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    Prezadas Educadoras, Prezados Educadores

    É com grande alegria que entregamos a sistematização de mais um passo naconstrução de nosso Projeto Político-Pedagógico:“Formação Permanente”. Partindo depesquisas em diversas fontes, você será conduzido a uma viagem na história da formaçãodos educadores municipais, com os desa os enfrentados e os avanços conquistados.

    O esforço dos vários atores que participaram direta e indiretamente dasistematização propiciou a reconstrução de momentos históricos de crescimento daRede. Na ampliação do atendimento educacional da população guarulhense, o embriãode formação que se constituiu por volta da década de 1980 também cresceu, se fortalecee tomou corpo. A partir de 2001, o caminho aberto pelo governo municipal e as condiçõehistóricas nos permitiram formular, implementar e materializar uma política públicaque traduz a concepção do que chamamosFormação Permanente.

    O Documento está organizado da seguinte forma:

    Rede municipal e formação de educadores: bases e desa os do nosso percurso , em quese esboçam questões em relação à perspectiva da pesquisa sobre formação, descreve-se cidade de Guarulhos e os desa os a serem enfrentados na educação.

    1. A constituição da educação municipal, em que se faz o resgate da história de formaçãodos educadores concomitante com o movimento de construção de nossa Rede desde oanos 1960 até 2010, em cuja década houve de fato um intenso esforço de formulaçãdesenvolvimento e fortalecimento de uma política pública de formação de educadoresTrata-se de evidenciar o processo de constituição da Rede, bem como seus avanços

    desa os que permitem apontar elementos para o direcionamento das ações.2. Formação permanente como política pública , em que se faz uma re exão teórica como objetivo de de nir o que se entende por Formação Permanente na Rede Municipade Educação. Partindo do histórico de formação e da análise dos avanços e desa osa concepção teórica é entendida como historicamente construída, e seu fortalecimentse relaciona não só com a construção contínua e coletiva de uma política pública, matambém com a sistematização do Projeto Político-Pedagógico.

    Minha presença no mundo não é a de quem a ele adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição

    quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeittambém da História. (Paulo Freire)

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    3. Pressupostos e estrutura da formação permanente , em que se expõem e se discutemas ações garantidoras de nossa concepção, na forma de cursos, formação continuada eeventos, com o objetivo de evidenciar como elas compõem, de maneira complementar,a política de formação permanente da Rede. O capítulo naliza com a apresentaçãoquantitativa das formações oferecidas em 2010.

    4. Publicações da Secretaria Municipal de Educação sobre Formação , em que selevantam textos produzidos relativos à formação permanente e orientadores do trabalhona escola, seja material de apoio à aprendizagem, re exões de questões pedagógicas,entre outros.

    5. Formação: os indicadores de qualidade , em que se apresentam os níveis de formaçãodos educadores, os cursos dos quais participam etc., com a nalidade de re etir sobredados objetivos quanto à situação da Rede para o (re)direcionamento de ações.

    6. O Quadro de Saberes Necessários como norteador do fazer pedagógico , em quese discute e se procura evidenciar a importância do QSN como diretriz curricular daRede. Dando ênfase ao processo de sistematização, o documento é apresentado comoa referência maior a partir de 2009, sinalizando explicitamente o caminho que estamostrilhando.

    7. Perspectivas futuras na continuidade crítica , em que se avalia todo o movimentode implementação e fortalecimento de uma política pública de formação permanente,concebendo a continuidade crítica do caminho trilhado na condição de melhoria social

    via educação.8. Bibliogra a , em que se expõem as fontes teóricas para a de nição conceitual deformação permanente. As referências têm a nalidade de proporcionar ao leitor umafonte para trilhar os caminhos utilizados por nós na elaboração deste Documento.

    Esta publicação é mais um passo no fortalecimento de uma educação municipalde qualidade, em que a formação é entendida como parte da valorização pro ssional eum dos eixos norteadores responsáveis pelo caráter social e político da educação pública.

    A sistematização dos pressupostos da educação municipal, iniciada com o Qua-dro de Saberes Necessários e da qual este texto de Formação faz parte, contemplaráoutras importantes publicações, Concepções e Conceitos, Avaliação e Metodologia, quecomporão o Projeto Político-Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação.

    Secretaria Municipal de Educação de Guarulhosnov/2010

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    INTRODUÇÃO

    REDE MUNICIPAL E FORMAÇÃO DE EDUCADORES: BASES E DESAFIOS DONOSSO PERCURSO .......................................................................................................

    1. A CONSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL .............................................A reorientação das práticas pedagógicas e o embrião de formação .......................A constituição da Educação Municipal: Ensino Fundamental ................................Criação e fortalecimento da Rede: o Projeto Político-Pedagógico e a formação....

    2. A FORMAÇÃO PERMANENTE COMO POLÍTICA PÚBLICA ...........................

    Conceituando formação permanente ...........................................................................

    3. PRESSUPOSTOS E ESTRUTURA DA FORMAÇÃO PERMANENTE ...............

    4. PUBLICAÇÕES DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SOBRE FORMAÇÃO .....

    5. FORMAÇÃO: OS INDICADORES DE QUALIDADE SOCIAL ...........................

    6. O QUADRO DE SABERES NECESSÁRIOS COMO NORTEADOR DOFAZER PEDAGÓGICO.................................................................................................

    7. PERSPECTIVAS FUTURAS NA CONTINUIDADE CRÍTICA ............................

    8. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................

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    11Formação Permanente

    Este texto éo resultado de uma pesquisa em várias fontes: documentoso ciais, não o ciais, memórias, publicações, entre outras, acerca do movimentde formação de educadores de nossa Rede, feita pelos pro ssionais das divisõe

    do Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas da SecretariaMunicipal de Educação de Guarulhos. Considerando que esse movimento semistura com o crescimento de nossa Rede e acompanha a inauguração de escolas bem como a formação de pro ssionais cada vez mais conscientes de seu papena Cidade, a reconstrução de nosso percurso de formação se constitui em umamaneira de entendermos as ações presentes, tendo em vista as bases levantadasno passado recente.

    Por essa razão é que os dados obtidos são fontes ricas de conhecimentode nossa história, como também de nossas possibilidades de replanejar o futuroO que não se pode perder nessa reconstrução é justamente o sentido social doque foi construído na Rede, visto que esse movimento ressoa diretamente noseducandos atendidos.

    Portanto, ter sempre presente o esforço de evidenciar a consolidação deuma educação pública de qualidade social é condição imprescindível para umdirecionamento mais e ciente das ações. Tal é o m último de nossa pesquisa. Comobjetivo especí co, procuramos revisitar e evidenciar a trajetória da construçãda formação permanente na Rede Municipal de Educação de Guarulhos, tendocomo nalidade levantar elementos para o projeto de ações futuras.

    A reconstrução histórica do movimento formativo é importante porqueconsideramos a memória componente da cultura sem a qual as ações perdem seusentido primeiro, a saber, o signi cado para o que se viveu. É com a nalidadede construir uma política pública de formação permanente que resgatamos nossopassado, problematizamos o presente e vislumbramos nosso futuro.

    REDE MUNICIPAL E FORMAÇÃO DE EDUCADORES

    BASES E DESAFIOS DO NOSSO PERCURSO

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    Esta sistematização é uma importante ação com o objetivo de valorizare apresentar os referenciais de uma educação municipal de qualidade social,na qual a formação está compreendida como política pública integrante de umprojeto de sociedade. Concebemos a educação, assim como Paulo Freire, como

    força motriz de mudanças sociais: “se ela sozinha não transforma a sociedade,sem ela tampouco a sociedade muda”, dizia o educador em suas falas.A cidade de Guarulhos, localizada aproximadamente a 20 quilômetros do

    centro da capital, é o segundo maior município do estado de São Paulo. Possuicerca de 1 milhão e 200 mil habitantes, dos quais aproximadamente 115.000estudam na Rede Municipal, distribuídos em diversas etapas e modalidades:Educação Infantil, Educação Fundamental, Educação de Jovens e Adultos eEducação Especial. Números que evidenciam o tamanho do desa o de proporum Projeto Político-Pedagógico que aponte para uma formação permanentecorrespondente aos anseios de toda a comunidade guarulhense.

    O movimento de formação permanente de nossa Rede se constitui comouma perspectiva e uma meta a ser alcançada, pois se fundamenta na ideia deuma formação que sempre está em curso porque sempre in nita. Ela está ligadaà constituição de nossa humanidade, pois é nas relações que estabelecemos como mundo e com os outros que o ser humano se descobre como sujeito históricoe social. A formação, por isso, deve possibilitar a tomada de consciência críticasobre nossa humanidade, de modo que sempre será um movimento contínuo de

    compreensão crítica das possibilidades de desenvolvimento humano. Considerando a natureza histórica do processo formativo, pois somos seresprodutores da história na medida em que participamos dela, a compreensão denosso percurso no presente não pode prescindir da busca de nossa “formação”através do tempo, pois só poderemos saber para onde vamos se tivermos clarezade qual foi o movimento que nos permitiu chegar ao momento atual com umaconcepção de formação consciente das necessidades sociais que a impelem.

    Nesse sentido, retomar a memória da formação é compreender o movimentohistórico iniciado timidamente no nal da década de 1960, considerando comofunção da educação municipal a concretização de uma educação pública dequalidade, cuja formulação e fortalecimento se dão nesta última década, de 2001a 2010.

