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ISSN 2763-6631
EDITORES-CHEFE
Prof. Dr. Raimundo Fonseca, FAI, Brasil
Prof. Me. Jefferson Eduardo Silveira Miranda, UESC, Brasil
EDITORA CONVIDADA
Prof. Ma. Bianca Christofoli Freitas Queiroz, FAI, Brasil
CONSELHO EDITORIAL
Dr. Isaac de Matos Ponciano, FAI, Brasil
Dr. Daniel Blamires, UEG, Brasil
Dra. Thaiomara Alves Silva, FAI, Brasil
Me. Mycke Richard Guntijo, UNL, Portugal
Ma. Rosenilda Maria de Moraes Silva, FAI, Brasil
CONSELHO CIENTÍFICO
O conselho científico é composto por diversos pesquisadores com mestrado e doutorado, com
produção ativa nos últimos cincos anos, que fazem as revisões às cegas dos trabalhos
enviados à Revista Inovação & Sociedade, da Faculdade de Iporá.
EDITORA E REVISORA DE TEXTO
Beatriz Souza Martins
CAPA
Foto de Felipe de Sousa Gomes – Obra em Iporá, Goiás.
Aponte a câmera do celular aqui para ir para a página da revista.
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Sumário Pág.
Editorial 03 - 04
As múltiplas perspectivas da atuação da Engenharia no oeste goiano
- Instalação de sistema fotovoltaico na Faculdade de Iporá - FAI 05 – 12
- Estudo comparativo da viabilidade entre casas de alvenaria com blocos
cerâmicos e casas com paredes de concreto moldada in loco em Iporá-GO 13 – 21
- Aplicabilidade da logística reversa em pneus inservíveis na cidade de Iporá-
GO 22 – 32
- Aceitação de uma usina de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil
para a cidade de Iporá-GO 33 – 42
- Patologias em residências de pequeno porte na cidade de Piranhas-GO 43 – 57
- Análise da ocupação de áreas de riscos de inundações em uma seção do
Ribeirão Santo Antônio, na cidade de Iporá – GO 58 – 66
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EDITORIAL: UMA PERSPECTIVA SOBRE A PLURALIDADE DA ENGENHARIA
Bianca Christofoli Freitas Queiroz1*
1. Coordenação do Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá - FAI.
Engenharia é a ciência, a arte e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos
matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de
utilidades, que realizem uma determinada função ou objetivo. É o estudo e a aplicação do
conhecimento econômico, científico, social e prático no que diz respeito a tecnologia.
A Engenharia é a aplicação de métodos do conhecimento científico e tecnológicos
destinados à utilização de recursos materiais e naturais para o benefício do ser humano. Sendo
a área do conhecimento que aborda os conceitos de projeção, desenvolvimento, construção,
análise e manutenção de alternativas que auxiliem e facilite a vida da sociedade nas atividades
cotidianas. Tendo como princípio, a busca por soluções de problemas a fim de atender as
necessidades da sociedade e das organizações.
Muitas vezes, as soluções exigem a criação de novos sistemas ou a introdução de
melhorias em processos e produtos já existentes. Assim, a engenharia trabalha com o
desenvolvimento de projetos, com diferentes níveis decomplexidade, que precisam ser
estruturados e planejados para o alcance dos objetivos e metas.
Portanto pode-se perceber a pluralidade desta área de formação e a abrangência da
engenharia. O profissional dessa recebe a designação de engenheiro, e tem como função a
materialização de uma ideia em realidade. Em outros termos, através de técnicas, desenhos e
modelos, e com o conhecimento proveniente das ciências e tecnologias, a engenharia pode
resolver problemas e satisfazer necessidades humanas.
As atividades de um engenheiro geralmente se iniciam com a identificação de
problemas e necessidades que são resolvidas com a aplicação de conhecimentos técnicos e
científicos de diversas áreas. Ao aplicar essas técnicas, é fundamental que o profissional se
atente ao bem da sociedade e do meio ambiente, trazendo inovações em suas pesquisas e
produtos.
Por fim, espera-se que os artigos aqui publicados, produzidos por profissionais
engenheiros e colaboradores da área, atendam as demandas da sociedade, apresentando
processos, ideias, aperfeiçoamentos, ações de implementação e ferramentas tecnológicas, que
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promovam mudanças significativas nos problemas oriundos das vivências atuais. É uma honra
para o departamento de engenharia da FAI, ter suas produções publicadas na revista Inovação
e Sociedade, mostrando a qualidade e desenvolvimento dos cursos dessa área.
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INSTALAÇÃO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO NA FACULDADE DE IPORÁ – FAI
Felipe de Sousa Gomes1*; Ana Paula Cardoso Sousa¹; Leidiane Costa De Carvalho Avelino¹;
Raffael Ferreira Gomes¹; Jefferson Eduardo Silveira Miranda1,2
1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá - FAI.
Resumo: O estudo teve por objetivo analisar a viabilidade econômica da implantação do sistema fotovoltaico na
Faculdade de Iporá – FAI, bem como apresentar as etapas de elaboração de um projeto de Sistema Fotovoltaico.
Constatou-se que pode ser viável a instalação do sistema fotovoltaico no prédio da faculdade de Iporá FAI, tendo
em vista o projeto e orçamentos elaborados e analisados pela equipe, que teve como foco principal o custo
financeiro, meio ambiente e sustentabilidade. A instalação do sistema fotovoltaico de energia elétrica proposto
reduzirá anualmente em torno de R$ 118.649,88 na fatura de energia em relação ao consumo médio. Conclui-se
que através da relação custo–benefício, o tempo de retorno do investimento demonstrado na pesquisa é favorável
financeiramente, pois o investimento inicial do projeto é pago ao longo de sua vida útil. Isso influenciará nas
condições financeiras da instituição, bem como possibilitará uma melhoria em relação aos padrões sustentáveis.
Palavras-chave: Energia Solar ; Viabilidade econômica; Sustentabilidade.
INSTALLATION OF PHOTOVOLTAIC SYSTEM AT FACULDADE DE IPORÁ-FAI
Abstract: The study aimed to analyze the economic viability of photovoltaic system in College of Iporá-FAI, as
well as presenting the stages of development of a Photovoltaic system design. It was noted that can be viable
photovoltaic system installation in the building of the Faculty of Iporá FAI, in view of the project and budget
prepared and analyzed by the team, which had as its main focus the financial cost, environment and
sustainability. The installation of photovoltaic power system proposed will reduce annually around £
$118,649.88 in the making of energy compared to average consumption. It is concluded that through the cost-
benefit ratio, return on investment demonstrated in research is favourable financially, because the initial
investment of the project is paid throughout your lifetime. This will influence the financial terms of the
institution, as well as enable an improvement in relation to sustainable standards.
Keywords: Solar Energy; Eeconomic viability; Sustainability.
INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos experimentados pela humanidade, sobretudo a partir da
segunda metade do século XX, com o desenvolvimento de um número cada vez maior de
equipamentos e aparelhos eletrônicos, redes de comunicações e armazenamento digital de
todo conhecimento, demanda uma capacidade de geração e fornecimento de energia elétrica
crescente e ininterrupto. Na contemporaneidade, a energia elétrica tornou-se requisito
fundamental para a vida em sociedade. A escassez, afeta o modo com que a humanidade
construiu e transformou sua forma de sobrevivência (REIS, 2014).
Por outro lado, a capacidade de suporte do planeta está à beira do limite. O próprio
planeta nos alerta dessa realidade com catástrofes naturais mais e mais frequentes, nos
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cobrando urgente mudanças de comportamento, sobretudo em nossos hábitos de produção e
consumo de bens. A geração de energia que, em grande parte, ainda utiliza combustíveis
fósseis, está no topo das prioridades das atividades que não podem permanecer como se
encontram no cenário atual. A gravidade dos impactos ambientais vai depender em grande
parte da fonte de energia usada na geração da eletricidade (BRASIL, 2005). Assim,
alternativas à atual matriz energética vem sendo buscadas por pesquisadores de todos as
nações do mundo, e a utilização da irradiação solar se mostra como promissora tanto pela
abundancia do recurso, quanto na busca por minimizar nossa pegada ecológica (FIRMINO et
al., 2009).
Conforme Marinoski et al. (2014), diariamente novas pesquisas vêm apresentam
diferentes tecnologias para utilização e aproveitamento desta fonte de energia, e a energia
solar fotovoltaica tem provido energia elétrica para qualquer aplicação e em qualquer
localização na terra e no espaço, sendo que o meio urbano começou a se destacar como um
grande absorvedor desta tecnologia ecológica. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, no
sentido de cumprir as exigências da agenda 21, ratificado pelas Nações Unidas, alerta para o
uso de fontes alternativas para geração de energia. Destaca entre outros o uso de geração solar
fotovoltaica de energia (BRASIL, 2014).
Neste sentido, é importante e necessário que se invista em fontes alternativas de
geração de energia elétrica para adequar a matriz elétrica brasileira, e também ampliar a
capacidade energética das referidas fontes no sentido de atender a capacidade estimada (EPE,
2016). Assim, o uso da energia solar fotovoltaica se apresenta como uma das principais
alternativa por utilizar fonte abundante e limpa, e por, tanto na montagem quanto na geração,
ser não poluente, compacta e ter baixo custo de manutenção.
De acordo com Mesquita (2017), no Brasil o sistema elétrico é subdividido em
quatro setores distintos: geração, transmissão, distribuição e comercialização. Tal
complexidade eleva o custo de manutenção, encarecendo esse item para o consumidor final.
Assim, a principal razão ao se optar pelo uso de sistemas fotovoltaicos é a redução do custo
da produção de energia, associado ao fato de ser uma fonte limpa e renovável.
Neste trabalho objetiva-se analisar qual a viabilidade econômica da implantação do
sistema fotovoltaico na Faculdade de Iporá – FAI, bem como apresentar as etapas de
elaboração de um projeto de Sistema Fotovoltaico. Parte-se da hipótese que há viabilidade na
implantação do sistema fotovoltaico na Faculdade de Iporá.
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METODOLOGIA
Para verificar a viabilidade de implantação de um sistema fotovoltaico optamos pela
Faculdade de Iporá – FAI, localizada em Iporá – GO. O edifício da instituição é composto por
três blocos, sendo o bloco I composto de dois pavimentos e os blocos II e III com apenas um
pavimento. Pela facilidade de implantação escolhemos o bloco III para analisar possibilidade
de instalação das placas fotovoltaicas.
Para realizar os estudos começamos com uma revisão bibliográfica para dar
sustentação ao projeto, oportunidade em que optamos pela implantação do sistema de geração
fotovoltaica do tipo on grid. Esse sistema transmite a energia gerada pelo sistema na rede de
distribuição da concessionária, sem a utilização de baterias (NBR-11704, 2008).
Posteriormente realizamos levantamento in loco para reconhecimento das
características da instituição. Assim, analisamos dados de posicionamento geográfico e de
irradiação solar com apoio de imagens de satélite disponibilizadas pelo aplicativo Google
Earth.
A cobertura do bloco III apresenta uma área total de aproximadamente de 1.477,6
m², sendo composta por um telhado com queda única, feito com telhas de cimento amianto. A
inclinação da cobertura é de aproximadamente 10% (Figura 1).
Figura 1. Planta de cobertura do bloco III.
A análise foi elaborada através do histórico das faturas da unidade consumidora no
ano de 2018, utilizada para calcular o consumo médio anual. Após esse cálculo, os valores
foram repassados a três empresas do setor, que ficaram responsáveis pela elaboração dos
orçamentos. A utilização de três diferentes orçamentos foi feita para aumentar a
confiabilidade dos resultados e também se adequar aos padrões técnicos de elaboração de
orçamento.
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RESULTADOS
A área escolhida para implantação possui cobertura suficiente e não possui nenhum
tipo de sombreamento, o que melhora a captação de irradiação solar. Através de medições
feitas in loco, observou-se que a área de cobertura e a estrutura do bloco III tem possibilidade
para instalações de painéis fotovoltaicos, conforme a divisão apresentada na (Figura 1). A
somatória destas áreas totaliza aproximadamente 1.477,6 m².
O consumo total anual no ano de 2018 foi de 139.017,7 kWh. O consumo médio
mensal foi de aproximadamente 11.584,81 kWh (Tabela 1). Para solicitar os orçamentos da
execução do sistema, as empresas utilizaram o valor do consumo médio mensal.
Tabela 1. Consumo em kWh da faculdade de Iporá no ano de 2018.
Após analisar as propostas, foi escolhido o orçamento elaborado pela empresa 03,
que mesmo não sendo o orçamento com menor valor de investimento (Tabela 2), apresenta a
melhor relação custo/benefício das três propostas recebidas. Esse orçamento está com
economia projetada de R$ 7.432.294,61 em 25 anos.
Tabela 2. Dados dos orçamentos elaborados conforme consumo médio da faculdade.
Orçamentos Investimento Economia
(em 25 anos)
Payback
do negócio
Número de
painéis
Número de
inversores
01 R$ 461.230,77 R$ 8.250.739,76 3,3 anos 258 04
02 R$ 337.873,38 R$ 6.016.875,93 * 270 03
03 R$ 364.505,97 R$ 7.432.294,61 2,8 anos 300 03
* A empresa não forneceu Payback.
