kit educativo patrimÓnio cultural subaquÁtico

286
KIT EDUCATIVO PATRIMÓNIO CULTURAL SUBAQUÁTICO MANUAL DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA PROFESSORES Foto: Guilherme Garcia Navio Ria de Aveiro A, Portugal em 1999

Upload: buimien

Post on 09-Jan-2017

234 views

Category:

Documents


11 download

TRANSCRIPT

  • KIT EDUCATIVO

    PATRIMNIO CULTURAL SUBAQUTICO

    MANUAL DE MATERIAIS DIDTICOS PARA PROFESSORES

    Foto: Guilherme Garcia

    Navio Ria de Aveiro A, Portugal em 1999

  • Com o apoio

    UNESCO

    Comisso Nacional da UNESCO / Ministrio dos Negcios Estrangeiros

    rea Educao e Escolas Associadas da UNESCO

    Centro Internacional de Eco - Hidrologia Costeira da UNESCO ICCE

    Centro de Histria de Alm Mar

    Faculdade de Cincias Sociais e Humanas da Universidade da Nova de Lisboa

    e da Universidade dos Aores

    Coordenao

    Ftima Claudino

    Comisso Nacional da UNESCO

    ______________________________________________________________________

    Publicado pela primeira vez em 2012

    Comisso Nacional da UNESCO

    [email protected]

    mailto:[email protected]

  • Understanding the History of Human Life on a Blue Planet

    Children are humanitys future. Teaching them knowledge of their past is our best

    chance to improve our present world and make them understand the importance of their

    own acts as well as their relation to other cultures.

    A large part of this past has been connected to the water, in particular to the oceans.

    Civilizations linked in crossing oceans. Continents were settled by seafarers. Battles

    were fought on the sea or for the rule of the sea. And, in even older times, a decisive

    part of the development of human life took place on lands that are now submerged by

    water. Between 150 to 300 sunken cities and ports are supposed to be located on the

    seabed of the Mediterranean alone. Some 3 Million ancient shipwrecks are estimated to

    be scattered over the oceans. 20.000 submerged prehistoric sites are thought to be found

    in the North and the Baltic Sea. Numerous religious offerings have been discovered on

    the bottom of swamps, flooded caves and fountains. Not surprisingly, the waters have

    been called the humanitys largest museum and it was even wondered why do we call

    this planet Earth, when we should call it Water?.

    The richness of the oceans, seas, rivers and lakes and the history of human interaction

    remain however underestimated and little considered in schools and education centers.

    However, the study of their ecosystems and the research of the archaeological remains

    they contain are essential to inform about a part of human history, which it is not always

    so visible.

    UNESCO has been always concerned with the protection of cultural heritage. After

    having achieved a considerable improvement of the protection of World Heritage sites

    on land it is now time that the same attention is paid to underwater cultural heritage.

    UNESCO adopted in 2001 what it is nowadays the most important international legal

    instrument for the protection of the cultural heritage found in the waters of our planet:

    The 2001 Convention on the Protection of the Underwater Cultural Heritage. This

    -i-

  • international agreement stresses the responsibility of every State in raising public

    awareness regarding the value and significance of underwater cultural heritage and the

    importance of its protection.

    Education is a priority and the present publication shall assist in providing it. It is an

    education tool, greatly useful, destined to educators, parents and young people. It aims

    to disseminate knowledge on the underwater cultural heritage and to foster protection

    and appreciation. UNESCO hopes that, once introduced in schools and education

    programmes, it will guide teachers in encouraging youth to be familiar with one of the

    most precious, irreplaceable and fragile parts of our legacy, the underwater cultural

    heritage.

    Ulrike Gurin

    Secretariat of the

    Convention on the Protection of the Underwater Cultural Heritag

    -ii-

  • Learning to live together through Underwater Cultural Heritage Education

    Wrecks of ships or sunken cities tell us a lot about humanity in the past and thereby

    about our cultural identity today. This is why education about under-water cultural

    heritage is a central topic of UNESCOs commitment regarding world heritage.

    By learning about underwater cultural heritage, students and teachers develop an

    appreciation of the great achievements of different cultures and a spirit of mutual

    respect and tolerance. This new Underwater Cultural Heritage Education Kit will be a

    useful resource for teachers to improve, understanding of past and present cultures and

    enrich curriculum content.

    ASPnet often serves as a laboratory for developing, experimenting and validating

    innovative educational material on UNESCO priorities. This kit intended for teachers

    aims to improve the content of curricula and help to develop participatory methods of

    teaching and learning. It is designed to be used in the classrooms as well as through

    extracurricular activities, such as excursions or visits to museums.

    With its integrated and interdisciplinary approach, the kit encourages teachers, students

    and the educative community both locally and globally to preserve underwater cultural

    heritage. Through its diffusion among other Portuguese speaking countries, it will bring

    an enormous enrichment of experiences.

    We are confident that through the activities proposed in the kit, teachers can foster a

    spirit of mutual respect. Education relies on committed teachers, and we hope they will

    use this kit to captivate their students with the treasures of our underwater cultural

    heritage.

    Livia Saldari

    Focal Point for the ASPnet International Coordination

    Section of Education for Peace and Human Rights

    -iii-

  • O mar, palco multifacetado da condio humana

    Desde tempos imemoriais que mares e oceanos convivem com os seres humanos,

    povoando o seu imaginrio e alimentando sonhos, medos e paixes. Este

    relacionamento soube sempre traduzir-se em todas as linguagens e formas de expresso,

    por exemplo na escrita, imortalizando-se pela mo de nomes maiores que, como

    Cames, Pessoa ou Sophia, nos acompanham desde a infncia, fazendo-nos descobrir

    uma paleta surpreendente de relatos, memrias e emoes, que vo de registos mais

    picos e empolgantes a tonalidades mais individuais e intimistas.

    A vida nasceu no mar. E a nossa atitude face a ele percorreu um longo trajeto, nem

    sempre linear, vendo-o inicialmente como um recurso, mas tambm como um obstculo

    e um natural limite. Com o avano da cincia e da tcnica, foi passando de obstculo a

    caminho, oferecendo a promessa de riquezas vrias, mas tambm servindo e ampliando

    o flagelo da prtica da escravatura, proporcionando-lhe novas rotas, mais extensas,

    sistemticas e globais. Acompanhou de perto a histria dos seres humanos: o domnio

    dos mares foi quase sempre decisivo para determinar a supremacia em territrio firme.

    Na atualidade, apercebemo-nos porventura tardiamente de que o mar no uma fonte

    inesgotvel de recursos, designadamente alimentares, de que muito dependemos;

    passmos a olh-lo como um gigante frgil, que por isso mesmo s pode ser explorado

    de forma sustentvel. Mas demonos igualmente conta de que ele nos pode fornecer um

    valioso recurso moderno, espelhando a evoluo das nossas prprias necessidades e

    capacidades: o recurso da informao, por exemplo sobre o estado de conservao do

    planeta, constituindo-se como um barmetro das alteraes climticas e dos percursos

    da biodiversidade.

    Fomos, pois, capazes de superar vrias etapas e de ir mudando com o tempo o nosso

    -iv-

  • olhar, mas mais lentamente a nossa atitude, e dificilmente o nosso comportamento. Em

    todo o caso, verifica-se uma conscincia crescente e uma maior sensibilidade para os

    aspetos relacionados com a utilizao dos mares enquanto patrimnio natural, mesmo

    quando as decises polticas e medidas legislativas no traduzem de forma expressiva e

    eficaz essa conscincia.

    Mas os mares no encerram apenas recursos naturais. As peripcias da nossa histria

    comum encarregaram-se de os dotar de inumerveis despojos, disseminados por todo o

    planeta, e que so outros tantos testemunhos dessa mesma histria, ainda por contar na

    imensa maioria dos casos. Aqui pareciam dividir-se tradicionalmente as guas, entre

    aqueles que optavam assumidamente pela prtica da pirataria com uma certa aura de

    aventura, ligada ideia tentadora e mgica de desvendar tesouros e proceder sua

    apropriao e aqueles que elegiam o tratamento cientfico dos achados submersos e a

    partilha desse conhecimento como nico objetivo. E eis que a pirataria se adapta e

    moderniza: hoje aquela linha divisria bem mais tnue, e os piratas contemporneos,

    em geral bem equipados, tambm se reclamam do emprego de mtodos cientficos e de

    propsitos de divulgao cultural, enquanto continuam a praticar o trfico das peas

    recolhidas

    Podemos e devemos escolher um outro olhar e pous-lo nessa aventura sem fim que

    a evoluo da vida humana no planeta, na narrativa que dela fazem os mares trazendo

    consigo as mudanas de perspetiva que os testemunhos de tal evoluo consentem.

    Ensinou-nos Delors, nas suas reflexes sobre o sculo XXI, que a educao um

    tesouro a descobrir. E ela igualmente um instrumento, como o so os meios de

    comunicao, para promover e aplicar os princpios da Conveno da UNESCO de

    2001 para a proteo do patrimnio cultural subaqutico, instrumento normativo que

    privilegia a conservao in situ e estimula a cooperao internacional.

    -v-

  • neste contexto que surge o presente kit educativo, com o apoio da UNESCO,

    elaborado em parceria com o Centro de Histria de Alm-Mar da Faculdade de Cincias

    Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e o Centro Internacional da

    UNESCO de Eco-Hidrologia Costeira, sedeado em Faro. O kit foi j testado numa

    escola portuguesa associada da UNESCO, o Agrupamento de Escolas de Ferreiras, no

    Algarve, e os materiais produzidos ao longo do perodo de teste foram incorporados

    nesta primeira edio. Seguir-se-, ainda em 2012, um teste alargado em diversas

    escolas associadas de Cabo Verde.

    Este kit educativo pretende ser o nosso pequeno mas empenhado contributo para um

    novo patamar de relacionamento com os mares e oceanos, procurando valorizar o

    primado dos valores patrimoniais, naturais e culturais, no quadro da educao para um

    novo humanismo.

