP.
*** Doutor em Engenharia Mecânica pela Divisão de Tecnologias Tridimensionais do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - Campinas/SP.
Nascimento GAA, Miranda ME, Noritomi PY
55Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):54-63
Análise bidimensional de tensões em modelo de segundo pré-molar inferior, reconstruído com pinos de fibra de vidro e de carbono, por meio do método dos elementos finitosStress distribution in a second lower pre-molar reconstructed with fiber glass and carbon post systems by 2D finite element analysis
Resumo
O objetivo deste trabalho foi analisar comparativamente, pelo Mé-
todo dos Elementos Finitos, a distribuição de tensões internas
em dois modelos bidimensionais de um segundo pré-molar infe-
rior, sem remanescente coronário, em uma vista mesial. A análise
foi realizada comparando pinos de fibras de vidro e de carbono,
ambos com formato paralelo e escalonado. Foi aplicado um car-
regamento de 100N, distribuído na superfície da porção coro-
nária do núcleo de resina composta, em sentido longitudinal. A
análise dos dados foi realizada com um software específico e os
resultados visualizados pelo critério de von Mises. Nas condições
“simuladas”, foi possível concluir que: houve uma distribuição de
tensões uniforme no interior dos modelos na região da raiz e nos
2/3 inferiores dos pinos, tanto os de fibra de carbono quanto os
de fibra de vidro, o que indica que o direcionamento da aplicação
de carregamento no sentido longitudinal contribuiu com a unifor-
midade na distribuição das tensões; no terço superior ocorreram
concentrações de tensões nos ângulos das paredes de resina
para os dois modelos, provavelmente devido à geometria exis-
tente nas regiões referidas; ocorreu uma concentração de ten-
sões nos ângulos da região da porção coronária de resina, com
valores quantitativos diferentes para os dois modelos, indicando
que as propriedades mecânicas dos pinos interferem na concen-
tração de tensões; uma maior concentração de tensões ocorreu
na porção coronária de resina e terço superior do pino de fibra de
vidro devido ao fenômeno chamado “stress shielding”.
Abstract
The objective of this work was to compare, through the Finite
Elements analysis, the distribution of internal stress in 2D mod-
els of a second lower pre-molar, without coronary remnant,
under mesial view. The analysis was accomplished, comparing
fiber glass and carbon fiber posts, both with parallel and ech-
eloned format. It was applied a loading of 100 N, distributed
in the coronal portion of the resin, in the longitudinal direction.
The analysis of the data was accomplished with the software of
the finite elements specific method and the results visualized
in a scale of colors and values, according to von Mises’ crite-
rion. In the experimental conditions it was possible to conclude
that: there was a uniform stress distribution in the interior of the
casts in the root region and the inferior 2/3 of the posts, both
the carbon fiber and glass fiber, what indicates that the applica-
tion of the loading in longitudinal direction contributed with
the uniformity in the stress distribution; in the superior third
occurred stress concentrations in the angles of the resin walls in
both casts, probably due to the existing geometry in the men-
tioned regions; there was a stress concentration in the right and
left angles in the region of coronal portion of the resin with dif-
ferent quantitative values for the two casts indicating that the
mechanical properties of the posts interfere in the stress concen-
tration; a greater tension concentration occurred in the coronal
portion in the resin and in the superior third of the glass fiber
post due to a phenomenon called “stress shielding”.
Keywords: Intrarradicular posts. Fiber glass posts. Carbon fiber posts. Stress analysis. Finite Elements Method.
Palavras-chave: Pinos intrarradiculares. Pinos de fibra de vidro. Pinos de fibra de carbono. Análise de tensões. Método dos elementos finitos.
63Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):54-63
Nascimento GAA, Miranda ME, Noritomi PY
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Gilmara Abrão Alves do NascimentoAv. República Argentina, 50 - sala 91, Água VerdeCEP: 80.240-210 – Curitiba / PR E-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
Caso Clínico
64 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):64-79
Sanzio MarqueS*
* Mestre em Dentística Restauradora (FO-UFMG). Especialista em Prótese Dental (FORP-USP). Autor do livro “Estética com resinas compostas em dentes anteriores: percepção, arte e naturalidade”.
