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CityLogo Innovative place-brand management ULSG/GLA_Documento de Trabalho nº 3

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CityLogo Innovative place-brand management

ULSG/GLA_Documento de Trabalho nº 3

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URBACT II

CityLogo Innovative place-brand management

Consultor Externo / Lead Expert

Miguel Rivas

Coordenador Local do Projecto

Fernando Zeferino Ferreira

Responsável financeira

Rosa Silva

Responsável pela Comunicação e coordenação do Grupo Local de Apoio

(a designar)

Equipa Municipal do Projecto CityLogo

Ana Gingeira, Aníbal Rodrigues, Fernando Zeferino Ferreira, Jorge Brito e Patrícia Seabra

Websites

www.urbact.eu

http://urbact.eu/en/projects/metropolitan-governance/citylogo/homepage/

Dropbox do CityLogo_Coimbra

https://www.dropbox.com/sh/ia85moyozekcr0h/zHqfQh6OFq

Equipa responsável pela redacção e concepção do Documento de Trabalho nº 3

Ana Gingeira, Fernando Zeferino Ferreira e Regina Henriques

Fotografia da capa (sobre maquete gráfica do URBACT)

Fernando Zeferino Ferreira

Data

Março de 2014

Cidade parceira

Coimbra

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ÍNDICE

1. Introdução ................................................................................................................. 1

2. Imagens e fruição das cidades. Colagem .................................................................. 3

3. Sobre Coimbra ........................................................................................................ 34

Ideias genéricas ...................................................................................................... 34

Ideias concretas ..................................................................................................... 37

Ideias práticas ........................................................................................................ 39

4. Notas ....................................................................................................................... 41

5. Referências Bibliográficas ....................................................................................... 64

6. Referências Bibliográficas Complementares .......................................................... 65

ANEXO

a.1 Opiniões de turistas e outros visitantes ....................................................................... A.1

a.2 Opiniões de ‘bloggers’ e outros ‘opinion makers’ ..................................................... A.14

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 1

Documento Base

1. Introdução

O presente Documento de Trabalho, o nº 3, configura uma sequência de trabalho

decorrente dos dois anteriores.

No primeiro foram abordados os referenciais relacionados com a Marca Coimbra, isto é, foi

efectuado o levantamento das iniciativas municipais nesta área nos últimos 12 anos. Esse

objectivo e a correspondente tarefa resultaram do debate e das orientações de trabalho da

1ª reunião do Grupo Local de apoio do Projecto CityLogo (URBACT II).

No segundo tratou-se um conjunto de análises SWOT elaboradas nos últimos 7 anos, por

diversas entidades e em contextos de trabalho diferentes, temática e informação que se

reconheceu poder também ser útil para apoiar a reflexão sobre Coimbra e perspectivar o

seu (re)posicionamento e a sua promoção.

A ideia de elaborar este Documento de Trabalho nasceu da circunstância de, no decurso das

pesquisas de informação realizadas na internet, se ter encontrado um website (ciao.es) com

opiniões de turistas espanhóis que haviam visitado Coimbra.

A expressão-chave que usámos «coimbra decadente» fora suscitada pelo artigo-entrevista

de Carlos Fortuna, que figura no Anexo do Documento de Trabalho nº 1 [págs. A.54-55],

elaborado em Julho de 2013.

Essa informação primordial justificou um trabalho de recolha adicional em websites de

natureza semelhante. Tratou-se de um ‘exercício limitado’ nas fontes e no tempo, porque

esse foi um dos requisitos de trabalho.

Utilizou-se, também, parte dos textos (entrevistas, artigos de opinião, posts de blogs) que

foram incluídos/recolhidos no/para o Documento de Trabalho nº 1.

A temática do presente Documento de Trabalho (em particular o seu Anexo) diz respeito à

‘imagem percepcionada da cidade’, como ponto de partida, na perspectiva de dois tipos de

visitantes: - os que visita(ra)m Coimbra na condição de turistas e por um período muito

curto; - e os que foram/são ‘visitantes temporários’, porque vieram estudar (ou trabalhar)

para Coimbra, durante um período limitado de tempo e/ou acabaram por fazer dela a sua

cidade, ainda que olhando-a com outros referenciais geográficos e culturais.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 2

À semelhança dos dois anteriores Documentos de Trabalho, optou-se por estruturar o

documento em duas partes: - uma primeira de enquadramento em sentido lato e uma

segunda, sob a forma de Anexo, onde figura a informação recolhida, ou seja, as apreciações

e opiniões sobre Coimbra.

A parte relativa ao Enquadramento, para além desta curta Introdução, possui dois capítulos

focados na temática geral do Documento de Trabalho.

No primeiro deles realiza-se um exercício que não pretende ser uma perspectiva académica

sobre o tema da identidade dos lugares e da percepção da imagem das cidades. Deve ser

entendido como uma colagem de excertos de livros, com menor ou maior relevância, com o

objectivo de estimular ideias e reflexões, com base numa opção metodológica que será

explicitada no referido capítulo.

A partilha das versões portuguesas e das transcrições dos excertos dos livros é um convite à

sua leitura (ou revisitação, para o caso daqueles que já os conheçam). Acreditamos que a

disseminação das ideias, e a formação do conhecimento associado a essa partilha, junto da

comunidade dos actores locais, é vital para um debate mais participado e para a qualidade

da vida da comunidade em geral.

No capítulo seguinte faz-se a ‘ponte’ para Coimbra, alinhando um programa de reflexão-

acção especificamente direccionado para a nossa Cidade. Procurou-se apresentar um

conjunto sintético e estruturado de sentimentos e pensamentos, transformados em ideias,

que classificámos como: ideias genéricas, ideias concretas e ideias práticas.

Nas Notas aos capítulos 2. e 3. partilhamos as versões originais dos excertos que foram

objecto de tradução, bem como outras informações e textos que considerámos útil

e/justificado divulgar.

O Anexo foi dividido em duas partes com base na ‘sistemática’ já referida acima, ou seja

separaram-se as opiniões dos visitantes-turistas e dos visitantes mais ou menos

temporários, apresentadas com uma ‘expressão gráfica’ diferenciadora, embora com

coerência de leitura.

O ‘registo’ seguido na elaboração deste Documento de Trabalho nº 3 destina-se a permitir

que o mesmo venha a ser utilizado como apoio a um eventual seminário (ou workshop), a

realizar no corrente ano de 2014.

Tem também como objectivo, à semelhança dos Documentos de Trabalho nºs 1 e 2, ser

utilizado no âmbito do trabalho do Grupo Local de Apoio do Projecto CityLogo (URBACT II),

bem como por parte de outros utilizadores e/ou interessados, a nível da Câmara Municipal,

mas também por parte de entidades externas à CMC, de investigadores, e dos cidadãos em

geral.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 3

2. Imagens e fruição das cidades. Colagem

O que se segue é um exercício parcelar, determinado pelas obras disponíveis nas prateleiras

de uma biblioteca pessoal, ou seja não decorre de uma perspectiva académica, nem

procura efectuar uma selecção do que mais relevante se possa ter editado sobre a temática

em causa.

Baseia-se numa escolha pessoal, ainda que assente na preocupação de alinhar um conjunto

de excertos de livros que possam ilustrar algum do conhecimento produzido sobre a

imagem da cidade e leitura da cidade pelos seus utilizadores, fortuitos ou frequentes.

É, de facto, uma primeira aproximação, muito focada ou direccionada, em que se cruza o

carácter técnico com uma certa ‘intenção poética’.

A debilidade mais evidente da selecção efectuada, deve-se a um certo carácter ‘datado’ das

escolhas, por não conter excertos de livros publicados nos últimos 10-15 anos, com uma

excepção. A explicação é simples, ainda que criticável: a biblioteca acedida teve uma vida

mais activa até há alguns anos atrás, tendo entrado em hibernação à medida que a web se

foi tornando cada vez mais uma fonte de informação e de conhecimento, permitindo

acompanhar o pensamento académico ou especializado.

Acresce que, à semelhança dos Documento de Trabalho anteriores, foi estabelecido o

princípio de alocar à elaboração deste texto de Enquadramento um tempo limitado, em

períodos parcelares inseridos nas obrigações quotidianas de trabalho da Equipa Municipal

do Projecto Coimbra > Cidade Inteligente e Criativa. Este facto limitou, obviamente, as

(re)leituras e recolha de notas de trabalho, e sobretudo a hipótese de acesso a bibliotecas

universitárias ou de centros de investigação.

A par da ‘restrição’ mencionada, deve também referir-se que foi tomada a opção de não

apresentar excertos de livros ou outras publicações provenientes do que poderá designar-

se como a ‘Escola de Coimbra’, iniciada pelo trabalho pioneiro de Carlos Fortuna, (e que

teve desenvolvimento no seio do Centro de Estudos Sociais, com Paulo Peixoto, Claudino

Ferreira, Carina Gomes, entre outros), por razão que esperamos seja compreendida.

Não obstante essa opção de natureza ética, no capítulo seguinte, aquele que procura

abordar a ‘realidade Coimbra’ e expressar as reflexões da Equipa CCIC, serão feitas algumas

referências concretas, disponibilizando-se também parte das coordenadas bibliográficas nas

Referências Bibliográficas Complementares.

Enunciados os aspectos metodológicos, há que explicitar as três opções de trabalho

adoptadas na apresentação dos excertos dos livros escolhidos.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 4

A primeira diz respeito à circunstância de se apresentarem ‘versões em português’ dos

excertos seleccionados de livros editados na língua original (inglês, francês e castelhano).

Nas Notas respectivas são apresentados os excertos na versão original. Para os mais

familiarizados com os idiomas de origem, recomenda-se a respectiva leitura, uma vez que

as versões portuguesas correspondem a ‘traduções livres’, objecto de alguma assumida

reinterpretação e recreação linguística.

A segunda tem a ver com a ordem de apresentação dos excertos/livros. Podendo ser,

talvez, mais defensável a opção pela via cronológica, optámos por tentar construir uma

narrativa assente, por um lado, na possível ligação dos elementos técnicos e académicos

tratados nos excertos escolhidos (inteligibilidade da sua leitura encadeada?) e, por outro

lado, possibilitando uma certa oscilação de perspectiva (por vezes até ideológica), sem

descurar uma opção de gosto pessoal (talvez um pouco óbvia) e a intenção de deixar

algumas ‘pontes’ mais poéticas no contexto da temática em concreto.

A terceira refere-se à forma de apresentar os excertos. Apresenta-se a referência

bibliográfica, um curto comentário enquadrador do livro ou da selecção dos excertos, à

excepção do primeiro excerto que desejámos fosse um primeiro ‘andamento’ com uma

certa intenção poética-prospectiva.

Nos casos em que justificou, ou se tornou necessário, existem também notas de trabalho

adicionais ou ‘comentários de transição’, para explicar/enquadrar os hiatos de conteúdo

entre excertos.

A título de introdução geral – sintética mas muito completa – à imagem (física) da cidade e

às cidades, (numa perspectiva contemporânea), recomendamos o livro de Tim HALL (Urban

Geography), já em 4ª edição, pela forma clara e concisa como trata a geografia urbana a

partir das cidades ou as cidades a partir da geografia urbana. No presente contexto, reveste

particular interesse o capítulo «Transforming the image of the city».

Qualquer das duas re-edições mais recentes do livro do Tim Hall articula-se muito bem com

o livro de Ash AMIN e Nigel THRIFT (Cities. Reimagening the Urban), para quem deseje ter

uma perspectiva global e um panorama sobre o pensamento contemporâneo sobre a(s)

cidade(s).

E, a recomendar-se um livro complementar, em termos de perspectiva geral sobre as

cidades e cultura, talvez o de Deborah STEVENSON (Cities and Urban Culture) seja uma boa

opção.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 5

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CALVINO, Italo (1990), As Cidades Invisíveis. Editorial Teorema, Lisboa, 1994.

«Nada garante que Kublai Kan acredite em tudo o que diz Marco Pólo ao descrever-lhe

as cidades que visitou nas suas missões, mas a verdade é que o imperador dos tártaros

continua a ouvir o jovem veneziano com a maior atenção e curiosidade que a qualquer

outro enviado seu ou explorador. Na vida dos imperadores há um momento, que se

segue ao orgulho pela vastidão ilimitada dos territórios que conquistámos, à

melancolia e ao alívio de sabermos que em breve renunciaremos a conhecê-los e a

compreendê-los; um sentimento como de vazio que nos assalta uma noite com o

cheiro dos elefantes depois de chover e da cinza de sândalo que arrefece nas braseiras;

uma vertigem que faz tremer os rios e as montanhas historiados em fila na exuberante

garupa dos planisférios, que enrola uns nos outros os despachos que nos anunciam a

derrocada dos últimos exércitos inimigos de derrota em derrota, e tira o lacre dos selos

dos reis de que nunca se ouviu falar e que imploram a protecção das nossas armadas

que avançam em troca de tributos anuais em metais preciosos, peles curtidas e cascas

de tartaruga: é o momento desesperado em que se descobre que este império que nos

parecera a soma de todas as maravilhas é uma ruína sem pés nem cabeça, que a sua

corrupção está demasiado gangrenada para que baste o nosso ceptro para a remediar,

que o triunfo sobre os soberanos adversários nos fez herdeiros da sua longa ruína. Só

nos relatos de Marco Pólo, Kublai Kan conseguia discernir, através das muralhas e das

torres destinadas a ruir, a filigrana de um desenho tão fino que escapasse ao roer das

térmitas.» [pp.9-10]

***********************************************************************

LYNCH, Kevin (1960), A Imagem da Cidade. Edições 70, Lisboa, 1982.

«Este livro debruça-se sobre o aspecto das cidades e sobre a possibilidade de mudança

e a importância desse aspecto. A paisagem urbana é, para além de outras coisas, algo

para ser apreciado, lembrado e contemplado. Dar forma visual a uma cidade é um

problema de design, um problema também recente.»

É desta forma que começa o Prefácio que Kevin Lynch escreveu em 1959 para a 1ª edição

americana de The Image of the City, o qual figura também na edição portuguesa das

Edições 70.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 6

O livro de Lynch constitui uma ’referência’ académica em relação à temática da imagem

da(s) cidade(s), sobretudo aplicada às cidades norte-americanas. Mas é um trabalho

pioneiro que, na parte inicial de conceptualização, influenciou inúmeros outros sequentes.

Aliás, The Image of the City a par de City Sense and City Design, colectânea de escritos de

Lynch editados em 1995 por Tridib Banerjee e Michael Southworth, permanecem ainda

hoje como livros de consulta nesta área académica e técnica.

Depois da ‘abertura poética’ que escolhemos fazer deste conjunto de ‘textos-colagem’ com

a belíssima introdução de Italo Calvino ao seu As Cidades Invisíveis, pareceu-nos adequado

passar às cidades visíveis ou concretas, ainda que exista muito de imaginário (e também

imaginado) nas cidades existentes.

Do livro de Kevin Lynch justifica maior interesse, para o âmbito do presente Documento de

Trabalho, a apreciação e conceptualização gerais que Lynch realiza ao longo dos capítulos I,

III e IV, e é deles que apresentamos curtos excertos que, para além de outros, têm o mérito

de se ‘lerem bem’ pela forma clara e simples da escrita (auxiliada em parte pela tradução de

Maria Cristina Afonso).

«Contemplar cidades pode ser especialmente agradável, por mais vulgar que o

panorama possa ser. Tal como uma obra arquitectónica, a cidade é uma construção no

espaço, mas uma construção em grande escala, algo apenas perceptível no decurso de

longos períodos de tempo. O design de uma cidade é, assim, uma arte temporal, mas

raramente pode usar as sequências controladas e limitadas de outras artes temporais

como, por exemplo, a música. Em ocasiões diferentes e para pessoas diferentes, as

sequências são invertidas, interrompidas, abandonadas, anuladas. Isso acontece a cada

passo.

A cada instante existe mais do que a vista alcança, mais do que o ouvido pode ouvir,

uma composição ou um cenário à espera de ser analisado. Nada se conhece em si

próprio, mas em relação ao seu meio ambiente, à cadeia precedente de

acontecimentos, à recordação de experiências passadas. (…)

Os elementos móveis de uma cidade, especialmente as pessoas e as suas actividades,

são tão importantes como as suas partes físicas. Não somos apenas observadores

deste espectáculo, participando com os outros num mesmo palco. Na maior parte das

vezes, a nossa percepção da cidade não é íntegra, mas sim bastante parcial,

fragmentária, envolvida noutras referências. Quase todos os sentidos estão envolvidos

e a imagem é o composto resultante de todos eles.

A cidade não é apenas um objecto perceptível (e talvez apreciado) por milhões de

pessoas das mais variadas classes sociais e pelos mais variados tipos de personalidades,

mas é o produto de muitos construtores que constantemente modificam a estrutura

por razões particulares.» (…) [pp.11-12]

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 7

«Este livro ocupar-se-á da qualidade do ambiente visual da cidade americana,

estudando a imagem mental que os cidadãos têm dela. Concentrar-se-á especialmente

numa qualidade visual particular: a aparente clareza ou “legibilidade” da paisagem

citadina. Com isto, pretendemos designar a facilidade com a qual as partes podem ser

reconhecidas e organizadas numa estrutura coerente. (…)

Embora a clareza ou legibilidade não seja de modo algum a única característica

importante de uma cidade bela, a sua relevância adquire um significado especial

quando se observam arredores na escala urbana de tamanho, tempo e complexidade.

Para compreender isto temos de considerar a cidade não como algo em si mesmo, mas

a cidade objecto da percepção dos seus habitantes.

Estruturar e identificar o meio ambiente é uma actividade vital de todo o animal móvel.

São muitas as espécies de orientação usadas: a sensação visual da cor, da forma, do

movimento ou polarização da luz, assim como outros sentidos, tais como o cheiro, o

ouvido, o tacto, a cinestesia, a noção de gravidade, e talvez as dos campos magnéticos

ou eléctricos.» (…) [pp.12-13]

«Uma estrutura física viva e integral, capaz de produzir uma imagem clara,

desempenha também um papel social. Pode fornecer a matéria-prima para os símbolos

e memórias colectivas da comunicação entre os grupos.» (…) [p.14]

«As imagens do meio ambiente são o resultado de um processo bilateral entre o

observador e o meio. O meio ambiente sugere distinções e relações, e o observador –

com grande adaptação e à luz dos seus objectivos próprios – selecciona, organiza e

dota de sentido aquilo que vê. A imagem, agora assim desenvolvida, limita e dá ênfase

ao que é visto, enquanto a própria imagem é posta à prova contra a capacidade de

registo perceptual, num processo de constante interacção. Assim, a imagem de uma

dada realidade pode variar significativamente entre diferentes observadores.» (…)

[p.16]

Depois de abordar também os conceitos de estrutura e identidade, Lynch desenvolve o

conceito de imaginabilidade, determinante no seu pensamento aplicado e no contexto

prático do livro.

«(...) Isto leva à definição daquilo a que podemos chamar imaginabilidade: aquela

qualidade de um objecto físico que lhe dá uma grande probabilidade de evocar uma

imagem forte num dado observador. É essa forma, cor, disposição, que facilita a

produção de imagens mentais vivamente identificadas, poderosamente estruturadas e

altamente úteis no meio ambiente. Também pode ser chamada legibilidade ou talvez

visibilidade em sentido figurado, onde os objectos se podem não ver, mas também são

apresentados de uma forma definida e intensa aos nossos sentidos. (…)

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 8

Uma cidade altamente imaginável (aparente, legível ou visível), neste sentido

particular, parceria muito bem formada, distinta, notável; como que convidaria os

olhos e os ouvidos a uma maior atenção e participação. O domínio estético de tal

ambiente não só se simplificaria como também aumentaria e se tornaria mais

profundo. Uma tal cidade poderia ser compreendida para além do tempo como um

modelo de grande continuidade, com numerosas partes distintas interligadas

claramente. O observador perceptivo e familiar poderia recolher novos impactes

estéticos sem aniquilar a sua imagem básica. E cada novo impacte seria uma referência

a muitos elementos prévios. O observador seria bem orientado e poder-se-ia mover

facilmente. Seria um bom conhecedor do seu ambiente. (…)

O conceito de imaginabilidade não tem, necessariamente, conotações com algo de fixo,

limitado, preciso, unificado ou ordenado regularmente, embora possa, por vezes, ter

estas qualidades. Também não significa visível, óbvio, evidente ou claro. (…)

A imaginabilidade da forma de uma cidade será o centro do estudo que se segue.

Existem outras qualidades básicas num meio ambiente que se deseja belo: significado

de capacidade de expressão, prazer estético, ritmo, estímulo, escolha. A nossa

concentração na imaginabilidade não nega a sua importância: apenas nos

empenhamos a considerar a necessidade de identidade e estrutura no nosso mundo da

percepção e ilustrar a importância desta qualidade para o complexo e mutável meio

ambiente citadino. [pp.20-21]

«Parece haver uma imagem pública de qualquer cidade que é a sobreposição de

imagens de muitos indivíduos. Ou talvez haja apenas uma série de imagens públicas,

criadas por um número significativo de cidadãos. Tais imagens de grupo são

necessárias, quando se pretende que um indivíduo opere de um modo bem sucedido

dentro do seu meio ambiente e coopere com os seus companheiros. Cada indivíduo

tem uma imagem própria e única que, de certa forma, raramente ou mesmo nunca é

divulgada, mas que, contudo, se aproxima da imagem pública e que, em meios

ambientes diferentes, se torna mais ou menos determinante, mais ou menos aceite.

(…) Há também outros factores influenciadores da imagem, tais como o significado

social de uma área, a sua função, a sua história ou, até, o seu nome. Passaremos por

cima disto, uma vez que o nosso objectivo é, agora, descobrir a importância da forma.

É elementar considerar que o design actual se deveria usar com o fim de reforçar o

significado e não de o negar.» {p.57]

«Temos a oportunidade de formar o nosso novo mundo citadino como sendo uma

paisagem ideal: visível, coerente e clara. Será necessária uma nova atitude da parte do

habitante desta cidade, dando novas formas ao meio físico que ele domina, formas

essas que agradam à vista, que se organizam gradualmente no tempo e no espaço e

que podem ser símbolos representantes da vida urbana. (…)» [p.103]

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 9

«Enquanto a complexidade da cidade moderna requer continuidade, ela também

fornece prazer: o contraste e a especialização do carácter individual. O nosso estudo

depara com uma crescente atenção ao pormenor e à originalidade do elemento, à

medida que o conhecimento aumenta. O contraste é reforçado se relacionarmos de

forma clara e imaginável elementos nitidamente diferentes. Cada elemento aumenta,

então, o seu carácter próprio.

De facto, a função de um ambiente visualmente bom pode não ser só a de facilitar os

percursos ou de manter significados e sentimentos já existentes. Igualmente

importante pode ser o seu papel de guia e produtor de estímulos para novas

explorações. Numa sociedade complexa existem muitas inter-relações que devem ser

dominadas. Numa democracia repudia-se o isolamento, exalta-se o desenvolvimento

do indivíduo, espera-se que a comunicação entre os grupos seja cada vez maior. Se um

ambiente tem uma moldura visível e partes altamente características, a exploração de

novos sectores não só é mais fácil mas também mais aliciante. Se se fomenta o

aparecimento de ligações estratégicas de comunicação (como museus, bibliotecas ou

locais de encontro), aqueles que normalmente não prestam atenção a tais factos

podem, subitamente, ser tentados a saber o que se passa.

A topografia básica, o conjunto natural já existente, talvez não seja um factor tão

importante como antigamente se pensava. A densidade e particularmente a extensão

da tecnologia elaborada da grande cidade moderna tendem a obscurecer este

problema inicial. A área urbana contemporânea tem características feitas pelo homem

e problemas que muitas vezes ultrapassam a especificidade do terreno. (…) Contudo, a

topografia é, ainda um elemento importante no reforço dos aspectos urbanos: colinas

nítidas podem definir regiões, rios e praias constituem limites fortes, cruzamentos

podem ser confirmados através da localização em pontos-chave no terreno. O

moderno sistema de vias rápidas é um excelente ponto do qual se pode compreender

uma estrutura topográfica em grande escala.

A cidade não está construída apenas para um indivíduo, mas para grandes quantidades

de pessoas, com antecedentes altamente variados, com temperamentos diversos, de

diferentes classes, com diferentes ocupações.» [pp.112-113]

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 10

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RONCAYOLO, Marcel (1997), La ville et ses territoires. Editions Gallimard (Folio/Essais,

1999)

Roncayolo depois de abordar os diversos aspectos associados às nossas cidades, história,

população, funções urbanas, cultura urbana, morfologia, planeamento, divisão social e

funcional do espaço urbano, política e políticas urbanas, dedica um dos capítulos às

representações e ideologias da cidade, no qual descreve de forma muito sucinta o que

designa por representações, imagens e práticas da cidade.

Após ter tratado a perspectiva do planeamento físico e dos planeadores, sugere o exercício

de se inverter a perspectiva (técnica) da reflexão sobre a cidade e o território, procurando

conhecer também a representação da cidade na perspectiva do cidadão habitante e

utilizador de uma cidade ou de um território.