    Manuela Galhardo

    Secretria Executiva da Comisso Nacional da UNESCO

    Coordenadora Nacional das Escolas Associadas da UNESCO

    -vi-

  • PREFCIO

    Por um mero acaso, passei aos dezassete anos por uma experincia inesquecvel. J l

    vo mais de cinquenta e recordo-a como se fosse ontem. Tinha ido mergulhar junto s

    runas de Troia com o grupo do primeiro curso de mergulho com escafandro autnomo,

    realizado em Portugal pelo Centro Portugus de Atividades Submarinas. Surpreso e

    maravilhado, ca pairando sobre um fundo de fina areia branca literalmente atapetado de

    cacos, de onde sobressaiam, semienterrados ou totalmente expostos, belssimas nforas

    milenares, por vezes inteiras, ou quase. O fascnio que pela primeira vez senti perante

    tal cenrio, tremendamente evocativo de um passado longnquo e misterioso, ficou-me

    at hoje gravado na memria, assim como a vastido das perguntas para as quais no

    tinha ento resposta.

    Recordo tambm algo que o tempo fez emergir da memria desse cenrio, hoje quase

    mtica: o desencanto de o termos praticamente feito desaparecer no final dessa prova de

    mar, apesar do seu pressuposto enquadramento arqueolgico e do louvvel destino de

    tais bens. Irremediavelmente. A constatao foi bvia mas subliminar de algum modo

    ilustrando o prprio dilema da Arqueologia excavation is destruction.

    Ao longo do meu itinerrio profissional vivi e revivi centenas de vezes esse dilema,

    ciente do dever de capturar a mais nfima informao no local do crime, antes de o

    corpo ser removido. Tinha conscincia da excecional fragilidade do patrimnio

    arqueolgico subaqutico, exposto ou em risco de exposio, e tentei encontrar

    frmulas de conciliao entre os imperativos da sua investigao e salvaguarda, e a sua

    desejvel fruio pblica, ldica, pedaggica, cultural e turstica. Para alm da

    elementar banalidade de o contemplar sempre, e tanto quanto possvel, com um

    exaustivo registo documental de base.

    -vii-

  • Por isso, desde cedo entendi que a par das atividades profissionais na rea da

    arqueologia, a sensibilizao e o envolvimento do pblico, desde os utentes do mar aos

    meros apaixonados pelo meio aqutico, constitua um fator decisivo para o sucesso da

    salvaguarda desse patrimnio. Por isso, a sensibilizao dos jovens e, necessariamente,

    a dos estudantes, tanto quanto possvel desde tenra idade, deveria constituir uma

    prioridade para os poderes pblicos.

    neste sentido que o presente Kit, elaborado pela Comisso Nacional da UNESCO a

    propsito da Conveno da UNESCO de 2001, ratificada por Portugal em 2006, mas

    cujos princpios foram premonitoriamente adotados por Portugal em 1997 muito

    bem-vindo, como ferramenta de base para a sensibilizao pblica em geral e como

    elementar auxiliar formativo sobre as empolgantes problemticas relacionadas com a

    investigao, salvaguarda e fruio e do patrimnio cultural subaqutico.

    Francisco J. S. Alves

    -viii-

  • INDICE

    Mensagens introdutrias i

    Prefcio vii

    Informao sobre o logtipo 1

    Como utilizar o Kit / Manual 4

    Abordagens educativas sobre o Patrimnio Cultural Subaqutico 5

    Atividades de ensino integrado

    Atividades sugeridas aos estudantes

    Debate

    Investigao

    Exerccios

    Sesses visuais (filmes, fotografia, etc)

    Avaliao

    Visitas a stios 9

    Preparao

    Atividades prvias visita

    Visitas ao stio

    Avaliao

    Visitas a Museus 11

    Conversas guia / visita aos Museus

    Investigao de objeto do Museu

    Avaliao

  • Redes Globais e Internet 12

    Redes Globais (SEA; PCS UNESCO; MACHU PROJECT; ICOM;

    ICCROM; ICOMOS)

    Fichas de atividades 22

    Apresentao da sesso de divulgao Agrupamento de Escolas de

    Ferreiras

    Apresentao da sesso divulgao Centro Internacional de Eco-

    Hidrologia Costeira da UNESCO (ICCE)

    Apresentao da sesso de divulgao FCSH / CHAM

    Visita ao stio

    Visita ao Museu

    A Conveno para o Patrimnio Cultural Subaqutico (antecedentes) 25

    Objetivos

    Ameaas ao Patrimnio Cultural Subaqutico 28

    A recuperao do Patrimnio Cultural Subaqutico 29

    contexto mundial

    Alguns exemplos de intervenes sobre o Patrimnio Cultural 33

    Subaqutico

    Porqu uma Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural 39

    Subaqutico?

    A Conveno de 2001 sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico

    41

    O processo de adeso

    Como aderir

  • Definies da Conveno da UNESCO sobre a proteo do

    Patrimnio Cultural Subaqutico

    Patrimnio Cultural Flvio-Martimo 59

    Objetivos

    Patrimnio Cultural Subaqutico e Identidade 64

    Objetivos

    Utilizao da fotogrametria no levantamento do Patrimnio

    Cultural Subaqutico

    Museus exposies museolgicas emblemticas em Portugal

    Circuitos Arqueolgicos Subaquticos

    O itinerrio arqueolgico subaqutico Ocan

    Parque Arqueolgico Subaqutico da Baa de Angra do

    Herosmo

    Patrimnio Cultural Subaqutico e Cultura de Paz 94

    Objetivos

    Aprender a Viver Juntos

    Participao em atividades de cidadania

    Patrimnio Cultural e Turismo 101

    Objetivos

    Museus submersos e locais de mergulho

    Museus parcialmente submersos

    Museus com exposies

    Patrimnio Cultural Subaqutico inscrito na lista do Patrimnio

    Mundial

  • Atividades 117

    Jogos pedaggicos

    Mapa Mundi exemplos de stios PCS em Portugal

    Mapa Mundi exemplos de stios PCS em outros pases

    Ria de Aveiro A 119

    Rio Arade 1 122

    Baa de Angra do Herosmo 125

    LOcan 128

    Thermopylae / Pedro Nunes 131

    Pirogas 4 e 5 do Rio Lima 134

    Nau Nossa Senhora dos Mrtires 137

    Nau So Pedro de Alcntara 139

    Forte de So Loureno da Barra 142

    Titanic 146

    Vasa 149

    Navio portugus da Nambia 152

    Barcos Vikings de Roskilde 154

    Barco Oseberg 156

    Mary Rose 158

    Kyrenia 160

    San Juan Labrador 162

    Jogos pedaggicos 164

    Jogo da Glria e Quantos Queres

    Pilhagens sobre o Patrimnio Cultural Subaqutica 173

    Glossrio 183

    Materiais de referncia 189

  • Entidades apoiantes 190

    Contactos 191

    Bibliografia 194

    Anexos 202

    T. Smith UNESCO. Wreck of Jacque del Mar, touching the water surface

  • INFORMAO SOBRE O LOGTIPO

    San Juan Labrador

    O navio baleeiro basco San Juan naufragou em 1585 na Baa Vermelha (Red Bay) no

    Labrador, provncia do litoral norte do Canad. Foi encontrado em 1978 por Bruce

    Bennet e foi escavado durante 8 anos pela equipa de arquelogos do Servio de Parques

    do Canad sob a direo do arquelogo subaqutico Robert Grenier.

    As exemplares e as inovadoras tcnicas em arqueologia subaqutica utilizadas na poca

    para recuperar o San Juan, foram as razes apontadas pela UNESCO na seleo do San

    Juan para o seu logtipo, baseadas na reconstituio literal do seu casco.

    Com efeito, apesar de se tratar de um vestgio excecionalmente bem conservado, este

    encontrava-se quase totalmente desmantelado.

    A escavao, levada a efeito ao longo de 8 anos, estabeleceu precedentes que ilustram

    alguns dos grandes princpios e procedimentos propostos pela Conveno de 2001.

    O relatrio final sobre este naufrgio, publicado em francs e ingls pelo Servio de

    Parques do Canad, e compreendendo 5 volumes, um dos (seno o) mais extenso e

    completo at data publicado sobre a histria e a arqueologia de um navio naufragado.

    Reporting, the archiving of data and finds, and dissemination of search results are daily

    routines that begin with the first day of work in archaeology.

    Although the Annex only addresses these issues towards the end, reporting should be

    addressed from the very beginning of any archaeological project.

    Rules 30 and Rule 31 deal with reporting. Rule 32, Rule 33 and Rule 34 have the

    curation of archives as their theme.

    Finally, the publication and dissemination programmed is addressed in Rules 35 and

    36.

    Note that reporting, publication and dissemination are three different things.

    http://www.unesco.org/new/en/culture/themes/underwater-cultural-heritage/unesco-manual-for-

    activities-directed-at-underwater-cultural-heritage/unesco-manual/reporting/

    -1-

    http://www.unesco.org/new/en/culture/themes/underwater-cultural-heritage/unesco-manual-for-activities-directed-at-underwater-cultural-heritage/unesco-manual/reporting/http://www.unesco.org/new/en/culture/themes/underwater-cultural-heritage/unesco-manual-for-activities-directed-at-underwater-cultural-heritage/unesco-manual/reporting/

  • Bibliografia

    Grenier, Robert & Bernier, Marc-Andr & Stevens Willis (Eds.), 2007, The Underwater

    Archaeology of Red Bay (5 Vols., in English and French). Parks Canada.

    Grenier, Robert, The 1565 Wreck of the Basque Galleon San Juan in Labrador and

    the 2001 UNESCO Convention for Heritage Shipwrecks, Archaeological Institute of

    America, 2010

    -2-

  • -3-

  • COMO UTILIZAR O KIT / MANUAL

    Manual didtico concebido para os professores utilizarem na sala de aula, de

    forma transversal em disciplinas como a geografia; histria, lnguas,

    cincias, matemtica, expresses artsticas, etc.

    Selecionar e planear as atividades.

