jó (jfb)

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Original em inglês: JOB - The Book of Job Commentary by A.R. Faussett Tradução: Carlos Biagini Introdução 1 10 19 28 37 2 11 20 29 38 3 12 21 30 39 4 13 22 31 40 5 14 23 32 41 6 15 24 33 42 7 16 25 34 8 17 26 35 9 18 27 36

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  • J

    Original em ingls:

    JOB -

    The Book of Job

    Commentary by A.R. Faussett

    Traduo: Carlos Biagini

    Introduo

    J 1 J 10 J 19 J 28 J 37

    J 2 J 11 J 20 J 29 J 38

    J 3 J 12 J 21 J 30 J 39

    J 4 J 13 J 22 J 31 J 40

    J 5 J 14 J 23 J 32 J 41

    J 6 J 15 J 24 J 33 J 42

    J 7 J 16 J 25 J 34

    J 8 J 17 J 26 J 35

    J 9 J 18 J 27 J 36

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 2 INTRODUO

    J, uma Pessoa Real. H aqueles que supem que o livro de J

    uma alegoria, no uma narrao verdica, por causa do carter artificial de muitas de seus declaraes. Por exemplo, mencionam-se muitas vezes os nmeros sagrados, trs e sete. J teve sete mil ovelhas, sete filhos, tanto antes como depois de suas provas; seus trs amigos se sentam com ele sete dias e sete noites; tanto antes como depois de suas provas, teve trs filhas. Assim tambm o nmero e a forma dos discursos dos vrios oradores parecem artificiais. O nome de J, tambm, deriva-se de uma palavra rabe que significa arrependimento.

    Mas Ez_14:14 (cf. vv. 16, 20) fala de "J" em conexo com "No" e "Daniel," como pessoas reais. Tg_5:11 tambm se refere a J como exemplo de "pacincia," o que no teria sido provvel se J fosse apenas uma pessoa fictcia. Tambm os nomes de pessoas e lugares se especificam com uma particularidade que no se espera numa alegoria. Quanto duplicao de suas posses depois de sua restaurao, sem dvida d-se o nmero redondo em vez do nmero preciso, porquanto este se aproxima daquele: coisa que se faz muitas vezes em livros indubitavelmente histricos. Quanto ao nmero e forma predeterminados dos discursos, parece provvel que os argumentos fossem substancialmente os mesmos que aparecem no livro, mas que lhes foi dada a forma potica estudada pelo prprio J, guiado pelo Esprito Santo. Ele continuou vivendo cento e quarenta anos depois de suas provas, e nada teria sido mais natural que ele, em sua oportunidade, amoldasse numa forma perfeita os argumentos que se usaram em to notvel debate, para a ilustrao da Igreja de todas as idades. Provavelmente, tambm, o debate em si compreendeu vrias sesses; e se decidiria por convnio prvio o nmero de discursos atribudos a cada um, e lhe seria concedido o intervalo de um dia ou mais para a preparao cuidadosa do discurso por turnos. Quanto ao nome J arrependimento (supondo-se que a derivao seja exata) era costume

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 3 em tempos antigos pr nomes a pessoas pelas circunstncias havidas num perodo avanado da vida, e isto no argumento contra a realidade da pessoa.

    Onde Viveu J. Uz, segundo Gesnio, significa solo arenoso fino, e estava no norte da Arbia Desrtica, entre a Palestina e o Eufrates, chamada por Ptolomeu (Geografia, 19) Ausitai ou Asistai. Em Gn_10:23; Gn_22:21; Gn_36:28; 1Cr_1:17, 1Cr_1:42 Uz, o nome de um homem; em Jr_25:20; Lm_4:21; e J_1:1, um pas. Uz, em Gn_22:20-21, dito ser filho de Naor, irmo de Abrao, distinto do neto de Sem com o mesmo nome (Gn_10:23). A probabilidade que o pas tomasse seu nome do segundo, pois este foi o filho de Ar, de quem os arameus tomam o seu nome, os quais habitavam a Mesopotmia, entre os rios Eufrates e Tigre. Cf. quanto regio dos filhos de Sem em Gn_10:30: "a regio montanhosa do oriente", o que corresponde a "os orientais" (J_1:3).

    Rawlinson, em sua decifrao das inscries assrias, diz que: "Uz o nome prevalecente do pas que estava na desembocadura do Eufrates." provvel que Elifaz, o temanita, e os sabeus vivessem em tal regio; e sabemos que os caldeus habitavam ali, e no perto de Idumeia, pas que alguns identificam com o Uz. O "grande vento que se levantou do lado do deserto" (J_1:19) concorda com a ideia de que era a Arbia Desrtica. J era tido (J_1:3) como o homem maior de todos os do Oriente; mas a Idumeia est no a leste, mas sim ao sul da Palestina: portanto em linguagem bblica a frase no se pode aplicar a Idumeia, mas sim provavelmente se refere parte norte da Arbia Desrtica, entre a Palestina, a Idumeia e o Eufrates. Assim que os rabes ainda ensinam no Houran um lugar chamado Uz como a residncia de J.

    A poca em que J Viveu. Eusbio a fixa duas eras anteriores a Moiss, ou seja, como do tempo de Isaque: mil e oitocentos anos antes de Cristo, e seiscentos anos depois do dilvio.

    Em apoio disto esto as seguintes consideraes: 1. A longevidade de J de 200 anos concorda com a era patriarcal.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 4 2. No alude seno forma mais primitiva de idolatria, ou seja, o

    culto ao sol, lua, e as hostes celestiais (chamadas Saba, de onde surge o ttulo de Senhor de Sabaoth em oposio ao sabesmo) (J_31:26-28).

    3. O nmero de touros e bodes sacrificados de sete, como no caso de Balao. Isto no o teria Deus permitido depois de dada a lei mosaica, mesmo quando Ele poderia graciosamente Se adaptar aos costumes existentes antes da lei.

    4. A linguagem de J o hebraico, misturado ocasionalmente com expresses siracas e arbicas, o que sugere uma poca em que todas as tribos semticas falavam uma lngua comum, antes da diviso dos distintos dialetos, hebraico, siraco, e arbico.

    5. Fala da forma mais antiga de escritura, ou seja, a escultura. Estima-se a riqueza de algum em termos do gado. O termo hebraico vertido uma moeda deveria traduzir-se , antes, um cordeiro.

    6. No h aluso alguma ao xodo do Egito nem aos milagres acompanhantes; nem destruio de Sodoma e Gomorra (Patrick, entretanto, cr que sim h), embora deve ter um dilvio (J_22:17); e estes eventos, que aconteceram em lugares prximos de J, teriam sido exemplos surpreendentes do argumento em favor da interposio de Deus na destruio dos inquos e na vindicao dos justos, se J e seus amigos tivessem sabido dos mesmos. No h nenhuma referncia no duvidosa lei ritual e sacerdcio judaicos.

    7. A religio de J aquela que prevalecia entre os patriarcas previamente lei; os sacrifcios administrados pela cabea da famlia, sem sacerdcio oficial, templo, nem altar consagrado.

    O Autor. Todos os fatos que acabamos de considerar concordam com o fato de que o prprio J fosse o autor. O estilo do pensamento, as figuras e os modos, so tais quais esperaramos na obra de um emir rabe. H precisamente aquele grau de conhecimento da tradio primitiva (veja-se J_31:33, quanto a Ado) que estava divulgada universalmente nos dias de No e Abrao, e que subsequentemente foi incorporada nos primeiros captulos de Gnesis,

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 5 J, em seus discursos, demonstra que ele era muito mais competente para compor a obra que Eli, a quem a atribui Lightfoot. O estilo probe que se atribua a Moiss, ao qual alguns atribuem a composio, "enquanto estava entre os midianitas, como pelo ano 1520 a.C." Mas o fato de que, sem ser livro judaico, aparece entre os escritos hebraicos, torna provvel que chegasse ao conhecimento de Moiss durante os quarenta anos que passou em partes da Arbia, principalmente perto de Horebe; e que ele, sob a direo divina, introduziu-o como escritura sagrada aos israelitas, aos quais, em seus aflies, a pacincia e a restaurao de J seriam uma lio de especial utilidade. Que escrito inspirado aparece no fato de que Paulo (1Co_3:19) cita J_5:13, com a frmula: "Est escrito". Nosso Salvador tambm (Mt_24:28), claramente se refere a J_29:30. Cf. tambm Tg_4:10 e 1Pe_5:6 com J_22:29; e Rm_11:34-35 com J_15:8. provavelmente o livro mais antigo do mundo. Est entre os "hagigrafos" na diviso trplice da Escritura na Lei, os Profetas e os Hagigrafos ("Salmos", Lc_24:44).

    O Propsito do Livro. um debate pblico em forma potica sobre uma questo importante referente ao governo divino; alm disso, o prlogo e o eplogo, que esto em prosa, lanam o interesse da histria viva sobre o debate, o que de outro modo no seria seno uma contenda de raciocnios abstratos. A cada orador dos trs amigos atribudo trs discursos. J, que no tem a ningum que o apoie, tem a permisso de responder a cada discurso de cada um dos trs. Elifaz, o mais velho, abre o debate. Zofar, em seu terceiro turno, deixa de responder, dando-se assim virtualmente por derrotado (J_27:1-23). Portanto J continua proferindo os seus trs discursos (J 26, 27, 28, 29, 30, 31). A Eli tocam quatro discursos (J 32-37). O Senhor pronuncia trs discursos (J 38-41). Assim, atravs de tudo h uma diviso tripartida: o prlogo, o poema em si, e o eplogo. O poema, em trs: 1. a disputa entre dois e seus trs amigos; 2. o discurso de Eli; 3. O discurso de Deus. H trs sries na controvrsia, e na mesma ordem. O eplogo (J_42:1-17) tambm trplice; a justificao de J; a reconciliao com seus amigos;

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 6 a restaurao. Os oradores tambm em seus discursos sucessivos avanam regularmente de menor a maior veemncia. Com esta composio artificial, tudo parece fcil e natural.

    A questo a resolver, como est exemplificada em J, esta: Por que, em consonncia com a justia de Deus, so afligidos os justos? A doutrina da retribuio depois da morte , sem dvida, a maior soluo da dificuldade. E a esta J se refere claramente em J_14:14 e J_19:25. A isto se objeta, que o explcito da linguagem referente ressurreio inconsequente com a escurido que havia em relao ao tema nos primeiros livros do Antigo Testamento; mas se refuta com o fato de que J desfrutava da viso divina (J_38:1; J_42:5), e portanto, pela inspirao, predisse estas verdades. Logo, as revelaes feitas fora de Israel, por ser poucas, devem ser bem mais explcitas; assim a profecia de Balao (Nm_24:17) foi clara o bastante para dirigir os magos do Oriente pela estrela (Mateus 2:2); e na era anterior lei escrita, era tanto mais necessrio que Deus no ficasse sem testemunho da verdade.

    Contudo, J evidentemente no entendeu plenamente o significado expresso pelo Esprito nas prprias palavras dele (cf. 1Pe_1:11-12). A doutrina, embora existisse, no estava claramente revelada, ou ao menos no entendida. Portanto no se refere primordialmente a esta soluo. Na verdade, at hoje em dia nos falta algo adicional a esta soluo. Davi, que firmemente cria numa futura retribuio (Sl_16:10; Sl_17:15), sentia, entretanto, que a dificuldade no estava totalmente resolvida, e assim o expressa (Sl_83:1-18). A soluo no estava nos discursos de J nem nos de seus trs amigos. Deve estar, pois, no de Eli. Deus celebrar um juzo final, sem dvida, para esclarecer tudo o que parea obscuro em seus procedimentos atuais; mas Ele tambm agora providencial e moralmente governa o mundo e todos os eventos da vida humana. Mesmo os comparativamente justos no esto sem pecado que precisa ser corrigido. A justia e o amor de Deus administram a correo totalmente merecida mas misericordiosa. A tribulao , pois, aos piedosos misericrdia e justia disfaradas. Assim o v o crente aflito

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 7 quando se arrepende. "Via crucis, via salutis" [O caminho da cruz, o caminho da libertao]. Embora afligidos, os piedosos so mais felizes at agora que os mpios, e quando a aflio obtm sua finalidade, tirada pelo Senhor. No Antigo Testamento as consolaes so mais temporrias e externas; no Novo Testamento, mais espirituais; mas no exclusivamente nem naquele nem neste.

