fitophincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

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lIochnca 3 I(I): 73-86, 4 tab .. 12 fig .. 2004 FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema estuarino lagunar MundalilManguaba, Alagoas, Brasil Enaide Marinho de Melo-Magalhaes 1,4, Maria Luise Koening 2 e Celia Leite Sant' Anna 3 Rccebido: 06.12.2002: aceito: 25.02.2004 ABSTRACT - (Phytoplankton and environmental factors in the channels of the Mundau/Manguaba estuarine system, Alagoas, Brazil). The MundaLI/Manguaba estuarine system is the most ecological and economical important estuarine ecosystem in Alagoas State. Phytoplankton and abiotic data were sampled at three stations, during a tidal cycle at the rainy and dry seasons. Salinity showed short oscillations during the period. Transparency of water was higher during the rainy season. Quantities of dissolved oxygen were above 3.00 mL L'I and the concentrations of nutrient showed wide variations, and they were higher during the rainy season except for nitrate. 113 taxa were identified, with predominance of marine neritic species. Chrysophyta was the most representative division. The most abundant and frequent species were Coscinodiscus centralis Ehr., Coscinodiscus curvatulus (Gregory) Hustedt f normanni, Skelelonema costal lim (Greville) Cleve, Thalassiosira eccenlrica (Ehr.) Cleve, Protoperidinium spp., Microcystis aerllginosa (Klitz.) Lemm. and Oscillatoria sancIa (Klitz.) Gomont. Phytoplankton densities ranged from 95,000/cel L'I to 3,315,000/cel L'I and the chlorophyll-a concentration from 1.07 mg m,3 to 36.70 mg m- 3 and the highest values were recorded during the rainy season. Species diversity and evenness were higher in the dry season with most of the values higher than 3 bits cel L- 1 and 0.50, respectively. In spite of the high quantity of polluting sources at the Mundau/Manguaba estuarine system, the region of channels is still preserved. Key words: phytoplankton, estuary, ecology, tropical ecosystem RESUMO - (Fitoplancton e variaveis ambientais nos canais do sistema estuarino lagunar Mundau/Manguaba, Alagoas, Brasil). 0 sistema estuarino lagunar de Mundau/Manguaba, e 0 mais importante ecossistema estuarino do estado de Alagoas em termos ecol6gicos e s6cio econ6micos. Coletas de material fitoplanct6nico foram realizadas e dados abi6ticos foram medidos em tres estayoes, durante 0 cicio diurno de mares nos perfodos seco e chuvoso. A salinidade apresentou pequenas oscilayoes no periodo estudado. A transparencia da agua foi mais elevada no perfodo chuvoso. Os teores de oxigenio dissolvido mantiveram-se acima de 3,00 mL L'I e as concentrayoes de nutrientes apresentaram amp las variayoes, sendo mais elevadas no periodo chuvoso aexceyao do nitrato. Foram identificados I 13 taxons, predominando as especies marinhas nerfticas. A divisao Chrysophyta foi a mais representativa. As especies mais abundantes e freqlientes foram Coscinodiscus cenlralis Ehr., Actinocyclus normanii (Gregory) Hustedt f normanni, Skelelonema costatum (Greville) Cleve, Thalassiosira eccentrica (Ehr.) Cleve, Protoperidinium spp., Microcystis aeruginosa (Klitz.) Lemm. e Oscillaloria sancIa (Klitz.) Gomont. A densidade fitoplanct6nica variou entre 95.000 cel L'I a 3.315.000 cel L- 1 e a cloroftla-a entre 1,07 mg m,3 a 36,7 mg m- 3 , sendo os valores mais elevados registrados no periodo chuvoso. A diversidade especfftca e a eqliidade foram mais altas no perfodo seco com valores superiores a 3 bits cel L- 1 e 0,50, respectivamente. Apesar da grande quantidade de fontes poluidoras no complexo estuarino-Iagunar Mundau/Manguaba, a regiao dos canais ainda esta preservada. Palavras-chave: fitoplancton, estuario, ecologia, ecossistema tropical A ferti Iidade das aguas estuarinas ocasionada, entre outros fatores, pelo aporte de sais nutrientes provenientes dos rios, propicia 0 desenvolvimento do fitoplancton e, conseqi-ientemente dos produtores primarios que VaG garantir a existencia dos demais organismos na cadeia alimentar. A distribuiyao dos organismos fitoplanct6nicos nos estuarios e influenciada por fatores bi6ticos (herbivoria) e abi6ticos tais como luz, temperatura, salinidade, pH e disponibilidade de nutrientes que interferem no seu I. Universidade Federal de Alagoas. UFAL/LABMAR, Rua Danllzia Brandao Aires. 130. Gruta, 57052-00 Maceio. AL, Brasil. 2. Universidade Fcderal dc Pernambuco. Departamento de Oceanografia, Av. Arquitetura sin. Cidade UniversiH\ria, 50730-540 Recife, PE. Brasil. 3. Instituto de Botanica, Scy,io dc Ficologia, Caixa Postal 4005, 0I061-970 Sao Paulo, SP, Brasil. 4. Autor para correspondencia: [email protected]

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Page 1: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

lIochnca 3 I(I): 73-86, 4 tab .. 12 fig .. 2004

FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistemaestuarino lagunar MundalilManguaba, Alagoas, Brasil

Enaide Marinho de Melo-Magalhaes 1,4, Maria Luise Koening2 e Celia Leite Sant'Anna3

Rccebido: 06.12.2002: aceito: 25.02.2004

ABSTRACT - (Phytoplankton and environmental factors in the channels of the Mundau/Manguaba estuarine system,Alagoas, Brazil). The MundaLI/Manguaba estuarine system is the most ecological and economical important estuarineecosystem in Alagoas State. Phytoplankton and abiotic data were sampled at three stations, during a tidal cycle at the rainyand dry seasons. Salinity showed short oscillations during the period. Transparency of water was higher during the rainyseason. Quantities ofdissolved oxygen were above 3.00 mL L'I and the concentrations of nutrient showed wide variations,and they were higher during the rainy season except for nitrate. 113 taxa were identified, with predominance of marine neriticspecies. Chrysophyta was the most representative division. The most abundant and frequent species were Coscinodiscuscentralis Ehr., Coscinodiscus curvatulus (Gregory) Hustedt f normanni, Skelelonema costal lim (Greville) Cleve,Thalassiosira eccenlrica (Ehr.) Cleve, Protoperidinium spp., Microcystis aerllginosa (Klitz.) Lemm. and OscillatoriasancIa (Klitz.) Gomont. Phytoplankton densities ranged from 95,000/cel L'I to 3,315,000/cel L'I and the chlorophyll-aconcentration from 1.07 mg m,3 to 36.70 mg m-3 and the highest values were recorded during the rainy season. Speciesdiversity and evenness were higher in the dry season with most of the values higher than 3 bits cel L- 1 and 0.50, respectively.In spite of the high quantity of polluting sources at the Mundau/Manguaba estuarine system, the region of channels is stillpreserved.Key words: phytoplankton, estuary, ecology, tropical ecosystem

