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FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Juliete Dias Machado BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA DOMICILIAR NO TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES MOTORAS E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS DE UM PACIENTE ACAMADO COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE): estudo de caso. Paracatu 2013

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Fisioterapia

Juliete Dias Machado

BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA DOMICILIAR NO TRATAMENTO DAS

ALTERAÇÕES MOTORAS E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS DE UM PACIENTE

ACAMADO COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE):

estudo de caso.

Paracatu

2013

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Juliete Dias Machado

BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA DOMICILIAR NO TRATAMENTO DAS

ALTERAÇÕES MOTORAS E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS DE UM PACIENTE

ACAMADO COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE):

estudo de caso.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Fisioterapia da Faculdade TECSOMA,

como requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel em Fisioterapia.

Profª.: M Sc. Cecília Nascimento

Profª.: M Sc. Michelle Faria Lima

Paracatu

2013

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Machado, Juliete Dias

Benefícios da fisioterapia domiciliar no tratamento das alterações motoras e

limitações funcionais de um paciente acamado com sequelas de Acidente Vascular

Encefálico (AVE): estudo de caso. /Juliete Dias Machado. Paracatu, 2013.

75f.

Orientadora: Michelle Faria Lima

Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Graduação em

Fisioterapia.

1. Fisioterapia domiciliar. 2. Paciente acamado. 3. Cinesioterapia. I. Lima,

Michelle Faria. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 615.8:616.8

CDU: 615.85

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Juliete Dias Machado

BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA DOMICILIAR NO TRATAMENTO DAS

ALTERAÇÕES MOTORAS E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS DE UM PACIENTE

ACAMADO COM SEQUELAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE):

estudo de caso.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de Fisioterapia da Faculdade TECSOMA,

como requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel em Fisioterapia.

____________________________________________

M Sc. Michelle Faria Lima – Orientadora temática

Faculdade Tecsoma

____________________________________________

M Sc. Cecília Nascimento – Orientadora metodológica

Faculdade Tecsoma

Paracatu, 05 de dezembro de 2013.

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À minha mãe, minhas irmãs, minha sobrinha e meus bisavós

essenciais em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por me dar forças e me confortar nos momentos difíceis. Tu és o principio de

tudo, sem ti nada serei.

À minha mãe Lucimar, pelo apoio, incentivo e amor incondicional. À senhora que

tanto orou e apesar das dificuldades não mediu esforços para atender todas as minhas

necessidades, essa conquista também é sua.

Às minhas irmãs, Leonice, Cleonice e Adriana, que apesar da distância nos

mantivemos unidas. Amo vocês.

Á minha sobrinha Heloisa, que veio para alegrar nossas vidas.

Ao meu pai Joãozito, por me dar a vida e contribuir para a minha educação.

Aos meus bisavós, vô João e vó Beza (in memorian) pelas orações, amor e apoio

desde a minha infância. Amo eternamente meus velhinhos.

Aos meus avós Lia e Donério pelo carinho e apoio de sempre.

Ás minhas amigas que para mim são como irmãs Dulce, Lú e Li.

Aos meus colegas e companheiros especialmente à Cleide, Larissa, Fernando,

Fernanda, Katieli e Jéssica com quem vivi quatro inesquecíveis anos, e agora cada um seguirá

um caminho, mas as lembranças e a amizade jamais serão esquecidas.

À Danilo e Val, pelo carinho e compreensão. Vocês foram minha segunda família.

Aos professores, por compartilharem comigo parte dos seus conhecimentos.

Aos pacientes, pela colaboração, respeito e confiança necessária ao meu

aprimoramento técnico-científico, em especial ao senhor Conceição que infelizmente não

pode concluir esta etapa comigo, mas me fez compreender o sentido das coisas e ter coragem

para recomeçar.

Enfim, a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para essa conquista.

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Tudo o que fizeres te sairá bem, e sobre teus caminhos resplandecerá luz (Jó 22.28).

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RESUMO

O acidente vascular encefálico é uma das principais causas de incapacidades na população

adulta, responsável por alterações motoras que comprometem sua independência funcional,

levando o paciente a ficar acamado. A inserção da fisioterapia na Estratégia Saúde da Família

garante atendimento à população carente que apresenta dificuldades em se deslocar do seu

domicílio até uma unidade de tratamento. O acompanhamento fisioterapêutico domiciliar

destes pacientes é relevante e contribui para a recuperação de alterações motoras e limitações

funcionais, além de contribuir para o preparo e diminuição da sobrecarga do cuidador. O

objetivo deste estudo foi verificar a eficácia da cinesioterapia no tratamento domiciliar de

alterações motoras e limitações funcionais de um paciente acamado com sequelas de acidente

vascular encefálico. Foi realizada uma pesquisa quantitativa do tipo estudo de caso. O

paciente incluído no estudo foi submetido a um protocolo de atendimento fisioterapêutico

domiciliar baseado na técnica de cinesioterapia realizado diariamente durante 10 sessões.

Após o tratamento verificou-se melhora significativa da ADM verificada pela goniometria

manual, aumento da força muscular testada pelo teste de força muscular manual, melhora da

independência funcional verificada pelo índice de Barthel versão adaptada e diminuição da

sobrecarga do cuidador avaliado pela escala Zarit Burden Interview. Demonstrando que a

intervenção fisioterapêutica domiciliar possui efeitos positivos tanto na melhora de alterações

motoras e limitações funcionais do paciente acamado, quanto na qualidade de vida do

cuidador.

Palavras-chave: Fisioterapia domiciliar. Paciente acamado. Cinesioterapia.

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ABSTRACT

Stroke results is a major cause of disabilities in the adult population, responsible for motor

alterations that compromise their functional independence, leading the patient to becomes

bedridden. The insertion of physiotherapy in the family health strategy ensures care for the

needy population that presents difficulties to move from his home to a treatment unit. The

accompaniment physiotherapy domiciliary these patients is relevant and contributes to the

recovery motor alterations and functional limitations, while contributing to the preparation

and reduction of caregiver overload. The aim of this study was to verify the efficacy of

kinesiotherapy in the home treatment of motor alterations and functional limitations of a

bedridden patient with sequels of cerebral vascular accident. Was performed quantitative

research of the case study type. The patients included in the study was submitted to a protocol

of physiotherapy domiciliary based on technique cinesiotherapy daily performed for 10

sessions. After treatment it was verified significant improvement in range of motion verified

by the manual goniometry, increase of muscular strength tested by using manual muscle

strengthand improvement in functional independence verified by the Barthel index adapted

version and decreased caregiver overload measured by the Zarit Burden Interview scale.

Demonstrating that physiotherapy intervention domiciliary has positive effects on the

improvement motor alterations and functional limitations of bedridden patients, and the

quality of life of the caregiver.

Keywords: Physiotherapy domiciliary. Bedridden patients. Cinesiotherapy

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Avaliação da força muscular dos membros superiores e membros

inferiores antes e após o tratamento....................................................... 40

TABELA 2 - Avaliação da ADM dos membros superiores e membros inferiores

antes e após o tratamento......................................................................... 43

TABELA 3 - Avaliação da independência funcional através do índice de Barthel

versão adaptada....................................................................................... 44

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LISTA DE SIGLAS

ADM – Amplitude de Movimento

AP – Ausculta pulmonar

AVC – Acidente Vascular Cerebral

AVD´s – Atividades de Vida Diária

AVE – Acidente Vascular Encefálico

AVEh – Acidente Vascular Encefálico hemorrágico

AVEi – Acidente Vascular Encefálico isquêmico

ESF – Estratégia Saúde da Família

MIF – Medida de Independência Funcional

PA– Pressão Arterial

PSF – Programa Saúde da Família

SUS – Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 15

3. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 16

3.1. Objetivo geral .................................................................................................................... 16

3.2. Objetivos específicos ......................................................................................................... 16

4. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 17

4.1. Fisioterapia na atenção básica de saúde ............................................................................ 17

4.2. Principais causas que levam o paciente a ficar acamado................................................... 19

4.3. Acidente vascular encefálico ............................................................................................. 19

4.3.1. Categorias etiológicas .................................................................................................... 20

4.3.2. Epidemiologia do AVE ................................................................................................... 22

4.3.3. Diagnóstico ..................................................................................................................... 22

4.3.4. Fatores de risco .............................................................................................................. 23

4.3.5. Comprometimentos motores ........................................................................................... 23

4.3.6. Alterações do tônus ........................................................................................................ 24

4.4. Consequências da imobilidade após AVE ......................................................................... 25

4.4.1. Diminuição da ADM ....................................................................................................... 25

4.4.2. Diminuição da força muscular ...................................................................................... 26

4.4.3. Limitações funcionais ..................................................................................................... 26

4.5. Fisioterapia domiciliar ....................................................................................................... 27

4.6. Cinesioterapia em pacientes acamados após AVE ............................................................ 29

4.7. Posicionamento adequado ................................................................................................. 31

4.7.1. Mobilização articular ..................................................................................................... 31

4.7.2. Técnica de alongamento ................................................................................................. 32

4.7.3. Fortalecimento muscular ................................................................................................ 33

4.7.4. Treino de marcha ........................................................................................................... 34

4.7.5. Exercícios para melhorar coordenação motora ............................................................ 34

4.7.6. Exercícios para melhorar o equilíbrio .......................................................................... 35

4.7.7. Treino funcional ............................................................................................................. 36

5. METODOLOGIA ................................................................................................................. 37

5.1. Tipo de estudo ................................................................................................................... 37

5.2. Escolha do paciente ........................................................................................................... 37

5.3. Métodos e procedimentos .................................................................................................. 37

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................ 39

7. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 48

APÊNDICES ............................................................................................................................ 56

ANEXOS .................................................................................................................................. 65

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com Abramczuk e Villela (2009), o AVE é uma das principais causas de

incapacidades e mortes na população adulta.

O paciente, após sofrer AVE e passar por um período de internação hospitalar, poderá

retornar ao seu domicílio na maioria das vezes com sequelas físicas e emocionais, que

comprometem sua capacidade funcional, independência e autonomia, além de gerar efeitos

sociais e econômicos que afetam sua qualidade de vida. Geralmente, quando ocorre um

declínio funcional devido algum processo patológico, a família se torna responsável pela

assistência e cuidados desses pacientes (MARQUES; RODRIGUES; KUSUMOTA, 2006).

A maioria dos cuidados prestados em domicílio são realizados por cuidadores

informais, familiares ou pessoas da comunidade, que não possuem qualquer formação para

exercer tal atividade. Esse despreparo pode ocasionar situações de ansiedade e desgaste físico,

gerando situações de risco tanto para quem cuida quanto para quem recebe o cuidado

(FERNANDES et al., 2013).

A permanência no leito por longos períodos é um fator importante a ser avaliado, pois

pode levar a outros danos de natureza física, psicológica e social. Sabe-se que a inatividade

pode causar efeitos diversos em múltiplos órgãos e sistemas. Inicialmente, produz uma

redução de capacidade funcional de um órgão e mais tarde afeta órgãos múltiplos e sistemas

do corpo (BOECHAT et al., 2012).

Recentemente, as mudanças e transformações no campo das políticas e práticas de

saúde, com o avanço de organização e efetivação do SUS, tem levado a fisioterapia a se

inserir gradativamente na atenção básica, ampliando seu campo de atuação para além da

reabilitação, com foco também para a prevenção de doenças e promoção de saúde. Embora a

inserção na assistência básica não se apresente ainda como uma realidade nacional (AVEIRO

et al., 2011).

A inserção do profissional fisioterapeuta como membro da Equipe de Saúde da

Família (ESF) tem um papel significativo, na promoção a saúde e prevenção de doenças

através de informações e orientações para AVD´s, prevenção de deformidades, cuidados

posturais, cuidados com sequelas após alterações musculoesqueléticas, neuromusculares e

cardiopulmonares quando a doença já se encontra instalada e a reintegração social,

conhecendo o contexto onde o indivíduo assistido vive (BRAGA; ROSA; NOGUEIRA,

2008).

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O acompanhamento da fisioterapia domiciliar destes pacientes é de grande relevância

e tem como objetivo minimizar o impacto causado pelas alterações da função motora deixadas

pelo AVE, no sentido de promover maior independência funcional e melhorar a qualidade de

vida desses pacientes e de sua família (TELLES; GUSMÃO, 2012).

A proximidade do fisioterapeuta no ambiente domiciliar proporciona cuidados diretos

no tratamento da doença, numa visão do contexto familiar, especialmente às barreiras

ambientais e relacionais na prevenção de agravos à saúde do ser cuidado e da família. O

fisioterapeuta conhece o ambiente em que vive o paciente, tornando mais fácil realizar o

treino de AVD´s e instruí-lo quanto às suas limitações, de modo a proporcionar melhora na

adaptação à realidade nesse momento de fragilidade da saúde (SILVA; DURÃES;

AZOUBEL, 2011).

Euzebio e Rabinovich (2006), relatam que a fisioterapia contribui para a manutenção e

recuperação da funcionalidade do paciente dependente, as orientações referentes à saúde, os

cuidados e complicações próprios de doenças crônico-degenerativas contribuem para o

preparo e diminuição do estresse do cuidador. Assim, a fisioterapia domiciliar traz benefícios

tanto ao paciente quanto ao cuidador.

Este estudo propõe verificar os benefícios da fisioterapia domiciliar através da técnica

de cinesioterapia no tratamento das alterações motoras e limitações funcionais de um paciente

acamado com sequelas de AVE.

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2. JUSTIFICATIVA

O AVE é uma das principais causas de dependência na população adulta, deixando

sequelas que afetam, principalmente, o sistema motor responsável por grandes limitações

funcionais.

