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O que vestem os edifícios Revestimento de fachadas Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Civil Projeto Feup 2015/2016 O que vestem os edifícios Revestimento de fachadas Supervisora: Professora Eva Barreira Monitor: Joana Fernandes Grupo: 1 Turma: 3 Jorge Barbosa José Sousa Pedro Carneiro

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O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Projeto Feup

2015/2016

O que vestem os edifícios

Revestimento de fachadas

Supervisora: Professora Eva Barreira

Monitor: Joana Fernandes

Grupo: 1 Turma: 3

Jorge Barbosa

José Sousa

Pedro Carneiro

2

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Palavras-chave

Fachadas

Granito

Cerâmica

Reboco

Betão

Agradecimentos

Em primeiro lugar queríamos agradecer á professora Eva Barreira pelas

indicações dadas ao longo do desenvolvimento deste projeto.

Em segundo lugar, ao proprietário de uma habitação situada em Viseu por

ter permitido a obtenção e uso de fotografias da sua fachada em cerâmica neste

trabalho.

Por fim, gostaríamos de agradecer em especial á monitora Joana

Fernandes pela paciência e dedicação que teve durante toda a realização deste

projeto connosco.

3

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Índice

Lista de figuras ……………………………………………………………………………...5

1.Introduçao ………………………………………………………………………………...7

2.Revestimento de fachadas……………………………………………………………….8

2.1Ladrilhos cerâmicos……………………………………………………………..8

2.1.1Introduçao…………………………………………...………………………...8

2.1.2.Tipos…………………………………………………………………………..9

2.1.2.1 Grés Porcelânico………………………………………….10

2.1.2.2 Azulejos…………………………………………………...11

2.1.3 Vantagens…………………………………………………………...12

2.1.4 Modo de aplicação………………………………………………….13

2.1.4.1 Aplicação de Revestimento aderentes………………….14

2.2 Granito…………………………………………………………………………15

2.2.1 Introdução…………………………………………………………...15

2.2.2 Tipos de granito……………………………………………………..15

2.2.3 Vantagens …………………………………………………………..16

2.2.4 Modo de aplicação………………………………………………….16

2.3 Reboco…………………………………………………………………………20

2.3.1 Introdução……………………………………………………………20

2.3.2 Para que serve? …………………………………………………….21

2.3.3 Constituição………………………………………………………….21

2.3.4 Reboco tradicional…………………………………………………...21

2.3.4.1 Aplicação…………………………………………………..21

2.3.5 Reboco não tradicional……………………………………………...21

2.3.6 Principais desvantagens do reboco tradicional……………………22

2.3.7 Principais vantagens do reboco industrial…………………………22

2.3.8 Exemplos de reboco ………………………………………………..23

2.4 Betão…………………………………………………………………………..25

4

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.4.1 Introdução…………………………………………………………...25

2.4.2 Características do betão …………………………………………...25

2.4.3 Tipos de betão……………………………………………………....26

2.4.3.1 Betão pré-fabricado………………………………………26

2.4.3.2 Betão armado……………………………………………..27

2.4.4 Modo de aplicação………………………………………………….28

2.4.4.1 Cofragens…………………………………………………28

2.4.4.2 Cimbres……………………………………………………29

Conclusão…………………………………………………………………………………..30

Bibliografia…………………………………………………………………………………..31

5

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Índice de Figuras

Figura 1 – Revestimento em Azulejo liso em Viseu ………………………………...11

Figura 2 – Revestimento em Azulejo com textura…………………………………..11

Figura 3– Revestimento em azulejo – Viseu………………………………………..11

Figura 4- Granito cinza………………………………………………………………..15

Figura 5- Granito amarelo-Biblioteca da feup………………………………………15

Figura 6- Sistema de colagem………………………………………………………...17

Figura 7- Exemplo da utilização do sistema de suporte……………………………18

Figura 8 – Grampos inox ……………………………………………………………...19

Figura 9 – Demonstração da utilização de grampos………………………………19

Figura 10 -Revestimento grampreado da feup……………………………………..19

Figura 11 – Reboco de cimento – hospital de S. João………………………………23

Figura 12- reboco de cimento – Hospital S. João……………………………………23

Figura 13 – reboco delgado armado sobre poliestireno expandido – ETICS……23

Figura 14 – Reboco tradicional em habitação em Viseu…………………………..24

Figura 15- Reboco Biblioteca municipal de Viseu…………………………………24

Figura 16- Betão pré fabricado na Feup……………………………………………..27

6

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Figura 17- Armadura metálica numa piscina pronta para a aplicação do betão….27

Figura 18- Molde em pranchas de madeira…………………………………………28

Figura 19-Cofragem e sistema de cimbre para betão………………………………29

7

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

1. Introdução

Projeto Feup é uma unidade curricular pertencente ao 1º Ano do Mestrado

Integrado em Engenharia Civil, sendo transversal a vários cursos da instituição.

