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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos ESTRUTURA O que gera? Crescimento Hutchings, M.J. 1997. The structure of plant populations. In Crawley, M.D. (ed.). Plant ecology. Blackwell, Oxford. pp. 325-358

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

ESTRUTURA

O que gera?

Crescimento

Hutchings, M.J. 1997. The structure of plant populations. In Crawley, M.D. (ed.). Plant ecology. Blackwell, Oxford. pp. 325-358

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Stress

Capote,S., Orta, R. & Pérez, E. 1986. Estrategia de reproducción de una mala hierba: Bidens pilosa L. Revista del Jardin Botánico Nacional (Cuba) 7: 73-79

ESTRUTURA

O que gera?

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Época de germinação/desenvolvimento - Variações temporais nas chances de germinação e estabelecimento

Tamashiro, J.Y. & Leitão Filho, H.F. 1978. Observações sobre o ciclo de vida de Bidens pilosa L. (Compositae - Heliantheae). Hoehnea 7: 27-40

ESTRUTURA

O que gera?

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Tamashiro, J.Y. & Leitão Filho, H.F. 1978. Observações sobre o ciclo de vida de Bidens pilosa L. (Compositae - Heliantheae). Hoehnea 7: 27-40

ESTRUTURA

O que gera?

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Competição Exploração

Padrões de recrutamento

Johnson, E.A., Miyanishi, K. & Kleb, H. 1994. The hazards of interpretation of static age structures as shown by stand reconstruction in a Pinus contorta - Picea engelmannii forest. Journal of Ecology 82: 923-931

a. Um único período de recrutamento e desenvolvimento b. Recrutamento contínuo com períodos discretos de desenvolvimento c. Recrutamento contínuo com desenvolvimento apenas em áreas mais velhas d. Recrutamento contínuo e desenvolvimento contínuo

ESTRUTURA

O que gera?

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Os poucos estudos de dinâmica mostram que indivíduos de uma mesma classe podem crescer a diferentes taxas

Exemplo: Aspidosperma polyneuron (Peroba-rosa)

Período de 11 anos

30% dos indivíduos (65) de uma população não apresentou crescimento em diâmetro

Variações individuais Condições ambientais

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Idéia:

ESPÉCIES TOLERANTES À SOMBRA (“clímax”):

Sementes não dependem de luz para germinar

Jovens se estabelecem no sub-bosque

Crescem lentamente, podendo acumular

Logo, seria esperado que estas espécies apresentassem um grande número de indivíduos jovens e gradativamente menos indivíduos adultos

J - INVERTIDO

Classificação em Grupos Ecológicos

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

ESPÉCIES PIONEIRAS:

Sementes precisam de clareiras para germinar

Jovens não se estabelecem no sub-bosque

Crescem rapidamente, todos os indivíduos ao mesmo tempo

Logo, seria esperado que estas espécies apresentassem um maior número de indivíduos de tamanho médio, poucos jovens e poucos grandes

CURVA NORMAL

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Duas referências sempre citadas quando se usa o termo J-INVERTIDO:

Knight, D. E. 1975. A phytosociological analysis of species-rich tropical forest on Barro Colorado Island, Panama. Ecological Monographs 45: 259-284

Whitmore, T. C. 1975. Tropical rain forests of the Far East. Clarendon Press, Oxford.

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

CONTEXTO HISTÓRICO:

Florestas temperadas:

- 30 a 40 espécies arbóreas ao todo

- Biologia, Ecologia e Fisiologia bem conhecidas

- Estágios sucessionais marcados

- Classificação em grupos ecológicos

KNIGHT (1975)

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Florestas tropicais (a partir de 1960):

- 180 a 450 espécies arbóreas por hectare

- Diferentes modos de sucessão ecológica

- Dificuldade de entender a estrutura da comunidade

- Necessidade de separar em grupos ecológicos

- Raríssimos estudos de Biologia, Ecologia e Fisiologia

Inferências sobre história de vida a partir de estruturas

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

300 Espécies em Barro Colorado, Panamá

Montou as estruturas de tamanho (diâmetro) de 156 espécies e separou em grupos:

I - Reprodutoras Freqüentes

II - Reprodutoras Infreqüentes

III - Pequenas na maturidade

IV e V - Indefinidas

KNIGHT (1975)

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

KNIGHT (1975)

A partir de então, vários estudos têm usado estruturas de tamanho para inferir sobre a biologia e sobre a dinâmica populacional das espécies

Calculou, para duas áreas de floresta, a porcentagem de

espécies em cada uma destas categorias e usou estas

porcentagens para inferir o STATUS SUCESSIONAL

das áreas.

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

WHITMORE (1975)

NÃO designa o termo J-INVERTIDO para as espécies tolerantes à sombra

Neste livro, o termo J-INVERTIDO é usado para descrever a estrutura das populações de espécies de

Dipterocarpáceas que são dependentes de luz!!!!