    Fazer uma leitura geral do Manual.

    Examinar cuidadosamente o material informativo (Conveno 2011,

    desdobrveis, mapas, etc).

    Foram introduzidas, para apoio, os contatos das Organizaes que podem ser

    contactadas para pedido de apoio material.

    O Manual sugere atividades para serem desenvolvidas pelos alunos. As

    mesmas podem ser adaptadas, modificadas em funo do contexto local e

    das necessidades dos alunos.

    -4-

  • ABORDAGENS EDUCATIVAS SOBRE O PATRIMNIO CULTURAL

    SUBAQUTICO

    Objetivos:

    Melhorar a visibilidade da Conveno de 2001.

    Explicar e consciencializar sobre os contedos da Conveno de 2001.

    Proporcionar aos professores e alunos slida informao acerca da

    Conveno de 2011.

    Encorajar os professores, alunos e a comunidade educativa para atuar

    localmente e ao nvel global para contribuir para a preservao do

    Patrimnio Cultural Subaqutico.

    O Kit tem como alvo, os professores e os alunos do ensino primrio ao

    ensino secundrio.

    O guia composto por unidades e captulos de trabalho, fornecendo referncias

    e sugestes para atividades destinadas a professores e alunos.

    So apresentados temas que contribuem para a elaborao de projetos locais

    que podem ser adaptados a necessidades e realidades especficas de cada regio

    e pas.

    Os professores podem preparar cada aula utilizando diversas unidades /

    captulos, dependendo dos seus horrios e temticas que preferencialmente

    devero completar as atividades curriculares da escola.

    -5-

  • O GRANDE DESAFIO DESTE KIT SER O COMPROMISSO

    ESTABELECIDO PELOS PROFESSORES E ALUNOS NA CRIAO DE

    PROJETOS E BOAS PRTICAS NO MBITO DA PRESERVAO DO

    PATRIMNIO CULTURAL SUBAQUTICO

    Jogos Pedaggicos

    Agrupamento de Escolas de Ferreiras, Albufeira, 2011

    -6-

  • Viking Ship Museum, Roskilde, A Museum for Children

    http://www.vikingeskibsmuseet.dk/en/visit-the-museum/a-museum-for-children/

    Each State Party shall take all practicable measures to raise public awareness regarding the value

    and significance of underwater cultural heritage and the importance of protecting under this

    Convention

    Article 20th, Public awareness

    Convention on the Protection of the Underwater Cultural Heritage

    -7-

    http://www.vikingeskibsmuseet.dk/en/visit-the-museum/a-museum-for-children/

  • Abordagens educativas sobre o Patrimnio Cultural Subaqutico

    Pela necessidade da preservao do Patrimnio Cultural Subaqutico como

    parte integrante do patrimnio comum da humanidade 1, impe-se o seu ensino

    multi e interdisciplinar nas escolas.

    Esta abordagem integrada e interdisciplinar tem como objetivo, aprender os

    quatro pilares de educao Delors: Aprender a conhecer, Aprender a fazer,

    Aprender a Ser e Aprender a Viver Juntos, integrado num contexto de

    responsabilidade por um patrimnio comum, e a mudar de atitudes face a uma

    abordagem que ao ser necessariamente transversal, est a contribuir para a

    preservao do Patrimnio Cultural Subaqutico.

    As atividades tm como objetivo facilitar abordagens de forma prtica e

    interativa. Elas foram antecipadamente exploradas, avaliadas e testadas por um

    nmero de professores e alunos selecionados numa escola Associada da UNESCO.

    As abordagens propostas podem ser facilmente adaptadas aos diferentes sistemas de

    ensino de forma a satisfazer necessidades locais.

    O objetivo final, o de inspirar e reforar o compromisso que os jovens

    abraaram pela preservao do mesmo patrimnio e estimular atividades que

    fomentem a participao ativa e cvica na vida comunitria.

    Esta aproximao dar obrigatoriamente nfase aos princpios de base do anexo

    da Conveno inspirados na Carta do ICOMOS (Sofia, 1996), que constituiu a

    transposio para o contexto especfico da arqueologia subaqutica dos princpios da

    arqueologia terrestre consagrados pela Conveno Europeia para a Proteo do

    Patrimnio Arqueolgico, La Valetta, Malta, 1992.

    -8-

  • Debate

    Permite discutir e refletir sobre o significado e o valor do Patrimnio Cultural

    Subaqutico, e as ameaas de que ele alvo.

    Investigao

    A Internet e a bibliografia proposta oferecem aos alunos mtodos de investigao

    que os apoiam a formular concluses e planos de ao.

    Exerccios

    Aprender com atividades prticas e insero no prprio patrimnio, requer uma

    maior ateno e curiosidade do aluno, permitindo desenvolver a sua criatividade e

    crtica.

    Sesses virtuais

    Desperta a natural curiosidade nos alunos e convida interao.

    Visitas a stios

    Ser uma interessante oportunidade que se oferece ao aluno. necessrio uma

    planificao antecipada, e de atividades posteriores:

    Questionrio de avaliao

    Preparar o aluno para atividades posteriores

    - Histria (explicar o sitio)

    - Geografia (assinalar caractersticas)

    - Lnguas (literatura, poemas)

    - Cincias (ameaas ao stio)

    - Utilizar os materiais educativos do stio

    -9-

  • - Filmar as atividades

    - Regressar ao stio (escrever artigos de opinio, de informao,

    utilizar o jornal escolar)

    - Fichas de atividades.

    FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    A preencher por cada aluno aps a visita

    Nome do stio __________________________________________________

    Nome do aluno _________________________________________________

    Data da visita ao stio ___________________________________________

    Antes da visita (expectativas) _____________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    Durante a visita (caracteriza o sitio, desenha-o) _____________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    Depois da visita (ultrapassou as expectativas?) sim / no

    Porqu _______________________________________________________

    1 Conveno da UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico, Paris, 2001 Kit informativo com

    o objetivo de promover a Conveno UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico adotada em

    2001, pela Conferncia Geral, na sua 31 edio.

    -10-

    http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/images/uch-labirinte-2.jpg

  • Visitas a Museus

    uma atividade muito importante, pois o nico lugar onde possvel estudar e

    encontrar evidncias e testemunhos de materiais do patrimnio cultural subaqutico.

    Aqui, os museus includos no Conselho Internacional dos Museus (ICOM) podero ser

    uma valiosa ajuda ao professor.

    Antecipadamente, marcar uma visita ao Museu e acompanhar os alunos. Aqui,

    escolhero um objeto de estudo, que servir de investigao, aps o que poder servir

    para uma apresentao na aula (ficha de atividades).

    Redes globais e Internet

    Os dados e a informao contidos nas Redes globais e na Internet so ferramentas

    importantes na educao e investigao do Patrimnio Cultural Subaqutico.

    So diferentes formas de descobrir e sentir o valor que est inserido neste patrimnio.

    A Rede das Escolas Associadas da UNESCO (SEA) criada em 1953, uma rede

    mundial com 9.000 estabelecimentos de ensino que trabalham em prol de uma

    educao de qualidade. Valorizam os 4 pilares de aprendizagem Delors -

    Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a Ser e Aprender a Viver

    Juntos, e servem de centros de experimentao para testar e validar o material

    educativo desenvolvido pela UNESCO ou por outros organismos associados.

    No contexto SEA, essencial reunir alunos e professores de todo o mundo em

    redor do Patrimnio Cultural Subaqutico, em encontros nacionais e

    internacionais.

    Internet

    um sistema global de comunicao, destinado troca de informao. O correio

    -11-

  • eletrnico o mtodo utilizado para enviar mensagens pelo computador.

    A Internet oferece a oportunidade de estabelecer o contacto direto com os outros alunos

    e professores e escolas em todo o mundo e permite aos alunos adquirirem competncias

    necessrias para poderem usufruir da melhora maneira, os recursos disponveis.

    Familiariza os estudantes com as principais funes da Internet; desenvolve

    capacitaes; proporciona o acesso a informao e a foros de troca de informao sobre

    tpicos especficos sobre o Patrimnio Cultural Subaqutico; e promove a

    aprendizagem intercultural pelo contacto direto entre as escolas de pases mais distantes.

    WWW ou web

    uma das ferramentas disponveis na Internet. Permite ao usurrio por disposio do

    pblico, qualquer tipo de informao.

    A pgina Web do Patrimnio Cultural Subaqutico

    Esta pgina Web e o endereo Web do Secretariado da Conveno 2001 Patrimnio

    Cultural Subaqutico, so as fontes que se devero seguir relativamente aos materiais a

    utilizar, relacionados com a Conveno 2001 e os parceiros em todo o mundo (ex:

    Projeto Machu).

    O endereo, proporciona informao real e atualizada sobre os stios patrimnio

    subaqutico, a Conveno de 2001, atividades, bibliografia, noticias, modalidades de

    cooperao e de parceria.

    O endereo cobre as seguintes temticas:

    Conveno de 2001

    Informa sobre a Conveno da UNESCO relativa a proteo do Patrimnio

    -12-

  • Cultural Subaqutico, aprovada em 2001, e que pretende apoiar os Estados a

    melhor proteger esse patrimnio. D a conhecer a lista atualizada dos Estados

    que ratificaram a Conveno de 2001 e tambm informa como ratificar a

    Conveno.

    Apresenta as principais linhas da Conveno e define as Regras de atividades

    dirigidas ao Patrimnio Cultural Subaqutico e cujos princpios fundamentais

    so:

    - Obrigao de preservar o patrimnio cultural subaqutico

    - Preservao in situ como primeira opo antes de permitir a prtica de

    quaisquer atividades

    - Obrigao de no explorar comercialmente o patrimnio

    - Formao e partilha da informao.

    O que o Anexo Conveno de 2001

    Estabelece as Regras relativas s atividades dirigidas ao Patrimnio

    Cultural Subaqutico. As Regras contm normas relativas sobre como

    um projeto deve ser concebido; a competncia e as qualificaes

    necessrias para os interessados e empresas de interveno arqueolgica

    subaqutica; o planeamento do financiamento de projetos de escavao;

    documentao sobre escavaes arqueolgicas em meio aqutico e a

    metodologia de conservao e gesto dos stios.