Recordando o trabalho fundador de Kevin Lynch, e o conceito de ‘lisibilidade’ do espaço

urbano (ou das suas partes constituintes) e ou das formas urbanas, Roncayolo conclui que a

imagem pública da cidade de Lynch é quase só resultante da fruição e percepção individuais

do domínio do visual, não considerando as componentes relacionadas com as questões

psicológicas da percepção e com as condições sociais das condutas dos indivíduos, para

referir então:

(1) «A relação entre as representações e as práticas da cidade extravasam seguramente

o domínio dos mapas mentais, mesmo que construídos com o maior pormenor; pelo

menos esses mapas mentais da cidade assumem o seu sentido através dos modos de

habitar, dos modelos culturais e não apenas dos actos visuais. A representação da

cidade inscreve-se nesse caso numa etno-história, bem como numa crítica das

ideologias. Ela concede um espaço amplo aos comportamentos dos grupos sociais, ao

modo como se transmitem ou se adquirem os hábitos e costumes; a cidade é então

aprendizagem, tanto dos actos como das representações. Ela ocupa-se com o acumular

dos gestos e dos ritos, enraizados no inconsciente. Ela dedica especial atenção às

justificações sociais resultantes dessas práticas, à valorização dos lugares, à conjugação

dos espaços e das referências, a tudo o que existe de memória na cidade.» [pág. 177]

Roncayolo menciona em seguida o interesse da semiologia e da semiótica pela cidade ou

por alguns dos seus elementos ou ‘aspectos’.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 11

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FAYETON, Philippe (2000), Le Rythme Urbain, Éléments pour intervenir sur la ville.

L’Harmattan, Paris.

Na contracapa do livro é referido:

(2) «A investigação sobre a cidade assinala o surgimento da verificação de que a

urbanidade e a civilidade são solúveis na urbanização. Quanto mais a cidade aparece

vazia de sentido, mais se finge acreditar que cuidando do “look” se pode re-criar a vida

na cidade. (…)

Dando a palavra aos semióticos e aos filósofos que vão repetindo que a arquitectura é

uma linguagem e que a cidade é um discurso, este ensaio analisa os diferentes níveis

de leitura da arquitectura e da cidade.»

Partindo da pergunta feita em 1993 pelo Presidente da Câmara de Tübingen, Gabriele

Steffen, a saber: «qual é a natureza da cidade, e que podemos esperar dela no futuro?»,

Fayeton procura responder à primeira parte da questão, isto é, de que é feita a cidade?

escolhendo olhar a cidade e a arquitectura da cidade como um ‘facto de comunicação’, uma

linguagem, um discurso, citando Umberto Eco em primeira instância, e depois Roland

Barthes: (3) «A cidade é um discurso, e este discurso é verdadeiramente uma linguagem: a

cidade fala aos seus habitantes, nós falamos a nossa cidade, a cidade onde nos

encontramos, simplesmente ao habitá-la, ao percorrê-la, ao olhá-la.»

Criando a designação ‘Urbatextura’ ou simplesmente ‘Urbatexto’, porque conduz ao ‘texto

da cidade’, Fayeton afirma que a arquitectura da cidade (a cidade ela-própria) é uma

linguagem, ou seja uma expressão de um sistema cultural codificado. Uma linguagem com

dois níveis: - o nível da leitura ‘inocente’ do utilizador quotidiano; - e o nível da leitura mais

profissional dos urbanistas e arquitectos, sem prejuízo do seu maior ou menor

conhecimento da cidade no concreto.

E recordando as inúmeras leituras da(s) cidade(s) que atravessam a Literatura, e

considerando insuficiente a matriz semiótica, Fayeton refere:

(4) «Tendo analisado como a cidade constitui uma forma de linguagem que nos fala (de

nós, mas também da nossa história), tendo verificado que esta linguagem é situada

(geograficamente, culturalmente), tendo estabelecido as especificidades da linguagem

arquitectónica e os limites duma metáfora rica de significados, distinguiremos sete

componentes elementares do ritmo da cidade.

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Considerando, então, o nosso objectivo de intervir na arquitectura sobre o significante

(tanto no objecto-arquitectura como no objecto-cidade), vamos verificar que o ritmo

da cidade constitui a essência da urbanidade, ao mesmo tempo carácter(ística) da

cidade em geral e carácter(ística) desta cidade em particular.

E particularizando o que entende por ritmo da linguagem da cidade, afirma:

«Será a urbanidade dada pelos componentes dum ritmo que se inscreve em

sobreimpressão: o ritmo da morfologia tipológica e climática na qual se desenvolveu o

urbano, o ritmo de escala, o ritmo percepcionado pelos nossos cinco sentidos, o ritmo

semântico, o ritmo do tempo que passa e o ritmo das funções [urbanas]? As

componentes do ritmo jogam todas umas com as outras, cada uma em função das

outras. Nenhuma está realmente em primeiro lugar. Por certo interactivas,

verosimilmente são consubstanciais.» (…) [p.22]

«A leitura ‘inocente’ é a nossa leitura quotidiana, a do cidadão anónimo, feita de

sentimentos, de impressões, de reacções a estímulos diversos (ruído, luz, cores,

matéria, escala, ritmo, ‘estilo’ arquitectónico, beleza/fealdade, recordações e

referências).

Esta leitura inocente não exclui a questão arquitectónica, ela alimenta-se dela. (…)

Se a leitura inocente é a leitura para a qual deve ser escrita a cidade, então impõe-se

ao profissional a aparente necessidade de um leitura ‘conhecedora’, referenciada e

reflexiva, distanciada,

Qualquer cidade é um pouco construída, feita por nós à imagem do navio Argo em que

já nenhuma peça era de origem, mas que continuava sempre o navio Argo, o mesmo é

dizer um conjunto de significados facilmente legíveis e identificáveis. Neste esforço de

abordagem semântica da cidade, devemos tentar compreender o jogo dos signos, de

compreender que qualquer que seja a cidade, ela é uma estrutura, mas que nunca se

deve procurar e que nunca se deve querer preencher essa estrutura.»

Roland Barthes. L’Aventure sémiologique, page 271, le Seuil, 1965. [pp. 67 e 69]

Fayeton dedica, a seguir, um capítulo à história da ‘decifração do texto urbano’. Ao

descrever telegraficamente as tentativas ‘modernas’ (primeira metade do séc. XX) da

decifração, recorda Camillo Sitte e Ebenezer Howard, para referir Edmund Bacon, Roy

Worksett, Lawrence Halpin, Gordon Cullen, Johannes Holschneider e Kevin Linch, para

referenciar as suas obras pioneiras na leitura morfológica da cidade, ie, ‘lisibilidade’ do

espaço (na conceptualização de Lynch).

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E, passando ao capítulo das ‘conclusões parciais’, Fayeton intitula o primeiro ponto do

capítulo ‘A cidade é a nossa imagem’. (Nota - quase dá vontade de colocar um ponto de

exclamação no final da frase!). E ele começa o capítulo com a seguinte frase:

«Escrito na nossa linguagem, o discurso da cidade narra a nossa história e diz o que nós

somos. A cidade não é vazia de sentido, ela é – por natureza – portadora do sentido

que nós lhe demos.» [p. 87]

«O discurso da cidade, que designamos Urbatexto não é apenas o discurso dos

arquitectos. Também não é o discurso, ou mesmo o canto, de alguns edifícios

singulares: (…). O Urbatexto raramente depende das Musas, ele sabe ser trivial,

tirânico, associal, mas também agradável e acolhedor, sensual, incoerente ou

empático, humilde e tagarela. O Urbatexto não é feito apenas de betão e de pedras,

ele é também escrito na Internet, é escrito nas linhas dos autocarros pela política de

transportes e é ainda escrito pela periodicidade do mercado das flores. (…)

O Urbatexto exprime mais claramente a noção de texto de cidade, de textura do

urbano (o ‘tecido urbano’) e evoca o sentido do texto. O Urbatexto engloba a

totalidade dos textos sobrepostos que fazem a cidade e que a cidade nos oferece.

Examinaremos três destes textos da cidade: - A imagem que a autoridade municipal dá

da sua cidade, desde o Logo à Página da Internet, ou ao ordenar e conservar a cidade;

- A leitura que os utilizadores podem restituir da sua cidade por meio de inquérito a

uma amostra da população; - A nossa leitura da cidade, como ‘não habitante’ da

cidade, tanto como utilizador frequente de Aix-en-Provence e ocasional de Tübingen,

com a particularidade do olhar diferente de profissional da cidade.» [p. 101-102]

«As imagens oficiais da cidade, metalinguagem política da equipa municipal,

interessam-nos aqui na medida onde elas actuam sobre a leitura dos utilizadores e a

orientam. As publicações, a página Internet, os arranjos urbanos, os monumentos, as

festas públicas são igualmente suportes para esta metalinguagem.» [p.103]

«Na nossa utilização da cidade são frequentes três atitudes opostas e complementares.

A primeira atitude, a do turista ou do recém-chegado, consiste em mergulhar ao acaso

na aglomeração urbana, procurando a sinalização de uma entrada na cidade,

procurando descobrir o carácter do espaço urbano percorrido e absorvendo a

ambiência, lendo o nome dos locais e dos edifícios, tentando penetrar no coração da

cidade para saborear a sua personalidade.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 14

A segunda atitude é a do apreciador, do conhecedor, que vai procurar directamente o

espaço desejado, evitando ou ignorando os locais que não lhe agradam, preferindo o

desvio pela ruela com glicínias cujo perfume inebria, que sabe contornar a praça

varrida pelo vento mistral.

A terceira é a do utilizador pavloviano que se desloca para o trabalho ou para casa

ainda meio-adormecido sem nada ver, caminhando ou movendo-se por acto reflexo,

com os pensamentos ocupados por aquele projecto ou dificuldade por resolver.

Estas três atitudes são habituais e nós adoptamo-las sucessivamente consoante as

circunstâncias. No entanto a sua base é construída sobre uma mesma e única

percepção da cidade.» [p. 111]

E Fayeton, partindo de questionários aplicados aos habitantes de Aix-en-Provence e

Tübingen, (cidades cujos ‘elementos urbanos’ são também por ele analisados no livro),

apresenta as seguintes conclusões parciais:

«A sobreposição dos esquissos de leitura traz ensinamentos sobre a natureza do que

designámos por Urbatexto.

- O lugar na qual se inscreve a cidade é determinante, mas o sítio formado pela cidade

construída determina o uso.

- Os materiais do espaço urbano não são identificados nem memorizados, mas o

declive, a rugosidade, a dureza são sentidos.

- A multiplicidade funcional no espaço urbano é expressiva desse carácter urbano.

- A noção de densidade é absolutamente relativa e subjectiva; é uma noção para a qual

o citadino não possui instrumento de medida: (…)

- A medida do dimensionamento dos espaços permanece obscura; apenas é exacta a

medida ligada ao tempo de deslocação.

- Apenas se conhece a parte ou a faceta da cidade que utilizamos: uso funcional (local

de trabalho/alojamento/centro comercial para o residente ou o circuito turístico no

caso do turista), o uso de classe sócio-cultural (teatro, universidade, zona industrial) ou

o uso autorizado (a parte limitada do bairro na qual as crianças têm uma relativa

autonomia, a parte da cidade “financeiramente” acessível ao nosso poder de compra).

- O bairro possui um carácter identitário mas as suas fronteiras são dificilmente

memorizadas. O bairro é menos reconhecível pela homogeneidade formal

(arquitectura) do que pelo seu carácter e pela actividade sócio-cultural que nele

acontece.

- O “estilo” arquitectónico dos bairros é lido e reconhecido, mas é em termos afectivos

que ele é integrado. A cidade é portadora de cada história individual, trama da cidade

pessoal, ela é reconhecida por trechos, experiências, sonhos e pesadelos justapostos.

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- Gosta-se do bairro (avaliado como muito ou bastante agradável) mesmo se se aspira

morar noutro bairro e mesmo se se habita um bairro desprezado pelos que não vivem

lá (…).

- As funções da cidade apenas são reconhecidas quando colocam em cena interacções

na cidade. A função universitária em Aix-en-Provence e a sua função turística parecem

defini-la, ainda que sejam as funções jurídicas e as actividades industriais e comerciais

a fonte preponderante dos seus rendimentos.

- As entradas das cidades são difíceis de reconhecer, de identificar e indicar, a não ser

através de referências visuais, dos índices de densidade, anote-se pelas placas

sinalizadoras. Pode-se dizer que se está “fora da cidade” ou “na cidade”, mas o limite

não está definido. A palavra “cidade” tanto significa “centro da cidade” como a cidade

ou a aglomeração urbana.

- Os nomes dos lugares e a sua tipologia contêm valores que estruturam a paisagem

urbana, mesmo para lá do motivo que deu nome ao lugar. Alguns nomes atribuídos

oficialmente aos lugares não são aceites no uso comum.

Verificámos que a cidade pode ser considerada como uma linguagem e parece agora

mais justificado tomá-la como um diálogo: o diálogo entre a cidade e os seus

utilizadores, assim como os diálogos entre as diversas relações e leituras que cada um

dos utilizadores mantêm com ela.

Detectámos então no Urbatexto três traços significativos:

- a cidade parece constituída por uma multiplicidade de ligações sintagmáticas

individuais justapostas;

- o sentido do Urbatexto torna-se legível pela sobreposição destas ligações, destes

decalques;

- é por causa da função semiótica da cidade ter definido o urbano que a intervenção do

planeador (urbanista ou arquitecto) não pode limitar-se a (dis)pôr apenas alguns

objectos significantes. A missão do planeador é mais vasta: trata-se de dispor/organizar

as potencialidades dos diálogos urbanos.» [pp 126-128]

Fayeton, utilizando como leitmotif a pergunta “Quem nos fala do ritmo da cidade?”, volta

aos pioneiros da análise da imagem e da morfologia da cidade, alargando as referências a

alguns nomes da literatura, para mencionar as descrições de algumas cidades (ou bairros ou

partes de cidades) em alguns romances e filmes, no que se refere à ‘importância’ de uma

cidade ou de um bairro ou de uma praça para a narrativa e contexto social, económico,

tecitura dramatúrgica ou de outra natureza.

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Em seguida dedica-se a analisar se o ‘ritmo da cidade’ é metáfora ou realidade. Fayeton cita

Nassima Dris: “é no uso que se reconhece a cidade»; para depois afirmar: no uso e ou no

utilizador. E dedicando-se a sondar a metáfora, aborda possíveis componentes de um

possível ritmo da cidade: morfologia, escala, os cinco sentidos, odonímia/toponímia,

funções, cronotopia, fronteiras público-privado, referenciando um ’registo de trabalho’ que

veio a ser adoptado no meio académico a partir do fim da década de 90 do século XX, nas

‘abordagens culturais’ das nossas cidades.

«Com efeito geralmente é por metáfora que se fala da cidade e da arquitectura.» [p.

135]

«A organização do espaço da cidade, à qual se pode atribuir pelo menos duas das

qualidades seguintes : estrutura, periodicidade, movimento, será aqui designada ritmo

da cidade.» [p.138]

«Cada cidade, cada bairro, cada espaço urbano, toca a sua própria música no

instrumento acústico da sua arquitectura: dimensionamento dos espaços, morfologia e

materiais dos edifícios “reproduzem” os ruídos da cidade. (…)

Deste modo, cada cidade, cada bairro, cada espaço urbano, constitui um palco no qual

os actores citadinos vivem a sua peça (drama, comédia, tragédia) quotidiana. (…)

O contacto com os materiais (pedra macia ou “fria”, revestida com cal ou cimento,

lajedo ou calçada, gravilha ou betuminoso), marcador da cidade, é decerto táctil mas

também visual, auditivo e cada material é significante.

A nossa percepção da cidade não se faz apenas pela vista e pelo tocar. A cidade não

produz um ruído absurdo e incompreensível, cada rua, cada bairro emite o “seu” ruído

(…).» [p.147]

Fayeton, a propósito de Aix-en-Provence e do seu bairro universitário e do peso de algumas

‘funções especializadas’ ou do peso de algumas dessas funções na ‘imagem’ da(s) cidade(s),

escreve:

«As funções da cidade, para lá da sua natureza, intervêm no carácter da cidade e do

bairro pelo seu “peso” relativo, pela sua posição relativa.» [p.152]

«Os linguistas, os escritores e os poetas garantem-nos que a cidade é uma linguagem,

que “a cidade é um discurso”. Considerar efectivamente a arquitectura e a arquitectura

da cidade enquanto linguagem, enquanto escrita, com os contributos de Kevin Lynch,

Umberto Eco, Roland Barthes, permite à arquitectura tomar distância em relação à sua

prática e examiná-la sob uma nova luz.

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A arquitectura da cidade é também resultado de um código cultural, ela é ancorada

num lugar e numa cultura. Tal como algumas palavras são intraduzíveis, alguns

paradigmas arquitectónicos não podem encontrar equivalente numa outra cultura. (…)

Decifrar o Texto Urbano ou Urbatexto é então a primeira tarefa de quem quer, por sua

vez, escrever-na-cidade. Leitura inocente ou leitura conhecedora, leitura turística ou

política, geográfica ou poética? As tentativas de decifração marcaram o ponto de

partida da reflexão contemporânea sobre a cidade, mas permanecem apenas como

análises limitadas ao visual.

Para uma abordagem mais completa da cidade, seguindo o conselho de Roland

Barthes, é conveniente olhar a linguagem da cidade para além de qualquer metáfora.

Dos brasões à página da internet, a cidade afixa-se, dá-se em espectáculo, mostra-se,

apresenta-se: os responsáveis da cidade mostram a imagem que lhes convem. A cidade

expressa-se também no terreno pelas suas realizações e arranjos públicos, a sua forma

de desenvolvimento. Este discurso da cidade sobre a cidade, sempre “politicamente

correcto”, é o significante duma visão sócio-económica do grupo dominante e

imprime-se na cidade. A linguagem sobre a cidade, metalinguagem dos edis, expressa

uma projecção da imagem desejada da cidade. Esta metalinguagem, intrinsecamente

programa de arranjo urbano, vem a montante da escrita da cidade e não é da mesma

natureza da linguagem da cidade.

O utilizador tem uma leitura construída sobre a sua prática específica. Os utilizadores

mostram-nos como os bairros encontram a sua identidade na sua morfologia, na sua

toponímia, na sua posição em relação a cidade no seu conjunto, tanto quanto pelas

suas funções e pela imagem colectiva.» [p.161-162]

«A significação apercebida do texto urbano é ao mesmo tempo muito partilhada e

muito pessoal. Pessoal, porque está ligada a uma experimentação individual anterior

dos espaços e dos signos; partilhada porque ela é o denominador comum específico

duma cultura socialmente diferenciada (classe social, etnia de origem, grupo social de

pertença ou de referência) ou tipologicamente (os da Jas de Bouffan, os de Cours de

Mirabeau ou de Waldhäuser-Ost).

Este texto urbano que designamos Urbatexto encontra o seu sentido pleno na

sobreposição das diversas leituras dos diversos actores e utilizadores da cidade.»

[p.166]

«A cidade não é, (…), uma simples justaposição de serviços, de redes, de edifícios. A

cidade é, na verdade, a expressão duma vida de sociedade numa cultura e num lugar.

[p.169]

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PAETZOLD, Heinz [ed.] (1997), City Life: Essays on Urban Culture. Jan van Eyck Akademie

Editions, Maastricht/de Balie, Amsterdam.

Trata-se da edição das comunicações da conferência organizada por Heinz Paetzold em

Abril de 1996, na Academia Jan van Eick sob o tema geral “The politics of the visual culture

of contemporary cities”, inscrita como uma tentativa para alcançar uma melhor

compreensão da cidade como espaço simbólico.

O editor da colectânea das comunicações, Heinz Paetzold, é autor da Introdução e de uma

das comunicações. Tratando-se de académico europeu, o seu ‘background’ releva de

Charles Baudelaire, Walter Benjamin, George Simmel, Louis Wirth, Henri Lefebvre, entre

outros. Refere na Introdução:

(5) «Com base numa linha de pensamento de Simmel, passando por Benjamim a

Lefebvre, Paetzold enfatiza a natureza altamente simbólica de experiências urbanas

específicas, sublinhando as rápidas mudanças das (e até as tensões entre) perspectivas

divergentes assumidas pelos habitantes das cidades, a fluidez agitada das experiências

do quotidiano e o carácter efémero e fragmentário das experiências urbanas. A própria

cidade tem uma estrutura simbólica que é revelada pelo corpo errante como agente

fragmentado das experiências urbanas.» [p.9]

[Nas comunicações de] Shusterman e Paetzold enfatizam ambos a relevância da figura

de ‘flâneur’ (passeante ocioso). No entanto vêem essa figura preenchendo tarefas

diversas. Onde o transeunte citadino pós-marxista tenta decifrar os significados

alegóricos das imagens urbanas, de modo a guardar a sua verdade simbólica, o flâneur

pragmático foca-se nos detalhes da paisagem urbana,. Müller e Dröge, assim como

ČaČinovič, [autores de duas outras comunicações], baseiam-se na dialética das

geografias pós-modernas entre localidade e território ou lugar.» (…) [p.13]

Na comunicação “For whom is city design? Tactility vs. Visuality” (de Ken-Ichi-Sasaki),

escrita na perspectiva de um autor japonês e tendo como ‘objecto’ a cidade de Tóquio, o

autor entende a estética da cidade como a abordagem «dos problemas complexos relativos

ao valor da cidade e da vida urbana, avaliados através das nossas experiências sensitivas

directas na cidade. Por outras palavras, se as sentimos como algo feliz e agradável ao viver

a nossa vida nesta ou naquela cidade.»

«O meu assunto é a estética da cidade, ou paisagem urbana [townscape]. (…) Parece-

me que ambas as palavras, estética e paisagem urbana [townscape], têm uma forte

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tendência para ser entendidas em referência à visualidade. Especialmente curiosa é a

palavra “paisagem urbana” [“townscape”]. Não sei se as pessoas de língua inglesa

nativa partilham o meu sentido desta palavra. Nomeadamente, a série paradigmática

de palavras: “paisagem natural” [“landscape”], “paisagem urbana” [“townscape],

“paisagem de nuvens” [“cloudscape”], etc. Convida-me a ligar o morfema comum

destas palavras ‘-scape’ com um outro ‘-scópio” [‘-scope], como ‘caleidoscópio’,

‘microscópio’, ‘telescópio’, ‘cinemascópio’, etc. Deste modo, na constelação semântica

de palavras na minha mente, a palavra ‘paisagem urbana’ [‘townscape’] tal como

‘paisagem natural’ [‘landscape’] pertence ao grupo de palavras visuais. Porém, na

verdade, ‘landscape’ partilha a sua origem com a palavra alemã ‘Landschaft’, de modo

que o sufixo ‘-scape’ é uma forma variante de uma outra ‘-ship’, o qual corresponde ao

sufixo alemão ‘-schaft’, resumindo, nada tem a ver com visualidade.» (…)

O que quer que seja, ou seja o que for, a minha tese é esta: o factor mais importante

na estética da cidade não é o visual mas sim o táctil.

Considero a visualidade como o ponto de vista dos visitantes de uma cidade, e a

perspectiva táctil a dos seus habitantes. E também penso que o conhecimento e

compreensão mais genuínos e profundos de uma cidade são, em geral, dados pelos

habitantes e não pelos visitantes. Estou até inclinado a afirmar que é a beleza táctil, se

posso usar a expressão, que é reflectida na visualidade urbana como uma beleza

profunda.» (…) [p.53]

Pode, talvez, questionar-se a ‘conclusão lógica’, mas talvez seja mais ajustado considerar

que se trata da visão de um japonês. Comentando a cidade cartesiana e a sua visualidade:

«Tudo considerado, podemos dizer que Parmanova é dotada com ‘imag[i](em)-

(ha)bilidade’ e uma forte ‘legibilidade’. De acordo com Lynch, a beleza de uma cidade

depende da sua legibilidade. Então devemos dizer que Parmanova é muito bela?

Admito que é bela até certo ponto, mas numa acepção bastante superficial. O que

quero dizer é que tal não se conforma com a ideia que temos de uma cidade bela.

Considero este pequeno burgo encantador, mas não me imagino a viver lá de modo

nenhum. É belo como um ‘objecto urbano’ bem feito. Para podermos apreciar a sua

beleza, temos de adoptar a perspective do ‘olho de pássaro’. Parmanova é bela numa

fotografia aérea, mas não aos olhos dos seus habitantes. Em síntese, a visualidade da

cidade cartesiana era abstracta, uma vez que não era dirigida para os olhos humanos

mas para o olhar de Deus.» (…) [pp. 55-56]

E no capítulo em que aborda especificamente (isto é, de forma aplicada) o conhecimento

táctil da cidade:

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«(…) Até aqui estivemos apenas interessados com o aspecto material da paisagem

urbana. Recordemos o caso de Parmanova. Nesta cidade todos os elementos da ‘imagi-

bilidade’ eram preenchidos facilmente à excepção de um, o relativo aos ‘bairros’. Os

‘bairros’ dizem respeito à organização social do espaço urbano, a qual é muitas vezes

resultado da história. Em consequência, é evidentemente impossível dar-lhe uma

expressão óptica. Um guia [turístico] pode alertar-nos para não entrar em tal e tal

bairro. Mas desta informação não conhecemos realmente o ‘bairro’. O conhecimento

fornecido por uma fotografia pode ser um pouco mais vivo e concreto. Se visitarmos a

cidade, podemos obter uma ideia da realidade histórica, social e espiritual da cidade. A

história e a vida são tecidas para dentro da textura urbana. É desnecessário dizer que

apenas os habitantes podem ter um verdadeiro conhecimento do ‘bairro’. Trata-se de

um conhecimento exímio obtido através de experiências diariamente repetidas:

história e sociedade estão assim entrelaçados no corpo.