Coordenador do Curso de Excelência em Odontologia Estética do IEO-Belo Horizonte. Coordenador do Curso Dominando a Arte com Resinas Compostas do IEO-Belo Horizonte.
Marques S
65Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):64-79
Uma nova concepção na estratificação com resinas compostasA new concept in composite resins stratification
Resumo
Dois requisitos são fundamentais no sucesso clínico e estético
das restaurações com resinas compostas: o conhecimento
das propriedades ópticas dos dentes naturais e o conheci-
mento do sistema restaurador adotado pelo profissional. O
domínio desses dois fatores possibilita ao clínico reconhecer
quais massas de resinas compostas, e em que espessura,
são capazes de imitar com naturalidade as características do
elemento a ser restaurado. O desafio restaurador não se li-
mita a uma mimetização de cor, mas também ao equilíbrio
nos níveis de translucidez e opacidade. O objetivo deste relato
é apresentar, passo a passo, a reconstrução direta de dois
incisivos centrais superiores fraturados, com o sistema Ama-
ris (Voco), enfatizando o conceito de estratificação da resina
composta, bem como a etapa de acabamento e polimento,
visando proporcionar naturalidade às restaurações.
Abstract
Two requirements are fundamental to the success of clini-
cal and aesthetic restorations with composite resins: the
knowledge of the optical properties of natural teeth and the
knowledge of the restorative system used by the profes-
sional. The dominance of these two factors allows the cli-
nician to recognize which masses of composite resins, and
in what thickness, are able to mimic the characteristics of
a natural element to be restored. The restorative challenge
is not limited to mimicking of color, but also to balancing
the levels of translucency and opacity. The purpose of this
report is to present the step-by-step direct reconstruction
of two fractured upper central incisors, with the Ama-
ris system (Voco), emphasizing the concept of composite
resin stratification and the step of finishing and polishing
in order to provide natural restorations.
Keywords: Composite. Stratification. Aesthetic finishing.Palavras-chave: Resina composta. Estratificação. Ajuste estético.
Marques S
79Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):64-79
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REFERÊNCIAS
Sanzio Marques Rua Lavras, 605 CEP: 37.902-314 – Passos / MGE-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
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Caso Clínico
82 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):82-92
Fabiano Carlos MARSON*Sidney KINA**
* Mestre e Doutor em Dentística pela UFSC. Professor de Dentística, Clínica integrada e do Mestrado em Prótese da Faculdade Ingá, Maringá/PR. Professor do Curso de Especialização em
Dentística, Uningá, Cuiabá/MT.
** Mestre em Clínica Odontológica pela FOP/UNICAMP. Professor do Curso de Especialização em Odontologia Estética, SENAC – São Paulo.
Marson FC, Kina S
83Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):82-92
Restabelecimento estético com laminados cerâmicos Aesthetic excellency in ceramic venners
Resumo
As coroas adesivas livres de metal promovem a estética e
função; porém, para conseguir excelência estética com
esses materiais indiretos, são necessários conhecimentos
acerca de cor, forma, técnica restauradora e características
de opacidade e translucidez. Através do relato de dois casos
clínicos serão demonstradas todas as fases do tratamento
desde o planejamento e diagnóstico até o preparo cavitá-
rio, moldagem e cimentação adesiva. O primeiro caso clínico
aborda o restabelecimento do sorriso através de facetas de
porcelana; e o segundo, a melhora estética anterior com as-
sociação de facetas e coroas livres de metal.
Abstract
Metal free adhesive crowns promote function and aes-
thetics, however, to achieve aesthetic excellence with
these indirect materials it is necessary to know about col-
or, shape, filling technique and characteristics of opac-
ity and translucency. Through the report of two cases
it is demonstrated all treatment phases from planning
and diagnosis, cavity preparation, forming and cement-
ing adhesive. The first case study deals with the resto-
ration smile through porcelain veneers and the second
improves the anterior aesthetic associated with veneers
and free metal crowns.
