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Revista de Etologia 2015, Vol.14, N°1, 1-57
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Ethology in Brazil (I): Doctoral Dissertations from 2010 to 2014
ELISABETH SPINELLI DE OLIVEIRA1 & LEANDRO MAGRINI2
Nothing in science makes sense except in the light of history, and ethology does have a rather complex one
(Andreas Wessel)Here, we evaluate a sample of the academic production – doctoral theses earned from 2010 to 2014 – aiming to revisit Ethology at its origin, in order to establish future goals and correct courses. Sites, links and publications related to universities and research Institutions were assessed using keywords (e.g. ethology and animal behavior). Data were organized according to authorship, gender, institution, topic, and main taxonomic group. 295 theses were analyzed, 59±12 per year, all of them from public institutions. Authorship is numerically more feminine (58%) than masculine (42%), following a trend also observed regarding master theses and data from research groups of the Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes. The Southeast (62%) and the Northeast (17%) regions are responsible for 79% of total; all Brazilian regions are regularly represented, as well as 59% of the federative units. Institutions of São Paulo State are responsible for 145 theses (49%), followed by institutions of Rio Grande do Norte State with 37 theses (13%), Minas Gerais State, issuing 21 theses (7%), and Paraná as well as Pará States, represented by 15 works each (5%). Topics such as Cognition, Communication, Behavior Evolution, Neuroethology, Evolutionary Psychology and Behavioral Theory are all present, but Behavioral Ecology (26%) and Applied Ethology (20%) stand out. At least 223 species were studied: 64 families and 27 orders of Vertebrata, and 34 families and 10 orders of Arthropoda. Vertebrata is the major subject (208 theses, 70% of total): Mammalia correspond to 53% of total (155 theses), Aves 6% (18 theses) and Actinopterygii 5% (16 theses). Insecta is the subject of 63 theses (21%); Arachnida and Malacrostraca complete the Arthropoda group. Data demonstrate the consolidation of Ethology in Brazil, and its founder core at the Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, still plays a prominent role regarding theses production, but nowadays it shares this role with other research centers everywhere else in Brazil. We conclude that it is plausible to foresee an expansion of Ethology in Brazil regarding the number of Institutions and research topics. In this scenario, we emphasize the importance of public institutions of High Learning and research for the maintenance of Graduation Programs, in the present and probably for the future of Ethology in Brazil.Keywords: Themes of Animal Behavior. Higher Education. Gender. Taxa.
Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014
Avaliamos aqui o estado atual da etologia no país através de uma amostra da produção acadêmica dessa área – teses de doutorado defendidas de 2010 a 2014 – com o objetivo de revisitar as origens e poder, no futuro, traçar novas metas e corrigir rumos. Usamos a busca por palavras chaves (e.g. etologia e comportamento animal) em sites e links de universidades, Instituições de pesquisa, e publicações pertinentes. Organizamos os dados de acordo com gênero, instituição, subárea, e grupo taxonômico. Analisamos 295 teses, 59±12 por ano, todas em instituições públicas, majoritariamente subsidiadas por agências estatais de apoio. A autoria do
*Corresponding author: E-mail: [email protected]; [email protected] de Biologia. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Programa de Pós Graduação em Neurociência e Comportamento (NeC), Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP)2Programa de Pós Graduação em Psicobiologia. 1,2Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Universidade de São Paulo (USP)
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sexo feminino é numericamente maior (58%) do que a do masculino (42%), seguindo uma tendência também observada em mestrados e no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes. As regiões Sudeste (62%) e Nordeste (17%) são responsáveis por 79% das teses, com as demais regiões contribuindo de maneira regular e contínua; 59% das unidades federativas estão representadas. Instituições de São Paulo são responsáveis por 145 teses (49% do total), seguidas por instituições do Rio Grande do Norte com 37 teses (13%), Minas Gerais com 21 teses (7%), e Pará e Paraná com 15 teses cada (5%). As subáreas de Cognição, Comunicação, Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental estão todas representadas, mas Ecologia Comportamental (26%) e Etologia Aplicada (20%) sobressaem-se. Pelo menos 223 espécies – 64 famílias e 27 ordens de Vertebrata, assim como 34 famílias e 10 ordens de Arthropoda – foram estudadas. Teses sobre vertebrados correspondem a 70% do total (208 teses): Mammalia em 155 teses (53%), Aves em 18 teses (6%) e Actinopterygii em 16 teses (5%). Insecta destaca-se com 63 teses (21%); Arachnida e Malacrostaca completam o grupo de Arthropoda. Os resultados demonstram que a Etologia está consolidada no país e o seu núcleo fundador, sediado no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo mantém uma atividade significativa, mas não exclusiva, convivendo em harmonia com vários outros grupos emergentes por todo o país. Concluímos que ainda há possibilidades concretas de ampliação da Etologia no Brasil, tanto em relação ao número de instituições, como das linhas de pesquisa a serem abordadas. Nesse contexto, enfatizamos que as instituições públicas de ensino e pesquisa são e possivelmente continuarão sendo fundamentais para a formação futura de etólogos no Brasil.Palavras-chave: Temas em Comportamento Animal. Instituições de Ensino Superior Público. Gênero. Táxons.
Introdução
O interesse sobre comportamento ani-mal remonta ao início da própria história do homem como espécie (Ades, 2010). Inúme-ros filósofos e naturalistas deram contribui-ções conceituais fundamentais ao longo do tempo, destacando-se o marco inaugural da área – em termos de estabelecer referenciais teóricos, além de descritivos – o memorável trabalho de Charles Darwin sobre a emoção em animais (Darwin, 1872), tema de estudo cujo interesse vem se renovando até os dias atuais (Ekman, 1992; Otta, 2015).
No século XX a Etologia ganhou pau-latinamente autonomia acadêmica em meio a muita controvérsia e disputa sobre termi-nologia e competências (Jaynes, 1969; Lo-renz, 1995). O próprio termo “Etologia” (de ethos = hábito, maneira, caráter) foi usado em diferentes contextos e com diferentes significados. I. Geoffroy Saint-Hilaire, em 1854, usou o termo como “the study of re-lationships of organisms organized in the fa-mily and the society, in the aggregation and the community” (Munhõz-Delgado e More-
no, 2007; ver Wessel, 2013). Considera-se que o zoólogo W. M. Wheeler (1902), ao estudar o comportamento de insetos sociais, empregou o termo pela primeira vez no sen-tido atualmente aceito (Munhõz-Delgado e Moreno, 2007; Fericean et al., 2015).
Um dos primeiros passos para a insti-tucionalização da ciência do comportamento animal deu-se com a fundação da Association for the Study of Animal Behavior (ASAB) em 1936, nos Estados Unidos (EUA). Nas décadas de 1930 e 1940, a Universidade de Chicago (UC) e o American Museum of Na-tural History (AM) em Nova York já des-pontavam como os principais centros de pes-quisa em etologia e sociobiologia nos EUA (Arnhart, 1991; Schein, 1994).
