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EDITORES-CHEFE

Prof. Dr. Raimundo Fonseca, FAI, Brasil

Prof. Me. Jefferson Eduardo Silveira Miranda, UESC, Brasil

EDITORA CONVIDADA

Prof. Ma. Bianca Christofoli Freitas Queiroz, FAI, Brasil

CONSELHO EDITORIAL

Dr. Isaac de Matos Ponciano, FAI, Brasil

Dr. Daniel Blamires, UEG, Brasil

Dra. Thaiomara Alves Silva, FAI, Brasil

Me. Mycke Richard Guntijo, UNL, Portugal

Ma. Rosenilda Maria de Moraes Silva, FAI, Brasil

CONSELHO CIENTÍFICO

O conselho científico é composto por diversos pesquisadores com mestrado e doutorado, com

produção ativa nos últimos cincos anos, que fazem as revisões às cegas dos trabalhos

enviados à Revista Inovação & Sociedade, da Faculdade de Iporá.

EDITORA E REVISORA DE TEXTO

Beatriz Souza Martins

CAPA

Foto de Felipe de Sousa Gomes – Obra em Iporá, Goiás.

Aponte a câmera do celular aqui para ir para a página da revista.

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Sumário Pág.

Editorial 03 - 04

As múltiplas perspectivas da atuação da Engenharia no oeste goiano

- Instalação de sistema fotovoltaico na Faculdade de Iporá - FAI 05 – 12

- Estudo comparativo da viabilidade entre casas de alvenaria com blocos

cerâmicos e casas com paredes de concreto moldada in loco em Iporá-GO 13 – 21

- Aplicabilidade da logística reversa em pneus inservíveis na cidade de Iporá-

GO 22 – 32

- Aceitação de uma usina de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil

para a cidade de Iporá-GO 33 – 42

- Patologias em residências de pequeno porte na cidade de Piranhas-GO 43 – 57

- Análise da ocupação de áreas de riscos de inundações em uma seção do

Ribeirão Santo Antônio, na cidade de Iporá – GO 58 – 66

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EDITORIAL: UMA PERSPECTIVA SOBRE A PLURALIDADE DA ENGENHARIA

Bianca Christofoli Freitas Queiroz1*

1. Coordenação do Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá - FAI.

* [email protected]

Engenharia é a ciência, a arte e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos

matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de

utilidades, que realizem uma determinada função ou objetivo. É o estudo e a aplicação do

conhecimento econômico, científico, social e prático no que diz respeito a tecnologia.

A Engenharia é a aplicação de métodos do conhecimento científico e tecnológicos

destinados à utilização de recursos materiais e naturais para o benefício do ser humano. Sendo

a área do conhecimento que aborda os conceitos de projeção, desenvolvimento, construção,

análise e manutenção de alternativas que auxiliem e facilite a vida da sociedade nas atividades

cotidianas. Tendo como princípio, a busca por soluções de problemas a fim de atender as

necessidades da sociedade e das organizações.

Muitas vezes, as soluções exigem a criação de novos sistemas ou a introdução de

melhorias em processos e produtos já existentes. Assim, a engenharia trabalha com o

desenvolvimento de projetos, com diferentes níveis decomplexidade, que precisam ser

estruturados e planejados para o alcance dos objetivos e metas.

Portanto pode-se perceber a pluralidade desta área de formação e a abrangência da

engenharia. O profissional dessa recebe a designação de engenheiro, e tem como função a

materialização de uma ideia em realidade. Em outros termos, através de técnicas, desenhos e

modelos, e com o conhecimento proveniente das ciências e tecnologias, a engenharia pode

resolver problemas e satisfazer necessidades humanas.

As atividades de um engenheiro geralmente se iniciam com a identificação de

problemas e necessidades que são resolvidas com a aplicação de conhecimentos técnicos e

científicos de diversas áreas. Ao aplicar essas técnicas, é fundamental que o profissional se

atente ao bem da sociedade e do meio ambiente, trazendo inovações em suas pesquisas e

produtos.

Por fim, espera-se que os artigos aqui publicados, produzidos por profissionais

engenheiros e colaboradores da área, atendam as demandas da sociedade, apresentando

processos, ideias, aperfeiçoamentos, ações de implementação e ferramentas tecnológicas, que

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promovam mudanças significativas nos problemas oriundos das vivências atuais. É uma honra

para o departamento de engenharia da FAI, ter suas produções publicadas na revista Inovação

e Sociedade, mostrando a qualidade e desenvolvimento dos cursos dessa área.

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INSTALAÇÃO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO NA FACULDADE DE IPORÁ – FAI

Felipe de Sousa Gomes1*; Ana Paula Cardoso Sousa¹; Leidiane Costa De Carvalho Avelino¹;

Raffael Ferreira Gomes¹; Jefferson Eduardo Silveira Miranda1,2

1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá - FAI.

* [email protected]

Resumo: O estudo teve por objetivo analisar a viabilidade econômica da implantação do sistema fotovoltaico na

Faculdade de Iporá – FAI, bem como apresentar as etapas de elaboração de um projeto de Sistema Fotovoltaico.

Constatou-se que pode ser viável a instalação do sistema fotovoltaico no prédio da faculdade de Iporá FAI, tendo

em vista o projeto e orçamentos elaborados e analisados pela equipe, que teve como foco principal o custo

financeiro, meio ambiente e sustentabilidade. A instalação do sistema fotovoltaico de energia elétrica proposto

reduzirá anualmente em torno de R$ 118.649,88 na fatura de energia em relação ao consumo médio. Conclui-se

que através da relação custo–benefício, o tempo de retorno do investimento demonstrado na pesquisa é favorável

financeiramente, pois o investimento inicial do projeto é pago ao longo de sua vida útil. Isso influenciará nas

condições financeiras da instituição, bem como possibilitará uma melhoria em relação aos padrões sustentáveis.

Palavras-chave: Energia Solar ; Viabilidade econômica; Sustentabilidade.

INSTALLATION OF PHOTOVOLTAIC SYSTEM AT FACULDADE DE IPORÁ-FAI

Abstract: The study aimed to analyze the economic viability of photovoltaic system in College of Iporá-FAI, as

well as presenting the stages of development of a Photovoltaic system design. It was noted that can be viable

photovoltaic system installation in the building of the Faculty of Iporá FAI, in view of the project and budget

prepared and analyzed by the team, which had as its main focus the financial cost, environment and

sustainability. The installation of photovoltaic power system proposed will reduce annually around £

$118,649.88 in the making of energy compared to average consumption. It is concluded that through the cost-

benefit ratio, return on investment demonstrated in research is favourable financially, because the initial

investment of the project is paid throughout your lifetime. This will influence the financial terms of the

institution, as well as enable an improvement in relation to sustainable standards.

Keywords: Solar Energy; Eeconomic viability; Sustainability.

INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos experimentados pela humanidade, sobretudo a partir da

segunda metade do século XX, com o desenvolvimento de um número cada vez maior de

equipamentos e aparelhos eletrônicos, redes de comunicações e armazenamento digital de

todo conhecimento, demanda uma capacidade de geração e fornecimento de energia elétrica

crescente e ininterrupto. Na contemporaneidade, a energia elétrica tornou-se requisito

fundamental para a vida em sociedade. A escassez, afeta o modo com que a humanidade

construiu e transformou sua forma de sobrevivência (REIS, 2014).

Por outro lado, a capacidade de suporte do planeta está à beira do limite. O próprio

planeta nos alerta dessa realidade com catástrofes naturais mais e mais frequentes, nos

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cobrando urgente mudanças de comportamento, sobretudo em nossos hábitos de produção e

consumo de bens. A geração de energia que, em grande parte, ainda utiliza combustíveis

fósseis, está no topo das prioridades das atividades que não podem permanecer como se

encontram no cenário atual. A gravidade dos impactos ambientais vai depender em grande

parte da fonte de energia usada na geração da eletricidade (BRASIL, 2005). Assim,

alternativas à atual matriz energética vem sendo buscadas por pesquisadores de todos as

nações do mundo, e a utilização da irradiação solar se mostra como promissora tanto pela

abundancia do recurso, quanto na busca por minimizar nossa pegada ecológica (FIRMINO et

al., 2009).

Conforme Marinoski et al. (2014), diariamente novas pesquisas vêm apresentam

diferentes tecnologias para utilização e aproveitamento desta fonte de energia, e a energia

solar fotovoltaica tem provido energia elétrica para qualquer aplicação e em qualquer

localização na terra e no espaço, sendo que o meio urbano começou a se destacar como um

grande absorvedor desta tecnologia ecológica. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, no

sentido de cumprir as exigências da agenda 21, ratificado pelas Nações Unidas, alerta para o

uso de fontes alternativas para geração de energia. Destaca entre outros o uso de geração solar

fotovoltaica de energia (BRASIL, 2014).

Neste sentido, é importante e necessário que se invista em fontes alternativas de

geração de energia elétrica para adequar a matriz elétrica brasileira, e também ampliar a

capacidade energética das referidas fontes no sentido de atender a capacidade estimada (EPE,

2016). Assim, o uso da energia solar fotovoltaica se apresenta como uma das principais

alternativa por utilizar fonte abundante e limpa, e por, tanto na montagem quanto na geração,

ser não poluente, compacta e ter baixo custo de manutenção.

De acordo com Mesquita (2017), no Brasil o sistema elétrico é subdividido em

quatro setores distintos: geração, transmissão, distribuição e comercialização. Tal

complexidade eleva o custo de manutenção, encarecendo esse item para o consumidor final.

Assim, a principal razão ao se optar pelo uso de sistemas fotovoltaicos é a redução do custo

da produção de energia, associado ao fato de ser uma fonte limpa e renovável.

Neste trabalho objetiva-se analisar qual a viabilidade econômica da implantação do

sistema fotovoltaico na Faculdade de Iporá – FAI, bem como apresentar as etapas de

elaboração de um projeto de Sistema Fotovoltaico. Parte-se da hipótese que há viabilidade na

implantação do sistema fotovoltaico na Faculdade de Iporá.

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METODOLOGIA

Para verificar a viabilidade de implantação de um sistema fotovoltaico optamos pela

Faculdade de Iporá – FAI, localizada em Iporá – GO. O edifício da instituição é composto por

três blocos, sendo o bloco I composto de dois pavimentos e os blocos II e III com apenas um

pavimento. Pela facilidade de implantação escolhemos o bloco III para analisar possibilidade

de instalação das placas fotovoltaicas.

Para realizar os estudos começamos com uma revisão bibliográfica para dar

sustentação ao projeto, oportunidade em que optamos pela implantação do sistema de geração

fotovoltaica do tipo on grid. Esse sistema transmite a energia gerada pelo sistema na rede de

distribuição da concessionária, sem a utilização de baterias (NBR-11704, 2008).

Posteriormente realizamos levantamento in loco para reconhecimento das

características da instituição. Assim, analisamos dados de posicionamento geográfico e de

irradiação solar com apoio de imagens de satélite disponibilizadas pelo aplicativo Google

Earth.

A cobertura do bloco III apresenta uma área total de aproximadamente de 1.477,6

m², sendo composta por um telhado com queda única, feito com telhas de cimento amianto. A

inclinação da cobertura é de aproximadamente 10% (Figura 1).

Figura 1. Planta de cobertura do bloco III.

A análise foi elaborada através do histórico das faturas da unidade consumidora no

ano de 2018, utilizada para calcular o consumo médio anual. Após esse cálculo, os valores

foram repassados a três empresas do setor, que ficaram responsáveis pela elaboração dos

orçamentos. A utilização de três diferentes orçamentos foi feita para aumentar a

confiabilidade dos resultados e também se adequar aos padrões técnicos de elaboração de

orçamento.

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RESULTADOS

A área escolhida para implantação possui cobertura suficiente e não possui nenhum

tipo de sombreamento, o que melhora a captação de irradiação solar. Através de medições

feitas in loco, observou-se que a área de cobertura e a estrutura do bloco III tem possibilidade

para instalações de painéis fotovoltaicos, conforme a divisão apresentada na (Figura 1). A

somatória destas áreas totaliza aproximadamente 1.477,6 m².

O consumo total anual no ano de 2018 foi de 139.017,7 kWh. O consumo médio

mensal foi de aproximadamente 11.584,81 kWh (Tabela 1). Para solicitar os orçamentos da

execução do sistema, as empresas utilizaram o valor do consumo médio mensal.

Tabela 1. Consumo em kWh da faculdade de Iporá no ano de 2018.

Após analisar as propostas, foi escolhido o orçamento elaborado pela empresa 03,

que mesmo não sendo o orçamento com menor valor de investimento (Tabela 2), apresenta a

melhor relação custo/benefício das três propostas recebidas. Esse orçamento está com

economia projetada de R$ 7.432.294,61 em 25 anos.

Tabela 2. Dados dos orçamentos elaborados conforme consumo médio da faculdade.

Orçamentos Investimento Economia

(em 25 anos)

Payback

do negócio

Número de

painéis

Número de

inversores

01 R$ 461.230,77 R$ 8.250.739,76 3,3 anos 258 04

02 R$ 337.873,38 R$ 6.016.875,93 * 270 03

03 R$ 364.505,97 R$ 7.432.294,61 2,8 anos 300 03

* A empresa não forneceu Payback.

Período Consumo Faturado Total (kWh)

Dez./18 11.291,49

Nov./18 15.637,02

Out./18 19.188,86

Set./18 15.320,81

Ago./18 7.861,88

Jul./18 7.130,91

Jun./18 9.034,36

Mai./18 12.392,64

Abr./18 15.600,3

Mar./18 13.053,41

Fev./18 5.713,54

Jan./18 6.792,48

Consumo Médio 11.584,81

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As placas deverão ser posicionadas ao norte geográfico (Figura 2). Essa escolha se

deve pelo fato de ser necessário, para um correto dimensionamento de um projeto

fotovoltaico, levar em consideração o potencial solar do local de instalação, além de inclinar e

orientar o módulo solar na posição correta.

Figura 2. Trajetória do Sol em relação ao bloco que será instalada o sistema.