Keywords: Ceramics. Dental porcelain. Dental esthetics. Color. Palavras-chave: Cerâmica. Porcelana dentária. Estética dentária. Cor.
92 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):82-92
Restabelecimento estético com laminados cerâmicos
progresso fosse acompanhado por uma evolução no
preparo cavitário, no sentido de preservar maior quan-
tidade de estrutura dentária sadia1,5,13. Dessa forma,
considerando a possibilidade de restaurar dentes an-
teriores com laminados cerâmicos, a estrutura dentária
sadia deve ser preservada ao máximo11.
CONCLUSÃO
As restaurações indiretas livres de metal promo-
vem excelentes resultados estéticos e funcionais
desde que realizadas com critério e técnicas ade-
quadas. O sucesso do tratamento depende de vá-
rios fatores: treinamento, conhecimento técnico e
sobre as características da cerâmica a ser utilizada,
ótima relação com o protético, dentre outros fatores.
A porcelana livre de metal pode ser realizada desde
a técnica convencional, com 2,0mm de espessura,
até laminados que podem ser realizados sem a ne-
cessidade de desgaste dentário ou com preparos
minimamente invasivos.
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Fabiano Carlos Marson Av. São Paulo, 172, sala 721, Edif. Aspen ParkCEP: 87.013-040 – Maringá / PRE-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
ARON GONSHOR | CANCARLOS BÓVEDA | VNZCLÁUDIO PINHO | BRFRANCESCA VAILATI | ITFRANK KAISER | BRFEDERICO FERRARIS | ITGEORGE PRIEST | USAGILBERTO DEBELIAN | BRGIULIO RASPERINI | ITGIUSEPPE FICARRA | ITLIVIO YOSHINAGA | BRMARCO ROSA | ITMARIANO HERRERO CLIMENT | SPMARIANO SANZ | SPNITZAN BICHACHO | ISRPETER SVENSSON | DENROGÉRIO ZAMBONATO | BRSORAYA LEAL | BR
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11 | 12 | 13 NOV | 2010 EUROPARQUE PORTO | PORTUGAL
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Caso Clínico
94 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):94-103
Gabriella Francisco Manta*Frederico dos Reis Goyatá**
* Cirurgiã-dentista graduada pelo curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra (USS) – Vassouras/RJ.
** Doutorando em Prótese na UNITAU – Taubaté/SP. Professor Assistente II de Dentística e Prótese do Curso de Odontologia da USS.
Manta GF, Goyatá FR
95Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):94-103
Endocrown – uma alternativa restauradora para dentes posteriores desvitalizados: relato de caso clínicoEndocrown – a restorative option to devitalized posterior teeth: clinical case report
Resumo
A reabilitação de dentes tratados endodonticamente com
grande perda de estrutura dentária constitui um desafio para
o cirurgião-dentista. Com o avanço da Odontologia Adesiva,
novos materiais e técnicas restauradoras permitem solucio-
nar, de uma maneira mais conservadora e funcional, diferentes
situações clínicas em dentes posteriores. Este trabalho tem
como objetivo relatar, por meio de um caso clínico, a realiza-
ção de coroa endocrown (coroa endodôntica adesiva), em um
dente desvitalizado e fragilizado, utilizando-se uma cerâmica
de dissilicato de lítio. Concluiu-se que essa opção restaura-
dora foi eficaz tanto do ponto de vista clínico quanto estético.
Abstract
The rehabilitation of devitalized tooth with a little dental
structure is a challenge to a dentist. With the advancement
in restorative dentistry, new materials and restorative tech-
niques allow to solve different clinical cases in posterior
teeth with conservative and functional procedures. The
aim of this work is to report a case treated with the endo-
crown (endodontic adhesive crown) in a fragile and devi-
talized tooth using a lithium disilicate ceramic. It could be
concluded that this restorative technique was efficient in
clinical and aesthetic aspects.
