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Florida Christian University – FCU
Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu
Doctor of Philosophy in Business Administration
Cláudio de Almeida Fernandes
Um modelo de gestão para MPE,s:
da concepção da idéia ao gerenciamento empresarial
Florida
2011
2
Florida Christian University – FCU
Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu
Doctor of Philosophy in Business Administration
Claudio de Almeida Fernandes
Um modelo de gestão para MPE,s:
da concepção da idéia ao gerenciamento empresarial
Trabalho apresentado ao Curso de Pós-Graduação Strictu Sensu, Doctor of Philosophy in Business Administration, como requisito parcial para obtenção do título de “Doctor/Ph.D”, área de concentração: Administração, da Florida Christian University – FCU, sob orientação da Prof. Drª Claudia Bock.
Florida, USA
2011
3
Florida Christian University – FCU
Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu
Doctor of Philosophy in Business Administration
TERMO DE APROVAÇÃO
Claudio de Almeida Fernandes
Um modelo de gestão para MPE,s: da concepção da idéia ao gerenciamento empresarial
Trabalho apresentado ao Curso de Pós-Graduação Strictu Sensu, Doctor of Philosophy in Business Administration, para apreciação da banca examinadora, composta pelos professores abaixo relacionados.
BANCA EXAMINADORA:
Profª Drª Claudia Bock - Orientadora
Profº Drº - Examinador
Profº Drº - Examinador
Profº Drº - Examinador
Profº Drº - Examinador
Parecer final:________________________________________________________________
Florida, USA, 28 de dezembro de 2011.
4
Dedico este trabalho a todos que contribuíram para sua realização.
5
AGRADECIMENTOS
O presente estudo é dedicado a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para sua
realização.
Aos professores que incansavelmente nos atenderam e apoiaram sem os quais não seria possível
tal realização.
A professora orientadora, Drª Claudia Bock, que com muita dedicação e apoio nos atendeu
prontamente.
Agradeço especialmente também a meus pais pela educação recebida, que apesar de muito rígida,
o seu intuito era me transformar em cidadão, em uma pessoa respeitadora e digna, para assim
conquistar esse patamar em minha vida.
A meus avós maternos - in memoriam - pelo carinho recebido e pela fé em minha capacidade de
realização e também aos avós paternos – avô in memoriam.
Ao amigo internacionalizado e Profº da FACCAMP de São Paulo, Carlos Roberto Assakava, pela
confiança, amizade e pelo incentivo constante recebido, e de seus familiares.
Aos amigos, diretores, professores e alunos próximos da UNIPAC Uberlândia, especialmente do
Curso de Administração, como também da direção e colaboradores próximos do Sahtten, pelo
apoio, disponibilidade e incentivo de sempre.
Aos familiares em geral, pais e irmãos-essenciais na realização deste, à namorada Cláudia Maria
da Silva, amigos, colegas de trabalho e pessoal, e tantas outras pessoas que passaram em minha
vida, o meu muito obrigado pelo apoio e pela palavra amiga proferida em momentos de
dificuldades.
Àqueles que por ventura foram esquecidos, o pedido de desculpas e o agradecimento sincero pelo
lapso de memória.
O idealizador desse trabalho está aberto a críticas ou sugestões para o seu aperfeiçoamento.
6
O mundo pertence a quem se lança de coração em tudo o que faz
Prof. Gretz
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 11
2 EMPREENDEDORISMO................................................................................................................. 13
2.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL............................................................................................. 14
2.2 O PERFIL DO EMPREENDEDOR........................................................................................
19
2.3. COMPORTAMENTOS EMPREENDEDORES................................................................................. 24
3 PLANO DE NEGÓCIOS (PN).............................................................................................................. 28
3.1 ESTRUTURA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS......................................................................... 30
3.2 MONTAGEM DO PLANO DE NEGÓCIOS................................................................................. 33
3.3 DESCRIÇAO DO NEGÓCIO......................................................................................................... 38
4 MODELO DE GESTÃO EMPRESARIAL PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA................. 76
4.1 GESTÃO DE PESSOAS......................................................................................................... 82
4.2 GESTÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES................................................................................... 86
4.3 GESTÃO DE COMPRAS E CONTROLE DE ESTOQUES........................................................... 93
4.4 GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA............................................................................... 103
4.5 GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO E ORÇAMENTO DE CAPITAL........................................... 152
4.6 GESTÃO DE MARKETING.......................................................................................................... 194
4.7 GESTÃO DA TECNOLOGIA E SEU IMPACTO NO NEGÓCIO............................................... 209
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................... 212
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 215
ANEXOS.................................................................................................................................................... 221
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figuras
Figura 2.1 Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por regiões do país. 14
Figura 2.2 Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por regiões do país.
15
Figura 2.3 Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade da Federação 16
Figura 2.4 Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade da Federação.
16
Figura 2.5 Atividade Empreendedora Total e por Tipos Segundo Países – 2008 23
Figura 2.6 Empreendedorismo Por Oportunidade e por Necessidade, Segundo Paises - 2008 24
Figura 4.1 Alterações nos estágios de crescimento de uma MPE 77
Figura 4.2 Alterações nos estágios de crescimento de uma MPE 89
Figura 4.3 Fluxograma de preparação (exemplo) 90
Figura 4.4 Fluxograma em formato de diagrama de execução de atividades produtivas. 91
Figura 4.5 Formulário para controle de estoque e compra. 98
Figura 4.6 Planinha eletrônica para controle de estoque e compra. 99
Figura 4.7 Métodos de atribuição de preços ao estoque. 102
Figura 4.8 Os usuários da contabilidade e os tipos de informações requeridas. 105
Figura 4.9 Origens e Recursos de Capital 108
Figura 4.10 Demonstração gráfica do Balanço Patrimonial (BP) 109
Figura 4.11 Representação gráfica de Fluxo Econômico e Fluxo Financeiro 119
Figura 4.12 Representação do tripé decisorial. 120
Figura 4.13 Estrutura do Plano de Contas Analítica. 122
Figura 4.14 Estrutura do Plano de Contas e BP e DRE. 125
Figura 4.15 Estrutura do Livro Diário. 127
Figura 4.16 Estrutura do Livro Caixa. 130
Figura 4.17 Estrutura do Livro de Contas Correntes. 131
Figura 4.18 Estrutura da Conta T ou Razonetes. 132
Figura 4.19 Estrutura do Balancete de Verificação. 133
Figura 4.20 Surgimento do DRE e Balanço, oriundas do Balancete de Verificação. 134
Figura 4.21 Surgimento do DRE e Balanço, oriundas dos Registros Contábeis. 134
Figura 4.22 Contas em constante movimentação. 136
Figura 4.23 Localização da Conta Ativo Permanente no BP. 139
Figura 4.24 Localização da Conta Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo (ELP) no BP. 140
Figura 4.25 Localização da Conta Patrimônio Líquido (PL) no BP. 142
Figura 4.26 Balança de equilíbrio dos dois lados (Ativo x Passivo). 143
Figura 4.27 Estrutura patrimonial e de resultados. 144
Figura 4.28 Tipos de relatórios contábeis. 145
9
Figura 4.29 Estrutura patrimonial e de resultados. 147
Figura 4.30 Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 148
Figura 4.31 Vantagens e Desvantagens do Payback. 160
Figura 4.32 Vantagens e Desvantagens do VPL. 161
Figura 4.33 Vantagens e Desvantagens do TIR. 163
Figura 4.34 Característica do Capital de Terceiros x Próprio. 178
Figura 4.35 Alavancagem financeira. 181
Figura 4.36 Fluxo de valor da empresa. 182
Figura 4.37 LPA x LAJIR. 183
Quadros
Quadro 2.1 Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por regiões e setores. 15
Quadro 2.2 Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, evolução por Unidade da Federação. 17
Quadro 2.3 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade da Federação e setores. 18
Quadro 3.1 Etapas x características x comportamentos do empreendedor 31
Quadro 3.2 Método de operação 49
Quadro 3.3 Análise da posição competitiva da empresa 51
10
RESUMO
UM MODELO DE GESTÃO PARA MPE,s:
DA CONCEPÇÃO DA IDÉIA AO GERENCIAMENTO EMPRESARIAL
A gestão empresarial é o processo administrativo de gerenciar recursos tangíveis e não, na busca do alcance dos objetivos organizacionais, por meio e através das pessoas, visando à lucratividade nos negócios, de forma ética, transparente, e sócio- ambientalmente responsável. Este estudo dissertou sobre a proposição de um modelo de gestão personalizado a realidade das micro e pequenas empresas, desde a concepção da idéia do negócio à gestão cotidiana da empresa, baseado na metodologia de plano de negócios, com o levantamento das vantagens de sua utilização como ferramenta para a criação ou montagem de um empreendimento, planejamento estratégico das organizações, obtenção de recursos financeiros e, estabelecimento de indicadores para o monitoramento da lucratividade da empresa, com o estímulo de novos negócios, gerando, entre outros beneficios, novas oportunidades de emprego, finalizando com a apresentação de um modelo gerencial das atividades diárias empresariais. Para tanto buscou-se na pesquisa bibliográfica combinado com o estudo de levantamento de campo, as principais características empreendedoras e os aspectos gerenciais de pequenas negócios segundo diversos autores, para subsidiar conceitualmente a formatação do modelo evidenciado, a fim de demonstrar a eficiência e aplicabilidade desta ferramenta de gestão, como meio de gerenciamento empresarial para as Micros e Pequenas Empresas (MPE,s) de forma profissional.
PALAVRAS-CHAVE: Empreendedor, Gestão Empresarial, Planejamento, Micro e Pequenas Empresas, Negócios.
Cláudio de Almeida Fernandes
11
INTRODUÇÃO
Na atualidade do mundo dos negócios, observa-se que as empresas estão diante de grandes
desafios devido às mudanças nesse ambiente de constante e elevada dificuldade, o que tem
exigido cada vez mais da gestão de tais organizações, e do planejamento estratégico para a
consecução dos objetivos empresariais.
Diante de tal situação, a companhias tem apresentado dificuldades de adaptação a esses novos
cenários – econômicos elevados e crescente competitividade, mudanças rápidas, surgimento
de novas tecnologias, obsolescência crescente - e sua capacidade e eficiência de gestão
empresarial são efetivamente afetadas por tais mudanças, e assim sendo, há a necessidade de
se propor outros métodos, a partir de novos conceitos estratégicos para o devido
realinhamento das atividades empresariais em um otimizado modelo que contemple os seus
anseios.
Dentro desse prisma o desenvolvimento e a implantação de um modelo parametrizado a
realidade das Micro e Pequenas Empresas (MPE,s) tornam-se cada vez mais importante no
processo de gestão empresarial, independentemente do porte da empresa.
Assim o objetivo geral desse estudo é a proposição de um modelo de gestão empresarial
dentro da realidade das MPE,s, baseado na metodologia de um plano de negócios, onde se
desenvolverá um modelo que possa ser utilizável pelos empreendedores dessas empresas, no
seu cotidiano. Especificamente, objetiva-se, otimizar e apontar os partes da gestão
administrativa e operacional, de marketing, mercados e financeira.
Justifica-se este estudo devido ao fato de que as MPE,s no Brasil, respondem por mais de
95% das empresas constituídas no país, empregando e absorvendo mais de 56% da mão de
obra, além de que esses empreendimentos são na sua maioria, em mais de 90% dos casos,
segundo estatísticas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), geridos pelo famílias, e dentre essas, sem o devido conhecimento gerencial
adequado, para lidar com o negócio de maneira profissional. Esses negócios são constituídos
12
normalmente, pela necessidade de sobrevivência da família, oriundos de recursos tais como,
acertos em empregos anteriores, conforme expõe Dornelas (2008), ao passo que deveriam
terem recebido uma análise mercadológica, para a mensuração adequada da oportunidade do
referido negócio.
Com esse estudo, espera-se uma maior compreensão da realidade de mercado, e como se
processa tal interação, e de resultado final objetiva-se uma formação mais sólida, e
conseqüentemente melhorar o espírito empreendedor e a empregabilidade, através de uma
preparação mais abrangente e aprofundada, e assim participar do processo de geração de
conhecimentos em gestão de empresas, de forma a enriquecer ainda mais a ciência
administrativa.
Para embasar o modelo proposto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica combinado com o
estudo de campo, com a coleta de dados secundários através de livros, artigos, revistas e
internet, e observação in loco do comportamento de MPE,s, além da experiência gerencial do
autor no setor, através da gestão e consultoria em diversas pequenas empresas realizadas pelo
mesmo, utilizadas no atendimento dos objetivos desse trabalho, com vistas a estabelecer
relações, identificar fatores para solucionar a deficiência de gestão desses empreendimentos,
onde é feito a análise da evolução do empreendedorismo e os comportamentos
empreendedores, com a descrição das principais ferramentas de gestão adotadas, baseados na
metodologia de um plano de negócios, propostos pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE).
Posteriormente é feito uma discussão dos resultados alcançados neste estudo, com a
proposição de um modelo de gestão empresarial para as atividades cotidianas, de forma a
evidenciar a sua efetividade operacional, e finaliza com as considerações finais, na qual são
elencadas as contribuições do modelo para empreendedores que fizeram uso do mesmo, no
qual é salientado que tal modelo sozinho não é a salvação dos problemas de gestão, são
necessárias outras ferramentas que juntas auxiliam as empresas a obterem êxito em seu ramo
de negócios. Encerra-se este, com o elenco das referências, as obras utilizadas na pesquisa e
construção desse estudo, e os anexos para maior clarificação e exemplificação da metodologia
proposta.
13
2 EMPREENDEDORISMO
O termo empreendedorismo possui vários conceitos, dentre eles citamos, aquele indivíduo que
detém uma forma especial, uma pessoa inovadora, de se dedicar às atividades de organização,
administração, execução; principalmente buscando uma geração de riquezas, na
transformação de conhecimentos e bens em novos produtos, mercadorias ou serviços; gerando
um novo método com o seu próprio conhecimento. É aquele profissional inovador que
modifica, com sua forma de agir, qualquer área do conhecimento humano. Também é
utilizado, no cenário econômico, para designar o fundador de uma empresa ou entidade,
aquele que construiu tudo a duras custas, criando o que ainda não existia.
O termo empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter no ano de 1950
como sendo uma pessoa capaz de fazer sucesso com inovações e com criatividade. Já, no ano
de 1967 com Kenneth E. Knight e em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de
risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio. E no ano 1985 com
Gifford Pinchot foi introduzido o conceito de Intra-empreendedor, uma pessoa
empreendedora mas dentro de uma organização
O conceito mais aceito hoje em dia é dada pelo estudioso de empreendedorismo (HISRICH;
PETERS; SHEPHERD, 2009). Segundo ele, empreendedorismo “é o processo de criar algo
diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas
da satisfação econômica e pessoal”. A satisfação econômica é resultado de um objetivo
alcançado (um novo produto ou empresa, por exemplo) e não um fim em si mesma. O termo
empreendedor ou entrepreneur surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o
objetivo de designar aquelas pessoas que estimulavam o progresso econômico, pessoas
ousadas, buscavam novas e melhores formas de agir.
14
2.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
O empreendedorismo no Brasil começou a ganhar força na década de 1990, durante a abertura
da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição
importante para o país voltar a crescer, mas trouxe problemas para alguns setores que não
conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de
confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país precisou mudar.
Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e
voltar a crescer.
O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a economia,
em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a
crescer. Só no ano 2000, surgiu um milhão de novos postos de trabalho. Investidores de
outros países voltaram a aplicar seu dinheiro no Brasil e as exportações aumentaram. Juntas
essas empresas empregam cerca de 40 milhões de trabalhadores, atualmente o setor emprega
mais de 56% da totalidade dos trabalhadores no país. (SEBRAE, 2011).
A seguir, apresentamos quatro figuras e três quadros com dados sobre a evolução das Micro e
Pequenas Empresas no Brasil, através de estudos e pequisas realizadas pelo SEBRAE
Nacional:
Figura 2.1 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por regiões do país.
15
Fonte: SEBRAE (2011)
Figura 2.2 - Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por regiões do país. Fonte: SEBRAE (2011)
Quadro 2.1 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por regiões e setores.
Fonte: SEBRAE (2011)
16
Figura 2.3 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade da Federação. Fonte: SEBRAE (2011)
Figura 2.4 - Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade da Federação. Fonte: SEBRAE (2011)
17
Quadro 2.2 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, evolução por Unidade da Federação.
Fonte: SEBRAE (2011)
18
Quadro 2.3 - Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade da Federação e setores.
Fonte: SEBRAE (2011)
19
De acordo com o SEBRAE (2011), verificou-se que, a taxa de sobrevivência das empresas
constituídas em 2006 foi de 73,1%, nível superior ao verificado no grupo das empresas
constituídas em 2005, cuja taxa de sobrevivência foi de 71,9%. Embora o estudo não capte as
razões da melhora nas taxas de sobrevivência, a tendência ao aumento da sobrevivência aqui
identificada está em sintonia com os avanços verificados tanto no âmbito dos negócios,
quanto no que diz respeito à evolução das características dos próprios empreendedores
brasileiros.
O SEBRAE (2011) por meio de estudo e pesquisa apontou também que as taxas de
sobrevivência são maiores no setor industrial, seguidas pelo comércio, serviços e construção
civil. Para as empresas constituídas em 2006, as taxas de sobrevivência de empresas com até
dois anos nestes setores foram, respectivamente, 75,1%, 74,1%, 71,7% e 66,2%. Os melhores
índices de sobrevivência das empresas da indústria parecem estar relacionados aos requisitos
de capital e tecnologia, que tendem a ser proporcionalmente maior nesse setor, o que reduz a
entrada de concorrentes e a pressão concorrencial. Situação inversa parece ocorrer no setor de
construção civil.
Além disso, os menores requisitos de capital e tecnologia, em especial no grupo das empresas
de micro e pequeno porte, implicam maior facilidade de ingresso no mercado e maior pressão
concorrencial. Na comparação das empresas constituídas em 2005 e 2006, verifica-se que em
vinte estados brasileiros houve aumento da taxa de sobrevivência de empresas com até dois
anos. Em apenas oito desses estados houve queda, e onde houve queda da sobrevivência, em
geral, tais reduções não foram expressivas. (SEBRAE, 2011).
2.2 O PERFIL DO EMPREENDEDOR
De acordo com Gerber (2004) a “ personalidade empreendedora transfoma a situação mais
trivial em uma oportunidade excepcional”. O empreendedor tem uma forma nova de olhar
sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Valoriza suas experiências, valoriza seu
valor, tomando decisões e decisões acertadas. Abre novas trilhas, explora novos
conhecimentos, define objetivos e dá o primeiro passo. Empreendedores são pessoas que têm
a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-
20
los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a
ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos ou metas
estabelecidas. No intuito de atingir a eficácia, surgiram os grandes pensadores aliados aos
interesses dos empresários.
Atualmente, fala-se em capital intelectual que nada mais é o conhecimento, experiência,
especialização. Ferramentas ou estratégias utilizadas para se ter sucesso e ser competitivo. A
mão-de-obra passa a ser cabeça-de-obra. É o conhecimento e a capacidade gerando novas
idéias. O foco está nas pessoas. Assim, o perfil do profissional de sucesso que lidera suas
concepções e suas atitudes está em pessoas que conseguem harmonizar esforços individuais
ou coletivos e que criam algo novo e criativo. Para Dornelas (2005), dentre entre as
qualidades pessoais de um empreendedor, destacam-se:
• busca de oportunidade e iniciativa;
• correr riscos calculados;
• exigencia de qualidade e eficiencia;
• persistencia;
• comprometimento;
• busca de informacoes;
• estabelecimento de metas;
• planejamento e monitoramento sistematico;
• persuasao e redes de contatos;
• independecia e autoconfiança.
Assim, a atualização de conhecimentos, inteligência, do ponto de vista emocional, conhecer
teorias de administração, de qualidade e gestão, traçar metas, são mudanças decorrentes da
globalização e da revolução da informação. O empreendedor deve focalizar o aprendizado nos
quatros pilares da educação: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser, e com isso, ser capaz de tomar a decisão certa frente à concorrência existente.
Além dessas acima expostas, novas habilidades vêm sendo exigidas dos profissionais para
poderem enfrentar a globalização com responsabilidade, competência e autonomia
(HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2009).
21
Dessa forma, busca-se profissionais que desenvolveram novas habilidades e competências,
com coragem de arriscar-se e de aceitar novos valores, descobrindo e transpondo seus limites.
O futuro é cheio de incertezas, por isso, é preciso um reflexão sobre: habilidades pessoais e
profissionais; criatividade; memória; comunicação; como enfrentar este século. Diferenciar-se
dos demais, revalidar seu diploma pessoal e profissional, rever convicções, incorporar outros
princípios, mudar paradigmas, sobrepor idéias antigas às novas verdades, este é o perfil do
profissional que, trocando informações, dados e conhecimentos, poderá fazer parte do cenário
das organizações que aprendem, das organizações do futuro.
São mudanças socioculturais e tecnológicas que fazem repensar hábitos e atitudes frente às
novas exigências do mercado.
Assim, conquista-se a autonomia profissional quando se é perseverante, determinado,
aprendiz, flexível e quando se tem:
• positividade;
• organização;
• criatividade;
• inovação;
• foco.
Todas essas qualidades, dentre outras, ajudam a vencer a competitividade dos tempos
modernos. Pela experiência pode-se afirmar que a maioria das pessoas, se estimuladas, podem
desenvolver habilidades empreendedoras. Ouve-se e fala-se que o empreendedor precisa ter
visão. Visão pessoal. Uma visão que vem de dentro. A maioria das pessoas tem pouca noção
da verdadeira visão, dos níveis de significado. Metas e objetivos não são visão. Ser visionário
é imaginar cenários futuros, utilizando-se de imagens mentais. Ter visão é perceber
possibilidades dentro do que parece ser impossível. É ser alguém que anda, caminha ou viaja
para inspirar pensamentos inovadores.
Com esse enfoque se volta à disposição de assumir riscos e nem todas as pessoas têm esta
mesma disposição. Não foi feito para ser empreendedor quem precisa de uma vida regrada,
horários certos, salário garantido no fim do mês. O empreendedor assume riscos e seu sucesso
está na “capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles” (DEGEN, 2009). Já Gerber
22
(2004), apresenta algumas diferenças dos três personagens que correspondem a papéis
organizacionais, quais sejam:
1) o empreendedor, que transforma a situação mais trivial em uma oportunidade
excepcional, é visionário, sonhador; o fogo que alimenta o futuro; vive no futuro, nunca no
passado e raramente no presente; nos negócios é o inovador, o grande estrategista, o criador
de novos métodos para penetrar nos novos mercados;
2) o administrador, que é pragmático, vive no passado, almeja ordem, cria esquemas
extremamente organizados para tudo;
3) o técnico, que é o executor, adora consertar coisas, vive no presente, fica satisfeito no
controle do fluxo de trabalho e é um individualista determinado.
Decisões tomadas no cotidiano são inúmeras. Os processos de decisão nem sempre são
simples, objetivos e eficientes como deveriam ser pois, se a intuição está de um lado; a análise
racional está do outro.
Com relação aos estilos de decisão, são descritos abaixo:
• o intuitivo: tenta projetar o futuro, com perspectiva ao médio e do longo prazo,
imaginando o impacto dessa ação;
• o planejador: situa-se onde está e para onde se deseja ir, com planejamento e tendo
um processo de acompanhamento, adequando à realidade sempre que for necessário;
• o perspicaz: diz que além da percepção é necessário conhecimento;
• o objetivo: sabe qual o problema a ser resolvido;
• o cobrador: tem certeza das informações, vê a importância de medir e corrigir quando
o resultado não foi o decidido;
• o mão na massa: envolve-se pessoal e diretamente, acredita em grupos para estudos
multidiciplinares;
• o meticuloso: junta opiniões de amigos, especialistas, funcionários, tentando se
convencer da solução a encontrar;
• o estrategista: decide cumprir sua estratégia de crescimento, tendo percepção do que
resolver. Diagnostica o problema para encontrar a solução e sua resolução com
eficácia.
23
As habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em 3 áreas, a saber:
• técnicas: envolve saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser
organizado, saber liderar e trabalhar em equipe;
• gerenciais: incluem as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da empresa
(marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão,
planejamento e controle);
• características pessoais: assumir riscos,ter ousadia, persistente,ser inovador,ter
iniciativa, ser disciplinado, visionário,ter coragem, humildade e principalmente ter
paixão pelo que faz.
Segundo estudos realizados nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos negócios depende
principalmente de nossos próprios comportamentos, características e atitudes, e não tanto do
conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, apenas
14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino
fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem
formação superior. Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a
proporção de empreendedorismo por oportunidade.
Conforme a Figura 2.5 a seguir temos uma visao dos países mais empreendedores segundo o
critério de aberturas de empresas:
Figura: 2.5 Atividade Empreendedora Total e por Tipos Segundo Países – 2008
Fonte: SEBRAE (2011)
24
Conforme a Figura 2.6 tem-se uma visao das empresas que nascem por oportunidade ou
necessidade nos respectivos paises.
Figura 2.6 Empreendedorismo Por Oportunidade e por Necessidade, Segundo Paises -
2008
Fonte: SEBRAE (2011)
2.3. COMPORTAMENTOS EMPREENDEDORES
O comportamento do empreendedor diz muito de si mesmo e como é seu perfil, para com os
negócios. Abaixo elenca-se esses comportamentos organizados segundo um conjunto de
aspectos similares entre si (DORNELAS, 2008).
Aspecto de realizações
Busca de Oportunidades e Iniciativa
• faz as coisas antes de solicitado, ou antes, de forcado pelas circunstâncias;
• age para expandir o negocio e novas áreas, produtos ou serviços;
• aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter
financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.
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Correr Riscos Calculados
• avalia alternativa e calcula riscos deliberadamente;
• age para reduzir os riscos ou controlar os resultados;
• coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.
Exigência de Qualidade e Eficiência
• encontra maneiras de fazer as coisas melhores, mais rápidas e mais barato;
• age de maneira a fazer as coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência;
• desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho atenda a padrões de
qualidade previamente combinados.
Persistência
• age diante de um obstáculo significativo;
• age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um
obstáculo;
• faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma
tarefa.
Comprometimento
• atribui a si mesmo e a seu comportamento as causas de seus sucessos e fracassos e
assume a responsabilidade pessoal pelos resultados obtidos;
• colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar
um trabalho;
• esforça-se para manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade
em longo prazo, acima do lucro em curto prazo.
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Aspecto de planejamento
Busca de Informações
• dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes;
• investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço;
• consulta especialista para obter assessoria técnica ou comercial.
Estabelecimento de Metas
• estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que tem significado pessoal;
• tem visão de longo prazo clara e especifica;
• estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis.
Planejamento e Monitoramento Sistemáticos
• planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos;
• constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças
circunstanciais;
• mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.
Aspecto de poder
Persuasão e Rede de Contatos
• utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros;
• utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus objetivos;
• age para desenvolver e manter relações comerciais.
Independência e Autoconfiança
• busca autonomia em relação a normas e controles de outros;
27
• mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente
desanimadores;
• expressa confiança na sua capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar
um desafio.
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3 PLANO DE NEGÓCIOS (PN)
O Plano de Negócios é uma metodologia de trabalho estruturada extremamente importante
para que se consiga percorrer o caminho que os separa de uma meta. Independente de
algumas pessoas julgarem o planejamento cansativo, por não estarem habituadas a ele,
percebe-se, ao seu final, que a recompensa pela dedicação e atenção ao assunto se materializa
em uma serie de descobertas a respeito da empresa e do mercado onde ela atua ou ira atuar.
Posto de outra forma, Plano de Negócios é um documento que contém a caracterização do
negócio, sua forma de operar, suas estratégias, e o plano para conquistar uma parcela do
mercado (SALIN, NASAJON, MARIANO, 2005).
Na elaboração de um plano de negócios, os empreendedores aprendem muito mais a respeito
de seu ramo de atividade e de seu mercado, o plano, possibilita um controle muito maior
sobre sua empresa, além de conseguir competitividade, ao buscar informações sobre uma
serie de questões levantadas no roteiro durante a sua estruturação.
Na confecção de um plano de negócios, o maior beneficiário dessa iniciativa é o próprio
empreendedor, mesmo que ainda seu propósito seja conseguir um financiamento bancário ou
um novo sócio (DORNELAS, 2008). Um plano de negócios bem elaborado e a melhor
ferramenta de que se pode dispor para concretizar uma visão de longo prazo.
Independentemente do porte de uma empresa e do estágio em que ela se encontra, ter um
plano de negócios será útil para:
• tomar importantes decisões para focalizar suas atividades, além de maximizar o uso
dos recursos disponíveis;
• entender os aspectos financeiros do nosso negocio;
• obter importantes informações sobre o mercado;
• antecipar e evitar obstáculos que poderemos enfrentar no futuro;
• estabelecer indicadores que permitam acompanhar os progressos e adaptar-se a
mudanças circunstanciais;
• avaliar a possibilidade de expandir-se a outras atividades;
• ter melhores argumentos para conseguir recursos financeiros.
29
Ao analisar os comportamentos empreendedores, um comportamento importante e de
fundamental importância são as metas, entretanto e necessário um plano de ação que funcione
como guia, daí a existência do plano de negócios, com metas claras, específicas, mensuráveis
e com prazo determinado. Diferenciam-se, dessa forma, dos sonhos. Entretanto, elas não
gerarão resultados se não houver ação. E isso implica ter garra, persistência e
comprometimento, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores.
Para (DORNELAS, 2008) ao finalizar o plano de negócios, percebe-se a verdade contida na
afirmação acerca do aumento de 60% de chances de um negocio dar certo a partir do
momento em que colocamos as idéias por escrito, com a elaboração do plano. Essa ferramenta
gerencial nos conduzira do ponto de partida a meta final. Será um roteiro que guiará o
empreendedor de um conceito preliminar de negócio a uma empresa vencedora, sem deixar de
dar uma noção clara dos obstáculos que enfrentaria e das alternativas que poderá escolher ao
tomar uma decisão norteada por um plano.
O mundo em constante mutação necessitará mudanças em nossos hábitos e de nossos clientes,
exigindo uma constante vigilância para estar sempre na vanguarda do atendimento dessas
novas necessidades. Ao dedicar ao planejamento há a possibilidade de ter em mãos um mapa
bem sinalizado, que deverá ser constantemente consultado e revisado, levando em conta os
resultados obtidos, e mudanças circunstanciais no cenário empresarial em que está inserido, o
que facilita na operacionalização do negócio.
Além disso, os bancos estão cada vez mais interessados em analisar planos de negócios
elaborados pelas empresas, pois com o conteúdo de um plano, avaliarão de forma mais
consistente a viabilidade do negocio e a capacidade gerencial de seus condutores. Quando
concluído o plano servirá de alicerce para tomada de decisões (SEBRAE, 2011). A coleta de
dados é a primeira fase da elaboração do plano de negócios. O objetivo dessa etapa é
reunirmos todas as informações possíveis para subsidiar nossa decisão sejam para abrir um
novo negocio ou ampliar um já existente. Perceberemos que não precisa ser um especialista
para isso, entretanto e preciso que se comprometemos a examinar cuidadosamente as questões
levantadas neste trabalho e colocá-las por escrito de forma clara e objetiva.
Em termos de definição, um plano de negócios é uma descrição detalhada, por escrito, do por
que, como e quando uma empresa atingirá determinado nível de lucratividade. Constitui-se de
30
um documento operacional, ao preparar o plano, o empreendedor deve chegar a um acordo
sobre as medidas a serem tomadas e se comprometer voluntariamente e colocá-las em prática.
Ao final da análise do plano, um possível investidor ou outros grupos interessados deveriam
saber com precisão o que você pretende fazer com o dinheiro e os recursos humanos a sua
disposição.
O tamanho e o conteúdo de um plano de negócios variarão de acordo com a complexidade do
negócio proposto. No entanto, certos elementos-chave são sempre necessários para descrever
as razões, como e quando o sucesso econômico será alcançado. No geral, o empreendedor
deve organizar um quadro bem-definido do negócio, seu histórico, os fatores críticos para seu
sucesso, produtos e serviços (DORNELAS, 2008). A seguir, deve-se explicar as razões que
tornarão o negócio bem sucedido, ou o que levará a esse êxito .
Esta razão é respondida identificando-se fora da empresa quem está interessado, no que ela
tem para vender e a forma como a empresa planeja realizar essas vendas, assim, devem-se
definir quem na empresa terá a função de produzir e comercializar os produtos ou serviços.
Este é o como, finalmente, o fluxo de caixa devera indicar quando o negocio terá sucesso,
apresentando uma projeção de quando e por qual maneira o resultado definido será alcançado.
3.1 ESTRUTURA DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
Na primeira página temos a capa com o nome do negócio, nome dos diretores, endereço,
telefone e definição dos objetivos do empreendimento.
Resumidamente o plano de negócios apresenta a seguinte estrutura básica:
1-Por que a sua empresa promete ter sucesso;
2-Introdução do plano de negócios;
3-Descrição do negocio;
4-Descrição dos produtos/serviços;
5-Clientes;
6-Concorrência;
7-Localização;
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8-Preços;
9-Marketing;
10-Pessoal-Chave;
11-Materiais e fontes de Abastecimento;
12-Fabricação e Produção.
Dados financeiros
1-Projeção de Vendas;
2-Viabilidade econômica / financeira;
3-Fluxo de Caixa.
Documentos de apoio
Dentre os documentos de apoio cita-se como exemplo o currículo dos diretores e do pessoal,
requisitos financeiros e balanços, cartas de referência, cartas de intenções, cópias de contrato-
enfim, documentos significativos para o plano.
A seguir é relacionado às etapas de um plano de negócios e suas características do
comportamento empreendedor:
Quadro 3.1 Etapas x características x comportamentos do empreendedor
Etapas do plano Caracteristicas do
comportamento empreendedor Comportamento
1-etapas que antecedem a elaboracao de um plano de negocios
Correr riscos calculados E Estabelecimento de metas
Avaliar as alternativas e calcular os riscos deliberadamente E Ter visao de longo prazo, clara e especifica
2-introducao Persuasao e rede de contatos Utilizar estrategias deliberadas para persuadir os outros
3-descricao do negocio Correr riscos calculados Avaliar as alternativas e calcular os riscos deliberadamente
4-clientes Busca de oportunidade E iniciativa e busca de informaçoes
Identificar as alternativas e calcular os riscos deliberadamente E Buscar pessoalmente informacoes sobre clientes, fornecedores ou concorrentes
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5-descricao dos produtos ou serviços Exigencia de qualidade e eficiencia E Busca de oportunidades e iniciativa
Agir de maneira a fazer coisas que excedem padroes de excelencia E Agir para expandir o negócio a novas areas, produtos ou serviços
6-concorrencia Persistencia E Busca de informacoes
Agir repetidamente ou mudar de estrategia a fim de enfrentar desafios ou superar obstaculos e Dedicar-se pessoalmente a obter informacoes de clientes, fornecedores ou concorrentes
7-localizacao Busca de informações Dedicar-se pessoalmente a obter informacoes de clientes, fornecedores ou concorrentes
8-determinação de preços Persuasao e redes de contatos E Planejamento e monitoramento sistematico
Utilizar estrategias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros Manter registros financeiros e utila-los para tomar decisoes.
9-metodos de marketing Persuasao e redes de contatos Utilizar estrategias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros
10-pessoal-chave Persistencia Fazer sacrificios pessoais ou esforços extraordinarios para a realizacao de um trabalho
11-fornecedores Busca de informaçoes Dedicar-se pessoalmente a obter informcoes de clientes, fornecedores ou concorrentes
12-manufatura e producao Exigencia de qualidade e eficiencia Planejamento e monitoramento sistematico
Encontrar maneiras de fazer as coisas melhor, maos rapido e mais barato Dividir tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos Revisar constante o plano, levando em conta os resultados obtidos ou mudancas circunstanciais.
13-projeçao de vendas Busca de informaçao Buscar pessoalmente informaçoes sobre clientes, fornecedores ou concorrentes
14-viabilidade economico-financeira Planejamento e monitoramento sistematico
Manter os registros financeiros e utiliza-los para tomar decisoes E Dividir tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos
15-apendices Busca de informcaoes Dedicar-se pessoalmente a obter informcoes de clientes, fornecedores ou concorrentes E Investigar pessoalmente como fabricar um produto ou prestar um serviço E Consultar especilistas para obter assessoria tecnica ou comercial
Fonte: Adaptado de Comportamentos Empreendedores (SEBRAE, 2011).
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Obviamente que cada uma destas tarefas requer mais do que apenas a característica do
comportamento empreendedor acima descrito. No entanto, o objetivo é o esclarecimento do
que são e para dar-lhe a oportunidade de identificá-las e colocá-las em pratica.
3.2 MONTAGEM DO PLANO DE NEGÓCIOS
ETAPAS QUE ANTECEDEM A ELABORACAO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
Comportamento Empreendedor
A - Correr Riscos Calculados
A seção do plano de negócios a seguir nos permitirá fazer uma avaliação preliminar dos riscos
envolvidos e das possibilidades de sucesso frente a este negócio. Uma vez avaliados os riscos
envolvidos, cabe outra pergunta fundamental: quais são as principais metas que se pretende
atingir com este plano de negócios. Um plano é um caminho para se atingir uma meta,
portanto nos deveremos definir claramente quais são nossas metas empresariais. Mais que
isso, é importante que você tenha uma visão clara e especifica de como e onde pretenderemos
estar em 10, 20 ou até 30 anos. Isso faz com que nos estipulemos metas para serem alcançadas
em prazos menores e definidas com datas. Essa páatica facilita o monitoramento das ações e o
aproxima do êxito pretendido.
Avaliação preliminar
O que se pretende com a elaboração de um plano de negócios é reunir um conjunto de
informações necessárias para que possamos ter uma empresa bem-sucedida. Por isso, nos,
empreendedores deveremos analisar alguns aspectos para saber se sua idéia de negocio é, em
princípio, viável ou não, para depois tornarmos a decisão de seguir em frente, buscando mais
informações, e organizá-las em um plano de negócios.
34
A primeira pergunta é: por que nossa empresa promete ter sucesso? Sabemos que todo
negocio visa atender a uma necessidade, é uma idéia não vale nada se alguém não esta
disposto a pagar por ela. Como já disse Thomas Edison: ”o que não se pode vender não quero
inventar”. Nesta fase, realiza-se uma análise preliminar de alguns fatores determinantes para
quem deseja iniciar ou expandir uma empresa.
Mercado consumidor
Pensar antes se outras pessoas realmente gostam, ou tem interesse no produto e, ainda, se
quantidade de consumidores interessados é suficiente para manter o negócio. Segundo
Kanahele (2011) um negócio bem-sucedido é constituído por uma das seguintes
características:
1-Uma nova maneira de satisfazer uma necessidade - Pode ser com um novo produto ou
serviço. Por exemplo, a necessidade de as empresas divulgarem seus produtos e serviços é
antiga, mas fazê-lo através da internet é algo recente.
2-Um mercado mal-atendido ou novo - Conversar com clientes em potencial e saber das
suas insatisfações podem ser muito produtivo.
3-Um mercado em expansão - Uma empresa pode crescer, em principio, devido a duas
situações: ou o mercado esta expandindo (aumento da demanda) ou ela esta conquistando
mercado de seus concorrentes. No primeiro caso, a possibilidade de sucesso é muito maior,
pois os clientes puxam as vendas e os concorrentes tendem a serem menos agressivos, pois
todos estão ganhando. No segundo caso, deve-ser ter presente que e possível ganhar dinheiro
em mercados estagnados ou recessivos, mais isto implica um esforço muito bem-educado de
posicionamento da empresa. Por exemplo, se nos trabalhamos no ramo de construção civil,e o
numero de construções novas esta caindo,poderá redirecionar a empresa para o mercado de
reformas.
Concorrência
Qual é a quantidade de concorrentes? Podemos estar entrando em um mercado oligopolizado,
no qual um número reduzido de empresas lidera o mercado é determina as regras do jogo.
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No outro extremo, encontramos o que se chama de mercado fragmentado, em que há muitas
empresas atuando e nenhuma assumindo uma liderança que permita controlar o
funcionamento desse mercado.
Fornecedores
Quem são meus fornecedores? Onde podemos conseguir as matérias-primas? Algumas vezes
temos uma excelente idéia, mas o que necessitamos para produzir não esta disponível,
inviabilizando a empresa. Deve-se estar atentos a quantidade e confiabilidade dos
fornecedores que iremos utilizar em nosso negocio.
Experiência
Muitas vezes acreditamos que e necessário o empreendedor entender de todo o processo, o
que sem duvida, ajuda muito. Entretanto, existem outras soluções. Infinitas vezes, estar
associado a alguém que domina o processo, contar com um especialista no ramo ou ter uma
boa vivencia como gerente de empresa possibilitara mais chances de sucesso, evitando erros
básicos e conseguindo um melhor desempenho de sua equipe de trabalho.
Recursos Envolvidos
Não basta ter uma boa idéia, e preciso também ter capital. Os investidores e bancos costumam
pedir uma contrapartida do empreendedor, como forma de compartilhar os riscos envolvidos.
Nem sempre encontramos alguém disposto a apoiar um projeto do tipo “eu entro com a idéia
e você com o dinheiro”. Portanto, uma avaliação previa dos recursos que nos possuímos e dos
recursos necessários para implantar o negocio nos será útil para definir se terá condição de
implantarmos sozinho, ou de captar os recursos necessários.
Estabelecimento De Metas
A pergunta básica é: ”quais as metas que pretendemos alcançar com este plano de negócios?
se nos atingirmos esta meta vamos ter o sucesso empresarial? um plano é a determinação de
como pretendemos alcançar nossas metas. portanto, antes de escrevê-lo, devemos ter muita
clareza com relação a elas – o que esperamos deste negocio. é como já foi dito, e importante
36
ter a visão de onde e como queremos estar dentro de 10, 20 e até mesmo 30 anos, enxergar de
forma clara e especifica.
É preciso lembrar que o conceito de visão significa o que nos desejamos para o futuro em
longo prazo, tanto para nos como para nossa empresa. Em ambos os casos, atingir as metas
com prazos menores está diretamente relacionado à clareza e especificidade da visão de longo
prazo. Quanto mais clara e especifica for à visão, maiores condições de trabalhar e direcionar
de maneira focada os nossos esforços nós teremos e, conseqüentemente, aumentaram as
possibilidades de atingirmos as metas e o que nos buscamos para nosso futuro.
Segundo Susbauer (2011) as metas devem ser:
• especificas;
• mensuráveis;
• alcançáveis;
• relevantes;
• temporais.