RESUMO - (Fitoplancton e variaveis ambientais nos canais do sistema estuarino lagunar Mundau/Manguaba, Alagoas,Brasil). 0 sistema estuarino lagunar de Mundau/Manguaba, e 0 mais importante ecossistema estuarino do estado deAlagoas em termos ecol6gicos e s6cio econ6micos. Coletas de material fitoplanct6nico foram realizadas e dados abi6ticosforam medidos em tres estayoes, durante 0 cicio diurno de mares nos perfodos seco e chuvoso. A salinidade apresentoupequenas oscilayoes no periodo estudado. A transparencia da agua foi mais elevada no perfodo chuvoso. Os teores deoxigenio dissolvido mantiveram-se acima de 3,00 mL L'I e as concentrayoes de nutrientes apresentaram amplas variayoes,sendo mais elevadas no periodo chuvoso aexceyao do nitrato. Foram identificados I 13 taxons, predominando as especiesmarinhas nerfticas. A divisao Chrysophyta foi a mais representativa. As especies mais abundantes e freqlientes foramCoscinodiscus cenlralis Ehr., Actinocyclus normanii (Gregory) Hustedt f normanni, Skelelonema costatum (Greville)Cleve, Thalassiosira eccentrica (Ehr.) Cleve, Protoperidinium spp., Microcystis aeruginosa (Klitz.) Lemm. e OscillaloriasancIa (Klitz.) Gomont. A densidade fitoplanct6nica variou entre 95.000 cel L'I a 3.315.000 cel L- 1e a cloroftla-a entre 1,07 mg m,3a 36,7 mg m-3, sendo os valores mais elevados registrados no periodo chuvoso. A diversidade especfftca e a eqliidade forammais altas no perfodo seco com valores superiores a 3 bits cel L- 1 e 0,50, respectivamente. Apesar da grande quantidade defontes poluidoras no complexo estuarino-Iagunar Mundau/Manguaba, a regiao dos canais ainda esta preservada.Palavras-chave: fitoplancton, estuario, ecologia, ecossistema tropical

Introdu~ao

A ferti Iidade das aguas estuarinas ocasionada,

entre outros fatores, pelo aporte de sais nutrientes

provenientes dos rios, propicia 0 desenvolvimento do

fitoplancton e, conseqi-ientemente dos produtores

primarios que VaG garantir a existencia dos demais

organismos na cadeia alimentar. A distribuiyao dos

organismos fitoplanct6nicos nos estuarios e

influenciada por fatores bi6ticos (herbivoria) e abi6ticos

tais como luz, temperatura, salinidade, pH e

disponibilidade de nutrientes que interferem no seu

I. Universidade Federal de Alagoas. UFAL/LABMAR, Rua Danllzia Brandao Aires. 130. Gruta, 57052-00 Maceio. AL, Brasil.2. Universidade Fcderal dc Pernambuco. Departamento de Oceanografia, Av. Arquitetura sin. Cidade UniversiH\ria, 50730-540 Recife,

PE. Brasil.3. Instituto de Botanica, Scy,io dc Ficologia, Caixa Postal 4005, 0 I061-970 Sao Paulo, SP, Brasil.4. Autor para correspondencia: [email protected]

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74 Ilochnca 31 (I), 2004

crescimento e fisiologia (Kinne 1970, Santelices \977).Esses fatores determinam a composiyao de especiese suas variayoe em termos qualitativos e quantitativos,no tempo e no espayo.

o sistema estuarino-lagunar de MundaltlManguaba situa-se a 9°34'38"-9°45'30"S e35°44'00"-35°58' 13"W e e considerado 0 maisimportante ecossistema estuarino do estado deAlagoas. E formado pelas lagunas Mundall eManguaba interligadas por canais que convergem parauma unica barra e banham as cidades de Macei6,Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, MarechalDeodoro e Pilar,

Os estudos desenvolvidos sobre os organismosfitoplanctonicos no sistema estuarino-lagunar MundaulManguaba sao bastante escassos e apresentamapenas abordagens qualitativas sobre a composiyaodo fitoplancton,

o primeiro trabalho sobre 0 fitoplancton destesistema estuarino lagunar foi realizado por Eskinazi­Leya & Santana (1977/1978) que identificaram 106especies de diatomaceas na Laguna Mundau, sendoas marinhas as mais abundantes. Os autorescaracterizaram a Laguna Mundall como urn ambientecom condiyoes bastante favoraveis ao desenvol­vimento das diatomaceas. No levantamento ecol6gicolcultural da regiao das Iagunas Mundall e Manguaba(PLEC 1980), foram listadas 40 especiesfitoplanctonicas, incluindo c1oroficeas, diatomaceas,cianoficeas e dinotlagelados, com a predominancia dasdiatomaceas de especies indicadoras de aguascosteiras; Sardeiro (1987) analisou as diatomaceas daCoroa do Segredo na laguna Mundall, identificandoseis generos, 44 especies e uma variedade, sendo asmais representativas Nitzschia c1osteriulI1 (Ehr,) W.Sm., Grall1l11athophora undulata Ehr. e PleurosiglJ1asp.; Melo-Magalhaes & Navarro (1994) realizaram 0

levantamento das especies fitoplancton icas em seteestayoes localizadas no sistema estuarino-IagunarMundau/Manguaba. Neste trabalho os autoresidentificaram 7 especies, distribuidas entre as divisoesCyanophyta, yrrophyta, Euglenophyta, Chrysophytae Chlorophyta, destacando a divisao Chrysophytacomo a mais representativa; Melo Magalhaes et al.(1998) estudaram as cianoficeas do sistema estuarinoMundall/Manguaba, durante 0 periodo de maio adezembro de 1997, registrando a ocorrencia de \2especies, dentre as quais Anabaena spiroides Kleb.e Microcystis aeruginosa (Klitz.) Lemm. foramconsideradas dominantes.