A instituição não terá dificuldades em relação as condições climáticas. O local possui

características favoráveis para o tipo de energia, em razão da grande presença do sol em todas

as estações do ano conforme apresentado na (Figura 2), clima e ventos que favorecem a

eficiência das placas receptoras. Assim, o projeto elétrico foi elaborado seguindo as

orientações da NBR 11704/08, instalações elétricas conectadas a rede (Figura 3).

Figura 3. Projeto elétrico do sistema fotovoltaico conectado a rede.

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DISCUSSÃO

A viabilidade financeira será constatada se o valor gasto para instalar os painéis

mostrar-se inferior aos gastos que o consumidor incorre com a compra de energia elétrica de

sua distribuidora (CABELLO; POMPERMAYER 2013). No entanto, a viabilidade de

implantação de um sistema de produção de energia solar, através de painéis fotovoltaicos, não

é determinada apenas pelo custo da venda do produto, mas também pela produtividade do

sistema, ou seja, pela área e exposição solar e custo do investimento inicial (DASSI et. al.,

2015).

O sombreamento é um fator que pode influenciar negativamente na captação da

radiação solar (DIDONÉ et al., 2017). Nesse sentido, temos uma área favorável, tendo em

vista que não temos sombreamento no edifício trabalhado. No entanto, cada projeto deve ser

pensado individualmente para cada residência ou estabelecimento (BONILLA-GÁMEZ,

2017).

Mesmo com a dependência de alguns fatores, a energia fotovoltaica é competitiva,

pois as placas não precisam de combustíveis (BELTRÁN-TELLES et al., 2017). Isso é de

grande importância para demonstrar a viabilidade, já que as mesmas não precisam de

manutenção frequentemente. Porém, especialistas concordam que painéis solares sujos não

produzem tanta energia quanto painéis limpos. Essa perda pode chegar até 25% em alguns

casos, de acordo com o laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos

(NREL).

Com a instalação do sistema fotovoltaico a instituição economizará energia, pois o

sistema se pagará em até 3 anos, de acordo com o orçamento. Assim, ressaltamos que a

instalação de um sistema de geração de energia fotovoltaica é um investimento com retorno à

médio/longo prazo, dependendo do local que for instalado.

O impacto ambiental mais significante do sistema fotovoltaico para geração de

energia solar é provocado durante a fabricação de seus materiais e construção, e também

relacionado a questões de área de implantação (INATOMIU; DAETA, 2011). Assim, vale

ressaltar que não teremos problemas ecológicos quanto à implantação, uma vez que o sistema

será instalado sob o telhado da instituição.

CONCLUSÃO

Com o crescente aumento da preocupação em relação aos aspectos ambientais, maior

eficiência energética e a busca de novas soluções para geração de energia, cada dia mais

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empresas que se preocupam com a sustentabilidade se destaca no mercado e na sociedade,

ganhando credibilidade da população e liderando suas áreas de atuação, com boa vantagem

frente a concorrência. Assim, é de suma importância que uma instituição, de

representatividade regional, como a FAI, se adeque como forma de ser modelo quanto ao uso

sustentável de energias na região.

Os resultados revelaram que o projeto da implantação de energia solar fotovoltaica

como alternativa para redução de custos e de diversificação energética é viável para o período

analisado, considerando os dados projetados. Com base nesses resultados conclui-se que,

além de reduzir custos e de apresentar viabilidade econômica para a Instituição de Ensino

analisada, a energia solar, uma das mais importantes dentre as fontes de energias renováveis,

gerará benefícios também ao meio ambiente.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-11704: Sistemas

Fotovoltaicos - Classificação. Rio de Janeiro, 2008.

BELTRAN-TELLES, A. MORERA-HERNANDEZ, M; LOPEZ-MONTEAGUDO, F. E.;

VILLELA-VARELA, R. Prospectiva de las energías eólica y solar fotovoltaica en la

producción de energía eléctrica. CienciaUAT, Ciudad Victoria , v. 11, n. 2, p. 105-

117, jun. 2017. Disponible en

<http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2007-

78582017000100105&lng=es&nrm=iso>. accedido en 03 jun. 2019.

BONILLA-GÁMEZ, N. Propuesta de diseño de una microred en la comunidad de Santa

Elena, Pérez Zeledón, basada en Whites Lane Smart Micro Grid. Tecnología en Marcha.

Número Especial Movilidad Estudiantil 4. p.55-62. 2017.

BRASIL, Ministério de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energética. Plano Decenal de

Expansão de Energia 2023 / Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa

Energética. Brasília: MME/EPE, 2014.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Educação. CONSUMO

SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/

MEC/IDEC, 2005.

CABELLO, A. F.; POMPERMAYER, F. M. Energia Fotovoltaica ligada à rede elétrica:

atratividade para o consumidor final e possíveis impactos no sistema elétrico. Texto para

Discussão. IPEA, Brasília, Fevereiro de 2013.

DASSI, J. A.; ZANIN, A.; BAGATINI, F. M.; TIBOLA, A.; BARICHELLO, R.;MOURA,

G. D. Análise da viabilidade econômico-financeira da energia solar fotovoltaica em uma

Instituição de Ensino Superior do Sul do Brasil. XXII Congresso Brasileiro de Custos –

Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 11 a 13 de novembro de 2015

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DIDONÉ, L. E.; WAGNER, A.; PEREIRA, F. O. R. Avaliação da influência do contexto

urbano na radiação solar para geração de energia urbe. Revista Brasileira de Gestão

Urbana (Brazilian Journal of Urban Management), v, 9, n.1, p. 408-424, 2017

EPE, EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Demanda de energia 2050. 2. ed. Rio de

Janeiro, 2016. 257 p. (Estudos da demanda de energia). 2016.

FIRMINO. A.M.; SANTOS, H. N. PINA J. H. A. RODRIGUES P. de O.; FEHR M. A

relação da pegada ecológica com o desenvolvimento sustentável / cálculo da pegada

ecológica de Toribaté. Caminhos de geografia. Uberlândia, dez/2009 p. 41 – 56.

INATOMI, T. H. I.; UDAETA, M. E. M. Análise dos impactos ambientais na produção de

energia dentro do planejamento integrado de recursos. Universidade de São Paulo – USP,

São Paulo, (2011),14p.

MARINOSKI, D. L.; SALAMONI. I. T.; RÜTHER. R. Pré-dimensionamento de sistema

solar fotovoltaico: estudo de caso do edifício sede do crea-sc. I CONFERÊNCIA LATINO-

AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL. X ENCONTRO NACIONAL DE

TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO 18-21 julho 2004, São Paulo.

MESQUITA, R. de B. Regulação de custos de distribuição de energia elétrica uma análise

comparativa das abordagens de benchmarking utilizadas em países europeus e

latinoamericanos/ Roberto de Barros Mesquita. Biblioteca da FACE/UFMG – 2017.

REIS, D R. Gestão da Inovação Tecnológica. Barueri, SP: Manole, 2014.

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ESTUDO COMPARATIVO DA VIABILIDADE ENTRE CASAS DE ALVENARIA

COM BLOCOS CERÂMICOS E CASAS COM PAREDES DE CONCRETO

MOLDADA IN LOCO EM IPORÁ-GO

Taíza de Jesus Melo¹; Rogério Alves de Oliveira¹

1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá – FAI.

* [email protected]

Resumo: No decorrer do tempo o Governo Federal decidiu investir no setor imobiliário proporcionando as

pessoas de baixa renda a condição da casa própria. Com isso houve uma demanda significativa a qual despertou o

interesse das construtoras a buscar por processos que garantisse a produtividade, qualidade do produto e rapidez

na execução, a fim de atender a essa demanda. Diante dessa situação que gerou um ambiente competitivo, a

casa de concreto moldada in loco foi saída mais popular entre as construtoras, que apesar de ser pouco difundida

é aplicada em larga escala no Brasil, assumindo o segundo lugar. Em virtude disso, esse artigo tem por objetivo

verificar a viabilidade econômica sob a implantação deste método construtivo em Iporá-GO, comparando-a com

a casa de alvenaria com blocos cerâmicos. O estudo foi desenvolvido mediante a elaboração do orçamento e

comparação entre eles. Foi verificado que construções de casas com paredes de concreto moldada in loco

apresenta custo mais elevado, porém menor tempo de execução quando comparada a casa de alvenaria de blocos

cerâmicos.

Palavras-chave: Parede de concreto, custos, tempo de execução, comparativo, viabilidade.

COMPARATIVE STUDY OF THE ECONOMIC VIABILITY BETWEEN

MASONRY HOUSES WITH CERAMIC BLOCKS AND HOUSES WITH MOLDED

CONCRETE WALLS AT THE PLACE OF THE HOUSE IN IPORÁ-GO.

Abstract: Over time the Federal Government has decided to invest in real estate by providing low-income

people with the condition of home ownership. With this there was a significant demand which aroused the

interest of builders to search for processes that would guarantee productivity, product quality and speed in

execution, in order to meet this demand. Given this situation that generated a competitive environment, the cast-

in-place concrete house was the most popular outlet among construction companies, which despite being little

widespread is widely applied in Brazil, taking second place. Because of this, this article aims to verify the

economic viability under the implementation of this construction method in Iporá-GO, comparing it with the

masonry house with ceramic blocks. The study was developed by budgeting and comparing them. It was found

that constructing houses with cast-in-place concrete walls has a higher cost, but a shorter execution time when

compared to a ceramic block masonry house.

Keywords: Concrete wall, costs, runtime, comparative, viability.

INTRODUÇÃO

Devido ao aumento dos investimentos do Governo Federal na construção civil com

Programas Habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida criado em 2009, tendo como

objetivo de tornar mais acessível a moradia para população de baixa renda, as construtoras se

viram pressionadas a buscarem por novas técnicas que agilizassem o processo construtivo e

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com isso atendesse a demanda do mercado.

No brasil o método construtivo dominante ainda consiste em estruturas de concreto

armado em conjunto com alvenarias de vedação. A alvenaria de vedação é um processo

construtivo tradicional, bastante utilizado destinado a compartimentar espaços, preenchendo

os vãos da estrutura, formando assim a geometria da construção (SANTOS, 2014). Apesar de

ser um processo construtivo mais lento se comparado aos demais, Unama (2009) relata que a

alvenaria tem vantagens como um bom isolamento térmico e acústico, resistência ao fogo e

dura mais de cem anos sem necessitar de proteção e manutenção.

Segundo Corsini (2011) as desvantagens da alvenaria de vedação estão diretamente

relacionadas ao desperdício de materiais, mão de obra pouca qualificada, improvisações na

execução devido à falta de compatibilização de projeto e planejamento, dentre outros

inúmeros fatores que causam futuras patologias, como os problemas de ligação da estrutura

com a alvenaria de blocos cerâmicos.

Uma alternativa à alvenaria convencional é o método construtivo de casas de

concreto moldada in loco, o qual segue uma filosofia de ―industrialização‖ que surgiu na

década de 70, com a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH) em 1966. Logo nos

anos 80, o BNH foi extinguido e a política habitacional redirecionada, tomando uma nova

postura no mercado das edificações, então surge o interesse das empresas e fabricantes a

buscarem por processos construtivos não convencionais, dando início a importação de novas

tecnologias (SACHT, et al, 2011).

Esse processo construtivo normatizado pela NBR 16.055 (Parede de concreto

moldada no local para a construção de edificações — Requisitos e procedimentos) de 2012, é

amplamente utilizado nos países da América do Sul, como Chile e Colômbia. Faria (2009)

conta que no início de 2007, a Rodobens Negócios Imobiliários adere a essa técnica e começa

a construir no Brasil. Obtendo sucesso um grupo de pessoa das instituições ABCP

(Associação Brasileira de Cimento Portland), ABESC (Associação Brasileira de Serviços de

Concretagem) e IBTS (Instituto Brasileiro de Tela Soldada) foram liberados para realizarem

uma visita técnica na capital de dois países sul-americanos, Bogotá e Santiago. Ao

conhecerem os detalhes das respectivas obras visitadas, concluíram que o sistema é bastante

popular e oferece resultados satisfatórios tanto em construções populares, quanto em

construções de médio e alto padrão (FARIA,2009).

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A parede de concreto maciça pode ser definida como um subsistema de vedação

moldada no local da sua utilização. Que para esse caso Dória (2007) caracteriza a parede não

apenas como vedação, mas sim como parte dos elementos estruturais que transmite os esforços

para a fundação. Destaca por ser uma edificação mais resistente e segura, e também por eliminar

processos construtivos como o reboco e o emboço, necessitando apenas do emassamento

interno. O seu valor está relacionado à qualidade do material a ser utilizado na edificação.

O método de casas de concreto moldada in loco sobressai-se pela rapidez na

execução e por ser industrializado tem um índice quase zero de desperdício (SACHT,2008).

Ocupa o segundo lugar dos métodos construtivos mais utilizado de acordo com Braguim

(2013) com 19,5% dos empreendimentos de trinta e nove construtoras de grande porte.

Figura 1. Métodos construtivos mais utilizado por trinta e nove construtoras de grande porte.

Fonte: Adaptação de Braguim, 2013.

Devido a tradição brasileira de casas em alvenaria, esse método ainda é pouco

propagado, fazendo com que não haja muitas obras, teses ou artigos sobre o referido tema.

Dessa forma este trabalho visa apresentar um comparativo entre a viabilidade dos dois

métodos construtivos apresentados anteriormente na cidade de Iporá-GO, buscando contribuir

no conhecimento e disseminação de diferentes métodos construtivos.

METODOLOGIA

Para avaliar a viabilidade dos dois métodos construtivos em Iporá foram elaborados

quantitativos de custo e tempo de execução. O estudo foi embasado na idealização da

construção de uma edificação utilizando dois métodos construtivos diferentes na cidade de

Porcentagem

80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00

0,00

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Iporá- GO.

Para a casa de concreto moldado in loco tanto o prazo de execução quanto o

orçamento foram fornecidos pelo Grupo RTC, localizado no Setor Industrial na cidade de

Firminópolis-GO. Trata-se de uma empresa familiar fundada pelo Joeval João Soares em

1991. A qual logo em 2001 iniciou uma nova composição social, surgindo então a Rio Turvo

Construções e Eletricidade, com a produção de artefatos de concreto.