Visto que os temas foram distribuídos de forma aleatória, o que ficou a

cargo do nosso grupo aprofundar foi o revestimento das fachadas.

Numa primeira fase, fotografamos diferentes fachadas que nos rodeiam no

dia-a-dia, todas elas com características distintas. De seguida, procedemos à

recolha da informação que consideramos ser útil para a realização do trabalho,

assim como para uma melhor aprendizagem da nossa parte acerca deste tema.

Este relatório pretende listar e descrever os vários tipos de materiais

utilizados como revestimento exterior dos edifícios. Para além disso, iremos

abordar as várias características, vantagens/desvantagens de cada tipo, assim

como métodos de aplicação de revestimentos.

De acordo com a pesquisa que efetuamos apercebemo-nos que,

atualmente, existe uma enorme variedade de materiais que se adequam às

diversas características que cada construção apresenta. Para além disso, ao

longo do tempo, os revestimentos exteriores evoluíram e, tornaram-se cada vez

mais adequados às diversas necessidades estéticas, de isolamento e de

resistência.

No decorrer da elaboração deste trabalho, pretendemos que os nossos

conhecimentos acerca deste tema fiquem mais claros e que, de certa forma, nos

sintamos mais integrados e conscientes acerca do curso que nos encontramos a

frequentar e daquilo que o mesmo engloba.

8

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2. Revestimentos de fachadas de edifícios

2.1 Ladrilhos Cerâmicos

2.1.1 Introdução

Os ladrilhos cerâmicos, ou revestimentos cerâmicos para paredes,

conhecidos popularmente por azulejos, são placas finas de argilas ou outras

matérias-primas inorgânicas e são geralmente utilizadas como revestimentos de

pavimentos e paredes.

As costas das placas possuem garras, para auxiliar na aderência com a

superfície onde serão assentadas. (1)

Em Portugal a utilização de revestimentos cerâmicos nas fachadas já é

usada há muitos anos e continua a ser uma boa solução, para o revestimento de

fachadas

Nos últimos anos os ladrilhos cerâmicos com o aparecimento de novas

tecnologias, novas matérias-primas e novos formatos e design, os ladrilhos

cerâmicos tiveram uma grande evolução na variedade e qualidade dos materiais

de assentamento (2).

9

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.1.2 Tipos

Devido á enorme variedade de ceramica que existe no mercado houve a

necessidade de classificar as placas ceramicas em varios tipos. No meio

comercial , são classificadas ,de acordo com as caracteristicas de absorçao de

agua ,e resistencia mecanica:

Porcelanatos - Baixa absorção e resistência mecânica alta

Grés porcelânico - Baixa absorção e resistência mecânica alta

Semi-grês - Média absorção e resistência mecânica média

Semi-porosos - Alta absorção e resistência mecânica baixa

Porosos - Alta absorção e resistência mecânica baixa

10

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.1.2.1 Grés porcelânico

Este tipo de ladrilho cerâmico enquadra-se na gama dos grés e é

caracterizado por possuir muito baixa porosidade e com uma ampla gama de

cores. Há uma grande variedade deste produto, quanto a formatos, texturas, pode

ser utilizado em pavimentos e revestimentos de edifícios revestimento de

fachadas, de edifícios comerciais, de serviços, e industriais, em espaços húmidos.

A família dos grés porcelânicos apresenta uma capacidade de absorção de água

quase nula e são resistentes aos choques térmicos. Podem ter um aspeto muito

semelhante ao das pedras naturais. A textura pode ser lisa ou texturada. O grés

porcelânico teve um desenvolvimento tecnológico muito importante, sendo

possível ter ladrilhos com características de porosidade e desempenho quase

iguais aos das pedras naturais de melhor qualidade (2).

