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Identificação de tensores ambientais nos ecossistemas aquáticos da área de proteção ambiental (APA) da Baixada Maranhense Identification of Environmental Tensors in Aquatic Ecosystems of the Environmental Protection Area Baixada Maranhense ALMEIDA-FUNO, Izabel Cristina da Silva 1, PINHEIRO, Claudio Urbano Bittencourt 2, MONTELES, Josinete Sampaio 3 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus São Luís/Maracanã, São Luis/MA, Brasil, [email protected]; 2 Departamento de Oceanografia e Limnologia, Universidade Federal do Maranhão, São Luis/MA, Brasil, [email protected]; 3 Mestrado em Ciências ambientais, Universidade Federal do Pará, Belém/PA, Brasil, [email protected] RESUMO: Os tensores ambientais são definidos como qualquer fator que retire energia dos organismos e restrinja qualquer etapa de seu desenvolvimento causando um desequilíbrio no ambiente. Estes tensores, se bem definidos, podem ser utilizados no monitoramento de mudanças ecológicas e alterações hídricas constituindo-se um importante elemento na gestão dos recursos hídricos de uma região. A Baixada Maranhense, um complexo ecossistema alterado semestralmente pelo ciclo de chuvas, tem sido bastante alterado em função de elementos externos inseridos ao longo do tempo. Deste modo, o presente trabalho buscou por meio da etnoecologia identificar e descrever os principais tensores que atuam na região lacustre de Penalva. Os principais resultados obtidos demonstram que maior parte dos impactos são de origem antrópica, entretanto atuam no ambiente tanto negativamente quanto positivamente. PALAVRAS-CHAVE: Tensores ambientais. Baixada Maranhense. Etnoecologia. ABSTRACT: The environmental tensors are defined as any factor that remove energy organism and restrict any stage of its development causing an imbalance in the environment. These tensioners if well defined, can be used in monitoring ecologicals changes and fluid changes constituting an important element in the management of water resources in a region. The Baixada Maranhense, is a complex ecosystem changed every six months by the rain cycle has been greatly altered due to external elements inserted over time. Thus, this study sought through ethnoecology identify and describe the main tensor acting in the Penalva lake. The main results show that most of the impacts are of anthropogenic origin, however work in the environment both positively and negatively. KEY WORDS: Environmental tensors. Baixada Maranhense. Ethnoecology. Revista Brasileira de Agroecologia Rev. Bras. de Agroecologia, Porto Alegre, 5(1):74-85 (2010) ISSN: 1980-9735 Correspondências para: [email protected] Aceito para publicação em 24/01/2010

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Identificação de tensores ambientais nos ecossistemas aquáticos daárea de proteção ambiental (APA) da Baixada Maranhense

Identification of Environmental Tensors in Aquatic Ecosystems of the EnvironmentalProtection Area Baixada Maranhense

ALMEIDA-FUNO, Izabel Cristina da Silva 1, PINHEIRO, Claudio Urbano Bittencourt 2, MONTELES,Josinete Sampaio 3

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Campus São Luís/Maracanã, São Luis/MA,Brasil, [email protected]; 2 Departamento de Oceanografia e Limnologia, Universidade Federal doMaranhão, São Luis/MA, Brasil, [email protected]; 3 Mestrado em Ciências ambientais,Universidade Federal do Pará, Belém/PA, Brasil, [email protected]

RESUMO: Os tensores ambientais são definidos como qualquer fator que retire energia dos organismose restrinja qualquer etapa de seu desenvolvimento causando um desequilíbrio no ambiente. Estestensores, se bem definidos, podem ser utilizados no monitoramento de mudanças ecológicas ealterações hídricas constituindo-se um importante elemento na gestão dos recursos hídricos de umaregião. A Baixada Maranhense, um complexo ecossistema alterado semestralmente pelo ciclo dechuvas, tem sido bastante alterado em função de elementos externos inseridos ao longo do tempo.Deste modo, o presente trabalho buscou por meio da etnoecologia identificar e descrever os principaistensores que atuam na região lacustre de Penalva. Os principais resultados obtidos demonstram quemaior parte dos impactos são de origem antrópica, entretanto atuam no ambiente tanto negativamentequanto positivamente.

PALAVRAS-CHAVE: Tensores ambientais. Baixada Maranhense. Etnoecologia.