A fim de garantir a paridade foi seguido o projeto arquitetônico padrão fornecido

pelo Grupo RTC, o qual é utilizado por eles nas construções de casas de concreto moldado in

loco. Esse projeto foi usado como referência para elaboração dos projetos hidráulico,

sanitário e elétrico da casa de alvenaria com blocos cerâmicos.

O projeto padrão é uma residência popular de padrão médio, totalizando área de

74,8 m². A mesma possui três quartos, sala, cozinha, dois banheiros, copa, sala de estar e área

de serviço.

Figura 2. Planta baixa de uma residência popular de padrão médio.

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Os projetos elétrico, hidrossanitário e estrutural foram elaborados a partir dos

softwares respectivos: Alto Qi Lumine V8, Alto Qi Hydros V4, e Alto Qi Eberick V8. Após a

elaboração dos projetos, foram retirados os quantitativos de materiais fornecidos pelos

programas para elaboração do orçamento e cronograma.

Os quantitativos de materiais da casa de alvenaria com blocos cerâmicos foram

levantados a partir do projeto padrão e os custos dos serviços foram retirados da tabela

SINAP (Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da construção Civil) do mês de

Janeiro de 2019 e também da tabela de composição da AGETOP (Agência Goiana de

Transportes e Obras) do mês de novembro de 2018. As tabelas mencionadas já fornecem os

valores de custos de material e mão de obra em conjunto.

Figura 3. Fluxograma metodológico

RESULTADOS

No quadro 1 mostra o custo de cada etapa da casa de alvenaria de bloco cerâmicos,

enquanto o quadro 2 apresenta os custos totais de ambos os métodos construtivos. Vale

ressaltar que o orçamento fornecido pelo grupo RTC engloba todas as fases da construção,

sendo a casa já entregue em condições de moradia, dessa forma visando paridade, no

orçamento da casa de alvenaria em blocos cerâmicos foram incluídas todas fases da obra.

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Quadro 1. Custo por etapa de serviço de alvenaria com blocos cerâmicos.

Etapa de

execução

Custo

material (R$)

Custo mão de

obra (R$)

Total (R$) Material

+ mão de obra

Locação de obra 433,05 2590,03 3023,08

Estrutura 22338,30 5144,28 27482,58

Alvenaria 3070,93 4145,15 7216,08

Instalações

elétricas

2998,04 2321,55 5319,59

Instalações

Hidrossanitárias

7118,71

5683,54

12802,25

Acabamento 10073,22 12845,94 22919,15

Outros serviços 994,33 1173,22 2167,56

Total 47026,58 33903,71 78931,46

Quadro 2. Custo total de cada edificação.

Tipo de edificação Custo por

m² (R$/m²)

Custo

total(R$)

Casa de alvenaria com blocos

cerâmicos

1055,23

78931,46

Casa de concreto moldada in loco

1080,00

80784,00

Conforme o quadro 2, observa-se que a casa de concreto moldada in loco tem um

custo mais elevado quando comparado a alvenaria com blocos cerâmicos, apresentando um

valor total de R$ 80784,00. Em comparação ao método construtivo convencional, para o caso

estudado esse método construtivo é 4,64% mais caro.

Percebe-se que os orçamentos possuem valores relativamente próximos, apesar de

teoricamente o método construtivo de alvenaria de concreto utilizar materiais mais caros,

esse excedente de valor é diluído pela repetição de projetos, infraestrutura necessária para

execução das casas já adquiridas pela empresa e tempo de execução. Esses fatores também

são citados por Santos (2013), que concluiu em sua pesquisa que a casa de concreto moldada

in loco se torna viável economicamente a partir de um elevado número de repetições, devido

ao reduzido tempo de execução.

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Analisando pesquisas já realizadas percebe-se que os resultados para esse tipo de

estudo são muito relativos. Pois os custos da casa de concreto moldada in loco variam muito

quanto ao tipo do empreendimento e a repetição das execuções. Junior e Rodrigues (2017)

obtiveram um valor parcial da casa de concreto de R$ 11284,68 e para a casa de alvenaria de

R$ 4895,15. Já Macedo e Oliveira (2018) confrontando os resultados durante uma análise de

50 unidades de concreto moldadas in loco, obtiveram uma economia de 10,8% no orçamento,

quando comparado a alvenaria com blocos cerâmicos.

Outro fator a ser analisado é o tempo de execução de ambos métodos. Os gráficos 1

e 2 a seguir apresentam o cronograma de execução de cada um dos métodos construtivos em

estudo:

Gráfico 1. Tempo de execução da casa de concreto moldada in loco pelo Grupo RTC.

Gráfico 2. Tempo de execução da casa de alvenaria com blocos cerâmicos.

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Analisando o gráfico 1 que se trata do tempo de execução da casa de concreto

moldada in loco, observa-se que os dados são em dias trabalhados, porém devido a fatores

como o tempo de espera da cura do concreto e outros serviços, teremos o tempo de execução

total dessa técnica construtiva de quarenta dias. Ao compararmos os dois gráficos nota-se que

há uma redução expressiva de 14 dias trabalhados entre ambos. Como afirma Braguin (2013),

a principal característica da produtividade desse sistema é a velocidade da execução, o qual

fica provado em ambos os gráficos.

Por mais que a alvenaria com blocos cerâmicos tem um custo menor, há algumas

etapas na execução que gera uma quantidade expressiva de resíduos que na maioria das vezes

são depositadas em algum espaço da natureza. Por isso Junior e Rodrigues (2017) afirmaram

que o método construtivo de alvenaria com blocos cerâmicos causa um grande impacto

ambiental, já que esses resíduos dos blocos se dissipam com facilidade no oxigênio. Dessa

forma nota-se que o processo construtivo de casas moldadas in loco é mais rápido e limpo que o

método construtivo convencional.

CONCLUSÃO

Como comprovado em orçamento, a casa de concreto moldada in loco tem maior

custo quando comparado com a alvenaria de blocos cerâmicos, porém apresenta menor tempo

de execução. Percebe-se que a casa de concreto moldada in loco é um processo construtivo

limpo e rápido quando comparado ao método construtivo convencional.

A disseminação desse método construtivo esbarra na falta de empresas que

executam esse tipo de edificação, devido ao investimento inicial ser alto e a sua viabilidade

estar relacionada a quantidade de unidades executadas, o que contribui para que a alvenaria em

tijolos cerâmicos ainda seja predominante na região e no país.

REFERÊNCIAS

BRAGUIM, Thales Couto. Utilização de modelos de cálculo para projeto de edifícios de

paredes de concreto armado moldadas no local. 2013. Dissertação apresentada para

obtenção do título de Mestre (Curso em Engenharia Civil) Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo, São Paulo, 2013.

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horizontais: avaliação de desempenho pelos usuários. 2013. Trabalho de conclusão de curso

(Curso superior de Engenharia Civil) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre, julho/2013.

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108p. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Alagoas. Maceió, 2007.

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Acesso em 19 de Abril de 2019.

HELENE, P. A nova NB 1/2003 (NBR 6118) e a Vida Útil das Estruturas de Concreto.

[S.I.]: /[s.n.], [20,40], p. 02.

JUNIOR, Jorge Alberto Lira de Amorim; RODRIGUES, Raul Vitor Lemos. Um comparativo

entre as vantagens construtivas das paredes de concreto e alvenaria convencional.

2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) pelo Centro Universitário

Cesmac, Maceió – Alagoas, 2017.

MARQUES, Diego Vianna Pinto. Racionalização do processo construtivo de vedação

vertical em alvenaria. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) Escola

Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013.

MACÊDO, Julianne Simões. Um estudo sobre o sistema construtivo formado por paredes

de concreto moldadas no local. 2016. Trabalho de conclusão de curso (Curso superior de

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MACEDO, Igor Santos; OLIVEIRA, Isaque Rodrigues. Concreto moldado in loco versus

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Trabalho de conclusão de curso (Curso superior de Engenharia Civil) Centro Universitário –

UNI ANHANGUERA, Goiânia, 2018.

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SACHT, H. M. Painéis de vedação de concreto moldado in loco: avaliação do

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SANTOS, Everton de Britto. Estudo comparativo de viabilidade entre alvenaria de

blocos cerâmicos e paredes de concreto moldadas no local com fôrmas metálicas em

habitações populares. 2013. Trabalho de conclusão de curso (Curso superior de Engenharia

Civil) Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campo Mourão, 2013.

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA (UNAMA). Alvenaria. Disponível em:

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAiOIAF/alvenaria-vedacao. Acesso em 01 de

dezembro de 2019.

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APLICABILIDADE DA LOGÍSTICA REVERSA EM PNEUS INSERVÍVEIS NA

CIDADE DE IPORÁ-GO

Danillo Galvão Leal¹; Larissa Rodrigues Dos Santos Barbosa¹; Lanna Kamila Araújo Pereira¹;

Daiana de Oliveira Borges¹*

1. Departamento de Engenharia da Faculdade de Iporá - FAI.

* [email protected]

Resumo: O uso da logística reversa se fez necessário, ao longo dos anos, devido ao acúmulo de resíduos sólidos

que se tornou volumoso e prejudicial ao meio ambiente. A preocupação com a sustentabilidade é um problema

que necessita de ações rápidas e eficazes. O quantitativo de pneus encontrados sem destinação correta se torna

um problema para a população, com diversas consequências a saúde e ao bem estar, impactando não somente a

atual geração, como as futuras. A indagação acerca do grande volume dos pneus inservíveis serviu de questão

chave para a concepção deste trabalho. Foi aplicado um questionário em empresas que trabalham com segmento

de serviços de borracharias e comércio a varejo de pneumáticos no município de Iporá no Estado de Goiás, com

o objetivo de quantificar os valores de destinação dos pneus inservíveis do município, mensurando a importância

do ciclo completo da logística reversa. A conclusão permite perceber que nenhuma das empresas pesquisadas

realizam a logística reversa em seus pneus inservíveis, porém, reflete a importância da prática sendo

imprescindível para a sustentabilidade, para o bem-estar da população e para a manutenção do meio ambiente.

Os dados apontam uma pequena parcela que realiza a reciclagem e uma grande parte destina-se incorretamente

ao lixão do município.

Palavras-chave: Descarte; Pneus inutilizados; Resíduos; Sustentabilidade.

APPLICABILITY OF REVERSE LOGISTICS IN INSERVIBLE TIRES IN THE

CITY OF IPORÁ-GO

Abstract: The use of reverse logistics is necessary, over the years the accumulation of solid waste has become

bulky and harmful to the environment. The concern with sustainability is a problem that requires quick and

effective actions. The number of tires found without proper destination becomes a problem for the population,

with several consequences for health and well-being, impacting not only the current generation, but the future

ones. The question about the large volume of waste tires served as a key issue for the design of this work. A

questionnaire was applied to companies that work with tire service and retail tire retailers in the city of Iporá in

the state of Goiás, in order to quantify the disposal values of waste tires in the city, measuring the importance of

the complete cycle reverse logistics. The conclusion shows that none of the surveyed companies perform reverse

logistics on their waste tires, however, it reflects the importance of the practice being essential for sustainability,

for the well-being of the population and for the maintenance of the environment. The data indicate a small

portion that performs recycling and a large part is incorrectly sent to the municipal dump.

Keywords: Disposal; Disused tires; Waste; Sustainability.

INTRODUÇÃO

Com o advento da revolução industrial a popularização dos veículos automotores se

tornou eminente. O carro se tornou item indispensável para o ser humano, pois, possibilita o

deslocamento de pessoas por grandes espaços em pouco tempo, trazendo conforto aos

passageiros. Por isso, as empresas automobilísticas têm se preocupado cada vez mais em

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modernizar e inovar os seus automóveis, incentivando a compra, e com isso aumentando cada

vez mais a quantidade de veículos no mundo.

O quantitativo de veículos em circulação é preocupante, visto que, todos geram

diversos tipos de poluentes para o planeta. A emissão de gases, as peças em desuso e os

pneus, são alguns dos causadores de contaminação e geração de resíduos maléficos para o

meio ambiente (BALLOU, 1993).

Pensando nos efeitos negativos causados na natureza, é necessário reutilizar alguns

componentes dos veículos sempre que possível, dando a eles uma destinação ambientalmente

correta.

Em 1999 foi aprovada uma Resolução no CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente) de nº 258/99, que sujeita as empresas fabricantes e importadoras de pneus a

destinarem corretamente seus pneus em desuso. De acordo com Lagarinhos e Tenório (2013),

antes da aprovação desta resolução apenas 10% dos pneus eram reciclados.

A partir da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010, as

empresas fabricantes, distribuidoras, importadoras e comerciantes passaram a ser obrigadas a

criar um plano de logística reversa com destino para os pneus que já foram utilizados e não

servem mais para a sua aplicabilidade principal (BRASIL, 2010).

De acordo com Faria e Costa (2005), a logística é como o gerenciamento do fluxo de

materiais e informações de um processo, levando-se em conta a partir do ponto de origem até

o seu ponto de consumo. No entanto, também existe uma preocupação com o fluxo logístico

reverso, partindo do ponto de consumo e voltado para o ponto de origem, sendo que nesse

processo se faz necessário o seu gerenciamento (LEITE, 2017).

O ciclo representado na figura 1 mostra a ordem da logística reversa e seu

desdobramento dentro das empresas, mostrando o fluxo de materiais que volta às

organizações para o reaproveitamento ou descarte.

Figura 1. Processo Logístico Reverso. Fonte: adaptado Faria e Costa (2005).

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Para os autores Zikmund e Stanton (1971), Guiltinan e Nwokoye (1974) e Fuller

(1978), a logística reversa aparece como um conceito à redução de resíduos sólidos, para

processos de forma inversa, com o simples objetivo de atender as necessidades de

recolhimento de materiais provenientes do pós-venda.

De modo geral, diversos autores definem logística reversa como sendo o processo

que envolve um produto ou serviço desde a origem até o consumidor final, com objetivos

definidos da destinação correta dos mesmos. O que melhor se define é a de Ballou (2006), que

a retrata como sendo o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente

e eficaz de forma integrada dos produtos, serviços e das informações relativas, desde o ponto

de origem até o ponto de consumo com o objetivo de atender às exigências dos clientes.