    Apesar das di culdades para encontrarmos registros históricos, isso nãoimpediu que a reconstrução de nosso movimento formativo marcasse o desa opara o presente e apontasse perspectivas para o futuro.

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    1. A CONSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO MUNICIPALBebida é água!Comida é pasto!Você tem sede de que?Você tem fome de que?

    Dos dados levantados na pesquisa, apontaremos os momentosfundamentais que permitiram à nossa Rede chegar até o momento em queestamos para, a partir do percurso histórico, mostrar como nossa concepção deformação permanente foi se concretizando.

    Desse modo, como se verá, uma concepção nunca nasce da vontade deuma ou outra pessoa ou grupo, mas possui suas determinações históricas e sociaisnas quais se insere, e é dirigida por avanços e desa os que possibilitam também

    a de nição de uma diretriz de formação. Sua concepção, então, é resultado doaprendizado da própria Rede na vivência do processo histórico em que se deramesses momentos.

    Com base principalmente em registros e memórias de algumas pessoas que vivenciaram esses diferentes momentos de nossa Rede é que iniciamos nadécada de 1960/1970 o atendimento municipal noEnsino Supletivo e naEducaçãoInfantil.

    No Supletivo, a formação de educadores e da equipe de supervisoras erarealizada fundamentalmente por pro ssionais da Coordenadoria de Estudose Normas Pedagógicas – CENP-SP e da Diretoria Regional de Ensino - DRENORTE – Guarulhos. Nessas formações se discutiam textos pedagógicos sobre educação de jovens e adultos pautados em Paulo Freire. Ela ocorria mensalmenteem horário de trabalho do educador, e se constituía em momento de estudos epesquisas com vistas à melhoria do processo ensino-aprendizagem.

    Essa fase durou até 1983, quando a formação passou a ser realizadatotalmente pela equipe de supervisoras de Ensino Supletivo da SecretariaMunicipal de Educação. Nessa época, a demanda era de aproximadamente 1.40educandos organizados em 21 espaços, como igrejas, empresas, associações, salacedidas pelas escolas etc.

    Já o atendimento na Educação Infantil começou mais precisamenteem 1968, quando foi inaugurada a primeira escola: “Padre João Álvares”. Ata década de 1980, havia aproximadamente 30 escolas, organizadas como préescola: para as faixas etárias de 05 e 06 anos. Não havia ainda uma política d

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    formação constituída, no entanto algumas ações eram desenvolvidas a partirda concepção de capacitação, não de formação, e estavam voltadas parao fazer pedagógico por meio da troca de experiências e exposições do trabalho realizadopelas escolas, então coordenadas pela equipe de pro ssionais da Secretaria

    Municipal de Educação.Nas reuniões de planejamento bimestral, as escolas eram agrupadasem setores onde os educadores e a equipe de pro ssionais se reuniam paraelaborar atividades a partir do “Caderno-Conteúdo Programático para EducaçãoInfantil”, entre as décadas de 1970 e 1980, que trazia subsídios para o trabalhona escola. Nessa época ainda não estava instituído um momento especí co detrabalho coletivo e os educadores atuavam em uma jornada de três (03) horascom educandos.

    Além disso, havia o acompanhamento pedagógico nas escolas realizadopela equipe de pro ssionais da Secretaria de Educação que atendia, inclusive,a demanda administrativa e atuava na problematização de questões sobre odesenvolvimento infantil e sua interface com o processo ensino-aprendizagem.

    Na década de 1970 teve início a Educação Especial no município, com acriação de uma sala na Empresa de Ônibus Guarulhos, que atendia doze (12)educandos. Em 1977, foi criada a primeira escola de Educação Especial “AlmeidaFranco”. Posteriormente, foram criadas a escola “Cidade Seródio”, em 1994, eduas classes especiais na Escola Municipal “Vereador Carlos Franchin”, em 1998.

    A partir deste ano, a formação, com a concepção de “capacitação”, era realizadana hora-atividade das escolas por uma equipe de pro ssionais da SecretariaMunicipal de Educação com enfoque clínico.

    Embora não tivéssemos, nesse período, a formação como eixo da educaçãomunicipal, é importante destacar a realização do primeiro Encontro Formativocom a Rede (Psicólogos e Educadores) nas escolas, em 1984, precedendo umareorientação das práticas e das concepções pedagógicas, que demandou umareorganização dos horários de entrada e saída dos educandos.

    A reorientação das práticas pedagógicas e o embrião de formaçãoA partir de 1987 foram implementadas algumas mudanças na educação

    da população guarulhense, como a contratação de pro ssionais de EducaçãoFísica e o oferecimento de uma merenda mais nutritiva. Em relação ao trabalhopedagógico, foi sugerida uma reorientação das práticas no sentido de voltá-laspara ateoria construtivista , referenciada, por exemplo, em Emilia Ferreiro.

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    Nessa perspectiva, o trabalho com sucata foi estimulado a partir da ideiade que ele favorecia a criatividade e, consequentemente, o uso de mimeógrafo foquestionado fortemente, pois era visto como um instrumento que correspondia auma concepção mecanicista do trabalho pedagógico.

    Ainda em 1987, o quadro da Secretaria foi ampliado com a contratação demaior número de pro ssionais. Houve, então, um movimento que poderíamoschamar de embrionário em nossa formação, pois ainda era predominante aperspectiva que se orientava pela concepção de capacitação e treinamento. Ele sdeu durante os anos de 1987/1988 com Seminários e Encontros, tendo o objetivde discutir a prática pedagógica na perspectiva do construtivismo, a partir decontribuições de pro ssionais renomados como o Professor Lino de Macedo outros.

    No entanto, em meio a essa efervescência formativa, no ano de 1989 omunicípio de Guarulhos foi marcado por uma perspectiva intervencionista que,como em outros campos, trouxe re exos na política educacional.

    Em 1990 aconteceu o primeiro concurso para Professores, PedagogosSupervisores de Ensino, Diretores de Escola, Fisioterapeutas, TerapeutasOcupacionais, Psicólogos, Fonoaudiólogos, Psicopedagogos e Professorede Educação Física, em cumprimento à normativa da Constituição Federalpromulgada um pouco antes, em 1988, que proibiu o ingresso no serviço públicsem concurso; isso representou um marco histórico na Secretaria Municipal dEducação.

    Nessa época, os espaços formativos se realizavam por meio de reuniõesadministrativo-pedagógicas com os diretores, treinamento com os educadoresrecém ingressos, acompanhamento nas escolas e elaboração de subsídios teóricopara a Rede.

    Em 1992, foi criado o Centro Integrado de Estudos Pedagógicos - CIEPum espaço para encontros formativos com o objetivo de capacitar os educadoree os demais envolvidos no processo de ensino. Em 1993, houve uma reformna estrutura da Prefeitura de Guarulhos com a criação de novas secretarias e odesmembramento da Secretaria da Educação e Cultura.

    Nesse ano, com a reorganização, criaram-se cinco departamentos:Departamento de Ensino Escolar (DEE), Departamento de Normas Técnicas Orientações Educacionais (DNTOE), Departamento de Assistência ao Escola(DAE), Departamento de Relações da Merenda Escolar (DRME) e Departamen

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    do Conservatório Musical (DCM).Em 1994, passamos por outra reformulação da proposta curricular da

    Educação Infantil empreendida pela equipe de pro ssionais do DNTOE, tendocomo referência os documentos da Coordenadoria Educacional de Normas

    Pedagógicas (CENP) e o documento criado pela Fundação Roberto Marinho/Escola da Vila “Menino, quem foi teu Mestre?”. Esses referenciais ampliaram asdiscussões sobre a construção do conhecimento da criança na Educação Infantila partir das diversas áreas do conhecimento, pois trazia uma visão inovadora deeducação para a época. Eles fundamentavam os estudos da equipe da Secretariade Educação na elaboração das “capacitações” para os diretores e educadores daRede.

    Nessa década, houve a ampliação do quadro de pedagogos com a

    qual o trabalho do DNTOE foi se intensi cando orientado por várias ações:acompanhamento pedagógico nas escolas e em núcleos conveniados à Secretariade Educação, realização de o cinas temáticas e elaboração de subsídios para aRede, como os cadernos que se chamavam Ação-Re exão-Ação, entre os anos1995 e 1996.

    Na metade dessa década (1995/1996), são retomados os trabalhos deformação iniciados em 1992, com um diferencial: a realização do primeiroWorkshop de Integração Meio Físico Social, considerado um marco na históriade formação do município, inclusive com certi cação aos participantes. Tal açãofoi precursora da articulação do trabalho entre os Departamentos de NormasTécnicas e Orientações Educacionais e de Assistência ao Escolar.

    Já em período que vai de 1997 a 1999, o currículo da Rede foi orientadoa partir dos documentos o ciais do Ministério da Educação e Cultura – MEC:Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Referenciais Curriculares Nacionais(RCNs). As “capacitações” eram realizadas em setores regionais pela equipe depro ssionais da Secretaria de Educação, organizada por áreas de conhecimento,que realizava, paralelamente, o acompanhamento nas escolas e nos núcleosconveniados, com algumas ações conjuntas desenvolvidas por iniciativa dospróprios pro ssionais do DNTOE e do DAE.