Após um evento patológico que deixará sequelas crônicas e limitações funcionais,

geralmente a família se torna responsável pela assistência e cuidados desse paciente, gerando

uma sobrecarga em seu cuidador, que não está preparado para atender as necessidades do

mesmo.

A inserção do fisioterapeuta na ESF garante acesso à fisioterapia para a população

carente, que possuem dificuldades em se deslocarem de sua residência até a unidade de

atendimento devido às suas limitações físicas, financeiras ou dinâmica familiar. Neste sentido,

torna-se necessário a intervenção fisioterapêutica domiciliar, colocando o profissional em

contato íntimo com o paciente e seus familiares.

A fisioterapia tem a cinesioterapia como técnica exclusiva, de baixo custo financeiro,

capaz de ser realizada em ambiente domiciliar, garantindo a promoção do movimento,

baseada em seus efeitos de manutenção da força, flexibilidade, relaxamento e coordenação

motora, necessárias para prevenção e tratamento de alterações motoras geradas pela

imobilidade prolongada no leito, promovendo o restabelecimento de suas funções normais,

melhora da sua qualidade de vida e consequentemente diminuição da sobrecarga do cuidador.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

Verificar a eficácia da cinesioterapia no tratamento domiciliar das alterações motoras e

limitações funcionais de um paciente acamado com sequelas de AVE.

3.2. Objetivos específicos

Aumentar a força muscular do paciente acamado com sequelas de AVE;

Melhorar a amplitude de movimento (ADM) articular do paciente acamado com

sequelas de AVE;

Verificar a independência funcional do paciente em questão;

Prestar orientações ao paciente e/ou cuidador quanto aos cuidados a serem

tomados;

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Fisioterapia na atenção básica de saúde

O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma forma de organização do sistema de saúde do

país, baseado nos princípios da integralidade, universalidade e equidade. Tem como modelo a

atenção integral à saúde, diferente do modelo de atenção à saúde existente anteriormente, que

era centrado apenas na doença (SILVA; ROS, 2007).

O Programa Saúde da Família (PSF) foi criado em 1991, quando o ministério da saúde

formulou o programa de agentes comunitários de saúde, como uma estratégia de reorientação

do modelo assistencial a partir da atenção básica, conforme os princípios do SUS. A busca de

novos modelos de assistência é resultado de um momento histórico social, no qual o modelo

hospitalocêntrico não atende mais à emergência das mudanças do mundo moderno e às

necessidades de saúde da população. Neste sentido, o PSF se apresenta como uma nova

maneira de atender a saúde, com sua atenção voltada à família e não somente ao indivíduo

doente, introduzindo nova visão no processo de intervenção em saúde na medida em que não

espera a população adoecer, pois age preventivamente sobre ela a partir, de um novo modelo

de atenção (ROSA; LABATE, 2005).

Para Aveiro e colaboradores (2011), o fisioterapeuta possui amplas possibilidades de

atuação, que ainda não são completamente exploradas, em relação a sua atuação no PSF, por

dificuldades de definição do seu campo de trabalho. Suas ações ainda estão restritas a alguns

municípios, principalmente no que diz respeito à prevenção de agravos e promoção da saúde.

Segundo Silva e Ros (2007), historicamente, a atuação do fisioterapeuta é entendida

como assistência à nível de atenção terciária; porém, sabe-se que quando inserida na atenção

primária, esta se mostra de grande importância para as ações de promoção da saúde,

prevenção de doenças e educação em saúde.

Recentemente, as mudanças e transformações no campo das políticas e práticas de

saúde, com o avanço de organização e efetivação do SUS, tem levado a fisioterapia a se

inserir gradativamente na atenção básica, ampliando seu campo de atuação para além da

reabilitação, com foco também para a prevenção de doenças e promoção de saúde. Embora a

inserção na assistência básica não se apresente ainda como uma realidade nacional (AVEIRO

et al., 2011).

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Para Véras e colaboradores (2004), a fisioterapia, dentro do novo modelo de saúde,

necessita ser descentralizada para os níveis de atenção primária, secundária e terciária, dentro

de uma rede hierarquizada e integrada.

A atenção primária é entendida como uma forma de organização dos serviços de saúde

como uma estratégia para integrar todos os aspectos desses serviços a partir de uma

perspectiva da população. A atenção primária se difere da secundária e terciária por dedicar-

se aos problemas mais frequentes que se apresentam na fase inicial, atuando geralmente em

unidades de saúde, consultórios comunitários e asilos (DUNCAN et al., 2004).

A atenção secundária é formada por serviços especializados a nível ambulatorial e

hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a terciária,

historicamente interpretada como procedimentos de média complexidade. Esse nível

compreende serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico, terapêutico e atendimento

de urgência e emergência (BRASIL, 2010a).

O nível terciário de prevenção é estabelecido quando o indivíduo passou pelos níveis

anteriores e ficou com alguma sequela. Nesse caso, a fisioterapia atua minimizando e evitando

uma possível limitação total depois de instaladas as alterações anatômicas e fisiológicas. O

objetivo principal desse nível é recolocar o indivíduo afetado em uma posição útil na

sociedade, na expectativa da máxima utilização de suas capacidades residuais (SOUZA,

2007).

A fisioterapia, na atenção terciária, se concentra no controle de danos, seja buscando a

cura de determinadas doenças que restringem a locomoção humana, seja reabilitando

pacientes com sequelas de patologias diversas ou desenvolvendo a capacidade funcional de

indivíduos que tiveram lesões irreparáveis de determinadas funções, possibilitando e

incentivando a atuação também no controle de fatores que potencialmente podem contribuir

para o desenvolvimento da doença (BISPO JUNIOR, 2013).

Na atenção terciária, a fisioterapia tem possibilidades de realizar atendimento

individual na unidade ou domicílio, especialmente a pacientes acamados, por meio da

cinesioterapia e estimulação cognitiva, podendo utilizar-se de técnicas específicas, orientações

aos cuidadores referente a diminuição da sobrecarga, prevenção de deformidades, e úlceras de

decúbito (AVEIRO et al., 2011).

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4.2. Principais causas que levam o paciente a ficar acamado

Segundo Carvalho Filho e Papaléo Neto (2006), a imobilidade pode ser provocada por

inúmeras causas e estar presente em um único indivíduo.

De acordo com O`Sullivan e Schmitz (2004), dentre as causas mais comuns de

patologias que levam o paciente a ficar acamado, pode-se citar o AVE como a principal.

Conforme Boechat e colaboradores (2012), a imobilidade pode gerar alterações no

estado emocional do indivíduo independente da condição que o levou ao decúbito prolongado,

acarretando problemas como ansiedade, apatia, depressão, instabilidade emocional,

isolamento social além de causar enrijecimento da musculatura, fraqueza, osteoporose,

alterações nas características morfológicas, bioquímicas e biomecânicas de vários

componentes das articulações sinoviais, úlceras por decúbito, e descondicionamento

cardiovascular.

Geralmente, após um quadro de AVE, o indivíduo pode desenvolver certo grau de

retorno motor e funcional, porém a maioria dos sobreviventes apresentam consequências

crônicas complexas e heterogêneas, que causam dificuldades em seus domínios funcionais. Os

domínios funcionais estão ligados à capacidade de realizar AVD`s, seja no aprendizado e

aplicação de conhecimentos, comunicação, mobilidade, auto cuidado, vida doméstica,

interação interpessoal e social (SCHEPER et al. apud ALMEIDA, 2012).

Outras causas que levam o paciente a ficar acamado são as doenças neurológicas como

a doença de Parkinson e neuropatias. As alterações musculoesqueléticas com destaque para a

osteoartrose, as quedas, sequelas de fraturas, osteoporose e amputações. Entre as causas

cardiovasculares incluem insuficiência cardíaca e insuficiência coronária. As respiratórias

como a doença pulmonar obstrutiva crônica. As alterações sensoriais como as deficiências

visuais e auditivas. E as alterações psíquicas como depressão, demência e isolamento social

(CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETO 2006).

4.3. Acidente vascular encefálico

De acordo com Baldin (2009), o cérebro é uma estrutura altamente vascularizada.

Inúmeras artérias se ramificam em seu interior para levar oxigênio e nutrientes para o seu

funcionamento adequado, quando ocorre a obstrução dessas artérias haverá uma redução do

fluxo sanguíneo e o território que deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia e as

células, principalmente os neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o acidente vascular

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encefálico isquêmico (AVEi). Já o acidente vascular encefálico hemorrágico (AVEh)

acontece quando uma artéria se rompe e o sangue é extravasado dando origem a um

hematoma, ou coágulo, que provoca sofrimento no tecido cerebral.

O`Sullivan e Schmitz (2004), definem o termo AVE como surgimento agudo de uma

disfunção neurológica decorrente de uma anormalidade na circulação cerebral resultando em

sinais e sintomas que correspondem ao comprometimento de áreas focais do cérebro.

Gagliardi (2010), explica que o termo derrame é um termo popular bastante conhe-

cido, usado para referir à doença, porém não é preciso, uma vez que sugere um derramamento

de sangue o que nem sempre ocorre. Poderia então ser empregado apenas para os casos de

hemorragia cerebral, mas popularmente, é utilizado para todas as formas da doença.

Já o termo acidente vascular cerebral (AVC) também é usado para referir à doença,

porém esse termo está sendo desencorajado uma vez que a lesão pode envolver qualquer

estrutura encefálica e não apenas o cérebro (DELISA et al., 2002).

Como mostra os autores, há uma variedade de termos usados para se referir a mesma

doença o que pode causar confusão e imprecisão quanto à sua caracterização conforme

definido pelos autores acima citados o termo AVE parece ser o que melhor define a doença.

Conforme O`Sullivan e Schmitz (2004), o AVE apresenta clinicamente uma série de

déficits como alterações no nível de consciência e comprometimento nas funções do sentido,

motricidade, cognição, percepção e linguagem. Para ser considerado como AVE, os déficits

neurológicos focais devem persistir por pelo menos 24 horas. Os déficits motores são

caracterizados por apresentar paralisia (hemiplegia) ou fraqueza (hemiparesia), tipicamente no

lado do corpo oposto ao local da lesão.

A localização e a extensão da lesão irão determinar o prognóstico funcional e os

sintomas comportamentais que o paciente irá apresentar. Tanto no AVEi quanto no AVEh

ocorrem comprometimento do suprimento sanguíneo para regiões específicas do cérebro

(COHEN, 2001).

4.3.1. Categorias etiológicas

O AVE é causado por dois mecanismos principais. Sendo eles o AVEh e o AVEi.

Cohen (2001), explica que o AVEh ocorre como resultado do rompimento de algum vaso

sanguíneo, devido a um aneurisma ou trauma, ou quando a pressão no vaso faz com que ele se

rompa devido a hipertensão.

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A hemorragia faz com que ocorra um aumento das pressões intracranianas, lesionando

os tecidos cerebrais e restringindo o fluxo sanguíneo distal. A hemorragia intracerebral é

causada pela ruptura de um vaso cerebral com consequente sangramento para dentro do

cérebro (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

A hemorragia cerebral ocorre com maior frequência em local de pequenas artérias

penetrantes profundas, os mesmos vasos responsáveis por derrame lacunar, se sofrerem

oclusão ao em vez de hemorragia, acredita-se que essas hemorragias ocorrem devido à

microaneurismas que se desenvolve nesses vasos em pacientes hipertensos. Na hemorragia

subaracnóidea, os aneurismas se desenvolvem a partir de pequenos defeitos na parede das

artérias e levemente aumentam em tamanho, eventualmente eles desenvolvem tendências a

sangrar na fase adulta. Uma grave ruptura de um aneurisma pode ser percebida por cefaleia,

pequenos sangramentos ou por lesões de nervos cranianos causados por compressão do

aneurisma. A hemorragia subaracnóidea também pode ser causada por sangramento de

malformações arteriovenosas as quais são um emaranhado de vasos dilatados encontrados na

superfície do cérebro ou dentro do parênquima cerebral (DELISA et al., 2002).

De acordo com Gambier; Masson e Dehen (1999), o AVEi ocorre devido a uma

redução crítica do débito sanguíneo, devido à oclusão parcial ou total de uma artéria cerebral.

Distingue-se em ataque isquêmico transitório caracterizado como um déficit

neurológico devido à doença vascular geralmente focal, cerebral ou retiniana de início súbito

com regressão em até 24 horas (CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETO, 2006).

E em AVEi durável que corresponde a constituição de um infarto cerebral

propriamente dito (GAMBIER; MASSON; DEHEN, 1999).

A escassez do fluxo sanguíneo priva o cérebro de glicose e oxigênio, prejudicando o

metabolismo celular levando a lesão e morte de tecidos. O termo trombose cerebral refere-se à

formação de um coágulo sanguíneo ou trombo dentro das artérias cerebrais ou de suas

ramificações, esses trombos levam a isquemia, resultando no infarto cerebral aterotrombótico.

Os trombos também podem se deslocar para um ponto mais distal na forma de um êmbolo

intra-arterial. Esses êmbolos chamados de êmbolos cerebrais são liberados na corrente

sanguínea e vão para as artérias cerebrais e se alojam em um vaso provocando a oclusão e o

infarto (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

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4.3.2. Epidemiologia do AVE

De acordo com Abramczuk e Villela (2009), a cada ano são registrados

aproximadamente 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares no Brasil. O SUS registrou no

ano de 2008 cerca de 200 mil internações por AVE, o que gera um gasto de aproximadamente

R$ 270 milhões para os cofres públicos. Desse total, 33 mil casos evoluíram para óbito.