    "A prosperidade diz Bacon a bno do Antigo Testamento; a adversidade a do Novo Testamento, que o sinal do favor mais especial de Deus. Mas at no Antigo Testamento, se se escutar a harpa de Davi, ouvem-se tantos cnticos fnebres como canes de alegria; e a pena do Esprito Santo trabalhou mais descrevendo as tribulaes de J que as felicidades de Salomo. A prosperidade no est sem muitos temores e desgostos; e a adversidade no est sem consolos e esperanas".

    Esta explicao de Eli est apoiada pelos discursos de Deus, nos quais se ensina que Deus deve ser justo (porque ele Deus), assim como Eli tinha demonstrado como Deus pode ser justo, e no obstante os justos podem ser afligidos. Concorda nisso tambm J, quem no faz rplica. Deus censura aos trs amigos, mas no a Eli. O curso geral de J fica aprovado; recebe ordem par interceder por seus amigos, e lhe restaurado o dobro de sua prosperidade anterior.

    A Poesia. Em todos os pases a poesia a forma de composio mais primitiva que se pode reter melhor na memria, e no Oriente especialmente era costume conservar os sentimentos numa forma pura, proverbial e potica (chamada macha). A poesia hebraica no consiste em ritmo nem mtrica, mas em uma forma nica peculiar:

    1. Num arranjo alfabtico algo parecido ao nosso acrstico, por exemplo. Lamentaes 1.

    2. O mesmo verso repetido a intervalos, como nos Salmos 42 e 107. 3. O ritmo de gradao: salmos dos degraus ou graduais: 120-134,

    nos quais a expresso do verso se resume e termina no que segue (Salmo 121.)

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 8 4. A caracterstica principal da poesia hebraica o paralelismo, ou

    seja, a correspondncia da mesma ideia nas clusulas paralelas. O mais antigo exemplo dele est na profecia de Enoque (Jd_1:14, 15) e na pardia dela por Lameque (Gn_4:23). Ocorrem trs tipos de paralelismo: (1) O paralelismo sinnimo, em que o segundo verso repete a

    ideia do primeiro, com sem aumento de fora (Sl_22:27; Is_15:1); s vezes com dobro paralelismo (Is_1:15).

    (2) O antittico, em que a ideia da segunda clusula o oposto da do primeiro (Pv_10:1).

    (3) O sinttico, em que h uma correspondncia entre diferentes proposies, de substantivo com substantivo, verbo com verbo, frase com frase, o sentimento, alm disso, sendo no meramente repetido, nem posto em contraste, mas sim reforado com ideias acessrias (J_3:3-9).

    Tambm alternado (Is_51:19). "Assolamento e quebrantamento, fome e espada", quer dizer, o assolamento pela fome, e o quebrantamento pela espada. O introvertido, em que a quarta clusula corresponde primeira e a terceira segunda (Mt_7:6). Assim, o paralelismo oferece com frequncia uma chave para a interpretao. Para maior informao, veja-se Lowth (Introduction to Isaiah, and Lecture on Hebrew Poetry) e Herder (Spirit of Hebrew Poetry, translated by Marsh). As formas simples e menos artificiais preponderam em J: sinal de sua data primitiva.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 9 J 1 Vv. 1-5. A SANTIDADE DE J, SUA RIQUEZA, etc. 1. Huz no norte da Arbia Desrtica, rumo ao Eufrates; foi nesta

    regio, e no na de Idumeia, onde viviam os caldeus e sabeus que roubaram a J. Os rabes dividem seu pas no norte, chamado sham, ou seja, a esquerda, e o sul, chamado o Imen, ou a direita: porque eles davam o rosto rumo ao este, de modo que o norte estava sua esquerda e o sul sua direita. A Arbia Desrtica estava no este, a Arbia Ptrea no oeste, e a Arbia Feliz no sul.

    J O nome vem de uma palavra rabe que significa voltar, isso, a Deus, arrepender-se, referente a seu fim (Eichorn), ou, antes, de um vocbulo hebraico que significa algum em quem se deixa ver a inimizade, grandemente provada. (Gesnius). Muitas vezes se davam nomes significativos a hebreus, sugeridos por eventos posteriores da vida (cf. Gn_4:2. Abel: alimentador de ovelhas). Assim o emir de Huz por consentimento comum foi chamado J, por causa de suas provas. A nica outra pessoa assim chamada foi um filho de Issacar (Gn_46:13).

    Perfeito (AV) no de perfeio absoluta, sem falha (cf. J_9:20; Ec_7:20), mas sim a integridade, a sinceridade, a compatibilidade no tudo, em todas as relaes da vida (Gn_6:9; Gn_17:1; Pv_10:9; Mt_5:48). Foi o temor de Deus que o preservou do mal (Pv_8:13).

    3. jumentas muito apreciadas pelo leite, e no como animal de montaria (Jz_5:10). No se mencionam casas nem terras entre os bens do emir, visto que os nmades vivem em tendas transportveis, e principalmente do pastoreio, e o direito aos campos no era um privilgio dos indivduos. As quinhentas juntas de bois, entretanto, do a entender que J lavrasse a terra. Tambm parece que possua uma casa no povoado, a este respeito diferia dos demais patriarcas. Os camelos se chamam os barcos do deserto, de especial valor para as caravanas, porquanto podiam beber suficiente quantidade de gua que lhes era suficiente para dias, e pastavam de muito poucos abrolhos e espinheiros.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 10 mui numeroso o pessoal ao seu servio Gn_26:14. A outra

    acepo que o hebreu admite, lavoura, no to provvel. todos os do Oriente Denota na Escritura aqueles que viviam a

    leste da Palestina, como os povos da Arbia Desrtica setentrional (Jz_6:3; Ez_25:4).

    4. cada um por sua vez quer dizer, em seu aniversrio (J_3:1). Sugere o amor e a harmonia reinantes entre os membros da famlia, em contraste com a runa que logo ps fim a tal cena de felicidade. Especificam-se as irms, visto que estas festas no eram para orgias, o que teria sido incompatvel com a presena de irms. Estas eram convidadas pelos irmos, embora elas, por sua vez, no davam convites.

    5. Decorrido o turno de dias no fim de todos os aniversrios coletivamente, completado o crculo de banquetes por todas as famlias.

    J os santificava Pela oferta de tantos holocaustos expiatrios quantos filhos tinha (Lv_1:4). Isto se fazia de amanh (Gn_22:3; Lv_6:12). Assim Jesus estava acostumado a fazer suas devoes de de madrugada (Mc_1:35). O holocausto, ou seja, a oferta queimada, era devotado (lit., fazia-se ascender, com referncia fumaa que subia ao cu) por todo pai de famlia, que atuava como sacerdote em favor de sua famlia.

    blasfemado contra Deus O mesmo vocbulo hebraico significa amaldioar, e abenoar; Gesnius diz que o sentido original de ajoelhar-se, e assim veio a significar dobrar o joelho para invocar ou uma bno ou uma maldio. A maldio uma perverso da bno, como todo pecado o da bondade. O pecado uma degenerao, no uma gerao. No provvel, entretanto, que J temesse a possibilidade de que seus filhos amaldioassem a Deus. Parece suficiente o sentido de despedir-se, derivado da costumeira bno ao separar-se (Gn_47:10). De modo que Umbreit traduz: e tero expulso a Deus de seus coraes, quer dizer, no meio do xtase de prazer (Pv_20:1). Este fato ilustra o temor de Deus que tinha J (J_1:1).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 11 Vv. 6-12. SATANS, APRESENTANDO-SE PERANTE DEUS,

    ACUSA FALSAMENTE A J. 6. os filhos de Deus Anjos (J_38:7; 1Rs_22:19). Apresentam-

    se para dar conta de seu ministrio em outras partes do universo (Hb_1:14).

    o SENHOR Heb. Jeov, o auto-existente Deus, fiel a Suas promessas. Deus diz (x_6:3) que ele no era conhecido por este nome aos patriarcas. Mas, como o nome aparece previamente em Gn_2:7-9, etc., o que quer dizer que este nome no era conhecido seno at o tempo da libertao de Israel que foi conhecido peculiar e publicamente no carter que representa este nome, ou seja, quem faz as coisas surgirem, cumprindo as promessas feitas aos antecessores deles. O aparecimento deste nome, pois, aqui, no objeo contra a antiguidade do livro de J.

    Satans foi extensamente divulgada a tradio de que ele tinha sido o agente na tentao de Ado. Portanto d-se o nome dele aqui sem comentrio. O sentimento com que contempla a J similar quele com que olhava a Ado no paraso: animado por seu xito no caso de algum ainda no cado em pecado, ele est seguro de que a piedade de J, quem pertence raa cada, no resistir prova. Ele prprio havia cado (J_4:19; J_15:15; Jd_1:6). no livro de J onde pela vez primeira o nome de Satans aparece: no hebraico significa algum que espreita; um adversrio na corte de justia (1Cr_21:1; Sl_109:6; Zc_3:1); o acusador (Ap_12:10). Ele tem do seu lado a lei de Deus por causa do pecado do homem, e contrria ao homem. Mas Jesus Cristo cumpriu a lei por ns; a justia est de novo do lado do homem contra Satans (Is_42:21); de modo que Jesus Cristo pode interceder como nosso Advogado contra o adversrio. Diabo o nome grego: o caluniador, ou acusador. Ele est sujeito a Deus, quem usa o ministrio dele para castigar o homem. No rabe, Sat aplica-se com frequncia serpente (Gn_3:1). chamado o Prncipe deste mundo (Jo_12:31); o deus deste mundo (2Co_4:4); o Prncipe das potestades do ar (Ef_2:2). Deus aqui o interroga, a fim de justificar seus prprios caminhos, diante dos anjos.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 12 7. rodear a terra indo rapidamente daqui para l. A ideia

    original no rabe a veemncia da pressa (Mt_12:43; 1Pe_5:8). Satans parece ter tido alguma conexo peculiar com esta terra. Talvez era anteriormente o governador dela sob Deus. O homem herdou este vice-reinado (Gn_1:26; Sl_8:6). O homem o perdeu, e Satans chegou a ser o Prncipe deste mundo. O Filho do homem (Sl_8:4), o homem representativo, redime a herana perdida (Ap_11:15). As rplicas de Satans so caracteristicamente curtas. Quando aparecem os anjos perante Deus, Satans est entre eles, assim como houve um Judas entre os apstolos.

    8. Observaste puseste teu corao, consideraste atentamente. Nenhum servo fiel de Deus escapa do olho do Adversrio de Deus.

    9. J debalde teme a Deus? uma caracterstica dos filhos de Satans mofar-se de algum e no crer que haja uma piedade desinteressada. A recompensa de Deus para Seu povo no consiste tanto em Seus dons como o prprio Deus a recompensa (Gn_15:1).

    10. os seus bens se multiplicaram Lit., estendidos como uma inundao; os gados de J cobriam a face do pas.

    11. blasfema contra ti na tua face Em anttese ao louvor de Deus a J (J_1:8), temente a Deus. As palavras de Satans so muito verdicas com relao a muitos. Tirar-lhes a prosperidade lhes tirar sua religio (Ml_3:14).

    12. est em teu poder Nenhum poder tem Satans contra o homem enquanto Deus no o d. Deus no quer tocar a J com a mo, mesmo quando Satans pede que o faa (J_1:11, RC - tua mo), mas sim permite que o inimigo o faa.

    Vv. 13-22. J, EM AFLIO, BENDIZ A DEUS. 13. vinho no especificado no v. 4. A alegria motivada pelo

    vinho aqui contrasta to mais tristemente com o alarme que a interrompeu.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 13 14. as jumentas pastavam (TB) Quadro destacado do repouso

    rural e a paz; quanto mais horrvel, pois, por contraste o ataque repentino dos saqueadores rabes.