Nenhuma informayao existe sobre a intluenciados regimes de mares e precipitayao pluviometricasobre a comunidade fitoplanctonica e 0 presenteestudo apresenta informayoes mais precisas quanta itdinamica da comunidade fitoplanctonica no referidoambiente. Assim, este trabalho teve como objetivodeterminar a composiyao e densidade fitoplanctonicase as variaveis ambientais nos periodos seco e chuvosoe durante os ciclos de mares,

Material e metodos

Coletas para 0 estudo do fitoplancton e variaveisambientais foram realizadas nos canais do sistemaestuarino-lagunar MundaUlManguaba (figura I) nosperiodos seco (II e 12 de dezembro de 1997) echuvoso (22 e 23 de julho de \998) em tres estayoes,em intervalos de tres horas em um cicio peri6dico demares,

Foram feitos arrastos horizontais superficiais, comrede de plancton com abertura de malha de 45 ~Lm

para 0 estudo qualitativo do fitoplancton, sendo asamostras fixadas com formol neutro a 4%, Aliquotas(0,5 mL) foram examinadas em microsc6pio binocularZeiss com aumento de 100 a 400x, A identificayaodas especies e sua classificayao taxonomica foibaseada nos trabalhos de Peragallo & Peragallo (1897­1908), Hustedt (1927-1966), Cupp (1943),Desikachary (1959), Sournia (1967, 1986), Mizuno(1968), Bourrelly (1968, 1970, 1972), Round (1971),Eskinazi-Leya (1976), Horecka & Komarek (1979),Komarek (1984, 199\), Komarek & Anagnostidis(1986, 1989), Anagnostidis & Komarek (1988, 1990),

Figura I. Mapa do sistcma cstuarino-Iagunar dc Mundau/Manguaba, cvidcnciando as cstayocs de colcta (1-3).

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E.M. Mclo-Magalhaes, M.L. I\:ocning & c.L. San('Anna: Fitoplancton c variavcis ambicntais no sis(cma cs(uarino-Iagunar cm Alagoas 75

Komarek & Kovavik (1989) Silva-Cunha & Eskinazi­Leva (1990), Round ef al. (1990) e Tomas (1997).

Para 0 estudo quantitativo do fitoplancton foramcoletadas amostras de agua na camada superficial,com auxilio de uma garrafa tipo Van Dorn. Adeterminav30 da densidade celular (cel L- 1

) foirealizada ao microsc6pio invertido marca WILD MAO,pelo metodo Utermohl (Hasle 1978). Foram utilizadascamaras de 10 cm3 e foram analisados dois transectos

com aumento de 450x. °COl'ante Rosa de Bengalafoi empregado para melhor visual izav30 das especies.

A abundancia relativa de cada taxon foi expressaem termos de porcentagem e baseou-se no numerode organismos de cada taxonna amostra e no numerototal de organismos na amostra, tendo sido adotado 0seguinte criterio: dominantes > 70%; abundantes 41 %- 70%; pouco abundantes 11% - 40% e raros os taxons~ 10%. A frequencia de ocorrencia das especies foiexpressa tambem em termos de porcentagem e foicalculada levando-se em considerav30 0 nllmero deamostras onde 0 organismo ocorreu em relav30 aonumero total das amostras coletadas. A classificav30adotada foi a seguinte: muito frequentes >70%;frequentes 41 % - 70%; pouco frequentes 11% - 40%e esporadicos ~ 10%.

A partir do indice de Shannon (H') foramcalculados, segundo Shannon (1948), os indices dediversidade especifica e de equidade (1), consi­derando-se equitativo os valores superiores a 0,50.

A analise de agrupamentos (Similaridade)baseou-se no coeficiente de correlav3o momento­produto de Pearson. Para esta analise, foi utilizado 0programa computacional NTSYS (Rohlf 1993), sendoelaborada uma matriz com as especies com frequenciasuperior a 30% e os dados abi6ticos. Efetuou-se aanalise cofenetica do agrupamento, considerando-sevalores superiores a 0,7 como significativos.

As seguintes variaveis ambientais foramdeterminadas: profundidade (m) - ecossonda digital(Ecotest); temperatura da agua (DC) - termometroIncoterm; transparencia (m) - disco de Secchi;salinidade - metodo Mohr-Knudsen, oxigenio dissolvido(mL L- 1) - metodo de Winkler, ambos descritos emStrickland & Parsons (1972); taxa de saturav30 dooxigenio dissolvido foi estimada utilizando-se a"International Oceanographic Tables" (U ESCO1973); pH - potenciometro Alfa Tecnoquimica Uda.Os nutrientes nitrito (N02-) e nitrato (N03') foramdeterminados pelo metoda descrito por Strickland &Parsons (1972), para silicato (Si02-) e fosfato (PO/)

foram utilizados metodos descritos em Grasshoffef at. (1983). Utilizou-se espectofotometro Jenway6.100. As amostras para clorofila-a foram filtradasem fi Itros de microfibra Whatman G FIf de 47 mm dediametro e porosidade de 0,45 ~lm e analisadas emespectrofotometro de acordo com UNESCO (1966).

Os dados de precipitav30 pluviometrica foramobtidos do Nucleo de Meteorologia e RecursosHidricos de Alagoas.

Resultados e Discussao

Variaveis ambientais - a precipitav30 pluviometricaoscilou entre 0,4 mm no mes de setembro e 279,8 mmno mes de maio. No mes de dezembro de 1997, quandoforam realizadas as coletas relativas ao periodo seco,a precipitav30 media foi de 59,8 mm. No ana de 1998,no mes de julho com precipitaC;30 pluviometrica de254,6 mm foram realizadas as coletas do periodochuvoso (tabela I).

A temperatura da agua apresentou pequenasvariac;oes com amplitude de 5 DC, sendo os valoresmais elevados registrados durante 0 periodo seco. Atransparencia foi maior no periodo chuvoso e menorno periodo seco (tabela 2) possivelmente emdecorrencia do maior aporte de materia organicacarreada pela agroindustria canavieira. SegundoMedeiros (1996),0 lanc;amento de efluentes industria isde usinas e destilarias origina um grave problema de

Tabcla I. PrccipilayaO pluviomclrica nos anos de 1997 e 1998 naarea do sistcma cSluarino-lagunar dc Mundali/Manguaba. scgundoo Nllclco dc Meleorologia c Rccursos Ilidricos dc Alagoas (eslayaOMaccio).

