estruturas submetidas a sismos_análise pelo método das forças horizontais equivalentes
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Estruturas e SismosTRANSCRIPT
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ISBN: 978-85-63145-65-9
Ttulo do trabalho: Estruturas submetidas a sismos: Anlise pelo mtodo das
foras horizontais equivalentes
Ttulo do trabalho: Structures subjected do earthquakes: Analysis by the
method of equivalent horizontal forces
Nascimento, Fernanda Alanna Alves do
1; Bezerra, Paulo Henrique Araujo
2 ; Pereira, Zenner Silva
3 ;
Pinheiro, Hudson Pacheco4; Silva, Jos Junior Alves da
5
Resumo - O presente trabalho tem como objetivo proporcionar uma breve compreenso da anlise
estrutural em edificaes submetidas a sismos, incluindo exemplos de quantificao de efeitos em
casos hipotticos de edifcios com base em mtodos apresentados na norma brasileira pertinente ao
assunto, a NBR 15421-2006. Inicialmente foi feita uma breve reviso sobre sismologia, abordando
tambm conceitos acerca da norma mencionada, avaliando-se, por exemplo, a acelerao ssmica e
o tipo de solo no local das edificaes; fatores que influenciam nas foras a serem consideradas no
projeto. Foram estudados dois mtodos de clculos contidos na respectiva norma, o do espectro de
resposta e o da fora esttica equivalente e, utilizando esse ltimo, estudou-se exemplos hipotticos.
Para tanto foi desenvolvida um programa (na forma de planilha eletrnica) para realizar os clculos
analticos segundo os requisitos da norma e, a partir dos valores obtidos foram feitas anlises e
comparaes de resultados.
Palavras-chave: Sismos, fora equivalente, edificao.
Abstract This paper will provide a brief understanding of ISO 15421: 2006, including a quantification of their effects from hypothetical cases in buildings. A brief review of seismology
was taken, covering various concepts about the NBR 15421-2006. We evaluated, for example, the
seismic acceleration and the type of soil on the site of buildings, factors that influence forces to be
considered in the design. Also analyzed two methods of calculations contained in the relevant
standard, the response spectrum and equivalent static force. And then, we studied hypothetical
examples based on this standard. Therefore, we developed a spreadsheet in Excel to perform
analytical calculations according to the requirements of the standard. The values obtained from the
analyzes and comparisons of results were made.
Key words: Earthquakes, equivalent force, building
1 Fernanda Alanna Alves do Nascimento 2 Aluno de Engenharia Civil Universidade Federal Rural do Semi-rido UFERSA. Carabas RN. Email: [email protected]
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INTRODUO
Os terremotos so catstrofes as quais
no se pode impedir, assim quando for construir
deve se levar em considerao esse efeito que na
maioria das vezes inesperado. No sculo
passado houve um saldo de aproximadamente
um milho de vtimas, em consequncia de mais
de mil terremotos que ocorreram em todo o
mundo. Os pases com um poder econmico
maior como Japo, Estados Unidos, e outros
pases que fazem parte da Amrica Latina tem
polticas e estudos para o aperfeioamento de
estruturas sismo resistente. (PEA, 2012).
No Brasil foi criada a primeira norma
sobre sismos, oficializada NBR 15421 Norma Brasileira de Estruturas Resistentes a Sismos, e
outras esto sendo estudadas e desenvolvidas
pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas
(ABNT) (NBR 15421-2006).
A NBR 15421 tem como objetivo a
estabilidade das estruturas usuais da construo
civil relativamente s aes de sismos, e os
critrios de quantificao destas aes e das
resistncias a serem consideradas no projeto das
estruturas de edificaes. Nos cursos de
engenharia brasileiros, pouco sobre estruturas
resistentes a sismo abordado. Assim, os
engenheiros no esto totalmente aptos a
trabalhar com o problema. No Brasil, o assunto
ainda no prioridade, apesar de as regies
norte, centro-oeste e nordeste j sofrerem com
os efeitos dos terremotos, deixando estruturas
comprometidas.