    Em 1997, implantou-se a Alfabetização de Adultos com um ano de duração,antecedendo os quatro primeiros termos da Suplência, em que havia um ano depreparação para que, então, o educando entrasse no primeiro termo. A iniciativarecebeu o nome de Projeto de Educação e Valorização do Adulto - PEVA.

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    A constituição da Educação Municipal: Ensino FundamentalNa década de 1990, além dos vários movimentos formativos e de

    crescimento da Rede, tem início o atendimento próprio à população no EnsinoFundamental, em 1997, com a criação da Escola Municipal “Paulo Freire”. Umdos estímulos para essa ação foi a alteração da forma de nanciamento daeducação que criou, em 1996, o Fundo de Manutenção do Ensino Fundamentae Valorização do Magistério – FUNDEF, obrigando os municípios a realizainvestimentos nesta etapa da educação. Este fato representou outro marco nahistória da educação de Guarulhos, seja do ponto de vista da ampliação doatendimento, seja da complexidade que tomará a formação, isto é, da políticapública de educação em sentido estrito.

    Nesse sentido, a equipe técnica do DAE realizava discussões sobre

    a implementação do trabalho de assessoria institucional às escolas com asupervisão de pro ssionais da área de psicologia da Universidade de São Paulocom o objetivo de re etir sobre o processo de escolarização, considerando queixa escolar no conjunto das relações institucionais, históricas, psicológicas,pedagógicas e sociais que se faziam presentes nas falas dos pro ssionais que, poconsequência, constituíam o cotidiano escolar. Este período foi rico de discussõeque possibilitaram um avanço na prática de todos os pro ssionais envolvidos,levando também a uma rea rmação do papel da psicologia escolar na educaçãoda cidade.

    Em 1998, houve uma mudança no cenário político e pedagógico deGuarulhos, que desdobrou em uma concepção de educação diferente da anterior,dando início ao movimento de discussão do Projeto Político-Pedagógico. Umdas ações mais relevantes aí implantadas foi a instituição da hora-atividade,que será de fundamental importância para a constituição do caráter contínuo daformação permanente. No entanto, ela ainda estava vinculada a uma perspectivamais administrativa, no sentido de não ser especi camente um espaço dentro dapolítica de formação permanente.

    Em 1999, a equipe de pro ssionais da Secretaria de Educação responsávepela “capacitação” dos educadores, ainda pautada nos documentos o ciaisPCN e RCN, realizou um levantamento de expectativas junto aos educadoresem relação às necessidades de formação. Esse é o primeiro momento de nossahistória na cidade em que se procura atender às especi cidades da própria Rede,de modo a aproximar a equipe das práticas de ensino da escola. A proposta da

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    Secretaria Municipal de Educação para a formação de educadores entra numanova fase, mais voltada para as questões da escola e de seu entorno.

    Ainda em 1999, foi rmada parceria entre a Associação dos Educadoresda América Latina (AELAC) e a Prefeitura Municipal de Guarulhos, abrindo um

    diálogo para conhecimento de diferentes concepções de educação pública a partirdo intercâmbio entre educadores brasileiros, cubanos e chilenos, com o objetivode fortalecer e subsidiar a concepção de educação presente na Rede Municipal deEducação de Guarulhos.

    Esse intercâmbio foi um momento de apresentação de trabalhos da RedeMunicipal (Artes na Escola, Projeto da Cidade Mirim e Filoso a para Crianças)no Congresso de Educação Infantil de Cuba, bem como de participação emdiferentes Congressos organizados por esses países.

    Em agosto de 2000, foi realizado oI Congresso Internacional de Educaçãode Guarulhos com a participação de pessoas renomadas como Madalena Freire,Miguel Arroyo, Ignácio de Loyola Brandão, e também dos educadores da Redeque apresentaram trabalhos sobre suas práticas. No mesmo período, foi rmadoum convênio com a Fundação de Apoio à Faculdade de Educação (FAFE) paraa realização de O cinas Temáticas com os educadores, objetivando fortalecer adiscussão sobre Currículo.

    Ainda em 2000, iniciou-se um movimento de discussão do projeto deregionalização, coordenado por assessoria da Secretaria de Educação e equipede pro ssionais, constituída por pedagogos, psicólogos, diretores de escola esupervisores de ensino, em que as escolas foram organizadas em sete (07) regiões,com o objetivo de discutir a construção do Projeto Político-Pedagógico a partir dodiagnóstico do entorno das escolas e da região.

    Das várias ações desenvolvidas, importa destacar o acompanhamentopedagógico nas escolas, com objetivo de quali car a hora-atividade comoespaço formativo e fortalecer o trabalho coletivo e a relação escola/comunidadena construção do Projeto Político-Pedagógico. Também foram promovidosseminários com as temáticas: Currículo, Projeto Político-Pedagógico e Escola-Comunidade, iniciando um movimento de discussão sobre a Gestão Democrática.

    Merece destaque a iniciativa de criação da função de CoordenadorPedagógico nas escolas, nesse mesmo período. Inicialmente a forma de ocupaçãoda função era por escolha pelos educadores como forma de provimento que, umano depois, passou a ser pela aprovação em processo seletivo entre os educadores.

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    Criação e fortalecimento da Rede: o Projeto Político-Pedagógico e aFormação

    A partir de 2001 iniciou-se nova gestão municipal e com ela a construção

    de um novo projeto de sociedade. A educação passa a ser uma meta prioritáriae, para concretizá-la como política educacional, a nova gestão ressaltou eestimulou a construção do Projeto Político-Pedagógico, pautado nas diretrizesdemocratização do acesso e permanência, qualidade do ensino, valorização dospro ssionais da educação e democratização da gestão.

    A partir dessas diretrizes educacionais e pedagógicas, teve início avalorização e o fortalecimento da construção de uma Rede Própria em todas asetapas e modalidades: infantil, fundamental e jovens e adultos, com o objetivo d

    criar e aquilatar os princípios de uma escola de todos e para todos. Foi quandohouve uma expansão signi cativa da rede física municipal pautada na construçãode escolas dentro de padrões arquitetônicos que garantissem um ambiente escolare pedagógico acolhedor, cidadão e democrático.

    A dimensão da ampliação da rede própria foi exponencial. A partir de2001, foi signi cativo o aumento no atendimento das crianças de 0 a 5 anos coa construção de centros e escolas municipais de educação infantil, creches e coma criação da rede integrada de educação infantil, constituída por rede própria,conveniada e o Programa Educriança1. Isso possibilitou um salto quantitativo noatendimento dessa faixa etária. Em 2001 eram atendidas 378 crianças até 3 anoe 11.653 até 6 anos, o que totalizava pouco mais de 12.000 vagas; em 2010 satendidas mais de 50.000 crianças de 0 a 5 anos.

    Com a expansão da rede física e a construção de novos prédios,houve condições concretas para a ampliação do Ensino Fundamental e ainstitucionalização do ciclo de nove (09) anos , uma vez que a opção político--pedagógica demandou a criação de uma rede própria para atender as crianças daprimeira etapa deste nível. Essa ampliação possibilitou chegar ao momento atuacom um atendimento de mais de 46.000 crianças de 6 a 10 anos, representandum salto quantitativo se considerarmos que, em 2001, eram atendidas poucomais de 21.000 crianças no Ensino Fundamental.

    Para termos clareza da dimensão da ampliação física da rede, em 2001tínhamos 61 escolas e, ao nal de 2010, teremos 134 prédios próprios para atendimento da educação municipal.1 O Programa Educriança, de caráter educacional, destina-se preferencialmente ao atendimento das crianças de 0 a 3 anos e evolve a formação dasmães ou responsáveis diretos pelos cuidados diários da criança, contribuindo para melhorar a qualidade da relação do adulto com ela, aspecto funda-mental na primeira infância.

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    O atendimento na Educação de Jovens e Adultos passou, em 2001, a serEnsino Fundamental Regular de Jovens e Adultos, constituído de três ciclos: I,II e III, sendo este último como projeto piloto, chamado Projeto Servidores. Atéentão, a EJA era tratada institucionalmente como educação supletiva. Houve

    também alteração nos locais de atendimento dessa modalidade de ensino, feito,inicialmente, em diversos espaços como igrejas, centros comunitários e indústrias,para ser oferecido nos prédios próprios das escolas municipais.

    Ainda em relação à modalidade EJA, em 2001, foi implementado nomunicípio o Movimento de Alfabetização de Adultos (MOVA), projeto decaráter popular realizado mediante a celebração de convênios entre a SecretariaMunicipal e entidades sociais, possibilitando, assim, a inclusão de jovens eadultos no processo de alfabetização.

    A preocupação e a importância com a população jovem e adulta semformação ou fora das escolas foram intensi cadas em 2001 e não parou naimplementação das parcerias e dos programas iniciais citados, tanto que, em2006, a Secretaria Municipal, em parceria com o Governo Federal, implantou naRede o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJOVEM) com a nalidadede incluir na educação fundamental de 5ª a 8ª série jovens que não tiveramoportunidade de cursar a etapa no tempo de vida adequado. Assim, o atendimentona Educação de Jovens e Adultos também cresceu signi cativamente nos últimosanos e, somadas todas as ações e iniciativas, atendemos, atualmente, cerca de11.900 educandos.

    Esse movimento de expansão da rede física própria, iniciado em 2001,permite chegarmos em 2011 com cerca de 115.000 educandos em 134 prédiospúblicos destinados à Educação Infantil, ao Ensino Fundamental e à Educaçãode Jovens e Adultos.

