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5a SRIE 6oANOENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAISCaderno do ProfessorVolume 1
GEOGRAFIACincias Humanas
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MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
GEOGRAFIAENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS
5a SRIE/6o ANOVOLUME 1
Nova edio
2014-2017
GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAO
So Paulo
-
Governo do Estado de So Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Af Domingos
Secretrio da Educao
Herman Voorwald
Secretrio-Adjunto
Joo Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretria de Articulao Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gesto da Educao Bsica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assuno
Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Oramento e Finanas
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE
Barjas Negri
-
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-
radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que
permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula
de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao
Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao
dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes
de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca
por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-
taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So
Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,
dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam
a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-
o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a
diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.
Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar
e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.
Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.
Bom trabalho!
Herman VoorwaldSecretrio da Educao do Estado de So Paulo
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SUMRIOOrientao sobre os contedos do volume 5
Situaes de Aprendizagem 11
Situao de Aprendizagem 1 Leitura de paisagens 11
Situao de Aprendizagem 2 Paisagem e memria 20
Situao de Aprendizagem 3 As paisagens captadas pelos satlites 24
Situao de Aprendizagem 4 As paisagens da Terra 28
Situao de Aprendizagem 5 O mundo e suas representaes 31
Situao de Aprendizagem 6 Orientao relativa: a rosa dos ventos 37
Situao de Aprendizagem 7 As coordenadas geogrficas 45
Situao de Aprendizagem 8 Os atributos dos mapas 54
Situao de Aprendizagem 9 A cartografia temtica 63
Propostas de Situaes de Recuperao 68
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso do tema 72
Consideraes finais 74
Quadro de contedos do Ensino Fundamental Anos Finais 75
Gabarito 76
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5Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Caro(a) professor(a),
A 5a srie/6o ano um momento particu-
larmente delicado na vida escolar do aluno,
pois representa o incio de um novo ciclo de
descobertas, no apenas relativas ao ambien-
te, mas, sobretudo, aos ritos de passagem da
puberdade para a adolescncia. Ns, educa-
dores, sabemos muito bem as dificuldades
psicolgicas por que passam nossos alunos
nessa nova etapa da vida escolar. Nesse mo-
mento, torna-se um desafio fazer com que a
aprendizagem, at ento focada em noes,
tome corpo para se transformar em conheci-
mentos mais abrangentes, ncora primordial
para o desenvolvimento das habilidades e
competncias fundamentais para a formao
do sujeito cidado.
No caso da Geografia, ainda que alguns
dos conceitos j tenham sido abordados nas
sries/anos iniciais do Ensino Fundamental,
espera-se que o processo de alfabetizao
espacial avance para um novo patamar,
focando-se mais especificamente nas com-
petncias e habilidades necessrias ao en-
tendimento da manifestao espacial dos
fenmenos naturais e sociais, em diferentes
escalas e configuraes.
Para dar incio a essa nova etapa, apresen-
tamos neste primeiro Caderno o conceito de
paisagem, por meio do qual os alunos sero
estimulados a observar a dimenso sensvel do
espao, objeto de anlise fundamental para a
aprendizagem da Geografia nessa fase do En-
sino Fundamental.
Partindo das noes bsicas de orientao
relativa, trabalhadas nas sries/anos iniciais,
trata-se agora de construir os conceitos neces-
srios compreenso das tcnicas cartogrfi-
cas e da linguagem dos mapas. A cartografia
um instrumento indispensvel ao entendimen-
to dos fenmenos espaciais, e o domnio de sua
linguagem um dos alicerces do estudo da Ge-
ografia tanto no Ensino Fundamental quanto
no Mdio. As Situaes de Aprendizagem pro-
postas neste Caderno pretendem ser um ponto
de partida para a nova etapa deste processo,
que dever prosseguir nas sries/anos seguintes.
Ao apresentarmos este material, resultado
das contnuas reflexes ocorridas a partir da
anlise de projetos desenvolvidos pela prpria
rede estadual de ensino, manifestamos o nos-
so desejo de contribuir de forma democrtica e
aberta para ampliar os olhares e os sentidos que
envolvem o processo de ensino e aprendizagem.
ORIENTAO SOBRE OS CONTEDOS DO VOLUME
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6Conhecimentos priorizados
Como sabemos, a paisagem compe-se
do conjunto de objetos naturais e sociais que
podemos abarcar com a viso; portanto,
a dimenso do espao geogrfico que pode
ser diretamente apropriada pelos sentidos.
O espao geogrfico, porm, possui outras di-
menses, pois abrange no apenas os objetos
naturais e os artefatos humanos, mas tambm
a rede de relaes criada pelo fluxo de pessoas,
mercadorias, capitais e informaes. Ele surge
da interao, mediada pelas tcnicas, entre as
sociedades humanas e a superfcie terrestre.
Por isso mesmo, o conceito de espao no
se confunde com o de paisagem. Para expli-
car essa distino, o gegrafo Milton Santos
usou a metfora de uma arma, conhecida
como bomba de nutrons, que eliminaria
toda a vida na rea afetada, preservando
os artefatos inorgnicos. A exploso dessa
bomba transformaria o espao geogrfico,
dinmico e vivo, em apenas paisagem, um
conjunto de formas e artefatos. No trecho
reproduzido a seguir, Milton Santos aborda
essa distino.
Paisagem e espao no so sinnimos. A pai-sagem o conjunto de formas que, num dado mo-mento, exprimem as heranas que representam as sucessivas relaes localizadas entre homem e na-tureza. O espao so essas formas mais a vida que as anima. A palavra paisagem frequentemente utilizada em vez da expresso configurao terri-torial. Esta o conjunto de elementos naturais e artificiais que fisicamente caracterizam uma rea. A rigor, a paisagem apenas a poro da confi-gurao territorial que possvel abarcar com a viso. Assim, quando se fala em paisagem, h, tambm, referncia configurao territorial e, em muitos idiomas, o uso das duas expresses indiferente. A paisagem se d como um conjunto
de objetos reais-concretos. Nesse sentido, a pai- sagem transtemporal, juntando objetos passados e presentes, uma construo transversal. O espao sempre um presente, uma construo horizontal, uma situao nica. Cada paisagem se caracteriza por uma dada distribuio de formas-objetos, providas de um contedo tcnico especfico. [...] Por isso, esses objetos no mudam de lugar, mas mudam de funo, isto , de significao, de valor sistmico. A paisagem , pois, um sistema material e, nessa condio, relativamente imu-tvel: o espao um sistema de valores, que se transforma permanentemente.
SANTOS, Milton. A natureza do espao. Tcnica e tempo, ra-zo e emoo. So Paulo: Edusp, 2008.
As Situaes de Aprendizagem aqui
propostas sugerem uma reflexo acerca da
diferena entre os objetos naturais, produ-
zidos por meio das dinmicas da natureza,
e os objetos sociais, resultantes do trabalho
humano. Os conceitos de tempo natural e
de tempo social sero fundamentais para
essa reflexo.
importante atentar para o fato de que
os objetos naturais resultam de diferentes
processos de longa durao, ainda que esses
processos no tenham sido estudados at en-
to. O entendimento de que montanhas, vales
fluviais, arquiplagos e florestas so objetos
naturais, ou seja, elementos da paisagem que
resultaram das foras naturais, j faz parte do
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7Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
repertrio dos estudantes. O mesmo ocorre
com a noo de objetos sociais, ou seja, ob-
jetos implantados pelas sociedades humanas,
por meio do trabalho, tais como fbricas, pr-
dios, portos e campos agrcolas.
As Situaes de Aprendizagem visam
qualificar esses processos de longa durao,
apresentando a noo de tempo profundo, ou de tempos da natureza, em contraposio de tempo social, ou de tempo da histria. Afinal, a Terra existe h pelo menos 4,6 bilhes de
anos e sua complexa teia de vida comeou h
mais de 3 bilhes de anos, com o surgimen-
to dos primeiros micro-organismos. A esp-
cie humana existe, com suas caractersticas
biolgicas atuais, h apenas cerca de 150
mil anos, e os primeiros registros da escrita
datam de aproximadamente 10 mil anos. Por
isso mesmo, a histria da humanidade tem
de ser contada em uma escala diferente da-
quela usada pela histria natural. Para os
alunos compreenderem essa diferena, pode-
mos usar metforas didticas, como aquela
que afirma que, se considerarmos a histria
da Terra como a distncia entre o nariz do rei
e a ponta de sua mo com o brao estendido,
uma lixada na unha de seu dedo mdio ani-
quilaria toda a histria humana.
Alm disso, pretende-se que os alunos es-
tabeleam outra distino essencial entre ob-
jetos sociais e objetos naturais. Os primeiros
formam sistemas, pois so produzidos para cumprir determinadas funes e para intera-
gir. Trata-se dos sistemas tcnicos, aos quais
se refere Milton Santos. A terra semeada
para a produo de alimentos, matrias-pri-
mas industriais ou at energia. Estradas, fer-
rovias e hidrovias so construdas para que
pessoas e mercadorias possam circular, e es-
to integradas a portos ou a aeroportos. Por-
tanto, sistemas tcnicos possuem finalidade e
funo intencional. No meio natural tambm
existe integrao entre os diversos elementos.
O relevo, por exemplo, interfere nos climas,
direcionando o movimento das massas de ar e
fazendo variar as temperaturas, com as altitu-
des. Por sua vez, os climas tambm modificam
o relevo. Nas regies tropicais, a maior inci-
dncia de chuvas intensifica o processo erosi-
vo e modela formas arredondadas, enquanto
nos climas ridos e semiridos predominam
as formas abruptas. A diversidade entre os
ecossistemas fortemente influenciada pelo
clima: formaes florestais submetidas a gran-
des amplitudes trmicas anuais abrigam um
nmero substancialmente menor de espcies
vegetais que aquelas situadas em latitudes
equatoriais. A transpirao das plantas, por
outro lado, um dos fatores condicionantes
do regime pluviomtrico e das temperaturas
mdias, e por isso que o desmatamento pode
causar alteraes climticas significativas.