    15. os sabeus No aqueles da Arbia Feliz, mas sim os da Desrtica, descendentes de Seba, o neto de Abrao e Quetura (Gn_25:3). Os rabes bedunos da atualidade se parecem, em costumes roubadores, a estes sabeus (cf. Gn_16:12).

    s eu escapei astutamente tramado por Satans. Um em cada caso escapa (J_1:16, 17, 19), para levar a mesma classe de notcia. Isto foi para esmagar a J, sem lhe deixar tempo para recuperar-se da rpida sucesso de calamidades: os infortnios nunca vm sozinhos.

    16. Fogo de Deus Hebrasmo, que significa um fogo forte: como cedros de Deus, cedros muito altos. No o relmpago, que no teria consumido todas as ovelhas e os moos. Umbreit entende que era o vento abrasador da Arbia, chamado pelos turcos vento de veneno. dada permisso ao prncipe das potestades do ar de dirigir tais agncias destrutivas.

    17. Os caldeus No meramente roubadores como os sabeus, mas sim guerreiros experimentados, como se entende porquanto formaram trs esquadres (Hab_1:6-8). Rawlinson distingue trs perodos dos caldeus: (1) Quando o assento de seu Imprio estava no sul, na confluncia do Tigre e Eufrates. Foi este perodo caldaico do ano 2300 a.C. at o 1500 a.C. Neste perodo esteve Quedorlaomer (Gn_14:1), o Kudur de Ur dos caldeus, nas inscries assrias, e o conquistador da Sria. (2) de 1500 a.C. a 625 a.C. o perodo assrio. (3) De 625 a.C. a 538 a.C. (quando Ciro o persa tomou a Babilnia) o perodo babilnico. Os caldeus no hebraico Chasdim. Eram parentes, talvez, dos hebreus, como a morada de Abrao em Ur e o nome de seu sobrinho, Qusede. Os trs esquadres foram provavelmente para atacar os trs milhares separados de camelos de J (v. 3).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 14 19. grande vento do lado do deserto do sul da casa de J. O

    furaco se movia tanto mais violentamente sobre o deserto, por no ser ali interrompido (Is_21:1; Os_13:15).

    os jovens (RC) e as moas, porquanto se inclua as filhas (assim em Rt_2:21).

    20. J se levantou No precisamente de estar sentado, mas sim se refere perturbao interna, e no comeo de tomar alguma ao. Tinha escutado com calma os outros mensageiros, mas ao saber da morte de seus filhos, ento se levantou: ou como Eichorn traduz, comeou a mover-se (2Sm_13:31). Rasgar o manto era sinal convencional de profunda dor (Gn_37:34). Os orientais levam uma tnica, ou camisa, e calas largas; e sobre estes um manto ondeante (especialmente os homens de categoria e as mulheres). Rapar a cabea era tambm comum no luto (Jr_41:5; Mq_1:16).

    21. Nu (1Tm_6:7.) Ventre da me poeticamente a terra, a me universal (Ec_5:15; Ec_12:7; Sl_139:15). J aqui pe por obra a declarao de Deus (v. 8), em oposio a de Satans (v. 11). Em vez de amaldio-lo, abenoa o nome de Jeov (Hebreu). O nome do Senhor mesmo Jeov, como se manifesta a ns em Seus atributos (Is_9:6).

    22. nem atribuiu a Deus falta alguma antes, no se permitiu cometer loucura contra Deus. (Umbreit.) J_2:10 prova que tal o sentido aqui. No como a expresso marginal inglesa: no atribuiu loucura a Deus. Palavras precipitadas contra Deus, embora naturais na amargura, so insensatez; lit., coisa inspida, sem sabor (J_6:6; Jr_23:13 margem.) A insensatez (despropsito) na Escritura sempre equivalente a iniquidade. Porque quando o homem peca, a si mesmo, no a Deus, a quem prejudica (Pv_8:36). Devemos nos submeter s provas, no porque vejamos a razo delas, nem como se fossem assuntos da casualidade, mas sim porque Deus as determina ou as permite, e tem o direito de as enviar, e tem ele suas prprias boas razes para nos enviar isso

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 15 J 2 Vv. 1-8. SATANS PROVA A J DE NOVO. 1. Num dia Dia assinalado para que nele os anjos dessem conta

    de seu ministrio a Deus. Aqui temos as palavras vieram apresentar-se perante o SENHOR, que no esto em J_1:6, pois agora Satans j tem um relatrio especial que apresentar com relao a J.

    3. integridade lit., perfeio; da, perfeito, outra forma da mesma palavra hebraica (J_11:7).

    me incitasses contra ele Assim 1Sm_26:19; cf. 1Cr_21:1 com 2Sm_24:1.

    4. Pele por pele Um provrbio. Acrescente-se: ele dar. A pele figurativo de qualquer bem externo. Nada externo to caro que o homem no o mude por algum outro bem exterior; mas a vida, o bem interno, no pode ser substituda; por amor a ela o homem sacrificaria qualquer outra coisa. Satans escarnece amargamente do egosmo do homem, e diz: J levar a perda de seus bens, e de seus filhos, porque estes no so seno bens externos e substituveis; mas tudo abandonar, at sua prpria religio, a fim de salvar a vida, se Tu lhe tocares os ossos e a carne. Pele e carne esto em anttese. (Umbreit.) Os mrtires comprovam que o escrnio de Satans falso. Rosenmuller o explica no to bem. Um homem entrega de vontade a pele ou seja a vida de outro por sua prpria pele ou seja sua prpria vida. De modo que J poderia suportar a perda de seus filhos, etc., com equanimidade, sempre que ele mesmo ficasse imune; mas quando for tocado em sua prpria pessoa, at renunciar a Deus. Assim pele em primeiro caso significa a pele (isso, corpo) de outro; em segundo caso, pele de si mesmo, como em x_21:28.

    6. poupa-lhe a vida antes, s lhe perdoe a vida. No o mate. Satans demonstra sua ingenuidade ao infligir a dor, e tambm seu conhecimento de quanto o corpo de algum pode suportar sem prejuzo vital.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 16 7. tumores malignos Furnculos malignos; antes, chaga ou

    lcera ardente. O uso da telha [v. 8] concorda com esta ideia. Era aquela forma da lepra chamada negra (para distingui-la da branca), ou a elefantase, porque os ps se incham como as patas de elefante. O arbico judham (Dt_28:35), a maligna pstula, , antes, o negro furnculo ardente (Is_1:6).

    8. um caco No um pedao de laje quebrada, mas sim um instrumento feito para rasgar (da raiz do verbo hebraico rasgar); a lcera era muito repugnante para tocar com a mo. Sentar-se em cinzas significa o luto mais profundo (Jon_3:6); tambm da humildade, como se aquele que estava de luto no fosse seno p e cinza; assim Abrao (Gn_18:27).

    Vv. 9-13. J CENSURA A SUA MULHER. 9. Amaldioa a Deus antes, renuncia a Deus. (Veja-se

    J_1:5). (Umbreit.) Entretanto, era costume entre os pagos, quando ficavam desiludidos das peties que acompanhavam a suas ofertas a seus deuses, reprov-los e amaldio-los.

    e morre isso , se despea de Deus, e assim morra. Porque nenhum bem deve-se obter da religio, nem para c nem para alm; ou quando menos, no nesta vida. (Gill.) Nada leva os mpios a se irarem tanto como ver os piedosos no zangados sob a prova.

    10. mulher tola (TB) O pecado e a insensatez esto na mesma categoria na Escritura (1Sm_25:25; 2Sm_13:13; Sl_14:1).

    no receberamos tambm o mal? suportando-o com conformidade (Lm_3:39).

    11. Elifaz, o temanita No se pode aceitar a noo de Rawlinson de que os nomes dos trs amigos de J representam os tempos caldaicos, a isso de 700 a.C.. Elifaz um nome idumeu, do filho mais velho de Esa (Gn_36:4); e Tem, filho do Elifaz (Gn_36:15), chamado duque. Eusbio situa a Tem na Arbia Ptrea (mas veja-se J_6:19). Tem significa mo direita, e portanto, o sul, ou seja: parte

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 17 de Idumeia; capital de Edom (Am_1:12). Os gegrafos hebreus davam a frente rumo ao este, no a norte como ns fazemos; portanto para eles a mo direita era o sul. Os temanitas eram famosos pela sabedoria (Jr_49:7). Baruque os menciona como autores de fbulas (quer dizer, provrbios que resultavam da observao), e esquadrinhadores dos conhecimentos.

    Bildade, o suta Sua (uma fossa), filho de Abrao e Quetura (Gn_25:2). Ptolomeu menciona a regio da Syccea, na Arbia Desrtica, a leste da Batanea.

    Zofar, o naamatita No dos de Naam de Jud (Jos_15:41), que distava muito, mas sim alguma regio da Arbia Desrtica. Fretelio diz que havia uma Naam em Uz.

    12. lanava p ao ar Violentamente arrojaram cinzas para cima que lhes cassem sobre seus cabeas e as cobrissem. Sinal de profunda dor (Jos_7:6; At_22:23).

    13. sete dias e sete noites No ficaram prostrados e sem alimento o tempo todo, mas pela maior parte deste perodo cada dia e cada noite. O sentar-se na terra era sinal de luto (Lm_2:10). Usualmente o luto durava sete dias (Gn_50:10; 1Sm_31:13). Este silncio pode ser que se devesse a suspeita de maldade em J que lhes nascia na mente: mas principalmente porque so somente as dores comuns os que acham expresso na linguagem; os extraordinrios so muito grandes para a fala: so inexprimveis.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 18 J 3 Vv. 1-19. J AMALDIOA O DIA DO SEU NASCIMENTO, E

    DESEJA A MORTE. 1. passou J a falar. Os orientais raramente falam, e quando

    falam, o fazem de maneira sentenciosa. Isto o que motiva a frmula, que expressa deliberao e seriedade (Sl_78:2). J comeou formalmente.

    amaldioou o seu dia (TB) o dia de seu nascimento, no a Deus. Esta a palavra hebraica exata por amaldioar, distinta da de J_1:5.

    2. Disse. Heb. respondeu, quer dizer, no a uma pergunta anterior com efeito, mas sim questo em volta virtualmente no caso. Sua exclamao singularmente temerria (Jr_20:14). O desejo de morrer a fim de livrar-se do pecado sinal de graa; o desejo de morrer para estar livre das lutas sinal de corrupo. Aquele est mal preparado para morrer que to pouca vontade tem de viver. Mas as provas de J eram maiores e suas luzes menores que as nossas.

    3. a noite em que se disse Noite est personificada, e poeticamente levada a falar. Assim no v. 7, e no Sl_19:2. O nascimento de um filho varo no oriente sempre ocasio de alegria; no assim muitas vezes com o nascimento de uma mulher.

    4. Deus ... no tenha cuidado dele antes, poeticamente, no o rebusque; no se condescenda Deus de seu brilhante trono para levant-lo do lgubre esconderijo. A maldio do dia do v. 3 est ampliada-nos vv. 3, 4; a maldio da noite nos vv. 6-10.

    5. sombra de morte as trevas mais profundas (Is_9:2). espante-o Manchem-no: tal o sentido posterior do verbo

    (Gesnius); melhor a ideia antiga e mais potica: Que a escurido (a antiga noite de lbrego caos) reassuma seu direito sobre a luz (Gn_1:2) e a reclame como sua.

    nuvens nuvem no sentido coletivo, uma acumulao ameaadora de nuvens negras.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 19 tudo o que pode enegrecer o dia lit., os obscurecimentos do

    dia, tudo que o obscurece (Gesnius.) O verbo no hebraico expressa terror repentino. Que aquele dia seja repentinamente aterrorizado por sua prpria escurido. Umbreit o explica como encantamentos mgicos que obscurecem o dia, como culminao das frases anteriores: o v. 8 similarmente fala de maldies do dia. Mas a ideia anterior mais singela. Outros a referem ao venenoso vento simum.