Estas são formas diferentes de conhecimento de cidade e da paisagem urbana,

ordenadas do mais superficial para o mais substancial e profundo. O conhecimento

mais profundo de uma cidade é o táctil. Mas não exclui nem a visão nem a inteligência.

O conhecimento táctil requer somente que o nosso corpo esteja envolvido. E

naturalmente ocorre-me o facto de que a palavra ‘tacto’ significa

‘sensibilidade/habilidade’ quando diz respeito a pessoas e circunstâncias, tal como o

sentido do tacto. O conhecimento táctil é conhecimento como-pelo-tacto, ou seja é um

conhecimento ágil e perspicaz adquirido pelo corpo e nele programado.» [p.68]

E na comunicação “Pragmatist Aesthetics and the Uses of urban Absence”, Richard

Shusterman recorda Lewis Mumford, para dizer:

«A cidade, afirma ele, é ‘um símbolo estético de uma unidade colectiva’; não só

promove arte criando um palco complexo e exigente para expressão pessoal (tal como

Simmel também observou) como também ‘é arte’. Como a arte é socialmente

comunicável, ‘as necessidades sociais são básicas no planeamento urbano; mais do que

as instalações físicas ou o sistema de transporte, o núcleo social [conjunto de

equipamentos sociais] [é] o elemento essencial em qualquer plano de urbanização:

[entenda-se] a localização e inter-relações de escolas, bibliotecas, teatros, centros

comunitários’. Se os tradicionais laços sociais indiferenciados das pequenas

comunidades se perdem, devemos procurar uma ligação multiforme por entre a

tecitura dos laços parciais para produzir ‘um fio com um entrançado multicolorido e

mais complexo.‘ O objectivo da estética do planeamento urbano ‘é a adequada

dramatização da vida em comunidade’, de modo a que a actividade individual e de

grupo se torne mais significativa.» [p.82]

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E Ank Haarmann, em comentário ao texto de Richard Shusterman, afirma designadamente:

«A cidade é um acontecimento estético, não apenas no que se refere à sua mais óbvia

manifestação na arquitectura e na construção urbana, mas também em termos da sua

presença sensorial que comunica a um nível simbólico com o intelecto específico do

espectador. A cidade é um objecto estético quando visto através do olhar de uma

pessoa que não habita, não trabalha nem consome na(quela) cidade, o qual é uma

espécie de espectador não envolvido e na atitude de modo distanciado da experiência

estética: o tipo de personagem mais conhecido por flâneur.» [p.90]

E abordando as considerações de Shusterman sobre John Dewey e o seu livro Art as

Experience, Ank Haarmann, refere:

«O pragmatismo estético de Dewey relaciona a ‘alta cultura’ da arte com a experiência

prática e a riqueza da vida quotidiana. A experiência que Dewey tem em mente é uma

espécie de cognição pragmática que proporciona a compreensão do mundo. Esta

experiência rica, tal como Dewey a teoriza, é uma construção complexa da imaginação

(baseada em experiências anteriores), acção (onde ela ocorre), tempo (para ela ter

lugar), e do pensamento, ou antes a capacidade de abstracção para juntar estes

diversos fragmentos num entendimento ge(ne)ral(lizado). Esta compreensão

individualmente alcançada acerca do mundo torna-se manifesta, purificada e

concentrada em arte e, desse modo, finalmente reconhecida como experiência

estética, reconfirmada como uma certa verdade acerca do mundo.» [pp.90-91]

«O modo estético de compreensão é retórico, no sentido da transmissão figurativa que

ocorre quando percepciona simbolicamente o elemento de um acontecimento, por

isso relacionado com um outro significado oculto. A significação simbólica pede a

ausência do que é simbolizado, ou o que a experiência ‘literal’ representa. Cada um de

nós tem de ter em mente que (est)as conexões, entre a presença dos acontecimentos e

os seus significados ausentes, são culturalmente codificadas (operando dentro da

história da compreensão figurativa), ao mesmo tempo que seguem associações

individuais. Mais ainda, não é apenas o carácter da significação que é individual(izado),

mas também o modo selectivo da percepção ela-própria. (…) [p.93]

«Mas as possibilidades de experiências são também enquadradas pelo ambiente

histórico e cultural, em que estamos inseridos, assim como o contexto, tanto social

como o meramente pessoal em que estamos situados. A maneira como nos sabemos

posicionar na relação com as coisas, o modo como aprendemos a ler as nossas afeições

/afecções interiores em relação às razões exteriores que as provocam, a perspectiva

específica que podemos ter de acordo com a classe social em que nos inserimos, são

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factores que condicionam a ‘verdade’ autêntica que experienciamos. Com as

experiências (estéticas) enredadas entre estes dois pólos de subjectividade extrema

por um lado, e amplas determinações sociais e culturais por outro, o modo e a

condição tornam-se cruciais.» [p.94]

O livro contem ainda mais duas comunicações interessantes: a de Hartmut Häuβermann,

“The City and the Urban Sociology: Urban Ways of Living and the Integration of the

Stranger”, a partir de Louis Wirth, George Simmel e Robert Park; e a de Michael Müller e

Franz Dröge, “Museumification and Mediation: Two Strategies for Urban Aestheticisation”.

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SHORT, John Rennie (1996), The Urban Order. An Introduction to Cities, Culture, and

Power. Blackwel Publishers Inc., Cambridge, Massachusetts.

Jonh R. Short depois de abordar extensivamente os binómios ‘The City and Economy’ e

‘The City and Society’, trata da parte respeitante à ‘The Production of the City’. E nesta

última analisa a ‘cidade com investimento’ (City as Investment), a ‘cidade como texto’ (The

City as Text) e, finalmente, as ‘imagens da cidade’ (City Images).

Neste último capítulo, o do ‘City Images’, começa por afirmar:

(6) «As cidades são produzidas; numa variedade de formas. Nos capítulos anteriores

desta secção [The Production of Cities] analisei a produção da forma construída da

cidade. Neste capítulo quero analisar a produção das imagens da cidade.

A cidade é mais do que apenas uma entidade física, mais do que um lugar onde as

pessoas vivem e trabalham. A cidade é um lugar simbólico de muitas coisas,

representativo de muitas coisas. A cidade é um trabalho da imaginação, uma metáfora,

um símbolo. A produção destes imaginários, metáforas e símbolos é o tema deste

capítulo.» (…) [p.414]

E bem mais adiante, abordando as ideologias urbanas, Short refere:

«As ideologias urbanas não são monolíticas em relação às cidades. Em diversos países

cidades diferentes suscitam atitudes diferentes. (…) Noutros países, cidades diferentes

passaram a representar conjuntos de valores diferentes. (…)

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As cidades retratam conceitos mais latos e tornam-se veículos para debates sociais

alargados, o recipiente de significados mais profundos do que o carácter empírico de

uma cidade em particular.

Significados e valores são repartidos pelas cidades. E também por partes específicas

das cidades. O termo “cidade” é demasiado amplo para captar os diferentes tipos de

cidades. Deste modo, o termo “centro da cidade” [“inner city”] é por vezes utilizado

para cobrir uma variedade de assuntos desde raça e conflito, pobreza e riqueza,

desagregação social e classes urbanas abaixo do limiar de pobreza.

Em contraste, os subúrbios são mais associados com discursos de família, comunidade,

classe média, estabilidade e ordem social. Mas são mais relatos pouco factuais do que

propriamente representações gerais, aprofundadas e indistintas.

Os substantivos e os adjectivos espaciais como subúrbio, centro da cidade e cidade

remetem tanto para o mundo social como para o mundo espacial.» [pp. 422-423]

Short aborda em seguida a questão da ‘representação das cidades’, à época em fase inicial

de abordagem pelos académicos. Ao falar do ‘naming the city’, o mesmo é dizer do nome

dos lugares e das cidades, refere:

«Os nomes dos lugares são importantes. Claro que existem os nomes apenas

descritivos. Muitos nomes de cidades (...) são descrições geográficas. (…) Mas muitos

nomes de lugares são bastante mais de que simples identificadores de lugar – eles

sintonizam-se com sentimentos e emoções, esperanças e desejos, eles convocam o

passado e invocam o futuro. Os nomes [dos lugares] não são etiquetas neutras que

afixamos neles para os diferenciar uns dos outros, a denominação dos lugares é um

acto social que reflecte e condensa a luta pelo poder, estatuto e influência.

Os nomes dos lugares são poder. (…) Os nomes dos lugares muitas vezes reflectem

uma luta pelo poder. (…) Os nomes dos lugares são evocativos. São usados para

comemorar acontecimentos (…), para recordar o passado (…), para lembrar o povoado

antigo (…), para sintetizar aspirações para o futuro (…). Os nomes evocam imagens. (…)

os nomes comunicam bastante mais do que a mera localização dos lugares. (…) Os

nomes são poderosos. Eles dizem coisas sobre uma comunidade. (…) Os nomes

transformam espaços em lugares. Eles são uma das formas através da qual nós

humanizamos o mundo que nos rodeia. Os nomes dos lugares reflectem o exercício do

poder, a necessidade de ligações com o passado, esperanças para o futuro. Os nomes

dos lugares dão cor, significado, simbolismo ao mundo à nossa volta. Criamos o mundo

dando-lhe um nome.» [pp.424-425]

E passando ao tema das ‘imagens urbanas’, Short afirma:

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«Um anúncio recente a uma máquina fotográfica Canon tinha o slogan, “A Imagem é

tudo”. Seja ou não verdade, a frase capta um elemento importante na produção

cultural das cidades: a criação da imagética urbana. A construção de imagens urbanas

favoráveis para estimular o orgulho cívico, o turismo, o investimento externo e a

migração interna tem um historial longo. No entanto, mais recentemente, devido à

concorrência entre cidades e ao crescente número de indústrias deslocalizáveis e à

circulação de capitais de investimento, as cidades tem de competir umas com as outras

vendendo-se elas-próprias. A imagem urbana é da maior relevância numa era de

intensa competição entre cidades por empresas, investimentos, turistas, congressos e

indústria. A análise da promoção da cidade é agora uma área importante.

Temas importantes incluem a análise da indústria de promoção de cidades, as

estratégias utilizadas, a descodificação das mensagens e a avaliação dos sucessos e

insucessos das campanhas. (...)» [p.428]

E aborda, depois, a série de imagens urbanas relativas aos diferentes tipos de cidade, numa

hierarquia que inclui as ‘cidades globais ou mundiais’ (world cities), as ‘cidades que aspiram

a ser globais sem o (poder) ser’ (wannabe world cities), as ‘cidades verdes ou ecológicas’

(clean and green), e as ‘cidades sem indústria poluente’ (look! No more factories).

Depois de caracterizar estas ‘classes’ de cidades, estabelece uma curta reflexão

enquadradora do exercício que realiza a seguir, sobre alguns estereótipos de imagens de

cidades, referindo:

«As cidades competem por empresas, negócio e investimento. Elas lutam pela atenção

das grandes empresas. O que vende a cidade é a imagem da cidade. De certo modo, a

cidade torna-se a imagem. Os jornais económicos estão cheios de imagens urbanas. As

imagens podem ser realísticas, imitativas, enganadoras, ou estereotipadas (e contra-

esterotipadas). Existem diversos instrumentos e estratégias de marketing. Aqui estou

interessado nas super-imagens. São as imagens dominantes, que por vezes se

sobrepõem umas sobre as outras e são transversais às diversas categorias de cidades.

Podem-se identificar quatro imagens principais: cidade do divertimento [fun city],

cidade ecológica [green city], cidade da cultura [culture city] e cidade pluralista

[plurarist city]. (…)» [pp.431-432]

Justifica-se um curto comentário. Um primeiro aspecto óbvio, é que a perspectiva de John

R. Short tem que ser lida/situada no tempo, ie reportada ao ano de publicação do livro

(1996).

Um segundo aspecto é que, decorridos cerca de 17 anos desde a publicação do livro, muita

coisa aconteceu no mundo e nas cidades, e também na investigação académica nas áreas

do marketing e branding de cidades, bem como na ‘abordagem cultural’ das cidades.

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São também conhecidos, e extensivamente analisados e debatidos, os ‘casos de sucesso’ de

transformação de cidades (em crise ou declínio social ou económico) e/ou de

desenvolvimento assinalável dos activos de cidade e do seu potencial noutros casos.

Acresce que surgiram também novos paradigmas de (re)posicionamento e promoção das

cidades, com especial interesse os que assentam em fundamentos de sustentabilidade

ambiental, novas tecnologias, qualidade de vida, cultura, etc., ou seja, tudo o que tem a ver

com as agora designadas ‘smart cities’ ou as ‘creative cities’, por exemplo.

A razão porque se escolheu trazer a perspectiva (agora) algo ‘datada’ de SHORT, decorre da

circunstância de nos parecer que ela pode ainda funcionar como uma espécie de

‘repositório histórico’ que ajuda à reflexão, quando perspectivada para a ‘realidade’

portuguesa e/ou local.

***********************************************************************

JACOBS, Jane (1961), Morte e Vida de Grandes Cidades. Livraria Martins Fontes Editora,

São Paulo, 2000.

The Death and Life of Great American Cities, de Jane Jacobs, assim como o livro de Kevin

Lynch (The Image of City) publicado no ano anterior [1960], (d)escreve sobre a ‘realidade’ e

vivência das cidades norte- americanas das décadas de 1930-1950. Tal como a referida obra

de Lynch, o livro de Jacobs teve enorme impacto nos académicos (e não só) nos anos

seguintes, e mesmo nas décadas posteriores à respectiva publicação.

Os excertos que seleccionámos são retirados da edição brasileira publicada em 2000 pela

Livraria Martins Fontes Editora. O editor optou por deixar cair do título a palavra

‘Americanas’. No que nos diz respeito, ainda que tenha havido a tentação (inicial) de alterar

alguma grafia do português, entendeu-se dever respeitar a grafia e opções da referida

tradução/edição que é, aliás, bastante cuidada.

O livro, em si, continua a ser uma apaixonante leitura! Os excertos que escolhemos

inscrevem-se na ‘narrativa’ que quisemos construir no presente capítulo.

(7) «Ao lidarmos com as cidades, estamos lidando com a vida em seu aspecto mais

complexo e intenso. Por isso há uma limitação estética fundamental no que pode ser

feito com as cidades: uma cidade não pode ser uma obra de arte.

Precisamos de arte, tanto na organização das cidades quanto em outras esferas de

vida, para ajudar a explicar a vida para nós, para mostrar-nos seus significados,

esclarecer a interacção entre a vida de cada um de nós e a vida ao nosso redor. Talvez

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precisemos mais da arte para nos reassegurarmos da nossa humanidade. Todavia,

embora arte e a vida estejam entrelaçadas, elas não são a mesma coisa. (…)» [p.415]

«Em vez de tentar substituir a vida pela arte, os projectistas urbanos deveriam retomar

a estratégia para iluminar e elucidar a vida e contribuir para nos explicar seus

significados e sua ordem – nesse caso, contribuindo para esclarecer, elucidar e explicar

a ordem das cidades. (…)

Por usarmos as cidades e, portanto termos experiência com elas, já temos um bom

ponto de partida para compreender e valorizar sua ordem. Parte da nossa dificuldade

em compreendê-las e boa parte da desagradável sensação de caos provêm da falta de

recursos visuais suficientes para apoiar a ordem visual e, pior ainda, provêm de

incoerências visuais evitáveis.

Todavia, é infrutífero procurar um elemento-chave ou um pivô que, se apresentado

com clareza, elucide tudo. Na verdade, não há na cidade um único elemento que seja

pivô ou chave. A própria mistura é o elemento fundamental, e a sustentação mútua, a

ordem. (…) A estrutura real das cidades consiste numa combinação de usos, e nós nos

aproximamos de seus segredos estruturais quando lidamos com as condições que

geram diversidade.

Pelo fato de a própria cidade ser um sistema estrutural, pode-se compreendê-la

melhor pelo que ela é, e não por intermédio de outros tipos de organismos ou

estruturas. Porém, se o recurso traiçoeiro da analogia ajudar na compreensão, talvez a

melhor analogia seja imaginar um campo extenso na escuridão. Nesse campo há

muitas fogueiras acesas. São de vários tamanhos, algumas grandes, outras pequenas;

algumas distantes, outras espalhadas bem próximo; algumas se avivam, outras se

apagam. Cada fogueira, grande ou pequena, lança a sua luz nas trevas à sua volta e,

assim, cria um espaço. Mas o espaço e a sua forma só existem porque a luz do fogo os

cria.

As trevas não têm forma nem feitio, a não ser onde a luz as transforma em espaço. Nos

locais em que as trevas entre as luzes tornam-se profundas, indefinidas e sem forma, a

única maneira de lhes dar forma ou estrutura é acendendo outras fogueiras ou

ampliando bastante as existentes.

Só a complexidade e a vitalidade de usos dão às regiões das cidades estrutura e forma

adequadas. (…)

Os locais das cidades em que as fogueiras de uso e vitalidade não conseguem crescer,

tornam-se escuros, sem forma e sem estrutura urbana. Sem essa luz vital, não adianta

procurar dar forma a um lugar urbano com ”esqueletos” ou “arcabouços” ou “células”.

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Essas fogueiras metafóricas que definem espaços são formadas – voltando à realidade

concreta – por áreas onde os diversos usos e usuários urbanos dão-se mutuamente

apoio concentrado e dinâmico.

Essa é a ordem essencial para a qual o desenho urbano pode contribuir. É necessário

tornar clara a extraordinária ordem funcional dessas áreas de vitalidade. À medida que

as cidades ganham mais áreas desse tipo, e menos áreas apagadas ou trevas, crescem a

necessidade e as oportunidades de tornar clara essa ordem.

O que quer que se faça para explicitar essa ordem, essa vida complexa, deve ser feito

principalmente por meio das tácticas de ênfase e sugestão.

A sugestão – a parte pelo todo – é um dos principais recursos de comunicação da arte;

é por isso que a arte sempre nos diz tanto com tão pouco. Uma das razões de

entendermos essa comunicação pela sugestão ou pelo símbolo é que se trata, até certo

ponto, da maneira como todos nós vemos a vida e o mundo. Estamos sempre fazendo

escolhas sistematizadas do que consideramos relevante e pertinente dentre todas

aquelas que nos atingem os sentidos. Refutamos, ou escondemos num nível de

consciência secundário, as impressões que não fazem sentido para os nossos

propósitos no momento – a não ser que essas impressões não-pertinentes sejam fortes

demais para serem ignoradas. De acordo com os nossos propósitos, até variamos a

escolha do que preservar e organizar. Nesse sentido, somos todos artistas. Essa

característica da arte e a maneira característica como vemos as coisas são qualidades

que o desenho urbano pode aproveitar e transformar em trunfo.

Não é necessário que os projectistas tenham um controle literal sobre todo o campo de

visão para dar ordem visual às cidades. É raro a arte ser tão cabalmente literal e, se o

for, é uma arte pobre. (…) Não dá espaço para a descoberta, a organização ou a

participação pessoal de cada um.

As tácticas necessárias são sugestões que ajudem as pessoas a construir para si

mesmas ordem e sentido, em vez de caos, a partir do que vêem.» [pp. 418-421]

***********************************************************************

BORJA, Jordi e MUXI, Zaida (2001), El espacio publico: ciudad e ciudadanía. Deputació de

Barcelona/Electa, Barcelona, 2003.

Ainda que temático, isto é, dedicado à questão do espaço público, do projecto e

intervenção física no espaço público (Barcelona, Espanha, Europa e América Latina), este

livro possui uma Parte 1 com uma empenhada reflexão sobre o espaço público enquanto

espaço de cidadania, nas suas diversas vertentes.

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O livro deve ser lido (do ponto de vista teórico e prático) em conjunto com um outro «A

Cidade Conquistada», também de Jordi Borja (em colaboração com Majda Drnda, Mariela

Iglesias, Mirela Fiori e Zaida Muxi).

(8) «(…) A cidade emerge hoje novamente como lugar, como mistura, como espaço

colectivo, como referencial cultural. Construir a cidade do século XXI é ter um projecto

de cidadania, ampliar os direitos de terceira geração, o direito ao lugar e à mobilidade,

à cidade-refúgio e à identidade local, ao auto-governo e à diferença, à igualdade

jurídica de todos os residentes e à projecção exterior da cidade com entidade política

aberta. (…)

Foi dito que a nossa época é, como outras que houve na história, uma era de conquista

de novos direitos. Também foi dito que é o século das cidades. Portanto é a época dos

direitos urbanos. No entanto a exigência do direito surge da rebelião moral, do desejo

de possuir alguma coisa, as liberdades e as oportunidades que por vezes nos são

negadas. A cidade do desejo não é a cidade ideal, utópica e especulativa. É a cidade

amada, mescla de (re)conhecimento quotidiano e de mistério, de garantias e de

encontros, de liberdades prováveis e transgressões possíveis, de privacidade e imersão

na vida colectiva. (…)

Ser cidadão é o direito de sentir-se protegido, mas também a liberdade de viver a

aventura urbana. (…)» [p.131]

***********************************************************************

BRANDÃO, Pedro (2011). O Sentido da Cidade. Ensaios sobre o mito da Imagem como

Arquitectura. Livros Horizonte, Lisboa.

O livro do Pedro BRANDÃO (O Sentido da Cidade. Ensaios sobre o mito da IMAGEM como

ARQUITECTURA) é uma colectânea de ensaios, em que revestem particular interesse para a

temática do presente Documento de Trabalho, os 2º e 3º ensaios, intitulados «Ensaio sobre

lugares, marcas, mapas: um caso surpreendente» e «Ensaio sobre comunicação e cidade».

O primeiro deles tem a especial ‘qualidade’ de, por mera coincidência, efectuar uma

articulação útil (e actual) entre imagem de cidade, identidade e o conceito de marca.

O segundo contem inúmeras ideias e ‘pistas’ de trabalho sobre os instrumentos e possíveis

estratégias relativas ao trabalho sobre a imagem da cidade, a comunicação com os vários

públicos-alvo e os vários suportes.

No âmbito do presente Documento de Trabalho, escolhemos partilhar parte das ideias e

opiniões que figuram no 2º ensaio:

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«Olhemos para o tema da “imagem da cidade” sob o prisma daquilo que lhe confere

algum carácter. Ao mesmo tempo, apreciemos os suportes de comunicação dessa

imagem.» (…) [p.61]

«Estes valores, no caso da cidade, podem tornar-se estratégia, ao proporcionar uma

forma de compreensão dos significados da experiência do espaço público e da sua

importância como elementos de diferenciação, em especial mostrando como o espaço

público, enquanto espaço físico, cultural e relacional que responde a requisitos de uso

e, ao mesmo tempo, a requisitos de representação, é uma “área de acumulação” da

experiência colectiva de urbanidade. (…)

A noção de identidade é frequentemente invocada nos projectos urbanos, seja no

desígnio de respeitar contextos e continuidades, seja pelo contrário, no de facilitar a

adesão das populações à inovação que tais projectos possam conter. Porém, não é fácil

definir o que faz a identidade dos lugares:

- é a nostalgia pelo que esses lugares forma no passado?

- é o seu carácter “típico” ou “espontâneo”?

- é uma colecção de curiosidades locais?

- é um sinal do “amor bairrista” ou a auto-estima de um grupo?

- é a ambição de uma marca ou imagem (institucional ou comercial)?

Chamamos aqui a atenção para factores imateriais do valor mais intangível das

qualidades do espaço urbano. Tais qualidades espaciais definem a identidade dos

lugares e contribuem para a sua valorização e o seu papel inovador, não só através do

desenho de espaço público mas também das suas referências simbólicas,

comunicativas ou evocativas, que seguramente são tanto condição para a sua

apropriação colectiva pelas populações como para a competitividade das cidades. (…)»

[pp. 62-63]

«A percepção da identidade faculta o reconhecimento do carácter de um lugar não

tanto como sendo constante, mas sim como sendo coerente consigo próprio.

Individualmente, a identidade é percebida pelo sentimento de pertença, através de

uma coerência entre narrativa e experiência pessoal (individual ou social) do lugar.