Mostra exemplo de duas espécies

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

WHITMORE (1975)

Deixa claro, em uma nota de rodapé, que não se deve fazer previsões sobre futuro ou passado de uma espécie a partir de estruturas de tamanhos!!!

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

1) Citar o Whitmore (1975) quando define, a partir da estrutura de tamanhos, se uma espécie é ou não estável ao longo do tempo.

Dois erros comuns na literatura:

2) Citar o Whitmore (1975) quando se refere ao J-INVERTIDO como representante de espécies tolerantes à sombra

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

1) Como definir se uma estrutura é ou não um “J-INVERTIDO”?

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

0

20

40

60

80

100

120

Nu

mb

er

of

ind

ivid

ua

ls

5 10 15 20 25 30 35 40 >40

Diameter class (cm)

79.8%

9.6%

5.3% 5.3%

85.6%

9.3%

3.4%0.8% 0.8%

Actinostemon communis

0

50

100

150

200

Nu

mb

er

of

ind

ivid

ua

ls

5 10 15 20 25 30 35 40 >40

Diameter class (cm)

69.4%

21.1%

7.5%

0.8% 0.8% 0.4%

64.1%

24.2%

8.6%

2.3%0.4% 0.4%

Trichilia clausenii

0

50

100

150

200

Nu

mb

er

of

ind

ivid

ua

ls

5 10 15 20 25 30 35 40 >40

Diameter class (cm)

81.5%

16.2%

1.4% 0.9%

78.8%

16.7%

1.9% 1.3% 0.6% 0.6%

Psychotria vauthieri

0

20

40

60

80

100

120

Nu

mb

er

of

ind

ivid

ua

ls

5 10 15 20 25 30 35 40 >40

Diameter class (cm)

46.3%

20.2%

10.6%

7.8%

5.0% 5.0%

3.2%1.8%

42.6%

21.1%

10.0%8.9%

5.3% 4.7%3.7% 3.7%

Aspidosperma polyneuron

0

2

4

6

8

10

12

14

Num

ber

of in

divi

dual

s

5 10 15 20 25 30 35 40 >40

Diameter class (cm)

50.0%

17.9%

10.7%

7.1%

10.7%

3.6%

23.8%

47.6%

4.8%

19.0%

4.8%

Acacia polyphylla

0

2

4

6

8

10

12

14

Num

ber

of in

divi

dual

s

5 10 15 20 25 30 35 40 >4

Diameter class (cm)

10.8% 10.8%

5.4%

13.5%

29.7%

10.8%

18.9%

23.3%

11.6%

4.7% 4.7%

2.3%

7.0%

16.3%

30.2%

Piptadenia gonoacantha

Mata de Santa Genebra, SP N0 = 114 / Nt = 118 N0 = 265 / Nt = 256 N0 = 216 / Nt = 156

N0 = 218 / Nt = 190 N0 = 28 / Nt = 21 N0 = 37 / Nt = 43

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Condit et al. (1998). Ecology.

Acompanhamento da dinâmica populacional de 216 espécies em BCI (Panamá).

Comparação das taxas de crescimento populacional ( ) entre os anos de 1985, 1990, 1995

Estudos de longo prazo – um exemplo

Resultados:

Espécies com crescimento estável apresentavam formas de histogramas diferentes

O principal fator correlacionado com a forma dos histogramas foi a taxa de crescimento dos indivíduos jovens

Espécies com crescimento lento -> Acumulam jovens (gerando uma curva com declínio mais íngreme)

Espécies com crescimento rápido -> menor número de jovens no sub-bosque

Conclusão:

A forma dos histogramas não é um bom indicador da estabilidade de uma

população, nem de suas tendências futuras!!!

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Pedroni, F., Sanchez, M. & Santos, F.A.M. 2002. Fenologia de copaíba (Copaifera langsdorffii Desf. – Leguminosae, Caesalpinioideae) em uma floresta semidecídus do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 25: 183-194.

Estrutura – Variações temporais

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NT238: Ecologia de Populações de Plantas Flavio Antonio Maës dos Santos

Copaifera langsdorffii - Eventos de frutificação de 22 indivíduos acompanhados entre 1990 e 1993. Nenhum indivíduo frutificou em 1992

0

2

4

6

8

10

0 1 2 3

No. de eventos (1990-1993)

No

. d

e i

nd

ivíd

uo

s

Copaifera langsdorffii Produção de frutos por indivíduo

Indivíduo 1990 1991

1 7429 0

4 3147 0

6 2526 2949

9 30335 3517

16 1479 0

19 298 +

21 10525 0

29 11210 +

+: Floração extremamente baixa. Não foi possível estimar número de frutos.

Estrutura