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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA: o pensamento do século XX. JEAN PAUL SARTRE

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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA: o pensamento do século XX.

JEAN PAUL SARTRE

SÉCULO XX – UMA ERA DE INCERTEZAS

• O séc. XIX foi marcado por grandes convicções.

• Os filósofos estavam confiantes no poder da razão, os cientistas entusiasmados com os avanços tecnológicos, os capitalistas com a expansão industrial, os românticos com a valorização da pátria, etc.

• No entanto, poucas dessas convicções subsistiram no século XX, caracterizado como a era das incertezas.

• Freud, ao fundar a psicanálise e a psicologia do inconsciente, colocou em dúvida a hegemonia da razão.

• Einsten, formulou a teoria da relatividade,

Heisenberg criou o princípio da incerteza.

Mundo de contrastes • Como definir os principais acontecimentos do séc. XX? Trágico ou

maravilhoso?

• De um lado, tivemos 02 grandes guerras mundiais; explosão da barbárie nazista que aterrorizou o mundo; a Revolução Russa que impulsionou o socialismo e que levou à Guerra Fria...

• Por outro lado, depois da II GM a tecnologia deu um salto enorme, com a invenção de telescópios, naves, curas...mas que trouxe com ela a corrida armamentista, o medo da destruição atômica e a degradação ambiental.

• Os avanços tecnológicos em pouco contribuíram

para diminuir as desigualdades sociais.

IMPRESSÕES ANTAGÔNICAS

• Por tudo isso, as impressões dos intelectuais que viveram o séc. XX são díspares.

• Alguns o veem como uma época inédita pela vastidão de dramas humanos, massacres, guerras...

• Outros reconhecem que, apesar das violências, o séc. XX foi também um período de progresso e de importantes conquistas sociais.

• Por conta dessas contradições, surge no séc. XX uma mentalidade menos arrogante quanto aos benefícios infalíveis da racionalidade científica.

• Destituídas de valores éticos, a ciência e a tecnologia nem sempre contribuem para o desenvolvimento do ser humano.

JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980)

FENOMENOLOGIA

• É a ciência dos fenômenos.

• É a observação e descrição rigorosa de determinado fenômeno que é colocado à consciência.

• Como se forma a nossa consciência a partir das nossas experiências independentemente de qualquer teoria.

• Sartre leva tão a fundo que percebe que, ao estudar a consciência, encontramos a liberdade.

• “A consciência é consciência de

algo.” -> a consciência não é algo,

mas sim a consciência de algo.

EXISTENCIALISMO

• Quem surgiu primeiro: a essência ou a consciência?

• Consciência é um ato, uma ação! Ela nos direciona a conhecer as coisas, e por isso existe primeiro para depois se relacionar com outros seres.

• Logo, os objetos, os seres não possuem uma essência anterior.

• Para os existencialistas, a existência tem prioridade sobre a essência humana, portanto o homem existe independente de qualquer definição pré-estabelecida sobre seu ser.

• É preciso compreender os fenômenos tais como eles parecem ser, sem depender do real conhecimento de sua natureza essencial.

• Pressupõe que a vida seja uma jornada de aquisição gradual de conhecimento sobre a essência do ser, por esta razão ela seria mais importante que a substância humana.

• Seus seguidores não creem que o homem tenha sido criado com um propósito determinado, mas sim que ele se construa à medida que percorre sua caminhada existencial.

• Assim, diferente do que pensam outras correntes, não há um molde de como o ser deve ser. Tudo que ele é ou será depende unicamente da sua existência, de como ele percebe as coisas.

• Logo, não há qualquer regra a que ele possa se reportar para ser guiado. Se não há nenhuma regra pré determinada que molde o homem, se ele não deve se reportar a nada, ele é imediatamente livre!

• Assim, ele cria do nada ( da sua consciência) uma razão para sua vida, e por isso está condenado à liberdade.

• O existencialismo de Sartre é ateu, porque o homem era responsável por definir a sua essência e não Deus.

• Esta visão dá margem a uma angústia existencial diante daquilo que não se pode compreender ou conceder um sentido.

• E então, como o homem vem do nada (sua consciência é nada, que vai sendo construída com as experiências), a liberdade preenche o homem.

• Por isso, a liberdade deve ser vivida sempre, para que o homem continue construindo suas escolhas.

• Por intermédio de suas escolhas, o indivíduo constrói a si mesmo.

• O exercício da liberdade em situações concretas é que move o ser humano, que gera a incerteza, que leva à produção de sentidos.

• Vale lembrar que liberdade não é abstração, mas algo que deve ser trabalhado continuamente, uma vez que o homem não é alienado do mundo.

• As coisas são como são, mas poderiam ser diferentes.

• Assim como não há essência para o homem, não há justificação para o mundo ser como é, e por isso o home é capaz de mudá-lo.

• Portanto, há uma situação que a liberdade pode mudar.

• “Sem obstáculos não há liberdade”.

• A liberdade está relacionada, portanto, com situações reais.

• Indo mais além, Sartre dizia que não podemos escolher o mundo, a realidade que vivemos. Mas podemos escolher o que fazer com essa realidade.

Existencialismo e Marxismo

• Se a liberdade é situada no contexto histórico, e se o homem não escolhe o contexto que ele nasce, cabe a ele, através da formação da sua consciência (que é uma ação que leva à liberdade) mudar o contexto.

• Por isso Sartre se identificava com o Socialismo Marxista, pois o homem não escolhe as condições históricas em que vive, mas a partir do momento que se encontra nessa situação, pode mudá-la.

• É nossa responsabilidade mudar ou não o mundo! -> já estamos envolvidos.

• A verdade é que, mesmo que que nossa escolha seja não fazer nada, fazemos parte do mundo e somos responsáveis por ele.

Para refletir...

• Há limites para a nossa liberdade?