Porém, cada vez mais é por mediatização da imagem que a identidade é percebida na

escala urbana: a imagem do que há a visitar numa cidade, a narrativa que nos

transmite a história ou a fantasia na identidade de um “destino” turístico. A

banalização dos clichés corresponde à redução da identidade ou a uma ilusão. (…)

É à “memória colectiva” que é atribuída frequentemente a própria identidade espacial:

um lugar seria produto de uma sedimentação de vivências das quais a comunidade

teria a memória, não podendo existir um (o lugar) sem o outro (a memória). Isto não

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aprece rigoroso. Sobre a memória dos lugares, poderemos dizer que ela construída em

“camadas”: cada indivíduo tem uma memória individual e outra colectiva, com limites

maiores (que inclui as “lembranças dos outros”, isto é, do meio), mas que ainda se

perspectiva a partir de “dentro”. (…)» [p.65]

«Para os cidadãos radicados num lugar ao longo de uma geração ou mais, o aspecto

físico da cidade tem um especial interesse. A sensibilidade face ao desaparecimento de

uma rua, de um edifico ou de uma árvore pode ser maior do que quanto a um

acontecimento ou inovação de importância maior. (…)

Há sempre novos significados que se podem acrescentar a um lugar; os lugares vão-se

assim transformando pelo homem, que a eles também se acomoda e com eles se

identifica, com a afirmação espacial do próprio eu. (…)

A ambiguidade de algumas noções e definições tem marcado este “constructo” de

ideias de total subjectividade sobre a identidade dos lugares, o “genius loci”, e pode

estar patente em traços urbanos como:

- um cenário especial, panorama, paisagem humanizada (“imagem”);

- características formais de edifícios, espaços, skyline urbano (ícones);

- o simbolismo ou monumentalidade do espaço (significados).

Juntam-se àquelas noções outras mais “etéreas”, sobre os elementos prévios

fundacionais (preexistências) do espaço, de tipo material ou mais ou menos

“espiritual”, que legitimam outras tantas dúvidas:

- Serão os lugares habitados por seres imateriais, como deuses?

- Serão campos de força, dotados de consciência própria?

- Lugares autênticos, orgânicos, não intencionais, não desenhados?

- Narrativas de fundação ou arquétipos do lugar antepassado?

- Essência última de uma interioridade ou de um carácter único?

Porém, em vez de o negar (não existe “espírito do lugar”), podemos perguntar como as

distintas ideias sobre tal “espírito” podem ser úteis, não tanto por propósito defensivo

(protecção ou prevenção da mudança), mas para entender melhor a complexidade de

“fazer lugar”. (…) » [p.66-67]

«Se bem que uma cidade contenha valores que estão para lá dos de um produto de

consumo (a sua história, a sua paisagem, os seus cidadãos), a concorrência entre

cidades, como entre produtos, faz-se hoje cada vez mais a partir da importância dos

factores intangíveis. As imagens que uma cidade emite de si própria por todos os seus

outputs são, por isso, parte da sua competitividade. (…)

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Para ser sustentavelmente atractiva, uma cidade tem de escolher elementos e eventos

capazes de atrair os seus alvos de público, mas não pode querer ser competitiva na

atracção de investimentos ou visitantes a qualquer preço, ela tem de preservar a sua

autenticidade menos nos “temas” e mais na qualidade de vida e nas oportunidades

que oferece aos cidadãos. (…)

A imagem só é forte se for credível, coerente, simples, apelativa, diversa. O que quer

dizer que a diversidade não é contraditória com a identidade. O que já é mais difícil de

demonstrar hoje é se ainda é possível a diferenciação. Isto é, como refere ainda

Harvey: “Muitos dos investimentos e inovações desenhados para tornar as cidades

mais atractivas, particularmente como centros de lazer e de consumo, foram

rapidamente imitados noutro lugar, tornando, por isso, qualquer vantagem

competitiva no sistema de cidades efémera. Quantos centros de congressos, estádios

desportivos, Disneyworlds, waterfronts reabilitados e espectaculares centros

comerciais podem ainda ser construídos com êxito?”» (…) (9)

A tendência hoje é, no limite, a do consumo do espaço pelo lazer e o turismo. A cidade,

globalmente, como imagem temática serve em si mesma como espectáculo em cena

para mobilizar o consumo: se os destinos turísticos tradicionais têm já em si o tema de

referência para o consumo marcado no espaço urbano (Roma. Cidade de história;

Veneza dos canais; Rio de Janeiro da praia e do carnaval nas ruas), os novos destinos

turísticos estão ligados aos projectos urbanos; e sejam efémeros como Expos, Jogos

Olímpicos ou eventos do Milénio, pontuais e culturais como o centro de Lyon ou a ria

de Bilbao, permanentes e globais como os Grand Projets de Paris ou “Barcelona,

Cidade dos Arquitectos”, são também os referentes temáticos de consumo “cultural”.»

(…) [pp.69-71]

«A função representativa na cidade é desempenhada de modo diferente na história da

modernidade, em três ciclos:

- a cidade como obra de arte (do renascimento até ao século XX);

- a cidade como panorama (movimento moderno);

- a cidade como espectáculo (globalização). (10)

Hoje a experiência perde valor, substituída por meios de comunicação que definem a

identidade dos lugares oferecendo um percepção da realidade alternativa às narrativas

da experiência colectiva. (…)

Teremos hoje então os skylines urbanos já não como “panoramas”, mas como

instrumentos para aumentar o prestígio e a capacidade da cidade de ser desejada, uma

identidade afirmada como forma não distinta da publicidade, da cultura global de

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consumo urbano, em que o espaço e a própria cidade se definem numa imagem

“espectacular” do produto de consumo. (…)

Nesta direcção, também a deificação da tecnologia como instrumento inquestionável

de inovação e de progresso, plasmado numa imagem “de futuro”, ou mesmo a

promoção de uma marca “ambiental” decorativa e anestesiante, trivializadas pela

publicidade, reflectem outros tantos objectivos de tipo comercial.» (…) [p.71]

***********************************************************************

BOLÉO, João Paulo P., LAMEIRAS, João M. e SANTOS; João R. (2003), Coimbra na Banda

Desenhada. Edições ASA/Associação Projectos Sequenciais e Coimbra 2003.

No decurso do Coimbra 2003 – Capital Nacional da Cultura foram organizadas uma série de

exposições, uma delas intitulada “COIMBRA na Banda Desenhada” cujos Comissários foram

João Paulo Boléo, João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos, pensada para e

apresentada no Museu da Física.

Ainda que houvesse outros ‘objectos’ com interesse histórico, sociológico, simbólico ou

cultural, o mais interessante e notável ‘objecto’ dizia (diz) respeito ao “Segredo de Coimbra”

(Le Secret de Coimbra), de Étienne Schréder.

Este álbum de banda desenhada (com edição portuguesa esgotada), como outras ‘pranchas’

que figuravam na exposição, podem ser uma base de trabalho (ou suporte) para uma

iniciativa de promoção (futura), a pensar em termos criativos/inovadores.

O que partilhamos aqui, é o texto de Abertura do catálogo da exposição escrito por Abílio

Hernandez, porque gostamos dele e porque também possui pistas de trabalho porventura

inspiradoras:

«Coimbra tem sido objecto da palavra dos poetas, romancistas, dramaturgos, cronistas

e ensaístas, e também do olhar de pintores e cineastas. Propõe-se-nos agora uma

Coimbra exposta a outra linguagem e outros olhares.

Em quantas linguagens se pode dizer Coimbra? Em quantas linguagens é possível viver

a sua história, vislumbrar a sua noite ou ouvir o seu silêncio? De quantas linguagens é

feita Coimbra? Sei que a exposição que me é proposta foi pensada como uma ponte,

um modo de ligar margens e aproximar pessoas, mas também como um gesto que

encontra a sua justificação no desejo de questionar a cidade, a sua identidade e a dos

que nela habitam.

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Não sei ainda, à excepção de alguns títulos conhecidos, que Coimbra encontrarei nas

salas do Museu da Física. Não penso, porém, prender-me à necessidade de encontrar

uma Coimbra verdadeira, idêntica àquela em que vivo ou àquela que coincide com o

conceito que dela faço. Nem penso que tal seja importante ou sequer recomendável.

Seguirei antes o jogo da ficção, não procurando a Coimbra da experiência

empiricamente verificável, mas aceitando o encontro com uma realidade transportada

para o reino do possível. Buscarei somente esse jogo que mais não é do que a

capacidade de um fazer-crer (o mentir vrai de Aragon), mercê do qual o artifício pode

ser tomado como um testemunho autêntico sobre a realidade.

Na banda desenhada, como na poesia ou no cinema, não seremos nunca capazes de

confiar na superfície tranquilizadora das analogias, porque sabemos que o que se

deseja escrever nunca verdadeiramente se escreve, embora seja sempre esse desejo

que move a trama contínua das imagens e, com elas, o que não pode ser dito. Ficará

apenas a figura do possível, o corpo reinventado em cada imagem ou em cada palavra.

Assim funciona o jogo da ficção. Por isso as personagens cumprem todos os seus

destinos, chamem-se elas Electra ou Castafiore. O que a ficção nos pede é

disponibilidade total do espírito e do corpo. Concedamos essa disponibilidade e

mergulhemos nesses objectos que chamámos histórias aos quadradinhos e agora

chamamos banda desenhada, organizemos os pedaços de tempo e de espaço em que

as suas páginas se dispersam, e vivamos nesse mundo como se fosse o nosso. De um

modo físico e seguindo a voz do momento, que bem pode ser a de Saint-John Perse,

Guide de moi, plaisir, sur les chemins de toute mer. Porque há livros e cidades que

descobrimos, fascinados, à semelhança da mulher que, em Hiroshima destruída, se

interroga perante o amante. Como ela, sejamos capazes de pensar – pensando em

Coimbra – como posso eu ter duvidado que esta cidade era feita à medida do amor?

Como posso eu ter duvidado que te criaram à medida do meu próprio corpo?» [p.3]

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3. Sobre Coimbra

Ideias genéricas

«Este livro abre com uma cidade que foi, simbolicamente, um mundo; fecha com um mundo

que se tornou, em muitos aspectos práticos, uma cidade.» (11)

É assim que começa o prefácio que Lewis Mumford escreveu para a edição americana de

The City in History, publicada em 1960.

Porque o livro continua a ser uma leitura preciosa, não retiraremos ao eventual leitor o

prazer de desvendar o enigma sobre qual ou que tipo de cidade Mumford considerou,

simbolicamente, um mundo na História da Humanidade. E igual reserva é adoptada a

respeito do mundo que ele considerou, em múltiplos aspectos práticos, uma cidade.

Mas se esta citação nos pareceu uma forma apropriada para iniciar este capítulo dedicado a

Coimbra, foi pela ‘ressonância’ que a frase nos trouxe e logo se impôs, quando chegados ao

momento de transpor para Coimbra o object(iv)o inscrito ou implícito no capítulo anterior.

Para alguns de nós, Coimbra foi e é a nossa Cidade. E também foi o nosso mundo, antes de

chegar a (oportun)idade de viajar! Para outros, por razões diversas (estudo, trabalho, ou

outro) também passou a ser a sua cidade.

Como referimos na Introdução, a razão de ser do presente Documento de Trabalho nasceu

de um encontro fortuito com a opinião de um(a) turista espanhol(a), partilhada na

worldwideweb que apelidou Coimbra de ‘decadente’. Ainda que esse encontro tenha

decorrido da pesquisa da referida palavra, usada por Carlos Fortuna em contexto mais

crítico, de facto foi esta circunstância estranha e fortuita a fundadora do nosso trabalho.

É um curto excerto dessa opinião, a do(a) turista espanhol(a) que figura no primeiro ‘balão’

do Anexo.

Mas o conjunto de opiniões sobre Coimbra que são ilustradas no Anexo, no que se refere à

imagem que dela têm ou terão os que a visitam ou os que nela estudam ou trabalham,

constituem um mero argumento de trabalho para pensar (em) Coimbra. Não que não seja

interessante e útil olhar para o que é dito e escrito, por parte dos visitantes temporários

(turistas) ou por parte dos visitantes/observadores mais ‘informados’, por possuírem uma

vivência e experiência(s) mais ricas e estruturadas. É que essas ‘imagens’ ajudam à reflexão

e à definição de acções.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 35

Também existe uma certa percepção (aparentemente) consensual de que a Cidade terá

perdido importância. Alguns falam, mesmo, que terá perdido a Alma! E propõem-se mantê-

la viva, ou recriá-la. Acreditamos que os lugares e as cidades podem ter (uma) alma. É

possível que ela também se transforme com a História e com a história dos homens e das

mulheres que constroem as cidades ao longo dos tempos.

Claro que já não existe a Coimbra dos anos 50 ou 60 do século passado. O Eléctrico nº 7 já

não pára no términus da linha no Tovim de Baixo (hoje o limite superior da Av. Elísio de

Moura). Aliás já não existem os eléctricos que (a) percorriam, a essa e a outras linhas e ruas

da cidade. Nem a cidade se desloca nas noites de verão à romaria do Espírito Santo, no

Largo de Santo António dos Olivais e redondezas.

É um culto imaginário da Coimbra do passado, quando o País e a Cidade tinham outro

‘ritmo’. A vida dos universitários e da Univer(sc)idade é agora toda uma outra, diferente da

que alimentou tantos escritos, poemas, canções, festas académicas e lutas estudantis.

A Cidade cresceu, a Universidade cresceu, o País e o Mundo mudaram. Toda a vida da

sociedade e da Cidade foi adquirindo outro ritmo e outra variedade. Permanece a História,

os monumentos e os edifícios notáveis, a ‘silhueta’ característica, as tradições estudantis e

as populares, a Briosa (ainda que também ela, uma outra), e uma certa de forma de estar

que, aqui e ali, teima em reaparecer.

Mas o que nos move é não tanto a reflexão sobre o passado, sobre esse Passado, mas a

reflexão sobre o Presente. O que podemos fazer, o que deve fazer-se com esta Cidade, com

as suas instituições e empresas, com as suas pessoas (as que a habitam, as que nela

estudam ou trabalham, as que visitam em lazer ou por outra qualquer razão).

Hoje, o trabalho prático a fazer passará, decerto, pela recente classificação da Universidade,

Alta e Sofia como Património da Humanidade (UNESCO), pelo Cluster da Saúde, pelas

empresas do sector tecnológico, pelo património arquitectónico e cultural (material e

imaterial), pelo ambiente e vida universitária e estudantil, pela Frente do Mondego (urbana

e natural, ou mais naturalizada).

Mas é essencial adoptar ou prosseguir uma visão objectiva, no sentido de, numa primeira

fase, ser pouco emotiva, ser mais analítica, de modo a elaborar a lista dos actuais ‘activos’

da Cidade de modo útil e operativo, identificando as debilidades e as potencialidades

existentes e ou emergentes. As SWOTs apresentadas no Documento de Trabalho nº 2

podem revestir interesse prático para este contexto e exercício.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 36

E também é crucial procurar eventuais ‘activos’ (ainda) inexplorados, desconhecidos ou

escondidos na vertigem do quotidiano, ou não detectados nas abordagens correntes aos

activos tradicionais.

O que sabemos, o que conhecemos, é que o skyline da cidade (o ‘cenário de Coimbra’, nas

palavras de Jorge Alarcão(12)), para quem dela se acerca vindo do sul ou de poente, ou se

passeia na margem esquerda do Mondego, continua ainda hoje a ser um cenário

esplenderoso e diferenciador de Coimbra. E sabemos também que existe todo um potencial

de oportunidades nas margens urbanas (e nas naturais) do Rio Mondego, capazes de

completar a Cidade.

Também sabemos que o tecido urbano do Centro Histórico, pontuado por alguns edifícios

notáveis, permanece um activo importante, se objecto de actuação pública e privada

sustentada no tempo, esclarecida na estratégia e sistémica na actuação/acção. Isto no que

se refere à intervenção no edificado, no espaço público, na animação cultural, no

acompanhamento das actividades comerciais e de serviços, sem esquecer, obviamente, a

função habitacional. E depois há toda uma outra ‘cidade de oportunidades’, (ou partes de

cidade), cuja visita e/ou fruição escapa aos circuitos tradicionais ou, pelo menos, à

possibilidade de encontrar eventuais visitantes ‘diferentes’ ou capazes de olhar de forma

diferente.

Mas, no que se refere à imagem e à percepção da Cidade para quem nos visita, com mais ou

menos tempo, o espaço público do Centro da Cidade e dos circuitos turísticos tradicionais

reveste especial importância. Não só no mais trivial, (por exemplo, limpeza e conservação),

como na sinalética, na qualidade das actividades comerciais (apresentação e produtos,

cafetaria e restauração incluídas), nos espaços de estadia e descanso, na diversidade da

vida quotidiana nesses percursos, entre outros.

Miguel Rivas, consultor do Projecto CityLogo, no perfil que traçou da cidade, refere a

necessidade de encontrar uma ‘narrativa contemporânea’ para Coimbra. Também partilhou

as suas opiniões/análises no que diz respeito aos pontos fortes, lacunas (gaps) e desafios,

que identificou na sua visita a Coimbra, em Agosto de 2012. [Ver Doc. Trab. n.ºs 1 e 2]

O que talvez tenhamos estado a querer dizer, ou a tentar dizer, é que há uma Coimbra a

precisar de ser reinventada e revalorizada, com sentido prático, inteligência e sensibilidade,

lendo a sua História e as tradições, mas assumindo o presente activamente no que diz

respeito às mutações do seu tecido industrial e das actividades económicas, à importância

da Universidade (e dos seus activos materiais e imateriais), definindo políticas públicas

claras, estruturadas e partilhadas, e sustentadas no tempo, sem esquecer os novos canais

de comunicação das redes sociais, internet e smartphones.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 37

Ideias concretas

Se não podemos, nem faz sentido, ressuscitar a Coimbra do passado, (coisa diferente do

Passado de Coimbra), poder-se-á certamente recordar e recriar a Coimbra dos amores de

Pedro e Inês, (ou dos amores dos estudantes), a Coimbra dos Poetas e dos Escritores, a

Coimbra dos Romanos, a Coimbra das tabernas ou das casas de pasto, a Coimbra da

Questão Coimbrã e das lutas estudantis, e mais algumas ‘coimbras’ que nos estão a escapar,

ou as que estão, actualmente, na agenda da Universidade e da Turismo do Centro.

Mas uma das prioridades é, certamente, o eixo Praça 8 de Maio-Portagem. Trata-se da ‘sala

de vistas ou de estar’ da Cidade, numa extremidade os Paços do Município e a Igreja de

Santa Cruz, na outra o Largo da Portagem, este assumindo, por vezes, o papel de espaçoso

átrio de recepção e sala de espera (e também de partida) para os que nos visitam.

O trabalho em torno da ‘paisagem da rua’ (streetscape) – conjunto do espaço público e do

espaço privado até ao nível do 1º andar dos edifícios – é prioritário. Falamos, obviamente,

das rotinas de limpeza e conservação do espaço público e dos equipamentos nele

instalados, da iluminação pública, da sinalética, dos toldos e reclamos publicitários, da

organização das esplanadas, da requalificação/modernização das actividades comerciais

existentes, da promoção da instalação de novas actividades, da animação de rua, bem como

de outras acções específicas a detalhar em projecto-piloto.

E há, também, a Praça Velha (ou do Comércio) para descobrir, trabalhar e recriar (em

especial ao nível dos rés-do-chão e partindo de algumas das actividades comerciais

existentes), encher de vida, estendendo o processo de trabalho (e o plano de acção) aos

pequenos largos (do Romal, do Paço do Conde, da Freiria, do Poço), trabalho a fazer

certamente revisitando os planos de pormenor da CoimbraViva/ParqueExpo, mas utilizando

muito ‘senso prático’, criatividade e paciente relação com o tempo.

E segue-se o percurso ascendente (e descendente) dos Arcos de Almedina à Universidade,

(Páteo do Castilho, Quebra Costas, Largo da Sé Velha, Rua do Norte e Rua Borges Carneiro),

todo um trajecto ‘diferente’ a subir e também a descer, que pede que se olhe para ele de

forma integrada, construindo novas ‘narrativas’ espaciais, arquitectónicas, comerciais e de

cafetaria-restauração. A ágora da Rua Larga, Porta Férrea e Paço das Escolas é um outro

Programa, que tem de ser desenhado em conjunto com a Universidade.

E existe, também, o dédalo de ruas, becos, escadarias e recantos da encosta (sul-poente) da

Alta, que ‘desaguam’ na Rua Joaquim António de Aguiar, Rua Fernandes Tomás e Couraça

de Lisboa, uma certa cidade densa de sol e sombras, de esquinas e reentrâncias, toda ela a

percorrer, visitar, acarinhar, inventar e a fazer acontecer!

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E não se podem esquecer os ‘produtos’, os turísticos e todos os outros. Relacionados com

as zonas urbanas atrás referenciadas, mas também com a Coimbra dos Amores, dos Poetas

e Escritores, da Canção de Coimbra e restantes narrativas que a História e a Cultura da

Cidade permitem construir. Sem esquecer, claro, as abordagens inovadoras que vão

aparecendo por iniciativa individual (GOwalk, por exemplo).

A reflexão e a acção em torno do Rio Mondego (e as suas margens – frente urbana entre o

Choupal e o Parque Verde e os territórios naturais para montante e para jusante), a sua

expressão na História do sítio Coimbra, toda a actividade social, etnográfica, económica,

geográfica e patrimonial (conventos e mosteiros) associada ao rio e às suas margens, as

mitologias conhecidas, constituem uma componente relevante no trabalho em torno da

imagem da cidade e da construção de produtos culturais e turísticos. Não olvidando os

primeiros destinatários de todo o trabalho a (re)fazer: - os cidadãos de Coimbra e da Região.

Também temos a Coimbra contemporânea do Cluster da Saúde e do Turismo de Saúde, a

Coimbra Hi-Tech e da Incubadora de Empresas, e de outras áreas ou empresas de

excelência essenciais na construção da imagem (actual) da Cidade. Nada a opor a que se

explorem as fileiras das cidades criativas ou das smartcities (13), ou outras figuras operativas

na procura de novos nichos de actuação ou de afirmação das cidades. O importante é

contribuir para que as coisas aconteçam, permitir que as iniciativas que forem fortes se

afirmem, cresçam, adquiram dinâmica própria, utilizando o melhor possível as novas

políticas e estratégias da União Europeia. Da diversidade surgirão novos protagonistas, nova

energia, novas práticas, reforço de imagem.

Acresce a ‘frente cultural’, ou seja o trabalho a fazer em relação à Queima das Fitas, festas

estudantis e tradições académicas, Rainha Santa e festas populares, Encontros de

Fotografia, Festival das Artes e outros festivais de música, artes plásticas e demais

actividades de criação artística. O Museu Nacional de Machado de Castro e o património

histórico-cultural e actividades nele apoiadas. O alinhamento dos eventos culturais, a

divulgação/comunicação da actividade cultural nos suportes ajustados aos tempos actuais,

fazem também parte do caderno de encargos da construção da imagem contemporânea (e

futura) de Coimbra. A indústria do divertimento nocturno também tem de ser considerada.

É da conjugação criativa, sustentada, esclarecida, com visão e actuação estratégica e

sistémica, (com níveis de integração adequados), que se construirá a nova imagem da

cidade, ancorada no Passado recente, na História e nas histórias da Cidade, reconhecida e

assumida pelos seus cidadãos, apelativa para os que a escolhem visitar, ou para nela

estudar ou trabalhar. Mas não temos dúvidas que a actuação no e sobre o espaço público é

determinante para a identidade da Cidade, constituindo uma prioridade dinâmica de

reflexão, de trabalho e de acção.

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Projecto CityLogo – Innovative place-brand management 39

Ideias práticas

A notoriedade da imagem ou das imagens de uma cidade pode decorrer de ‘factos’ físicos,

(isolados ou de conjunto), de eventos históricos, culturais, desportivos ou de outra natureza

muito específica, de uma empresa-estrela ou de um complexo de actividades industriais, ou

até de uma ou várias campanhas de promoção bem-sucedidas.(14)

O skyline da colina universitária e sua envolvente, a Universidade, a vida académica e as

suas tradições, os aspectos histórico-culturais, o Rio Mondego e Santa Clara-a-Velha, o

Portugal dos Pequenitos, os vários jardins, a gastronomia e doçaria regionais, a paisagem

natural, a praia e a serra, entre outros, são activos habitualmente referenciados nos

inquéritos de opinião, recolhidos na perspectiva de identificar o grau de atractibilidade de

Coimbra.

No 2º workshop transnacional do Projecto CityLogo, realizado em Utrecth, em Outubro de

2013, (ver Nota 14), Miguel Rivas propôs um exercício a todos os participantes sob o

leitmotif da produção de uma imagética mais poderosa para as cidades europeias, como

base de trabalho para a sessão sobre semiótica urbana. Deviam-se escolher entre 3 e 5

imagens que ilustrassem a identidade ou as expectativas actuais de cada cidade,

procurando associar a cada uma das imagens uma palavra ou uma mensagem curta, (no

máximo 5 palavras).

O exercício é ilustrado a seguir sem comentários adicionais, constituindo o resultado da

interacção entre os 3 participantes de Coimbra.

Nota

A 1ª fotografia foi retirada do panoramio.com (cedinioBLN); as restantes 3 são do fotógrafo Sérgio Azenha produzidas para a UC (através da FBA), projecto de promoção da Casa da Lusofonia.

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Dois outros exercícios de natureza diversa, foram realizados nos dias em que redigíamos o

presente capítulo, com a colaboração de colegas de trabalho.