G. K. Noble, zoólogo naturalista, fun-dou o Departamento de Comportamento Ani-mal (Animal Behavior) no AM em 1928, que apoiou desde o início estudos com enfoque em fisiologia comparativa e psicologia ani-mal. Na UC os núcleos de estudo de compor-tamento animal sediaram-se no Departamento de Zoologia com W. C. Allee e A. E. Emer-son, sociobiólogos e ecólogos comportamen-
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tais, mas também em outras unidades, como na Genética com S. Wright, na Biologia de Populações com T. Park, na Endocrinologia com C. Moore e na Neuroembriologia com P. Weiss (Schein, 1994; Burkhardt, 2005).
Em 1949, após os anos da grande De-pressão, da Guerra Sinojaponesa, da Guerra Civil Espanhola e da própria Segunda Guerra Mundial, um horizonte de relativa paz estabele-ceu-se. Foi nesse ano e ambiente que a ASAB, conjuntamente com a Society of Experimental Biology, organizou o Simpósio Physiological Mechanisms in Animal Behavior, em Cam-bridge, Reino Unido. Este evento reuniu pela primeira vez, no pós guerra, estudiosos dos dois lados do Atlântico, de diferentes verten-tes e formações acadêmicas, interessados em comportamento animal. Estavam presentes, dentre outros, N. Tinbergen e G. Baerends (Pa-íses Baixos); K. Lorenz (Áustria); W. Thorpe e J. Z. Young (Reino Unido); E. Von Holst e O. Koehler (Alemanha); P. Weiss e K. Lashley (EUA) (Schein, 1994). Uma extensa troca de experiências ocorreu entre pesquisadores de origem européia e norte americana, interessa-dos em comportamento animal, detalhadamen-te descrita em Dewsbury (1995).
Na Europa, reuniões da International Ethological Conference passaram a ser orga-nizadas a cada dois anos. Em 1964 é fundada a Animal Behavior Society, nos EUA, con-solidando o termo “Animal Behavior”, que é preferencialmente usado até hoje por pesqui-sadores e estudiosos oriundos do bloco an-glófilo do hemisfério norte. O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina, conferido aos etólogos Karl von Frisch, Konrad Lorenz, e Nikolaas Tinbergen, em 1973, consolidou por definitivo a Etologia como campo autô-nomo do estudo do comportamento animal, realizado em um contexto naturalista e com enfoque evolutivo, após percorrer complexo trajeto histórico (Munhõz-Delgado e More-no, 2007; Zuanon, 2007; Wessel, 2013).
No Brasil, inúmeros naturalistas como F. Müller (1822-1897), em Santa Catarina, reali-
zaram trabalhos com enfoque etológico, mas a Etologia assumida como ciência com objetivos próprios nasceu, na década de 1960, no Labo-ratório do prof. Dr. Walter Hugo de Andrade Cunha, no Departamento de Psicologia, Insti-tuto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (Fuchs, 1995; Ades, 2010; Otta et al., 2013). As atividades envolviam desde o estu-do do comportamento de formigas até a ênfase na formação de graduandos e pós graduandos (Ades, 2010; Otta et al., 2013).
Assim como nos EUA e na Alemanha (Wessel, 2013), a Etologia no Brasil não foi implantada de uma maneira planejada e sem-pre manteve aproximação com áreas correla-tas, atraindo estudantes de formações diver-sificadas, e com interesse que iam desde a Biologia até a Filosofia, principalmente após o estabelecimento do núcleo de pesquisa em Etologia do prof. Dr. César Ades, também no IP. Acompanhando as diretrizes do prof. Walter, o núcleo do prof. César também dava ampla possibilidade de escolha aos discentes em relação ao modelo biológico e ao tema a ser estudado dentro da Etologia (Fuchs, 1995; Otta et al., 2013; H.F. Japyassu, co-municação pessoal). Uma síntese da história da Etologia no Brasil, escrita por um de seus mais importantes protagonistas, pode ser en-contrada em Ades (2010).
No presente trabalho realizamos a compilação das Teses de Doutorado defen-didas no Brasil durante o período de cinco anos, de 2010 a 2014, organizadas de acor-do com o gênero do autor, subáreas da Eto-logia, táxons estudados, e com as regiões e unidades federativas em que os estudos foram conduzidos. Trabalhamos com a hi-pótese de que mesmo após mais de 50 anos, a Etologia no Brasil mantém a característica original de ser estudada em instituições que englobam um amplo espectro de saberes. Procuramos verificar também se a origem da Etologia no IP da USP ainda marca a produção de Etologia nos tempos atuais.
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Material & Métodos
Levantamento dos dados
As palavras chaves “bem estar ani-mal”, “cognição”, “comportamento animal”, “comunicação”, “conservação’, “ecologia comportamental’, “etologia”, “etologia hu-mana”, “psicologia evolutiva”, e “teoria com-portamental” foram utilizadas para buscas em sites e links de universidades e Institui-ções de pesquisa (ver Anexo I). Informações sobre os laboratórios de pesquisa em com-portamento animal apresentadas no levanta-mento de Spinelli de Oliveira et al. (2014) também foram consideradas. A confirmação da autoria e demais informações foram feitas através de consultas à Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
Adicionalmente, o formulário que consta do Anexo II foi divulgado no site (http://www.etologiabrasil.org.br/) e na fanpage (https://www.facebook.com/etolo-giabrasil/) da Sociedade Brasileira de Eto-logia (SBEt), e também enviado aos sócios via e-mail para que fornecessem dados a respeito das teses de Doutorado de Etologia defendidas no país entre 2010 e 2014. O re-sultado dessas consultas é apresentado em “Resultados e Discussão”.
Apresentação dos Dados
Os dados foram apresentados em tabe-las correspondentes aos anos de 2010 a 2014 (Tabelas 1-5), e estão organizados de acordo com o sobrenome (ordem alfabética) do au-tor(a), o título da tese, a instituição de filiação do autor(a), a subárea da Etologia, e o táxon estu-dado (cf. Magrini e Spinelli de Oliveira, 2015).