Introdução
Comportamento Empreendedor
A - persuasão e redes de contato
Ao término da elaboração do plano de negócios, caberá agora vendê-lo a outras pessoas. A
forma como nosso plano de negócios é apresentado poderá ter tanta influencia no leitor como
os dados que o compõem. Este é o momento em que o leitor examinará o plano de negócios, é
a maneira como se comunicaria, afetará diretamente a percepção causada e a continuidade e
interesse na leitura. Portanto, deveremos levar em conta os aspectos estéticos e métricos de
nosso plano. Um documento bem-escrito e bem-apresentado causará uma primeira impressão
sólida e positiva, independentemente das circunstâncias em que será lido. Uma boa
apresentação devera considerar quem e o leitor, o que ele está disposto a ler e o que espera
37
encontrar. Este é um bom momento para praticar o comportamento: utilizar estratégias
deliberadas para influenciar ou persuadir os outros (DORNELAS, 2008).
O tempo é algo muito valioso para os empreendedores e para as pessoas que atuam no mundo
dos negócios de uma forma geral. Mesmo que tenhamos dedicado meses a elaboração de um
plano de negócios, é possível que ele seja descartado por um investidor em menos de cinco
minutos. Portanto, se não causarmos uma boa impressão nesses minutos cruciais, todo o seu
trabalho poderá ser perdido. O objetivo da introdução é apresentar uma síntese clara, objetiva
e atraente do nosso negocio, para motivar o leitor a se embrenhar no restante do plano. Por
esse motivo, a introdução do plano de negócios aparece em primeiro lugar no documento
pronto, mas e a ultima coisa que nos iremos fazer na nossa elaboração, após uma analise
criteriosa de todos os aspectos apresentados no plano.
De maneira sucinta, é exposto o seguinte:
• o conceito básico de negócio faz sentido;
• a empresa foi bem planejada;
• o gerenciamento possui a experiência e a competência necessárias;
• existe um mercado suficientemente grande para este negócio;
• qual será a rentabilidade;
• a empresa apresenta boas vantagens competitivas;
• as projeções financeiras são realistas;
• é uma boa oportunidade de negócio para quem esta lendo;
• como é, e em que prazo será recuperado o capital investido.
A ênfase em um ou outro aspecto vai depender da pessoa para a qual é dirigido o plano de
negócios. Por exemplo, bancos têm maior interesse na experiência do empreendedor e na
consistência das projeções financeiras. Portanto, é importante analisar e usar muita
sensibilidade para adequar a introdução a quem se destina a leitura, pois isso pode influenciar
diretamente o resultado esperado.
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3.2.1 DESCRIÇAO DO NEGÓCIO
Comportamento empreendedor
A - correr riscos calculados
Antes de expor aspectos relacionados a nossos produtos e estratégias, devemos fazer uma
apresentação clara do nosso negocio.
Esta seção deve conter os seguintes tópicos:
Nome da Empresa
Em muitos casos, a razão social da empresa não e igual ao nome de fantasia, e uma empresa
pode trabalhar com várias marcas para atender a diferentes segmentos de mercado. Deve-se
incluir a razão social e o nome de fantasia, assim como as marcas utilizadas. Caso se trate de
uma nova empresa, dever-se escolher um nome que permita a maior flexibilidade possível,
pois usar o nome de uma pessoa ou um nome muito especifico, limitara suas possibilidades de
crescer, mudar a orientação de nosso negócio e até mesmo vendê-lo futuramente.
Missão
A declaração de missão é o objetivo central da empresa, o propósito pelo que se trabalham, e
se esforçam seus membros. Expressa o que se pretende realizar. É a razão de ser a empresa.
Somente uma definição clara da missão e dos propósitos permite ter objetivos claros e
realistas. Qual é realmente o negócio? Qual é a nossa filosofia de trabalho? Poderemos ter
uma padaria e descrevê-la apenas como uma indústria de panificação, ou seja, pode ter uma
empresa do ramo de alimentos cuja missão, é produzir alimentos de qualidade, procurando a
satisfação de nossos clientes e a melhoria continua de nossos produtos e serviços,
promovendo o crescimento de nossos colaboradores como seres humanos, e obtendo margens
de lucro que permitam nossa competitividade e continuidade como empresa. Não é algo para
colocar num quadro, mas para inspirar o coração e a mente de nossos colaboradores, clientes,
acionistas e a comunidade.
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Estágio de Desenvolvimento
Quando a empresa foi fundada? Em que fase ela se encontra - embrionaria (sem nenhum
produto ou serviço); recém criada (nas fases iniciais de operação); em expansão
(desenvolvendo os produtos, procurando novos mercados); estável (mantendo a participação
no mercado) ou em reposicionamento (mudando as linhas de produtos e a localização)? Que
progresso teve nossa empresa em seu desenvolvimento? Comece por especificar quando foi
fundada nossa empresa, que resultados foram alcançados, indique em que etapas as operações
e as possibilidades de expansão de mercado. Descreva, detalhadamente, a situação atual do
negocio como vende, quando vende, para quem vende, etc.
Constituição Legal da Empresa
Nossa empresa é uma firma individual, uma limitada ou sociedade anônima? Onde esta
localizada a matriz? Possui filial? Onde? De quem e a empresa e qual e sua composição
acionaria (participação dos sócios no capital social)?
3.2.2 CLIENTES
Comportamento empreendedor:
A - Busca de Oportunidade e Iniciativa
B - Busca de Informação
Quando se analisa o comportamento das pessoas bem-sucedidas, percebe-se que elas não se
lançam num projeto atabalhoadamente. Para fazê-lo, querem ter informações que lhes
permitam tomar decisões baseadas em dados concretos de mercado, não se guiando apenas
pela intuição. Antes de se decidir por um negocio, e importante investigarmos o mercado para
avaliar sua viabilidade. A definição do mercado-alvo passa a ser ponto crucial na tomada de
decisão (DORNELAS, 2008).
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Deve-se identificar de forma precisa e detalhadamente seus potenciais clientes. Se não os
conhece, como poderemos assegurar que e capaz de satisfazer suas necessidades? Se o
sucesso empresarial depende diretamente de sua capacidade de atender e satisfizer clientes,
nós deveremos conhecer quem eles são, o que desejam e onde estão. Se a empresa não vende
seus produtos ou serviços diretamente ao consumidor final, deveremos verificar e identifica-lo
e os intermediários, descobrindo quem é nosso verdadeiro cliente. Deve-se conhecer as
características inerentes a esses dois aspectos. Quanto mais claramente puder identificar seu
segmento, mais possibilidade de atendê-lo terá.
De acordo com Zupnick (2011) um banco ao analisar um pedido financeiro, quer ter a
informação de que a empresa solicitante levou em consideração a dimensão de seu mercado
atual e avaliou as tendências que possivelmente afetarão o mercado nos próximos anos. Isto
dará uma noção que viabilidade continua da empresa, das oportunidades emergentes que o
mercado possa oferecer e de como a empresa, se prepara para reagir às mudanças de
comportamento dos clientes.
Assim, ao definir os clientes potencias, poderemos sentir-se tentado a descrever o mercado da
maneira exageradamente otimista, optando por incluir todas as pessoas de determinada região
como potenciais consumidores de seu produto ou serviço (DORNELAS, 2008). Essa
distorção poderá motivar conclusões incorretas sobre o mercado real, fornecendo-lhe dados
pouco autênticos para fundamentar nossa decisão. O próximo passo é verificar se a região
onde pretende instalar-se, possuirá clientes com esse perfil, em número suficiente para
viabilizar o negócio. A definição dos clientes deverá levar em consideração os seguintes
critérios, a fim de que se torne uma ferramenta de planejamento eficaz. Indagações a serem
feitas na busca de mais informações: Esses clientes são empresários, estudantes, profissionais
liberais, mulheres ou homens? Pertencem a que classe: A; B; ou C? Idade, estado civil, nível
de escolaridade, tamanho da família, etc..
Também devem ser pesquisados:
Distribuição Geográfica
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Este aspecto e mais fácil de definir, indica a região que pretende-se atender (área especifica de
uma cidade, a cidade inteira, uma região do estado, todo um estado, uma região do país, todo
o pais ou parte do mercado internacional) deve-se também observar a densidade da área, se e
urbana, suburbana ou rural, se esta localizada em uma zona comercial ou industrial. Algumas
empresas definem seu mercado geográfico pelo clima. Pode-se observar que, muita coisa
precisa ser levada em conta. Os seguintes questionamentos devem ser realizados para o
atendimento desse aspecto: Que tipo de pessoas ou empresas utilizará o nosso produto ou
serviço? Quais seus hábitos? O que faz durante o tempo livre? Com quem se relacionam ou se
associam? Onde é que produtos compram? Deveremos conversar com eles. Eles nós contarão
tudo que nós desejamos saber.
Descrição Psicográfica
a) Do Consumidor
• adepto da tecnologia;
• gosta de ter status com a compra;
• acompanha as tendências;
• conservador;
• comprometido com a sociedade;
• comprometido com o meio ambiente;
• hábil comprador;
• hábitos caseiros;
• interessado em novas formas de entretenimento;
• bom administrador do lar.
b) Da Empresa
• avançada tecnologicamente;
• uma das lideres do ramo;
• inovadora;
• conservadora;
• comprometida com a sociedade;
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• comprometida com o meio ambiente;
• hábil operadora;
• prudente com o fisco;
• preocupada com os recursos humanos;
• receptiva a influencia de empresas lideres de mercado.
Descrição dos Fatores Decisivos Para a Compra
Identifica nessa parte, os fatores de maior importância para o cliente quando ele decide
comprar? Pagar mais por certos atributos ou procurar muito por preço mais baixo? A quais
aspectos estão menos dispostos a renunciar? Em síntese: baseados em que os nossos clientes
tomam decisão de compra? Preço?Prazo de pagamento? Descontos? Qualidade? Marca?
Embalagem? Local da compra? Garantia?
Descrição de Fatores Decisivos para a Compra
Classificação dos fatores em: alto, médio, baixo e nenhum.
• preço;
• qualidade;
• marca;
• recursos do produto;
• vendedor;
• ofertas/descontos especiais;
• publicidade;
• embalagem
• comodidade na hora do uso ;
• comodidade na hora da compra;
• local das compras;
• ambiente/decoração da loja;
• qualidade do serviço;
• credito;
• manutenção;
43
• garantia.
Tamanho do Mercado
Deve-se assegurar de que o mercado e suficientemente grande para a sobrevivência do
negócio. Vai atingir toda a população? Num primeiro momento, pode aparecer que toda a
população e um cliente em potencial. Isso não é verdade. Mesmo produtos de primeira
necessidade não atendem a todos. Deve-se escolher em que mercado atuará. Devemos estimar
todo nosso potencial de mercado.
Perspectiva de Crescimento
Além do cálculo do tamanho do mercado, e é necessário avaliar as tendências que podem
afetá-lo nos próximos anos. Isto dará uma idéia das possibilidades de permanência da empresa
no mercado, das oportunidades e estratégias de como preparar-se para as mudanças dos
costumes e comportamentos dos clientes. O mercado está em expansão? O setor da economia
tem futuro?
Fonte de Informações
Ao pesquisar o mercado-alvo, pode-se encontrar informações úteis junto ao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que dispõe de dados populacionais. Essa
instituição também é responsável pela pesquisa nacional por amostragem de domicílios do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNAD), que fornece amplas
informações sobre renda familiar e outros dados demográficos importantes. Entidades como
federações de indústrias, que costumam publicar anuários industriais, associações comerciais,
Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL’s), conselhos regionais, sindicatos patronais ou de
empregados costumam ser fontes de pesquisa importantes (SEBRAE, 2011).
As pblicações especializadas também fornecem dados que devem ser considerados na hora de
avaliar o mercado. Como vimos na seção Comportamento Empreendedor busca de
informações, o empreendedor dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes,
fornecedores ou concorrentes, ou ainda consulta especialistas, podendo fazer sua própria
44
pesquisa de mercado, o que é perfeitamente possível, desde que se elabore um questionário
com os dados a serem levantados, a orientação de um estatístico ou um profissional que atue
com pesquisa mercadológica poderá ser útil.
Se necessário fizer uma pesquisa mais cientifica, pode-se encontrar uma pequena, mais idônea
empresa que trabalhe com pesquisa de mercado, que cobre um preço compatível com nossa
capacidade de pagamento. Para maiores informações, deve-se procurar o SEBRAE que, no
caso de impossibilidade de fazer este trabalho, poderá encaminhar a uma empresa confiável.
Mas, em qualquer situação, deve-se lembrar de que nenhuma pesquisa substituirá as
informações que se poderá obter no contato direto com os clientes ou consumidores
(SEBRAE, 2011).
3.2.3 DESCRIÇÕES DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS
Comportamento Empreendedor
A - Exigência de Qualidade e Eficiência
B - Busca de Oportunidades e Iniciativa
O objetivo desta etapa é evidenciar que os benefícios do produto ou serviço e que estes podem
ser melhores do que os dos concorrentes. Uma descrição bem-feita demonstra que se conhece,
e que está devidamente identificado com o ramo de atividade e tem uma preocupação com a
exigência de qualidade e eficiência. Demonstra também que tivemos cuidado de se informar
sobre todos os aspectos relevantes para o cliente, o que é um claro indício da preocupação em
satisfazer e exceder padrões de qualidade (DORNELAS, 2008).
Na estruturação, deve-se deixar bem claro, para quem analisará o plano de negócios, que a
empresa está projetada para responder as necessidades dos clientes e enfrentar o desafio da
concorrência num mercado competitivo. Para isso, deverá reunir as seguintes informações:
Descrição do Produto ou Serviço
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Nesse quesito, devem-se mensurar as especificidades do produto ou serviço a ser
disponibilizado ao mercado. Escrever as utilidades mais destacadas e os diferentes usos do
produto ou serviço, estabelecendo qual necessidade específica do mercado será pelo produto
ou serviço. Deixe claros as vantagens e os benefícios, pois essas informações são valiosas
para uma análise da viabilidade do projeto. Explore aqueles aspectos que farão o cliente
escolher o produto ou serviço, em vez dos outros disponíveis no mercado. Deve-se estabelecer
áreas de superioridade para o produto, tais como:
• o produto atenderá necessidades não satisfeitas pelos produtos existentes;
• o produto beneficiará os clientes mais do que aqueles atualmente usados por eles.
Deve-se esclarecer de que maneira. Que produto ou serviço a empresa comercializa, quais são
os benefícios ampliados? Como o cliente percebe o produto? Qual é o foco do negócio? Deve-
se dar exemplos de entendimento diferenciado como os de produtos de beleza feminina, que
vendem ilusão de beleza; da Parmalat, que vende matinais, etc.
Para Daubigny (2011) vale ressaltar que, por mais bem instalada que seja uma empresa, por
melhores que sejam seus equipamentos, a sobrevivência de um negócio depende da resposta
positiva do mercado.
Estágio Atual
Deve-se determinar em que estado de desenvolvimento o produto ou serviço se encontra.
Caso esteja iniciando, ou se o plano refere-se a lançamentos novos, é sempre importante
esclarecer se eles já estão disponíveis para venda e se tem condições de atender a demanda
que será gerada. Ou, ainda, se o produto ou serviço está em fase de teste e experimentação,
em desenvolvimento ou ampliação, se é manufaturado ou matéria-prima, etc (SEBRAE,
2011).
Direitos de Propriedade
Também deve-se informar se o produto ou serviço conta com registros de marcas e patente
ou, ainda, se detém exclusivamente no mercado. Quais são os direitos de propriedade que o
protegem de eventuais cópias por parte dos concorrentes. Nem sempre é possível proteger
46
legalmente o produto ou serviço. Entretanto, alguns fatores – que, em geral, tem relação com
procedimentos, fórmulas, máquinas ou habilidades não conhecidas pelo mercado – podem
dificultar sua imitação.
Comparação com a Concorrência (Vantagens Competitivas)
Nessa seção, devem-se relacionar as vantagens do produto em relação aos concorrentes. Para
um trabalho completo, é necessário definir os produtos/serviços que competirão com a gente e
suas vantagens sobre eles, assim como durante quanto tempo essa vantagem se manterá
competitiva. Depois de identificar os produtos e serviços que competem com os da empresa,
deve-se lembrar que uma mesma necessidade pode ser satisfeita de diversas maneiras.
Tenhamos em mente todos aqueles produtos ou serviços que, mesmo não sendo similares aos
da empresa, podem ser substitutos da mesma.
Vale lembrar que o concorrente nem sempre é aquele que faz um produto ou serviço com a
mesma função da empresa, mas também aquele lança uma alternativa capaz de atrair o cliente
a experimentá-la. Deve-se enumerar as vantagens dos produtos em relação aos concorrentes.
Explique por que os produtos ou serviços de sua empresa podem competir e ter vantagens em
relação aos demais oferecidos. Deve-se pensar em todos os aspectos, tais como: conveniência,
preço, disponibilidade, durabilidade, acessibilidade, etc.
Não pode ser míope (miopia de marketing), ou seja, deve-se lembrar que os nossos esforços
podem ser desperdiçados se produtos ou serviços novos e melhores ou com mais apelo
aparecem no mercado enquanto nossos olhos estão grudados em próprias ofertas. Após estas
considerações, deve-se procurar descrever no plano, os detalhes do produto ou serviço,
salientando a vantagem e explicando por que a superioridade é de sua empresa e não do
concorrente.
Se concluir que a vantagem está do outro lado, devem-se citar as modificações que serão
feitas para reverter esse quadro. Devemos nos lembrar de que a estratégia de
desenvolvimento, descrição e lançamento de um produto é parte central de uma estratégia
comercial da empresa. Precisa ser bem rígida e claramente entendida para que ninguém tenha
dúvidas sobre nossas metas (SEBRAE, 2011).
47
3.2.4 CONCORRÊNCIA
Comportamento Empreendedor
A - Busca de Informações
B - Persistência
Uma das piores coisas que se pode fazer em um plano de negócios é afirmar que não tem
concorrência. Toda empresa enfrenta algum tipo de concorrência (direta ou indireta), e
afirmar que ela não existe pode significar que não foi analisada a realidade do negócio com a
profundidade necessária, ou que, simplesmente, não há mercado para conceito de negócio
sugerido pela sua empresa.
Ao analisar a concorrência, poderemos entender e conhecer melhor os produtos ou serviços e
a se comunicar melhor com os futuros clientes e descobrir as diferenças de percepção aos
olhos destes. Podemos aprender muitas coisas observando os acertos e erros da concorrência.
Descobrir o máximo sobre ela exige persistência, mas com certeza as informações obtidas nos
permitirão reduzir riscos e orientar nossas principais estratégias (SEBRAE, 2011).
De maneira geral, a primeira comparação que se realiza e sobre as diferenças existentes entre
os produtos ou serviços. Mas existem muitos outros fatores que podem levar uma empresa ao
sucesso. Os clientes raramente buscam unicamente o produto quando compram algo. Às
vezes, preferem uma marca conhecida a uma desconhecida. Outras vezes, optam por um
melhor sistema de distribuição, ou uma embalagem mais atrativa, isso poderemos descobrir
conhecendo bem o concorrente é o que faz dele, até então, o preferido por seus possíveis
clientes.
Pode-se encontrar dificuldades para obter informações dos concorrentes diretos, mas não de
outras empresas que atuam no mesmo ramo. Essas informações servirão para que se crie um
perfil da empresa - padrão e a, partir daí, tracemos hipóteses estratégicos sobre a concorrência
direta. Informação é poder, é obter às vezes exige persistência. Se nós não encontrarmos o que
deseja na primeira tentativa, o que faremos? Desistiremos ou tentaremos de novo, poderemos
48
usar outra estratégia? Os comportamentos relacionados à persistência e a persuasão são muito
utilizados nesse momento.
Um possível empreendedor não parte do princípio de que não da para obter informações dos
concorrentes, procuraremos formas criativas de obter informações e terá a certeza de que é
melhor ter pouca informação do que não ter nenhuma. Na busca de informações sobre a
concorrência, deve-se estabelecer prioridades, planejar como obter essas informações é,
finalmente, organizá-las de forma que possam ser analisadas e transformadas em resultados
que interessem. A seguir, são apresentados alguns assuntos que se deve incluir na busca de
informação sobre os concorrentes.
Quem São Nossos Concorrentes
Deve-se ter claro o conceito de quem, realmente, ira disputar os clientes. Podemos estar
montando uma farmácia, mais isso não que dizer que todas as farmácias da cidade sejam,
necessariamente, os seus concorrentes. Dependendo da clientela-alvo, deveremos concentrar-
se nas farmácias de determinada rua ou bairro. Identificando nominalmente os negócios que
concorrerão com a empresa. Se a quantidade de concorrentes for grande, descreveremos o
grupo sem denominá-la individualmente.
Métodos de Operação
No primeiro momento, pode parecer impossível descobrir como eles funcionam, o que fazem
de melhor e pior, qual a estratégia de preços, qualidade do que e oferecida, propaganda,
horário de funcionamento. A seguir, visando auxiliá-lo na avaliação da posição frente a
concorrência, apresenta-se uma tabela que poderá organizar a busca e o entendimento dos
fatores indispensáveis a essa análise. Além disso, a criatividade na elaboração de estratégias
para obter informações e diretamente proporcional ao resultado da busca realizada. Atribui-se
nota zero a dez a cada um destes itens, tanto em relação a empresa como aos principais
concorrentes.
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A - Método Operação
Quadro 3.2 Método de operação
Posição no mercado Sua Empresa Concorrente A Concorrente B
Metas dos concorrentes
Recursos financeiros
Perfil gerencial
Moral da equipe
Unanimidade da gerência
Poder de barganha
Parcerias estratégicas
Fonte: Adaptado de um plano de marketing (SEBRAE, 2011).
Meta dos Concorrentes
O concorrente está satisfeito com nossa posição atual? Possuímos metas bem-definidas? As
ações interferirão no alcance destas metas, levando os concorrentes a tomar atitudes
defensivas ou partir para a retaliação?
• recursos financeiros, capacidade dos concorrentes de levantar recursos junto a
instituições financeiras ou junto a outras unidades de negocio (matriz, filiais em outros
mercados e outras empresas do grupo);
• perfil gerencial: o corpo gerencial de nossos concorrentes e composto por profissionais
com currículos bem-sucedidos, ou, ao contrario,estamos lidando com uma empresa na
qual as pessoas são refratarias a mudança e pretende apenas mantê-la como esta;
• moral da equipe: motivação, comprometimento e produtividade dos empregados;
• unanimidade da gerencia: os principais executivos do concorrente compartilham uma
visão do futuro de seu negocio? Existem facções patrocinando metas diferentes? Nesta
segunda hipótese, pode haver oscilações bruscas nas estratégias à medida que o poder
muda. Como estas oscilações podem nos prejudicar ou auxiliar?;
50
• poder de barganha: qual a capacidade de nossos principais concorrentes de conseguir
condições mais favoráveis nas negociações junto a fornecedores e clientes?;
• parcerias estratégicas: as empresas instaladas atualmente no mercado alvo apresentam
uma conveniência pacifica entre si, regulamentada por acordos (formais e
informais),ou, ao contrario, há uma disputa entre elas visando melhorar seu
posicionamento estratégico? Como nós representaremos uma ameaça (novo entrante)
para as empresas instaladas? Existe a possibilidade de fazerem acordos estratégicos
(parcerias) para barrar nossa entrada no mercado?;
• posição no mercado: nosso principal concorrente e um líder consolidado que procura
manter sua posição? Uma empresa agressiva que deseja aumentar sua participação no
mercado? Em que se baseia a liderança desse concorrente?.
Tamanho dos Concorrentes
Alguns concorrentes são mais importantes que outros, em termos de percentagem de mercado
que dominam. Determinaremos o volume de vendas estimadas dos principais concorrentes e
como poderemos enfrentá-los, qual é considerado o líder do mercado-alvo? Quantifique-se,
identifique-se com qual deles nossa empresa disputa mercado, qual e a estrutura do
concorrente?
Lucros Auferidos
De acordo com Kanahele (2011) muitas pessoas se perguntam, durante a análise financeira, se
os índices obtidos são bons ou ruins. Esta pergunta só poderá ser respondida se nós
comparamos as projeções de nossa empresa com as medias do setor. Em alguns casos, o setor
pode estar em situação de concorrência acirrada, sendo praticadas margens de lucro tão baixas
que a entrada de novas empresas e totalmente desestimulada. Margens de lucro altas, por
outro lado, podem ser um atrativo para novos entrantes essas informações, no primeiro
momento, podem parecer mais difíceis de conseguir, mas se observamos que produto vende o
custo nós podemos obter com o fornecedor, se tem ar condicionado, se financia volume de
clientes, isto tudo nós podemos obter observando e fazendo algumas perguntas.com o
conjunto destes dados, nós poderemos fazer uma analise mais precisa e realista dos lucros dos
concorrentes.
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Posição Competitiva
Não se podem avaliar os concorrentes apenas pelo fato de que seu produto ou serviço é
melhor. Entretanto, esta análise e bastante ingênua, pois muitos outros fatores interferem na
nossa competitividade frente a concorrentes. Talvez eles tenham capacidade de conseguir
melhores preços junto aos fornecedores em função do volume de compras, ou, a marca deles e
mais antiga e/ou conhecida e os clientes optem pela credibilidade, em vez do preço. Por que
tenhamos condições de enfrentá-lo? O que oferecemos de diferente, entre os fatores de
percepção do cliente. Os seguintes aspectos devem ser considerados em uma analise
competitiva da concorrência. Atribuímos uma nota de zero a dez a cada um destes itens, tanto
para a empresa como para os principais concorrentes.
Quadro 3.3 Análise da posição competitiva da empresa
Sua Empresa Concorrente A Concorrente B
Qualidade
Preço
Conveniência
Imagem/Estilo
Relações com o cliente
Imagem perante a
sociedade
Fonte: Adaptado de um plano de marketing (SEBRAE, 2011).
Esses atributos são:
• qualidade: atributos inerentes ao produto, tais como durabilidade, satisfação das
necessidades, comodidade da embalagem, imagem das empresas no mercado com
relação a este quesito;
• preço: qual a importância do preço para os clientes? Qual a posição dos preços em
relação a seus concorrentes em media (em%)? São mais altos ou mais baixos? Com
isto poderá afetar o desempenho das vendas?;
• conveniência: facilidade de acesso aos produtos, horários de atendimento, serviços e
assistência técnica;
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• imagem/estilo: valores agregados derivados de características como design, status,
apresentação do produto;
• relações com o cliente: carteira de clientes atual, fidelidade dos clientes, atendimento
ao cliente (equipe de vendas, assistência técnica, serviços de pós-venda.);
• imagem perante a sociedade: impressões dos clientes sobre as empresas com relação
ao compromisso com o publico, questões ambientais, sociais etc.
3.2.5 LOCALIZAÇÃO
Comportamento Empreendedor
A - Busca de Informações
A escolha do local para a instalação de uma empresa pode ser um fator-chave para determinar
o êxito ou o fracasso de um empreendimento. Não existe uma formula que abrange todos os
tipos de empresas, e a escolha deverá ser definida em função do tipo de negócio. Muitos são
os exemplos de negócios muito bem instalados, dentro de um padrão de conforto excelente,
com um conjunto de produtos cuidadosamente definido, mas estruturados em um local
inadequado.
A localização mais adequada para começar, um negócio poderia ser descrita, simplesmente,
como aquele lugar onde o empreendimento renderá maior lucro ao proprietário. Ao afirmar
isso, não estamos nos baseando apenas no aspecto ligado a estratégia de marketing. Alguns
empresários decidem montar seu negócio e, na hora de definir o local, o principal critério que
utilizam e o custo de locação ou aquisição do imóvel.
Existem aqueles que dispõem de um imóvel e, para economizar o aluguel, optam por instalar
a empresa ali, esquecendo-se de que locais gratuitos podem se tornar muito caros se não for
apropriado. Se isso ocorrer, deve-se primeiramente definir que tipo de negócios será viável
naquele local e se tem a habilidade e afinidade para assumir sua administração. Quando da
escolha da localização, muitos aspectos precisam ser considerados. Eis algumas indagaçõees a
serem feitas: Possuímos dinheiro suficiente para instalar-se próximo aos clientes? Ou será
melhor a proximidade dos fornecedores? Como são as vias de acesso para abastecimento e
53
distribuição dos produtos ou serviços? A localização interfere na imagem percebida pelo
nosso cliente acerca de sua empresa? Ou isso não interfere? Como podem ser observados,
muitos são os aspectos mercadológicos, técnico-operacionais e legais que interferem e
deverão ser cuidadosamente observados.
No entanto, partindo do princípio de que já definimos que negócio quer montar e em que
região pretenderá instalá-lo, aconselharemos que usemos critérios apropriados para
definirmos sua localização, a fim de evitar a inviabilidade por descuido de algum pormenor
não menos importante que outros fatores mais relevantes. O roteiro a seguir, poderá ser útil na
definição do total mais apropriado, analisando os seguintes aspectos:
Aspectos Mercadológicos
• clientes: qual o cliente que buscamos? Onde ele esta concentrado? O negócio
dependerá de um local onde haja um grande trânsito de pessoas? Ou iremos até o
cliente? Trabalharemos com um produto de classe alta? Como o público-alvo vê a
localização? O tipo de pessoas que circulam na região e o público-alvo? Tenhamos
que levar em conta o que buscam os clientes;
• facilidades: quais as facilidades que oferecemos ao cliente? Existe possibilidade de
estacionamento em local próximo, ou disponibilizaremos uma área para este fim?
Possuímos serviço de compras pela internet ou pelo telefone?;
• acessibilidade: como é o transito no local? Como os clientes chegarão ate La? Ônibus,
carro? Este aspecto agrada ao nosso cliente?;
• concorrência: o que oferece? Onde esta localizada? Existem setores em que todos os
concorrentes estão localizados na mesma região, favorecendo o cliente. Ha outras
opções de negócios similares nas proximidades?;
• imagem: o local escolhido oferece boa visibilidade? Nosso produto ou serviço pode
estar localizado na periferia? Que imagem nosso produto ou serviço que passar aos
consumidores? Status? Produtos de alta tecnologia?;
• custos: quanto; custa estar neste local? E compatível como o produto ou serviço que
oferecemos? Justifica estar em um shopping ou loja de rua?.
Aspectos Técnicos e Operacionais
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• mão-de-obra: nosso negocio precisa de mão-de-obra qualificada? A região oferece o
tipo de mão-de-obra de que necessitaremos? Caso contrário, como nossos funcionários
se deslocarão ate a empresa? Teremos que investir no deslocamento de nossos
colaboradores?;
• matéria-prima: teremos facilidade em conseguir a matéria-prima de que
necessitamos? Como ela chegara ate a empresa? Onde estão localizados os principais
fornecedores? Qual e o tempo necessário para a reposição dos estoques?;
• assistência técnica: onde a empresa esta instalada existe facilidade de obter
assistência técnica e ou manutenção dos equipamentos a um custo viável?;
• infra-estrutura: água, luz, energia elétrica e telecomunicações estão disponíveis e em
quantidade suficiente? Em caso negativo, foi feito um orçamento para verificar a
viabilidade do provável investimento?.
Aspectos Legais
Deve-se consultar a prefeitura local para saber se o nosso tipo de negócio e permitido naquele
endereço? Consultaremos os demais órgãos fiscalizados de nosso ramo para obter maiores
informações? É importante ressaltar que órgãos como a prefeitura, corpo de bombeiros,
secretaria estadual e municipal de meio ambiente, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
(IBAMA), secretaria da saúde, ministério da saúde e o ministério da agricultura
regulamentam uma serie de atividades, e nós devemos atender algumas exigências legais, pois
será fiscalizado pelas instituições ligadas ao nosso ramo de atividade.
Quando estivermos preparando esse elemento de nosso plano de negócios, levaremos em
consideração os aspectos discutidos aqui, porque isso ira contribuir de forma significativa
para o sucesso para seu projeto.
Recomenda-se que, baseado nas informações anteriormente descritas, elaborar uma lista de
verificação e de posse; exercitemos a busca de informações. Procurar corretores, imobiliárias,
visite quantos locais for possível para verificar a adequação aos critérios estabelecidos.
Observemos bem esses locais, comparemos e decidiremos por aquele que preencher mais
55
plenamente seus requisitos, mais cuidado com a tentação de decidirmos apenas pelo custo, ou
beleza do local. Pensemos e planejemos com base nas informações coletadas.
3.2.6 DETERMINAÇÃODE PREÇOS
Comportamento Empreendedor
A - Persuasão e Rede de Contatos
B - Planejamento E Monitoramento Sistemático
Neste ponto, deve-se considerar nossa política de fixação de preços. Um empreendedor não
pode ignorar que preço não e unicamente uma cifra, mas, também, meio de alcançar um
objetivo. A política que determinaremos para fixar os preços de nossos produtos ou serviços
deve estar baseada no que nós pretendemos conseguir. O preço não e somente um meio para
determinar as receitas de uma empresa. E também um instrumento para persuadir os clientes e
dissuadir os futuros concorrentes de entrar no mercado. Pode ser descrito como uma filosofia
empresarial e uma mensagem que se quer transmitir aos clientes.
Freqüentemente observamos empresários tomarem decisões de preços com base na
concorrência ou na aplicação rotineira de algumas fórmulas-padrão, sem se darem conta de
que o cliente, ao fazer uma compra, busca outras coisas que, em nossa percepção, se
agreguem aos produtos ou serviços. A formação do preço de venda envolve alguns aspectos
que deverão ser observados, entre os quais:
Custo
O preço de compra de matérias-primas e demais custos de produção, alem dos relativos à
administração e comercialização, devem ser levados em conta na definição do preço de venda.
Nesse ponto, verifica-se como determinaremos o custo do produto ou serviço, e qual o critério
utilizado para fixar o preço de venda. Se possuirmos uma variedade de mercadorias com
diferentes preços, qual a margem de lucro praticada em cada uma delas. Quais são os custos
da empresa? Calcularemos os custos considerando a situação atual e a utilização plena da
56
capacidade de produção, caso haja nela alguma ociosidade. Qual o custo dos componentes
principais? Podemos ter margens diferentes para cada produto? Avaliaremos se algum outro
custo não merece ser incorporado no calculo do preço.
Percepção dos Consumidores
O valor percebido pelos clientes é de muita importância na elaboração do plano. Muitas
vezes, esse aspecto tem pouca relação com o custo real do produto. Existem ocasiões em que
os clientes associam o preço a qualidade ou status. Portanto, as opiniões de valor dos clientes
podem ter pouca ou nenhuma relação com o custo da mercadoria ou com os preços adotados
pela concorrência. Isso pode ser facilmente observado nos valores cobrados por produtos ou
serviços de marcas famosas. Perguntas a seguir deverem ser feitas: Como o cliente percebe o
produto? Pode ser utilizado para obter lucros adicionais, ou ainda selecionar o tipo de cliente
que freqüenta nosso estabelecimento (caso de certos bares e restaurantes). Quais são os
benefícios não mensuráveis que nosso cliente valoriza?
Pode-se observar, claramente, este fenômeno quando um produto ou serviço novo surge no
mercado. Existem consumidores que compram praticamente sem considerar o preço. Essas
pessoas querem ser conhecidas como integrantes de uma elite, com telefones celulares,
podemos observar claramente isto. Com relação aos clientes, deve-se estar atentos ao peso dos
diferentes fatores que interferem em sua tomada de decisão. Será que o preço e o mais
importante? Pense nas ultimas compras que fizemos: o produto estava no local certo, na hora
certa, tinha os atributos que satisfaziam sua necessidade, talvez possuísse um preço
compatível, não necessariamente o mais baixo.
Concorrência
Outro fator logicamente importante a ser considerado na determinação de preços. Entretanto,
leve em conta que podem divergir dos praticado por nossa empresa em função de aspectos
ligados ao contexto de operação total do negocio e ao ambiente em que atuamos. E necessário
sabermos por que a concorrência pratica determinada política de preços, e se preços menores
são fruto de uma estrutura de custos menor, maior produtividade ou, ainda, de uma estratégia
deliberada frente ao mercado. Graças a essa analise, contando com os dados registrados,
poderemos tomar decisões e definir a estratégia dos preços (SEBRAE, 2011).
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Política de Preços
Qual é a nossa política em relação ao valor cobrado? Qual a estratégia de preço que será
praticada?Com que margem vai trabalhar? A seguir, listamos algumas das estratégias típicas
utilizadas pelas empresas em suas políticas de fixação de preços. Aumentar o preço quando a
demanda é favorecida. Redução temporária para aumento da participação no mercado.
Manutenção de um preço baixo e um item visível para atrair clientes e vender-lhes outros
produtos. Utilização de preços baixos para entrar em um novo mercado ou lançar produtos.
Fixação de preço baixo em um item e alto nos produtos complementares, pode ser uma boa
estratégia de comercialização e aumento de vendas.
Lembre-se de que a determinação do preço e um meio para atingir um fim. Por meio dos
preços, nossos clientes também recebem uma mensagem sobre a empresa, seus produtos ou
serviços e a forma como nos se relacionamos com eles. Levaremos em conta essas percepções
dos clientes quando determinar sua política de preços. É com os preços que a empresa
conseguira convencer nossos clientes a gastarem nelas. Se pretendermos manter-los, não
deveremos se esquecer desse detalhe.
3.2.7 METÓDOS DE MARKETING
Comportamento Empreendedor
A - Persuasão e Rede de Contatos
Susbauer (2011) aponta como pretendemos levar a empresa (produto ou serviço) até aos
clientes. Por mais que tenhamos a convicção da qualidade do nosso produto ou serviço, isso
não e certeza de que se terá um mercado garantido. Se não puder atingir os clientes, não há
como permanecer no negócio. E muitos bons negócios fracassam pela deficiência em sua
estratégia de atingir o cliente, apesar de terem boas condições de dar certo. Os consumidores
têm-se tornado cada vez mais seletivos ao longo destes anos e procuram aquilo que satisfaça
58
não apenas uma necessidade imediata, mas que contribua para uma sensação global e
duradoura de bem-estar.
Na definição de uma linha a ser utilizada na mensagem que deverá comunicar ao nosso
público, bem como as ações de marketing que de a garantia de atingir o mercado, lembrando
de que existem fatores importantes que os clientes levam em consideração na escolha de um
produto ou serviço, e eles deverão nortear a estratégia de persuasão. Todavia, todos estes
esforços podem ser em vão se não houver coerência entre o que e divulgado e o que
efetivamente é realizado. Diante de todas as informações aqui veiculadas e da necessidade de
condensá-las num plano, sem omitir questões relevantes, resumir-se a seguir as questões
básicas que deverão integrar o trabalho:
Mensagem
Todo negócio ou empresa tem uma imagem que transmite ao público, independentemente de
ser algo pensado ou ao acaso. Esta imagem esta dando uma mensagem sobre nossa empresa.
O ponto crítico, aqui e compreender que mensagem esta recebendo nosso cliente e se e a que
gostaríamos de transmitir. Nossa empresa pode ter o controle do conteúdo. Deve-se basear
esta mensagem em função da posição competitiva que nossa empresa pretende ter no
mercado, enfatizando atributos particulares de nosso negocio e de nossos produtos ou
serviços.
A mensagem pode comunicar que a empresa se dirige a um nicho de mercado, mas também
pode apontar os desejo e necessidades que pretende satisfazer. Lembre-se de que as pessoas
compram atributos dos produtos ou serviços. Os clientes estão mais preocupados em como a
compra afetará sua vida do que em saber como as empresas conseguem estes resultados. Qual
o conceito do produto que se deseja passar, como queremos que ele seja lembrado pelo
cliente, quais as necessidades que atende os pontos fortes e a vantagem competitiva que o
destaca dos concorrentes, criando o diferencial que fará com que seja preferido. E importante
que se tenha em vista a identidade corporativa (SEBRAE, 2011).
O tipo de mensagem que será transmitida ao consumidor para motivá-lo a comprar o nosso
produto ou serviço deve abranger alguns aspectos que são determinantes na decisão de
compra do cliente. O cliente terá a sensação de estar pagando um preço justo pelo produto ou
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serviço? Existe uma necessidade real do cliente, e a mensagem transmitirá a ele a sensação de
que ela será satisfeita ao adquirir o produto ou serviço?. Alem da mensagem verbal, muita
coisa pode ser transmitida por mensagens não verbais, pelo logotipo, nome ou slogan de sua
empresa. Muitas vezes, as mensagens não-verbais, que a empresa transmite aos clientes têm
maior poder do que as mensagens verbais. Portanto, não se pode esquecer de dar muita
atenção a estes itens.
Técnicas e Veículos
As estratégias, bem como os veículos de marketing que utilizará, deverão ser mensuradas. No
entanto, não se leve pelo entusiasmo das inúmeras possibilidades. As técnicas e os veículos
mais usuais são: assessoria profissional (agências, consultoria especializada), prospectos,
panfletos, mídia impressa (jornais, revistas, publicações especializadas) mídia eletrônica
(radio ou TV), mala direta, feiras e exposições, placas e outdoors. Cada veículo de
comunicação tem seu custo, e eles diferem muito entre si. Quando da escolha de um deles,
deveremos fazer uma avaliação cuidadosa da relação custo x beneficio que oferece. Tenha em
mente que esta escolha deve ser apropriada para que a mensagem chegue ao cliente. Caso
contrário, estará apenas desperdiçando dinheiro.
Força de Vendas e Mecanismos
Neste momento, deve-se relacionar de que forma será constituída a força de vendas
(vendedores internos, vendedores externos vinculados a empresa, representantes ou outros
agentes), e quais mecanismos utilizaremos (mala-direta, telemarketing, contato direto, loja
aberta, participação em feiras e exposições). Questionamentos devem ser feitos como: Quais
são os seus canais de comercialização? Nossos produtos ou serviços são distribuídos? Quando
da escolha de distribuidores, lembre-se de que eles representam nossa empresa,
independentemente de vínculos empregatícios. Na atualidade, muitas empresas estão se
utilizando da internet como instrumento de comercialização. Devemos avaliar se a empresa
esta preparada ou não para usar este mecanismo.
Organização e Treinamento da Equipe de Vendas
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Neste ponto informar-se sobre a organização da nossa equipe de vendas, e como
desenvolveremos um programa de treinamento do grupo. Como são ou serão treinados?
Lembrando que devem ser treinados todos aqueles que têm contato com o cliente, desde a
telefonista até a pessoa responsável pela limpeza. Muitas empresas investem no treinamento
da equipe de venda direta, mas esquecem que o comportamento do conjunto de seus
empregados mostra muito de seu negocio. Todo o esforço de atendimento pode cair por terra
se não houver coerência na equipe. O negócio perderá credibilidade. Suponha a seguinte
situação: enviamos um folder ao cliente divulgando a qualidade dos serviços prestados por
sua equipe de venda e, como reforço, cita os treinamentos por ela recebidos (SEBRAE, 2011).