11

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.1.2.2 Azulejos

Os azulejos são cerâmicos porosos de suporte branco e pode ter vidrado

ou também decoração de superfície. São utilizados, em revestimentos

exteriores em zona pouco sujeitas à ação de gelo. Os azulejos apresentam-

se numa grande variedade de dimensões e formas, onde predominam os

quadrados e os retângulos. São fabricados, normalmente, por prensagem

a seco, e, posteriormente, submetidos a uma ou mais cozeduras. A

aplicação de vários tipos de vidrados originam uma grande variedade de

texturas.

Os azulejos produzidos e comercializados em Portugal são basicamente

de três tipos:1- Azulejos sem tratamentos superficiais, ou seja, azulejos

lisos; 2-Azulejos com tratamento de texturas, cores e grafismos; 3. Azulejos

especiais, peças essencialmente destinadas a efeitos estéticos, de forma

a criar conjuntos com as peças base dos revestimentos. (2)

Figura 1– Azulejo liso Figura 2– Azulejo com textura

Figura 3 – revestimento em azulejo

- Viseu

12

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.1.3Vantagens

A utilização de ladrilhos cerâmicos possibilita algumas vantagens quando usados

como material de revestimento:

Facilidade de limpar, reduzindo o custo de manutenção, por dispensar

procedimentos elaborados e dispendiosos;

Não inflamável: não propaga fogo, como outros materiais de acabamento

(carpetes e madeira, por exemplo).

Durabilidade: a sua composição química estável permite um longo tempo

de uso,.

Possui elevada impermeabilidade;

Dureza

Baixo atrito

Não requer polimento prévio

Aumenta a vida útil do revestimento/chapeamento de 4 a 10 vezes nos

ambientes mais corrosivos

Resistente a ciclos/choques térmicos

13

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.1.4 Modo de aplicação

Existem várias formas de aplicar o ladrilho, dependo da superfície em que vamos

assentar ou do limite de produtos que temos ao nosso dispor ou do gosto de cada

pessoa, assim as peças de cerâmica têm as seguintes aplicações:

Revestimentos aderentes tradicionais, em que os ladrilhos são assentes

diretamente nos suportes com argamassas espessas tradicionais.

Revestimentos aderentes colados, em que os ladrilhos são colados

diretamente nos suportes com argamassas-colas delgadas (não-

tradicionais), obtidas a partir de produtos preparados e pré-doseados em

fábrica..

Revestimentos independentes do suporte, em que os ladrilhos são fixados

mecanicamente ao suporte por intermédio de uma estrutura de madeira ou

metálica que, portanto, torna o revestimento independente do suporte (3)

14

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.1.4.1 Aplicação de Revestimento aderentes

colados

1-Preparar a argamassa manualmente ou em misturador mecânico,

adicionando-se a água, na quantidade recomendada na embalagem do

produto, até que seja verificada homogeneidade da mistura

2- Após a mistura, a argamassa deve ser espalhada com o lado liso da

desempenadeira, comprimindo-a contra a base formando uma camada

uniforme.

3- A seguir, utilizar o lado denteado da desempenadeira sobre a camada de

argamassa, para formar cordões que facilitarão o nivelamento e a fixação das

peças cerâmicas.

4- Durante a colocação das peças os cordões de cola devem ser totalmente

esmagados, formando uma camada uniforme, e garantindo o contato pleno da

argamassa com todo o verso da peça

Periodicamente durante o assentamento, deve-se arrancar peças

aleatoriamente (1% das peças), verificando se estão com o verso totalmente

preenchido com argamassa. (4) (5)

15

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.2 Granito

2.2.1 Introdução

O granito é uma rocha formada por um conjunto de minerais, todavia é

basicamente composto por três:

o Quartzo, um mineral incolor.

o Feldspato responsável pela variedade de cores, dentre elas:

avermelhada, rosada e creme-acinzentada.

o Mica que confere o brilho à rocha.

