livro viarco 234-259

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8 236 O oitavo lápis da série VIARCO Express faz a sua entrada em cena pelas mãos de um escultor conceituado e de créditos firmados: Rui Chafes. A cartografia sugerida pelo traçado deste lápis é um contínuo jogo de amizades e cumplicidades, que gira em torno de docentes e ex-alunos da escola Ar.Co. 237 António Poppe Graça Brandão Artes Plásticas Caldas da Rainha 238 Frederica Bastide Duarte Alexandra do Carmo Atelier em Braamcamp Lisboa 20 Ar.Co 239

TRANSCRIPT

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236

The eight pencil of the VIARCO Express project makes his entry by the hands of a well-known sculptor with an established work: Rui Chafes. The cartography that is suggested by the lines made with this pencil is a continuous game of friendships and complicities orbited by teachers and former students of the Ar.Co art school.

Rui Chafes is the head of the sculpture course of Ar.Co; Paulo Quintas, to whom Chafes passed the pencil, is a former student of this institution. Quintas kept the pencil in the circle, giving it to Marta Soares, a colleague at the Art and Design School of the Polytechnic Institute of Leiria, who in turn passed it to António Poppe. Poppe – also a teacher at Ar.Co – is initially enthusiastic about the VIARCO Express project, beginning the production of a work for the series, but finally decides not to participate. However, the mark of António Poppe will be felt in the next names, as we shall see.

Poppe decides to keep the right to pass on the baton, and Carlos Botto, assistant and regular collaborator of António Poppe, is the next name in the line. It is then given to the architect Diogo Pato, a friend of Poppe, with the suggestion of it being passed on to the artist Ana Jotta, a suggestion that Diogo Pato immediately agrees with. Because Ana Jotta is unavailable to produce a drawing, the pencil is given to Cristina Lamas, a friend of both Poppe and Jotta, a delivery which was made easy by the proximity of the studios of both artists. There is some hesitation and a moment of confusion arises. Cristina Lamas does not receive the explanation of the project, and passes the pencil on to Pedro Quintas, who works in a studio next to hers, and to Cristina Robalo during a visit of hers to the studio. In a first moment, the three artists sign the case in which the pencil is contained, thinking that this is all that has been asked from them. Only months later, after a clarification about the VIARCO Express project, will they openly embrace the project. Almost a year later the pencil finally exits the studios of Avenida Braamcamp, where these artists work, to continue its voyage through this group of former students of Ar.Co; Alexandra do Carmo (with John Hawke) receives the pencil from Cristina Robalo, and passes it to Frederica Bastide Duarte, in whose hands it finally ends its journey.

The ascendency of the Centre of Arts and Visual Communication Ar.Co in this pencil can’t be neglected. The work that this institution has been developing since 1973 speaks for itself. The interdisciplinary being its distinguishing mark, this was one of the first art schools to dedicate its programme to experimentation. Also significant is the fact that many artists who attended this school are still directly or indirectly connected with the institution. As we can see, Ar.Co has contributed to the creation, throughout the years, of some of the most recognised and interesting Portuguese artists, of which the group defined by this pencil is but a small portion.

The Ar.Co pencil

237

O oitavo lápis da série VIARCO Express faz a sua entrada em cena pelas mãos de um escultor conceituado e de créditos firmados: Rui Chafes. A cartografia sugerida pelo traçado deste lápis é um contínuo jogo de amizades e cumplicidades, que gira em torno de docentes e ex-alunos da escola Ar.Co.

Rui Chafes é o actual responsável pelo curso de escultura da Ar.Co; Paulo Quintas, a quem Chafes passa o lápis, é um ex-aluno da mesma instituição. Quintas mantém o lápis neste círculo de amigos, dando-o a Marta Soares, de quem é colega na Escola Superior de Arte e Design do Instituto Politécnico de Leiria, que por sua vez o transmite ao escritor António Poppe. Este – que lecciona na Ar.Co – mostra-se inicialmente entusiasmado com o projecto VIARCO Express e chega mesmo a produzir um trabalho para a série, mas decide finalmente não participar. A marca de António Poppe, no entanto, far-se-á sentir nos próximos nomes, como veremos.

Carlos Botto, assistente e colaborador regular de António Poppe, é o nome que se segue, mantendo Poppe para si o direito de passar o testemunho. O lápis é entregue ao arquitecto Diogo Pato, amigo de Poppe, com a sugestão de posteriormente o passar à artista Ana Jotta, que Diogo Pato prontamente aceita. Como Ana Jotta se revela indisponível para produzir um desenho, o testemunho é passado a Cristina Lamas, amiga comum de Poppe e Jotta, uma entrega facilitada pela proximidade dos ateliers das duas artistas. Há, aqui, um momento de hesitação e de alguma confusão. A Cristina Lamas não é explicado o projecto, e esta passa o lápis a Pedro Quintas, que mantém também um atelier contíguo ao seu, e a Cristina Robalo aquando de uma visita desta ao seu atelier. Num primeiro momento, os três assinam o estojo que acompanha o lápis, pensando ser tudo o que lhes era pedido. Só meses mais tarde, e esclarecidos acerca do projecto VIARCO Express, estes três ex-alunos da Ar.Co abraçam a ideia abertamente. Quase um ano após ter chegado, o lápis sai do edifício da Avenida Braamcamp, onde estes artistas trabalham, para continuar a fazer o seu percurso através deste grupo de antigos alunos da Ar.Co; Alexandra do Carmo (com John Hawke) recebe o lápis de Cristina Robalo, e passa-o a Frederica Bastide Duarte nas mãos de quem vai terminar o seu caminho.