De acordo com Guarnieri (2011), muitas empresas veem a logística reversa como um

dificultador e não como um diferencial, por acreditarem que irão lhe trazer mais gastos. Isso

se dá pela falta de conhecimento da importância deste processo e por não se

responsabilizarem pela destinação final de seus produtos.

Segundo Pereira, Boechat e Tadeu (2011), as empresas precisam pensar na logística

reversa como fator estratégico de modo lucrativo, considerando os motivos essenciais para

adotá-la. Para Leite (2017), existem cinco motivos, a competitividade, que é o motivo mais

relevante; respeito às legislações; limpeza de estoque; revalorização econômica; recuperação

de ativos.

O artigo 30 da Lei 12305/2010 para a Política Nacional de Resíduos Sólidos informa

que a responsabilidade da logística de descarte será compartilhada por todos que fazem parte

do ciclo de vida do produto, sendo eles: fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes, os consumidores e os responsáveis pelos serviços públicos de limpeza urbana e

de manejo de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

De acordo com o artigo 33 da Lei 12305/2010, os fabricantes, importadores,

distribuidores e comerciantes de pneus, são obrigados a estruturar e implementar sistemas de

Logística Reversa, mediante retorno dos produtos após a inutilização do consumidor final, de

forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos

(BRASIL, 2010).

A fim de conhecer como o processo de destinação dos pneus inservíveis vem sendo

realizado no município de Iporá, cidade brasileira que esta situada no Estado de Goiás,

localizado na região centro-oeste, com população de 31.531 habitantes. Apesar de não possuir

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uma população acima de 100 mil, vale ressaltar que, o município de Iporá é referência

comercial para a microrregião no centro-oeste Goiano, composto por 10 cidades (IBGE,

2019).

Este trabalho se concentrará em analisar e mensurar os pontos positivos e negativos

envolvidos nesse processo, identificando se há uma aplicação da logística reversa nas

empresas pesquisadas, verificando suas formas de aplicabilidade e conhecendo como as

empresas revendedoras e borracharias estão trabalhando na destinação final dos pneus

inservíveis.

Como hipótese, a observação dos dados das lojas pesquisadas considera que o

município utiliza as técnicas de logística reversa dos pneus que estão inutilizados, realizando

a coleta e entrega aos órgãos de reciclagem. Examinar também, a viabilidade econômica da

reciclagem do material pela própria empresa revendedora, não retornando esses pneus as

empresas fabricantes ou distribuidoras que são responsáveis, de acordo com a resolução do

CONAMA nº 258/99.

O maior objetivo a ser atingindo é avaliar a Logística Reversa de pneus inservíveis

na cidade de Iporá/GO. Levando em consideração alguns objetivos específicos, como

identificar se há e quais são os processos de logística reversa existente nas empresas

pesquisada, além de saber se os processos de descarte dos pneus são feitos pelas próprias

empresas ou pela fabricante. Também é de interesse identificar qual o melhor método de

logística que pode ser implementado, de maneira geral.

METODOLOGIA

O método para realização da pesquisa se deu por meio de investigações

bibliográficas em livros, trabalhos de conclusão de cursos e artigos científicos com

publicações online ou impressas, e sites governamentais, como IBGE, IBAMA, ANIP

(RECICLANIP). Todas essas fontes foram estudadas, visando captar as informações

necessárias para maior entendimento e compreensão, além da melhor facilitação das ideias

propostas na pesquisa. Dessa forma é possível conceituar as problemáticas da logística

reversa, assim como discorrer e apontar os principais aspectos encontrados na aplicação ou da

não aplicação do descarte de pneus de maneira correta.

Após o levantamento geral da pesquisa bibliográfica de logística reversa, foi

realizado um estudo sobre a aplicabilidade nas empresas da cidade de Iporá, levando em conta

como é feita e quais os resultados obtidos pela empresa. Foi mantido sigilo quanto à

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identificação das empresas e colaboradores responsáveis, a fim de preservá-los em relação às

informações que foram divulgadas neste trabalho.

As empresas, que foram objeto de pesquisa, são as que exercem atividade

econômica, de acordo com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a Classificação

Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é um registro utilizado pelos órgãos

federais, estaduais e municipais, composto por código de 7 dígitos que identifica qual a

atividade econômica exercida por um negócio.

A partir do código de pesquisa da atividade econômica, especificado pelo CNAE

4530-7/05 - Comércio a varejo de pneumáticos e câmaras-de-ar e o CNAE 4520-0/06 -

Serviços de borracharia para veículos automotores; cedidas pela prefeitura do município de

Iporá, com o intuito de obter a localização e fazer o mapeamento das empresas ativas.

As empresas que prestam serviço registrado pela CNAE, conforme a prefeitura de

Iporá, foram contabilizadas no total de 21 empresas, 14 dessas são do seguimento de venda e

troca de pneus, com apenas 10 em atividade, e de 7 serviço de borracharias, apenas 5 em

atuação, com endereços fixos, que atendem com cadastros ativos.

Após a análise dos dados obtidos junto à Prefeitura Municipal de Iporá, foi realizada

uma visita in loco, com o objetivo de aplicar a entrevista para a coleta dados sobre a forma de

atuação de cada empresa quanto ao descarte de pneus em desuso. A entrevista contará com

questionário com perguntas objetivas e discursivas, conforme o quadro 1.

Quadro 1. Questionário.

QUESTIONÁRIO

Esta pesquisa, de caráter científico, visa a obtenção de informação sobre

Aplicabilidade da Logística Reversa em Pneus Inservíveis, desta forma, este

questionário foi elaborado pelo autor do trabalho do curso de Engenharia de Produção da

Faculdade de Iporá-FAI, com intenção de levantamento de informação, sendo assegurado

o sigilo dos entrevistados.

Nome: ________________________________________________________________

Função: _______________________________________________________________

1- A empresa realiza troca ou venda de pneus para motos, carros e outros veículos

automotores?

( )Troca ( )Venda ( ) Troca e venda

2- Em média quantos pneus são trocados ou vendidos por dia?

Especifique:____________________________________

3- Como é realizado o descarte dos pneus inservíveis?

( ) Armazenado na empresa

( ) Lixão

( ) Reciclagem

( ) Retornado para a empresa fabricante

( ) Outros

Especifique:_______________________________________________________________

_________________________________________________________________________

4- Há algum custo para a sua empresa na logística de descarte ou coleta, seja por parte do

fabricante ou de sua empresa?

( ) Sim ( )Não

5- A sua empresa tinha conhecimento da existência dos serviços de descarte oferecidos

pelos fabricantes?

( ) Sim ( )Não

6- Os custos com o processo de descarte dos pneus são significativos para o orçamento da

sua empresa?

( ) Sim ( )Não

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Essa pesquisa é tanto qualitativa como quantitativa, analisando os aspectos do

descarte dos pneus inservíveis em oficinas de automóveis e borracharias na cidade de Iporá –

GO, de forma numérica e por meio de opiniões.

A execução da entrevista foi realizada presencialmente nas empresas e, levando em

conta o atual cenário do Brasil e do mundo, por causa da crise pandêmica causada pelo

Corona vírus (COVID-19), foram adotados todos os padrões de controle, partindo das

recomendações do Conselho Nacional de Saúde, na utilização de máscaras, álcool, e sem

contato físico, mantendo um distanciamento de mais de um metro do entrevistado.

Após a análise dos dados obtidos através da aplicação das entrevistas, as informações

foram transcritas e reformuladas em forma de gráficos, com demonstrações estatísticas dos

resultados quantitativos encontrados, a fim de compor o banco de dados da pesquisa, os

resultados quantitativos serão abordados no decorrer do texto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa se direcionou a cidade de Iporá no Estado de Goiás, situada na região

oeste do estado, localizada a 227 km da capital Goiânia. Analisando as informações obtidas

nas entrevistas, entende-se o papel de cada agente dentro do processo de Logística Reversa.

Com estas informações foi possível elaborar e quantificar os gráficos, mostrando o grau de

conhecimento da logística reversa e realidade da destinação dos pneus inservíveis.

A partir do questionário foi obtida uma quantidade média total de pneus trocados por

dia, de aproximadamente 85 unidades, com base nas experiências vivenciadas pelas as

empresas entrevistadas no seu dia a dia. Entretanto, este dado não possui uma forma de

registro formal, mas ainda assim serve de base para a análise dados pesquisados. O gráfico 1

representado abaixo retrata os tipos de serviços prestados no comércio de pneus em Iporá -

GO.

Gráfico 1. Tipos de serviço prestado no comércio de Pneus

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A princípio, a pesquisa demostra o percentual de empresas que atuam na área de

vendas ou prestam serviços de troca dos pneus. A maioria das empresas realiza a troca e

venda de pneus com a margem de 64%, apenas 36% realizam especificamente a troca desses.

Não foram encontradas empresas que praticam somente a venda dos pneus. O gráfico 2

menciona a destinação que as empresas utilizam em seus pneus inservíveis.

Gráfico 2. Destinação dos pneus inservíveis que se faz pelas empresas.

Apenas 24% das empresas entrevistadas realiza a destinação para reciclagem. O

reaproveitamento trata-se do repasse dos pneus para empresas que processam integralmente

ou parcialmente para o reuso. Outros 24 % faz diferentes tipos de destinações para os resíduos

pneumáticos e 52% faz o descarte no lixão. A pesquisa apontou que nenhuma empresa

entrevistada devolve os pneus inservíveis para as empreses fabricantes, ou seja, não é

realizada a logística reversa.

Isso demostra a baixa quantidade de reaproveitamento em comparação com a

quantidade de pneus trocado ou vendidos quantificados anteriormente, se mostrando um

processo prejudicial ao meio ambiente. O gráfico 3 demonstra o conhecimento das empresas

em relação ao descarte que é de responsabilidade da empresa fabricante ou distribuidora de

pneus.

Gráfico 3. O conhecimento do serviço de descarte pela empresa fabricante.

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Apenas 27% das empresas entrevistadas tem os conhecimentos dos serviços de

retorno e descarte pelo o fabricante, porém não é colocado em prática, e 73% delas não

conhece sobre esse processo.

A Resolução CONAMA nº 258/99, fixam as metas e obriga os fabricantes e

importadores a realizar a coleta e a darem destinação final aos pneus inservíveis. Além disso,

os distribuidores, revendedores, reformadores e consumidores finais são co-responsáveis pela

coleta dos pneus usados.

De acordo com a pergunta 6, do questionário apresentado no Quadro 1, 80%

responderam que não tiveram impactos significativos com custo de logística de descarte

desses pneus, declarando que o munícipio realiza a coleta e destinam para o lixão. Apenas

20% informaram que pela a irregularidade das coletas tiveram que arcar com os custos de

transporte para o lixão. O gráfico 4 expõe a viabilidade da coleta pela parte do fabricante.

Gráfico 4. Viabilidade da coleta pelo Fabricante.

O gráfico 4, demostra que 13% afirmaram que seria viável a coleta ser feita pelo

fabricante pela comodidade deste tipo de serviço oferecido, 7% disseram que não seria viável

utilizar esse tipo de serviço e 80% não souberam informar essa possibilidade de

responsabilidade dos fornecedores.

A incumbência dos fabricantes e distribuidores não se torna presente pela a distância

do ponto mais próximo de coleta se encontrar na cidade de Montes Claros de Goiás, situada a

65,5 Km de distância do município de Iporá. O Estado de Goiás possui outros 65 pontos de

coletas espalhados, com cadastros vinculados com a RECICLANIP (Entidade Gestora do

Sistema de logística Reversa de Pneus Inservíveis).

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Por meio de convênio, a RECICLANIP se responsabiliza pelo controle da logística

de retirada dos pneus inservíveis do Ponto de Coleta e pela destinação sustentável em

empresas liberadas pelos órgãos ambientais competentes e validadas pelo IBAMA.

De acordo com a figura 2 os pontos de coleta são espaços adequados regidos pelas

Prefeituras Municipais que estocam os pneus recolhidos pelo serviço municipal de limpeza

pública ou aqueles levados diretamente por empresas automobilísticas, recapadores,

borracheiros e descartados voluntariamente pelos cidadãos. Cumprindo as normas de

segurança e higiene.

Figura 2. Pontos de coleta de Pneus. Fonte: Adaptado da RECICLANIP, 2020.

O gráfico 5 mostra o conhecimento das empresas sobre o processo de logística

reversa e sua importância no ciclo completo do produto, mesmo após o seu consumo.

Gráfico 5. Compreensão de logística reversa.

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Como ilustrado no Gráfico 5, uma pequena participação das empresas tem o

conhecimento sobre a importância da logística reversa na destinação dos pneus,

contabilizando 33% das empresas que detém o conhecimento e 67% não tem esse

conhecimento do ciclo reverso completo do produto. A importância da logística reflete na

manutenção da sustentabilidade resultando no equilíbrio do meio ambiente e da qualidade de

vida.

CONCLUSÃO

Conforme a presente pesquisa foi identificada que a maneira mais utilizada no

descarte dos pneus inservíveis é a destinação para o lixão, e que a maiorias das empresas não

usufrui da logística reversa de forma direta. Baseada nas informações obtidas na pesquisa,

conclui-se que o descarte desses pneus, quando realizada de maneira correta, traz benefícios

ao meio ambiente e sustentabilidade no processo como um todo.

Entretanto, não foram contabilizados dados da utilização real e correta da logística

reversa de responsabilidade direta dos fabricantes e distribuidores pneumáticos desde o pós-

consumo até ao descarte. Apenas, 24 % relataram que utilizam a reciclagem destinando o

material a recapadores, artesanatos, contenção de erosões, e outros, de uso não especificados.

Para utilização da logística reversa no munícipio, se faz necessário uma parceria de

incentivo por parte das autoridades da prefeitura de Iporá com a entidade RECICLANIP, para

a instalação de pontos de coletas com intuito de promover a destinação correta, diminuindo o

índice de descarte no lixão, minimizando o impacto ambiental e maximizando a qualidade de

vida e do meio ambiente local.