Período Consumo Faturado Total (kWh)
Dez./18 11.291,49
Nov./18 15.637,02
Out./18 19.188,86
Set./18 15.320,81
Ago./18 7.861,88
Jul./18 7.130,91
Jun./18 9.034,36
Mai./18 12.392,64
Abr./18 15.600,3
Mar./18 13.053,41
Fev./18 5.713,54
Jan./18 6.792,48
Consumo Médio 11.584,81
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As placas deverão ser posicionadas ao norte geográfico (Figura 2). Essa escolha se
deve pelo fato de ser necessário, para um correto dimensionamento de um projeto
fotovoltaico, levar em consideração o potencial solar do local de instalação, além de inclinar e
orientar o módulo solar na posição correta.
Figura 2. Trajetória do Sol em relação ao bloco que será instalada o sistema.
A instituição não terá dificuldades em relação as condições climáticas. O local possui
características favoráveis para o tipo de energia, em razão da grande presença do sol em todas
as estações do ano conforme apresentado na (Figura 2), clima e ventos que favorecem a
eficiência das placas receptoras. Assim, o projeto elétrico foi elaborado seguindo as
orientações da NBR 11704/08, instalações elétricas conectadas a rede (Figura 3).
Figura 3. Projeto elétrico do sistema fotovoltaico conectado a rede.
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DISCUSSÃO
A viabilidade financeira será constatada se o valor gasto para instalar os painéis
mostrar-se inferior aos gastos que o consumidor incorre com a compra de energia elétrica de
sua distribuidora (CABELLO; POMPERMAYER 2013). No entanto, a viabilidade de
implantação de um sistema de produção de energia solar, através de painéis fotovoltaicos, não
é determinada apenas pelo custo da venda do produto, mas também pela produtividade do
sistema, ou seja, pela área e exposição solar e custo do investimento inicial (DASSI et. al.,
2015).
O sombreamento é um fator que pode influenciar negativamente na captação da
radiação solar (DIDONÉ et al., 2017). Nesse sentido, temos uma área favorável, tendo em
vista que não temos sombreamento no edifício trabalhado. No entanto, cada projeto deve ser
pensado individualmente para cada residência ou estabelecimento (BONILLA-GÁMEZ,
2017).
Mesmo com a dependência de alguns fatores, a energia fotovoltaica é competitiva,
pois as placas não precisam de combustíveis (BELTRÁN-TELLES et al., 2017). Isso é de
grande importância para demonstrar a viabilidade, já que as mesmas não precisam de
manutenção frequentemente. Porém, especialistas concordam que painéis solares sujos não
produzem tanta energia quanto painéis limpos. Essa perda pode chegar até 25% em alguns
casos, de acordo com o laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos
(NREL).
Com a instalação do sistema fotovoltaico a instituição economizará energia, pois o
sistema se pagará em até 3 anos, de acordo com o orçamento. Assim, ressaltamos que a
instalação de um sistema de geração de energia fotovoltaica é um investimento com retorno à
médio/longo prazo, dependendo do local que for instalado.
O impacto ambiental mais significante do sistema fotovoltaico para geração de
energia solar é provocado durante a fabricação de seus materiais e construção, e também
relacionado a questões de área de implantação (INATOMIU; DAETA, 2011). Assim, vale
ressaltar que não teremos problemas ecológicos quanto à implantação, uma vez que o sistema
será instalado sob o telhado da instituição.
CONCLUSÃO
Com o crescente aumento da preocupação em relação aos aspectos ambientais, maior
eficiência energética e a busca de novas soluções para geração de energia, cada dia mais
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empresas que se preocupam com a sustentabilidade se destaca no mercado e na sociedade,
ganhando credibilidade da população e liderando suas áreas de atuação, com boa vantagem
frente a concorrência. Assim, é de suma importância que uma instituição, de
representatividade regional, como a FAI, se adeque como forma de ser modelo quanto ao uso
sustentável de energias na região.
Os resultados revelaram que o projeto da implantação de energia solar fotovoltaica
como alternativa para redução de custos e de diversificação energética é viável para o período
analisado, considerando os dados projetados. Com base nesses resultados conclui-se que,
além de reduzir custos e de apresentar viabilidade econômica para a Instituição de Ensino
analisada, a energia solar, uma das mais importantes dentre as fontes de energias renováveis,
gerará benefícios também ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-11704: Sistemas
Fotovoltaicos - Classificação. Rio de Janeiro, 2008.
BELTRAN-TELLES, A. MORERA-HERNANDEZ, M; LOPEZ-MONTEAGUDO, F. E.;
VILLELA-VARELA, R. Prospectiva de las energías eólica y solar fotovoltaica en la
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117, jun. 2017. Disponible en
<http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2007-
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BONILLA-GÁMEZ, N. Propuesta de diseño de una microred en la comunidad de Santa
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DASSI, J. A.; ZANIN, A.; BAGATINI, F. M.; TIBOLA, A.; BARICHELLO, R.;MOURA,
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EPE, EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Demanda de energia 2050. 2. ed. Rio de
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ESTUDO COMPARATIVO DA VIABILIDADE ENTRE CASAS DE ALVENARIA
COM BLOCOS CERÂMICOS E CASAS COM PAREDES DE CONCRETO
MOLDADA IN LOCO EM IPORÁ-GO
Taíza de Jesus Melo¹; Rogério Alves de Oliveira¹
1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá – FAI.
Resumo: No decorrer do tempo o Governo Federal decidiu investir no setor imobiliário proporcionando as
pessoas de baixa renda a condição da casa própria. Com isso houve uma demanda significativa a qual despertou o
interesse das construtoras a buscar por processos que garantisse a produtividade, qualidade do produto e rapidez
na execução, a fim de atender a essa demanda. Diante dessa situação que gerou um ambiente competitivo, a
casa de concreto moldada in loco foi saída mais popular entre as construtoras, que apesar de ser pouco difundida
é aplicada em larga escala no Brasil, assumindo o segundo lugar. Em virtude disso, esse artigo tem por objetivo
verificar a viabilidade econômica sob a implantação deste método construtivo em Iporá-GO, comparando-a com
a casa de alvenaria com blocos cerâmicos. O estudo foi desenvolvido mediante a elaboração do orçamento e
comparação entre eles. Foi verificado que construções de casas com paredes de concreto moldada in loco
apresenta custo mais elevado, porém menor tempo de execução quando comparada a casa de alvenaria de blocos
cerâmicos.
Palavras-chave: Parede de concreto, custos, tempo de execução, comparativo, viabilidade.
COMPARATIVE STUDY OF THE ECONOMIC VIABILITY BETWEEN
MASONRY HOUSES WITH CERAMIC BLOCKS AND HOUSES WITH MOLDED
CONCRETE WALLS AT THE PLACE OF THE HOUSE IN IPORÁ-GO.
Abstract: Over time the Federal Government has decided to invest in real estate by providing low-income
people with the condition of home ownership. With this there was a significant demand which aroused the
interest of builders to search for processes that would guarantee productivity, product quality and speed in
execution, in order to meet this demand. Given this situation that generated a competitive environment, the cast-
in-place concrete house was the most popular outlet among construction companies, which despite being little
widespread is widely applied in Brazil, taking second place. Because of this, this article aims to verify the
economic viability under the implementation of this construction method in Iporá-GO, comparing it with the
masonry house with ceramic blocks. The study was developed by budgeting and comparing them. It was found
that constructing houses with cast-in-place concrete walls has a higher cost, but a shorter execution time when
compared to a ceramic block masonry house.
Keywords: Concrete wall, costs, runtime, comparative, viability.
INTRODUÇÃO
Devido ao aumento dos investimentos do Governo Federal na construção civil com
Programas Habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida criado em 2009, tendo como
objetivo de tornar mais acessível a moradia para população de baixa renda, as construtoras se
viram pressionadas a buscarem por novas técnicas que agilizassem o processo construtivo e
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com isso atendesse a demanda do mercado.
No brasil o método construtivo dominante ainda consiste em estruturas de concreto
armado em conjunto com alvenarias de vedação. A alvenaria de vedação é um processo
construtivo tradicional, bastante utilizado destinado a compartimentar espaços, preenchendo
os vãos da estrutura, formando assim a geometria da construção (SANTOS, 2014). Apesar de
ser um processo construtivo mais lento se comparado aos demais, Unama (2009) relata que a
alvenaria tem vantagens como um bom isolamento térmico e acústico, resistência ao fogo e
dura mais de cem anos sem necessitar de proteção e manutenção.
Segundo Corsini (2011) as desvantagens da alvenaria de vedação estão diretamente
relacionadas ao desperdício de materiais, mão de obra pouca qualificada, improvisações na
execução devido à falta de compatibilização de projeto e planejamento, dentre outros
inúmeros fatores que causam futuras patologias, como os problemas de ligação da estrutura
com a alvenaria de blocos cerâmicos.
Uma alternativa à alvenaria convencional é o método construtivo de casas de
concreto moldada in loco, o qual segue uma filosofia de ―industrialização‖ que surgiu na
década de 70, com a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH) em 1966. Logo nos
anos 80, o BNH foi extinguido e a política habitacional redirecionada, tomando uma nova
postura no mercado das edificações, então surge o interesse das empresas e fabricantes a
buscarem por processos construtivos não convencionais, dando início a importação de novas
tecnologias (SACHT, et al, 2011).
Esse processo construtivo normatizado pela NBR 16.055 (Parede de concreto
moldada no local para a construção de edificações — Requisitos e procedimentos) de 2012, é
amplamente utilizado nos países da América do Sul, como Chile e Colômbia. Faria (2009)
conta que no início de 2007, a Rodobens Negócios Imobiliários adere a essa técnica e começa
a construir no Brasil. Obtendo sucesso um grupo de pessoa das instituições ABCP
(Associação Brasileira de Cimento Portland), ABESC (Associação Brasileira de Serviços de
Concretagem) e IBTS (Instituto Brasileiro de Tela Soldada) foram liberados para realizarem
uma visita técnica na capital de dois países sul-americanos, Bogotá e Santiago. Ao
conhecerem os detalhes das respectivas obras visitadas, concluíram que o sistema é bastante
popular e oferece resultados satisfatórios tanto em construções populares, quanto em
construções de médio e alto padrão (FARIA,2009).
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A parede de concreto maciça pode ser definida como um subsistema de vedação
moldada no local da sua utilização. Que para esse caso Dória (2007) caracteriza a parede não
apenas como vedação, mas sim como parte dos elementos estruturais que transmite os esforços
para a fundação. Destaca por ser uma edificação mais resistente e segura, e também por eliminar
processos construtivos como o reboco e o emboço, necessitando apenas do emassamento
interno. O seu valor está relacionado à qualidade do material a ser utilizado na edificação.
O método de casas de concreto moldada in loco sobressai-se pela rapidez na
execução e por ser industrializado tem um índice quase zero de desperdício (SACHT,2008).
Ocupa o segundo lugar dos métodos construtivos mais utilizado de acordo com Braguim
(2013) com 19,5% dos empreendimentos de trinta e nove construtoras de grande porte.
Figura 1. Métodos construtivos mais utilizado por trinta e nove construtoras de grande porte.
Fonte: Adaptação de Braguim, 2013.
Devido a tradição brasileira de casas em alvenaria, esse método ainda é pouco
propagado, fazendo com que não haja muitas obras, teses ou artigos sobre o referido tema.
Dessa forma este trabalho visa apresentar um comparativo entre a viabilidade dos dois
métodos construtivos apresentados anteriormente na cidade de Iporá-GO, buscando contribuir
no conhecimento e disseminação de diferentes métodos construtivos.
METODOLOGIA
Para avaliar a viabilidade dos dois métodos construtivos em Iporá foram elaborados
quantitativos de custo e tempo de execução. O estudo foi embasado na idealização da
construção de uma edificação utilizando dois métodos construtivos diferentes na cidade de
Porcentagem
80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00
0,00
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Iporá- GO.
Para a casa de concreto moldado in loco tanto o prazo de execução quanto o
orçamento foram fornecidos pelo Grupo RTC, localizado no Setor Industrial na cidade de
Firminópolis-GO. Trata-se de uma empresa familiar fundada pelo Joeval João Soares em
1991. A qual logo em 2001 iniciou uma nova composição social, surgindo então a Rio Turvo
Construções e Eletricidade, com a produção de artefatos de concreto.
A fim de garantir a paridade foi seguido o projeto arquitetônico padrão fornecido
pelo Grupo RTC, o qual é utilizado por eles nas construções de casas de concreto moldado in
loco. Esse projeto foi usado como referência para elaboração dos projetos hidráulico,
sanitário e elétrico da casa de alvenaria com blocos cerâmicos.
O projeto padrão é uma residência popular de padrão médio, totalizando área de
74,8 m². A mesma possui três quartos, sala, cozinha, dois banheiros, copa, sala de estar e área
de serviço.
Figura 2. Planta baixa de uma residência popular de padrão médio.
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Os projetos elétrico, hidrossanitário e estrutural foram elaborados a partir dos
softwares respectivos: Alto Qi Lumine V8, Alto Qi Hydros V4, e Alto Qi Eberick V8. Após a
elaboração dos projetos, foram retirados os quantitativos de materiais fornecidos pelos
programas para elaboração do orçamento e cronograma.
Os quantitativos de materiais da casa de alvenaria com blocos cerâmicos foram
levantados a partir do projeto padrão e os custos dos serviços foram retirados da tabela
SINAP (Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da construção Civil) do mês de
Janeiro de 2019 e também da tabela de composição da AGETOP (Agência Goiana de
Transportes e Obras) do mês de novembro de 2018. As tabelas mencionadas já fornecem os
valores de custos de material e mão de obra em conjunto.