No caso do primeiro foi pedido que fossem identificados (ou seleccionados) os ‘activos’

(pontos fortes ou positivos) da Cidade e o que poderia considerar-se menos bom (pontos

negativos). Escolheram-se colegas cuja vivência da cidade tivesse resultado da circunstância

de terem vindo estudar e trabalhar para Coimbra. As duas ‘percepções/avaliações’

apresentam alguns pontos comuns com as opiniões recolhidas junto de cidadãos nacionais

(não residentes em Coimbra), em dois dos estudos de opinião recentes (realizados pela

BRANDIA e pelo IPAMLAB).

No segundo exercício, envolvendo um grupo mais numeroso de colegas, propôs-se a cada

participante o seguinte: - caso recebesse em Coimbra um(a) amigo(a) estrangeiro(a) que

prezasse muito do ponto de vista pessoal, (ou fosse muito importante a nível profissional),

que locais, monumentos e ‘coisas’ iam visitar/mostrar. E se fossem ‘jantar fora’ onde o(a)

levavam?

As respostas concretas são apresentadas no capítulo seguinte, constituindo o conteúdo da

nota (15) e da nota (16), respectivamente.

Se algum comentário podemos fazer é que, numa amostra muito restrita, os roteiros

idealizados apresentam algumas variações significativas, certamente resultado da

experiência pessoal e do gosto cultural de cada um. Mas sobressaem os principais ‘activos’

da Cidade, bem como outras pistas a explorar e trabalhar.

Por outro lado, uma outra ideia que surge de imediato, é que se trata de exercícios que

seria interessante alargar, diversificando a base sócio-profissional dos participantes.

É uma possível tarefa a ponderar, a par de uma outra já apontada a nível do Grupo Local de

Apoio do CityLogo: - a realização de um inquérito aos cidadãos com vista a conhecer as suas

opiniões e perspectivas sobre Coimbra, depois de estabilizadas as linhas estratégicas de

trabalho, com uma eventual 1ª abordagem à Visão.

Sendo o momento de fechar esta meditação sobre Coimbra, talvez possa fazer sentido

perguntar se Coimbra, sendo uma cidade – uma cidade do mundo e uma cidade no mundo

– poderá vir a ser, no futuro, uma cidade e um mundo?!

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4. Notas

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 1. Introdução

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 2. Imagens e fruição das cidades. Colagem

RONCAYOLO, Marcel (1997), La ville et ses territoires. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(1) «Le rapport entre représentations et pratiques de la ville assurément déborde la domaine des

cartes mentales, seraient-elles construites avec la plus grande finesse; du moins ces cartes mentales

de la ville prennent leur sens à travers des modes d’habiter, des modèles culturels et non seulement

des actes visuels. La représentation de la ville s’inscrit alors dans une ethno-histoire, aussi bien que

dans une critique des idéologies. Elle accorde une large place aux comportements des groupes

sociaux, à la manière dont se transmettent ou s’acquièrent les habitudes; la ville est alors

apprentissage, des actes comme des représentations. Elle se préoccupe de l’accumulation des gestes

et des rites, ancrés dans l’inconscient. Elle s’intéresse aux justifications sociales donnés de ces

pratiques, à la valorisation attaché aux liés, à la combinaison des espaces et des références, à tout ce

qu’il a de mémoires dans la ville.»

FAYETON, Philippe (2000), Le Rythme Urbain, Éléments pour intervenir sur la ville. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(2) «La recherche à propos de ville marque l’émergence du constat selon lequel urbanité et civilité

sont solubles dans l’urbanisation. Plus la ville apparaît vide de sens, plus feint de croire qu’en

soignant le «look» on pourrait re-créer la vie dans la ville. (...)

Prenant au mot sémioticiens et philosophes qui vont répétant que l’architecture est un langage et

que la cité est un discours, cet essai examine les différents niveaux de lecture de l’architecture et de

la ville.»

(3) «La cité est un discours, et ce discours est véritablement un langage: la ville parle à ses habitants,

nous parlons notre ville, la ville où nous nous trouvons, simplement en l’habitant, en la parcourant,

en la regardant.» Roland Barthes, L’Aventure sémiologique, 1985, Seuil, p.265.

(4) «Ayant examiné comment la ville constitue une sorte de langage qui nous parle (de nous, mais

aussi de notre histoire), ayant vérifié que ce langage est situé (géographiquement, culturellement),

ayant posé les spécificités du langage architectural et les limites d’une prégnante métaphore, nous

distinguerons sept composantes élémentaires du rythme de la vile. Considérant alors notre objectif

d’intervenir en architecture sur le signifiant (aussi bien l’objet-architecture que l’objet-ville), nous

allons vérifier que le rythme de la vile constitue l’essence de l’urbanité, à la fois caractère de la ville

en général et caractère de cette ville en particulier.»

L’urbanité serait-elle donnée par des composants d’un rythme s’inscrivant en surimpression : le

rythme de la morphologie typologique et climatique dans laquelle s‘est développé l’urbain, le rythme

scalaire, le rythme perçu para nos cinq sens, le rythme sémantique, le rythme du temps qui passe et

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le rythme des fonctions ? Ces composants du rythme se jouent tous l’un de l’autre, chacun en

fonction des autres. Aucun n’est réellement premier. Interactifs certainement, vraisemblablement

sont-ils consubstantiels. (...)

La lecture innocente, c’est notre lecture quotidienne, celle du quidam, fait de sentiments,

d’impressions, de réactions à des stimuli divers (bruit, lumière, coloration, matière, échelle, rythme,

‘style’ architectural, beauté/laideur, souvenirs et références).

Cette lecture innocente n’exclut pas la question architecturale, elle s’en nourrit. (...)

Si la lecture innocente est la lecture pour laquelle doit être écrite la ville, alors s’impose au

professionnel l’apparente nécessité d’une lecture ‘savante’, référencée et réflexive, distancée,

Toute ville est un peu construite, faite par nous à l’image du navire Argo dont chaque pièce n’était

plus une pièce d’origine, mais qui restait toujours le navire Argo, c’est-à-dire un ensemble de

significations facilement lisibles et identifiables. Dans cet effort d’approche sémantique de la ville,

nous devons essayer de comprendre le jeu des signes, de comprendre que n’importe quelle ville est

une structure mais qu’il ne faut jamais chercher et qu’il ne faut jamais vouloir remplir cette structure.

Roland Barthes. L’Aventure sémiologique, page 271, le Seuil, 1965.

Ecrit dans notre langage, le discours de la ville raconte notre histoire et dit ce que nous sommes. La

ville n’est pas vide de sens, elle est – par nature – porteuse du sens que nous lui avons donné.»

«Le discours de la cité, que nous nommons URBATEXTE n’est pas le discours des seuls architectes. Ce

n’est pas non plus le discours, ou même le chant, de certains rares édifices : (...). L’URBATEXTE relève

rarement des Muses, il sait être trivial, tyrannique, asocial, mais aussi aimable et accueillant,

sensuel, incohérent ou emphatique, humble et hâbleur. L’URBATEXTE n’est pas faite que de béton et

de pierres, il est aussi écrit sur Internet, il est écrit dans les lignes d’autobus para la politique du

transport et il est encore écrit para la périodicité du marché aux fleurs. (...)

L’URBATEXTE exprime plus clairement la notion de texte de la ville, de texture de l’urbain (le ‘tissu

urbain’) et évoque le sens du texte. L’URBATEXTE englobe la totalité des textes superposés qui font la

ville et que la ville nous offre.

Nous examinerons trois de ces textes de la ville : - L’image que l’autorité municipale donne de sa

ville, du Logo à la Home Page sur Internet, ou en aménageant la ville ; - La lecture que les usagers

peuvent restituer de leur ville au travers de l’analyse d’un échantillonnage de population ; - Notre

lecture de la ville, comme non-habitant la ville, mais autant qu’usager fréquent d’Aix-en-Provence et

occasionnel de Tübingen, avec cette particularité de professionnel de la ville qui implique un regard

différent.

Les images officielles de la ville, métalangage politique de l’équipe municipal, nous intéressent ici

dans la mesure où elles interviennent sur la lecture des usagers et l’orientent. Les publications, le site

Internet, les aménagements urbains, les monuments, les fêtes publiques sont autant de supports

pour ce métalangage.»

Trois attitudes opposées et complémentaires nous sont habituelles dans notre fréquentation de la

ville.

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La première attitude, celle du touriste ou du nouvel arrivant, consiste à s’engager nez au vent dans

l’agglomération, guettant le signe d’une entrée de ville, déchiffrant le caractère de l’espace parcouru

et humant l’ambiance, lisant le nom des lieux et des bâtiments, cherchant à pénétrer au cœur de la

ville pour en goûter la personnalité.

La deuxième attitude est celle du gourmet, du connaisseur, qui va directement retrouver l’espace

aimé, évitant ou fermant virtuellement les yeux dans un lieu désagréable, s’offrant le détour par la

ruelle aux glycines dont le parfum enivre, qui sait contourner la place balayée para le mistral.

La troisième est celle de l’usager pavlovien qui peut se rendre encore à demi-endormi à son bureau

ou rentrer le soir chez soi sans rien voir, marchant ou roulant dans un réflexe alors que toute la

pensée est encore prise par tels projet ou difficulté à résoudre.

Ces trois attitudes sont familières et nous les adoptons successivement selon les circonstances. Leur

fondement est pourtant construit sur un même et unique perception de la ville.

La superposition des “calques“ de lecture apporte des renseignements sur la nature de ce que nous

avons nommé l’URBATEXTE.

- Le site dans lequel s’inscrit la ville est déterminant, mais le site formé para la ville construite

détermine l’usage.

- Les matériaux de l’espace urbain ne sont ni reconnus ni mémorisés, mais la pente, la rugosité, la

dureté sont ressenties.

- La multiplicité fonctionnelle dans l’espace urbain est significative de ce caractère urbain.

- La notion de densité est tout-à fait relative et subjective ; c’est une notion pour laquelle le citadin

n’a pas d’outil de mesure: (...).

- La mesure du dimensionnement des espaces reste confuse; seul est exacte la mesure même liée au

temps de déplacement.

- On ne connaît de la ville que la partie ou la facette dont on a l’usage: usage fonctionnel (lieu de

travail/logement/centre commercial pour l’habitant ou tour-de-ville pour le touriste), l’usage de

classe socio-culturelle (théâtre, université, zone industrielle) ou encore usage autorisé (la partie

restreinte du quartier dans laquelle les enfants ont une relative autonomie, la partie de ville à

laquelle on a “financièrement“ accès).

- Le quartier a un caractère identitaire mais ses frontières sont difficilement mémorisées. Le quartier

est moins reconnaissable par une homogénéité formelle (une architecture), que par son caractère e

par son activité socio-culturelle qui s’y déroule.

- Le “style“ architectural des quartiers est lu et reconnu mais c’est en termes affectifs qu’il est

intégré. La ville est porteuse de chaque histoire individuelle, trame de la ville personnelle, elle est

reconnue par bribes, expériences, rêves et cauchemars juxtaposées.

- On aime son quartier (jugé très ou assez agréable) même si l’on peut souhaiter habiter un autre

quartier et même si l’on habite un quartier méprisé par ceux qui n’y habitent pas (...).

- Les fonctions de la ville ne sont reconnues que lorsqu’elles mettent en jeu des interactions dans la

ville. La fonction universitaire d’Aix-en-Province et sa fonction touristique semblent la définir, alors

que les fonctions juridiques et les activités industrielles et commerciales sont la source

prépondérante de ses revenus.

- Les entrées de ville sont difficiles à reconnaître, à identifier et désigner, si n’est par des repères

visuels, des indices de densité, voire par les panneaux signalisateurs. On peut dire que l’on est “hors

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la ville“ ou “dans la ville“, mais la limite n’est pas définie. Le terme “ville“ signifie aussi bien le centre-

ville que la ville ou l’agglomération.

- Les noms des lieux et leur typologie portent des valeurs qui structurent le paysage urbain, même

au-delà de la raison qui nommait le lieu. Certains noms donnés officiellement ne sont pas acceptés

dans l’usage commun.

Nous avons vérifié que la ville peut être considérée comme un langage et il semble maintenant plus

complet de la prendre comme un dialogue : le dialogue entre la ville et ses usagers, aussi bien que les

dialogues entre les diverses relations ou lectures qu’entretient avec elle chacun des usagers.

Nous dégageons alors dans l’URBATEXTE trois traits significatifs :

- la ville parait constitué d’une multiplicité de rapports syntagmatiques individuels juxtaposés;

- le sens de l’URBATEXTE devient lisible par la superposition de ces rapports, de ces calques ;

- c’est parce que la fonction sémiotique de la ville définit l’urbain que l’intervention de l’aménageur

(urbaniste ou architecte) ne peut se contenter de (dis)poser quelques objets signifiants. La mission

de l’aménageur est plus large: il s’agit d’organiser les potentialités des dialogues urbains.

«C’est en effet généralement par métaphore que on parle de la ville et de l’architecture.»

L’organisation de l’espace de la ville, à laquelle on peut attribuer au moins deux des qualités

suivantes: structure, périodicité, mouvement, sera donc nommée ici rythme de la ville.

Chaque ville, chaque quartier, chaque espace urbain, joue sa propre musique sur l’instrument

acoustique de son architecture : dimensionnement des espaces, morphologie et matériaux des

bâtiments “rendent“ les bruits de la ville. (...)

Ainsi, chaque ville, chaque quartier, chaque espace urbain, constitue une scène dans laquelle les

acteurs-citadins vivent leur pièce (drame, comédie, tragédie) quotidienne. (...)

Le contact avec les matériaux (pierre tendre ou “froide“, enduit à la chaux ou ciment, dallage ou

pavage, gravier ou bitume), marqueur de la ville, est certainement tactile mais aussi visuel, auditif et

chaque matériau est signifiant.

Note perception de la ville ne se fait pas seulement par la vue et le toucher. La ville ne produit pas un

bruit absurde et incompréhensible, chaque rue, chaque quartier émet “son“ bruit (...).

Les fonctions dans la ville, au-delà de leur nature, interviennent dans le caractère de la ville et du

quartier par leur “poids“ relatif, par leur position relative.

Les linguistes, les écrivains et les poètes nous assurent que la ville est un langage, que “la cité est un

discours“. Effectivement considérer l‘architecture et la architecture de la ville en tant que langage, en

tant qu’écriture, avec les apports de Kevin Lynch, Umberto Eco, Roland Barthes, permet à

l’architecture de prendre une distance vis-à-vis de sa pratique et de l’examiner sous un éclairage

nouveau.

L’architecture de la ville est bien issue d’un code culturel, elle est ancrée dans un site et dans une

culture. Comme certains mots sont intraduisibles, certains paradigmes architecturaux ne peuvent

trouver d’équivalent dans une autre culture. (…)

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Décrypter le Texte Urbain ou Urbatexte est alors la démarche première à qui veut à son tour écrire-

dans-la-ville. Lecture innocente ou lecture savante, lecture touristique ou politique, géographique ou

poétique? Des tentatives de décryptage ont marqué le point de départ de la réflexion contemporaine

sur la ville, mais elles restent des analyses du seul visuel.

Pour une approche plus complète de la ville, suivante le conseil de Roland Barthes, il convient de

regarder le langage de la ville en dehors de toute métaphore. (…)

Des armoiries à la Home Page, la ville s’affiche, se donne en spectacle, se montre, se présente : les

responsables de la ville montrent l’image de la ville qui leur convient. La ville s’exprime aussi sur le

terrain par ses réalisations et aménagements, son mode de développement. Ce discours de la ville

sur la ville, toujours “politiquement correct“, est le signifiant d’une vision socio-économique du

groupe dominant et s’imprime dans la ville. Le langage sur la ville, métalangage des édiles, exprime

une projection de l’image souhaitée de la ville. Ce métalangage, intrinsèquement programme

d’aménagement urbain, vient en amont de l’écriture de la ville et n’est pas de même nature que le

langage de la ville.

L’usager a une lecture construite sur sa pratique spécifique. Les usagers nous montrent comment les

quartiers trouvent leur identité dans leur morphologie, leur toponymie, leur position par rapport à la

ville dans son ensemble, autant que par leurs fonctions et par l’image collective.

La signification perçue du texte urbain est à la fois très partagée et très personnelle. Personnelle, car

est liée à une expérimentation individuelle préalable des espaces et des signes; partagée car elle est

le dénominateur commun spécifique d’une culture différenciée socialement (classe sociale, ethnie

d’origine, groupe social d’appartenance ou de référence) ou topologiquement (ceux de Jas de

Bouffan, ceux de Cours de Mirabeau ou de Waldhäuser-Ost).

Ce texte urbain que nous appelons URBATEXTE trouve son sens plein dans la superposition des

diverses lectures des acteurs et usagers de la ville.

La ville n’est pas, (…), une simple juxtaposition de services, de réseaux, de bâtiments. La ville est bien

l’expression d’une vie sociétale dans une culture et dans un site.»

PAETZOLD, Heinz [ed.] (1997), City Life: Essays on Urban Culture. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(5) «(…) Drawing upon a line of thought from Simmel, through Benjamin to Lefebvre, Paetzold

emphasises the highly symbolic nature of specific urban experiences, stressing the rapid changes of,

and even tensions between, the divergent perspectives held by city dwellers, the nervous fluidity of

living experiences and the fragmentary and ephemeral character of urban experiences. The city itself

has a symbolic structure which is revealed by the strolling body as the fragmented agent of urban

experiences.

Susterman and Paetzold both emphasise the relevance of the figure of the flâneur. Although they see

the figure as fulfilling different tasks. The pragmatic flâneur focuses on the details of the urban

landscape, whereas a post-Marxist city walker attempts to decipher the allegorical meanings of

urban images in order to save their symbolic truth. Müller and Dröge, as well ČaČinovič, draw upon

the dialectics of postmodern geographies between locality and territory or place.

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(…) It seems to me that both our main words, aesthetics and townscape, have a strong tendency to

be understood in reference to visuality. Especially curious is the word “townscape”. I do not know if

the English-speaking people share my sense of this word. Namely, the paradigmatic series of words:

“landscape”, “townscape”, “cloudscape”, etc. Invites me to link the morpheme common to these

words ‘-scape’ with another one ‘scope’, like ‘kaleidoscope’, ‘microscope’, ‘telescope’, ‘Cinema-

Scope’, etc. So in the semantic constellation of words in my mind, the word ‘townscape’ as well as

‘landscape’ belongs to the group of visual words. In fact, however, ‘landscape’ shares its origin with

the German word ‘Landschaft’, so that the suffix ‘-scape’ is a variant form of another one ‘-ship’,

which corresponds to the German suffix ‘-schaft’, in short, it has nothing to do with visuality. (…)

My thesis, however, is this: the most important factor in the aesthetics of city is not visuality but

tactility.

I consider visuality as the viewpoint of the visitors to a city, and tactility as that of its inhabitants. And

also think that the deepest and the most authentic understanding and knowledge of a city is give, in

general, by inhabitants and not by visitors. I am indeed even inclined to maintain that it is this tactile

beauty, if I may use this expression, which is reflected in urban visuality as a profound beauty.

All things considered, we can say that Parmanova is

endowed with quite high ‘image-ability’ and has a strong

‘legibility’. According to Lynch, the beauty of a city is

dependent on its legibility. Then should we say that

Parmanova is very beautiful? I admit that it is beautiful

to a certain extent, but in a quite superficial sense. What

I mean is that it does not conform to the idea we have of

a beautiful city. I find this small town charming, but do

not feel like living there in any sense. It is beautiful just

like a well-made earth-work. In order to enjoy its beauty,

we must take a bird’s eye view, Parmanova is beautiful in an aerial photography, but not in the eyes

of its inhabitants.

In short, the visuality of the Cartesian city was abstract, since it was addressed not to human eyes but

to God’s eye. (…)

(…) Up until now, we have only been concerned with the material aspect of a townscape. Let us

remember the case of Parmanova. In this city, all elements of ‘image-ability’ were very easily

satisfied, except for one, that of ‘districts’. ’Districts’ concern the social organization of urban space,

which is very often the result of history. Consequently, it is evidently impossible to give it an optical

expression. A guidebook may warn us not to enter such and such quarter. But from this information

we not really know the ‘district’. The knowledge provided by a photograph may be a little more

concrete and alive. If we visit the city, we can get some idea of the moral, social and historical reality

of the city. For history and life are woven into the urban texture. But, needless to say, only

inhabitants can have a true knowledge of ‘district’. It concerns a fine knowledge obtained through

daily repeated experiences: history and society are thus permeated in the body.

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These are different forms of knowledge of city and townscape, put in order from more superficial to

more profound and substantial. The most profound knowledge of a city is a tactile one. But it

excludes neither vision nor intelligence. Tactile knowledge requires merely that our body is involved.

Here I am naturally reminded of the fact that the word ‘tact’ means ‘adroitness’ in dealing with

persons and circumstances as well the sense of touch. Tactile knowledge is tact-like knowledge,

namely an adroit and acute knowledge acquired by and programmed in the body.

The city, he argues, is ‘an aesthetic symbol of a collective unity’; it not only fosters art by creating a

complex, demanding stage for personal expression (as Simmel also notes) but the city also ‘is art’. As

art is communicatively social, ‘social needs are primary in urban planning; rather than the physical

plant or transport system, the social nucleus [is] the essential element in every valid city plan: the

spotting and inter-relationships of schools, libraries, theatres, community centres.’ If the traditional

undifferentiated social bonds of the small town are lost, one should seek a more multiform cable

through the weaving of partially linking bonds to produce ‘a more complex and many-coloured

strand’. Urban planning’s aesthetic ‘aim is the adequate dramatisation of communal life’ so that

individual and group activity become more meaningful.

The city is an aesthetic event, not only as regards its most obvious aesthetic manifestation the

architecture and urban construction, but also in terms of its sensual presence which communicates

on a symbolic level with the spectator’s specific understanding. The city is an aesthetic object as seen

through the gaze of a person who neither dwels nor works or just consumes in the city, but a kind of

uninvolved spectator leaning back into the distanced mode of aesthetic experience: the sort of

person better known as a flâneur.

Dewey’s aesthetic pragmatism relates the ‘high culture’ of art back to the richness of everyday life

and practical experience. The experience Dewey has in mind is a kind of pragmatic cognition that

provides understanding of the world. This rich experience, as Dewey theorises it, is a complex

construction of imagination (based on former experiences), action (wherein occurs), time (needed

for it to take place), and of thought, or rather the capacity of abstraction to gather these diverse

fragments into a generalised understanding. This individually achieved understanding about the

world becomes manifested, purified and concentrated in art and thereby finally recognised as

aesthetic experience and reconfirmed as a certain truth about the world.

The aesthetic mode of understanding is rhetorical in the sense of a figurative transmission that takes

place when perceiving the element of an event symbolically, hence in respect to another, hidden

meaning. Symbolic signification demands the absence of what is symbolised, or what the ‘literal’

experience stands for. Now one has to bear in mind that these connections between the presence of

the events and their absent meanings are culturally coded (operating within the history of figurative

understanding), at the same time as they follow individual associations. Moreover, not only the

character of signification but the selective manner of perception itself is also individual.

But the possibilities of experiences are also framed by the historical and cultural ground we find

ourselves embedded in, as well as the social, rather than merely personal, context we are situated in.

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The way we know to place ourselves in relation to things, the way we learn to read our inside

affections in relation to their outside reasons, the specific perspective we might have according to

the social class we function in, are factors that condition the authentic ‘truth’ we experience. As

(aesthetic) experiences are entangled in between these two poles of extreme subjectivity on one side

and broad social/cultural determinations on the other side, the mode and status of their

generalisation becomes crucial.»

Nota – a fotografia aérea de Parmanova foi retirada de www.panoramio.com

SHORT, John Rennie (1996), The Urban Order. An Introduction to Cities, Culture, and Power. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(6) «Cities are produced; in a variety of ways. In the previous chapters of this section [The Production

of the City] I have looked at the production of the built form of the city. In this chapter I want to look

at the production of city images.

The city is more than just a physical entity, more than a place where people live and work. The city is

a place symbolic of many things, representative of many things.. The city is a work of imagination, a

metaphor, a symbol. The production of these imaginings, metaphors and symbols is the topic of this

chapter. (…)

Urban ideologies are not monolithic towards all cities. In many countries different cities evoke very

different attitudes. (…) In other countries different cities come to represent different sets of values.

(…)

The cities come to represent broader notions and become the vehicles for wider social debates, the

container of deeper meanings than the empirical character of the individual city.

Meanings and values are apportioned to cities. And also to particular parts of cities. The term “city” is

too broad to capture different types of cities. Thus the term “inner city” is often used to cover a

variety of issues from race and conflict, poverty and wealth, social disintegration and the urban

underclass. The suburbs, in contrast, are more associated with discourses of family, community,

middle class, stability, and social order. These are less factual reports than broader, deeper, hazier

representations. Spatial adjectives and nouns such as suburb, inner city, and city refer as much to the

social world as to the spatial world. (…)

Place names are important. There are, of course, the simple descriptive names. Many of the towns

[names] (…) are geographical descriptions. (…) But many place names are more, much more, than

simple identifiers of place – they resonate with feelings and emotions, hopes and desires, they

conjure up the past and intimate the future. Names are note just neutral handles we stick on to

places to differentiate them from another, the naming of places is a social act reflecting and

condensing the struggle for power, status, and influence.