Os filsofos da Grcia clssica, como Pla-
to e Aristteles, acreditavam que a natureza
e suas dinmicas serviriam sempre a um fim
especfico. A vontade divina havia colocado
ordem no mundo natural para que ele pudes-
se servir humanidade. Assim, por exemplo,
as chuvas existiriam para molhar as plantas,
que por sua vez seriam destinadas a alimentar
os animais, que, por fim, teriam sido criados
-
8para servir de alimento, transporte ou mesmo
companhia para os homens. A natureza te-
ria, portanto, intenes finalistas, ordenadas
de modo hierrquico. Pelo menos at o scu-
lo XVIII, o finalismo aristotlico e a busca
de suas leis orientaram grande parte do tra-
balho dos naturalistas, especialmente na In-
glaterra. A botnica e a zoologia modernas,
por exemplo, nasceram da tentativa de desco-
brir os usos para os quais vegetais e animais
estariam predestinados pelos desgnios divinos.
Com base nisso, as espcies eram organizadas
e catalogadas em virtude de suas potencialida-
des no sentido de gerar bem-estar aos homens.
Keith Thomas apresenta-nos um exemplo des-
sa concepo, reproduzido no texto a seguir.
[...] Deus criou o boi e o cavalo para labu-tar a nosso servio, disse o naturalista William Swainson; o co para demonstrar lealdade afe-tuosa e as galinhas para exibir perfeita satis-fao em um estado de parcial confinamento. O piolho era indispensvel, explicava o reveren-do William Kirby, porque fornecia poderoso incentivo aos hbitos de higiene. Os vegetais e minerais eram considerados da mesma manei-ra. Henry More pensava que seu nico propsi-to era estender a vida humana. Sem a madeira, as casas dos homens no passariam de uma espcie maior de colmeias ou ninhos, constru-da de gravetos e palha desprezveis e de imunda
argamassa; sem os metais, os homens teriam sido privados da glria e pompa da batalha, ferida com espadas, armas e trombetas; em vez disso, haveria somente os uivos e brados de homens pobres e nus espancando-se uns aos outros [...] com porretes, ou brigando tolamen-te aos murros. At mesmo as ervas daninhas e os venenos tinham seus usos essenciais, notava um herbanrio: exercitavam o engenho huma-no em elimin-lo [...]. No tivesse ele nada con-tra que lutar o lume de seu esprito estaria em parte extinto.
THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural. So Pau-lo: Companhia das Letras, 1988. p. 25.
Porm, ao contrrio do que pensavam os
filsofos clssicos, a interao entre os objetos
naturais no obedece a nenhuma ordem finalis-
ta, e a natureza no foi planejada para atender
s necessidades do homem. Um rio no existe
para levar navios e barcaas, ainda que possa
ser fundamental para o sistema de transporte. A
distino crucial entre os sistemas tcnicos so-
cialmente construdos e as dinmicas do meio
natural uma etapa importante na construo
do conceito de paisagem.
Como sabemos, a paisagem formada pela
interao de objetos naturais e objetos sociais.
Quando olhamos para o mundo, durante um
passeio ou da janela de casa ou da escola, sem-
pre nos deparamos com uma paisagem. Em
algumas, quase impossvel distinguir os ob-
jetos naturais. Isso acontece, por exemplo, nas
cidades. Para desenvolv-las ou ampli-las, as
sociedades modificam as formas do relevo, os
cursos fluviais e a cobertura vegetal. Nas cida-
des, mesmo os parques e as reas verdes so ob-
jetos produzidos pelo trabalho humano, j que
suas espcies foram selecionadas e cultivadas.
Da mesma forma, em muitas paisagens rurais
os objetos tcnicos predominam. Por exemplo, os
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9Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
campos cultivados com poucas espcies no lugar
da cobertura vegetal original, reduzindo a biodi-
versidade. H tambm sistemas de irrigao e pas-
tos artificiais que atestam a ao humana sobre o
desenvolvimento natural de plantas e animais.
Embora certas paisagens da Terra pare-
am dominadas pelos objetos naturais, como
algumas manchas de floresta equatorial e as
calotas glaciais, as marcas da ao humana es-
to presentes nelas. Nas florestas equatoriais,
mesmo o desmatamento de pequenos trechos
pode causar grandes impactos no conjunto
do domnio natural. As estaes baleeiras que
funcionaram na Antrtida at meados do s-
culo XX exterminaram grande parte das esp-
cies de baleias, tornando-as muito mais raras
nas paisagens do continente gelado. Alm
disso, nenhuma poro da superfcie da Terra
est imune aos efeitos da poluio gerada pe-
las atividades industriais e agrcolas.
Em sntese, a paisagem sempre um siste-
ma material que acumula tempos histricos.
Em cada paisagem particular essa acumulao
se apresenta de uma maneira diferente, pois
os objetos no mudam no mesmo intervalo de
tempo, com a mesma velocidade ou na mesma
direo. Assim, as formas so constantemen-
te alteradas, renovadas ou suprimidas para
dar lugar a outras, mais adequadas s novas
necessidades da estrutura social. O volume 1
ser dedicado compreenso das formas im-
pressas nas paisagens, como primeira aproxi-
mao ao conceito de espao geogrfico, que
ser abordado de forma mais aprofundada em
uma etapa posterior.
Este Caderno tambm est focado nos pro-
cedimentos necessrios ao desenvolvimento da
linguagem cartogrfica. Para tanto, prope, a
princpio, diferentes representaes da super-
fcie terrestre, destacando as caractersticas
particulares dos mapas e apresentando breve-
mente a histria da cartografia. Em seguida,
trabalha os conceitos de orientao relativa e
absoluta, tendo como base a rosa dos ventos e
o sistema de coordenadas geogrficas, ressal-
tando os atributos fundamentais dos mapas,
tais como ttulo, legenda e escala. Essa pro-
posta de trabalho tambm dever prosseguir
nos prximos volumes e nas prximas sries/
anos, dadas a importncia da cartografia na
compreenso dos fenmenos geogrficos, a
riqueza da histria da cartografia e a diversi-
dade das tcnicas cartogrficas.
Competncias e habilidades
O objetivo central deste Caderno de-
senvolver as competncias ligadas obser-
vao, leitura e interpretao das mltiplas
paisagens existentes na superfcie da Terra,
de modo a sensibilizar os alunos para o en-
tendimento das demais dimenses do espao
geogrfico. Dessa maneira, as Situaes de
Aprendizagem propostas neste volume ob-
jetivam o desenvolvimento da competncia
leitora, direcionada com base nas habilida-
des de interpretao e produo de textos
simples e na interpretao e decodificao
de imagens em diferentes manifestaes. Es-
pera-se tambm que os alunos desenvolvam
habilidades de observao e interpretao,
-
10
necessrias para o trabalho de pesquisa e de
anlise dos resultados obtidos. Esperamos,
dessa forma, contribuir para que os alunos
se tornem no apenas depositrios de infor-
maes, mas produtores de conhecimentos
significativos.
Com relao s competncias ligadas ao
domnio da linguagem cartogrfica, espera-
-se que os alunos desenvolvam habilidades
necessrias leitura e interpretao de ma-
pas. Entre elas se destacam as aplicaes de
tcnicas de orientao relativa e absoluta e
o conhecimento dos demais atributos funda-
mentais que constituem a linguagem dos ma-
pas. Pretende-se, assim, que os alunos possam
reconhecer informaes expressas em lingua-
gem cartogrfica, assim como utiliz-la para
representar dados geogrficos.
Metodologia e estratgias
As sugestes de Situaes de Aprendiza-
gem deste Caderno esto baseadas em aulas
expositivas, leituras e exerccios individuais,
alm de trabalhos e discusses em grupo vol-
tados para a apresentao dos principais ins-
trumentos da linguagem cartogrfica. Para
tanto, enfocam as especificidades dos mapas
em relao a outras formas de representao
da realidade e destacam a importncia de
cada um dos seus principais atributos, espe-
cialmente no processo de elaborao e leitura
dos produtos cartogrficos.
Avaliao
Em cada uma das Situaes de Aprendi-
zagem sero propostas diferentes estratgias
de avaliao. Os trabalhos resultantes da pr-
pria atividade, tal como relatrios de pesqui-
sa ou as snteses das observaes realizadas,
sero analisados pelo professor. No final de
cada Situao de Aprendizagem apresenta-
mos um roteiro de questes que retomam os
conhecimentos necessrios compreenso de
conceitos e tcnicas trabalhados. As propostas
de recuperao desses temas se encontram no
final deste Caderno.
Avaliao das atividades
Objetivos atingidos
1. Muito bomAtingiu plenamente os objetivos propostos.
2. BomAtingiu grande parte dos objetivos propostos.
3. RegularAtingiu os objetivos mnimos essenciais.
4. InsuficienteNo atingiu os objetivos mnimos essenciais.
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11
Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Esta primeira Situao de Aprendizagem
busca introduzir o conceito de paisagem, es-
tabelecendo a distino entre os objetos so-
ciais e os objetos naturais que a configuram.
Para tanto, fundamental os alunos com-
preenderem que, diferentemente dos objetos
naturais, os objetos sociais formam sistemas
tcnicos, isto , so intencionalmente produ-
zidos para cumprir determinadas funes e
para se conectar entre si.
SITUAES DE APRENDIZAGEM
Contedos: paisagem; objetos naturais; objetos sociais.
Competncias e habilidades: construir e aplicar o conceito de paisagem; descrever elementos constituti-vos de uma paisagem; relacionar informaes que permitam a percepo dos diferentes elementos da paisagem; identificar em imagens diferentes manifestaes de objetos produzidos em temporalidades distintas, tanto na escala da histria natural quanto na da histria humana; a partir da observao de imagens, levantar hipteses que expliquem as mudanas ocorridas na paisagem.