    Para garantir a efetivação das diretrizes educacionais, propostas a partirde 2001, principalmente a de garantia do acesso e permanência na educaçãomunicipal que estava sendo numericamente ampliada, várias ações pedagógicasforam desenvolvidas e colocadas em prática.

    É importante destacar a criação do atendimento especializado aoseducandos com de ciência, que foram acolhidos nas salas regulares das escolasmunicipais com a implantação do Projeto da Rede de Apoio à Inclusão, queconsiste em Serviços de Atendimento Terapêutico-Educacional, Salas de ApoioPedagógico, Salas de Recursos, Classes Especiais Descentralizadas, Projeto

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    M.A.I.S. ( Movimento de Atenção à Inclusão do Surdo) e ProjetoNa diferença se faz ese aprende. A partir de uma política educacional inclusivista, nos anos de 2002 e2003, inicia-se o processo de descentralização das escolas especiais, ou seja, estpassam a funcionar nas unidades escolares da Rede Municipal. Atualmente,

    temos em torno de 700 educandos incluídos nas escolas regulares. Nesses últimoanos, as ações foram sendo ampliadas, inclusive com parcerias, com o objetivde criar as condições institucionais para que as crianças com de ciência tenhamtodos os seus potenciais reconhecidos e desenvolvidos.

    Também com o objetivo de efetivar a diretriz de garantia de permanênciaforam implementados vários programas: a criação de um sistema de transporteescolar gratuito que atende por volta de 13 mil educandos; a substituição da“merenda” por um programa de alimentação escolar; e a instituição da distribuiçãode uniforme e material escolar para todos os educandos da Rede Municipal.

    Todas essas ações foram reforçadas e intensi cadas pelo movimento deconstrução do Projeto Político-Pedagógico da Rede, que teve no debate sobrcurrículo escolar seu principal tema. Toda a discussão de formação do ProjetoPolítico-Pedagógico tem centralidade na concepção de educação como formaçãhumana e de escola como espaço de desenvolvimento integral do educando, umlugar onde todas as potencialidades humanas podem e devem ser estimuladas edesenvolvidas.

    Nesse contexto, começam a tomar corpo a formulação e a constituiçãode uma política de formação - que hoje a chamamos permanente - baseadas nacriação e no fortalecimento de váriosespaços de diálogos referenciados nossujeitos com suas diferentes trajetórias e saberes, pautados em uma metodologiadialógica.A premissa da Formação Permanente é a de que a interação humana é social,histórica e constitutiva da nossa humanização, e é nela que há o espaço para odiálogo e a construção dos saberes.

    Passados 10 anos desse princípio, nossa tarefa neste Documento é a desistematizar o percurso constituinte e a proposta de Formação Permanente comoforma de valorizar nossa história, evidenciar nosso compromisso educacional epolítico com a qualidade social da educação e apresentar as perspectivas futurasdeste processo. É o que faremos a seguir e convidamos todos a mergulharemnessa trajetória.

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    2. A FORMAÇÃO PERMANENTE COMO POLÍTICAPÚBLICA

    A gente não quer só comida

    A gente quer bebidaDiversão, balé A gente não quer só comida A gente quer a vidaComo a vida quer.

    Atualmente, toma corpo a construção de um projeto de sociedade críticae participativa, tendo a educação como uma das metas prioritárias, com a

    nalidade principal de desenvolvimento integral de um educando que, hoje,depois da sistematização de nosso Quadro de Saberes Necessários, é concebido

    como “solidário, crítico e autônomo” (QSN, 2009). Para tanto, a incorporação doseducadores nos processos de discussão é fundamental, de modo que passam aparticipar das propostas de formação. O educador começa a ser encarado comosujeito do processo educativo, pois, conhecedorin loco das práticas escolares edo processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, jovens e adultos,sua contribuição é fundamental se há a intenção de formular um Projeto Político--Pedagógico comprometido com o exercício pleno da cidadania.

    Nesse sentido, a política educacional é um re exo da política de governo,

    cujas ideias de democracia, justiça e participação cidadã são princípios diretoresde uma concepção mais ampla de sociedade. O Projeto Político-Pedagógico, porisso, de ne

    A educação como um direito de todos e para todos. A políticaeducacional deve propiciar condições para que os educandos possamexercer seus direitos a uma educação emancipatória e de qualidadesocial. Para a efetivação desta educação, deve haver um empenho naconstrução de uma escola democrática, que tem como função ser umespaço de acesso ao conhecimento social e historicamente construídopor todos, na busca não apenas da igualdade, mas sim da equidade: atodos, o mesmo direito; a cada um, segundo a sua necessidade (SMEG,p.21, 2009).

    Para concretizar este ideal, faz-se necessária uma educação que permita, aoseducandos, o acesso com igualdade aos bens culturais e simbólicos produzidospela humanidade. Proporcionar as ferramentas de participação na sociedadedemocrática é uma tarefa da educação que deve estar explicitada de maneira

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    clara para atender à de nição de educação como formação humana.Dados os diversos entendimentos do que seja formação humana, a Rede

    Municipal de Educação se vincula a uma concepção de formação como educaçãintegral (tanto do educador quanto do educando!), na qual o ser humano é

    considerado nas suas várias dimensões: sociais, culturais, cognitivas, afetivo-emocionais, físicas, éticas e estéticas.

    O conceito mais tradicional encontrado para a de nição deeducação integral é aquele que considera o sujeito em sua condiçãomultidimensional, não apenas na sua dimensão cognitiva, como tambémna compreensão de um sujeito que é sujeito corpóreo, tem afetos e estáinserido num contexto de relações. Isso vale dizer a compreensão deum sujeito que deve ser considerado em sua dimensão biopsicossocial(GONÇALVES, 2006, p. 03).

    Segundo o QSN (2009), toda pessoa se desenvolve de forma integralde modo que é necessário, no conjunto das práticas escolares, pensar tambémem uma nova concepção de interdisciplinaridade. A formação de educadores,pautada nessa perspectiva, deve privilegiar a reconstrução contínua dossaberes adquiridos na sua vida, considerando que a formação não é uma“reciclagem”, “treinamento” ou “capacitação”, mas um movimento em buscade uma compreensão sempre mais crítica das possibilidades de reformulaçãoe de reconstrução da prática pedagógica e de compreensão mais global do serhumano.

    Por essa razão é que a Formação Permanente procura se estabelecer a partirdo princípio da formação humana como formação integral, do qual decorre aimplementação e a materialização da política pública na área.

    No entanto, não podemos esquecer que toda a discussão sobre a formaçãose dá no contexto de construção e sistematização do Projeto Político-PedagógicComo condição para a concretização de uma política educacional, o ProjetoPolítico-Pedagógico é concebido a partir dos seguintes pilares orientadoresdas diretrizes da Secretaria Municipal de Educação, citados anteriormente:democratização do acesso e da permanência do educando em todos os níveis dqualidade do ensino, valorização dos pro ssionais da educação e democratização da gestão.

    Nesse sentido, o Projeto Político-Pedagógico da Rede se fundamentou naa rmação da escola como espaço privilegiado para o desenvolvimento integral pleno do educando, em suas diferentes dimensões: sociais, culturais, cognitivasafetivo-emocionais, físicas, éticas e estéticas. Baseava a educação como formaç

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    humana, na qual o educador exerce o papel de mediador da aprendizagem e dodesenvolvimento do educando, e a re exão sobre a prática se torna elementocentral. A formação passa a ser concebida como condição para a efetivaçãodas diretrizes, alicerçada num processo sistemático e contínuo de re exão dos

    educadores, devendo possibilitar o desenvolvimento pro ssional e a melhoria daqualidade de sua ação.

    É orientada por essa perspectiva que a formação como processo permanentedeve ter um horizonte, um sentido histórico, coletivo e, fundamentalmente, umaintenção de transformar as práticas educativas. Além desses, outros elementos sãoseus pilares, entre os quais: a relação da formação com os processos organizativose políticos da escola, a construção coletiva do conhecimento e o caráter integraldo próprio conhecimento e da prática educativa.

    O paradigma da Formação Permanente é o princípio freireano doinacabamento do ser humano e da necessidade de consciência desseinacabamento.Nas palavras do próprio PAULO FREIRE (1996, p. 58), é

    (...) na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda aeducaçãocomo processo permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis namedida em que se reconheceram inacabados. Não foi a educação quefez mulheres e homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusãoé que gerou sua educabilidade. É também na inconclusão de que nostornamos conscientes e que nos inserta nomovimento permanente de procuraque se alicerça a esperança2.

    A formação permanente, para nós, deve servir à busca histórica e ontológicado “ser mais” na vida, na educação, na escola e na sala de aula. É em oposiçãoao modelo de capacitação ou treinamento que o princípio de formação humanase estrutura. Por isso, devemos pensar sobre o que signi ca conceber a educaçãocomo processo permanente de crescimento em sua relação com um processo deensino-aprendizagem crítico e libertador.

    A formação de educadores se traduz em uma exigência social. Ela estarárelacionada com visões de mundo, experiências, percepções que tangenciam aprática dos professores na sala de aula, o que nos obriga pensá-la em relaçãoàs concepções de sociedade por ela veiculadas. Se a concepção de sociedadeno interior da escola é a de participação entre os educandos na resolução deproblemas, de indagação, de questionamento, estaremos em direção a umasociedade com sujeitos mais conscientes de sua atuação no mundo. Se o modelo2 Grifos nossos.