Figura 3. Fluxograma metodológico
RESULTADOS
No quadro 1 mostra o custo de cada etapa da casa de alvenaria de bloco cerâmicos,
enquanto o quadro 2 apresenta os custos totais de ambos os métodos construtivos. Vale
ressaltar que o orçamento fornecido pelo grupo RTC engloba todas as fases da construção,
sendo a casa já entregue em condições de moradia, dessa forma visando paridade, no
orçamento da casa de alvenaria em blocos cerâmicos foram incluídas todas fases da obra.
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Quadro 1. Custo por etapa de serviço de alvenaria com blocos cerâmicos.
Etapa de
execução
Custo
material (R$)
Custo mão de
obra (R$)
Total (R$) Material
+ mão de obra
Locação de obra 433,05 2590,03 3023,08
Estrutura 22338,30 5144,28 27482,58
Alvenaria 3070,93 4145,15 7216,08
Instalações
elétricas
2998,04 2321,55 5319,59
Instalações
Hidrossanitárias
7118,71
5683,54
12802,25
Acabamento 10073,22 12845,94 22919,15
Outros serviços 994,33 1173,22 2167,56
Total 47026,58 33903,71 78931,46
Quadro 2. Custo total de cada edificação.
Tipo de edificação Custo por
m² (R$/m²)
Custo
total(R$)
Casa de alvenaria com blocos
cerâmicos
1055,23
78931,46
Casa de concreto moldada in loco
1080,00
80784,00
Conforme o quadro 2, observa-se que a casa de concreto moldada in loco tem um
custo mais elevado quando comparado a alvenaria com blocos cerâmicos, apresentando um
valor total de R$ 80784,00. Em comparação ao método construtivo convencional, para o caso
estudado esse método construtivo é 4,64% mais caro.
Percebe-se que os orçamentos possuem valores relativamente próximos, apesar de
teoricamente o método construtivo de alvenaria de concreto utilizar materiais mais caros,
esse excedente de valor é diluído pela repetição de projetos, infraestrutura necessária para
execução das casas já adquiridas pela empresa e tempo de execução. Esses fatores também
são citados por Santos (2013), que concluiu em sua pesquisa que a casa de concreto moldada
in loco se torna viável economicamente a partir de um elevado número de repetições, devido
ao reduzido tempo de execução.
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Analisando pesquisas já realizadas percebe-se que os resultados para esse tipo de
estudo são muito relativos. Pois os custos da casa de concreto moldada in loco variam muito
quanto ao tipo do empreendimento e a repetição das execuções. Junior e Rodrigues (2017)
obtiveram um valor parcial da casa de concreto de R$ 11284,68 e para a casa de alvenaria de
R$ 4895,15. Já Macedo e Oliveira (2018) confrontando os resultados durante uma análise de
50 unidades de concreto moldadas in loco, obtiveram uma economia de 10,8% no orçamento,
quando comparado a alvenaria com blocos cerâmicos.
Outro fator a ser analisado é o tempo de execução de ambos métodos. Os gráficos 1
e 2 a seguir apresentam o cronograma de execução de cada um dos métodos construtivos em
estudo:
Gráfico 1. Tempo de execução da casa de concreto moldada in loco pelo Grupo RTC.
Gráfico 2. Tempo de execução da casa de alvenaria com blocos cerâmicos.
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Analisando o gráfico 1 que se trata do tempo de execução da casa de concreto
moldada in loco, observa-se que os dados são em dias trabalhados, porém devido a fatores
como o tempo de espera da cura do concreto e outros serviços, teremos o tempo de execução
total dessa técnica construtiva de quarenta dias. Ao compararmos os dois gráficos nota-se que
há uma redução expressiva de 14 dias trabalhados entre ambos. Como afirma Braguin (2013),
a principal característica da produtividade desse sistema é a velocidade da execução, o qual
fica provado em ambos os gráficos.
Por mais que a alvenaria com blocos cerâmicos tem um custo menor, há algumas
etapas na execução que gera uma quantidade expressiva de resíduos que na maioria das vezes
são depositadas em algum espaço da natureza. Por isso Junior e Rodrigues (2017) afirmaram
que o método construtivo de alvenaria com blocos cerâmicos causa um grande impacto
ambiental, já que esses resíduos dos blocos se dissipam com facilidade no oxigênio. Dessa
forma nota-se que o processo construtivo de casas moldadas in loco é mais rápido e limpo que o
método construtivo convencional.
CONCLUSÃO
Como comprovado em orçamento, a casa de concreto moldada in loco tem maior
custo quando comparado com a alvenaria de blocos cerâmicos, porém apresenta menor tempo
de execução. Percebe-se que a casa de concreto moldada in loco é um processo construtivo
limpo e rápido quando comparado ao método construtivo convencional.
A disseminação desse método construtivo esbarra na falta de empresas que
executam esse tipo de edificação, devido ao investimento inicial ser alto e a sua viabilidade
estar relacionada a quantidade de unidades executadas, o que contribui para que a alvenaria em
tijolos cerâmicos ainda seja predominante na região e no país.
REFERÊNCIAS
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[S.I.]: /[s.n.], [20,40], p. 02.
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2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) pelo Centro Universitário
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Trabalho de conclusão de curso (Curso superior de Engenharia Civil) Centro Universitário –
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blocos cerâmicos e paredes de concreto moldadas no local com fôrmas metálicas em
habitações populares. 2013. Trabalho de conclusão de curso (Curso superior de Engenharia
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA (UNAMA). Alvenaria. Disponível em:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAiOIAF/alvenaria-vedacao. Acesso em 01 de
dezembro de 2019.
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APLICABILIDADE DA LOGÍSTICA REVERSA EM PNEUS INSERVÍVEIS NA
CIDADE DE IPORÁ-GO
Danillo Galvão Leal¹; Larissa Rodrigues Dos Santos Barbosa¹; Lanna Kamila Araújo Pereira¹;
Daiana de Oliveira Borges¹*
1. Departamento de Engenharia da Faculdade de Iporá - FAI.
Resumo: O uso da logística reversa se fez necessário, ao longo dos anos, devido ao acúmulo de resíduos sólidos
que se tornou volumoso e prejudicial ao meio ambiente. A preocupação com a sustentabilidade é um problema
que necessita de ações rápidas e eficazes. O quantitativo de pneus encontrados sem destinação correta se torna
um problema para a população, com diversas consequências a saúde e ao bem estar, impactando não somente a
atual geração, como as futuras. A indagação acerca do grande volume dos pneus inservíveis serviu de questão
chave para a concepção deste trabalho. Foi aplicado um questionário em empresas que trabalham com segmento
de serviços de borracharias e comércio a varejo de pneumáticos no município de Iporá no Estado de Goiás, com
o objetivo de quantificar os valores de destinação dos pneus inservíveis do município, mensurando a importância
do ciclo completo da logística reversa. A conclusão permite perceber que nenhuma das empresas pesquisadas
realizam a logística reversa em seus pneus inservíveis, porém, reflete a importância da prática sendo
imprescindível para a sustentabilidade, para o bem-estar da população e para a manutenção do meio ambiente.
Os dados apontam uma pequena parcela que realiza a reciclagem e uma grande parte destina-se incorretamente
ao lixão do município.
Palavras-chave: Descarte; Pneus inutilizados; Resíduos; Sustentabilidade.
APPLICABILITY OF REVERSE LOGISTICS IN INSERVIBLE TIRES IN THE
CITY OF IPORÁ-GO
Abstract: The use of reverse logistics is necessary, over the years the accumulation of solid waste has become
bulky and harmful to the environment. The concern with sustainability is a problem that requires quick and
effective actions. The number of tires found without proper destination becomes a problem for the population,
with several consequences for health and well-being, impacting not only the current generation, but the future
ones. The question about the large volume of waste tires served as a key issue for the design of this work. A
questionnaire was applied to companies that work with tire service and retail tire retailers in the city of Iporá in
the state of Goiás, in order to quantify the disposal values of waste tires in the city, measuring the importance of
the complete cycle reverse logistics. The conclusion shows that none of the surveyed companies perform reverse
logistics on their waste tires, however, it reflects the importance of the practice being essential for sustainability,
for the well-being of the population and for the maintenance of the environment. The data indicate a small
portion that performs recycling and a large part is incorrectly sent to the municipal dump.
Keywords: Disposal; Disused tires; Waste; Sustainability.
INTRODUÇÃO
Com o advento da revolução industrial a popularização dos veículos automotores se
tornou eminente. O carro se tornou item indispensável para o ser humano, pois, possibilita o
deslocamento de pessoas por grandes espaços em pouco tempo, trazendo conforto aos
passageiros. Por isso, as empresas automobilísticas têm se preocupado cada vez mais em
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modernizar e inovar os seus automóveis, incentivando a compra, e com isso aumentando cada
vez mais a quantidade de veículos no mundo.
O quantitativo de veículos em circulação é preocupante, visto que, todos geram
diversos tipos de poluentes para o planeta. A emissão de gases, as peças em desuso e os
pneus, são alguns dos causadores de contaminação e geração de resíduos maléficos para o
meio ambiente (BALLOU, 1993).
Pensando nos efeitos negativos causados na natureza, é necessário reutilizar alguns
componentes dos veículos sempre que possível, dando a eles uma destinação ambientalmente
correta.
Em 1999 foi aprovada uma Resolução no CONAMA (Conselho Nacional do Meio
Ambiente) de nº 258/99, que sujeita as empresas fabricantes e importadoras de pneus a
destinarem corretamente seus pneus em desuso. De acordo com Lagarinhos e Tenório (2013),
antes da aprovação desta resolução apenas 10% dos pneus eram reciclados.
A partir da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010, as
empresas fabricantes, distribuidoras, importadoras e comerciantes passaram a ser obrigadas a
criar um plano de logística reversa com destino para os pneus que já foram utilizados e não
servem mais para a sua aplicabilidade principal (BRASIL, 2010).
De acordo com Faria e Costa (2005), a logística é como o gerenciamento do fluxo de
materiais e informações de um processo, levando-se em conta a partir do ponto de origem até
o seu ponto de consumo. No entanto, também existe uma preocupação com o fluxo logístico
reverso, partindo do ponto de consumo e voltado para o ponto de origem, sendo que nesse
processo se faz necessário o seu gerenciamento (LEITE, 2017).
O ciclo representado na figura 1 mostra a ordem da logística reversa e seu
desdobramento dentro das empresas, mostrando o fluxo de materiais que volta às
organizações para o reaproveitamento ou descarte.
Figura 1. Processo Logístico Reverso. Fonte: adaptado Faria e Costa (2005).
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Para os autores Zikmund e Stanton (1971), Guiltinan e Nwokoye (1974) e Fuller
(1978), a logística reversa aparece como um conceito à redução de resíduos sólidos, para
processos de forma inversa, com o simples objetivo de atender as necessidades de
recolhimento de materiais provenientes do pós-venda.
De modo geral, diversos autores definem logística reversa como sendo o processo
que envolve um produto ou serviço desde a origem até o consumidor final, com objetivos
definidos da destinação correta dos mesmos. O que melhor se define é a de Ballou (2006), que
a retrata como sendo o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente
e eficaz de forma integrada dos produtos, serviços e das informações relativas, desde o ponto
de origem até o ponto de consumo com o objetivo de atender às exigências dos clientes.
De acordo com Guarnieri (2011), muitas empresas veem a logística reversa como um
dificultador e não como um diferencial, por acreditarem que irão lhe trazer mais gastos. Isso
se dá pela falta de conhecimento da importância deste processo e por não se
responsabilizarem pela destinação final de seus produtos.
Segundo Pereira, Boechat e Tadeu (2011), as empresas precisam pensar na logística
reversa como fator estratégico de modo lucrativo, considerando os motivos essenciais para
adotá-la. Para Leite (2017), existem cinco motivos, a competitividade, que é o motivo mais
relevante; respeito às legislações; limpeza de estoque; revalorização econômica; recuperação
de ativos.
O artigo 30 da Lei 12305/2010 para a Política Nacional de Resíduos Sólidos informa
que a responsabilidade da logística de descarte será compartilhada por todos que fazem parte
do ciclo de vida do produto, sendo eles: fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, os consumidores e os responsáveis pelos serviços públicos de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
De acordo com o artigo 33 da Lei 12305/2010, os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de pneus, são obrigados a estruturar e implementar sistemas de
Logística Reversa, mediante retorno dos produtos após a inutilização do consumidor final, de
forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos
(BRASIL, 2010).
A fim de conhecer como o processo de destinação dos pneus inservíveis vem sendo
realizado no município de Iporá, cidade brasileira que esta situada no Estado de Goiás,
localizado na região centro-oeste, com população de 31.531 habitantes. Apesar de não possuir
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uma população acima de 100 mil, vale ressaltar que, o município de Iporá é referência
comercial para a microrregião no centro-oeste Goiano, composto por 10 cidades (IBGE,
2019).
Este trabalho se concentrará em analisar e mensurar os pontos positivos e negativos
envolvidos nesse processo, identificando se há uma aplicação da logística reversa nas
empresas pesquisadas, verificando suas formas de aplicabilidade e conhecendo como as
empresas revendedoras e borracharias estão trabalhando na destinação final dos pneus
inservíveis.
Como hipótese, a observação dos dados das lojas pesquisadas considera que o
município utiliza as técnicas de logística reversa dos pneus que estão inutilizados, realizando
a coleta e entrega aos órgãos de reciclagem. Examinar também, a viabilidade econômica da
reciclagem do material pela própria empresa revendedora, não retornando esses pneus as
empresas fabricantes ou distribuidoras que são responsáveis, de acordo com a resolução do
CONAMA nº 258/99.
