frei francisco do monte-alverne

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  • 8/19/2019 Frei Francisco Do Monte-Alverne

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    FREI FRANCISCO DO MONTE-ALVERNE

    ESCRITOS DELE

    ESCRITOS A ELE

    CARTAS A MONTE ALVERNEhttp://textosdefilosofiabrasileira.blogspot.com.br/2012/07/cartas-monte-alverne.html

    Gonçalves de Magalhães (Visconde de Cairu) Ara!"o #or$o%Alegre

    Originalmente editadas por Roberto Lopes. !o "a#lo: $onselho %stad#al de $#lt#ra& 1'(2."ara #ma biografia de )onte *lverne& cons#ltar +on,alves de )agalh!es 1':http://.brasiliana.#sp.br/bbd/handle/1'1/011100page/7/mode/1#p 

    PRIMEIRA CARTA )e# respeit3vel "adre )estre

    "aris& 27 de abril& 142.

    e a primeira 5#e lhe escrevi n!o foi entreg#e& esta o ser3. %# a5#i vo# indonos me#s trabalhos& formando #ma biblioteca de c6pias dos melhores a#toresde todas as escolas e m#nido de alg#ma coisa mais 5#e possa aprender&pretendo o mais cedo poss8vel abra,3-lo& lan,ar-me no seio de me#s patr8ciose se acaso a ambi,!o& esse ab#tre 5#e r6i as entranhas da sociedade& n!otiver lan,ado por terra os la,os 5#e ligam o 9rasil.

    as domingas da 5#aresma tenho fre5#entado otre-;ame para o#vir apre. %# 5#iseraencostar-me ao m3rmore e perg#ntar-lhe: t# 5#e o#viste os sons de &ossue$ ese#s contempor?neos& informa-me se eles oravam assim@ * consciAncia& essamola 5#e a raB!o move& me responde# n!o.

    http://textosdefilosofiabrasileira.blogspot.com.br/2012/07/cartas-monte-alverne.htmlhttp://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/01188100#page/7/mode/1uphttp://www.brasiliana.usp.br/bbd/handle/1918/01188100#page/7/mode/1uphttp://textosdefilosofiabrasileira.blogspot.com.br/2012/07/cartas-monte-alverne.html

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    C#ando e# sa8 da8& diBia-se 5#e a Religi!o tinha ca8do e 5#e havia missa emfrancAs& etc.& etc.. *5#i os templos est!o cheios de povo da primeira e terceiraclasse& e ali se vai receber as mais doces impressDes da Religi!o >3 pelalit#rgia& >3 pelo harmonioso canto dos fie domina este povo t!o amigo do novo.

    Os poetas est!o a5#i empenhados em explorar a mina da meia-idade&fatigados com as ideias antigas& e n!o podendo 5#ase marchar na estrada deRacine e $orneille e Goltaire& eles calcam todas as leis da #nidade t!orecomendadas pelos antigos as novas trag

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    largas& mas nem por isso deixam de ter peda,os s#blimes. Os principaistr3gicos s!o ;e Laragotine& *lexandre ;#mas& Gictor #go. %sses poetaschamam-se rom?nticos e# tenho visto representar as principais dessas pe,as.o chamado Meatro JrancAs s6 se representam os cl3ssicos& Racine& $orneille&Goltaire& ;#cis e )oliNre a8 s!o apla#didos com ent#siasmo. O primeiro ator <Ligier 5#e& sem ser Malma& me tem feito tremer h3 o#tro& tambavoB < #m trov!o sonoro& e melhores s!o +eorge na trago e do

    se# disc8p#lo *lexandre 5#e >3 feB se# exame de bacharel em Letras e fico#aprovado. )ande lembran,as s#as 5#e me ser!o gratas. *de#s& at< #m dia.

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    ;o se# disc8p#lo e amigo

    'oingos os* Gonçalves de Magalhães

    ".. !o repare na letra& 5#e escrevo esta Ks 2 horas da noite& e em noite de

    inverno.

    TERCEIRA CARTA 

    )e# "adre )estre.

    "aris& 2 de >aneiro de 14I.