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    constituinte do cotidiano da gestão do sistema educacional. Dessa forma, suacapacidade de produção de qualidade será constante, permanente e capilar paratodos os segmentos envolvidos no processo educacional.

    A formação está vinculada à potencialização do processo de aprendizagem

    e desenvolvimento não só do educando, mas também do educador e de todaa equipe escolar. Nas relações que se estabelecem na escola, a formação se dáde maneira necessária, pois ela é o resultado do cultivo de hábitos, valores eatitudes sócio-historicamente construídos. Daí ser a escola o espaço de formaçãopor excelência.

    Quando falamos em formação, no entanto, estamos nos referindo ao seucaráter essencialmente crítico e re exivo constituinte do sujeito. A formaçãosempre será concebida como formação humana que, ligada ao processo educacional

    mais amplo, é uma ferramenta fortalecedora do desenvolvimento humano e doexercício da cidadania.No entanto, muitas podem ser as razões para uma formação alienada no

    interior da escola quando a intencionalidade não está claramente de nida: pelaalienação do sentido da ação (VASCONCELLOS, 2009, p. 89), pela internalizaçãode valores e comportamentos alienados, pela domesticação (FREIRE, 2005, p.71), entre outras. Tem-se aí uma concepção de formação como “automatizaçãoacrítica de comportamentos”, cujo desdobramento está ligado à manutenção dostatus quo e à impossibilidade de instauração de um processo formativo comoexercício crítico da cidadania. É em oposição a esse modelo que nosso esforço é ode desenvolver uma concepção de formação permanente como formação integraldo sujeito, que está contida no arcabouço de nossa concepção de educação comoformação humana.

    Essas considerações evidenciam a necessidade de enfatizar a constanteconstituição do humano no seu processo de desenvolvimento. A formaçãopautada no processo de constituição humana traz consigo o aspecto da interação,concebendo que é por ela que os homens se percebem e signi cam suas ações.Nessa concepção, os acontecimentos da vida são signi cados em forma deexperiência a partir de aproximações sucessivas dos homens daquilo que é fontepara suas ações, o mundo.

    O sentido para as ações ganha uma importância fundamental no processode constituição do sujeito, pois é a própria atividade humana a base das ações. Ossujeitos agem sempre movidos por um sentido, motor das formas de signi cação

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    do mundo, de modo que, sem signi cação subjetiva, as ações perdem suanalidade de formação.

    A perda da nalidade constitutiva das ações é o que abre caminho para omolde, para a domesticação e, portanto, para o condicionamento humano. Perde-

    -se a constituição do sentido, a razão mais intrínseca do ser humano de agir, poismecanizadas suas atividades, elas serão vistas como alienadas, porque al adasdo aspecto de desenvolvimento da personalidade.

    A constituição humana privilegia o que é mais fundamental no homem,o motivo para as ações. A formação, nessa perspectiva, considera a zona deinterferência pessoal, ou seja, a singularidade dos homens, com seus valorescomportamentos, representações, contradições etc. Por isso, a formação é exíveemancipatória e crítica.

    Esse caráter investigativo é o que salienta a perspectiva dialético-libertadorada formação humana (VASCONCELLOS, 2009; 2010), pois ela sempre seconcebida como produção de sentido para as ações que perpassam os valoresconstruídos historicamente pela sociedade que, quando não produz sentido, estáem condição de alienação.

    A formação humana na perspectiva da constituição do indivíduo/sujeitose dá em caráter necessariamentecoletivo e sistemático , e a educação escolardeve promover o desenvolvimento de todas as dimensões constitutivas doser humano. Não se trata do recebimento de estímulos para os quais existemas respostas pré-fabricadas às quais os educandos devem se adaptar, já que aadaptação ao mundo é condição de uma atividade acrítica.

    Falamos, pois, de formação como inserção nos valores simbólicos dacultura e, portanto, de uma inserção no mundo, que é o movimento crítico deproblematização que busca a vocação histórica e ontológica do ser mais. Não sestá visando o modelo coercitivo de desenvolvimento, no qual as ações desvianteda curva são reprimidas por uma concepção de avaliação controladora.

    Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educaa si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelomundo. Mediatizados pelos objetos cognoscíveis que, na prática‘bancária’, são possuídos pelo educador que os descreve e os depositanos educandos passivos (FREIRE, 2005, p. 79).

    A formação humana passa pelo processo de aproximações sucessivas do

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    objeto de conhecimento, em um movimento coletivo de ação e re exão contínuos.A racionalidade técnica e instrumental dá lugar à racionalidade dialética ere exiva, cuja busca constitui o processo de aproximações e não o m da açãodos homens. A concepção de avaliação que dela decorre é a diagnóstica, pois

    não visa a cortar a árvore, mas a observar quais são as melhores formas de seucrescimento, tendo em vista um ideal de fruti cação (GANDIN, 1999).

    No quadro emancipatório da avaliação, a formação abarca aquilo queé humano, ou seja, a imprevisibilidade, o medo, as esperanças, os desejos, ascontradições, de modo que a aplicação de modelos teóricos ou técnicos passanecessariamente pela subjetividade do sujeito produtor de um sentido próprioàs ações. Os modelos de pensamento e de formação são incorporados por umaespécie de franja de simbolização individual.

    Visa-se, pois, à atividade de produção de sentido que permite chegar àsações e aos resultados. Os homens são seres históricos e agem no presente a partirde um mundo construído no passado, não estático, mas fundamentalmentecrítico-dialético. As ações dos homens são processuais por excelência, pois sãoa continuação de uma história e de um devir. Nesse entendimento, a formação érevestida do caráter processual porque historicamente construída, de modo quea apropriação dos bens culturais produzidos pela humanidade nos insere entre opassado e o futuro. A formação como constituição humana é o desenvolvimentomáximo do sujeito re exivo e crítico, de todas as potencialidades que nossapersonalidade implica.

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    3. PRESSUPOSTOS E ESTRUTURA DA FORMAÇÃOPERMANENTE

    A gente não quer só comida A gente quer comida

    Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saídaPara qualquer parte.

    A política de formação permanente dos educadores concebe o educandocomo sujeito histórico e foco do processo educativo. Pautado por umaperspectiva de educação integral, a formação deve conceber o humano comoser multidimensional, em cujas atividades estão implicadas relações complexassejam afetivas, emocionais, sociais, cognitivas, entre outras.

    São seus pressupostos:• Formação como processo contínuo de desenvolvimento do ser

    humano e do coletivo, abrangendo, além dos conhecimentospróprios da escolarização, todas as dimensões humanas;

    • Formação vista como processo permanente da vida, em oposição àeducação bancária;

    • Ênfase na criação de diferentes espaços para a re exão da práticados educadores de maneira democrática, participativa e com rigorcientí co;

    • Espaços formativos como parte do desenvolvimento curricular;

    • Espaços coletivos institucionalizados, articulados e integrados;

    • Formação, sistematização, avaliação e acompanhamento pedagógicocoerente com os fundamentos do Projeto Político-Pedagógico.

    Esses pressupostos evidenciam a constatação da Secretaria de Educaçãode que a formação é um ato que tem início, mas cujo nal não se pode preverVASCONCELLOS salienta que “uma vez que não nascemos prontos e nemprogramados, a aprendizagem é uma dimensão intrínseca do ser humano, queo acompanha, como sabemos hoje, desde o útero materno até o momento de suamorte” (2009, p. 85).

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    A busca pela formação contínua também foi uma preocupação do mestrePaulo Freire quando a relacionava à vocação histórica e ontológica do ser mais.A busca do ser mais não é a busca do ser melhor, é a busca de se ressigni carcontinuamente nas aproximações sucessivas que podemos fazer dos objetos de

    conhecimento. Ser mais é a condição de vida do ser humano, é o reconhecimentode nosso inacabamento em busca de uma superação cada vez mais crítica.

    O ser mais está relacionado intrinsecamente com o saber mais. Naspalavras do próprio Paulo Freire, há um chamamento para a formação como busca contínua de crescimento:

    Agora, juntos novamente, vamos dar um passo em frente na procurade saber mais, sem esquecer nunca que é praticando que se aprende.Vamos conhecer melhor o que já sabemos e conhecer outras coisas queainda não conhecemos. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nósignoramos alguma coisa.Por isso, aprendemos sempre (FREIRE, 2003, p.55).4

    As palavras de Paulo Freire salientam que a busca do saber mais é contínuaporque é permanente e, por esse caráter, constitui-se como formação que sempreestá se ressigni cando. Além dessa dimensão do aprendizado permanente, há apreocupação com o aprendizado coletivo que, sendo necessariamente dialógico,é dialético.

    Assim, para a política pública de educação, é necessário instituir espaçosde realização da formação. Tal é a função da gestão pública na asseguração deespaços institucionalizados cujo fortalecimento é condição para a materializaçãoda própria formação como política de educação.

    Logo, a efetivação dessas condições possibilita à formação se sistematizar,no sentido de que ela também é um espaço para a avaliação das atividadesrealizadas tanto na escola como nos próprios espaços de formação. O ProjetoPolítico-Pedagógico, expresso em premissas no Quadro de Saberes Necessários(2009), nos permite pensar a dimensão da formação como um dos princípios

    do desenvolvimento humano, cuja abrangência deve atingir todos os atores doprocesso educativo: os educadores, os educandos, os gestores etc.