O maior objetivo a ser atingindo é avaliar a Logística Reversa de pneus inservíveis
na cidade de Iporá/GO. Levando em consideração alguns objetivos específicos, como
identificar se há e quais são os processos de logística reversa existente nas empresas
pesquisada, além de saber se os processos de descarte dos pneus são feitos pelas próprias
empresas ou pela fabricante. Também é de interesse identificar qual o melhor método de
logística que pode ser implementado, de maneira geral.
METODOLOGIA
O método para realização da pesquisa se deu por meio de investigações
bibliográficas em livros, trabalhos de conclusão de cursos e artigos científicos com
publicações online ou impressas, e sites governamentais, como IBGE, IBAMA, ANIP
(RECICLANIP). Todas essas fontes foram estudadas, visando captar as informações
necessárias para maior entendimento e compreensão, além da melhor facilitação das ideias
propostas na pesquisa. Dessa forma é possível conceituar as problemáticas da logística
reversa, assim como discorrer e apontar os principais aspectos encontrados na aplicação ou da
não aplicação do descarte de pneus de maneira correta.
Após o levantamento geral da pesquisa bibliográfica de logística reversa, foi
realizado um estudo sobre a aplicabilidade nas empresas da cidade de Iporá, levando em conta
como é feita e quais os resultados obtidos pela empresa. Foi mantido sigilo quanto à
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identificação das empresas e colaboradores responsáveis, a fim de preservá-los em relação às
informações que foram divulgadas neste trabalho.
As empresas, que foram objeto de pesquisa, são as que exercem atividade
econômica, de acordo com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é um registro utilizado pelos órgãos
federais, estaduais e municipais, composto por código de 7 dígitos que identifica qual a
atividade econômica exercida por um negócio.
A partir do código de pesquisa da atividade econômica, especificado pelo CNAE
4530-7/05 - Comércio a varejo de pneumáticos e câmaras-de-ar e o CNAE 4520-0/06 -
Serviços de borracharia para veículos automotores; cedidas pela prefeitura do município de
Iporá, com o intuito de obter a localização e fazer o mapeamento das empresas ativas.
As empresas que prestam serviço registrado pela CNAE, conforme a prefeitura de
Iporá, foram contabilizadas no total de 21 empresas, 14 dessas são do seguimento de venda e
troca de pneus, com apenas 10 em atividade, e de 7 serviço de borracharias, apenas 5 em
atuação, com endereços fixos, que atendem com cadastros ativos.
Após a análise dos dados obtidos junto à Prefeitura Municipal de Iporá, foi realizada
uma visita in loco, com o objetivo de aplicar a entrevista para a coleta dados sobre a forma de
atuação de cada empresa quanto ao descarte de pneus em desuso. A entrevista contará com
questionário com perguntas objetivas e discursivas, conforme o quadro 1.
Quadro 1. Questionário.
QUESTIONÁRIO
Esta pesquisa, de caráter científico, visa a obtenção de informação sobre
Aplicabilidade da Logística Reversa em Pneus Inservíveis, desta forma, este
questionário foi elaborado pelo autor do trabalho do curso de Engenharia de Produção da
Faculdade de Iporá-FAI, com intenção de levantamento de informação, sendo assegurado
o sigilo dos entrevistados.
Nome: ________________________________________________________________
Função: _______________________________________________________________
1- A empresa realiza troca ou venda de pneus para motos, carros e outros veículos
automotores?
( )Troca ( )Venda ( ) Troca e venda
2- Em média quantos pneus são trocados ou vendidos por dia?
Especifique:____________________________________
3- Como é realizado o descarte dos pneus inservíveis?
( ) Armazenado na empresa
( ) Lixão
( ) Reciclagem
( ) Retornado para a empresa fabricante
( ) Outros
Especifique:_______________________________________________________________
_________________________________________________________________________
4- Há algum custo para a sua empresa na logística de descarte ou coleta, seja por parte do
fabricante ou de sua empresa?
( ) Sim ( )Não
5- A sua empresa tinha conhecimento da existência dos serviços de descarte oferecidos
pelos fabricantes?
( ) Sim ( )Não
6- Os custos com o processo de descarte dos pneus são significativos para o orçamento da
sua empresa?
( ) Sim ( )Não
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Essa pesquisa é tanto qualitativa como quantitativa, analisando os aspectos do
descarte dos pneus inservíveis em oficinas de automóveis e borracharias na cidade de Iporá –
GO, de forma numérica e por meio de opiniões.
A execução da entrevista foi realizada presencialmente nas empresas e, levando em
conta o atual cenário do Brasil e do mundo, por causa da crise pandêmica causada pelo
Corona vírus (COVID-19), foram adotados todos os padrões de controle, partindo das
recomendações do Conselho Nacional de Saúde, na utilização de máscaras, álcool, e sem
contato físico, mantendo um distanciamento de mais de um metro do entrevistado.
Após a análise dos dados obtidos através da aplicação das entrevistas, as informações
foram transcritas e reformuladas em forma de gráficos, com demonstrações estatísticas dos
resultados quantitativos encontrados, a fim de compor o banco de dados da pesquisa, os
resultados quantitativos serão abordados no decorrer do texto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa se direcionou a cidade de Iporá no Estado de Goiás, situada na região
oeste do estado, localizada a 227 km da capital Goiânia. Analisando as informações obtidas
nas entrevistas, entende-se o papel de cada agente dentro do processo de Logística Reversa.
Com estas informações foi possível elaborar e quantificar os gráficos, mostrando o grau de
conhecimento da logística reversa e realidade da destinação dos pneus inservíveis.
A partir do questionário foi obtida uma quantidade média total de pneus trocados por
dia, de aproximadamente 85 unidades, com base nas experiências vivenciadas pelas as
empresas entrevistadas no seu dia a dia. Entretanto, este dado não possui uma forma de
registro formal, mas ainda assim serve de base para a análise dados pesquisados. O gráfico 1
representado abaixo retrata os tipos de serviços prestados no comércio de pneus em Iporá -
GO.
Gráfico 1. Tipos de serviço prestado no comércio de Pneus
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A princípio, a pesquisa demostra o percentual de empresas que atuam na área de
vendas ou prestam serviços de troca dos pneus. A maioria das empresas realiza a troca e
venda de pneus com a margem de 64%, apenas 36% realizam especificamente a troca desses.
Não foram encontradas empresas que praticam somente a venda dos pneus. O gráfico 2
menciona a destinação que as empresas utilizam em seus pneus inservíveis.
Gráfico 2. Destinação dos pneus inservíveis que se faz pelas empresas.
Apenas 24% das empresas entrevistadas realiza a destinação para reciclagem. O
reaproveitamento trata-se do repasse dos pneus para empresas que processam integralmente
ou parcialmente para o reuso. Outros 24 % faz diferentes tipos de destinações para os resíduos
pneumáticos e 52% faz o descarte no lixão. A pesquisa apontou que nenhuma empresa
entrevistada devolve os pneus inservíveis para as empreses fabricantes, ou seja, não é
realizada a logística reversa.
Isso demostra a baixa quantidade de reaproveitamento em comparação com a
quantidade de pneus trocado ou vendidos quantificados anteriormente, se mostrando um
processo prejudicial ao meio ambiente. O gráfico 3 demonstra o conhecimento das empresas
em relação ao descarte que é de responsabilidade da empresa fabricante ou distribuidora de
pneus.
Gráfico 3. O conhecimento do serviço de descarte pela empresa fabricante.
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Apenas 27% das empresas entrevistadas tem os conhecimentos dos serviços de
retorno e descarte pelo o fabricante, porém não é colocado em prática, e 73% delas não
conhece sobre esse processo.
A Resolução CONAMA nº 258/99, fixam as metas e obriga os fabricantes e
importadores a realizar a coleta e a darem destinação final aos pneus inservíveis. Além disso,
os distribuidores, revendedores, reformadores e consumidores finais são co-responsáveis pela
coleta dos pneus usados.
De acordo com a pergunta 6, do questionário apresentado no Quadro 1, 80%
responderam que não tiveram impactos significativos com custo de logística de descarte
desses pneus, declarando que o munícipio realiza a coleta e destinam para o lixão. Apenas
20% informaram que pela a irregularidade das coletas tiveram que arcar com os custos de
transporte para o lixão. O gráfico 4 expõe a viabilidade da coleta pela parte do fabricante.
Gráfico 4. Viabilidade da coleta pelo Fabricante.
O gráfico 4, demostra que 13% afirmaram que seria viável a coleta ser feita pelo
fabricante pela comodidade deste tipo de serviço oferecido, 7% disseram que não seria viável
utilizar esse tipo de serviço e 80% não souberam informar essa possibilidade de
responsabilidade dos fornecedores.
A incumbência dos fabricantes e distribuidores não se torna presente pela a distância
do ponto mais próximo de coleta se encontrar na cidade de Montes Claros de Goiás, situada a
65,5 Km de distância do município de Iporá. O Estado de Goiás possui outros 65 pontos de
coletas espalhados, com cadastros vinculados com a RECICLANIP (Entidade Gestora do
Sistema de logística Reversa de Pneus Inservíveis).
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Por meio de convênio, a RECICLANIP se responsabiliza pelo controle da logística
de retirada dos pneus inservíveis do Ponto de Coleta e pela destinação sustentável em
empresas liberadas pelos órgãos ambientais competentes e validadas pelo IBAMA.
De acordo com a figura 2 os pontos de coleta são espaços adequados regidos pelas
Prefeituras Municipais que estocam os pneus recolhidos pelo serviço municipal de limpeza
pública ou aqueles levados diretamente por empresas automobilísticas, recapadores,
borracheiros e descartados voluntariamente pelos cidadãos. Cumprindo as normas de
segurança e higiene.
Figura 2. Pontos de coleta de Pneus. Fonte: Adaptado da RECICLANIP, 2020.
O gráfico 5 mostra o conhecimento das empresas sobre o processo de logística
reversa e sua importância no ciclo completo do produto, mesmo após o seu consumo.
Gráfico 5. Compreensão de logística reversa.
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Como ilustrado no Gráfico 5, uma pequena participação das empresas tem o
conhecimento sobre a importância da logística reversa na destinação dos pneus,
contabilizando 33% das empresas que detém o conhecimento e 67% não tem esse
conhecimento do ciclo reverso completo do produto. A importância da logística reflete na
manutenção da sustentabilidade resultando no equilíbrio do meio ambiente e da qualidade de
vida.
CONCLUSÃO
Conforme a presente pesquisa foi identificada que a maneira mais utilizada no
descarte dos pneus inservíveis é a destinação para o lixão, e que a maiorias das empresas não
usufrui da logística reversa de forma direta. Baseada nas informações obtidas na pesquisa,
conclui-se que o descarte desses pneus, quando realizada de maneira correta, traz benefícios
ao meio ambiente e sustentabilidade no processo como um todo.
Entretanto, não foram contabilizados dados da utilização real e correta da logística
reversa de responsabilidade direta dos fabricantes e distribuidores pneumáticos desde o pós-
consumo até ao descarte. Apenas, 24 % relataram que utilizam a reciclagem destinando o
material a recapadores, artesanatos, contenção de erosões, e outros, de uso não especificados.
Para utilização da logística reversa no munícipio, se faz necessário uma parceria de
incentivo por parte das autoridades da prefeitura de Iporá com a entidade RECICLANIP, para
a instalação de pontos de coletas com intuito de promover a destinação correta, diminuindo o
índice de descarte no lixão, minimizando o impacto ambiental e maximizando a qualidade de
vida e do meio ambiente local.
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32
ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. Publicada no DOU no 230, de 2 de
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ACEITAÇÃO DE UMA USINA DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL PARA A CIDADE DE IPORÁ-GO
Evelyn Nubiane Rodrigues Pereira1; Amanda Carolyna Ferraz Da Cunha
1; Bianca Christofoli
Freitas Queiroz2*
1. Departamento de Engenharia da Faculdade de Iporá - FAI.
2. Coordenação do Departamento de Engenharia da Faculdade de Iporá – FAI.
Resumo: Com o crescimento urbano e industrial, a construção civil vem se tornando extremamente importante
para a sociedade, aumentando assim a produção de entulhos provenientes dessas construções, tornando a área
uma das maiores produtoras de resíduos sólidos. Fato que tem gerado uma deposição inadequada desses
resíduos, isto se faz importante a implantação de uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil na
cidade de Iporá-Go, baseando se nas pesquisas realizadas, com base no questionário aplicado onde grande parte
dos profissionais se fazem colaborativos e alegam estar de acordo com a usina de resíduos para Iporá com base
nos benefícios que a mesma traria para a cidade.
Palavras-chave: Agregado; Reutilização; Descarte.
Acceptance of the implementation of a solid waste construction recycling plant
for the city of Iporá-GO
Abstract: With urban and industrial growth, civil construction has become extremely important for society, thus
increasing the production of debris from these buildings, making the area one of the largest producers of solid
waste. As a result of the inadequate deposition of these wastes, it is important to set up a construction waste
recycling plant in the city of Iporá-Go, based on the research carried out, based on the questionnaire applied by
most professionals. become collaborative and claim to be in agreement with the waste plant for Iporá based on
the benefits it would bring to the city.
Keywords: Aggregate, Reuse, Discard.
INTRODUÇÃO
Com o crescimento urbano e industrial, a construção civil vem se tornando
extremamente importante para a sociedade. Todavia com isso, tem-se gerado uma grande
produção de resíduos sólidos que causam diferentes problemas ambientais, e que necessitam
ser minimizados, afirma Tamura (2015).