Keywords: Posterior teeth. Endocrow. Adhesive restoration.
Palavras-chave: Endocrown. Restauração adesiva.
103Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):94-103
Manta GF, Goyatá FR
É importante estabelecer critérios rígidos para se
trabalhar com as cerâmicas odontológicas, assim
como com os cimentos resinosos, respeitando suas
limitações e tendo um controle rigoroso no isolamento
do campo operatório16,17.
CONCLUSÃO
Conclui-se que, no caso apresentado, a coroa en-
docrown em cerâmica foi considerada uma excelente
alternativa restauradora, restabelecendo função e es-
tética ao paciente, que apresentava um molar inferior
desvitalizado e fragilizado.
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REFERêNCIAS
Frederico dos Reis Goyatá Av. Rui Barbosa 310/802CEP: 27.521-190 – Resende / RJE-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
Caso Clínico
104 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):104-16
Chrys Morett Carvalho de Freitas*Wilker Morett Carvalho de Freitas**rivanda Martins Costa de Freitas***
* Especialista em Prótese Dentária pela ABO/MA. Mestrando em Prótese Dentária na Faculdade São Leopoldo Mandic – Campinas/SP. Professor do curso de especialização em Dentística do
Uniceuma (São Luís/MA).
** Pós-graduado em Ortodontia pela ABO/MA.
*** Aluna do Curso de Graduação do Uniceuma (São Luís/MA).
Freitas CMC, Freitas WMC, Freitas RMC
105Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):104-16
Desafio estético em dentes anteriores: aplicando a biomimética – relato de um caso clínico
Aesthetic challenge in upper teeth: applying biomimetics - clinical case report
Resumo
Os conceitos restauradores mudaram drasticamente, influen-
ciados principalmente pelos conhecimentos sobre a adesão.
Com isso, a filosofia restauradora se modificou, estamos em
busca de materiais restauradores que se comportem de for-
ma semelhante à estrutura dentária, objeto de estudo da Bio-
mimética. Historicamente, a filosofia de seleção de materiais
restauradores foi sempre baseada naquele de maior resis-
tência, ou dureza. Entender que os materiais restauradores
não devem ser selecionados somente pela sua rigidez, e sim
com base em seu comportamento biomecânico, é o objetivo
desse artigo através de um relato de um caso clínico.
Abstract
Restorative concepts have changed dramatically, influ-
enced by the knowledge of the adhesion. Thus the re-
storative philosophy has changed, we are in search of
restorative materials that behave similarly to the tooth
structure, subject studied by the biomimetics. Historical-
ly, the philosophy of restorative materials selection has
always been based on the highest solidness or hardness.
The understanding that the restorative materials should
be selected not only because of their rigidity, but based
on biomechanical behavior, is the goal of this article by
means of a case report.
Keywords: Restorative materials. Dental ceramics. BiomimeticsPalavras-chave: Materiais restauradores. Cerâmicas dentárias. Biomimética.
Desafi o estético em dentes anteriores: aplicando a biomimética – relato de um caso clínico
116 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):104-16
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Chrys Morett Carvalho de Freitas Rua Florêncio Monteiro 280 – Centro Cidade CEP: 65.700-000 – Bacabal / MA E-mail: [email protected]
endereço para correspondência
Cerâmicas adesivas são os materiais que melhor
se aplicam a essa tendência de imitar a vida, não so-
mente na aparência (mimetizar) mas também de forma
biomecânica semelhante à estrutura dentária — apesar
da Odontologia estar apenas no começo de tudo. Por
isso, também, núcleos de fi bra de vidro, que apresentam
módulo de elasticidade próximo ao da estrutura dentária
são preferíveis, em elementos unitários, aos núcleos me-
tálicos fundidos, que são materiais de alta resistência1.