ABSTRACT: The environmental tensors are defined as any factor that remove energy organism andrestrict any stage of its development causing an imbalance in the environment. These tensioners if welldefined, can be used in monitoring ecologicals changes and fluid changes constituting an importantelement in the management of water resources in a region. The Baixada Maranhense, is a complexecosystem changed every six months by the rain cycle has been greatly altered due to external elementsinserted over time. Thus, this study sought through ethnoecology identify and describe the main tensoracting in the Penalva lake. The main results show that most of the impacts are of anthropogenic origin,however work in the environment both positively and negatively.

KEY WORDS: Environmental tensors. Baixada Maranhense. Ethnoecology.

Revista Brasileira de AgroecologiaRev. Bras. de Agroecologia, Porto Alegre, 5(1):74-85 (2010)ISSN: 1980-9735

Correspondências para: [email protected] para publicação em 24/01/2010

Introdução

Os tensores ou estressores ambientais podemser descritos como qualquer fator ambiental queretira energia de organismos, restringe ocrescimento e a reprodução deles, ou perturba oequilíbrio de um sistema mobilizando seusrecursos e aumentando seus gastos energéticos(ODUM, 1988). Nos ambientes aquáticos e seuentorno, muitos tensores ambientais têm semanifestado, decorrentes da supressão das matasciliares, da excessiva exposição do solo associadaa práticas agrícolas degradadoras, da introduçãoequivocada de espécie animais e vegetais, dolançamento de esgotos e lixo nas águas dos rios,da exploração inadequada de areia e argila, e emmuitos casos, da falta de planejamento e cuidadoscom a malha viária local, causando carreamentode particulados para os leitos dos rios.

As áreas inundáveis, como os campos naturaisda Baixada Maranhense, são ambientesecologicamente complexos. Estas áreasrepresentam sistemas de estrutura efuncionamento bem diferenciados, integradosprincipalmente por lagos rasos temporários queocupam toda a vasta região de campos abertos,quando no transbordamento dos rios, por lagoasmarginais e também por importantes sistemaslacustres permanentes (PINHEIRO, 2003).

Segundo Costa Neto (1990), a dinâmica doscampos naturais da Baixada Maranhense envolvedois ciclos de troca de energia que abrangem doisperíodos diferentes, de acordo com a estação doano. Durante o período chuvoso, que acontece dejaneiro a dezembro na região, os rios e os lagosperenes transbordam, inundando os campos etransformando-os em extensos lagos de poucaprofundidade. E durante o período de estiagem(julho a dezembro), os campos ficam secos, o quepropicia o aparecimento da vegetação, constituídaprincipalmente por gramíneas e ciperáceas.

O conhecimento tradicional é definido como oconjunto de saberes e saber fazer a respeito domundo natural e sobrenatural, transmitido

oralmente de geração em geração (DIEGUES;ARRUDA, 2001), e que pode ser trabalhado sobvárias vertentes a partir das etnociências. Comoescreve Martin (1995), “ethno” é um prefixopopular hoje em dia, devido ao fato de ser amaneira mais curta e fácil de se dizer: o modo deoutras sociedades olharem o mundo. Quandousado antes do nome de uma disciplinaacadêmica, tais como a biologia ou afarmacologia, por exemplo, implica quepesquisadores desses campos estão buscando aspercepções das sociedades locais dentro desserecorte acadêmico (HAVERROTH, 1997).

Segundo Almeida e Pinheiro (2005), aetnobiologia estuda o modo como as sociedadeshumanas, ditas comunidades tradicionais oulocais, percebem, classificam e utilizam o seumundo natural. Dentro da etnobiologia, várioscampos podem ser definidos, partindo da visãocompartimentada das ciências sobre o mundonatural, tais como a etnoecologia, a etnobotânica,a etnozoologia, a etnoictiologia, e assim pordiante, assim como podemos estudar diferentessociedades a partir de uma abordagem daetnomedicina, etnofarmacologia entre outros. Osconhecimentos adquiridos pelas comunidadestradicionais, frutos da prática vivencial e doacúmulo de experiências, são ricos em detalhes equase sempre concordantes com as observaçõescientíficas.

A etnoecologia, ao estudar a base ecológicadas interações e relações humanas com oambiente, tem trazido para a ciência modernauma grande contribuição para o conhecimentodas comunidades tradicionais em seurelacionamento com a natureza, identificando eavaliando os efeitos de um sobre o outro.