O AVE é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos. Quando

comparado com a idade sua incidência é maior em mulheres, enquanto que nas pessoas mais

jovens sua incidência se torna maior nos homens (PIASSAROLI et al., 2011).

Para Makiyama e colaboradores (2004), a prevalência de AVE é considerada alta,

apesar da taxa de sobrevida ser elevada, porém aproximadamente 90% dos sobreviventes

desenvolvem algum tipo de deficiência, o que o torna uma das principais causas de

incapacidade em adultos.

4.3.3. Diagnóstico

O diagnóstico preciso e precoce do AVE é de suma importância, visto que o AVE é

considerado uma grande emergência médica. É fundamental que o médico tenha absoluta

segurança diagnóstica para que possa iniciar o tratamento correto o mais rápido possível.

(GAGLIARDI, 2004).

Segundo Carvalho Filho e Papaléo Neto (2006), alguns distúrbios neurológicos podem

camuflar um episódio de AVE, como o caso das alterações metabólicas, a hipoglicemia,

hiperglicemia, hipóxia e principalmente infecções sistêmicas são capazes de causar alterações

neurológicas focais similares ao AVE. Por isso, é de extrema importância os diagnósticos

diferenciais, se considerados as consequências de se submeter um paciente erroneamente a

potenciais riscos de um tratamento para fase aguda (como a administração de trombolíticos ou

anticoagulantes), sendo assim é recomendado a realização de exames complementares para a

exclusão de outros diagnósticos.

O diagnóstico diferencial é feito através da realização de exames por imagem de

ressonância magnética, este é capaz de mostrar modificações após poucas horas da lesão, no

entanto a tomografia computadorizada geralmente é realizada antes, por ser um exame mais

barato e por revelar as lesões estruturais aos quais podem necessitar intervenção cirúrgica

(DELISA et al., 2002).

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4.3.4. Fatores de risco

Para Baldin (2009), os fatores de risco referem a qualquer circunstância que possa

facilitar a ocorrência de determinada doença. A maioria dos fatores de risco estão associados a

estilos de vida e comportamentos que se modificam ao longo do tempo.

Segundo Diz (2012), a classificação mais tradicional os divide em modificáveis e não

modificáveis, levando em conta o fato de poderem ou não ser alvo de intervenção.

Os fatores de risco modificáveis são aqueles que podem ser minimizados ou

eliminados, e não modificáveis quando não é possível intervir ou diminuir seu impacto

(CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETO, 2006).

Em seu estudo Baldin (2009), descreve a hipertensão arterial, doença cardíaca,

colesterol, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, má alimentação, uso excessivo de bebidas

alcoólicas, história de doença vascular anterior e o sedentarismo como os principais fatores de

risco modificáveis para o AVE.

De acordo com Castro e colaboradores (2009), os fatores de risco não modificáveis

incluem a idade onde se observa aumento da incidência por volta dos 60 anos e dobra a cada

década, a hereditariedade, o sexo e a etnia, sendo que o sexo masculino e a etnia negra

apresentam maior incidência de AVE.

4.3.5. Comprometimentos motores

De acordo com Marcato (2005), as sequelas dependem da localização, do tamanho da

lesão e da quantidade de fluxo sanguíneo colateral. Os comprometimentos motores mais

comuns são a hemiplegia e a hemiparesia, correspondente à alteração motora caracterizada

por perda total ou parcial do movimento no hemicorpo contralateral à lesão.

Para Davies citado por Carvalho e colaboradores (2007), a deficiência motora mais

comum após um evento de AVE resulta em uma sequela conhecida como hemiplegia, esta se

refere ao estado físico caracterizado por paralisia do hemicorpo, contralateral a lesão cerebral

levando à incapacidade ou dificuldade para realizar diversas AVD´s.

Segundo O`Sullivan e Schmitz (2004), a hemiparesia é caracterizada como fraqueza

motora ou paralisia parcial que afeta uma das metades do corpo.

Marcato (2005), ressalta que também pode ser acompanhada por alterações sensitivas,

cognitivas, visuais, perceptivas e da linguagem. Tanto na hemiplegia como na hemiparesia

ocorrem fenômenos semelhantes como alterações de tônus, reações associadas, perda das

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reações de equilíbrio, endireitamento, proteção e perda de movimento seletivo. Estes

comprometimentos levam à incapacidade ou dificuldade de executar tarefas da vida diária,

além de interromper outras atividades que eram realizadas antes da lesão.

4.3.6. Alterações do tônus

A hipotonia ou flacidez frequentemente está presente imediatamente após o AVE, sua

duração é breve e raramente, persiste indefinidamente podendo persistir apenas em um

pequeno número de pacientes com lesões restritas no córtex motor primário ou cerebelo

(O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

A espasticidade prevalece em cerca de 90% dos casos e desencadeia uma resistência

aumentada à mobilização passiva, que impossibilita a movimentação ativa, e dificulta a

atividade motora voluntária com déficit na ADM e força muscular (FLANSBJE apud

SANTOS et al., 2011).

Para Krueger-Beck, Nogueira-Neto e Nohama (2010), a espasticidade é definida como

um distúrbio neurológico proveniente da lesão do neurônio motor superior decorrente de

patologias como AVE e da desorganização dos circuitos neurais da medula espinhal, que

acarreta alterações sensório-motoras de graduações variadas.

A espasticidade resulta em manifestações físicas como dores, movimentos

involuntários, posturas anormais, deficiências de marcha e resistência aumentada ao

movimento. Essas manifestações podem levar a problemas secundários, como alteração do

comprimento muscular, culminando com o desenvolvimento de contraturas que podem ser

reversíveis com tratamento conservador ou até mesmo deformidades musculares, irreversíveis

ao tratamento conservador sendo necessário intervenção cirúrgica (RICHARDSON apud

NUNES, 2004).

Segundo Nunes (2004), poderá ocorrer também um desequilíbrio articular devido à

sobreposição da musculatura antagonista sobre a agonista, isso porque a presença de

espasticidade na musculatura antagonista limita a força produzida pela musculatura agonista

durante a realização do movimento voluntário. Com o passar do tempo, ocorrerá um

enfraquecimento por desuso da musculatura agonista, levando a um ciclo vicioso que pode

resultar em deformidade articular.

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4.4. Consequências da imobilidade após AVE

A imobilidade no leito gera uma série de consequências negativas em vários sistemas

orgânicos, um dos principais acometidos é o sistema motor, que resulta em limitações

funcionais que podem prejudicar as transferências, posturas, movimentação no leito, dificultar

as AVD´s, diminuição da flexibilidade, alteração do padrão da marcha e aumentar o risco de

formação de úlceras por pressão (FARIAS; MAIA NETO, 2008).

A permanência no leito por longos períodos é um fator importante a ser avaliado, pois

pode levar a vários danos de natureza física, psicológica e social. Sabe-se que a inatividade

pode causar inicialmente, uma redução de capacidade funcional de um órgão e mais tarde

afeta órgãos múltiplos e sistemas do corpo. Quando a capacidade funcional cai para baixos

níveis, novos sinais e sintomas aparecem e podem ser observados no aparelho locomotor,

sistema cardiovascular, respiratório, genitourinário, gastrointestinal e no sistema nervoso

central (BOECHAT et al., 2012).

Quanto mais longo o período que o indivíduo permanecer no leito, mais acentuadas

serão as consequências negativas e mais tempo o corpo levará para retornar ao seu estado

normal. Em alguns casos a imobilidade não pode ser evitada, porém muitos dos seus efeitos

adversos podem ser minimizados, através da intervenção fisioterapêutica (FARIAS; MAIA

NETO, 2008).

4.4.1. Diminuição da ADM

A flexibilidade é definida como a habilidade para mover uma articulação através de

uma ADM livre de dor e sem restrições, dependente da extensibilidade dos músculos, que

permitem que estes cruzem uma articulação para relaxar, alongar e conter uma força de

alongamento (KISNER; COLBY, 2005).

Conforme Dantas e colaboradores (2002), a imobilização ou a falta de atividade como

ocorre no AVE intensifica a rotatividade do colágeno e deposição nos ligamentos, reduzindo a

fibra muscular ou a massa muscular, resultando na diminuição da ADM.

De acordo com O`Sullivan e Schmitz (2004), a falta de movimento voluntário reduz a

ADM, causa contratura, deformidade e atrofia muscular por desuso, à medida que as

contraturas evoluem surgem o edema e dor restringindo ainda mais as tentativas de

movimento. Em casos de AVE nos membros superiores são comuns às contraturas dos

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flexores de cotovelo, flexores de punho, dedo e pronadores do antebraço, nos membros

inferiores nota-se contraturas nos flexores plantares.

Em um estudo realizado por Cacho, Melo e Oliveira (2004), em 10 indivíduos

hemiplégicos e hemiparéticos verificou-se limitação da amplitude articular em 30% dos

indivíduos, por condições dolorosas. A dor e a limitação da amplitude articular de movimento

foram observadas principalmente em flexão, rotação externa e abdução do ombro, seguida da

extensão de punho e dedos. Nas extremidades inferiores nenhum dos pacientes referiram dor a

movimentação passiva.

4.4.2. Diminuição da força muscular

Segundo Delisa e colaboradores (2002), o período de imobilidade causa redução

progressiva da força, do tamanho e da resistência à fadiga do músculo, junto com percepção

de fraqueza associado ao descondicionamento cardiovascular. Com o repouso completo, o

músculo perde de 10 a 15% de sua força por semana, ou cerca de 1 a 3% por dia, um paciente

em repouso total no leito por 3 a 5 semanas pode perder metade de sua força muscular. Este

tipo de fraqueza muscular também esta associada a uma redução no tamanho do músculo e

alterações histológicas definitivas.

Segundo Carvalho Filho e Papaléo Neto (2006), a redução da massa e força muscular

é uma das consequências mais importantes da imobilidade. A musculatura dos membros

inferiores tende a perder força em velocidade duas vezes maior que os membros superiores,

provavelmente devido à combinação de fatores como: os músculos dos membros inferiores

tem atuação antigravitacional mais significativa, geralmente são mais condicionados, maiores

e, além disso, a imobilidade resulta em menor atividade dos membros inferiores do que os

superiores. Os músculos mais afetados pela imobilização são o quadríceps, glúteo, sóleo,

gastrocnêmio e eretores espinhais. Há diminuição do diâmetro e comprimento das fibras

musculares, com hipotrofia e encurtamento dos músculos. Estas alterações são chamadas de

atrofia por desuso.

4.4.3. Limitações funcionais

O AVE pode levar a limitações significativas no desempenho funcional, com

consequências negativas nas relações pessoais, familiares, sociais e principalmente na

qualidade de vida do paciente. O dano funcional se caracteriza pelo grau de incapacidade para

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realizar determinadas atividades devido a um comprometimento neurológico (TERRONI et

al., 2003).

Para Caldas (2003), a dependência funcional se traduz por uma necessidade de ajuda

para a realização de atos básicos da vida. Por outro lado, a dependência não é um estado

permanente e sim processo dinâmico cuja sua evolução pode ser modificada, ou até mesmo

prevenida se houver assistência adequada.

Delisa e colaboradores (2002), relatam que a maioria dos pacientes que sobrevivem ao

AVE, irão apresentar deficiências neurológicas significativas que afetam a capacidade de

realizar AVD`s como tomar banho, transferir-se, vestir-se, alimentar-se e pentear-se.

Entretanto, muitos pacientes demonstram melhoras funcionais à medida que a recuperação

ocorre, na maioria dos casos a evolução é notada nos seis primeiros meses, apesar de alguns

casos apresentarem melhoras contínuas até doze meses após a lesão.

O comprometimento da capacidade funcional tem implicações importantes para a

família, comunidade, para o sistema de saúde e para a vida do próprio paciente, uma vez que a

incapacidade ocasiona maior vulnerabilidade e dependência. Em relação à funcionalidade, o

paciente experimenta um aumento progressivo das limitações para as AVD´s, o que afeta a

sua independência e a sua autonomia (JACOB, 2012).

4.5. Fisioterapia domiciliar

Para Henrique e Borges citado por Dias e Dias (2008), a visita domiciliar é uma

modalidade que ocorre no âmbito da atenção básica, fazendo parte do processo de trabalho

das ESF destinado às pessoas com perdas funcionais e dependência para as AVD´s, como

pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas e perdas funcionais necessitando de

adequação em seu domicílio.

A visita domiciliar pode ser entendida como atendimento realizado por profissional ou

equipe de saúde na residência do paciente, com o objetivo de avaliar suas necessidades, de

seus familiares e do ambiente onde vive, para estabelecer um plano assistencial voltado à

recuperação ou reabilitação (FABRÍCIO et al., 2004).

Novais e Brito (2011), constataram em seu estudo que a visita domiciliar é a ação mais

importante a ser realizada na atenção primária devido ao baixo poder aquisitivo da

comunidade na qual o serviço está inserido. Visto que os usuários não têm condições

suficientes para se deslocarem em busca de atendimento fisioterapêutico e quando esse

serviço vai até seu domicílio, há uma intervenção adequada quanto à patologia desse

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indivíduo, melhorando sua qualidade de vida e promovendo um alívio nas demandas da

própria unidade de saúde que, em muitos casos, possui dificuldades em conseguir um

transporte adequado para levar o usuário até um serviço de nível secundário ou terciário.

O atendimento domiciliar deve ter uma abordagem familiar, não centrado apenas no

indivíduo acometido por alguma doença, mas compartilhar a responsabilidade da intervenção

com todos os membros, buscando soluções mais eficientes e próximas da realidade da família

(VÉRAS et al., 2004).