Os pinos de fi bra de vidro se comportam de modo se-
melhante ao elemento dentário, protegendo-o frente aos
desafi os diários. Em verdade, foi através da adesão de
materiais restauradores à estrutura dentária que a ver-
dadeira Odontologia com custo biológico mínimo come-
çou2. A transformação feita na Odontologia por causa
da adesão, atualmente, levou ao desenvolvimento da
ciência das restaurações dentárias sob três princípios:
estética, preservação máxima dos tecidos dentários e
desempenho biomecânico semelhante ao do dente7.
No caso clínico apresentado, foram propostos pi-
nos de fi bra de vidro, resinas compostas para confec-
ção dos núcleos e coroas adesivas, não somente pela
aparência estética desses materiais, mas principalmente
pela forma biomecânica que os mesmos se comportam
em relação aos elementos dentários. Através de uma
adesão entre esses materiais e o dente, há formação de
uma unidade sufi cientemente resistente para promover
um resultado excelente em longevidade.
CONClUsÃO
Os materiais livres de metal são uma tendência.
A cada dia, uma diversidade de sistemas cerâmicos
surge, muitas vezes baseados somente na resistência
como parâmetro avaliador. Porém, entender e indicar
de forma correta é uma necessidade. Materiais res-
tauradores que podem ser aderidos aos dentes se
comportam de forma semelhante à estrutura natu-
ral, sendo então mais indicados para restauração de
elementos unitários (tooth-like, biomimética). Os ma-
teriais de alto desempenho, como a zircônia, seriam
reservados para pontes fi xas e restaurações sobre
implante, já que, segundo a biomimética, que tende
a imitar a vida, esses elementos (próteses fi xas e im-
plantes) não são encontrados na natureza.
Caso Clínico
118 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):118-26
Ana Lourdes Miranda de VAsconceLos*Herbert GHerseL**catarina PrAdo***Monica ArAtAni****eloisa Lorenzo de Azevedo GHerseL*****
* Especialista em Odontopediatria pela ABO-MS.
** Professor Doutor da Disciplina de Clínica Integrada da UFPB. Professor do Curso de Odontopediatria da ABO-MS.
*** Doutora em Odontopediatria, Coordenadora do Curso de Especialização em Odontopediatria da ABO-MS.
**** Professora Doutora da UNIDERP. Professora do Curso de Odontopediatria da ABO-MS.
***** Professora Doutora da Disciplina de Clínica Integrada da UFPB. Professora do Curso de Odontopediatria da ABO-MS.
Vasconcelos ALM, Ghersel H, Prado C, Aratani M, Ghersel ELA
119Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):118-26
Fluorose dentária – etiologia e uma opção de tratamentoDental fluorosis – etiology and a treatment option
Resumo
Os autores discutem a etiologia e, a partir do diagnóstico, su-
gerem uma opção de tratamento para um caso de fluorose
dentária de grau moderado, em uma jovem de 13 anos de
idade. Utilizam uma técnica para resolução estética, que é a
microabrasão do esmalte dentário com um produto comercial,
composto pela mistura de um agente abrasivo e um ácido.
Para esse caso específico, os resultados obtidos foram bas-
tante satisfatórios.
Abstract
The authors discuss, through a case report, the etiology
and a treatment option for a mild level dental fluorosis in a
13 years old girl. The treatment option is a mix of an abra-
sion agent and an etching acid, as aesthetic microabrasion
procedure. In this specific case, the obtained results where
quite good.
Keywords: Dental fluorosis. Enamel microabrasion. Dental esthetics.
Palavras-chave: Fluorose dentária. Microabrasão do esmalte. Estética dentária.
126 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):118-26
Fluorose dentária – etiologia e uma opção de tratamento
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Endereço para correspondência
Biologia da Estética
128 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):128-35
Alberto ConsolAro* leda FrAnCisChone** renata Bianco ConsolAro***Carlos eduardo FrAnCisChone****
* Professor Titular da FOB-USP (Bauru) e da Pós-Graduação da FORP-USP (Ribeirão Preto).