Nesse contexto, com o auxílio doconhecimento tradicional (etnoecologia), pode-seavaliar a qualidade de ambientes aquáticossegundo os tensores ambientais devidamenteidentificados e descritos em suas características e

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seu papel no ambiente. Estes tensores, se bemdefinidos, poderão ser utilizados nomonitoramento de mudanças ecológicas ealterações hídricas; nesse sentido, sãoimportantes elementos úteis na gestão dosrecursos hídricos de uma região.

Material e MétodosA região ecológica da Baixada Maranhense

está localizada à oeste da ilha de São Luís, nonorte do Estado do Maranhão (1°59’ – 4°00’S e44°21’ – 45°33’W). É formada pelas baciashidrográficas dos rios Mearim, Pindaré, Pericumã,Aurá e Turiaçu que anualmente transbordam einundam as planícies baixas da região, formandoum grande número de lagos, temporários epermanentes.

Na regionalização da SUDEMA (1970), aBaixada Maranhense é descrita como uma dassete regiões ecológicas do Estado do Maranhão(Pré-Amazônia, Cerrado, Cocais, BaixadaMaranhense, Litoral, Chapadões e Planalto). Comuma área de 1.775.035,6 ha, abrangendo 23municípios, a Baixada Maranhense constitui umcomplexo ecossistema que inclui rios, lagos,estuários, agroecossistemas, além de camposnaturais e um grande sistema de áreasinundáveis, peculiares a esta região do Estado doMaranhão.

O município de Penalva, onde este estudo foidesenvolvido, tem uma área total de 839 km2,população de 30.287 habitantes (IBGE, 2000),localizada nas coordenadas 03° 17’ 442” S; 45°10’ 242” W (Figura 1). A área lacustrina da regiãode Penalva é formada como resultado dasinundações sazonais do rio Pindaré; nesta regiãodestacam-se os lagos Cajari, Capivari, Lontra eFormoso (PINHEIRO, 2003). Nesse ambiente delagos e sua circunvizinhança, foram amostradasas mudanças ambientais no ambiente aquático daregião segundo a visão das comunidades locais.O universo amostral constou de povoados einformantes da região ribeirinha dos lagos do

município de Penalva (lagos Cajari, da Lontra,Capivari e Formoso).

Os questionários aplicados foram do tipo semi-estruturado, formatados para a pesquisaetnoecológica. Para delimitação da amostra foramutilizados critérios ecológicos e sociais. Do pontode vista ecológico, buscou-se amostrar osambientes aquáticos característicos da regiãoafetados por possíveis mudanças ambientais eseus indicadores; do ponto de vista social,buscou-se o conhecimento tradicional dascomunidades de pescadores sobre estasmudanças e seus efeitos sobre os indicadores,segundo a percepção local.

A amostra foi composta por 100 informantes(5% do total de pescadores associados à Colôniade Pescadores do município de Penalva),compreendendo 11 comunidades (Armazém,Jacaré, Enseada, Grande, Trizidela, Buritiatá,Capivari, Lontra, Água Preta, Caetetú, Colônia eSão Raimundo) localizadas próximo aos lagos emestudo. Durante o trabalho de campo, apreferência de entrevista foi dada aos pescadores,pelo fato destes possuírem o conhecimentoespecífico e melhor percepção dos recursoshídricos regionais.

Resultados e discussãoPerfil dos informantesEntre os pescadores amostrados, houve uma

variação de idade entre 18 e 80 anos; a média daidade dos entrevistados foi de 41 anos e o maiornúmero de informantes (92%) ficou compreendidoentre os 20 e 60 anos. Dentre os entrevistados,15% eram mulheres e 85% homens; aamostragem, contudo, foi direcionadaprincipalmente aos homens, por serem estes maisenvolvidos com a atividade da pesca. Dessemodo, houve uma estratificação a priori daamostra.

No que se refere à atividade principal relatadapelos informantes, constatou-se que a maioria

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Com relação ao nível de escolaridade, amaioria dos entrevistados (90%) cursou ou parouno ensino fundamental; dentre estes, 30%estudaram apenas até a primeira série; os demais(9%) se consideraram analfabetos; apenas 1entrevistado possuía o ensino médio.