Portanto, mesmo no sendo normal
ocorrer terremotos no Brasil, necessrio levar
em considerao esse efeito na hora de projetar
e construir, pois j ocorreram fenmenos como
esses e as construes no estavam preparadas
para suportar esse tipo de abalo, por
consequncia comprometendo as mesmas. Por
isso, necessrio conhecer e colocar-se em
prtica tcnicas e normas que possam trazer
segurana e resistncia s estruturas quando
submetidas a esses efeitos.
MATERIAIS E MTODOS
Inicialmente, foi feita uma pesquisa
bibliogrfica a fim de se adquirir conhecimentos
acerca de sismos e, mais especificamente, os
efeitos deles nas edificaes. Aps o estudo da
norma referente ao projeto de estruturas
resistentes a sismos, e a consequente deciso de
se analisar os efeitos em casos hipotticos, foi
desenvolvido um cdigo computacional para
anlise de quatro exemplos, todos a partir do
mtodo da foras horizontais equivalentes.
Em seguida, construram-se planilhas no
Excel
para clculo atravs do mtodo das
foras horizontais equivalentes e foram
analisados os exemplos hipotticos. Cada
exemplo foi detalhado em 12 etapas, sendo
tambm apresentados seus respectivos
resultados. Ainda foram realizadas anlises e
comparaes entre os diversos valores obtidos.
importante mencionar, ainda, que no
foram consideradas, nesse trabalho a anlise
ssmica pelo mtodo espectral e nem a anlise
ssmica com histricos de aceleraes no tempo,
os quais a NBR 15421: 2006 apresenta (sees
10 e 11, respectivamente da NBR 15421: 2006).
RESULTADOS E DISCUSSES
Todos os exemplos foram analisados da
mesma maneira. A seguir detalha-se o exemplo
um passo a passo e apresenta-se os resultados
dos demais exemplos
A estrutura do prdio que foi estudado
em todos os casos construda em concreto
armado e apresenta distncia entre pavimentos
de 3 m.
Exemplo 1
Etapas de anlise a partir do mtodo das
foras horizontais equivalentes
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ETAPA 01: Apresentao do local da
edificao
O presente exemplo como exposto na
figura 1, corresponde a um prdio a ser
hipoteticamente executado dentro do terreno
delimitado para a construo do campus da
UFERSA Carabas-RN. Essa suposta edificao
poderia ser utilizada como residncia
universitria para alunos de graduao.
Figura 1 Localizao e situao do Modelo 1
A edificao composta por um sistema
estrutural sismo-resistente de prticos em
Concreto Armado com detalhamento usual. O
lanamento estrutural do pavimento tipo
18mx10m definido conforme apresentado na
figura 2 abaixo. A representao esquemtica
em 3D do edifcio detalhado tambm pode ser
verificada na figura 2. Esta configurao ser o
padro para todos os exemplos estudados neste
trabalho.
Figura 2 Representao geomtrica 3D do
edifcio analisado e Lanamento estrutural da
edificao para aplicao prtica da NBR
15.421:2006
ETAPA 02: Zona Ssmica
De acordo com a figura 1 da NBR
15421:2006, define-se que a edificao em
estudo refere-se Zona Ssmica 1.
ETAPA 03: Acelerao Ssmica
A Acelerao Ssmica do Solo definida
tabela 1, NBR 15421:2006.
Compilando o dado da tabela se define
para a edificao equivalente a .
ETAPA 04: Tipo do Terreno e Classe do
Terreno
O solo e a classificao do terreno
podem ser obtidos na Tabela 2 da NBR
15421:2006 em funo do ensaio SPT avaliado
pelo nmero mdio de golpes (Tabela 2, NBR
15421:2006).
Para fins acadmicos foi utilizado como
base para estudo de caso a Classe
de Terreno E Solo mole Vs < 180 m/s.
ETAPA 05: Fator de Amplificao do Solo
O fator de amplificao do solo pode ser
definido na Tabela 3 da NBR 15421:2006.
Quanto menor a resistncia do solo, maior ser
o valor do coeficiente e , e consequentemente maiores as foras estticas
equivalentes s foras ssmicas.
O fator de amplificao do solo para a
edificao analisada equivale aos seguintes
parmetros: e mostrados na tabela 3 da NBR 15421:2006.