    Joi cheio de #m vivo praBer 5#e recebi as s#as estim3veis letras e este

    praBer foi t!o m3gico por ser acompanhado pelo me# amigo ;omingos& masve>a o 5#e s!o aBares. o mesmo dia em 5#e )agalh!es chega& devia e#partir para o norte da Jran,a na inten,!o de restabelecer a minha saHde estacontrariedade devia afligir-me& e assim foi mas na viagem achei #m novoencanto 5#al o da esperan,a K propor,!o 5#e me afastava de "aris cresciamas sa#dades& e K propor,!o 5#e me aproximava& a#mentava o praBer de ver #m amigo 5#e tanto estimo e de 5#em conhe,o o cora,!o nobre e ardente.

     * s#a cartinha foi saboreada nas margens do )e#se& ali com a sa#dade no

    peito e a imagina,!o na p3tria& parece#-me o#vi-lo em . Jrancisco de "a#la a5#ebrar a moeda de oiro& e o sang#e a correr em flocos& ali& enfim& t#do vi& t#dochorei& e t#do saboreei e# s6 vivo da reminiscAncia& e se essa fac#ldadefaltasse& era o ente mais desgra,ado da terra.

    Rogo-lhe de me recomendar ao nosso estim3vel Reitor& ao "adre )estreJrei enri5#e e aceite o cora,!o de #m artista 5#e se confessa ser 

    de Gossa $aridade

    disc8p#lo respeitoso e grato amigo

    Ara!"o #or$o%Alegre

    ".. O se# retrato sai na grande obra de )r. ;ebret >#nto com as maisnotabilidades da p3tria& e# creio 5#e adicionado a #m mon#mento estar3 maispr6ximo ao l#gar distinto 5#e lhe compete.

    QUARTA CARTA 

    Elmo. e Revmo. r. "adre )estre )onte *lverne."aris& de mar,o de 14I.

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    !o h3 m#ito 5#e lhe escrevi& e de novo o fa,o para ver se deste modoposso ao menos desparecer minhas sa#dades& >3 5#e dessa terra 5#erida #ms6 amigo n!o se lembra de me enviar alg#ns regoBi>os n#ma folha de papel. *gora 5#e tra,o estas linhas& acho-me em companhia do nosso amigo *raH>o eacabamos de falar a respeito de G. Revma. % devo participar-lhe: )r. ;ebretest3 p#blicando #ma obra sobre o 9rasil na 5#al se dar3 conta de todas ascoisas not3veis& n!o s6 dos estabelecimentos& ciAncias e artes& como tamb

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    QUINTA CARTA 

    )e# caro )estre e *migo.

    "aris& 22 de >#lho de 14I.

    3 m#ito 5#e me 5#eixo de n!o ter recebido #ma s6 carta de G. Revma. n!osei por 5#e fatalidade& n!o posso crer 5#e o "adre )estre se tenha assimes5#ecido da5#ele 5#e tanto o estima e 5#e proc#ra por todos os meios faBer-se credor de s#a lembran,a& mas agora me lembro 5#e assaB tem 5#e c#idar do ensino da mocidade e 5#e o tempo lhe falta mas lembre-se tamb

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    5#e no transporte de s#blime ent#siasmo escapam para isso o "adre )estrepode ver o gloss3rio das palavras port#g#esas 5#e vem nas mem6rias da *cademia de Lisboa o nosso amigo cnego Qan#3rio tem essa obra& a8 o"adre )estre achar3 t#do o 5#e necess3rio para poder corrigir alg#mgalicismo. im& fa,a isto& e depois mande se# nome K posteridade na frente de#m livro. %# dese>ava poss#ir n!o m#itos& mas #m s6 conto de ro v!o eesto em propagar o se# nome e a s#a gl6ria. *de#s& me# caro amigoT *de#s& me# caro mestreT *de#s& at< #m dia e praBaao c

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    %# n!o encaro as artes como deleite& mas sim como coisa necess3ria. * arte< o ideal& o ideal < o s#blime do pensamento e este n!o pode representar sen!o a imagem da ideia predominante& o# lado para onde pende a filosofia. *sprod#,Des de arte 5#e tiveram grande voga em se# tempo s!o asrepresentantes da ideia do tempo& ideia 5#e con5#isto# o imp

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    ;e G. Revma.