Segundo Fiedler e colaboradores (2007), após um evento patológico que deixará

sequelas crônicas, é necessário um acompanhamento fisioterapêutico para recuperar e/ou

manter algumas funções importantes para melhor qualidade de vida. Uma vez, que a

qualidade de vida está relacionada com a independência funcional, realização das AVD´s,

bem-estar físico, psicológico e social, boa interação familiar e participação com o meio em

que vive.

O fisioterapeuta como membro da ESF tem um papel significativo, na promoção a

saúde e prevenção de doenças através de informações e orientações para AVD´s, prevenção

de deformidades, cuidados posturais, cuidados com sequelas após alterações musculoesque-

léticas, neuromusculares e cardiopulmonares quando a doença já se encontra instalada e a

reintegração social, conhecendo o contexto onde o indivíduo assistido vive (BRAGA; ROSA;

NOGUEIRA, 2008).

Segundo Fiedler e colaboradores (2007), ao realizar o atendimento em domicílio a

realidade de vida do paciente fica mais próxima, mais fácil de compreender e perceber as suas

reais limitações para então realizar adaptações, através do conhecimento técnico, para

melhoria de suas condições físicas, melhorando a sua percepção de qualidade de vida.

A proximidade do fisioterapeuta no ambiente domiciliar proporciona cuidados diretos

no tratamento da doença, numa visão do contexto familiar, especialmente às barreiras

ambientais e relacionais na prevenção de agravos à saúde do ser cuidado e da família. O

fisioterapeuta conhece o ambiente em que vive o paciente, tornando mais fácil realizar o

treino de AVD´s e instruí-lo quanto às suas limitações, de modo a proporcionar melhora na

adaptação à realidade nesse momento de fragilidade da saúde (SILVA; DURÃES;

AZOUBEL, 2011).

O atendimento domiciliar garante acesso à fisioterapia para a população carente e que

apresentam patologias crônicas (COSTA et al., 2009).

Na maioria das vezes estes pacientes possuem dificuldade em deslocar-se de sua

residência até a unidade de atendimento devido às suas limitações físicas, financeiras e

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dinâmica familiar, fazendo-se necessário o atendimento fisioterapêutico domiciliar, colocando

o profissional em contato íntimo com o paciente e seus familiares. A assistência domiciliar

aponta para a reestruturação e reorganização das práticas de saúde, voltando seu olhar para o

espaço domiciliar, família e comunidades nas quais as práticas estão enraizadas, assim, a

família e seu contexto tornam-se alvos estratégicos de investigação para o PSF (TRAD;

BASTOS apud BRAGA; ROSA; NOGUEIRA, 2008).

4.6. Cinesioterapia em pacientes acamados após AVE

A reabilitação destes pacientes tem como objetivo minimizar o impacto causado pela

imobilidade, com o intuito de promover maior independência funcional e melhorar sua

qualidade de vida (TELLES; GUSMÃO, 2012).

Segundo Boaventura (2009), a reabilitação de um paciente acamado após um quadro

de AVE significa ajudar o paciente a usar toda sua capacidade, reassumir sua vida anterior,

adaptando-se à sua situação atual. Essa reabilitação consiste na aplicação de um programa

planejado, através do qual a pessoa, mantém ou progride para o maior grau de independência.

Brunnström citado por Segura (2005), divide o processo de recuperação motora em 6

fases, incluindo as descrições de uma sequência estereotipada de eventos relacionados com o

controle de movimento, assim como a influência do tônus e da atividade reflexa sobre os

padrões sinérgicos anormais.

a) No primeiro estágio: o paciente tem dificuldade para iniciar o movimento devido à

flacidez e severo comprometimento nos padrões de movimento;

b) No segundo estágio: à medida que surgem a recuperação dos sinergismos básicos

do membro ou algum de seus componentes, podem surgir como reações associadas ou então

pode haver respostas de movimento voluntário mínimo, nesse ponto a espasticidade começa a

se desenvolver;

c) No terceiro estágio: a espasticidade é aumentada podendo se tornar grave, ocorre

melhora do controle voluntário, mas sem atingir todos os componentes do padrão de

movimento, sendo nesta fase evidente o predomínio da sinergia flexora no membro superior

(retração da escápula, adução e rotação interna do ombro, flexão do cotovelo, pronação de

antebraço, flexão do punho e dedos e flexão com adução do polegar) e da sinergia extensora

no membro inferior (extensão, adução e rotação interna de quadril, extensão do joelho,

plantiflexão e inversão do tornozelo com flexão plantar dos dedos);

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d) No quarto estágio: a espasticidade diminui e melhora a execução e reversão de

alguns movimentos antagonistas às sinergias anormais;

e) No quinto estágio: o paciente apresenta combinações mais difíceis de movimentos à

medida que os sinergismos básicos do membro perdem o domínio sobre os atos motores;

f) No sexto estágio: pode haver o desaparecimento da espasticidade tornando os

movimentos de articulações individuais aproximando a coordenação normal. A partir desse

ponto ocorre a recuperação da função motora normal, entretanto nem todos chegam a esse

estágio já que o processo de recuperação pode estacionar em qualquer estágio.

A cinesioterapia pode ser definida como o treinamento sistemático e planejamento de

movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com a intenção de proporcionar ao

paciente meios de tratar ou prevenir comprometimentos motores, melhorar ou aumentar a

função física, reduzir fatores de risco relacionados à saúde, e otimizar o estado de saúde geral

e sensação de bem estar. As técnicas de cinesioterapia devem ser escolhidas com base nas

limitações funcionais ou incapacidades individuais do paciente (KISNER; COLBY, 2005).

A cinesioterapia ou exercícios físicos terapêuticos podem ser realizados através da

movimentação passiva, ativa assistida e ativa. As formas ativas ocorrem através de contração

muscular isométrica, isotônica concêntrica e excêntrica (PIASSAROLI et al., 2011).

A realização da cinesioterapia para pacientes com sequelas motoras após AVE é

essencial para a recuperação funcional, nesta fase os exercícios terapêuticos visam

manutenção da integridade e mobilidade articular, melhora da consciência em relação ao lado

hemiplégico e da função motora, melhora do controle de tronco e equilíbrio aumento da força,

aumento da independência funcional, melhora da coordenação motora e aumento da sensação

de bem estar do paciente (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

De acordo com Miranda e Eyken (2012), a fisioterapia domiciliar, através da

cinesioterapia, interfere, diretamente, no processo de recuperação motora e atividades

funcionais do paciente restrito ao leito por condições crônicas. Durante o tratamento, trabalha-

se posicionamento no leito, mudanças de decúbito, prevenção de úlceras por pressão com

orientações para uso de coxins, transferências leito/ortostatismo/cadeira, fortalecimento

muscular, alongamento, dissociação de cinturas, alinhamento postural, coordenação e

equilíbrio.

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4.7. Posicionamento adequado

Na fase inicial ao AVE, os membros e articulações estão propensos ao

desenvolvimento de contraturas, e a comprometimentos secundários como a distensão da

cápsula articular do ombro, subluxação e ombro doloroso devido ao braço flácido e fraco,

nesta fase a fisioterapia deve intervir através de posicionamento adequado e mobilização de

todas as articulações comprometidas (DELISA et al., 2002).

Conforme Lianza (2007), as extremidades devem ser posicionadas de forma adequada,

com mudanças de decúbito a cada duas horas para impedir o aparecimento de úlceras por

pressão sobre proeminências ósseas. As manobras de posicionamento no leito representam o

primeiro passo para a aprendizagem da autonomia.

O posicionamento é uma das principais questões no início da reabilitação, deve-se dar

importância ao ato de posicionar o paciente fora de posturas indesejáveis para evitar os

sinergismos anormais, contraturas ou deformidades posturais. As posições adequadas

incentivam alinhamento articular correto, simetria e conforto (O`SULLIVAN, SCHMITZ,

2004).

4.7.1. Mobilização articular

Para manter a ADM normal, os segmentos devem ser movidos por suas amplitudes

disponíveis periodicamente, seja a amplitude articular ou muscular. As atividades de ADM

são realizadas para manter ou melhorar a mobilidade das articulações e dos tecidos moles de

modo a minimizar a perda de flexibilidade dos tecidos e a formação de contraturas (KISNER;

COLBY, 2005).

A movimentação passiva é de extrema importância para a manutenção de amplitude

articular, além de evitar retrações musculares secundárias as modificações histomorfológicas.

O exercício passivo pode ser iniciado após dois ou três dias de instalação da lesão, e a

mobilização das articulações em toda sua amplitude deve ser repetida duas a três vezes por dia

em membros superiores e inferiores (LIANZA, 2007).

De acordo com Kisner e Colby (2005), o objetivo da movimentação articular passiva é

diminuir as complicações que podem ocorrer com a imobilização, como degeneração da

cartilagem, aderência e formação de contraturas e estagnação da circulação. Os exercícios de

ADM ativo-assistida e ativa devem ser iniciados sempre que o paciente for capaz de contrair

ativamente os músculos e mover um segmento com ou sem assistência. Quando o paciente

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possui musculatura fraca e é incapaz de mover uma articulação por meio da amplitude

desejada é empregada a ADM ativa assistida com o objetivo de proporcionar assistência aos

músculos, assim que o paciente obtém ADM completa pode-se progredir para exercícios com

resistência manual ou mecânica.

Segundo Boaventura (2009), o fisioterapeuta deve iniciar o tratamento com atividades

simples de movimentação de ambos os lados do corpo. Essa atividade é muito importante,

pois assim, o paciente terá maior segurança ao tentar se movimentar. As atividades iniciais,

com o passar dos dias e de acordo com a melhora do paciente, devem ser modificadas para

um novo desafio, fazendo com que o paciente possa progredir até sua recuperação. Um

aspecto importante é estimular o paciente a ter o máximo de independência para realizar as

suas AVD´s, das mais simples às mais complexas.

4.7.2. Técnica de alongamento

Exercícios de alongamento e fortalecimento visam manter ou melhorar a ADM e a

força muscular, a fim de evitar deformidades, proporcionar melhor equilíbrio, força entre os

músculos agonistas e antagonistas e maior independência funcional dos pacientes (SANTOS;

OLIVEIRA; PIEMONTE, 2012).

O alongamento tem efeito imediato no aumento da ADM pelo decréscimo na

viscoelasticidade, mas após certo período o aumento na amplitude é devido ao ganho de

sarcômeros em série (ROSÁRIO; MARQUES; MALUF, 2004).

De acordo com Delisa e colaboradores (2002), assim que uma contratura se

desenvolve o tratamento padrão é a combinação de exercícios ativos e passivos com um

alongamento eficaz, realizado por pelo menos duas vezes ao dia. Em caso de contratura leve,

pode ser eficaz um alongamento mais curto com duração de 20 a 30 minutos. Em casos de

contraturas mais graves devem ser combinados alongamentos prolongados de 30 minutos ou

mais, associado ao posicionamento adequado.

Conforme Prentice e Voight (2003), a técnica de alongamento estático é a mais

eficiente e muito usada, envolve alongamento passivo em determinado músculo antagonista,

colocando-o na posição de alongamento máximo mantendo-o por um período prolongado. As

recomendações quanto ao tempo ideal para manter o alongamento variam de 3 a 60 segundos,

a manutenção do alongamento por 5 a 30 segundos é a mais eficiente para aumentar a

flexibilidade, os alongamentos com duração superior a 30 segundos parece ser incômoda ao

paciente. O alongamento estático de cada músculo deve ser repetido 3 a 4 vezes.

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O alongamento só ocorre quando se mantém a tração por determinado tempo

suficiente para que haja deformação do tecido conectivo que não retorna ao estado anterior

após a retirada da tração. Isso significa que o movimento deve ser lento e prolongado, sem,

contudo provocar dor (LIANZA, 2007).

4.7.3. Fortalecimento muscular

O fortalecimento muscular deve ser uma preocupação primária para obtenção de um

equilíbrio de forças por meio das articulações (DELISA et al., 2002).

O uso do exercício resistido é uma intervenção fisioterapêutica apropriada para

melhorar o uso integrado da força, potência e do desempenho muscular durante os

movimentos funcionais. Os exercícios resistidos são qualquer forma de exercício ativo, na

qual uma contração muscular dinâmica ou estática é resistida por uma força externa aplicada

manual ou mecanicamente (KISNER; COLBY, 2005).

Falcão, Antunes e Sierra (2008), afirmam em seu estudo que o trabalho de

fortalecimento muscular no tratamento de pacientes que apresentam comprometimentos

motores neuromusculares após AVE, deve fazer parte do tratamento fisioterapêutico destes

indivíduos sem riscos de aumento da espasticidade, com probabilidade de melhora

significativa em funções motoras como na marcha e em tarefas funcionais de membros

superiores, principalmente quando o treinamento é realizado associado a tarefas motoras.

Trócoli e Furtado (2009), observaram em seu estudo através de uma revisão na

literatura, que o treinamento de força muscular tem papel importante na recuperação funcional

de pacientes hemiparéticos, mesmo naqueles com sequelas crônicas da patologia, verificaram

melhora na força muscular associada à melhora no desempenho funcional. Concluíram ainda

que o treinamento de força muscular não apresenta influência, positiva ou negativa, sobre o

tônus muscular.