Como forma de aferir o nível de conhecimentoe familiaridade com a região foram levantadasinformações sobre o tempo de residência doinformante naquela área, bem como sobre a suaorigem, registrando-se os seguintes dados: 82%dos entrevistados são nativos da região de estudo;desse modo, o restante de 12% é oriundo deoutros municípios limítrofes com o município dePenalva, particularmente Viana. Em relação aotempo de residência nas localidades, 52%relataram residir há mais de 20 anos nascomunidades onde foram entrevistados; 39%residem há mais de 40 anos. Esses númerosconferem segurança sobre as informaçõescoletadas no que diz respeito ao conhecimentosobre o meio ambiente em geral, e principalmente,sobre as mudanças ambientais da área.Adicionalmente, a maioria dos entrevistados (82%)relatou ter de 10 a 30 anos de prática da pesca naregião; observou-se que quanto mais velhos osentrevistados maior concordância existe nasrespostas apresentadas às entrevistas.

Percepção da pesca nos lagos da regiãoQuanto à piscosidade dos lagos, 45% dos

entrevistados consideram o lago Cajari o de maiorabundância em peixes; seguido dos lagosFormoso (38%), Capivari (12,68%); 4,32% nãosouberam responder e o lago da Lontra não foi

citado. Também em variedade de espécies o lagoCajari é considerado mais piscoso (43%),seguindo-se o Formoso (32%), Capivari (13%), eo da Lontra (3%); 9% também neste caso nãosouberam responder.

Buscando-se aferir o nível de dispersão dospescadores nos lagos da região em relação àatividade, registrou-se que 72% dos entrevistadospescam em outros lagos que não são próximos desua comunidade; e apenas 28% pescam somenteno lago localizado no povoado em que vive.

Entre as espécies capturadas, as principais,segundo o conhecimento local são: Traíra(Hoplias malabaricus), Jeju (Hoplerythrinusunitaeniatus), Piau (Prochilodus nigricans),Curimatá (Prochillodus nigriconis), Bagre(Tachysurus sp), Piranha (Serrasalmus sp),Pescada (Plagioscion squamosissimus), Aracú(Leporinus fasciatus) e a Piaba (Leporinuscopelandi).

Descrição dos principais tensores ambientaisda região lacustre de Penalva

Os principais tensores ambientais da regiãolacustre de Penalva são atualmente de origemantrópica e incluem a bubalinocultura, abarragem, a construção de canais artificiais, asqueimadas e o desmatamento oriundos daagricultura de subsistência praticada nas margensdos lagos, a introdução e a proliferação do giganteda Malásia (Macrobrachium rosenbergii), comvariados efeitos, de diferentes intensidades sobreos recursos hídricos locais (Figura 2).

Tensor 1 - O búfaloO gado bubalino, introduzido na região da

Baixada há cerca de 40 anos, supostamente vemprovocando uma série de danos ambientais,segundo a percepção dos moradores locais. Entreestes danos, são citados como principais, aqueda na produção de pescado, o assoreamentodos corpos d’água e a destruição de macrófitas

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excessivo de animais com seu grande pesocorporal (podendo pesar até 1.200 kg) e hábitoalimentar herbívoro podem causar váriasconseqüências ao ecossistema, tais como acompactação do solo, menor retenção no volumed’água em lagos e canais de comunicação,redução ou eliminação de fontes de alimentos dasespécies animais e de áreas de reprodução,degradação da qualidade da água, deixando-aimprópria ao consumo humano edescaracterizando a qualidade do peixe, o quepode afetar de forma direta a economia da regiãoque tem a pesca como umas das principaisatividades de renda.

Por volta do final da década de 60, os búfalosforam introduzidos nos campos naturais daBaixada, extensivamente, sem manejo adequado.Segundo Lima et al. (2000), este animal possuihábitos anfíbios, apresentando maior longevidadee prolificidade, maior capacidade de ingestão deforrageiras grosseiras, maior ganho de peso e

maior percentagem de gordura no leite do que osbovinos. É considerado dócil quando submetidoao manejo adequado, tendo a capacidade de irbuscar a forragem onde ela estiver qualquer queseja o nível de inundação; por tudo isso, o búfalofirmou-se como uma alternativa produtiva para aBaixada Maranhense.

De forma gradativa, mas consistente, orebanho bubalino da Baixada Maranhensecresceu até a década de 90, atingindo mais de120.000 cabeças em 1990, cerca de 85% dorebanho bubalino total do Estado, na época. Hoje,os números oficiais registram um pouco mais de40.000 búfalos na Baixada, de um total de cercade 57.000 em todo o Estado. O rebanho atual daregião do município de Penalva vai pouco além de1.000 cabeças, depois de ter tido um efetivo cincovezes maior no início da década de 90. Abarragem do lago Cajari, segundo opinião comumna região, contribuiu significativamente para aredução dos búfalos na área, ao manter o nível da

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água do lago alto e, consequentemente, reduzir operíodo de exposição da vegetação herbácea doscampos naturais.