As cores de granito mais encontradas na natureza são os tons de cinzento

e avermelhado, contudo encontram-se nas cores: branco, preto, azul, verde

e amarelo. (6)

2.2.2 Tipos de granito

Existe uma variedade ínfima de granitos, aqui estão apresentados os mais

comuns e utilizados:

Figura 5- Granito amarelo-Biblioteca

da feup Figura 4- Granito cinza

16

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.2.3 Vantagens

Durabilidade

Menor absorção de água

Resistência a desgaste abrasivo

Proteção natural a ataques químicos

Capacidade de ser polido várias vezes em caso de mancha

A dureza do Granito

2.2.4 Modo de Aplicação

Existem 2 tipos de aplicação do granito nas fachadas de edifícios

O método de fixação direta

o Colagem

O método de fixação indireta

o Estrutura intermédia de suporte

o Grampeagem

17

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Colagem

Consiste em aplicar um produto adesivo, cimento cola /resina, entre a placa

de granito e suporte. Não existe uma caixa-de-ar entre as placas de pedras e a

fachada do edifício mas por outro la existe uma maior resistência a choques do

que os métodos de fixação indiretos.

Estrutura intermédia de suporte

Permite a colocação das pedras por uma ordem não sequencial não é

preciso começar a colocar as pedras por baixo e ir fazendo fiadas de pedras como

é usual fazer-se nos Grampos Inox. Esta vantagem é especialmente importante

quando se pretende colocar na fachada pedras de tipos ou cores diferentes, ou

quando nem todas as pedras estão disponíveis ao mesmo tempo.

Permite também instalar primeiramente todo o sistema de fixação, com os

perfis, e depois de este estar concluído começar a colocar as pedras. Deste modo

é possível compensar atrasos no fornecimento das pedras em obra ou mesmo

trabalhar em estaleiros de pequenas dimensões onde seja difícil armazenar

grandes quantidades de pedras.

Permite uma fácil substituição das pedras especialmente útil caso alguma

pedra se danifique ou se parta, sem ser necessário retirar pedras adjacentes,

sendo possível retirar apenas a pedra danificada para a sua substituição.

Particularmente adaptado a obras de requalificação de edifícios antigos, devido à

possibilidade de fixação da estrutura apenas às lajes do edifício. (7)

Figura 6- Sistema de colagem

18

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Grampos Inox

Consiste na fixação dos elementos pétreos através de placas ou perfis metálicos

que podem ter diversas formas, dimensões e características. Os Grampos são de

aço inoxidável. Estes suportes são fixos à fachada: recorrendo a métodos de

fixação mecânicos, como parafusos, ou por métodos de fixação recorrendo à

chumbagem dos suportes à fachada figura. Os Grampos Inox têm pinos que são

introduzidos em furos realizados nos topos das pedras, para impedir que estas se

desloquem. Em situações correntes cada placa de pedra é fixa ao suporte com

quatro Grampos. Dois Grampos são colocados na face horizontal inferior da placa

de pedra e têm a dupla função de suportar o seu peso próprio e de restringirem

os deslocamentos horizontais. Os outros dois são colocados na face horizontal

superior da placa de pedra unicamente para restringirem os deslocamentos

horizontais. A fixação dos Grampos às pedras também se pode efetuar pelas

faces laterais verticais destas. A localização destes deve ser estudada de forma a

garantir que uma pedra não fique fixa a dois suportes diferentes ou a duas zonas

que possam ter deformações diferentes. (7)

Figura 7- Exemplo da utilização do sistema de suporte

19

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

.

Figura 9 – Demonstração da utilização

de grampos

Figura 8 – Grampos inox

Figura 10 – Revestimento grampeado da feup

20

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.3 Reboco

2.3.1Introdução

Reboco é um tipo de revestimento de paredes e muros, cuja finalidade é

proporcionar um aspeto agradável e de apresentação uniforme às divisões e

obras variadas. Possibilita também o suporte para a aplicação posterior de

pinturas e outros revestimentos com materiais diversos que ao mesmo tempo

servem para impermeabilizar, decorar e em algumas situações, isolar de forma

acústica e térmica.

Devem possuir a propriedade fundamental de serem impermeáveis. São

aplicados em paredes exteriores ou que estão expostas à humidade. Efetivamente

não é fundamental o fator da impermeabilidade, uma vez que um reboco fino e

perfeitamente liso na prática impermeabiliza uma parede, pois se a água da chuva

não encontrar ranhuras onde se possa depositar, resvala sobre si mesma sem

poder infiltrar-se. No caso de o reboco não ser totalmente liso, a água introduzir-

se-á na parede.