Quando o cliente chega à sede da empresa, percebe que os atendentes estão vestidos de forma
descuidada ou que a limpeza do local e precária para piorar a situação, o atendimento no caixa
deixa muito a desejar. O que acontece? O esforço de divulgação pode ser sido em vão. Dessa
forma, devemos treinar todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, terão contato com o
cliente. Lembre-se: existem na empresa pessoas que, mesmo não estando encarregadas
diretamente das vendas, mantêm contato estreito como os clientes em outras atividades que
não especificamente a de comercialização. Estas pessoas também fazem parte da equipe que
devera ser treinada. E precisam estar motivadas para o bom atendimento.
3.2.8 PESSOAL CHAVE
Comportamento Empreendedor
A - Persistência
Com relação ao estudo do pessoal chave, identificaremos o pessoal-chave de nosso negócio,
que inclui os proprietários e outras pessoas da área gerencial ou operacional de difícil
substituição ou sem as quais a empresa para. Para Zupnick (2011) na maioria das pequenas
empresas, quando elas se iniciam, são os sócios que executam a maioria das atividades. Eles
têm como atribuições desde a direção-geral até a execução diária de tarefas operacionais e
administrativas. À medida que vai crescendo, a empresa requer um trabalho mais organizado
e a delegação de tarefas. Certamente, como os problemas vão surgindo, novas decisões
precisarão ser tomadas e não será mais possível administrar sozinho.
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Estrutura Necessária
No levantamento da estrutura necessária, algumas indagações deverão ser feitas: Quais são as
funções-chave da empresa, sem as quais ela não funciona? Definir claramente a estrutura de
organização da empresa, suas atribuições - identificar a estrutura atual e prever a necessária.
Incluiremos um resumo sucinto das responsabilidades e qualificações de cada pessoa. Se
estivermos preparando um plano para a expansão do negócio, definiremos quantas pessoas
teremos que contratar, quais serão suas responsabilidades e, principalmente qual a
qualificação exigida para realizar o trabalho a contento. Uma vez definidas as pessoas a serem
contratadas, deve-se pesquisar a faixa salarial praticada no mercado e ponderar que tipo de
profissional que irá contratar em função dos recursos disponíveis.
Identificação
Nesse momento, é realizado a verificação de pessoas que garantam a continuidade da empresa
e contratar aquelas que conheçam a função e tenham capacidade técnica. É necessário,
também, definir o perfil de cada um das funções. Mas como saberemos quem contratar?
Inicialmente, devemos fazer um organograma de nossa empresa, por menor que seja
definindo as funções e as linhas hierárquicas. Isso não precisara ser incluído em nosso plano
de negócios, mas com certeza será útil para definir o perfil das pessoas que iremos contratar.
Esse organograma deverá levar em conta a estrutura que nossa empresa terá quando alcançar
o tamanho que se considera o ideal, quando atingir a meta. A seguir um exemplo:
• conselho de administração: formado pelos acionistas, e responsável pela formulação
das diretrizes de atuação da empresa e pelas decisões estratégicas;
• diretor-presidente: responsável pela realização global do objetivo estratégico, e
subordinado ao conselho de administração;
• diretor de marketing: responsável pela busca de clientes e de novas maneiras de
atender ou satisfazer as necessidades dos clientes com os produtos da empresa;
• diretor de operações: responsável pela preservação dos clientes, garantindo a entrega
daquilo que o marketing promete, e pela busca de novas maneiras de ação da linha de
montagem a custo menor e com maior eficiência;
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• diretor financeiro: responsável pelo apoio as demais diretorias no cumprimento de
suas obrigações, mantendo uma posição financeira equilibrada e provendo o capital
exigido, sempre a taxas mais convenientes.
Conforme a estruturação acima, pode se achar que foi feito algo pomposo ou até fora da
realidade, principalmente se o negócio for uma microempresa composta, por exemplo, para
nós e um sócio, que está sobrando cargos. Essa afirmativa não é verdadeira. Ao analisarmos a
situação detalhadamente, percebe-se que você e seu sócio desempenham todas as funções da
empresa, pela falta de pessoas para fazê-lo. Como é praticamente impossível essa situação
perdurar por muito tempo, define-se claramente as funções e as responsabilidades, e estruture
isso em um organograma. À medida que a empresa for crescendo, a tendência dos donos e
repassar os cargos e as atribuições a outras pessoas (COOLEY, 2011). O organograma é como
um mapa rodoviário da empresa: nele, está definido o que as pessoas realmente irão fazer suas
responsabilidades e, principalmente, a qualificação e as características que cada uma delas
devera ter para desempenhar o cargo de modo satisfatório. Assim, em vez de um ajeitograma,
no qual ajeitaremos em cargos as pessoas que já contratamos,teremos condições de procurar
no mercado o profissional adequado as necessidades de nossa empresa, valendo-se do
conhecimento da estrutura e da identificação do perfil necessários para as funções
relacionadas.
Seleção
Muitos negócios criam a organização em torno de pessoas, em vez de criá-la em volta de
funções. Existe uma tendência, nestes casos, de contratar pessoas com base no salário baixo
ou no grau de parentesco, sem ter em conta sua capacidade. Para não cair em alguma
armadilha ao contratar alguém de nossa relação pessoal, perguntaremos se: esta pessoa possui
as habilidades necessárias para as tarefas especificas?Teve sucesso em suas experiências
anteriores? Se vai supervisionar outras pessoas, e capaz de motivar e lidera de forma efetiva
seus funcionários?
Devemos ter muito cuidado na hora de eleger nosso pessoal. Algumas vezes pode ser
necessária a ajuda de especialistas do ramo, para esses cargos mais importantes. Mas para que
a escolha seja a mais acertada previamente deveremos ter claras as responsabilidades de cada
função. Como e feita à escolha dos candidatos?Identificar e selecionar pessoas “coringas”
63
como opções para a função-chave, nos pontos críticos da empresa. Não depender
exclusivamente de uma pessoa, manter um cadastro de candidatos.
3.2.9 FORNECEDORES
Comportamento Empreendedor
A - Busca de Informações
O objetivo deste item do nosso plano de negócios e determinar quais são nossos principais
fornecedores, quais suas características e de que maneira estas características podem afetar
nossa competitividade. Em alguns setores da economia, os fornecedores podem exercer
pressão sobre nossos clientes com o objetivo de elevar seus preços ou reduzir a qualidade dos
seus produtos ou serviços. Está preparado ou possuir alternativas pode muitas vezes
representar a continuidade do negocio, já que o fornecimento interfere diretamente nos custos
finais dos produtos ou serviços que nós vamos entregar a nossos clientes (SEBRAE, 2011).
Matérias-Primas e Mercadorias
O primeiro passo e fazer uma lista dos produtos mais importantes que serão comprados por
nossa empresa. No caso da indústria, identificaremos as matérias-primas principais, ou seja,
aquelas de difícil substituição ou sem as quais nossa empresa não poderá operar. No caso do
comercio, nós poderemos listar seus produtos ancora ou, no caso de uma diversidade muito
grande de itens, as principais linhas de produtos. Para fornecer um serviço, certamente
necessitaremos de varias matérias-primas ou mercadorias. Para alguns setores da economia,
determinadas épocas do ano geram mais vendas ou produções que outras, e muitas vezes estes
períodos de venda representam boa parte dos ingressos anuais. Esta sazonalidade terá uma
incidência direta nas nossas previsões de compra e de estoque que deveremos manter.
Quem São
64
Agora que sabemos o que iremos comprar, vamos definir de quem, listar os fornecedores que
já utilizamos e outras opções para o caso de necessitar. Determinaremos quantos fornecedores
poderemos comprar cada item. Se existirem muitos, relacionaremos os principais.
Preocuparemos com todos os tipos de fornecedor. Qual o tamanho de cada um deles e sua
capacidade de entrega. Nada e mais instável que depender de um só fornecedor. Se este tiver
problema no negocio, sentiremos reflexos diretos e imediatos em nossa empresa. Contar com
mais fornecedores reduz os riscos de desabastecimento e de paralisação da produção ou do
fornecimento de um serviço.adicionalmente,pode representar a oportunidade de soluções
novas e talvez melhores.
Se houver apenas um ou poucos fornecedores, citemos quais são as condições básicas de
negociação impostas por ele (quantidade mínima de compra, prazo de entrega, prazo de
pagamento, preço) e de que maneira você pensa em torna-se menos vulnerável em termos
estratégicos (parceria com outras empresas do ramo, busca de produtos substituídos, acesso a
novos fornecedores em outros mercados). Podemos preparar uma tabela com as informações
obtidas sobre nossos fornecedores. Alem de ter algo organizado para mostrar ao leitor, isto
será de muita utilidade quando necessitarmos analisar novas fontes e selecionar a que melhor
se adaptam as suas necessidades, em vez de escolher arbitrariamente uma delas (SEBRAE,
2011).
Quantos São
Uma pesquisa pode ajudar a identificarmos quantas empresas podem fornecer o produto e ou
serviço de que necessitamos? Entraremos em contato com eles ou com nossos atuais clientes e
descobriremos como atuam. As revistas técnicas também podem ajudar a encontrar novos e
bons fornecedores. Ter poucos fornecedores pode criar dependência, mas existem alguns
aspectos positivos e negativos que precisam ser avaliados no fato de concentrar o numero de
fornecedores. Por exemplo, podemos obter benefícios de preços, prazos de pagamentos e
entregas, caso tenhamos fidelidade parcial ou total em relação a determinado fornecedor.
Porem, e importante lembrarmos que esta e uma medida estratégica nossa, e não imposta pelo
mercado.
Distribuição Geográfica
65
Um aspecto observado quando da instalação de uma empresa e onde estão localizadas aquelas
empresas que fornecem os insumos necessários para o negocio. Comprar diretamente da
fabrica ou de distribuidores autorizados traz muitas vantagens, ainda, mas se eles estiverem
localizados próximos a nossa empresa. Podemos ter um estoque menor, recebendo os
produtos com maior freqüência, entre outros benefícios. Mesmo que isso ocorra, precisamos
saber onde estão localizados. Não existem outros mais próximos ou mais barato? Como e o
acesso ao local? E o tempo de entrega? Se o fornecedor fica fora do país, é possível que
tenhamos de adquirir em grandes quantidades?
Condição de Negociação
Evidentemente, quanto maior o nosso volume de compras, maiores serão as facilidades
oferecidas pelos fornecedores. Mas a maioria das empresas de pequeno porte não efetua
compras tão expressivas. Então, é preciso encontrar alternativas, como, por exemplo, criar
sociedades ou grupos para compras. Mas isto nem sempre e possível e cabe a nós caminhar
com nossas próprias pernas. È necessário, portanto, ter uma relação com nossos fornecedores
e conhecer quais são os seus prazos de entrega e suas opções de pagamento. Mesmo não
sendo um comprador de grande porte, se você efetuar compras com freqüência e se for um
bom pagador, seu fornecedor se lembrara de nós. Relacionaremos também que tipo de
negociação vem sendo realizada com cada fornecedor, pois isso poderá ser útil se houver
necessidade de aumentarmos o volume de compras.
Problemas de Abastecimento
Normalmente, a finalidade de nosso fornecedor esta diretamente relacionada a nossos como
compradores, mas alguns aspectos dos fornecimentos anteriores podem dar parâmetros para a
nossa avaliação. A quantidade fornecida e constante ou não? O preço e fico ou variável?
Fornece produtos críticos quando em baixa? Deixou de fornecer matéria-prima? Em caso de
falta, quais outros fornecedores nós podemos acessar rapidamente? Ha problema de
sazonalidade de abastecimento? O que fazer com estas variáveis ? Estocar? Ter mais de um
fornecedor para um mesmo produto? Este é o momento de pensar e planejar sobre isto.
66
3.2.10 MANUFATURA E PRODUÇÃO
Comportamento Empreendedor
A - Exigencia de Qualidade e Eficiencia
B - Planejamento E Monitoramento Sistematico
Neste item estabeleceremos as bases operacionais de nossa empresa ou projeto. Estes aspectos
incluem uma serie de elementos tais como: tipo de instalações necessárias, os processos de
produção, a forma como vamos receber as matérias-primas ou fornecer os produtos e serviços.
O adequado planejamento de todos estes aspectos e crucial para assegurar a produtividade de
uma empresa, sem importar se e uma indústria, comercio ou serviços. Alguns fatores físicos
do local, onde estaremos instalados tem grande importância para uma empresa que pensa em
crescer. Muitas vezes a empresa começa em locais pequenos e provisórios. Avaliaremos
também que espaço, necessitara no futuro.
Descrição do Processo
Devemos fornecer uma explicação passo a passo do processo utilizado para fabricar,
comercializar nosso produto ou fornecer serviço. Em cada passo, poderemos explicar que
trabalho e feito, quantas pessoas estão envolvidas, mencionar o equipamento utilizado e o
material envolvido. Esta informação e útil para os leitores, porque ela não da somente uma
idéia do processo, mas também uma base para avaliar nossa analise de custos. Como se faz?
Deixaremos claro como e realizado todo o processo, desde a chegada da matéria-prima ate a
saída do produto ou serviço concluído. Sem o entendimento do processo, dificilmente
poderemos implantar melhorias de qualidade e eficiência. É da observação de como vem
operando que surgirão aspectos relevantes no processo de melhoria de qualidade e eficiência,
resultado em processos maias produtivos.
Descrição do Equipamento
Descrevemos quais são quantos são, para que serve, qual a capacidade produtiva, o período
em que e realizada a manutenção preventiva e como procede para que a empresa não pare se
67
são novos ou necessitam de reparos freqüentes, se podem ser alugados e o tempo Maximo de
uso de cada um deles, ou dos que são fundamentais em nosso negocio. Após ter descrito
nossos equipamentos, devemos compará-lo com as alternativas existentes. Os equipamentos
refletem o atual estagio tecnológico, ou estão ultrapassados?
Dia a dia, estão surgindo novos equipamentos que simplificam e racionalizam a produção e
quase todas as áreas de fabricação. Na área de serviço, os computadores estão cada vez mais
rápidos e produzindo copias cada vez mais fidedignas. No comércio, estes mesmos
equipamentos facilitam a emissão de notas fiscais e a liberação das mercadorias, entre outros
benefícios. Se os equipamentos deixam algo a desejar, então deveremos explicar o que
pretende fazer para corrigir a situação, ou definir porque não necessita tomar nenhuma atitude
nesse sentido.
Por exemplo, podemos admitir que existam equipamentos melhores e mais eficientes
disponíveis no mercado, mais isso não significa que tenhamos que usá-los. Talvez
considerassem que poderiam ser mais eficiente com um equipamento novo, mas o seu custo e
superior ao que podemos pagar, e alem disso, ainda e possível ganhar dinheiro operando com
o equipamento atual (obviamente, se estamos solicitando um empréstimo e utilizar este
argumento, devemos fundamentá-lo com novas concretas).
Tipo de Processo
Nem sempre o leitor esta familiarizando com o processo. Deveremos identificá-lo com nomes
técnicos e informar detalhadamente seu objetivo. Se for manual ou automatizado, com qual
fase do processo produtivo está relacionado, acabamento, preparação ou aferição, seja em
uma empresa comercial, industrial ou de serviço. e importante analisarmos se o tipo de
processo que vamos usar e o que gerara melhores resultados.
Layout
Compreendido como sendo a distribuição física, o layout descreve o fluxo das operações e
mostra como a disposição dos equipamentos interfere no processo. Nossa elaboração e um
momento importante para questionar se a distribuição e a mais eficiente e se não há perda de
tempo com deslocamentos. Essa analise permite uma melhor seqüencia do trabalho, aumenta
68
a produtividade e previne estrangulamento da produção. Muitas vezes desconsiderando, o
arranjo físico de materiais e equipamento do escritório, a localização do telefone na mesa, a
distância entre os arquivos, fax, computador e impressora, interfere na produtividade e no
rendimento de nossos colaboradores.
Tempo de Processo
E fundamental para o planejamento de pessoal a determinação do tempo de cada processo e
da habilidade requerida. O custo da mão-de-obra e o tempo utilizado nos processos
influenciam o preço final do produto ou serviço. Como podemos observar no exercício de
eficiência, e necessário avaliar cuidadosamente cada um deles.
3.2.11 PROJEÇÃO DE VENDAS
Comportamento Empreendedor
A - Busca de Informações
B - Estabelecimento de Metas
Esta pode não ser uma tarefa simples, principalmente se estamos montando um novo negocio
e não temos, conseqüentemente, um histórico em que se basear para fazer as projeções de
vendas. Entretanto, devemos lembrar que temos que prever o faturamento inicial do
empreendimento para avaliar sua viabilidade. Outro aspecto importante e o fato de que, com
as projeções, poderemos monitorar o andamento das atividades com vistas a assegurar para
atingir as metas. Como todo empreendedor, desejaremos dirigir seus esforços em relação a um
objetivo. Isto nós deixara motivado, Dara maior direcionamento a nosso negocio e motivara
também as pessoas que operam com a gente, especialmente aquelas que trabalham
diretamente na área de vendas (SEBRAE, 2011).
Não existe uma formula mágica que se possa usar para projetar vendas. No entanto, podemos
utilizar alguns métodos que ajudará a chegar a uma estimativa razoável. Comece pelas
69
informações que já possuímos. Voltemos aos tópicos anteriores do nosso plano, em especial
as que coletamos sobre o mercado potencial, produtos e serviços e a concorrência. Estas
informações nós ajudará a realizar projeções confiáveis. Nossas projeções deverão ter
coerência com o restante do plano.
Volume de Vendas de Negócios Similares
Fazendo um estudo de mercado da região, cidade, bairro em que pretenderemos atuar ou em
que já estamos atuando (para detectar possíveis mudanças), terá uma noção do potencial de
compra. Caso tenhamos capital para isso, podemos recomendar uma pesquisa de mercado que
Dara base a nossa previsão de vendas. Ao optar por esta alternativa, deveremos ter bastante
cuidado na escolha do prestador desse serviço. Entretanto, e bom frisar que a maioria dos
empreendedores gosta de fazer a sua própria pesquisa de mercado, pois eles sabem que os
relatórios de uma pesquisa apresentam somente a parte numérica do levantamento. Apontado
com os potenciais clientes gera uma quantidade de informação que poderão nortear a nossa
estratégia de vendas, permitindo, com isso, criar um diferencial que será útil na conquista de
preferência dos clientes. Esta e uma das vantagens de irmos, pessoalmente, buscar
informações.
Do lado de seus concorrentes, poderemos observar quantas pessoas entram na empresa para
comprar, quantas efetivamente efetuam a compra, quantas e quais mercadorias recebem de
seus fornecedores, quantos vendedores têm. Não tenhamos duvida: façamos pesquisa com os
clientes de nossos concorrentes e também com nossos fornecedores. Certamente, terá
informações, úteis para projetar o quanto poderá vender. A partir do exercício da busca de
informações, poderemos fazer uma projeção mais realista de nossas vendas, o que permitira
avaliar com critério a viabilidade de nosso futuro negocia.
Dados sobre o volume de consumo de nosso produto ou serviço poderemos também obter em
publicações especializadas do setor de atividade,que costumam,trazer informações úteis sobre
hábitos de consumidores,consumo per capita,volume de vendas de empresas dos mais
variados portes e outras dicas que poderão subsidiar o nosso trabalho.
Vale ressaltar que, por mais aberto que esteja o mercado para o nosso negocio,ate que a nossa
marca esteja conhecida e a imagem formada, nós não teremos a mesma fatia de mercado de
70
uma empresa que esteja funcionando há anos. Procuremos, então, se informar a respeito do
volume de vendas de negócios similares nos primeiros dois anos e poderemos ter um
parâmetro para fazer uma projeção de vendas.
Analise da Evolução Histórica das Vendas
E obvio que se já estamos com o negocio em funcionamento, os resultados dos anos
anteriores será fundamentais para nossa projeção anual de vendas. Avaliemos o que ocorreu,
sua evolução, ou decréscimo, quais os fatores que interfiram nos resultados, clima, mudança,
econômicas, importações de produtos. Aproveite também para compararmos com os
resultados alcançados pelo setor. Estes dados atualizados poderão ser obtidos junto à entidade
de classe, institutos de pesquisa, jornais, revistas especializadas, etc.
Vendas em Períodos Anteriores
Caso já tenhamos o negocio estabelecido, uma forma pratica de projetar vendas e comparar
com o histórico registrado em períodos anteriores e prever a expansão de vendas que
queremos atingir. Entretanto, ao fazermos essas projeções e importante avaliar o estagio em
que se encontra o mercado em nosso ramo. É um mercado em expansão, encontra-se estável,
ou esta em declínio? Estes cuidados indicarão a capacidade de resposta do mercado e
dimensionarão, para o empreendedor, o esforço de vendas que será exigido para a
concretização das metas estabelecidas. As projeções de vendas deverão ser feitas envolvendo
o mesmo período do nosso plano. Para o primeiro ano, estimaremos uma projeção mensal de
nossas vendas. Para o ano seguinte, trimestral, para os demais, semestral e anual,
progressivamente.
Vendas Considerando Ciclo de Compra dos Clientes.
Com este método, poderemos separar de nossa carteira de clientes aqueles cujas compras se
repetem a cada quinzena, mês, semestre ou ano. Avaliando como se comportam essas
compras (crescimento, satisfação, formas de liquidação, fidelidade), poderemos projetar as
vendas.com uma grande margem de segurança. Para aqueles que são tentados a utilizar a
justificativa de que e difícil, para não fazer esta tarefa, e bom lembrar-se do comportamento
71
de persistência e, principalmente, de estabelecimento de metas, antes de sair pintando alvos
por ai.
3.2.12 VIABILIDADE ECONOMICA E FINANCEIRA
Comportamento Empreendedor
A - Planejamento e Monitoramento Sistematico
O propósito deste item e demonstrar a capacidade de nossa empresa para:
1 - Comprovar que somos capazes de gerar os fundos necessários para atender a todas as
obrigações financeiras e de operação da empresa;
2 - Saber se somos capazes de obter uma rentabilidade atrativa para nós, seus sócios ou
investidores, mantendo a saúde financeira da empresa.
Por meio das projeções financeiras, poderemos apresentar em termos monetários resultados
futuros de nossas decisões, se nossa empresa terá a rentabilidade esperada e se os ingressos
financeiros são suficientes para cobrir todos os custos de funcionamento. Os empreendedores
geralmente podem ser enquadrados em uma destas duas categorias dos fascinados ou dos que
possuem medo, por números. Se pertencermos ao primeiro grupo, deveremos estar feliz por
ter chegado a este item. Mas se pertencemos à categoria que não gosta de planejar, talvez se
sentisse tentando a encerrar o plano de negócios por aqui e partir para outra atividade.
Segundo Daubigny (2011) os números não são bichos de sete cabeças, eles simplesmente
refletem as decisões já tomadas anteriormente em nosso planejamento empresarial,se fizemos
uma projeção de vendas,haverá um numero vinculado a isto.se decidir contrariar determinadas
pessoas ,também, há um numero relacionado. Todas as projeções de decisões tomadas no
plano de negócios levam a números, e agora e à hora de colocá-los, juntos para saber se o
negocio e realmente viável ou não. Para isso utilizaremos uma serie de tabelas que possuímos
os dados usados normalmente.
72
Poderemos adaptá-las as necessidades especificas do negocio, acrescentando ou eliminando
dados. Se não possuirmos conhecimento suficiente para fazê-lo, eis aqui uma oportunidade de
exercitarmos o comportamento consulta especialistas para obter assessoria técnica ou
comercial. E importante salientar que, mais que saber fazer os cálculos e der conhecimento
técnico da questão financeira, e determinar para o sucesso tomar decisões a partir dos dados e
índices econômicos proporcionados pelo planejamento financeiro (SEBRAE, 2011).
3.2.13 APÊNDICE
Comportamento Empreendedor
A - Busca De Informações
Esta e a ultima parte de um plano de negócios e poderá, ou não, constar nele, pois só e
indicada quando houver necessidade de se adicionarem informações para reforçá-lo, este não
é, portanto um espaço onde devemos incluir informações novas que não tenham sido
abordadas no plano. O apêndice não deve trazer informações que sejam essenciais ao
entendimento do nosso negócio, pois se o fizermos poderá comprometer todo o trabalho de
elaboração do plano. Estas informações relevantes devem ser inseridas no plano, pois muitas
pessoas só se interessam em ler um apêndice se a leitura do plano gerar nelas a vontade de se
aprofundar mais. Conseqüentemente, tudo o que de relevante tivermos que registrar, faça-o no
plano.
Lembretes Importantes
• plano, assim como o apêndice, deve ser autônomo para garantir aqueles que numa
primeira lida só se interessam pelo plano o acesso a todas as informações relevantes
que tiver, gerando com isso interesse por uma leitura mais detalhada, ocasião em que
seriam estimuladas a ler o apêndice;
• lembramos de que o apêndice não deve ser maior que o plano e se acaso, os dois
forem relativas, ente grandes, coloquemos em pastas separadas, não se esquecendo de
colocar, no final do plano, um lembrete, estimulando as leitoras a buscar maiores e
mais detalhadas informações com a leitura do apêndice;
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• embora tenhamos feito referencias ao tamanho do apêndice e a relação com o
tamanho do plano, não esqueçamos de buscar certo equilíbrio, tanto num caso no
outro. Eles não devem funcionar com um fator intimidador do leitor, não se
esqueçamos das normas como, por exemplo, ABNT, para regra este tipo de trabalho.
Essa atividade pode ser realizada por um revisor contratado (especialistas) para este
fim. Isto pode representar um custo a mais. Porem, e um procedimento que assegura a
qualidade desejada.
Itens do Conteúdo de um Apêndice
• copias de contratos importantes;
• artigos de terceiros, elogiosos a empresa;
• fotos de produtos e da própria empresa;
• material de marketing;
• lista de filiais;
• planta com a descrição de layout;
• resultado de pesquisa de mercado;
• currículos do pessoal-chave;
• informações técnicas relevantes;
• informações importantes sobre o processo de fabricação;
• outros tipos de informações.
3.2.14 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre os resultados obtidos nesse estudo, de acordo com os objetivos propostos e
relacionando-os com os relatos na fundamentação teórica, com o estudo da análise de
aplicações do modelo de gestão do plano de negócios, e objeto desse estudo, concluí-se que a
partir do momento que identificamos em nos os comportamentos empreendedores e
utilizamos como ferramenta o plano de negócios, pode-se afirmar que o planejamento
estratégico como definido na parte teórica é de suma importância para as organizações, no
sentido de gerar maior conhecimento a partir de elaboração, e concepção de estratégias para
essas empresas no intuito de criação de valor para as mesmas, o que constitui em um
74
diferencial competitivo, que aumenta o nível de competição, e dessa forma faz com que as
mesmas obtenham vantagem competitiva frente às concorrentes e reduzem significantemente
a possibilidade de fracassos na montagem ou criação do empreendimento.
Um fato relevante para as organizações em geral, em elaborar um Plano de Negócios, é saber
identificar a estratégia adequada para o seu momento e aplicá-la convenientemente, segundo a
sua visão de negócios. Não basta aplicar qualquer estratégia ou conjunto dessas
aleatoriamente, é necessário conhecer o momento vivenciado pela empresa, seu ciclo de
negócios e outras informações para parti-la dessa constatação, desenvolver estratégias e
aplicações de acordo com os objetivos e metas traçados com vistas o seu alcance.
É importante ressaltar alguns fatores críticos de sucesso essenciais que o planejamento
estratégico empresarial juntamente com a utilização e emprego do modelo de gestão
estratégica baseado na metodologia de plano de negócios, apresenta para a obtenção dos
resultados esperados em sua plena e satisfatória utilização, o que era outro objetivo proposto e
foi alcançado, conforme as evidências abaixo citadas:
1) é necessário o apoio e envolvimento da alta administração na concepção de um
plano de negócios;
2) o aspecto alinhamento de equipes de pessoal com o envolvimento e integração entre
estes é de fundamental importância sem o qual não seria possível a implementação;
3) o nível tático gerencial precisa estar alinhado com o alto escalão na busca dos
objetivos e necessidades;
4) gerenciamento centralizado de informações onde todos na empresa possam
compartilhar as informações, o que evita a existência de dados duplos ou incorretos e a
escolha de pessoal orientado para as competências e habilidades pertinentes à organização
como um todo, dentre outros fatores;
5) consultar, revisar e até mesmo modificá-lo sempre seu plano de negócios levando
em conta o momento em que se encontra seu empreendimento;
O estudo permitiu evidenciar que aplicabilidade do plano de negócios como
ferramenta de gestão na condução dos negócios, está relacionada às características a seguir:
definição das diretrizes com clareza; conhecimento da ferramenta a ser implantada e seus
recursos por todos os envolvidos; administração e disposição para mudanças; aquisição e
dimensionamento adequado do conjunto de hardware e seus periféricos de acordo com o
75
perfil do projeto a ser implantado; cultura de atendimento - desenvolvimento de uma cultura
orientada para os clientes, com motivação para alcance de metas e resultados, com maior
qualidade, produtividade e flexibilidade; programas de treinamento de pessoal envolvido no
intuito de promover a formação, aperfeiçoamento, especialização e capacitação da equipe e
comunicação consistente, fluente, intensiva e transparente em todas as áreas da empresa para
uma explanação e conceituação inicial e avanços do projeto paulatinamente.
76
4 MODELO DE GESTÃO EMPRESARIAL PARA MICRO E PEQUENA EMPRESA A gestão de uma pequena empresa é semelhante à de uma grande empresa, em termos de
direção e coordenação das atividades empresariais, e dessa forma contribui para o aumento de
produtividade, e aumento da lucratividade do negócio em geral; com a priorização do aspecto
econômico, na transformação de recursos em produtos, desejados pelas pessoas (LACOMBE;
HEILBORN, 2009); procurando empreender e gerir cada vez mais com qualidade, os
objetivos empresariais de acordo com Sobral; Peci (2010). À medida que uma empresa cresce,
eleva-se em o seu volume de atividades e sua complexidade tende a ser maior, o que torna
necessário, novos métodos sistemáticos de gerenciamento.
Os modelos de gestão destinam-se a resolver problemas e desafios de empresas e podem
propiciar uma nova maneira de ver uma situação que resulte em uma mudança positiva, sejam
estratégicas, táticos ou operacionais, para a solução de problemas, desenvolvidas para
aumentar a eficácia e eficiência empresariais (ASSEN, BERG, PIETERSMA, 2009). Assim,
as características que distinguem a gestão de um Micro e Pequena Empresa (MPE), tais como
a administração exercida pelo profissional de gestão, onde o clima organizacional, que se
refere a um sistema de valores compartilhados pelos membros que diferencia uma empresa
das demais de acordo Robbins (2009), é constantemente modificado, em função das
necessidades empresariais da organização, método de gerenciamento vulnerável, o que leva a
ineficiência gerencial na maioria dos casos, e com baixo ou nulo retorno sobre o investimento,
falta de delegação, estrutura centralizadora no proprietário, inexistência de critérios de
recrutamento e seleção, desconhecimento de metas e objetivos por parte dos colaboradores
principais, dentre outras (LONGENECKER, MOORE, PETTY, 1997).
O pequeno negócio possui muitas limitações gerenciais, e no campo de marketing e mercado,
há outras situações na tomada de decisões, relativamente empíricas, como exemplo o
gerenciamento dessa área, sem o devido respaldo por meio de informações atuais, relativas ao
seu mercado de atuação, falta de pesquisa de mercado, portanto, sem um plano de marketing
para sustentar e orientar o negócio, além da falta de pessoal qualificado para a execução
operacional cotidiana. Em termos de definição, “organização é a instituição legalmente
constituída, com a finalidade de oferecer produtos e/ou serviços para outras organizações e/ou
para os consumidores do mercado em geral (OLIVEIRA, 2008); com a criação de valor
através de imputs ou entradas como matéria-prima, da transformação eficiente, por meio de
77
maquinário e capacidades essenciais, visando a outputs ou saídas, como bens e serviços
acabados adequados ao mercado alvo (JONES, 2010); no atendimento adequado aos
consumidores e suas motivações e percepções (KARSAKLIAN, 2004); de forma integrada
economicamente aos mercados em âmbito mundial, devido ao processo de globalização, que
promove uma rápida evolução e o crescente uso das tecnologias da informação, na melhoria
do comércio e das transações financeiras entre os países, que altera a estrutura política e
econômica das sociedades (RIBEIRO, 2010); sendo necessária a adaptação de acordo com os
cenários ambientais (FERNANDES, 2010).
Ao longo de sua jornada em busca da sustentação e longevidade da empresa, a organização
sofre alterações em sua composição e forma de gestão. Segundo Longenecker, Moore, Petty
(1997):
Em alguma extensão, o gerenciamento precisa se adaptar ao crescimento e à mudança em qualquer organização. Entretanto, as mudanças envolvidas à medida que o negócio passa pelos períodos da infância e da adolescência são muito mais extensas que aquelas que ocorrem com o crescimento de um negócio relativamente maduro.
Conforme demonstrado na Figura 4.1, uma organização passa por quatro estágios de
crescimento. Ao longo dessa trajetória de crescimento organizacional, são acrescidos novos
colaboradores e níveis administrativos ao negócio, a medida que se passa do estágio 1, até
atingir o estágio 4 mais elevado.
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OPERAÇÃO
DE UMA
PESSOA TREINADOR
SUPERVISÃO INTERMEDIÁRIA
ORGANIZAÇÃO FORMAL
Figura 4.1 Alterações nos estágios de crescimento de uma MPE.
Fonte: Adaptado de Longenecker, Moore, Petty (1997)
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A empresa quanto se encontra no primeiro estágio, é uma operação de um colaborador
somente, apesar de invariavelmente, as empresas nem todas começam nesse nível, no segundo
estágio, o proprietário além de participar das atividades funcionais, tais como produção,
comercialização, vendas; também exercita a coordenação desses esforços dos outros
colaboradores. No terceiro estágio, é acrescentado um nível administrativo, normalmente de
supervisão, e o empreendedor, daqui em diante, para um melhor aproveitamento dessa
estrutura, precisa trabalhar por meio de gerenciamento intermediário, diferentemente do
estágio anterior, que ele mantinha contato direito com os colaboradores.
No quarto estágio, a empresa se tornou mais complexa, sendo necessária a adoção de outros
níveis administrativos, e desse ponto em diante, faz uso da formalização da gestão, por meio
de políticas e regras escritas, planos, orçamentos, ou seja, a empresa torna-se profissional em
termos de estrutura organizacional e gestão. Quanto às práticas de gerenciamento,
normalmente os empreendedores de pequenos negócios não reconhecem ou dão o devido
valor a gestão profissional, os proprietários são criam negócios, enquanto que a gestão
profissional preocupa-se em consolidar e manter a empresa, e seu crescimento. Em um
paralelo entre empreendedores e gerentes, podemos citar os seguintes:
• os proprietários são orientados para a criação;
• proprietários preocupados com a imagem;
• proprietários necessitam de grande autonomia
• proprietários estão dispostos a assumir riscos moderados segundo o seu julgamento
particular;
• intuitivos, orientados para o longo prazo e visão holística (do todo).
Já os gerentes profissionais são:
• orientados para a sobrevivência do negócio;
• preocupados com a imagem da empresa;
• assumem riscos mais planejadamente;
• analíticos, orientados para o curto prazo e visão detalhista e específica.
79
As funções gerenciais em pequenas empresas
As funções gerenciais segundo Chiavenato (2006) são definidas como sendo as atividades de
planejamento, organização, direção e controle. Essas atividades são essenciais e constituem o
ponto central do gerenciamento de empresas. Inicialmente tratamos do plano de negócios
anteriormente a esta seção, de agora em diante descreveremos como é a gestão de modo
contínuo.
O planejamento em MPE´s é considerado muito aquém do ideal, focando basicamente com
questões rotineiras, como nível de estoque e compras de matéria-prima, equipamentos a
adquirir, dentre outros aspectos rotineiros. A compensação do planejamento vem do exercício
gerencial no sentido de aumentar a produtividade, com a implementação de novas técnicas e
processos ao longo da existência da organização, porém ao mesmo que se sente tal
necessidade, e também executado e implementado o plano de melhorias, ou seja, pensa e
executa ao mesmo tempo.
É importante salientar que um planejamento adequado e previamente pensado e formulado,
composto de planos de ação para nortear a caminhada consistentemente, além de ser útil para
instituições bancárias, quanto do momento de se pleitear um financiamento ou empréstimo,
para recursos para a expansão da empresa.
Com relação aos planos em uma MPE´s, quanto a natureza temporal, são de curto prazo, para
um mês, ou trimestre, quanto existem; focados em plano de ações, compostos de atividades de
marketing, finanças, e orçamentos; ou segundo Luzio (2010) os plano de ação que conduzem
ao objetivo estratégico, que é composto de ações táticas e operacionais. Para Kluyer e Pearce
II (2010) “as estratégias funcionais geralmente envolvem um domínio mais limitado, como o
marketing, os recursos humanos ou a tecnologia”. Esses três elementos fazem parte da
administração, que na sua totalidade são usados para orientar o futuro de longo prazo de uma
organização.
Quanto aos procedimentos que são os métodos de trabalho específicos nas atividades
empresariais, em MPE´s cita-se as formas de concessão de crédito e sua aprovação por um
supervisor de vendas; por exemplo, as formas de contratação de pessoal, que pode ser admitir
80
pessoal somente com experiência comprovada em Carteira Profissional, e para efetivação no
trabalho, passar por um período de experiência de 30 à 90 dias, etc.
As políticas empresariais norteadoras da prática gerencial, em MPE´s, são determinadas
regras gerais, como por exemplo, a não aceitação de presentes por parte de colaboradores da
empresa de fornecedores, toda e qualquer remuneração, somente registrada em Carteira
Profissional, dentre outras práticas. Vale lembrar que em MPE´s essas regras são
normalmente empíricas, ou seja, ficam na cabeça dos proprietários, não são muitas das vezes
escritas, em um arcabouço que orienta a gestão da empresa, e podem mudar constantemente,
segundo o momento de sua aplicação.
Os gerentes de MPE´s normalmente são apagadores de incêndio, ou seja, trabalham no
urgente, e pouco planejam, pois o tempo lhes falta. Segundo Longenecker, Moore, Petty
(1997), é fácil para os gerentes protelar o planejamento e isso os ajudam a ignorá-lo, enquanto
se concentram em atividades mais urgentes de produção e vendas. No entanto, planejam na
atmosfera de uma MPE é extremamente complicado, onde há gente entrando e saindo a todo o
momento da sala de reuniões, como solicitações para isso e para aquilo; parentes para
conversar coisas inúteis, fora do contexto e da pauta, telefonemas de amigos, que são mais
importantes que os de clientes, ou seja, de uma maneira geral, dificilmente se consegue
concluir uma reunião de planejamento, e normalmente fica para o outro dia a sua
continuidade, em uma interminável e infindável conclusão do assunto, e dessa forma, não se
planejado as atividades, e quando se planeja, já é o momento de sua execução, finalizando não
se planeja em pequenas empresas, na sua maioria absoluta.
A atividade de direção ou liderança nas pequenas empresas é facilidade pela própria dinâmica
do trabalho, que por ser pequena é possível uma maior cooperação de todos os colaboradores,
que passam a trabalhar em equipe, se bem conduzidas pela gerência. Os colaboradores
conhecem rapidamente o proprietário ou gerente principal, devido ao contato próximo na
rotina diária do trabalho a ser executado. Diferentemente de uma grande corporação, em que
dificilmente se tem contato como o executivo principal, em MPE´s o relacionamento pessoal
é uma característica marcante, onde a liderança pessoal do empreendedor é a direcionadora da
ação empresarial e suas relações.
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Quanto à organização e sua estruturação organizacional, nas pequenas empresas, essa
atividade é pouco planejada, com poucos níveis organizacionais ou administrativos para
Rebouças (2008), porém à medida que a empresa cresce a necessidade de ajustes e
estabelecimentos de novas estruturas, como as supervisões, dentre outras, para uma maior
coordenação das atividades da empresa, que constantemente tendem-se a serem mais
complexas e em maior volume.
Para Maximiano (2006) a divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações
individuais por meio da especialização, à medida que a empresa cresce. Quando se juntam as
tarefas especializadas, realizam-se produtos e serviços que ninguém conseguiria fazer
sozinho, ou seja, a organização é necessária para que o planejamento seja colocado em ação,
“é compor todos os meios para que a ação empresarial seja viável e possa ser realizada com
sucesso’’ (CHIAVENATO, 2007).
O controle gerencial envolve a avaliação de resultados operacionais, para Jones (2010) “os
gerentes devem controlar a hierarquia organizacional e assegurar-se de que esta combine as
necessidades atuais da organização. Segundo Govindarajam e Anthony (2008), controle
gerencial é o processo pelo qual os gestores influenciam os outros membros de uma empresa
para implementar as estratégias da organização. De acordo com Padoveze (2009), controle é
executado pela controladoria, que busca a congruência de objetivos, otimizando os resultados,
com apoio aos gestores, com correção de rumos, ajuste de planos, etc.
Em pequenas empresas, o tempo do proprietário é utilizado em assuntos rotineiros, como no
trato com os clientes, negociando com os fornecedores, coordenando os colaboradores, e
ouvindo suas intermináveis queixas, dentre outras. As vezes são auxiliando por pessoas que
os ajudam no trato dessas questões e outros, constituindo-se assim pequenos staff, ou seja,
assessores, fazem de tudo um pouco. O período de trabalho em pequenas empresas,
principalmente me crescimento é demasiadamente longo, com mais de 60 a 80 horas de
trabalho semanal.
Isso os torna pouco receptivos a entender os sinais de mercado, que para Porter (2000) “é
qualquer ação de um concorrente que forneça uma indicação de suas intenções, motivos,
metas ou situação interna’’. Essa ocupação em demasia, dificulta a acessaram leituras técnicas
de seu setor de atuação, para maior embasamento de técnicas sobre a empresa; ou não dão a
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devida atenção as queixas de colaboradores, o que dificulta a dar instruções para que se
cumpram adequadamente o trabalho normal, no entanto os cobram pela sua execução, porém
negligenciam o treinamento técnico e integração.
Para que os proprietários de pequenas empresas possam gerir adequadamente seu tempo, e
fazer um uso mais apropriado e que produz mais resultados, esses, poderiam é a boa
organização do trabalho, com um planejamento do tempo disponível. De maneira prática,
seria delegar responsabilidades e autoridade a colaboradores para execução de determinadas
tarefas na empresa. Além disso, poderiam fazer uso de planos escritos do que executar no dia,
na semana, por exemplo, e procurar cumprir o estabelecido, e focar no negócio em si, não em
atividades funcionais, que podem ser executadas por funcionários.