Place names are power. (…) Names of places often reflect a struggle for power. (…) Place names are

evocative. They are used to commemorate events (…), to recall the past (…), to remember the old

country (…), to condense hopes for the future (…). Names conjure up specific images. (…) names

communicate more than just the location of places. (…) Names are powerful. They tell things about a

society. (…) Names turn spaces into places. They are one of the ways we humanize the world around

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us. Names of places reflect the operation of power, the need for connections with the past, hopes for

the future. Place names give color, meaning, symbolism to the world around us. We make the world

by given it a name. (…)

A recent advert for a Canon camera had the slogan, “Image is Everything”. Whether true or not, the

phrase captures an important element in the cultural production of cities: the creation of urban

imagery. The construction of favourable urban images to encourage civic boosterism, tourism,

inward investment, and in-migration has a long history. More recently, however, because of

interurban competition and increasingly footloose industry and capital investment, cities have to

compete with each other in selling themselves. Urban image is of particular importance in an era of

intense competition between cities for business, investment, tourists, conventions, and industry. The

analysis of city promotion is now an important area.

Significant topics includes the analysis of the city promotion industry, the strategies used, the

decoding of the messages, and an assessment of the campaigns’ successes and failures. (…)

Cities compete for business, trade and investment. They struggle for corporate attention. What sells

the city is the image of the city. In a very real sense the city becomes the image. Business journals are

full of urban images. The images can be realistic, imitative, mocking or stereotypical (and counter-

stereotypical). There are several different devices and marketing strategies. Here I am concerned

with the super images that can be identified. These are the dominant images which are often

superimposed one on another and cut across the different categories of cities. Four main images can

be identified: - fun city, green city, culture city, pluralist city. (…)»

JACOBS, Jane (1961), Morte e Vida de Grandes Cidades. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(7) «When we deal with cities we are dealing with life at its most complex and intense. Because this is

so, there is a basic esthetic limitation in what can be done with cities: A city cannot be a work of art.

We need art, in the arrangements of cities as well as in the other realms of life, to help explain life to

us, to show us meanings, to illuminate the relationship between the life that each of us embodies

and the life outside us. We need art most, perhaps, to reassure us of our own humanity. However,

although art and life are interwoven, they are not the same things. (…) [p.374]

Instead of attempting to substitute art for life, city designers should return to a strategy ennobling

both to art and to life: a strategy of illuminating and clarifying life and helping to explain to us

meanings and order – in this case, helping to illuminate, clarify and explain the order of cities. (…)

Because we use cities, and therefore have experience with them, most of us already possess a good

groundwork for understanding and appreciating their order. Some of our trouble in comprehending

it, and much of the unpleasant chaotic effect, comes from lack of enough visual reinforcement to

underscore the functional order, and, worse still, from unnecessary visual contradictions.

It is fruitless, however, to search for some dramatic key elements or kingpin which, if made clear, will

clarify all. No single element in a city is, in truth, the kingpin or the key. The mixture itself is kingpin,

and its mutual support is the order. (…)

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A city’s very structure consists of mixture of uses, and we get closest to its structural secrets when we

deal with the conditions that generate diversity.

Being a structural system in its own right, a city can best be understood straightforwardly in its own

terms, rather than in terms of some other kinds of organisms or objects. However, if the slippery

shorthand of analogy can help, perhaps the best analogy is to imagine a large field in darkness. In the

field, many fires are burning. They are of many sizes, some great, others small; some far apart, others

dotted close together; some are brightening, some are slowly going out. Each fire, large or small,

extends its radiance into the surrounding murk, and thus it carves out of space. But the space and

the shape of that space exist only to the extent that the light from the fire creates it.

The murk has no shape or pattern except where it is carved into to space by the light. Where the

murk between the lights becomes deep and undefinable and shapeless, the only way to give it form

or structure is to kindle new fires in the murk or sufficiently enlarge the nearest existing fires.

Only intricacy and vitality of use give, to the parts of a city appropriate structure and shape. (…)

Where the fires of use and vitality fail to extend in a city is a place in the murk, a place essentially

without city form and structure. Without that vital light, no seeking for “skeletons” or “frameworks”

or “cells” on which to hang the place can bring it into a city form.

These metaphoric space-defining fires are formed – to get back to tangible realities – by areas where

diverse city uses and users give each other close-grained and lively support.

This is the essential order which city design can assist. These areas of vitality need to have their

remarkable functional order clarified. As cities get more such areas, and less gray area or murk, the

need and the opportunities for clarification of this order will increase.

Whatever is done to clarify this order, this intricate life, has to be done mainly by tactics of emphasis

and suggestion.

Suggestion – the part standing for the whole – is a principal means by which art communicates, this is

why art often tells us so much with such economy. One reason we understand this communication of

suggestion and symbol is that, to a certain extent, it is the way all of us see life and the world. We

constantly make organized selections of what we consider relevant and consistent from among all

the things that cross our senses. We discard, or tuck into some secondary awareness, the

impressions that do not make sense for our purposes of the moment – unless those irrelevant

impressions are too strong to ignore. Depending on our purposes, we even vary our selections of

what we take in and organize. To this extent, we are all artists.

This attribute of art, and this attribute in the way we see, are qualities on which the practice of city

design can bank and which it can turn to advantage.

Designers do not need to be in literal control of an entire field of vision to incorporate visual order in

cities. Art is seldom ploddingly literal, and if it is, it is poor stuff. (…) It leaves no discovery or

organization or interest for anybody else.

The tactics needed are suggestions that help people to make, for themselves, order and sense,

instead of chaos, from what they see. (…)» [pp. 375-378]

BORJA, Jordi e MUXI, Zaida (2001), El espacio publico: ciudad e ciudadanía. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(8) «(…) La ciudad hoy emerge nuevamente como lugar, como mixtura, como espacio colectivo, como

referente cultural. Construir la ciudad del siglo XXI es tener un proyecto de ciudadanía, ampliar los

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derechos de tercera generación, el derecho al lugar y a la movilidad, a la ciudad refugio y la identidad

local, al autogobierno y a la diferencia, a la igualdad jurídica de todos os residentes y a la proyección

exterior de la ciudad como entidad política abierta. (…)

Se ha dicho que nuestra época es, como otras que se han dado en la historia, una era de conquista

de nuevos derechos. También se ha dicho que es el siglo de las ciudades. En consequencia es la

época de los derechos urbanos. Pero la exigencia del derecho surge de la rebelión moral, del deseo

de poseer alguna cosa, unas liberdades y unas oportunidades que a menudo nos son negadas. La

ciudad del deseo no es la ciudad ideal, utópica y especulativa. Es la ciudad querida, mezcla de

conocimiento cotidiano y de misterio, de seguridades y de encuentros, de liberdades probables y de

transgresiones posibles, de privacidad y de inmersión en la vida colectiva. (…)

Ser ciudadano es el derecho a sentirse protegido, pero tambien la liberdad de vivir la aventura

urbana. (…)»

Nota de trabalho: Talvez faça sentido deixar aqui, como anotação, um outro pequeno excerto da

Introdução que o Jordi escreveu (também com a Zaida) para o livro-colectânea «Urbanismo en el siglo

XXI. Bilbao, Madrid, Valência Barcelona»:

«(…) Es importante subrayar el plural en la palavra ciudad, ya que com la expansión del hecho urbano

sin precedentes en la historia de la humanidad, en estos inícios de siglo puede considerarse que nos

encontramos ya com el 75 % de la población mundial viviendo em ciudades o en regiones urbanas, y

esto se há de reflejar en la multiplicidad de modelos de ciudad, en la respuesta especifica a cada

circunstancia. Las ciudades afrontam un doble desafio: recuperar elementos identitários en “el hacer

ciudad sobre la ciudad” e “inventar” nuevos modelos en el “hacer ciudad en las áreas periurbanas”.

(…)

La necessária especificidad polissémica del lugar no es una variable considerada en el urbanismo

constructor – y destructor del sentido de ciudad – de la cidade global, sino que son la fuerza de los

interesses económicos e los grandes grupos de presión los que llevan a las ciudades a una

homogeneidad insostenible.(…)» [p.13]

[Versões para língua portuguesa dos excertos apresentados no capítulo 2 de FZF]

BRANDÃO, Pedro (2011). O Sentido da Cidade. Ensaios sobre o mito da Imagem como Arquitectura. _ _ _ _ _ _

(9) Nota de Trabalho: Pedro Brandão cita David Harvey em: “What is Politically Effective Architecture

Now”, in William S. Sounders (ed) et. al., Reflections on Architectural Practices in the Nineties.

Princetown Architectural Press, New York, 1996.

(10)

Nota de Trabalho: Pedro Brandão cita M. Christine Boyer em: The City of Collective Memory: Its

Historical Imagery and Architectural Entertainments. MIT Press, London, 1994.

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_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 3. Sobre Coimbra

(11) This book opens with a city that was, symbolically, a world; it closes with a world that has

become, in many practical aspects, a city. in Lewis Mumford ,The City in History. Penguin Books Ltd,

Harmonsworth, Middlesex, England (re-edição de 1984).

(12)

«Este nosso livro não escreve a história da cidade, mas descreve o lugar onde a história de

Coimbra sucedeu. Toda a história tem personagens, um lugar onde sucede e um tempo em que

decorre; e tem, além disso, episódios. Hesitamos em dizer que tem intriga ou enredo, visto estes

termos sugerirem história romanesca e não a história do que realmente ocorreu. Esta última é o

objectivo do historiador. (…)

A descrição de uma cidade tal como foi no passado ficará sempre aquém do desejado. Podemos

traçar-lhe as ruas. Mas as ruas, sem as gentes que por elas iam e vinham, são as de uma cidade

deserta. Ora um historiador não é propriamente um cartógrafo – e nunca pensámos reduzir o nosso

livro a uma colecção de estampas próprias para figurarem num atlas das cidades medievais de

Portugal. Não é possível (ou desejável) descrever uma cidade sem convocar os homens – isto é, as

personagens da história.

São os homens que vivem na cidade aqueles que a fazem. Mesmo quando nenhum deles edifica o

que quer que seja, basta que cuide de planta derramada do muro do quintal ou pinte, numa parede,

grafite indecoroso, escarnecedor ou apaixonado, basta isso para que faça a cidade. É literatura o que

dizemos? Seja. Digamos então, de mais modesta maneira, que pretendemos falar também dos

moradores da cidade. (…)

A cidade nasceu com os Romanos. Não havia então ninguém quando os Romanos chegaram? Havia,

sim, embora o que sabemos do povoado pré-romano seja pouco mais do que nada. E não era cidade.

Decidindo que não era cidade o que anteriormente existia até parece que sabemos o que é uma

cidade. Definir uma cidade é todavia tão difícil como definir o Tempo. (…)

Na evolução da cidade romana para a medieval foi também importante a cintura das muralhas.

Algumas cidades ficaram tão apertadas em seus “muros” que isso conduziu a um sobrepovoamento.

Não foi, porém, o caso de Coimbra, onde, até ao séc. XIII, sempre sobrou o espaço.

A cidade romana de Aeminium e a medieval de Coimbra tiveram, pois, feições diferentes. O que

pretendemos, neste livro, é mostrar o cenário que os Romanos montaram e aquele outro que foi o

da Idade Média. “Cenário” é, obviamente, metáfora, pois, numa cidade, não se representa, mas vive-

se. (…)

Por muito repetida que seja (ou tenha sido), a fórmula “um futuro para o passado” continua justa.

Mas adequado é também dizer-se que o futuro necessita de origens, ou que o planeamento do

futuro não dispensa o conhecimento do passado e o aproveitamento do que dele permanece,

construído. É necessário fabricar concórdia entre passado e futuro. (…)

Coimbra já não é “alma deste reino… e uma formosa imagem em que todos devem pôr os olhos” –

como disse Frei Heitor Pinto. Mas repetimos o convite de António Nobre: – “Vem a Coimbra. Hás-de

gostar, sim, meu Amigo”. E acrescentaremos: e gostarás mais se souberes a história dela. (…)» [pp. 7-

10]

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(13) Nota de Trabalho: O projecto SmartCoimbra que associa UC com a CMC é uma das iniciativas em

curso e que pode constituir-se como um exemplo de colaboração a prosseguir. No Plano Geral

respectivo, escreve-se:

Coimbra - evolução para uma cidade inteligente ─ Motivação

Coimbra tem tradição no que se refere à elaboração de planos urbanísticos perspectivados como

instrumentos inovadores para ordenar o território municipal e planear a cidade. Mais complexa e

com menor notoriedade revelou-se a tarefa de desenhar o modelo ajustado às condições

institucionais e aos agentes locais e de operacionalizar a respectiva gestão.

As mudanças sociais e económicas dos últimos 20 anos, ou seja a progressiva perda de actividades

industriais com tradição na cidade e evolução para uma cidade de serviços (administração regional e

desconcentrada, unidades de saúde, ensino superior e politécnico), trouxeram problemas novos e

também uma muito comentada percepção de perda de importância a nível do País.

A atitude e intenção de passagem do planeamento físico para um modelo mais integrado, capaz de

caracterizar e enquadrar as mudanças aceleradas das sociedades e das cidades, não apresenta ainda

resultados concretos ou evidentes, designadamente no caso de utilização do modelo de

planeamento estratégico. Ou seja, o recurso a uma nova modalidade técnica de abordar a

“realidade” de Coimbra (a física e sobretudo a outra) ainda não possibilitou compreender se o

modelo em causa é operativo, adequado e ajustado aos actores que governam e participam na

construção da comunidade municipal.

O trabalho de diagnóstico realizado no quadriénio 2005-2009 e as propostas enunciadas no

designado Plano Estratégico de Coimbra (2009), têm o mérito de sistematizar um conjunto de

valores, valências e vectores de acção que correspondem, de certo modo, a uma “fotografia

dinâmica” de Coimbra, ainda que sem a natureza específica da fotografia digital e do(s) hardware(s) e

software(s) a ela associados.

No referido Plano Estratégico são enfatizados os vectores relativos à Mobilidade, Transportes e

Acessibilidades, à Educação, ao Empreendedorismo, à Inovação e Tecnologia, à Saúde, à Cultura e ao

Património Cultural, ao Turismo e aos Valores Naturais (estes associados ao Rio Mondego), entre

outros mais específicos que não cabe enunciar nesta síntese.

O Quadro que figura na parte final do capítulo anterior, e o que se descreve nos capítulos que se

seguem, permitem-nos pensar que os modelos associados às Cidades Inteligentes (SmartCities)

podem ser um instrumento particularmente ajustado (ou conveniente) à nossa actual “realidade” e

aos problemas que enfrentamos (fraquezas e ameaças, forças e oportunidades).

O desafio é trabalhar para que o genius loci muito especial que Coimbra possui, na sua dupla

componente física (território e património – hardware) e sócio-económica e imaterial (cultura e

conhecimento – software), possa ser a matriz para construir uma Cidade Inteligente e Criativa!

(14) Nota de Trabalho: No contexto da participação dos membros do Grupo Local de Apoio (ULSG) do

Projecto CityLogo nas reuniões transnacionais, o João Figueira (Ideias Concertadas e FLUC) e o

Alexandre Matos (FBA) participaram no 2º Workshop Temático, que decorreu em Utrecht (Holanda),

de 2-4 de Outubro de 2013, sob o título “Integrated city-brand building: beyond the marketing

approach”, (numa organização do URBACT CityLogo com o Eurocities).

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Ambos elaboraram testemunhos da sua participação e do que viram e ouviram, expressando-o nos

dois textos, “Utrecht: day after” e “Workshop city-branding em Utrecht e o caso de Coimbra”,

respectivamente. Os dois documentos estão disponíveis na Dropobox do CityLogo_Coimbra. Mas

deixamos aqui algumas das ideias e opiniões (sendo nossa a responsabilidade da selecção e

configuração, não tendo incluído os sub-títulos, ainda que os mesmos possam ser considerados

importantes para a completa leitura dos textos, em especial no caso do testemunho do Alexandre

matos):

João Figueira – Utrecht: day after

(…) Todas as intervenções (e preocupações manifestadas) tiveram como objetivo central perspetivar

(ou mostrar, no caso dos exemplos em fase mais adiantada ou já concluída) o desenvolvimento das

respectivas cidades no contexto europeu. A diferenciação, através da capitalização das vertentes

culturais e da investigação/inovação, representou o principal argumento dos diversos intervenientes,

embora cada um com a sua especificidade. De comum sobressaiu a ideia de cada câmara procurar

envolver os principais atores sociais, económicos e culturais do seu município, no pressuposto de que

só assim se alcançarão os objetivos em vista e se poderá ter sucesso. (…)

Ambição, empenho e cosmopolitismo representam, a meu ver, as palavras-chave deste Encontro.

Sem uma boa articulação entre elas é impossível desenhar uma estratégia sustentada e de sucesso.

(…)

Ficou também patente que nenhum sucesso se obtém sem um trabalho meticuloso e profundo, mas

que seja abrangente. (…) Ou seja, é imprescindível que cada protagonista municipal seja capaz de

dinamizar os múltiplos intervenientes e seja um aglutinador de interesses e de vontades, numa

perspetiva de alargamento e nunca de fechamento. Em alguns casos, o projeto de city-brand

assumiu-se como estratégico para a (re)afirmação da respetiva cidade e como instrumento essencial

para o seu desenvolvimento. (…)

É grande a nossa responsabilidade e enormes os desafios que temos pela frente. Coimbra tem de

saber o que quer ser e para onde quer ir. (…)

Assumir a estratégia de city-brand para Coimbra quer dizer que é crucial criar e desenvolver

profissionalmente uma identidade própria e consolidá-la nas diferentes frentes. Ou seja, é decisivo

ter e assumir uma visão integrada e global sobre a cidade, de modo a catapultá-la nas suas múltiplas

vertentes. Ao assumirmos Coimbra como uma marca, isso quer dizer que tudo o que tiver a ver com

a cidade e lhe disser respeito não nos pode ser indiferente. (…)

(…) terá de ser capaz de envolver os principais atores culturais, económicos, científicos e económicos

da cidade, no sentido de cada um ser, à sua medida e dimensão, um embaixador de Coimbra no

exterior.

É ainda crucial desenvolver ações de esclarecimento e de motivação, junto de líderes e profissionais

das diferentes áreas de atividade: turismo, investigação, ciência, económicas, culturais. (…)

Alexandre Matos – Workshop city-branding em Utrecht e o caso de Coimbra

(…) É da natureza humana formular opiniões sobre o que a rodeia. De forma mais ou menos

consciente cada indivíduo vai formulando as suas opiniões sobre o que está à sua volta.

São estas opiniões que depois influenciam e determinam as opções, apoios e investimentos pessoais.

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As cidades não são excepções a esta lógica. (…)

A imagem da cidade é moldada pelas mensagens visuais que projeta de si mesmo, mas assenta nas

condições que a cidade oferece e as experiências que proporciona a quem a habita, a quem nela

trabalha e a quem a visita. A forma como depois comunica com estes públicos é um fator

importante, mas não pode ser entendido de forma isolada. (…)

O campo de actuação da gestão da imagem de uma cidade pode portanto dividir-se em duas grandes

dimensões

• as ações no domíno da imagem,

• ações no domínio do território.

No primeiro caso estamos a falar de ações relativas à forma como a cidade comunica e se mostra, no

segundo caso falamos de ações que atuam diretamente sobre a cidade e sobre a vida das pessoas

que interagem com a cidade.

Tanto o comportamento como a identidade visual devem estar alinhadas com uma visão e um

posicionamento conscientemente adoptado pela cidade, os quais devem, por sua vez, devem estar

fundamentados num conjunto de valores, características e práticas intrínsecas à cidade.

Este trabalho assenta por isso numa noção de “visão” para a cidade, num compromisso com um

modelo pretendido para a cidade. (…)

A principal motivação para a gestão da imagem da cidade deve ser a de contribuir para a melhoria da

qualidade de vida dos que nela habitam.

E devem ser os indicadores em torno desta dimensão os mais valorizados em qualquer tentativa de

avaliar os efeitos ou os retornos de uma politica de gestão da imagem da cidade.

A questão dos públicos “externos” é instrumental. Dito de outra forma, a identificação de públicos

alvo externos e a elaboração de planos de comunicação ou de ações a eles dirigidos, é relevante

apenas na medida em que isso contribui para gerar condições necessárias à melhoria da qualidade

de vida daqueles que habitam a cidade.

Estas condições podem ser, por exemplo, atrair novos habitantes, criar novos negócios ou obter mais

recursos necessários à tal melhoria da qualidade de vida na cidade. (…)

Outro traço que se revelou transversal a quase todos os casos de maior sucesso foi a de que a “visão”

adoptada na base da estratégia de cada cidade deve partir de ativos já existentes e ter ligação à

percepção existente das populações sobre a cidade.

A elaboração da “visão” a adoptar para a cidade, embora uma tarefa da responsabilidade do grupo

de planeamento que vier a ser criado para o projecto, deve assentar num processo de construção

coletivo. A imagem da cidade não deve ser entendida como “propriedade” exclusiva de uma

qualquer das entidades envolvidas no processo. (…)

Outro traço muito presente nos casos de sucesso apresentados em Utrecht foi o de que quase todas

as estratégias adoptadas recorriam a estórias para comunicar o posicionamento e visão da cidade.

Regra geral existe uma narrativa principal que comunica o essencial da visão adoptada pela cidade, e

frequentemente são adoptadas narrativas complementares, que embora alinhadas com o conceito

geral, são centradas em questões particulares relativas ao grupo alvo a que se destinam. A cidade de

Aarhaus, a título de exemplo, procurando atrair empresas para se instalarem na região, optou por

transmitir informações relevantes aos investidores e empresários externos através duma publicação

com 25 relatos sobre a criação ou a instalação de empresas já existentes. (…)

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Foi igualmente relevada a importância de bons acervos visuais (fotografia e video) facilmente

acessíveis a todas as entidades que de alguma forma comunicam sobre a cidade (entidades oficiais

de promoção, empresas, Universidade, media, etc). (…)

Finalmente foi perceptível que uma das estratégias mais eficazes para dar visibilidade ao

posicionamento das cidades passa pela realização, ou associação a grandes eventos públicos.

Eindohven, que pretende reforçar a sua “imagem” como cidade de inovação tecnológica, optou por

associar a cidade não apenas a sectores tecnológicos específicos, mas também a áreas confluentes

como o design e a diversidade cultural. Por outro lado esta cidade depara-se com dificuldades na

atração de profissionais qualificados para as empresas da região. Em resposta a estes pressupostos

criaram um calendário anual de grandes eventos públicos na cidade, que incluem um festival

internacional de arte, tecnologia e design, mas também uma semana de cultura indiana. (…)

Um caso interessante é o de Birmingham que optou, numa primeira fase, por centrar os esforços na

criação de um media kit, para uso de todos os agentes que possam ajudar na promoção da cidade.

(…) Nesta fase os promotores do projecto de Birmingham afirmam não sentirem necessidade de

adoptar uma marca para a cidade, limitando-se a usar a iconografia municipal que já existia.

Bruxelas adoptou igualmente uma estratégia pouco comum, internamente identificada como “No

Logo, no Motto” (Sem logotipo, sem lema). Tendo identificado que um dos maiores problemas da

cidade, que tinha a ver com a degradação de uma parte significativa de uma zona central da Cidade,

optaram por uma estratégia de trabalho com as populações locais, visando a regeneração dos bairros

e da auto-estima das populações aí residentes.

Aos resultados das ações com os diferentes grupos da população procuram dar a maior visibilidade

pública possível, nomeadamente através de exposições e intervenções no espaço público. Bruxelas

espera assim influenciar a percepção da cidade por via das ações no território em oposição à

abordagem mais comum de privilegiar as ações sobre a imagem. (…)

Da informação recolhida no workshop ficou claro de que Coimbra, a par de Oslo, eram as cidades

com processos de gestão da imagem da cidade menos desenvolvidos.

Vários profissionais de outras cidades, que já tinham visitado Coimbra, manifestaram à delegação da

nossa cidade a estranheza por Coimbra não trabalhar de forma mais ativa a sua imagem.

No panorama das cidades analisadas percebe-se que Coimbra tem um conjunto de características

singulares que são facilitadoras de um posicionamento diferenciado. Trata-se de um elemento muito

importante que Coimbra deve saber aproveitar para se projectar, sem cair na tentação da adopção

de lugares comuns. (…)

A gestão da imagem da cidade deve ter o patrocínio e envolvimento explícito dos órgãos/entidades

com influência na vida urbana, não devendo ser delegado a alguma entidade externa ou remetido a

uma mera operação a jusante de tarefas de comunicação e divulgação.

O posicionamento que a cidade pretende assumir deve refletir-se na forma como comunica, mas,

sobretudo, deve estar presente em todos os detalhes da vivência na cidade. (…)

Não havendo em Portugal um grande historial, nacional e local, de trabalho em rede em Portugal, e

sabendo-se da fragilidade do panorama local em termos de organizações fortes representativas dos

diferentes sectores interessados, pode dizer-se que um dos maiores desafios de uma iniciativa nesta

área, em Coimbra, será a da constituição da “parceria de cooperação”.