Os estudos foram classificados de acor-do com:
a) o gênero de autoria;
b) subáreas da Etologia consideradas nas seções editoriais da Revista de Etolo-
gia (RE), com pequenas modificações, similar ao novo formato que o periódico Current Ethology terá, em substituição à RE. As subáreas são: Cognição, Co-municação, Ecologia Comportamental, Etologia Aplicada (abrangendo Bem Es-tar Animal e Conservação), Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicolo-gia Evolutiva e Teoria Comportamental. A definição das áreas consideradas no presente estudo pode ser encontrada em http://www.etologiabrasil.org.br/informa-coes/. Adicionalmente, a categoria iden-tificada como “Outra” foi criada para a classificação dos estudos em que não foi possível fazer uma identificação adequa-da sobre a subárea do estudo, seja por-que englobava duas ou mais subáreas da Etologia, tratava-se de um modelo teóri-co, ou por se enquadrar em uma subárea pouco representada, como por exemplo, Cronobiologia, Fisiologia do Comporta-mento, e Genética do Comportamento;
c) para a classificação dos táxons estuda-dos, sempre que possível os mesmos fo-ram identificados até o nível específico ou genérico, além dos táxons superiores aos quais pertencem: Classe, Ordem e Família. Para esta identificação, além do título dos trabalhos consultamos também as palavras chaves e/ou o resumo do estu-do quando disponível. Para estudos cujos táxons não puderam ser determinados ao nível específico ou genérico utilizamos a notação (ND); estudos em que nenhuma categoria taxonômica pode ser identifi-cada (NI); e para estudos em que não foi utilizado um modelo biológico (–). Os tí-tulos originais das teses foram mantidos, entretanto, optamos pela atualização das mudanças taxonômicas recentes na clas-sificação/identificação dos táxons. O gru-po monofilético Sauropsida, constituído por todos os répteis e pelas aves foi des-membrado de acordo com o uso comum,
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e para salientar essa opção, Reptilia está grafado no texto, tabelas e figuras como “Reptilia” (grupo parafilético). Usamos o clado Cetartiodactyla, que inclui as or-dens Artiodactyla e Cetacea (Boisseri et al., 2005; Spaulding et al., 2009);
d) os dados sobre as regiões geográficas e unidades federativas brasileiras estão apre-sentados de acordo com a ordem alfabéti-ca, segundo as normas do Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O currículo Lattes/CNPq dos autores de todas as teses compiladas no estudo foi consultado para a confirmação das infor-mações sobre as teses de doutorado (e.g. título, ano de defesa) quando as mesmas fo-ram encontradas em nosso levantamento de dados através do currículo Lattes/CNPq do orientador, ou em bases de dados (repositó-rios) de teses de Universidades (ver Anexo I). Quando foram encontradas discrepâncias entre as informações, utilizamos a seguinte ordem de prioridade para a confirmação das informações: arquivo do trabalho original da Tese do autor, quando disponível; cur-rículo Lattes/CNPq do autor (quando atua-lizado após a data informada de conclusão do Doutorado); e currículo Lattes/CNPq do orientador. Utilizamos a estatística descritiva (média±um desvio padrão, e porcentagem), quando necessário, para a apresentação de dados quantitativos.
Resultados e Discussão
Na análise amostral presentemente realizada identificamos 295 teses de douto-rado em Etologia defendidas no Brasil no intervalo de cinco anos, de 2010 a 2014, uma média de 59±12 teses por ano, todas realizadas em instituições públicas, e sub-sidiadas majoritariamente por agências es-tatais de apoio. Os dados completos estão nas Tabelas 1 a 5 e comprovam o caminho
de sucesso trilhado pelos programas de Pós Graduação no Brasil (Balbachevski, 2005) também para a área de Etologia. Salientam também a importância da rede pública, tan-to de ensino como de pesquisa, no cenário do Ensino Superior brasileiro, principal-mente nas últimas décadas (Picinin et al., 2012; Alves e Ferreira, 2014).
Um número relativamente restrito de instituições no Brasil abriga laboratórios ou programas de Pós Graduação que levam a denominação de “Comportamento Animal” ou “Etologia” (Tabelas 1 a 5). Estes labora-tórios encontram-se principalmente na Uni-versidade de Brasília, nas Universidades Fe-derais do Paraná, do Rio Grande do Norte, de Santa Catarina, de Uberlândia, na Uni-versidade Estadual Paulista de São José do Rio Preto e na Universidade de São Paulo (nos campi de São Paulo e de Ribeirão Pre-to). Este dado está de acordo com Spinelli de Oliveira et al. (2014), a partir de uma amos-tragem mais restrita que analisou o estado da arte da Etologia na América Latina.
Há uma grande diversidade de núcle-os de pesquisa com produção em Etologia sediados em Institutos e/ou Departamentos aparentemente afastados do tema, como por exemplo, o Instituto de Física (USP), o De-partamento de Engenharia Elétrica (USP), as Ciências Básicas da Saúde (Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul), e o Laboratório de Evolução Marinha (USP) (Tabelas 1 a 5). Este dado indica que a ori-gem multidisciplinar da Etologia no Brasil se mantém até os dias atuais.
Gênero de autoria
A autoria do sexo feminino foi nume-ricamente maior (58%, 34±7 teses por ano) do que a do sexo masculino (42%, 25±5 te-ses por ano), mostrando pouca variação ao longo dos cinco anos do estudo (Figura 1). Padrão similar foi observado nas disser-tações de mestrado (Magrini e Spinelli de
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Oliveira, 2015) produzidas durante o mes-mo período.
A questão do gênero na produção científica em nível nacional e internacio-nal é tema de grande interesse, e recente-mente vários estudos qualitativos e quan-titativos foram conduzidos (Olinto, 2011; Lavière et al., 2013; Leta, 2014; Allum e Okahana, 2015). Observa-se o aumento da participação feminina em todas as áreas do conhecimento, o que também é válido para o Brasil, segundo o Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes (ver http://lattes.cnpq.br/web/dgp/censo-atual/). A distribuição percentual dos pesquisadores por sexo no Brasil em 2014 é de 50% para cada gênero.
Os resultados obtidos no presente tra-balho na área específica de Etologia no Bra-
sil encontram-se, portanto, dentro da faixa esperada, salientando-se que se considera equidade numérica de gênero quando os valores variam de 40 a 60%. É importante salientar, no entanto, que uma participação igual em termos do número de teses pro-duzidas não significa paridade em outros aspectos, como já descrito para cenários nacionais e internacionais (Olinto, 2011; Lavière et al., 2013; Leta, 2014; Allum e Okahana, 2015; Moschkovich e Almeida, 2015). A ascensão na carreira, concessão de projetos, e contratação na carreira aca-dêmica são questões relevantes que tam-bém precisam ser consideradas, temas que valem a pena ser abordados em trabalhos subsequentes (Spinelli de Oliveira et al., em preparação).
Regiões geográficas
A região Sudeste e a Nordeste contri-buem com a maioria das teses de Etologia defendidas no Brasil, embora todas as regi-ões estejam representadas (Figura 2). Essa assimetria regional verificada nos dou-torados de Etologia também é observada em termos de Programas e Cursos de Pós Graduação no país. Segundo levantamento feito por dos Santos e de Azevedo (2009), os Programas de Mestrado e Doutorado da
região Sudeste corresponderam a 61% do total nacional, sendo similar à proporção de teses produzidas em Etologia por essa mes-ma região geográfica do país.
Também há uma contribuição con-tínua e regular na produção das teses da região Centro-Oeste (3%), Norte (6%) e Sul (12%) entre 2010 e 2014 (Figura 2). Em 2014, os grupos de pesquisas por re-gião, cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes/CNPq (http://lattes.cnpq.br/web/dgp/censo-atual/) em
Figura 1. Gênero de autoria de Teses de Doutorado de Etologia produzidas no Brasil de 2010 a 2014. A- representação dos valores totais e porcentagem do total das teses por gênero (2010-2014). B- representação do número de teses produzidas por gênero em cada ano. Note a maior contribuição da autoria do sexo feminino em todos os anos. Feminino (F), Masculino (M).
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porcentagem do total eram Centro-Oeste 7,5%, Nordeste 20%, Norte 6%, Sudeste 44%, e Sul 22%. Há, portanto, grande si-milaridade entre a porcentagem de grupos de pesquisa e a produção de doutorados em Etologia na maioria das regiões geo-gráficas brasileiras, com exceção das regi-ões Centro-Oeste e do Sul, que apresentam valores consideravelmente menores do que seria esperado. Além disso, no caso dos doutorados de Etologia as teses referentes à região Centro-Oeste são principalmente de instituições do Distrito Federal.