A espessura dos rebocos deve ser a menor possível visto que, se forem

muitos grossos têm propensão a desprender-se devido ao seu peso, o que pode

acontecer graças a trepidações ou vibrações originada, por exemplo, pelo trânsito.

Muitas da vezes, por razões estéticas, os exteriores dos edifícios não são

lisos, devendo nestes casos, o reboco seguir a textura do mesmo (6).

21

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.3.2 Para que serve?

Proteção: aplicado corretamente melhorará a impermeabilização da

parede, o isolamento térmico e acústico.

Uniformizar a superfície

Suporte: pode ser pintado ou revestido por diversos tipos de materiais

2.3.3 Constituição

O reboco é constituído maioritariamente por cal e areia, podendo ainda ser

adicionadas outras matérias, como cimento e adjuvantes dependendo da sua

finalidade (6).

2.3.4 Reboco tradicional

Reboco que é preparado no local e que geralmente é aplicado em três ou

quatro camadas. Verifica-se frequentemente uma incorreta utilização deste

reboco, pois parte-se do principio que é fácil de se fazer e aplicar. Porém é

necessário respeitar normas precisas, pois alguns dos seus constituintes pode

comportar-se de forma inadequada e alterar o resultado desejado (6).

2.3.4.1 Aplicação

Deve ser aplicado em várias camadas, normalmente três ou quatro, de

modo a evitar que toda a espessura do reboco seja atingida por uma fenda. Deve

ter-se em atenção que a camada seguinte só deverá ser aplicada quando a

anterior estiver seca por completo (6).

2.3.5 Reboco não tradicional

O reboco não tradicional pode ser chamado também pré-doseado ou

industrial e, é assim designado pois os seus componentes já chegam doseados à

22

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

obra, sendo apenas necessário juntar água e misturar. É de aplicação rápida e na

maioria das vezes de uma aplicação só (6).

2.3.6 Principais Desvantagens do reboco tradicional

Utilização de Matérias-primas Inadequadas

Exposição das Matérias-primas às Intempéries

Atravancamento do Espaço Medição Grosseira dos Constituintes das

Argamassas

Possibilidade de Erro Humano Frequente

Incapacidade Prática de Controlo da Operação

2.3.7 Principais Vantagens do reboco industrial

Utilização de Matérias-primas Adequadas

Misturas Homogéneas do Produto Final

Melhor Garantia de Qualidade

Possibilidade de Erro Humano Menos Frequente

Melhor Aproveitamento do Espaço Disponível

Misturas com Aditivos Pré-Doseados

Melhor Controlo da Operação

(7)

23

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.3.8 Exemplos de reboco

Figura 11 – Reboco de cimento – hospital de S. João

Figura 12- reboco de cimento – Hospital S. João

Figura 13 – reboco delgado armado sobre

poliestireno expandido (ETICS)

24

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Figura 14 – Reboco tradicional em habitação em Viseu

Figura 15 – Reboco Biblioteca Municipal em Viseu

25

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.4 Betão

2.4.1 Introdução O betão é um dos materiais mais importantes de engenharia civil e um dos

mais usados como revestimento de fachadas. É constituído principalmente por

cimento, água e agregados (partículas solidas como por exemplo a brita, gravilha

ou ate areia). Estes 3 elementos misturados nas quantidades certas e com um

determinado período de tempo originam o famoso material que todos

conhecemos. Desde a fase de fabricação ate a fase em que já desempenha

funções estruturais, o betão passa por dois processos: betão fresco e betão

endurecido

2.4.2 Características do betão

Resistência à compressão

Resistência à tração

Resistência a estados múltiplos de tensão

Deformação instantânea

Fluência e retração (9)

26

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.4.3 Tipos de betão

2.4.3.1 Betão pré-fabricado

O desenvolvimento deste tipo de betão baseia-se principalmente na necessidade

de racionalizar meios produtivos e reduzir prazos de conclusão de obras. Para

além disso, é um método economicamente atrativo.

Este método estende-se não só a edifícios de habitação como também a outras

áreas de construção como por exemplo algumas pontes, consoante o seu

tamanho.

A diferença entre este tipo de betão com os demais é o simples facto de ser

fabricado em porções mais pequenas num determinado local e em seguida serem

transportados para a obra em questão onde são posteriormente montados no local

determinado previamente.