    6. Aquela noite, que dela se apoderem densas trevas que a agarre qual presa, desfazendo-a totalmente.

    no entre na conta, etc. Melhor, por personificao potica: Que no se desfrute no ciclo de dias e noites e meses, que formam o ciclo dos anos.

    7. estril antes, infrutfera. Tomara que no me tivesse dado nascimento .

    8. aqueles que sabem amaldioar o dia Se pranto for a traduo exata na segunda clusula deste versculo, estas palavras se referem aos chores com salrio (Jr_9:17). Mas o hebraico que aqui se traduz por pranto em todos os outros lugares significa um animal, quer seja o crocodilo, ou alguma serpente enorme (Is_27:1), segundo o sentido de leviat. Portanto, a expresso, amaldioadores do dia, tem referncia aos encantados, que, segundo se acreditava, podiam mediante seus encantos fazer com que um dia fosse de mau pressgio para algum. Assim Balao, Nm_22:5. Isto concorda com o parecer de Umbreit (v. 7); e com os etopes e os atlantes, que estavam acostumados a amaldioar o sol ao sair, por t-los queimado e a sua terra. (Herdoto). Os necromantes pretendiam ter o poder de dirigir ou incitar vontade as feras, assim como os hindus encantadores de serpentes de hoje em dia (Sl_58:5). J no diz que tinham tal poder; mas sim, supondo que o tivessem, que amaldioassem o dia. Schuttens o traduz suprindo palavras como seguem: Os que estejam dispostos para qualquer coisa que o chamem (por dia) o levantador do leviat (crocodilo, Sl_41:1), quer dizer, de uma multido de maus.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 20 9. as plpebras dos olhos da alva a alvorada. Os poetas rabes

    chamavam o sol o olho do dia. Seus primeiros raios, pois, que fulguravam antes de sair o sol, eram as plpebras ou pestanas da manh.

    12. me receberam os joelhos (RC) A referncia feita ao reconhecimento solene do recm-nascido pelo pai, que o recebia sobre os joelhos como dele, ao qual estava obrigado a criar (Gn_30:3; Gn_50:23; Is_66:12).

    13. repousaria tranquilo; dormiria, e, ento, haveria para mim descanso Uma gradao. No s houvesse eu jazido, mas tambm descansado, e ainda mais dormido. A morte na Escritura chama-se sono (Sl_13:3); especialmente no Novo Testamento, onde est mais claramente ensinado o despertar na ressurreio (1Co_15:51; 1Ts_4:14; 1Ts_5:10).

    14. com os reis ... que para si edificaram mausolus que edificaram para si o que resultou ser (no palcios, mas sim) runas! O dolorido esprito de J, uma vez um grande emir ele mesmo, doente por causa das vs lutas dos grandes homens mortais, por obter as grandezas, agora contempla os palcios dos reis j feitos montes de desolaes e runas. O fato de ele considerar o repousar da morte o fim mais desejvel dos grandes da terra, cansados de amontoar as riquezas perecveis, assinala a ironia que aparece dentre as negras nuvens da melancolia (Umbreit). O para si demonstra o egosmo deles. Michaelis o explica fracamente como de mausolus, tais como se acham ainda, em propores estupendas, nas runas de Petra de Idumeia.

    15. encheram de prata as suas casas Alguns entendem isto como dos tesouros que os antigos estavam acostumados a enterrar com seus mortos. Mas veja-se o versculo anterior.

    16. como aborto (Sl_58:8). prefervel vida do inquieto avaro (Ec_6:3-5).

    17. os mpios (TB) O original significa: os sempre inquietos, os cheios de desejos (Is_57:20-21).

    repousam os cansados Aqueles com foras cansadas (Ap_14:13).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 21 18. os presos juntamente repousam Descansam de suas

    cadeias. 19. o servo O escravo ali fica emancipado da servido. Vv. 20-26. QUEIXA-SE DA VIDA POR CAUSA DE SUA

    ANGSTIA. 20. Por que se concede luz ao miservel? ou seja, Deus a

    concede. Com frequncia omitido por reverncia (J_24:23; Ec_9:9). Luz: isto , vida. A luz prazerosa mal enquadra com os enlutados. A tumba est mais ao unssono com os sentimentos dele.

    23. cujo caminho oculto Este quadro de J se tira do andante que perdeu o caminho, e que est rodeado de tal forma que no tem por onde escapar (Os_2:6; Lm_3:7, 9).

    24. em vez do meu po me vm gemidos Isto , me impede de comer. (Umbreit). Ou, consciente de que o esforo para comer trouxe a doena, J deve suspirar antes de comer. (Rosenmuller.) Ou, o suspirar deslocou ao bem (Sl_42:3). (Good.) Mas a primeira explicao concorda melhor com o texto.

    os meus lamentos se derramam como gua Figura do som ruidoso de muita gua corrente.

    25. Aquilo que temo, etc. No princpio de suas provas, ao saber da perda de uma bno, temeu a perda de outra, e ao receber a notcia da perda desta, temeu a perda de uma terceira.

    o que receio me acontece ou seja, a m opinio de seus amigos, como se por causa de suas provas ele fosse um hipcrita.

    26. No tenho descanso e j me vem grande perturbao Referindo-se, no a sua condio anterior, mas sim ao comeo de seus pesares. Desde aquele tempo, no tenho repouso, no h intermisso de tristezas. E j me veio (sem o adversativo no obstante) ainda outra perturbao, ou seja, a suspeita de meus amigos de que eu seja hipcrita. Isto o que motivou toda a controvrsia que se segue.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 22 J 4 Vv. 1-21. O PRIMEIRO DISCURSO DE ELIFAZ. 1. Elifaz O mais brando dos trs acusadores de J. A magnitude

    das calamidades de J, suas queixas contra Deus, e a opinio de que as calamidades so provas de culpabilidade, levaram os trs a duvidar da integridade de J.

    2. Se intentar algum falar-te antes, so duas perguntas: Nos permite provar uma palavra contigo? Ofender-te-s com isso? At os amigos piedosos muitas vezes tm s por um toque o que ns sentimos como ferida.

    3. mos fracas Is_35:3; 2Sm_4:1. 5. tu te enfadas antes, sai de suas casinhas, perde o aprumo

    (1Ts_3:3). 6. no o teu temor de Deus aquilo em que confias ? Vem

    ao seu temor, sua confiana, etc.? No vem s a isto, que agora desmaia? Antes, por transposio, No o seu temor (de Deus), sua esperana, e a perfeio de seus caminhos, sua confiana? Se for assim, pensa voc, quem jamais pereceu inocente? [Umbreit]. Mas Lc_13:2-3 ensina que, embora haja um governo divino retributivo at nesta vida, entretanto ns no podemos julgar pelas meras aparncias externas. O mesmo sucede ao justo e ao mpio (Ec_9:2); mas, contudo, devemos aceitar com confiana o que Deus age com justia at agora (Sl_37:25; Is_33:16). No julguem por uma parte, mas pelo todo da vida do piedoso, e pelo fim dele, at aqui (Tg_5:11). Um mesmo evento externo uma coisa totalmente diferente em seus efeitos internos sobre os piedosos e os mpios at aqui. Mesmo a prosperidade, quanto mais a calamidade, um castigo para os mpios (Pv_1:32). As provas so castigos para o bem deles (dos justos) (Sl_119:67, 71, 75). Veja-se a Introduo sobre o Propsito deste livro.

    8. os que lavram a iniquidade isso mesmo eles segam (Pv_22:8; Os_8:7; Os_10:13; Gl_6:7-8).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 23 9. assopro de Deus (TB) Sua ira. Figura sugerida pelos ventos

    quentes do oriente (Gl_1:16; Is_5:25; Sl_18:8, 15). 10-11. leo ou seja, os inquos, sobre os quais Elifaz desejava

    mostrar que caem as calamidades apesar de seus vrios recursos, assim como a destruio alcana o leo, apesar de sua notvel fora (Sl_58:6; 2Tm_4:17). Ocorrem cinco termos hebraicos distintos para leo. O bramido do leo (o dilacerador), a voz do leo que ruge, os dentes dos leozinhos, no cachorrinhos, mas suficientemente crescidos para caar a presa. O leo velho (no forte, da Verso Inglesa), os filhos da leoa (no do leo). (Barnes e Umbreit). As vrias fases da iniquidade se expressam por esta variedade de termos: obliquamente, J, sua esposa e filhos podem ser o sugerido por leo, leoa, e os cachorrinhos. O verbo, so quebrantados, no concorda com os dois sujeitos; portanto, supra-se: o bramido fazer calado. O leo velho morre no fim de fome, e os cachorrinhos, arrancados me, so espalhados, e a raa fica extinta.

    12. Uma palavra Heb. uma palavra. Elifaz confirma sua opinio com uma declarao divina que foi repartida secretamente e de improviso.

    um sussurro dela lit., um murmrio. Sugere o silncio que rodeava, e que foi comunicado mais do que as palavras pronunciadas poderiam expressar (J_26:14; 2Co_12:4).

    13. Entre pensamentos de vises Em pensamentos [Assim Winer]. Enquanto revolvia as vises que lhe foram feitas previamente de noite (Dn_2:29). Antes, Em meus mltiplos (heb. divididos) pensamentos, antes de comear as vises da noite; ento, no um sonho ilusrio (Sl_4:4). (Umbreit).

    profundo sono (RV89) (Gn_2:21; Gn_15:12). 16. um vulto estava diante dos meus olhos Primeiro a apario

    se desliza perante Elifaz, logo fica imvel, mas com aquela confuso nebulosa que cria tal impresso de espanto; um suave murmrio; no um silncio (da Verso Inglesa); porque em 1Rs_19:12, a voz, em contraste com a tormenta prvia, denota um murmrio calmo ou aprazvel.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 24 17. mortal homem So usadas duas palavras hebraicas para

    homem; a primeira denota fraqueza, a segunda, fora. Quer seja fraco, ou forte, o homem no justo diante de Deus.

    justo puro Mas isto seria evidente sem um orculo. 18. imperfeies A imperfeio deve ser atribuda aos anjos em

    comparao com Deus. A santidade de alguns deles se desvaneceu (2Pe_2:4), e o melhor deles a santidade de criatura. Imperfeio a falta no sentido de considerao moral (Umbreit).

    19. casas de barro (2Co_5:1). So comuns no oriente as casas de tijolo cru; facilmente se desabam pelo efeito da gua (Mt_7:27). O fundamento do homem este p (Gn_3:19).

    como a traa antes, como pela traa, que est habituada a devorar a roupa (J_13:28; Sl_39:11; Is_50:9). O homem, que do ponto de vista fsico, no pode estar de p diante da traa, menos poder moralmente, estar de p diante de Deus.

    20. de manh e tarde Sem cessar; ou melhor, entre a manh e a tarde de um curto dia (assim x_18:14; Is_38:12).

    perecem melhor, se perdem, se Deus lhe retirasse sua benigna proteo. Portanto o homem no deve crer-se santo diante de Deus, mas sim deve receber a santidade e tudo o mais de Deus (v. 17).

    21. Sua excelncia (AV) (Sl_39:11; Sl_146:4; 1Co_13:8). Mas Umbreit comparando figura oriental de um arco, intil, por estar sem corda, Seu nervo ou corda (deles) seria arrancado. Michaelis, mais de acordo com o v. 19, faz com que a aluso seja s cordas do tabernculo, que so arrancadas (Is_33:20).

    morrem e no atingem a sabedoria antes, Pereceriam, mas no de conformidade com a sabedoria, mas sim segundo a eleio arbitrria, se Deus no fosse imensamente sbio e santo. O ofcio do esprito ensinar que a existncia continuada do fraco homem prova a inconcebvel sabedoria e a santidade de Deus, as quais s salvam o homem da runa. (Umbreit.) Bengel ensina pela Escritura que a santidade (kadosh, no hebraico) de Deus compreende todas as Suas

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 25 excelncias e Seus atributos. De Wette perde o objetivo, ao lhe dar a explicao da brevidade da vida do homem, em contraste com os anjos antes que eles alcanassem a sabedoria.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 26 J 5 Vv. 1-27. A CONCLUSO QUE ELIFAZ TIRA DA VISO. 1. Haver algum que te atenda? antes, Responder ele

    (Deus) a ti? J, depois da revelao que se acaba de dar, no pode ser to presunoso para pensar que Deus ou algum dos santos (Dn_4:17, anjos) ao redor de seu trono lhe deva conceder uma resposta (expresso judicial) a sua rebelde queixa.