Os métodos de treino de força para os pacientes que apresentam fraqueza são bem

aceitos e documentados. O treinamento por meio de exercícios resistidos provoca diversas

alterações musculares tais como aumento na geração de força máxima devido a mudanças no

disparo neural, no músculo causa hipertrofia de fibras musculares individuais, melhora na

adaptação metabólica e enzimática. A eficiência de um programa de treinamento muscular

depende da obtenção de um estímulo adequado, as cargas exercidas sobre o músculo devem

ser maiores do que as que ocorrem normalmente. A seleção de uma determinada sequência de

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34

treinamento deve-se basear nas necessidades específicas do paciente e nos possíveis

benefícios de um método em particular (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

4.7.4. Treino de marcha

De acordo com Delisa e colaboradores (2002), o encorajamento do uso dos membros

para deambulação e outras atividades ajudará a manter a função das articulações, bem como

voltar à atenção para o uso normal.

O treino de marcha visa corrigir o padrão alterado, através de exercícios específicos

para torná-lo mais próximo possível do padrão normal. Deve ser treinada a correção postural e

todas as fases da marcha, estimulando a flexão de quadril, joelho e a flexão plantar na fase de

apoio unilateral, dissociação de cinturas escapular e pélvica e alternância de membros

superiores e inferiores em sentido contralateral (LIANZA, 2007).

O treino de marcha deve ser iniciado precocemente a fim de minimizar o

desenvolvimento de comprometimentos indiretos. Andar é uma atividade motivacional,

importante para a maioria dos pacientes. As atividades de marcha, devem se concentrar nos

movimentos seletivos, necessários a sincronia adequada, visto que as deficiências do

movimento variam de paciente para paciente e devem ser cuidadosamente identificadas

(O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

A recuperação da marcha é a principal meta na reabilitação desses pacientes. Os

programas de treinamento de marcha visa, reestabelecer a marcha funcional e melhorar a

qualidade ou desempenho desta (OVANDO et al., 2010).

Segundo Lianza (2007), assim que o paciente estiver apto a deambular, deverá ser

feito o treino de marcha com uso de dispositivos auxiliares, supervisionado pelo terapeuta,

assim que sua confiança e habilidades permitirem deverá receber treino de marcha em

rampas, degraus e terrenos acidentados.

4.7.5. Exercícios para melhorar coordenação motora

Segundo Kisner e Colby (2005), a coordenação motora é o sequenciamento correto do

recrutamento de fibras musculares, combinados com a intensidade apropriada de contração

muscular. Proporcionando o início, a condução e a graduação efetiva dos movimentos. É a

base dos movimentos suaves precisos e eficientes de forma consciente e automática.

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O treino de coordenação consiste em desenvolver a capacidade de reproduzir à

vontade, padrões motores multimusculares automáticos rápidos, fortes e precisos do que

aqueles produzidos voluntariamente. Para que haja o controle muscular é necessário que

apenas os músculos indispensáveis estejam envolvidos no movimento ficando os demais em

repouso. O aprendizado motor ocorre primeiro com a formação da imagem sensorial do

movimento que é comparada com os padrões sensoriais já conhecidos, a partir daí ocorre o

refinamento do ato motor chegando a um novo modelo de movimento. A sensação do

movimento atual é comparada com a memória de movimentos passados e fazem-se ajustes ou

adequações em movimentos futuros (LIANZA, 2007).

Os déficits de coordenação ocorrem quando os músculos não se descarregam em

sequência ou quando o sistema nervoso central não é capaz de dirigir com precisão atividades

de movimento (BANDY; SANDERS, 2003).

De acordo com Lianza (2007), a coordenação envolve não só o sistema sensorial e

motor, mas também funções cerebrais como inteligência, concentração e motivação. Portanto,

a colaboração e o relaxamento do paciente, ambiente adequado e os períodos de repouso são

de fundamental importância para o êxito do treinamento.

4.7.6. Exercícios para melhorar o equilíbrio

De acordo com O`sullivan e Schmitz (2004), após o paciente adquirir controle da

estabilidade inicial dos segmentos corporais nas posturas eretas, deve-se iniciar as atividades

de equilíbrio dinâmico. O paciente é estimulado a explorar seus limites de estabilidade

mediante a transferência de peso de baixa frequência, o paciente deve aprender até que ponto

pode movimentar-se em uma determinada direção e como alinhar o centro de gravidade

dentro da base de apoio, de modo a manter a estabilidade na posição ereta.

A deficiência do equilíbrio pode ser causada por déficits em funções sensoriais ou

motoras, por lesões cerebelares e disfunções vestibulares. A habilidade do paciente para

sentar sem apoio, ou se for capaz, levantar e andar sem apoio fornece informações

importantes para a avaliação do equilíbrio (DELISA et al., 2002).

As atividades para melhorar o equilíbrio devem empregar perturbações posturais para

deslocar o centro de massa do paciente e estimular os sinergismos normais necessários ao

equilíbrio. É possível desafiar os ajustes posturais antecipatórios pedindo para o paciente

executar movimentos voluntários que surtem um efeito desestabilizante como transições da

posição sentada para em pé, giros de 360º, treino de tarefas duplas como ficar em pé e agarrar

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ou chutar uma bola, ou andar carregando um objeto, são ótimas opções, visto que o paciente

direciona sua atenção para a tarefa em questão, ao invés de permitir que ele se concentre na

tarefa de equilíbrio (O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

4.7.7. Treino funcional

Inicialmente deve ser feita a avaliação da capacidade funcional observando a

realização das atividades e movimentos propostos. O exame funcional deve ser feito em todas

as atitudes posturais e transferências, inclusive observando as AVD´s devendo ser avaliado

não apenas de forma quantitativa, mas também qualitativamente valorizando não apenas o que

o paciente realiza, mas também como realiza (LIANZA, 2007).

Os comprometimentos subjacentes devem ser relacionados ao desempenho funcional.

As limitações podem variar de acordo com a tarefa, ambiente e indivíduo, portanto, o

desempenho pode sofrer influência do grau de comprometimento, estágio de recuperação, tipo

de ambiente e assim sucessivamente. Uma estrutura conceitual de intervenções permite que

várias posturas, atividades e técnicas diferentes, sejam classificadas de acordo com a função.

A progressão se dá por meio de posturas e atividades cada vez mais difíceis, e o uso de

técnicas para auxiliar o movimento deve diminuir à medida que o controle ativo surgir

(O`SULLIVAN; SCHMITZ, 2004).

Arthur e colaboradores (2010), relatam que o treinamento repetitivo é uma forma de

intervenção capaz de recuperar a força e consequentemente melhorar o desempenho funcional

como, por exemplo, treino de sentar e levantar de um assento mais elevado progredindo para

um assento mais baixo quando feito com repetições pode proporcionar ganhos de resistência e

melhorar a organização dos movimentos, também é recomendado realizar atividades com

objetos de encaixar e treino de AVD´s como abrir a torneira, pegar o copo e levar até a boca,

pentear o cabelo, entre outras atividades que o paciente apresentar dificuldades na realização.

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5. METODOLOGIA

5.1. Tipo de estudo

Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo, do tipo estudo de caso, que pretende

verificar os benefícios da fisioterapia domiciliar através da técnica de cinesioterapia, no

tratamento das alterações motoras e limitações funcionais de um paciente acamado com

sequelas de AVE.

A pesquisa quantitativa é considerada adequada para apurar opiniões, atitudes

explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utiliza instrumentos estruturados capaz de

mensurar e permitir o teste de hipóteses já que os resultados são concretos e menos passíveis

de erros de interpretação (DANTAS; CAVALCANTE, 2006).

Segundo Godoy (1995), o estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa

cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Visa ao exame detalhado de um

ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação em particular.

5.2. Escolha do paciente

O paciente objeto da pesquisa obedeceu aos critérios de inclusão e exclusão na qual

deveria concordar em participar como voluntário deste estudo, estar acamado em domicílio

com sequelas de AVE, e não apresentar comprometimentos cognitivos graves capaz de

comprometer a avaliação ou aplicação do protocolo proposto.

5.3. Métodos e procedimentos

O paciente incluído neste estudo e/ou seu responsável legal, foram devidamente

esclarecidos quanto à pesquisa, estando cientes e de acordo com os procedimentos assinaram

ao termo de consentimento livre e esclarecido (anexo A), autorizando sua participação como

voluntário deste estudo, elaborado conforme as exigências do capítulo IV do Conselho

Nacional de Saúde, resolução 196/96 como preconizado por Brasil (2012).

O paciente foi submetido a uma avaliação inicial através da ficha de avaliação padrão

utilizada na clínica escola da faculdade TECSOMA, em anexo B, composta por anamnese

completa, exame físico e histórico do paciente, para coleta e armazenamento dos dados.

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Para a avaliação da ADM de membros superiores e membros inferiores optou-se pelo

método da goniometria manual, utilizando-se um goniômetro da marca Shopfisio Brasil®,

realizada passivamente devido ao paciente não ser capaz de mover o membro afetado

ativamente.

A avaliação da força muscular de membros superiores e membros inferiores foi feita

através do teste de força muscular manual, conforme descrito por Kendall e colaboradores

(2007).

Para avaliação da capacidade funcional foi utilizado o índice de Barthel versão

adaptada para este estudo como sugerido no estudo de Minosso e colaboradores (2010),

descrito em anexo C.

Todos os procedimentos necessários para as avaliações inicial e final foram realizadas

pela mesma examinadora para garantir a confiabilidade dos instrumentos utilizados nesta

pesquisa. A mensuração da ADM, força muscular bem como o tratamento foram realizados

bilateral e simultaneamente para servir como parâmetros de comparação.

O tratamento proposto consta na aplicação de um protocolo de atendimento

fisioterapêutico domiciliar preestabelecido, baseado na técnica de cinesioterapia elaborado

pela autora (apêndice A), com base em recomendações de Piassaroli e colaboradores (2011),

podendo ser adaptado diariamente de acordo com as necessidades e caraterísticas diárias do

paciente.

O tratamento teve como objetivo melhorar a ADM, ganhar força muscular, adquirir

marcha funcional, melhorar coordenação motora, equilíbrio e independência funcional como

descritas nas evoluções diárias em apêndice B.

O cuidador responsável recebeu uma lista de orientações contendo informações sobre

alguns cuidados e posicionamentos adequados, de forma a minimizar a sobrecarga física

gerada pelo despreparo do cuidador, conforme preconizado por Brasil (2010b), no guia do

cuidador de pacientes acamados adaptado pela autora mostrado em anexo D.

O projeto foi desenvolvido durante o mês de outubro de 2013, pela pesquisadora, em

domicílio do paciente acompanhada por uma profissional fisioterapeuta.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O paciente objeto da pesquisa é do sexo masculino, 51 anos, acamado em domicílio há

8 meses, vítima de AVE do tipo isquêmico. Apresenta hemiparesia em hemicorpo direito e

hipertonia em membro superior direito.

Foram realizados atendimentos fisioterapêuticos domiciliares baseados na técnica de

cinesioterapia e orientações ao cuidador com frequência de segunda a sexta, durante 10

sessões, incluindo uma avaliação inicial e final.

Na tabela 1, estão descritos os resultados do teste de força muscular dos membros

superiores e membros inferiores antes e após intervenção fisioterapêutica domiciliar por meio

da técnica de cinesioterapia.

O teste de força muscular manual foi escolhido por ser mais acessível e de fácil

emprego, considerando que o tratamento foi realizado em ambiente domiciliar.

A graduação foi feita em cinco graus, no qual, o grau 0 significa nenhuma contração

visível ou palpável; grau 01 ligeira contração, sem nenhum movimento; grau 02 movimento

com ação da gravidade eliminada; grau 03 movimento contra a gravidade; grau 04 movimento

contra a gravidade e capaz de prosseguir contra uma resistência moderada; grau 05 contra a

gravidade e capaz de prosseguir contra uma resistência máxima, conforme graduação descrita

por Kendall e colaboradores (2007).

Como pode ser visto na tabela 1, após o tratamento cinesioterapêutico domiciliar

houve aumento da força muscular do membro superior direito em 1 grau para os grupos

musculares de flexores, extensores, abdutores e adutores de ombro e flexores de cotovelo, os

demais grupos musculares analisados como flexores, extensores de punho, e extensores de

cotovelo foram os que obtiveram os melhores resultados, com aumento de 2 graus para cada

grupo muscular. Quanto ao membro inferior direito os resultados apontam aumento da força

muscular em 1 grau para todos os grupos musculares, exceto para os abdutores de quadril e

flexores de joelho que não apresentaram melhora.

Em relação ao membro superior esquerdo, observou-se aumento da força muscular em

1 grau para abdutores, adutores de ombro e extensores de cotovelo. Para flexores e extensores

de punho não foi observado nenhuma melhora, os demais permaneceram inalterados por

possuírem força muscular máxima. No que diz respeito ao membro inferior esquerdo observa-

se aumento de 1 grau para extensores e abdutores de quadril, o restante permaneceram sem

alterações ou possuíam força muscular adequada.

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Tabela 1- Avaliação da força muscular dos membros superiores e membros inferiores

antes e após o tratamento

Teste de força muscular manual Antes Após

Grupos musculares testados Direito Esquerdo Direito Esquerdo

Ombro

Flexores 2 5 3 5

Extensores 2 5 3 5

Adutores 2 4 3 5

Abdutores 2 4 3 5

Cotovelo

Flexores 3 5 4 5

Extensores 2 4 4 5

Punho

Flexores 2 4 4 4

Extensores 2 4 4 4

Quadril

Flexores 3 5 4 5

Extensores 3 4 4 5

Adutores 3 4 4 4

Abdutores 3 4 3 5

Joelho

Flexores 4 5 4 5

Extensores 3 5 4 5

Tornozelo

Flexores plantares 2 4 3 4

Dorsiflexores 2 4 3 4

Fonte: Dados da pesquisa

Alguns autores apontam o fortalecimento muscular como uma ferramenta importante

em programas de reabilitação domiciliar, apesar de ainda haver controvérsias sobre o uso

desta modalidade no tratamento de pacientes com sequelas de AVE, principalmente quanto

aos possíveis efeitos deletérios sobre a espasticidade (FALCÃO; ANTUNES; SIERRA, 2008;

AFONSO, 2012).