Sugesto de estratgias: produo de imagens; aulas expositivas; trabalho com imagens.
Sugesto de recursos: fotografias.
Sugesto de avaliao: roteiro de perguntas.
SITUAO DE APRENDIZAGEM 1 LEITURA DE PAISAGENS
Etapa prvia Sondagem inicial e sensibilizao
Paisagem um conceito central para a Geo-grafia, mas tambm faz parte do senso comum.
Antes mesmo de iniciar o trabalho com as ati-
vidades propostas no Caderno do Aluno, seria
interessante recuperar o repertrio dos alunos
sobre esse conceito, por meio de perguntas sim-
ples. O professor pode sistematizar as respostas
na lousa, de forma a conduzir uma primeira
aproximao dos alunos com o conceito.
No decorrer das reflexes conjuntas, o pro-
fessor poder aproveitar para enfatizar que, em
geral, nas paisagens, a maior parte dos elemen-
tos naturais presentes resulta de dinmicas de
longa durao, embora possam ter sido mo-
dificados pela ao humana. J os elementos
sociais presentes na paisagem, produzidos pelo
trabalho, tm uma finalidade e interagem entre
si. Propomos, assim, o seguinte roteiro:
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12
f O que paisagem?Provavelmente, os alunos vo associar a ideia de paisagem
dimenso visvel do espao geogrco, aproximando-se
bastante do conceito tal como ele trabalhado na Geograa.
f A natureza faz parte das paisagens?Espera-se que os alunos respondam de forma armativa e
identiquem a presena de elementos naturais, tais como
rios e montanhas, mesmo em paisagens urbanas. interes-
sante que o professor destaque que tambm os elementos
naturais podem ser modicados pelo trabalho humano.
f As obras humanas fazem parte das paisagens?Espera-se que os alunos respondam de forma armativa.
f Todos os objetos que aparecem nas paisa-gens foram produzidos ao mesmo tempo?
Quais so mais antigos? Quais so mais
recentes?
Nesta etapa, espera-se que os alunos compreendam a paisagem
como acumulao desigual de tempos histricos e que formu-
lem algumas hipteses sobre a origem e o signicado das formas
da paisagem. fundamental que essa sensibilizao inicial aten-
te para a importncia das tcnicas e do trabalho humano, que
constroem e reconstroem a paisagem. Tambm importante
que sejam estabelecidas distines entre os tempos da natureza,
responsveis pela criao das formas naturais, e o tempo histri-
co, medida das intervenes humanas na superfcie do planeta.
Etapa 1 Observao e representao de paisagens
Nesta etapa, o objetivo realizar um
exerccio de observao e representao de
paisagens, conforme sugesto proposta na
seo Para comeo de conversa. Sugerimos
que os alunos representem, por meio de um
desenho, alguma paisagem. Pode ser uma
que eles considerem particularmente boni-
ta, ou com que estejam acostumados. Pode
ser a paisagem observada atravs da jane-
la da sala de aula, da casa em que mora ou
uma que tenha algum significado especial.
necessrio que o desenho tenha um ttulo,
importante fator de identificao da paisa-
gem representada. Concludos os desenhos,
os alunos devero preencher o quadro no
Caderno do Aluno, que considera as seguin-
tes questes:
f Quais elementos naturais esto presentes? Desde quando eles existem? Quais foras
os produziram e/ou os modificaram?
f Quais elementos construdos esto pre-sentes? Desde quando eles existem? Quais
foras os produziram? Para que eles foram
criados? As respostas so abertas, pois dependem das caractersticas das
paisagens que foram selecionadas. Entretanto, ao nal desta
etapa, espera-se que os alunos tenham compreendido o signi-
cado das expresses objetos naturais e objetos sociais e que
sejam capazes de resumir as caractersticas de cada um, alm de
perceber que apenas os objetos sociais formam sistemas tcni-
cos, pois foram criados com nalidades especiais.
Na seo Aprendendo a aprender, os alu-
nos so desafiados a refletir sobre as questes:
f Quais so as paisagens que fazem par-te do seu cotidiano, isto , que voc v
todos os dias? Nelas existem elementos
naturais? Eles tambm foram modifica-
dos pelo trabalho humano? E elementos
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13
Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
sociais, isto , construdos pelos homens?
Cite alguns exemplos.
Espera-se que os alunos ampliem a discusso sobre o concei-
to de paisagem, utilizando-se de relatos sobre os elementos
naturais e sociais que compem as paisagens percorridas co-
tidianamente. Para isso, fundamental a orientao do pro-
fessor, pois, nesta etapa inicial do estudo, comum os alunos
confundirem elementos sociais com naturais. Uma planta-
o de caf pode, por exemplo, ser conside rada pelo aluno
como natural, uma vez que possui rvo res, mas um ele-
mento social, pois resulta do trabalho humano (agricultura).
Alm disso, mesmo elementos na turais, como rios, podem
ter tido seus cursos alterados pela ao humana.
Etapa 2 A humanizao das paisagens
Leitura e anlise de imagem
Para iniciar esta etapa, sero analisadas as
fotografias reproduzidas a seguir (Figuras 1a,
1b, 1c e 1d), disponveis tambm no Caderno
do Aluno, para que possam identificar as mu-
danas ocorridas na paisagem do Largo So
Bento, em So Paulo, entre o final do sculo
XIX e o incio do XXI.
As fotografias mostram o Largo So Bento,
no centro histrico de So Paulo, em quatro mo-
mentos diferentes da sua histria. A primeira de-
las foi tirada em 1887, quando a cidade ainda era
relativamente pequena. A segunda, apenas cinco
anos depois, em 1892, quando a cidade apresen-
tava intenso crescimento, principalmente devido
ao seu papel no comrcio de caf. Na terceira, de
1920, a cidade j estava se firmando como um cen-
tro industrial. Finalmente, a ltima foto apresenta
uma paisagem mais recente do Largo So Bento.
Agora, pea que os alunos respondam s seguin-
tes questes no Caderno do Aluno:
1. Descreva a paisagem da primeira fotografia.Nessa imagem, predominam construes baixas e uma parte
do terreno ainda no possua edicaes. Alm disso, as car-
roas dominavam o sistema de transportes. A torre da igreja
um elemento interessante a ser destacado, pois, nas demais
fotograas, est atrs das construes, no sendo possvel v-
-la claramente, o que demonstra a mudana na paisagem.
2. Quais elementos da paisagem sofreram transformao entre 1887 e 1892?
Nesse pequeno intervalo de tempo, muita coisa mudou. As
casas foram substitudas por prdios sosticados, e as carro-
as, por bondes a trao animal.
3. Na fotografia tirada em 1920, podemos no-tar a presena de um novo modo de trans-
porte. Qual?
Nessa fotograa, os automveis j disputam espao com os
bondes eltricos. O uxo de pessoas mais intenso, o que
indica um aumento na atividade comercial da regio.
4. Descreva o Largo So Bento em 2008. O que mudou na paisagem desde 1887?
Em 2008, todos os meios de transporte haviam deixado de cir-
cular no Largo, que foi transformado em espao para pedestres.
No entanto, pode-se notar, no lado direito da foto, os muros que
circundam a entrada da estao do Metr So Bento, situada
nos subterrneos da praa (ela, portanto, compe a paisagem,
ainda que no possa, evidentemente, ser vista integralmente na
foto). Alm disso, os prdios sosticados introduzidos no nal do
sculo XIX cederam espao para edifcios muito mais altos. En-
tretanto, algumas das antigas edicaes resistiram passagem
do tempo e continuam a fazer parte da paisagem.
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14
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Figuras 1a, 1b, 1c, 1d Largo So Bento, em So Paulo: a) 1887; b) 1892; c) 1920; d) 2008.
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Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
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2008
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16
Etapa 3 As paisagens na histria: os sistemas tcnicos
Nesta etapa, vamos ampliar a discusso
a respeito do processo de transformao de
uma paisagem ao longo da histria. Para
tanto, sero apresentadas trs imagens da
cidade alem de Essen, que ajudam a es-
clarecer o carter dinmico das paisagens
humanizadas (Figuras 2a, 2b e 2c). A cri-
trio do professor, o procedimento de es-
tabelecer relaes entre os objetos tcnicos
aqui apresentado pode ser utilizado para
anlise de outras sequncias de paisagens,
que podem ser encontradas nos materiais
didticos disponveis.
Leitura e anlise de imagem
Aps a observao das imagens da cidade
de Essen, pea que os alunos localizem essa ci-
dade em um mapa poltico da Europa de um
atlas geogrfico escolar e depois respondam s
seguintes questes do Caderno do Aluno:
1. Considerando a primeira imagem, responda:
a) Quais eram as caractersticas de Essen em 1829?
Essen era pouco mais que um povoado rural rodeado de
campos cultivados e bosques.
b) Que elementos se destacam na paisagem? As plantaes dos campos que rodeavam a cidade prosse-
guiam no interior do ncleo urbano. A torre da igreja era
destaque absoluto na paisagem.
c) Como esses elementos se relacionam entre si?
Observando-se a imagem, possvel estabelecer relaes en-
tre os campos cultivados e os locais de moradia da populao.
2. Considerando a primeira e a segunda ima-gem, responda:
a) Quais eram as caractersticas de Essen em 1867?
Essen, em 1867, j despontava como uma cidade industrial.
b) Que elementos se destacam na paisagem de 1867?
As fbricas e suas chamins, assim como o trem carregado de
carvo, destacam-se nessa paisagem. importante perceber
que a torre da igreja se confunde com as chamins das fbri-
cas, cando quase imperceptvel.
c) O que existe de diferente entre a paisa-gem de 1829 e a de 1867?
Observa-se um crescimento da mancha urbana, provavel-
mente promovido pela chegada das indstrias.
d) Como os novos elementos se relacionam entre si?