     *migo

    Ara!"o #or$o%Alegre

    ".. Recomenda-me ao nosso Reitor e ao nosso "rovincial Jrei enri5#e.

    SÉTIMA CARTA 

    )e# "adre )estre.

    "aris& 20 de setembro& 14I.

     *ntes de deixar "aris n!o 5#ero faltar com o me# dever& participando-lhe5#e no dia I de o#t#bro partirei para Roma e creio 5#e em companhia do me#

    amigo )agalh!es& o 5#al separo#-se do pe5#eno "inheiro por estar cansadode ins#ltos 5#otidianos: se a nat#reBa nos d3 r#ins disposi,Des e a ela seadicionam circ#nst?ncias& e o fr#to de #ma m3 ed#ca,!o& o homem sedesenvolve na carreira do mal com passos de gigante assim este pe5#eno sedesenvolve.

    )e# "adre )estre& s6 a pr#dAncia do ;omingos era capaB de resistir Ksinf?mias de semelhante menino 5#e& n!o por ignor?ncia& mas de acinte aspraticava se isto tivesse sido comigo& e# tinha lhe 5#ebrado a cabe,a com #m

    pa#& por5#e n!o sofro 5#e se me ins#lte por diante e por tr3s sem o#tra raB!omais do 5#e dar bons conselhos e 5#erer de alg#ma maneira& delicadamente&obrigar 5#e se est#de& 5#ando se vem para isso.

    %# a#g#ro mal do menino& por5#e ele tem tomado m3s amiBades e essas otAm sed#Bido a praticar coisas 5#e se afastam do bom senso de s#a idade. G.Revma. conhece 5#e a a,!o praticada pelo >ovem na escala de s#a vida <olhada em rela,!o ao se# po#co >#8Bo e experiAncia& en5#anto 5#e a mesmacoisa& feita por #m ad#lto& se torna mais grave todas as idades tAm se#sperdDes& mas neste menino n!o tem& por5#e com deBoito anos sabe-se 5#e&levar lan,ar@ em rosto os benef8cios e denegrir #ma rep#ta,!o intacta& <criminoso.

    O ;omingos cons#lto# m#ita gente antes de dar #m passo& e todosaprovaram se# procedimento e esto# certo 5#e o pai do menino& 5#e me disseser #m homem de siso& h3 de aprovar& pois 5#e ele n!o dese>ar3 5#e s#adelicadeBa sofra& pois 5#e o menino at< declaro# 5#e ele n!o era se# pai& massim padrasto& e 5#e este dinheiro era da s#a leg8tima& e 5#e era #ma asneiragrande 5#e ele faBia& 5#e se# padrasto n!o podia gastar o 5#e era se# e

    enfim& me# "adre )estre& atiro# com #m po#co de dinheiro na cara do;omingosTTT % este fico# im6vel.

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    ;esde esse dia #ma prof#nda melancolia se tem apoderado do )agalh!es&e e# para evitar #ma morte de amigo& 5#e adoro& 5#ero 5#e ele v3 comigo& elepode faBer essa viagem& n!o lhe < penoso& e no entanto& acompanhado deamiBade poder3 apagar de dia em dia tanta m3goa& pois e# o ve>o n#m estadomiser3vel de magreBa e debilidade.

    "ara lhe diBer o estado do pe5#eno < 5#e& depois desta a,!o& #m s6brasileiro capaB n!o o vA& >3 antes disso todos antipatiBavam com ele por se#modo soberbo& e es5#isito& s6 gostando de berlindas& e fig#ras& ora isto emrapaBes n!o vai bem& etc.& etc.

    ;e Roma lhe escreveremos e lhe pe,o de me recomendar ao nosso Revmo.

    r. Reitor e vice-Reitor& ao Revmo. r. Jrei Yeferino e mais amigos.

     *ceite o cora,!o de #m artista 5#e o respeita e estima.

    o# de G. Revma.

    amigo sincero

    Ara!"o #or$o%Alegre

    ".. "ode-nos escrever pela Lega,!o de "aris& 5#e em oito dias as cartasv!o a Roma. %fetivamente& partimos no dia 40 deste mAs& Ks 7 horas da

    manh! veremos a #8,a& o reino lombardo& veneBiano& os %stados sardos& eficaremos em Jloren,a& p3tria de )ig#el Zngelo e Ginci.