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Junqueira, Ribeiro e Scianni (2004), realizaram um estudo em 10 indivíduos com

sequelas de AVE através de um programa de cinesioterapia composto por fortalecimento

muscular global isométrico e isotônico com cargas progressivas para membros superiores,

tronco e membros inferiores, associados a atividades funcionais relacionados às AVD´s

realizado 3 vezes por semana, durante 6 semanas. Os resultados obtidos por estes autores

mostraram aumento da força muscular em todos os grupos musculares testados e

consequentemente melhora significativa dos comprometimentos motores dos indivíduos

submetidos ao programa de intervenção fisioterapêutica, reduzindo as incapacidades e as

deficiências que tinham como sequelas deixadas pelo AVE. Em relação ao tônus muscular

não foi observado aumento no tônus muscular, ao contrário, observou-se diminuição desses

valores para flexores de cotovelo e flexores plantares.

O atual estudo difere do estudo de Junqueira; Ribeiro e Scianni (2004), em que estes

autores obtiveram aumento da força em todos os grupos musculares testados, este dado pode

ser justificado, devido a estes autores terem associado o exercício isométrico ao isotônico e no

presente estudo, foi utilizado apenas o isotônico. No que diz respeito ao aumento da

espasticidade, neste estudo também não foi encontrado alterações relevantes conforme a

observação visual.

Outro estudo realizado por Duncan e colaboradores (2003) citado por Moraes e

colaboradores (2008), em 92 indivíduos hemiparéticos com média de idade de 69,35 anos,

divididos em um grupo experimental composto por um programa domiciliar de cinesioterapia

incluindo fortalecimento muscular progressivo de membros superiores e membros inferiores,

exercícios funcionais, de equilíbrio e condicionamento, e um grupo controle que recebia

apenas orientações prescritas por médicos. Os resultados encontrados após o programa

domiciliar supervisionado demonstraram ganhos significativos em força, equilíbrio e

mobilidade, se comparados ao grupo controle, no entanto, devido ao uso de múltiplos

métodos de intervenção os autores não puderam determinar o componente do programa

potencialmente responsável pela melhora observada.

Yang e colaboradores (2006), realizaram um estudo com 48 indivíduos divididos com

um grupo experimental e um grupo controle no qual, o grupo controle não recebeu nenhum

tipo de reabilitação e o grupo experimental foram submetidos a 3 sessões semanais durante 4

semanas de fortalecimento muscular de membros inferiores com resistência progressiva

associados a treino de tarefas para membros inferiores como sentar e levantar de diferentes

alturas. Após o tratamento cinesioterapêutico houve melhora significativa da força muscular

no grupo experimental. Para os grupos musculares do lado não afetado houve aumento de

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23,9% a 36,5% e para o membro parético aumento de 10,1% a 77,9%. Também foi observado

melhoras nas habilidades funcionais, tais como velocidade de marcha, tempo de levantar e

andar, e subida de degraus. O ganho de força esteve significativamente associado com

melhoras nos testes funcionais.

Algumas variáveis do presente estudo são condizentes com o estudo acima descrito,

em que o aumento da força muscular de membros inferiores, apresentou influência positiva na

capacidade de deambulação e transferência verificadas através do índice de Barthel.

Como observado no presente estudo e em outras literaturas, programas de reabilitação

que incluem fortalecimento muscular são eficazes, na melhora do desempenho funcional, sem

gerar efeitos deletérios sobre o tônus muscular.

Na tabela 2 estão representados os valores obtidos em graus, através da mensuração da

ADM passiva dos membros superiores e membros inferiores realizados pela mesma

examinadora no momento pré e pós–tratamento.

De acordo com os resultados mostrados na tabela 2, observa-se aumento significativo

da ADM na maioria dos movimentos avaliados.

Após a intervenção fisioterapêutica domiciliar baseada na técnica de cinesioterapia

nota-se aumento da ADM do membro superior direito em 50º para abdução de ombro, 30º

para flexão de ombro e flexão de cotovelo, 20º para extensão de ombro, para os movimentos

de adução de ombro e flexão de punho obteve-se aumento de 10º, apenas para o movimento

de extensão de punho não foi encontrado melhora. Para o membro inferior direito houve

aumento de 20º para os movimentos de flexão de quadril e flexão de joelho, 10º para abdução

de quadril e flexão plantar de tornozelo, e 5º para dorsiflexão plantar, os demais movimentos

avaliados não apresentaram diferenças na ADM.

Em relação ao membro superior esquerdo houve aumento de 5º para os movimentos de

flexão de ombro e extensão de punho, 10º para adução de ombro, e flexão de punho, para os

demais movimentos não foi observado melhora. Para o membro inferior esquerdo o ganho foi

de 20º para o movimento de abdução de quadril, 10

º para flexão de quadril, os movimentos

restantes se mantiveram.

Senkiio e colaboradores (2005), realizaram um estudo com uma amostra de 10

indivíduos com idade média de 49,50 anos portadores de hemiparesia antes e após tratamento

fisioterapêutico que consistiu em dez sessões de cinesioterapia associada às atividades

funcionais para membros superiores relacionada com as AVD´s. Após intervenção

fisioterapêutica observou-se que em todos os itens avaliados houve evolução relacionada ao

desempenho motor do membro superior acometido, com exceção dos itens movimentação

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voluntária que se refere à flexão e abdução ativa de ombro. O progresso pôde ser notado em

simples atividades como a sustentação de um copo e escovar os dentes.

Tabela 2 – Avaliação da ADM dos membros superiores e membros inferiores antes e

após o tratamento

Goniometria Antes Após

Movimentos testados Direito Esquerdo Direito Esquerdo

Ombro

Flexão 90º 170º 120º 175º

Extensão 10º 40º 30º 40º

Adução 10º 20º 20º 30º

Abdução 40º 170º 90º 170º

Cotovelo

Flexão 100º 140º 130º 140º

Extensão 0º 0º 0º 0º

Punho

Flexão 60º 70º 70º 80º

Extensão 40º 55º 40º 60º

Quadril

Flexão 90º 110º 110º 120º

Extensão 10º 10º 10º 10º

Abdução 10º 20º 20º 40º

Adução 10ª 20º 10º 20º

Joelho

Flexão 100º 130º 120º 130º

Extensão 0º 0º 0º 0º

Tornozelo

Flexão plantar 0º 20º 10º 20º

Dorsiflexão 0º 20º 5º 20º

Fonte: Dados da pesquisa

Semelhante à literatura revisada neste estudo a melhora da ADM, demonstra

influencia positiva no aumento da independência funcional observadas em algumas variáveis

do índice de Barthel.

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Cappelari e Grave (2012), avaliaram a mobilidade passiva de membros superiores e

membros inferiores de 9 pacientes com idade entre 27 e 84 anos com diagnóstico clínico de

AVE observando uma diminuição da ADM passiva com maior predominância para os

movimentos de flexão e rotação externa de ombro, extensão de cotovelo e punho, supinação

do antebraço, abdução de quadril, flexão do joelho, dorsiflexão e eversão de tornozelo.

Conforme estes autores a limitação da mobilidade passiva dos movimentos citados, pode ser

devido a esses movimentos serem contrários ao padrão característico do AVE.

Tabela 3 – Avaliação da independência funcional através do índice de Barthel versão

adaptada

Atividades Antes Após

Alimentação 5 5

Banho 5 5

Vestuário 0 5

Higiene pessoal 5 5

Toalete 5 5

Transferências 5 10

Cadeira de rodas 5 10

Deambulação 0 10

Subir escadas 0 5

Equilíbrio 0 5

Fonte: Dados da pesquisa

A tabela 5 demonstra os resultados da avaliação funcional através do índice de Barthel

versão adaptada antes e após aplicação do protocolo de atendimento fisioterapêutico

domiciliar através da técnica de cinesioterapia.

Este índice avalia a independência funcional em 10 aspectos, os quais se verificam o

grau de independência nas atividades de alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal,

toalete, transferências, cadeira de rodas, deambulação, subir escadas e equilíbrio.

Para cada atividade é dada uma pontuação que varia de 0 a 10, sendo que 0 é a

pontuação mínima considerado totalmente dependente, 5 como dependente parcial e 10 como

pontuação máxima considerado independente, de acordo com o desempenho e o grau de

dificuldade da atividade.

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O índice possui pontuação máxima de 100 pontos, ao atingir pontuação entre 0 a 25

pontos é considerado como totalmente dependente, de 26 a 49 pontos como dependência

severa, de 50 a 79 como dependência moderada e 80 a 100 como independente.

Ao analisar a tabela 5 é possível observar melhora significativa da independência

funcional. Na primeira avaliação, o paciente obteve pontuação máxima de 30 pontos, após o

tratamento o paciente obteve pontuação de 65 pontos passando de dependência severa para

dependência moderada, evidenciando um aumento de 35 pontos na pontuação total.

No que se refere à pontuação obtida para as atividades isoladas, verifica-se melhora da

independência funcional na maioria das atividades avaliadas.

Para as atividades de vestuário, subir escadas e equilíbrio obteve-se melhora de 5

pontos para cada atividade, em relação as atividades de alimentação, banho, higiene pessoal e

toalete a pontuação permaneceu inalterada, não demonstrando melhora para estas atividades,

apenas as atividades de transferências, cadeira de rodas e deambulação alcançaram a

pontuação máxima de 10 pontos, sendo que a maior pontuação obtida foi para a atividade de

deambulação, passando de 0 para 10 pontos.

O resultado positivo encontrado para as atividades de transferências, cadeira de rodas

e deambulação pode ser justificado pelo fato de o paciente apresentar comprometimento mais

leve dos membros inferiores se comparado com os membros superiores.

O paciente estudado era destro e apresentava comprometimento severo do membro

superior direito, esse fato justifica o resultado negativo encontrado para as atividades de

alimentação, banho, higiene pessoal e toalete visto que, para realização dessas atividades

embora pareçam simples, requerem destreza e habilidade dos membros superiores.

Jacob (2012), conduziu uma pesquisa de caráter experimental com o objetivo de

avaliar a capacidade funcional através da aplicação de duas escalas de avaliação da

capacidade funcional (índice de Barthel e Motor Assessment Scale) em 46 pacientes idosos

com idade média de 75-84 anos com sequelas de AVE, submetidos a um programa de

fisioterapia domiciliar baseado em cinesioterapia e orientações ao cuidador por duas sessões

semanais totalizando 20 sessões. Estes autores encontram uma maior prevalência para o sexo

masculino 60,9%, em relação ao tipo de AVE mais frequente foi encontrada uma maior

prevalência para o tipo isquêmico com 60,9%, neste sentido o perfil do paciente incluído no

presente estudo possui características semelhantes ao da população em geral.

Os resultados obtidos pelo autor acima citado, após aplicação do protocolo de

cinesioterapia domiciliar demonstram melhora significativa na capacidade funcional da

amostra estudada. Os resultados apontam um aumento de 21,41 pontos na pontuação total

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média do índice Barthel e 10,17 pontos na escala Motor Assessment Scale. Em relação à

pontuação obtida em cada item concluiu-se que houve evolução significativa nos 10 itens

avaliados.

Os resultados encontrados neste estudo foram semelhantes aos de Jacob (2012), na

variável pontuação total do índice de Bhartel, porém, diferente do seu estudo não foi

encontrado melhora em todas as atividades avaliadas, talvez devido a este autor ter realizado

um número maior de sessões do que o presente estudo.

Em outro estudo realizado por Nishida; Amorim e Inoue (2004), com o objetivo de

aplicar dois índices de avaliação funcional (índice de Barthel e Estado Funcional) em 30

pacientes com idade média de 50 anos que sofreram AVE antes e após 18 sessões de

fisioterapia baseado em cinesioterapia e orientações aos familiares ou aos próprios pacientes.

Os resultados encontrados neste estudo foram satisfatórios. Na variável índice de Barthel a

pontuação total obtida no momento pré-tratamento aumentou de 65 pontos para 90 pontos no

momento pós-tratamento, demonstrando melhora considerável da independência funcional,

porém, nas atividades de mobilidade, cuidados pessoais, tarefas domésticas, atividades

manuais e sociais, não se obteve melhora em algumas variáveis deste estudo.

Os resultados encontrados no atual estudo estão de acordo com Nishida; Amorim e

Inoue (2004), em relação ao aumento da pontuação total no índice de Barthel, no entanto os

resultados obtidos nas atividades isoladas diferem deste estudo, provavelmente devido a

características e colaboração próprias do paciente importantes no processo de reabilitação.

Miranda e Eyken (2012), realizaram um estudo de caso com uma paciente de 75 anos

vítima de AVE do tipo isquêmico, apresentando hemiparesia à direita, com o objetivo de

melhorar a independência funcional e diminuir a sobrecarga do cuidador. A paciente recebeu

atendimento fisioterapêutico domiciliar por 11 sessões realizadas duas vezes por semana,

baseadas em cinesioterapia, treinamento e orientações ao cuidador. Para avaliação da

independência funcional foi utilizado a Medida de Independência Funcional (MIF),

semelhante ao índice de Barthel, e para verificar o grau de sobrecarga do cuidador realizou-se

entrevista semi-estruturada utilizando a escala Zarit Burdem Interview.Após intervenção

fisioterapêutica domiciliar através da cinesioterapia observou-se melhora da independência

funcional, conforme a pontuação total obtida na escala de MIF evoluindo de 53 para 61

pontos. Em relação à sobrecarga vivenciada pelo cuidador a sobrecarga foi reduzida de severa

para moderada. Demonstrando que a intervenção fisioterapêutica domiciliar possui efeitos

positivos tanto na qualidade de vida do paciente restrito ao leito quanto do cuidador.