No período de crescimento do rebanho, criadoem um modelo extensivo e em grande número, osbúfalos invadiram lavouras, produzindo conflitosentre agricultores e criadores. A partir daí,surgiram denúncias e reclamações realizadas porsegmentos da sociedade regional ligados ao meioambiente (LIMA et al., 2000).

O búfalo possui pelagem preta e poucasglândulas sudoríparas, o que os torna animais degrande calor corporal, principalmente nas horasmais quentes do dia, fazendo com que estejamfrequentemente mergulhados nos lagos e camposinundáveis. Os conflitos locais decorrem destanecessidade. Ao ocuparem os lagos da região,provocam uma série de impactos, que incluem oaumento da turbidez e redução nos níveis deoxigênio da água; alteração na qualidade da águaa tornando imprópria para o consumo humano;compactação do solo; e mortandade de peixes oudescaracterização do seu gosto, gerandodescontentamento entre os pescadores da região.Segundo Hass e Farias (1989) os maioresconflitos gerados por búfalos na região da BaixadaMaranhense aconteceram entre pecuarista epescadores.

No município de Penalva, segundo relatos dostradicionais, a maior concentração de búfalosocorre nas proximidades dos lagos Cajari eCapivari. Sendo animais pesados, no pisoteio quepraticam sobre os sedimentos argilososamolecidos, provocam a suspensão de grandequantidade de material sólido na coluna d’água, oque eleva os níveis de turbidez, resultando emalterações em outras variáveis, principalmente naconcentração de oxigênio dissolvido. No processode alteração das variáveis físico químicas doscorpos hídricos os problemas no desenvolvimentoda biota são inevitáveis.

“Quando o chuvareijo começa nossa terra

vira lago e o búfalo ali começa a pisoteiar,quando a água baixa o chão fica aterrado semrespirar e as plantas ali não mais nascerá” –João Sousa (pescador do lago Capivari)

A frase do ribeirinho do lago Capivari explicaque, durante as chuvas, as terras até então secaspela estiagem tornam-se campos alagados, comlâmina d’água superficial, atraindo o pastoreio dosbúfalos. No período de estiagem seguinte, quandoestes campos ficam novamente expostos, o soloaparece compactado, com baixo nível deoxigenação, o que impede a recuperação naturalda vegetação dessas áreas, e acarreta perdas aoecossistema, já que os peixes necessitam dessavegetação para sua alimentação e reprodução noinício do período chuvoso. De acordo com Santos(2004), a criação extensiva, especialmente dosbúfalos, pode afetar a qualidade das águasmarginais, pois o intenso pisoteio e pastoreio queesses animais praticam nas áreas alagáveis podedestruir a vegetação, em especial as macrófitasaquáticas.

Tais problemas afetam a saúde pública deforma direta e indireta. Muitos dos entrevistadosrelatam que na época de seca, há umdeterminado período em que não é possívelconsumir os peixes dos lagos onde tem umagrande concentração de búfalos, pois a água ficaprejudicada. Outros afirmam que neste mesmoperíodo, os peixes aparecem com um piolho, quesegundos eles é provocado pela urina do búfalo.Conforme o jornal o ESTADO DO MARANHÃO(2006), foi constatado a contaminação de peixes(traíra, piranha, acará e tilápia) da BaixadaMaranhense por larva do parasito Oxyurusvermicular. Acredita-se que essa contaminação dopescado se deu pelo fato dos campos alagadosservirem para criar búfalos, porcos e cavalos.

Segundo esses relatos, são muitos os danosque a bubalinocultura vem ocasionando aoscorpos hídricos dos lagos de Penalva, como o

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comprometimento da qualidade hídrica e dosrecursos pesqueiros da área, afetando a economialocal e a saúde pública. Assim é necessário queos gestores públicos se preocupem em ordenar efiscalizar esta atividade pecuária, já que a região éuma Área de Proteção Ambiental – APA (LEI N°9985, 2000). Como tal, o uso e o manejo de seusrecursos naturais devem ser planejados eregulamentados.