     *de#s& me# 5#erido "adre )estre.

    OITAVA CARTA 

    )e# *migo e me# )estre.

    Roma& 1 de >aneiro& 14.

    $omo G. Revma. poss#i #m cora,!o capaB de todo o ent#siasmo& capaB domais s#bido sentimento& a ele me diri>o para >#lgar do praBer 5#e me ca#saria oentrar na antiga capital do m#ndo& na terra cl3ssica do cristianismo& na terraa5#ecida com o bafo da "rovidAncia& e assinalada por tantos prod8gios. e#cora,!o s6 poderia revelar o transporte do me# contentamento ao receber nesse mesmo dia& >3 para mim de >Hbilo& a preciosa carta& 5#e me veio an#nciar #ma amiBade& 5#e sobremaneira exalta a minha sensibilidade& e me# org#lho&e me faria crer 5#e e# poss#o #m grande m

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    O "adre )estre me aconselha 5#e e# tome a5#i #m t8t#lo acadAmico& e diB5#e para o m#ndo isto < necess3rio& se>a f3cil me seria obedecer-lhe nesseponto se me n!o faltasse dinheiro at< para as primeiras necessidades da vida&5#e moro& e como em casa& do nosso )inistro& o r. Rocha& o mais o me# caroamigo *raH>o me fornece& pois 5#e e# deixei a pens!o do r. "inheiro& por motivos de honra& 5#e preBo mais 5#e t#do& e nem podia obrar do#tro >eito. =mt8t#lo nenh#ma considera,!o d3 a 5#em n!o sabe& nem a#menta o m

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    O nosso amigo *raH>o se recomenda a G. Revma. e lhe escrever3 pelocorreio seg#inte para ter sempre not8cias nossas. !o lhe do# not8cias do *lexandre por5#e dele nada 5#ero saber assaB o sofri #m ano em aten,!o ase# pai se# car3ter fica acima de toda pint#ra. %# s6 espero cartas de me# paipara saber se ficarei a5#i mais alg#m tempo& o# se voltarei se o n!o fiB logo5#e em "aris me separei do *lexandre& foi por me achar t!o molestado moral efisicamente 5#e o *raH>o& receando 5#e e# morresse no mar& me impedi# aviagem e tro#xe-me para a Et3lia.

    "adre )estre me far3 o favor de mandar entregar esta cartinha a me# "ai ao#tra 5#e < para o r. "inheiro& o# a mande entregar por pessoa seg#ra a se#irm!o& Uo#V a por3 no correio& riscando a linha& 5#e diB [ \ mercA do r. Q. *."inheiro. Lembran,as ao r. Reitor.

    e# disc8p#lo e amigo

    'oingos os* Gonçalves de Magalhães

    NONA CARTA 

    )e# caro "adre )estre.

    Roma& de fevereiro& 14.

    Logo 5#e cheg#ei a Roma o ;omingos me entrego# d#as cartas s#as 5#em#ito me encheram de praBer e o "adre )estre diB 5#e sente a vida declinar ee#& sinto as for,as d#plicarem-se-lhe tanta energia& tanta er#di,!o em #macarta mostram o dedo de gigante.

    "adre )estre& 5#ando se apresentar +irodet e *lverne& ent!o se poder3diBer 5#e o orador vale o pintor o# este a5#ele mas e# ... t#ra ignoram& 5#eapenas principio a estender #m bra,o para apalpar& e medir o terreno por ondeme estenderei& e poderia e5#iparar-me a #m frondoso co5#eiro& ab#ndante defr#tos gigantescos e belos de forma& n#trido do mais belo s#co da nat#reBa ecompacto com a for,a dos anos@

    "adre )estre& h3 em mim #ma escala 5#e me obriga a medir os elogios 5#ese me faBem& e ve>a se eles ab#ndam em 5#antidade& pora.