A Lei n° 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduo Sólido determina
que resíduos são todos os tipos de materiais que o ser humano produz ou descarta no meio
ambiente, estando de maneira sólida ou semissólidas. Sendo estes classificados, ainda pela
mesma lei como comuns, públicos e especiais.
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Os resíduos comuns são aqueles produzidos em casas, empresas e escolas, como
plástico, papel, papelão, metal, entre outros. Já os resíduos públicos são aqueles gerados pela
cidade, como galhos de árvores, entulhos da construção civil e outros. E por último, os
resíduos especiais são aqueles que necessitam de um tratamento diferenciado, e que de certa
forma causam maiores danos ao meio ambiente e a vida humana, como é o caso dos resíduos
hospitalares e industriais, pilhas, baterias, lixo radioativo, metais pesados e remédios
vencidos.
Dentro dos resíduos comuns encontra-se os entulhos da construção civil que são
responsáveis por mais da metade dos resíduos sólidos acumulados no Brasil. Sendo assim, o
conselho nacional do meio ambiente (CONAMA) estabeleceu diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão desses resíduos da construção, objetivando a diminuição dos seus
impactos ao meio ambiente.
Dentro dessas definições, o CONAMA classifica os resíduos da construção civil em
quatro classes, sendo que cada uma delas exigem tratamentos distintos e específicos. Os
resíduos da classe A são os reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos, blocos,
telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio, solos de
terraplanagem, e etc. Os resíduos da classe B são recicláveis para outras destinações, tais
como plásticos, papel, papelão, metais, madeiras, e etc. Já os resíduos da classe C são aqueles
considerados ainda sem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para a sua
reciclagem ou recuperação, tais como os oriundos do gesso. E por último os resíduos da classe
D que são os considerados perigosos devido as substâncias que se encontram em suas
composições, como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados.
Pucci (2006), faz a caracterização do Resíduos de Construção e Demolição (RCD),
dentro das exigências estabelecidas pelo CONAMA 307/02, dividindo-os em dois subsistemas
diferentes, com tratamentos específicos. São indicados pelo autor o interno a obra, que trata
do resíduo gerado por uma tarefa específica, sua segregação, seu acondicionamento no local
da tarefa, seu transporte até o local de armazenamento da obra e armazenamento até sua
retirada. E o externo a obra, que compreende as etapas de armazenagem do resíduo para
retirada, o transporte do resíduo e sua deposição final, sendo que esse subsistema se apresenta
muito mais complexo que o primeiro, visto que as responsabilidades por cada etapa
pertencem a diferentes interlocutores.
A deposição irregular desses resíduos ocasiona muitos danos ao meio ambiente,
uma vez que são, depositados em margens de rios, lagos, lotes baldios, calçadas, à beira de
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vias e aterros sanitários, ocasionando uma série de problemas ambientais e sociais, além de
dificultar a circulação das pessoas e automóveis, e gerar também inúmeros vetores causadores
de doenças, afirma Pinto (2001).
É pontuado também por Cabral e Moreira (2011), que os resíduos sólidos da
construção civil que não dispõem de destinação adequada, atraem outros tipos de resíduo
urbano, gerando assim um ciclo vicioso com gastos públicos para a limpeza desses locais.
Para demonstrar como o acúmulo de entulho atraem outros tipos de resíduos é
possível observar no apêndice A, por fotos que foram tiradas em setores que se encontram nos
arredores da cidade da própria pesquisa, que os entulhos são descartados em calçadas, vias
abandonadas em lotes baldios e nos pastos próximos, o que comprova a irregularidade da
deposição desses resíduos, originando diversos vetores causadores de doenças e o acúmulo de
demais resíduos, pois a população quando encontra esses locais, acaba descartando resíduos
domiciliares danificando ainda mais o meio ambiente. De acordo com esse fato é iminente
constatar ainda mais a necessidade de uma destinação adequada que será capaz de influenciar
a população a executar o descarte adequado para os resíduos da construção civil, fazendo
assim com que não ocorra a junção de diferentes tipos de entulhos pela cidade e em seus
arredores.
Uma solução que tem se mostrado positiva, são as usinas de reciclagem de resíduos
da construção civil, em uma entrevista ao Jornal O Popular (2019) o Engenheiro civil e
Assessor Técnico do Crea-GO falou sobre sua visita a usina de reciclagem de entulho de
Catalão, a primeira instalada pelo poder público do estado de Goiás. Indagou também sobre
como o seu funcionamento é promissor e que o modelo desta usina servirá como modelo para
outros municípios.
Em uma pesquisa setorial realizada entre junho de 2014 e setembro de 2015 pela
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição –
ABRECON, verificou-se que a maioria das usinas de reciclagem existente no país estão
localizadas nas cidades de grande porte, mas que cerca de 12% das usinas que foram
instaladas em cidades de pequeno porte, consideradas com menos de 100 mil habitantes
também são viáveis para implantação.
Tendo em vista esses impactos causados pelo manejo e descarte inadequado desses
resíduos, esta pesquisa objetiva a verificação da aceitação da implantação de uma usina de
reciclagem de resíduos sólidos da construção civil para a cidade de Iporá-Go, levando em
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consideração a aceitação do uso dos agregados reciclados pelos profissionais da área da
construção civil do município, e pelas empresas de transporte de resíduos.
MATERIAL E MÉTODOS
O método de pesquisa utilizado tem com base duas modalidades complementares de
pesquisa, sendo a pesquisa bibliográfica, com a qual são abordados os aspectos teóricos e
conceituais, que visa trazer um maior entendimento sobre o problema, identificando as
principais aplicações e destinações dadas para os resíduos da construção civil por meio da
usina, como é versado pelos autores Cabral e Moreira (2011); por Pinto (2001); Tamura
(2015).
E a pesquisa de campo, que se dividiu em duas vertentes, por meio de aplicação de
dois questionários distintos (Figuras 1 e 2), que buscou verificar a aceitação da usina de
reciclagem de resíduos em Iporá, município este, localizado no estado de Goiás, na
mesorregião denominada Centro-Oeste Goiano com área original de 1.026,384 Km², com
distância de 220 km da capital do estado, abrigando uma população estimada de 31.563
habitantes, conforme a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de
2018.
Figura 1. Questionário aplicado para empresas responsáveis pela coleta de entulhos na
cidade de Iporá, Goiás.
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Figura 2. Questionário aplicado para construtores da cidade de Iporá, Goiás.
Portanto, inicialmente a pesquisa foi realizada junto aos proprietários das empresas
de coleta e destinação final dos entulhos de construção civil da cidade, sendo questionados
quanto ao local onde depositavam os resíduos coletados, se forneceriam os entulhos para a
empresa de reciclagem e se acreditavam que se faz importante a implantação de uma
recicladora de resíduos sólidos da construção civil em Iporá.
Atualmente são apenas duas empresas responsáveis por cuidarem da coleta dos
entulhos da construção civil, sendo estas empresas geridas por um proprietário homem e a
outra por uma proprietária mulher. Ambos possuem mais de trinta anos de idade, e atuam
nesse ramo a cerca de oito anos, recolhendo os resíduos apenas na cidade de Iporá, onde são
fiscalizados pela secretaria do meio ambiente municipal. Destaca-se ainda que a efetuação da
coleta, se realiza por meio da oferta de caçambas aos construtores, mediante aluguel.
Posteriormente, a aplicação do outro questionário se deu com os profissionais da área
da construção (pedreiros, engenheiros e mestres de obras), visando averiguar também, a
aceitação destes, quanto ao uso dos agregados reciclados pela referida usina.
A pesquisa se deu, em sua maioria com pessoas do sexo masculino, os quais
possuem uma faixa etária estipulada entre os trinta e sessenta anos, e que atuam na área da
construção civil a mais de dez anos. A pesquisa foi realizada com três engenheiras, quatro
engenheiros, oito pedreiros e dois mestres de obras, não fazendo nenhum tipo de distinção
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entre as categorias dos profissionais, e por coincidência algumas das obras acabaram por ter o
mesmo engenheiro.
O questionário foi aplicado para os profissionais em algumas construções
previamente escolhidas, sendo que as obras selecionadas foram em sua maioria de pequeno
porte (residências ou galpões comerciais simples), localizadas em pontos da cidade que
permitissem abranger bairros distintos, visando cobrir a maior área possível de Iporá. Na
Figura 3 é possível identificar todos os bairros da cidade de Iporá, sendo destacados com
círculos aqueles selecionados para a aplicação da pesquisa.
Figura 3. Mapa dos bairros da cidade de Iporá-GO, em que: 1-Ary Valadão Ribeiro Filho; 2-
Bairro São Francisco; 3-Bairro Umuarama, 4-Bela Vista, 5-Boa Ventura; 6-Castanheira; 7-Chiquinho
Urias; 8-Conjunto Águas Claras; 9-Conjunto Rosa dos Ventos; 10-Expansão do Loteamento
Castanheira I; 11-Expansão do Loteamento Castanheira II; 12-Expansão do Loteamento Moreira; 13-
Jardim Arco Íris; 14-Jardim das Oliveiras; 15-Jardim Novo Horizonte; 16-Jardim Novo Horizonte I;
17-Jardim Novo Horizonte II; 18-Jardim Novo Horizonte III; 19-Jardim Novo Horizonte IV; 20-
Jardim Urânio; 21-Joaquim Berto; 22-Loteamento Goiás; 23-Loteamento Moreira; 24-Loteamento
Planalto; 25-Setor São Jorge; 26-Maracanã; 27-Mato Grosso; 28-Monte Alto; 29-Padre Cícero; 30-
Parque das Estrelas; 31-Parque Santana; 32-Parque União; 33-Paula e Souza; 34-Pedro Gonçalves
Filho; 35-Residencial Andorinha; 36-Residencial Brisa da Mata; 37-Santa Catarina; 38-Santo Antônio;
39-São Paulo da Cruz; 40-Setor Aeroporto; 41-Setor Aeroporto Sul; 42-Setor Ariston Gomes; 43-
Setor Cacique; 44-Setor Carajás; 45-Setor Central; 46-Setor dos Funcionários; 47-Setor dos
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Passarinhos; 48-Setor Estrela do Norte; 49-Setor Expansão Leste; 50-Setor Expansão Leste II; 51-
Setor Goiás II; 52-Setor Iporazinho; 53-Setor Itajubá; 54-Setor Leste; 55-Setor Perne; 56-Setor Pôr do
Sol; 57-Setor Santa Marta; 58-Setor São José; 59-Setor Serrinha; 60-Vau do Passarinho; 61-Vila
Brasília; 62-Vila Cascalheira; 63-Vila Ferreira; 64-Vila Ipiranga; 65-Vila Itajuba I; 66-Vila Itajuba II;
67-Vila Nova; 68-Vila Rica; 69-Vila São Vicente de Paulo; 70-Nova Iporá; 71-Loteamento Califórnia;
72-Setor São Vicente - Casa das mães; 73-Loteamento Priscila Park; 74-Residencial Jardim dos Ipês;
75-Residencial Orla. Fonte: Adaptado de QUEIROZ, 2019.
Destaca-se por fim, que todas as pessoas que participaram da pesquisa não tiveram
seus nomes ou empresas divulgadas por uma questão de manter suas identidades reservadas,
ressalvando assim suas privacidades. Todos os questionários aplicados foram entregues para
que os profissionais sozinhos respondessem, sem serem influenciados em suas respostas,
apenas quando solicitado por eles o esclarecimento de alguma dúvida referente as perguntas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mediante aplicação da metodologia descrita, obteve-se a concepção de que as duas
empresas de coleta de entulho da cidade de Iporá, realizam o depósito dos entulhos no lixão
municipal, o qual é designado pelo órgão fiscalizador do meio ambiente, como sendo o único
local para o depósito de entulhos, pois a cidade não possui aterro sanitário (Figura 4).
Gerando impactos negativos ao meio ambiente, não havendo assim nenhum critério técnico
para a deposição desses resíduos que são misturados com os resíduos urbanos sendo
descartados sob o solo sem nenhum tratamento, gerando riscos à saúde pública e ao meio
ambiente (MENDONÇA, 2017).
Figura 4. Fotos demonstrando o descarte inadequado de entulhos da construção civil na
cidade de Iporá-GO.
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Foi mencionado também, que em certas ocasiões, mediante autorização prévia
expedida por documento assinado e aprovado pela secretaria do meio ambiente do município,
que se faça o depósito dos resíduos sólidos da construção civil, em erosões ou valas nas
propriedades rurais, a pedido dos proprietários, visando evitar o aumento destas.
Quando indagados sobre a fiscalização, ambas as empresas relataram que a secretária
do meio ambiente é a responsável por esta, e que a mesma tem exigido ainda muito cuidado
durante o transporte dos resíduos recolhidos. Uma das empresas chegou a explanar que
quando as caçambas são recolhidas, devem possuir uma capa protetora para impedir que parte
dos resíduos recolhidos acabem sendo depostos pelas ruas.
No momento em que foram questionados sobre a significativa importância da usina
para a cidade de Iporá, os proprietários das empresas além de discorrerem sobre inúmeros
benefícios para o meio ambiente, estes argumentaram ainda sobre as vantagens para a cidade,
relatando o fato da destinação adequada dos resíduos, retirar do lixão esse tipo de material,
pois o mesmo se encontra sobrecarregado. Baseando se nesses argumentos, ambos afirmaram
que forneceriam todos os entulhos recolhidos, para a usina. Este fato aponta o entusiasmo e o
quão proativos as pessoas se encontram para com a usina e o quão benéfico seria.