** Professora Doutora em Odontopediatria e Coordenadora Geral da Pós-Graduação na USC-Bauru.
*** Professora Substituta de Patologia da FOA-UNESP/Araçatuba.
**** Professor Titular da FOB-USP e de Implantologia da USC.
129Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):128-35
Consolaro A, Francischone L, Consolaro RB, Francischone CE
Reabsorção Cervical Externa versus Reabsorção Interna Coronária: diagnóstico diferencial e implicações
terapêuticas e estéticas
A Reabsorção Cervical Externa inicia-se necessa-
riamente na junção amelocementária, mais especifica-
mente nos gaps ou janelas de dentina expostas entre
o esmalte e o cemento (Fig. 1 a 4).
A Reabsorção Interna necessariamente preser-
va a superfície externa do dente, inclusive a do es-
malte e da região cervical, pois representa uma pul-
popatia. O processo tem o sentido de dentro para
fora (Fig. 5, 6).
Um ponto em comum pode ocorrer nesses dois
tipos de reabsorção dentária: a presença de man-
chas ou pontos rosados na coroa, sob um esmal-
te com superfície preservada. Por transparência, o
esmalte pode permitir a visualização do processo
reabsortivo subjacente e caracterizado por um pro-
cesso inflamatório associado a numerosos vasos
sanguíneos dilatados e congestos, em ambos os ti-
pos de reabsorção (Fig. 6).
As dificuldades diagnósticas ocorrem pois, em
alguns casos, a abertura correspondente ao local
de início da reabsorção cervical externa é pequena,
apesar da socavação já ser adiantada em relação ao
esmalte (Fig. 1). Em função dessa pequena abertura
cervical muito diminuta, a gengiva ainda pode não
modificar sua cor, volume e contorno. Nessa situ-
ação, pode ser feito o diagnóstico equivocado de
Reabsorção Interna.
Figura 1 - Esquematicamente, nota-se reabsorção cervical externa em incisivo superior, onde se destaca a preservação dos limites e da vitali-dade pulpar (cortes longitudinal e transversal).
Como se inicia uma reabsorção cervical externa
Na dentina, existem algumas proteínas que, na vida
intrauterina, não foram catalogadas pelo nosso sistema
imunológico como parte de nossa constituição. Em ou-
tras palavras, na dentina há algumas proteínas estranhas.
As proteínas estranhas são também conhecidas como
135Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):128-35
Consolaro A, Francischone L, Consolaro RB, Francischone CE
de reabsorção interna, quando houver uma localiza-
ção ou extensão cervical e radicular do processo. Mas,
com as células reabsortivas assim eliminadas pelo uso
de material à base de hidróxido de cálcio, a possibili-
dade do processo continuar em alguns pontos é remo-
tíssima. Quando a Reabsorção Interna for exclusiva-
mente coronária, sem envolvimento cervical radicular,
esses cuidados podem ser abrandados.
Da mesma forma importante deve ser a manipulação
instrumental de toda a superfície dentinária envolvida na
reabsorção interna, para contribuir com a eliminação de
todas as células reabsortivas antes da obturação do ca-
nal e/ou procedimentos restauradores coronários.
Na Reabsorção Cervical Externa, o tratamento
necessita de uma abordagem cirúrgica para locali-
zar a abertura cervical do processo (Fig. 2, 3) e, a
partir deste ponto, debridar toda a área reabsorvida
e prepará-la para receber os procedimentos de pro-
teção pulpar com material à base de hidróxido de
cálcio e sistema restaurador adesivo (Fig. 4). Uma ob-
servação importante a ser considerada é a vitalidade
pulpar a ser preservada e protegida, a não ser que
seja tecnicamente inviável, requerendo uma abor-
dagem endodôntica. Do ponto de vista biológico, a
polpa dentária não tem relação etiopatogênica com a
Reabsorção Cervical Externa.