    Reunies dos Estados Partes

    Informa sobre as reunies dos Estados Partes, cujas sesses ordinrias

    tm lugar pelo menos uma vez a cada dois anos.

    Conselho Consultivo

    A 1 reunio do Conselho Cientifico e Tcnico foi estabelecido em 2009.

    -13-

  • O Conselho Cientifico ser inicialmente composto por 12 membros, mas a

    reunio dos Estados Partes poder, no entanto, aumentar para 24, dependendo do

    nmero dos Estados Partes.

    Patrimnio Cultural Subaqutico Mundial

    Este espao informa sobre o Patrimnio Cultural Subaqutico em todo o

    mundo, por meio de relatrios sobre este patrimnio e a sua proteo.

    Patrimnio

    Apresenta uma galeria de fotos; informao sobre a UNESCO

    Underwater Archaeology Tutorial.

    Stios e Museus

    Informa sobre a existncia de paisagens submersas; naufrgios, runas,

    grutas e poos; explorao marinha, museus e turismo.

    Misso da UNESCO

    D a conhecer o que a UNESCO, e o que faz.

    Pesquisa e formao

    D informao sobre como se prepara um arquelogo subaqutico;

    informa sobre os Centros sob os auspcios da UNESCO e sobre as regras

    e as intervenes arqueolgicas subaquticas.

    Ameaa e proteo

    O que : proteo in situ; proteo e arqueologia subaqutica, preservar,

    patrimnio em perigo.

    Mergulho

    A Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico prev

    incentivar o acesso no-intrusivo e pretende criar uma conscincia

    pblica sobre a sua valorizao e proteo.

    Existe uma estimativa de cerca de 15 milhes de mergulhadores em todo

    o mundo. A UNESCO adotou um Cdigo de tica para Mergulho em

    Stios Arqueolgicos. Neste cdigo, esto expressas 15 regras:

    -14-

  • 1. Proteger o Patrimnio Cultural Subaqutico para as geraes

    futuras;

    2. No tocar em destroos e runas submersas;

    3. No retirar os destroos sob pena de destruir o contexto

    histrico e provocar danos nas peas;

    4. Obedecer proteo jurdica dos stios arqueolgicos;

    5. Pedir autorizao para mergulhar em locais designados;

    6. Apenas os arquelogos profissionais autorizados podem

    remover os destroos;

    7. Qualquer medida de proteo colocada sob os stios

    arqueolgicos submersos, devem ser protegidas contra a

    eroso e evitar danos;

    8. Quando um stio arqueolgico subaqutico descoberto, as

    autoridades responsveis devem ser contactadas;

    9. Os objetos encontrados devem se entregues s autoridades

    competentes;

    10. O esplio proveniente dos stios arqueolgicos subaquticos

    no deve ser comercializado, mas protegido pois a disperso

    do patrimnio destri o contexto histrico;

    11. Quando um naufrgio descoberto h a absoluta necessidade

    de o fazer acompanhar de fotos, desenhos, e de anotaes;

    12. Ter o mximo de cuidado quando se est a fotografar devido

    fragilidade dos objetos;

    13. Respeitar as normas de segurana de mergulho;

    14. Ser um exemplo de boas prticas para outros mergulhadores;

    15. Apoiar a ratificao e a aplicao da Conveno de 2001

    sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico.

    -15-

  • Pgina Infantil

    Jogos pedaggicos Seja o defensor do Patrimnio Cultural

    Subaqutico

    Dive Olly Dive

    O jogo do labirinto

    O Jogo do tabuleiro

    O Jogo da memria

    Desenhos animados

    Emisso de Certificado

    Atividades sugeridas:

    Consultar as pginas eletrnicas da UNESCO / Patrimnio Cultural

    Subaqutico

    http://www.unesco.org/new/en/culture/themes/underwater-cultural-heritage/

    Navegar nas pginas da Rede das Escolas Associadas da UNESCO a fim de

    identificar as escolas envolvidas

    http://www.unesco.org/new/en/education/networks/global-networks/aspnet/

    Aceder a alguns endereo teis, na Internet:

    Unio Mundial para a Conservao da Natureza

    http://www.iucn/org

    Conselho Internacional dos Museus

    http://www.icom.org

    Conselho Internacional dos Monumentos e Stios

    http://www.icomos.org

    Centro Internacional para o estufo e a Preservao e Restauro das

    Propriedades Culturais

    http://www.iccrom.org

    -16-

    http://www.unesco.org/new/en/culture/themes/underwater-cultural-heritage/http://www.unesco.org/new/en/education/networks/global-networks/aspnet/http://www.iucn/orghttp://www.icom.org/http://www.icomos.org/http://www.iccrom.org/

  • Escrever um artigo, acerca da visita ao stio / museu e enviar a outra escola

    Consultar bibliotecas

    Criar uma pgina Web na escola e descrever os projetos desenvolvidos

    Utilizar a rede SEA para comunicar com os outros pases e discutir aspetos

    especficos sobre a preservao do Patrimnio Cultural Subaqutico.

    Envolver-nos na Preservao do Patrimnio Cultural

    Subaqutico:

    Apoiar organizaes que estudam e privilegiam o patrimnio,

    como os museus, universidades, entidades governamentais e no

    governamentais;

    Apoiar a emisso de legislao e criao de fundos para a

    proteo e gesto dos stios arqueolgicos;

    No comprar ou vender artefactos arqueolgicos;

    Verificar se as associaes que apoiam ou conduzem os trabalhos

    arqueolgicos o fazem segundo os princpios cientficos, no

    participando em projetos com fins lucrativos;

    No removendo os artefactos dos stios arqueolgicos que podem

    causar a sua destruio.

    -17-

  • http://www.unesco.org/culture/underwater/infokit_en/

    -18-

    http://www.unesco.org/culture/underwater/infokit_en/

  • A gua cobre do nosso planeta. O transporte em meio aqutico permitiu a

    explorao de uma parte importante do planeta, aproximando povos, e promovendo o

    dilogo de culturas.

    O objetivo da arqueologia o de produzir conhecimento sobre culturas e

    comportamentos humanos do passado, atravs da investigao de artefactos, estruturas e

    paisagens, entre outros vestgios. A arqueologia subaqutica leva este estudo a um

    ambiente especial, com desafios particulares e fornece resultados nicos aos

    investigadores. Uma interveno no metdica e cientificamente nula, podem causar

    perdas irreparveis para a compreenso de um stio. A recolha isolada de artefactos

    implica a perda dos seus contextos para sempre.

    A maioria dos arquelogos subaquticos especializa-se em arqueologia nutica,

    ou seja, no estudo da construo e uso de todos os tipos de embarcao e navios. Para

    estes especialistas, os stios arqueolgicos de naufrgios so o foco principal das

    investigaes. A embarcao representa uma poca e vivncias humanas. O navio

    naufraga por carga excessiva ou mal acondicionada, por uma deficiente construo,

    defeitos, reparaes imperfeitas e incompletas, mau estado, excessivo tamanho das

    embarcaes, partias tardias, presa em chegar ao destino, inexperincia dos pilotos,

    tempestades, batalhas, ataques de corso ou pirataria.

    Mas existem outros tipos de stios arqueolgicos, tais como stios pr-histricos

    inundados aps o fim da ltima glaciao, pntanos ou lagos onde foram depositados

    oferendas ou enterrados os mortos, cidades e zonas porturias inundadas, habitaes e

    stios agrcolas ou industrias situadas ao longo das margens de rios, bacias e lagos, entre

    outros.

    Keith Muckelroy, George Bass e Peter Throckmorton definiram as bases tericas

    da disciplina da arqueologia subaqutica que ainda hoje seguimos. Vieram definir que,

    qualquer que seja o quadro terico em que se enquadre, cada stio arqueolgico nico,

    apesar de poder apelar a diferentes tcnicas de abordagem e de interpretaes, devendo

    -19-

  • por isso ser investigado de uma foram integrada no tempo e no espao.

    Os arquelogos subaquticos usam diferentes fontes para localizar esses stios

    arqueolgicos. Em locais de naufrgio, as mais comuns so os registos histricos

    (desenhos e projetos de navios, dirios de bordo - roteiros, e manifestos de carga, relatos

    de exploraes, mapas antigos e registos).

    Os artefactos imersos durante anos, reagem quimicamente gua e com os

    sedimentos que os rodeiam, uma mudana sbita de ambiente e exposio ao ar pode

    iniciar uma cadeia de reaes qumicas no materiais que compem os artefactos que os

    pode levar a uma rpida destruio.

    -20-

  • Bibliografia:

    Alves, Francisco., O Navio Portugus de sculo XVI de Oranjemund, Nambia

    Relatrio das Misses de 2008 e 2009, Lisboa 2009, Trabalhos da DANS, N45, 2009

    Alves, Francisco, The 16th century Portuguese shipwreck of Oranjemund, Nambia

    Report on the missions carried out by the Portuguese team in 2008 and 2009, Lisbon,

    April, 2011, Trabalhos da DANS, n 45, 2009

    Bass, George, Archaeology beneath the sea, 2006, London: Thames and Hudson

    Delgado, James P., ed. 1997, Encyclopaedia of Underwater and Maritime Archaeology,

    London, British Museum Press

    The International Journal of Nautical Archaeology, 1972 - Revista da Nautical

    Archaeology Society, publicada trimestralmente desde 1972

    SOCIETY for HISTORICAL ARCHAEOLOGY

    -21-

  • FICHA DE ATIVIDADES DOS ALUNOS

    Apresentao / sesses de divulgao

    Atividade 1 Patrimnio Cultural Subaqutico: definio de uma metodologia

    criativa de dinamizao do tema, Escola de Ferreiras

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    Atividade 2 Preservao do Patrimnio Cultural Subaqutico - UNESCO / ICCE

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    Atividade 3 As Descobertas da Arqueologia Subaqutica em Portugal um

    Patrimnio a Proteger, FCSH-UNL / CHAM

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________

    -22-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    A preencher por cada aluno aps a visita

    Nome do stio __________________________________________________

    Nome do aluno _________________________________________________

    Data da visita ao stio ___________________________________________

    Antes da visita (expectativas) _____________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    Durante a visita (caracteriza o sitio, desenha-o) _____________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    ______________________________________________________________

    Depois da visita (ultrapassou as expectativas?) sim no

    Porqu _______________________________________________________

    -23-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Museu __________________________________________________________

    Objeto investigado _______________________________________________

    Caractersticas fsicas (cor, material, inteiro, alterado, adaptado, reconstitudo?)