As causas das diferenças regionais observadas, devem-se, possivelmente, a fontes variadas. A questão econômica não parece ser primordial já que as duas princi-pais regiões, a Sudeste e a Nordeste, estão
em posições opostas no espectro de de-senvolvimento do Brasil (Ferreira Filho e Horridge, 2006), embora sejam as mais po-pulosas (IBGE, 2015). Isso pode explicar, em parte, o maior número de teses em am-bas regiões. Podemos estar, portanto, ob-servando um efeito populacional. A oferta de Instituições de Pesquisa na área parece ser importante, mas não essencial, já que o Nordeste tem uma porcentagem menor do que a região Sul, e uma produção maior de teses. Por outro lado, uma questão que de-veria ser estudada mais profundamente é a possível influência do IP da Universidade de São Paulo (USP) e de seus egressos na implantação e divulgação da área da etolo-gia em ambas as regiões, como será discu-tido mais à frente.
Figura 2. Número de Teses de Doutorado de Etologia no Brasil de 2010 a 2014, representadas de acordo com a região geográfica. A- número total de teses e a porcentagem do total (2010-2014). B- número de teses produzidas em cada região geográfica por ano. Note a maior contribuição, em ordem decrescente, das instituições localizadas nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul, respectivamente.
Unidades Federativas
A maioria das unidades federativas brasileiras, 16 das 27 unidades (59%), está representada no período de estudo. Oito unidades contribuem todos os anos: [Dis-trito Federal (DF), Espírito Santo (ES), Mi-nas Gerais (MG), Pará (PA), Paraná (PR), Rio Grande do Norte (RN), Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP)] (ver Suplemen-to I). As demais unidades federativas são Amazonas (AM), Ceará (CE), Goiás (GO),
Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio de Janeiro (RJ), e Santa Catari-na (SC), as quais não estão representadas em todos os anos analisados. Ao longo dos cinco anos do estudo, entre 11 e 13 unida-des federativas participaram na produção das teses: 13 em 2010 e 2012, 11 em 2011 e 2013, e 12 em 2014 (Suplemento I).
As instituições do estado de SP são responsáveis por 145 teses (49% do total), e em seguida estão as instituições do RN com 37 trabalhos (13%), MG com 21 te-
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ses (7%), PR e PA com 15 teses cada (5%), e RS com 12 teses (4%). No conjunto, esses seis estados são responsáveis por 83% das teses de doutorado de Etologia entre 2010 e 2014 (Suplemento I).
A USP é responsável por 106 teses, ou seja, 36% dos doutorados de Etologia pro-duzidas no país nos cinco anos do estudo, média de 21±11 teses por ano (Tabelas 1 a 5, Figura 3). Neste cenário, a USP destaca-se como responsável por 73% dos doutorados de Etologia em todo o estado de São Pau-lo. Se considerarmos que a USP produziu nesse mesmo intervalo de tempo um total de 10.829 teses de acordo com o portal da universidade (http://teses.usp.br), o tema de Etologia correspondeu a aproximadamente 1% do total dos doutorados da USP.
Embora a maioria das teses de Etolo-gia tenha sido produzida em outras unida-des da USP, o Instituto de Psicologia (IP) contribui de maneira regular (6±3 teses/ano; total de 29 teses), representando 27% da produção de teses de Doutorado de Eto-logia da USP, e 10% do total de teses de Etologia no país (Tabelas 1 a 5; Figura 4). Vale salientar que nos cinco anos analisa-dos no presente estudo, o IP produziu mais teses do que todos os estados brasileiros, com exceção de São Paulo e do Rio Gran-de do Norte, indicando que este Instituto mantém a posição histórica de núcleo de importância no cenário da Etologia no Brasil (Figura 4).
Levando-se em consideração que de 2010 a 2014 a população do estado de SP correspondeu a aproximadamente 22% da população brasileira (IBGE 2010, 2012, 2014), a produção de doutorados pelas ins-tituições paulistas deve ser compreendida por outros fatores além do populacional. Dentre esses se destaca a participação da quase centenária USP na formação de pes-quisadores, e do próprio IP para a área da Etologia, como já mencionado. Não menos importante é a contribuição das demais uni-
versidades públicas paulistas, de reputação consolidada (i.e. UNESP e UNICAMP), assim como o poder econômico do Esta-do, expresso pelo papel preponderante de apoio à pesquisa por parte da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em atividade desde a década de 1960, com um orçamento anual correspon-dente a 1% do total da receita tributária do Estado de São Paulo, a maior do país.
Quanto às outras unidades federati-vas, os dados indicam esforços crescentes e recompensadores de seus pesquisado-res e das agências de fomento federais no campo da Etologia, o que mostra que ainda há espaço para a expansão da área em ter-mos nacionais.
Vale chamar a atenção também para a relação entre a expansão da Etologia e seu núcleo de origem em SP. Quando analisa-mos a história da Etologia no Brasil (Fuchs, 1995), observa-se que estados com grande representatividade na produção de teses em Etologia no Brasil, SP, RN, ES, MG e PR, abrigaram docentes da primeira ou segunda geração de egressos do Laboratório do Prof. Dr. Walter H. A. Cunha (cf. Fuchs, 1995), onde trabalhos acadêmicos sobre a Etologia, realizados no Brasil, se originaram. Um es-tudo mais detalhado de uma possível relação causal merece ser realizado, mostrando a im-portância a longo prazo das dinastias cientí-ficas também no Brasil (Kanigel, 1993).
Subáreas da Etologia
A principal subárea de estudo nos cinco anos de amostragem é a de Ecologia Comportamental. Em segundo lugar está re-presentada a subárea de Etologia Aplicada (EA), abrangendo a EA propriamente dita, Bem Estar Animal, e Conservação (Figura 5). Este cenário pode ser observado também na análise feita por Ades (2010) com relação à história da Etologia e dos principais grupos de pesquisa no Brasil.
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Figura 3. Contribuição da Universidade de São Paulo (USP), estado de São Paulo, em relação as demais Instituições na produção de Teses de Doutorado de Etologia. A- teses de Etologia produzidas na USP em relação ao total de teses de Etologia produzidas no país de 2010 a 2014. B- contribuição da USP em relação a outras instituições paulistas e às instituições de outros estados, por ano. A participação da USP se destaca tanto quando se considera o estado de São Paulo como um todo (total de 145 teses), bem como em relação a todas as outras instituições de ensino ou pesquisa brasileiras.
Figura 4. Contribuição do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP), estado de São Paulo, na produção de Teses de Doutorado de Etologia de 2010 a 2014. A- teses de Etologia produzidas no IP (USP) em relação as demais Instituições do Brasil. B- contribuição do IP em relação as seis Unidades Federativas (depois de São Paulo, não representado) de maior produção de teses de Etologia nos país por ano (2010-2014). Note que a participação do IP é marcante, tanto em relação ao total de teses produzidas (A) quanto em relação aos estados mais produtivos (B).
Figura 5. Subáreas da Etologia investigadas nas Teses de Doutorado no Brasil durante o período de cinco anos, de 2010 a 2014. A- número total e porcentagem do total de teses produzidas em cada subárea da Etologia (2010-2014). B- número de teses produzidas em cada subárea da Etologia por ano. Todas as subáreas estão representadas, sendo os trabalhos majoritariamente em Ecologia Comportamental e Etologia Aplicada, respectivamente.