    Desse modo, os pressupostos relacionados se revestem de um conteúdosócio-político-pedagógico, pois estão comprometidos também com umaconcepção de sociedade, educação, ser humano, em função da qual a formaçãose realiza e toma corpo, na Rede Municipal de Educação, na forma decursos ,4 Grifos nossos.

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    eventos e formação continuada. Isso nos permite dizer que as concepções quefundamentam as ações de formação permanente não são apenas uma exigêncialegal, mas partem de um diagnóstico das necessidades de formação, seguida deformulação e implementação, cujo fortalecimento é uma das condições para um

    educação de qualidade social.Como decorrência da concepção de formação permanente desenvolvida,

    vinculada ao desenvolvimento integral do sujeito e como busca contínua davocação do ser mais, a estrutura dessa política pública se realiza de maneiraa assegurar o direcionamento político-pedagógico de nossa concepção domovimento de formação.

    A formação permanente se de ne como uma política pública que visa apotencializar o processo ensino-aprendizagem e, consequentemente, a qualidade

    social da educação, entendida como o sucesso escolar de nossos educandoscrianças, jovens e adultos. Ela está estruturada em três dimensões: cursos,formação continuada e eventos.

    • Cursos: modalidade de formação permanente que visa a desenvolveratividades temáticas, de línguas, Libras (Língua Brasileira de Sinais)e de artes, vinculadas, sobretudo, ao processo ensino-aprendizagem.As atividades temáticas se dão em diferentes áreas do conhecimento,como trânsito, saúde, educação ambiental, Pró-Letramento etc. Já

    os cursos de línguas se estruturam fundamentalmente nas línguase culturas inglesa, espanhola e italiana. Quanto às artes, tem-se ocanto, a dança, as artes plásticas, o teatro e a contação de histórias;

    • Formação continuada: modalidade de formação que visa apotencializar diretamente o fazer na sala de aula, trazendo questõesoriundas de diferentes espaços e con itos dos educadores noseu trabalho cotidiano. Ela é oferecida pelas divisões do DOEP eé organizada de acordo com o tempo de vida de cada educando(criança, jovem e adulto). Como exemplos temos a Formação deCoordenadores Pedagógicos; Encontro Integrado da EducaçãoInfantil para as escolas que atendem crianças de 0 a 3 anos; Formaçãodos Professores das Salas de Apoio Pedagógico; Formação dosEducadores da Educação Fundamental; Formação dos Educadoresda Educação de Jovens e Adultos, entre outros5;

    5 Como marco inicial da de nição da proposta de formação foram as Reuniões Pedagógicas (2001-2005).

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    • Eventos: modalidade de formação que visa à divulgação eao aprofundamento de temas concernentes à educação efundamentalmente vinculados à exposição dos trabalhos realizadosnas escolas. Concebida também na perspectiva desemanasou

    mostras , temos como exemplos as Semanas da Consciência Negra,dos Povos Indígenas, da Pátria; Mostra Municipal da Educação(Infantil, Fundamental, EJA, Inclusiva e entidades conveniadas daEducação Infantil e do MOVA); Salão do Livro, entre outros.

    As dimensões descritas abarcam as ações que materializam a políticapública de formação permanente no Município de Guarulhos. Sua forma deorganização atende ao leque de formações de maneira coerente e complementar,resguardadas as especi cidades de cada uma.

    No entanto, sua materialidade se con gurou, também, com a construçãode vários espaços físicos para a realização das formações dos segmentos públicose privados e, também, para o uso de toda a comunidade guarulhense, como oCentro Municipal de Educação Adamastor, Centro de Incentivo à Leitura Luís deCamões, Centro de Incentivo à Leitura Fernando Pessoa, Casa Brasil, Centro deEducação Uni cado Pimentas e Bibliotecas Lev Vygotski e Adamastor.

    Outra importante ação no conjunto das formações oferecidas pela

    Secretaria é o curso de Gestão Estratégica, iniciado em 2009, com a nalidadede contribuir para uma visão mais quali cada na gestão seja da escola, sejadas divisões da Secretaria de Educação. Esta ação evidencia a abrangência dapolítica de formação permanente para além dos espaços especí cos da sala deaula, incluindo, também, os aspectos relacionados à organização “estratégica”das equipes de trabalho.

    Todavia, a exigência social de formação de educadores (e de tos os sujeitosem sentido amplo) vinculada à qualidade social da educação se dá também nade nição do que se compreende como qualidade da educação, que relacionamosà participação ativa dos educandos e dos educadores no processo educativo,concebendo-a como necessariamente social, o que nos leva a falar sempre deumaqualidade social da educação pública , que possui suas especi cidades políticas,sociais e pedagógicas.

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    Grá cos das formações oferecidas em 2010 6

    Este grá co visa mostrar a quantidade de formações oferecidas somenteem 2010 e evidenciar como estão divididas de modo a atender os educadores da

    Rede Municipal de Educação. A evidência da formação continuada é um indicadoda perspectiva de educação como processo contínuo que desenvolvemos.

    TOTAL DE FORMAÇÕES, POR TIPO:

    6 Registros e informações obtidos na Seção Técnica de Cursos do Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas da Secretaria Municipalde Educação, em agosto de 2010.

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    Formações oferecidas pela Secretaria de Educação

    Este grá co visa mostrar como está organizado o oferecimento dasformações pelas Divisões do DOEP no ano de 2010.

    FORMAÇÕES OFERECIDAS PELO DEPARTAMENTO DE ORIENTAÇÕESEDUCACIONAIS E PEDAGÓGICAS E SUAS DIVISÕES

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    Formações oferecidas por segmento pro ssional

    Este grá co visa mostrar quais são os segmentos atendidos pela formaçãoentre os pro ssionais da escola em 2010.

    FORMAÇÕES OFERECIDAS POR SEGMENTO

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    4. PUBLICAÇÕES DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃOSOBRE FORMAÇÃO

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Caderno de orientações pedagógicase administrativas. 2010.Material elaborado para orientação de gestores e secretários das escolas comEJA, contendo a legislação de 2001 a 2009, concepções da Educação de Jovense Adultos, procedimentos administrativos e organização de prontuários doseducandos, Gestão Dinâmica de Administração Escolar - GDAE e dúvidasfrequentes. A elaboração do Caderno surgiu da necessidade de responder aosquestionamentos legais e administrativos das escolas e também para uniformizaros procedimentos nas secretarias das próprias escolas.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Proposta Curricular: Quadro deSaberes Necessários. Guarulhos-SP, 2009.

    Mais importante referencial da Rede Municipal de Educação, o Quadro deSaberes Necessários (QSN) é um documento que de ne os saberes fundamentaispara a formação de um educando crítico e consciente de seu papel no exercícioda cidadania. Foi construído a várias mãos, pela própria Rede, e, por isso, tem emseu conjunto a identi cação de cada sujeito que dele participou.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. NÚCLEO EJA. GRUPO DECONSTRUÇÃO CURRICULAR. Alfabetização e Letramento na Educação de Jovens e Adultos: subsídios para a prática educativa. Nov. 2009.Material publicado na Revista Eletrônica de Educação, v. 3, n. 2 nov. 2009. Relatosde Experiência. ISSN 1982-7199. Programa de Pós-Graduação em Educação daUFSCAR, disponível em h p://www.reveduc.ufscar.br e Portal PLURIDOC.www.pluridoc.com/2008.O artigo traz o resultado das discussões realizadas nas formações ocorridasno 2º semestre de 2008 sobre alfabetização e letramento. A escolha do tema foifeita pelos educadores que pesquisaram e re etiram em quatro encontros asconcepções tangenciadas a partir de diferentes autores e práticas em sala de aula.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Planejamento escolar 2009. Fev. 2009.

    A publicação traz orientações às escolas municipais sobre o planejamento anual,tão importante quanto necessário para o desenvolvimento do processo ensino-

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    aprendizagem. O texto re ete sobre a necessidade do planejamento, o sentido deplanejar, o caráter coletivo da atividade docente e ressalta, por m, a (re)elaboraçãdo Quadro de Saberes por cada escola, que, em novembro, fruto de sistematizaçãocoletiva, se tornaria nosso mais importante documento referencial

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Revista EJA-Guarulhos. 2008.

    A revista é composta de depoimentos construídos a partir de uma entrevista feitacom um educando da EJA e uma educadora do MOVA, além de histórias deeducandos que relatam suas experiências e vivências em conversas informaisrealizadas no decorrer do ano de 2008. São apresentadas também informaçõesobre a Educação de Jovens e Adultos em nossa cidade.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. CARDOSO, Lindabel D; LIMEneide M. Moreira de; ANTUNES, Mitsuko A. M; MOMMA, Adriana M; BRYAMilton A. P. Artes e línguas na escola pública: uma possibilidade em movimento.São Paulo: Alínea, 2008.

    O livro apresenta o conjunto das concepções de arte como currículo da gestãode 2001 a 2008, com relatos de coordenadores de áreas, como assessorescoordenadores de programas etc. Além disso, mostra dados quantitativos deeducandos e educadores atendidos pela política de formação permanente no

    campo das artes, bem como seus depoimentos.SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Orientações para publicação deConcluintes do Ciclo III (EJA). 2004 e 2007.Material produzido para orientar gestores e secretários quanto aosrequisitos para conclusão e certi cação do Ensino Fundamental(Gestão Dinâmica de Administração Escolar – GDAE).SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Formação de educadores: ReuniõesPedagógicas de 2002 a 2005 (revista). Abr. 2007.