Meses 1997 1998(mm) (mm)

Janeiro 66.5 62.4Fevcrciro 229.5 22.6Maryo 226.9 27.4Abril 252.0 109.0Maio 279,8 154,4Junho 223,9 191.4Julho 265.6 254.6Agosto 120.2 152.8SClembro 0.4 55.6OUlubro 13.8 8.0Novembro 8,2 1.5Dezcmbro 59.8 15.0

TOlal I. 746.2 1.054.7

Mcdia mcnsal 145,5 87.8

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76 Iloehnea 31 (I), 2004

Tabela 2. Dados abi6tieos obtidos no sistema estuarino-Iagunar de MlIndaLI/Mangliaba, em dezembrol 1997 (periodo seeo) e jlliho/l998(perfodo ehllvos ) durante a baixa-mar (8M), enehente (EN), preamar (PM) e vazante (VZ).

Estac,:oes Mare femperatura Transpareneia Salinidade pll 0, °2N0

2' 0' 1'0/ SiO/'3

(0C) (m) (ups) ml L· I (%) ~lM ~lM ~lM il M

Periodo seen

8M 26,50 0.40 29.98 8,10 4.35 91.94 0,18 15,93 0,37 90.33E 28.00 0,60 27,70 8.10 4,14 88,62 0.18 14,89 0.32 122,76PM 21.00 0.40 33.70 8.26 5.35 116.31 0.20 14,28 0.23 34.53VZ 26.00 0.60 29,13 8.29 5.52 114.72 0.25 15.66 0.27 25.46X 26.9 0.50 30.13 8,19 4.48 102.89 0.20 15,19 0.29 68.27

8M 27.00 1,50 27,98 8,04 4,14 87,13 0,24 15,27 0,42 87,192 EN 28,00 1,65 20,27 8,02 3.80 77,76 0,20 16,06 0,47 73,94

PM 28,00 1,75 27,41 8,26 5,47 116.61 0,18 15,33 0,35 43,94VZ 26,50 0.65 32.50 8,27 5,30 113,51 0,20 16,06 0,52 57,89X 27,38 1.39 27,04 8,15 4.68 98,75 0,21 15,68 0,44 65,74

8M 27.50 0.35 15.99 7,74 4.36 86.25 0,13 14,79 2.12 194,6\3 EN 30.00 0.30 15,99 7,94 5.39 111,49 0.33 14,45 2.32 189,38

PM 30,00 0.50 15,13 8,12 5.51 113.40 0.26 14.66 3,06 153.11VZ 29.00 0,35 17,70 8,09 6.41 131.99 0,24 14,09 2,07 180,66X 29,13 0,38 16,20 7,94 5,42 110,78 0,24 14.49 2,39 179,44

Periodo ehuvoso

8M 27.00 1,20 16.00 8.02 4.10 87,57 0,48 1,71 2.28 60,59EN 28.00 1.60 13,70 8.30 4,55 80,64 0,42 1,45 1,80 64,14PM 26.00 1.30 35,30 8.43 4.88 90,14 0,13 1,31 0,25 18.03VZ 26,00 1,10 30,80 8.17 4,16 105,42 0,21 1,91 0,57 44,04X 27,75 1,30 23,95 8,23 4,42 90.94 0,31 1,60 1,23 46,70

8M 27,00 1.70 26.30 8,15 3,52 81.97 0.25 1,67 0,84 70,642 E 28.00 1.80 15,40 8,30 3,89 73.39 0.27 1.42 1.80 145.12

PM 26.00 0.70 34,10 8,42 4.88 77.72 0.19 1.22 0.09 12.12VZ 26.00 1.50 30.80 8,17 3.89 104.52 0.27 1,21 0.09 52.31X 26.75 1.43 26.65 8.26 4.04 84.40 0.25 1.38 1,36 70,05

8M 27,00 0,60 11,20 8,64 3,89 62,74 0,19 0,95 2,16 189,453 EN 28.00 0,70 9,90 8,95 5,20 74.45 0,21 0,91 2.82 204,82

PM 28.00 0.50 10.50 9.05 4.88 100.64 0.17 0.92 2.76 378,02VZ 25.00 0.50 9.00 8.79 3.44 95.33 0.29 1.15 3.19 181.77X 27.00 0.57 10.15 8,86 4.35 83.29 0.22 0.98 2,73 238,52

poluiyao hidrica no estado devido ao grande nlll11erOde unidades implantadas e da pequena vazao doscorpos receptores. A situayao agrava-se ainda maisporque a maior parte das atividades destas indllstriasocon'e no periodo de verao quando a vazao dos rios eainda mais reduzida. A maior transparencia da aguano perfodo chuvoso favoreceu, provavelmente, autilizayao dos nutrientes 0 que resultou numa maiordensidade fitoplanct6nica e maiores teores declorofila-a.

A salinidade apresentou amplitude de variayaode 25,73, sendo os valores mais elevados registradosno periodo seco e nas estayoes 1e 2 (tabela 2) devido

amaior proximidade destas estayoes com a boca dabarra e da topografia local que favoreceram maiorpenetrayao de aguas marinhas. 0 pH da aguaapresentou-se alcalino em todas as amostras coletadas,com valores mais elevados no perfodo chuvoso. 0aumento nos valores do pH durante 0 periodo chuvosodeve-se, provavelmente, a maior atividadefotossintetica visto que neste periodo foram registradosos maiores teores de clorofila-a e maior densidadefitoplanct6nica.

o oxigenio dissolvido e a taxa de saturayao deoxigenio nao apresentaram variayao sazonal bemdefinida, estando mais relacionados com os

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E.M. Melo-Magalhaes, M.L. Koening & C.L. Sant"Anna: Filopl<incton e variaveis ambienlais no sistema estllarino-Iagllnar em Alagoas 77

movimentos das mares. Durante a baixa-mar foramobservados os valores mais baixos em virtude da maiorinfluencia fluvial e durante a preamar os valores forammais elevados em decorrencia dos processosdominantes de mistura pela penetras;ao das aguasmarinhas. De maneira geral 0 ambiente apresentouvalores de oxigenio dissolvido entre 6,41 mL L- 1 a3,44 mL L- 1 e os valores de saturas;ao estiveram entresaturados e supersaturados, tanto no perfodo secoquanta no chuvoso (tabela 2), 0 que evidencia ambientebem oxigenado. Altos valores de oxigenio dissolvidona area em estudo foram tambem encontrados pOl'outros autores como Caraciolo (1996), Le Campion(1991) e Macedo et al. (1987).

Os valores registrados para os sais nutrientesforam mais elevados no periodo chuvoso, com exces;aodo nitrato que apresentoumaiores valores no perfodoseco, chegando a atingir 16,05 ~M (tabela 2).