Os búfalos já produziram uma consideráveldevastação nas espécies vegetais locais,especialmente das macrófitas aquáticas, levandoà redução na quantidade das mesmas, o quecontribuiu para uma menor retenção do volumed’água em lagos e lagoas e seus canais decomunicação. Devastaram espécies vegetais queformam o substrato e servem como base dealimentação de várias espécies de aves(residentes e migratórias). Houve, assim, umaquebra na cadeia alimentar, com conseqüência naredução das populações de aves. Um exemplodeste fato é a diminuição da ave jaçanã (Jacanajacana), hoje rara na região.

Tensor 2 – A barragemMuitas obras de engenharia para represamento

de água têm sido realizadas por iniciativa do poderpúblico municipal, sem os correspondentesestudos de impacto e viabilidade, produzindoimpactos imprevistos. Exemplos desta situação naBaixada Maranhense são observadas no RioPericumã (COSTA-NETO, 2002) e no lago Cajari,no município de Penalva.

Em Penalva foi construída, em 1997, umabarragem; o consequente represamento da águado lago Cajari modificou a dinâmica natural doambiente, que passou de lótico a lêntico durante aestiagem, enquanto no período das chuvasintensas, as águas represadas a montante dabarragem voltam a ter vazão por cima da parededa represa.

Nesta região não há estudos sobre os efeitosda barragem em termos de alteração do

ecossistema. As populações locais,especialmente os pescadores observam e relatamque as mudanças no regime hídrico ocasionamproblemas à biota do lago Cajari e lagoscomunicantes e todo o entorno desses lagos(GALDINO, 2004-Informe verbal). O lago Cajaripassou a ficar artificialmente inundado mesmo noperíodo de seca, acarretando um número deefeitos negativos e positivos, sobre os recursosvegetais e animais da região, bem como sobre aspopulações humanas.

Entre os efeitos observados sobre a faunalocal e dinâmica de inundação hoje modificada,relata-se a permanente imersão do capim demarreca (Paratheria prostrata), sazonalmentedominante no período de estiagem, quandograndes áreas cobertas com esta gramíneaafloravam pela redução do volume d’água doslagos. O capim de marreca, fisiologicamenteadaptado com seus estolões e sementes, aemergir das águas no período de seca, ficoucondenado a permanente inundação. Cessaram,com o represamento das águas, as variaçõessemestrais alternadas de inundação e plenaexposição. Em conseqüência, esta espécie nãoresistiu às novas condições e parece ter sidosucedida pelo junco (Eleocharis spp.,Cyperaceae), outrora restrito a pequena área deocorrência e hoje mais freqüente nos campos emmuitas áreas.

A barragem traz também impactos para asespécies de igapó e para as margens dos corposd’água, uma vez que gera inundação permanentede espécies e habitats sazonalmente alternadospor seca e cheia. Mesmo para as espéciesaquáticas dos lagos, a modificação drástica dadinâmica hídrica pode trazer efeitos danosos,como a proliferação e dominância daquelas maisagressivas e colonizadoras. No geral, sãovariados os efeitos sobre os ecossistemas,incluindo perda de habitats e a mortandade de umgrande número de indivíduos de espécies

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vegetais semi aquáticas e terrestres. Por outrolado, as populações locais classificam algunsefeitos como positivos, citando como um dosprincipais, a redução das áreas de pastagem e,conseqüentemente, a redução da bubalinoculturaindesejada por pequenos agricultores epescadores.

Do ponto de vista sócio-econômico, aconstrução de uma barragem em uma região podeproduzir incremento na pesca, o que vistopositivamente, pode trazer geração de renda eaumento da oferta de alimento, principalmente noperíodo de seca. Negativamente, porém, podeestimular a pesca predatória e a ganância.

“A barragem firma a água e os peixes parao lado de lá e a gente do lado de cá fica compouca água no verão e sem peixe” – JoséBarros (morador localizado a jusante)

“A barragem melhorou nossas vidas, agoraa gente tem muita água no verão, os peixesficam maior e os búfalos estão saindo doscampos” – Pedro Silva (morador localizado amontante)

Baseado nos relatos acima fica evidente queos efeitos sócio-econômicos da barragem no lagoCajari são percebidos de forma diferente pelospescadores de Penalva. Aqueles que ficam amontante da barragem mostram que estãosatisfeitos, pois possuem água represada durantetodo o ano com peixes maiores, maior volume deágua, redução da pesca predatória e diminuiçãodo número de búfalos pela menor quantidade deáreas para pastagem. Entretanto, os pescadoresque ficam a jusante demonstram insatisfação,pois, no período de estiagem há deficiência hídricae baixa piscosidade.