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    Construo (feito mo, utilizando tecnologia, por molde, etc)

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    Funo (funo do objeto)

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    Desenho (desenha-o)

    Valor (quem o construiu, quem o utilizou? O museu, um colecionador?)

    _________________________________________________________________

    _________________________________________________________________

    -24-

  • CONVENO 2001 SOBRE A

    PROTEO DO PATRIMNIO CULTURAL

    SUBAQUTICO

    UNESCO/A Vauzo

    Wreck in the Golfo f Sagone, France

    Cada Estado Parte tomar todas as medidas exequveis para aumentar a sensibilizao do pblico

    relativamente ao valor e significado do patrimnio cultural subaqutico e importncia de o

    proteger, ao abrigo da presente Conveno

    Artigo 20 - Sensibilizao do pblico

    Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico

    -25-

  • O

    Nau Nossa Senhora dos Mrtires

    Sculo XVII

    ., Aveiro A

    Sculo XV

    http://www.machuproject.eu/

    -26-

    http://www.machuproject.eu/

  • CONVENO SOBRE A PROTEO DO PATRIMNIO CULTURAL

    SUBAQUTICO

    Objetivos:

    Compreender o significado do Patrimnio e o seu valor (debate, atividades na

    aula)

    Dar a conhecer ao aluno o (s) stio (s) patrimnio cultural subaqutico a

    preservar

    Debater sobre o valor patrimonial, e porqu preserva-lo.

    Atitudes e competncias:

    Tomar conscincia sobre o nosso Patrimnio e respeit-lo

    Saber definir o que o Patrimnio

    Salvaguardar o Patrimnio Cultural Subaqutico

    Participar em iniciativas de proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico

    Tomar decises responsveis na salvaguarda do Patrimnio Cultural

    Subaqutico

    Aprender mais sobre o Patrimnio Cultural Subaqutico.

    A Conveno de 2001 sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico

    Conservao do Patrimnio leis nacionais e convenes internacionais

    Atividades dos alunos

    ensina a natureza isto nos corpos dos animais sensitivos, nos quais tambm h duas partes que parecem

    responder ao que digo, e dar manifesto exemplo destes dois mesteres das naus. Uma so os ossos, que representam o

    liame, por que sustentam, endireitam, e enformam o corpo do animal, como o liame faz no casco da nau, a outra a

    pele, que cobre os ossos, como o tabuado cobre o liame

    Livro da Fbrica das Naus, 1570, Fernando Oliveira

    -27-

    O que patrimnio?

  • O nosso legado passado, o que temos no presente e a herana que iremos deixar s

    geraes futuras. Compreende lugares e objetos que valorizamos, provm do nosso

    passado, com importncia cientifica, e que so exemplos de vida e de inspirao.

    O que patrimnio cultural?

    Designa um monumento, conjunto de edifcios ou stio de valor histrico, esttico,

    arqueolgico, cientifico, etnogrfico e antropolgico.

    O que patrimnio cultural subaqutico?

    Significa todos os vestgios da existncia do homem de carter cultural, histrico ou

    arqueolgico, que se encontrem parcial ou totalmente, peridica ou continuamente,

    submersos, h pelo menos, 100 anos.

    Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico, Artigo 1 - Definies

    Procurar no dicionrio diferentes definies de Patrimnio.

    Dar exemplos de stios patrimnio culturais subaquticos a preservar.

    Imaginar uma regio sem patrimnio.

    Ameaas ao Patrimnio Cultural Subaqutico

    O patrimnio cultural subaqutico muito frgil. Se um artefacto for retirado do meio

    submerso corre o risco de se deteriorar rapidamente se for posto em contacto com o ar

    sem tratamento prvio. Alm do que se encontra em ameaa crescente, pelos rpidos

    progressos registados nas tcnicas de explorao que vieram tornar mais acessvel o

    leito marinho e a sua explorao, e a comercializao dos objetos encontrados em

    destroos de naufrgios e em locais submersos, transformaram-se numa atividade mais

    comum e lucrativa. Os stios arqueolgicos subaquticos so alvo de pilhagens,

    resultando a destruio de material cientfico e cultural. Uma perda insubstituvel.

    -28-

  • A recuperao do Patrimnio Cultural Subaqutico contexto mundial

    Desde os primrdios da civilizao que o homem tentou explorar o ambiente

    subaqutico.

    A arqueologia subaqutica tem o seu desenvolvimento relacionado com o

    sistema de mergulho autnomo que em 1942-43, a inveno do escafandro autnomo

    por Jacques-Yves Cousteau e Emile Gagnan veio permitir descer a maiores

    profundidades, facilitando assim o acesso aos vestgios dos naufrgios.

    Na dcada de sessenta, George Bass foi considerado pioneiro na rea da

    arqueologia subaqutica por ter aplicado as tcnicas de escavao de stios

    arqueolgicos terrestres no ambiente submerso. Este trabalho pioneiro foi iniciado na

    escavao de naufrgios num naufrgio datado da Idade do Bronze (1200 a. C.), no

    Cabo de Gelidonia, Turquia. Neste trabalho, foi contemplado de igual modo os dados

    da carga do navio, as tcnicas de construo naval e de navegao.

    Em 1985, Robert Ballard e a sua expedio conseguiu localizar o Titanic, a

    3.800m de profundidade.

    Em 1989, o submarino de investigao japons Shinkai 6500 atingiu uma

    profundidade de 6.526m na fossa abissal existente ao largo de Sanriku, no Japo. Este

    submersvel de trs tripulantes usado para investigao em mares profundos.

    Em Portugal a arqueologia subaqutica comea a desenvolver-se a partir da

    dcada de 1970 quando publicado o Decreto-Lei 416 / 70, a partir do qual os achados

    de interesse arqueolgico passam a receber tratamento distinto.

    O nascimento da arqueologia subaqutica como disciplina e como projeto global

    teve incio desde os anos oitenta no quadro do Museu Nacional de Arqueologia, sob a

    direo do Dr. Francisco Alves e onde foram lanadas as bases de uma primeira unidade

    de pesquisa subaqutica em Portugal.

    Na segunda metade dos anos noventa, ao mesmo tempo em que comeavam a

    aparecer em Portugal vestgios arqueolgicos significativos, ao nvel cientifico e

    -29-

  • internacional, deu-se uma profunda alterao de opes na rea do patrimnio

    arqueolgico em geral que a organizao da Expo 98 veio potenciar, tendo sido

    criados, na rea do patrimnio nutico e subaqutico, os instrumentos legais e

    institucionais, os meios humanos e materiais que os permitem preservar, estudar e

    valorizar, dentro dos princpios e critrios da arqueologia como disciplina do Saber2.

    precisamente a hostilidade do ambiente [aqutico] que torna a Arqueologia nele

    praticada to valiosa. Os objetos que jazem debaixo e fora da ao das ondas esto

    protegidas do mais destruidor de todos os agentes: o homem.

    Bass, 1971:26

    -30-

  • Bibliografia

    Bass, George, Arqueologia Subaqutica, Cacm, Editorial Verbo, 1971

    Frdric, Louis, Manual Prtico de Arqueologia, Coimbra, Livraria Almedina, 1980

    2Alves, Francisco, Proceedings International Symposium on Archaeology and Modern Ships of Iberian-

    Atlantic Tradition, 2001, p32

    -31-

  • Foto: Carlo Beltrame

    Piscina in Apollonia

    Foto: Eusebio Dizon

    Shipwreck in Philippines

    -32-

  • Alguns exemplos de intervenes humanas sobre o Patrimnio Cultural

    Subaqutico

    Titanic

    Naufragado em 1912, depois de ter chocado com um iceberg, o transatlntico de

    luxo foi durante muitos anos procurado em vo. S em 1985, uma expedio

    conseguiu localizar o Titanic. Apesar de um apelo internacional para que o navio

    naufragado fosse respeitado como sepultura coletiva e stio arqueolgico, uma

    segunda expedio realizada em 1987 retirou objetos do stio arqueolgico e, mais

    tarde, numa operao aprovada, foram retirados os destroos de mais 1.800 objetos.

    O navio romano de Madrague de Giens

    Descoberto em 1967 pela escola de mergulho da marinha nacional a 18-20m de

    profundidade, o stio de Madrague de Giens foi objeto de campanhas regulares de

    escavaes depois de 1972. Foi o naufrgio mais antigo at aquela data escavado. A

    escavao iniciada nos anos 1970, conduziu a novos resultados no domnio do

    conhecimento da arquitetura naval e uma importante etapa na evoluo da histria

    da arqueologia naval, no que concerne aos princpios e tcnicas de construo naval

    antigas.

    Os barcos de Skuldelev I

    Em 1070, cinco barcos Vikings foram deliberadamente afundados junto a

    Skuldelev, no fiorde de Roskilde.

    Os barcos afundados obstruram o troo navegvel mais importante e a capital da

    -33-

  • Dinamarca (Roskilde) foi protegida dos ataques inimigos vindos do mar.

    A descoberta compreendeu 5 tipos de barcos diferentes (de guerra e comrcio),

    permitindo melhor conhecer a amplitude da arquitetura naval da poca Viking.

    As embarcaes: (barco principal, pequeno barco de pesca, pequeno barco de

    guerra, e as duas outras embarcaes largas), tinham de comprimento entre 30m e

    14m, e de largura, entre 3,5m e 4,5m).