Regio de acelerao constante:
Regio de velocidade constante:
Regio de deslocamento constante:
ETAPA 06: Categoria de Ocupao
O elemento de estudo se refere a uma
edificao que ser utilizada como uma
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universidade de ensino. Na tabela 4 da NBR
15421 a edificao analisada se refere
Categoria de Utilizao II e Fator de
Importncia = 1,25.
ETAPA 07: Categoria Ssmica
A categoria ssmica definida com base
na tabela 5 da NBR 15421:2006. Com base na
zona ssmica definida no passo 02, verificou-se
que a categoria ssmica para a edificao
analisada a A.
ETAPA 08: Coeficientes do Sistema Estrutural
Sismo-Resistente
A Edificao analisada apresenta um
sistema estrutural sismo-resistente composto por
prticos em Concreto Armado com
detalhamento usual.
Com base na tabela 6 da NBR
15421:2006 podem ser obtidos os seguintes
parmetros estruturais da estrutura:
- Coeficiente de Modificao de Resposta (R)=3
- Coeficiente de sobre-resistncia () = 3
- Coeficiente de Amplificao de Deslocamento
(Cd) = 2,5
ETAPA 09: Deslocamentos Limites Relativos
entre Pavimentos
A limitao dos deslocamentos relativos
entre pavimentos pode ser obtida na tabela 9 da
NBR 15421:2006. Conforme a categoria de
utilizao determinada no Passo 06 os
deslocamentos mximos permitidos para a
edificao equivale, a x = 0,015 x hsx.
ETAPA 10 : Coeficientes de Resposta Ssmica
O coeficiente de resposta ssmica pode
ser verificado junto ao item 3.5.5.2 consistindo
da seguinte expresso:
5 x
Ags0 = Acelerao espectral para o
perodo de 0,0s, j considerando o efeito
de amplificao ssmica no solo = =
0,125g.
Sendo: ag = 0,05; ca = 2,5; ags0 = 0,125xg =
1,225; g = equivale a acelerao da gravidade =
9,8m/s; R = 3; I = 1,25
O valor de Cs definido por:
5 x
O limite inferior do coeficiente de
resposta ssmica equivalente a: =0,01. Como o valor de =0,130208 foi superior, est adequado aos limites normativos.
O limite superior do coeficiente de
resposta ssmica obtido conforme a expresso:
x
= Acelerao espectral para o perodo de
1,0s, j considerando o efeito de amplificao
ssmica no solo = = 3,5 x 0,05 = 0,175g.
O coeficiente T representa o perodo da
estrutura. A NBR 15421:2006 permite que seja
obtido de forma aproximada pela expresso:
= Definio do perodo e da
frequncia natural.
Para estruturas em que as foras ssmicas
so 100% resistidas por prticos de concreto,
no sendo estes ligados a sistemas mais rgidos
que impeam sua livre deformao quando
submetido ao ssmica, so definidos os
seguintes parmetros:
- 0,0466; x=0,9; = altura da edificao = 10 pavimentos x 3,0m = 30m
Definio do perodo natural:
Ct = 0,0466; x = 0,9; hn = 30; ta =
0,994936; F = 1,00509
O limite superior do coeficiente de
resposta ssmica equivale a 0,073288.
ETAPA 11: Fora Horizontal Equivalente na
Base
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A fora horizontal equivalente na base
pode ser definido com base na seguinte
expresso:
W equivale ao peso da edificao. A
determinao do peso da edificao em cada
pavimento e total pode ser verificado a seguir:
PESO TOTAL DO EDIFCIO = 1.718.559,00
W= 171,855tf/pav x 10 = 1.718,559tf
O valor de Hs equivale a:
W = 1.718,56 tf
H = 125,95 tf
H = 0,073288 x 1.718,56tf = 125,95tf
ETAPA 12 Distribuio Vertical das Foras
Ssmicas
A fora aplicada em cada um dos
pavimentos equivale expresso:
O coeficiente de distribuio vertical
pode ser definido pela expresso:
O coeficiente k relacionado ao perodo
natural T, sendo definido para estruturas com
perodo superior a 0,5s e inferior a 2,5s equivale
a seguinte expresso:
O valor do coeficiente de distribuio e a
fora aplicada em cada um dos pavimentos pode
ser determinados para a edificao analisada
com apoio da ferramenta Excel como se verifica
na figura 3 abaixo:
Figura 3- coeficiente de distribuio e a fora
aplicada em cada um dos pavimentos para o
exemplo 1
RESULTADOS 1
A distribuio vertical das foras
horizontais equivalentes para uma edificao
construda sobre um solo consideravelmente
mole, localizado na zona ssmica 1 (categoria
ssmica A) apresenta a seguinte configurao,
conforme a figura abaixo.