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A Neuroetologia representa a terceira subárea mais investigada entre 2010 e 2014, o que indica que essa subárea, assim como a Ecologia Comportamental e a Etologia Aplicada, também está consolidada no país. As demais subáreas estão todas represen-tadas ao longo do período de investigação, sendo a ordem de contribuição relativa a seguinte: Cognição e Comunicação, Psico-logia Evolutiva e Teoria Comportamental. A categoria identificada como Outra contri-bui consideravelmente para o total de teses produzidas, e embora inclua subáreas pou-co representadas na Etologia quando consi-deradas de maneira isolada – e.g. Cronobio-logia e Fisiologia do Comportamento – em conjunto contribuem para uma grande di-versidade de temas (Figura 5).
A presença marcante da Ecologia Comportamental no contexto das teses de doutorado analisadas no presente trabalho é possivelmente decorrente da grande contri-buição que naturalistas deram ao longo da história brasileira em termos de descrição de espécies nativas, com relatos pertinen-tes, em muitas das vezes, de aspectos com-portamentais da fauna neotropical (Ades, 2010). Além disso, a própria origem da Eto-logia no IP, como já mencionado, aconteceu não dentro de uma abordagem psicológica, como poderia ser esperado de um Instituto de Psicologia, mas a partir da Etologia ba-seada na incorporação do paradigma evo-lutivo (i.e. Etologia Comparada) que teve como principal modelo biológico inicial o estudo de formigas, abrindo espaço para o enfoque ecológico, como também já havia acontecido anteriormente no AM nos EUA, e na UC (Schein, 1994; Otta et al., 2013).
A participação expressiva da temá-tica aplicada também pode ser compreen-dida como decorrente de vários fatores. Investigadores da área aplicada, como por exemplo, o Prof. M. Paranhos, foram atu-antes desde o início da fundação da SBEt na década de 1990. Não menos importante
é o fato de o Brasil abrigar um dos maiores rebanhos de gados bovino e suíno do mun-do (Hoff e Silva, 2014), e um número sig-nificativo de instituições de ensino superior especializadas na área de veterinária, com aproximadamente 200 faculdades no país (ver Conselho Federal de Medicina Veteri-nária, www.webanimal.com.br). Assim, as teses de EA parecem ser uma consequência natural desses fatores.
Táxons estudados
Foram identificadas pelo menos 223 espécies nominais considerando-se o total das teses de doutorado de 2010 a 2014, com-preendendo 103 famílias e 43 ordens (Suple-mento II-IV). A Figura 6 mostra que a maioria das teses tem como modelo biológico os ver-tebrados; esse grupo inclui 64 famílias de 27 ordens: uma família e uma ordem de Chon-drichthyes (peixes cartilaginosos); 19 famí-lias e nove ordens de Actinopterygii (peixes ósseos); sete famílias e uma ordem de Amphi-bia; seis famílias e três ordens de “Reptilia”; 13 famílias e sete ordens de Aves; 18 famílias e seis ordens de Mammalia (Suplemento II).
Figura 6. Táxons estudados nas Teses de Doutorado de Etologia produzidas no Brasil de 2010 a 2014; valores expressam o número e porcentagem do total. Vertebrata compreende o principal táxon estudado, seguido por Arthropoda. “Outros” representam os táxons não identificados, estudos teóricos ou de modelagem, e uma única tese que estudou seis espécies dos filos Ctenophora, Cnidaria, Annelida e Echinodermata (ver Tabela 4).
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Os artrópodes estudados estão incluí-dos em 34 famílias e 10 ordens: 26 famílias e seis ordens de Insecta; cinco famílias e três or-dens de Arachnida (Chelicerata); e três famí-lias e uma ordem de Malacrostaca (Crustacea) (Suplemento III). Uma única tese estudou seis espécies dos filos Ctenophora, Cnidaria, An-nelida e Echinodermata, compreendendo um total de seis famílias e seis ordens destes gru-pos (ver Tabela 4, Suplemento IV).
Dentre os vertebrados, os mamíferos foram estudados em 155 teses (53% do total), Aves em 18 teses (6%), e Actinopterygii em 16 teses (5%). Dentre os artrópodes, Insecta foi investigado em 63 teses (21% do total), Arachnida (subfilo Chelicerata) e Malacros-taca (subfilo Crustacea) completam o grupo com cinco teses cada (2%). Cinco por cento dos trabalhos são teóricos ou de espécies não identificadas.
Primates (71 teses) e Rodentia (45 te-ses) são as ordens mais estudadas dentre os mamíferos, e as famílias mais representadas são Hominidae, Muridae e Bovidae (Figura 7)
nos cinco anos estudados. As linhagens albi-nas de Rattus norvegicus compreendem sozi-nhas 38 teses, 13% de todas as teses defendi-das nos cinco anos que foram analisados.
O levantamento feito por Fuchs (1995) mostra uma presença marcante de trabalhos sobre humanos e também sobre linhagens de ratos albinos realizados no IP, indicando a robustez das linhas de pesquisa que tiveram esses sujeitos como principal modelo de in-teresse. Por outro lado, os dados do presente trabalho – o estudo de mais de 200 espécies de animais com inúmeras famílias e ordens – indicam que a grande diversidade da fau-na brasileira está sendo encarada como um desafio a ser explorado também do ponto de vista da etologia, o que é promissor sob vários aspectos, inclusive em termos do es-tabelecimento de futuras políticas públicas de preservação. Os estudos de bovídeos, por outro lado, refletem a pujança das linhas de Etologia Aplicada e cumprem papel impor-tante dentro do cenário econômico do país, como já salientado anteriormente.
Considerações finais
Um aspecto que tem que ser levado em consideração diz respeito às dificuldades na coleta dos dados do presente estudo, um
fato também relatado por pesquisadores de outras áreas sobre estudos com metodologia similar (Aldé et al., 2013). Essas dificulda-des deveram-se, em parte, a alguns fatores principais discutidos a seguir. O primeiro
Figura 7. Número de espécies de mamíferos estudadas nas Teses de Doutorado de Etologia produzidas no Brasil de 2010 a 2014. Valores expressam o número de espécies e a porcentagem do total. A- principais ordens de mamíferos estudadas em relação as demais. B- principais famílias representadas. Primatas e roedores compreendem mais espécies do que todas as outras ordens de mamíferos estudadas consideradas conjuntamente (A).
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seria a inexistência de fontes sistematizadas de informação. Embora a maioria das Ins-tituições de Ensino Superior e de Pesquisa apresente sites com o repositório de teses (Anexo I), a busca é dificultada pela manei-ra como são organizados, com divisões, por exemplo, em Institutos, uma questão que é limitante no caso de uma ciência multidis-ciplinar como a Etologia. Adicionalmente, existem limitações com relação à variação da sensibilidade das ferramentas de consul-ta de cada site, e em muitos casos os auto-res também não incluem entre as palavras chaves, termos gerais que caracterizariam o trabalho, como por exemplo, “etologia”, “comportamento animal” ou “etologia apli-cada”. Ou ainda, usam principalmente o ter-mo “comportamento animal” em um sentido muito amplo, o que faz com que o verbete apareça em teses totalmente desvinculadas da etologia propriamente dita. Assim como outros autores (Aldé et al., 2013), também detectamos inconsistências nos títulos infor-mados dos trabalhos, ou seja, nomes diferen-tes para um mesmo trabalho dependendo do site/plataforma consultada; e ainda, observa-mos a existência de bancos de dados de si-tes de universidades com programas de Pós Graduação incompletos e/ou desatualizados.