A ferrovia e as fbricas, por exemplo, so elementos forte-
mente conectados entre si, j que os trens transportam ma-
tria-prima e trazem mo de obra para as indstrias.
3. Considerando o conjunto de imagens, responda:
a) Quais so as caractersticas da Essen contempornea?
A mancha urbana expandiu-se e as edicaes modernas
dominam a paisagem, no lugar da rea rural.
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Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Figuras 2a, 2b, 2c Cidade de Essen, na Alemanha, em trs tempos: a) 1829; b) 1867; c) atual.
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18
b) Que elementos se destacam na ltima paisagem?
A torre da igreja da primeira foto continua a existir, mas se
tornou um testemunho do passado distante. A cidade hoje
dominada por edifcios modernos e por infraestrutura de cir-
culao, com ruas e avenidas.
c) O que existe de diferente entre a ltima paisagem e as anteriores?
Quase tudo est diferente. Os campos de cultivo de 1829,
bem como as chamins e trens de 1867, desapareceram.
d) Como os elementos presentes na Essen contempornea se relacionam entre si?
Na Essen contempornea, a presena de ruas e avenidas
demonstra a importncia dos automveis para a circula-
o na cidade.
Na seo Lio de casa, sugerimos
as seguintes atividades:
1. Observe a paisagem da cidade do Rio de Janeiro.
Figura 3 Fotografia area do Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
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Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
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Figuras 4a, 4b, 4c Etapas da produo agroindustrial de laranja.
A paisagem constituda por elementos
naturais (ou fsicos) e elementos sociais (ou
humanos). Aps a observao da imagem,
responda s questes:
a) D exemplos de objetos sociais e objetos naturais que podem ser observados na
imagem.
Objetos sociais: a cidade, o Cristo redentor, as estradas.
Objetos naturais: o mar e a floresta.
b) Os objetos naturais mencionados foram
modificados pela ao humana? De
que modo?
Sim. As orestas foram parcialmente desmatadas e o mar re-
cebe poluentes oriundos das atividades urbanas.
2. Descreva as paisagens a seguir, consideran-do seus elementos naturais e sociais, e esta-
belea relaes entre elas.
Espera-se que os alunos relacionem o plantio, o transporte
e o processamento da laranja, conforme a sequncia de
fotos. Para tanto, seria importante que eles descrevessem
cada uma das imagens.
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20
Esta Situao de Aprendizagem busca traba-
lhar os elementos de mudana e de permanncia
nas paisagens do bairro ou da cidade, de modo
a reforar o carter dinmico desse conceito.
Para tanto, prope um trabalho de pesquisa,
realizado por meio de entrevistas e depoimentos,
a fim de resgatar um pouco da histria do lugar,
que est impressa na memria de seus habitantes.
SITUAO DE APRENDIZAGEM 2 PAISAGEM E MEMRIA
Contedos: conceito de paisagem; mudanas e permanncias.
Competncias e habilidades: ler e interpretar textos; descrever elementos constitutivos das mudanas e permanncias de uma paisagem; produzir conhecimentos por meio de um trabalho de pesquisa e de interpretao dos resultados da pesquisa.
Sugesto de estratgias: elaborao de entrevistas; coleta de depoimentos; produo de textos.
Sugesto de recursos: textos complementares; imagens.
Sugesto de avaliao: relatrio final dos alunos.
Etapa prvia Sondagem inicial e sensibilizao
Para sensibilizar os alunos para o traba-
lho de pesquisa a ser realizado, sugerimos
que o professor inicie levantando os co-
nhecimentos prvios dos alunos acerca do
objeto da pesquisa por meio de perguntas
como:
f Vocs acham que esse bairro ou essa ci-dade sofreu muitas transformaes nos
ltimos 20 anos?
f Que exemplos de transformaes vocs poderiam apresentar?
f Vocs conhecem algum que tenha teste-munhado essas transformaes?
As respostas podem variar bastante, de acordo com a velo-
cidade das mudanas que caracterizam o bairro ou a cidade
dos alunos. Entretanto, sugerimos que o professor os auxilie
na tarefa de identicar essas transformaes, lembrando que
elas podem ser resultado de grandes obras, tais como tneis,
viadutos ou shopping centers, ou de pequenas intervenes,
como a recuperao de uma praa pblica, por exemplo.
Etapa 1 Apresentao e delimitao da proposta de trabalho
Nesta etapa, a proposta de recuperar as
mudanas na paisagem do bairro ou da ci-
dade por meio de entrevistas e depoimentos
ser apresentada ao grupo. importante
delimitar qual a escala a ser adotada.
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21
Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Leitura e anlise de texto
Sugerimos a leitura coletiva, no Caderno do
Aluno, do texto a seguir, de autoria de Ecla Bosi,
com a finalidade de exemplificar a importncia da
memria na reconstituio da histria das cida-
des. Uma alternativa pedir a um grupo de alu-
nos que leia o texto em voz alta para os colegas.
As histrias que ouvimos referem-se, do in-
cio ao fim, a velhos lugares, inseparveis dos
eventos neles ocorridos. A casa, o bairro, algu-
mas ruas, em geral o trajeto para a escola e o cen-
tro da cidade so descritos de um modo dispersi-
vo nas lembranas vrias, mas com alguns focos:
o Viaduto do Ch, a Catedral, a Rua Direita,
o Museu do Ipiranga, o Parque Siqueira Cam-
pos, o Teatro Municipal, o Trianon, a Avenida
Paulista, a Avenida Anglica, o Jardim da Luz,
a Cantareira... Esses lugares so descritos sob
os vrios pontos de vista [...]. Com todos esses
pontos, poderamos desenhar um mapa afetivo
da cidade: So Paulo era familiar como a palma
da mo quando suas dimenses eram humanas.
Seus velhos habitantes dizem, apontando para a
palma da mo: ali no Gasmetro, ali na Ponte
do Bom Retiro, ali na Estao, como se estives-
sem vendo tais logradouros, ali adiante... com
satisfao que dizem que muitos desses locais
ainda esto l [...].
As vrzeas tiveram um papel importante na
histria paulistana. Quando o sr. Amadeu era
menino, tinha mais de mil campos de vrzea
[...]. Agora tudo virou fbrica, prdios de apar-
tamentos. O problema da vrzea o terreno.
Quem tinha um campo de 60 por 120 metros
acabou vendendo pra fbrica [...].
Se ns vamos procurar na memria quantos
jogadores da vrzea, de uns 40 anos faz, tinha
mais de mil jogadores... Hoje no jogam nem 10%
daquilo que jogavam naquele tempo, por falta de
campo, de lugar. No tem onde jogar. Em cada
bairro se fazia um campeonato, juntavam dez ou
vinte clubes... A gente dizia: Em que parque
vamos jogar? No tinha estdio, era campo li-
vre, ningum pagava para ver [...]. Quando foi
morrendo o jogo da vrzea e o futebol de bairro,
comeou a se concentrar o pblico nos estdios.
Essas observaes nos mostram a transfor-
mao de um esporte popular em um espor-
te de massa. E o despojamento dos bairros
de suas vrzeas pela indstria e especulao
imobiliria transformou a fisionomia de So
Paulo, afetando para sempre uma dimenso
da vida urbana. [...]
BOSI, Ecla. Memria e sociedade: lembranas de velhos. So Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 447-9
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22
Aps a leitura do texto, sugerimos que os
alunos, com o auxlio do professor, pesquisem
no dicionrio os significados das palavras des-
tacadas e das desconhecidas.
f Aps a pesquisa, seria interessante promo-ver uma segunda leitura do texto.
f Por fim, explore o vocabulrio do texto e desvende com os alunos o significado das
seguintes expresses, no contexto: mapa
afetivo da cidade, esporte popular, es-
porte de massa, especulao imobili-
ria e fisionomia da cidade.
Essas expresses no possuem um significado nico, pois
admitem diversas interpretaes. Contudo, para auxiliar
os alunos na tarefa de interpretao do texto, sugerimos
que a discusso seja conduzida com base nos seguintes
elementos:
tMapa afetivo da cidade: a autora arma que, na So Paulo
antiga, os lugares eram inseparveis dos eventos neles ocorri-
dos. Dessa forma, os lugares da cidade tinham um valor afeti-
vo, ligado a experincias pessoais. O mapa afetivo da cidade
formado pelas experincias que neles ocorreram, simbolizan-
do uma relao de carinho entre a cidade e as pessoas que
nela vivem.
tEsporte popular: esporte aberto a todos, no sendo preciso
pagar nem para praticar, nem para assistir.
tEsporte de massa: esporte praticado por prossionais em
grandes estdios, com pblico pagante.
tEspeculao imobiliria: especulao com o preo dos ter-
renos. interessante informar aos alunos que, em So Paulo e
em todas as cidades brasileiras, existe uma tendncia valori-
zao do preo da terra, e muitas pessoas compram terrenos
urbanos apenas para aguardar a valorizao e vender mais
tarde por um preo mais elevado. Essas pessoas especulam
com os imveis, ou seja, praticam especulao imobiliria.
tFisionomia da cidade: aspecto geral da cidade, que inclui
elementos de ordem cultural (tais como costumes e formas
de relacionamento entre seus habitantes) e de ordem mate-
rial (tais como edifcios, praas e avenidas).
Etapa 2 Preparao das entrevistas
Nesta etapa, sugerimos que o pro-
fessor auxilie os alunos na ativida-
de Pesquisa de campo, proposta
no Caderno do Aluno, que tem
como objetivo a realizao de entrevistas para
colher relatos sobre as transformaes das
paisagens do bairro ou da cidade.
No texto de autoria de Ecla Bosi, pude-
mos perceber como paisagens antigas, que
j foram intensamente transformadas, conti-
nuam a existir na memria das pessoas mais
velhas. Assim, uma forma de sabermos como
eram as paisagens na sua cidade ou no seu
bairro entrevistar pessoas que vivem nesses
lugares h muito tempo.