Para Longenecker, Moore, Petty (1997) o “gerenciamento eficaz de tempo requer disciplina”.
É fácil começar com boas intenções e depois cair em práticas habituais de dedicar tempo ao
que se deva fazer no momento. Principalmente deixamos de executar tarefas que são difíceis,
e concentramos novamente em atividade triviais. O ideal é planejar o tempo e procurar seguir
a risca, o que foi estabelecido, como em reuniões. Para ajudarem os proprietários nessa árdua
tarefa, a contratação de consultores empresariais, é uma boa solução, que os utilizariam na
medida que fosse necessário, e teriam o acompanhamento de profissionais de mercado
altamente competentes e que tenham experiência nos pontos de melhorias, a serem atacados e
também no negócio.
Para Rebouças (2006) consultoria empresarial é um processo de métodos e técnicas
administrativas conduzidos por um profissional externo a empresa, por um período
determinado de tempo, que tem a responsabilidade de auxiliar os gestores no processo de
tomada de decisão, munindo-os de informações acerca do negócio.
4.1 GESTÃO DE PESSOAS
A gestão de recursos humanos em qualquer empresa seja ela micro, pequena, média ou de
grande porte, inicia-se com o recrutamento de colaboradores bem capacitados. Na atualidade,
recrutar as pessoas certas, é o grande desafio, principalmente encontrá-las e posteriormente o
que fazer para motivá-las a ficar em sua empresa, e como obter o desempenho máximo. Para
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Chiavenato (2009), a recrutamento é o processo de trazer os candidatos para serem
selecionados posteriormente, segundos critérios fixados. Para Spina (1991), a importância da
área de recrutamento e seleção dentro de uma empresa é decorrente da obrigatoriedade desse
processo, pois ele fornecerá os subsídios necessários à conquista da pessoa mais preparada
para a vaga em aberto.
De acordo com Barros (2010), se você tiver com um perfil adequado às necessidades do seu
negócio, certamente terá dado o primeiro passo rumo a competitividade de sua empresa.
Ainda para o SENAC (2000), recrutamento compreende as atividades para atrair candidatos
que ocuparão cargos na empresa. Ainda para Xavier e Afonso (2010) as fontes de
recrutamento, que é a etapa inicial da gestão de pessoas, são várias, e dentre elas, que podem
ser internas e externas, cita-se, banco de currículos, indicações, anúncios em revistas e jornais
de circulação local ou regional, universidades, sindicatos, e até outras empresas.
O grande desafio da pequena empresa é a atração de talentos para ocupar seus quadros. E,
uma delas seria a oportunidade para o gerenciamento geral que inclui certo nível de tomada de
decisão, com autonomia. Esse seria um grande diferencial para as PME,s, caso
implementassem dessa forma, pois teriam pessoas mais preparadas para a execução das
tarefas adequadamente. De acordo com Katzenbach (2002) falta um bom gerenciamento de
pessoas as empresas, pois na maior parte dela, apenas adota os princípios mas abstratos e
amplamente aceitos.
Complementa Breier e Brott (2001) que no mundo dos negócios os clientes estão cada vez
mais exigentes, onde a sobrevivência do maior forte foi substituída pela a do mais rápido. Ser
cada vez mais rápido é a chave do sucesso, e isso implica em ter pessoas cada vez mais
capacitadas para o negócio. Essa é a chave para o sucesso e dependerá cada vez mais desses
talentos na empresa. Assim, as empresas precisam criar um ambiente de trabalho com mais
liberdade, para gestores, diferentemente do que teriam em grandes empresas, onde o desafio
de ver o seu trabalho contribuir para o negócio, é o diferencial para a atração de pessoas
talentosas.
Nas pequenas empresas, a versatilidade e a flexibilidade são um dos outros pontos
fundamentais do processo de recrutamento e seleção de pessoal, pois em muitos casos, um
gerente administrativo, terá que auxiliar na área de vendas, atuando como vendedor, em
84
outros momentos, como empacotador, pagar pessoalmente as contas da empresas, dentre
outras multi-tarefas. Essa vontade de desempenhar variadas tarefas, além de sua principal é
uma característica a ser identificada e valorizada em seus colaboradores, em uma
complementação das atribuições do proprietário. “Para ser eficaz, o trabalhador do
conhecimento deve, em primeiro lugar, fazer as coisas certas acontecerem” (DRUCKER,
2007). “O aumento da eficácia pode bem ser a única área na qual possamos esperar, de modo
significativo, elevar o nível do desempenho, realização e satisfação dos gestores”
(DRUCKER, 2011). A empresa mais bem-sucedida nos dias atuais será a organização que
aprende, mais rápido do que seus concorrentes. “Na medida em que o mundo torna-se mais
interligado e os negócios mais complexos e dinâmicos, o trabalho precisa ligar-se em
profundidade à aprendizagem” (SENGE, 2008). É necessário encontra o combustível
adequado para avançar cada vez mais e não apenas ser um foguete que logo perde a chama,
que se apaga em meio às dificuldades (MINARELLI, 2001).
O processo de seleção de candidatos para uma pequena empresa é composto dos seguintes:
• formulários para a coleta sistematizada de informações dos candidatos;
• entrevista com o candidato, de forma amistosa e tranqüila, com questões previamente
formuladas, observação de seus os trajes e modos, etc;
• verificação das referências anteriores, como um empregador anterior, mesmo que por
meio de um telefonema, pois é a forma mais adequada de verificação da anterioridade,
pois se não falar nada ou pouco, poderá ser uma forma franca de obtenção de dados
acerca do candidato;
• testar o candidato nas posições que irão ocupar, pode ser uma forma de evitar o
desligamento precoce de pessoal e evitar custos;
• Exames médicos para verificação da saúde do candidato, dentre outros exames
psicológicos se for necessário.
Uma vez contratados, o próximo passo é o treinamento de pessoal, cuja finalidade é preparar
o novo colaborador para desempenhar as atividades para as quais foi empregado. Esse
processo deve iniciar-se imediatamente e preferencialmente nos primeiros dias na empresa,
para evitar que a pessoa fique perdida. Um treinamento de integração para que se conheçam
todos os outros colegas de trabalho, é um bom começo, seguido de um treinamento específico
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na atividade a ser desempenhada, complementa o processo. Pode no futuro ser necessário
programas adicionais de preparação, e isso deve ser executado, nesse momento, para o
desenvolvimento da equipe conforme exposto por Clegg, Kornberger e Pitsis (2011).
O treinamento de integração visa evitar desconfortos para com o novo colaborador,
principalmente com relação ao funcionamento da empresa, suas regras e normas, quem são os
seus líderes, os seus gerentes; horários de trabalho, período de férias, dentre outras; e para
materializar esse ponto, um manual de conduta e funcionamento ou de procedimentos pode
ser uma ferramenta útil. O treinamento na função visa à preparação dos colaboradores, e o
descobrimento do que eles já sabem, e a colocação em atividades adequadas com o perfil
apresentado. A apresentação das operações, e a certeza de que já dominam e sabem fazer o
trabalho são outros pontos a serem observados, seguidos de uma verificação freqüente, para o
acompanhamento dos trabalhos.
A remuneração para Longenecker, Moore, Petty (1997), aliadas aos benéficos extras são
importantes para todos os colaboradores, e a pequena empresa precisa conhecer para a
motivação dos mesmos. O sistema baseado no dia de trabalho é o mais adequado, quando não
se consegue mensurar o desempenho; além de ser o mais fácil de entender e administrar. Os
planos de incentivos são outra forma útil para a motivação e elevação da produtividade do
pessoal. Normalmente na área de vendas, utiliza-se o plano de comissão sobre as vendas, e em
atividade produtiva ou de fabricação, o plano de receber conforme a quantidade de unidades
produzidas.
Os pacotes de bonificação ou sistemas de divisão ou participação em lucro são importantes e
mais direcionados ao pessoal gerencial. Além desses, os benefícios extras como planos de
saúde, vale alimentação, assistência odontológica, creches, seguro adicional, fundo de pensão,
remuneração por economias proporcionadas no desempenho do trabalho, tudo isso visa dar
um pouco de ação e motivação aos colaboradores. Outra forma de complementar a renda do
trabalhador, é ao plano de compra de ações pelo colaborador, que dão ao empregado,
participação na empresa, como por exemplo, a participação nos lucros ser destinada a compra
de ações, que seriam colocadas nas mãos desses. Essa também seria uma forma de os
proprietários se livrarem da propriedade da empresa, sem, no entanto, terem que venderem o
negócio a terceiros; e os empregados constituiriam fundos de participação na empresa, e
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passariam a serem donos também, e como tal, seriam mais motivadas a tratar e zelar
adequadamente do negócio.
Complementa o modelo acima, a necessidade de o empreendedor conhecer as leis trabalhistas
do país, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) do Brasil, além da legislação
complementar e a Constituição Federal de 1988, que expõe sobre os poderes da União, a
competência de legislar sobre os Direitos Processuais e do Trabalho. Conforme afirma
Pelegrino (2002), o Direito do Trabalho é um conjunto de princípios e normas que regulam as
relações do trabalho entre empregados e empregadores e as de ambos com o Estado. O
ordenamento jurídico no campo trabalhista pressupõe que as relações individuais e coletivas
do trabalho, estendendo-se à relação individual do trabalho como aquela que envolve um
empregado e seu empregador, mediante direitos e obrigações mútua, enquanto as relações
coletivas de trabalho englobam toda a categoria de trabalhadores, normalmente organizada em
sindicatos, tanto de cunho profissional, e patronal.
Conhecer os direitos trabalhistas é importante responsabilidade de um empresário, devido as
implicações legais decorrentes de sua não observância, mesmo que não no todo, mas pelo
menos no que tange os pontos principais, conforme afirma Longenecker, Moore, Petty (1997),
complementado por Pelegrino (2002).
4.2 GESTÃO DA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES
A administração da produção é a área da empresa que cuida das atividades relativas a
realização do trabalho, ligadas a produção de produtos ou serviços disponibilizados ao
mercado. De acordo com Certo (2003) é a transformação dos recursos da empresa em
produtos. Este setor é intimamente importante, pois, é um dos poucos onde a ação do
empreendedor é possível, através, por exemplo, da efetiva produção eficiente e eficaz, em seu
processo fabril, na transformação de insumos de produção diretos – matéria prima, como
arroz, feijão, legumes e verduras, que se transformam em pratos no cardápio de um
restaurante, dentre outros, que são os resultados desse processo, além de insumos indiretos
como, equipamento, energia, salários do pessoal, aluguel, telefonia, água, marketing,
assessoria, etc. O quanto mais bem feito e eficiente operacionalmente for esse trabalho de
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transformação, mais o empreendedor tende a atender bem os seus clientes, e dessa relação,
tende a aumentar substancialmente a lucratividade do negócio. Para que uma empresa ou
economia cresça e se desenvolva, é preciso que haja investimento em produção (OLIVEIRA;
PACHECO, 2010).
A gestão da produção envolve o planejamento e o controle do processo de conversão, de
acordo com Oliveira (2010), a estruturação organizacional adequada produz mais resultados
para o empreendedor, ou seja, quanto do órgãos a serem criados, pessoal para executar o
trabalho, dentre outras práticas de organização e sistematização estrutural organizacional. Nas
pequenas empresas, a programação e o planejamento da produção, consiste em medidas
destinadas a atingir o fluxo seqüencial ordenado de produtos na fabricação, a um ritmo
proporcional aos pedidos ou vendas aos clientes.
Basicamente as vendas devem nortear a produção, em toda a sua extensão, que de acordo para
Las Casas (2006) o planejamento de vendas é uma função do gerente de vendas, que decide
com antecipação o que deve ser feito e constitui-se na primeira etapa do processo
administrativo de uma organização, seja ela, pequena ou de grande porte. Quando a empresa é
de pequeno porte, os procedimentos de controle da produção são simples e informais, e
muitas vezes verbais, a medida que a empresa vai crescendo, estes devem ser estabelecidos
formalmente e a burocracia tende a aumentar, com processos escritos, por exemplo.
O processo de planejamento envolve as seguintes etapas, de acordo com Slack, Chambers e
Johnston (2002), que é a determinação de dados principais de fabricação necessários, os quais
são:
• Tipos de matérias-primas;
• Quantidade de produtos a ser fabricado;
• Seqüenciamento adequado de operações para a fabricação;
• Quantidade de máquinas e equipamentos necessários em cada etapa do processamento
da produção;
• A taxa de produção padrão de cada equipamento;
• A quantidade de unidades de produtos acabados que a fábrica pode produzir diária,
semanal ou mensalmente.
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Após os dados de fabricação ser estabelecidos, pode-se utilizar de dois formulários para
auxiliar no planejamento: uma lista de matérias – primas, e um fluxograma mostrando a
seqüência de operações de processamento e quem irá executá-las, conforme a Figura 4.2.,
Figura 4.3 e Figura 4.4 a seguir.
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SEMANA:______/______/______ a ______/______/______
PRODUTOS Preço Preço PESO Cx 2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado Domingo
LEGUMES E FRUTAS
Ovo Branco Cart 30un
Laranja 25
Orégano kg
Abobrinha Menina 20
Alho roxo nº 7 10
Cebola Pirulito kilo
Cenoura 20 a 22
Chuchu Pequeno 20 a 22
Pimentão Verde 10 a 11
Quiabo 12
Repolho 25
Tomatão 20 a 22
Maça Verde kilo
Manga 5,5
Guariroba (4ªf) Unidade
Mandioca kilo
Pimenta Bode/Malagueta Garrafa 1L
FOLHAS Limão 18
Acelga Unidade
Agrião Unidade
Alface Romana Unidade
Alface Crespa Unidade
Brócolis Unidade
Cheiro Verde Unidade
Salsa Unidade
Espinafre Unidade
Tomilho Unidade
Coentro Unidade
Salsão Unidade
CARNESCoxinha da Asa Cx 20kg
Bacon Cx 10kg
Barriga p/ Churrasco Cx 10kg
Costela Suina Especial Cx 15kg
Coxa Sobrecoxa Cx 20kg
Lombo Suíno Temperado Cx 9kg
Presunto Cx 9kg
POLPA DE FRUTASAcerola Cx 12kg
Morango Cx 14kg
Maracuja Pct 1kg
Amora Pct 1kg
GELO / CARVÃOGelo em Cubos Saco 10kg
Carvão Saco 18kg
Lista de Insumos de Produção
Figura 4.2 - Lista de verificação de insumos de produção – matéria prima.
Fonte: Elaborado pelo autor.
90
Preparação Preparação Preparação Preparação –––– LomboLomboLomboLombo GrelGrelGrelGrelhado hado hado hado Operação Operação Operação Operação Controle Controle Controle Controle Medidas de Medidas de Medidas de Medidas de
segurança segurança segurança segurança Critérios Critérios Critérios Critérios Monitoramento Monitoramento Monitoramento Monitoramento Ações Ações Ações Ações
Corretivas Corretivas Corretivas Corretivas Lavagem em água corrente e sabão da embalagem do lombo antes de abrir
Água contaminada e contaminantes externos
Controle da água
Água potável Observar o processo Desinfecção da água (reserve)
Descongelamento a temperatura ambiente (PCC)
Multiplicação microbiana
Temperatura de segurança do alimento
Maximo 4ºC na superfície
Mensurar temperatura
Resfriar o alimento
Pré preparo do lombo refrigerado (cortar)
Contaminação cruzada. Multiplicação microbiana. Contaminação pelo manipulador
Higienizacao das superfícies de contato Rapidez no processo Higienizacao das mãos do manipulador
*Vide instruções no final do quadro. Deve se completar em no Maximo 30minutos **Vide instruções no final do quadro
Observar o processo. Mensurar tempo. Observar processo
Orientar funcionário Acelerar operação. (reserve em local refrigerado) Orientar funcionário
Grelhar Sobrevivência de microorganismos vegetativos e esporulados
Temperatura de cocção adequada Não e PCC para esporulados
74ºC/15 segundos em ate 2 horas*1
Mensurar temperatura e tempo
Continuar a grelhar
Manutenção a quente MULTIPLICAÇÃO microbiana
Temperatura de segurança do alimento
Mínimo 60ºC Mensurar temperatura
Reaquecer o alimento
Dis tribuição Multiplicação microbiana
Temperatura de segurança do alimento ou controle de tempo
Mínimo 60ºC no Maximo 4 horas
Mensurar temperatura e tempo
Reaquecer o alimento
Retorno Alimento contaminado
Destino adequado
Desprezar Observar o processo Desprezar o aliemnto
*Lavar com detergente neutro e pulverizar solução clorada a 200ppm de Cloro Ativo, com permanência mínima de 10 minutos, enxaguar antes da reutilização. ** Lavar com sabonete bactericida por 1 minuto, escovar unhas, enxaguar, secar e aplicar produto anti-séptico. *1 Observar o critério de cocção mantendo alimento por tempo suficiente em temperatura adequada.
Figura 4.3 - Fluxograma de preparação (exemplo)
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Diagrama Pré-Preparode Carnes
Carne
resfriada
Recebimento
Armazenamento
refrigerado
Carne
congelada
Recebimento
Descongelamento
Pre-preparo
Espera para
Utilizacao
Preparo
Figura 4.4 - Fluxograma em formato de diagrama de execução de atividades produtivas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
As três figuras acima são alguns de instrumentos ferramentais, que o empreendedor poderá
utilizar na programação de produção, de forma a evitar que algum dado passe despercebido; a
lista de insumos ou matéria-prima, serve para além da programação, também para a compra
dos itens necessários, durante um predeterminado período de tempo. Os fluxogramas de
produção auxiliam no correto manejo dos insumos, com a finalidade de assegurar a qualidade
92
no processo de fabricação, além de constituírem registros do trabalho para futuras análises,
juntamente com outros dados e informações coletados. Esse é um trabalho para um supervisor
de produção em uma pequena empresa.
O fator determinante e balizador do início dessas atividades todas são os clientes, quanto de
suas necessidades de compra, e juntamente com os dados prévios acerca de vendas por dia ou
semana, por exemplo, pode-se obter um bom planejamento de produção e atender
adequadamente os seus clientes, de modo a até mesmo, evitar estoques desnecessários, onde o
primeiro produto fabricado deve ser o primeiro a ser despachado no momento da venda, para
que se garanta e assegure a qualidade total dos produtos ofertados.
Para assegurar a qualidade na produção, uma pequena empresa pode utilizar-se de ferramentas
tradicionais nessa tarefa, com o estabelecimento de círculos de qualidade, que para Correa;
Gianese; Caon (2001) consiste de um pequeno grupo de colaboradores chaves, que se reúnem
semanalmente, para analisar e resolver problemas relativos a qualidade de um produto ou
serviço. Em um restaurante, por exemplo, esse trabalho pode ser conduzido por um
profissional da área de nutrição ou técnico de alimentos, que irá treinar os outros empregados,
para o desempenho adequado dessas funções de verificação e o aprimoramento da qualidade,
através da técnica de inspeção, ou seja, do exame de um produto para determinar se atende a
padrões de qualidade estabelecidos.
Os padrões de inspeção são tolerâncias de formato, quantidade de insumos, tempo de preparo,
embalagens, dentre outros, que são fixados para satisfazer os requisitos procurados pelos
clientes. Normalmente se faz um controle estatístico da qualidade, com a evitar custo e tempo
desnecessários na execução do controle da produção, com a análise de uma amostragem de
atributos dos produtos, como peso, forma, comprimento, aparência final, aspecto visuais e de
sabor, no caso de alimentos, por exemplo, dentre outros; para que se possam efetuar ações
corretivas se necessário for, e de modo que amostragem represente a qualidade de toda aquela
produção, a qual se refere.
Além de todos esses aspectos a programação de um plano de manutenção de uma empresa, é
outro importante fator para se assegurar a qualidade da produção, além de diminuir os custos,
devido ao bom e adequado funcionamento da indústria. A execução da manutenção na
pequena empresa é executada pelos próprios colaboradores da mesma. Os tipos de
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manutenção são manutenção corretiva; que inclui consertos e reparos para que as máquinas e
equipamentos danificados voltem à condição de uso adequado; e manutenção preventiva que
inclui as inspeções para se evitar a quebra ou parada desses equipamentos, bem como danos
aos empregados. O trabalho de manutenção deve ser focado principalmente nos equipamentos
e maquinário principal do negócio, que na sua ausência de funcionamento pode parar toda a
fábrica.
Dentre exemplos dessas atividades de manutenção, cita-se a prática de limpeza e arrumação,
em que todos podem participar e terem o hábito da mesma, além é claro, da atenção aos itens
de segurança no trabalho, como manuseio adequado e treinamento na operação de
equipamentos, sistemas que evitam acidentes e riscos a integridade física e a saúde do
colaborador, instalações elétricas adequadas, layout correto e funcional da área de produção,
sistemas de paradas automáticas de máquinas em caso de possível acidente, com a previsão e
correta instalações de dispositivos para se evitar acidentes em uma pequena fábrica.
4.3 GESTÃO DE COMPRAS E CONTROLE DE ESTOQUES
A gestão de compras é uma das principais áreas funcionais de uma pequena empresa, onde
normalmente se destina a maior parte do orçamento financeiro. O objetivo central da
atividade de compras é o processo de obtenção de materiais, equipamentos e serviços
necessários para atender às metas do negócio. Por meio de eficaz processo de compras, uma
pequena empresa pode assegurar os fatores de produção, como matérias-primas, na
quantidade necessária e ao melhor preço e no momento de adequado.
De acordo com Longenecker, Moore, Petty (1997), o processo de compra deve ser eficaz na
medida em que se evite a falta de alguma matéria-prima, a fim de evitar interrupções na
produção e a conseqüente perda de clientes, que ficam desapontados com a falta de um
produto ou serviço usualmente consumido, além de aumentar o custo de aquisição, na
tentativa de aquisição de última hora, por um preço de compra mais elevado, por não ser
possível utilizar-se de barganha e uma negociação adequada no processo de decisão para a
escolha racional, inteligente e bem sucedida, afirma March (2009).
94
As etapas do ciclo de compra são diversas e envolvem o recebimento de uma solicitação ou
requisição de compra, dentro da empresa, feito formalmente por um colaborador ou setor do
empreendimento, ou não documentada, no caso de uma pequena empresa, de algo a ser
adquirido, que pode ser matéria-prima ou suprimentos diversos. A localização da fonte de
suprimento é outra etapa, através de representantes de vendas, anúncios, lista de fornecedores
anteriores, associações de classe. Ter vários fornecedores para um mesmo item de compra
favorece a cotação de preços e a aquisição por um preço justo; que é seguido pela emissão de
um pedido de compra, que o contrato formal entre a empresa e o representante do fornecedor.
A etapa de acompanhamento do pedido de compra pode ser necessária para assegurar a
entrega pontual. Finaliza-se com a verificação das mercadorias adquiridas, no ato do
recebimento por um colaborador da empresa, com finalidade de atestar o preço negociado e as
quantidades e o tipo de itens de materiais comprados.
Uma pequena empresa pode elaborar ou mesmo ter o hábito da compra recíproca, ou seja,
de vender a empresas de quem compra a fim de garantir pedidos adicionais a essas empresas
fornecedores, como forma de barganha no processo de aquisição de mercadorias, mesmo que
normalmente não tenham um elevado poder de compra, mas podem dar preferência nesses
casos. Decisão quanto a fabricar ou comprar itens para os produtos que produzem poderão
ocorrer numa pequena empresa e a razões para isso são:
• evitar a ociosidade e suar toda a sua capacidade produtiva;
• evitar paradas na produção, devido a uma dificuldade de fornecimento;
• proteção de produto secreto; redução de despesas, principalmente relativas a fretes e o
lucro do fornecedor – integração para trás;
• permitir maior controle da produção;
• maior qualidade.
Há também razões que levam a compra de itens, como:
• um preço menor, devido a um custo menor por parte do fornecedor;
• evitar a necessidade de espaço adicional;
• requer experiência gerencial;
• oferece maior flexibilidade, devido a produção sazonal;
• permite focar no que a fábrica produz de melhor;
95
• reduz o risco de obsolescência, ficando este para o fornecedor.
Basicamente, para além desses fatores, a decisão de fabricar ou comprar, deve ser baseada em
custos de longo prazo e na otimização do lucro. Tanto um fator quanto o outro, pode afetar
bruscamente a lucratividade do negócio, e isso precisa ser bem analisado no momento da
decisão de que caminho seguir. A substituição de materiais no processo fabril é outra
decisão que precisa ser analisada pelo empreendedor. Principalmente porque alguns produtos
tendem a possibilitar mais economias e ser melhores, do que produtos antigos; além do
impacto no processo e na seqüência em si das operações da produção. De uma maneira geral,
todas essas decisões devem favorecer na produção ou venda de um produto melhor e mais
barato ao consumidor.
Ainda pesam na decisão de compras, os descontos, que devem ser analisadas no processo de
aquisição de materiais, tais como o fluxo de caixa para pagamento, ou seja, se haverá provisão
para quitar a fatura, a vista ou a prazo; essa decisão deve ser balisada pela na diferença dos
custos de oportunidade, ou seja, se o preço por pagar a vista e alçar a necessidade de levantar
capital em um banco, por exemplo, for maior do que esperar e pagar com um prazo adicional,
ou o contrário, o prazo adicional representar o aumento do preço final do produto adquirido.
Além disso, a diversificação de fornecedores; é outra opção a ser implementada e será
pautada pelas seguintes razões a favor diversificação:
• melhor preço, qualidade e prestação de serviços;
• a concorrência pode favorecer o atual fornecedor a ofertar um melhor preço e serviços;
• quando representa um seguro contra interrupções no processo fabril.
Existem razões que permitem a concentração de compras em um ou poucos fornecedores,
dentre as quais elencamos:
• maior qualidade prestada por um forcecedor;
• pode favorecer na concessão de descontos nas compras;
• pedidos pequenos, que inviabiliza a divisão entre outros fornecedores;
96
• recebimento de informações gerenciais e de mercado, apoio financeiro;
• no caso de franquias, pode ser obrigada contratualmente a obter produtos de
fornecedores credenciados.
• tratamento especial pela concentração em um determinado fornecedor.
As compras antecipadas é outra decisão a ser analisada pelo empreendedor de um pequeno
negócio. De acordo com Longenecker, Moore, Petty (1997) a compra antecipada envolve a
compras maiores do que a necessidade normal de vendas, procurando se proteger da falta ou
atrasos causados por greves ou exaustão de material, ou evitar o aumento antecipados nos
preços de compra, o que produz economias de custos nos estoques. A compra programada é
outra opção estratégica para o pequeno empreendedor, na medida em que deverá ser ajustada
a produção local, em quantidades adequadas, que assegurará na manutenção de estoques
planejado, de acordo com a programação da produção, sem atrasos nas entregas.
Após ter a decidido quanto aos materiais que devem ser adquiridos, o empreendedor deverá
proceder à seleção de fornecedores, que se baseará em diferenças de preços e qualidade
ofertadas. Outro fator a ser considerado é quanto à localização geográfica de um fornecedor,
pois às vezes comprar de um fornecedor próximo pode facilitar na aquisição, bem como na
manutenção de estoques menores de produtos para transformação, com a pronta entrega das
mercadorias, imediatamente após a efetivação dos pedidos de compra. A concessão de crédito
e o nível de serviços prestados também devem ser objeto de consideração, como a extensão
nos prazos para pagamento, que favorece na necessidade do nível menor de capital de giro do
pequeno negócio; além de apoio em promoções de vendas, propaganda cooperada, assistência
financeira direta, dentre outros.
Uma vez decidido os fornecedores é necessário saber cultivar boas relações para com esses,
que são essenciais para todo e qualquer negócio. Para tanto, a pequena empresa deverá:
• pagar todas a faturas de compras em dia;
• atender prontamente aos vendedores;
• evitar ou não cancelar pedidos, na tentativa de obter vantagens temporárias;
• não forçar o fornecedor a fazer concessões não usuais de preços;
• cooperar com o fornecedor auxiliando-o no aprimoramento de produtos;
97
• em casos de disputas, dar as devidas explicações justas e coerentes.
O controle de estoque é o próximo passo na arena gerencial do negócio, uma vez escolhidos
os fornecedores, é um fator gerencial extremamente sensível, pois objetiva ter os produtos
certos na quantidade certa, e no momento necessário. Para Padoveze (2003) “o controle
assume maior amplitude no que diz respeito à administração econômica, isto é, às ações que
visam à obtenção, à transformação, à circulação e ao consumo de bens. O nível de estoque
dependerá do tipo de negócio e o sucesso da empresa está implicitamente ligado a boa gestão
dessa área, ou seja, que os estoques acompanhem proporcionalmente o nível de vendas, entre
o meio termo de excesso e a falta de estoque, a fim de reter os clientes e maximizar os lucros
da vendas. O eficaz gerenciamento da cadeia de suprimentos produz resultados ao negócio,
que minimiza os custos e eleva a lucratividade, seja ele pequeno ou de grande porte
(BALLOU, 2006). O controle gerencial para Anthony; Govindarajan (2008) envolve certas
atividades como planejamento, coordenação, avaliação das informações, decisão e influencia
sobre pessoas, visando a alteração de seu comportamento; que para Padoveze; Bertolucci
(2008) “caracteriza-se pelo confronto do resultado das atividades realizadas com o resultado
esperado durante as etapas do planejamento, e tem como finalidade corrigir os desvios e
otimizar todo o processo de gestão”.Na Figura 4.5 temos um exemplo de formulários a serem
utilizados na gestão de estoque e compra. Na seqüência, na Figura 4.6 pode-se com o auxílio
de um software, como Linux ou Microsoft Excel, adotar planilhas eletrônicas para o controle
de estoque e determinação do momento de compras de mercadorias, com o controle periódico,
por exemplo, mensal, onde a partir do contagem do estoque remanescente no primeiro dia do
mês, mais os registros e controle das compras realizadas periódicas, e o saldo final, calcula-se
nesse caso, o custo por produto consumido no processo fabril ou o custo da mercadoria
vendida.
98
Data:_______/_______/_______.
COCA COLA COD M édia C U S TO Esto que Compra BRAHMA COD M édia C U S TO Esto que Compra
Coca Cola Lata 350ml 25 0 1,23 Brahma Garrafa 600ml 49 0 1,98
Coca Cola Lata 350ml Zero 0 1,23 Brahma Extra Long Neck 355ml 58 0 1,48
Coca Cola Pet 600ml 27 0 1,78 0 171 0 1,17
Coca Cola Pet 600ml Zero 28 0 1,78 CINTRA 0 -
Coca Cola Pet 2 Lts 29 0 3,08 0 74 0 1,21
Coca Cola Pet 2 Lts Zero 30 0 3,08 0 75 0 0,86
Fanta Lata 350ml 0 1,28 ANTARCTICA 0 -
Fanta Lata 350ml Zero 0 1,28 Boemia Garrafa 600ml 50 0 2,30
Sweppes Citrus Lata 350ml 0 1,21 Boemia Long Neck 355ml 55 0 1,69
Sprite 2 Zero Lata 350ml 0 1,28 Original 600ml 166 0 1,69
ANTARCTICA 0 - Kronembeir Long Neck 355ml 57 0 1,42
Agua Tonica Antarctica Lata 350ml 42 0 0,95 0 172 0 1,35
Agua Tonica Antarctica Lata 350ml Diet433 0 0,95 Malzebier Long Neck 355ml 61 0 1,47
H 2 O H - Água Gaseificada Limão 500 ml 0 1,33 SKOL 0 -
Guarana Antarctica Lata 350ml 31 0 0,97 Skol Garrafa 600ml 48 0 2,03
Guarana Antarctica Lata 350ml Diet 32 0 0,97 Skol Long Neck 350ml 54 0 1,45
Guarana Antarctica Pet 600ml 33 0 1,53 Caracu Long Neck 355ml 600 0 1,45
Guarana Antarctica Pet 600ml Diet 34 0 1,52 COCA COLA Cervejas 0 -
Guarana Antarctica Pet 2 Lts 355 0 2,78 Summer Draft Long Neck 355ml 56 0 1,54
Guarana Antarctica Pet 2 Lts Diet 36 0 2,78 0 0 1,20
Soda Limonada Antarctica Lata 350ml 37 0 0,96 0 0 1,13
Soda Limonada Antarctica Lata 350ml Diet38 0 0,96 0 0 -
Sukita Lata 350ml 39 0 0,96 0 168 0 0,89
PEPSI 0 - 0 169 0 1,06
0 44 0 0,98 0 170 0 1,25
Pepsi Lata 350ml Light 45 0 0,98
Pepsi Twist Lata 350ml 46 0 1,03 ÁGUA MINERAL 0 -
Pepsi Twist Lata 350ml Light 47 0 0,96 Copo 200ml 511 0 0,31
Gatorade Pet 500ml 0 2,36 Garrafa 500ml sem/gás 52 0 0,64
0 0 1,12 Garrafa 500ml com/gás 53 0 0,81
0 - 0 0 -
0 0 -
0 0 -
Figura 4.5 - Formulário para controle de estoque e compra.
Fonte: Elaborado pelo autor.
99
DEMONSTRATIVO DE ESTOQUE - Refrigerante
Período:_________________________
DESCRIÇÄO SALDO 1 2 3 4 31 TOTAL (1 a 31) SALDO FINAL
COCA COLA MÊS ANTERIORCoca Cola Lata 350ml 0Coca Cola Lata 350ml Zero 0Coca Cola Pet 600ml 0Coca Cola Pet 600ml Zero 0Coca Cola Pet 2 Lts 0Coca Cola Pet 2 Lts Zero 0Fanta Lata 350ml 0Fanta Lata 350ml Zero 0Sweppes Citrus Lata 350ml 0Sprite 2 Zero Lata 350ml 0
ANTARCTICAAgua Tonica Antarctica Lata 350ml 0Agua Tonica Antarctica Lata 350ml Diet 0H 2 O H - Água Gaseificada Limão 500 ml 0Guarana Antarctica Lata 350ml 0Guarana Antarctica Lata 350ml Diet 0Guarana Antarctica Pet 600ml 0Guarana Antarctica Pet 600ml Diet 0Guarana Antarctica Pet 2 Lts 0Guarana Antarctica Pet 2 Lts Diet 0Soda Limonada Antarctica Lata 350ml 0Soda Limonada Antarctica Lata 350ml Diet 0Sukita Lata 350ml 0
PEPSI0
Pepsi Lata 350ml Light 0Pepsi Twist Lata 350ml 0Pepsi Twist Lata 350ml Light 0Gatorade Pet 500ml 0
0
TOTAL GERAL
Figura 4.6 - Planinha eletrônica para controle de estoque e compra.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Dentre os tipos de ferramentas de classificação de estoque apontamos o método de análise de
estoque ABC, que classifica os itens de estoque em três categorias – A, B e C. Na categoria
A, ficam os poucos itens de alto valor, e representam o maior total de dinheiro investido e são
críticos para o processo de produção, e merecem controle rígido. Na categoria B, são menos
caros, e merecem atenção moderada e representam um parte menor e significativa do estoque
total. Os itens da categoria C contem mercadorias de baixo custo ou não críticos, tais como
suprimentos de escritório, e não justificam um controle rígido. Afirma Martins (2010) que o
método ABC “é uma ferramenta de gestão de custos, muito mais do que de custeio de
produtos”.
100
O ponto de pedido de compra é uma gerencial importante, e deve se pautada pelo tempo
necessário na reposição de um novo suprimento, que dependerá da localização dos
fornecedores, do tempo de transporte e de outros fatores adicionais relativos a cada tipo de
negócio. Devido a esses fatores e outros relativos a dificuldades de uma programação exata da
produção e na determinação do nível de vendas, estipula-se o estoque de segurança, que é
uma proteção contra faltas de estoque.
O método de estoque Just-in-time é um sistema que busca cortar custos de manutenção do
estoque, reduzindo a um nível mínimo. Consiste na obtenção de um novo item de compra,
somente após a colocação do último item do estoque em processamento. O lote econômico de
compra é a quantidade a ser comprada que minimiza os custos totais do estoque, ou seja,
minimizar os custos de pedido quanto os custos de manutenção de estoque, afirma Iudícibus;
Martins; Gelbcke; Santos (2010).
Além da gestão compras e estoque, existem três métodos de avaliação dos estoques, que
segundo Martins (2010) “se a matéria prima for adquirida para uso em uma determinada
ordem de produção ou encomenda, não haverá dúvidas no reconhecimento do quanto lhe
atribuir: será seu preço de aquisição”. As empresas, no entanto adquirem diversos materiais
com freqüência, porém de diversos fornecedores com preços e condições diferentes. Dessa
forma tem-se o mesmo material por valores diferentes. Então quando se requisita um material
para consumo, qual o custo a ser considerado? Qual o saldo remanescente no estoque?
O método de avaliação de estoque Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS), é uma forma
em que se consomem as compras mais recentes, com a necessidade de se controlar o saldo de
cada entrada. É como se fisicamente o consumo do estoque se desse da entrada mais recente
para a mais antiga. Por esse método, os valores debitados aos produtos serão sempre os mais
recentes. Presume-se que as compras mais recentes sejam efetuadas por valores mais
elevados, contribuindo para aumentar o custo dos produtos e conseqüentemente reduzindo o
lucro-base para cálculo do Imposto de renda. Não é aceito pelo fisco brasileiro.
A metodologia de avaliação de estoque Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS), é como
se fisicamente o consumo se desse da entrada mais antiga para a mais recente. Os valores
debitados aos produtos serão sempre os mais antigos. Presume-se que as compras mais
101
antigas sejam feitas por valores mais baixos, o que contribui para reduzir o custo dos produtos
e conseqüentemente, aumentar o lucro-base para cálculo do Imposto de Renda. É aceito pelo
fisco brasileiro.
No método do Custo Médio Ponderado Móvel, ou Média Ponderada, as requisições são
valorizadas pelo saldo médio existente no momento da retirada do material do estoque. Por
este método há um controle constante do estoque. A cada entrada apuram-se os saldos em
valor e em quantidade, calculando-se o valor médio unitário. Deve essas alternativas de
avaliação, ressaltam-se certas diferenças como a seguir: no custo histórico os ativos são
mensurados pelo seu valor na data de aquisição e tem-se como variantes deste princípio:
médias ponderadas fixa e móvel, PEPS e UEPS, sendo, aceitas pelo Fisco somente o PEPS e a
Média Ponderada Móvel (MARTINS, 2010).
Algumas vantagens no custo histórico são ressaltadas da sua utilização: a objetividade e a
verificabilidade dos valores envolvidos na transação; como limitações têm-se que ele não
considera a variação do valor do ativo no tempo, devido à variação do preço do bem, de sua
obsolescência ou perda de potencial de geração de benefícios, não reconhece perdas e ganhos
econômicos ocorridos, embora não realizados, somente registrando-os após sua realização. O
custo histórico corrigido elimina as distorções ocasionadas pela inflação, medida através de
um índice médio ou específico de perda do poder aquisitivo da moeda, restaurando os custos
incorridos em transações passadas. Possui, portanto, uma vantagem adicional em relação ao
custo histórico, facilitando a comparabilidade de ativos adquiridos ou construídos, em
diferentes datas.
O custo corrente é equivalente ao custo histórico na data de aquisição. Significa que, em
qualquer outra data, o custo corrente é o valor de se adquirir ou produzir um bem nas mesmas
condições que o original, por outro lado, o valor de reposição de um bem é o custo de se
adquirir ou produzir um bem que garanta um fluxo de serviços equivalentes ao ativo objeto de
análise, embora possa possuir características tecnológicas diferenciadas. Nesse critério, como
vantagens são ressaltadas: o reconhecimento de ganhos e perdas pela manutenção de ativos e
que os ativos avaliados por esse método representam o seu valor aproximado do mercado.
Como limitação à sua aplicabilidade tem a gradual perda de objetividade quando o objeto de
102
avaliação não tem similar no mercado, como também ativos que serão substituídos em virtude
de mudanças tecnológicas ou de produção.
Segundo Iudícibus (2010) seguem algumas vantagens consideradas pelos autores que
defendem o uso de custos correntes de reposição:
• permitem o confronto de receitas correntes com despesas correntes;
• é possível identificar as perdas ou ganhos pela manutenção de estoques;
• superam as falhas dos custos históricos, que se tornam defasados com o decorrer do
tempo;
• se os preços correntes tiverem sido obtidos de cotações correntes de compra, os
valores são verificáveis e relativamente objetivos;
• dispensam recorrer a alguma base presumida de fluxo físico dos bens, necessária nos
métodos mais tradicionais, como PEPS, UEPS e Média Ponderada.
Abaixo a representação resumida dos métodos de atribuição de preços ao estoques e suas
características:
Figura 4.7 – Métodos de atribuição de preços ao estoque.
Fonte: Adaptado de Marion (2003).
103
Para Iudícibus (2010), o custo corrente de reposição, principalmente na apuração do resultado
em vendas, fornece material informativo quase ideal para a gerência, porque se confrontam
receitas e despesas definidas no mesmo lapso de tempo. De certa forma o resultado corrente
em vendas e o resultado operacional total refletem o valor agregado aos fatores de produção
pela atividade de produção da entidade.
4.4 GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
A área administrativa e financeira de uma empresa é composta das seções relativas à Gestão
Contábil, na qual se verifica o melhor modelo contábil relativo à tributação a ser adotada por
uma pequena empresa; a Gestão de Capital de Giro e Orçamento de Capital; verificação de
modelos de Tecnologia e seu impacto. O planejamento e o controle de resultados justificam-
se na medida em que facilitam o desempenho do processo administração dos negócios
(WELSCH, 1983). A seguir detalharemos cada uma dessas seções, com o apontamento do
modelo a ser utilizado por um micro e pequena empresa, de forma que responda as suas
necessidades e de acordo com o custo e benefício proporcionado por cada modelo de gestão.
GESTÃO CONTÁBIL
A Contabilidade é a ciência que tem como finalidade registrar, coletar, resumir, informar e
interpretar os fatos que afetam as situações patrimonial, financeira e econômica de qualquer
entidade (MARION, 2010). O objetivo da contabilidade é o patrimônio das entidades e o seu
uso. É através da Contabilidade que se evidenciam os aspectos qualitativo e quantitativo do
patrimônio. Sua finalidade é:
• Registrar os fatos através de uma metodologia, para produzir informações;
• Planejar e controlar o patrimônio por meio desses registros;
• Gerar informações para a tomada de decisões.
104
Para Stickney; Weil (2009), os objetivos de uma empresa fixam os alvos os resultados finais
para onde direciona seus esforços, juntamente com as estratégias que conduzem o caminho
para se atingir esses objetivos, com a fixação de metas para maximizar o retorno do
investimento para os acionistas; proporcionar um ambiente de trabalho estimulante para
empregados e envolvidos na empresas e contribuir para a empresa, integrar metas e polítcas
do governo.