REFERÊNCIAS

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distribuição física. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

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de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de

12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília: DF, 2020. Disponível em:

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/vigilancia-agropecuaria/ivegetal/bebidas-

arquivos/lei-no-12-305-de-02-de-agosto-de-2010.pdf/view. Acesso em: 29 mar. 2020.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução

CONAMA nº 258, de 26 de agosto de 1999. Determina que as empresas fabricantes e as

importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final

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32

ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. Publicada no DOU no 230, de 2 de

dezembro de 1999. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=258. Acesso em: 20 mar. 2020.

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ACEITAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL PARA A CIDADE DE IPORÁ-GO

Evelyn Nubiane Rodrigues Pereira1; Amanda Carolyna Ferraz Da Cunha

1; Bianca Christofoli

Freitas Queiroz2*

1. Departamento de Engenharia da Faculdade de Iporá - FAI.

2. Coordenação do Departamento de Engenharia da Faculdade de Iporá – FAI.

* [email protected]

Resumo: Com o crescimento urbano e industrial, a construção civil vem se tornando extremamente importante

para a sociedade, aumentando assim a produção de entulhos provenientes dessas construções, tornando a área

uma das maiores produtoras de resíduos sólidos. Fato que tem gerado uma deposição inadequada desses

resíduos, isto se faz importante a implantação de uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil na

cidade de Iporá-Go, baseando se nas pesquisas realizadas, com base no questionário aplicado onde grande parte

dos profissionais se fazem colaborativos e alegam estar de acordo com a usina de resíduos para Iporá com base

nos benefícios que a mesma traria para a cidade.

Palavras-chave: Agregado; Reutilização; Descarte.

Acceptance of the implementation of a solid waste construction recycling plant

for the city of Iporá-GO

Abstract: With urban and industrial growth, civil construction has become extremely important for society, thus

increasing the production of debris from these buildings, making the area one of the largest producers of solid

waste. As a result of the inadequate deposition of these wastes, it is important to set up a construction waste

recycling plant in the city of Iporá-Go, based on the research carried out, based on the questionnaire applied by

most professionals. become collaborative and claim to be in agreement with the waste plant for Iporá based on

the benefits it would bring to the city.

Keywords: Aggregate, Reuse, Discard.

INTRODUÇÃO

Com o crescimento urbano e industrial, a construção civil vem se tornando

extremamente importante para a sociedade. Todavia com isso, tem-se gerado uma grande

produção de resíduos sólidos que causam diferentes problemas ambientais, e que necessitam

ser minimizados, afirma Tamura (2015).

A Lei n° 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduo Sólido determina

que resíduos são todos os tipos de materiais que o ser humano produz ou descarta no meio

ambiente, estando de maneira sólida ou semissólidas. Sendo estes classificados, ainda pela

mesma lei como comuns, públicos e especiais.

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Os resíduos comuns são aqueles produzidos em casas, empresas e escolas, como

plástico, papel, papelão, metal, entre outros. Já os resíduos públicos são aqueles gerados pela

cidade, como galhos de árvores, entulhos da construção civil e outros. E por último, os

resíduos especiais são aqueles que necessitam de um tratamento diferenciado, e que de certa

forma causam maiores danos ao meio ambiente e a vida humana, como é o caso dos resíduos

hospitalares e industriais, pilhas, baterias, lixo radioativo, metais pesados e remédios

vencidos.

Dentro dos resíduos comuns encontra-se os entulhos da construção civil que são

responsáveis por mais da metade dos resíduos sólidos acumulados no Brasil. Sendo assim, o

conselho nacional do meio ambiente (CONAMA) estabeleceu diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão desses resíduos da construção, objetivando a diminuição dos seus

impactos ao meio ambiente.

Dentro dessas definições, o CONAMA classifica os resíduos da construção civil em

quatro classes, sendo que cada uma delas exigem tratamentos distintos e específicos. Os

resíduos da classe A são os reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos, blocos,

telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio, solos de

terraplanagem, e etc. Os resíduos da classe B são recicláveis para outras destinações, tais

como plásticos, papel, papelão, metais, madeiras, e etc. Já os resíduos da classe C são aqueles

considerados ainda sem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para a sua

reciclagem ou recuperação, tais como os oriundos do gesso. E por último os resíduos da classe

D que são os considerados perigosos devido as substâncias que se encontram em suas

composições, como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados.

Pucci (2006), faz a caracterização do Resíduos de Construção e Demolição (RCD),

dentro das exigências estabelecidas pelo CONAMA 307/02, dividindo-os em dois subsistemas

diferentes, com tratamentos específicos. São indicados pelo autor o interno a obra, que trata

do resíduo gerado por uma tarefa específica, sua segregação, seu acondicionamento no local

da tarefa, seu transporte até o local de armazenamento da obra e armazenamento até sua

retirada. E o externo a obra, que compreende as etapas de armazenagem do resíduo para

retirada, o transporte do resíduo e sua deposição final, sendo que esse subsistema se apresenta

muito mais complexo que o primeiro, visto que as responsabilidades por cada etapa

pertencem a diferentes interlocutores.

A deposição irregular desses resíduos ocasiona muitos danos ao meio ambiente,

uma vez que são, depositados em margens de rios, lagos, lotes baldios, calçadas, à beira de

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vias e aterros sanitários, ocasionando uma série de problemas ambientais e sociais, além de

dificultar a circulação das pessoas e automóveis, e gerar também inúmeros vetores causadores

de doenças, afirma Pinto (2001).

É pontuado também por Cabral e Moreira (2011), que os resíduos sólidos da

construção civil que não dispõem de destinação adequada, atraem outros tipos de resíduo

urbano, gerando assim um ciclo vicioso com gastos públicos para a limpeza desses locais.

Para demonstrar como o acúmulo de entulho atraem outros tipos de resíduos é

possível observar no apêndice A, por fotos que foram tiradas em setores que se encontram nos

arredores da cidade da própria pesquisa, que os entulhos são descartados em calçadas, vias

abandonadas em lotes baldios e nos pastos próximos, o que comprova a irregularidade da

deposição desses resíduos, originando diversos vetores causadores de doenças e o acúmulo de

demais resíduos, pois a população quando encontra esses locais, acaba descartando resíduos

domiciliares danificando ainda mais o meio ambiente. De acordo com esse fato é iminente

constatar ainda mais a necessidade de uma destinação adequada que será capaz de influenciar

a população a executar o descarte adequado para os resíduos da construção civil, fazendo

assim com que não ocorra a junção de diferentes tipos de entulhos pela cidade e em seus

arredores.

Uma solução que tem se mostrado positiva, são as usinas de reciclagem de resíduos

da construção civil, em uma entrevista ao Jornal O Popular (2019) o Engenheiro civil e

Assessor Técnico do Crea-GO falou sobre sua visita a usina de reciclagem de entulho de

Catalão, a primeira instalada pelo poder público do estado de Goiás. Indagou também sobre

como o seu funcionamento é promissor e que o modelo desta usina servirá como modelo para

outros municípios.

Em uma pesquisa setorial realizada entre junho de 2014 e setembro de 2015 pela

Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição –

ABRECON, verificou-se que a maioria das usinas de reciclagem existente no país estão

localizadas nas cidades de grande porte, mas que cerca de 12% das usinas que foram

instaladas em cidades de pequeno porte, consideradas com menos de 100 mil habitantes

também são viáveis para implantação.

Tendo em vista esses impactos causados pelo manejo e descarte inadequado desses

resíduos, esta pesquisa objetiva a verificação da aceitação da implantação de uma usina de

reciclagem de resíduos sólidos da construção civil para a cidade de Iporá-Go, levando em

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consideração a aceitação do uso dos agregados reciclados pelos profissionais da área da

construção civil do município, e pelas empresas de transporte de resíduos.

MATERIAL E MÉTODOS

O método de pesquisa utilizado tem com base duas modalidades complementares de

pesquisa, sendo a pesquisa bibliográfica, com a qual são abordados os aspectos teóricos e

conceituais, que visa trazer um maior entendimento sobre o problema, identificando as

principais aplicações e destinações dadas para os resíduos da construção civil por meio da

usina, como é versado pelos autores Cabral e Moreira (2011); por Pinto (2001); Tamura

(2015).

E a pesquisa de campo, que se dividiu em duas vertentes, por meio de aplicação de

dois questionários distintos (Figuras 1 e 2), que buscou verificar a aceitação da usina de

reciclagem de resíduos em Iporá, município este, localizado no estado de Goiás, na

mesorregião denominada Centro-Oeste Goiano com área original de 1.026,384 Km², com

distância de 220 km da capital do estado, abrigando uma população estimada de 31.563

habitantes, conforme a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de

2018.

Figura 1. Questionário aplicado para empresas responsáveis pela coleta de entulhos na

cidade de Iporá, Goiás.

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Figura 2. Questionário aplicado para construtores da cidade de Iporá, Goiás.

Portanto, inicialmente a pesquisa foi realizada junto aos proprietários das empresas

de coleta e destinação final dos entulhos de construção civil da cidade, sendo questionados

quanto ao local onde depositavam os resíduos coletados, se forneceriam os entulhos para a

empresa de reciclagem e se acreditavam que se faz importante a implantação de uma

recicladora de resíduos sólidos da construção civil em Iporá.

Atualmente são apenas duas empresas responsáveis por cuidarem da coleta dos

entulhos da construção civil, sendo estas empresas geridas por um proprietário homem e a

outra por uma proprietária mulher. Ambos possuem mais de trinta anos de idade, e atuam

nesse ramo a cerca de oito anos, recolhendo os resíduos apenas na cidade de Iporá, onde são

fiscalizados pela secretaria do meio ambiente municipal. Destaca-se ainda que a efetuação da

coleta, se realiza por meio da oferta de caçambas aos construtores, mediante aluguel.

Posteriormente, a aplicação do outro questionário se deu com os profissionais da área

da construção (pedreiros, engenheiros e mestres de obras), visando averiguar também, a

aceitação destes, quanto ao uso dos agregados reciclados pela referida usina.

A pesquisa se deu, em sua maioria com pessoas do sexo masculino, os quais

possuem uma faixa etária estipulada entre os trinta e sessenta anos, e que atuam na área da

construção civil a mais de dez anos. A pesquisa foi realizada com três engenheiras, quatro

engenheiros, oito pedreiros e dois mestres de obras, não fazendo nenhum tipo de distinção

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entre as categorias dos profissionais, e por coincidência algumas das obras acabaram por ter o

mesmo engenheiro.

O questionário foi aplicado para os profissionais em algumas construções

previamente escolhidas, sendo que as obras selecionadas foram em sua maioria de pequeno

porte (residências ou galpões comerciais simples), localizadas em pontos da cidade que

permitissem abranger bairros distintos, visando cobrir a maior área possível de Iporá. Na

Figura 3 é possível identificar todos os bairros da cidade de Iporá, sendo destacados com

círculos aqueles selecionados para a aplicação da pesquisa.

Figura 3. Mapa dos bairros da cidade de Iporá-GO, em que: 1-Ary Valadão Ribeiro Filho; 2-

Bairro São Francisco; 3-Bairro Umuarama, 4-Bela Vista, 5-Boa Ventura; 6-Castanheira; 7-Chiquinho

Urias; 8-Conjunto Águas Claras; 9-Conjunto Rosa dos Ventos; 10-Expansão do Loteamento

Castanheira I; 11-Expansão do Loteamento Castanheira II; 12-Expansão do Loteamento Moreira; 13-

Jardim Arco Íris; 14-Jardim das Oliveiras; 15-Jardim Novo Horizonte; 16-Jardim Novo Horizonte I;

17-Jardim Novo Horizonte II; 18-Jardim Novo Horizonte III; 19-Jardim Novo Horizonte IV; 20-

Jardim Urânio; 21-Joaquim Berto; 22-Loteamento Goiás; 23-Loteamento Moreira; 24-Loteamento

Planalto; 25-Setor São Jorge; 26-Maracanã; 27-Mato Grosso; 28-Monte Alto; 29-Padre Cícero; 30-

Parque das Estrelas; 31-Parque Santana; 32-Parque União; 33-Paula e Souza; 34-Pedro Gonçalves

Filho; 35-Residencial Andorinha; 36-Residencial Brisa da Mata; 37-Santa Catarina; 38-Santo Antônio;

39-São Paulo da Cruz; 40-Setor Aeroporto; 41-Setor Aeroporto Sul; 42-Setor Ariston Gomes; 43-

Setor Cacique; 44-Setor Carajás; 45-Setor Central; 46-Setor dos Funcionários; 47-Setor dos

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Passarinhos; 48-Setor Estrela do Norte; 49-Setor Expansão Leste; 50-Setor Expansão Leste II; 51-

Setor Goiás II; 52-Setor Iporazinho; 53-Setor Itajubá; 54-Setor Leste; 55-Setor Perne; 56-Setor Pôr do

Sol; 57-Setor Santa Marta; 58-Setor São José; 59-Setor Serrinha; 60-Vau do Passarinho; 61-Vila

Brasília; 62-Vila Cascalheira; 63-Vila Ferreira; 64-Vila Ipiranga; 65-Vila Itajuba I; 66-Vila Itajuba II;

67-Vila Nova; 68-Vila Rica; 69-Vila São Vicente de Paulo; 70-Nova Iporá; 71-Loteamento Califórnia;

72-Setor São Vicente - Casa das mães; 73-Loteamento Priscila Park; 74-Residencial Jardim dos Ipês;

75-Residencial Orla. Fonte: Adaptado de QUEIROZ, 2019.

Destaca-se por fim, que todas as pessoas que participaram da pesquisa não tiveram

seus nomes ou empresas divulgadas por uma questão de manter suas identidades reservadas,

ressalvando assim suas privacidades. Todos os questionários aplicados foram entregues para

que os profissionais sozinhos respondessem, sem serem influenciados em suas respostas,

apenas quando solicitado por eles o esclarecimento de alguma dúvida referente as perguntas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Mediante aplicação da metodologia descrita, obteve-se a concepção de que as duas

empresas de coleta de entulho da cidade de Iporá, realizam o depósito dos entulhos no lixão

municipal, o qual é designado pelo órgão fiscalizador do meio ambiente, como sendo o único

local para o depósito de entulhos, pois a cidade não possui aterro sanitário (Figura 4).