    O Museu Viking de Roskilde, na Dinamarca, alberga os 5 drakkars de Skuldelev e

    foi aberto ao pblico em 1969.

    De 2000 a 2004 o Estaleiro do Museu fez a rplica do navio Skuldeleve 2, um

    drakkar de 30m.

    Elizabeth and Mary (navio da frota de Phips), Baie-Tinit, Canad

    Descoberto em 1994 a menos de trs metros de profundidade, o mais antigo navio

    naufragado encontrado at hoje no Quebec o Elizabeth and Mary, um dos mais

    importantes achados arqueolgicos do sculo XVII trazidos luz do dia. Os servios

    de arqueologia subaqutica da agncia Parks Canad levaram a cabo a prospeo,

    proteo e escavao do achado. Guardado dia e noite para evitar possveis danos

    provocados por tempestades e por caadores de tesouros, esta presena constante

    permitiu tambm a rpida recolha dos objetos que emergiam superfcie. Os restos

    do casco do navio foram localizados, retirados, registados, desmontados e

    posteriormente submersos num lago prximo.

    HMS Pandora, Queensland, Austrlia

    Entre os mais importantes vestgios de naufrgios descobertos no Hemisfrio Sul,

    encontra-se a fragata Pandora, enviada em 1790 em busca dos famosos amotinados

    da Bounty. O navio afundou-se em 1791 ao largo da costa da Austrlia ficando

    -34-

  • praticamente intacto por ter sido rapidamente coberto por uma camada de areia. Em

    1983 iniciou-se a primeira de nove escavaes lideradas pelo Museu de Queensland,

    abrindo-se assim uma janela impar sobre a cultura e a vida dos navegantes europeus

    dos finais do sculo XVIII.

    Arquelogos subaquticos trabalharam com base numa matriz de quadrculas

    traadas sobre a areia a profundidades de 30-34 metros, concentrando-se nas zonas

    onde viviam e trabalhavam os oficiais e a tripulao. Os investigadores puderam

    assim aprender mais sobre a vida quotidiana a bordo, e as escavaes deram um

    importante contributo para se compreender o motim na Bounty e a perseguio aos

    amotinados.

    Sitio arqueolgico do Cabo Gelidonya

    Os trabalhos no stio, localizado na costa da Turquia, foram dirigidos por Bass,

    permitindo-lhe escavar destroos de um barco que continha a mais extensa

    coleo de utenslios da Idade do bronze at ento conhecida. Foi a primeira vez

    que um barco foi totalmente escavado permanecendo in situ e, tambm foi a

    primeira escavao dirigida por um arquelogo subaqutico.

    Embarcao de Bodrum

    No Museu de Arqueologia Subaqutica de Bodrum encontram-se os restos do

    navio de Uluburun, o mais antigo do mundo at hoje descoberto no mar. A

    investigao cientfica destes destroos comeou em 1982 e iria prolongar-se por

    11 anos, permitindo recuperar 22 toneladas de artefactos. Os arquelogos

    encontraram a bordo do navio matria orgnica como frutos secos, alm de

    cermica, joias de ouro e ainda instrumentos e armas em bronze.

    O navio est hoje exposto juntamente com outros objetos numa coleo

    -35-

  • famosa, constituda graas a escavaes arqueolgicas subaquticas pioneiras.

    Fragata Santo Antnio de Tan

    A fragata Santo Antnio de Tan liderou um pequeno esquadro que em 1697

    foi enviado de Goa costa oriental africana, com vista a socorrer o forte de Jesus

    de Mombaa (Qunia), cercado por foras dos rabes omanitas. Esta tentativa de

    auxlio teve um desfecho trgico para a embarcao, que naufragou junto da

    costa.

    Os vestgios da fragata foram descobertos por mergulhadores locais, sendo

    reconhecidos numa campanha dirigida por James Kirkman, do Fort Jesus

    Museum, em 1970. Entre 1976 e 1980, uma equipa conjunta do Institute of

    Nautical Archaeology, liderada por Robin Piercy, e dos National Museums of

    Kenya, liderada por Homo Sasson, realizou campanhas de escavao nos

    destroos da embarcao portuguesa. Foi identificada uma parte significativa do

    casco do navio, alm de mais de 6000 objetos relacionados com o seu

    funcionamento, a vida a bordo e a sua atividade comercial. Nos anos seguintes

    realizaram-se misses de gabinete, bem como pesquisas em arquivos e museus,

    com vista ao aprofundamento do estudo e enquadramento dos achados

    Mauritius

    Em 1985 um grupo de canhes de bronze foram encontrados a uma

    profundidade de 10m ao sul do Golfo da Guin. Descansavam num tmulo de

    areia. O Departamento de Pesquisa de Arqueologia Subaqutica e Submarina

    (DRASSM) identificou os destroos como sendo do Mauritius, um navio da

    Companhia das ndias Orientais Holandesas (VOC) que se afundou a 19 de

    maro de 1609. Enquanto a estrutura do navio era meticulosamente estudada, um

    impressionante nmero de objetos eram recuperados. -36-

  • Bibliografia:

    Babits, Lawrence E.; and Tilburg, Hans Van, Maritime Archaeology A reader

    of substantive and theoretical contributions The Plenum series in underwater

    Archaeology, 1999

    Bass, George, The Cape Gelidonya Wreck: Preliminary Report, American

    Journal of Archaeology 65, 1951

    Bass, George, The Bronze Age Shipwreck at Uluburum. Great Moments in

    Greek Archaeology, P. Valavanis, ed. (Athens: Kapon Editions), 2007,p 306-307

    Crumlin-Pederson Ole, & Olsen Ola Editors, The Skuldelev Ships I, Vol. III,

    Roskilde, 2002

    LHour, Michel; Long, Luc; Reith, Eric, Le Mauritius Le mmoire engloutie,

    Casterman, 1989

    LHour, Michel; et lisabeth Vegrat, La mer pour Memires Archologie

    sous-marine des paves atlantiques, Buhez, 2005

    Tchernia, A., Pomery, P., Hesnard, A. et al, Lpave romaine de la Mandrague

    de Giens Campagnes 1972-1975), (Var), XXXIVe supllment GALLIA,

    Editions du CNRS, Paris, 1978

    Kit Informativo - Conveno da UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio

    Cultural Subaqutico, Paris, 2001

    www.cham.fcsh.unl.pt/arqueologia/santo_antonio_tana.html

    www.culture.gouv.fr/culture/archeosm/arqcheosom/en/maurit-s.html

    -37-

    http://www.cham.fcsh.unl.pt/arqueologia/santo_antonio_tana.htmlhttp://www.culture.gouv.fr/culture/archeosm/arqcheosom/en/maurit-s.html

  • http://sudek.esil.univmed.fr/venus/external/webMarseille_old/pres2.php?language=fr

    http://archeonavale.org/archeobase/pafiledb.php?action=file&id=11

    http://nautarch.tamu.edu/class/316/skuldelev/

    -38-

    http://sudek.esil.univmed.fr/venus/external/webMarseille_old/pres2.php?language=frhttp://archeonavale.org/archeobase/pafiledb.php?action=file&id=11http://nautarch.tamu.edu/class/316/skuldelev/

  • Porqu uma Conveno sobre o Patrimnio Cultural Subaqutico?

    Formulao de uma Conveno para salvaguardar o nosso patrimnio.

    Ao contrrio do patrimnio cultural em terra, que beneficia de medidas de proteo

    nacionais e internacionais, o patrimnio cultural subaqutico no dispunha de proteo

    jurdica adequada. A Conveno da UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio

    Cultural Subaqutico, adotada em 2001, tem por objetivo permitir aos estados

    uma melhor proteo do seu patrimnio submerso.

    Em 1956, a Recomendao da UNESCO sobre os Princpios Internacionais Aplicados

    s Escavaes Arqueolgicas aplicada a trabalhos subaquticos situados em guas

    territoriais. No entanto, onde quer que tenha lugar a aplicao desta proteo, i.e.,

    mesmo em guas internacionais, ainda necessria um especfico e mais abrangente

    instrumento jurdico internacional.

    A Conveno de 2001 UNESCO, foi elaborada. Adotou os princpios desenvolvidos

    pelo ICOMOS Carta sobre a Proteo e Gesto do Patrimnio Cultural Subaqutico

    (Sofia, Bulgria, 1996). Tambm complementar a Conveno UNESCO sobre os

    Meios de Proteo e Preveno do Trfico Ilcito dos Bens Culturais (1970).

    Cronologia:

    1976 A Comisso de Cultura e Educao do Conselho da Europa levou a cabo um

    estudo sobre a proteo do patrimnio cultural subaqutico. Apesar de vrios anos de

    trabalho, no foi adotado nenhum texto.

    1994 Adoo do projeto da Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico no plenrio da sesso da Associao do Direito Internacional, em Buenos

    Aires e a subsequente informao UNESCO, reconhecendo como rgo responsvel

    para este assunto.

    -39-

  • 1996 A Assembleia-Geral do Conselho Internacional dos Monumentos e Stios

    (ICOMOS), reunida em Sfia, Bulgria (5-9 outubro), adotou a Carta Internacional

    sobre a Proteo e Gesto do Patrimnio Cultural Subaqutico.

    1997 No decorrer da 29 Sesso da Conferncia Geral da UNESCO, foi decidido que a

    proteo do patrimnio cultural subaqutico deveria ser regulamentado ao nvel

    internacional por uma conveno internacional.

    Para esta finalidade, convida o Diretor-geral a convocar um grupo de peritos

    governamentais.

    1996- 2001 Tm lugar vrias reunies de Peritos Governamentais para a redao do

    anteprojeto da Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico.

    2001 A Conveno da UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico adotada em 2 de novembro na Sesso do Plenrio, no decorrer da 31

    Conferncia Geral da UNESCO (Doc. 31C/24) com 83 votos a favor, 4 contra e 15

    abstenes. Comisso IV (Cultura), com a recomendao prvia da Conferncia Geral

    (94 votos a favor, 5 contra e 19 abstenes), a adoo do ante projeto da Conveno

    (Doc. 31C/Resolues, XV, par.D).