Um comentário adicional realizado por um dos proprietários das empresas, afirma
que para a implantação da usina se fazer viável na cidade seria necessário um apoio e
colaboração da prefeitura, pois além da questão ambiental tem se os benefícios de renda,
oferta de empregos e desenvolvimento para a cidade.
Na abordagem com profissionais, assim como com as empresas, verificou-se em
maioria resultados positivos quanto a aceitação da usina e utilização dos agregados, algo que
se faz muito importante.
Todos os profissionais questionados quanto ao descarte dos entulhos produzidos em
suas obras, apresentaram as mesmas respostas, alegando que em sua maioria alugam
caçambas. Todavia quando surge a necessidade ou a possibilidade, utilizam o entulho na
própria obra (aterros), ou descartam no lixão e até mesmo nos próprios arredores da cidade.
Diante do questionamento acima, foi apresentado duas situações de descarte, uma
mediante usina que trataria de suceder uma destinação adequada para os resíduos e a outra
descartaria esse entulho em qualquer local na natureza. Á frente disso todos os profissionais
questionados optaram por utilizar os serviços da que trataria dos resíduos corretamente, sem
causar danos ao meio ambiente.
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Todos os profissionais afirmaram que utilizariam os agregados reciclados em suas
obras, apontando notória aceitação, principalmente por saberem que de certa forma estariam
contribuindo com o meio ambiente, além reduzir o valor final da obra.
Na última pergunta realizada houve divergências de opiniões dos profissionais,
quanto a importância de uma recicladora de resíduos sólidos da construção civil para a cidade
de Iporá, que pode ser visualizada no gráfico 01 a seguir.
Gráfico 1. Importância da usina de reciclagem
A opinião contrária foi justificada por acreditar que o município de Iporá não possui
porte para receber um empreendimento desse nível. Os demais profissionais acreditam que se
faz necessária uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil na cidade, pois assim
trará inúmeros benefícios para a população e ao meio ambiente.
Diante dos resultados apresentados pode-se destacar em maioria a aceitação da usina
pelos proprietários das empresas e pelos profissionais da área da construção civil.
CONCLUSÃO
Foi possível constatar durante as entrevistas e com as fotos dos arredores da cidade
de Iporá que se encontram no apêndice A, onde é possível notar o quão acumulo de entulho a
cidade possui e como o descarte é feito de maneira incoerente e inadequada.
De acordo com as opiniões expressas pelos proprietários das empresas de coleta de
entulho de Iporá e com os profissionais da construção civil foi possível constatar que a
aceitação da usina na cidade de Iporá se faz necessária e importante pela maioria, colocando
se dispostos a fornecer tanto os entulhos coletados pela cidade quanto os produzidos nas
próprias obras, além de todos os profissionais questionadas alegarem que utilizariam do
agregado reciclado em suas obras.
Com a aplicação dessa pesquisa e seus resultados em maioria positivos é possível
concluir que a implantação de uma usina de reciclagem de entulho da construção civil em
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Iporá será importante para reduzir a deposição dos entulhos em locais inadequado, promover
a diminuição do impacto ambiental. Uma vez que a usina transformará os RCD’s em
agregado reciclado, podendo ser novamente reintroduzido na cadeia da construção civil,
substituindo as areias e britas naturais, gerando assim lucros e ofertando empregos.
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43
PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE
PIRANHAS-GO
Evyllen Teixeira Barbosa¹; Guilherme Fonseca Faria¹; Felipe de Sousa Gomes¹*
1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá – FAI.
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de determinar problemas patológicos em 4 residências de pequeno
porte no bairro Santo Antônio na cidade de Piranhas-GO, entre as quais se destacam as fissuras, manchas,
infiltrações, para analisar e relatar as possíveis patologias abordando assim, as possíveis soluções que poderiam
minimizar tais manifestações. Estas manifestações patológicas, podem ocorrer bem antes das edificações serem
entregues, podendo ter origem em qualquer etapa do processo construtivo, observando-se, assim, a necessidade
de manutenção preventiva do controle dos materiais empregados, de uma padronização e qualidade na execução
dos projetos e da qualidade dos processos de execução. Primeiro analisamos as manifestações e em seguida
relatamos sobre cada uma delas, trazendo as alternativas de prevenção e amenização do problema.
Palavras-chave: Defeitos, construção civil, execução, obras.
PATHOLOGIES IN SMALL RESIDENCES IN THE CITY OF PIRANHAS-GO
Abstract: The present work has the objective of determining pathological problems in 4 small residences in the
Santo Antônio neighborhood in the city of Piranhas-GO, among which are the cracks, stains, infiltrations, to
analyze and report possible pathologies, thus addressing the possible solutions that could minimize such
manifestations. These pathological manifestations can occur well before the buildings are delivered, and they can
originate at any stage of the construction process, thus observing the need for preventive maintenance of the
control of the materials used, a standardization and quality in the execution of the projects and quality of
execution processes. First, we analyze the manifestations and then report on each one, bringing alternatives for
the prevention and alleviation of the problem.
Keywords: Defects, civil construction, execution, works.
INTRODUÇÃO
As patologias continuam sendo um grande desafio para a construção civil, pois elas
surgem em prazos cada vez mais curtos. Diante disso, o diagnóstico precoce das anomalias irá
contribuir para uma correta recuperação da edificação e principalmente para observações mais
intensas para todas as etapas do processo produtivo, identificadas como origem do problema,
com o objetivo de evitar as patologias, diminuindo os custos de manutenção nas edificações
(DARDENGO, 2010).
O estudo de patologias é de extrema importância, pois, segundo LEAL (2013), essas
patologias são um aviso da estrutura de que houve falha na execução, ou há algum problema
de forma geral. Dentre os padrões mínimos, está relacionada a forma de utilização, o correto
uso de materiais e ferramentas de um sistema de controle de qualidade das atividades. Para o
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bom desempenho das edificações tanto o bom planejamento da manutenção quanto sua
eficiente gestão, se faz essencial. Com isso, moradores e administradores deveriam atuar em
conjunto, utilizando a boa comunicação e planejamento, tendo cuidado com o cumprimento
de prazos de procedimentos de manutenção preventiva e no processo de identificação e
solução de problemas através da execução da manutenção corretiva (OLIVEIRA, et. al,
2009).
Conforme Lichtenstein (1985), dentre as várias patologias encontradas com maior
frequência numa construção, são citadas as seguintes: fissuras, trincas e corrosão.
As fissuras podem ser definidas como aberturas que afetam a superfície do
elemento estrutural, facilitando a entrada e ação de agentes agressivos, podendo surgir após
anos de uso, dias, ou até mesmo horas, e suas causas são das mais variadas, assim como seus
diagnósticos GONÇALVES (2015). A fissuração pode ser considerada a patologia que mais
ocorre, ou pelo menos a que chama mais atenção dos proprietários (SOUZA e RIPPER,
1998).
As trincas podem começar a surgir de forma congênita, logo no projeto
arquitetônico da construção. Os profissionais ligados ao assunto devem se conscientizar de
que muito pode ser feito para minimizar-se o problema, pelo simples fato de reconhecer-se
que as movimentações dos materiais e componentes das edificações civis são inevitáveis
(THOMAZ, 1989). A NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento (ABNT,
2014), define fissuras como agressivas quando a abertura na superfície do concreto atinge os
seguintes valores: 0,2 mm para peças expostas em meio agressivo muito forte (industrial e
respingos de maré); 0,3 mm para peças expostas a meio agressivo moderado e forte (urbano,
marinho e industrial); 0,4 mm para peças expostas em meio agressivo fraco (rural e
submerso).
Corrosão de armaduras são o tipo de patologia muito comum na Construção Civil,
que correspondem às trincas no concreto devido à corrosão de sua armadura, e deve ser
tratada de maneira adequada, com o intuito de bloquear o processo e não permitir o
agravamento da situação, algo que não acontece muito na prática, em obras em que não se
procura identificar e corrigir as causas do problema (MARCELLI 2007). Como principais
causas dessa patologia, HELENE (1992) cita: Má execução das peças estruturais; Utilização
de concreto com resistência inadequada; Presença de cloretos. CASCUDO (2005) institui que
a corrosão das armaduras é um processo de deterioração da fase metálica, provocando perda
de seção das barras de aço com a formação de produtos de corrosão expansivos, geralmente
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no entorno das armaduras, que vão acumulando e gerando tensões responsáveis por fissuras
no concreto, deixando a armadura cada vez mais exposta à ação de agentes agressores.
Em fundações: Pode-se citar que a ausência ou insuficiência de investigações
geotécnicas adequadas, interpretação equivocada de dados coletados por meio de ensaios,
avaliação incorreta de valores de esforços atuantes na estrutura, tensão admissível do solo
inadequada, má execução por imperícia e falta de treinamento da mão de obra figuram entre
as principais causas de patologias em fundações (DO CARMO, 2003).
Ainda conforme Do Carmo (2003), com a ação das causas anteriormente citadas,
podem-se manifestar três danos: Danos na arquitetura comprometem a estética da edificação,
com o aparecimento de trincas, por exemplo; Danos funcionais comprometem diretamente o
desempenho e funcionalidade da edificação, necessitando reforços e reparos para conter o
avanço da patologia; Danos estruturais afetam a vida útil, durabilidade e desempenho,
comprometendo os elementos estruturais da edificação e implicam na instabilidade da
edificação, podendo levá-la ao colapso.
Em revestimentos: Diversos fatores são responsáveis pelo aparecimento de
patologias em revestimentos. Dentre eles pode-se citar a má proporção do traço, falta de
técnica e cuidados na execução, assim como tipo e qualidade dos materiais utilizados na
argamassa. Vale ressaltar que fissuras podem estar relacionadas a mais de um desses fatores,
havendo junção de efeitos no surgimento das patologias. Como patologias em revestimentos
decorrentes dessas causas, pode-se citar fissuras localizadas, espessura do revestimento fora
do padrão adequado previsto nas normas NBR 7200/1998 e NBR 13749/2013, e
descolamento de partes do revestimento (DO CARMO, 2003).
Nas impermeabilizações: Do Carmo (2003) diz que patologias em
impermeabilizações podem ser de diversos tipos, destacando-se a corrosão de componentes de
aço da edificação, degradação de elementos de gesso e forros, elementos de argamassa
desagregados devido a perda da característica aglomerante do cimento e eflorescências
causadas por gotas provenientes de acúmulos de água, crescimento de vegetação e formação
de vesículas.
Nas alvenarias: Dentre os tipos de manifestações patológicas em alvenarias, pode-se
citar a eflorescência, caracterizada por uma alteração na aparência do elemento, causada por
depósito de metais alcalinos na superfície do mesmo. Essa eflorescência, apesar da
possibilidade de ser agressiva, causando desagregação profunda, é facilmente identificada e
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possui diagnóstico considerado simples, não comprometendo a estrutura do elemento
estrutural (CORRÊA, 2010).
No entanto, este trabalho tem o objetivo de determinar problemas patológicos mais
comuns em residências de pequeno porte na cidade de Piranhas-GO, analisando as principais
patologias presentes em residências de pequeno porte no Residencial Marques situado no
bairro Santo Antônio, para relatar os tipos de patologias existentes nas residências e propor
possíveis soluções para as anomalias encontradas.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em Piranhas-GO, no Residencial Marques situado no bairro
Santo Antônio (Figura 1), cidade localizada no oeste goiano com distância aproximada de 310
km de Goiânia e a 510 km de Brasília.
Figura 1. Residencial Marques, situado no bairro Santo Antônio em Piranhas-GO. Fonte: Google
Maps (2020), adaptado pelos autores.
Sendo o objetivo principal deste trabalho identificar patologias em residências de
pequeno porte (MCMV), situadas no bairro Santo Antônio, foi realizado um estudo de caso
onde foi possível a observação de quais problemas patológicos são mais visíveis nos lugares
estudados.
Portanto, a partir de pesquisas bibliográficas para melhor compreensão do assunto,
foram feitas visitas em 4 residências, fotografando e analisando as patologias para determinar
as possíveis soluções.
Os dados foram coletados a partir de entrevistas com os moradores. Para tanto, foi
elaborado um questionário contendo perguntas referentes aos moradores: Você detectou
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algum tipo de problema? Qual? Há quanto tempo? Fez algum reparo? Sim, Não, Qual?
Solucionou? Em quanto tempo voltou? Quando vai realizar reformas ou ampliações, vai
contratar um engenheiro ou arquiteto? Constando os principais pontos a serem analisados
sendo fotografados os locais onde observaram-se problemas, onde foi feito assim, uma
anamnese a respeito das patologias no local.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com as visitas realizadas para o presente estudo, obtiveram-se os seguintes
resultados descritos a seguir.
Condições encontradas
Patologias no imóvel 1
Na primeira casa onde visitamos foi na Rua Hermínio Barbosa, S.N, onde moram 2
pessoas. A residência foi construída há 2 anos e 4 meses, e eles residem no local há 1 ano e 4
meses.
Foram encontradas algumas irregularidades. Uma delas, como mostra a figura 2, é
uma mancha de mofo encontrada na parede da sala, que segundo os moradores estão com esse
problema há 1 ano e não fizeram nenhum reparo.
Figura 2. Exemplo de patologia encontrada nas residências: mancha provocada por umidade em uma
das residências.
A ocorrência poderia ser por falta de impermeabilização (má execução), ou por
impermeabilização ineficaz (material de baixa qualidade). A saturação de água nos materiais
sujeitos à umidade tem como consequência o aparecimento de manchas características e
posterior deterioração.