    Sistematização do trabalho coletivo de educadores, agentes de desenvolvimentoinfantil - ADIs, gestores, pro ssionais dos núcleos (divisões da Secretaride Educação), assessores e consultores do Departamento de OrientaçõesEducacionais e Pedagógicas, com a nalidade de aprimoramento das açõesrealizadas nas escolas, e com objetivo primordial de oferecer condições para promoção da aprendizagem e do desenvolvimento integral do educando.

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    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Movimento de formação permanentedos educadores da Rede municipal de Educação. Mar. 2007.

    A publicação apresenta a constituição da Formação Integrada na Rede e buscaaprimorar as condições de diálogo com todos os educadores e o contato comas diversas práticas pedagógicas. Com estrutura descentralizada, a FormaçãoIntegrada tinha como princípios a atuação a partir das escolas organizadas emdez regiões e da possibilidade de participação de todos os educadores da RedeRegular.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Subsídio: uma idéia para o dirigentemunicipal de educação. Nov. 2007 (Gruhbas editorial).

    A publicação visa estimular re exões entre todos os atores acerca do Projeto Político-

    Pedagógico da cidade de Guarulhos. No processo de criação e fortalecimento,o Projeto Político-Pedagógico é apresentado nas suas diretrizes fundamentaise como elas nortearam a expansão da rede física na cidade de Guarulhos. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Sistematização: IV mostra quem éEJA que apareça! 2005.

    O material apresenta a sistematização da mostra de trabalhos dos educandos deEJA em Guarulhos, realizada em setembro de 2005. A sistematização visa, comoprocesso e instrumento, ao registro, à re exão, à teorização e à consolidação do

    Projeto Político-Pedagógico na EJA.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Fazendo cada vez mais pela educação. Revista Guarulhos. Maio. 2005.

    O material apresenta os projetos e os programas desenvolvidos pela SecretariaMunicipal de Educação, bem como as ações que concretizaram as diretrizes dagestão 2001-2004, tais como: criação e ampliação de vagas, implementação damerenda escolar, transporte gratuito, uniforme e materiais escolares, criação de

    Centros de Educação, concretização do Plano de Carreira do magistério, entreoutras.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. GRUPO DE CONSTRUÇÃOCURRICULAR.Cadernos EJA. 2004.

    O material é divido em dois cadernos: Caderno do Educador e Caderno do

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    Educando. O primeiro tem por objetivo subsidiar a reorientação curricular doPrograma de Educação de Jovens e Adultos; e o segundo pode ser utilizado nãosó pelos educandos, mas também por educadores e formadores nas diferenteso cinas e atividades de sala de aula.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Música nas escolas municipais deGuarulhos. Set. 2003.O material traz um resumo da implantação do Projeto Música nas Escolas pelaformação dos educadores da Rede, que recebiam aulas de Canto Coral, Violinoe Alfabetização Musical e a formação de grupos como o EDUCANÇÃO, BandEJA e Camerata de Cordas.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Alimentação escolar: da merenda

    escolar à arte de se alimentar. Ago. 2003.O objetivo da publicação é apresentar as ações do Departamento de AlimentaçãoEscolar, simultaneamente com os demais departamentos, visando à melhoria dascondições de aprendizagem de nossos educandos. Apresenta, ainda, a alimentaçãocomo parte integrante da vida escolar e as formações pelas quais as cozinheiraspassaram para melhorar o entendimento do signi cado da alimentação na escola

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Espaços e diálogos: na construçãode nossa escola. Eixo III – Nossa escola. Acompanhamento integrado do trabalhpedagógico das escolas municipais. Maio. 2003A publicação expõe a proposta de acompanhamento periódico às escolas da Red(Acompanhamento Integrado), que tinha como objetivo fortalecer a aproximaçãcom as diversas instâncias da Secretaria Municipal de Educação, tendo como focas práticas pedagógicas e a realidade vivenciada pelos diferentes sujeitos.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Espaços e diálogos: na construçãode nossa escola. Eixo I – Trajetória, Identidade e Formação – Sistematização. Ou2002.A publicação ressalta a importância da sistematização do movimento de formaçãorealizado na Rede Municipal de Educação de Guarulhos, a partir dos registrosdas formações realizadas pelos pro ssionais envolvidos, trazendo as concepçõesa avaliação e os desa os para a continuidade dos trabalhos, visto que a formaçãoé uma condição para o desenvolvimento pleno do Projeto Político-Pedagógico dRede.

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    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Programa educriança. Set. 2002.

    A publicação apresenta o Programa Educriança, seus objetivos, a situação dainfância na cidade de Guarulhos, desenvolvimento do programa, critérios paraa participação, as etapas de implantação, metas e os impactos relacionados àsfamílias atendidas.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Memórias da primeira semana deeducação. Ago. 2002.

    A publicação traz o registro da Primeira Semana de Educação de Guarulhos pormeio de imagens e relatos. Procura ainda contextualizar e expressar os objetivosda semana dentro do movimento de formação dos educadores e da consolidaçãoda proposta do Projeto Político-Pedagógico da Rede.

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO.Espaços e diálogos: na construçãode nossa escola. Eixo I – Trajetória, Identidade e Formação. Jun. 2002.

    A publicação apresenta as diretrizes que permeiam e orientam os trabalhos daRede Municipal de Educação de Guarulhos - Gestão 2001 a 2004: democratizaçãodo acesso e permanência em todos os níveis de ensino; qualidade do ensino;valorização dos pro ssionais da educação e democratização da gestão. Traztambém a organização e as atividades do Departamento de Normas Técnicas e

    Orientações Educacionais e dos Núcleos.

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    5. FORMAÇÃO: OS INDICADORES DE QUALIDADESOCIAL

    A gente não querSó dinheiro

    A gente quer dinheiroE felicidade A gente não querSó dinheiro A gente quer inteiroE não pela metade.

    A apresentação dos indicadores de qualidade objetiva evidenciar a

    formação dos pro ssionais, para que possamos analisar quais são os desa os quainda temos pela frente, ou seja, as ações futuras de nossa política pública. Visase, em suma, expor dados quantitativos com a nalidade de análise das ações deformação permanente.

    Indicadores de qualidade são fundamentais como sinalizadores dacompreensão objetiva de qualidade na educação. Nesse sentido, quando falamosde uma Educação com qualidade social estamos nos referindo àquela que seconstitui no conjunto de práticas e saberes vinculados à conscientização e mud

    sociais que vislumbram o ideal de emancipação e participação social e política.A escola de qualidade social que queremos é aquela que permite aos

    educandos o desenvolvimento de todas as potencialidades de suas dimensõesconstitutivas: afetividade, cognição, sociabilidade etc., e que concebe a educaçãcomo direito social e instrumento de democracia. Nesse quadro, o papel daformação é o de contribuir com essa qualidade, ou seja, para que todos oseducandos, indistintamente de quem são, suas origens ou classe social, aprendamTais são o intento e o esforço da Secretaria Municipal de Educação de Guarulho

    na política pública de formação permanente.

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    Formação dos pro ssionais da rede municipal 7

    PROFISSIONAIS DA REDE

    7 Dados e grá cos elaborados pelo Departamento de Planejamento de Informática na Educação da Secretaria Municipal de Educação, em outubro2010.

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    TITULAÇÃO DOS PROFISSIONAIS POR SEGMENTOAGENTE DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL

    PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

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    PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA

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    PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

    PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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    PROFESSOR DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

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    COORDENADOR PEDAGÓGICO

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    6. O QUADRO DE SABERES NECESSÁRIOS COMONORTEADOR DO FAZER PEDAGÓGICO

    Diversão e artePara qualquer parte

    Diversão, baléComo a vida querDesejo, necessidade,vontadeNecessidade, desejo!Necessidade, vontade!Necessidade.

    Na construção de nosso Projeto Político-Pedagógico, uma das principaisconquistas foi a sistematização do Quadro de Saberes Necessários em novembrode 2009. Fruto de um intenso movimento de discussão entre os diversos atores doprocesso educativo, sua elaboração se pautou por uma metodologia dialética, deida e vinda, na qual todos os segmentos representados tiveram sua contribuição,constituindo efetivamente a construção democrática de um referencial norteadordas ações pedagógicas da Rede.

    Como marco histórico, a sistematização do QSN representou o atendimentode uma necessidade histórica da educação na cidade de Guarulhos, fundamentadaem uma diretriz de nida nos saberes descritos nos eixos do próprio documento.O QSN é um marco porque delineia novas perspectivas, novas possibilidades deação, novas formas de pensar o fazer pedagógico , mas que, antes de serem novas,indicam a continuidade efetiva de uma política pública comprometida com oser humano, com sua formação e com a criação e recriação do conhecimento naescola. Nas escritas do próprio QSN

    “Realmente, o processo de construção coletiva do Quadro de SaberesNecessários foi um passo ousado e feito conscientemente, porentendermos que não adianta ter um documento ‘bonito’ se não seefetivar no cotidiano das salas de aula ou dos espaços de formação daescola. E, para isto, a participação na elaboração não é um detalhe, masuma exigência político-pedagógica” (SMEG, 2009, p. 5).