No entanto, fazer uma entrevista e analisar
os seus resultados bastante trabalhoso. Por
isso, essa atividade deve ser realizada em grupos.
Roteiro de entrevista
A primeira coisa a fazer definir, em con-
junto com os alunos, se os grupos vo inves-
tigar as transformaes ocorridas na cidade
ou no bairro onde est situada a escola. Se a
cidade for muito grande, talvez seja melhor
a segunda opo.
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23
Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Depois disso, hora de trabalhar com
o grupo na elaborao dos questionrios.
Lembrem-se de que o objetivo conhecer as
mudanas que ocorreram na paisagem. Para
isso, importante que os alunos perguntem,
por exemplo, h quanto tempo a pessoa en-
trevistada mora na cidade ou no bairro, quais
as principais transformaes que ocorreram e
como afetaram a vida dos moradores. Mesmo
sendo um trabalho em grupo, todos os inte-
grantes devero anotar as questes elabora-
das no Caderno do Aluno. Pea aos alunos
que elaborem pelo menos cinco questes. Mas
lembre-os de que, quanto mais completo for o
roteiro da entrevista, mais informaes obte-
ro dos entrevistados.
Coleta de depoimentos
Agora o momento de realizar as entrevis-
tas. Conforme sugesto proposta no Caderno
do Aluno, cada membro do grupo deve entre-
vistar pelo menos cinco pessoas que moram na
cidade ou no bairro h pelo menos 20 anos. A
primeira coisa a fazer anotar o nome, a idade
e a profisso do entrevistado. Depois, deve-se
aplicar o roteiro de questes desenvolvido pelo
grupo e, ento, anotar as respostas.
Relatrio de trabalho
Com o resultado das entrevistas, os gru-
pos devem se reunir novamente para elaborar
um relatrio de trabalho, que ser discutido
com os demais colegas da classe. Siga a pro-
posta do Caderno do Aluno orientando a
confeco do relatrio, que deve conter um
ttulo, um resumo do que foi apreendido so-
bre as transformaes na paisagem com os
entrevistados, assim como alguns exemplos
dessas mudanas.
Para ajudar na elaborao do relatrio,
estimule os alunos a contarem para seus co-
legas de grupo o que mais chamou a ateno
deles nas entrevistas. Depois, eles devero
redigir o relatrio.
Espera-se que os alunos relacionem os resultados da pesquisa
feita com os conhecimentos adquiridos sobre mudanas e
permanncias nas paisagens.
Na seo Lio de casa, sugeri-
mos que os alunos representem,
em uma folha avulsa, por meio
de desenhos, pelo menos duas transforma-
es importantes que ocorreram nos lti-
mos anos na paisagem da cidade ou do
bairro pesquisado.
Neste caso, trata-se da expresso individual dos resulta-
dos do trabalho realizado em grupo. Portanto, um mo-
mento privilegiado para a sua prpria percepo sobre
os conhecimentos j adquiridos a respeito das mudanas
e permanncias nas paisagens. desejvel que o aluno
identifique, no mnimo, duas mudanas na paisagem da
cidade, mas podem surgir outros elementos no desenho
a serem destacados durante a discusso em aula.
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SITUAO DE APRENDIZAGEM 3 AS PAISAGENS CAPTADAS PELOS SATLITES
A Terra esfrica foi definitivamente in-
corporada cartografia no incio da Idade
Moderna; h 500 anos, os planisfrios repre-
sentam os 360 de longitude e os 180 de
latitude da esfera. Mas h apenas algumas d-
cadas, com os satlites e os foguetes espaciais,
a humanidade conseguiu produzir imagens
da totalidade do planeta e da extenso das
marcas da interveno humana sobre a sua
superfcie. As paisagens captadas pelas novas
tecnologias so abordadas nesta Situao de
Aprendizagem.
Contedos: as intervenes humanas sobre a superfcie da Terra: extenso e desigualdades.
Competncias e habilidades: relacionar informaes representadas em diferentes formas e conhecimen-tos disponveis em situaes concretas para construir argumentao consistente; ler e interpretar mapas de imagens noturnas do planeta; relacionar hipteses que expliquem concentraes observadas nos mapas; comparar regies com maior e menor concentrao de cidades.
Sugesto de estratgias: aula expositiva; discusso com a turma.
Sugesto de recursos: imagens de satlites.
Sugesto de avaliao: roteiro de perguntas.
Etapa prvia Sondagem inicial e sensibilizao
Para introduzir esta etapa, sugerimos que o
professor utilize as imagens de satlites dispo-
nveis no livro didtico e nos atlas geogrficos
escolares e, com base nelas e nas informaes
sobre como foram obtidas, inicie um dilogo
com os alunos. Para orientar essa conversa, o
professor pode perguntar:
f O que so satlites?Satlites so objetos, naturais ou artificiais, que circulam
na rbita de um planeta. A Lua, por exemplo, um satlite
natural da Terra. Os satlites artificiais so objetos cons-
trudos pelo homem, que foram colocados na rbita do
planeta Terra.
f De onde essas imagens foram captadas?Essas imagens foram captadas do espao sideral pelos sa-
tlites artificiais.
f Qual a finalidade de produzir imagens como essas?
Essas imagens servem a diversas nalidades: elas permitem,
por exemplo, a observao dos objetos naturais e sociais que
existem no planeta, facilitando o conhecimento e o mapea-
mento desses fenmenos.
Etapa 1 Leitura de imagem de satlite: planisfrio
Nesta etapa, esperamos chamar a ateno
dos alunos para a difuso desigual da inter-
veno humana na superfcie do planeta e
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25
Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
pedir que levantem hipteses capazes de ex-
plicar por que algumas reas so mais densas
em termos de objetos tcnicos do que outras.
Leitura e anlise de imagem
Sugerimos que os alunos acompanhem a
realizao da atividade observando um pla-
nisfrio poltico. Enquanto isso, a imagem de
satlite do planisfrio (Figura 5), disponvel
no Caderno do Aluno, dever ser apresen-
tada. Ela resulta da montagem de diversas
tomadas noturnas parciais do planeta Terra.
fundamental alertar os alunos de que, na
realidade, a imagem de satlite apresentada
uma abstrao, baseada em um planisfrio.
Isso pode ser constatado por alguns fatos: a)
notam-se as deformaes de projeo, por
exemplo, ao observarmos a Groenlndia, apre-
sentada em tamanho quase equivalente ao da
Amrica do Sul, quando, na verdade, quase
dez vezes menor; b) h ausncia total de nebu-
losidade, o que nunca se verifica em uma ima-
gem real de satlite; c) toda a Terra est escura
(noite), quando, de fato, isso no pode ocorrer
concomitantemente nos dois hemisfrios.
importante que os alunos sejam instru-
dos sobre o significado das cores que aparecem
na imagem: o amarelo destaca as grandes con-
centraes urbanas, o vermelho representa os
poos de petrleo e de gs natural e o rosa indi-
ca reas com muitas ocorrncias de queimadas.
Dito isto, procure explorar e interpretar a ima-
gem. Em seguida, os alunos devero responder
s questes a seguir no Caderno do Aluno.
1. Em quais reas do globo h maior concen-trao de cidades? Por que isso ocorre?Espera-se que os alunos percebam que o Hemisfrio Norte, em
especial os Estados Unidos, a Europa e o Japo, apresenta a maior
concentrao de cidades, e que relacionem isso ao fato de serem
estas as reas mais industrializadas e urbanizadas do mundo, nas
quais o fenmeno urbano se dispersa por todo o territrio.
2. Em quais reas do globo h menor concen-trao de cidades? Por que isso ocorre?
Na frica, na Amrica do Sul e na Oceania, as grandes concen-
traes urbanas so mais raras e dispersas. No caso da frica e
da Amrica do Sul, trata-se de continentes onde predominam
pases de fraca industrializao, nos quais a populao urbana se
concentra em um nmero reduzido de cidades. Na discusso,
sugerimos que o professor informe aos alunos que, tanto na
Oceania como nas altas latitudes, a ausncia de grandes con-
centraes urbanas pode tambm ser explicada por fatores de
ordem natural, como a presena de desertos e o frio extremo.
3. Localize o Japo na imagem de satlite. Em sua opinio, o que a imagem revela
sobre esse pas?
A imagem revela que o fenmeno urbano fortemente dis-
seminado no territrio do Japo.
4. Onde se localiza a maior parte dos poos de extrao de petrleo e gs natural? Procure
explicar para que servem esses recursos.
A maior parte dos poos de extrao de petrleo e gs natu-
ral se localiza no Oriente Mdio, no Norte da frica, no no-
roeste da Amrica do Sul (principalmente Colmbia, Equa-
dor e Venezuela) e na Rssia. Esses recursos so usados para
a gerao de energia, e, por isso, considerados estratgicos.
5. Onde se localiza a maior parte das reas de queimada? Com o auxlio de um atlas
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26
Figura 5 Planisfrio: imagem noturna de satlite.
N
asa
geogrfico escolar, identifique a cobertura
vegetal dominante nessas reas.
A maior parte das reas de queimada se localiza nas bordas
da Amaznia e no centro da frica, reas recobertas pelas
orestas equatoriais.
Etapa 2 Leitura de imagem de satlite: Brasil
Nesta etapa, sugerimos que os alunos
acompanhem a realizao da atividade obser-
vando um mapa poltico do Brasil e um mapa
das regies brasileiras. Enquanto isso, a ima-
gem noturna de parte da Amrica do Sul (Fi-
gura 6) dever ser apresentada. Em seguida,
pea aos alunos que respondam s questes
presentes no Caderno do Aluno.
Tambm nesse caso, o amarelo destaca as
grandes concentraes urbanas.
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27
Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Figura 6 Brasil: imagem noturna de satlite.
N
asa
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28
Leitura e anlise de imagem
1. Em qual regio do Brasil existe maior con-centrao de cidades? Voc saberia explicar
por que isso ocorre?