E finalmente, os esforços em relação a envolver a comunidade nessa amostragem foram pouco recompensados. Assim como no presente estudo, Aldé e colaboradores (2013) também reportaram a baixa ocorrên-cia de respostas espontâneas em um estudo sobre teses na área de Ciências Humanas. Do total de teses de Etologia produzidas no país entre 2010-2014 (295 teses), ape-nas três teses (cerca de 1% do total) foram contabilizadas em nossa amostragem atra-vés das formas de consulta realizadas junto aos pesquisadores e à comunidade científi-ca ligada a Etologia no país (ver Materiais e Métodos). Dessa forma, apesar da amos-tragem cuidadosa realizada, é possível que nossos dados possam estar subestimados, o
que poderia explicar, em parte, a ausência no presente estudo de alguns estados e ins-tituições de ensino tradicionais.
O estudo de Aldé et al. (2013), uti-lizando metodologia semelhante a do pre-sente trabalho, analisou um total de 635 teses sobre Comunicação e Política (140 teses e 495 dissertações) durante vinte anos (de 1992 a 2012). Somando-se os dados do presente trabalho e do estudo de Magrini e Spinelli de Oliveira (2015) so-bre mestrados em etologia, totaliza-se 826 trabalhos de Etologia (295 de doutorado e 531 dissertações) em um período de cinco anos, um resultado que demonstra o gran-de interesse pela área e a qualidade do le-vantamento realizado.
Consideramos, portanto, que o pre-sente estudo foi abrangente, podendo aju-dar de diferentes maneiras a difundir a Etologia no Brasil, e na definição de no-vos rumos e estratégias para a área. Uma sugestão nesse sentido seria a criação de um Diretório de Teses de Doutorado e de Dissertações de Mestrados que poderiam alojar-se no site da SBEt, de maneira a fa-cilitar o acesso do maior número possível de pessoas interessadas.
A análise aqui realizada abrange um período (2010-2014) que se configura em um contexto de abundância de recursos para a pesquisa e Pós Graduação no Brasil, prin-cipalmente a partir de 2010 (Picinin et al., 2012) se comparado a períodos anteriores. O sistema de Pós Graduação brasileiro stric-to sensu foi estabelecido na década de 1960, e a partir de 1970 ganhou a configuração que conhecemos atualmente. Posteriormente se-guiu-se a criação da Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) em nível nacional, ambos em 1951, e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no Estado de São Paulo (SP), em 1962, data do início efetivo das atividades da Fundação. Em 2010 foi
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aprovado o “Plano Nacional de Pós-Gradu-ação 2011-2020”, estabelecendo metas e es-tratégias de ampliação da Pós Graduação no Brasil (Alves e Ferreira, 2014). Dessa forma, o presente estudo aponta para o sucesso das políticas públicas de Pós Graduação em Eto-logia implementadas no Brasil, assim como a importância das instituições públicas bra-sileiras para a existência e o futuro fortaleci-mento da Etologia no país.
Concluímos que os resultados de-monstram que a Etologia está consolidada como área autônoma do conhecimento no Brasil, principalmente em regiões direta e/ou indiretamente influenciadas pelo nú-cleo fundador da Etologia no país, sediado no Instituto de Psicologia da Universida-de de São Paulo. O Distrito Federal é uma das exceções que destacamos em relação a essa regra, demonstrando que as políticas de apoio e formação de pesquisadores no Brasil podem dar resultados promissores. Há possibilidades concretas de ampliação da Etologia no país, tanto do número de instituições, como das linhas de pesquisa, visto o crescimento das formas e volume do apoio institucional, majoritariamente esta-tal. Nesse contexto, enfatizamos que as ins-tituições públicas de ensino e pesquisa são, e possivelmente serão, fundamentais para a formação futura de etólogos no Brasil. Este fato obriga os pesquisadores(as) da área a debruçarem-se sobre as responsabilidades que existem com relação à população bra-sileira que financia, através de seu próprio trabalho, a existência das universidades públicas. Apesar de terem sido ditas há al-guns anos, as palavras da Profa. Carolina M. Bori soam de fundamental importância ainda hoje: “Se o País perder a Universi-dade pública que tem, por deterioração, má administração, ou por reduzi-la a um mero papel de escola profissional, haverá um atraso científico e social muito grande” (Botomé, 2007).
Agradecimentos
Agradecemos a MSc. Ana Paula Bra-ga pela contribuição em parte do levanta-mento de dados e o apoio técnico de Ana Paula dos Santos Rossi, do Departamento de Biologia (FFCLRP), USP. LM é bolsis-ta do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD) da Coordenação de Apoio de Pes-soal de Nível Superior (Capes) junto ao Pro-grama de Pós Graduação de Psicobiologia (FFCLRP/USP). Somos também gratos ao Prof. Dr. Eduardo Bessa, revisor da Revista de Etologia, pelas cuidadosas e ricas suges-tões, correções e comentários. Salientamos, no entanto, que o texto revisado é de inteira responsabilidade dos autores (ESO e LM).