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Mas garantir uma parceria comprometida com partilha de visão, coordenação e financiamento é um

fator crítico para o sucesso deste empreendimento.

Vencido este desafio inicial, os esforços terão de se concentrar na qualidade da estratégia e das

ações e no ritmo de execução.

Nota importante a ter em consideração, e que se atesta da análise de alguns dos casos de outras

cidades, é que não existem soluções rápidas para o sucesso. (…)

(15)

Participante 1

COIMBRA – ASPETOS DISTINTIVOS DA CIDADE

Para quem chega a Coimbra e se depara com o perfil da cidade antiga sente o claro domínio da Universidade, sobranceira a tantas histórias, a tantos tempos, a tantos encontros.

Por este motivo, quando me foi pedido para fazer este exercício destaquei de imediato a Universidade de Coimbra como aspeto positivo mais distintivo da cidade. Porém, sendo uma cidade plena de história que não se esgota na Universidade enumerei um conjunto de ativos que na minha opinião diferenciam positivamente Coimbra.

Como o exercício não se esgota com os aspetos positivos destaquei, igualmente, alguns aspetos menos positivos que desembelezam a cidade e que constituem, na minha opinião, desafios de trabalho.

POSITIVOS

• Universidade de Coimbra;

• Centro Hospitalar;

• Mondego (maior rio nascido em Portugal);

• Património histórico, cultural e religioso (Sé Velha, Sé Nova, Igreja Santa Cruz, Mosteiros de Santa

Clara-a-Nova e Velha);

• Classificação da UNESCO Património Mundial;

• Dimensão da comunidade académica;

• % elevada de população com estudos superiores;

• Espaços verdes (ex. Choupal, Parque Verde);

• Centralidade nacional;

• Cidade calma, pacata;

• Portugal dos Pequenitos;

• Canção de Coimbra;

• Doçaria conventual.

NEGATIVOS

• Pouca coesão social;

• Falta de limpeza e manutenção do espaço público;

• Desarmonização estética das ruas (espaço público e arquitetónico);

• Fraca cobertura da rede de transportes públicos;

• Excessivo peso da tradição;

• Falta de concertação política e estratégica;

• Existência de uma modernidade tímida.

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Participante 2

COIMBRA

SIM

A presença do Rio Mondego – maior rio nascido em território nacional e que torna a cidade uma paisagem inspiradora de poesia e pintura contribuindo ainda para a prática de desportos náuticos e para aproveitamento das margens com área de restauração, zonas de desporto e convívio;

Colina – o perfil da cidade;

O Amor de Pedro e Inês – o símbolo do amor eterno que nem a morte separa – Quinta das Lágrimas;

A Lenda – Rainha Santa – caridade e abnegação – hospitalidade – rosas – cor e aroma;

Mosteiro Santa Clara a Velha – prémio “Melhor espaço para eventos em Portugal” – onde a Rainha Santa viveu os últimos anos de vida;

Mosteiro de Santa Cruz – fundado pelo 1º rei de Portugal, onde está sepultado;

Sé Velha – edifício estilo românico dos mais importantes do país, aí sepultado Sesnando Davides, responsável pela reconquista de Coimbra;

Museu Nacional Machado de Castro – “Melhor Museu Nacional 2013” – lápide honorífica que comprova o nome da cidade romana – criptopórtico, um dos mais bem conservados do país;

Portugal dos Pequenitos – parque temático mais antigo do país (73 anos) de divulgação da História e Arquitectura de Portugal;

Jardim Botânico – localizado no coração da cidade por iniciativa do Marquês de Pombal;

Universidade de Coimbra, Alta e Sofia o conjunto histórico-cultural classificado como Património Mundial da UNESCO:

Universidade de Coimbra – a 1ª de Portugal e uma das mais antigas da europa

Biblioteca joanina ou Casa da Livraria – reconhecida como uma das mais originais e espectaculares bibliotecas barrocas europeias; Em 2013 o jornal britânico The Telegraph, considerou a Biblioteca Joanina como "a mais espectacular do mundo".

Prisão Académica - único trecho de cadeia medieval subsistente em Portugal

Rua da Sofia - Rasgada no séc. XVI como artéria de invulgar amplitude e regularidade para a época, sendo uma das maiores ruas da Europa desse tempo. Destinando-se a abrigar os colégios da Universidade, na Rua da Sofia foram erguidos sete colégios, com as suas igrejas: os colégios do Carmo, da Graça, de São Pedro, de São Tomás, de São Bernardo e de São Boaventura, e ainda o Colégio das Artes. Convivia com estes edifícios o Convento de São Domingos, o Palácio da Inquisição, e mais tarde a Igreja de Santa Justa;

Escadas Monumentais – palco da contestação estudantil na crise académica de 1969; - 125 degraus, aposta de subir 2 a 2;

Penedo da Saudade – parque e miradouro da cidade, entre uma vegetação diversificada encontram-se inúmeras placas comemorativas de eventos ligados à vida académica, além de poesias de alunos;

Estudantes - A Universidade de Coimbra possui aproximadamente 20 mil estudantes, abrangendo uma das maiores comunidades de estudantes internacionais em Portugal;

A juventude – cidade com muita presença de jovens, sobretudo devido à Universidade;

Traje do estudante ou capa e batina – sendo a universidade mais antiga, o traje do estudante esteve sempre ligado à imagem de Coimbra;

Festas Académicas – festas que atraem muitos visitantes – flores e fitas coloridas;

Fado – a música de Coimbra, dos estudantes, música de rua e da noite, serenatas – a saudade;

.../…

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(16)

…/…

Repúblicas – exaltação de valores universais que unem o passado ao presente: a vida em comunidade, a soberania e a democraticidade;

AAC – oaf - herdeira da Secção de Futebol da Associação Académica de Coimbra (AAC), a associação de estudantes da universidade, ainda hoje com o epíteto de "equipa dos estudantes", pois até à década de 70 a maioria dos jogadores eram estudantes universitários;

Poetas/escritores – Miguel Torga: a casa, o consultório, o percurso habitual; António Nobre: “Só”, “o livro mais triste que há em Portugal”, escrito na casa onde viveu em Coimbra, a Torre de Anto; Vergílio Ferreira: escreve o seu primeiro romance “O Caminho fica longe” enquanto estudante em Coimbra; Camilo Pessanha; Joaquim Namorado; Zeca Afonso; Manuel Alegre;

Acesso fácil a cuidados médicos – hospitais e grande percentagem de médico/habitantes;

A Universidade enquanto “escola” - grande percentagem da população com ensino superior;

IPN - distinguida incubadora de empresas;

Doçaria Conventual.

NÃO

Fraca interacção entre instituições

Excesso de formalismo na relação entre pares

Grande dependência dos cidadãos do poder local e central…

Participante 3

1. Locais, monumentos ou ‘coisas’ a visitar/mostrar em Coimbra:

a. Baixa urbana de Coimbra (Praça 8 de Maio, Rua Visconde da Luz/ Ferreira Borges até à Portagem, Parque Manuel Braga e Parque Verde/ Rio Mondego; Rua da Sofia até à Igreja de Santa Justa; Praça do Comércio e ruas da Baixinha);

b. Baixa Monumental de Coimbra (Igreja e Mosteiro de Santa Cruz, Igreja de S. Tiago, Arco e Torre de Almedina, Mosteiros/Igrejas da Rua da Sofia);

c. . Alta urbana de Coimbra (Arco de Almedina, Rua das Fangas e Quebra Costas, depois subindo à Sé Velha, ao Museu Machado de Castro e à Sé Nova e Rua Larga/ Pólo I da Universidade);

d. Alta Monumental de Coimbra (Sé Velha de Coimbra, Torre de Anto, restos da Torre de Belcouce e da muralha da Aeminium à Couraça da Estrela, Museu Machado de Castro, Porta Férrea, Paço das Escolas, Biblioteca Joanina, Aqueduto de S. Sebastião, Jardim Botânico e eventualmente o Convento e Burgo de Celas);

e. Poder-se-ia ir até Santa Clara e visitar os Mosteiros de Santa Clara-a-Velha e Nova e o Portugal dos Pequenitos.

2. Restaurantes alternativos para jantar fora em Coimbra:

a. “D. Especiaria” à Rua Joaquim António de Aguiar;

b. “Fangas” à Rua das Fangas;

c. “Rui dos Leitões” aos Fornos;

d. “Manuel Júlio” em Santa Luzia;

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Participante 4

Visita de um amigo estrangeiro a Coimbra.

Locais a visitar:

- Passeio pela Alta e Baixa antiga da cidade:

- Praça Marquês de Pombal, Monumentais, Largo D. Dinis, Rua Larga, Largo da Sé Nova, Largo da Sé Velha, Quebra Costas, Arco Almedina e Couraças (de Lisboa e dos Apóstolos).

- Edifícios da Universidade (Polo I) – Edifícios do Estado Novo, Faculdade de Direito, Capela, Biblioteca Joanina, Via Latina, Torre da Universidade e Faculdade de Psicologia.

- Sé Velha e Sé Nova

- Museu Machado de Castro, Museu da Ciência, Casa da Escrita, Torre do Anto, Casa de Sobre Ripas, Edifício do Arco Almedina e Governo Civil.

- Rua da Sofia, Praça 8 de Maio, Rua Visconde da Luz, Rua Ferreira Borges, Portagem e Praça Velha.

- Igreja de Santa Justa, Colégios da Rua da Sofia, Paços do Município, Mosteiro de Santa Cruz, Museu do Chiado e Igrejas da Praça Velha.

- Passeio pelas margens do Mondego e por Santa Clara:

- Estação, Av. Emídio Navarro, Parque Manuel Braga, Parque Verde, Pavilhão de Portugal, Ponte Pedonal, Choupalinho, Clubes Náuticos, Piscinas e Exploratório.

- Ponte de Santa Clara, e Av. João das Regras.

- Estádio Universitário, Portugal dos Pequenitos, Mosteiro de Santa Clara a Velha (incluindo Museu), Convento de S. Francisco, Mosteiro de Santa Clara a Nova, Miradouro, e Quinta das Lágrimas.

- Outros roteiros possíveis e edifícios a visitar:

- Av. Sá da Bandeira, Jardim da Manga, Praça da Republica, Rua Padre António Vieira, Rua Alexandre Herculano, Jardim da Sereia, Jardim Botânico, Penedo da Saudade, Calhabé / Solum, Bairro Norton de Matos, Bairro de Celas, Choupal, Lapa,

- Convento da Santa Teresa, Colégio de S. Bento, Colégio da Trindade, Colégio de S. Jerónimo, Colégio das Artes, Colégio de Jesus, Conjunto – Teatro Gil Vicente e Associação Académica, Casa das Caldeiras, Aqueduto, Seminário, Convento de Santana, Penitenciária, Hospital Militar, Convento de Celas, Igreja de Santo António dos Olivais, Polo II da Universidade e outros edifícios universitários mais recentes (Polo III, ISEC, ISCAC, Escola Agrária, Residências Universitárias, etc.).

Para jantar e beber um copo - um destes restaurantes e bares da cidade antiga (por ordem de preferência):

- Zé Manel dos Ossos - A Taberna - Piscinas do Mondego - Loggia (Museu Machado de Castro) - O Trovador - À Capela - Galeria Bar de Santa Clara - Bar Quebra Costas - Fangas - Bares do Parque Verde

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Participante 5

Boa!

O exercício até é fácil porque, em boa verdade, já aconteceu mais do que uma vez.

Familiares de visita a

1. Quiçá por deformação profissional, faço a “aproximação” em zoom, de cima para baixo. Posto isto e

por ordem sequencial, eis o meu roteiro de 1 dia:

a) Miradouro do Vale do Inferno (o painel de azulejo, da autoria dos alunos da ARCA e c/ pontos de referência, ajuda muito numa primeira abordagem);

b) Santa Clara a Nova: novamente um bom ponto de vista, desta vez mais aproximado, incluindo entrada na igreja;

c) Santa Clara-a-Velha, a nossa pérola premiada;

d) Travessia da ponte pedonal Pedro&Inês com um gelado na margem direita do Parque Verde do Mondego;

e) Portagem/ R.Ferreira Borges/ Visconde da Luz/ Praça 8 de Maio;

f) Igreja de Santa Cruz;

g) Baixinha em direção ao Giuseppe e Joaquim para almoço;

h) Travessia da Ponde de Santa Clara para resgatar o carro;

i) Sé Nova;

j) Museu Machado de Castro;

k) Sé Velha (para espreitar a Alta);

l) Café/aperitivo na Praça da República;

m) Jogo da Pela no Parque de Santa Cruz;

n) A zona contemporânea, apenas “by car” – Solum e Estádio Municipal.

2. Jantar de leitão nos Fornos (Albatroz ou Quinta de S. Domingos); já aconteceu não gostarem de leitão e a opção foi o polvo à lagareiro no Sargento.

Continua a não existir um restaurante de referência na cidade.

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Participante 6

aí vão as minhas preferências, numa situação como a que referes:

• Beira rio, entre pontes Sta Clara e pedonal, com travessia para visitar Sta. Clara a Velha e Portugal dos Pequenitos.

• Restaurante Itália, pela localização.

• Passagem pela Portagem e subìda pela Couraça ou Almedina para a Alta.

• Visita da zona da Universidade (tudo) incluindo Museu Machado de Castro, onde se poderá almoçar.

• Passagem na Sé Velha e Sta Cruz.

• Passagem pelo Pátio da Inquisição, teatro da Cerca e Rua da Sofia.

• Tascas na Baixinha

• Restaurante do Zé Neto

• Noite na Sá da Bandeira

• Praça da República, espetáculo no Gil Vicente e chazada na casa de Chá do Jardim da Sereia, com passeata pelo Jardim. Também podemos lanchar ou tomar café na cafetaria do Gil Vicente, a olhar para a Praça da República.

• Jardim Botânico, alameda e subida para Penedo da Saudade (onde é escusado mostrar o quer que seja)

• Igreja de St. António dos Olivais

• Espetáculo no Conservatório

• E lá teríamos que ir ouvir uma de fados.

Se tivesse tempo ainda iria a Tentúgal comer uns pastéis e visitar a vila, à Figueira ver o mar, a Montemor ver os campos, a partir do castelo e comer enguias e lampreia, à Mealhada comer leitão e iscas do mesmo...

Depois deixo-os (as) descansar lá no meu jardim, a olharem para a acrópole, e vou levá-los à estação, tapando-lhes os olhos!

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Participante 7

1. Locais, monumentos ou ‘coisas’ iam visitar/mostrar?

- Alta medieval: Sé Velha; Museu Machado de Castro

- Alta universitária: Porta Férrea, Páteo das Escolas, Biblioteca Joanina, Capela, Sala dos Capelos, Faculdade de Direito e Museu da Ciência

- Baixa: Praça do Comércio; eixo Portagem/ Sofia; Pátio da Inquisição; Igreja de Santa Cruz

- Eixo Alta / Baixa: Quebra Costas

- Miradouro Vale do Inferno (vista panorâmica sobre a cidade)

- Santa Clara: Mosteiro de Santa Clara-a-Velha; Quinta das Lágrimas

- Jardim Botânico

- Parque Verde do Mondego

2. Jantar?

Aponto algumas hipóteses:

- Loggia (Museu Machado de Castro)

- Arcadas (Quinta das Lágrimas)

- Piscinas do Mondego (Parque Verde do Mondego)

- A Portuguesa (Parque Verde do Mondego)

- A Taberna (Rua dos Combatentes)

- A Baga (Celas)

- O Trovador (Largo da Sé Velha)

- Zé Manel dos Ossos (Baixa)

Esperando ter sido útil,

Participante 8

Aqui vai a minha contribuição: 1 - Começaria por uma volta a pé pela baixa, com visita à Igreja de Sª Cruz e museu do Chiado. Depois subiria

à Alta e mostraria a universidade, o museu Machado de Castro, Sé Nova e o jardim botânico. 2 - Zé Manel dos ossos/João dos Leitões – para amigos.

Mais formal dona Especiaria E pronto, espero que sirva …

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5. Referências Bibliográficas

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6. Referências Bibliográficas Complementares

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.1

Decadente y encantadora

Me gustó bastante la ciudad de Coimbra, sobre todo por la facilidad para

recorrerla (…). Hay algunas cosas que están al otro lado del río y además un

poco mal comunicadas a no ser que vayas en coche (…) estaba todo un poco

descuidado: muchas calles y edificios parecía que se hubieran quedado

anclados en el pasado (…) no es que diera la impresión de poco moderno, sino

más bien de desastrado (…) esperaba que fuera a estar todo algo más

presentable. (…) me habría encantado tener un rodillo y un bote de pintura

para dedicarme a quitar los chorretes de roña que se veían por las paredes (…)

En cualquier caso, me parece que una visita a Coimbra es totalmente

recomendable. (…)

Esperedondo, 24.06.2010

La gran desconocida

(…) quiero dejar bien claro que esta ciudad se merece mucha

más atención de lo que en principio puede parecer. Además de

ser una ciudad universitaria es tambien un lugar en el que se

puede hacer turismo de muchas clases (…) creo que Coímbra y

todos sus alrededores pueden ser sin lugar a dudas un destino

turístico de primera, en el que se puede pasar como mínimo

una semana recorreindo sus callejuelas y disfrutando no solo

de una ciudad bonita, sino de un gran ambiente.

tetesa64, 06.08.2012

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.2

La Salamanca de los vecinos lusos

(…) Una ciudad que ha pasado por todas y cada una de las etapas históricas que la han

ido construyendo tal cual es ahora; (…) y, al final, se ha convertido en un batiburrillo de

edificios de piedra, de ladrillos; viejos, nuevos; grandes, pequeños. En definitiva, en una

ciudad moderna, demasiado moderna, con un centro histórico antiguo, muy antiguo, que

embelesa al amante de la historia y al aficionado, porque en el trazado de sus

monumentos se encuentran los principales rasgos del arte mundial.

Galipote, 04.09.2001

Aprender divirtiendo

Coimbra (…) es la universidad. De hecho, un primer e importante consejo a

quien se disponga a visitarla, es que lo haga durante el curso escolar... o se

habrá perdido el verdadero espíritu de la ciudad.

(…) Sin poseer un conjunto monumental de los que sorprenden (…) sí tiene

lugares interesantes para visitar y es una ciudad con bastante encanto

general, a pesar de que el estado de conservación de muchas zonas es malo.

En particular, recomendaría la Universidad y la Se Velha. Tiene una buena

cantidad de parques muy agradables, de los cuales mi preferido era el

Botánico. (…) Una característica llamativa de Coimbra son las repúblicas (…)

La vida nocturna de Coimbra es animada, aunque los locales son un poco

cutrecillos en general (…) Además, la seguridad que hay y el tamaño de la

ciudad hacen que salir sea muy cómodo. Los precios son escandalosamente

baratos: (…). Esto hace que la gente salga mucho, por lo que siempre

recuerdo a Coimbra como una ciudad que propicia el encuentro. (…)

Sande, 18.06.2003

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.3

Coímbra: mucho más que una universidad

(…) Coímbra es también patrimonio histórico-artístico, rica gastronomía, artesanía,

comercio, etc (…) Desde el punto de vista patrimonial destaca la Universidad. Es imposible

negarlo, pues las facultades ocupan lo más alto de la montaña donde se encuentra su casco

histórico (…)

Quiero destacar también las pastelerías, con jugosos dulces que sirven de suculento

acompañamiento a uno de los mejores cafés del mundo.

En definitiva, recomiendo la visita a Coímbra como una de las ciudades más bonitas y

agradables de Portugal.

cap_alatriste, 19.01.2013

Ambiente universitario

(…) El casco histórico es sobre todo histórico, los edificios de la

universidad destilan siglos de tradición, así como las dos catedrales,

"as escadas monumentais", una de las bibliotecas más famosas del

mundo, plazas, iglesias, parques, tienes de todo y más. El único fallo

es que necesita algunas restauraciones, pero tan pronto como

terminen las obras quedará fabulosa.

No se puede entender esta ciudad sin la universidad. (…)

En la ciudad se respira un ambiente universitario como en pocas, la

gente es muy amable, educada y agradable. Conservan tradiciones

centanarias que siguen manteniendo. Los universitarios, por ejemplo,

tienen unos trajes de gala, el fato, (…) y todos los días encuentras a

alguien que va a clase así vestido. Increíble!

Además saben lo que es organizar fiestas, solo hay que ir a la fiesta

de los novatos en octubre, o a la Queima das Fitas en Mayo, fiesta

multitudinaria que entre otros "méritos?" es la segunda fiesta

europea en la que se consume más cerveza (…).

Bromas aparte merece la pena, y nunca entenderé que alguien diga

que la gente de Coimbra no es de lo mejor. Con su forma tan dulce

de hablar, y todas las atenciones que tuvieron conmigo es lo mejor

de allí.

regulin, 11.10.2002

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.4

Descubriendo Coimbra

Coimbra es uno de los lugares que más me gustó de todo lo que visité de Portugal;

sobretodo la parte que denominan cuidad alta, que es el barrio universitario y

episcopal, pues en ella se encuentran la antigua catedral y la vieja universidad.

De la antigua catedral, y digo antigua para diferenciarla de la que denominan nueva

y que en mi opinión es de poco interés, destacaría el claustro del siglo XIII (…)

Pero lo que realmente me enamoróa y me dejó ganas de volver a visitar esta ciudad

algún día fue la biblioteca de la antigua universidad. (…) Al margen de esto darse un

paseo por la antigua ciudad resulta muy agradable. Como curiosidad se puede

visitar el Portugal de los pequeños (…)

debbie24, 11.04.2005

Una joya portuguesa

Coimbra es una pequeña ciudad medieval de nuestro vecino Portugal de gran

belleza arquitectónica y rodeada de parajes naturales magníficos. (…)

La ciudad de Coimbra es famosa por su universidad; la mas antigua de Portugal

y por su biblioteca espectacular, revestida completamente de oro.

Toda la arquitectura de la ciudad vieja (la mayor parte) es medieval y muy

interesante y los paseos por sus callejas y esquinas se hacen muy agradables.

Es una ciudad muy viva, acogedora y amable y en ella pululan cientos de

universitarios que le dan su colorido y su modo de ser. (…)

Jaibenidorm, 21.12.2002

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.5

Aventurate

(...) como bien indican los carteles a la entrada de coimbra, es el lugar de los estudiantes, de

las ciencias y del arte portuguesa por excelencia... ciudad universitaria, ciudad dormitorio,

puede q al principio os parezca un poco caotica, pero para simplificaros cogeros la entrada sul,

esta bien indicado...(…) portugal dos pequeninos (maravillosas miniaturas, por decirlo asi, de

todos los monumentos mas importantes de todo portugal, jardines, pqueños museos e incluso

un edificio de arte,ciencia y tecnologia)...

... a partir de este primer paseo, (…) teneis el primer puente, q os llevara a un mundo de

fantasticos hoteles antiguos, el centro, la estacion de trenes, de autobuses, bien comunicada

en caso de necesitar un desplazamiento corto... siempre os encontrareis con pastelerias, asi q

no lo dudeis, cogeros uno de los innumerables ofertas pasteleras de coimbra (portugal es asi,

de verdad, sed golosos)...

...vereis q es una ciudad mu apretada, subidas no os van a faltar, incluso os encontrareis con

un magnifico ascensor q os llevara a la parte mas alta (para relajar los pies) y desde ahi,

perderos por la zona de las universidades... encontrareis unos jardines (ahora en obras y

cuidados) donde disfrutareis de innumerables arboles de todos los paises...

...si podeis, llevaros ceramicas, es una ciudad donde mejor y con mas belleza podreis descubrir

el arte de la decoracion portuguesa, ya q tienen numerosos fabricantes y con buen prestigio...

...en el centro, aprovechad tambien alos artistas callejeros, te hacen caricaturas...

(…) es una ciudad, q ofrece innumerables vistas, precios paseos, aunque vereis q esta un poco

descuidada, mas q nada, es una de las ciudades de portugal donde se encuentran muchisimos

edificios de siglos pasados, y claro, dinero pa todo, no hay...

...aventuraros en la escuela de teatro, hay muchas y variadas funciones, representadas la gran

mayoria por estudiantes universitarios, dejaros llevar por la magia de una antigua ciudad,

rodeada de puentes, naturaleza, investigacion, vistas innumerables, delicatessen, bellas

portuguesas (y portugueses, pa gustos) y sentir la magia de una ciudad en constante

atrevimiento al siglo XXI, ya q despues de tantas subidas, siempre os quedaran las bajadas...

...no dejeis de ver el campo de futbol y si os atreveis, subiros al lado de portugal dos

pequeninos, a mano derecha al monasterio y a un edificio militar, escuela museo, desde alli,

tendreis una de las mejores vistas...

...cansaros, relajaros con ese cafe portugues, con esos dulces y sentir la magia de una ciudad

con atrevimiento, con delicadeza, sentir al final de todo... (…)

Migmag, 27.03.2005

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.6

“A cena é cultura não é só espectáculos, que são valiosos, mas é, sobretudo, as

características da população local ou nacional... os nossos contos e lendas,

gastronomia, danças e cantares, a nossa arquitectura típica (como se tem

procurado fazer com as Aldeias de Xisto). Temos tantos estudantes e residentes

estrangeiros na cidade e na região e não os aproveitamos, não trocamos tanta

experiência e conhecimento como podemos. Falo do Erasmus. Na minha primeira

turma da ESEC poucos ou nenhuns, tirando eu e mais 2 ou 3, se interessavam por

os ajudar, acolher, guiar, ser um padrinho num sítio estranho...