No Brasil, a maior concentrao de cidades ocorre no Su-
deste, uma vez que esta a regio mais urbanizada e que
concentra a maior parte da produo industrial do pas.
2. O que a imagem noturna do Brasil revela sobre o Estado de So Paulo?
Essa imagem revela a existncia de grandes concentraes
urbanas no Estado de So Paulo.
3. Qual regio do Brasil registra um nmero menor de grandes concentraes urbanas?
Procure explicar por que isso ocorre.
A regio Norte registra um nmero menor de grandes concen-
traes urbanas, pois ainda em grande parte dominada pela ve-
getao natural, ou seja, a Floresta Amaznica. Ainda que existam
grandes cidades, tais como Belm e Manaus, predominam na re-
gio as atividades agropecurias que utilizam pouca mo de obra.
4. Onde se localizam as maiores aglomera-es urbanas da regio Nordeste?
No litoral, que onde se localizam quase todas as capitais,
com exceo de Teresina (PI).
Aps a explorao da imagem, sugerimos
que os alunos sejam solicitados a comparar os
resultados obtidos nesta etapa com os resulta-
dos da etapa anterior, de forma a perceber que
um mesmo fenmeno pode ser analisado em
diferentes escalas.
SITUAO DE APRENDIZAGEM 4 AS PAISAGENS DA TERRA
A superfcie da Terra desvenda uma multi-
plicidade de paisagens singulares. As paisagens
naturais resultam de uma combinao parti-
cular de elementos, como o relevo, os solos e
as formaes vegetais. As paisagens tambm
revelam a interveno das sociedades sobre a
superfcie terrestre. Com base nisso, esta Situa-
o de Aprendizagem prope um trabalho de
pesquisa e comparao de variadas paisagens
(agrcolas, industriais e urbanas), com base em
alguns vdeos da srie Paisagens do Mundo,
disponibilizados pela TV Escola.
Contedos: a diversidade das paisagens da Terra.
Competncias e habilidades: comparar paisagens distintas; observar os diferentes usos dos recursos na natureza; identificar as desigualdades sociais impressas nas paisagens; identificar a difuso desigual dos objetos tcnicos pela superfcie do planeta.
Sugesto de estratgias: pesquisa de imagens; aula expositiva; apresentao de vdeos.
Sugesto de recursos: revistas; aparelho de DVD.
Sugesto de avaliao: roteiro de perguntas; texto elaborado pelo alunos.
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Geograa 5 srie/6 ano Volume 1
Etapa prvia Sondagem inicial e sensibilizao
Para esta etapa, sugerimos recuperar
o conceito de paisagem como produto do
trabalho social, isto , do esforo coletivo e
organizado de geraes que, por meio das
tcnicas disponveis, instalam artefatos que
servem a determinadas finalidades. Como o
sistema tcnico no uniforme nem se di-
funde de forma homognea pela superfcie
da Terra, as paisagens so bastante diversi-
ficadas. Para iniciar o trabalho, sugerimos
que sejam discutidas com os alunos as se-
guintes questes:
f Por que paisagens urbanas so diferentes? Espera-se que os alunos lembrem, por exemplo, das dife-
renas entre as paisagens das grandes e pequenas cidades. A
presena de edifcios e complexos sistemas virios pode ser
um marcador dessa diferena. Para explic-la, preciso aten-
tar para o fato de que, enquanto algumas cidades abrigam
um nmero relativamente pequeno de habitantes, outras
concentram milhes de pessoas.
f Por que paisagens rurais so diferentes? As paisagens rurais tambm so bastante diferentes entre
si. Sugerimos que o professor oriente os alunos a observar
essas diferenas apresentando imagens de paisagens agr-
colas modernizadas (tais como os campos de soja no Mato
Grosso) e paisagens agrcolas tradicionais (tais como pe-
quenas roas familiares). Como sabemos, rural e agrcola
so fenmenos distintos: nem todas as atividades rurais so
agrcolas. Entretanto, podemos estabelecer as diferenas
entre as paisagens rurais com base em exemplos agrcolas,
quando elas se tornam mais evidentes, sem incorrer em
erro conceitual.
Etapa 1 Explorando as paisagens da Terra
Nesta etapa, seguindo a proposta da seo
Para comeo de conversa do Caderno do Alu-
no, sugerimos a apresentao de dois vdeos
da TV Escola, srie Paisagens do Mundo: Tin-
fou, de frente para o deserto um osis no Saa-
ra e Sounbel, no corao da savana, bem como
posterior discusso.
Antes da apresentao dos filmes, solicite
aos alunos que localizem em um planisfrio
as reas em questo. Sugerimos que os filmes
sejam exibidos uma primeira vez e, depois,
reapresentados, com destaque para as imagens
consideradas relevantes. Sobre cada um desses
filmes, os alunos devem produzir um pequeno
texto descrevendo o tipo de paisagem que eles
mostram e o modo de vida das pessoas que
neles aparecem.
No primeiro filme, sugerimos que o profes-
sor destaque:
f os materiais de construo utilizados; f o significado do nomadismo; f o sistema de abastecimento de gua; f as principais atividades econmicas.
No segundo filme, sugerimos que o profes-
sor destaque:
f os materiais de construo utilizados; f as atividades econmicas e a destinao dos produtos;
f o cotidiano das crianas.
-
30
Por meio dessa atividade, espera-se que os alunos percebam
que os diversos biomas terrestres so apropriados de formas
diferentes pelas sociedades humanas, principalmente no
caso das comunidades tradicionais.
Sugerimos, a seguir, que a classe
elabore painis ilustrando a diversi-
dade paisagstica que caracteriza a
superfcie da Terra. Essa atividade est proposta
na seo Pesquisa em grupo do Caderno do Alu-
no. O professor deve auxiliar os alunos para que,
em grupos, escolham uma entre as vrias regies
do globo (Amrica do Sul e Central, Amrica do
Norte, Europa, frica, sia ou Oceania) como
objeto de pesquisa. Os grupos devero pesquisar
imagens urbanas e rurais das regies selecionadas.
O professor pode auxiliar ainda na produo
de um painel de cartolina com as imagens obtidas
de cada grupo. desejvel que sejam identifica-
das as cidades e o pas, para as paisagens urbanas,
e, para as rurais, o tipo de vegetao ou o produto
cultivado, alm do pas a que pertencem.
Quando finalizados, todos os painis de-
vem ser expostos para o conjunto da classe.
Etapa 2 Discusso final e avaliao
Nesta etapa, os alunos devero sistematizar
suas anotaes, de forma a produzir um texto
dissertativo no Caderno do Aluno (seo Desa-
fio) sobre a diversidade das paisagens do mun-
do. importante orientar os alunos a considerar
no texto tanto a diversidade dos ambientes
naturais quanto a diversidade dos elementos so-
ciais. Esse texto ser objeto de avaliao.
Na seo Voc aprendeu, te-
mos as seguintes atividades:
1. Qual das afirmativas a seguir verdadeira?
a) Os elementos que compem as paisagens so fixos, isto , nunca so transformados.
b) Os objetos construdos pelo homem fa-zem parte das paisagens.
c) Todos os elementos de uma paisagem se transformam com a mesma velocidade.
Para responder a esta questo, espera-se que os alunos
considerem que as paisagens so formadas por objetos
naturais e por objetos construdos pelos homens; que seus
elementos so dinmicos, mas no se transformam com a
mesma velocidade. Na maior parte dos casos, os objetos
construdos pelos homens se transformam mais rapida-
mente que os objetos naturais.
2. Sobre a interveno humana na superfcie da Terra, assinale verdadeiro (V) ou falso (F):
a) Elimina completamente os objetos na-turais. ( F )
b) Transforma intensamente as paisagens. ( V )
c) Torna as paisagens mais humanizadas. ( V )A interveno das sociedades transforma as paisagens, hu-
manizando-as. Entretanto, mesmo em uma rea intensa-
mente modicada (como as metrpoles, por exemplo), os
objetos naturais permanecem como parte das paisagens.
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31
Geograa 5a srie/6o ano Volume 1
tcnicos e histricos nos quais foram produzidas.
Alm disso, apresenta as especificidades dos ma-
pas em relao a outras formas de representao
da realidade, como as imagens espaciais.
SITUAO DE APRENDIZAGEM 5 O MUNDO E SUAS REPRESENTAES
Esta Situao de Aprendizagem prope o res-
gate de alguns momentos da histria da produo
de mapas, procurando relacionar formas diversas
de representao cartogrfica com os contextos
Contedos: as formas de representao da Terra; a especificidade dos mapas.
Competncias e habilidades: compreender o significado da seletividade na representao cartogrfica e a distino entre os mapas e as imagens de satlites.
Sugesto de estratgias: aulas expositivas; comparao entre formas de representao.
Sugesto de recursos: mapas; fotografias espaciais; jornais; revistas.
Sugesto de avaliao: roteiro de questes.
Etapa prvia Sondagem inicial e sensibilizao
Sugerimos que o professor inicie esta etapa
mostrando os mapas como uma forma de re-
presentao da superfcie da Terra ou de parte
dela. A cartografia consistiria, assim, em uma
linguagem que visa localizar os fenmenos
ocorridos na superfcie da Terra e estabele-
cer relaes entre eles. interessante tambm
chamar a ateno para a importncia de se ter
domnio sobre essa linguagem na vida cotidia-
na dos alunos, sugerindo as questes a seguir.
Para garantir a participao de todos, os
alunos devem responder s perguntas por es-
crito na seo Para comeo de conversa do Ca-
derno do Aluno e apresent-las em um debate
a ser mediado pelo professor.
1. Voc conhece o mapa de sua cidade? Al-guma vez j o utilizou? Se sim, com qual
finalidade?