Os valores mais elevados de sais nutrientes noperiodo chuvoso devem-se, provavelmente, ao maior

aporte de agua doce no estuario, tanto em decorrenciada contribuis;ao dos rios, quanta pela lixivias;ao dostabuleiros costeiros que circundam este sistemaestuarino trazendo os nutrientes e fertilizando aslagunas. Os valores de nitrito, fosfato e silicato, obtidosno presente estudo, foram considerados semelhantesaqueles descritos em outros trabalhos realizados naregiao do sistema estuarino-Iagunar de Munda(tIManguaba (Macedo el al. 1987, Machado 1989,Caraciolo 1996) e em estuarios do estado dePernambuco (Flores-Montes el al. 1998, no Canal deSanta Cruz, Itamaraca e Travassos el a/. 1991/1993,no estuario do rio Capibaribe).

Composis;ao do fitoplancton - 0 microfitoplanctonesteve representado pOI' um total de 113 taxons nosdois periodos de estudo, distribuldos entre as divis5esCyanophyta (12), Euglenophyta (3 ), Pyrrophyta (6 ),Chrysophyta (82) e Chlorophyta (10), com a predomi­nancia de especies marin has neriticas em todas asestas;oes (tabela 3).

Tabela 3. FreqLh~ncia de ocorrencia e habitat do microfitoplancton presente nas tres estayoes do sistema estuarino-Iagunar de MundaulManguaba, em periodo seco (dezembro/1997) e chuvoso (julho/l 998). MF = Muito FreqUente, F = FreqUente. PF = Poueo FreqUente,E = Esporadicas, - = Ausencia de Dados. MO = Marinha Oceanica, MN = Marinha Neritiea, D = Dulciaquicola, 1,2,3 = estayoes deocorrencia.

Especies FreqUcncia (%) I Categorias Habitat

periodo seco periodo chuvoso MO MN D

ChlorophytaActinastrum hant::schii Lagerh. 33,3 PF 33,3 PF 3Cladophora sp. 8,3 EClosterium sp. 8,3 EEudorina elegans Ehr. 16,7 PF 8,3 E 2,3Micrasterias sp. 8,3 EPediastrum biwae Negoro 8,3 E 3Pediastrlllll simplex Meyen 16,7 PF 3Scenedesmus quadricauda (Turpin) Breb. 8,3 E 3Spirulina sp. 16,7 PFStaurastrum leptocladulJI Nords!. 16,7 PF 3Tetraspora sp. 8,3 E

ChrysophytaAchnanthes brevipes Agardh 16,7 PF 8,3 E 1,2.3Actinocyclus normanii (Greg.) Ilustedt 75.0 MF 83,3 MF 1.2,3Actinoptychus roperii (Breb.) Grunow 8.3 E 1.2Actinoptychus senarius (Ehr.) Ehr. 8,3 E IActinoptychus splendens (Shadbolt) Ral Is 16,7 PF IAmphora angusta Greg. 66.7 F 66.7 F 1.2.3Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round 25.0 PF 33.3 PF 1,2.3 1.2.3rlsterolampra llza/~vlandica Ehr. 16.7 PF 8,3 E 1.2.3Asteromphalus arachne (Brcb.) Ralls 8.3 E 25.0 PF 1,3Aulacoseira granlilata (Ehr.) Ralls 25,0 PF 16.7 PF 1.2,3Auliscus caelatus Bai ley 33.3 PF 8.3 E 1.2,3Bacillaria paxili(era (O.F. MUlier) Ilendey 8.3 E IBacteriastrum delicatulum Cleve 41.7 PF 1.3

Page 6: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

78 Hoehnea 3\ (\), 2004

Tabela 3. (can!.)

Especies Freqliencia (%) I Categorias Habitat

perfodo seco perfodo ehuvoso MO MN 0

Bellerochea malleus (Bright.) Van Ileurck 33.3 PF 66.7 F 1.2Biddulphia biddulphiana (W Smith) Boyer 16.7 PFBiddulphiopsis lillana (Grunow) Von Stoseh & 8,3 E 8.3 E 1,3

SimonsenBleakeleya nolala (Grunow) Round 8,3 E 1Campylodiscus c1ypeus Ehr. 8,3 E 1

Campyloneis grevillei (W Smith) Grunow 8,3 E 1Ceralaulus lurgidus Ehr. 25,0 PF 41,7 F 1.2Chaeloceros Jeres Cleve 50.0 F 25,0 PF 1.2Chaeloceros peruvianus Bright. 8,3 EChaeloceros p. 25,0 PF 8,3 EClimacodiumfrauenfeldianum Grunow 25,0 PF 1,3Climacosphenia moniligera Ehr. 50,0 F 1,2Cocconeis sculellum Ehr. 16,7 PF ICoscinodiscus cenlralis Ehr. 58,3 F 58,3 F 1,2 1,2

Coscinodiscus oculus-iridis Ehr. 33,3 PF 25,0 PF 1,3Coscinodiscus sp. 66,7 F 66,7 FCye/olella lIIeneghiniana Klitz. 25,0 PF 8,3 E 3

Cyclolella stylorulII Bright. 25,0 PF 1.2,3Cylindrolheca c10slerium (Ehr.) Reimann & Lewin 66,7 F 41.7 F 1.2,3

Delphineis amphiceros Ehr. 50,0 F 50,0 F 1,3

Dictyochajiblila Ehr. 16,7 PF 25,0 PF 1,2

Diploneis bombus Ehr. 33,3 PF 33,3 PF 2,3

£nlomoneis alala Ehr. 66,7 F 50,0 PF 1,2,3

£unolia didyma VQl: luberrosa Hustedt 16,7 PF 3

Fragilaria sp. 50,0 F 41,7 FCrammalophora hamulifera Klitz. \6,7 PF 16.7 PF 1,2,3Crammalophora marina (Lyngbye) Klitz. 25.0 PF 16,7 PF 1,2,3Cyrosigllla ballicum (Ehr.) Rabenh. 41,7 F 66,7 F 2,3Hemialilus membranaceus Cleve 8,3 E 2/-femidiscus sp. 8,3 EHyalodiscus sublilis Bailey 8,3 E 1

ISlhmia enelTis Ehr. 8,3 E 1Leplocylindrus danicIIs Cleve 8.3 E 2Lyrella lyra (Ehr.) Karajeva 8,3 E 25.0 PF IMaslogloia binolala (Grunow) Cleve 8.3 E 8.3 E 2,3