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Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014
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Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014
49
Suplemento I. Teses de Doutorado de Etologia, expressas por números e porcentagem do total, produzidas por Instituições de cada unidade federativa do Brasil, de 2010 a 2014. Os estados estão organizados de acordo com a região geográfica.Estados 2010 2011 2012 2013 2014 Total %
Centro Oeste
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DF 1 1 1 2 2 7 2
Norte
AM 1 3 4 1
PA 2 4 2 2 5 15 5
Sudeste
ES 1 4 2 1 1 9 3
MG 6 5 4 1 5 21 7
RJ 3 1 1 2 7 2
SP 22 19 20 52 32 145 49
Nordeste
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PE 1 2 1 1 5 2
PI 1 1 2 1
RN 5 7 8 10 7 37 13
Sul
PR 5 2 1 2 5 15 5
RS 2 5 1 2 2 12 4
SC 2 2 4 2 10 3
Total/ano 53 52 49 77 64 295 100
Elisabeth Spinelli de Oliveira & Leandro Magrini
50
Suplemento II. Ordens e famílias dos grandes clados de vertebrados (Actinopterygii [peixes ósseos], Chondrichthyes [peixes cartilaginosos], Amphibia, “Reptilia”, Aves e Mammalia) representados nas teses de Doutorado de Etologia de 2010 a 2014.Ordem FamíliaActinopterygii
Beloniformes ExocoetidaeHemiramphidae
CharaciformesCharacidaeErythrinidaeCrenuchidae
Cypriniformes Cyprinidae
CyprinodontiformesCyprinidaeAplocheilidae (Rivulidae)Poeciliidae
Gymnotiformes GymnotidaeOsteoglossiformes Mormyridae
Perciformes GrammatidaePerciformes
Siluriformes
CallichthyidaeHeptapteridaeLoricariidaePimelodidaeSiluridae
Synbranchiformes SynbranchidaeChondrichthyesCarcharhiniformes CarcharhinidaeAmphibia
Anura
AromobatidaeBufonidaeCycloramphidaeHylidaeLeptodactylidaeMicrohylidaeRanidae
“Reptilia”Crocodilia Alligatoridae
SquamataColubridaeDipsadidaeIguanidae
Testudines KinosternidaePodocnemididae
AvesApodiformes Trochilidae
Charadriiformes CharadriidaeScolopacidae
Columbiformes Columbidae
Passeriformes
CorvidaeEmberezidaePasseridaePipridaeTyrannidae
continua
Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014
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Piciformes PicidaeRamphastidae
Psittaciformes
Tinamiformes PsittacidaeTinamidae
Mammalia
Carnivora CanidaeFelidae
Cetartiodactyla
BalaenopteridaeBovidaeDelphinidaeSuidaeTayassuidae
Perissodactyla EquidaePilosa Bradypodidae
Primates
AtelidaeCallitrichidaeCebidaeHominidaePitheciidae
Rodentia
CaviidaeCricetidaeEchimyidaeMuridae
Anfíbios de acordo com http://research.amnh.org/vz/herpetology/amphibia/index.php“Répteis” de acordo com http://eol.org/Actinopterygii de acordo com http://animaldiversity.orgDemais clados de acordo com https://www.itis.gov/ e/ou http://animaldiversity.org/
Suplemento II. (continuação)
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Suplemento III. Ordens e famílias dos grandes clados de Arthropoda (Insecta, Malacostrada [Crustacea], e Arachnida [Chelicerata]) representados nas teses de Doutorado de Etologia de 2010 a 2014.Ordem FamíliaInsecta
Coleoptera
CerambycidaeCurculionidaeChrysomelidaeStaphylinidae
Diptera CulicidaeTephritidae
Hemiptera
CoreidaePentatomidaePhloeidaePsyllidaeThaumastocoridae
Hymenoptera
ApidaeBraconidaeColletidaeFormicidaeHalictidaeMegachilidaeScelionidaeTrichogrammatidaeVespidae
Isoptera Termitidae
Lepidoptera
CrambidaeLycaenidaeNoctuidaePyralidaeTortricidae
Malacostraca
DecapodaAeglidaePalaemonidaePenaeidae
Arachnida
Araneae AraneidaeLycosidae
Opiliones GonyleptidaeManaosbiidae
Pseudoscorpiones AtemnidaeArtrópodes de acordo com http://eol.org/
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Suplemento IV. Lista de táxons identificados até o nível específico (223 espécies) e nome popular, quando conhecido, estudados nas teses de Doutorado de 2010 a 2014. Os táxons estão organizados por ordem alfabética e separados de acordo com os grandes clados ao qual pertencem (sublinhados). Os nomes populares em inglês estão em itálico.Espécies Nome popularInsectaAcromyrmex ambiguus quenquémAcromyrmex aspersus formiga caiapóAcromyrmex coronatus formiga carreira Acromyrmex crassispinus quenquém de ciscoAcromyrmex disciger quenquémAcromyrmex heyeri formiga de monte vermelhaAcromyrmex hispidus chanchãAcromyrmex landolti quenquémAcromyrmex laticeps formiga mineira, quenquém campeiraAcromyrmex lundi quenquém mineira pretaAcromyrmex niger quenquémAcromyrmex octospinosus quenquém mineira da AmazôniaAcromyrmex rugosus formiga quiçaçá, formiga mulatinhaAcromyrmex subterraneus molestans quenquémAcromyrmex subterraneus subterraneus quenquémAedes aegypti pernilongo, mosquitoAedes triseriatus pernilongo, mosquitoAgroecus griseus percevejoAllosmaitia strophius borboleta neotropicalAnastrepha fraterculus mosca das frutas sul americanaAngularitermes coninasus cupimAnoplotermes banksi cupimApis mellifera abelha africanizadaAtta capiguara saúva parda ou saúva dos pastosAtta cephalotes saúva da mataAtta colombica saúva Atta laevigata saúva cabeça de vidroAtta sexdens piriventris saúvaAtta sexdens rubropilosa saúva limãoAzteca sp. formigaBrachygastra smithii vespaCamponotus atriceps formigaCamponotus crassus formigaCamponotus pallens formigaCamponotus renggeri formigaCamponotus textor formiga tecelã Ceblurgus longipalpis abelha oligolética (sweat bee)Cephalotes pusillus formigaCeratitis capitata mosca das frutas do mediterrâneoChartegellus communis vespa socialChartegellus golfitensis vespa socialChelostoma rapunculi abelha oligoléticaConstrictotermes cyphergaster cupimCorcyra cephalonica não encontradoCyranotermes karipuna cupimDiabrotica speciosa vaquinha patriota
continua
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Diachasmimorpha longicaudata vespa parasitoideDiaphorina citri psilídeo (jumping plant louse)Diatraea saccharalis broca da canaDiatrasa indiginella não encontradoDinoponera quadriceps tocandiraEctatomma opaciventre não encontradoEdessa meditabunda percevejo de asa preta da sojaEldana saccharina african sugar-caneborerFriesella schrottkyi abelha mirim preguiçaGaesochira obscura abelha neotropicalGrapholita molesta traçaHedyphates betulinus broca da erva mateHypothenemus hampei broca do caféInquilinitermes microcerus cupimLeptotes cassius borboleta neotropicalMelipona subnitida jandairaMetaphobia miltoni não encontradoMetaphobia servilis não encontradoMischocyttarus [Megacanthopus] parallelogrammus vespa eussocialNasutitermes corniger cupimNeoleucinodes elegantalis broca pequena do tomateiroOryzophagus oryzae gorgulho aquático do arrozPachycondyla striata formiga de ferrãoPallantia macunaima percevejoPellaea stictica percevejoPhloea subquadrata percevejoPhloeophana longirostris percevejoPhthia picta percevejo do tomatePolybia flavifrons vespaPolybia paulista vespaPolybia silvana vespaProtodiscelis alismatis abelha oligoléticaProtopolybia exigua vespaProtopolybia picteti vespaPseudomyrmes gracilis formigaRekoa marius borboleta neotropicalSpodoptera frugiperda lagarta militar, lagarta do cartuchoTelenomus remus parasitóideThaumastocoris peregrinus percevejo (the bronze bug) Trichogramma pretiosumMalacrostaca e ArachnidaAegla abtao anomuro de água doceAegla denticulata anomuro de água doceAegla longirostri anomuro de água doceAegla manuniflata anomuro de água doceAglaoctenus lagotis aranha de funilIporangaia pustulosa opiliãoLitopenaeus vannamei camarão marinhoMacrobrachium rosenbergii camarão da malásiaParatemnoides nidificator pseudoescorpião