A preponderância do Centro de Arte e Comunicação Visual Ar.Co neste lápis não é negligenciável. O trabalho que tem vindo a desenvolver desde 1973 fala por si. Com a interdisciplinaridade como marca, foi uma das primeiras escolas artísticas a dedicar o seu programa à experimentação. Também significativo é o facto de tantos dos que por lá passaram terem mantido ligações à instituição, sejam elas directas ou indirectas. Como poderemos constatar nas cartografias paralelas que este projecto gerou, ao longo dos anos, a Ar.Co formou alguns dos mais reconhecidos e interessantes artistas portugueses, conjunto do qual o grupo definido por este lápis representa apenas uma pequena parte.

O lápis Ar.Co

238

Artes Plásticas Caldas da Rainha

Graça Brandão

António Poppe

Rui Chafes

Paulo Quintas

Marta Soares

Carlos Botto

Diogo Pato

239

Ar.Co

Lisboa 20

Ana Jotta

Atelier em Braamcamp

Cristina Lamas

Pedro Quintas

Cristina Robalo

Frederica Bastide Duarte

Alexandra do Carmo

John Hawke

240

s/título untitled29,5 x 42 cmGrafite sobre papel Graphite on paper

Rui Chafes

[DP]

241

[JMCA]

242

Montanha/Marinha Maritime/Mountain61 x 42 cmGrafite sobre papel Graphite on paper

Paulo Quintas

“A minha noção de desenho é relativamente indisciplinada e refere-se basicamente ao suporte de papel e à rapidez de execução.”

“My idea of drawing is relatively undisciplined and is basically related to the paper medium and speed of execution.”

243

[JMCA]

244

s/título (matrizes) untitled (matrices)100 x 80 x 80 cmGrafi te sobre papel Graphite on paper

Marta Soares

“A Viarco remete-me directamente para a infância e para as minhas primeiras experiências com lápis.”

“Viarco reminds me immediately of my childhood and my fi rst experiences with pencils.”

245

[JMCA]

246

s/título untitled14 x 20 cmGrafite sobre impressão Graphite on print

Carlos Botto

[DP]

247

[JMCA]

248

Geologia Geology58 x 48 cmGrafite sobre papel Graphite on paper

Diogo Pato

“O Desenho funciona como ponte entre pensamento e emoção no trabalho de mim.”

“Drawing works like a bridge linking thought and emotion in the work of myself.”

[DP]

249

[JMCA]

250

s/título untitled60 x 76 cmGrafite sobre papel Graphite on paper

Cristina Lamas

“Como a minha história não foi normal – não sei – teve a ver mesmo com casualidades. São meus amigos. Trabalham seis pessoas neste atelier, o lápis passou por quatro.”

“Since my history wasn’t normal – I don’t know – it really had to do with chance. It’s my friends. There are six people working in this studio, the pencil went to four of them.”

[DP]

251

[JMCA]

252

s/título untitled61,5 x 86 cmGrafite sobre papel Graphite on paper

Pedro Quintas

“O desenho para mim é essencialmente terapêutico. Raramente comercializo os meus desenhos.”

“For me, drawing is mainly therapeutic. I seldom sell my drawings.”

253

[JMCA]

254

s/título untitled61 x 46 cmGrafite sobre papel vegetal Graphite on parchment paper

Cristina Robalo

“A Viarco é uma memória de infância. Os lápis de cor pequeninos, tratados com cuidado para não se perderem na escola. Os desenhos da embalagem.”

“Viarco is a childhood memory: the tiny coloured pencils, handled with care so they wouldn’t get lost at school, the drawings on the case.”

[DP]

255

[JMCA]

256

Hi Five49 x 32 x 11 cmCartão recortado e grafite

Alexandra do Carmo e John Hawke

“O desenho é um elemento fundamental no meu trabalho funcionando como uma espécie de escrita de ideias que depois se traduzem em desenho.Alexandra do Carmo

“Drawing for me occupies a central, although often hidden, role in my work. While I do make drawings as finished works in their own right, drawing is more often an organizing center to my thought – the “control room” of my practice.”John Hawke

“Drawing is a fundamental element of my work. It functions like a kind of writing of ideas that are then translated into drawing.”Alexandra do Carmo

“Para mim, o desenho tem um papel central no meu trabalho, ainda que muitas vezes escondido. Apesar de ter desenhos que são peças por direito próprio, o desenho é mais frequentemente uma forma de organizar o meu pensamento—o “centro de comando” do meu trabalho.”John Hawke

257

[JMCA]

258

Elo Link70 x 50 cmMoleskine com desenho, grafite e lascas de lápis Drawing, graphite and pencil shreds on Moleskine notebook

Frederica Bastide Duarte

“Os lápis da Viarco são os lápis da minha infância; aqueles que tinham a tabuada.”

“Viarco pencils are the pencils of my childhood; the ones that had the multiplication table on them”.

259

[JMCA]