O processo contábil abrange desde as regras contábeis, os relatórios contábeis e a sua
interpretação até a montagem, através das técnicas contábeis, daqueles relatórios. As técnicas
contábeis são conjunto de métodos organizados de forma sistemática, desenvolvidos e postos
em execução com o propósito de se alcançar determinado fim.
Como exemplos de técnicas contábeis têm:
• Escrituração;
• Elaboração de Demonstrações Contábeis;
• Auditoria;
• Análise de Balanços, etc.
O relatório contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade.
Seu objetivo é relatar aos usuários os principais fatos registrados pela contabilidade me
determinado período. Os relatórios contábeis são também conhecidos por informes contábeis,
na qual os mais importantes são:
• Demonstrações financeiras - terminologia utilizada pela Lei das Sociedades por Ações
(LSA).
• Ou Demonstrações contábeis - terminologia preferida pelos contadores.
O campo de aplicação da contabilidade pode ser aplicada a diversos ramos da atividade, tais
como: Comercial, Industrial, Pública, Bancária, Hospitalar, Sindical, etc. Os usuários da
contabilidade são pessoas que se interessam pela situação da empresa e usam a contabilidade
como um instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões
dentro e fora da empresa. Os principais usuários são:
105
USUÁRIOS NECESSIDADES E TIPO DE INFORMAÇÕES MAIS
IMPORTANTES
Fornecedores Conhecer a capacidade de pagamento, Conhecer o nível de
endividamento, Conhecer a rentabilidade dos investimentos.
Clientes (fornecedores) Conhecer a capacidade física instalada de produção, Conhecer a
existência de projetos de expansão, Nível de investimento em pesquisas
e desenvolvimento de produtos.
Concorrentes Decisões para lançamento de produtos, Decisões sobre a construção de
uma fábrica, Estabelecer prazos a clientes, Conhecer aspectos da
liquidez e rentabilidade do concorrente, Criação de padrões para auto-
avaliação.
Acionista minoritário
(investidores)
Fluxo regular de dividendos, rentabilidade dos investimentos.
Acionista majoritário ou com
grande participação no capital da
empresa (investidores)
Fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação, Planos
de médio e longo prazo.
Acionista preferencial (que tem
preferencial na distribuição de
lucros) (investidores)
Fluxo de dividendos mínimos ou fixos.
Emprestadores de capital em geral
(Bancos, Capitalistas,
Emprestadores de Dinheiro,
Credores)
Geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de volta o
capital mais os juros, com segurança, Créditos de curto prazo – visa
conhecer a situação atual e futura, Grau de Endividamento, Capacidade
de gerar lucros, Créditos de longo prazo – visa conhecer aspectos da
situação futura.
Governo e Entidades
governamentais
Valor adicionado, Produtividade, Lucro tributável, Decisão de escolhas
em propostas semelhantes em concorrência pública, Acompanhamento
da empresa em fase de execução de obras, Acompanhamento do
desempenho setorial.
Empregados em geral, como os
assalariados
Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção
de salários, com segurança, liquidez e solvência.
Média e alta administração
(Administradores, Diretores,
Executivos)
Retorno sobre o ativo, Retorno sobre o patrimônio líquido, Situação de
liquidez e Solvência, Endividamento confortável, Desempenho global,
Nível de rentabilidade, Posição financeira.
Figura 4.8 – Os usuários da contabilidade e os tipos de informações requeridas.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os componentes básicos da contabilidade são: o patrimônio e os bens e direitos.
106
O patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações vinculados às entidades
econômico-administrativas (MARION, 2010). Bens é qualquer coisa que possa satisfazer uma
necessidade do homem e seja suscetível de avaliação econômica. Os Bens, sob o aspecto
contábil, se classificam em dois grupos:
• Tangíveis: São os que têm forma física, materiais, corpóreos.
Ex.: casa, veículos, computadores, moto, dinheiro, etc.
• Intangíveis: São os não constituídos de matéria, incorpóreos.
Ex.: marcas de lojas, comércio, indústria; patentes, etc.
Na contabilidade é necessário distinguirmos os termos DOMÍNIO E POSSE, e quando somos
o legítimo proprietário ou dono de um bem dizemos que temos DOMÍNIO sobre esse bem; e,
estando ele em nosso poder, dizemos ter-lhe a POSSE. Podemos ter a POSSE de um bem,
sem exercer sobre ele DOMÍNIO (temos a OBRIGAÇÃO de transmitir a POSSE); ou,
inversamente, exercer DOMÍNIO sobre um bem, sem que lhe tenhamos a POSSE (, temos o
DIREITO de reivindicar a POSSE).
Os direitos são bens sobre os quais exercemos domínio, mas que estão sob a posse de
terceiros e avaliados monetariamente, e nos serão devolvidos ou entregues, em uma data
acertada previamente.
Exemplos: salários a receber, nota promissária a receber, cheques a descontar no banco,
aplicação financeira no banco, etc.
As obrigações são bens que se encontram sob nossa posse, mas domínio sobre eles é exercido
por terceiros. Temos a obrigação de entregar ou devolver aos proprietários/donos, em data
acertada previamente.
Exemplos: salários a pagar, nota promissória a pagar, empréstimos a pagar, financiamentos a
pagar, fornecedores a pagar, prestações a pagar, duplicatas a pagar, etc.
Em contabilidade o patrimônio se apresenta sob 3 (três) formas:
• Ativo,
• Passivo Exigível,
• Patrimônio Líquido.
107
O Ativo representa todos os Bens e os Direitos de uma entidade.
Exemplos: Dinheiro em Caixa ou em Bancos, Duplicatas a Receber, Estoque de Mercadorias,
Móveis, Veículos, Imóveis, Máquinas, etc.
O Passivo Exigível representa todas as obrigações financeiras que uma entidade tem para
com terceiros. É tudo aquilo que a empresa deve as dívidas que ela contraiu.
Exemplos: Fornecedores, Impostos a Pagar, Empréstimos contraídos, Juros a Pagar, enfim,
obrigações diversas.
Patrimônio Líquido (PL)
É o valor aplicado pelos proprietários do patrimônio na entidade.
É representado pela diferença entre o valor do Ativo e do Passivo Exigível de uma empresa
em determinado momento. As fontes do Patrimônio Líquido, ou seja, as principais causas que
fazem variar o Patrimônio Líquido e representam as suas Fontes são basicamente duas
independentemente da diferença entre Ativo e Passivo Exigível (MARION, 2010):
1. Investimentos: quando os proprietários colocam no Ativo da empresa, sob a forma de
bens ou direitos / valores a receber, em troca de ações, quotas, ou outras participações.
2. Retenção de Lucros: são os lucros obtidos do confronto entre as contas de Receitas e
Despesas dentro do período contábil, e não distribuídos que contribuem para o
aumento do Patrimônio Líquido.
Além dessas contas que representam fontes e variações ao mesmo tempo, temos outras
variações do Patrimônio Líquido (PL), as contas de Resultados, as quais são Receitas que
aumentam o PL e Despesas que reduzem o PL.
Toda empresa necessita de recursos materiais e financeiros para utilizá-los em suas
atividades, os quais constituem o seu Capital Próprio ou Capital de Terceiros. Tais recursos
108
são originários de Fontes Internas e Externas, onde as Origens Internas representam o
Capital dos Proprietários da empresa; e as Origens Externas são as obrigações assumidas
pela empresa junto a terceiros.
Sabemos que o Ativo é representado pelos Bens e Direitos de uma empresa e a forma de
adquiri-los é através de recursos financeiros originários de:
• Fontes Internas - Capital Próprio
• Fontes Externas - Capitais de Terceiros
ORIGENS de Recursos:
INTERNAS Capital Próprio Patrimônio Líquido
EXTERNAS Capital de Terceiros Passivo Circulante
Passivo Exigível à Longo Prazo
APLICAÇÕES de Recursos:
Bens
e
Direitos
Ativo Circulante
Ativo Realizável à Longo Prazo
Ativo Permanente
Figura 4.9 – Origens e Recursos de Capital
Fonte: Elaborado pelo autor.
A seguir a apresentamos uma representação gráfica do Balanço Patrimonial e sua estrutura de
capital.
109
Figura 4.10 – Demonstração gráfica do Balanço Patrimonial (BP)
Fonte: Elaborado pelo autor.
O capital social de acordo com suas origens possui várias configurações e conceituações,
conforme a seguir (MARION, 2010):
a) Capital Nominal: chama-se nominal o valor do capital ou Capital Social registrado no
órgão competente (Junta Comercial do Estado ou Cartório de Registros de Títulos e
Documentos). È formado pelo Capital Inicial investido pelo titular ou dono da empresa
individual ou sócios da sociedade, inclusive os investimentos adicionais, integralizados na
forma de dinheiro, bem ou direito, acréscimos decorrentes de lucros gerados na atividade da
pessoa jurídica e outras reservas.
b) Capital Social: é o capital que está assentado no Estatuto Social (Sociedades Anônimas -
S/A), ou no Contrato Social (empresas limitadas - Ltda., individual, pequeno porte - EPP,
microempresa - ME, etc.), que só pode ser alterado por meio de aditivos contratuais
registrados nos órgãos competentes.
c) Capital Próprio: é igual ao Patrimônio Líquido e corresponde ao Capital Nominal mais
os lucros e reservas porventura existentes no Patrimônio Líquido, ainda na incorporados ao
próprio Capital Social.
110
PL = A - PE
d) Capital de Terceiros: corresponde ao Passivo da empresa. Quando a pessoa jurídica fica
devendo a alguém, diz-se que a mesma está trabalhando com o Capital de Terceiros.
e) Capital Total em Giro na Empresa: corresponde ao total do Ativo da empresa. É a soma
do Capital Próprio ao Capital de Terceiros.
f) Capital Subscrito: é o capital que o titular, sócio ou acionista ou dono se comprometem a
entregar à pessoa jurídica para a sua constituição e/ou aumento do Capital Social, se já
constituída.
g) Capital Integralizado: é a parte efetiva que ingressa na empresa, podendo ser em
dinheiro, bens ou direitos. Pode ser igual ao Capital Subscrito se todo o compromisso do
titular, sócio, acionista ou dono, já tiver sido cumprido. Caso isto aconteça, aparece a figura
do Capital a Integralizar, que será uma conta redutora ao Patrimônio Líquido.
h) Capital a Integralizar: é a diferença entre o Capital Subscrito e o Capital
Integralizado. Representa, de fato, a obrigação, total ou parcial, assumida pelo titular ou
dono, entregar recursos, bens ou direitos à empresa.
i) Capital Autorizado: é uma figura prevista pela Lei nº. 6.404/76 (Lei das S/A), em que o
aumento do Capita Social pode ser efetuado em alteração estatutária. O Capital Autorizado
deve constar do Estatuto Social da companhia.
Através de uma relação lógica, extraída dos conceitos de Ativo, Passivo Exigível e
Patrimônio Líquido temos que: PL = A - PE, ou seja, se subtrairmos os valores a pagar
(Passivo Exigível) dos bens e direitos (Ativo) se evidenciará uma Situação Líquida que
poderá ser positiva, nula ou negativa.
Assim, temos uma equação de 1º grau onde os valores de cada um de seus membros podem
ser apurados aplicando-se regras muito simples da matemática.
111
A = PE + PL
PE = 0
ATIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PL = 0
ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL
Vejamos: se PL = A - PE, mudando-se os membros e trocando-se os sinais, encontraremos o
que se convencionou chamar de Equação Fundamental da Contabilidade:
É também chamada de Equação do Balanço, porque consiste em Balancear o total do Ativo
com o total obtido pela soma do Passivo Exigível mais o Patrimônio Líquido.
4.1 – Configurações do Estado Patrimonial
A partir da Equação Fundamental da Contabilidade, podemos deduzir que o Patrimônio
pode se apresentar de formas distintas, a saber:
a) Se o Passivo Exigível for igual à zero,
temos:
b) Se o Patrimônio Líquido for igual à zero, tal fato indicará:
c) Toda vez que o Patrimônio Líquido for maior que zero, o Ativo será maior que o
Passivo Exigível.
ATIVO PASSIVO
Ativo 1.000
Passivo
0
P. L. 1000
Total Ativo: 1.000 Total Passivo + PL: 1.000
ATIVO PASSIVO
Ativo 1.000
Passivo
1.000
P. L. 0
Total Ativo: 1.000 Total Passivo + PL: 1.000
112
PL > 0
ATIVO > PASSIVO EXIGÍVEL
PL< 0
ATIVO < PASSIVO EXIGÍVEL
d) Toda vez que o Patrimônio Líquido for menor que zero, o Ativo será menor que o
Passivo Exigível. Trata-se de um Passivo a descoberto.
As causas principais que fazem variar o Patrimônio Líquido são:
• o investimento inicial de capital e seus aumentos posteriores ou desinvestimentos
(devoluções de capital) feitos na empresa;
• o resultado obtido do confronto entre contas de receitas e despesas dentro do
período contábil.
As Contas de Resultados são aquelas que representam as Despesas e as Receitas, aparecendo
durante o exercício social e encerrando-se no final do mesmo. Não fazem parte do Balanço
Patrimonial, mas permitem apurar o Resultado do Exercício (MARION, 2010).
ATIVO PASSIVO
Ativo 1.000
Passivo
800
P. L. 200
Total Ativo: 1.000 Total Passivo + PL: 1.000
ATIVO PASSIVO
Ativo 1.000
Passivo
1.200
P. L. (200)
Total Ativo: 1.000 Total Passivo + PL: 1.000
113
Na contabilidade, encontramos diversos termos com significados diferentes que muitas vezes
são utilizados de forma inadequada. Citaremos abaixo alguns termos sem maior
aprofundamento, apenas uma conceituação básica:
• Gasto (ou Dispêndio) – é todo sacrifício para aquisição de um bem ou serviço com
pagamento no ato (desembolso) ou no futuro (cria uma dívida).
Por exemplo, a empresa tem gasto na compra de imobilizado, como terrenos, veículos,
estoques.
• Desembolso (Desencaixe) – é todo dinheiro que sai do Caixa (disponível) para um
pagamento.
Na verdade, mais cedo ou mais tarde, o Gasto será um Desembolso. Entretanto nem todo
desembolso é um gasto.
Por exemplo, amortização ou quitação de empréstimo bancário é um desembolso, mas
não é um gasto.
• Perda – é um gasto involuntário, anormal, extraordinário.
Por exemplo, desfalque no caixa, inundações, greves, incêndio, perda de um veiculo em
um desastre, etc.
• Ganho – é um lucro que independe da atividade operacional da empresa, da mesma
forma que a perda.
Por exemplo, ganhos monetários (ganhos com a inflação ou cambio), venda de um
imobilizado por um valor acima de seu custo, recebimento de seguro por um bem
perdido, etc.
• Custo – são todos os gastos no processo de fabricação ou industrialização, que
contribuem para a transformação da matéria-prima em produtos (bens ou serviços).
Exemplo: mão-de-obra no setor de fabricação, energia da fábrica, desgaste de máquina e
equipamentos, aluguel da fábrica, imposto predial da fábrica, pintura da fábrica, etc.
114
As Despesas representam à utilização ou o consumo de Bens e Serviços no processo de
produção de receitas. Decorrem do consumo de bens e da utilização de serviços, registrados
através das Contas de Resultado. Qualquer gasto efetuado ou ainda devido, somente será
considerado despesa se provocar uma diminuição do Ativo ou um aumento no Passivo
Exigível (MARION, 2010).
Exemplo: Água e esgoto, aluguéis passivos, descontos concedidos, fretes e carretos, despesas
bancárias, impostos, juros passivos, salários, telefone, prêmios de seguros, material de
expediente, etc.
Para se obter o Lucro Operacional devem-se deduzir das Receitas, as Despesas com as
Vendas, Despesas Financeiras, Despesas Administrativas e outras Despesas Operacionais,
estas últimas são as contas de natureza devedora para a contabilidade.
Classificam-se nesse grupo, as Despesas não Operacionais como Perdas em transações do
Ativo Permanente, ou seja, venda de ativo permanente com Prejuízo.
As Receitas são todos os valores recebidos pela empresa, bem como aqueles que ainda
tenha o direito de receber, fruto da suas operações.
Decorrem da venda de bens e da prestação de serviços.
Qualquer entrada só será considerada como Receita se provocar um aumento no Ativo ou
uma diminuição do Passivo Exigível.
Exemplo: vendas, receitas de serviços, aluguéis ativos, descontos obtidos, juros ativos.
Ressalta-se que o termo Aluguéis Passivos representa Receita e Aluguéis Passivos representa
Despesa, bem como Juros Ativos e Passivos. São contas de natureza credora. Estas contas de
Receitas deverão ser contabilizadas pelos seus valores brutos, inclusive impostos, sendo que
tais impostos e as devoluções e abatimentos deverão ser registrados em contas devedoras
específicas, as quais serão classificadas como contas redutoras das vendas.
Exemplo: Deduções de Vendas, dos Abatimentos e dos Impostos
115
Classificam-se nesses grupos as Receitas não Operacionais, como Ganho em Transações do
Ativo Permanente, ou seja, venda de ativo permanente com Lucro. A obtenção de uma
receita resulta, em um aumento do Patrimônio Líquido. Os Resultados representam a
diferença entre as Despesas e as Receitas de um determinado período.
Existem 2 (dois) tipos de resultados:
• Lucro: Quando o total das Receitas for maior que o total das Despesas;
• Prejuízo: Quando o total das Despesas for maior que o total das Receitas.
Portanto, podemos concluir:
• Que o Lucro aumenta o Patrimônio Líquido das empresas;
• Que o Prejuízo diminui o Patrimônio Líquido.
Isto porque o resultado apurado (Lucro ou Prejuízo) representa a remuneração do capital
investido pelos proprietários da empresa, quer seja positivo ou negativo. Toda empresa é
obrigada legalmente, a fazer a Apuração de Resultados pelo menos uma vez ao ano. O
Lucro ou Prejuízo de um Exercício está na dependência do confronto das contas de Receita
e Despesa, e esse Resultado Líquido é apurado na conta denominada Apuração do
Resultado do Exercício (ARE). As contas de Receita e Despesa são periódicas, isto é,
somente deverão conter registros para um ano ou período menor, conforme a duração do
exercício contábil, o que significa que todas as contas de Receita e Despesa devem possuir
saldo zero no início do exercício. Para que isto ocorra, em todo fim de exercício deve-se
proceder ao encerramento das contas, através dos lançamentos de encerramento (MARION,
2010).
A Apuração do Resultado do Exercício (ARE) consiste em verificar, através das Contas de
Resultado (Despesas e Receitas) se a movimentação do Patrimônio da empresa apresentou
Lucro ou Prejuízo no exercício. O encerramento das contas de Receita é realizado pela
transferência de seus saldos credores para crédito (lado direito) da conta de Apuração do
Resultado do Exercício. As contas de Despesa são encerradas pela transferência de seus
saldos devedores para débito (lado esquerdo) da conta Apuração do Resultado do Exercício.
Para a contabilização das transações de apuração do resultado, procede-se conforme abaixo:
116
1º - Encerrar todas as contas de Receitas
D - Vendas (pelo saldo da conta)
C – ARE (Apuração do Resultado do Exercício)
2º - Encerrar todas as contas de Despesas
D – ARE (Apuração do Resultado do Exercício)
C – Todas as Contas de Despesa (pelo saldo de cada conta)
3º - Contabilizar o valor apurado na conta ARE para a conta de Lucros / Prejuízos:
Se Lucro
D – ARE (saldo da conta)
C – Lucros
Se Prejuízo
D – Prejuízos
C – ARE (saldo da conta)
Basicamente, para se conhecer o Resultado do Exercício procedem-se os seguintes passos:
• elaborar o Balancete de Verificação, com saldos extraídos do razão;
• transferir os saldos das contas de Despesas e de Receitas para a conta transitória
Resultado do Exercício;
• apurar o saldo da conta do Resultado do Exercício (se credora é lucro; se devedora é
prejuízo);
• transferir o resultado da conta Resultado do Exercício para a conta Lucros ou Prejuízo;
• levantar o Balanço Patrimonial;
• transcrever o Balanço Patrimonial (BP) e Demonstração de Resultados (DRE) para o
livro Diário.
117
A conta ARE recebe, por transferência, a débito o valor dos saldos das contas de Despesa e a
crédito os saldos das contas de Receita. Se o total dos créditos da conta ARE for superior ao
total dos débitos, teremos um Lucro Líquido; se o inverso, o total dos débitos superar o total
dos créditos, terá um Prejuízo. Ocorrendo um Lucro, várias poderão ser as destinações,
observando-se, porém, as normas que regem os Contratos Sociais e Estatutos Sociais. Uma
parte do lucro poderá ser distribuída aos sócios, acionistas, proprietários, e outra parte para
reservas.
Se o Resultado Líquido do Exercício for Prejuízo, duas hipóteses podem ocorrer:
• se existirem lucros ou reservas de lucros ou outras reservas de exercícios anteriores,
em volume superior ao prejuízo constatado, poderá ser compensado com tais contas;
• se elas não apresentarem saldo suficiente, ou nenhum, o prejuízo deverá ser levado a
débito da conta Lucros ou Prejuízos.
Após o encerramento e apuração do resultado, temos duas situações quanto ao patrimônio de
uma empresa: a situação financeira versus a situação econômica.
Situação Financeira
• Balanço Patrimonial (BP)
Evidencia a situação patrimonial da empresa; função de indicador da Situação Financeira da
Entidade; a capacidade de pagamento da empresa.
• Ativo Circulante (AC) e Passivo Circulante (PC)
Comparação entre AC e PC propicia uma visão panorâmica da Situação Financeira da
empresa a curto prazo.
• Ativo Circulante (AC)
Disponível (Dinheiro)
Duplicatas a Receber (Quase dinheiro)
Estoques (Futuro dinheiro)
118
• Recursos financeiros
Utilizados para fazer às dívidas da empresa, PC, são retirados do AC.
• Se o AC for menor que o PC
Normalmente a empresa comercial ou industrial terá dificuldade em solver seus
compromissos;
Sua Situação Financeira não é boa.
• Da relação do AC com o PC obtém-se o índice de (LC) Liquidez Corrente.
LC, geralmente, ideal é que seja > 1, isto é, AC > PC.
Situação Econômica
o Capital Próprio (PL) em relação ao Capital de Terceiros (CT)
Fortalecimento do PL x CT
A principal fonte é o bom lucro, com constante obtenção de resultado positivo, contribui para
uma situação econômica mais sólida. Não se torna vulnerável a qualquer revés que possa
ocorrer no dia-a-dia. O oposto também é uma realidade. Na há dúvida de que o bom e
constante lucro será o fator de equilíbrio e fortalecimento da situação econômica da empresa
(MARION, 2010).
• Lucro
Todo lucro obtido pela empresa pertence aos proprietários;
o Lucro não distribuído
Parcela do lucro não distribuída aos proprietários fortalece a situação de econômica da
empresa. Essa parcela se incorpora ao Capital Próprio. Numa situação de continuidade
pertence à empresa; os proprietários não poderão exigir o reembolso desses recursos. É
contabilizado no PL como reservas.
• Aumento de Capital
PC
ACLC =
119
O PL poderá ser acrescido, também, com novos aumentos de capital. Motivos para os
proprietários fazerem novos investimentos
� Normalmente, com objetivo de expandir a empresa;
� Situação Econômica e Financeira precária, proprietários contribuem para tentar
equilibrar a situação.
� Não deve ser constante, pois a situação seria desestimulante.
• Situação econômica
Se o PL apresenta crescimento em proporção menor que o CT, durante vários períodos, a
situação econômica da empresa tende a enfraquecer, conforme a Figura a seguir:
Figura 4.11 - Representação gráfica de Fluxo Econômico e Fluxo Financeiro
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para a tomada de decisões pela empresa, temos três ângulos fundamentais para auxiliar nessa
atividade, os quais representam o Tripé Decisorial de um negócio, o qual é evidenciando na
Figura a seguir:
1º pé – Situação financeira
120
O ideal seria, para o comércio e a indústria, que o AC > PC, ou seja, os valores a receber
fossem maior que os valores a pagar.
2º pé – Endividamento
Um equilíbrio entre o CT e o PL normalmente é recomendável. Boa parte da dívida de
longo prazo também é interessante.
3º pé – Situação econômica
Na apuração de resultado espera-se um bom lucro.
Figura 4.12 - Representação do tripé decisorial.
Fonte: Elaborado pelo autor.
O Período Contábil é o espaço de tempo escolhido para que a contabilidade mostre a
situação patrimonial e financeira na evolução dos negócios da empresa, é também
denominado exercício social e exercício contábil (MARION, 2010). Para finalidades
externas, o período normalmente é de um ano, e muitas vezes, corresponde ao ano-calendário.
Todavia, uma grande quantidade de empresas está adotando um período contábil não-
coincidente com o calendário anual em obediência às suas peculiaridades e interesse. Para
121
finalidades internas, as informações dos resultados devem ser montadas em intervalos
menores, por exemplo, mês a mês, a fim de que a administração acompanhe mais
criteriosamente o desenvolvimento dos negócios, através dos demonstrativos elaborados.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei das S/A) estabelece que a escrituração da empresa seja
mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e
desta lei (Lei das S/A) a aos Princípios Fundamentais da Contabilidade (PFC), devendo
observar métodos e critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mudanças do
Patrimônio segundo o Regime de Competência. Existem dois Regimes Contábeis na
Contabilidade:
• Regime de Caixa – consideram como Receitas e Despesas do exercício, aquelas
efetivamente recebidas e pagas dentro desse período.
É mais encontrado em empresas sem fins lucrativos (associações religiosas, filantrópicas,
etc.).
• Regime de Competência – consideram como Receitas de um exercício, aquelas ganhas
nesse período, não importando se tenham sido recebidas dentro do exercício e as
Despesas de um período, são aquelas incorridas dentro do exercício, não
importando se foram pagas dentro do período.
No Regime de Competência, deve se atentar para o reconhecimento do Fato Gerador da
Receita e da Despesa.
O Plano de Contas é um agrupamento de todas as contas que serão utilizadas pela
contabilidade dentro de determinada empresa. É o elenco de contas considerado, é
indispensável para os registros de todos os fatos contábeis. Cada empresa, de acordo com sua
atividade e seu tamanho, deve ter o seu próprio Plano de Contas. Um Plano de Contas deve
registrar as contas que serão movimentadas pela contabilidade em decorrência das operações
da empresa ou, ainda, contas que, embora não movimentadas no presente, poderão ser
utilizadas no futuro. O Plano de Contas é importante devido ao fato de que para uma mesma
operação, existem diversas nomenclaturas ou títulos de contas que querem dizer a mesma
coisa. Assim, o Plano de Contas com um único titulo de conta para determinada operação
122
evita, que diversas pessoas ligadas ao setor contábil (lançadores) registrem um mesmo fato
contábil ou uma mesma operação com nomenclaturas diferentes. È fundamental para a
padronização dos registros contábeis, em uma uniformidade de nomenclaturas (MARION,
2010).
O elenco de contas e o grau de detalhamento num Plano de Contas dependem do volume e da
natureza dos negócios de uma empresa. Em sua estruturação devem ser considerados os
interesses dos usuários (gerentes, administradores, etc.).
A seguir na Figura abaixo, apresentamos um exemplo de um Plano de Contas básico:
PLANO DE CONTAS
1 ATIVO 1.1 Ativo Circulante 1.1.1 Disponível 1.1.1.01 Caixa 1.1.1.02 Bancos conta movimento 1.1.1.03 Aplicações financeiras (resgate imediato) 1.1.2 Valores a Receber / Créditos e Direitos Realizáveis 1.1.2.01 Duplicatas a Receber / Clientes 1.1.2.02 (-) Duplicatas Descontadas 1.1.2.03 (-) PDD Provisão p/ Devedores Duvidosos 1.1.2.02 Impostos a recuperar 1.1.3 Estoques 1.1.3.01 Produtos Acabados / Mercadorias 1.1.3.02 Produtos em Elaboração 1.1.3.03 Matérias-primas 1.1.4 Aplicações Pagas Antecipadamente ou a Apropriar
1.1.4.01 Prêmios de Seguros a Apropriar ou Ativos ou Antecipadas 1.2 Realizável a Longo Prazo (RLP) 1.2.1.01 Participações / Créditos em Coligadas e Controladas 1.2.1.02 Empréstimos a Acionistas / Diretores 1.2.1.03 Aplicações do Exercício Seguinte 1.3 Ativo Permanente 1.3.1 Investimento 1.3.1.01 Obras de Arte 1.3.1.02 Galpão para Alugar (não de uso na atividade) 1.3.2 Imobilizado 1.3.2.01 Móveis e Utensílios 1.3.2.02 (-) Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios 1.3.2.03 Máquinas e equipamentos 1.3.2.04 (-) Depreciação Acumulada de Máquinas e Equip. 1.3.2.05 Benfeitorias em Propriedade de Terceiros
123
1.3.3.06 (-) Amortização Acumulada 1.3.3.07 Florestamento e Reflorestamento / Minas / Minérios / Jazidas 1.3.3.08 (-) Exaustão Acumulada 1.3.4 Intangível 1.3.4.01 Marcas 2 PASSIVO 2.1 Passivo Circulante 2.1.1 Fornecedores 2.1.2 Empréstimos CP 2.1.3 Obrigações fiscais a recolher 2.1.3.01 ICMS a recolher 2.1.3.02 Contribuição social a recolher 2.1.3.03 PIS a recolher 2.1.3.04 Cofins a recolher 2.1.3.05 Imposto de Renda a pagar 2.1.3.06 Provisão p/ Férias e Encargos 2.1.3.07 Provisão p/ 13º Salário 2.2 Exigível a Longo Prazo (ELP) 2.2.1 Empréstimos e financiamentos LP 2.4 Patrimônio Líquido (PL) 2.4.2 Capital Social 2.4.2.01 Capital Social 2.4.2.02 Capital Subscrito 2.4.2.03 (-) Capital Social a Integralizar 2.4.3 Reservas de Capital 2.4.3.01 Excedente de Capital 2.4.3.02 Doações e Subvenções p/ Investimentos 2.4.4 Reservas de Lucro 2.4.4.01 Reserva Legal 2.4.4.02 Reserva Estatutária 2.4.4.03 Reserva Orçamentária 2.4.4.04 Reserva Contingência 2.4.4.05 Outras Reservas de Lucros 3 CONTAS DE RESULTADO 3.1 RECEITAS OPERACIONAIS 3.1.1 Receitas Bruta de Vendas de Produtos 3.1.2 Receitas Bruta de Vendas de Serviços 3.1.3 Receitas Bruta de Vendas de Mercadorias 3.1.4 Outras receitas Brutas 3.1.5 Deduções da Receita Bruta 3.1.5.01 Devoluções s/ Vendas 3.1.5.02 Abatimentos s/ Vendas 3.1.5.03 Impostos Incidentes s/ Vendas 3.2 CUSTOS 3.2.1 Custos de Produção (CP) 3.2.1.01 Custos de Produtos Acabados 3.2.1.02 Custos de Produtos em Elaboração 3.2.1.03 Custos de Matérias-primas
124
3.2.2 Custos de Mercadorias Vendidas (CMV) 3.2.3 Custos de Produtos Vendidos (CPV) 3.2.4 Custos de Serviços Prestados (CSP) 3.3 DESPESAS OPERACIONAIS 3.3.1 Despesas Comerciais 3.3.1.01 Despesas de Comissões s/ Vendas 3.3.1.02 Despesas de Publicidade e Propaganda 3.3.2 Despesas Administrativas 3.3.2.03 Honorários advocatícios e contábeis 3.3.2.04 Telefone 3.3.2.05 Água 3.3.2.06 Aluguel 3.3.2.07 Energia Elétrica 3.3.2.08 Material de Limpeza 3.3.2.09 Despesas de Depreciação, Amortização e Exaustão. 3.3.2.10 Despesas de Salários e Encargos 3.3.2.11 Despesas de Férias 3.3.3 Despesas Financeiras 3.3.3.01 Encargos Financeiros Líquidos 3.3.3.02 Despesas de Juros 3.3.3.03 Despesas de Taxas Bancarias 3.3.3.04 Descontos Concedidos 3.3.3.05 Variações e Correções s/ Obrigações 3.3.4 Receitas Financeiras 3.3.4.01 Receitas com Juros 3.3.4.02 Descontos Obtidos 3.3.4.03 Variações e Correções Monetárias s/ Créditos 3.3.5 Outras Despesas e Receitas Operacionais 3.3.5.01 Lucro ou Prejuízos de Controladas – Coligadas 3.4 RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 3.4.6.01 Perdas não Operacionais – de Capital 3.4.6.02 Ganhos não Operacionais – de Capital 3.4.7 Provisão p/ Imposto de Renda e Contribuição Social 3.4.7.01 Provisão p/ Imposto de Renda 3.4.7.02 Provisão p/ Contribuição Social 3.4.8 Participações e Contribuições 3.4.8.01 Participações de Administradores 3.4.8.02 Contribuições de Colaboradores Figura 4.13 – Estrutura do Plano de Contas Analítica.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observação: Este Plano de Contas abrange empresas Comerciais e de Serviços simples, não
abarcando as empresas Industriais e de Serviços complexos; também os ramos financeiro,
securitário, agrícola, pecuário, de mineração e outros específicos não estão contemplados.
125
Trata-se de uma simples sugestão e não de todas as possíveis contas elencadas, e sim as
principais. Cada profissional deve considerar as necessidades específicas de cada empresa.
A seguir, na Figura abaixo, apresentamos para maior entendimento a representação gráfica do
Plano de Contas, do qual, origina-se o BP e a DRE:
Figura 4.14 – Estrutura do Plano de Contas e BP e DRE.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os livros contábeis, destinados aos registros contábeis das operações de uma empresa são
classificados em dois grupos:
a) Obrigatórios;
b) Facultativos.
a) Livros contábeis necessários para uma gestão contábil eficiente (MARION, 2010):
• LIVRO DIÁRIO
É um livro obrigatório, exigido para todas as empresas pelo Código Comercial Brasileiro e
pela Legislação Tributária. No Livro Diário registram-se os fatos contábeis através das
Partidas Dobradas, onde os lançamentos contábeis obedecem a uma ordem cronológica
de dia, mês e ano. O Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, e
os registros contábeis serão efetuados diariamente. Quando a empresa adota o sistema de
registro contábil por meio magnético, as folhas de formulário contínuo do Diário são
126
numeradas automaticamente pelo computador e, no final do período, deverão ser
encadernadas. Portanto, todas as operações da empresa são registradas obrigatoriamente e,
em primeiro lugar, no Livro Diário.
Ele é composto por folhas encadernadas, devendo conter o Termo de Abertura e o Termo
de Encerramento, devidamente assinados por responsável pela empresa e por contabilista
habilitado, e, será submetido à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio
(Junta Comercial da sede da empresa). O atraso na escrituração do Livro Diário não
poderá ultrapassar o prazo legal, sob pena de multa prevista pela Legislação do Imposto
de Renda.
Os elementos básicos utilizados na escrituração do Livro Diário são:
a) Data da operação (transação);
b) Título da conta de débito e da conta de crédito;
c) Valor do débito e do crédito;
d) Histórico: alguns dados fundamentais sobre a operação registrada, tais como, número
da Nota Fiscal, número do cheque, identificação de terceiros envolvidos na operação, etc.
• Exemplo de escrituração do Livro Diário
Suponha-se que em fevereiro de 200X a empresa realizou as seguintes operações:
• Em 20/02/200X: Comprou equipamentos, a vista, de Cia. Aprender, conforme Nota Fiscal,
Série U, no. 1234, por R$ 10.000,00;
• Em 25/02/200X: Depositou no Banco DimDim S/A a quantia de R$ 20.000,00.
Assim sendo, a empresa registrou as operações no Livro Diário através dos lançamentos
contábeis, a seguir:
127
Figura 4.15 – Estrutura do Livro Diário.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observação: Hoje, a maioria dos sistemas de contabilização não utiliza a preposição a, que
precede a conta credora, como nos lançamentos expostos acima.
• LIVRO RAZÃO
Atualmente, é um livro obrigatório, que foi durante muito tempo considerado como livro
facultativo. Face a sua utilidade, são indispensáveis em qualquer tipo de empresa, sendo o
instrumento mais valioso na atividade contábil e imprescindível para os órgãos
fiscalizadores, e, por esta razão, as normas contábeis o qualifica como livro obrigatório.
Sua escrituração é efetuada com base nos lançamentos contábeis, devidamente
documentados, e. previamente registrados no Livro Diário. O registro no livro Razão é
realizado em contas individualizadas, tendo-se, assim, um controle individual por conta.
Por exemplo, abre-se uma conta intitulada Caixa registrando-se todas as operações que
afetam a Caixa da empresa, debitando-se ou creditando-se esta conta, e, a qualquer momento
Data Título das Contas e Histórico Código
da Conta Débito Crédito
200X
Fev. 20 Equipamentos 10.000,00
a Caixa 10.000,00
Nota Fiscal Serie U 1234, de Cia.
Aprender.
25 Bancos c/ Movimento 20.000,00
a Caixa 20.000,00
Depósito no Banco DimDim S/A
128
apura-se o seu saldo, que será a diferença entre o somatório dos débitos e o somatório dos
créditos. Pelo descrito anteriormente, conclui-se que o Razonete ou Conta T teve como
origem o Livro Razão, isto é, o Razonete é a representação gráfica de uma conta
individualizada do Livro Razão, adotado, didaticamente, para facilitar o raciocínio
contábil e demonstrar a movimentação da conta, não devendo, sob nenhuma hipótese,
substituir o lançamento contábil.
A princípio o Razão só existia em forma de livro, em que cada página era utilizada para a
movimentação de uma única conta, posteriormente, foi substituída pela Ficha Razão.
Quando a Ficha Razão refere-se a uma conta sintética ou coletiva é chamada de Razão
Sintético ou Razão Geral, porém, quando há o desdobramento da conta para um melhor
controle, denomina-se Razão Analítico ou Razão Auxiliar.
Exemplificando:
• Exemplo de escrituração das fichas ou páginas do Livro Razão
A Cia. Nova tinha R$ 100.000,00 em Caixa e comprou a vista, em 20/02/200X, equipamentos
por R$ 30.000,00.
Razão Sintético ou Geral
(Conta Sintética ou Coletiva)
Razão Analítico ou Auxiliar
(Conta Analítica)
Estoque de Produtos Acabados
ESTOQUE Estoque de Produtos em Elaboração
Estoque de Matérias Primas
129
A partir dos registros contábeis efetuados no Livro Razão, para efeito de raciocínio
contábil, assim ficaram os Razonetes ou Contas T:
b) Livros Contábeis Facultativos:
• LIVRO CAIXA
É o livro onde são registradas todas as operações com dinheiro realizadas pela empresa.
Trata-se de um livro facultativo e auxiliar, embora de grande utilidade nas empresas, sendo
mesmo indispensável nas grandes organizações, onde sempre existe uma pessoa
encarregada do dinheiro. O modelo mais comum de Livro Caixa dispõe de três colunas
sendo a primeira utilizada para o registro de parcelas relativas a valores de débito ou de
crédito, e nas duas colunas restantes são lançados os valores totais de débito e de crédito,
respectivamente. Na segunda coluna, ou seja, o de débito é lançado às entradas de
dinheiro, e, na terceira coluna, a de crédito, é registrada as saídas de dinheiro.
Nas empresas de grande movimento o saldo do Livro Caixa é apurado diariamente,
iniciando-se o movimento do dia com o saldo de débito do dia anterior, e ao final do dia o
130
saldo devedor é transportado para o dia seguinte. O movimento no Livro Caixa poderá
ser registrado diária ou mensalmente, e lançado, obrigatoriamente, no Livro Diário e, por
conseqüência, no Livro Razão. O saldo apurado diária ou mensalmente no Livro Caixa
deverá ser igual ao saldo da Conta Caixa do Livro Razão, daí a importância do Livro
Caixa, pois o encarregado do dinheiro deve apresentar comprovantes das operações, de sorte
que, a qualquer momento, seja possível verificar a exatidão do saldo apurado no Livro
Caixa.
Existem diversos modelos de livros Caixa em uso, variando de acordo com as necessidades
da empresa. Algumas organizações tradicionais ainda adotam o Boletim de Caixa, nos
mesmos modelos dos livros, porém, em duas vias de folhas soltas, sendo uma fixa e outra
destacável, remetendo a primeira via à administração, para controle e, ficando a cópia em
poder da pessoa responsável pela Caixa da empresa (MARION, 2010).
Na Figura abaixo, apresentamos um modelo e escrituração do Livro Caixa.
Figura 4.16 – Estrutura do Livro Caixa.
Fonte: Elaborado pelo autor.
131
• LIVRO CONTAS CORRENTES
O Contas Correntes é um livro sistemático, pois nele são registradas apenas as operações
de determinada natureza, embora o sejam em ordem cronológica, sendo também um livro
Facultativo e Auxiliar, ainda usual nas micro e nas empresas domésticas.
Hoje, entretanto, a conta contábil intitulada Contas Correntes é menos usada e raramente se
encontram compensações de débitos e créditos de terceiro lançados na mesma conta, pois
as operações se realizam por meio de títulos de créditos, se débito é lançado em Duplicatas
a Pagar, se crédito em Duplicatas a Receber.
Na Figura abaixo apresentamos um modelo e escrituração de uma página do Livro Contas
Correntes.
Figura 4.17 – Estrutura do Livro de Contas Correntes.
Fonte: Elaborado pelo autor.
O Balancete de Verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos,
extraídos dos registros contábeis em determinada data (MARION, 2010).
Os elementos mínimos que devem constar do balancete são:
a) identificação da Entidade;
b) data a que se refere;
c) abrangência;
d) identificação das contas e respectivos grupos;
e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores;
f) soma dos saldos devedores e credores.
132
Como vimos, anteriormente, para cada um ou mais lançamentos de Débito, haverá um ou
mais lançamentos de Crédito de igual valor, e, por conseqüência, a qualquer instante, a
soma dos Saldos Devedores deverá ser igual à soma dos Saldos Credores. Mensalmente, o
Balancete de Verificação é levantado com o objetivo de verificar a exatidão dos
lançamentos contábeis. O saldo de cada conta é apurado no Livro Razão, e, para
representarmos graficamente a conta, adotamos o Razonete ou Conta T. Vamos agora
levantar o Balancete de Verificação, a partir dos lançamentos das contas contábeis.
• Primeiramente, faremos todos os registros em Conta T ou Razonete.