Maslogloiajimbriala (Bright.) Cleve 8,3 EA1aslogloia splendida (Greg.) Cleve & Moller \6,7 PF 8,3 E 1,3A1elosiramonillformis (0. Mliller) Agardh 66.7 F 33,3 PF 1.2,3

Navicula marina Ralfs 33,3 PF 1,2,3

Nil::.schia compressa (Bailey) Boyer 8,3 E 3

Nil::.schialoren::.iana Grunow 41,7 F 25,0 PF 1,2,3

Nil::.schia sigma (Klitz.) W. Smith 50,0 F \6.7 PF \.2,3

Nil::.schia sigmoidea (Nitzseh) W Smith 8,3 E 2

Odonlella longicruris (Grev.) Iloban 16,7 PF 2

Odonlella aurila (Lyngbye) .Agardh 33.3 PF 1,2

Odonlella lIIobiliensis (Bailey) Grunow 8.3 E I

Odonlella regia (Schultz) Ilendcy 16.7 PF 16,7 PF 3

Paralia sulcala (Ehr.) Cleve 33,3 PF 25.0 PF 1.2Pelroneis hlllllerosa (Breb.) Stickle & Mann 33.3 PF 3

Pinnularia nobilis Ehr. 16.7 PF 1.2Podosira sle/liger Bailey 41,7 F 1,2.3

Proboscia a/ala (Bright.) Sundstrom \6,7 PF 16.7 PF 1.2,3

Psalllmodiclyon pandllriforllle (Greg.) Mann 25.0 PF 8.3 E 2.3

Rhabdonelllo adrialiclIlII Klitz. 8.3 E 8.3 E 1.3

RhabdonelllO punclallllli (Harvey & Bailey) Slodder 8.3 E 8.3 E 1.3

Page 7: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

E.M. Mclo-Magalhaes, M.L. Kocning & c.L. Sant' Anna: Fitoplancton c variavcis ambicntais no sistema cstuarino-Iagunar cm Alagoas 79

Tabcla 3. (cont.)

Espeeics Frcqlicneia (% ) / Catcgorias Habitat

pcriodo seco periodo ehuvoso MO M 0

Rhi::osolenia imbrica/a Bright. 25.0 PF 8,3 E 1.2.3Rhi::osolenia s/yli/ormis Bright. 16,7 PF 2Rhopalodia musculus (Klitz.) Mliller 16,7 PF 2Skele/onema cos/alum cos/a/lllll (Grev.) Clcve 58.3 F 100,0 MF 1.2.3Surirel/a Jas/uosa Ehr. 58.3 F 8.3 E 1.2.3Surirel/aJebigerii Lcwis 8.3 E 1Surirel/a rora/a Frcnguclli. 58,3 F 1,2.3Synedra ulna (Nitzseh) Ehr. 58,3 F 25,0 PF 1,2,3Terpsinoe musica Ehr. 8.3 E 1Thalassiosira eccen/rica (Ehr.) Clcve 100,0 MF 100,0 MF 1,2.3Thalassionema nitzschioides (Grunow) Mercseh. 8,3 E 25,0 PF 1,2Thalassiosira lep/opus (Grunow) I-Iasle & 50,0 F 66,7 F 1,2,3 1,2,3

G.FryxellTricera/ium an/ediluvianum (Ehr.) Grunow 8,3 ETricera/iulllJavus Ehr. 8.3 E 2Tricera/ium pen/acrinus (Ehr.) Wallieh 8,3 E 16.7 PF 1,2Tropidoneis seria/a Cleve 25,0 PF 16,7 PF 1,2,3

CyanophytaAnabaena spiroides Kleb. 66,7 F 50,0 F 1.2,3Anabaenopsis circularis (G.S. West) Wolosz. 58.3 F 41,7 F 1.2.3Aphani::omenon sp. 50,0 F 83.3 MFCylindrosperlllopsis raciborskii (Wolosz.) 16.7 PF 3

Secnayya & Subba RajuLyngbya con/or/a Lemm. 25,0 PF 1.3Lyngbya sp. 50,0 F 66,7 FA1icrocys/is aeruginosa (Klitz.) Lemm. 16,7 PF 91.7 MF 1,2.3Oscil/a/oria sanc/a (Klitz.) GOlllont 91.7 MF 66,7 MF 1,2,3Oscil/a/oria subbrevis Schill. 8,3 E 41,7 PF 1,2,3

EuglcnophytaEuglena sp. 33,3 PF 16,7 EPhacus sp. 8,3 ETrachelolllonas sp. 16,7 PF 8,3 E

PyrrophytaAmphisolenia sp. 16,7 PF

Cera/iumJurca (Ehr.) Clapan':de & Laehlll. 16,7 PF 8,3 E 1,2Cera/ium!usus (Ehr.) Dujardin 16.7 PF 1Cera/ill/II /ripos (O.F. Mliller) Nitzseh 8,3 E 8,3 E 2Prorocen/rum micans Ehr. 33,3 PF 1,2,3Pr%peridinium spp. 83,3 MF 83.3 MF

A grande mistura entre os tluxos marinhos elimneticos e as caracteristicas fisico-quimicaspeculiares aos estuarios tropicais, contribuiram para adiversidade fitoplanctonica registrada nos canais dosistema estuarino lagunar Mundall/Manguaba, estandoa mesma representada principalmente pOI' diato­maceas. 0 sucesso das diatomaceas deve-se it suanatureza eurihalina e it sua preferencia pOI' ambienteseutr6ficos, caracteristicas dos ambientes estuarinos.

No periodo seco registrou-se a ocorrencia de 94taxons dentre os quais Coscinodiscus cenlra/isEhrenberg foi considerada dominante na vazante da

estaS;30 I, representando 71,36% (figuras 2-3). Noperiodo chuvoso, 0 nllmero de taxons foi menor (79)e as especies dominantes foram Skelelonemacoslalum (Grev.) Cleve na baixa-mar (98,63%),enchente (97,28%) e preamar (77,01%) na estaS;301; Thalassiosira eccenlrica (Ehr.) Cleve,representando 95,50% na preamar na esta<;3o 2 eMicrocyslis aeruginosa (KLitz.) Lemm., repre­sentando 73,96% na baixa-mar e 70,80% na enchentena estaS;30 2 (figuras 2, 5, 6, 7). Na estaS;30 3 n30 foiobservada a ocorrencia de especies dominantes(figura 2).