    2. ira zelo Queixas irritantes e apaixonadas como aquelas das quais Elifaz acusa a J (J_4:5; assim Pv_14:30). No, a ira de Deus mata ou tolo, e Seu zelo, etc.

    3. o louco O mpio, ao pecador vi estender suas razes em grande prosperidade; entretanto, de repente ocorreram circunstncias que deram ocasio para que sua morada uma vez prspera fosse amaldioada como assolada (Sl_37:35-36; Jr_17:8).

    4. Seus filhos ... espezinhados s portas Frmula judicial. A porta da cidade era o tribunal de justia, e sede de outros atos pblicos (Sl_127:5; Pv_22:22; Gn_23:10; Dt_21:19). Tais propileus se encontraram entre as runas assrias. Elifaz alude indiretamente calamidade que fez desaparecerem os filhos de J.

    5. do meio dos espinhos Mesmo quando uma parte do gro fique pendurada dos espinheiros (ou, cresa entre espinhos, Mt_13:7), o faminto segador no se toma o trabalho de agarr-lo, pois o campo do mpio est completamente arrasado.

    os roubadores (AV) Como os sabeus, que roubaram a J. Antes, traduza-se sedentos como comprova a anttese com os famintos do paralelismo.

    6. Porque antes, certamente (Umbreit). a aflio no vem do p Como a m erva, de sua prpria

    natureza. Elifaz insinua que a causa da aflio estava no prprio J. 7. Mas antes, Certamente a aflio no vem pela casualidade,

    mas sim como o que Deus assinalou como pagamento do pecado; quer

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 27 dizer, do pecado original com que o homem nasce. Elifaz passa do pecado particular e o conseguinte sofrimento de J, ao pecado universal e as aflies da humanidade. Estas surgem do pecado comum do homem por uma lei de consequncias naturais to necessrias quanto as centelhas (heb. filhos de carvo, fascas) levantam-se para voar. As tribulaes so muitas e fogosas, como as fascas (1Pe_4:12; Is_43:2). Umbreit, para centelhas tem aves de rapina; lit., filhos do relmpago, no muito acertado.

    8. Porm (TB) Melhor, portanto (porquanto a aflio est por Deus ordenada por causa do pecado) eu gostaria que voc buscasse a Deus (Is_8:19; Am_5:8; Jr_5:24).

    11. Una-se com o v. 9. Seus inescrutveis procedimentos fazem-se com o fim de levantar os humildes e rebaixar os soberbos (Lc_1:52). Portanto J deveria voltar-se humildemente a Deus.

    12. as suas mos no possam realizar lit., realizao. O hebraico combina numa palavra as duas ideias, sabedoria e felicidade, a existncia duradoura sendo a raiz etimolgica e filosfica da noo combinada. (Umbreit).

    13. Paulo (1Co_3:19) cita esta clusula, com a frmula que estabelece a inspirao da mesma, est escrito. Cita as precisas palavras hebraicas, no a verso grega da LXX como est acostumado a fazer (Sl_9:15). Ham foi enforcado na mesma forca que tinha preparado para Mardoqueu (Et_5:14; 7:10).

    os sbios os ardilosos. astcia Seu compl fica precipitado antes de maturar-se. 14. A cegueira judicial com frequncia alcana os mundanos

    (Dt_28:29; Is_59:10; Jo_9:39). 15. Da espada que sai da boca deles (Sl_59:7; Sl_57:4). 16. h esperana para o pobre da interposio de Deus. a iniquidade tapa a sua prpria boca (Sl_107:42; Mq_7:9-10;

    Is_52:15). Especialmente, de vergonha, no ltimo dia (Jd_1:15;

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 28 Mt_22:12). A boca foi a ofensora (vv. 15), e a boca ser ento tapada (Is_25:8) mo final.

    17. Bem-aventurado No que seu padecimento seja com efeito prazeroso, mas sim a considerao da justia de quem o envia, e a finalidade da correo enviada, fazem dele motivo de gratido, no de queixas, tais como J pronunciava (Hb_12:11). Elifaz insinua que a finalidade neste caso para voltar a J do pecado particular que Elifaz pressupe que J cometeu. Paulo parece aludir a esta passagem em Hb_12:5; deste modo Tg_1:12; Pv_3:12. Elifaz no d a devida importncia a esta verdade, mas sim, ao pecado de J. Eli sozinho (J_32:137:37), quem desenvolve plenamente a verdade de que a aflio misericrdia e justia em disfarce, para o bem daquele que a padece.

    18. ele faz a ferida e ele mesmo a ata (Dt_32:39; Os_6:1; 1Sm_2:6). A figura de enfaixar uma ferida. A arte de curar naquele ento consistia muito em aplicaes externas.

    19. De seis e na stima (Pv_6:16; Am_1:3). O modismo hebraico fixa certo nmero (aqui o seis), a fim de chamar a ateno a uma coisa de importncia; logo aumenta a fora acrescentando um na stima, o outro nmero maior que segue; aqui sete, o nmero sagrado e perfeito. Em todas as tribulaes possveis; no limitadas meramente ao nmero sete.

    20. de mo de ferro te desatar (Verso Jnemann) (Jr_5:12). Do-se mos espada personificada (Ez_35:5 margem), como agente vivente.

    21. (Sl_31:20; Jr_18:18). aoite (Sl_73:9.) 22. da fome te rirs No apesar da destruio e fome, o que

    verdade (Hab_3:17-18), mas no a verdade que Elifaz queria dizer; mas sim [devia rir] porque estas calamidades no lhe sobreviriam. Uma palavra hebraica distinta da de J_5:20; ali, a fome em geral; aqui, a frouxido dos que carecem da devida nutrio (Barnes.)

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 29 23. com as pedras do campo ters a tua aliana No

    prejudicaro a fertilidade de sua terra; nem os animais danificaro seus frutos. Isto dito na Arbia Desrtica, onde abundavam as pedras. Arbia, derivada de Arab plancie desrtica. A primeira clusula deste versculo corresponde primeira clusula do v. 22; e a ltima deste versculo corresponde ltima daquele. O pleno cumprimento disto ainda futuro (Is_65:23, Is_65:25; Os_2:18).

    24. Sabers Descansars na segurana de que tua habitao a morada da paz; e que (se) conta teu gado, tuas esperanas no resultaro falazes. (Umbreit.) Pecar no concorda com o contexto. A palavra hebraica por falhar o alvo, como de arqueiros (Jz_20:16, no erravam). O hebraico para morada significa em primeira acepo redil; e para visitar [RC; percorrers na RA]], com frequncia tomar conta, enumerar. Paz a comum saudao oriental; que inclua a prosperidade interna e externa.

    25. como a erva (Sl_72:16.) Corretamente, erva que produz semente (Gn_1:11-12).

    26. Em boa velhice (TB) em idade plena: assim cheio de dias (J_42:17; Gn_35:29). No mero comprimento de anos, mas sim a maturidade para a morte o que se quer dizer, como tambm que o pleno desenvolvimento interno e externo no se corta prematuramente (Is_65:22). Entrars no literal, mas sim expressa a conformidade com que morra. Elifaz fala do ponto de vista do Antigo Testamento, que fazia dos anos cheios a recompensa dos justos (Sl_91:16; x_20:12), e a morte prematura, a sorte dos mpios (Sl_55:23). Os justos so imortais enquanto que sua obra no estiver terminada. Ret-los por mais tempo os faria menos preparados para morrer. Deus os leva quando esto no melhor (Is_57:1). Os bons se comparam ao trigo (Mt_13:30).

    se recolhe lit., ascende. O gro se levanta da terra, e levado a celeiro; assim o bom levantado dentre um monto de feixes. (Umbreit.)

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 30 27. havemos inquirido para teu bem (Sl_111:2; Pv_2:4;

    Pv_9:12).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 31 J 6 Vv. 1-30. RPLICA DE J A ELIFAZ. 2. Oh! Se a minha queixa, de fato, se pesasse Tomara que, em

    lugar de censurar minhas queixas, quando devesse , antes, te compadecer de mim, cotejasse acertadamente minhas dores e minhas calamidades; minha tortura ultrapassa a minhas queixas nas balanas.

    3. a areia (Pv_27:3.) precipitadasVeja Margem [isto , quero palavras para expressar

    meu pesar]. claro que J no se desculpa por no ter palavras suficientes, mas sim de ter falado muito e muito ousadamente. (Umbreit, Gesnius, Rosenmuller.) Portanto foram minhas palavras to temerrias.

    4. as flechas esto em mim cravadas me atravessaram. Figura potica que representa o Todo-poderoso vingador, armado de arco e setas (Sl_38:2-3). Aqui as setas esto envenenadas. Linguagem apropriada com referncia s agudas dores que lhe penetravam, qual veneno, at o mais interior (o esprito; como contrastado com as feridas superficiais) do corpo de J.

    se arregimentam contra mim Uma figura militar (Jz_20:33). Todos os terrores que a ira divina pode reunir contra mim (Is_42:13).

    5. Nem os animais silvestres, como o asno monts, nem os domsticos, como o boi, esto descontentes, quando lhes bastam os alimentos. Assim, argi J, se ele se queixa, no sem causa; ou seja, suas dores, que so, por assim dizer, alimento desabrido, aquele que Deus lhe d (v. 7). Mas ele deve ter-se lembrado que pelo fato de ser racional ele deveria mostrar melhor esprito que o bruto.

    6. inspido sem sabor, sem sal. O sal uma necessidade primordial no Oriente, onde a comida principal legumes.

    clara do ovo lit., a saliva, a que se parece a clara do ovo (1Sm_21:13).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 32 7. Tocar se contrasta com comida. Meu paladar se nega sequer a

    toc-lo, mas me d de comer semelhante comida de doena. Leia-se: coisas tal a doena de minha comida. Sente asco, ao seu gosto natural, sequer o tocar a comida inspida, e tais formas de alimento. Porque minha doena como tal comida nauseabunda. (Umbreit.) (Sl_42:3; Sl_80:5; Sl_102:9). No raro, pois, aquele que eu me queixe.

    8. Desejar a morte no prova da preparao para a morte. Os mpios s vezes desejam morrer, a fim de evitar tribulaes, sem pensar no alm. Os piedosos desejam a morte, para poder estar com o Senhor, mas pacientemente aguardam a vontade de Deus.

    9. esmagar-me lit., moer ou esmagar (Is_3:15). soltasse a sua mo Deus tinha estendido a mo somente para

    ferir a superfcie da carne de J (J_1:12; J_2:6); J deseja que aquela mo fosse solta para ferir mais profunda e mortalmente.

    acabasse comigo me cortasse: metfora do tecedor que corta o tecido, j terminada, dos cabos de linho (Is_38:12).

    10. saltaria de contente Me endureceria com (minha) dor; antes, Exultaria na dor, se soubesse que tal dor apressasse minha morte (Gesnius); no daria trgua. Umbreit traduz o hebraico: Que (Deus) no d trgua, e o conecta com dor.

    negado No desconheci, em palavra nem em fato, os mandamentos do Santo (Sl_119:46; At_20:20). Isto o diz em rplica insinuao de Elifaz de que J hipcrita. Aqui chama-se o Santo a Deus, para expressar a obrigao recproca do homem de ser santo, como Deus santo (Lv_19:2).

    11. Que foras fsicas tenho que me garantam a esperana de me curar?, esperana que Elifaz tinha sugerido. E o que seno um miservel fim de vida est diante de mim, para que eu desejasse prolongar a vida? (Umbreit.) Umbreit e Rosenmuller traduzem, no to acertadamente as ltimas palavras como ter pacincia.