Figura 4 Grfico do exemplo 1
Como observado na figura 4 a
distribuio reta, isso ocorre devido a
edificao se encontrar na categoria ssmica A.
As foras variam de 1,44tf a 25,41tf, conforme
se verifica na figura 3.
Exemplo 2
Segue as mesmas etapas apresentadas no
exemplo 1. Variando apenas o tipo do terreno,
agora Rocha s.
Apresentando os seguintes resultados
expostos na figura 5 e a seguinte configurao
do grfico observada na figura 6:
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Figura 5- coeficiente de distribuio e a fora
aplicada em cada um dos pavimentos para o
exemplo 2.
Figura 1 Grfico do exemplo 2
Como observado na figura 6 a
distribuio reta, isso ocorre devido a
edificao se encontrar na categoria ssmica A.
As foras variam de 0,33tf a 5,81tf, conforme se
verifica na figura 5.
Exemplo 3
Segue as mesmas etapas apresentadas no
exemplo 1. Variando agora a zona ssmica que
ser a 4, e o tipo de terreno considerado Solo
mole.
Apresentando os seguintes resultados
observados na figura 7 e a seguinte
configurao do grfico apresentada na figura 8:
Figura 7- coeficiente de distribuio e a fora
aplicada em cada um dos pavimentos para o
exemplo 2.
Figura 8 Grfico do exemplo 3
Como observado na figura 8 a
distribuio curva, isso ocorre devido a
edificao se encontrar na categoria ssmica C.
As foras variam de 4,19tf a 74,05tf, conforme
se verifica na figura 7.
Exemplo 4
Segue as mesmas etapas apresentadas no
exemplo 1. Variando agora a zona ssmica que
ser a 4, e o tipo de terreno considerado Rocha
S.
Apresentando os seguintes resultados
observados na figura 9 e a seguinte
configurao do grfico apresentada na figura
10:
Figura 9 - Coeficiente de distribuio e a fora
aplicada em cada um dos pavimentos exemplo 4
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Figura 10 Grfico do exemplo 4
Como observado na figura 10 a
distribuio curva, isso ocorre devido a
edificao se encontrar na categoria ssmica C.
As foras variam de 0,99tf a 17,42tf, conforme
se verifica na figura 9.
CONCLUSO
Nos exemplos 1 e 2, ambas as
edificaes se encontram na categoria ssmica A
mas, de acordo com os resultados, na do
exemplo 1 a variao de foras equivalentes
de 1,44tf a 25,41tf e, na do exemplo 2, chegou-
se a valores entre 0,33tf a 5,31tf. Essa diferena
entre as foras se d em virtude da caracterstica
do solo onde ser construda a edificao. No
primeiro caso, o solo considerado mole e no
segundo rocha s. O mesmo efeito ocorreu nos
exemplos 3 e 4, de modo que o solo com
parmetros mais desfavorveis dentre eles
apresentou foras com ordem de grandeza
maior.
Ainda pode se notar que solos iguais em
zonas ssmicas diferentes apresentam foras
equivalentes com magnitudes distintas. Ou seja,
a zona ssmica implica em uma relevante
diferena nos parmetros de projeto referentes
aos sismos, segundo o mtodo analisado. Desse
modo, numa outra anlise dos resultados, nota-
se que nos exemplos 1 e 3, que apresentam em
comum o tipo de solo, as foras obtidas tem
valores distintos, o mesmo acontecendo entre os
exemplos 2 e 4.
A partir do exposto, nota-se que os
objetivos levados em considerao foram
alcanados com xito, uma vez que a programa
foi elaborado e que, a partir do mesmo, os
exemplos hipotticos puderam ser analisados.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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