Suplemento IV. (continuação)
continua
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Parawixia bistriata aranha socialZygopachylus albomarginis opiliãoCtenophora, Cnidaria e AnnelidaBolinopsis vitrea ctenóforoOlindias sambaquiensis hidromedusaNematostella vectensis anemona do marLychnorhiza lucerna água vivaPhragmatopoma caudata poliquetaEchinodermataEchinaster brasiliensis estrela do marChondrichthyesNegaprion brevirostris tubarão limãoActinopterygiiAncistrus pirareta cascudo Astyanax asuncionensis lambariAstyanax marionae lambariBrycon amazonicus matrinxã Characidium zebra mocinhaCharax leticiae tetraCichlasoma dimerus caráCorydoras aeneus enéusCrenicichla lepidota jacundáCrenicichla semifasciata joana guensaDanio rerio paulistinhaFarlowella paraguayensis peixe cachimboGnathothonemus petersii peixe elefanteGramma brasiliensis gramaGymnotus carapo peixe elétrico, sarapóHemiramphus brasiliensis peixe agulha pretaHirundichthys affinis peixe voadorHisonotus sp. não encontradoHoplias malabaricus traíra, tiger characinHypostomus cochliodon cascudo Hypostomus pusarum acari, cascudo Imparfinis sp. não encontradoJupiaba acanthogaster lambariLeiarius marmoratus jundiáMoenkhausia sanctaefilomenae tetra olho de fogoOdontostilbe pequira não encontradoOreochromis niloticus tilápia do NiloOtocinclus bororo não encontradoOtocinclus vittatus limpa vidroPamphorichthys hasemani não encontradoPhenacogaster jancupa não encontradoPhenacorhamdia hoehnei catfishRineloricaria sp. cascudo chicoteRivulus punctatus rivuloSerrasalmus maculatus piranha, pirambebaSpatuloricaria evansii acari cachimboSynbranchus marmoratus muçum, peixe cobra
Suplemento IV. (continuação)
continua
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“Reptilia”Caiman latirostris jacaré de papo amareloKinosternon scorpioides muçuãPodocnemis expansa tartaruga da Amazônia Podocnemis unifilis tracajáPodocnemis sextuberculata pitiuTropidurus semitaeniatus calango de lajedoTropidurus hispidus calangoAvesAmazona amazonica curica, papagaio do mangueAnodorhynchus hyacinthinus arara azulColaptes campestris campestris pica pau do campo Columba livia pomboCorvus moneduloides corvo da Nova CaledôniaManacus manacus rendeira, atangaratingaPasser domesticus pardalPhylloscartes kronei maria da restingaPitangus sulphuratus bem te vi Pteroglossus castanotis araçari castanho Ramphastos toco tucano toco, tucanaçu Rhynchotus rufescens perdiz ou inhambupéSelenidera maculirostris araçari pacaVolatinia jacarina tiziuMammaliaAlouatta caraya bugio pretoBos taurus gado bovinoBradypus variegatus preguiça comumBubalus bubalis búfaloCallicebus nigrifrons titi, sauáCallithrix jacchus saguiCallithrix penicillata mico estrela, sagui de tufos pretosCanis familiaris cãoCapra hircus gado caprinoCavia intermédia preáCavia porcellus porquinho da Índia, cobaiaCebus robustus macaco prego de cristaChiropotes utahickae cuxiú de Uta HickClyomys bishopi rato de espinhoEquus ferus caballus cavalo raça Mangalarga MarchadorFelis catus gato domésticoHomo sapiens homemKerodon rupestris mocóLeontopithecus caissara mico leão de cara preta Leopardus pardalis jaguatiricaMegaptera novaeangliae baleia jubarteMesocricetus auratus hamster sírioOvis aries gado ovinoOvis gmelini mouflons do mediterrâneoPecari tajacu caitituPuma concolor puma
Suplemento IV. (continuação)
continua
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Rattus norvegicus rato branco linhagem albinaSapajus apella macacos pregoSapajus libidinosus macaco pregoSapajus nigritus macaco pregoSapajus xanthosternos macaco prego do peito amarelo Sotalia guianensis boto cinzaSus scrofa domesticus porco domésticoTrinomys iheringi denegritus rato de espinhoTrinomys yonenagae rabo de fachoAmphibiaAllobates femoralisAllobates hodliAllobates masnigerAllobates nidicolaAllobates paleovarzensisAplastodiscus perviridisBokermannohyla aheneaBokermannohyla gr. circumdataChiasmocleis aff. mantiqueiraDendropsophus elegansDendropsophus micropsDendropsophus minutus Hypsiboas aff. polytaeniusHypsiboas goianusLeptodactylus furnarius Lithobates catesbeianusPhysalaemus cuvieriPhysalaemus olfersiiPhysalaemus barrioiPhysalaemus cuvieriProceratophrys melanopogonRhinella ictericaScinax aff. duarteiScinax aff. hayiiScinax aff. obtriangulatusScinax squalirostrisScinax eurydiceTrachycephalus imitatrix
Suplemento IV. (continuação)
Elisabeth Spinelli de Oliveira & Leandro Magrini
I
Anexo I
Sites consultados.Ver também Spinelli de Oliveira et al., 2014.
http://bibliotecas.ufs.br/pagina/1923http://letaufsc.wixsite.com/letaufsc/teses-e--dissertaeshttp://repositorio.ufpa.br/jspui/https://repositorio.ufsc.br/h t t p s : / / r epos i to r io .unesp .b r /hand-le/11449/122960http://repositorio.unicamp.br/https://sigaa.ufpa.br/sigaa/public/progra-ma/portal.jsf?id=485http://sites.uefs.br/portalhttp://www.animalbehaviorsociety.org/web/about-history.phphttp://www.bc.ufrr.br/index.php/tesesedis-sertacoes
http://www.bibliotecas.ufu.br/http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspa-ce/handle/1843/BUOS-8VWKVQhttp://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnolo-gia/2010/09/conheca-as-instituicoes-de-fo-mento-a-pesquisa-no-paishttp://www.grupoetco.org.br/integrantes.htmlhttp://www.portal.ufpr.br/teses_acervo.htmlhttp://www.repositorio.ufc.br/http://www.teses.usp.br/http://www.ufrgs.br/ufrgs/inicial/coringa/repositorio-digitalhttp://www.unesp.br/portal#!/propg/banco--de-teses/
Etologia no Brasil (I): Teses de Doutorado de 2010 a 2014
II
Anexo II
Formulário divulgado pela SBEtCadastro de dissertações e teses (SBEt)
Olá, A SBET (Sociedade Brasileira de Etologia) quer conhecer e divulgar os trabalhos defen-didos nos últimos 4 anos nas diversas áreas da etologia (etologia aplicada, neuroetolo-gia, ecologia comportamental, psicologia e evolução, evolução do comportamento, cog-nição animal e comunicação, teorias com-portamentais, etc).Por favor, nos ajude a completar este cadas-tro com os dados da sua dissertação/tese/trabalho de conclusão de curso. Você tam-bém pode nos ajudar compartilhando esse formulário com seus alunos e colegas. Obrigado!Sociedade Brasileira de Etologia
Tipo de material:Tese
DissertaçãoMonografia/Conclusão de curso
Título da tese/dissertação/monografia:Autor(a):Em qual (s) categoria(s) você classifica-ria seu trabalho?
Cognição animal ComunicaçãoEcologia comportamentalEtologia aplicadaEvolução do comportamentoNeuroetologiaPsicologia e evoluçãoTeorias comportamentaisOutro:
Orientador(a)Ano da defesaInstituição
E-mail para contatoResumo do trabalhoMembros da banca