    12. To ferozmente lhe tinha atacado a doena que sua fora deveria ser como pedra, e sua carne como bronze, para no ter que se

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 33 afundar sob ela. Mas no tem seno a mesma carne dos demais homens. Portanto, dever ceder, de modo que v a esperana sugerida por Elifaz (cf. J_5:11).

    13. Jamais haver socorro para mim Traduza-se: No h ajuda em mim. Por socorro, melhor traduzir libertao. E a libertao me falta totalmente.

    14. compaixo Um provrbio. A caridade o amor que julga indulgentemente ao prximo; est ao par da veracidade em Pv_3:3, porque as duas coisas juntas formam a essncia da perfeio moral. (Umbreit.) o esprito do cristianismo (1Pe_4:8; 1Co_13:7; Pv_10:12; Pv_17:17). Se preciso usar dela para com todos, quanto mais para com os amigos. Mas aquele que no emprega tal amor abandonou (renunciou) o temor do Onipotente (Tg_2:13).

    15. Os que eu tinha como meus irmos, dos quais esperava a fidelidade em minha adversidade, desiludiram-me, assim como faltam os arroios durante a seca; os wadis da Arbia, cheios no inverno mas secos no vero, defraudavam a esperana das caravanas que esperavam achar gua neles. A abundncia e o rudo destas correntes temporrias correspondem s longas e fortes profisses de amizade passadas de meus amigos; sua secura de estio, para a carncia de amizade quando mais necessrio. O provrbio rabe diz do amigo traioeiro: No confiarei em sua corrente (Cf. Is_58:11, margem).

    torrente que transborda ou antes, o arroio da quebrada que passa. No tem manancial perptuo com que renovar-se (Jr_2:13; Is_33:16), e portanto como rapidamente se enche, rapidamente esvazia.

    16. turvada Lit., Vo como enlutados em roupagem negra (Sl_34:14). Figura vvida e potica da corrente turva e negra de neve e gelo derretidos, que descem das montanhas para o vale. No v. que segue, a neve derretida , no dizer do poeta, escondida na corrente. (Umbreit.)

    17. desaparecem (Mas logo) (Umbreit.) ficam mais estreitos (correm pelo leito mais estreito), vo silenciosas (perdem o rudo torrentoso); no calor (do sol) so consumidas ou desaparecem de seu

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 34 lugar. Primeiro o arroio passa entre ribeiras estreitas; logo cala seu rudo; enfim todo fio de gua desaparece pela evaporao sob o quente sol. (Umbreit.)

    18. Desviam-se as caravanas dos seus caminhos As caravanas (viajantes hebreus) mudam de rumo, por caminhos diversos, buscando gua. Na primavera tinham visto o arroio cheio de gua; agora no calor estival, cansados da viagem, desviam-se por caminho errado para alcanar as guas viventes que lembravam com tanto prazer. Mas, quando vo, entram num deserto. (Noyes e Umbreit.) No como a Verso Inglesa, Vo ao nada, o que seria uma repetio inspida do secamento de guas do v. 17; em lugar de guas, acham um deserto vazio, e no tendo foras para voltar at o caminho, amargurados de desiluso, perecem. A brevidade o mais expressivo.

    19. As caravanas em caravana. Tem no norte da Arbia Desrtica, perto do deserto Srio;

    assim chamado de Tema, filho de Ismael (Gn_25:15; Is_21:14; Jr_25:23). Chamado assim ainda pelos rabes. J_6:19, 20 d outro quadro da humilhao das esperanas defraudadas; quer dizer, das caravanas que no caminho direto aguardam com nsia a volta de seus companheiros do vale distante. A meno da localidade de procedncia das caravanas d viva realeza ao quadro.

    Sab aqui no se refere aos saqueadores da Arbia Desrtica Norte (J_1:15), e sim aos mercantes (Ez_27:22) do sul, da Arbia Feliz, ou seja, Imen, longnqua (Jr_6:20; Mt_12:42; Gn_10:28). As caravanas mencionam-se primeiro em Gn_37:25; deviam viajar assim em companhias, para defender-se contra os roubadores ambulantes, e para a ajuda mtua.

    os viajantes suspiram no pode ter referncia aos que tinham ido em busca de guas; porque J_6:18 descreve a completa destruio deles.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 35 20. Lit., cada um tinha esperado, ou seja, que seus companheiros

    achariam gua. Quanto maior tinha sido sua esperana, tanto mais amargo agora seu desengano;

    em chegando ali o lugar. confundem-se lit., ardeu-lhes o rosto, frase oriental que expressa

    a vergonha e a consternao da esperana desiludida. Assim envergonhado quanto a desengano (Rm_5:5).

    21. Como o arroio seco caravana assim so vs para mim; quer dizer, o nada; foi o mesmo que no existissem. (Umbreit.) A expresso como elas (as guas do arroio), no to boa. Nada sois vs.

    vedes espantais aterrorizam-se ao ver minha angstia, e perdem a presena de nimo. J d uma interpretao branda da falta deles em lhe aliviar com consolao carinhosa.

    22. E contudo no lhes pedi que me trouxessem ddiva, nem que me pagassem recompensa (ao Juiz, para me redimir de meu castigo) de seus bens; tudo que lhes peo um tratamento carinhoso.

    23. tiranos O opressor ou credor, em cujo poder se achava o devedor. (Umbreit.)

    24, 25. Ironia. Se me podeis ensinar a atitude devida, disponho-me a ser corrigido, e a me calar, e a que me faam ver o meu erro. Mas, se suas palavras forem as palavras devidas, por que so to fracos? Mas, quo fracos so as palavras que vocs chamam palavras de retido (a atitude reta)! Assim o hebraico usado em Mq_2:10; 1:9. A Verso Inglesa quo fortes, no concorda muito bem com a segunda clusula.

    25. que o que repreende ? Lit., as repreenses que saem de vs; a nfase est em vs; vs sois os que criticais, que no estais em minha situao. (Umbreit.)

    26. pensais em ou, querem dizer. reprovar as minhas palavras, ditas por um desesperado ao

    vento? que so como nada, como vento, no dignos de ser esquadrinhados tanto? Umbreit no to bem toma o hebraico ao vento, como sentimentos; fazendo sentimentos formais antitticos a meros

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 36 discursos e suprindo, no a palavra censurar, mas sim a pensais em, da primeira clusula.

    27. lanareis sorte Lit., Fazem (de sua ira) (Umbreit) uma rede, quer dizer, rede de raciocnios (Noyes e Schuttens), para cair sobre o indefeso (como o rfo);

    especulareis com o vosso amigo ou seja, para agarr-lo no uso de palavras descuidadas. (Noyes.) (Sl_57:6); metfora dos caadores que apanham os animais em fossas escondidas com ramas. Umbreit, da verso siraca, e de conformidade com sua interpretao da primeira clusula, pe: Se zangariam com um amigo? O hebraico em J_41:6, significa devorar Na primeira, pergunta: O caariam numa rede?, de modo que a segunda segue: logo devorariam em banquete a ele e a suas angstias? Assim a LXX.

    28. se sois servidos Visto que vocs julgaram to falsamente minhas palavras, olhem em mim, quer dizer, meu rosto: porque (est evidente diante de vs) se mentir; minha biografia me trair, se eu for o hipcrita que supem que eu seja.

    29. Tornai a julgar Antes bem, retratem suas acusaes. no haja iniquidade quer dizer, (retratem) essa injustia no me

    seja feita. Sim, retratem isso de minha justia no est nisso. Isto , meu direito est envolto neste assunto.

    30. Diro que minha culpa est no rgo da fala, e que o invocaro contra mim? ou que meu paladar (gosto) ou discernimento no capaz de formar juzos das coisas perversas? assim como explicam o fato de que no tenho conscincia de culpa?

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 37 J 7 Vv. 1-21. J DESCULPA SEU DESEJO DE MORRER. 1. a vida antes, guerra, ou dura luta contra o mal (Is_40:2;

    Dn_10:1); traduza-se tempo assinalado (J_14:14). J retrocede a triste descrio que tem feito do homem, por grande que seja (J_3:14), e trata neste captulo das misrias, que seus amigos vero, se, segundo sua petio, olham nele (J_6:28). At o soldado cristo, que peleja a boa batalha, alegra-se ao termin-la (1Tm_1:18; 2Tm_2:3; 2Tm_4:7-8).

    2. suspira O hebraico: ofega pela sombra (vespertina). Os orientais medem o tempo pelo comprimento de sua sombra. Se o servo desejar a tarde, quando se lhe paga o jornal, por que no pode J desejar a terminao de seu duro trabalho, quando deve entrar na alegria de sua recompensa? Isto prova que J no cria, como muitos insistem, que a tumba era um mero sonho.

    3. Meses de infortnio desconsolador. me deram Lit., me faz herdeiro. Ironia. Ser herdeiro ,

    comumente, assunto de alegria; mas aqui significa uma herana involuntria e lbrega. Meses, por dias, para expressar longa durao. Assinalado, lit., enumerados: indicando claramente o inevitvel destino que lhe estava ordenado.

    4. Lit., quando fugir a noite? (Gesnius.) Umbreit, no to bem, a noite se alonga muito: lit., est medida ao longo.

    5. Na elefantase se criam vermes nas lceras (At_12:23; Is_14:11). crostas terrosas sujeira seca e supurao acumulada (J_2:7-8). pele fendida e aberta, antes,, junta-se para curar, e logo abre-se

    pela supurao. (Gesnius.) Mais singelo o hebraico: Minha pele descansa (por um tempo) e (outra vez) se derrete (Sl_58:7).

    6. (Is_38:12). Cada dia como a lanadeira deixa atrs de si um fio; e cada um se gastar enquanto tece. Mas o pensamento de J que seus dias devem ser cortados rapidamente como um tecido:

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 38 sem esperana ou seja, de uma recuperao e renovao da vida

    (J_14:19; 1Cr_29:15). 7. Palavras dirigidas a Deus. sopro quadro de desagregao (Sl_78:39). no tornaro a ver esta mudana de um desejo diferente de

    J_3:17, etc., o mais natural. J agora est de melhor humor; e uma lembrana de dias anteriores de prosperidade que lhe vem memria, e o pensamento do mundo invisvel, onde no mais visto (J_7:8), arranca dele uma expresso de pesar de deixar este mundo de luz (Ec_11:7); o mesmo que Ezequias em Is_38:11. A graa transcende a natureza (2Co_5:8).

    8. O olho daquele que me olha (presente, no passado), no prprio ato de me olhar, no me v mais.

    os teus olhos me procuraro, mas j no serei Desaparece, at enquanto Deus o est olhando. J no pode sobreviver o olhar do Senhor (Sl_104:32; Ap_20:11). No: Seus olhos me buscam, e no tenho que ser achado; pois o olho de Deus penetra at o mundo invisvel ainda (Sl_139:8). Umbreit ilogicamente entende que teus refere-se a um dos trs amigos.

    9. (2Sm_12:23.) sepultura O sheol, ou lugar dos espritos idos, que no refuta a

    crena de J na ressurreio. Significa meramente que no voltar mais na presente ordem de coisas.

    10. (Sl_103:16). O oriental ama ardentemente sua morada. Nas elegia arbicas o abandono da casa com frequncia tema de tristeza. A graa tambm vence isto (Lc_18:29; At_4:34).

    11. Portanto, como esta minha sorte, pelo menos terei a satisfao melanclica de expressar minha tristeza em palavras. Em hebraico, portanto eu, em todo caso, expressa a auto elevao. (Umbreit.)

    12-14. Por que me nega o consolo do sonho atenuante?

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 39 Acaso, sou eu o mar Na poesia do Antigo Testamento se

    considera o mar como violenta, rebelde contra Deus, o Senhor de natura, quem portanto lhe refreia a violncia) (Jr_5:22)

    ou uma baleia (AV) ou outro monstro da mar (Is_27:1), para que voc me vigie e me refreie? Os egpcios vigiavam bem os crocodilos para que no fizessem mal.

    14. Os sonhos aterradores que resultam da elefantase ele os atribui a Deus; a crena comum atribua todas as vises noturnas a Deus.