Sob a óptica da gestão de recursos hídricos, aconstrução de obras de engenharia reduz o fluxonatural das águas, causando o corte da suavazão, geralmente em um canal principal. Em

conseqüência, são produzidas alterações naspropriedades físicas, químicas e biológicas dosambientes aquáticos e terrestres. Muitos dosimpactos resultantes podem ser previsto emitigados, maximizando-se os benefícios ereduzindo-se os impactos negativos. Uma análisecusto/benefício pode ser exercitada, de forma aaferir as vantagens e desvantagens daimplantação de uma barragem; os custos ebenefícios, atuais e futuros, ambientais e sócio-econômicos devem ser considerados desde oplanejamento à implantação de obras deste tipo.

A barragem desta forma tem efeitospercebidos como negativos e positivos, tanto doponto de vista ambiental como do sócio-econômico. No ambiente, a perda de indivíduosde espécies vegetais e de habitats é o mais visívelnegativamente; o acúmulo de água o ano inteiroem áreas onde no período de estiagem aspastagens afloravam, limita hoje a criação debúfalos na região, o que é visto positivamentepelos moradores locais. A oferta de alimento e derenda na forma de peixe, possível hoje com abarragem, é percebida positivamente pelaspopulações regionais. Muitos efeitos, contudo,incluindo a sua parte à jusante, não estãoavaliados.

Tensor 3 - Queimadas na vegetação ciliarSegundo o conhecimento tradicional local, os

desmatamentos e as queimadas crescentes nasáreas ribeirinhas da região produzem perdas deespécies, usos e habitats, causando erosão eassoreamento dos lagos da região. Um indicadordo aumento da intensidade do uso dos solos dasáreas marginais dos lagos de Penalva é aredução dos períodos de pousio das áreas deagricultura itinerante; hoje, não mais de cincoanos, quando no passado, esse período foi de 10-15 anos.

“No lago da Lontra quando a água seca os

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os roceiros queimam o capim e árvore, issoprovoca mudanças na água e a cada ano quepassa esse lago está ficando mais raso.” –Francisco Pereira (ribeirinho do lago da Lontra)

Segundo o relato acima, no período deestiagem o lago Lontra tem a sua vegetaçãoexposta e submetida às queimadas, tendo comosub-produto a cinza que conforme Calheiros eFerreira (1997), provoca danos na qualidade daágua, alterando por exemplo o potencialhidrogeniônico (pH); outra conseqüência daqueimada é o assoreamento deste lago, que éintensificado a cada ano. De acordo com Santos(2004), o desmatamento da mata ciliar, entretantos efeitos negativos, tem como conseqüênciaindireta a redução nos estoques pesqueiros pelomenor aporte de matéria orgânica (fertilização)nos cursos d’água além de que, muitas espéciesda ictiofauna cuja alimentação são os frutosproduzidos nos lagos, perdem sua fonte nutritiva.Portanto a mata ciliar desenvolve importante papelde nicho alimentar e ainda local de reprodução eabrigo das espécies contra os predadores.

Entre 1980 e 1983 houve grandes queimadasna região, resultando no desaparecimento ouredução de animais desde este período (aves,jacarés, macacos, cangaparas, capivaras). Comas queimadas vieram os búfalos invadindo muitasáreas da região. Segundo pescadores emoradores do município, enquanto havia muitosbúfalos na localidade, o peixe tinha gosto ruim,hoje, com a população bubalina reduzida asituação é diferente. O gosto ruim do peixe eracreditado à urina e fezes dos búfalos nas águasutilizadas pelos peixes.

Tensor 4 - Construção de canais artificiaisDe acordo com o conhecimento local, os lagos

Lontra e Formoso são ligados através de canaisartificiais, os quais foram feitos a braço pelospróprios moradores, para facilitar o acesso noinverno e a conexão entre os demais lagos. Como

conseqüência desses canais abertos,sazonalmente, no momento das primeiras chuvastodo material lavado nos juçarais (matériaorgânica) dos arredores do lago Formoso é levadoao lago da Lontra e demais lagos. Segundo osmoradores, logo depois da construção dos canaishouve um aumento na densidade de arraias naregião lacustre do Formoso, sem, contudo,arriscar uma causa específica para este fato,como pode ser constatado na citação abaixo.

“O canal que liga o lago da Lontra eFormoso foram cavados a braço pelapiãozada, depois disto nossas canoas podemnavegar melhor no inverno e a gente passou apescar mais, porém com a construção do canalobservou-se um aumento significativo dearraias no lago Formoso” – João Batista Silva(morador do lago Formoso).