Principais Vantagens da Pré-fabricação em Betão:

Os elementos pré-fabricados são produzidos em condições industriais,

com mão-de-obra especializada o que em geral conduz a elevados

padrões de qualidade.

A racionalização dos meios e a redução dos prazos torna a pré-fabricação

economicamente atrativa.

As soluções pré-fabricadas envolvem menos meios, menos pessoas em

obra com trabalhos de duração mais curta, contribuindo para menor risco

de acidentes de trabalho.

Redução de prazos globais de execução.

27

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Figura 16 – Betão pré-fabricado na feup

2.4.3.2 Betão Armado

É usado nas estruturas de edifícios e tornou-se um dos mais importantes

materiais utilizados em construção civil no séc. XX. Ao contrário do betão normal,

o betão armado recebe uma armadura metálica capaz de resistir as forcas de

tração.

Figura 17-Armadura metálica numa piscina pronta para a aplicação do betão

28

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.4.4 Modo de aplicação:

2.4.4.1Cofragens

Cofragem é o termo dado a moldes, em que temporariamente ou

permanentemente o betão e/ou materiais similares são derramados. As cofragens

são bastante utilizadas na construção de ETARs ou reservatórios de água. (10)

Tipos de moldes

Pranchas de madeira

Pranchas de contraplacado marítimo

Figura 18 - Molde em pranchas de madeira

29

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

2.4.4.2 Cimbres

Um cimbre é uma estrutura provisória de madeira ou metal que tem como

objetivo aguentar com o peso de uma determinada estrutura pretendida enquanto

o betão é colocado e compactado, até que a estrutura de betão tenha a resistência

necessária para se suportar sozinha (o cimbre suporta também moldes de

cofragem). (11)

Figura 19 - Cofragem e sistema de cimbre para betão

30

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Conclusão

Uma vez chegados ao fim deste trabalho, são algumas as coisas que nos

apraz dizer.

Consideramos que este trabalho nos proporcionou a oportunidade de

desenvolver a nossa capacidade de investigação, assim como uma melhor

integração e consciencialização acerca deste curso.

Ao longo deste trabalho fomos abordando o revestimento exterior de

fachadas de edifícios, na qual aprofundámos, essencialmente, os modos de

aplicação de cada tipo de revestimento, as suas características e a composição

de alguns elementos, assim como as principais vantagens e desvantagens.

Cumprimos com os objetivos que nos tínhamos proposto no início do

trabalho. Conseguimos, a partir de edifícios reais, perceber como eram “vestidos”,

percebemos quais os revestimentos mais utilizados nos edifícios antigos assim

como em edifícios recentes e ainda realizamos um trabalho de campo, onde

fotografamos, vimos catálogos de produtos, que nos permitiu ter uma visão mais

realista e concreta do trabalho que elaboramos.

Deste modo, este trabalho foi muito importante para o nosso

aprofundamento e compreensão de como são revestidos os edifícios, permitiu nos

perceber melhor a função de um engenheiro civil no planeamento e na construção

de edifícios de maneira a que o revestimento se adeque as necessidades de cada

tipo de construção.

31

O que vestem os edifícios – Revestimento de fachadas

Bibliografia

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aberto.up.pt/bitstream/10216/12851/2/Texto%20integral.pdf),

http://www.pamesa.com.br/site/repository/pdf/pdf_1287081379.pdf)

(2) (https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395145926472/TESE%2024%

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(3) (http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/280/1/Disserta%C3%A7%C3%A

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(4) http://www.dicasconstrucoes.com.br/como-assentar-azulejo/

(5) http://www.pamesa.com.br/site/repository/pdf/pdf_1287081379.pdf)

(6) http://www.todamateria.com.br/granito/)

(7) Garcia, J (2005). Argamassas de Reboco. Apfac. Acedido Outubro 15, 2015,

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(8) Acedido Outubro 15, 2015, em

http://construironline.dashofer.pt/?s=modulos&v=capitulo&c=493

(9) http://www.civil.ist.utl.pt/~cristina/bape1/materiais.pdf António costa e júlio

Appleton 2002

(10) http://www.selidomus.pt/uploads/servicos/cofragens/01cavehabitacao.jpg

http://pt.scribd.com/doc/55281603/Cofragens#scribd

(11) http://www.civil.ist.utl.pt/~cristina/bape2/documents/ExecucaoEstruturasBe

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