    15. Umbreit traduz: De modo que poderia desejar me estrangular me matar com minhas prprias mos. Ele atenua a ideia de que J abrigasse o pensamento do suicdio, representando-o como o pensamento somente de sonhos cruis, o qual se repudia com horror no versculo que segue (J_7:16): aborreo melhor, o (de me afogar) aborreo. Isto forte e grfico. Pode ser que signifique simplesmente: Minha alma escolhe (at) o estrangulamento (ou outra morte violenta qualquer) de preferncia a minha vida, lit., a meus ossos (Sl_35:10); isso, em lugar do gasto esqueleto doente que resta. Segundo esta ideia, o aborreo (v. 16) refere-se a sua vida.

    16. Deixa-me deixa de me afligir durante os poucos dias vos que ainda ficam.

    17. (Sl_8:4; Sl_144:3) J quer dizer: O que o homem, para que lhe ds tanta importncia, e tenhas tanta ateno (de corao) para com ele para lhe fazer o sujeito de to severas prova? J deve antes ter raciocinado que, pela condescendncia da parte de Deus para ter em conta o homem, devia haver algum sbio propsito amoroso nas provas. Davi empregou as mesmas palavras com sua devida aplicao, para expressar a admirao de que Deus fizesse tanto como faz para o homem insignificante. Quanto mais as empregam os cristos, que conhecem a Deus manifestado em Cristo Jesus.

    18. Com cada novo dia (Sl_73:14). So, antes, as misericrdias de Deus, no nossas provas, as que so novas cada manh (Lm_3:23). A

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 40 ideia a de um pastor que faz a conta de seu rebanho cada manh, para saber se estivessem todas as ovelhas. (Cocceius.)

    19. At quando no tirar (como guarda zeloso) os olhos de mim (assim o hebraico, far ir-se de mim)? At que trague a saliva; lit., o momento que necessite para tragar a saliva. Um provrbio rabe, como o nosso: at que tome alento.

    20. Se pequei Mas, que pecado posso fazer contra (J_35:6) ti (de tal natureza, para que me vigie e me tire todas minhas foras, como se me temesse)? Contudo, Tu s aquele que sempre tem de vista aos homens, sempre os vigia) Guarda (J_7:12; Dn_9:14), dos homens. J tinha suportado com pacincia as provas como enviadas de Deus (J_1:21; J_2:10); mas que sua razo no pode reconciliar a continuao incessante de suas dores mentais e fsicas com suas ideias da natureza divina.

    fizeste de mim um alvo para tiPor que me tem feito o ponto de ataque? quer dizer, me atacando continuamente com novas dores. (Umbreit.) (Lm_3:12).

    21. Pois agora muito em breve. agora No na ressurreio, porque ento J ser achado. a

    figura de algum que busca o doente pela manh, para encontrar-se com que o fato de que morreu durante a noite. Infere J que, se Deus no for em seu socorro em seguida, ser tarde demais, pois j se foi. A razo por que Deus no d o sentido imediato do perdo para despertar os pecadores, porque creem ter direito a isso da parte de Deus.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 41 J 8 Vv. 1-21. O DISCURSO DE BILDADE. 2. qual vento impetuoso que faz caso omisso de restries, e

    desafiando a Deus. 3. A repetio de perverter d uma nfase que irrita a J

    (J_34:12). Gostaria que Deus (como suas palavras insinuam) pervertesse o juzo, deixando sem castigar seus pecados? Ele assume a culpabilidade de J por causa dos padecimentos dele.

    4. Se antes, Visto que seus filhos pecaram contra ele e (visto que) os jogaste por (no hebreu, pela mo de) suas transgresses, (contudo) se buscasse a Deus se fosse limpo. certo (at) agora despertaria para ti. Umbreit traduz: Porquanto seus filhos . ele os jogou em (a mo de) seu prprio pecado (ou culpa). Bildade expressa a justia de Deus, a qual J tinha censurado. Seus filhos pecaram, Deus os deixa para a consequncia de seu pecado. Palavras muito agudas ao corao de um pai enlutado.

    5. se tu de madrugada buscares a Deus (RC) Cedo. Fizeres disso o primeiro e principal cuidado (Sl_78:34; Os_5:15; Is_26:9; Pv_8:17; Pv_13:24).

    6. ele, sem demora, despertar em teu favor isto , Ele Se levantar para te socorrer. Deus parecia dormido para com o aflito (Sl_35:23; Sl_7:6; Is_51:9).

    far prspera (TB) Restaurar a prosperidade de tua justa habitao. Bildade presume que foi at agora morada de culpabilidade.

    7. O teu primeiro estado O princpio de sua nova felicidade depois da restaurao.

    o teu ltimo estado (TB) (J_42:12; Pv_23:18). 8, 9. Os sbios da antiguidade alcanavam uma idade mais longa

    que a dos da poca de J (Veja-se J_42:16); e, portanto, podiam dar um testemunho de uma experincia mais plena.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 42 9. de ontem isso , de uma raa recente. No sabemos nada em

    comparao com eles, por causa da brevidade de nossas vidas. Assim Jac tambm (Gn_47:9). O conhecimento pois consistia na observao, incorporada em provrbios poticos, e transmitida pela tradio. A longevidade dava oportunidade para observao mais ampla.

    a sombra (Sl_144:4; 1Cr_29:15). 10. te ensinaro J 6:24 havia dito: me instruam. Bildade,

    pois, diz: Visto que desejas ensino, inquire dos pais, eles te ensinaro. proferiro estas palavras mais que o mero falar: pronunciar

    palavras bem consideradas. do prprio entendimento Da observao e meditao deles.

    No meramente, da boca deles; tal como Bildade insinua eram as palavras de J. J_8:11-13 incorporam em forma potica e sentenciosa (provavelmente o fragmento de um poema antigo) a observao dos ancios. O duplo ponto de comparao o mpio e o papiro (erva) : (1) A prosperidade frondosa primeiro, e (2) A destruio repentina.

    11. o junco (TB) antes, o cano do papel: o papiro do Egito, que se usa para fabricar roupa, sapatos, cestas botes e papel (palavra dele derivada). O papiro e o gladolo ou junco crescem s em lugares pantanosos (como ao longo do Nilo). Assim, o mpio floresce s da prosperidade externa; no h no hipcrita estabilidade interna alguma; sua prosperidade como o rpido crescimento das plantas aquticas .

    12. ainda na sua verdura Antes de maturar-se, de estar preparado para a foice; murcha antes de qualquer outra erva, porque no tem em si poder sustentador algum, uma vez acabada a umidade, a que outras plantas no necessitam em igual quantidade. Assim a runa chega aos mpios no clmax da prosperidade, mais rpido que aos que parecem estar menos firmes em sua possesso. (Umbreit.) (Sl_112:10)

    13. veredas (Pv_1:19.) todos quantos se esquecem de Deus O rasgo distintivo dos

    mpios (Sl_9:17; Sl_50:22).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 43 14. ser cortada (NKJV) Assim Gesnius. Ou conforme

    metfora da casa da aranha, A confiana (sobre a que edifica) ser lanada em runas (Is_59:5-6).

    15. agarrar-se- a ela Indicando que se agarra firmemente dela, quando vem a tormenta das provas. Como a aranha se retm firmemente por meio de seu tecido; mas com esta diferena, a leve aranha est sustentada por aquilo em que confia, o mpio no tem seno um tecido fino em que apoiar-se. A expresso agarrar-se aplica-se devidamente aranha que sustenta o tecido, mas muda-se para aplic-la ao homem. A hipocrisia, como a teia de aranha, fina, fraca, e tecida por suas prprias invenes, como o tecido da aranha que sai de seus intestinos. Um provrbio rabe diz: O tempo destri a casa bem construda, assim como teia de aranha

    16. antes do sol (AV) isto , ele (o mpio) verde somente enquanto o sol no sai; mas no pode suportar o calor do sol, e portanto se seca. Assim as plantas suculentas, como a aboboreira (Jon_4:7-8). Mas o estender-se no jardim no concorda com isto. Melhor, ao sol; o sol representa a sorridente fortuna do hipcrita, enquanto progride maravilhosamente. (Umbreit.) A figura a da erva daninha que cresce exuberante e se estende at sobre montes de pedras e muros, e logo rapidamente desarraigada.

    17. monto de pedras Em hebraico, a casa de pedras; ou seja, a muralha que rodeia o jardim. A planta parasita, que sobe e se arrasta por toda a muralha ao ltimo limite do jardim diz-se figurativamente que v a casa de pedras.

    18. se Deus o arranca Se Deus o arrancar, rpida e violentamente, de seu lugar. Este (lugar personificado) lhe negar (Sl_103:16). A mesma terra se envergonha da erva daninha que jaz seca sobre sua superfcie, como se nunca tivesse tido contato com ela. Do mesmo modo, quando o mpio cai de sua prosperidade, seus amigos mais ntimos o desconhecem

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 44 19. Ironia amarga. O hipcrita se gaba de sua alegria. Este , pois,

    sua alegria no final. do p brotaro outros Outros imediatamente, que tomam o

    lugar do homem assim castigado. No homens piedosos (Mt_3:9). Porque o lugar da erva daninha entre as pedras, onde o jardineiro no quer plantas. Mas os mpios; uma nova colheita de erva m sempre brota no lugar das arrancadas: nunca se acabam os hipcritas na terra. (Umbreit.)

    20. Bildade tem a J por um justo que tem cado em pecado. Deus no rejeita ao ntegro (nem ao piedoso, tal qual J tinha

    sido), se to somente se arrepender. S os que perseverem no pecado no socorrer Deus (no hebraico, tomar de mos dadas; Sl_73:23; Is_41:13; Is_42:6) quando carem.

    21. ainda (TB) Lit., at o ponto de encher As bnos de Deus a ti, arrependido, iro aumentando ainda, at o ponto, etc.

    22. Os que aborrecem a J so os mpios. Eles sero vestidos de vergonha (Jr_3:25; Sl_35:26; Sl_109:29), quando falta sua esperana de que J pereceria totalmente, e porquanto eles, em lugar dele, so destrudos.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 45 J 9 Vv. 1-35. RPLICA DE J A BILDADE. 2. sei que assim Que Deus no perverte o juzo (J_8:3).

    Mas (mesmo quando tiver certeza de estar eu no que justo) como pode um homem declarar sua justia (ser justo) para com Deus? O evangelho responde (Rm_3:26).

    3. Se (Deus) quiser contender Lit., se dignar entrar em juzo. nem a uma de mil coisas lhe poder responder (O homem)

    no se atreveria, mesmo quando tivesse preparadas mil respostas a uma pergunta de Deus, a dar sequer uma de seus respostas, por temor a sua Majestade.

    4. sbio de corao em entendimento e poderoso em foras! Deus confunde ao arguidor mais capaz com sua sabedoria e ao mais poderoso com Seu poder.

    quem se endureceu contra ele (RC) a si mesmo, ou a nuca (Pv_29:1); isso, desafiou a Deus. Para poder prosperar a pessoa deve se conformar aos arranjos providenciais e graciosos Deus.

    5. sem que saibam Expresso hebraica por de repente, de supeto, antes que se d conta disso (Sl_35:8); impensadamente; em hebraico: o que no sabe (Jl_2:14; Pv_5:6).

    6. A terra pintada poeticamente descansando sobre colunas, que tremem por causa do terremoto (Sl_75:3; Is_24:20). A verdade pura quanto terra d-se em J_26:7.

    7. O sol, sem que Deus mande, no sai; ou seja, de um eclipse, ou da escurido que acompanha os terremotos (v. 6).

    sela as estrelas encobre totalmente, como quem sela um quarto, de modo que no se veja seu contedo.

    8. estende (Is_40:22; Sl_104:2.) Mas no mximo, o que aqui se expe no tanto a criao de Deus como Seu poder e governo da natureza. Uma tormenta parece uma luta entre Natura e seu Senhor! Melhor, ento: Aquele que sopra os cus sozinho, sem a ajuda de

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 46 outro algum. Deus desce da abbada dos cus at a terra (Sl_18:9). A tormenta, em que as nuvens descem, sugere a figura. Na descida da abbada do cu, Deus desceu de Seu alto trono, e caminha majestoso sobre as ondas montanhosas (hebraico, alturas), como conquistador que doma a violncia delas. Deste modo, pisar (Dt_33:29; Am_4:13; Mt_14:26). O hierglifo egpcio que representa a impossibilidade um homem que caminha sobre ondas.