    A Conveno de 2001, tornou-se a 4 Conveno sobre a Proteo do Patrimnio

    Cultural.

    O passo seguinte, a ratificao pelos Estados membros da UNESCO pelo depsito de

    um instrumento de ratificao, aceite ou aprovado. Estados que no so membros da

    UNESCO bem como territrios independentes podem aderir Conveno.

    Pollockshields Wreck, Bermudas UNESCO/E Trainito

    -40-

  • A CONVENO SOBRE A PROTEO DO

    PATRIMNIO CULTURAL SUBAQUTICO

    CONVENTION ON THE PROTECTION OF THE

    UNDERWATER CULTURAL HERITAGE

    CONVENTION SUR LA PROTECTION

    DU PATRIMOINE CULTUREL SUBAQUATIQUE 2001

    CONVENCIN SOBRE LA PROTECCIN DEL

    PATRIMNIO CULTURAL SUBACUATICO

    2001

    -41-

    -4\-4---F4 A Conveno representa o instrumento internacional oficial que estipula a urgente

    necessidade de identificar e proteger o patrimnio cultural subaqutico.

  • Estabelece o compromisso de que todos partilhamos a responsabilidade moral e

    financeira de proteger o nosso patrimnio cultural subaqutico, pela cooperao

    internacional.

    http://1.bp.blogspot.com/-

    Bf4JsdPbVbE/TgymeiQpznI/AAAAAAAAAnM/oB8YMBJnAnU/s1600/unesco2.jpg

    -42-

    http://1.bp.blogspot.com/-Bf4JsdPbVbE/TgymeiQpznI/AAAAAAAAAnM/oB8YMBJnAnU/s1600/unesco2.jpghttp://1.bp.blogspot.com/-Bf4JsdPbVbE/TgymeiQpznI/AAAAAAAAAnM/oB8YMBJnAnU/s1600/unesco2.jpg

  • A Conveno da UNESCO para a proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico,

    adotada em 2001, permite aos Estados proteger este patrimnio.

    Linhas principais:

    1. Define os princpios bsicos para a proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico.

    2. Contm disposies para um esquema de cooperao internacional.

    3. Fornece orientaes prticas para lidar com este patrimnio.

    Princpios:

    1. Obrigao de preservar o Patrimnio Cultural Subaqutico Os Estados

    Partes devem preservar o Patrimnio Cultural Subaqutico e agir

    coordenadamente.

    2. Preferncia pela preservao in situ Deve ser considerada como a primeira

    opo antes de permitir ou de empreender qualquer atividade num stio.

    3. O Patrimnio Cultural Subaqutico no deve ser objeto de nenhuma

    explorao comercial A Conveno de 2001 estipula que o Patrimnio

    Cultural Subaqutico no deve ser de forma alguma explorado para o comrcio

    ou a especulao e que no deve ser dispersado. Este regulamento est em

    conformidade com os princpios que se aplicam ao patrimnio Cultural em terra.

    4. Partilhar a informao e o conhecimento A Conveno incentiva a

    formao em arqueologia subaqutica, a transferncia de tecnologias e partilha

    de informao.

    5. A Conveno no interfere na soberania dos Estados Partes, nem altera

    direitos, jurisdio e obrigaes destes em relao proteo de navios

    -43-

  • afundados provindos de outros acordos bilaterais, regionais ou outros acordos

    multilaterais, concludos antes da sua adoo e, em particular, daqueles que esto

    em conformidade com os propsitos da presente Conveno.

    Young people are one billion strong in the world. They carry a billion hopes for a better

    future and a billion ideas to change the world. They embody also one billion lives to

    nurture and support. Young women and men are growing up at the sharp end of change.

    The capabilities of every young person must be developed, so that their energy works

    for innovation, for civic participation, for resolving global challenges. Young people

    are already changing the world and reinventing culture. They must have the skills and

    tools to do so in ways that strengthen the ties between cultures and that protect human

    rights and fundamental freedoms.

    Mensagem da Diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, por ocasio da celebrao do Dia Internacional

    da Juventude, 22 de agosto 2011

    -44-

  • FICHA DE ATIVIDADE DO ALUNO

    PRESERVAO DO PATRIMNIO CULTURAL SUBAQUTICO

    Leis nacionais e Convenes Internacionais

    Objetivo: Refletir sobre o conceito de stio arqueolgico subaqutico

    1. Dividir a turma em grupos e distribuir as seguintes tarefas:

    i. Grupo I - Investigar sobre se o seu pas Estado parte da Conveno

    ii. Se sim, em que ano ratificou a Conveno 2001?

    iii. Quais as vantagens em ratificar a Conveno?

    iv. Grupo II Redigir uma lista de razes que levou a comunidade

    internacional a ratificar a Conveno.

    v. Convidar os alunos a ler a Conveno e a fazer uma sntese sobre a

    mesma.

    -45-

  • O processo de adeso Conveno

    Por que razes devem os Estados Membros aderir Conveno sobre a Proteo do

    Patrimnio Cultural Subaqutico?

    A Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico impe um

    elevado nvel de proteo deste patrimnio, com vista a prevenir a sua pilhagem,

    danificao ou destruio. Os Estados que no so parte na Conveno das Naes

    Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS), de 1982 podem aderir Conveno de

    2001.

    Aderir Conveno de 2011 ser contribuir para:

    Reforar a luta contra os atos de saque e pilhagem do patrimnio cultural

    subaqutico e respetivos stios;

    Desenvolver um setor nacional baseado nas atividades relacionadas com o

    patrimnio cultural subaqutico;

    Criar uma infraestrutura de proteo para apoiar as atividades atuais e futuras de

    turismo subaqutico em moldes compatveis com a Conveno;

    Garantir a cooperao e o intercmbio de experincias entre Estados;

    Integrar um sistema internacional de proteo efetiva do patrimnio;

    Poder assumir uma posio mais forte perante projetos de interveno

    meramente comerciais, garantindo repercusses positivas para a sociedade local

    e para o reconhecimento cientfico;

    Adotar ou rever legislao em conformidade com os padres internacionais;

    Desempenhar um papel mais ativo na proteo do patrimnio cultural;

    Atribuir maior notoriedade e reconhecimento ao patrimnio cultural

    subaqutico.

    -46-

  • Como aderir Conveno:

    Tomando em devida conta a especificidade de cada pas e do seu sistema jurdico, o

    procedimento de adeso Conveno de 2001 passa por:

    A nvel nacional

    i. Uma fase politica em que os Ministrios competentes estudam a Conveno e

    decidem se politicamente desejvel tornar-se Estado Parte.

    ii. Uma fase de implementao legal em que, conforme o sistema jurdico do

    pas em questo, pode ser promulgada uma lei ou um decreto que oficialize o

    consentimento do estado em se vincular Conveno (atravs de ratificao,

    aceitao ou aprovao, no caso dos estados membros da UNESCO, ou por

    adeso, no caso dos estados no Membros ), e conjuntamente com a

    promulgao da lei ou do decreto, ou por disposio legal separada, a

    Conveno entra em vigor a nvel interno, seja por referencia global ao seu texto

    ou por transposio do seu contedo para a legislao nacional.

    Ao nvel internacional

    i. O depsito do instrumento que exprime o consentimento do Estado em se

    vincular Conveno (o instrumento de ratificao, aceitao ou

    aprovao, ou de adeso) junto do Diretor-Geral da UNESCO;

    ii. Para os vinte primeiros Estados Partes, a Conveno no seu todo entra

    em vigor trs meses aps a data de depsito do vigsimo instrumento (de

    ratificao, aceitao, aprovao ou adeso);

    -47-

  • iii. A partir de ento, a Conveno entra em vigor para cada novo Estado (alm

    dos primeiros vinte) trs meses aps a data de depsito do respetivo

    instrumento:

    Convention on the Protection of the Underwater Cultural Heritage. Paris, 2 November 2001.1

    States Date of deposit of instrument Type of instrument

    1 Panama 20/05/2003 Ratification 2 Bulgaria 06/10/2003 Ratification 3 Croatia 01/12/2004 Ratification 4 Spain 06/06/2005 Ratification 5 Libya 23/06/2005 Ratification 6 Nigeria 21/10/2005 Ratification 7 Lithuania 12/06/2006 Ratification 8 Mexico 05/07/2006 Ratification 9 Paraguay 07/09/2006 Ratification 10 Portugal 21/09/2006 Ratification 11 Ecuador 01/12/2006 Ratification 12 Ukraine 27/12/2006 Ratification 13 Lebanon 08/01/2007 Acceptance 14 Saint Lucia 01/02/2007 Ratification 15 Romania 31/07/2007 Acceptance 16 Cambodia 24/11/2007 Ratification 17 Cuba 26/05/2008 Ratification 18 Montenegro 18/07/2008 Ratification 19 Slovenia 18/09/2008 Ratification 20 Barbados 02/10/2008 Acceptance 21 Grenada 15/01/2009 Ratification 22 Tunisia 15/01/2009 Ratification 23 Slovakia 11/03/2009 Ratification 24 Albania 19/03/2009 Ratification 25 Bosnia and Herzegovina 22/04/2009 Ratification 26 Iran (Islamic Republic of) 16/06/2009 Ratification 27 Haiti 09/11/2009 Ratification 28 Jordan 02/12/2009 Ratification 29 Saint Kitts and Nevis 03/12/2009 Ratification 30 Italy 08/01/2010 Ratification 31 Gabon 01/02/2010 Acceptance 32 Argentina 19/07/2010 Ratification 33 Honduras 23/07/2010 Ratification 34 Trinidad and Tobago 27/07/2010 Ratification 35 Democratic Republic of the Congo 28/09/2010 Ratification 36 Saint Vincent and the Grenadines 08/11/2010 Ratification 37 Namibia 09/03/2011 Ratification 38 Morocco 20/06/2011 Ratification 39 Benin 04/08/2011 Ratification 40 Jamaica 09/08/2011 Ratification 41 Palestine 08/12/2011 Ratification 1In accordance with its Article 27, this Convention shall enter into force on 2 January 2009 for those States that have deposited their respective instruments of ratification, acceptance, approval or accession on or before 2 October 2008. It shall enter into force for any other

    State three months after the deposit by that State of its instrument of ratification, acceptance, approval or accession.