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47

7. CONCLUSÃO

Conclui-se que o atendimento fisioterapêutico domiciliar através da técnica de

cinesioterapia é eficaz para melhora da ADM, aumento da força muscular e independência

funcional do paciente acamado.

Os resultados encontrados neste estudo foram satisfatórios, embora não tenha sido

observado melhora significativa em algumas variáveis deste estudo devido ao pouco número

de sessões realizadas. Para melhores resultados seria necessário um maior número de sessões.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – PROTOCOLO DE ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO

DOMICILIAR

- Alongamento passivo de grupos musculares de membros superiores e membros inferiores

mantendo por 3 séries de 20 segundos.

- Mobilização articular passiva das articulações de membros superiores e membros inferiores

por 3 séries de 15 repetições.

- Treino de transferências mudanças de decúbito no leito, mudar da posição deitado para

sentado, de sentado para ortostase.

- Exercícios de ADM ativo livre em membros inferiores nos movimentos de flexão, extensão

de quadril, flexão, extensão de joelho, flexão plantar e dorsiflexão de tornozelo e em membros

superiores com uso de bastão nos movimentos de flexão, extensão, abdução, adução de

ombro, flexão extensão de cotovelo, flexão e extensão de punho por 3 séries de 15 repetições.

- Exercícios de arremessar e chutar bola.

- Exercícios isotônicos com cargas progressivas para fortalecimento de membros grupos

musculares de membros superiores e membros inferiores com uso de caneleiras e peso do

próprio corpo por 3 séries de 10 repetições.

- Treino de marcha supervisionado.

- Treino de equilíbrio (equilíbrio unipodálico, mudanças de direção, e giros).

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APÊNDICE B – DESCRIÇÃO DAS SESSÕES

07/10/2013

Foi realizado primeira avaliação e contato inicial com o paciente e logo após iniciou-

se a sessão.

Paciente encontra-se em bom estado geral, em sedestação no sofá, aparência bem

cuidada, colaborativo, dados vitais normais, PA= 120x70 mmmhg, AP = murmúrio vesicular

presente sem ruídos adventícios.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em flexores

palmares, tríceps braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial e braquiorradial (3x20).

Alongamento de membros inferiores com ênfase em isquiotibiais, abdutores,

quadríceps e glúteos (3x20).

Mobilização articular passiva de membros superiores nos movimentos de flexão,

extensão, adução, abdução de ombro, flexão, extensão de cotovelo, flexão e extensão de

punho (3x15).

Fortalecimento muscular de membros inferiores com uso de caneleira 1/2 kg para

fortalecimento de quadríceps e tríceps sural (3x10).

Treino de transferências da posição deitado para sedestaçao.

O paciente foi estimulado a adquirir ortostase com descarga de peso parcial no

membro afetado, não conseguindo realizar sem apoio do fisioterapeuta.

O paciente foi deixado aos cuidados de sua esposa, sem intercorrências.

08/10/2013

Paciente em sedestação na cadeira de rodas, bom estado geral, colaborativo, disposto

ao tratamento, relata dores a movimentação passiva de ombro. Dados vitais normais,

PA=110x70mmhg, AP=murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em flexores

palmares, tríceps braquial, braquirradial, peitoral maior e deltoide. Em membros inferiores

com ênfase em isquitibias, abdutores de quadril, e quadríceps (3x20).

Mobilização articular passiva de membros superiores nos movimentos de flexão,

extensão, abdução, adução de ombro, flexão, extensão de cotovelo, flexão, extensão de punho

(3x15).

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Mobilização ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril associado à flexão e extensão de joelho, dorsiflexão e flexão plantar de

tornozelo (3x15).

Exercícios resistidos de membros superiores para fortalecimento de flexores de ombro

e cotovelo (3x10).

Treino de mudanças de decúbito da posição sentado para deitado e posteriormente de

decúbito dorsal para decúbito lateral direito e esquerdo.

O paciente foi estimulado a assumir ortostase, com apoio, neste momento foi feito

treino de sentar e levantar com descarga de peso em membro afetado.

Treino de marcha com auxilio de dispositivo de marcha (andador) por um percurso

pequeno. Após realização dos exercícios houve elevação da para 140x60 mmhg, após um

período de repouso foi novamente verificada voltando para valor normal inicial.

Sua cuidadora recebeu uma lista de orientações quanto a cuidados e posicionamentos

para facilitar na hora das transferências, bem como lhe foi demonstrado alguns exercícios que

podem contribuir com a reabilitação, como estimular o lado parético, oferecer objetos

pequenos para melhorar coordenação motora fina, correção do padrão flexor, e promover

maior independência funcional.

O paciente foi deixado sem intercorrências.

09/10/2013

O paciente encontra-se em sedestação na cadeira de rodas, bom estado geral sem

queixas de dores, colaborativo.

Os dados vitais encontram-se dentro dos valores normais PA=110x70 mmhg.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em tríceps

braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores palmares e bíceps

braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais, glúteos e

abdutores de quadril mantendo por 3 series de 20 segundos.

Mobilização articular passiva de membros superiores nos movimentos de flexão,

extensão, abdução e adução de ombros, flexão, extensão de cotovelo, flexão e extensão de

punho, flexão, extensão de quadril e joelho flexão plantar e dorsiflexão (3x15).

Fortalecimento muscular de membros inferiores com caneleira de 1 kg para

fortalecimento de quadríceps, tríceps sural e abdutores de quadril (3x10).

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Treino de atividades funcionais como tirar a camisa estimulado o paciente a usar o

lado parético, o paciente conseguiu realizar com dificuldade não sendo capaz de desabotoar

botões.

Treino de transferência da posição sentado para ortostase com apoio do andador.

Treino de marcha supervisionado com uso de andador por uma distância pequena, o

treino de marcha foi interrompido devido ao paciente relatar tonturas, foi verificado os dados

vitais que se mantiveram sem alterações, após alguns minutos o paciente relata melhora da

tontura.

A sessão foi encerrada se intercorrências.

10/10/2013

O paciente se encontra em bom estado geral, sem queixas de dores ou desconforto,

colaborativo dados vitais normais, PA= 110x70 mmhg.

A sessão foi iniciada com a técnica de alongamento passivo de membros superiores

com ênfase em tríceps braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial,

flexores palmares e bíceps braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em

isquiotibiais, glúteos e abdutores de quadril mantendo por 3 series de 20 segundos.

Mobilização articular passiva de membros superiores nos movimentos de flexão,

extensão, abdução e adução de ombros, flexão, extensão de cotovelo, flexão e extensão de

punho, flexão, extensão de quadril e joelho flexão plantar e dorsiflexão (3x15).

Fortalecimento muscular com uso de caneleira de ½ kg para grupos musculares de

membros superiores (flexores e abdutores de ombro, flexores de cotovelo), e em membros

inferiores (flexores de quadril, flexores de joelho e flexores de tornozelo) sendo realizados por

(3x10).

Treino de AVD´s para melhorar a independência funcional do paciente com atividades

como pegar um copo e levar até a boca e abrir garrafa utilizando o lado parético.

Atividades como arremessar e chutar bola para melhorar coordenação motora.

Treino de transferência da posição sentado para em pé com apoio.

Treino de marcha supervisionado com uso de andador, o paciente foi deixado em

sedestação no sofá sem intercorrências.

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11/10/2013

Paciente encontra-se em bom estado geral, colaborativo, sem queixas de dores ou

desconforto, empenhado com o tratamento. PA= 110x70 mmhg.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em tríceps

braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores palmares e bíceps

braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais, glúteos e

abdutores de quadril e alongamento de coluna cervical com ênfase em escalenos,

esternocleiodomastoideo (3x20).

Mobilização articular passiva de membros superiores nos movimentos de flexão,

extensão, abdução e adução de ombros, flexão, extensão de cotovelo, flexão e extensão de

punho, flexão, extensão de quadril e joelho flexão plantar e dorsiflexão (3x15).

Mobilização articular ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril e joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo (3x15).

Exercícios de ADM ativo assistido de flexão, extensão, abdução de adução de ombro

com uso de bastão (3x15).

Exercícios resistidos isotônicos de membros superiores para fortalecimento de

deltoide, flexores de punho, flexores e extensores de ombros, e adutores e abdutores de ombro

com uso de bastão e caneleira com carga de ½ kg (3x10).

O fortalecimento de membros inferiores não foi realizado para repouso da musculatura

evitando fadiga muscular.

Treino de arremesso de bola para melhorar coordenação motora sendo que o paciente

apresenta extrema dificuldade para realizar esta atividade.

Treino funcional como alcançar objetos mais altos, abrir e fechar garrafas.

Treino de transferência supervisionado da posição sentado para em pé, para esta

atividade já consegue realizar com assistência mínima.

Treino de marcha com uso de dispositivo auxiliar (andador), conseguindo realizar por

um percurso maior, foi interrompido devido ao paciente relatar tonturas por falta de

condicionamento, foi verificada novamente sua PA, sem apresentar alterações, após sessar

tontura a sessão foi encerrada, sem intercorrências.

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14/10/2013

O paciente encontra-se em bom estado geral, sem queixas de dores, colaborativo, PA=

110x90 mmhg.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em tríceps

braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores palmares e bíceps

braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais, glúteos e

abdutores de quadril e alongamento de coluna cervical com ênfase em escalenos,

esternocleiodomastoideo e trapézio (3x20).

Exercícios de ADM ativo assistido de flexão, extensão, abdução e adução de ombro

com uso de bastão (3x15).

Mobilização articular ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril e joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo (3x15).

Exercícios resistidos isotônicos para fortalecimento de grupos musculares de membros

inferiores (flexores de quadril e joelho, dorsiflexores e flexores plantares) por (3x10).

Exercícios de arremessar e chutar bola para melhorar coordenação motora grossa,

movimentos de pinça com uso de bola de gude para melhorar coordenação motora fina.

Treino de AVD´s como abrir garrafa e pegar copo e levar ate a boca com o membro

parético.

Treino de marcha supervisionado com uso de andador por um percurso maior sem o

paciente relatar tonturas durante o percurso.

O paciente foi deixado sem intercorrências.

15/10/2013

O paciente encontra-se em bom estado geral, sem queixas de dores, colaborativo, PA=

110x90 mmhg.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em tríceps

braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores palmares e bíceps

braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais, glúteos e

abdutores de quadril e alongamento de coluna cervical com ênfase em escalenos,

esternocleiodomastoideo e trapézio (3x20).

Exercícios de ADM ativo assistido de flexão, extensão, abdução e adução de ombro

com uso de bastão (3x15).

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Mobilização articular ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril e joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo (3x15).

Exercícios resistidos isotônicos para fortalecimento de grupos musculares de membros

superiores (flexores de ombro e cotovelo) com uso de bastão e caneleira de 1kg (3x10).

Treino de transferência da posição sentado para em pé.

Treino de marcha sem uso de órtese apenas com apoio mínimo do terapeuta

conseguindo realizar por um percurso moderado.

Treino de AVD´s como vestir-se e pegar copo com o membro parético.

Treino de equilíbrio unipodálico associado a flexão e extensão de quadril com apoio

mínimo na parede sendo que o paciente ainda não consegue apoio unipadálico em membro

afetado.

Foi deixado sem intercorrências.

16/10/2013

Paciente encontra-se em sedestação no sofá, em bom estado geral, colaborativo, sem

queixas de dores. PA= 110x70 mmhg.

Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase em tríceps

braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores palmares e bíceps

braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais, glúteos e

abdutores de quadril e alongamento de coluna cervical com ênfase em escalenos,

esternocleiodomastoideo e trapézio (3x20).

Exercícios de ADM ativo assistido de flexão, extensão, abdução e adução de ombro

com uso de bastão (3x15).

Mobilização articular ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril e joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo (3x15).

Fortalecimento de grupos musculares de membros inferiores (flexores de quadril,

joelho, e flexores plantares e dorsiflexores) com uso de caneleira de 1 kg por (3x10).

Treino de marcha supervisionado sem uso de órtese, conseguindo realizar de forma

independente.

Durante o treino de marcha foi solicitado ao paciente realizar mudanças de direção

para treinar o equilíbrio.

Dissociação de cinturas escapular e pélvica.

Descarga de peso unipodálico associado à flexão e extensão de quadril.

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Treino de AVD´s com alcançar objetos mais altos.

O paciente foi deixado sem intercorrências.

17/10/2013

O paciente encontra-se em bom estado geral, colaborativo sem queixas de desconforto,

PA=110x70 mmhg. Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase

em tríceps braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores

palmares e bíceps braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais,

glúteos e abdutores de quadril e alongamento de coluna cervical com ênfase em escalenos,

esternocleiodomastoideo e trapézio (3x20).

Exercícios de ADM ativo assistido de flexão, extensão, abdução e adução de ombro

com uso de bastão (3x15).

Mobilização articular ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril e joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo (3x15).

Exercícios resistidos para fortalecimento de grupos musculares de membros superiores

(flexores, abdutores de ombro, flexores de cotovelo e punho) com uso de bastão e caneleira de

1kg e bastão (3x10).

Treino de transferências da posição sentado para ortostase sem apoio.

Treino de equilíbrio com o paciente passando da posição sentado para ortostase sem

apoio realizando giro de 360º.