    9. quem fez antes, do rabe, quem encobre. Isto concorda melhor com o contexto, que descreve seu ilimitado poder como governador, antes que de criador. (Umbreit.)

    Arcturo (AV) A Ursa Maior, que gira em redor do plo e nunca se pe. Os caldeus e os rabes antigamente denominaram e agruparam as estrelas em constelaes; viajando com frequncia e vigiando seus rebanhos de noite, isto o fariam naturalmente, principalmente quanto a sada e posta de algumas estrelas assinalavam a distino das estaes. Brinkley, pressupondo que as estrelas aqui mencionadas so as de Touro e Escorpio, e que estas eram as constelaes cardeais da primavera e do outono, calcula, pela precesso de equincios, o tempo de J como de 818 anos depois do dilvio, e 184 anos antes de Abrao.

    rion em hebraico, o nscio; em J_38:31, ele aparece preso com ligaduras. A lenda antiga representa esta estrela como um heri, que supostamente se rebelou contra Deus, e foi portanto um nscio, e como castigo foi encadeado no cu; porquanto sua sada faz-se no perodo tempestuoso do ano. Entre os assrios ele Ninrode (rebelde extremamente mpio); rion entre os gregos. Confundia-se na pessoa dele o sabesmo (culto s hostes do cu) e o culto aos heris. Ele primeiro subverteu a ordem patriarcal no fato do caudilho baseado na conquista (Gn_10:9-10).

    Pliades (TB) lit., o monto de estrelas; o rabe: n de estrelas. Os vrios nomes desta constelao no oriente expressa a unio ntima das estrelas da mesma (Am_5:8).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 47 as recmaras do Sul As regies invisveis do hemisfrio

    meridional, com seus prprios grupos de estrelas, como distintos dos mencionados do norte. Est implcita aqui a verdadeira estrutura da terra.

    10. Repetido de Elifaz (J_5:9). 11. ele passa e no o vejo A figura a de um vento

    impetuoso (Is_21:1). Qual ele, invisivelmente se desencadeia sobre o homem: de modo que Deus sentido nos terrveis efeitos de Sua ira; mas ele no visto (Jo_3:8). Portanto, raciocina J, impossvel disputar com ele.

    12. Se ele tirar, como em meu caso tudo que me caro, mesmo um mortal no pode lhe exigir conta. No arrebata seno o que Seu prprio. Ele Rei absoluto (Ec_8:4; Dn_4:35).

    13. Deus no revogar a sua prpria ira enquanto o mortal se lhe opuser obstinadamente (Umbreit).

    os auxiliadores soberbos (RC) antes, os arrogantes que queriam ajudar ao que disputa contra Deus, nada podem com ele.

    14. Como, ento, lhe poderei eu responder?Que sou fraco, vendo que os poderosos se encurvaram diante dEle. Escolha palavras (bem escolhidas, a fim de raciocinar) com ele.

    15. (J_10:15.) Ainda quando no tivesse conscincia de pecado, no ousasse diz-lo, mas sim deixaria que me justificasse o juzo e misericrdia dEle (1Co_4:4).

    16, 17. Ainda que o chamasse ... creria eu que desse ouvidos minha vozaquela que me quebra (como uma rvore limpa de seus folhas) pela tormenta.

    19. Umbreit entende que estas so palavras de Deus, e traduz Quanto aproveita o poder do forte? Eis aqui (diz), o que pode a justia? quem citar a pleito? (Assim Jr_49:19). Por certo estas ltimas palavras se aplicam melhor a Deus que a J. O sentido substancialmente o mesmo se fazemos referir o pronome me a J. O eis aqui (Verso Inglesa) expressa a rpida prontido de Deus quando desafiado.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 48 20. ele (J_15:6; Lc_19:22); ou, Ele Deus. 21. Lit., aqui (e em J_9:20). Eu perfeito! no conheceria minha

    alma; quer dizer, embora consciente de minha inocncia, seria compelido, discutindo com o infinito Deus, a desconhecer minha alma e aborrecer minha vida passada, como se fosse culpado [Rosenmuller].

    22. tudo o mesmo tudo um: seja perfeito ou vil ele destri. Este foi o ponto que J defendia contra seus inimigos, que sofrem os justos e assim os mpios, e que os grandes padecimentos aqui no provam que haja grande culpabilidade (Lc_13:1-5; Ec_9:2).

    23. Se antes, Enquanto (seu) aoite mata prontamente (ao mpio, J_9:22), se ri (faz caso omisso: no se molha) da prova dos inocentes. A nica diferena, diz J, entre os inocentes e os culpados , que estes so mortos por um golpe repentino, e aqueles adoecem at morrer. A traduo de prova no expressa a anttese com arbusto de mata, to bem como com o adoecer. (Umbreit.)

    24. Referindo-se aos juzes justos, em anttese aos mpios da clusula paralela: Enquanto que com frequncia se d ao inquo opressor a terra nas mos, e os juzes justos so levados a execuo, os culpados j tinham o rosto coberto preparados para sua execuo (Et_7:8). Assim o contraste dos justos e inquos aqui corresponde quele de J_9:23.

    se no ele quem ? Se Deus no for a causa destas anomalias, onde tem que achar-se, e quem ?

    25. um correio (TB) Mensageiro. No grande imprio persa havia tais correios, em dromedrios ou a p, empregados para levar a provncias longnquas os decretos reais (Et_3:13, Et_3:15; Et_8:14). Meus dias no so como as lentas caravanas, mas sim qual o correio rpido. Diz-se poeticamente que os dias no veem o bem, e no que J o v neles (1Pe_3:10).

    26. barcos de junco antes, canoas de juncos, ou esquifes de papiro, empregados sobre o Nilo, velozes por ser leves (Is_18:2).

    28. A apdose de J_9:27, Se disser At tenho medo de (que me voltem) meus trabalhos, porque sei que no me ter (declarar, me

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 49 tirando os padecimentos) por inocente. Como pois poderei deixar meu aborrecimento?

    29. O se melhor que se omita da Verso Inglesa: Eu sou (tido de Deus por) mpio: por que ento trabalharei em vo (para refutar a carga?) J submete-se, nem tanto porque cria que Deus tenha a razo, como porque Deus poderoso e ele fraco (Barnes)

    30. gua de neve Que se tinha mais que por gua de lavar, devido brancura da neve (Sl_51:7; Is_1:18).

    purifique as mos com custico Melhor, para corresponder com o paralelismo da primeiro clusula, que expressa o material de limpeza, a lixvia. Os rabes usavam o lcali misturado com azeite, como sabo (Sl_73:13; Jr_2:22).

    32. (Ec_6:10; Is_45:9.) 33. rbitro a imposio de cuja mo expressa o poder de

    adjudicar entre as pessoas. Poderia haver algum do mesmo nvel com J, de um lado; mas J, por outro lado, no sabia de ningum do nvel do Onipotente (1Sm_2:25). Temos os cristos conhecimento de tal Mediador (no, entretanto, no sentido de um referee) sobre o nvel de ambos, o homem-Deus, Cristo Jesus (1Tm_2:5).

    34. vara No aqui o smbolo de castigar, mas sim de autoridade, J no pode encontrar-se com Deus em condies propcias, enquanto Deus lidar com ele sobre o plano de Seu onipotente poder.

    35. Pois eu no sou assim (TB) Melhor: Como esto as coisas, no tirando Deus a vara, no estou em dito plano de igualdade para me defender.

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 50 J 10 Vv. 1-22. CONTINUA A RPLICA DE J A BILDADE. 1. darei livre curso minha queixa antes, Darei rdea solta a

    minhas queixas (cf. J_7:11.) 2. faze-me saber No me trate, em virtude de Sua soberania

    nica, como culpado, sem me ensinar as razes. 3. J no est disposto a crer que Deus possa tomar contentamento

    em usar de Seu poder para oprimir ao fraco, e em tratar como de nenhum valor ao homem, a obra de Suas prprias mos (J_10:8; Sl_138:8).

    favoreas o conselho dos perversos, etc. favorecendo-os com a prosperidade (Sl_50:2).

    4-6. Vs Tu to imperfeitamente como o homem? quer dizer, com o mesmo olho caridoso, como por exemplo, dos amigos de J. to breve Teu tempo? Impossvel! Entretanto, se poderia crer, pela rpida sucesso dos Teus golpes, que no terias tempo a perder em me afligir.

    7. Embora bem o conheces (o Onisciente: conecte-se com J_10:6), esquadrinha meu pecado.

    ningum h que me livre da tua mo Portanto no tem necessidade de me tratar com a rpida violncia que o homem empregaria (Veja-se J_10:6).

    8. me fizeram (TB) com empenho: indicando uma obra difcil e de arte; aplicando a Deus linguagem s aplicvel ao homem.

    devorar-me Inferindo que o corpo humano uma unidade completa, as partes em volta do qual podero suportar o escrutnio mais rigoroso.

    9. barro O versculo 10 prova que a referncia aqui no tanto natureza perecvel dos materiais, como a sua maravilhosa formao pelo Oleiro divino.

    10. Na organizao do corpo desde seus rudes comeos, o original lquido gradualmente assume uma consistncia mais slida, como o leite

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 51 se coalha formando o queijo (Sl_139:15-16). A cincia revela que o quilo que circula nas vasos lcteos se prov para todos os rgos.

    11. me entreteceste ou incrustaste (Sl_139:15); curiosamente operado. (Umbreit.) No feto a pele aparece primeiro, logo a carne, logo as partes mais duras.

    12. teu cuidado Tua providncia vigilante. esprito (TB) alento. 13. resolveste contigo Era Seu propsito. Todos os procedimentos

    de Deus com J em sua criao, preservao, e aflies presentes, eram parte de Seu conselho secreto (Sl_139:16; At_15:18; Ec_3:11).

    14, 15. J fica perplexo, porque Deus observa cada pecado com um rigor to incessante. Quer J seja mau (mpio e hipcrita), ou justo (comparativamente: sincero), o mesmo Deus condena e castiga.

    15. no ouso levantar a cabea Em consciente inocncia (Sl_3:3).

    cheio de ignomnia Vejo muito bem minha aflio (o que parece provar minha culpabilidade). (Umbreit.)

    16. se a levanto (a cabea) antes, (se) levanto (a cabea), caa-me (Umbreit.)

    tu me caas Assim como se o leo no matasse de uma vez a presa, mas sim voltasse a tortur-la de novo.

    17. as tuas testemunhas as suas provas acumuladas eram como uma sucesso de testemunhas apresentadas como prova de sua culpa, para afligir ao acusado.

    multiplicas contra mim a tua ira antes, (Diriges) contra mim exrcito aps exrcito, (lit., mudanas e um exrcito, isto , uma sucesso de hostes), ou seja, suas aflies, e logo recriminao aps recriminao da parte de seus amigos.

    20. Mas, visto que fui destinado desde meu nascimento a sofrer estes males, d-me ao menos um breve prazo de descanso durante os poucas dias que restam (J_9:34; J_13:21; Sl_39:13).

  • J (Jamieson-Fausset-Brown) 52 22. As ideias de ordem e luz, de desordem e trevas, harmonizam

    (Gn_1:2). Usam-se trs palavras hebraicas para escurido: (1) em J_10:21, a palavra comum trevas; (2) aqui, terra da sombra, lgubre (de uma raiz hebraica para encobrir); (3.) a escurido em si mesma, densa, ou negrume (de uma raiz que expressa o pr-do-sol). Onde a prpria luz tenebrosa Sua nica luz solar densa escurido. Um tipo de figura potica. J, em melhor humor, tem pensamentos mais agradveis do mundo invisvel. Mas suas opinies quando melhores, carecem da ntida claridade das do cristo. Cotejem-se est