• Em seguida, indicaremos no Balancete de Verificação o saldo de cada conta.
Figura 4.18 – Estrutura da Conta T ou Razonetes.
Fonte: Elaborado pelo autor.
133
Na Figura abaixo, apresentamos um modelo de Balancete de Verificação.
Figura 4.19 – Estrutura do Balancete de Verificação.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A seguir na Figura abaixo, representação gráfica da seqüência do surgimento do DRE e
Balanço, oriundas do Balancete de Verificação:
134
Figura 4.20 – Surgimento do DRE e Balanço, oriundas do Balancete de Verificação.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na seqüência, por meio da Figura abaixo, apresentamos a representação gráfica da seqüência
do surgimento do DRE e Balanço, oriundas dos Registros Contábeis:
Figura 4.21 – Surgimento do DRE e Balanço, oriundas dos Registros Contábeis.
Fonte: Elaborado pelo autor.
135
O Balanço Patrimonial (BP) é a apresentação padronizada dos saldos de todas as Contas
Patrimoniais, ou seja, as que representam elementos que compõem o Patrimônio de uma
empresa, num determinado momento (MARION, 2010). Trata-se de uma posição estática
geralmente levantada em fins de períodos, que pode ser: mês, trimestre, semestre ou
exercício social. Entretanto, o Balanço Patrimonial que as empresas devem levantar na data
do encerramento de seu exercício social é aquele considerado Oficial do Exercício para
todos os efeitos, inclusive os legais. No Balanço Patrimonial as contas são classificadas por
grupos, de acordo com a sua natureza, e, sob o ponto de vista monetário. Em resumo,
representa uma fotografia da empresa em determinada data, expressa em valores
monetários. A Lei 6.404, de 15/12/76 - Lei das Sociedades Por Ações padronizou o título
de cada Grupo de Contas do Balanço, estabelecendo à seguinte classificação:
ATIVO
• Circulante
• Realizável a Longo Prazo
• Permanente
. Investimentos
. Imobilizado
. Intangível
PASSIVO
• Circulante
• Exigível a Longo Prazo
• Resultados de Exercícios Futuros
• Patrimônio Líquido
Obs.: O Passivo aqui considerado é a soma do Passivo Exigível ( Circulante + Exigível a
Longo Prazo ) + Resultados de Exercícios Futuros + Patrimônio Líquido.
Na Figura abaixo, temos a representação gráfica das Contas em Movimento constante
(circulante):
136
Figura 4.22 – Contas em constante movimentação.
Fonte: Elaborado pelo autor.
O grupo de contas do Ativo é composto das contas abaixo segundo determinado critério de
classificação. O critério de classificação das contas dentro de cada grupo do Ativo está,
diretamente, relacionado a uma ordem decrescente do grau de liquidez, ou seja, à maior
ou à menor facilidade com que determinados Bens e Direitos são transformados em
numerário, isto é, em dinheiro (MARION, 2010).
ATIVO CIRCULANTE
São classificadas as contas de Bens e Direitos que estão constantemente em giro, sendo que a
conversão em dinheiro será no máximo, dentro do próximo exercício social, as quais sejam:
• Disponibilidades: São Bens e Direitos disponíveis (em dinheiro) imediatamente, sem
restrição.
Exemplo: Caixa, Bancos, Aplicações Financeiras de Curto Prazo ou Liquidez Imediata.
•Valores a Receber: São contas que serão convertidos em dinheiro mais lentamente dentro do
Exercício Social.
137
Exemplo: Duplicatas a Receber, Valores a Receber a Curto Prazo, Impostos a Recuperar,
Adiantamentos a.
Empregados, Estoques, Créditos para Provisão de Devedores Duvidosos,
Duplicatas.
Descontadas, Ajuste do valor do estoque ou de investimentos.
• Aplicação de Recursos do Exercício Seguinte:
A classificação no Ativo Circulante de Aplicações de Recursos em Gastos do exercício
seguinte e obedece a uma imposição da Lei 6.404/76, Lei das S/A.
São as aplicações efetuadas que atendem a um gasto que não é só relativo ao exercício
social no qual o pagamento é realizado, mas relaciona-se, também, com o exercício social
seguinte.
Exemplo: Prêmio de seguros pagas antecipadamente ou a Apropriar ou Ativos;
Juros a vencer ou ativos ou apropriar;
Encargos financeiros a apropriar.
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (RLP)
São classificados neste Grupo de Contas os Bens e Direitos realizáveis após o término do
exercício social seguinte ao do Balanço, sendo classificados neste grupo dois tipos distintos:
a) Direitos realizáveis após o término do Exercício Social seguinte ao do Balanço que está
sendo levantado.
Exemplo: Duplicatas a Receber com vencimento após 12 (doze) meses, Impostos a
Recuperar, Depósitos e Cauções, Incentivos Fiscais;
b) Obrigatoriamente, independente do momento da realização (se curto ou longo prazo ),
todas as contas que envolvam transações não operacionais, realizadas com Coligadas,
Controladas, Proprietários, Sócios, Acionistas e Diretores;
138
Exemplo: Crédito de Controladas, Crédito de Diretores, Venda a prazo de bens entre
Controladas e Coligadas.
PERMANENTE
São bens e direitos que não se destinam a venda e praticamente não possuem ou tem o menor
grau de liquidez das contas do Ativo.
Desdobra-se nos seguintes subgrupos:
• Investimentos: classificam-se neste subgrupo as participações permanentes no Capital
Social de outras Sociedades e outros Bens e Direitos permanentes que geram
rendimentos, e não se destinam necessariamente à manutenção das atividades da
empresa.
Exemplo: Investimentos em ações, Participações Societárias espontâneas em outras empresas,
obras de arte, Imóveis para aluguel, Participações Societárias oriundas de Incentivos Fiscais,
Terrenos não destinados à venda e não utilizados pela empresa.
• Imobilizado: classificam-se neste subgrupo os Bens e Direitos destinados à manutenção
das atividades da empresa ou exercidos com esta finalidade.
Exemplo: Marcas e Patentes, Imóveis, Veículos, Terrenos, Máquinas, Equipamentos, Obras
em andamento.
• Intangível: classificam-se neste subgrupo os Bens e Direitos relacionados com marcas da
empresa.
Exemplo: Marcas e Patentes da empresa.
Na Figura abaixo, apresentamos graficamente a localização da Conta Ativo Permanente no
BP:
139
Figura 4.23 – Localização da Conta Ativo Permanente no BP.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Da mesma forma, o grupo de contas do Passivo é composto das contas abaixo segundo
determinado critério de classificação. O critério de classificação das contas do Passivo dentro
de cada grupo é estabelecido pela condição de as contas representarem ou não obrigações,
pois, em caso positivo, estas obrigações serão classificadas de acordo com o prazo de
pagamento das mesmas. Obedece a uma ordem de grau de exigibilidade então, ou seja, as
contas que devem ser liquidas, pagas primeiro, com prazos de vencimentos primeiro, são as
que serão classificados primeiro e assim sucessivamente. Em caso negativo, as contas serão
classificadas no Patrimônio Líquido. As contas do grupo Resultados de Exercícios Futuros
ficarão entre os grupos Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido (MARION, 2010).
PASSIVO CIRCULANTE
Neste grupo classificam-se todas as contas de obrigações ou exigibilidades que irão vencer
ou ser liquidadas / pagas no curso do Exercício Social seguinte ao do Balanço Patrimonial
que estiver sendo levantado.
Exemplo: Duplicatas a Pagar, Contas a Pagar, Empréstimos Bancários, Títulos a Pagar,
Imposto de Renda a Pagar, Salários a Pagar, etc.
140
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (ELP)
São classificadas neste grupo as obrigações que irão vencer ou ser liquidadas ou pagas
após o Exercício Social seguinte àquele do Balanço Patrimonial que estiver sendo
levantado (MARION, 2010).
Exemplo: Empréstimos de Longo Prazo, Empréstimos de Sociedades Coligadas ou
Controladas, Provisão Para Imposto de Renda Diferido, etc.
Na Figura abaixo, apresentamos graficamente a localização da Conta Passivo Circulante e
Exigível a Longo Prazo (ELP) no BP:
Figura 4.24 – Localização da Conta Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo (ELP)
no BP.
Fonte: Elaborado pelo autor.
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS (REF)
São Origens (receitas realizadas) de exercícios futuros menos as Aplicações (custos e
despesas incorridos) a elas correspondentes (MARION, 2010). Este grupo de contas se
aplica mais às empresas de engenharia nas construções a longo prazo, com
reconhecimento dos lucros dos contratos com base no cronograma físico da obra ou nos
gastos (custos incorridos) efetivamente incorridos, e no contrato terminado.
141
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Classificam-se neste grupo os recursos pertencentes aos Acionistas, Sócios e Proprietários
da empresa (MARION, 2010).
Exemplo: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros
e Lucros ou Prejuízos Acumulados.
• CAPITAL SOCIAL
É representado por cotas ou por ações, dependendo da forma de constituição da empresa,
tendo seu valor fixado no Contrato Social ou pelo Estatuto aprovado pelos sócios ou
acionistas, respectivamente, estabelecendo o número de cotas ou ações que o compõem. O
Capital Social pode ser apresentado de várias formas:
Capital Subscrito:
É o valor do Capital Social representado por cotas ou por ações emitidas, totalmente
subscritas pelos sócios ou pelos acionistas. É o compromisso assumido por eles de
integralizar sua parte no Capital Social da empresa.
Capital Integralizado ou Realizado:
É a parcela do valor do Capital Social já recebida pela empresa, relativa às cotas ou às
ações subscritas, anteriormente, pelos subscritores do Capital.
Capital a Integralizar ou a Realizar:
É a parcela do valor do Capital Social ainda não recebida pela empresa dos subscritores das
cotas ou das ações, conforme o caso.
• Reservas de Capital
As Reservas de Capital não são constituídas por conseqüência de atividade lucrativa,
derivando de circunstâncias estranhas às atividades operacionais da empresa.
Exemplo: Reserva de Doações de Bens; Reserva de Ágio por Subscrições de Ações;
Reserva de Subvenção de Investimentos.
142
• Reserva de Reavaliação
Constituídas para indicar acréscimo de valor ao Custo de Aquisição do bem, baseadas em
Valor de Mercado.
• Reservas de Lucros
Registram a destinação dos Lucros, segundo o Contrato Social ou a proposta dos Órgãos
da Administração, no pressuposto de sua aprovação pela Assembléia Geral dos Acionistas
(Art. 176 - Lei 6.404/76).
Exemplo: Reserva Legal; Reservas Estatutárias; Reserva Para Investimentos, Reserva Para
Contingências; Reserva de Lucros a Realizar.
Na Figura abaixo, temos a representação gráfica da localização da Conta Patrimônio Líquido
(PL) no BP:
Figura 4.25 – Localização da Conta Patrimônio Líquido (PL) no BP.
Fonte: Elaborado pelo autor.
E, na seqüência, apresentamos na Figura abaixo, esquematicamente a balança de equilíbrio
dos dois lados (Ativo x Passivo):
143
Figura 4.26 – Balança de equilíbrio dos dois lados (Ativo x Passivo).
Fonte: Elaborado pelo autor.
144
Na Figura abaixo, esquematicamente, apresentamos a estrutura patrimonial e de resultado:
Figura 4.27 – Estrutura patrimonial e de resultados.
Fonte: Elaborado pelo autor.
“Débito”(-) PATRIMÔNIO “Crédito” (+) ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante
E.L.P.
A. Permanente
Total Ativo: IGUAL Total Passivo + PL:IGUAL
“Débito”(-) RESULTADO “Crédito” (+) DESPESAS
E CUSTOS
RECEITAS
VENDAS
Operacionais
e
Não Operacionais
Operacionais
e
Não Operacionais
Total DIFERENTE Total DIFERENTE
P R E J U Í Z O:
Despesas >
Receitas
L U C R O:
Receitas >
Despesas
Obrigações
Bens e
Direito
Passi
vo
P. L.
Capital de
Terceiros
Capital Próprio
ORIGENS DE RECURSOS
APLICAÇÕES DE RECURSOS
SALDO De
Contas De
Natureza Devedora
(-)
SALDO De
Contas De
Natureza Credora
(+)
145
O Art. 176 da Lei 6.404/76 estabelece que ao término de cada exercício social, a
Administração da empresa faça elaborar com base na sua escrituração mercantil, as
Demonstrações Financeiras (Contábeis), que deverão exprimir com clareza a situação
patrimonial e as mutações ocorridas no período.
As demonstrações que compõem o Balanço do Exercício serão publicadas com os valores
referentes ao período encerrado, mais a indicação dos valores correspondentes ao
exercício imediatamente anterior, os quais poderão ser expressos em unidades de milhar,
e, compreende as seguintes demonstrações (MARION, 2010):
a) Demonstração do Balanço Patrimonial - DBP;
b) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE;
c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA;
d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL ( opcionalmente, em
substituição a DLPA );
e) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR;
f) Notas Explicativas.
Na Figura abaixo, apresentamos graficamente exemplos de Relatórios Contábeis:
Figura 4.28 – Tipos de relatórios contábeis.
Fonte: Elaborado pelo autor.
146
Para a elaboração do Balanço Patrimonial do Exercício (DBP), há etapas para a sua
concepção, após o registro de todas as operações da empresa nos Livros Contábeis:
a) Levantar o 1º Balancete de Verificação ( Com base no Livro Razão );
b) Efetuar os Lançamentos de Ajuste:
• Constituir as Provisões;
• Corrigir os erros detectados.
c) Levantar o 2º Balancete de Verificação ( Com base no Livro Razão );
d) Apurar o Resultado do Exercício ( Encerrando as contas de Receitas e Despesas em
contrapartida com a conta Apuração do Resultado do Exercício – ARE );
e) Provisionar o Imposto de Renda devido ( Utilizando o LALUR );
f) Transferir o Lucro Líquido do Exercício para a conta Lucros ou Prejuízos;
g) Proceder a distribuição do Resultado do Exercício (Conforme proposta dos Órgãos da
Administração da empresa );
h) Elaborar as Demonstrações Contábeis e as respectivas Notas Explicativas.
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é o relatório sucinto das operações
realizadas pela empresa no exercício Social, evidenciando o Resultado Líquido do período,
Lucro ou Prejuízo (MARION, 2010).
Esquematicamente, na Figura abaixo temos a representação gráfica estrutural da DRE e
Balanço Patrimonial:
147
Figura 4.29 – Estrutura patrimonial e de resultados.
Fonte: Elaborado pelo autor.
148
Sua estrutura deve ser elaborada de forma dedutiva, como a seguir exposta:
Figura 4.30 – Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Finaliza-se este com o detalhamento das contas que compõem da Demonstração do Resultado
do Exercício (MARION, 2010):
149
Receita Bruta
Constitui a Venda dos Produtos ou Serviços incluindo todos os impostos cobrados do
comprador e não excluindo as devoluções ou descontos concedidos sobre as vendas.
Receita Líquida
Constitui a Receita bruta de Produtos ou Serviços deduzidas dos impostos e devoluções,
abatimentos ou descontos concedidos sobre vendas ou cancelamentos de vendas.
Deduções de Vendas: Vendas Canceladas, Abatimentos, Descontos Comerciais
Imposto Incidentes sobre vendas: IPI, ICMS, ISS
Despesas operacionais
São as necessárias para a manutenção da atividade operacional da empresa.
Despesas de Vendas:Comercialização e distribuição. Abrangem desde a promoção do
produto até sua colocação ao consumidor.
Despesas Administrativas: São gastos nos escritórios visando à gestão da empresa.
Despesas Financeiras: São as remunerações de capitais de terceiros, como juros,
comissões bancárias, descontos concedidos, etc.
Receitas Financeiras: São oriundos de aplicações financeiras, juros recebidos, descontos
recebidos, etc.
A Lei 6.404/76 determina que as Despesas Financeiras sejam consideradas Despesas
Operacionais e apresentadas pelo valor líquido, deduzindo-se as Receitas Financeiras.
Lucro Bruto (LB)
É a diferença entre a Venda de Mercadorias ou Serviços e o Custo da Mercadoria ou Serviços
Vendidos, ou resultado com venda de mercadorias e/ou serviços (RCM), sem considerar as
despesas administrativas, de vendas e financeiras.
Lucro Operacional (LO)
É o lucro resultante de atividade operacional da empresa, ou seja, lucro bruto deduzidas as
despesas administrativas, de vendas e financeiras.
Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR)
É o LO (–) as Despesas e/ou (+) as Receitas não operacionais.
150
Lucro Depois do Imposto de Renda (LDIR)
É o LAIR (-) o Imposto de Renda e Contribuição Social.
Lucro Líquido (LL)
É a sobra líquida à disposição dos sócios ou acionistas. É o LDIR deduzido as participações,
de debêntures, de empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para
instituições ou fundos de assistência ou previdência dos empregados.
Resultados Não Operacionais
São as despesas e receitas não relacionada diretamente com a natureza dos negócios da
empresa.
Exemplo: Lucro ou Prejuízo na venda do Ativo Permanente; Créditos ou Débitos oriundos
de participações societárias permanentes; Perdas com sinistros.
Provisão para pagamento do Imposto de Renda
Valor obtido extra-contabilmente através do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR,
de escrituração obrigatória para todas as Pessoas Jurídicas contribuintes do Imposto de
Renda com base no Lucro Real, apurado mensalmente.
Esta provisão representa o valor a ser pago, a cada mês, a título de Imposto de Renda
incidente sobre o Lucro Fiscal do período ( Lucro ou Prejuízo Contábil ( + ) Inclusões ( - )
Exclusões ).
O Regulamento do Imposto de Renda (RIR) determina que o imposto incida sobre o Lucro
Real ou Lucro Fiscal e não sobre o Lucro Contábil, podendo ocorrer as seguintes
situações:
a) Poderá ocorrer Lucro Contábil e Lucro Fiscal, havendo Imposto de Renda a Pagar;
b) O resultado do período é Lucro Contábil, porém, Prejuízo Fiscal, não havendo
imposto de renda a pagar;
c) O resultado é Prejuízo Contábil, todavia, Lucro Fiscal, a empresa tem Imposto de
Renda a pagar;
151
d) Ou ainda, Prejuízo Contábil e Prejuízo Fiscal, sem pagamento de imposto.
Participações e Contribuições
São os valores devidos como participações no Lucro a serem pagas aos Diretores, Sócios e
Empregados da empresa, e contribuições às entidades de previdência e de assistência
social de seus funcionários, conforme Contrato Social ou Estatuto da empresa.
Lucro por Ação
O art. 187, da Lei 6.404, no seu item VII, é que determina a indicação do montante do lucro
ou prejuízo líquido por ação do capital social, que é mais comumente denominado lucro por
ação. Alternativamente poder-se-ia mencionar tal lucro por ação através de uma nota
explicativa, particularmente quando for complexo seu cálculo. A melhor forma, todavia, é de
que a informação deve ser dada na própria Demonstração do Resultado do Exercício, após a
linha do lucro líquido do exercício. O lucro por ação é informação de grande utilidade e que
pode ser usada para objetivos diversos, mas particularmente importante no caso de
companhias abertas, pois é usada para melhor avaliação dos resultados das operações dos
exercícios passados, permitindo conhecer sua evolução período a período. Possibilita melhor
avaliação pelos investidores dos resultados apurados pela companhia em relação às ações que
possui.
A exposição acima do conteúdo de gestão contábil foi no sentido de propiciar conhecimentos
básicos ao gestor de uma pequena empresa. Quanto ao modelo a ser adotado ou mais utilizado
por pequenos empresários é na verdade a assessoria de uma empresa externa de contabilidade,
devido à relação custo x benefício ser mais favorável nessa situação. Esta empresa externa é
quem irá fazer a contabilidade, no entanto, o gestor da MPE, deverá fazer uso da
152
contabilidade gerencial, com o auxílio de um software de gestão adequado, para prover o seu
negócio de informações gerenciais para a tomada de decisões. Normalmente, o pequeno
empresário pelo fato de estar envolvido em todas as operações da empresa, julga não ser
necessário ter informações sistematizadas, o que constitui um perigoso precedente, e quem
levado a tomada de decisões erradas, e precipitadas, e em muitos casos segundo o SEBRAE, a
falência repentina.
4.5 GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO E ORÇAMENTO DE CAPITAL
A matemática financeira “é uma ciência, que estuda o valor monetário do dinheiro no decorrer
do tempo”. É utilizada em todas as áreas que envolvem recebimentos e pagamentos de
dinheiro e a flutuação do valor de bens ao longo do tempo, em datas passadas, presentes ou
futuras, e até mesmo para negociações diversas, que envolvam transações referente a vendas à
prazo, financiamento e empréstimos, dentre outras operações financeiras, em qualquer tipo de
empresa, independentemente do porte apresentado, público ou privado (FARIA, 2005).
Já para Assaf Neto (2009), visa efetuar análises e comparações dos vários fluxos de entrada e
saída de dinheiro de caixa verificado em diversos momentos. O gestor financeiro está
constantemente sob as tensões do dia-a-dia das negociações empresariais, transações e
estratégias inerentes à empresa que administra, buscando a eficácia na união do capital com o
trabalho, para o alcance dos objetivos organizacionais (ROCHA, FILHO, COELHO, 1996); e
tem sido de importância crescente para as empresas de pequeno porte, demandando cada vez
mais o uso de práticas financeiras apropriadas (SANTOS, 2009). A decisão de investimento
de longo prazo é a decisão financeira mais importante que o administrador financeiro pode
tomar, devido a uma série de fatores, cujo objetivo é a valorização da empresa, que conduzem
a um saldo líquido de ganhos (CLEMENTE, SOUZA, 2009):
- O impacto da decisão é de longo prazo;
- Risco envolvido;
- Dificuldades de conhecer o momento adequado;
- O orçamento de capital é um processo que proporciona a melhoria da decisão;
- O orçamento de capital pode melhorar a decisão de financiamento.
153
Orçamento de Capital é processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos em
longo prazo, que sejam coerentes com o objetivo da empresa de maximizar a riqueza de seus
proprietários (GITMAN, 2010). O Orçamento de Capital procura atender a uma série de
objetivos empresariais estratégicos, os quais são fundamentais, na determinação do sucesso ou
fracasso das empresas:
1. Maximizar a riqueza do acionista mediante investimentos nos projetos mais
rentáveis;
2. Criar sinergia entre os diversos projetos.
3. Substituir ativos obsoletos, desgastados e antieconômicos.
4. Proteger mercado.
5. Conhecer e dominar novas tecnologias.
6. Dominar novos mercados.
7. Inibir concorrentes.
8. Aproveitar recursos existentes e potencial de crédito e de novas captações.
9. Reduzir custos e deficiências.
10. Aproveitar novas oportunidades.
De acordo com Gitman (2010), as empresas geralmente costumam fazer investimentos a
longo prazo, mas o investimento mais comum em uma empresa industrial é em ativos
imobilizados, que incluem imóveis, instalações e equipamentos. Esses ativos muitas vezes
são denominados ativos rentáveis, pois geralmente fornecem a base para a geração de lucro
e valor à empresa, e possibilitam o meio para se acumular valor e constituir riqueza ou capital
(MATHIAS; GOMES, 2009).
Há dois tipos de gastos realizados por uma empresa, com a finalidade de gerar benefícios: o
Gastos de Capital, que é desembolso de fundos feito pela empresa, com a expectativa de gerar
benefícios após um ano; e os Gastos Operacionais que é o desembolso de fundos feito pela
empresa, resultando em benefícios obtidos em prazo inferior a um ano, e como exemplo
citamos: compras de matérias-primas, salários e diversas despesas. Os principais motivos para
os Gastos de Capital são:
154
• Expansão – Expandir o nível de operações atual da empresa, geralmente com a
aquisição de ativos imobilizados;
• Substituição – Substituir ou renovar ativos obsoletos ou gastos;
• Modernização – Inclui a reconstrução, o recondicionamento ou a adaptação de
uma máquina ou das instalações existentes;
• Desenvolvimento de produtos – Novos ativos com o objetivo de produzir novos
produtos para a empresa;
• Exigência Legal – Ativos que visam atender exigências governamentais
O Processo de Orçamento de Capital é constituído de cinco etapas distintas, porém inter-
relacionadas:
Quanto aos tipos de projetos e a situação financeira de uma empresa, citamos:
• Projetos Independentes – São projetos cujos fluxos de caixa não estão relacionados ou
são independentes entre si; a aceitação de um deles não exclui a consideração posterior
dos demais projetos.
Ex.: Instalação de ar condicionado na fábrica; a compra de um novo software para o “chão
da fábrica”; a aquisição da empresa de um pequeno fornecedor; troca da frota de veículos.
• Projetos Mutuamente Exclusivos – São projetos que possuem a mesma função e,
consequentemente, competem entre si; a aceitação de um projeto elimina a consideração
dos demais.
Ex.: Expansão da fábrica; aquisição de outra empresa; a contratação de outra empresa para
a fabricação.
• Fundos Ilimitados – É a situação financeira na qual a empresa é capaz de aceitar todos
os projetos independentes que propiciam retorno aceitável para a empresa.
• Racionamento de Capital – É a situação financeira na qual a empresa tem somente um
valor monetário fixo para alocar entre alternativas de investimento que competem entre
si.
Geração de
Propostas
Avaliação e Análise
Tomada de
decisão
Implementação
Acompanhamento
155
Para a aceitação ou rejeição de projetos, necessita-se de um critério que envolve a avaliação
de propostas de orçamento de capital para determinar se atendem ao critério mínimo de
aceitação da empresa, e são classificados seguindo o ordenamento dos projetos com base em
alguma medida predeterminada, como a taxa de retorno (GITMAN, 2010).
Os fluxos de caixa na organização podem-se apresentar de duas formas, a saber:
• Fluxo de Caixa Convencional – Consiste em uma saída inicial de caixa seguida por
uma série de entradas.
• Fluxo de Caixa não-convencional – É o padrão em que uma saída inicial não é
seguida por uma série de entradas.
Para análise de projetos de investimento, utilizamos da técnica de Fluxo de Caixa
Relevantes, que é a análise da saída de caixa incremental, após os impostos (investimentos) e
as entradas de caixa subseqüentes resultantes, associados a um gasto de capital proposto
(GITMAN, 2010). De um modo geral os principais componentes de fluxo de caixa são:
- Investimento Inicial – É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a
um projeto proposto a longo prazo.
1 2 3 4 5 6 7 8
0
Tempo (anos)
Saídas de caixa
Entradas de caixa
R$10
R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2
1 2 3 4
5
6 7 8
0
Tempo (anos)
Saídas de caixa
Entradas de caixa
R$20
R$5 R$5 R$5 R$5
R$8
R$5 R$5 R$5
9 10
R$5 R$5
156
- Entradas de caixa operacionais – Entradas de caixa incrementais, após os
impostos, originárias do projeto ao longo de usa vida.
- Fluxo de caixa residual – É o fluxo de caixa não operacional, após o imposto de
renda, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidação do projeto.
Fluxo de caixa de expansão e Fluxo de caixa de substituição
R$10
R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2 R$2
Investimento inicial
Entradas de caixa operacionais
R$5
Fluxo de caixa residual
Tempo (anos)
0
1 2 3 4 5 6 7 8
Investimento Inicial
Investimento Inicial necessário para adquirir um
novo ativo
Entradas de caixa, após o IR, da liquidação do antigo ativo = -
Entradas de caixa
operacionais
Entradas de caixa operacionais do novo ativo
Entradas de caixa operacionais do antigo ativo = -
Fluxo de caixa residual
Fluxo de caixa, após o IR, do término do novo ativo
Fluxos de caixa, após o IR do término do antigo ativo = -
Fluxo de caixa para decisões de substituição
157
Fluxo de caixa para decisões de expansão
No Fluxo de Caixa para decisões de expansão, o investimento inicial, as entradas operacionais
e o fluxo de caixa residual são simplesmente as saídas e entradas associadas à própria
proposta de gasto de capital (GITMAN, 2010).
Determinação do Investimento Inicial
- Investimento Inicial – É a saída de caixa relevante no instante zero, associada a
um projeto proposto a longo prazo.
� Variáveis básicas:
- custos de instalação do novo ativo;
- recebimentos (se houver) pela venda do ativo antigo descontado o IR;
- mudanças (se houver) no capital circulante líquido.
* O imposto de renda incidente sobre a venda de um ativo velho depende da relação entre o
preço de venda desse ativo, seu preço inicial de compra e o seu valor contábil.
Determinação das entradas de caixa operacionais
Custo do novo ativo instalado = Custo do novo ativo + custo de instalação (-) Recebimentos, após IR, obtido com a venda do ativo antigo = recebimento com a venda do ativo antigo ± imposto de renda* ± Variação no capital circulante líquido ___________________________________________
158
- Entradas de caixa operacionais – Entradas de caixa incrementais após o imposto
de renda, originárias do projeto ao longo de sua vida.
Cálculo do Fluxo de Caixa Residual
- Fluxo de Caixa Residual – É o fluxo de caixa relevante, resultante do
encerramento e da liquidação de um investimento a longo prazo no final de sua
vida útil.
� Variáveis básicas:
- Resultados com a venda de ativos;
- Impostos incidentes na venda de ativos;
- mudanças (se houver) no capital circulante líquido.
Receita - Despesas (excluindo a depreciação) = Lucro antes da depreciação e do imposto de renda - Depreciação = Lucro líquido antes do imposto de renda - Imposto de Renda = Lucro líquido após o imposto de renda + Depreciação = Entradas de caixa operacionais
Recebimento pela venda do novo ativo após o IR = Recebimentos pela venda do novo ativo ± Imposto de Renda (-) Recebimento pela venda do ativo velho após o IR = Recebimento pela venda do ativo velho ± Imposto de renda + Variação no capital circulante líquido*
159
* A variação no capital circulante líquido reflete a reversão para sua situação original, de
qualquer investimento no capital circulante líquido, refletido como parte do investimento
inicial.
Técnicas de Orçamento de Capital
As técnicas de análise de orçamentos de capital são utilizadas pelas empresas para a seleção
de projetos que irão aumentar a riqueza de seus proprietários (GITMAN, 2010). Os enfoques
mais usados para a análise de orçamentos de capital integram procedimentos de cálculo do
valor do dinheiro no tempo, considerações de risco e retorno e conceitos de avaliação para
selecionar gastos de capital compatíveis com o objetivo da empresa – maximização da
riqueza dos proprietários.
As técnicas mais difundidas para avaliar propostas de investimentos são:
- Período de Payback
- Valor Presente Líquido (VPL)
- Taxa Interna de Retorno (IRR ou TIR)
Período de Payback (original)
Payback é o período de tempo necessário para que as entradas líquidas de caixa recuperem o
valor do investimento inicial em um projeto (GITMAN, 2010).
Regra do Payback: Um investimento é aceitável quando o retorno do capital investido se dá
num tempo igual ou menos que aquele determinado pela empresa:
Payback < padrão da empresa ���� aceita-se o projeto
Payback = padrão da empresa ���� aceita-se o projeto
Payback > padrão da empresa ���� rejeita-se o projeto
160
Vantagens e Desvantagens do Payback:
VANTAGENS DESVANTAGENS
1. Facilidade de se entender o conceito do
método
1. Ignora o valor do dinheiro no tempo
2. Leva em conta a incerteza de fluxos de caixa
mais distantes
2. Exige um período limite arbitrário
3. Favorece a liquidez, ao privilegiar os fluxos
de curto prazo, pois favorece a liberação de
recursos para outras aplicações mais
rapidamente.
3. Não leva em consideração as diferenças de
risco nos projetos. Calculamos o payback de
um projeto muito arriscado e de um projeto
pouco arriscado da mesma maneira.
4. Ignora os fluxos de caixa pós payback.
5. Dificulta a aprovação de projetos de longo
prazo.
Figura 4.31 - Vantagens e Desvantagens do Payback.
Fonte: Elaborado pelo autor
Valor Presente Líquido (VPL)
É uma técnica sofisticada de análise orçamento de capital, obtida subtraindo-se o investimento
inicial de um projeto do valor presente de suas entradas de caixa, descontadas a uma taxa
igual ao custo de capital da empresa (k) (GITMAN, 2010).
=VPL FC0+
)1()1()1()1()1(...
4
4
3
3
2
2
1
1
k
FC
k
FC
k
FC
k
FC
k
FCn
n
++++++++++
VPL = Valor presente das entradas de caixa – Investimento Inicial
161
onde: FC = fluxo líquido de caixa (as saídas de caixa são representadas por valores negativos)
k = custo de capital
n = vida útil do projeto
Regra do VPL: Um projeto de investimento deve ser aceito se o VPL for positivo e rejeitado
se negativo.
VPL > 0 ���� aceita-se o projeto
VPL = 0 ���� aceita-se o projeto
VPL < 0 ���� rejeita-se o projeto
Se o VPL for maior que 0, a empresa obterá retorno superior a seu custo de capital. Tal fato
deverá aumentar o valor de mercado da empresa e, portanto, a riqueza dos proprietários
(GITMAN, 2010).
Vantagens e Desvantagens do VPL:
VANTAGENS DESVANTAGENS
1. Leva em consideração o valor do dinheiro no
tempo
1. Depende da determinação do custo de capital
2. Os VPLs podem ser somados 2. É um conceito de mais difícil assimilação
pelos empresários do que uma taxa de retorno.
3. Dependem apenas dos fluxos de caixa e do
custo de capital
Figura 4.32 - Vantagens e Desvantagens do VPL.
Fonte: Elaborado pelo autor
Taxa Interna de Retorno (TIR)
É a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial
referente a um projeto, resultando, desse modo em um VPL = 0 (GITMAN, 2010).
162
Matematicamente, a TIR é o valor de k que faz com que o VPL se iguale a 0.
=0 FC0+
)1()1()1()1()1(...
4
4
3
3
2
2
1
1
TIR
FC
TIR
FC
TIR
FC
TIR
FC
TIR
FCn
n
++++++++++
onde:FC = fluxo líquido de caixa (as saídas de caixa são representadas por valores negativos)
k = custo de capital
n = vida útil do projeto
Regra do TIR: Um projeto de investimento é aceitável se sua TIR for igual ou superior ao
custo de capital da empresa. Caso contrário, deve ser rejeitado:
TIR > custo de capital(k) ���� aceita-se o projeto
TIR = custo de capital(k) ���� aceita-se o projeto
TIR < custo de capital(k) ���� rejeita-se o projeto
A lógica da TIR é a de que se o projeto está oferecendo um retorno igual ou superior ao custo
de capital da empresa, estará gerando caixa suficiente para pagar os juros e para remunerar os
acionistas de acordo com suas exigências.
����O custo de capital da empresa é tido como a taxa de retorno por ela exigida em seus
projetos de investimento.
163
Vantagens e Desvantagens da TIR:
Vantagens Desvantagens
1. Relacionada de perto ao VPL, geralmente
levando a decisões idênticas
1. Pode apresentar respostas múltiplas, se os
fluxos de caixa forem não convencionais.
2. Fácil de entender e transmitir 2. Pode conduzir a decisões incorretas em
comparações de investimentos mutuamente
exclusivos.
3.Envolve uma técnica complexa de tentativa e
erro para o cálculo da TIR.
Figura 4.33 - Vantagens e Desvantagens do TIR.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Comparação entre VPL e TIR
O VPL é o método mais indicado pelos acadêmicos. Já a TIR é preferida pelos executivos e
empresários, porque estes analisam os investimentos em termos de taxas percentuais como faz
o mercado financeiro. O VPL e a TIR apresentam alguns aspectos comuns, como (GITMAN,
2010):
• Consideram o valor do dinheiro no tempo, tratando os fluxos de caixa com o mesmo
instrumental da matemática financeira;
• Avaliam as propostas mediante o uso de uma taxa correspondente ao custo de capital ou à
rentabilidade mínima exigida do investimento.
Os dois métodos pressupões que as entradas de caixa sejam reinvestidas durante a vida útil do
projeto, e neste ponto surge a diferença básica:
• No VPL esse reinvestimento seria realizado a uma taxa predeterminada que normalmente
corresponde ao custo de capital;
• Na TIR a reinversão deveria propiciar rentabilidade periódica igual à própria TIR.
164
Projetos independentes: Nesses projetos os dois métodos, VPL e TIR conduzem às mesmas
decisões de rejeição ou aceitação.
Projetos mutuamente exclusivos: Nestes tipos de projetos já não acontece o mesmo, pois os
dois métodos podem levar a diferentes soluções. Isso ocorre pelas taxas de reinvestimento
implícitas em cada um dos métodos.
Investimento de capital sob risco
Abordagens comportamentais para lidar com o risco
São aspectos usados para obter uma noção do nível de risco em um projeto, são eles:
♦ Risco e entradas de caixa – Em orçamento de capital, o termo risco refere-se à
possibilidade de que um projeto se mostre inaceitável, ou seja, que VPL < 0 ou TIR <
custo de capital. Risco, em orçamento de capital, é o grau de variabilidade dos fluxos de
caixa.
Nos projetos convencionais de orçamento de capital, o risco decorre quase que inteiramente
das entradas de caixa, porque o investimento inicial geralmente é conhecido com relativa
certeza. Essas entradas resultam de diversas variáveis relacionadas a receitas, despesas e
impostos. Para avaliar o risco de um gasto proposto de capital, o analista precisa medir a
probabilidade de que as entradas de caixa sejam suficientemente elevadas para levar a
aceitação do projeto, a saber:
• Análise de sensibilidade – É a abordagem que utiliza diversos valores possíveis de
uma variável-chave, como as entradas de caixa, para avaliar seu impacto sobre o
retorno da empresa, medido aqui pelo VPL.
• Análise de Cenário – É uma abordagem semelhante à análise de sensibilidade, mas
com enfoque mais amplo. Ela avalia impacto sobre o retorno da empresa de alterações
simultâneas de diversas variáveis, como entradas de caixa, saídas de caixa e custo de
capital.
• Simulação – É uma abordagem comportamental com base estatística que aplica
distribuições de probabilidades predeterminadas e números gerados ao acaso para
estimar resultados com risco.
165
Técnicas de ajuste ao risco
As principais técnicas de ajuste ao risco, usando o método de decisão do VPL são:
• Equivalentes à certeza – Fatores de ajuste ao risco que representam a porcentagem de
uma entrada de caixa estimada, que os investidores ficariam satisfeitos em receber
com certeza, ao invés de entradas de caixa possíveis, a cada ano.
Esta técnica não é muito utilizada, pois utiliza um aspecto subjetivo para ajustar as entradas
de caixa.
• Taxa de desconto ajustadas ao risco (TDAR) – É a taxa de retorno que deve ser
obtida em um projeto para recompensar os proprietários da empresa adequadamente
pelo risco que estão incorrendo, ou seja, para manter ou aumentar o preço da ação
(GITMAN, 2010).
Quanto mais elevado o risco de um projeto, maior a TDAR e, portanto, menor o valor
presente líquido de uma série de entradas de caixa.
Na prática, as TDARs são freqüentemente mais utilizadas por dois fatores:
1. são coerentes com a preferência geral dos executivos financeiros por taxas de
retorno;
2. são facilmente estimadas e aplicadas pois baseia-se em conveniência
computacional e procedimento bem desenvolvidos.
� Aprimoramentos em Orçamento de Capital
• Comparação de projetos com durações desiguais – Se os projetos forem
independentes, sua duração não será fator importante. Mas quando os projetos são
mutuamente exclusivos, o impacto de durações deve ser considerado, e para isso
utiliza a abordagem do valor presente líquido anualizado (VPLA).
VPLA converte o VPL de projetos com durações diferentes em um montante anual
equivalente que pode ser usado para selecionar o melhor projeto utilizando as seguintes
etapas:
166
Etapa 1 – Calcular o VPL de cada projeto, ao longo de sua duração, usando o custo de capital
apropriado.
Etapa 2 – Dividir o VPL de cada projeto, sendo ele positivo, pelo fator de valor presente de
uma anuidade, ao custo de capital e considerando a duração do projeto, obtendo o VPLA.
Etapa 3 – Selecionar o projeto com o maior VPLA.
• Racionamento de Capital – O objetivo do racionamento de capital é selecionar o
grupo de projetos que oferece o maior VPL global e não exige mais dinheiro do que o
orçamento disponível.
Teoricamente, o racionamento de capital não deveria existir, mas na prática a administração
das empresas impõe restrições internas aos gastos de capital para evitar um nível excessivo de
novos financiamentos, em particular com capital de terceiros (GITMAN, 2010).
Podem ser feitas duas abordagens básicas à seleção de projetos sob racionamento de capital:
- Abordagem da Taxa Interna de retorno: envolve a confecção de gráficos de TIRs
de projetos em ordem decrescente, contra o valor total do investimento. Esse
gráfico é chamado de escala de oportunidades de investimento (EOI).
Custo de Capital e Custos de Capital de Terceiros
Custo de capital é a taxa de retorno que a empresa precisa obter sobre os seus projetos de
investimentos, para manter o valor de mercado de suas ações e atrair os recursos necessários
para a empresa. Funciona como vínculo básico entre as decisões de investimento em longo
prazo da empresa e a riqueza dos proprietários, determinada pelos investidores no mercado. A
capacidade que uma empresa tem de obter um custo de capital menor que o de uma
concorrente pode dar-lhe vantagem competitiva (GITMAN, 2010). No Brasil, o custo de
capital é elevado em relação aos países desenvolvidos e mesmo em relação a outros países
emergentes. Isso torna as empresas brasileiras menos competitivas no mercado internacional.
Se a empresa subestimar o custo de capital(k), poderá decepcionar seus acionistas. Se o custo
de capital(k), for superavaliado, bons projetos podem ser abandonados. É afetado por fatores
externos, como as condições gerais da economia e de mercado; e fatores internos à empresa,
como os riscos de negócios, riscos financeiros e o volume de recursos a serem financiados.
• Risco de negócio é o risco que a empresa corre de não gerar receitas suficientes para
cobrir seus custos operacionais.
• Risco financeiro é o risco que a empresa corre por utilizar capital de terceiros.
167
- O custo de capital é medido depois do imposto de renda, devido ao enfoque adotado na
tomada de decisões de orçamento de capital.
- O custo de capital deve refletir a inter-relação das atividades de financiamento da empresa,
que deve buscar uma combinação ótima desejada de capital de terceiros e capital próprio,
conhecida como estrutura meta de capital.
Balanço Patrimonial
Ativos
Passivos Circulantes
Empréstimos a LP
Patrimônio Líquido
Ações preferenciais
Capital social
Ações ordinárias
Lucros retidos
O financiamento de longo prazo sustenta os investimentos em Ativos Permanentes da
empresa.