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Conforme Verçoza (1991), a umidade age como meio para que grande parte das
patologias ocorra em edificações. Ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências,
ferrugens, mofo, bolores, manchas, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de acidentes
estruturais. Têm-se as seguintes origens para umidades que ocorrem nas construções, trazidas
durante a construção; trazidas por capilaridade; trazidas por chuva; resultantes de vazamentos
em redes hidráulicas; condensação, que vem a causar problemas como: dano em
equipamentos e bens presente no interior da edificação, prejuízo no caráter funcional da
edificação, o desconforto dos usuários podendo atingir a saúde dos mesmos devido a
proliferação de fungos e ainda prejuízos financeiros.
De acordo com a figura 3, também podem surgir fissuras devido a umidade, onde
Medeiros e Franco (1999) classificam as fissuras como internas que são provocadas pela ação
de variação térmica e umidade, provocando movimentações de contração e expansão que
dependem das propriedades do material, e as externas, causadas por cargas transmitidas pelos
elementos estruturais e movimentos diferenciais entre os elementos de concreto armado e as
paredes.
Figura 3. Mancha de umidade e fissura.
As fissuras são bem finas e estão visíveis há 11 meses e também não solucionaram.
Solução: Refazer o revestimento seguindo as etapas corretas e respeitando os prazos
estabelecidos pelas normas, utilizando impermeabilização flexível, pois ao contrário da rígida
pode acompanhar os movimentos de dilatação ou retração devido às mudanças de
temperaturas e usar tintas emborrachadas, sela-trincas etc.
Conforme a figura 4, percebe-se o estufamento e descascamento na pintura que é
causado por falta de aderência do produto aplicado devido à presença de pó (tinta antiga
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pulverulenta) sobre a superfície, falta de diluição da tinta, uso de fundos ou massas de baixa
qualidade.
Figura 4. Mofo, empolamento e descascamento da pintura.
Paredes mofadas precisam ser cuidadosamente limpas, o que envolve a escovação da
superfície, seguida por banho com uma solução de água potável e sanitária, deixando agir por
30 minutos. Depois, é preciso enxaguar a região com água potável, aguardar a secagem
completa para, então, iniciar a pintura.
Solução: Para corrigir o descascamento, é recomendado raspar ou escovar a
superfície até a remoção total das partes soltas ou mal aderidas. Em seguida, aplique uma
demão de Suvinil Fundo Preparador de Paredes - Base Água e aplique o acabamento.
Conforme a figura 5 uma pequena rachadura na laje ou problema de deslocamento na
telha pode causar infiltração de água e, pouco a pouco, corroer o material do revestimento ou
do forro causando um mal maior.
Figura 5. Mofo e goteira no teto do banheiro.
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Antes de obter uma solução é preciso: encontrar a fonte da água. Isso é fundamental,
pois qualquer reparo no próprio teto será inútil se a água voltar a danificar o teto novamente;
Identificar a fonte da umidade. Um telhado com vazamento pode ser causado por fortes
tempestades de vento soprando telhas do telhado.
Se o banheiro não for adequadamente impermeabilizado com calafetar ou selante,
isso pode ser uma das principais causas de danos à água do teto e ignorar um vazamento no
teto, além de aumentar o mofo, pode enfraquecer os materiais o suficiente para que o teto
desmorone.
A presença do mofo não apenas aumenta o risco de danos, mas também, o risco de
efeitos negativos à saúde causados pela exposição ao mofo, comprometendo a sua saúde e de
sua família.
Solução: é aconselhável usar isolantes impermeabilizantes que são aplicados durante
a fabricação dos tetos. Estes produtos ajudam a impermeabilização, embora talvez a medida
mais eficaz seja a colocação de placas anti-umidade no forro que, ao contrário de outros
produtos, resistem mais a tempo e evitam assim a fixação da umidade no teto.
Os residentes desse imóvel pretendem fazer uma ampliação com uma área no fundo e
fazer o contrapiso no quintal e não irão contratar um profissional adequado para isso. Isso
colocará em risco a estrutura.
Patologias no imóvel 2
A segunda casa construída há 9 anos, é situada na Rua Idalina Augusta de Faria, S.N,
onde moram há 8 anos no local com 2 pessoas. A ausência de preparação da superfície ou sua
realização de maneira insuficiente fará com que a pintura apresente pulverulência,
contaminações, sujeiras, bolor, materiais soltos e substrato poroso. Na figura 6, as manchas de
bolor e fissuras são claramente mostradas, que foram ocorridas possivelmente devido as
chuvas e as movimentações térmicas.
Figura 6. Mofo e fissuras na parede externa.
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As fissuras se dão devido às movimentações da estrutura decorrentes de variação
climática, recalques de fundações, ou qualquer outro fenômeno a que a construção seja
submetida. Quando isso acontece, as fissuras passam a ser porta de entrada para a infiltração e
percolação de água.
Solução: caso a fissura não apresente movimentação considerável, que é o caso da
maioria das fissuras observadas, sua recuperação pode ser feita usando o próprio sistema de
pintura da parede. Segundo Thomaz (1989), pode-se recuperar esse tipo de fissura aplicando
um selante flexível, como poliuretano ou silicone, em um sulco aberto na região da trinca.
Podendo ser feito da seguinte forma: abrindo com espátulas, passando o selatrinca, material
de silicone borrachoso, massa forte e massa corrida.
Já na figura 7, observa-se as manchas brancas que são chamadas eflorescência, que
ocorrem quando a tinta é aplicada sobre o reboco não curado ou em superfícies com presença
de umidade ou devido à sais provenientes dos materiais de construção.
Figura 7. Eflorescência na parede externa
Solução: Para corrigir a eflorescência, deve-se aguardar a secagem da superfície,
eliminar eventuais infiltrações, aplicar uma demão fundo preparador de paredes a base d’água
e aplicar acabamento. Uma maneira simples de fazer isso também, é usar ácidos (como o
sulfâmico e o acético) para remover as manchas. É preciso consultar a quantidade e a forma
de utilização com o fabricante do produto para não corroer e manchar ainda mais as
superfícies. Lavar o local com bastante água após o processo é fundamental para que o
resultado saia conforme o planejado.
Na figura 8, mostra uma fissura presente por 4 anos depois que os moradores
residem, que vai do teto até a parede ocasionada pela dilatação da temperatura, podendo ter a
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mesma solução dos mofos e fissuras anteriores, como retirar a pintura e refazer usando
impermeabilizante para evitar a infiltração nesse local.
Figura 8. Demonstração de patologia encontrada em uma das residências: fissura, indicada pelas setas
vermelhas.
Conforme observamos na figura 9, a infiltração, que está permanente desde a
mudança dos moradores para o imóvel. Devido à chuva, aparecem goteiras que provocam
esse problema com a umidade, pois a água circula até encontrar uma abertura.
Figura 9. Infiltração no teto de PVC.
Solução: cobrir todo o telhado com uma manta asfáltica para telhado. Para isso, a
preferência é para as mantas aluminizadas resistente à água. Recomenda-se também, o uso de
isolantes térmicos para lajes e telhados e, em locais suscetíveis à corrosão. Desta forma, o
ambiente irá ganhar resistência e impedir a formação de água.
Não fizeram manutenção para solucionar as anomalias. A moradora dessa casa
pretende fazer uma área no fundo, uma edícula e pintar novamente a casa. Segundo ela, não
vai contratar um engenheiro.
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Patologias no imóvel 3
Essa residência foi construída há 5 anos, é situada na Rua José Apolinário dos
Santos, S.N, residem 8 pessoas no local há 3 anos. Foram encontradas apenas fissuras, como
mostra a imagem da figura 10A na parede e na figura 10B no requadro da janela, onde estão
presentes desde quando mudaram para o local.
Figura 10. A. Fissura na parede; B. Fissura no requadro da janela.
Solução: Da mesma maneira que foi falado anteriormente, o ideal seria abrir com
espátulas, passando o selatrinca, material de silicone borrachoso, massa forte e massa corrida.
E no caso da janela, o problema possivelmente surgiu devido não ter utilizado verga e
contraverga.
Os moradores pretendem construir uma área no fundo e acrescentar um cómodo,
segundo a responsável pelo imóvel não irão contratar um profissional para a construção.
Patologias no móvel 4
Esse último imóvel que visitamos, é situado na Rua Hermínio Barbosa, S.N, são
moradores nesta casa há 5 anos, ou seja, desde o fim da construção.
A absorção de umidade por materiais porosos se dá por capilaridade (THOMAZ
1998). Ao absorverem umidade, as paredes podem se movimentar em sentido contrário ao das
lajes ou outros elementos de concreto a que estejam ligadas, gerando fissuras (DUARTE,
1998).
Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de
temperatura, sazonais ou diárias que repercutem em variações dimensionais dos materiais de
construção (dilatação ou contração) (THOMAZ, 1889). Conforme Duarte (1998) paredes de
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fachada e lajes de cobertura aquecem-se durante o dia e se resfriam durante a noite, com
consequentes movimentos de dilatação e contração.
Diante disso, a figura 11 mostra novamente os problemas que a umidade gera,
podendo causar fissuras, mofo e manchas escuras principalmente nas paredes externas que
tem mais contato com o sol e a chuva.
Figura 11. Mofo e fissuras na parede externa (A); Infiltração (B).
Esses problemas estão presentes há 4 anos e não fizeram nenhum reparo. Pretendem
construir uma área no fundo e garagem, porém não irão contratar um engenheiro.
Algumas obras de pequeno porte não possuem engenheiros responsáveis pela parte
de execução, deixando todo o trabalho que seria executado pelo engenheiro para outras
pessoas que não possuem a qualificação de um engenheiro o que pode causar alguns
problemas no decorrer da obra (SIMÃO, 2016).
O monitoramento da execução de uma obra deve ser feito por um profissional
habilitado para averiguar se todos os procedimentos e técnicas estão sendo realizadas
corretamente, porém não é raro encontrar construções que não tenham a supervisão necessária
causando assim erros que poderiam ser evitados e até mesmo acidentes, pois o canteiro de
obras oferece grande perigo caso as normas de segurança não sejam seguidas (LOPES, 2019).
De acordo com os problemas patológicos encontrados, obteve-se o seguinte resultado
(Tabela 1):
A B
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Tabela 1. Principais patologias encontradas nos imóveis. Principais patologias encontradas Imóvel 01 Imóvel 02 Imóvel 03 Imóvel 04
Mancha de umidade X
Mofo X X X
Empolamento e descascamento de tinta X
Fissura X X X X
Eflorescência X
Goteira X
Infiltração X X
A fissura foi a patologia que mais apareceu nos imóveis e logo após o mofo (Tabela
1), mostrando que são as mais comuns e as que precisam de uma melhor atenção, pois pode-
se evita-las logo no início da construção usando impermeabilizantes e tomando cuidado desde
a parte da compra de materiais até a parte de execução da alvenaria, reboco e pintura.
CONCLUSÃO
De acordo com os dados coletados e analisados, as residências de pequeno porte no
Residencial Marques situado no bairro Santo Antônio na cidade de Piranhas-GO, mostram
uma deficiência quanto à manutenção das edificações causando problemas que dão origem às
patologias.
As manifestações patológicas que foram descritas nesse trabalho – fissuras, manchas,
infiltrações e eflorescências, tem origem na falha de execução do serviço, ocorrendo desde a
escolha dos materiais a serem utilizados de forma incorreta.
Evidentemente, se as medidas de prevenção tivessem sido tomadas durante a fase de
construção, como por exemplo, a correta impermeabilização para evitar manchas causadas
pela umidade, o uso correto dos elementos como a verga e contra verga para evitar fissuras,
essas manifestações patológicas poderiam ser minimizadas ou nem chegariam a ocorrer,
eliminando assim, os possíveis danos causados nas edificações residenciais.
Pode-se concluir então, que nenhum dos moradores entrevistados irão contatar um
Engenheiro para ampliações, podendo assim, ter mais problemas futuros. Portanto, não é
preciso só uma conscientização do profissional, mas também dos moradores de que é
necessário à realização de manutenções nos empreendimentos. Destaca-se então, a
importância de um profissional habilitado para executar obras, acompanhando desde o início
até o fim, verificando se as etapas de construção estão sendo seguidas corretamente, a fim de
evitar maiores problemas para ter qualidade e vida útil das edificações.
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ANÁLISE DA OCUPAÇÃO DE ÁREAS DE RISCOS DE INUNDAÇÕES EM UMA
SEÇÃO DO RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO, NA CIDADE DE IPORÁ – GO
Gleydston Goulart da Silva1; Jessicca Beatriz Martins dos Santos
1; Gabriel Henrique Santos
Toledo1; Guilherme Rodrigues Milhomem
1; Jefferson Eduardo Silveira Miranda
2,3
1. Departamento de Engenharia, Faculdade de Iporá - FAI.
2. Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Goiás, Iporá-Goiás.
Resumo: O crescimento urbano impermeabiliza a superfície terrestre e, com isso, aumenta as chances de
inundação. Assim, é preciso estudar as áreas propensas a ocorrências de inundações e avaliar o risco dessas
áreas. Com isso, o presente estudo teve como objetivo analisar áreas de risco de inundação em uma seção do
Ribeirão Santo Antônio, em que a cidade de Iporá (GO) está avançando. Foi feita uma análise de risco de
inundação conforme as indicações do Ministério das Cidades, analisando ocupação e relevo das áreas. Notou-se
que a área apresenta risco de inundação baixo e médio para a área de estudo. Desse modo é preciso que a
população e os gestores municipais se atentem ao planejamento urbano da região para evitar danos futuros à
população.