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    O cora,!o ... falo mas assim 5#ando se olha para #m povo& 5#e devia ser feliB e n!o o #m *#reliano alegar com >#sti,a na$?mara dos enadores& 5#e a na,!o n!o podia dar-me #ma pens!o e ve>oeste mesmo homem faBer o#tras a est#dantes de !o "a#lo e mandar K c#stada caixa da Lega,!o de "aris #m menino de treBe anos e meio se 5#er ser 

     >#sto se>a& mas n!o sovina& os cofres da na,!o eram sagrados& mas e# n!o merecordava 5#e #m baixo& o tal& sevandi>a de ;. "edro& diria 5#e as artes eciAncias n!o precisam desta anima,!o por5#e a5#eles 5#e a elas se d!o combom comportamento sempre acham meios de s#bir& temia& ent!o& osest#dantes de !o "a#lo e o menino de "aris s!o homens desmoraliBados aprimeira parte da nota < do oficial maior da ecretaria e esta seg#nda < do *#reliano& o 5#e lan,a p6s nos olhos dos carneiros 5#e os vA tos5#iando& oraisto& 5#e inda no 9rasil h3 5#em creia em borboletas 5#e tomam a cor daplanta em 5#e se n#trem. "aciAncia& a mediocridade impera& a mediocridadegoverna& a ignor?ncia a seg#e& e o gAnio morre somos filhos dos port#g#eses&

    e em alg#ma coisa nos parecemos com nossos paisT

     *de#s& me# "adre )estre& at< cedo& 5#e l3 o abra,aremos e formaremos#ma fam8lia forte& #m m#ndo de artistas para preservar o c#telo da ignor?ncia eda intriga mane>ado pela inve>a em atacadas formas& e# sairei a campo com ome# l3pis faBendo caricat#ras a dois vint

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     * s#a carta Hltima me servi# de itiner3rio na via ]pia e lhe assevero 5#e ass#as tradi,Des coincidem com o l#gar& m#itos por a5#i olham& e n!o veem delonge como o "adre )estre.

    O r. Q#vAncio lhe entregar3 esta rel85#ia de !o Jrancisco& recebida por mim no mosteiro de *ssis& e lhe assevero 5#e fiB esta peregrina,!o com a ideiaem Gossa $aridade e minha m!e& 5#e ambos s!o Jranciscos& nome tamb

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    sempre me proc#ra honrar& e#& n!o podendo pagar-lhe esta d8vida com moedade ig#al 5#ilate& contento-me de ser vencido com a generosidade do )estre& eassim devia ser para 5#e em t#do o )estre exceda ao disc8p#lo. O 5#e sinto <n!o achar-me agora em "aris para o#vir a leit#ra da s#a resposta ao Enstit#tocertamente e# n!o perderia este belo mon#mento& por ser #m dos membrosass8d#os. $omo& por

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    ".. O portador < o r. Rocha& filho do nosso )inistro nesta corte. e comele falar& lhe dar3 longas not8cias sobre isto. %screvendo ao ales para "aris&mandei-lhe lembran,as s#as ao *lexandre& poro vA-lonem dele receber not8cias para me n!o lembrar dos ins#ltos passados& n!o lhemandei& e pe,o 5#e me desc#lpe. ;ir-lhe-ei mais 5#e o *raH>o est3 faBendo #mgrande 5#adro para levar para essa corte& espero 5#e se>a #ma obra-prima&atento ao se# prodigioso talento oxal3 o saibam aproveitar& o# ao menosanimar& mas desgra,adamente essa gente a respeito de artes est3 m#itob3rbara. Memos sido apresentados a 5#ase todos os "r8ncipes& ;#5#es deRoma& e aos embaixadores das $ortes estrangeiras& e por conseg#inte temosassistido aos bailes destes senhores em Jloren,a& a co& e desgra,adamente se acha bem doentede #ma inflama,!o na garganta com alg#mas feridinhas& e febre e por estara,!o talveB deixe de falar no $ongresso %#rope# convocado em "aris nestemAs pelo Enstit#to ist6rico& onde ele se deveria achar para tratar da *r5#itet#ra crist!& principalmente no 9rasil. %# tamb