CONSIDERAÇÃO FINAL
Se o diagnóstico de Reabsorção Interna for equi-
vocado, os procedimentos endodônticos não terão
infl uência no processo reabsortivo externo e cervi-
cal, que continuará fragilizando a estrutura dentária
e levará a manifestações gengivais infl amatórias e até
fraturas. Caso o diagnóstico equivocado seja de Re-
absorção Cervical Externa, a abordagem periodontal
não infl uenciará na evolução do processo reabsortivo
interno e o processo seguirá fragilizando a estrutu-
ra dentária, podendo levar a inconvenientes clínicos
como a fratura coronária repentina e inoportuna para
o paciente. Em ambas as situações, a perda dentária
pode ser a consequência fi nal. Por fi m, o diagnóstico
da Reabsorção Interna e da Reabsorção Cervical Ex-
terna deve ser o mais precoce possível e a interven-
ção terapêutica imediatamente viabilizada.
Alberto ConsolaroE-mail: [email protected]
Endereço para correspondência
1. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 2ª ed. Maringá: Dental Press; 2005.
REFERÊNCIA PARA LEITURA COMPLEMENTAR
136 Rev Dental Press Estét. 2010 jul-set;7(3):136
— A REVISTA DENTAL PRESS DE ESTÉTICA, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de artigos de investigação cien-tífica, relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse solici-tados pelo Corpo Editorial, revisões significativas, comunicações breves e atualidades. — Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando-os como “favoráveis”, indicando correções e/ou sugerindo modificações. — A cada edição, o Corpo Editorial selecionará, dentre os artigos con-siderados favoráveis para publicação, aqueles que serão publicados imediatamente. — Os artigos não selecionados serão novamente avaliados para as edi-ções seguintes. Depois de um ano sem serem selecionados os mes-mos poderão ser devolvidos para os autores.— A Dental Press, ao receber os artigos, não assume o compromisso de publicá-los. — Os artigos podem ser retirados a qualquer momento antes de serem selecionados pelo Corpo Editorial. — As afirmações assinadas são de responsabilidade integral dos autores.
— Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Co-mitê de Ética.— Os textos devem ser enviados em formato eletrônico, digitado em um programa de edição de texto.— As notas elucidativas devem ser restringidas ao número essencial, apresentadas no fim do texto. — Não utilizar notas de rodapé. — Exige-se: correção do português e do inglês (obrigatório). — Adequar palavras-chaves ou descritores conforme o DeCS.
— Os textos devem ser acompanhados do resumo em português e inglês que não ultrapasse 200 palavras, bem como de 3 a 5 palavras-chave também em português e em inglês. — Os textos devem ter, na primeira página, identificação do autor (nome, instituição de vínculo, cargo, título, endereço, e-mail) que não ultrapasse 5 linhas. — Por motivo de isenção na avaliação dos trabalhos pelo Corpo Edito-rial, a segunda página deve conter título em português e inglês, resumo, palavras-chave, abstract, keywords, omitindo nomes ou quaisquer da-dos referentes aos autores.
— Os quadros, tabelas e figuras, com suas respectivas legendas, de-vem vir em páginas separadas, porém inseridas no texto (de forma a orientar a montagem final do artigo), e numerados em algarismos ará-bicos.
— Todas as imagens devem ser enviadas em alta resolução (no mínimo 300dpis).
— Os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.
Referências— A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mes-mas devem conter todos os dados necessários à sua identificação.— As mesmas devem ser ordenadas numeradas em ordem de citação.— Com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as citações dos autores devem ser apenas numéricas.— Todas as referências listadas devem ser citadas no texto.— Todos os autores citados no texto devem constar na lista de referências. — As abreviaturas dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — As referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver, não ultrapassando o limite de 30, conforme os exemplos a seguir:
Autor(es) (pessoa física) – de um até seis autoresSterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.
Autor(es) (pessoa física) – com mais de seis autoresDe Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32.
Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugne-ra A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.
Autor(es) e editor(es) Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001.
Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Franco APGO. Análise não linear do mecanismo de cimentação de pi-nos intra-radiculares utilizando método dos elementos finitos. [disserta-ção]. Ponta Grossa (PR): Universidade Estadual de Ponta Grossa; 2008.
Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Esté-ticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.
— Todos os artigos devem ser enviados, preferencialmente, pelo site:
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Normas de apresentação de originais