E sim, Coimbra perdeu muitas características e continua a perder, fundindo-se no

panorama nacional...

Coimbra tem mais encanto na hora da... chegada!”

Lino, June 11th, 2009

Coimbra maravillosa

(…) Coimbra no escapa a esa fascinacion por mi parte, sobre todo la parte antigua la Alta

con su universidad y rua Quebra Costas (Eso lo dice todo) y tambien la baixa con sus

comercios de toda la vida, ese laberinto de calles ¡precioso!! en serio peligro de extincion

por la competencia de los impersonales centros comerciales que ofrecen lo mismo en

todos los paises, mientras que en la baixa se puede comprar productos autenticos

portugueses, degustar un fabuloso bacalao en sus tabernas.

El botanico es otra de sus joyas, la archiconocida universidad con su preciosa blblioteca

Joanina, y el parque de la ciudad del otro lado del rio donde tomar un cafe en una de sus

terrazas contemplando las vistas de la ciudad. (…) Un Saludo y a disfrutar de una ciudad

que bien merece un fin de semana.

koto1, 30.12.2008

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.7

Coimbra, mas de lo que parece

Coimbra es una de las grandes desconocidas, despues de 12 visitas, como guia en

portugal, llegue a enamorarme de esa ciudad. Es una ciudad pequeña, con el estilo

de una ciudad medieval estudiantil. Asi que evidentemente la visita obligada es la

universidad. El recinto esta dividido en varios edificios. (…) Lo que mas cola tiene es

la biblioteca (…) El otro punto obligado es el Portugal de lo Pequeninos (…)

El otro aspecto interesante es el ambiente nocturno, de muerte. Es como Salamanca

pero en portugues. Id a la plaza de la republica (…) Ya veis que el beber y estudiar

van d la mano. Alrededor de la uni y de la plaza esta uno de los mejore ambientes

que he visto. No os perdais el inicio y fin de curso. (…)

Ya veis una ciudad completa, encanto, arte, historia, tradiciones aun vivas, y mucha

mucha marchaaa. Os encantara

Edurtxu, 28.12.2000

Oculta

(…) Cada calle y cada rincón es un trozo de historia y de tradición.

Callejear por el casco antiguo es lo más recomendable. Subir desde

las "escadas monumentais" hasta llegar a la universidad, bajar por

la Sé Velha (la catedral del centro de Coimbra), y seguir por el

Quebracostas hasta llegar al arco que le devolverá a la otra

Coimbra más turística y comercial.

Lo mejor de toda coimbra son ese par de metros bajo el arco

medieval, con los fados sonando entre las dos antiguas tiendecillas

de souvenirs, libros antiguos y postales imposibles. Totalmente

necesario para saber "qué es Coimbra".

Descubrir la marcha puede ser casi una hazaña, pero lo mejor es

seguir a la gente, ya que los bares parecen casas. Recomiendo

viajar allí en invierno, durante el curso, para vivir las miles de

fiestas universitarias que existen y el ambiente estudiantil, que allí

lo es todo. (…)

Olgaconstanza, 19.04.2005

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.8

Monumentos, Estudiantes y meninos

(…) Coimbra es la ciudad con más ambiente y más marcha de todo Portugal.

(…) Coimbra debido a su universidad tiene un gran ambiente estudiantil y de

marcha tanto de día como de noche. Pero además COIMBRA es mucho más

es una ciudad con edificios y monumentos preciosos, es una ciudad para

pasear por su casco antiguo, descubriendo librerias y tiendas de

antigüedades. Es una ciudad para pasear o hacer un viaje en barco por el río.

Y si vais con niños o teneis alma de niño (como es mi caso) no se puede dejar

de visitar la Ciudad de los Meninos, una réplica a pequeña escala de

monumentos, edificios, casas, etc., de las distintas zonas de Portugal. Además

en Coimbra existen varios pequeños restaurantes llamados Casa do Pasto

donde se puede comer por muy bajo precio (…) comidas caseras sin grandes

pretensiones pero exquísitas.

Aene, 16.02.2001

Bonita para el turista, no para vivir

(…) Vida universitaria, sí, pero cansa. Sobre todo con el ritmo de

vida tan lento que le da y los fines de semana en los que todos los

portugueses se vuelven a casa y dejan vacía la ciudad. (…) Y no

olvides tomarte un "cachorro" (perrito caliente) junto a las

escaleras que dan acceso a la universidad. Es clásico. Así que, para

pasar un fin de semana, sí, pero para vivir allí, no volvería (…).

Rjmarcos, 10.04.2001

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.9

Universitaria

Es la ciudad universitaria por excelencia de Portugal,

y es que allí dicen sus gentes que mientras Lisboa se

divierte y Oporto trabaja, Coimbra estudia.

Es un empazamiento muy precioso y colorista y con

muchas cosas para ver aparte de su universidad

donde se juntan personas de todas las partes de

Europa e incluso del mundo que vienen unos meses

de intercabio a estudiar, con todo ello por las noches

de los fines de semana aquello se vuelve una fiesta ya

que los estudiantes universitarios salen a divertirse

antes de que comienze el periodo de examenes o

deban regresar a su lugar de origen.

amores, 16.02.2001

Onde uma pessoa pode facilmente entrar num sonho

16.10.2000

Avaliado por: Portugalia

Vantagens: Viagem maravilhosa ao passado

Desvantagens: Poucas descrições em alemão

Recomendável: Sim

“Coimbra é uma cidade verdadeiramente bela de Portugal.

Juntamente com cidades vizinhas, como Tomar ou todas as

outras cidades históricas pode-se entrar, facilmente, numa

viagem de retorno aos velhos tempos. (…)”

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.10

Coimbra estudia

Es la ciudad universitaria por excelencia de Portugal, y es que allí dicen sus gentes que

mientras Lisboa se divierte y Oporto trabaja, Coimbra estudia.

Es un emplazamiento muy precioso y colorista y con muchas cosas para ver aparte de

su universidad donde se juntan personas de todas las partes de Europa e incluso del

mundo que vienen unos meses de intercabio a estudiar, con todo ello por las noches

de los fines de semana aquello se vuelve una fiesta (…) Es un sitio muy recomendable y

con mucho que ver.

Laooconte, 28.02.2001

Un grand fin de semana

(…) Coimbra tiene rincones inolvidables, es una ciudad con un gran ambiente

universitario pero a la misma vez una gran riqueza turistica, es una ciudad

romantica con una gente estupenda y acogedora. Coimbra es un sitio donde

podreis disfrutar de una comida esquisita y no muy cara. Tiene un mercado

muy bonito donde podreis pasar un rato inolvidable entre su gente. (…)

frands, 09.05.2005

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.11

La Oxford del Portogallo

(…) L’impronta attuale di Coimbra è quella di cittadina perfettamente al passo coi tempi

per quanto riguarda il traffico caotico ed il parcheggio selvaggio; nello stesso tempo però è

riuscita a mantenere il suo carattere storico grazie alla presenza di monumenti vecchi

anche di oltre 850 anni e appunto al prestigio dell’università stessa.

Il centro storico di Coimbra è piuttosto compatto, stretto interno al complesso

universitario in cima alla collina intorno al quale si snodano le viuzze della città vecchia. (…)

E’ nella piazzetta chiamata “Patio das Escolas” che si affaccia il complesso universitario che

ne occupa ben tre lati mentre sul quarto una terrazza panoramica permette una bella

veduta della città bassa e del fiume Mondego, ove è visibile la costruzione di un nuovo

ponte.

Il complesso universitario è imponente ma armonico grazie a soluzioni architettoniche

eleganti come la “Via Latina”, (…) Ma la peculiarità di questo complesso universitario è

costituita dagli interni, veri tesori artistici. (…) Esaurita la zona universitaria e la Città

Vecchia, la parte moderna di Coimbra rispecchia come già detto le caratteristiche urbane

attuali con traffico caotico e pochi richiami turistici; belli comunque il lungo fiume e degni

di menzione un paio di conventi al di là del fiume stesso.

Dopo la seriosa e colta Coimbra non si possono ignorare piccole località nei suoi pressi

dove però l’interesse non è più rivolto alla cultura e all’arte bensì alla villeggiatura

balneare o ancor più al piacere di gustare particolari bellezze paesaggistiche. (…)

Sentiero, 04.11.2003

La città universitária

(…) Coimbra si raggiunge facilmente ed è

abbastanza semplice orientarsi. (…) La città è

sinuosa ed ondulata, bisogna tenerne conto

durante i trasferimenti a piedi, perché la

lunghezza dei percorsi ne viene falsata e il

nostro fiato potrebbe risentirne.(…)

26.11.2002

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.12

Off the beaten track

(…) is a picturesque university town steeped in history. (…) Coimbra has not developed

as commercially to the extent as the other major cities such as Oporto (Porto) in the

north-west and Lisboa (Lisbon, the Capital) on the southern tip of the Atlantic (west)

coastline. It still retains a more laid back atmosphere rather than the hustle and bustle

of a major city. The only time it gets really busy is when they hold the annual student

festival in spring (the largest one in Portugal apparently). That one is a bit of a wild

night with concerts, bars and dance tents, which goes on until past breakfast the next

day! Oh my how my head aches at the memory of that one …

Coimbra is an ideal location as a base for traveling around Portugal, as it is only 30

minutes drive westwards to the Atlantic coastline, with wonderful beach resorts such

as Figuera da Foz and Aveiro (…). Littered in and around this region are many historical

sites, castles, monasteries, roman ruins and other places of interest. There is also the

small town of Fatima within a short driving distance, which is a religious “Mecca” to

Catholics. (…)

One of the things that I really miss now I’m back in the UK is getting a strong (drinkable)

espresso first thing in the morning! Such a small powerful hit of caffeine that really gets

you started into your day. (…) The culture of eating out is very important to the

Portuguese, and is not considered to be such a treat as we see it. It is part of their

social life, and it is a very relaxed and informal experience. (…)

Most of the nightlife in Coimbra is unfortunately at the top of the hills surrounding the

city so be prepared for some exercise. The locals are friendly and will point you in the

direction of a good bar or two. (…) They also don't start drinking as early as we do, and

certainly do not have a British "drink 'til you puke" mentality!

Coimbra and its surrounding region have a lot to offer most people, both young and

old. Unfortunately most tours only pass through the city or spend a maximum of one

day there, preferring to spend more time in Oporto and Lisboa.

Slim Lee, 04.05.2001

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Projeto CityLogo – Innovative place-brand management A.13

Ten mais encanto a hora da despedida

(…) La fisonomía impar de la ciudad de Coimbra, marcada por el

edificio y la torre de la universidad, puede ser admirada en su

conjunto desde el otro margen del río, mas solo una visita y

preferencialmente a pie nos servirá para poder apreciar a la ciudad

como ella se merece. (…) es una ciudad deslumbrante,

encantadora y con un gran prestigo mundial que conquistó por

tener (…) una de las más históricas e importantes universidades del

mundo: (…). Además de la universidad es una ciudad con varios

encantos: uno de los encantos es el patrimonio histórico con el que

cuenta, (…) Coimbra está llena de lugares que no pueden ser

ignorados.

Wolljacke, 24.08.2005

Apùntala en tu ruta, y no te arrepentiràs

(…) Seguramente sea la ciudad con más ambiente de todo

Portugal, y es una ciudad muy bonita, eso sí, no hace falta más que

un día para conocerla. Pero, quiero que sepáis que es una ciudad

que no se debe olvidar cuando se visita Portugal, si vas seguro que

no te arrepentirás(…) no pases màs de dos dìas ya que no tiene

mucho arte, (…)

Vamosss, 28.12.2000

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Daniel Tiago (2009)

(…) As razões são várias e conhecidas de todos, esta é uma cidade sem

oportunidades de emprego, foi há pouco tempo considerada a cidade mais cara

do país para se comprar casa e a quinta mais cara para arrendamentos. Assim não

será de estranhar que cada vez mais se assista ao êxodo populacional do concelho

de Coimbra.

(..)é também necessário voltar a captar os jovens que Coimbra forma, bem sei

que o orçamento não permite loucuras mas deixo um exemplo: porque não

aproveitar a localização do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em relação ao futuro

Centro de Congressos de São Francisco e transformar o Mosteiro num centro de

escritórios “low-cost” direccionado a jovens empreendedores, funcionando como

uma incubadora de empresas? Porque não insistir perante a CP na constituição de

uma verdadeira rede de comboios urbanos para a Figueira da Foz e Mealhada,

bem como uma ligação decente ferroviária ao Porto da Figueira para transporte

de mercadorias? (…)

Carlos Fiolhais (2012)

(…) não acredito que a cidade ganhe muito em ter uma ou duas pessoas de cá como

bastonários de ordens profissionais ou um ou outro cargo num órgão do Estado.

Não estamos necessitados de protagonismos desse tipo, que são aliás formas de

provincianismo. Quero crer que já lá vai o tempo em que o poder local se exercia

por influências pessoais junto de poderes centrais... Precisamos mais de um

Presidente da Câmara com visão e ambição, que infelizmente não temos tido, e da

continuação de um Reitor com visão e ambição. E de uma aliança bastante mais

efectiva da Câmara com a Universidade. (…) Por que não tomar como modelo

cidades com universidades antigas como Oxford e Cambridge, onde é agradável

viver, onde a cidade e a universidade estão de mãos dadas? Nessas cidades o

"impulso científico" tem, de facto, reflexos nos poderes locais e regionais, e vice-

versa. (…) A cidade dá uma boa imagem do país que somos, um país de grandes

contrastes e onde coabitam ambições muito diferentes. Para se perceber Portugal

não há nada como vir ao Centro. Coimbra é uma lição! (…)

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Carlos Fortuna (2011)

O que define Coimbra, afinal, qual a sua identidade como cidade? É a Cidade

Universitária, a Cidade do Conhecimento ou a Cidade da Saúde? Ou um pouco de

tudo isto? É a cidade universitária por excelência deste país.

(…) para estas designações serem legítimas elas têm de ter o acordo da cidade no

seu todo.(…)

João Figueira (2012)

É tempo de Coimbra desejar ser ambiciosa e cosmopolita, deixar de lado as

pequenas questões que nada acrescentam; definir uma estratégia integrada de

desenvolvimento alheia aos compromissos partidários que só nos enfraquece

enquanto comunidade; gostar de manter os mais competentes e insatisfeitos,

mesmo quando são eles os que mais nos interpelam e desafiam.

É tempo de Coimbra olhar para o seu todo e ter uma visão estratégica de

conjunto, numa perspetiva de reforço e de afirmação da sua imagem de marca,

distinguindo as iniciativas que não passam de epifenómenos das que são

verdadeiramente consistentes, diferenciadoras, arrojadas.

Joaquim Duarte (2009)

A cidade perdeu-se nos labirintos do saber, prendeu-se à história e à

tradição não reatualizadas. Achou que ser a Cidade do

Conhecimento primeiro e a Capital da Saúde depois, ou vice-versa,

não sei, lhe bastaria e, assim, sentou-se à margem do Mondego a

dedilhar as cordas da guitarra enquanto as águas passavam… e

continuam passando. Parece que nada se faz por aqui. É cada vez

mais uma arquitetura medieval a dominar as acções dos seus

cidadãos. O poder no alto, à volta da torre da Universidade e, fora

das muralhas do castelo (baixa) o povo.

Ana Costa (s/data)

A verdade é que é uma

cidade que apaixona

qualquer um…

Rui Caceiro (2011)

Coimbra tem o mesmo número

de letras que Cultura.

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David Afonso (2009)

Coimbra é um episódio da paisagem entre o Porto e Lisboa. Quando

voltamos do sul, é o primeiro sinal de que estamos perto de casa; se

estamos ainda a caminho do sul, é o primeiro sinal de que estamos a

abandonar o norte. Não vou em modas: isto de região centro não é

nada. Em Coimbra começa e acaba o norte. (…) Há muito que

Coimbra é apenas uma cantiga. Sempre a mesma cantiga. (…)

José Miguel Júdice (2012)

Coimbra é uma cidade muito melhor do que pensa e talvez pior do que diz. As pessoas

de Coimbra são muito negativas e críticas em relação à própria cidade e não têm

razão. Depois, como é natural, reagem dando uma imagem se calhar excessiva.

Coimbra tem uma história fortíssima que é muito importante, (…) Coimbra tem

condições ímpares, pela qualidade de vida muito superior à média do país, pelas

zonas verdes, as áreas envolventes, a praia e montanha, pela densidade intelectual

que aqui existe, pela centralidade do país. Coimbra deve aproveitar tudo isso. Não

pode ser só uma cidade universitária (…)

(…) É minha convicção que, em termos de densidade intelectual, Coimbra é o centro.

Coimbra tem uma qualidade potencial maior do que qualquer outra cidade do país.

Outras cidades cresceram imenso e Coimbra ficou parada, não percebeu que estava a

perder a batalha da modernidade. Agora está a recuperar e não tenho dúvidas que,

com as potencialidades que a cidade tem, quando reagir vai ultrapassar todas as

outras. Não sou pessimista quanto ao futuro, Coimbra tem todas as potencialidades

para ser uma grande cidade. (…)

Carlos Fiolhais (2012)

Pertenço ao número, cada vez maior, daqueles que pensam que é

através da cultura que Coimbra pode e deve ser reinventada. (…)

Coimbra é um verdadeiro paradoxo. Por um lado alberga alguns dos

artistas mais “reinventivos” do país, por outro lado é ainda vista,

principalmente de fora, como um sítio onde não se passa nada, um

sítio mais da tradição do que da inovação. (…)

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Pedro Machado (2011)

Coimbra pode muito bem ser a cidade do “meeting industry”, isto é, com a

capacidade instalada que tem, quer em educação, saúde ou novas tecnologias,

pode ser a cidade âncora para a organização de congressos, seminários e

workshops durante o ano inteiro e tornar-se numa referência mundial.

Coimbra pode oferecer aos visitantes um produto complementar de património,

história, sol e mar, desenvolvendo o conceito do touring.

é preciso que a cidade evolua no sentido de se tornar mais acolhedora para os

turistas, em questões tão simples e práticas como o arranjo dos espaços verdes,

a sinalética, a iluminação e o mobiliário urbano.

Carlos Fiolhais (2012)

Coimbra é o sítio onde vivo, é uma cidade agradável para viver. (…)

Coimbra começa por ser, para mim e para muita gente, a

Universidade. (…) Há uma centralidade de Coimbra que é histórica,

para além de geográfica. Coimbra é, de algum modo, o centro do

centro. Nem é litoral, nem interior. Nem é planície, nem é montanha.

Situa-se onde acaba a planície e começa a montanha. Em meia hora

podemos estar na praia ou na serra. É curioso que do ponto de vista

da paisagem natural haja em Portugal grande variedade e Coimbra

proporcione imediatamente essa variedade.

Carlos Fortuna (2011)

(…) Hoje, Coimbra não está a ser desafiada e está em lenta

descaraterização.

(…) o tempo ainda não é de calamidade, mas é de emergência, e Coimbra

deve redesenhar o seu futuro, precisa de ser uma cidade ousada. Precisa

de ser uma cidade ousada, do ponto de vista cultural, mais dinâmica e

mais criativa, com mais iniciativa, mas também precisa de deixar de fazer

assentar o discurso na história, no passado. Em Coimbra, o passado ganha

terreno ao presente e ao futuro, o que não acontece nas cidades

dinâmicas e atrativas.

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João Paulo Craveiro (2012)

(…) construir uma cidade como Coimbra nos dias de hoje, exige, para além de

um respeito pelo passado baseado num conhecimento histórico estruturado,

uma compreensão do mundo actual e, fundamentalmente, uma grande

vontade de acompanhar as mudanças e capacidade para “Fazer”. Coimbra

nem pode ter vergonha de si mesma e do seu passado, nem pode deixar de

ter capacidade de se afirmar de uma forma orgulhosa por tudo o que de bom

e progressivo possui nos dias de hoje, impondo-se numa grande região beirã

que só espera isso mesmo de nós. Aqui está a chave para a resolução de

todos e cada um dos problemas sectoriais da nossa Cidade, quer na área da

Cultura e do Turismo, quer na área do desenvolvimento socioeconómico,

quer na gestão do território. O facto de todo o país atravessar um momento

particularmente difícil, só nos pode encorajar a utilizar de forma

consequente o legado do passado com os meios do presente, encontrando

novas soluções para problemas velhos. (…)

Carlos Fiolhais (2012)

A capacidade que a Universidade tem de mobilização de pessoas de fora,

principalmente de jovens, devia ser uma força transformadora, criativa, da cidade,

mas isso não se nota muito. (…) Na cultura, área em que deveria haver um caminhar

conjunto entre a Universidade e a cidade, a ligação não se vê. A capacidade de

transformação que os estudantes têm, a criatividade que neles reside, não são

aproveitadas da melhor maneira. Há várias iniciativas até, mas não há uma “movida

cultural” em Coimbra. (…) Temos coisas pelas quais vale a pena vir a Coimbra, e que

deveríamos publicitar mais. À Biblioteca Joanina vem muita gente, mas pode vir

mais. Podemos projectar o Museu da Ciência e a Biblioteca Joanina ainda mais,

reforçando o circuito turístico. A cidade sempre foi uma cidade de ciência e sempre

foi uma cidade do livro, de editores, autores, livrarias e bibliotecas. (…)O potencial

que aqui existe é incrível. (…) O objectivo de Coimbra poderia ser emular Cambridge,

uma cidade tranquila para estudar, mas também um sítio de grande progresso.

Cambridge é um sítio efervescente, com indústria de software, biotecnologia, coisas

que Coimbra já começou a ter. (…) Não me preocupa tanto o que falta fazer,

preocupa-me, isso sim, não haver planos para fazer. O bloqueio da vontade é o pior

dos bloqueios. Mas tem bom remédio. (…)

Pedro Rodrigues (2012)

Acredita quando te digo que o sol de Coimbra

é diferente do sol do resto do mundo.

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FONTES

JORNAIS

JÚDICE, José Miguel - A diferença que Coimbra faz, Diário de Coimbra, 6 de janeiro de 2012.

FIGUEIRA, João - Quem trata da excelência de Coimbra?, Diário de Coimbra, 27 de março de 2012.

FORTUNA, Carlos - Coimbra porque não uma cidade ousada?, Diário de Coimbra, 9 de dezembro de 2011.

MACHADO, Pedro - Tem de existir uma política de eventos em Coimbra, Diário de Coimbra, 27 de setembro de 2011.

BLOGS

CRAVEIRO, João Paulo – Construir uma cidade com história. Publicado em 27 de agosto de 2012 por re(visto).

Disponível em http://re-visto.com/construir-uma-cidade-com-historia/

DUARTE, Joaquim - Coimbra tem mais encantos… olhada de fora. Publicado em 8 de fevereiro de 2009 por feirados23.

Disponível em http://feirados23.wordpress.com/2009/02/08/coimbra-tem-mais-encantos%E2%80%A6-olhada-de-fora/

FIOLHAIS, Carlos – Entrevista de Carlos Fiolhais sobre Coimbra. Publicado em 24 de março de 2011 por De Rerum Natura.

Disponível em http://dererummundi.blogspot.pt/2012/05/entrevista-carlos-fiolhais.html

RODRIGUES, Pedro - Coimbra dos amores, Coimbra dos doutores: obrigado. Publicado em 2 de abril de 2012 por Os Filhos do Mondego.

Disponível em http://pedrodrigues.blogspot.pt/2012/04/coimbra-dos-amores-coimbra-dos-doutores.html

TIAGO, Daniel - Coimbra reflecte-se nos Conimbricenses. Publicado em 2 de fevereiro de 2009 por feirados23.

Disponível em http://feirados23.wordpress.com/2009/02/02/coimbra-reflecte-se-nos-conimbricenses/

WEBSITES

http://www.ciao.es/Opiniones/Coimbra__128597/Start/1

http://www.ciao.es/Opiniones/Coimbra__128597/Start/15

http://travel.ciao.co.uk/Coimbra_Portugal__90719#review

http://www.ciao.fr/sr/q-coimbra

http://www.ciao.de/sr/q-coimbra

http://www.ciao.it/sr/q-coimbra

http://www.skyscrapercity.com/archive/index.php/t-828234.html

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URBACT é um Programa Europeu de troca de experiências e de

aprendizagem para promover um desenvolvimento urbano

sustentável.

Possibilita às cidades trabalharem em conjunto para conceber

soluções para os grandes desafios urbanos, reafirmando o papel

chave que elas desempenham no enfrentar de desafios sociais

cada vez mais complexos. Ajuda-as a desenvolver soluções

pragmáticas, novas e sustentáveis, e que integram as dimensões

ambiental, social e económica. Dá às cidades a possibilidade de

partilharem boas práticas, o conhecimento e experiência

adquiridos com os profissionais envolvidos nas políticas urbanas

em toda a Europa. O URBACT envolve 181 cidades, 29 países, e

5,000 participantes activos.

www.urbact.eu/project