As respostas a essas perguntas so pessoais, mas, para um
bom aproveitamento do exerccio proposto, preciso
uma ao sua junto aos alunos, visto que incomum o
uso de mapas fora do espao escolar. muito provvel
que as pessoas passem a vida inteira numa cidade sem
conhecer o mapa desse espao. Alm disso, nem sempre
h mapas nos espaos pblicos ou nos sistemas de trans-
portes para orientar os percursos, tampouco para loca-
lizar pontos importantes. Sendo assim, dependendo das
respostas apresentadas, talvez seja necessrio que voc
pense em formas de apresentao desse mapa da cidade
e proponha alguns exerccios de localizao para que os
estudantes se familiarizem com ele.
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32
2. Por acaso voc j desenhou um mapa de orientao para seu colega chegar at sua
casa? Faa um mapa da escola at sua casa.
Os alunos vo realizar, na verdade, um croqui, pois no
ser necessrio fazer escala. O professor deve: examinar
se o mapa desenhado possui alguma familiaridade com
o mapa da cidade ou se alheio a esse aspecto; vericar
se h noo de escala (se ele no d distncias maio-
res para percursos mais curtos e distncias menores no
mapa para ruas e avenidas mais longas); averiguar que
referncias ele indica para facilitar a locomoo (se so
edifcios marcantes para todos, avenidas importantes
ou, ento, parmetros muito subjetivos, somente per-
ceptveis para o autor do mapa). Todos esses aspectos
so elementos reveladores da percepo de espao do
estudante, que acabam por ser referncias para a conti-
nuidade do seu trabalho com os alunos.
3. A maior parte dos aeroportos, estaes de trem, de metr e rodovirias do mundo
disponibiliza mapas da cidade para seus
usurios. Por qu?
Aeroportos, estaes de trem, de metr e rodovirias
costumam fornecer a seus usurios mapas das regies
onde se situam, porque se trata de uma ferramenta de
localizao de fcil interpretao. Assim, o mapa consis-
te num recurso muito til para quem precisa se locomo-
ver rapidamente ou est em um local que no conhece.
4. As propagandas para vender novos apar-tamentos e casas normalmente contm
mapas de localizao. Voc se lembra de
ter visto alguns desses anncios? Por que
as empresas imobilirias apresentam esses
mapas nas propagandas?
Um dos elementos importantes da qualidade de uma re-
sidncia sua localizao. Bairros com boa infraestrutura
valorizam as moradias. Os vendedores de imveis fazem
mapas nas propagandas para valorizar as localizaes dos
bens que esto vendendo. Alm disso, preciso que o
interessado saiba chegar ao imvel. Se os alunos no
se lembrarem desse tipo de anncio, importante que
voc disponibilize alguns exemplos na sala de aula. Jornais
costumam inserir mapas em seus anncios de imveis e,
muitas vezes, esses anncios so distribudos em locais
de grande circulao de pessoas. Vale a pena destacar
para os alunos que, na tentativa de valorizar os empre-
endimentos imobilirios, os anncios apresentam mapas
croquis, em sua maioria que contm exageros no uso
das referncias. Essas representaes, por exemplo, de-
monstram o empreendimento como se fosse mais pr-
ximo de referncias estratgicas do que so na realidade.
5. Alguns modelos de carros e telefones celulares so equipados com GPS. Voc j ouviu falar
sobre essa tecnologia? Sabe para que ela serve?
As respostas vo depender do que os alunos j conhecem,
podendo ser as mais diversas possveis. No entanto, ao longo
do debate importante que diversas formas de representao
cartogrca sejam recuperadas, desde croquis de localizao
at sistemas avanados de posicionamento global, para que os
alunos entendam a importncia dos mapas na vida cotidiana.
Para finalizar esta etapa, na seo
Lio de casa, sugerimos que os alu-
nos busquem em jornais e revistas
algumas das diferentes formas de re-
presentao cartogrfica que foram listadas e re-
dijam um pequeno texto respondendo questo:
Para que servem os mapas que voc encontrou?
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33
Geograa 5a srie/6o ano Volume 1
Etapa 1 A cartografia na histria
Esta etapa trata principalmente de apre-
sentar aos alunos alguns momentos da his-
tria da cartografia, de maneira a explicitar a
relao entre os mapas e o contexto histrico
no qual foram concebidos. importante que
os alunos sejam informados de que, desde os
primrdios da histria humana, os mais di-
versos povos buscaram representar grafica-
mente o mundo que conheciam, produzindo
mapas utilizados para localizar os fenmenos
que consideravam importantes.
Assim, desde os primrdios, os mapas sem-
pre foram uma representao seletiva da rea-
lidade. Isso significa que neles so registrados
os fenmenos que interessam, de acordo com
a finalidade deles e com as caractersticas da
sociedade que os produziu. Seria interessan-
te apresentar alguns exemplos, localizando os
lugares citados em um planisfrio.
f Os povos indgenas da Amrica do Norte desenhavam em peles de animais ou em
cascas de rvores uma espcie de zonea-
mento do territrio no qual viviam, iden-
tificando as reas de pesca, de caa e de
coleta de alimentos.
f Os povos nmades que viviam em deslo-camento pelo deserto do Saara, como os
tuaregues, costumavam gravar nas pedras
as suas constantes rotas.
f Os habitantes originais das Ilhas Marshall, no Oceano Pacfico, orientavam-se nos
mares usando curiosos mapas de bambu,
como o mostrado na Figura 7, localizada
na seo Desafio do Caderno do Aluno,
que dever ser trabalhada com os alunos.
Figura 7 Rplica de mapa produzido pelos nativos das Ilhas Marshall. Fonte: Museu da Humanidade, Museu Britnico, Londres.
preciso explicar que esses bambus en-
trecruzados eram cartas marinhas que os na-
tivos confeccionavam e deixavam estendidas
em suas embarcaes. As varetas representa-
vam a direo das ondas nos arredores dos
arquiplagos, enquanto as pedras marcavam
a posio das ilhas.
A partir desses exemplos, sugerimos que
os alunos respondam s seguintes perguntas:
f O que significa dizer que a cartografia uma representao seletiva da realidade?
A cartografia uma representao seletiva porque apenas
alguns elementos da realidade esto presentes na repre-
sentao grfica.
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34
f Explique por que os mapas elaborados pe-los povos antigos so to diferentes entre si.
Eles so diferentes porque esses povos dispunham de tec-
nologias e materiais igualmente diferentes, e desenhavam
mapas com nalidades diversas. Assim, para os povos indge-
nas da Amrica do Norte, o importante era localizar as re-
servas de alimento; para os povos nmades, o fundamental
era mapear os deslocamentos pelo deserto; e, para os povos
do Pacco, era preciso se orientar pelos mares. importante
que os alunos percebam que o mapa tambm um registro
histrico que ajuda a conhecer algumas das caractersticas da
sociedade que o concebeu.
No Caderno do Aluno, na seo Desafio,
h uma proposta de atividade em grupo na
qual os alunos devero elaborar livremente
um mapa, utilizando diversos materiais dis-
posio: lpis, canetas, borracha e outros ob-
jetos. Essa representao ter a escola e outros
elementos do bairro como pontos de refern-
cia, a partir do exemplo do mapa elaborado
pelos nativos das Ilhas Marshall.
Ao final do trabalho, sugerimos que os alu-
nos respondam s seguintes questes:
f Os mapas construdos pelos diversos gru-pos ajudaram a localizar os elementos es-
colhidos do bairro?
f Nesses mapas, toda a realidade estava re-presentada ou foram selecionados alguns
elementos?
Esse exerccio tem como objetivo levar os alunos a vi-
venciarem a experincia da representao sem exign-
cias formais. um trabalho criativo, e nele os estudantes
vo representar realidades geogrficas com materiais
inusitados, mas tero de se empenhar na comunicabili-
dade dessa representao. interessante ressaltar que foi
improvisando e usando o que era possvel ao longo da
histria que o ser humano foi registrando e controlando
suas realidades espaciais.
Enquanto os grupos desenvolvem os ma-
pas, o professor pode enfatizar a importn-
cia da legibilidade dos smbolos escolhidos,
ou seja, se as informaes selecionadas para
a representao do entorno da escola sero
compreendidas pelos demais alunos.
Etapa 2 Os mapas e as imagens de satlites
Nesta etapa, a ideia dos mapas como represen-
tao seletiva da realidade ser apresentada por
meio da comparao entre uma imagem de sat-
lite (Figura 8) e um mapa poltico (Figura 9), que
devero ser trabalhados no Caderno do Aluno.
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35
Geograa 5a srie/6o ano Volume 1E
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36
Leitura e anlise de imagem e mapa
1. Essa imagem de satlite e esse mapa repre-sentam a mesma rea ou so reas distin-
tas? Justifique.
Ambas as figuras (8 e 9) representam a mesma regio, mas
com recursos diferentes. Note que at a escala a mesma.
No mapa, escolheu-se representar as estradas, mas deci-
diu-se no representar, por exemplo, as redes de fios de
eletricidade nem o volume de populao que habita essa
localidade. Todo mapa assim sempre uma seleo de
fenmenos. Mesmo aqueles mapas que parecem repre-
sentar tudo no conseguem essa faanha. Esse o caso da
denominada carta topogrfica.
2. Com base na observao do mapa, escre-va o que voc encontrou (por exemplo,
cidades, estradas, rios e outros). Aponte o
nome de alguns desses elementos. Como
esto representados?
So visveis as cidades representadas por diversos smbolos
conforme seu tamanho. As menores so bolinhas pretas, as
maiores, grandes metrpoles, so quadrados pretos. Tambm
so visveis as redes de transportes, em especial rodovias. Isso
o principal.
3. Localize as duas maiores regies me-tropolitanas do Brasil. Como elas esto
representadas no mapa e na imagem de
satlite?