Gerando impactos negativos ao meio ambiente, não havendo assim nenhum critério técnico

para a deposição desses resíduos que são misturados com os resíduos urbanos sendo

descartados sob o solo sem nenhum tratamento, gerando riscos à saúde pública e ao meio

ambiente (MENDONÇA, 2017).

Figura 4. Fotos demonstrando o descarte inadequado de entulhos da construção civil na

cidade de Iporá-GO.

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Foi mencionado também, que em certas ocasiões, mediante autorização prévia

expedida por documento assinado e aprovado pela secretaria do meio ambiente do município,

que se faça o depósito dos resíduos sólidos da construção civil, em erosões ou valas nas

propriedades rurais, a pedido dos proprietários, visando evitar o aumento destas.

Quando indagados sobre a fiscalização, ambas as empresas relataram que a secretária

do meio ambiente é a responsável por esta, e que a mesma tem exigido ainda muito cuidado

durante o transporte dos resíduos recolhidos. Uma das empresas chegou a explanar que

quando as caçambas são recolhidas, devem possuir uma capa protetora para impedir que parte

dos resíduos recolhidos acabem sendo depostos pelas ruas.

No momento em que foram questionados sobre a significativa importância da usina

para a cidade de Iporá, os proprietários das empresas além de discorrerem sobre inúmeros

benefícios para o meio ambiente, estes argumentaram ainda sobre as vantagens para a cidade,

relatando o fato da destinação adequada dos resíduos, retirar do lixão esse tipo de material,

pois o mesmo se encontra sobrecarregado. Baseando se nesses argumentos, ambos afirmaram

que forneceriam todos os entulhos recolhidos, para a usina. Este fato aponta o entusiasmo e o

quão proativos as pessoas se encontram para com a usina e o quão benéfico seria.

Um comentário adicional realizado por um dos proprietários das empresas, afirma

que para a implantação da usina se fazer viável na cidade seria necessário um apoio e

colaboração da prefeitura, pois além da questão ambiental tem se os benefícios de renda,

oferta de empregos e desenvolvimento para a cidade.

Na abordagem com profissionais, assim como com as empresas, verificou-se em

maioria resultados positivos quanto a aceitação da usina e utilização dos agregados, algo que

se faz muito importante.

Todos os profissionais questionados quanto ao descarte dos entulhos produzidos em

suas obras, apresentaram as mesmas respostas, alegando que em sua maioria alugam

caçambas. Todavia quando surge a necessidade ou a possibilidade, utilizam o entulho na

própria obra (aterros), ou descartam no lixão e até mesmo nos próprios arredores da cidade.

Diante do questionamento acima, foi apresentado duas situações de descarte, uma

mediante usina que trataria de suceder uma destinação adequada para os resíduos e a outra

descartaria esse entulho em qualquer local na natureza. Á frente disso todos os profissionais

questionados optaram por utilizar os serviços da que trataria dos resíduos corretamente, sem

causar danos ao meio ambiente.

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Todos os profissionais afirmaram que utilizariam os agregados reciclados em suas

obras, apontando notória aceitação, principalmente por saberem que de certa forma estariam

contribuindo com o meio ambiente, além reduzir o valor final da obra.

Na última pergunta realizada houve divergências de opiniões dos profissionais,

quanto a importância de uma recicladora de resíduos sólidos da construção civil para a cidade

de Iporá, que pode ser visualizada no gráfico 01 a seguir.

Gráfico 1. Importância da usina de reciclagem

A opinião contrária foi justificada por acreditar que o município de Iporá não possui

porte para receber um empreendimento desse nível. Os demais profissionais acreditam que se

faz necessária uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil na cidade, pois assim

trará inúmeros benefícios para a população e ao meio ambiente.

Diante dos resultados apresentados pode-se destacar em maioria a aceitação da usina

pelos proprietários das empresas e pelos profissionais da área da construção civil.

CONCLUSÃO

Foi possível constatar durante as entrevistas e com as fotos dos arredores da cidade

de Iporá que se encontram no apêndice A, onde é possível notar o quão acumulo de entulho a

cidade possui e como o descarte é feito de maneira incoerente e inadequada.

De acordo com as opiniões expressas pelos proprietários das empresas de coleta de

entulho de Iporá e com os profissionais da construção civil foi possível constatar que a

aceitação da usina na cidade de Iporá se faz necessária e importante pela maioria, colocando

se dispostos a fornecer tanto os entulhos coletados pela cidade quanto os produzidos nas

próprias obras, além de todos os profissionais questionadas alegarem que utilizariam do

agregado reciclado em suas obras.

Com a aplicação dessa pesquisa e seus resultados em maioria positivos é possível

concluir que a implantação de uma usina de reciclagem de entulho da construção civil em

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Iporá será importante para reduzir a deposição dos entulhos em locais inadequado, promover

a diminuição do impacto ambiental. Uma vez que a usina transformará os RCD’s em

agregado reciclado, podendo ser novamente reintroduzido na cadeia da construção civil,

substituindo as areias e britas naturais, gerando assim lucros e ofertando empregos.

REFERÊNCIAS

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Paulo. Disponível em http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/36_09102008030504.pdf.

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PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE

PIRANHAS-GO

Evyllen Teixeira Barbosa¹; Guilherme Fonseca Faria¹; Felipe de Sousa Gomes¹*

1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá – FAI.

* [email protected]

Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de determinar problemas patológicos em 4 residências de pequeno

porte no bairro Santo Antônio na cidade de Piranhas-GO, entre as quais se destacam as fissuras, manchas,

infiltrações, para analisar e relatar as possíveis patologias abordando assim, as possíveis soluções que poderiam

minimizar tais manifestações. Estas manifestações patológicas, podem ocorrer bem antes das edificações serem

entregues, podendo ter origem em qualquer etapa do processo construtivo, observando-se, assim, a necessidade

de manutenção preventiva do controle dos materiais empregados, de uma padronização e qualidade na execução

dos projetos e da qualidade dos processos de execução. Primeiro analisamos as manifestações e em seguida

relatamos sobre cada uma delas, trazendo as alternativas de prevenção e amenização do problema.

Palavras-chave: Defeitos, construção civil, execução, obras.

PATHOLOGIES IN SMALL RESIDENCES IN THE CITY OF PIRANHAS-GO

Abstract: The present work has the objective of determining pathological problems in 4 small residences in the

Santo Antônio neighborhood in the city of Piranhas-GO, among which are the cracks, stains, infiltrations, to

analyze and report possible pathologies, thus addressing the possible solutions that could minimize such

manifestations. These pathological manifestations can occur well before the buildings are delivered, and they can

originate at any stage of the construction process, thus observing the need for preventive maintenance of the

control of the materials used, a standardization and quality in the execution of the projects and quality of

execution processes. First, we analyze the manifestations and then report on each one, bringing alternatives for

the prevention and alleviation of the problem.

Keywords: Defects, civil construction, execution, works.

INTRODUÇÃO

As patologias continuam sendo um grande desafio para a construção civil, pois elas

surgem em prazos cada vez mais curtos. Diante disso, o diagnóstico precoce das anomalias irá

contribuir para uma correta recuperação da edificação e principalmente para observações mais

intensas para todas as etapas do processo produtivo, identificadas como origem do problema,

com o objetivo de evitar as patologias, diminuindo os custos de manutenção nas edificações

(DARDENGO, 2010).

O estudo de patologias é de extrema importância, pois, segundo LEAL (2013), essas

patologias são um aviso da estrutura de que houve falha na execução, ou há algum problema

de forma geral. Dentre os padrões mínimos, está relacionada a forma de utilização, o correto

uso de materiais e ferramentas de um sistema de controle de qualidade das atividades. Para o

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bom desempenho das edificações tanto o bom planejamento da manutenção quanto sua

eficiente gestão, se faz essencial. Com isso, moradores e administradores deveriam atuar em

conjunto, utilizando a boa comunicação e planejamento, tendo cuidado com o cumprimento

de prazos de procedimentos de manutenção preventiva e no processo de identificação e

solução de problemas através da execução da manutenção corretiva (OLIVEIRA, et. al,

2009).

Conforme Lichtenstein (1985), dentre as várias patologias encontradas com maior

frequência numa construção, são citadas as seguintes: fissuras, trincas e corrosão.

As fissuras podem ser definidas como aberturas que afetam a superfície do

elemento estrutural, facilitando a entrada e ação de agentes agressivos, podendo surgir após

anos de uso, dias, ou até mesmo horas, e suas causas são das mais variadas, assim como seus

diagnósticos GONÇALVES (2015). A fissuração pode ser considerada a patologia que mais

ocorre, ou pelo menos a que chama mais atenção dos proprietários (SOUZA e RIPPER,

1998).

As trincas podem começar a surgir de forma congênita, logo no projeto

arquitetônico da construção. Os profissionais ligados ao assunto devem se conscientizar de

que muito pode ser feito para minimizar-se o problema, pelo simples fato de reconhecer-se

que as movimentações dos materiais e componentes das edificações civis são inevitáveis

(THOMAZ, 1989). A NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento (ABNT,

2014), define fissuras como agressivas quando a abertura na superfície do concreto atinge os

seguintes valores: 0,2 mm para peças expostas em meio agressivo muito forte (industrial e

respingos de maré); 0,3 mm para peças expostas a meio agressivo moderado e forte (urbano,

marinho e industrial); 0,4 mm para peças expostas em meio agressivo fraco (rural e

submerso).

Corrosão de armaduras são o tipo de patologia muito comum na Construção Civil,

que correspondem às trincas no concreto devido à corrosão de sua armadura, e deve ser

tratada de maneira adequada, com o intuito de bloquear o processo e não permitir o

agravamento da situação, algo que não acontece muito na prática, em obras em que não se

procura identificar e corrigir as causas do problema (MARCELLI 2007). Como principais

causas dessa patologia, HELENE (1992) cita: Má execução das peças estruturais; Utilização

de concreto com resistência inadequada; Presença de cloretos. CASCUDO (2005) institui que

a corrosão das armaduras é um processo de deterioração da fase metálica, provocando perda

de seção das barras de aço com a formação de produtos de corrosão expansivos, geralmente

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no entorno das armaduras, que vão acumulando e gerando tensões responsáveis por fissuras

no concreto, deixando a armadura cada vez mais exposta à ação de agentes agressores.

Em fundações: Pode-se citar que a ausência ou insuficiência de investigações

geotécnicas adequadas, interpretação equivocada de dados coletados por meio de ensaios,

avaliação incorreta de valores de esforços atuantes na estrutura, tensão admissível do solo

inadequada, má execução por imperícia e falta de treinamento da mão de obra figuram entre

as principais causas de patologias em fundações (DO CARMO, 2003).

Ainda conforme Do Carmo (2003), com a ação das causas anteriormente citadas,

podem-se manifestar três danos: Danos na arquitetura comprometem a estética da edificação,

com o aparecimento de trincas, por exemplo; Danos funcionais comprometem diretamente o

desempenho e funcionalidade da edificação, necessitando reforços e reparos para conter o

avanço da patologia; Danos estruturais afetam a vida útil, durabilidade e desempenho,

comprometendo os elementos estruturais da edificação e implicam na instabilidade da

edificação, podendo levá-la ao colapso.

Em revestimentos: Diversos fatores são responsáveis pelo aparecimento de

patologias em revestimentos. Dentre eles pode-se citar a má proporção do traço, falta de

técnica e cuidados na execução, assim como tipo e qualidade dos materiais utilizados na

argamassa. Vale ressaltar que fissuras podem estar relacionadas a mais de um desses fatores,

havendo junção de efeitos no surgimento das patologias. Como patologias em revestimentos

decorrentes dessas causas, pode-se citar fissuras localizadas, espessura do revestimento fora

do padrão adequado previsto nas normas NBR 7200/1998 e NBR 13749/2013, e

descolamento de partes do revestimento (DO CARMO, 2003).

Nas impermeabilizações: Do Carmo (2003) diz que patologias em

impermeabilizações podem ser de diversos tipos, destacando-se a corrosão de componentes de

aço da edificação, degradação de elementos de gesso e forros, elementos de argamassa

desagregados devido a perda da característica aglomerante do cimento e eflorescências

causadas por gotas provenientes de acúmulos de água, crescimento de vegetação e formação

de vesículas.

Nas alvenarias: Dentre os tipos de manifestações patológicas em alvenarias, pode-se

citar a eflorescência, caracterizada por uma alteração na aparência do elemento, causada por

depósito de metais alcalinos na superfície do mesmo. Essa eflorescência, apesar da

possibilidade de ser agressiva, causando desagregação profunda, é facilmente identificada e

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possui diagnóstico considerado simples, não comprometendo a estrutura do elemento

estrutural (CORRÊA, 2010).

No entanto, este trabalho tem o objetivo de determinar problemas patológicos mais

comuns em residências de pequeno porte na cidade de Piranhas-GO, analisando as principais

patologias presentes em residências de pequeno porte no Residencial Marques situado no

bairro Santo Antônio, para relatar os tipos de patologias existentes nas residências e propor

possíveis soluções para as anomalias encontradas.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em Piranhas-GO, no Residencial Marques situado no bairro

Santo Antônio (Figura 1), cidade localizada no oeste goiano com distância aproximada de 310

km de Goiânia e a 510 km de Brasília.

Figura 1. Residencial Marques, situado no bairro Santo Antônio em Piranhas-GO. Fonte: Google

Maps (2020), adaptado pelos autores.

Sendo o objetivo principal deste trabalho identificar patologias em residências de

pequeno porte (MCMV), situadas no bairro Santo Antônio, foi realizado um estudo de caso

onde foi possível a observação de quais problemas patológicos são mais visíveis nos lugares

estudados.

Portanto, a partir de pesquisas bibliográficas para melhor compreensão do assunto,

foram feitas visitas em 4 residências, fotografando e analisando as patologias para determinar

as possíveis soluções.