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    tanto se exceder alg#ma coisa e# lhe farei saber. "ode contar 00 francospara cada vol#me de 40 p3ginas a I00& em oitavo& como o $o#sin& tirando-se00 exemplares. "erdoe-me o e# n!o poder ser mais extenso desta veB. *pressa n!o me d3 l#gar para mais. *ceite o cora,!o do

     *migo e disc8p#lo

    '+ + G+ de Magalhães

    ".. O Morres e o *raH>o se recomendam a G. Revma. %ncarecidamente lhepe,o& e espero receber o favor com a maior brevidade& de enviar-me a biografiado !o $arlos& e a s#a pode enviar-me a primeira pelo primeiro pa5#ete& n!o <necess3rio 5#e se>a m#ito longa. !o se es5#e,a& n!o se es5#e,a& < o maior favor 5#e me pode por ora faBer. O#tra de ampaio& o#tra do Rodovalho&destes dois Hltimos pode faBer #ma biografia cr8tica sobre s#as obras.

    DUODÉCIMA CARTA 

    )e# )estre e *migo.

    "aris& 2' de >aneiro de 14(.

    3 bom tempo 5#e sofro a priva,!o de not8cias de G. Revma.& n!o cessandoe# de escrever-lhe pora-se a me# pai& e entre os livros 5#e no ano passado

    para l3 enviei& o achar3 < #m s6 vol#me encadernado& tendo o dorso demarro5#im preto com estes sinais o achar3 mais facilmente.

    ;epois de #m certo tempo < a minha UvidaV assaB laboriosa contin#amenteescrevo& >3 na Lega,!o& >3 no me# gabinete. * ist6ria da Literat#ra no 9rasilseriamente me oc#pa& desespero com a falta de doc#mentos. $omobrevemente espero 5#e saia o primeiro nHmero da Revista 9rasileira U Ni$er,i&Revista 9rasiliense ^ $iAncias& Letras& e *rtesV& de 5#e e#& o Morres& e o *raH>osomos os a#tores& l3 ver3 G. Revma. #m ensaio. Lancei-me inteiramente na

    poesia religiosa. %spero tamb

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    ;e novo lhe pe,o 5#e n!o se es5#e,a de enviar os se#s sermDes para a5#ise imprimirem. C#atro mil francos apenas bastam para dois belos vol#mesimpressos em l#xo. %# insisto sobre isso por5#e n!o 5#ero 5#e se perca estemon#mento de gl6ria de nossa p3tria 5#ando t!o po#cos escrevem& fora triste5#e a5#eles 5#e o faBem& n!o deixem sinais de si.

    e p#der enviar-me as biografias de !o $arlos& do ampaio& e alg#masnot8cias sobre Jrei anta Rita ;#r!o& a#tor do $aram#r#& grande servi,o far3 ase# amigo. e 5#iser escrever #m artigo sobre a filosofia& poder3 enviar-nos&5#e n6s o imprimiremos na revista. % se me < dado indicar-lhe #ma ideia& foraHtil #m artigo no 5#al se mostrasse a necessidade de reforma do ensino dafilosofia no 9rasil& tendo esta feito imensos progressos depois de LocPe& e n!oestando em dia a 5#e a8 se ensina& com a l#B espalhada por Sant e pela

    escola.

    )r. $o#sin acaba de p#blicar o se# c#rso de 11& vi ho>e mesmo an#nciadopelos >ornais& e ainda n!o o li. * respeito dos c#rsos& s6 fre5#ento este ano ode %conomia "ol8tica n!o tendo temUpoV para o#tros n!o falando o do inglAs5#e me vem o mestre a casa.

    O *raH>o se recomenda a G. Revma. e o Morres o mesmo. C#eira dar lembran,as ao nosso "adre )estre Jrei enri5#e& e diga ao )artins 5#e n!otenha medo de 5#ebrar os dedos escrevendo-me& 5#e nem se5#er respondeKs minhas cartas. C#anto ao "adre )estre Qo!o oares& esse bem lhe podediBer& se por s#as cartas >#lgasse de s#a estima& terminaria convencido 5#e >3de mim se n!o lembra.

    ;e G. Revma. disc8p#lo

     *migo obrigado

    '+ + Gonçalves de Magalhães