As duas maiores regies metropolitanas do Brasil (So Pau-
lo e Rio de Janeiro) esto representadas no mapa por qua-
drados pretos, bem visveis. Na imagem de satlite as duas
metrpoles aparecem em reas bem marcadas por uma
tonalidade de vermelho. So Paulo maior que o Rio de
Janeiro, conforme mostra a imagem.
4. Que outros elementos podem ser destaca-dos nessa imagem de satlite? O mapa aju-
da a identific-los?
D para notar, alm das metrpoles, diferentes situaes
espaciais, alternando formaes naturais e realidades
geogrficas construdas pelo ser humano, como repre-
sas (por exemplo, a que est situada prxima cidade de
Paraibuna).
5. Comparando a imagem de satlite e o mapa, escreva quais as principais diferen-
as que voc encontrou entre eles. O que
mais fcil de observar em cada um? Voc
acha que as imagens de satlite podem ser
usadas no lugar dos mapas? Justifique sua
resposta.
Espera-se que os alunos percebam que no mapa esto
selecionados alguns elementos que se quer mostrar: as
cidades (de acordo com seus diversos tamanhos), as ro-
dovias etc. Para representar esses elementos so utiliza-
dos smbolos que, como tais, so mais visveis no mapa.
A imagem de satlite, por sua vez, no tem smbolos;
como uma fotografia da Terra. mais difcil de interpre-
tar, mas a dimenso geogrfica dos fenmenos est mais
prxima da realidade. As imagens de satlite servem (en-
tre outros usos) para que, a partir delas, confeccionem-se
mapas. Estes ltimos usam linguagem apropriada e des-
tacam fenmenos especficos, conforme os objetivos de
seu autor. Assim, mapas e imagens de satlite no tm a
mesma funo e, por isso, uns no podem ser substitu-
dos pelos outros.
Para finalizar esta Situao de
Aprendizagem, na seo Voc
aprendeu?, os alunos devero
responder seguinte questo:
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Geograa 5a srie/6o ano Volume 1
SITUAO DE APRENDIZAGEM 6 ORIENTAO RELATIVA: A ROSA DOS VENTOS
Esta Situao de Aprendizagem retoma a
noo de localizao relativa apresentada nas
sries/anos iniciais do Ensino Fundamental,
com o objetivo de desenvolver a capacidade
dos alunos de determinar a posio de um lu-
gar em relao a outro.
Contedos: rosa dos ventos; pontos cardeais; pontos colaterais.
Competncias e habilidades: conhecer os movimentos do planeta Terra; dominar os pontos cardeais e colaterais; aplicar tcnicas de orientao relativa.
Sugesto de estratgias: aulas expositivas; trabalho com mapas; produo de textos e desenhos.
Sugesto de recursos: mapas.
Sugesto de avaliao: exerccios de localizao relativa; texto elaborado pelos alunos.
f O mapa uma representao de elementos selecionados da realidade. Explique com
suas palavras o significado dessa afirmao.
Deseja-se, aqui, que o aluno seja capaz de assinalar que
um mapa de uma regio no uma reproduo idntica
da realidade, mas sim um tipo de representao confec-
cionado com finalidades especficas. Por isso, alguns ele-
mentos so destacados em um mapa, enquanto outras
caractersticas da realidade so omitidas, algo que no
ocorre, por exemplo, em uma imagem de satlite, que
reproduz os fenmenos geogrficos de maneira mais
prxima da realidade.
Etapa prvia Sondagem inicial e sensibilizao
Nesta etapa, sugerimos que sejam levan-
tados os conhecimentos prvios dos alunos
sobre rotao e translao da Terra, bem
como sobre os procedimentos de localizao
relativa, por meio das seguintes questes
presentes no Caderno do Aluno:
1. Muitos povos e civilizaes antigos acredi-tavam que a Terra era o centro do universo
e que o Sol girava em torno dela. De onde
eles tiravam essa crena? Voc tambm j
teve essa impresso observando o movi-
mento do Sol na abbada celeste?
De fato, a impresso que temos, em funo das grandezas e
da velocidade dos movimentos terrestres, que realmente
a Terra est parada, de que ela esttica. Por isso, o arco
que vemos do Sol primeiro a leste, depois sobre nossas
cabeas e ento desaparecendo a oeste nos d a impres-
so de que ele se movimenta ao redor da Terra, mas na ver-
dade o contrrio.
2. A partir do movimento aparente do Sol pos-svel saber para qual rumo (norte, sul, leste
-
38
ou oeste) est voltada a janela da sua sala de
aula? Como fazemos para determinar isso?
O movimento aparente do Sol uma referncia que
permite identicarmos os pontos cardeais. Se a janela
do lado direito da classe, na posio do aluno, estiver
voltada para onde nasce o Sol, esse lado ser o leste; o
lado contrrio, o oeste; frente, o norte; e atrs, o sul.
3. Cite trs cidades que ficam ao norte da que voc mora e outras trs cidades situadas ao
sul. Se precisar, consulte um atlas geogrfi-
co escolar ou um mapa poltico do Estado
de So Paulo.
A resposta deve estar vinculada localidade da escola.
prefervel que haja referncia s cidades prximas e no h
problema de os alunos consultarem mapas. O objetivo
familiarizar os alunos com o conceito dos pontos cardeais.
Etapa 1 Os movimentos da Terra
Diariamente, vemos o Sol levantar-se num
lado do horizonte, percorrer uma trajetria pelo
cu e esconder-se do outro lado do horizonte.
Trata-se do movimento aparente do Sol, represen-
tado na Figura 10, presente no Caderno do Alu-
no, que dever ser trabalhada em sala de aula.
Figura 10 Movimento aparente do Sol. Fonte: Elaborado por Regina Araujo especialmente para o So Paulo faz escola.
fundamental os alunos compreende-
rem que se trata de um movimento aparen-
te, pois, na realidade, no o Sol que gira
em torno da Terra, mas a Terra que gira em
torno do Sol. Esse giro chamado de mo-
vimento de translao (Figura 11, presente
no Caderno do Aluno) e se completa em
um perodo de 365 dias e 6 horas. Apro-
veite para informar aos alunos sobre o ano
bissexto, que visa sincronizar o calendrio
convencional com o solar, acrescentando, a
cada 4 anos, 1 dia ao ano.
C
laud
io R
ipin
skas
-
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Geograa 5a srie/6o ano Volume 1
Figura 11 Movimento de translao. Fonte: Elaborado por Regina Araujo especialmente para o So Paulo faz escola. Dados: Observatrio Nacional.Calendrio e suas curiosidades. Rio de Janeiro: ON-MCT, 2009. Ilustrao sem escala.
A translao um movimento anti-horrio
(ao contrrio do movimento dos ponteiros de
um relgio), o que se observa pelas setas de-
senhadas no percurso da Terra. A Figura 11
mostra tambm que a Terra se movimenta em
torno do Sol, com seu eixo inclinado em rela-
o ao plano de translao. Assim, nas diversas
posies, num momento o Hemisfrio Sul que
est mais exposto ao Sol e, noutro, o Hemisf-
rio Norte. As datas de mxima desigualdade de
iluminao nos Hemisfrios Norte e Sul (entre
21 e 23 de junho e entre 21 e 23 de dezembro)
so chamadas de solstcio, enquanto as datas de
mxima igualdade de iluminao nos Hemisf-
rios Norte e Sul (20 ou 21 de maro e 22 ou 23
de setembro) so denominadas equincio.
Essas diversas posies da Terra em rela-
o ao Sol no decorrer do ano explicam as
diferentes intensidades da chegada de energia
calorfera nos dois hemisfrios latitudinais da
Terra (o Sul e o Norte). A distribuio diferen-
ciada dessa energia provoca o que chamamos
de estaes do ano. Na Figura 11, na posio
dos dias 22 ou 23 de junho, a Terra est com
o Hemisfrio Norte projetado em direo ao
Sol, o que vai fazer que os ngulos dos raios
solares estejam mais prximos de 90 na la-
titude do Trpico de Cncer, o que significa
mais energia calorfera. Essa maior exposio
deve-se, como mostrado na Figura 11, incli-
nao do eixo da Terra em relao ao plano
da rbita. Por isso, vero naquele hemisfrio
C
laud
io R
ipin
skas
-
40
e inverno no Hemisfrio Sul, que, nesse mo-
mento, est menos projetado em relao ao
Sol, recebendo os raios solares em um ngu-
lo mais inclinado o que resultar em menos
energia calorfera. Com essa mesma lgica
explicam-se as outras estaes do ano.
Assim, sugerimos que os alunos busquem
uma explicao relacionando o fato de, apa-
rentemente, o Sol se levantar e se escon-
der todos os dias no horizonte e a crena de
povos e civilizaes antigos sobre a Terra ser
o centro do universo. As hipteses levantadas
devero ser analisadas pela classe.
Aps essa rodada de discusso, sugerimos
que os alunos sejam informados de que a Terra
tambm gira em torno de si mesma, realizando
o movimento de rotao (Figura 12, presente
no Caderno do Aluno), no sentido anti-horrio,
que se completa em 23 horas e 56 minutos.
Leitura e anlise de imagem
Para fixar melhor a ideia dos movimentos
de rotao e translao da Terra, assim como
sobre o movimento aparente do Sol, h, no
Caderno do Aluno, atividades de anlise das
figuras. Para facilitar a mediao do professor
no trabalho de anlise das imagens, listamos a
seguir algumas questes.
1. Observe a Figura 10 Movimento apa-rente do Sol. Ela mostra direita o pon-
to onde o Sol aparece pela manh e de-
pois a trajetria que percorre: meio-dia
est no topo e, ao anoitecer, desaparece,
esquerda.
a) Voc j percebeu essa troca de posio?Espera-se que os alunos respondam positivamente, pois,
como esse movimento aparente, o Sol parece estar em di-
versas posies durante o dia. Os alunos precisam assimilar
essa percepo, que nem sempre bvia.
b) Indique, no seu bairro, o lado em que o Sol nasce e o lado em que ele desaparece.
interessante que v