Os dados foram coletados a partir de entrevistas com os moradores. Para tanto, foi

elaborado um questionário contendo perguntas referentes aos moradores: Você detectou

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algum tipo de problema? Qual? Há quanto tempo? Fez algum reparo? Sim, Não, Qual?

Solucionou? Em quanto tempo voltou? Quando vai realizar reformas ou ampliações, vai

contratar um engenheiro ou arquiteto? Constando os principais pontos a serem analisados

sendo fotografados os locais onde observaram-se problemas, onde foi feito assim, uma

anamnese a respeito das patologias no local.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com as visitas realizadas para o presente estudo, obtiveram-se os seguintes

resultados descritos a seguir.

Condições encontradas

Patologias no imóvel 1

Na primeira casa onde visitamos foi na Rua Hermínio Barbosa, S.N, onde moram 2

pessoas. A residência foi construída há 2 anos e 4 meses, e eles residem no local há 1 ano e 4

meses.

Foram encontradas algumas irregularidades. Uma delas, como mostra a figura 2, é

uma mancha de mofo encontrada na parede da sala, que segundo os moradores estão com esse

problema há 1 ano e não fizeram nenhum reparo.

Figura 2. Exemplo de patologia encontrada nas residências: mancha provocada por umidade em uma

das residências.

A ocorrência poderia ser por falta de impermeabilização (má execução), ou por

impermeabilização ineficaz (material de baixa qualidade). A saturação de água nos materiais

sujeitos à umidade tem como consequência o aparecimento de manchas características e

posterior deterioração.

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Conforme Verçoza (1991), a umidade age como meio para que grande parte das

patologias ocorra em edificações. Ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências,

ferrugens, mofo, bolores, manchas, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes

estruturais. Têm-se as seguintes origens para umidades que ocorrem nas construções, trazidas

durante a construção; trazidas por capilaridade; trazidas por chuva; resultantes de vazamentos

em redes hidráulicas; condensação, que vem a causar problemas como: dano em

equipamentos e bens presente no interior da edificação, prejuízo no caráter funcional da

edificação, o desconforto dos usuários podendo atingir a saúde dos mesmos devido a

proliferação de fungos e ainda prejuízos financeiros.

De acordo com a figura 3, também podem surgir fissuras devido a umidade, onde

Medeiros e Franco (1999) classificam as fissuras como internas que são provocadas pela ação

de variação térmica e umidade, provocando movimentações de contração e expansão que

dependem das propriedades do material, e as externas, causadas por cargas transmitidas pelos

elementos estruturais e movimentos diferenciais entre os elementos de concreto armado e as

paredes.

Figura 3. Mancha de umidade e fissura.

As fissuras são bem finas e estão visíveis há 11 meses e também não solucionaram.

Solução: Refazer o revestimento seguindo as etapas corretas e respeitando os prazos

estabelecidos pelas normas, utilizando impermeabilização flexível, pois ao contrário da rígida

pode acompanhar os movimentos de dilatação ou retração devido às mudanças de

temperaturas e usar tintas emborrachadas, sela-trincas etc.

Conforme a figura 4, percebe-se o estufamento e descascamento na pintura que é

causado por falta de aderência do produto aplicado devido à presença de pó (tinta antiga

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pulverulenta) sobre a superfície, falta de diluição da tinta, uso de fundos ou massas de baixa

qualidade.

Figura 4. Mofo, empolamento e descascamento da pintura.

Paredes mofadas precisam ser cuidadosamente limpas, o que envolve a escovação da

superfície, seguida por banho com uma solução de água potável e sanitária, deixando agir por

30 minutos. Depois, é preciso enxaguar a região com água potável, aguardar a secagem

completa para, então, iniciar a pintura.

Solução: Para corrigir o descascamento, é recomendado raspar ou escovar a

superfície até a remoção total das partes soltas ou mal aderidas. Em seguida, aplique uma

demão de Suvinil Fundo Preparador de Paredes - Base Água e aplique o acabamento.

Conforme a figura 5 uma pequena rachadura na laje ou problema de deslocamento na

telha pode causar infiltração de água e, pouco a pouco, corroer o material do revestimento ou

do forro causando um mal maior.

Figura 5. Mofo e goteira no teto do banheiro.

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Antes de obter uma solução é preciso: encontrar a fonte da água. Isso é fundamental,

pois qualquer reparo no próprio teto será inútil se a água voltar a danificar o teto novamente;

Identificar a fonte da umidade. Um telhado com vazamento pode ser causado por fortes

tempestades de vento soprando telhas do telhado.

Se o banheiro não for adequadamente impermeabilizado com calafetar ou selante,

isso pode ser uma das principais causas de danos à água do teto e ignorar um vazamento no

teto, além de aumentar o mofo, pode enfraquecer os materiais o suficiente para que o teto

desmorone.

A presença do mofo não apenas aumenta o risco de danos, mas também, o risco de

efeitos negativos à saúde causados pela exposição ao mofo, comprometendo a sua saúde e de

sua família.

Solução: é aconselhável usar isolantes impermeabilizantes que são aplicados durante

a fabricação dos tetos. Estes produtos ajudam a impermeabilização, embora talvez a medida

mais eficaz seja a colocação de placas anti-umidade no forro que, ao contrário de outros

produtos, resistem mais a tempo e evitam assim a fixação da umidade no teto.

Os residentes desse imóvel pretendem fazer uma ampliação com uma área no fundo e

fazer o contrapiso no quintal e não irão contratar um profissional adequado para isso. Isso

colocará em risco a estrutura.

Patologias no imóvel 2

A segunda casa construída há 9 anos, é situada na Rua Idalina Augusta de Faria, S.N,

onde moram há 8 anos no local com 2 pessoas. A ausência de preparação da superfície ou sua

realização de maneira insuficiente fará com que a pintura apresente pulverulência,

contaminações, sujeiras, bolor, materiais soltos e substrato poroso. Na figura 6, as manchas de

bolor e fissuras são claramente mostradas, que foram ocorridas possivelmente devido as

chuvas e as movimentações térmicas.

Figura 6. Mofo e fissuras na parede externa.

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As fissuras se dão devido às movimentações da estrutura decorrentes de variação

climática, recalques de fundações, ou qualquer outro fenômeno a que a construção seja

submetida. Quando isso acontece, as fissuras passam a ser porta de entrada para a infiltração e

percolação de água.

Solução: caso a fissura não apresente movimentação considerável, que é o caso da

maioria das fissuras observadas, sua recuperação pode ser feita usando o próprio sistema de

pintura da parede. Segundo Thomaz (1989), pode-se recuperar esse tipo de fissura aplicando

um selante flexível, como poliuretano ou silicone, em um sulco aberto na região da trinca.

Podendo ser feito da seguinte forma: abrindo com espátulas, passando o selatrinca, material

de silicone borrachoso, massa forte e massa corrida.

Já na figura 7, observa-se as manchas brancas que são chamadas eflorescência, que

ocorrem quando a tinta é aplicada sobre o reboco não curado ou em superfícies com presença

de umidade ou devido à sais provenientes dos materiais de construção.

Figura 7. Eflorescência na parede externa

Solução: Para corrigir a eflorescência, deve-se aguardar a secagem da superfície,

eliminar eventuais infiltrações, aplicar uma demão fundo preparador de paredes a base d’água

e aplicar acabamento. Uma maneira simples de fazer isso também, é usar ácidos (como o

sulfâmico e o acético) para remover as manchas. É preciso consultar a quantidade e a forma

de utilização com o fabricante do produto para não corroer e manchar ainda mais as

superfícies. Lavar o local com bastante água após o processo é fundamental para que o

resultado saia conforme o planejado.

Na figura 8, mostra uma fissura presente por 4 anos depois que os moradores

residem, que vai do teto até a parede ocasionada pela dilatação da temperatura, podendo ter a

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mesma solução dos mofos e fissuras anteriores, como retirar a pintura e refazer usando

impermeabilizante para evitar a infiltração nesse local.

Figura 8. Demonstração de patologia encontrada em uma das residências: fissura, indicada pelas setas

vermelhas.

Conforme observamos na figura 9, a infiltração, que está permanente desde a

mudança dos moradores para o imóvel. Devido à chuva, aparecem goteiras que provocam

esse problema com a umidade, pois a água circula até encontrar uma abertura.

Figura 9. Infiltração no teto de PVC.

Solução: cobrir todo o telhado com uma manta asfáltica para telhado. Para isso, a

preferência é para as mantas aluminizadas resistente à água. Recomenda-se também, o uso de

isolantes térmicos para lajes e telhados e, em locais suscetíveis à corrosão. Desta forma, o

ambiente irá ganhar resistência e impedir a formação de água.

Não fizeram manutenção para solucionar as anomalias. A moradora dessa casa

pretende fazer uma área no fundo, uma edícula e pintar novamente a casa. Segundo ela, não

vai contratar um engenheiro.

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Patologias no imóvel 3

Essa residência foi construída há 5 anos, é situada na Rua José Apolinário dos

Santos, S.N, residem 8 pessoas no local há 3 anos. Foram encontradas apenas fissuras, como

mostra a imagem da figura 10A na parede e na figura 10B no requadro da janela, onde estão

presentes desde quando mudaram para o local.

Figura 10. A. Fissura na parede; B. Fissura no requadro da janela.

Solução: Da mesma maneira que foi falado anteriormente, o ideal seria abrir com

espátulas, passando o selatrinca, material de silicone borrachoso, massa forte e massa corrida.

E no caso da janela, o problema possivelmente surgiu devido não ter utilizado verga e

contraverga.

Os moradores pretendem construir uma área no fundo e acrescentar um cómodo,

segundo a responsável pelo imóvel não irão contratar um profissional para a construção.

Patologias no móvel 4

Esse último imóvel que visitamos, é situado na Rua Hermínio Barbosa, S.N, são

moradores nesta casa há 5 anos, ou seja, desde o fim da construção.

A absorção de umidade por materiais porosos se dá por capilaridade (THOMAZ

1998). Ao absorverem umidade, as paredes podem se movimentar em sentido contrário ao das

lajes ou outros elementos de concreto a que estejam ligadas, gerando fissuras (DUARTE,

1998).

Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de

temperatura, sazonais ou diárias que repercutem em variações dimensionais dos materiais de

construção (dilatação ou contração) (THOMAZ, 1889). Conforme Duarte (1998) paredes de

A B

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fachada e lajes de cobertura aquecem-se durante o dia e se resfriam durante a noite, com

consequentes movimentos de dilatação e contração.

Diante disso, a figura 11 mostra novamente os problemas que a umidade gera,

podendo causar fissuras, mofo e manchas escuras principalmente nas paredes externas que

tem mais contato com o sol e a chuva.

Figura 11. Mofo e fissuras na parede externa (A); Infiltração (B).

Esses problemas estão presentes há 4 anos e não fizeram nenhum reparo. Pretendem

construir uma área no fundo e garagem, porém não irão contratar um engenheiro.

Algumas obras de pequeno porte não possuem engenheiros responsáveis pela parte

de execução, deixando todo o trabalho que seria executado pelo engenheiro para outras

pessoas que não possuem a qualificação de um engenheiro o que pode causar alguns

problemas no decorrer da obra (SIMÃO, 2016).

O monitoramento da execução de uma obra deve ser feito por um profissional

habilitado para averiguar se todos os procedimentos e técnicas estão sendo realizadas

corretamente, porém não é raro encontrar construções que não tenham a supervisão necessária

causando assim erros que poderiam ser evitados e até mesmo acidentes, pois o canteiro de

obras oferece grande perigo caso as normas de segurança não sejam seguidas (LOPES, 2019).

De acordo com os problemas patológicos encontrados, obteve-se o seguinte resultado

(Tabela 1):

A B

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Tabela 1. Principais patologias encontradas nos imóveis. Principais patologias encontradas Imóvel 01 Imóvel 02 Imóvel 03 Imóvel 04

Mancha de umidade X

Mofo X X X

Empolamento e descascamento de tinta X

Fissura X X X X

Eflorescência X

Goteira X

Infiltração X X

A fissura foi a patologia que mais apareceu nos imóveis e logo após o mofo (Tabela

1), mostrando que são as mais comuns e as que precisam de uma melhor atenção, pois pode-

se evita-las logo no início da construção usando impermeabilizantes e tomando cuidado desde

a parte da compra de materiais até a parte de execução da alvenaria, reboco e pintura.

CONCLUSÃO

De acordo com os dados coletados e analisados, as residências de pequeno porte no

Residencial Marques situado no bairro Santo Antônio na cidade de Piranhas-GO, mostram

uma deficiência quanto à manutenção das edificações causando problemas que dão origem às

patologias.

As manifestações patológicas que foram descritas nesse trabalho – fissuras, manchas,

infiltrações e eflorescências, tem origem na falha de execução do serviço, ocorrendo desde a

escolha dos materiais a serem utilizados de forma incorreta.

Evidentemente, se as medidas de prevenção tivessem sido tomadas durante a fase de

construção, como por exemplo, a correta impermeabilização para evitar manchas causadas

pela umidade, o uso correto dos elementos como a verga e contra verga para evitar fissuras,

essas manifestações patológicas poderiam ser minimizadas ou nem chegariam a ocorrer,

eliminando assim, os possíveis danos causados nas edificações residenciais.

Pode-se concluir então, que nenhum dos moradores entrevistados irão contatar um

Engenheiro para ampliações, podendo assim, ter mais problemas futuros. Portanto, não é

preciso só uma conscientização do profissional, mas também dos moradores de que é

necessário à realização de manutenções nos empreendimentos. Destaca-se então, a

importância de um profissional habilitado para executar obras, acompanhando desde o início

até o fim, verificando se as etapas de construção estão sendo seguidas corretamente, a fim de

evitar maiores problemas para ter qualidade e vida útil das edificações.

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ANÁLISE DA OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE RISCOS DE INUNDAÇÕES EM UMA

SEÇÃO DO RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO, NA CIDADE DE IPORÁ – GO

Gleydston Goulart da Silva1; Jessicca Beatriz Martins dos Santos

1; Gabriel Henrique Santos

Toledo1; Guilherme Rodrigues Milhomem

1; Jefferson Eduardo Silveira Miranda

2,3

1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá - FAI.

2. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Goiás, Iporá-Goiás.

* [email protected]

Resumo: O crescimento urbano impermeabiliza a superfície terrestre e, com isso, aumenta as chances de

inundação. Assim, é preciso estudar as áreas propensas a ocorrências de inundações e avaliar o risco dessas

áreas. Com isso, o presente estudo teve como objetivo analisar áreas de risco de inundação em uma seção do

Ribeirão Santo Antônio, em que a cidade de Iporá (GO) está avançando. Foi feita uma análise de risco de

inundação conforme as indicações do Ministério das Cidades, analisando ocupação e relevo das áreas. Notou-se

que a área apresenta risco de inundação baixo e médio para a área de estudo. Desse modo é preciso que a

população e os gestores municipais se atentem ao planejamento urbano da região para evitar danos futuros à

população.

Palavras-chave: Sociedade; Cerrado; Precipitações.

ANALYSIS OF OCCUPATION OF FLOOD RISK AREAS IN A SECTION OF

RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO, IN THE CITY OF IPORÁ – GO

Abstract: Urban growth makes the earth's surface impermeable and, as a result, increases the chances of

flooding. Thus, it is necessary to study the areas prone to occurrences of floods and to assess the risk of these

areas. Thus, the present study aimed to analyze areas at risk of flooding in a section of Ribeirão Santo Antônio,

in which the city of Iporá (GO) is advancing. A flood risk analysis was carried out as indicated by the Ministry

of Cities, analyzing the occupation and relief of the areas. It was noted that the area presents low and medium

flood risk for the study area. Thus, it is necessary that the population and municipal managers pay attention to

urban planning in the region to avoid future damage to the population.

Keywords: Society; Cerrado; Precipitation.

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento urbano passou a criar padrões de concentração urbana que

acarreta diversos problemas, dentre eles o problema de inundação (TUCCI, 2008). Os corpos

d’água geralmente possuem dois leitos, um menor, em que a água escoa normalmente, e um

maior, que pode ser inundado e ofecer risco às pessoas que ali habitam, configurando assim

como áreas de risco de inundação (TUCCI, 2003).

Geralmente esses processos de inundações são resultados da impermeabilização do

solo com precipitação intensa, em que a quantidade de água nos canias de drenagem

ultrapassam a capacidade de suporte da estrutura (TUCCI, 2003). No entanto, há diversos

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atores e processo na heterogeneidade urbana que resulta em diversas conexões sobre as áreas

de risco de inundação, por isso essa é uma questão que deve ser tratada por diversas áreas, tal

como planejamento urbano, saúde pública e outros (SPINK, 2014).

O Brasil sofre um grande processo de urbanização em que rios se transformam em

canalizações e cedem espaços para vias de tráfego veicular, ocasionando problemas em

períodos de chuvas intensas (CHRISTOFIDIS et al., 2019). Esses autores apontam que esse

processo de impermeabilização do solo influencia no escoamento e, por consequência, no

transbordamento dos rios, oferecendo risco à população.

As inundações caracterizam-se por eventos de alta frequência, pouca relação com

óbitos, mas altamente relacionadas com danos em infraestruturas, habitações, condições de

vida da sociedade de baixa renda (FREITAS; XIMENES, 2012). Desse modo, o conflito entre

urbanização, desenvolvimento e meio ambiente cresce com o aumento de riscos

(MARANDOLA JR. et al., 2013).

Estudos que estimem o fluxo de água durante inundações, ou mesmo que delimitem

as áreas sucetíveis/vulneráveis, servem como ferramentas de políticas públicas para mitigar

tais efeitos (ZHANG et al., 2020). Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar

áreas de risco em uma seção do Ribeirão Santo Antônio, em que a cidade de Iporá (GO) está

avançando. O intuito é contribuir para o planejamento do município.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

Esse trabalho foi realizado em uma seção de 5,36 km do Ribeirão Santo Antônio, no

município de Iporá, Goiás (Figura 1). A bacia hidrográfica do Ribeirão Santo Antônio é

definida como de 5ª ordem, tem 652,28 km² de área de drenagem, 168,68 km de perímetro,

com 29,39% da sua área considerada plana (declividade entre 0% e 3%) e apresenta

suscetibilidade a enchentes em condições normais de precipitação (BATISTA et al., 2017).

Além disso, a área de estudo foi escolhida por se tratar de um local próximo ao curso d’água

onde há um forte crescimento demográfico, conforme o que foi tratado no estudo de Gomes,

Mendonça e Miranda (2019).

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Figura 1. Representação da área de estudo, uma seção do Ribeirão Santo Antônio, na cidade

de Iporá, Goiás. Fonte da imagem: Google Earth, editado pelos autores.

Coleta de dados

Para a coleta dos dados foi analisado um raio de 500 m ao longo e perpendicular ao

curso d’água. Além disso, a seção de estudo foi divida em dez subáreas para análise do risco

de inundação. Cada subárea foi analisada separadamente. As variáveis foram analisadas com

auxilio da ferramenta Google Earth.

Para elevação e inclinação do terreno em cada subárea utilizou-se a ferramenta

―Mostrar perfil de elevação‖ do Google Earth Pro (Figura 2). Essa ferramenta fornece o perfil

de elevação de uma linha e por isso foi utilizada em cada linha que dividia as subáreas.

Assim, foi possível encontrar a elevação inicial e final de cada subárea. O Google Earth

difundiu-se bastante na atualiade e atualmente é amplamente utilizada em pesquisas,

principalmente pela definição espacial e características de tonalidade das imagens, que

possibilita a avaliação de feições do relevo (LIMA, 2012).

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Figura 2. Demonstração da ferramenta ―Mostrar perfil de elevação‖ do Google Earth Pro,

que foi utilizada para coleta das variáveis elevação e declividade. Linha laranjada: área de estudo;

Linha vermelha: divisão das seções; Linha azul: corpo d’água; Seta vermelha: demonstração do

método de perfil de elevação.

Após esta etapa e tendo informações de declividade e uso e ocupação, empregou-se o

modelo de análise de risco utilizado pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2007). Primeiro

se analisa o potencial destrutivo dos processos hidrológicos ocorrentes, que é chamado ―C‖ e

permite classificar a área em uma das três classes: enchente e inundação branda de planície

fluviais; enchente e inundação com elevada energia cinética; ou enchente e inundação com

elevada potência de escoamento e competência de transporte de material sólido. Depois se faz

anáise da vulnerabilidade da ocupação urbana, chamada de ―V‖. Nessa etapa, as áreas podem

ser classificadas em uma das seguintes categorias: elevada vulnerabilidade de acidentes; ou

baixa vulnerabilidade de acidentes. Por fim, analisa a distância das moradias ao eixo da

drenagem, chamado de ―P‖, que permite classificar as áreas em elevada ou baixa

periculosidade (Quadro 1).

Ao final da etapa de análise faz-se o confronto dos dados em matriz. Primeiro cria-se

uma matriz (matriz CV) em que os dados de ―C‖ e ―V‖ para cada área são confrontados e

relacionados para obeter o resultado da relação entre cenário de risco e vulnerabilidade

(Quadro 2). Depois os dados da matriz ―CV‖ são confrontados com os dados de ―P‖ (Matriz

CVxP), e assim chega-se ao resultado final. Esse confronto de dados e ordem de análise

obedeceu aos critérios do Ministério das Cidades (2007) e permitiu chegar a estimativa final

do risco de inundação para cada subárea da seção de estudo, que indica risco baixo, médio ou

alto de inundação (Quadro 3).

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Quadro 1. Descrição e explicação das variáveis e das classes de cada variável analisada,

conforme indica o método de Brasil (2007).

C - Cenários de risco e potencial destrutivo dos processos hidrológicos ocorrentes

a) Método hidrológico 1: enchente e inundação branda de planícies fluviais - C1;

b) Método hidrológico 2: enchente e inundação com elevada energia cinética - C2;

c) Método hidrológico 3: enchente e inundação com elevada potência de escoamento e

competência de transporte de material sólido - C3.

V - Vulnerabilidade da ocupação urbana

a) Elevada vulnerabilidade de acidentes (V1): baixo modelo construtivo onde distinguir-se

moradias construídas com madeira, Madeirit e destroços de material com baixa

capacidade de resistir ao impacto de processos hidrológicos;

b) Baixa vulnerabilidade de acidentes (V2): médio a bom padrão construtivo onde

predominam moradias construídas em alvenaria com boa capacidade de resistir ao impacto

de processos hidrológicos.

P - Distância das moradias ao eixo da drenagem

a) Elevada periculosidade (P1): alta possibilidade de impacto direto considerando o raio

de alcance do processo;

b) Baixa periculosidade (P2): baixa possibilidade de impacto direto considerando o raio de

alcance do processo.

Quadro 2. Matriz de confronto dos dados ―C‖ e ―V‖ para análise do risco de inundação. A

matriz resulta nos seguintes possíveis resultados (de cinza no quadro): B – Baixo; M – Médio; A-

Alto; MA – Muito alto. Adaptado de Brasil (2007).

Matriz “CV” Classes de ―C‖

C1 C2 C3

Classes de ―V‖ V1 M A MA

V2 B M A

Quadro 3. Matriz de confronto dos dados entre a variável ―P‖ com os resultados da matriz

―CV‖ para análise final do risco de inundação da área de estudo. A matriz resulta nos seguintes

possíveis resultados (de cinza no quadro): B – Baixo; M – Médio; A- Alto; MA – Muito alto.

Adaptado de Brasil (2007).

Matriz “CVxP” Classes de ―P‖

P1 P2

Resultados da

interação na

Matriz ―CV‖

C1xV1 M B

C1xV2 B B

C2xV1 A M

C2xV2 M B

C3xV1 MA A

C3xV2 A M

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com as informações obtidas, foi notado que na região de estudo algumas

variáveis interferem diretamente no grau de risco de cada ponto estudado, estas variáveis são:

naturais (relevo, inclinação) e padrão urbano da área (proximidade das construções em relação

ao rio). O risco tende a ser maior conforme aumenta a quantidade de residências nas subáreas

(Figura 4).

Figura 3. Representação da seção de estudo do Ribeirão Santo Antônio, Iporá (GO), e das

subáreas com maior risco de inundação.

Nota-se que a área de estudo apresenta riscos de inundações em níveis médio e

baixo, nenhuma das subáreas apresentou risco alto de inundação. Conforme Brasil (2007),

cenários de risco médio podem apresentar enchentes e inundações com alta energia cinética e

alto poder destrutivo, atingindo moradias de bom padrão construtivo, situadas em área com

alta possibilidade de impacto direto do processo; já os cenários de risco baixo apresentam

enchentes e inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo, que podem atingir

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moradias de bom padrão construtivo, mas situadas em área com baixa possibilidade de

impacto direto.

De modo geral, as áreas apresentaram risco baixo à inundação, pois há pouca

ocupação próxima ao rio e bastante área verde, seja por agropecuária ou vegetação natural.

No entanto, atividades agropastoris podem aumentar o escoamento superficial, por conta do

desmatamento e pisoteio do gado que compacta o solo, e contribuir com os processos de

inundações (AMORIM et al., 2017). Assim, essas áreas podem contribuir para aumentar a

vazão de pico do ribeirão e provocar inundações nas áreas à jusante.

Esse processo de escoamento poderá ocasionar prejuízos econômicos e transtornos

para as pessoas que vivem ou trabalham na região, principalmente se não houver

planejamento adequado para a ocupação. Isso é algo preocupante, tendo em vista que nas

áreas mais baixas (como as áreas 6 e 7) há pequenas empresas e uma Instituição de Ensino

Superior.

As subáreas que apresentaram risco médio são aquelas em que as ocupações se

encontram relativamente próximas às margens do ribeirão. Como demonstrado por Cunha et

al. (2017), a falta de planejamento urbano, com destruição da mata ciliar, pode ocasionar

inundações e expor a população a riscos. O mesmo pode acontecer com as ocupações

próximas ao ribeirão Santo Antônio, caso não haja planejamento adequado. Assim,

futuramente essas áreas que hoje apresentam risco médio, poderão apresentar risco alto de

inundação.

É preciso investir em políticas e práticas na gestão de risco de inundação, tendo em

vista que não são eventos inesperados, para assim haver o manejo adequado das águas

urbanas (CHRISTOFIDIS et al., 2019). Nesse sentido, a presente área de estudo revela um

cenário favorável para minimizar enchentes e inundações, tendo em vista que ainda se

encontra parcialmente ocupada e há tempo para se pensar a ocupação de novas áreas e

planejar melhor os novos loteamentos.

Analisar o uso do solo e planejar a ocupação do mesmo vinculando projetos de

gerenciamento de eventos hídricos extremos permite conciliar melhor atividades econômicas

e infraestrutura regional (FABBRO-NETO; GOMEZ-MARTIN, 2021). É por isso que se

deve pensar no planejamento das áreas que ainda não foram ocupadas.

Também é necessário trabalhar com planos de mitigação com base em coleta de

dados imediatamente após eventos de inundação, pois possibilita encontrar resultados mais

exatos do impacto desses eventos (RIBEIRO et al., 2020). Assim, trabalhos como esse

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poderão dar base para a busca e identificação dessas áreas que devam ser atendidas após

fortes eventos de precipitação.

CONCLUSÃO

A seção estudada apresenta baixo risco a inundações, não obstante, já se identifica

potencial em algumas áreas. As áreas com maior ocupação tendem a oferecer maior risco,

bem como aquelas em que há mais construções próximas ao corpo d’água.

Com o presente estudo observou-se que o crescimento da cidade poderá provocar

aglomerações entorno do Ribeirão Santo Antônio e provocar desastres sociais por meio de

inundações. Assim, quanto mais aumenta a concentração de moradias próximas ao corpo

d’água, maior será o risco de inundação.

Mesmo que a áera de estudo apresente baixo risco de inundação, é preciso que o

poder público e a população fiquem atentos, pois conforme a malha urbana se desenvolve a

ocupação nas proximidades do Ribeirão Santo Antônio poderá aumentar. Assim, sugere-se

atenção aos planos de gestão urbana e melhoria do plano diretor para mitigar futuros

problemas à população iporaense.

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