Page 8: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

80 Iloehnea 31 (I), 2004

Figura 2. Yariac;ao da abundancia rclativa (%) das especiesdominantes (Coscinodiscus cenlralis. Skelelonellla coslalulII.Thalassiosira eccenlrica e Aticrocyslis aeruginosa) no sistemaestuarino-Iagunar de Mundall/Manguaba. nos periodos seeD(dezembro/1997) e chuvoso (julho/1998). m JIIicrocyslisaeruginosa, El Skekelonellla coslallllll . • CoscinodisclIs cenlralis.

Thalassiosira eccenlrica.

(figura 6) e a cianoficea Microcystis aeruginosa noperiodo chuvoso.

A maioria dos taxons fitoplanctonicosidentificados no presente estudo (75 taxons) e deorigem marinha neritica e/ou oceanica (tabela 3),evidenciando-se a forte influencia de aguas marinhascosteiras nos canais do sistema estuarino lagunarMundall/Manguaba. Este fa to foi tambem verificadopOI' outros autores em areas estuarinas (Flores­Montes et af. 1998, Lacerda et af. 1998 e Santos­Fernandes et al. 1998). A presenya de especiesdulciaquicolas e maior na estayao 3, on de apenetrayao das mares e mais reduzida devido aconfigurayao dos canais neste sistema estuarinolagunaI'.

Observou-se acentuada variayao na densidadecelular do fitoplancton em relayao as estayoes decoleta e aos periodos estudados, evidenciando-seaumento progressivo da densidade, da estayao I paraa estayao 3, nos dois periodos. Os maiores valoresde densidade foram registrados durante 0 periodochuvoso nas tres estayoes (tabela 4). As maioresdensidades do grupo das cianoficeas foramregistradas no periodo chuvoso, chegando a atingirdurante a baixa-mar na estayao 3, 1.415 x 103cel L- 1

(figura II); as euglenoficeas tambem estiverammelhor representadas na estayao 3, durante 0 periodochuvoso com densidade maxima de 635 x 103cel L- 1

;

as dinoficeas e os fitoflagelados apresentaram baixasdensidades nos dois periodos; 0 grupo dasdiatomaceas apresentou densidades mais elevadasna estayao 3 no periodo seco (maxima de 1.100x 103 cel L'I na mare enchente), figura II; ascloroficeas registraram tambem maiores densidadesna estayao 3, durante 0 periodo seco com um maximode 1.635 x 103ce i L'I na preamar. A concentrayaode clorofila-a tambem foi mais elevada no periodochuvoso nas tres estayoes de coleta. 0 valor minimo(1,07 mg m'3) foi observado na preamar da estayaolena vazante da estayao 2 durante 0 periodo seco,e 0 valor maximo (36,70 mg m,3) na vazante daestayao 3 no periodo chuvoso.

Em areas tropical e subtropical, 0 regime deprecipitayao apresenta-se como sendo 0 maior fatorcontrolador da distribuiyao, abundancia e dinamicasazonal do fitoplancton estuarino (Sassi 1991).Flutuayoes sazonais de densidade, biomassa eproduyao fitoplanctonica em estuarios e areas costeirasdo Brasil tem sido freqUentemente associadas aprecipitayao pluviometrica (Santos-Fernandes et al.

PM VZ

Periodo chuvoso

8M EN PM VZ

Periodo chuvoso

8M E

Estac;ao I

Estac;ao 3

8M EN PM VZ

Periodo seco

10090 j

80 1

7060 ,

oo 50

403020 '10o .0

8M EN PM VZ

Periodo seco

100 Estac;ao 29080 ;

70 1

060

o 50 '

~,Jll40

30

~20 I

I~ J8M EN PM VZ 8M EN PM VZ

Perio 0 seco Periodo chuvoso

100

90

80

7060 .

~ 5040

30

20 "10o 1

Foram consideradas muito freqUentes (tabela 3),nos periodos seco e chuvoso as especies dediatomaceas Thalassiosira eccentrica (figura 5),Actinocyclus normanii (Gregory) Hustedtf. normanni (figura 4) e 0 genero dinoflageladoProtoperidinium (figuras 9-10); a cianoficeaOscillatoria sancta (KUtz.) Gomont (figura 8) noperiodo seco; a diatomacea Skeletonema costatum

Page 9: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

E.M. Mclo-Magalhacs, M.L. Koening & c.L. Sant'Anna: Fitoplancton c variilveis ambientais no sistema cstuarino-Iagunar em Alagoas 81

Figllras 3-1 O. Espccics fitoplanct6nicas dOlllinantes e Illllito frcqUcntcs. 3. Coscinodiscus cenlralis. 4. AClinocyclus norl1lanii r. norlllanni.5. Thalassiosira eccen/rica. 6. Skelelolllellla coslalulII 7. JIIicrocyslis aeruginosa. 8. Oscillaloria sancia. 9-10. ProloperidiniulII spp.

Page 10: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

82 Iloehnca 31 (I). 2004

Tabela 4. Densidadc total (x 103 cel L· 1) clorofila-a (mg. m-3), divcrsidadc (bits cei"l) e equidade do fitoplancton nas csta90cs de colctano sistema estuarino-Iagunar de Mundali/Manguaba, durante os ciclos de mares (BM = baixa-mar, EN = enchente. PM = preamar eYZ = vazante) em periodo seco (dezcmbro/l997) e chuvoso Uulho/l998).

Periodo seco Perfodo chuvoso

Perfodo/ Mare BM EN PM YZ X BM EN PM YZ X

Esta9ao 1

Densidade Total 95 270 565 135 266 595 1.075 170 325 541Clorofila-a 1.87 4.27 1,07 1,34 2.13 13,10 8.38 3.50 1,60 6.65Diversidadc 3.65 2,91 3.12 1.59 2.81 0.15 0.24 1,16 2,46 1.00Equidade 0,72 0,66 0,66 0.36 0,60 0,03 0,06 0,25 0,47 0,20

Esta9ao 2

Densidade Total 130 190 260 250 207 1.975 1.915 270 605 1.191Clorofila-a 1,91 9,35 1.87 1.07 3,55 12.10 12,10 11,00 4,30 9,88Diversidade 4.02 2,31 2.99 1,69 2,75 1.69 1.73 0.34 3.03 1.70Equidade 0.87 0,55 0.59 0.37 0,59 0.37 0.41 0,07 0,63 0.37

Esta9ao 3

Densidade Total 1.375 3.055 2.510 1.435 2093 1.635 3.315 2.225 2.470 2.411Clorofila-a 2,67 5,59 6,4\ 4,45 4,78 31.00 17,80 23,50 36,7 27,25Diversidade 3,61 3.24 2,63 3,03 3.12 3.38 2,29 2.41 2,39 2,62Equidade 0,78 0.66 0.56 0,62 0,65 0.72 0,59 0.53 0.51 0.59

1998). Segundo Eskinazi-Leya el al. (1997),0 aumentoda densidade fitoplanctonica (celulas/litros) durante 0

periodo chuvo 0 e caracteristico de regi6es costeirascom pouca influencia terrfgena. Este comportamentofoi observado em outras regi6es do Nordeste brasileiro:em aguas costeiras da Paraiba (Sassi 1991), na Baiade Suape (K ening & Eskinazi-Leya 1991), naPlataforma Continental NOlie de Pernambuco (Gomes1991) e no estuario do rio Jaguaripe-PE (Santos­Fernandes e/ al. 1998).