Custo de capital de terceiros (kt)
Custo de capital de terceiros, kt, é o retorno que os banqueiros exigem de seus recursos, cuja
fórmula de cálculo é:
Cálculo: c
kt
t
j=
Onde: kt = custo de capital de terceiros
j = juros
ct = capital de terceiros
Fontes de recursos a longo prazo.
168
Teoricamente, o custo de capital de terceiros, kt, deverá ser sempre menor que o custo de
capital próprio, kp, por dois motivos:
1. O risco do capital próprio é maior.
2. Só tem sentido utilizar-se de capital de terceiros se houver vantagem financeira.
Na prática, devido aos benefícios tributários proporcionados por um maior endividamento,
permitindo abater os juros como despesas, muitas empresas decidem por aumentar a
participação de capital de terceiros em relação ao capital próprio, para reduzir o custo de
capital da empresa, ke (GITMAN, 2010).
Custo da dívida a longo prazo ou custo de debêntures (kd)
A dívida em longo prazo é composta de fontes de recursos de terceiros. A composição se dá
através de empréstimos e financiamentos captados em bancos, instituições financeiras, ou no
mercado de capitais através da emissão de títulos de longo prazo (debêntures) (GITMAN,
2010).
O custo da dívida de longo é o custo, após o imposto de renda, para levantar recursos em
longo prazo através de títulos de dívida.
Debênture é um certificado indicando que uma empresa tomou em empréstimo uma certa
quantia, com a promessa de devolvê-la no futuro. Debêntures são instrumentos de
empréstimos em longo prazo que podem ser usados para se obter grandes importâncias de um
grupo de credores.
� Variáveis básicas para o cálculo do custo da dívida em longo prazo:
- Recebimentos líquidos (Nd): São os fundos efetivamente recebidos com a venda de
uma obrigação ou de qualquer título.
- Custos de lançamento: São os custos totais de emissão e venda de um título –
reduzem os recebimentos líquidos proporcionados pela venda de um título.
- Prazo(n): período da dívida
169
- Taxa de juros(J): taxa anual de juros paga sobre o valor de face do título.
Cálculo:
1. Calcular a TIR dos fluxos de caixa da obrigação – uso da calculadora financeira.
2. Utilizando a fórmula de aproximação do custo
2
VF
n
VFJ
N
N
kd
d
d+
−+
= , onde
Custo das Ações Preferenciais (kp)
Ação Preferencial representa um tipo especial de participação na propriedade da empresa.
Ela proporciona aos acionistas preferenciais o direito de receber seus dividendos estipulados
antes da distribuição de quaisquer lucros aos acionistas ordinários.
O Custo das ações preferenciais, Kp, é o retorno que os acionistas de ações preferenciais
esperam obter sobre seu capital.
Cálculo:
É o quociente entre o dividendo da ação pago anualmente e o recebimento líquido com a
venda da ação pela empresa.
N
Dk
p
p
p= , onde
* Como os dividendos de ações preferenciais são pagos com os fluxos de caixa da empresa
depois do IR, não é necessário fazer nenhum ajusto por causa do imposto.
* As ações preferenciais tendem a ter um custo menor que o das ações ordinárias, porque são
menos arriscadas que aquelas, quanto ao recebimento de dividendos. Os acionistas
J = juros anuais Nd = Recebimentos líquidos com a venda do título N = número de anos até a data de vencimento do título
Dp = Dividendo preferencial
Np = Recebimentos líquidos com a venda da ação
170
preferências ao exigem uma remuneração, a empresa é que a oferece; no entanto se esta não
for satisfatória, provavelmente ao comprarão ações da empresa (GITMAN, 2010).
Custo do Capital Próprio ou custo da Ação Ordinária (kao)
O Custo da Ação Ordinária, é o retorno mínimo que os acionistas ordinários exigem por sua
participação no financiamento permanente da empresa.
Existem duas formas de financiamento com ações ordinárias:
1. Retenção de lucros
2. Emissão de novas ações ordinárias
Cálculo:
� Modelo de avaliação com crescimento constante de dividendos:
gPD
k ao+=
0
1 , onde
O custo de capital próprio pode ser obtido dividindo-se o dividendo esperado ao final do ano
1 pelo preço corrente da ação e somando a taxa esperada de crescimento. Como os dividendos
de ações ordinárias são pagos com lucro após o imposto de renda, não é necessário fazer
nenhum ajuste por causa do imposto.
Custo dos Lucros Retidos (kr)
Custo dos lucros retidos, Kr, é o retorno que os acionistas exigem sobre o capital próprio
obtido através da retenção de parte dos lucros gerados pela empresa.
� Se os lucros não fossem retidos, seriam pagos aos acionistas comuns como dividendos. O
custo dos lucros retidos para a empresa, é o mesmo que o custo de uma emissão adicional de
P0 = Valor da ação ordinária D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1 Kao = retorno exigido da ação ordinária g = taxa constante de crescimento dos dividendos
171
ações ordinárias inteiramente subscrita. Isso quer dizer que os lucros retidos aumentam o
patrimônio líquido dos acionistas, da mesma forma que uma nova emissão de ações
ordinárias.
Cálculo: kk aor=
Custo de novas emissões de ações ordinárias (kn)
Custo de novas emissões de ações ordinárias, Kn, é a taxa de retorno exigida pelos
acionistas de ações ordinárias, considerando os custos de lançamento das ações no mercado
(GITMAN, 2010).
� Na subscrição de novas ações ordinárias, a empresa incorre nos custos de lançamento –
emissão, corretagem, deságios – que resultam num custo de capital superior ao das ações
ordinárias existentes. Espera-se, portanto, que os recebimentos líquidos com a venda de novas
ações seja inferior ao preço de mercado das ações existentes.
Cálculo: Utiliza a expressão do modelo de avaliação com crescimento constante.
gND
kn
n+=
1 , onde
� O custo da nova ação ordinária é normalmente maior que o custo de qualquer outro
financiamento a longo prazo.
� Uma vez que os dividendos da ação ordinária são pagos do fluxo de caixa após o imposto
de renda, nenhum ajuste devido aos impostos é necessário.
Custo Médio ponderado de Capital (CMPC) ou Custo de Capital da empresa (ke)
Nn = Recebimento líquido com a venda de novas ações D1 = dividendo por ação esperado ao final do ano 1 Kn = retorno exigido da ação ordinária depois dos custos de lançamento g = taxa constante de crescimento dos dividendos
172
O custo de capital da empresa, Ke, é a média ponderada dos custos das várias fontes de
financiamento de longo prazo da empresa. É comum existirem diversos tipos de fontes de
financiamento numa estrutura de capital. Cada uma delas com custos específicos. Para
calcularmos o custo de capital da empresa, é preciso obter a média ponderada dos custos de
capital das diversas fontes.
� É importante lembrar que o custo de capital da empresa é sempre obtido depois do
imposto de renda.
Cálculo:
)()()( kkwkwkwk nraopptteou∗+∗+∗=
onde:
Devem ser considerados alguns pontos em relação a equação:
• Converter os pesos em números decimais e deixar os custos específicos sob a forma de
porcentagem.
• A soma dos pesos deve ser igual a 1, ou seja todos os componentes da estrutura de
capital devem ser levados em conta.
• O peso do capital próprio, ws, é multiplicado pelo custo de lucros retidos, kr, ou pelo
custo de emissão de novas ações ordinárias, kn.
Custo Marginal e decisões de investimento
O custo médio ponderado de capital pode variar com o tempo, dependendo do volume de
financiamento que a empresa espera obter. À medida que esse volume cresce, os custos dos
vários tipos de financiamento elevam-se, aumentando o custo médio ponderado de capital.
Por essa razão, é útil calcular o custo marginal do capital, que é o custo de se obter R$1,00
adicional de financiamento novo (GITMAN, 2010).
� Isso ocorre porque o mercado pode acreditar que a empresa está captando recursos para
solucionar problemas financeiros, ou por verificar que a empresa está ficando mais
wt = proporção de capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital. wp = proporção de ações preferenciais na estrutura de capital. ws = proporção de capital próprio na estrutura de capital
173
endividada, exigindo retornos maiores sob a forma de juros, dividendos ou crescimento como
remuneração pelo risco adicional introduzido por volumes maiores de financiamento novo.
� Pontos de quebra: O nível do novo financiamento total, no qual o custo de um dos
componentes de financiamento se eleva, elevando custo marginal de capital.
Cálculo do ponto de quebra:
wi
VFPQ = , onde
Custo Marginal e Decisões de Investimento
A empresa dispõe de oportunidades e investimento, as quais diferem entre si quanto à
magnitude do investimento, ao risco e ao retorno (GITMAN, 2010).
� Perfil de oportunidades de investimento: É uma classificação de possibilidades de
investimento em ordem decrescente, indo da melhor (retorno mais alto) à pior (retorno
mais baixo).
Regra de decisão: Aceitar projetos até o ponto em que o retorno marginal de um
investimento é igual a seu custo marginal de capital. Além desse ponto, o retorno do
investimento será menor que seu custo de capital.
Alavancagem e Estrutura de Capital
Alavancagem é o resultado do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar retornos
para os proprietários da empresa (GITMAN, 2010).
� Flutuações nas receitas de vendas, associadas à existência de custos fixos, provocam
mudanças significativas nos resultados das empresas. Uma queda de 10% no faturamento
poderá causar um decréscimo muito maior no lucro. Inversamente, a elevação das vendas em
PQ = ponto de quebra para a fonte de financiamento VF = volume de fundos disponível da fonte de financiamento a um dado
custo.
174
proporção superior ao crescimento dos custos fixos beneficiará significativamente os
resultados.
� Tipos de Alavancagem:
- Alavancagem Operacional: relação entre a receita de vendas e o lucro antes de juros e IR
ou LAJIR (resultado operacional).
- Alavancagem Financeira: relação entre o LAJIR e o lucro líquido por ação ordinária da
empresa (LPA)
- Alavancagem total: relação entre a receita de vendas e o LPA
Análise do Ponto de Equilíbrio
Ponto de equilíbrio consiste no nível de vendas necessário para cobrir todos os custos
operacionais. (LAJIR = 0)
Alavancagem Operacional Alavancagem Financeira
Receita de vendas
(-) Custo dos produtos vendidos
= Lucro bruto
(-) Despesas operacionais
= Lucro antes de juros e IR (LAJIR)
(-) despesas financeiras
= Lucro líquido antes do IR
(-) Imposto de Renda
= Lucro líquido depois do IR
(-) Dividendos de ações preferenciais
= Lucro líquido disponível para acionistas ordinários
Alavancagem Total
175
Análise do ponto de equilíbrio (Análise custo-volume-lucro) é usada para determinar o nível
de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais e avaliar a rentabilidade
associada a níveis diversos de vendas (GITMAN, 2010).
� Os elementos envolvidos na análise do ponto de equilíbrio são:
- Quantidades produzidas e vendidas e os respectivos preços, determinantes das receitas
de vendas; e
- Os custos e despesas variáveis e fixas.
� Classificação dos custos:
- Custos fixos: são os que permanecem constantes dentro de certo intervalo de tempo,
independentemente das variações ocorridas no volume de produção e vendas durante
esse período. Ex.: salários e encargos sociais, aluguel, materiais de escritório, despesas
financeiras etc.
- Custos variáveis: são aqueles cujo valor total aumenta ou diminui direta e
proporcionalmente com as flutuações ocorridas na produção e vendas. Ex.: consumo
de matérias-primas, energia industrial, fretes, comissões sobre vendas.
� Cálculo do Ponto de equilíbrio:
Quantidade � cvpv
PEuu
Q
CF
−= , onde
Valores �
pv
cvpvPE
u
uu
RT
CF
−=
Alavancagem Operacional
Alavancagem Operacional é a possibilidade de uso dos custos operacionais fixos para
ampliar os efeitos de variações de vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto
de renda (GITMAN, 2010).
PEQ = número de unidades vendidas pvu = preço unitário de venda cvu = custo variável unitário CF = custo fixo
176
Alavancagem Financeira
Alavancagem Financeira é a possibilidade de uso dos custos financeiros fixos para ampliar
os efeitos de variações do lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro por ação.
Resulta da presença de custos financeiros fixos na estrutura de resultado da empresa.
Alavancagem Total
Alavancagem Total é o efeito combinado da alavancagem operacional e financeira sobre o
risco da empresa. È o uso de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros, para ampliar
o efeito de variações do faturamento sobre o LPA da empresa (GITMAN, 2010).
EFEITO COMBINADO DA ALAVANCAGEM OPERACIONAL E ALAVANCAGEM FINANCEIRA –
ALAVANCAGEM TOTAL
GAFGAOGAT *=
A relação entre alavancagem operacional e alavancagem financeira é multiplicativa, a
alavancagem total reflete o impacto combinado das alavancagens operacional e financeira na
empresa. Graus elevados de alavancagem operacional e financeira fazem com que a
alavancagem total seja alta
Estrutura de Capital da Empresa
Estrutura de Capital é a combinação de todas as fontes de financiamento de longo prazo,
dívida ou capital próprio, utilizada pela empresa (GITMAN, 2010).
� As decisões de investimento, de financiamento e de remuneração dos acionistas buscam
maximizar o valor das ações da empresa e, nesse sentido, a escolha adequada da estrutura de
177
capital envolve todas os três, abrangendo amplos conhecimentos de conceitos de risco,
retorno, custo de capital, alavancagem financeira e valor.
� A empresa se depara constantemente com novos projetos, novos negócios, novas
demandas, novos desafios, que determinam a necessidade de captação de recursos financeiros.
Para suprir essa necessidade ela seleciona várias fontes de financiamento.
� Nesse processo, avalia as condições da economia, conhece o mercado financeiro, analisa as
decisões operacionais e financeiras a serem tomadas, dimensiona as necessidades de recursos
a serem financiados e escolhe a estrutura de capital.
�Os índices que fornecem informações a respeito da alavancagem financeira na estrutura de
capital são: Incides de endividamento e índice de cobertura de juros. Em geral, quanto mais
baixos eles são, maior a alavancagem financeira da empresa e menor sua capacidade de fazer
pagamentos à medida que vencem.
Capital é o total de recursos, próprios ou de terceiros, que financiam as necessidades de longo
prazo da empresa (GITMAN, 2010).
� TIPOS DE CAPITAL
Balanço Patrimonial
Ativo
Passivo Circulante
Exigível a longo prazo
Patrimônio Líquido
Ações Preferenciais
Capital Ordinário
Ações Ordinárias
Lucros retidos
Capital de terceiros
Capital próprio
Estrutura de Capital total
178
� Essas fontes apresentam diferentes características, principalmente quanto a custos, prazos,
atualização monetária, riscos...
Capital de Terceiros Capital Próprio
- Assume um risco menor por ter
preferência sobre lucros/ativos disponíveis
para pagamento;
- Podem exercer pressão legal maior contra
a empresa para receber pagamentos;
- Custo de capital menor, devido a
possibilidade de dedução de juros para
fins fiscais;
- Prazo de vencimento determinado.
- Assume um risco maior em relação ao
recebimento de sua remuneração, devido a
posição subalterna em relação ao capital
de terceiros, de direitos sobre resultados e
ativos;
- As fontes básicas são ações preferenciais e
ações ordinárias;
- A emissão de novas ações é a forma mais
cara de capital próprio, seguido pelos
lucros retidos e ações preferenciais;
- Prazo de vencimento indeterminado.
Figura 4.34 - Característica do Capital de Terceiros x Próprio.
Fonte: Elaborado pelo autor.
FATORES DETERMINANTES NA ESCOLHA DA ESTRUTURA DE CAPITAL
1. Risco de negócio – O mercado avalia o comportamento das receitas e dos custos e despesas
da empresa, visando calcular as tendências de lucros. Avalia também, a capacidade de a
empresa gerar caixa suficiente para cumprir suas obrigações.
2. Risco financeiro – A obtenção de lucros operacionais para pagar juros e devolver
empréstimos é fundamental para que a empresa não corra o risco de insolvência. Um baixo
risco financeiro propicia condições para a tomada de novos financiamentos ou lançamentos de
ações.
3. Posição tributária da empresa – Uma das grandes vantagens da utilização do capital de
terceiros é o benefício da dedução do imposto de renda. Se por qualquer motivo, a empresa
não puder se beneficiar dessa vantagem, o endividamento deixa de ser interessante.
179
4. Condições dos agentes – Uma série de restrições contratuais ou de políticas empresariais
podem dificultar que a empresa emita novas ações, assuma novas dívidas, retenha lucros ou
até dilua seu controle acionário.
5. Informações – A empresa deve preocupar-se em prestar informações que possam permitir
ao mercado avaliar adequadamente a sua posição de risco. Por outro lado, deve estar bem
informada sobre as condições dos mercados de capital e financeiro, em termos de fontes de
financiamento disponíveis e a melhor oportunidade para capta-las.
6. Sincronia – Deve haver equilíbrio entre o vencimento dos juros e do principal, e entrada de
recursos, para que os compromissos sejam honrados nos prazos e condições contratadas.
7. Vontade do acionista controlador – A preferência do acionista deve ser levada em
consideração na determinação da estrutura de capital.
TEORIA DA ESTRUTURA DE CAPITAL
� A política da estrutura de capital envolve uma troca entre risco e retorno:
- utilização de mais dívida eleva o fator risco da corrente de ganhos da empresa;
- Um índice mais alto de endividamento geralmente leva a uma taxa de retorno esperada
mais alta.
Portanto, a estrutura ótima de capital é aquela que faz com que haja um equilíbrio entre risco
e retorno para maximizar o preço das ações no mercado (GITMAN, 2010).
� Benefícios fiscais – Permite as empresa a dedução dos juros de dívidas do lucro tributável,
reduzindo o volume de impostos pagos sobre os lucros, aumentando os lucros disponíveis aos
donos da empresa.
� Custos
Risco Econômico – Risco de que a empresa não consiga cobrir seus custos operacionais. Ele
depende de uma série de fatores: 1. Variabilidade da demanda; 2. Variabilidade do preço de
Resultado de uma estrutura ótima de
capital
Balanceamento dos benefícios e custos de
empréstimos
180
venda; 3. Variabilidade dos preços dos insumos; 4. Alavancagem operacional, quanto maior o
GAO, maior o risco econômico.
O risco econômico varia de empresa para empresa, independente do ramo de atividade, e não
é afetado por decisões quanto a estrutura de capital.
Risco Financeiro – Risco de que ela não seja capaz de cobrir suas obrigações financeiras. E a
penalidade pelo descumprimento de obrigações financeiras é a falência. Quanto mais
financiamentos com custos fixos (capital de terceiros e ações preferenciais) uma empresa tiver
em sua estrutura de capital, maior será sua alavancagem financeira e mais alto será seu risco
financeiro.
Risco Total – A combinação do risco econômico e risco financeiro, determina a probabilidade
de falência da empresa.
Estrutura Ótima de Capital
Estrutura Ótima de Capital é a estrutura em que o custo médio ponderado de capital é
minimizado, maximizando o valor da empresa (GITMAN, 2010).
k e
IRLAJIRV
)1(* −= , onde
FUNÇÕES DO CUSTO DE CAPITAL
Ki = Custo de capital de terceiros (empréstimos)
Ks = Custo do capital próprio
Ke = Custo Médio Ponderado de capital
LAJIR = lucro antes de juros e IR IR = alíquota do IR Ke = custo médio ponderado de capital
181
Figura 4.35 – Alavancagem financeira.
Fonte: Elaborado pelo autor.
O custo médio ponderado de capital (Ke) resulta do cálculo de uma média ponderada dos
custos de capital de terceiros e de capital próprio da empresa. O ponto M no gráfico
representa o Ke mínimo, o ponto de alavancagem financeira ótima, portanto a estrutura ótima
de capital (GITMAN, 2010).
Alavancagem Financeira
Empréstimos/Ativo total
Custo anual (%)
0
Ki
Ke
Ks
M
182
FUNÇÕES DE VALOR DA EMPRESA
Figura 4.36 – Fluxo de valor da empresa.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A maximização do valor da empresa é obtida quando o custo geral de capital é mínimo, então
no ponto M, ou seja, na estrutura ótima de capital, o valor da empresa é maximizado no nível
V.
� Quanto mais baixo o custo médio ponderado de capital, maior a diferença entre o retorno
de um projeto e o Ke e, portanto, maior o retorno para os proprietários. Minimizar o custo
médio ponderado de capital permite à administração realizar um número maior de projetos
rentáveis, aumentando assim o valor da empresa.
Enfoque LAJIR-LPA sobre a análise da estrutura de capital
O enfoque LAJIR-LPA envolve a seleção da estrutura de capital que maximize o LPA no
intervalo de valores possíveis do LAJIR (GITMAN, 2010). Para essa análise é necessário
fazer gráficos de planos financeiros obtendo as coordenadas de LAJIR e LPA:
Alavancagem Financeira
Empréstimos/Ativo total
Valor da empresa
0 M
k e
IRLAJIRV
)1(* −=
V
183
1. Supor valores específicos de LAJIR e calculando o LPA associado a cada um deles.
2. Calcular o ponto de equilíbrio financeiro, ou seja, o nível de LAJIR necessário para
cobrir exatamente todos os custos financeiros fixos (LPA = 0).
Estrutura de
capital
Endividamento
(%)
LAJIR
R$100.000 R$200.000
LPA
0% 2,40 4,80
30% 2,91 6,34
60% 3,03 9,03
Figura 4.37 – LPA x LAJIR.
Fonte: Elaborado pelo autor.
� O gráfico mostra que cada estrutura de capital é superior às demais em termos de
maximização do LPA dentro de certas faixas de LAJIR.
LPA
LAJIR
0%
30%
60%
-1
0 50.000 100.000 150.000 200.000
9
6
3
184
1. A estrutura de capital com índice de endividamento = 0% é superior às demais para
níveis de LAJIR entre 0 e R$50.000.
2. A estrutura de capital com 30% de endividamento é superior às outras duas para níveis
de LAJIR entre R$50.000 e 95.000.
3. Em um nível de LAJIR superior a R$95.000, a estrutura de capital que proporciona o
LPA mais alto contém 60% de capital de terceiros.
� Na análise LAJIR-LPA, o risco pode ser considerado em termos de duas medidas:
1. O ponto de equilíbrio financeiro – quanto mais alto maior o risco.
2. Grau de alavancagem financeira refletida na inclinação da linha de estrutura de capital
– quanto mais inclinada à linha, maior o risco financeiro.
Conforme o gráfico acima, a estrutura de capital com índice de endividamento igual a 60% é
mais arriscada que a estrutura com 30% de endividamento, que por sua vez é mais arriscada
que a estrutura com 0% de endividamento.
� Deficiências básicas na análise LAJIR-LPA:
1. Essa técnica tende a concentrar na maximização do lucro e não da riqueza dos
proprietários, por ignorar o risco.
2. Uma vez que os prêmios de risco aumentam com os aumentos na alavancagem
financeira, a maximização do LPA não assegura aos proprietários a maximização de
suas riquezas.
Escolha da Estrutura Ótima de Capital
Enfoque na maximização da riqueza
A fim de atuar sobre a deficiência encontrada no método LAJIR_LPA e também determinar o
valor da empresa com estruturas de capital alternativas, é preciso encontrar o nível de retorno
que deve ser alcançado para recompensar os proprietários pelo risco que estão assumindo.
� Essa abordagem consiste em vincular o risco financeiro, medido por uma estatística como
o coeficiente de variação do LPA, associado a cada alternativa de estrutura de capital
diretamente ao retorno exigido.
185
kP
s
LPA=
0, onde
MAXIMIZAÇÃO DE VALOR E MAXIMIZAÇÃO DO LPA
O objetivo do administrador financeiro é a maximização da riqueza dos proprietários, e não o
lucro. Embora haja alguma relação entre lucro esperado e valor, não há motivo para crer que
as estratégias de maximização do lucro necessariamente resultem em maximização da riqueza
(GITMAN, 2010). Portanto, é a riqueza dos proprietários, refletida no valor estimado da ação
que deve ser o critério de escolha da melhor estrutura de capital.
EVA - ECONOMIC VALUE ADDED (VALOR ECONÔMICO ADICIONADO)
1. EVA
O EVA é considerado por muitos como a melhor metodologia para avaliar negócios. O EVA
serve para identificar o quanto foi efetivamente criado de valor para os acionistas em um
determinado período de tempo (mês, ano, etc.). Numa linguagem comum, criar valor significa
“deixar o acionista mais rico”. Fica-se mais rico quando se compara um ativo que depois de
EVA
EVA é a abreviação da expressão americana Economic Value Added (Valor econômico adicionado). É uma marca registrada da empresa de consultoria americana Stern & Stewart.
Lucro operacional
Líquido $1.200
Custo de Capital
$1.000
EVA $200
P0 = Valor estimado da ação Ks = Retorno exigido estimado
186
certo tempo vale mais do que o capital investido (GITMAN, 2010). O EVA poderá ser
utilizado pelas empresas em suas análises de resultados passados, elaboração de orçamentos,
avaliação de projetos e política de remuneração variável, entre outros usos.
Basicamente o EVA consiste no lucro operacional após o imposto de renda menos o custo de
todo o capital empregado pela empresa na operação (capital próprio mais de terceiros).
Uma empresa tem que operar com EVA positivo para que seus acionistas continuem se
interessando em investir no negócio.
Obs : O custo de capital de terceiros aparece na demonstração do resultado como despesas
financeiras. É mensurável em nível econômico e em nível de caixa. Entretanto, o custo de
capital próprio não aparece nos resultados. Muitos administradores acham que ele é “free”.
Apesar de não estar documentado, o CCP existe, e nada mais é do que a expectativa de
retorno desejada pelos acionistas sobre o capital investido no negócio.
Uma empresa com EVAs sistematicamente iguais a zero ou negativos provocará as seguintes
reações por parte dos acionistas : venda do controle, encerramento das atividades ou troca da
administração.
2. Conceitos Relevantes
Ativo operacional (AO): No exemplo acima é de $10.000. Representa todos os
investimentos necessários para que uma empresa consiga gerar receita operacional. (caixa
mínimo, duplicatas a receber, estoques e imobilizações produtivas).
Passivo operacional (PO): No exemplo acima é $1.000. Representa todos os financiamentos
espontâneos, aqueles que são típicos da operação (fornecedores, impostos a pagar incidentes
sobre vendas, salários e encargos a pagar e adiantamento de clientes são os principais
Ativo operacional 10.000 Passivo operacional 1.000 Capital de terceiros 4.000 Capital próprio 5.000
Total 10.000 Total 10.000
ATIVO PASSIVOBalanço Patrimonial em 31/12/97
187
exemplos). Passivo operacional compreende todos os financiamentos (recursos) oferecidos
pela própria operação.
Capital de terceiros e capital próprio são os recursos obtidos fora da operação.
Ativo operacional líquido (AOL): No exemplo acima é de $9.000. É a diferença entre o
ativo operacional e o passivo operacional. Representa a parcela do ativo operacional que a
administração da empresa terá que buscar em financiamentos fora da operação. Estes
financiamentos são denominados de capital de terceiros e capital próprio. Outra visão do ativo
operacional líquido é a seguinte : AOL é a parcela do ativo operacional que deverá ser
remunerada. No presente exemplo, o AOL de $9.000 deverá ser remunerado porque existem
outros $9.000 no lado direito do balanço patrimonial representado por capitais de terceiros e
capital próprio, ambos tendo custo.
Capital de terceiros (CT): No exemplo acima é de $4.000. Representa os financiamentos de
curto e longo prazos obtidos através de bancos, emissão de debêntures e outros papéis, FINEP
e assemelhados. São financiamentos costumeiramente associados a programas de
investimento. Os capitais de terceiros são vistos como financiamentos estruturais, ou seja,
financiamentos necessários para que uma empresa possa montar sua estrutura de capital, e não
financiamentos contratados para cobrir déficit temporários.
As despesas financeiras destes financiamentos estruturais representam o chamado custo do
capital de terceiros. Déficits temporários geram financiamentos de curtíssimo prazo,
nitidamente associados ao capital de giro e que podem ser assumidos como passivo
operacional. A despesa financeira destes financiamentos emergenciais deverão ser tratadas
como despesa operacional.
Capital próprio (CP): Representa os financiamentos dos acionistas. É o dinheiro colocado
pelos acionistas na empresa mais os lucros retidos (Patrimônio líquido).
Custo do capital de terceiros (CCT): O CCT é explicito e formal (documentado). O CCT
costumeiramente está representado na figura do que chamamos juros ou despesas financeiras.
A amortização do principal faz parte do serviço da dívida, mas não é considerado parte do
custo do financiamento. Usualmente, os juros do CT são devidos independentemente da
capacidade financeira do tomador, estando na maioria dos casos protegidos por garantias.
188
Custo do capital próprio (CCP): O CCP é implícito e costumeiramente não documentado.
Todavia existe. É a expectativa de retorno desejada pelos acionistas em cima do seu capital
investido no negócio (patrimônio líquido). É representado pelo desejo dos acionistas de
receberem dividendos (dinheiro) mais a obtenção de crescimento no valor de suas ações
(ganho de capital associado a lucros obtidos, mas não distribuídos, que ficam retidos para
financiar projetos que contribuirão para elevar dividendos futuros) (GITMAN, 2010).
FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO
1. Empréstimos a Longo Prazo - Características
Empréstimo a longo prazo é uma importante forma de financiamento a longo prazo – tendo
um vencimento inicial superior a um ano. Pode ser obtido com um empréstimo a prazo, o qual
é negociado com uma instituição financeira, ou através da venda de títulos negociáveis, sendo
estes vendidos a um número de credores institucionais e individuais. O processo de venda
dos títulos, tal como de ações, é geralmente acompanhado por um banco de investimento -
uma instituição financeira que auxilia em colocações privadas e assume um papel relevante
em ofertas públicas. Empréstimos a longo prazo propiciam alavancagem financeira, sendo um
componente desejável na estrutura de capital, desde que tenda a um menor custo de capital
médio ponderado (GITMAN, 2010).
* Basicamente, o fato de se poderem efetuar deduções fiscais dos juros faz com que o
CMePC seja menor com a utilização de empréstimos a longo prazo. Mas, deve-se levar
em consideração que a introdução de grandes volumes de empréstimos na estrutura de
capital da empresa pode resultar em níveis elevados de risco financeiro, os quais podem
causar a elevação no custo médio ponderado de capital !!!
1.1 Cláusulas de empréstimos
Cláusulas padronizadas de empréstimos: As cláusulas em contratos de empréstimos a
longo prazo especificam certos critérios a respeito de registros e relatórios contábeis
satisfatórios, do pagamento de impostos e da manutenção geral do negócio por parte da
189
empresa tomadora normalmente, essas cláusulas não constituem um problema para as
empresas em boa situação financeira.
Cláusulas restritivas de empréstimos: Cláusulas contratuais nos contratos de empréstimos a
longo prazo que estabelecem certas restrições operacionais e financeiras ao tomador.
Exemplos de cláusulas restritivas :
• Manutenção de um nível de capital circulante líquido mínimo.
• Proibição de vender contas a receber para gerar caixa, pois tal operação poderia
causar um problema de caixa a longo prazo, se essas entradas fossem usadas para
quitar obrigações a curto prazo.
• Restrições quanto ao ativo permanente - Restrições relativas a liquidação, aquisição,
e hipoteca dos ativos permanentes, frente ao fato que essas ações podem deteriorar a
capacidade da empresa para pagar o seu débito.
As cláusulas restritivas, juntamente com as cláusulas padronizadas de empréstimos, permitem
ao credor monitorar e controlar as atividades do tomador para se proteger do problema de
agency criado pelo relacionamento entre proprietários e credores.
1.2 Custo do financiamento a longo prazo
Fatores básicos que afetam o custo ou a taxa de juros de um financiamento em longo prazo:
� Vencimento do empréstimo: Geralmente, os empréstimos em longo prazo têm maiores
taxas de juros do que aqueles em curto prazo. Isso ocorre devido aos seguintes pontos:
- Expectativa de maiores taxas futuras de inflação.
- Preferência do credor por empréstimos de períodos mais curtos, mais líquidos.
- A maior demanda por empréstimos em longo prazo do que a curto prazo, em relação à
oferta desses empréstimos.
Quanto maior o prazo do empréstimo, menos exatidão se obterá na previsão das taxas de juros
futuras e , portanto, maior o risco de o credor perder uma oportunidade de emprestar dinheiro
190
a uma taxa de juros futuras e, portanto maior o risco de o credor perder uma oportunidade de
emprestar dinheiro a uma taxa de juros mais alta. Além disso, quanto maior o prazo, maior o
risco de incobráveis associado ao empréstimo. Para compensar todos esse fatores, o credor
costuma cobrar maiores taxas de juros em empréstimos em longo prazo.
� Montante: Os custos de administração de empréstimos provavelmente decresçam,
quanto maior for o montante do empréstimo. Por outro lado, o risco do credor
aumenta, pois empréstimos maiores resultam em menor grau de diversificação.
� Risco financeiro do tomador: Quanto maior a alavancagem operacional do tomador,
maior o grau de risco operacional. Também, quanto maior o seu grau de
endividamento ou o seu índice de exigível em longo prazo-patrimônio líquido ( ou
menor o índice de cobertura de juros ou pagamentos fixos), maior o seu risco
financeiro. A preocupação do credor é com a capacidade do tomador para reembolsar
o empréstimo solicitado. Essa avaliação global do risco operacional e financeiro do
tomador, bem como informações sobre os padrões históricos de pagamentos, são
usados pelo credor, ao determinar a taxa de juros sobre qualquer empréstimo.
� Custo do dinheiro: O custo do dinheiro é a base para se determinar a taxa de juros real
a ser cobrada. Geralmente, a taxa de juros de títulos do governo é usada como o custo
básico (menor risco) do dinheiro. Para determinar a taxa real de juros a se cobrada, o
credor adicionará prêmios pelo tamanho do empréstimo e risco do tomador ao custo
básico do dinheiro para determinado prazo de vencimento.
1.3 Empréstimos a prazo
Empréstimo em longo prazo é um empréstimo feito por uma instituição financeira para uma
empresa e com um vencimento inicial superior a um ano. Eles são concedidos na maioria das
vezes para compras de maquinaria e equipamento, e para financiar necessidades fixas de
capital de giro.
BNDES
191
O BNDES tem como missão “propiciar o aumento da competitividade do sistema produtivo
brasileiro”, por meio da oferta de recursos financeiros quer seja mediante linhas especiais de
financiamentos, quer de prestação de serviços.
O sistema BNDES é constituído pelas seguintes empresas:
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
• Agência Especial de Financiamento Industrial (FINAME);
• BNDES Participações S.A (BNDESPAR).
As principais linhas de financiamentos são:
• Financiamento à empresas FINEM;
• Financiamento à marinha mercante e à construção naval;
• Financiamento BNDES automático;
• Financiamento ao acionista FINAC;
• Financiamento à importações;
• Financiamento à exportação de máquinas e equipamentos FINAMEX;
• FINAME agrícola;
• FINAME automático;
• FINAME especial.
Os clientes são as pessoas jurídicas de maneira geral e também, em casos especiais, pessoas
físicas que estejam domiciliadas no país e queiram obter recursos para subscrição de capital,
de financiamento agrícola, de transporte rodoviário de cargas, de kits de informática e
programas de informatização das pequenas empresas. Quanto à classificação do porte das
empresas, o BNDES toma por base a receita operacional líquida anual , com base na data de
encerramento do último exercício social :
• Pequena empresa : até R$ 4 milhões;
• Média empresa : de R$ 4 a R$ 15 milhões;
• Grande empresa : acima de R$ 15 milhões.
O BNDES procura incentivar as regiões menos desenvolvidas oferecendo condições mais
favoráveis. Para isso o Brasil é dividido em duas grandes regiões. As solicitações de
financiamentos ao BNDES devem ser iniciadas com uma consulta prévia, na qual são
192
especificadas as características básicas da empresa e do empreendimento necessárias à análise
do enquadramento da operação nas políticas operacionais. Dessa consulta prévia, devem
constar dados da empresa, setor, informações econômico-financeiras, estatísticas da produção
e projeto proposto.
Opções de Leasing para financiamento empresarial
Leasing (arrendamento mercantil): É uma forma de financiamento a longo prazo de bens
do ativo imobilizado. O principio está baseado no fato de que o lucro é gerado pela utilização
do bem e não por sua propriedade.
A operação de leasing consiste em uma empresa arrendadora adquirir um bem do fabricante
escolhido pela arrendatária e arrendá-lo a esta mediante o recebimento de prestações
periódicas. O bem adquirido fica contabilizado como ativo permanente da arrendadora até sua
eventual venda para a arrendatária. O objetivo do arrendamento pode ser : bens móveis ou
imóveis, novos ou usados, de fabricação nacional ou estrangeira.
Leasing Financeiro : Operação em que a arrendatária paga, geralmente, prestações mensais.
Ao final do contrato, que não pode ser rescindido antecipadamente, a arrendatária terá o
direito de adquirir o bem por um valor previamente combinado.
No Brasil, somente as sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing) podem
praticar as operações de leasing financeiro, pois esta modalidade de arrendamento está sujeita
à regulamentação do Banco Central.
O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos para bens com vida útil de até cinco anos e
de três anos para os com vida útil superior a cinco anos. A conservação e a manutenção do
bem é de responsabilidade da arrendatária.
Leasing Operacional : É uma operação de locação em que a arrendatária (locatária) paga
uma taxa de arrendamento periódica (semanal, mensal, trimestral, etc) à arrendadora
(locadora). A manutenção do bem arrendado nessa modalidade é de responsabilidade da
locadora. O bem é devolvido à locadora ao final do contrato, ou a qualquer tempo. Caso a
193
locatária desejar adquirir o bem, o preço de venda será estabelecido de acordo com o valor de
mercado.
Nessa modalidade de arrendamento não existe um prazo mínimo obrigatório. Portanto, a
duração de um contrato de locação poderia ser de apenas alguns meses (ou dias). Não há
necessidade de a empresa locadora ser uma sociedade de arrendamento mercantil para exercer
as atividades de leasing operacional, pois essa modalidade de arrendamento não está sujeita à
regulamentação do Banco Central.
Lease Back : Este tipo de operação consiste em uma empresa vender bem de seu imobilizado
a uma empresa de leasing, arrendando-o simultaneamente, na modalidade de leasing
financeiro. Ocorre a troca de propriedade, mas, na prática, o bem continuará sendo utilizado
normalmente pela antiga empresa proprietária até o final do contrato de arrendamento.
Vantagens e Desvantagens financeiras de operações de leasing
As vantagens e desvantagens dependem, fundamentalmente, da situação financeira e da
lucratividade da empresa arrendatária. A principal vantagem é que a empresa não necessita
imobilizar seu capital, aumentando assim sua liquidez. O uso de acordos de lease back pode
permitir que a empresa aumente a sua liquidez convertendo um ativo existente em dinheiro,
que pode ser usado para capital de giro. Uma empresa com falta de capital de giro ou liquidez
pode vender um ativo seu a uma arrendadora e arrendá-lo de volta, durante um determinado
número de anos.
Para empresas de primeira linha, geralmente, o custo financeiro de leasing é superior ao de
um empréstimo tomado diretamente no mercado financeiro, pois as empresas de leasing
captam recursos nesse mesmo mercado para financiar a compra de bens e repassam o custo
financeiro à arrendatária.
Conclui-se neste ponto, em orçamento de capital que para pequenas empresas, o ideal é a
observação e cálculo das principais critérios de análise de investimentos, os quais são Valor
Presente Líquido (VPL); a Taxa Interna de Retorno (TIR), Prazo de Retorno de Investimento
(Payback) e da técnica de Fluxo de Caixa Descontado, para avaliar se os investimentos
194
apresentados irão de fato proporcionar retornos acima do custo de capital da empresa. Além
desses, opções de leasing é uma ótima forma de aquisição de imobilizado, principalmente
quanto não se tem todos os recursos disponíveis para a sua realização.
Quanto à Gestão de Capital de Giro, a observação relativas à administração de dinheiro,
contas a pagar e estoques são primordiais, ou seja, a atenção quantos aos prazos médios, e de
uma maneira geral, não financiar as suas vendas, e nem conceder prazos para pagamento de
clientes acima do prazo de pagamento de compras e transformação das vendas em dinheiro,
caso não possua recursos financeiros para isso, pois o contrário disso é incorrer em
necessidade de levantamento para capital de giro no negócio, o que implicará em custos
financeiros para a empresa, e problemas de liquidez.
4.6 GESTÃO DE MARKETING
O conceito de marketing surgiu nos Estados Unidos ainda na primeira metade do século XX.
Onde durante muito tempo, a melhor definição de marketing era a da Associação Americana
de Marketing (AMA), a qual definia Marketing como a área de desempenho das atividades de
negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor. Com o constante
aumento e desenvolvimento de to comercio essa definição foi revista e atualizada de acordo
com as novas funções de marketing. Para Kotler (2000) o Marketing é “a arte e a ciência da
escolha de mercados-alvo e da captação, manutenção e fidelização de clientes por meio da
criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente.” Com essa
definição, percebe-se que o marketing já toma uma visão mais abrangente agindo em varias
áreas.
O marketing ultrapassou os limites da atuação comercial das empresas para se tornar
atividade-irmã das funções sociais e culturais, em apoio a todas as ações humanas que, no
meio ambiente, procuram formas de ampliar a fortalecer suas estruturas, as quais podem, por
conseguinte, ser usadas como promotoras de um produto, de uma marca e da própria
organização. Com isso entende-se que todas as atividades relacionadas com a busca pela
195
Marketing Estratégico
Para o SEBRAE (2011), “marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades
concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos
consumidores. Tais necessidades e desejos são satisfeitos mediante a compra de produtos e
serviços, esta compra pode ser impulsionada por uma necessidade fisiológica (alimentação,
abrigo, frio) ou psicológica (status, segurança, diversão, etc.). Conhecendo e estudando estas
motivações ao consumo, as empresas procuram produzir bens e serviços que atendam ao
público-alvo. É através do Marketing que as empresas vão conseguir conquistar e fidelizar
seus clientes.”
Por sua vez, é o marketing estratégico, o qual concentra-se no planejamento da estrutura geral
do composto de marketing como parte da posição competitiva da empresa a longo prazo. “O
plano de marketing estratégico estabelece os objetivos gerais e a estratégia de marketing com
base em uma análise da situação e das oportunidades de mercado atuais.” (KOTLER, 2000)
“a equipe de marketing deve segmentar o mercado, selecionar o mercado-alvo adequado e
desenvolver o posicionamento do valor da oferta. A fórmula “segmentação, seleção de alvo,
posicionamento” é a essência do marketing estratégico.” (KOTLER, 2000)
De acordo com Kotler (2000), a implementação feita por japoneses, na avaliação do produto,
pelo marketing, seria a preocupação com o produto na aceitação do mercado, ou seja,
observam a satisfação do produto pelos clientes, aceitam sugestões para melhoria, ouvem os
funcionários no conceito criação, ponderam na busca da satisfação visando oferecer um
produto mais evoluído e que venha servir aos interesses esta clientela. Estas táticas são
imprescindíveis para se manter e lançar melhores produtos fidelizando clientes. Organizações
mais tradicionais, para (KOTLER, 2000) tem mais chance em economia de escassez do
produto; mais não funcionará em economia mais competitivas, onde haja mais clientes
criteriosos e diversificados em suas opções, como no caso da segmentação, onde outros
mercados tendem a se fixar.