Palavras-chave: Sociedade; Cerrado; Precipitações.
ANALYSIS OF OCCUPATION OF FLOOD RISK AREAS IN A SECTION OF
RIBEIRÃO SANTO ANTÔNIO, IN THE CITY OF IPORÁ – GO
Abstract: Urban growth makes the earth's surface impermeable and, as a result, increases the chances of
flooding. Thus, it is necessary to study the areas prone to occurrences of floods and to assess the risk of these
areas. Thus, the present study aimed to analyze areas at risk of flooding in a section of Ribeirão Santo Antônio,
in which the city of Iporá (GO) is advancing. A flood risk analysis was carried out as indicated by the Ministry
of Cities, analyzing the occupation and relief of the areas. It was noted that the area presents low and medium
flood risk for the study area. Thus, it is necessary that the population and municipal managers pay attention to
urban planning in the region to avoid future damage to the population.
Keywords: Society; Cerrado; Precipitation.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento urbano passou a criar padrões de concentração urbana que
acarreta diversos problemas, dentre eles o problema de inundação (TUCCI, 2008). Os corpos
d’água geralmente possuem dois leitos, um menor, em que a água escoa normalmente, e um
maior, que pode ser inundado e ofecer risco às pessoas que ali habitam, configurando assim
como áreas de risco de inundação (TUCCI, 2003).
Geralmente esses processos de inundações são resultados da impermeabilização do
solo com precipitação intensa, em que a quantidade de água nos canias de drenagem
ultrapassam a capacidade de suporte da estrutura (TUCCI, 2003). No entanto, há diversos
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atores e processo na heterogeneidade urbana que resulta em diversas conexões sobre as áreas
de risco de inundação, por isso essa é uma questão que deve ser tratada por diversas áreas, tal
como planejamento urbano, saúde pública e outros (SPINK, 2014).
O Brasil sofre um grande processo de urbanização em que rios se transformam em
canalizações e cedem espaços para vias de tráfego veicular, ocasionando problemas em
períodos de chuvas intensas (CHRISTOFIDIS et al., 2019). Esses autores apontam que esse
processo de impermeabilização do solo influencia no escoamento e, por consequência, no
transbordamento dos rios, oferecendo risco à população.
As inundações caracterizam-se por eventos de alta frequência, pouca relação com
óbitos, mas altamente relacionadas com danos em infraestruturas, habitações, condições de
vida da sociedade de baixa renda (FREITAS; XIMENES, 2012). Desse modo, o conflito entre
urbanização, desenvolvimento e meio ambiente cresce com o aumento de riscos
(MARANDOLA JR. et al., 2013).
Estudos que estimem o fluxo de água durante inundações, ou mesmo que delimitem
as áreas sucetíveis/vulneráveis, servem como ferramentas de políticas públicas para mitigar
tais efeitos (ZHANG et al., 2020). Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar
áreas de risco em uma seção do Ribeirão Santo Antônio, em que a cidade de Iporá (GO) está
avançando. O intuito é contribuir para o planejamento do município.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de Estudo
Esse trabalho foi realizado em uma seção de 5,36 km do Ribeirão Santo Antônio, no
município de Iporá, Goiás (Figura 1). A bacia hidrográfica do Ribeirão Santo Antônio é
definida como de 5ª ordem, tem 652,28 km² de área de drenagem, 168,68 km de perímetro,
com 29,39% da sua área considerada plana (declividade entre 0% e 3%) e apresenta
suscetibilidade a enchentes em condições normais de precipitação (BATISTA et al., 2017).
Além disso, a área de estudo foi escolhida por se tratar de um local próximo ao curso d’água
onde há um forte crescimento demográfico, conforme o que foi tratado no estudo de Gomes,
Mendonça e Miranda (2019).
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Figura 1. Representação da área de estudo, uma seção do Ribeirão Santo Antônio, na cidade
de Iporá, Goiás. Fonte da imagem: Google Earth, editado pelos autores.
Coleta de dados
Para a coleta dos dados foi analisado um raio de 500 m ao longo e perpendicular ao
curso d’água. Além disso, a seção de estudo foi divida em dez subáreas para análise do risco
de inundação. Cada subárea foi analisada separadamente. As variáveis foram analisadas com
auxilio da ferramenta Google Earth.
Para elevação e inclinação do terreno em cada subárea utilizou-se a ferramenta
―Mostrar perfil de elevação‖ do Google Earth Pro (Figura 2). Essa ferramenta fornece o perfil
de elevação de uma linha e por isso foi utilizada em cada linha que dividia as subáreas.
Assim, foi possível encontrar a elevação inicial e final de cada subárea. O Google Earth
difundiu-se bastante na atualiade e atualmente é amplamente utilizada em pesquisas,
principalmente pela definição espacial e características de tonalidade das imagens, que
possibilita a avaliação de feições do relevo (LIMA, 2012).
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Figura 2. Demonstração da ferramenta ―Mostrar perfil de elevação‖ do Google Earth Pro,
que foi utilizada para coleta das variáveis elevação e declividade. Linha laranjada: área de estudo;
Linha vermelha: divisão das seções; Linha azul: corpo d’água; Seta vermelha: demonstração do
método de perfil de elevação.
Após esta etapa e tendo informações de declividade e uso e ocupação, empregou-se o
modelo de análise de risco utilizado pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2007). Primeiro
se analisa o potencial destrutivo dos processos hidrológicos ocorrentes, que é chamado ―C‖ e
permite classificar a área em uma das três classes: enchente e inundação branda de planície
fluviais; enchente e inundação com elevada energia cinética; ou enchente e inundação com
elevada potência de escoamento e competência de transporte de material sólido. Depois se faz
anáise da vulnerabilidade da ocupação urbana, chamada de ―V‖. Nessa etapa, as áreas podem
ser classificadas em uma das seguintes categorias: elevada vulnerabilidade de acidentes; ou
baixa vulnerabilidade de acidentes. Por fim, analisa a distância das moradias ao eixo da
drenagem, chamado de ―P‖, que permite classificar as áreas em elevada ou baixa
periculosidade (Quadro 1).
Ao final da etapa de análise faz-se o confronto dos dados em matriz. Primeiro cria-se
uma matriz (matriz CV) em que os dados de ―C‖ e ―V‖ para cada área são confrontados e
relacionados para obeter o resultado da relação entre cenário de risco e vulnerabilidade
(Quadro 2). Depois os dados da matriz ―CV‖ são confrontados com os dados de ―P‖ (Matriz
CVxP), e assim chega-se ao resultado final. Esse confronto de dados e ordem de análise
obedeceu aos critérios do Ministério das Cidades (2007) e permitiu chegar a estimativa final
do risco de inundação para cada subárea da seção de estudo, que indica risco baixo, médio ou
alto de inundação (Quadro 3).
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Quadro 1. Descrição e explicação das variáveis e das classes de cada variável analisada,
conforme indica o método de Brasil (2007).
C - Cenários de risco e potencial destrutivo dos processos hidrológicos ocorrentes
a) Método hidrológico 1: enchente e inundação branda de planícies fluviais - C1;
b) Método hidrológico 2: enchente e inundação com elevada energia cinética - C2;
c) Método hidrológico 3: enchente e inundação com elevada potência de escoamento e
competência de transporte de material sólido - C3.
V - Vulnerabilidade da ocupação urbana
a) Elevada vulnerabilidade de acidentes (V1): baixo modelo construtivo onde distinguir-se
moradias construídas com madeira, Madeirit e destroços de material com baixa
capacidade de resistir ao impacto de processos hidrológicos;
b) Baixa vulnerabilidade de acidentes (V2): médio a bom padrão construtivo onde
predominam moradias construídas em alvenaria com boa capacidade de resistir ao impacto
de processos hidrológicos.
P - Distância das moradias ao eixo da drenagem
a) Elevada periculosidade (P1): alta possibilidade de impacto direto considerando o raio
de alcance do processo;
b) Baixa periculosidade (P2): baixa possibilidade de impacto direto considerando o raio de
alcance do processo.
Quadro 2. Matriz de confronto dos dados ―C‖ e ―V‖ para análise do risco de inundação. A
matriz resulta nos seguintes possíveis resultados (de cinza no quadro): B – Baixo; M – Médio; A-
Alto; MA – Muito alto. Adaptado de Brasil (2007).
Matriz “CV” Classes de ―C‖
C1 C2 C3
Classes de ―V‖ V1 M A MA
V2 B M A
Quadro 3. Matriz de confronto dos dados entre a variável ―P‖ com os resultados da matriz
―CV‖ para análise final do risco de inundação da área de estudo. A matriz resulta nos seguintes
possíveis resultados (de cinza no quadro): B – Baixo; M – Médio; A- Alto; MA – Muito alto.
Adaptado de Brasil (2007).
Matriz “CVxP” Classes de ―P‖
P1 P2
Resultados da
interação na
Matriz ―CV‖
C1xV1 M B
C1xV2 B B
C2xV1 A M
C2xV2 M B
C3xV1 MA A
C3xV2 A M
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com as informações obtidas, foi notado que na região de estudo algumas
variáveis interferem diretamente no grau de risco de cada ponto estudado, estas variáveis são:
naturais (relevo, inclinação) e padrão urbano da área (proximidade das construções em relação
ao rio). O risco tende a ser maior conforme aumenta a quantidade de residências nas subáreas
(Figura 4).
Figura 3. Representação da seção de estudo do Ribeirão Santo Antônio, Iporá (GO), e das
subáreas com maior risco de inundação.
Nota-se que a área de estudo apresenta riscos de inundações em níveis médio e
baixo, nenhuma das subáreas apresentou risco alto de inundação. Conforme Brasil (2007),
cenários de risco médio podem apresentar enchentes e inundações com alta energia cinética e
alto poder destrutivo, atingindo moradias de bom padrão construtivo, situadas em área com
alta possibilidade de impacto direto do processo; já os cenários de risco baixo apresentam
enchentes e inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo, que podem atingir
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moradias de bom padrão construtivo, mas situadas em área com baixa possibilidade de
impacto direto.
De modo geral, as áreas apresentaram risco baixo à inundação, pois há pouca
ocupação próxima ao rio e bastante área verde, seja por agropecuária ou vegetação natural.
No entanto, atividades agropastoris podem aumentar o escoamento superficial, por conta do
desmatamento e pisoteio do gado que compacta o solo, e contribuir com os processos de
inundações (AMORIM et al., 2017). Assim, essas áreas podem contribuir para aumentar a
vazão de pico do ribeirão e provocar inundações nas áreas à jusante.
Esse processo de escoamento poderá ocasionar prejuízos econômicos e transtornos
para as pessoas que vivem ou trabalham na região, principalmente se não houver
planejamento adequado para a ocupação. Isso é algo preocupante, tendo em vista que nas
áreas mais baixas (como as áreas 6 e 7) há pequenas empresas e uma Instituição de Ensino
Superior.
As subáreas que apresentaram risco médio são aquelas em que as ocupações se
encontram relativamente próximas às margens do ribeirão. Como demonstrado por Cunha et
al. (2017), a falta de planejamento urbano, com destruição da mata ciliar, pode ocasionar
inundações e expor a população a riscos. O mesmo pode acontecer com as ocupações
próximas ao ribeirão Santo Antônio, caso não haja planejamento adequado. Assim,
futuramente essas áreas que hoje apresentam risco médio, poderão apresentar risco alto de
inundação.
É preciso investir em políticas e práticas na gestão de risco de inundação, tendo em
vista que não são eventos inesperados, para assim haver o manejo adequado das águas
urbanas (CHRISTOFIDIS et al., 2019). Nesse sentido, a presente área de estudo revela um
cenário favorável para minimizar enchentes e inundações, tendo em vista que ainda se
encontra parcialmente ocupada e há tempo para se pensar a ocupação de novas áreas e
planejar melhor os novos loteamentos.
Analisar o uso do solo e planejar a ocupação do mesmo vinculando projetos de
gerenciamento de eventos hídricos extremos permite conciliar melhor atividades econômicas
e infraestrutura regional (FABBRO-NETO; GOMEZ-MARTIN, 2021). É por isso que se
deve pensar no planejamento das áreas que ainda não foram ocupadas.
Também é necessário trabalhar com planos de mitigação com base em coleta de
dados imediatamente após eventos de inundação, pois possibilita encontrar resultados mais
exatos do impacto desses eventos (RIBEIRO et al., 2020). Assim, trabalhos como esse
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poderão dar base para a busca e identificação dessas áreas que devam ser atendidas após
fortes eventos de precipitação.
CONCLUSÃO
A seção estudada apresenta baixo risco a inundações, não obstante, já se identifica
potencial em algumas áreas. As áreas com maior ocupação tendem a oferecer maior risco,
bem como aquelas em que há mais construções próximas ao corpo d’água.
Com o presente estudo observou-se que o crescimento da cidade poderá provocar
aglomerações entorno do Ribeirão Santo Antônio e provocar desastres sociais por meio de
inundações. Assim, quanto mais aumenta a concentração de moradias próximas ao corpo
d’água, maior será o risco de inundação.
Mesmo que a áera de estudo apresente baixo risco de inundação, é preciso que o
poder público e a população fiquem atentos, pois conforme a malha urbana se desenvolve a
ocupação nas proximidades do Ribeirão Santo Antônio poderá aumentar. Assim, sugere-se
atenção aos planos de gestão urbana e melhoria do plano diretor para mitigar futuros
problemas à população iporaense.
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