    -48-

    http://www.unesco.org/eri/la/convention.asp?KO=13520&language=E#1#1

  • Definies da Conveno da UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico (2001)

    Patrimnio cultural subaqutico significa todos os vestgios da existncia do

    homem de carter cultural, histrico ou arqueolgico que se encontrem parcial ou

    totalmente, peridica ou continuamente, submersos h, pelo menos, 100 anos (Artigo 1,

    pargrafo 1).

    Navios e aeronaves do Estado significa os navios de guerra e outros navios ou

    aeronaves pertencentes a um Estado ou por ele operados e utilizados, aquando do seu

    afundamento, exclusivamente para fins pblicos no comerciais, que se encontrem

    devidamente identificados como tal e estejam includos na definio de patrimnio

    cultural subaqutico (Artigo 1, pargrafo 8).

    rea significa o leito do mar, os fundos, marinhos e o seu subsolo alm dos limites da

    jurisdio nacional (Artigo 1, pargrafo 5).

    Definies da Conveno das Naes Unidas sobre o Direito do Mar (1982)

    Linha de base normal a linha da baixa-mar ao longo da costa, tal como indicada

    nas cartas martimas de grande escala, reconhecidas oficialmente pelo Estado costeiro

    (Artigo 5).

    guas interiores so as guas situadas no interior da linha de base do mar territorial

    (Artigo 8, pargrafo 1).

    -49-

  • Mar territorial a rea de mar adjacente a um Estado costeiro sobre a qual este

    exerce soberania na condio de deixar passar navios estrangeiros (direito de passagem

    inofensiva). Todo o Estado tem o direito de fixar a largura do seu mar territorial at um

    limite que no ultrapasse 12 milhas martimas, medidas a partir de linhas de base

    (Artigo 3).

    Zona contgua no pode estender-se alm de 24 milhas martimas, contadas a partir

    das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial (Artigo 33,

    pargrafo 2).

    Zona Econmica Exclusiva (ZEE) uma zona situada alm do mar territorial e a

    este adjacente, e no se estender alm de 200 milhas martimas das linhas de base a

    partir das quais se mede a largura do mar territorial (Artigos 55 e 57).

    Plataforma continental compreende o leito e o subsolo das rea submarinas que se

    estendem alm do seu mar territorial, em toda a extenso do prolongamento natural dos

    eu territrio terrestre, at ao bordo exterior da margem continental ou at uma distncia

    de 200 milhas martimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar

    territorial (Artigo 76, pargrafo 1).

    Alto mar compreende todas as partes do mar no includas na zona econmica

    exclusiva, no mar territorial ou nas guas interiores de um estado, nem nas guas

    arquipelgicas de um Estado arquiplago (Artigo 86).

    -50-

  • MODELO DE INSTRUMENTO

    DE RATIFICAO / ACEITAO / APROVAO / ADESO

    Considerando que a Conveno da UNESCO sobre a Proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico (2001) est aberta a [ratificao / aceitao / aprovao/ adeso] por

    [nome do pas], nos termos do seu Artigo 26,

    O Governo de [nome do pas], tendo examinado a mencionada Conveno, pelo

    presente [ratifica / aceita / aprova / adere a ] a Conveno e compromete-se a executar

    fielmente todas as suas clusulas.

    EM TESTEMUNHO DO QUE assinmos o presente instrumento, a que apusemos o

    nosso selo.

    Feito em [local] .., aos [data] ..

    ____________________________________

    (Assinatura)

    CHEFE DE ESTADO

    OU PRIMEIRO MINISTRO

    OU MINISTRO DOS NEGCIOS ESTRANGEIROS

    O

    (Selo)

    -51-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    ESTADO PARTE DATA DE DEPSITO

    DO INSTRUMENTO

    TIPO DE

    INSTRUMENTO

    -52-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Objetivo: Aprender a reconhecer e a situar stios arqueolgicos

    Pedir turma que escolha 5 stios arqueolgicos nacionais e 5 stios arqueolgicos

    internacionais, mostrando o mapa.

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    Permitir que os alunos troquem informaes / verifiquem os resultados.

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    -53-

  • FICHA DE ATIVIDADE DO ALUNO

    Objetivo: Compreender a importncia da preservao in situ

    Pedir turma que escrevam o que entendem por preservao in situ.

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    Objetivo: Cada aluno escolhe um stio por regio (nacional e internacional) e

    pedir aos alunos que escrevam a razo que os levou a escolher aquele (s) sitio (s)

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    -54-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Objetivo: Descrever o vestgio

    Pas onde se situa o vestgio __________________________________________

    Datao____________________________________________________________

    Data do naufrgio (tratando-se de um navio) _____________________________

    Data da descoberta / intervenes _______________________________________

    Razes que levaram a interveno

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    Comparar com outro stio arqueolgico

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    _____________________________________________________________________

    -55-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Objetivo: Conhecer a Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico

    Dar aos alunos cpia da Conveno sobre a Proteo do Patrimnio Cultural

    Subaqutico.

    Pedir a cada aluno para escolher um artigo da Conveno e comentar.

    Dividir a turma em grupos e pedir que cada grupo estude um stio arqueolgico.

    Cada grupo faz a apresentao oral e escrita com sugestes sobre de que forma

    podem ter um papel ativo na preservao e divulgao deste patrimnio junto das

    outras escolas (fotos, apresentaes em outras escolas da regio, etc)

    -56-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Objetivo:

    1) Pedir aos alunos que simulem um processo de investigao de um stio

    arqueolgico realizado por uma equipa de arquelogos profissionais autorizados

    2) Pedir aos alunos que simulem a interveno de um stio arqueolgico realizada

    por uma equipa de caadores de tesouros

    -57-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Objetivo: Reforar as iniciativas de sensibilizao, promovendo a solidariedade e

    a participao ativa do aluno em apoio a iniciativas de conservao do Patrimnio

    Cultural Subaqutico.

    1) Explicar como podem os alunos contribuir para a sensibilizao da comunidade

    local no sentido de se envolver em iniciativas de conservao e divulgao do

    Patrimnio local e nacional (jornal escolar; biblioteca local, museu, municpio,

    escolas, etc)

    2) Elaborar uma lista de propostas dos alunos

    -58-

  • PATRIMNIO CULTURAL FLVIO-MARITIMO SUBAQUTICO

    Azulejo alusivo s lanchas e catraias

    Pvoa de Varzim

    library.kiwix.org:4213/A/Lancha%20Poveira.html

    Barco Rabelo

    Lancha do Alto http://www.ancruzeiros.pt/ancbtradicionais-norte.html

    Praia do Mindelo, S. Vicente, Cabo Verde, 2011

    -59-

    http://library.kiwix.org:4213/A/Lancha%20Poveira.htmlhttp://www.ancruzeiros.pt/ancbtradicionais-norte.html

  • PATRIMNIO CULTURAL FLVIO-MARTIMO SUBAQUTICO

    Objetivos:

    Ser um dos pilares da gesto do Patrimnio Cultural Subaqutico no

    ordenamento do territrio e nas polticas martimas.

    Explicar a importncia do impacto das atividades flvio-martimas e de

    pesca sobre o patrimnio subaqutico.

    Conhecer:

    O que o Patrimnio Cultural Flvio-Martimo.

    O que so artes de pesca.

    O que representam as embarcaes tradicionais .

    Atitudes:

    Desenvolver princpios sobre conservao patrimnio cultural

    flvio-martimo e subaqutico.

    Competncias:

    Ajudar a desenvolver competncias para participar em iniciativas

    de proteo.

    -60-

  • Patrimnio flvio-martimo

    So os stios marinhos naturais, os locais e equipamentos de produo, os

    conhecimentos adquiridos e transmitidos, de gerao em gerao, nas artes de pesca, de

    construir, de navegar, de escrever, de pintar, de cantar, de falar e de pensar3.

    O mar desde sempre ocupou um espao muito importante na cultura portuguesa,

    influenciando deste modo a histria nacional. O povo martimo portugus tem

    conseguido conservar at aos nossos dias, diferentes tipos de embarcaes, espcies de

    aparelhos de pescar, o lxico, modos de vestir, gastronomia, arquitetura, linguarejar,

    hbitos e uma cultura religiosa e quotidiana ligada faina martima.

    Do norte ao sul, Portugal possui uma espetacular diversidade de embarcaes

    tradicionais, algumas delas remontando a tradies construtivas que mergulham as suas

    razes na Idade Mdia europeia. O Arqt Octvio Lixa Filgueiras demonstrou em

    estudos como Barcos de Pesca em Portugal, e Construes Navais Portuguesas

    como o barco tem um papel central na definio e caracterizao das comunidades

    martimas fluviais ou lagunares. Ele foi o mentor da arqueologia subaqutica, atividade

    que apoiou em Portugal durante trs dcadas.

    Tambm Antnio Baldaque da Silva se distinguiu em diversos trabalhos como o

    1 tomo do Roteiro Martimo da Costa Ocidental e Meridional de Portugal, e O

    Estado atual das pescas em Portugal.

    Manuel Leito e os seus estudos no mbito dos aspetos construtivos e estruturais

    das embarcaes, tambm se afigura de leitura imprescindvel para esta temtica.

    _____________

    3Rede da Cultura do Mar, Cmara Municipal da Pvoa de Varzim, 2002

    -61-

  • FICHA DE ATIVIDADES DO ALUNO

    Objetivo: Compreender a importncia da arquitetura naval

    (o estudo da construo e uso de todos os tipos de embarcao e navios, como

    expresso de identidade local e nacional)

    1. Pedir turma que pesqui