A estratégia empresarial aplicada ao marketing se baseia em três questões: conceito, processo
e conteúdo. A questão do conceito procura respostas sobre o que é estratégia, a questão do
processo de como ela é formulada ou formada nas organizações, e a questão do conteúdo diz
respeito aos elementos básicos que devem compor sua definição. Em relação ao conceito de
196
estratégia, o consenso está longe de ser alcançado. Reconhecendo essa dificuldade, propõem-
se um conceito amplo que busca agregar diversas dimensões.
O processo de formação das estratégias, o consenso também está longe de ser alcançado.
Mintzberg; Ashlstrand; Lampel (2000) identificam dez processos distintos, os quais compõem
as chamadas escolas do pensamento estratégico: a escola do design, a do planejamento, a do
posicionamento, a empreendedora, a cognitiva, a de aprendizado, a do poder, a cultural, a
ambiental e a de configuração, que vêem a estratégia como um processo de concepção,
formal, analítico, visionário, mental, emergente, de negociação, um processo coletivo, reativo
e de transformação, respectivamente.
Em relação ao conteúdo da estratégia, duas dimensões básicas têm sido objeto de estudos. A
primeira refere-se às estratégias de crescimento, que contemplam a definição do escopo de
atuação da empresa (seus negócios, produtos e mercados, e o escopo vertical ou grau de
integração na cadeia de valor da indústria) e as formas de alcançar seus objetivos (via
desenvolvimento interno, aquisições e/ou fusões, e alianças estratégias). A próxima dimensão,
a segunda dimensão relaciona-se às estratégias competitivas, ou seja, quais as alternativas
para a empresa alcançar e manter uma vantagem competitiva sustentável no mercado. Tais
dimensões estão inter-relacionadas, ou seja, a definição do escopo afeta e definição da
estratégia competitiva, e vice-versa, porém poucos estudos têm procurado explorar essa
interdependência. Outra questão a ser considerada refere-se aos níveis em que se define a
estratégia – corporativa, negócio, e produto/mercado – pois as definições das estratégias têm
naturezas distintas em cada um desses níveis.
Os passos que uma empresa deve dar no direcionamento da estratégia para desenvolver uma
orientação de marketing para toda a organização são os seguintes:
1. Convencer a alta administração da necessidade do foco no cliente: o diretor-
presidente exemplifica pessoalmente um forte compromisso com o cliente e recompensa os
integrantes da organização que atuam de maneira similar.
2. Nomear um alto executivo de marketing e uma força-tarefa de marketing: a força-
tarefa deve incluir o diretor-presidente, os diretores comerciais, de P&D, de compras, de
produção, de finanças e de recursos humanos e outras pessoas-chave.
197
3. Obter ajuda e orientação externas: empresas de consultoria têm experiência
considerável em ajudar empresas a migrar para uma orientação de marketing.
4. Alterar o sistema e a avaliação de recompensas da empresa: enquanto os
departamentos de compras e de produção forem recompensados por manterem os custos
baixos, resistirão a aceitar alguns custos exigidos para atender melhor os clientes. Enquanto o
departamento de finanças se concentrar em lucros de curto prazo, fará oposição a grandes
investimentos projetados para o desenvolvimento da satisfação e da fidelidade dos clientes.
5. Contratar grandes talentos de marketing: a empresa precisa de um bom diretor de
marketing que não apenas gerencie seu departamento, mas que também ganhe o respeito de
outros diretores e os influencie. Uma empresa com muitas divisões se beneficiará com a
criação de um influente departamento de marketing corporativo.
6. Desenvolver vigorosos programas internos de treinamento em marketing: a
empresa deveria delinear bem elaborados programas de treinamento em marketing para a
administração corporativa, para os gerentes de divisão e para o pessoal de marketing e vendas,
de produção, de P&D e outros.
7. Instalar um sistema moderno de planejamento de marketing: o planejamento
exigirá que os gerentes pensem sobre o ambiente de mercado, as oportunidades, as tendências
competitiva e outras forças. Esses gerentes preparam então estratégias e previsões de vendas e
lucros para produtos e segmentos específicos e são responsáveis pelo desempenho.
8. Estabelecer um programa anual de reconhecimento da excelência em marketing:
as unidades de negócios que acreditam ter desenvolvido planos de marketing exemplares
deveriam apresentar um descrição de seus planos e resultados. As equipes vencedoras seriam
recompensadas em uma cerimônia especial. Os planos seriam disseminados por outras
unidades de negócio como ‘modelos do pensamento de marketing’.
9. Verificar a necessidade de mudar a orientação da empresa, de centrada em produto
para centrada no mercado: tornar-se centrada no mercado significa estabelecer uma
organização que focalizará as necessidades de mercados específicos e coordenará o
planejamento e o fornecimento dos produtos da empresa necessário para cada segmenta e
clientes principal.
10. Mudar de foco departamental para foco em processos e resultados: após definir
os processos fundamentais do negócio que determinam seu sucesso, a empresa deveria indicar
líderes de processo e equipes interdisciplinares para redefinir e implementar esses processos.”
(KOTLER, 2000)
198
Nesse momento de globalização e grande competição, as empresas necessitam buscar
estratégias de marketing que lhes propiciem vantagens competitivas em ambientes de
negócios crescentemente complexos e dinâmicos. Maior diversidade de produtos e serviços,
competição intensa, lançamento de novos produtos em ciclos cada vez menores, ciclos de vida
mais acelerados de produtos, reestruturações e fusões organizacionais, avanços tecnológicos
permitindo novas formas de relacionamento entre consumidores e fornecedores, novos hábitos
e comportamentos de compra de consumidores são características que constituem grandes
desafios gerenciais, levando à adoção de novos paradigmas de marketing e alterando a postura
estratégica das empresas.
No decorrer do tempo, as empresas bem sucedidas foram deslocando seu foco da visão interna
de melhoria de seus processos para a abordagem voltada para o mercado, objetivando atender
asnecessidades e desejos de consumidores e entregar valor superior a seus clientes,
descobrindo que efetivamente é o cliente quem determina o valor do produto ou serviço.
Participação, integração e conectividade tornaram-se palavras-chave na criação e manutenção
de um relacionamento delongo prazo entre empresas e clientes, constituindo a base do
denominado marketing de relacionamento.
O marketing de relacionamento como alternativa estratégica para conquistar e manter clientes
relevantes para a empresa, tornando-os clientes fiéis ou leais, firmou-se a partir da década de
90. A tecnologia de informação, propiciando grandes melhorias em comunicação (a Internet)
e disponibilizando softwares de apoio ao relacionamento com clientes, como o Customer
Relationship Management (CRM) e a Database Marketing (DBM) municiam as empresas
com importantes ferramentas para uma melhor compreensão do comportamento dos
consumidores e a geração de ofertas de produtos e serviços que contenham vantagem
competitiva, em termos de valor percebido pelo cliente.
Para se implementar a estratégia de retenção dos clientes, pode ser realizada erguendo-se
barreiras para dificultar a troca de fornecedor ou entregando melhor valor aos clientes. Esta
segunda abordagem é duplamente superior: evita que a concorrência supere as barreiras à
entrada simplesmente oferecendo preços menores e contribui para criar forte lealdade dos
clientes. No seu relacionamento com clientes, as empresas líderes passaram a focar o valor
percebido, acreditando ser ele, ao invés da satisfação dos consumidores, o impulsionador da
lealdade dos clientes, conduzindo-os à escolha e a recompra. A gestão do valor percebido
199
permite à empresa conhecer melhor os clientes e o mercado e adequar à abordagem de
marketing junto ao consumidor, centrando os argumentos de venda no valor em lugar do
preço. Contudo, o uso do conceito de valor percebido é muito recente e restrito como
ferramenta estratégica das empresas, sendo também escassa a literatura a este respeito.
A gestão estratégica de marketing consiste em compreender o ambiente mercadológico e, a
partir deste, adaptar estrategicamente empresas, produtos ou serviços, ao mercado
consumidor, por meio do desenvolvimento de estratégias de Marketing eficientes. Envolve
decisões sobre mercado-alvo, produto, preço, promoção, distribuição, diferenciação e
posicionamento. Como primeira ação, deve-se tomar decisões relacionadas à segmentação de
mercado e aos mercados-alvo. Para tanto deve-se realizar uma análise ambiental e verificar se
a estratégia mais indicada é o marketing de massa – quando as necessidades de um mercado
inteiro são relativamente homogêneas – ou a segmentação de mercado – grupos de
consumidores com características comuns. Atualmente esta última vem sendo a mais utilizada
como estratégia competitiva.
Dessa forma, a função do marketing estratégico é orientar a empresa para as oportunidades
existentes ou criar oportunidades atrativas, isto é, bem adaptadas aos seus recursos e suas
vantagens competitivas, os quais oferecem um potencial de crescimento e rentabilidade. A
solução reside em dar ao pessoal de marketing mais treinamento em finanças e ao pessoal de
finanças mais treinamento em marketing. “Os executivos de finanças precisam adaptar suas
ferramentas e teorias financeiras para dar apoio ao marketing estratégico.” (KOTLER, 2000)
Segmentação do Mercado
Para segmentar um mercado, há na realidade muitas dificuldades. A empresa deve pensar
sempre numa forma de atuar no mercado. Ao pensarmos em mercado, necessitamos antes de
tudo traçar uma definição do que vêm a ser estes mercados. A empresa conseguirá vender
seus produtos aos consumidores se existem alguns requisitos básicos: deve existir alguma
pessoa com necessidade que seja satisfeita com a compra do produto; a pessoa deve ter o
poder aquisitivo para comprar o produto, e; Condições para efetuar a compra. A segmentação
é um esforço para o aumento de precisão de alvo de uma empresa. Conforme Kotler (2000),
200
as empresas podem adotar cinco níveis: marketing de massa, marketing de segmento,
marketing de nicho, marketing local e marketing individual.
É importante para as empresas definir segmentos específicos para se direcionar com
compostos de marketing customizados, pois desta maneira a empresa ganhará vantagem
competitiva. De acordo com Kotler (2000) um segmento de mercado consiste em um grande
grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização
geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares. o marketing pode ser orientado
de diversas formas nas organizações, no entanto quatro se destacam: orientação para
produção, orientação para produto, orientação para vendas e orientação para marketing.
A segmentação de mercado é como um processo de segmentar um mercado em grupos de
potenciais compradores que possuam necessidades, desejos, percepções de valores ou
comportamentos de compra semelhantes. Kotler (2000) define segmento de mercado da
seguinte forma: “Um segmento de mercado consiste em um grande grupo que é identificado a
partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e
hábitos de compra similares”. Uma vez que os desejos e necessidade dos compradores são
diversos, é compreensível que sejam usadas algumas variáveis quando se deseja segmentar
um mercado consumidor.
Há muita variedade de variáveis que podem ser usadas na segmentação de mercado em
agrupamentos homogêneos. No entanto, algumas categorias gerais se destacam: segmentação
geográfica, segmentação demográfica, segmentação psicográfica e segmentação
comportamental. Na segmentação geográfica, o mercado é divido em grupos de acordo com a
localização dos mesmos em diferentes unidades geográficas como países, regiões, estados,
cidades ou bairros. Complementa-se essas variáveis com outros critérios geográficos como
densidade populacional ou clima.
A segmentação demográfica divide o mercado em grupos, tomando como base características
da população, utilizando variáveis como, idade, nível de escolaridade, religião, raça e
nacionalidade. Tende a ser a mais utilizada porque suas variáveis são relativamente mais
fáceis de mensurar. A segmentação psicográfica lida o que os consumidores pensam e sente,
portanto utilizam fatores de segmentação classe social, estilo de vida, características da
personalidade, além de atitudes, interesses e opiniões. Por fim, na segmentação
201
comportamental, há uma divisão de mercado, tendo por base conhecimento, atitudes ou uso
de respostas do produto. Essas variáveis são bastante enfatizadas por alguns mercadólogos
quando da definição de segmentos de mercado.
Segundo Kotler (2000) “muitos profissionais de marketing acreditam que as variáveis
comportamentais – ocasiões, benefícios, status do usuário, índice de utilização, status de
fidelidade, estágio de prontidão e atitudes em relação ao produto – são os melhores pontos de
partida para se construir segmentos de mercado”. Necessidades homogêneas, para o qual a
empresa poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de segmentação requer que
sejam identificados os fatores que afetam as decisões de compras dos consumidores.
Requisitos para a segmentação: o seguimento deve ser identificável, mensurável, acessível,
rentável e estável.
Para uma empresa satisfazer todos os consumidores de um dado mercado, ou pelo menos, da
mesma maneira, não é possível. Um único composto de marketing raramente é adequado para
atender às necessidades e desejos de todo o mercado de um produto. Portanto as organizações
estão segmentando seus mercados para atender seus consumidores de maneira mais eficaz. As
organizações segmentam seus mercados, escolhem um ou mais segmentos e desenvolvem
produto sob medidas para esse segmento melhores que seus concorrentes, pois é uma
estratégia mais eficiente num mundo competitivo onde vivemos. Mas antes de definir o
composto que irá satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores é preciso entendê-los.
Para que uma empresa possa efetivamente comercializar os produtos delas com os
consumidores, ela deve entender plenamente o que você quer e necessita daquele determinado
produto. Contudo, o que se deseja de um produto não é o mesmo para todos em um mercado,
portanto, existem diferenças reais entre as preferências de produtos. Portanto, as empresas
devem estar atentas a esses detalhes das diferenças de desejos. Dessa forma, segmentação de
mercado é dividir um mercado em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes
necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra.
Os mercados se diferem de várias formas, quanto aos desejos, recursos, localidades, atitudes
de compra e práticas de compra, enfim os mercados podem ser segmentados de várias
maneiras. Quando uma empresa segmenta o mercado, torna-se mais fácil satisfazer suas
necessidades e desejos, pois o composto de marketing será desenvolvido às necessidades
202
específicas daquele segmento. Agora quando se trata de desenvolver um composto dirigido a
grandes mercados, formado por consumidores com diferentes necessidades, o trabalho fica
bem mais difícil. Por esta razão que a segmentação do mercado facilita a empresa desenvolver
e comercializar produtos que se aproximem mais à satisfação das necessidades de seus
consumidores. Com a segmentação, a empresa poderá obter muitas vantagens. Poderá fazer
melhor trabalhos frente a concorrência, dedicando-se a fatias de mercado que tenha melhores
condições de atender.
Dessa forma, é necessário estimar o tamanho atual do mercado, identificar os concorrentes e
respectivas participações, e o potencial de crescimento deste mercado. Em seguida, é preciso
separar os consumidores em grupos, de tal forma que a necessidade genérica a ser atendida
tenha matizes específicos, que são semelhantes para os que pertencem ao mesmo grupo e
diferentes dos demais grupos. Esta divisão pode ocorrer segundo critérios geográficos,
demográficos, psicográficos ou comportamentais. Os segmentos resultantes desta divisão
devem ser avaliados segundo o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em relação
aos objetivos e recursos da empresa.
Assim, são escolhidos um ou mais segmentos a serem atendidos - o mercado-alvo, ou target -
que serão objeto de estudos, planos e ações de marketing, envolvendo o posicionamento da
oferta na mente do consumidor em relação aos concorrentes. É interessante considerar que as
pessoas são diferentes e pensam diferentemente no que diz respeito a sua forma de comprar e
aos produtos e serviços que costumam adquirir. Ao mesmo tempo percebe-se também que é
possível, em muitos momentos, agrupar esses consumidores. Por exemplo, as mulheres são
completamente diferentes dos homens quando compram roupas. Enquanto os homens
costumam observar e comprar o que lhes parece mais bonito, as mulheres preferem provar e
tocar nos produtos. Nesse sentido, chamamos de segmento de mercado a uma parte do
mercado com características semelhantes entre si.
Existem dois grupos amplos de variáveis são usados para segmentar mercados consumidores.
Geralmente são analisadas as características e o comportamento do consumidor. As
características dos consumidores apresentam algumas variáveis para segmentação de
mercados consumidores:
Geográfica: propõe dividir o mercado em unidades geográficas diferentes, como
países, estados, regiões, cidades ou bairros;
203
Demográfica: ocorre quando o mercado é dividido em grupos baseados em variáveis
demográficas, como idade, tamanho da família, ciclo de vida da família, sexo, renda,
ocupação, formação educacional, religião, raça, geração, nacionalidade ou classe social;
Psicográfica: ocorre quando os compradores são divididos em grupos diferentes,
baseados em estilo de vida e/ou personalidade.
De acordo com Underhill (1999) que a maior ignorância dos homens de negócio centra-se no
desconhecimento de quem são seus clientes. Segundo o autor, é comum o problema de
varejistas que ignoram quem compra em suas lojas. Por isso, conhecer o que querem os
consumidores e como eles tomam suas decisões sobre a compra e a utilização de produtos é
fundamental para que as organizações tenham êxito em seu mercado (SHETH; MITTAL;
NEWMAN, 2001). Como afirmam Kotler e Keller (2006), é preciso monitorar
permanentemente o comportamento de compra do consumidor. Mas que consumidor é este?
Como as características pessoais influenciam o comportamento de compra? Que fatores
psicológicos influenciam as respostas do comprador ao programa de marketing?
O conhecimento das variáveis de influência sobre o comportamento de compra é importante
para que os empresários qualifiquem seus produtos e serviços, considerando efetivamente os
desejos e as necessidades do consumidor e orientando suas ofertas para o mercado (ENGEL;
BLACKWELL; MINIARD, 2000). Nesse sentido, trata dos fatores que influenciam o
processo de decisão de compra dos consumidores de materiais de construção da loja RS Beta.
Também, como objetivo específico, identifica atributos valorizados por dois grupos de
influenciadores. Justifica-se o tema escolhido, uma vez que compras desse tipo podem ser
consideradas uma solução de problemas ampliada ou compra complexa (ENGEL;
BLACKWELL; MINIARD, 2000; SOLOMON, 2002; KOTLER, KELLER, 2006), porque
são altos os custos e riscos percebidos decorrentes de uma decisão errada.
Finalmente, os consumidores encontram-se mais envolvidos e dispostos a vivenciar todas as
etapas do processo de decisão. O setor de comércio de varejo de materiais de construção
tornou-se mais competitivo nos últimos anos, destacando-se grandes redes de loja do estado,
bem como as redes cooperadas para facilitar a compra junto aos fornecedores. Dessa forma,
caracteriza-se o comportamento do consumidor pelas atividades mentais e emocionais
realizadas na seleção, compra e uso de produtos/ serviços para a satisfação de necessidades e
desejos. Para Kotler e Keller (2006), uma vez que o propósito do marketing centra-se em
204
atender e satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores torna-se fundamental
conhecer o seu comportamento de compra.
Há vários fatores internos e externos que influenciam o processo de tomada de decisão de
compra dos consumidores (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000; SCHIFFMAN,
KANUK, 2000; SOLOMON, 2002; KOTLER, KELLER, 2006). Churchill e Peter (2000)
consideram no processo de compra do consumidor em influências sociais e influências
situacionais. Para Engel et al. (2000) as variáveis que influenciam no processo de decisão de
compra encontram-se divididas entre as influencias ambientais, as diferenças individuais e os
fatores pessoais. Solomon (2002), Schiffman e Kanuk (2000) compreendem que o indivíduo,
como consumidor, sofre influências psicológicas, pessoais, sociais e culturais. Kotler (2000),
corroborando os princípios conceituais dos referidos autores, adaptou os conceitos teóricos
apresentando um modelo que demonstra os fatores psicodinâmicos internos e externos que
atuam sobre o consumidor.
O marketing apenas as identifica, para que possam ser satisfeitas, com soluções adequadas, as
necessidades. É importante salientar a diferença que existe entre necessidade e desejo.
Enquanto necessidade é um estado de privação de alguma satisfação básica, desejo é algo que
as pessoas buscam satisfazer embora o objeto de desejo não vise suprir uma necessidade
básica. Por exemplo, temos necessidade de tomar água e desejo de tomar um suco de laranja
de uma determinada marca ou um bom vinho. Necessidade é tudo aquilo que deve ser
satisfeito, caso contrário causará algum tipo de indisposição naquele que a está sentindo. Se
alguém sente frio somente se satisfará com um agasalho ou algo que o aqueça. Nesse caso,
tem-se alguém com uma necessidade bem definida. Todos nós, enquanto consumidores são
influenciados por uma série de fatores que nos levam à decisão sobre o que comprar.
MARKETING DE VAREJO
De acordo com Kotler (2000) “o varejo engloba todas as atividades relacionadas à venda
direta de produtos e serviços aos consumidores finais, para uso pessoal, não relacionado a
negócios”. Kotler (2000) entende que qualquer empresa que forneça um produto ou serviço
para o consumidor final está praticando varejo, conforme explica:
205
A venda pode ser realizada de forma pessoal, por correio, por telefone, por máquinas de vendas ou pela Internet, em uma loja, na rua ou na casa do consumidor. Há diversos tipos de organizações de varejo, e continuamente surgem novos. Existem os varejistas de loja, varejistas sem loja e organizações de varejo. (KOTLER, 2000).
Muitas instituições, fabricantes, atacadistas, varejistas fazem varejo. Mas a maior parte do
varejo é feita pelos varejistas, negócios cujas vendas vêm primariamente do varejo. E, embora
a maioria do varejo seja feita por lojas de vendas a varejo, recentemente, o varejo sem lojas,
vendas por mala direta, por telefone, por contatos de porta em porta, por máquinas
automáticas, por vários meios eletrônicos, têm crescido de maneira explosiva.
Marketing direto
Entende-se por marketing direto um sistema de marketing interativo entre vendedor e
consumidor que utiliza um ou mais veículos de comunicação para produzir um contato com o
cliente ou conseguir um pedido de compra.” (LEWISON, 1997). O varejista comunica suas
ofertas por meio de catálogos enviados por mala direta, revista, jornal, rádio, televisão ou
computador. Os consumidores efetuam seus pedidos pelo correio, telefone ou computador.
O marketing direto procura atingir o mercado de forma segmentada e obter respostas diretas e
mensuráveis. É a ferramenta de Marketing utilizada para estabelecer o relacionamento direto
entre as empresas e seus consumidores, por intermédio de venda direta, sem distribuidores,
representantes e vendedores.
Alguns exemplos de usos de marketing direto: geração de questionários ou respostas, abertura
de portas para novos negócios, criação de tráfego de pessoas, conscientização para introdução
de novos produtos etc. O Marketing Direto está crescendo exponencialmente com a ênfase
nos esforços focados. O crescimento do uso da Internet e do e-mail, juntamente com a
tendência de aumento geral em todas as assinaturas de mídia, está tornando estas mídias cada
vez mais fáceis e lucrativas para comercializar o seu produto no mercado, em comparação
com a época da mala direta maciça. Além disso, o Marketing Direto deve se transformar de
206
canal de venda para ferramenta de relacionamento, o que tornará fortalecida a relação com o
consumidor e o fará perceber o valor do produto e da empresa. Vejamos alguns exemplos.
Mala direta
Podemos definir mala direta como uma estratégia de divulgação de produtos e serviços
baseada no envio de Correspondências, Peças Promocionais - Propaganda pelo correio.
Caracteriza-se pela seletividade e até mesmo pela personalização do público alvo; utiliza
como instrumento folhetos, cartas, pequenos brindes. É modalidade de propaganda e não é
merchandising. Isto é, divulga informação promocional pelo correio. Certamente, alguma vez
já deve ter presenciado ou até mesmo recebido uma correspondência, cujo destinatário da
mesma era totalmente desconhecido, mas bastou abrir o envelope para que o mistério fosse
completamente desvendado, tratando-se do recebimento de uma - Mala Direta.
A utilização de Mala Direta é um recurso bastante eficaz, usado principalmente para a
divulgação de produtos, serviços ou para fins informativos. O grande diferencial da mala
direta está no fato de que por meio de um único modelo de peça promocional, o remetente
consegue dirigir-se diretamente a cada pessoa, independentemente do número de destinatários
ao qual a mesma será remetida.
Venda por telefone ou telemarketing
Enquanto nas vendas diretas o produto é oferecido na porta do comprador, no telemarketing é
oferecido pelo telefone. As vantagens do produto são anunciadas durante a sondagem
telefônica. É um dos métodos mais utilizados por operadoras de cartão de crédito.
Venda direta
É conceituada por Parente (2000) como sistema de venda ao consumidor que envolve
explicações pessoais e demonstração de produtos e serviços. O contato pessoal poderá ser
realizado na casa do consumidor, no escritório, ou pelo telefone. Muitas grandes empresas
vêm-se apoiando integralmente nesse sistema, como a Avon, Natura, Tupperware, Mary Kay
dentre outras. O sistema oferece ao consumidor não só a conveniência da compra em casa,
mas também um processo decisório mais facilitado, com menos alternativas de marcas para
207
escolher e o aconselhamento pessoal do vendedor. O aumento no número de mulheres que
trabalham e passa o dia fora de seus lares vem dificultando o crescimento das vendas por esse
sistema.
No Brasil, a primeira empresa a ingressar fortemente neste tipo de canal foi a Avon, que
mediante o sucesso das vendas de porta em porta nos EUA implantou, no Brasil, no ano de
1959, o sistema. Nas décadas seguintes, diversas empresas nacionais e estrangeiras também
iniciaram suas vendas diretas, como a Natura, no ano de 1969, Rhodia, em 1970, Amway, no
ano de 1990, dentre outras. As vendas diretas ao consumidor ou as famosas vendas de porta
em porta começaram no Brasil na primeira metade do século passado, como uma distração
para as donas de casa. Hoje, transformou-se em rendimento mensal fixo, garantindo o
sustento de famílias e movimentando cifras gigantescas na economia nacional. O negócio é
promissor, não se pode negar.
Conforme dados prestados pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas
(ABEVD), que comporta 25 associadas, o segmento tem registrado crescimento médio de 7%
no Brasil durante os últimos seis anos, o que fez o País conquistar o sétimo lugar no ranking
mundial de empresas de venda direta, organizado pelo World Federation of Direct Selling
Associations (WFDSA).
Máquinas automáticas de vendas (vending machines)
Segundo Parente (2000), é um sistema varejista realizado por meio de máquinas, nas quais os
consumidores podem comprar produtos ou serviços. O consumidor em geral efetua o
pagamento com dinheiro, fichas compradas antecipadamente, ou por cartões de crédito. No
Brasil, esse sistema vem sendo crescentemente utilizado para a venda de refrigerantes, sucos e
cafés, mas presta-se também à ampla gama de produtos e serviços. É encontrado em locais de
grande circulação, como em estações rodoviárias, aeroportos, escolas, hospitais. Apresenta a
grande vantagem do funcionamento vinte e quatro horas e da dispensa de vendedores,
exigindo apenas a reposição periódica dos produtos e manutenção do equipamento.
Varejo virtual
208
Conforme o conceito de Las Casas (2004), varejo eletrônico, o varejo oferecido por meio da
internet, são locais que possibilitam e oferecem ao consumidor final comodidade e onde ele
efetua toda transação de compra. Grande parte do varejo com lojas oferece seus produtos e
serviços de forma on-line. O surgimento e a expansão de grandes empresas de varejo virtual,
como a Amazon.com, bem como a adesão de grandes empresas brasileiras, como o Pão de
Açúcar, indicam a enorme importância que o varejo virtual devera desempenhar nos próximos
anos. As especulações e as incertezas, entretanto, são muito fortes em torno da intensidade do
impacto que essa inovação causará no desempenho dos demais formatos varejistas.
Ao desenvolver analogias entre o varejo virtual e o varejo com lojas, verifica-se que muitos
aspectos do varejo com lojas encontram sua contrapartida no varejo virtual. Assim é que a
loja é equivalente ao site do varejo virtual na internet. Ao visitar uma loja, vêem-se primeiras
sua fachada e decoração externa. No varejo virtual, é a home page que primeiro desperta
nossa atenção. Da mesma forma que o consumidor percorre os corredores de um a loja para
procurar e selecionar produtos, também, na loja virtual, conecta-se pelo home pages com os
departamentos, e, por uma busca sucessiva de níveis de informações, descobre detalhes
necessários sobre os produtos que lhe interessam, assim como sobre as condições de
pagamento, garantias e entregas.
A coleção total das paginas de informação no site do varejista consiste na loja virtual.
Enquanto uma loja esta localizada em um espaço geográfico, a loja virtual esta localizada no
espaço cibernético. Da mesma forma que as facilidades nas vias de acesso favorecem uma
loja, também, na loja virtual, quanto mais links ela tiver em outros endereços da internet tanto
maior deverá ser o numero de consumidores que navegarão nem seu site (PARENTE, 2000).
Além dessas formas para MPE,s, é possível também de acordo com a características desse
porte de empresa, em termos de publicidade e propaganda, os principais canais de divulgação
seria a panfletagem, de forma definida quanto ao local alvo, por meio de internet, jornais de
circulação local, em carros de som, em outdoors, e em rádio. Estes são meios acessíveis para
as MPE,s, e na medida que irá crescendo, essa diversifica o seu portfólio, como por exemplo
passando a divulgar em TV de grande impacto, dentre outros meios.
209
4.7 GESTÃO DA TECNOLOGIA E SEU IMPACTO NO NEGÓCIO
As empresas independentemente de seu porte, precisam utilizar certa tecnologia para executar
suas operações e realizar suas atividades cotidianas. A tecnologia pode ser rudimentar como a
limpeza de um chão com uma vassoura, ou sofisticada como o processamento de dados por
computadores, mas toda empresa necessita de tecnologia para alcançar seus objetivos
(CHIAVENATO, 2007). A tecnologia é o acumulo de conhecimentos de uma empresa e se
manifesta fisicamente na forma de máquinas, equipamentos, ou um processo novo de fazer
algo melhor do que era antes.
A tecnologia é uma variável externa e interna às empresas; enquanto um elemento externo na
medida em que as empresas adquirem-na e tem seus processos internos alterados por essa
aquisição; e interna por fazer parte da empresa e influenciando-a e quem dela participa. O seu
impacto no ambiente empresarial é fortemente influenciado pela tecnologia, principalmente
quando comparado aos seus concorrentes, onde a luta pela sobrevivência, advém da melhoria
da tecnologia empregada, ou mesmo quando de produto a ser ofertado ao mercado, que passa
necessariamente por máquinas e equipamentos eficientes. Segundo Chiavenato (2007)
“tecnologia é o conjunto ordenado de conhecimentos empregados na produção e na
comercialização de bens e de serviços”. Pode ser uma fórmula, patente, métodos de
administração, estudos, etc.
A tecnologia para Chiavenato (2007) pode ser física e concreta como hardware, máquinas,
instalações; conceitual e abstrata, como políticas, planos, software, regras, manuais. Também
pode se de capital intensivo baseado na utilização intensiva de máquinas e equipamentos e
processos automatizados; ou de mão-de-obra intensiva com a utilização de pessoas no
processo fabril. A tecnologia empregada em uma empresa permeia toda a sua composição e
forma de execução das atividades empresariais, não podendo ser negligenciada. O
comportamento das pessoas em uma organização é impactado pela ação tecnológica.
De essa forma entender e compreender seus efeitos são primordiais para o gestor de qualquer
empresa, pois toda os requisitos como habilidades, competências, aptidões e características de
personalidade sofrem os seus efeitos. Os recursos de uma organização são estáticos, mas que
determina o comportamento humano das pessoas a ingressar e permanecer nas empresas. E
são as pessoas que absorvem e desenvolvem-na (CHIAVENATO, 2007). Assim, a tecnologia
210
é modificada pelas pessoas, que as alteram por sua vez, e são novamente influenciadas por
ela, em uma mutabilidade complexa e infindável.
Para Chiavenato (2007) do ponto de vista da gestão da tecnologia, temos várias formas de
análise, e de acordo com o arranjo físico temos:
• Tecnologia de elos em seqüência, que se baseia na interdependência serial das tarefas
para se fabricar um produto, como exemplo a linha de montagem. É apropriada para a
produção de um produto somente, por um longo período de tempo, o que aumenta a
produtividade, evitando perdas e aumentando a eficiência operacional.
• Tecnologia mediadora, que ligam um interesse a outro, como exemplo empresas de
propaganda que vendem tempo ligando os veículos de divulgação, com as empresas
interessadas em divulgar produtos.
• Tecnologia intensiva, que representa uma ampla variedade de habilidades e
especializações sobre um cliente, como por exemplo, um hospital que oferece diversos
tipos de serviços por meio do emprego de uma infinidade de tecnologias empregadas.
De acordo com o produto disponibilizado temos a tecnologia flexível, que é adaptável às
demandas dos produtos ou serviços requeridos, como exemplo as oficinas mecânicas; e
tecnologia fixa, que não permite a utilização na fabricação de outros produtos ou serviços,
com exemplo, as montadoras, siderurgias, etc. Quanto a forma de produzir ou seja, tipo de
operação, a tecnologia pode ser de produção unitária, que feita em pequenas unidades a seu
tempo e modificada quanto o trabalho é realizado, como exemplo na produção de aviões,
construção civil e industrial, ou em produção sob medida. A de produção mecanizada, é
aquela realizada em grandes quantidades, como em linha de montagem de eletroeletrônicos.
Na produção automatizada, é a típico processo contínuo automatizado, com o mínimo de
emprego humano, como as cervejarias, refinarias de petróleo, etc (CHIAVENATO, 2007).
A tecnologia segundo Chiavenato (2007) “constitui tudo o que nos permite fazer as coisas
com maior eficiência e eficácia. Assim, a estrutura e o comportamento organizacional, bem
como o próprio estilo de gestão da empresa são influenciados pela ação da tecnologia, que
determina como a empresa irá realizar suas operações e produzir seus produtos e atingir suas
metas, sendo um dos aspectos mais importantes a serem analisados pela empresa no mundo
atual. Assim, negligenciar os efeitos da tecnologia na estrutura da empresa pode significar a
diferença entre o sucesso ou insucesso do empreendimento. Para a pequena empresa, o
211
emprego de tecnologia em seus processos organizacionais pode representar um aumento
efetivo na excelência operacional, o que contribuirá para a elevação de sua eficácia
operacional, que pode reduzir os custos de produção, diminuir as despesas com pessoal,
facilitar na execução das tarefas e atividades, e favorecer sua posição competitiva, sendo uma
estratégia, ou seja, o caminho a ser seguido para o alcance de seus objetivos empresariais.
212
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo demonstrou a importância dos comportamentos empreendedores utilizando
o plano de negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas como
ferramenta empregada na concepção da idéia do negócio à gestão empresarial da mesma,
culminando com a proposição do modelo de gestão otimizado à realidade da MPE,s, o que
pode facilitar o processo de gestão como um todo, e de certa forma, nas empresas,
principalmente as de pequeno porte, implica no realinhamento dos valores, conhecimento e
inovação dos processos e representou uma vantagem competitiva para as organizações.
Assim, os modelos de gestão proposta fundamentado no plano de negócios discutidos exigem
qualidade, flexibilidade, adaptabilidade, velocidade e principalmente controle sobre a relação
estratégia versus planejamento operacional. Nesse contexto o modelo de gestão empresarial
pode elevar o nível de competitividade das empresas, provocando impactos positivos sobre o
retorno do investimento.
Para auxiliar e dar agilidade nesse processo de gestão, o emprego do modelo de gestão
juntamente com o plano de negócios, se mostrou adequado para ser utilizado nas empresas
pequenas devido ao seu caráter orgânico e sistêmico, o que tende a uma maior maximização
da rentabilidade. O plano de negócios deve ser aplicado em estruturas organizacionais que
estejam na sua faze inicial para que se possa reduzir significantemente o insucesso da
organização, ou até mesmo em estruturas já existentes procurando buscar um diferencial
competitivo. A partir do componente estratégico são definidas ações táticas, que para cada
uma destas ações táticas serão desmembradas em uma série de planos de ação com objetivos e
metas pré-definidos, os quais originam as várias operações.
Para a implementação com sucesso do modelo de gestão baseado no plano de negócios são
necessários definir algumas orientações para o mercado e suas necessidades e demandas, aos
colaboradores, no sentido de alinhamento desses com relação de causa e efeito entre suas
proposições e maior comunicação conjunta entre as diversas áreas da empresa. A
comunicação e treinamento são fatores fundamentais que devem ser tratados na perspectiva
do modelo de gestão empresarial proposto. Estes são os motores dessa concepção de gestão de
213
negócios, devido a seu aspecto disseminador da informação e transparência e garantia de
sinergia entre os executivos quanto aos objetivos e metas.
Outro fator importante é que essa ferramenta de gestão deve ter o apoio total da alta
administração, como exemplo de proprietários e gestores, enfim, da pessoa detentora de
decisão na empresa, para se ter êxito em sua implantação. O plano de negócios baseia-se
numa relação de causa e efeito. Sua evolução e aprimoramento na organização pode levar a
um maior conhecimento sobre como medir a geração de valor em negócios de alta
complexidade gerencial, sejam elas organizações grandes ou pequenas, públicas ou privadas.
O plano de negócios pode mudar a discussão sobre estratégia e obriga os administradores a
sair do lugar comum das discussões sobre ferramentas que aumentam a produtividade e
capacidade de gerar diferenciais pelos quais os acionistas e clientes estão dispostos a pagar e
mobiliza as pessoas a uma visão transfuncional e de equipe. Ele centra as atenções naquilo
que a organização sabe fazer melhor que seus concorrentes, o que aumenta o seu poder de
competitividade.
Para tanto é importante salientar que o plano de negócios e o modelo de gestão proposto
empregado de maneira isolada não resolverá os problemas de uma empresa, é necessário fazer
uso de outros meios tradicionais empregados atualmente, pois a ferramenta em análise
representa um facilitador da gestão de organizações, é necessário mais estudos sobre a mesma
no sentido de afirmar e atestar a sua efetividade operacional. Com a experiência do SEBRAE,
e sua metodologia em gestão de idéias e negócios, as micros e pequenas que empresas que
utilizarem o modelo de gestão baseado no plano de negócios podem obter excelentes
resultados com o emprego e auxílio do mesmo.
Recomenda-se que se realizem mais pesquisas em pequenas empresas, alvo deste estudo, para
maior personalização e refinamento do modelo de gestão empresarial, a partir do presente
proposto, a fim de se obter uma ferramenta mais adequado a realidade das MPE,s brasileiras,
e que se possa efetivamente cada vez mais contribuir com o processo gerencial desse conjunto
de negócios, altamente importante para a economia nacional. Este trabalho de pesquisa é
limitado na experiência do autor em gestão de pequenas empresas, e consultorias e serviço de
observação in loco realizados em diversas empresas de pequeno porte, por mais de uma
década e meia de atuação no setor.
214
Dessa forma, independentemente das observações relatadas, constituem-se em uma efetiva
ferramenta e mudança da cultura gerencial em pequenos negócios, com a prática gerencial
ativa, por meio da utilização do modelo proposto, e o conseqüente abandono do empirismo na
gestão, do improviso e falta de planejamento, fatores estes, que ainda rondam o setor. Este
estudo vem somar esforços na melhoria contínua, através do pleno emprego da gestão
empresarial em pequenas empresas, e da promoção do conhecimento profissional de
administração, para o aprimoramento e aperfeiçoamento gerencial dos pequenos negócios e
envolvidos neste segmento empresarial.
215
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221
ANEXOS
ANEXO A: Modelo de Plano de Negocio de Negócios SEBRAE
1 Dados Nome da Empresa:
Nome do Proprietário:
Endereço:
Telefone: Elaborado Por: Data: Introdução:
Metas: Missão: Estratégia de Desenvolvimento:
222
Constituição Legal: 1.1 Clientes Quem São: Distribuição Geográfica: O que Pensam: Fatores Decisivos para Compra: Quantos São: Perspectiva de Crescimento: Descrição dos Produtos ou Serviços: Estagio Atual: Direitos de Propriedade: Comparação com a Concorrência (Vantagens Competitivas)
223
1.2 Concorrência
Quem São: Métodos de Operação: Tamanho: Lucros Auferidos: Posição Competitiva: Localização Aspectos Mercadológicos: Aspectos Técnico-Operacionais
Aspectos Legais Determinação de Preços Custos: Percepção dos Clientes:
224
Concorrentes:
Política de Preços: 1.3 Métodos de Marketing Mensagem: Técnicas de Veículos: Força de Vendas e Mecanismo: Organização e Treinamento da Equipe de Vendas: 1.4 Pessoal – Chave Estrutura Necessária: Identificação: Seleção: 1.5 Fornecedores Matérias-Prima:
225
Quem São:
Quantos São: Distribuição Geográfica: Condições de Negociação: Problemas de Abastecimento: 1.6 Manufatura e Produção Descrição do Processo: Descrição do Equipamento: Tipo de Processo: Layout: Tempo de Processo:
226
1.7 Planilha de Projeção Mensal de Venda
1.7.1 Projeção de Vendas
Fonte: Elaborado a partir de informações de um Plano de Negócios (SEBRAE, 2011).
Volume de Vendas de Negócios Similares Analise da Evolução Histórica das Vendas Vendas em Períodos Anteriores Vendas Considerando o Ciclo de Compras dos Clientes
Linhas de produtos/meses
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
1-linha de produtos/serviços
1.1-volume em unidades
1.2-receita bruta da linha
2-linha de produtos/serviços
2.1- volumes em unidades
2.2- receitas brutas da linha
3- linhas de produtos/serviços
3.1- volumes em unidades
3.2- receitas brutas da linha
227
1.8 Planilha de Gastos com Pessoal
Fonte: Elaborado a partir de informações de um Plano de Negócios (SEBRAE, 2011). 1.9 Planilha de Investimento Fixo
Ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho 1-imóveis
2-maquinas e equipamentos
3-Veículos
4-Moveis e utensílios
5-Instalações
Total do mês
Fonte: Elaborado a partir de informações de um Plano de Negócios (SEBRAE, 2011).
Ano Jan Fev Abr Mai Jun Jul Ago Diretoria
Nº de pessoas
Salários
Encargos
Total
Administração
Nº de pessoas
Salários
Encargos
Total
Vendas
Nº de pessoas
Salários
Encargos
Total
Produção/operação
Nº de pessoas
Salários
Encargos
Total
Total do mês