A diversidade e eqi.iidade de especiesfitoplanctonic s (tabela 4) apresentaram valores entre0,15 bits cel- I e 0,03, respectivamente, na baixa-marda estayao I no periodo chuvoso a 4,02 bits cel- I e0,87, respectivamente, na baixa-mar da estayao 2 noperiodo seco. A estayao 3 apresentou os valores maiselevados de diversidade nos dois periodos com valoresentre altos (3,61 bits cel- I com eqi.iidade de 0,78) amedios (2,29 bits cel-\ com eqUidade de 0,59),evidenciando distribuiyao eqi.iitativa das especiesfitopJanctonicas.

o grau de complexidade da estrutura de umacomun idade e ind icado, pela d iversidade de suasespecies, considerando 0 nLlmero de taxons e a

equitabilidade, isto e, a distribuiyao dos individuos nostaxons. Quando a comunidade e dominada pOI' umaou poucas especies, a diversidade decresce (Omori& Ikeda 1984). De maneira geral, no presente estudo,a diversidade especifica foi considerada alta, comvaJores mais elevados no periodo seco, significandouma comunidade em maior equilibrio. No periodochuvoso, a diversidade foi baixa em areas com 0

predominio de uma determinada especie, como foi 0

caso de Skele/onema cos/alum e de Thalassiosiraeccen/rica que alcanyaram um maximo de 98,67%e 95,50%, respectivamente.

Na analise de agrupamento das unidadesamostrais com base nos fatores abi6ticos houvedi ferenyas sign ificativas entre as amostras (0,81) coma presenya de dois grupos. Grupo I subdividido emdois subgrupos: subgrupo a incluindo amostras dabaixa-mar e preamar dos dois periodos estudadosnas tres estay6es, e subgrupo b que associou apenasas amostras do periodo chuvoso, das estay6es I e 2 .o grupo 2 associou as amostras das mares vazante eenchente (figura 12).

Apesar da presenya de fontes poluidoras naregiao, tais como Iixo, esgotos domesticos, indLlstrias

Page 11: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

E.M. Melo-Magalhilcs, M.L. Kocning & C.L. Sant'Anna: Fitoplancton c variavcis ambicnlais no sistcma cSlllarino-laglinar em Alagoas 83

x

Cianoficeas

1.800 l1.600 11.400 l

~1.200 -j.,1.000 1

r~u 800 4o 600 Ix 400 J J

20~ l-ci r ,-nI_..d3~-r

Euglenoficeas

1.800 J1.6001.400,

~ 1.200 I

.., 1.000 1

u 800,'0

600 I J-400 1

20~ L---'-~T-,~r----r-.lr ~ ,-.J,...J!l-,BM EN PM VZ

Periodo seco

Dinoficeas

BM EN PM VZ

Periodo ehuvoso

BM EN PM VZ

Periodo seeD

Diatomaceas

BM EN PM VZ

Periodo ehuvoso

1.800

1.600

1.400~ 1.200 ..,u 1.000 -

'6x 800

600400

200

1.800 ]1.600 .1.400 11.200 I

~ 1.000 i

~ if! iJ~ J~o· -,

8M EN PM VZ

Periodo seeD

Fitoflagelados1.800 11.600 i1.400 ~

1.200~ 1.000u 800 IU

'0 600x

400 ' I200 ' -,

8M EN PM VZ

Periodo seco

8M EN PM VZ

Periodo ehuvoso

8M EN PM

Pcriodo ehuvoso

VZ

BM EN PM VZPeriodo seeo

Cloroficeas

8M EN PM VZPcriodo seeD

BM EN PM VZPeriodo ehuvoso

_ -=El r .J:EL~ -..EI8M EN PM VZ

Periodo ehuvoso

Figura 1I. Densidadc (x 103 ecl L· 1) dos grupos do fitoplanetonnas cstac,:6cs dc eolcta no sistcma cstuarino-Iagunar dc Mundali/Manguaba.

durantc os eielos dc mares (8M = baixa-mar. EN = cnehcntc. PM = prcamar c VZ = vazantc) cm pcriodo sceo (dezcmbro/l997) cehu voso (j ulho/1998).• = Estac,:ao I: = Estac,:ao 2: §I = Estac,:ao 3.

Page 12: FitopHincton e variaveis ambientais nos canais do sistema

84 Hoehnca 31 (I), 2004

Literatura citada

Figura 12. Agrupamento das unidades amostrais do sistemaestuarino-Iagunar de Mundau/Manguaba em periodo seeo(dezembro/1997) e chuvoso Uulho/1998) com base nos pariimetrosabioticos. (1 e 2 = grupos. a e b = subgrupos. E 1, E2 ou E3 =estac;:oes de coletas. BM = baixa-mar,VZ = vazante, PM =preamar e EN = enchente, S = periodo seco e C = periodochuvoso).

sucro-alcooleiras, matadouros, olarias, polo cloroqui­

mico, industria de fertilizantes e da lixiviayao de fertili­

zantes e agrot6xicos, nossos resultados indicam que a

regiao dos canais encontra-se preservada pois nao

foram observadas durante 0 periodo de estudo

florayoes de algas cianoficeas (Melo-Magalhaes el al.1998), que normalmente afetam as lagunas deste

ecossistema.

Bourrelly, P. 1970. Les algues d'eau douce: initiation it lasystematique, 3: les algues bleues et rouges, lesEugleniens, Peridiniens et Cryptomonodines. EditionsN. Boubee, Paris, v. 3, 512 p.

Bourrelly, P. 1972. Les algues d'eau douce: initiation it lasystematique, I: les algues vertes. Editions N. Boubee,Paris, v. 1,572 p.

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