Assim, a dragagem para limpeza dos canaisnaturais e a construção de canais artificiaisproduziu eliminação de grande quantidade demacrófitas provocando a redução da capacidadede retenção de água em lagos e lagoas eaumento do fluxo d'água; a seca em muitas áreaslevou ao aumento das áreas de pastagem e oavanço da pecuária nessas áreas, quenormalmente estariam abaixo d'água; os búfalos,como também os bovinos, avançaram nessasáreas.

Tensor 5 - Introdução do camarão exóticoMacrobrachium rosenbergii

A introdução do camarão gigante da Malásia(Macrobrachium rosenbergii), na região daBaixada Maranhense tem preocupado quanto aospossíveis impactos que este organismo podecausar nesse ecossistema. Principalmente,porque se desconhece os efeitos advindos dapresença desse camarão nos ambientes naturaisem que foram introduzidos. Acredita-se que o M.

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rosenbergii causa impactos sobre as espécieslocais (competição e/ou predação de espéciesnativas) e tem como efeitos danosos a biotaaquática, a perda de habitats e a redução edesaparecimento de espécies locais. Esta espéciepode provocar danos à socioeconomia local,principalmente por ser considerada umaintrodução não planejada e aferida em termos desuas conseqüências.

No entanto, os pescadores entrevistados vêema presença do camarão gigante da Malásia naregião de Penalva como algo bom e positivo, poissegundo eles, além de ser mais uma fonte dealimento, a comercialização deste crustáceocontribui na renda familiar. Acreditam ainda que oM. rosenbergii não está causando nenhumprejuízo aos lagos ou rios da região de Penalva.

A maior parte dos entrevistados (71%) dissenão saber a origem da introdução do M.rosenbergii na região e 29% disseram que seuaparecimento teria sido conseqüência derompimento dos taludes dos viveiros ondeestavam sendo cultivados. O estudo etnoecológicorealizado na região por Piedade-Junior (2008),confirma que o M. rosenbergii passou a sercapturado no lago Cajari desde 1995, e seuaparecimento no lago foi atribuído principalmentepela teoria de rompimento de viveiros. Outrosdisseram que surgiu através da maré, acreditandoque se trata da lagosta que ocorre na costabrasileira (Panulirus sp.) que teria sido introduzidapela maré e se adaptado à água doce. Por isso,todos os pescadores conhecem o camarãogigante da Malásia (M. rosenbergii) popularmentecomo lagosta.

Os pescadores apontaram como locais demaior ocorrência do camarão o canal Maracu e olago Cajari, mas também foram citados PontaGrande, lago de Viana e lago Capivari. Segundoos pescadores, a presença do camarão Giganteda Malásia nesses locais está relacionada com apresença de locais de refúgio como tocas,também chamadas de locas, galhos de árvores,

macrófitas aquáticas e com a maior profundidade.Os pescadores relatam também a importância

comercial do Camarão da Malásia na região, maisargumentam que esta não é uma pesca definitiva- ou seja, eles ainda não saem para capturarexclusivamente este camarão - mas que ocamarão citado tem sido um importantecomplemento da renda. Por outro lado ospescadores relatam que o camarão nativo do lagoCajari tem diminuído e estão atribuindo este fatoao aparecimento do camarão gigante da Malásia,no entanto estão sendo realizadas pesquisas comeste crustáceo na tentativa de revelar os impactospositivos e negativos que podem trazer aosecossistemas.

ConclusõesPor meio do conhecimento tradicional foi

possível identificar como principais tensoresambientais na região lacustre de Penalva osestressores de origem antrópica búfalo, abarragem, a construção de canais artificiais, asqueimadas, o desmatamento oriundos daagricultura de subsistência praticada nas margensdos lagos e a introdução e a proliferação do M.rosenbergii. Identificou-se que estes impactosantrópicos são percebidos tanto de forma positivaquanto negativa pela população. Como principaisconseqüências desses tensores ambientais estãoalterações na flora, fauna e nos corpos hídricos(lagos), do município de Penalva.

Mesmo com as alterações já percebidas, odevido monitoramento desses tensores associadoao conhecimento das populações locais e seuinteresse em conservar a área, são fatoresimportantes que podem ser utilizados na gestãodos recursos hídricos do município de Penalva,que embora sofrendo alterações, ainda mantémmuito de seus recursos naturais, especialmenteos recursos hídricos, em bom estado deconservação.

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