    Essas palavras salientam a dimensão da construção coletiva do documentoe de sua exigência político-pedagógica, que também é histórica. O texto tambémaponta claramente para a necessidade de sua concretização em todos os espaços

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    de formação da escola, constituídos também como espaços de convivênciacrescimento e busca coletiva das melhores formas de condução do processoeducativo rumo à humanização.

    Para a rmar ainda a importância do Quadro de Saberes como norteador

    e marco histórico na Rede Municipal de Educação, vemos no mesmo texto deapresentação a seguinte “esperança”: “[O QSN] será um norteador das nossasações, servindo como um referencial, tanto para pensarmos numa proposta deformação permanente, como para o planejamento do dia a dia da sala de aula”(SMEG, 2009, p. 6).

    Aqui entra a dimensão da formação permanente. Se em 2009 o QSNapontava como uma de suas nalidades a orientação da proposta de formação,podemos dizer que estamos no passo de sua concretização na elaboração deste

    Documento, e isso indica que a exigência político-pedagógica se traduz nade nição de uma política pública de formação permanente. Ela é concebidacomo processo de humanização e exercício crítico e re exivo das possibilidadede efetivação de uma prática pedagógica, sempre comprometida com a mudançasocial que concretize as dimensões humanas.

    A de nição da proposta de formação permanente no município deGuarulhos, materializada nas dimensões decursos, formação continuada e eventos ,só é possível pelas re exões e acúmulos que a precedem, cujo resultado estáformulado no QSN.

    Tal formação está ligada a um ideal de transformação, que parte dainformação, de seu processamento em conhecimento, de modo a transformaras ações em experiências. Como formação que “ ca”, sua estabilidade se dem pelo menos dois sentidos: político, na medida em que se concretiza numapolítica pública sistematizada e numa relevância social reconhecida; e humanona medida em que indica o movimento de incorporação de novos conhecimentosque “permanecem” como elementos estruturantes de nossa personalidade, poisé só a partir de um ideal de formação permanente como condição de vida quepodemos tomá-la em contraposição à informação.

    Podemos falar, nesse sentido, de tessituras formativa e instrucionista.Segundo PEDRO DEMO (NETO e MACIEL, 2002), na tessitura formativa,informações recebidas se dão na apreensão que ocorre de dentro para fora, é umprocesso re exivo necessariamente, e, por consequência, ela se constitui comreconstrutiva e política. Por outro lado, na tessitura instrucionista, a apreensão

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    das informações ocorre somente e necessariamente de fora para dentro e decima para baixo, pré-formando a cabeça do educando8. Ela está inserida emum processo de imbecilização do educador e do educando, pois eles estão nacondição de objeto da história/aprendizagem etc. Nesse modelo, o educando, ou

    o educador em “formação”, escuta, anota, faz a avaliação (prova) e reproduz oque escutou, sem processo de re exão, de diálogo e de incorporação.

    Recusando categoricamente o modelo instrucionista, ligado a umaconcepção de conformação e “colocação na fôrma” etc., a perspectiva que embasanossas ações é a de formação integral do sujeito histórico, que, consciente de seuinacabamento, busca a superação e a vocação histórica e ontológica do ser mais.Como consignado no QSN, o programa de formação permanente está voltadopara concretizá-lo na sua potencialidade de documento elaborado a várias mãos

    e cuja sistematização representa a voz da própria Rede.Assim, o QSN se constitui como nosso norteador, norteador do currículo

    escolar, norteador da política de formação permanente e norteador de nossasações em uma educação que busca a humanização fundante do ser humano. Aintenção de ressaltar sua importância no direcionamento político-pedagógico denossas atividades se faz para mostrar que a de nição da política de formaçãopermanente é o resultado e a continuidade de um processo já iniciado antes, ecujo direcionamento explícito se encontra em sua sistematização em 2009.

    8 Em possível diálogo, podemos relacionar a tessitura instrucionista com o processo de impressão escolar (imprinting) descrito por Vasconcellos,2009, e já citado neste Documento.

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    7. PERSPECTIVAS FUTURAS NA CONTINUIDADECRÍTICA

    Como pudemos ver na história de formação de nossa Rede, misturadacom sua própria constituição, o caminho da de nição de uma política públicacomprometida com a qualidade do ensino não se faz sem uma trilha de avançose desa os. Inicialmente atendendo a Educação Infantil e o Ensino Supletivo, Rede possuía um caráter de formação ainda pequeno, intensi cado à medidaque a educação municipal assumia novos desa os sociais no que se refere aoatendimento escolar.

    Entre os diversos direcionamentos teórico-metodológicos da políticapública de formação, passamos por muitos aprendizados, como a adoção dediversas perspectivas de desenvolvimento humano e referenciais o ciais. Noentanto, podemos ver, na década de 1980, o que chamamos de “embrião deformação”, que cresceu, se fortaleceu e está longe de se ndar pelos frutos dadoe colhidos, pelo direcionamento cada dia mais consciente e do compromisso comque é direcionado.

    Fica evidente que estamos no caminho de uma continuidade críticada política de educação no município de Guarulhos. E por que chamamos decontinuidade crítica? Porque se trata de uma construção coletiva e participativa,vista de vários ângulos e dialógica, de modo que recusamos todo tipo de caminhode mão única, fechado às contribuições dos diferentes atores educativos.

    O que mais ca evidenciado no caminho dessa continuidade é a preocupaçãocom a formulação e o fortalecimento de uma política pública comprometida coma quali cação para além da formação inicial dos pro ssionais, ou seja, com umcaminho que procura articular as questões que os pro ssionais enfrentam nocotidiano de suas atividades a questões de ordem teórico-metodológicas, nãocomo campo maior ou menor, mas como re exão sobre a prática que permiteem última instância, uma intervenção mais efetiva nas realidades nas quais cadapro ssional está inserido.

    O caminho de continuidade, às vezes, é tortuoso e sujeito àquilo queé humano, a imprevisibilidade, mas sempre seguindo uma utopia comum:a qualidade do processo educativo, materializado no sucesso escolar doseducandos. E por que devemos continuar nesse caminho? Onde queremos chegar

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    por ele? São perguntas que já possuem ponto de chegada (não estanque) e departida delineados como perspectiva político-pedagógica: o Quadro de SaberesNecessários.

    Devemos continuar nesse caminho porque o desejo que nos move é o dafunção social da educação, de sua importância na formação de um cidadão críticoque se aproprie dos saberes fundamentais ao exercício de ação e re exão contínuas.Devemos continuar porque acreditamos na educação como humanização, comomovimento de homens e mulheres engajados na superação da desigualdade.Devemos continuar porque acreditamos em uma sociedade solidária, fraternae justa, para a qual a educação, se não muda a sociedade, constitui-se, antes,num dos elementos fundamentais para a mudança, como salienta o mestre PauloFreire.

    Pensamos que as razões para a continuidade poderiam ser multiplicadas,mas as que apresentamos são su cientes para sinalizar aonde pretendemoschegar, ou seja, qual é o horizonte de busca que nos move, nos orienta e fortalecenossa esperança...

    A Educação é um processo de formação humana. Se zermos um exame aolongo da História, veremos que suas nalidades sempre estiveram relacionadasà sociedade e à sua forti cação. A educação, por isso, nunca poderá ser concebidafora de uma visão de mundo e da história dos homens. Nas sociedades antigas

    guerreiras, como a espartana, por exemplo, a educação passava pela aquisição dosconhecimentos necessários à formação do bom guerreiro para a defesa da cidade.Na instituição da democracia em Atenas, o ideal de formação é o do cidadãopara agir na assembléia pelo discurso. Na sociedade moderna, como no projetoda ilustração9 , o ideal de formação passa a ser, dentre outros, o de emancipação (Au lärung).

    E em nosso momento, qual é o ideal de formação? O exercício da cidadania.Mas o que isso signi ca? Aonde queremos chegar em nosso tempo? Queremos

    contribuir para uma sociedade mais justa a partir da aquisição dos saberesfundamentais, que passam pelos saberes escolares-cientí cos, pelo saberesligados ao fazer , à ação, às atitudes, en m, pela formação integral do sujeito.Queremos contribuir para o fortalecimento da democracia e, por isso, queremosuma educação fundamentalmente crítica, re exiva e dialógica, que se concretizana escola como espaço de experiências subjetivas ativas e não assujeitadas.9 Mais amplamente conhecido como Iluminismo (século XVIII), momento com seu ápice na revolução francesa e que possui ressonâncias nos traba-lhos de lósofos posteriores.

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    Contribuir com essa sociedade é o que nos move. É a esperança do verboesperançar, que é ativa, engajada e busca o questionamento do fatalismo e dosvalores alienados. É a esperança que se concretiza na via coletiva da aberturade caminhos. É a esperança que não é a de somente esperar, porque senão

    estaríamos na contramão da ação humana, do movimento de inserção crítica nomundo a que chamamos conscientização. É a esperança em que pacientementeimpaciente10 buscamos chegar ao nosso ideal, com a paciência da re exão, mascom a força motriz da ação. É isso o que nos move!

    10 “na luta para mudar, não podemos ser nem só pacientes nem só impacientes, mas pacientemente impacientes. A paciência ilimitada, que jamais seinquieta, termina por imobilizar a prática transformadora. O mesmo ocorre com a impaciência voluntarista, que exige o resultado imediato da ação,enquanto ainda a planeja” (FREIRE, 2004, p. 48).

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    MORIN, E