Exercícios de arremessar e chutar bola para melhorar coordenação motora.

Treino de atividades funcionais como vestir-se, abrir garrafa alcançar objetos mais

altos.

Treino de marcha supervisionado sem uso de órtese, treino de subir degraus, para esta

ultima atividade o paciente apresentou dificuldade sendo necessário de apoio.

O paciente foi deixado sem intercorrências.

18/10/2013

O paciente encontra-se em bom estado geral, colaborativo sem queixas de desconforto,

PA=110x70 mmhg. Foi realizado alongamento passivo de membros superiores com ênfase

em tríceps braquial, peitoral maior e menor, deltoide, braquial, braquiorradial, flexores

palmares e bíceps braquial, alongamento dos membros inferiores com ênfase em isquiotibiais,

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glúteos e abdutores de quadril e alongamento de coluna cervical com ênfase em escalenos,

esternocleiodomastoideo e trapézio (3x20).

Exercícios de ADM ativo assistido de flexão, extensão, abdução e adução de ombro

com uso de bastão (3x15).

Mobilização articular ativa assistida de membros inferiores nos movimentos de flexão,

extensão de quadril e joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo (3x15).

Exercícios resistidos para fortalecimento de grupos musculares de membros inferiores

(flexores, abdutores de quadril, flexores de joelho e tríceps sural) (3x10).

Treino de transferências da posição sentado para ortostase sem apoio.

Treino de equilíbrio com o paciente passando da posição sentado para ortostase sem

apoio realizando giro de 360º.

Treino de atividades funcionais como levar um copo e talher ate a boca.

Treino de marcha supervisionado sem uso de órtese, treino de subir degraus, com

apoio.

Após a sessão foi realizada reavaliação.

O paciente foi deixado sem intercorrências

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ANEXOS

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Conselho Nacional de Saúde, resolução 196/96)

Eu,________________________________________________,RG________________,

abaixo qualificado (a), declaro para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente

esclarecido sobre o projeto de pesquisa intitulado: Benefícios da fisioterapia domiciliar no

tratamento de alterações motoras e limitações funcionais de um paciente acamado com

sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE): estudo de caso, desenvolvido pela

acadêmica Juliete Dias Machado, do curso de fisioterapia da faculdade TECSOMA, Paracatu-

MG. Quanto aos seguintes aspectos: o AVE é uma das principais causas de dependência na

população adulta, deixando sequelas que afetam principalmente o sistema motor responsável

por grandes limitações funcionais.

A fisioterapia tem a cinesioterapia, como técnica exclusiva, que apresenta baixo custo

financeiro, capaz de ser realizada em ambiente domiciliar garantindo a promoção do

movimento, baseada em seus efeitos de manutenção da força, flexibilidade, relaxamento e

coordenação motora, necessárias para prevenção e tratamento de alterações

musculoesqueléticas geradas pela imobilidade prolongada no leito, promovendo o

restabelecimento de suas funções normais e melhora da qualidade de vida.

Durante ou após a pesquisa, não haverá nenhum risco ou desconforto, bem como benefícios

financeiros sobre paciente.

O participante tem liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu consentimento em

qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e

cuidado. É garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.

Os dados e informações provenientes deste estudo serão utilizados com fins de publicação e

produção para o grau de bacharel em fisioterapia. Declaro, outrossim, que após

convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado,

consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.

Paracatu, _____ de______________de 2013.

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Qualificação do declarante

Termo de Consentimento Livre e esclarecido

Objeto de pesquisa

Nome:_________________________________________________________________

RG_____________________________data de nascimento ___/___/___ sexo F( ) M( )

Endereço:__________________________________________________ nº_________

Bairro:_________________________________________Cidade:_________________

CEP______________________________________tel___________________________

__________________________________

Assinatura do declarante

Declaração do pesquisador

Declaro, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no capitulo IV da resolução

196/96 e que obtive de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do

declarante acima qualificado para realização desta pesquisa.

Paracatu, ______ de __________________ de 2013.

_____________________________________________

Juliete Dias Machado

Assinatura do pesquisador

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ANEXO B – FICHA DE AVALIAÇÂO FISIOTERAPÊUTICA

Dados pessoais

Nome:______________________________________________________________________

Data de nascimento:______________________ Idade:_______________________________

Raça:_____________________________ Estado civil:______________________________

Religião:__________________________ Profissão: _________________________________

Fliacao:_____________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Endereço:___________________________________________________________________

Telefone:_________________________PSF assistido________________________________

Anamnese

Queixa principal:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

História da Moléstia Pregressa (HMP):

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

História da Moléstia Atua (HMA):

___________________________________________________________________________

Antecedentes pessoais:

___________________________________________________________________________

História familiar:

___________________________________________________________________________

Medicamento que faz uso:

___________________________________________________________________________

Exames complementares:

___________________________________________________________________________

Informações adicionais

( ) inconsciente ( ) confuso ( ) alteração da linguagem ( ) ansioso ( ) deprimido ( ) colaborante

( ) agressivo ( ) outros_________________________________________________________

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Equipe multidisciplinar e contatos:_______________________________________________

Cuidador: nome do cuidador responsável:__________________________________________

Impressão:__________________________________________________________________

Nível de colaboração: ( )ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

Exame físico

Geral: PA:

FC : TEMP:

Estatura: peso:

Tipo morfológico:

Especifico:

Segmento cefálico:

Cardiovascular:

Respiratório:

Abdome:

Genitais:

Locomotor:

Esme neurológico:

Estado mental:

Consciência:

Linguagem verbal:

Linguagem escrita:

Funções cognitivas:

Praxia

Gnosia:

Equilíbrio:

Equilíbrio estático:

Equilíbrio dinâmico:

Motricidade:

Trofismo:

Tônus:

Motricidades voluntárias ou volitivas:

Reflexos superficiais ou proprioceptivos:

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Reflexos profundos ou exteriotipados

Bicipal: estiloradial: tricipital:

Mandibular: aquileu: patelar:

Reflexos posturais e mudanças de decúbito:

DD para DLE: DD para DLD:

DLE para DV: DLD para DV:

DD para sentado: sentado para posição ortostática:

DV para sentado: posição gatas para ajoelhado:

Coordenação:

Index- index: index-nariz:

Index-nariz-index: index-index (ter peuta):

Diadococinesia: calcanhar joelho:

Grafia: batida de pé:

Sensibilidade:

Tátil:

Térmica:

Dolorosa:

Teste de força muscular manual:

Goniometria:

Objetivos do tratamento:

Tratamento:

______________________________________________

Estagiário

______________________________________________

Supervisor

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ANEXO C – ÍNDICE DE BARTHEL VERSÃO ADAPTADA

Nome:_________________________________________________________________

Data da avaliação:__________

Alimentação

( ) 10 = Independente. Capaz de alimenta-se em tempo razoável. A comida pode ser cozida ou

servida por outra pessoa.

( ) 5 = Dependente parcial. Necessita de ajuda para cortar carne, passar manteiga, porém é

capaz de comer sozinho.

( ) 0 = Dependente total. Necessita ser alimentado por outra pessoa.

Banho

( ) 10 = Independente. Capaz de se lavar, entrar e sair do banho, sem ajuda ou supervisão de

outra pessoa.

( ) 5 = Dependente parcial. Necessita de algum tipo de ajuda ou supervisão.

( ) 0 = Dependente total. Necessita de ajuda em todos os aspectos.

Vestuário

( ) 10 = Independente. Capaz de vesti e despir sem ajuda

( ) 5 = Dependente parcial. Necessita de ajuda de outra pessoa em mais da metade das

atividades pessoais.

( ) 0 = Dependente total. Necessita de ajuda de outra pessoa em todos os aspectos.

Higiene pessoal

( ) 10 = Independente. Realiza todas as atividades pessoais sem nenhuma ajuda.

( ) 5 = Dependente parcial. Necessita de algum tipo de ajuda.

( ) 0 = Dependente total. Necessita de ajuda em todos os aspectos.

Toalete

( ) 10 = Independente. Capaz de se vestir ou despir, usar o vaso sanitário, usar papel

higiênico sem ajuda de outra pessoa.

( ) 5 = Dependente parcial. Necessita de ajuda em alguns aspectos.

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( ) 0 = Dependente total. Necessita de ajuda em todos os aspectos.

Transferências

( ) 10 = Independente. Não requer ajuda para sentar ou levantar da cadeira ou cama.

( ) 5 = Dependente parcial. Requer supervisão ou pequena ajuda física.

( ) 0 = Dependente total . Necessita de ajuda ou ser levado por outra pessoa.

Cadeira de rodas

( ) 10 = Independente. Capaz de conduzir sem ajuda a cadeira de rodas por longos percursos,

em terrenos lisos ou rampas.

( ) 5 = Dependente parcial. Consegue conduzir a cadeira de rodas em pequenas distâncias ou

superfícies lisas, porém necessita de ajuda em alguns aspectos.

( ) 0 = Dependente total. Incapaz de conduzir a cadeira de rodas.

Deambulação

( ) 10 = Independente. Deambula de forma independente sem dispositivos auxiliares.

( ) 5 = Dependente parcial. Necessita de assistência ou supervisão de outra pessoa.

( ) 0 = Dependente total. Incapaz de deambular.

Subir escadas

( ) 10 = Independente. Capaz de subir e descer escadas sem ajuda ou supervisão de outra

pessoa.

( ) 5 =Dependente parcial. Necessita de ajuda ou supervisão.

( ) 0 = Dependente. Incapaz de subir e descer degraus.

Equilíbrio

( ) 10 = Independente. Mostra-se equilibrado durante movimentos dinâmicos e mudanças de

direção.

( ) 5 = Dependente parcial. Mostra-se equilibrado estaticamente.

( ) 0 = Dependente total. Completamente desequilibrado tanto estático quanto dinâmico.

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Interpretação dos resultados

Dependente total – entre 0 a 25 pontos

Dependência severa – entre 26 e 49 pontos

Dependência moderada – entre 50 a 79 pontos

Independente – 80 a 100 pontos

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ANEXO D – GUIA DO CUIDADOR DE PACIENTES ACAMADOS

Banho

1. Deixe que o paciente escolha a melhor hora para seu banho;

2. Se ele puder fazê-lo sozinho, organize todo o material necessário e coloque próximo

dele;

3. Não o deixe completamente só, pois ele pode precisar de sua ajuda se algo errado

acontecer;

4. Verifique a temperatura da água. O paciente pode não perceber a temperatura, se

alguma parte do corpo dele estiver menos sensível;

5. Aproveite para, depois do banho, massagear a pele dele com um creme hidratante.

Cuidados com a pele

1. Observe se há lugares onde a pele parece avermelhada (ombros, nádegas, calcanhar

etc.);

2. Caso observe essas regiões avermelhadas, talvez seja necessário providenciar um

colchão do tipo “caixa de ovo”. Coxins bem macios ou protetores de espuma também

podem ser úteis;

O que é uma úlcera de pressão?

1. Também chamada de escara, é uma ferida bastante dolorosa causada pela pressão ou

pelo atrito prolongado nas regiões da pele em que os ossos são mais salientes. Para

preveni-las, é necessária a mobilização e massageamento constante para ativar a

circulação dos pacientes acamados por longos períodos.

Cuidados nas refeições

2. Estimule o paciente a fazer suas refeições sozinho (sempre que isso for possível)

mesmo que no começo ele o faça muito lentamente;

3. O prato, os talheres, o copo ou a xícara devem estar adaptados para facilitar o seu uso;

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4. Coloque-o com a cabeceira bem elevada se a refeição for feita no leito (travesseiros

podem ajudar a alcançar a melhor posição);

5. Não se esqueça de oferecer líquidos, mesmo que ele não os solicite. Lembre-se de que

é importante mantê-lo hidratado;

6. No caso dos pacientes com problemas na movimentação dos braços, lembre-se sempre

de colocar os alimentos e a água próxima ao lado não afetado;

Transporte para a cadeira de rodas ou para a cama

1. Coloque a poltrona ou cadeira de rodas bem próxima à cama, de preferência do lado

não afetado;

2. Quando for transferir o paciente para a poltrona, traga-o para a beirada do leito. Não se

afaste nesse momento, pois ele poderá ter tonteiras e cair;

3. Para ter uma boa base de apoio, mantenha seus pés um pouco afastados: um apontando

para a cama e o outro para a cadeira de rodas;

4. Apóie os braços dele sobre os ombros;

5. Os seus joelhos devem estar um pouco flexionados e suas mãos devem segurar a

cintura do paciente;

6. Se quiser melhorar o apoio, coloque nele um cinto bem largo para poder segurá-lo

com mais firmeza;

7. Caso ele não possa sair do leito, procure mudá-lo de posição várias vezes durante o dia

(deitar de lado ou de costas);

8. Para colocá-lo novamente no leito é só seguir esses passos em sequência invertida.

Posição totalmente deitada (decúbito dorsal):

A permanência prolongada nesta posição pode facilitar o aparecimento de escaras. Procure

mudá-lo de posição várias vezes por dia.

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Posição lateral:

1. Pode ser útil colocar um travesseiro na cabeça e um menor entre as pernas, para evitar

o atrito causado pelo peso de uma perna sobre a outra.

Posição sentada:

2. Use uma almofada de espuma ou outro material macio. As costas e os pés também

devem ficar sobre algum acolchoado. Uma banqueta estufada (com espuma) para os

pés também pode ser útil.

Posição de Fowler (sentado meio inclinado):

3. Na posição Fowler, os travesseiros, acolchoados ou almofadas de espuma também são

muito úteis.

Atenção aos horários corretos de medicamentos